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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA-EMESCAM ROSENITA PEREIRA DA SILVA ROSIENE DE ANDRADE PEREIRA TATIANE DA PENHA DOS SANTOS Empréstimo em Moeda Bem: um estudo no contexto da Economia Solidária nos bairros São Benedito, Penha e Itararé VITÓRIA 2007

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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DEVITÓRIA-EMESCAM

ROSENITA PEREIRA DA SILVAROSIENE DE ANDRADE PEREIRATATIANE DA PENHA DOS SANTOS

Empréstimo em Moeda Bem: um estudo no contexto daEconomia Solidária nos bairros São Benedito, Penha e Itararé

VITÓRIA2007

ROSENITA PEREIRA DA SILVAROSIENE DE ANDRADE PEREIRATATIANE DA PENHA DOS SANTOS

Empréstimo em Moeda Bem: um estudo no contexto daEconomia Solidária nos bairros São Benedito, Penha e Itararé

VITÓRIA2007

Trabalho de Conclusão de Cursoapresentado ao curso de Serviço Social daEscola Superior de Ciências da Santa Casade Misericórdia de Vitória – EMESCAM,como requisito parcial para obtenção dograu de bacharel em Serviço Social.Orientador: Profº. Alexandre SilvaRampazzo

ROSENITA PEREIRA DA SILVAROSIENE DE ANDRADE PEREIRATATIANE DA PENHA DOS SANTOS

Empréstimo em Moeda Bem: um estudo no contexto daEconomia Solidária nos bairros São Benedito, Penha e Itararé

Trabalho de conclusão de curso submetido ao Curso de Serviço Social da Escola

Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória – EMESCAM, como

requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em Serviço Social.

Aprovadas em ______ de ____________ de 2007.

______________________________________________Profº. Alexandre Silva RampazzoEscola Superior de Ciências da Santa Casa deMisericórdia de Vitória – EMESCAMOrientador

______________________________________________Profª. Helena Marfisa VenturimEscola Superior de Ciências da Santa Casa deMisericórdia de Vitória – EMESCAM

_________________________________________Leonora Michelin Laboissière MolBanco Bem – Banco de DesenvolvimentoComunitário

Ao professor Alexandre Silva Rampazzo que nosnorteou de forma eficaz neste trabalho, nãopoupando esforços para nos conduzir neste caminhointenso em busca da ciência.

Ao Banco Bem, estendendo nosso reconhecimento àequipe de profissionais e usuários que prontamentese colocaram à disposição para efetivar essetrabalho, e, em especial a Leonora Michelin Mol peloapoio e motivação.

A professora Helena Marfisa Ventorin pelo aceite emparticipar da nossa banca e pelo interesse nasmanifestações de Desenvolvimento LocalComunitário.

A amiga Lúcia de Fátima Assis Rocha que nãomediu esforços e contribuições para efetivaçãodesse TCC, estando conosco até o último minuto.Fantástica, digna de toda nossa admiração, carinhoe gratidão.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me habilitar e na sua infinita bondade me abençoou

possibilitando que me aperfeiçoasse e aprendesse cada vez mais em cada período

e por me colocar numa família que me ama e me ensinou os seus caminhos. A Ele

toda honra, glória e minha profissão de hoje em diante! “Até aqui me ajudou o

Senhor!”

Aos meus amados pais Dona Delsita e Sr° Aloísio, há se não fossem vocês! aos

meus nove irmãos, cunhados, cunhadas, sobrinhos, sobrinhas, tios e tias, primos e

primas, em especial a minha irmã Rosilene – que superou as minhas dividas – a

todos que nesses quatro anos, prontamente dispuseram-se a colaborar, à medida

do possível, com o cumprimento de minhas obrigações.

À professora mestra Elizete Cardozo, uma profunda conhecedora da profissão e da

realidade social em que vivemos; pesquisadora, estudiosa, fantástica! Digna de toda

minha admiração e que investiu e acreditou em meu potencial. Obrigada!

Aos demais professores que, não reservando esforços, fizeram com que o seu saber

chegasse até a minha pessoa de forma inigualável.

Às minhas amigas Tatiane e Rosiene que através de uma afinada parceria me

acompanharam durante esses quatro anos, além de me acolherem em suas casas

me emprestando os seus entes queridos, Dona Hilma, Sr. Valdeci, Raquel, Renata,

Dona Celina, Sr Jorge, Thiago, Vó Ilda, sempre me abençoando com o seu: Deus

facilita! Sem dúvida nenhuma, contribuíram para a efetivação desse TCC.

Rosenita Pereira da Silva

A Deus por tudo que tens me proporcionado na vida.

Agradeço ainda

Aos meus pais Hilma e Valdeci por absolutamente tudo. Dos erros e acertos, tudo

me ajudou a ser quem eu sou hoje.

Às minhas irmãs Renata e Raquel por tudo que me ajudaram, em especial a Raquel

por trabalhar no Banco Bem e sempre me socorrer nas horas de ‘sufoco’.

A Leonora que não mediu esforços para a concretização do Banco Bem e pela ajuda

de sempre, a Valmir pelas caminhadas pelo bairro para ouvir os entrevistados, sem

vocês tudo seria mais difícil.

A amiga Lucia por seu apoio, carinho e ajuda nas horas de dúvida, medo, angustia e

vontade de desistir. Ela é sempre uma força que me motiva a seguir em frente.

A amiga Ignez por tudo que me ajudou até hoje, e por acreditar em mim.

A amiga Monika, exemplo de amizade, lealdade e por tudo que vivemos juntas.

Aos amigos que nessa longa caminhada me apoiaram em tudo Fabio, Geo, Di, Déia,

Driana, meus afilhadinhos queridos Arthur e Luiza.

Às companheiras de TCC e amigas Rosenita e Tatiane, por nossa amizade, nossos

trabalhos e nossas loucuras, por esses anos que trabalhamos juntas. Vocês já

fazem parte da minha vida!

Às professoras Marfisa e Lurdinha pela ajuda com bibliografias, livros e incentivos

sempre dando dicas sobre o tema.

A Denise e Cleonice pelo aprendizado durante o estágio, vocês foram muito

importante em minha vida acadêmica.

Enfim a todos que passaram pela minha vida nesses quatro anos de faculdade e

que, mesmo sem saber, me ensinaram mais do que posso dizer em palavras.

Às minhas mães Hilma e Celina que sempre fizeram “comidinhas” gostosas pra

gente, e estavam sempre preocupadas em nos alimentar....

Rosiene de Andrade Pereira

AGRADECIMENTOS

Agradecimentos eternos e incontáveis aos meus pais, Jorge e Celina, que se

empenharam de corpo, alma e coração na minha criação, investindo dinheiro, amor,

dedicação, respeito, oração... para que eu realizasse esse sonho. Saibam que se eu

fosse listar todos os motivos que tenho para agradecê-los daria um novo TCC!

Ao meu irmão Thiago, pela pureza de espírito e alegria de vida que iluminam meu

ser! À minha avó Ilda pela confiança que sempre depositou em mim. Amo vocês!

À tia Helena, vó Vitória e dona Dulce hoje, distantes dos olhos, mas sempre perto do

coração.

Aos familiares e amigos pelo incentivo e confiança. A tia Zezé e família sempre

presentes, não poupando esforços, conselhos e orações. A mamãe Hilma pelo

carinho e cuidado! E pelas deliciosas mentiras salgadas, doces... Hum!!!

A Cleonice e Denise, coordenadora e supervisora de estágio, que com carinho e

competência me passaram conhecimentos e experiências valiosas. E a toda a

equipe do SECRI pelo aprendizado.

Aos professores da Emescam, em especial a Lurdinha e Marfisa, por compartilharem

seus ensinamentos. Aos funcionários pela contribuição para com minha graduação.

A minha turma, em especial as minhas parceiras e amigas Rosenita e Rosiene,

pelos momentos de descontração e estudo sem os quais não seria possível chegar

até a conclusão desta etapa. Nem sei mais onde eu termino e vocês começam!

À equipe do Banco Bem e tomadores de empréstimos de consumo que

carinhosamente nos receberam, contribuindo com a construção dessa pesquisa. Em

especial, a Leonora, Raquel e Valmir, pela parceria redonda, vocês são incríveis!

À equipe da Setger, em especial a Andressa, à equipe do CDDH da Serra e a

Normeliana, que compartilharam experiências e conhecimentos, solidários sempre!

A Liliene, Manoel, Lúcia, Padrinho, Madrinha, Sérgio, Carlos, Dani, Gústavo, Rose

João Lopes, Ana Paula, Roberta, Éricson, Débora, Joseane, Sol, Yuri, Michel,

Gardênia, Valério... Amigos que amo... Cada um de vocês é importante pra mim!

Ao senhor Jesus pela vida, inspiração e por todas as bênçãos a mim concedidas.

Obrigada simplesmente por tudo! Tatiane da Penha dos Santos

"Toda comunidade por mais pobre que seja éportadora de soluções para seus problemas"

João Joaquim de Melo Neto

RESUMO

A Economia Solidária é um tema bastante atual e legítimo, seu fortalecimento no

Brasil se dá num período marcado pela precarização do trabalho e recessão

econômica. Este modelo econômico baseia-se nos princípios de colaboração

solidária, auto-gestão, democracia e respeito ao meio ambiente. A riqueza destas

experiências é imensa, assim como a pluralidade de práticas econômicas e sociais

que esta compreende. Diante do exposto, a presente pesquisa tem como objeto a

Moeda Bem - uma Moeda Social Circulante, válida somente nos bairros inseridos na

área de abrangência do Banco Bem, como forma de incentivar e dinamizar a

economia local.

Pretende-se aqui avaliar os resultados sociais a partir do uso da Moeda Bem, de

modo a identificar se estes empréstimos refletem mudanças positivas na vida dos

tomadores de empréstimo. Ademais, procurou-se traçar o perfil socioeconômico dos

tomadores de empréstimos de consumo.

Para atender estes objetivos, foi realizado um levantamento bibliográfico de acordo

com a atualidade da discussão do tema Economia Solidária no Brasil, e o estudo de

caso do Banco Bem, localizado no bairro de São Benedito em Vitória/ES. Trata-se de

uma pesquisa descritiva, ou seja, visa descrever os fatos sem, no entanto, interferir

nesta realidade.

No que se refere ao resultado obtido com esta pesquisa, inferimos que a existência

de um Banco Popular que oportuniza crédito a população cuja situação financeira é

desfavorável, tem refletido impactos positivos não apenas em termos pessoais, mas

também, em significativas mudanças nas relações interpessoais nas comunidades.

Palavras-chave: economia solidária, desenvolvimento local, empréstimo de

consumo, moeda local e vulnerabilidade social.

ABSTRACT

Solidary economy is a modern concept which has been strengthened in Brazil in a

period of reduced income jobs and economic recession. It is based on solidary

collaboration principles, self-management and respect to the environment. This has

been a rich experience, involving a multitude of economic and social practices. This

research has as its main subject the study of social currency called “Moeda Bem”

which can be redeemed only in the boroughs within the area of operations of “Banco

Bem” as a way to foster and strengthen local economy.

Social results of the application of “Moeda Bem” will be verified in order to identify its

effectiveness of lending in the occurrence positive changes in the life of the

borrowers. Furthermore the socio-economic profile of the borrowers is delineated.To

attain this objectives a bibliography survey was carried out according to the most

recent opinions about solidary economy in Brazil focusing especially the “Banco

Bem” agency in the borough of São Benedito, Vitória-ES.

Based on the observed behavior of the borrowers we conclude that the presents of a

popular “bank” positively impacts the lives of poor people, not only in its personal

affairs as well as their communitary relations.

Key words: solidary economy, breeding local, loan as of expenditure , coin local AND

frailty social.

LISTA DE SIGLAS

ANTEAG - Associação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Autogestão

BC – Banco Central

CNES – Conferência Nacional de Economia Solidária

CST - Companhia Siderúrgica de Tubarão

CTPS - Carteira de Trabalho e Previdência Social

CUT - Central Única de Trabalhadores

EPS - Economia Popular Solidária

EES - Empreendimentos Econômicos Solidários

EAF – Entidades de Apoio e Fomento

FBES - Fórum Brasileiro da Economia Solidária

FEPS - Fórum de Economia Popular Solidária do Espírito Santo

FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

GTBrasileiro - Grupo de Trabalho Brasileiro da Economia Solidária

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IQU - Índice de Qualidade Urbana

ITCPs - Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares

LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação

MPF – Ministério Público Federal

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego

OCB - Organizações das Cooperativas Brasileiras

OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

PMV - Prefeitura Municipal de Vitória

SEAGRI - Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária

SEBRAE - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SECRI - Serviço de Engajamento Comunitário

SIES - Sistema Nacional de Informações da Economia Solidária

SENAES - Secretaria Nacional de Economia Solidária

SPC - Serviço de Proteção ao Crédito

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- O Campo da Economia Solidária no Brasil ............................................... 34

Tabela 1 - Áreas e população dos bairros de Vitória nos anos de 1991 e 2000,por Região Administrativa ........................................................................................ 40

Tabela 2 - Melhores e piores bairros segundo os resultados do IQU/Período1991 e 2000 .............................................................................................................. 41

Figura 2 – Estrutura Organizacional do ARTIDEIAS ................................................ 43

Gráfico 1 - Sexo ........................................................................................................ 53

Gráfico 2 - Faixa etária ............................................................................................. 53

Gráfico 3 - Grau de Escolaridade ............................................................................. 54

Gráfico 4 – Bairro ..................................................................................................... 54

Gráfico 5 - Tempo de moradia .................................................................................. 55

Gráfico 6 - Estado civil .............................................................................................. 55

Gráfico 7 - Posição do entrevistado em relação ao chefe do domicílio .................... 56

Gráfico 8 - Total de membros da família .................................................................. 56

Gráfico 9 - Tipo de moradia ..................................................................................... 57

Gráfico 10 -. Abastecimento de água ....................................................................... 57

Gráfico 11 - Tipo de pavimentação .......................................................................... 58

Gráfico 12-. Empregabilidade por membro de família ............................................. 59

Gráfico 13 – Tipo de contrato trabalhista por membro de família ............................ 59

Gráfico 14 – Renda mensal familiar ......................................................................... 60

Gráfico 15 – Renda mensal individual ...................................................................... 61

Gráfico 16 – Opções de maior peso no orçamento familiar ..................................... 61

Gráfico 17 – Como vive durante o mês .................................................................... 62

Gráfico 18 – Como foi gasto o dinheiro do empréstimo ........................................... 63

Gráfico 19 – Conseguiu quitar o empréstimo ........................................................... 64

Gráfico 20 - Como você percebe o empréstimo do Banco Bem .............................. 65

Gráfico 21 – Dificuldade na aquisição do empréstimo ............................................. 67

Gráfico 22 – Decisão do empréstimo ....................................................................... 68

Gráfico 23 – Prefere comprar fiado ou com a Moeda Bem ...................................... 69

SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO .................................................................................................... 18

2 - CONCEITUANDO A ECONOMIA SOLIDÁRIA .................................................. 23

3- O OBJETO: A MOEDA DO BANCO BEM DE SÃO BENEDITO ........................ 40

3.1 - CONTEXTUALIZAÇÃO DO BAIRRO ............................................................... 40

3.2 - O BANCO BEM ................................................................................................ 44

3.3 - A MOEDA ......................................................................................................... 47

4 - TRAÇANDO O PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS TOMADORES

DE EMPRÉSTIMOS DA MOEDA BEM ................................................................... 52

5 – ANALISANDO RESULTADOS SOCIAIS A PARTIR DO USO DA

MOEDA BEM ........................................................................................................... 63

6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 71

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 76

ANEXOS .................................................................................................................. 80

ANEXO A - ............................................................................................................... 81

ANEXO B - ............................................................................................................... 88

ANEXO C - ............................................................................................................... 94

ANEXO D - ............................................................................................................... 97

ANEXO E - ............................................................................................................... 98

ANEXO F - ............................................................................................................... 99

1 – INTRODUÇÃO

O presente trabalho trata da Economia Solidária cujo fortalecimento se deu nas últimas

décadas. A acentuada crise estrutural do mercado de trabalho, ocasionada pelo desemprego

em massa, agravou-se mais com a abertura do mercado interno às importações, é nesta

conjuntura, que a Economia Solidária ressurge como reação dos movimentos sociais às crises

instauradas nas relações de trabalho.

Atualmente, evidencia-se a emergência deste novo modo de organização econômica, cujas

práticas são pautadas nas relações de colaboração solidária e auto-gestão, na democracia e no

respeito ao meio ambiente. Em função desse quadro ganha força o debate sobre os impactos

socioeconômicos resultantes da Economia Solidária, que envolve uma diversidade de práticas

econômicas e sociais organizadas sob a forma de: cooperativas, associações, empresas

autogestionárias, redes de cooperação, complexos cooperativos, entre outros, que realizam

atividades de produção de bens, prestação de serviços, finanças solidárias, trocas, comércio

justo e consumo solidário.

Não obstante a sua importância política, social e econômica, a economia solidária que surge

como uma economia voltada para os segmentos mais pobres da sociedade e trabalhadores em

geral, conquistou espaços públicos importantes. Sua magnitude e complexidade já podem ser

vistas, não como experiências isoladas e passageiras dentro do capitalismo, mas como uma

nova ideologia de desenvolvimento sustentável, que possa vir a ser uma política pública de

geração de trabalho e renda aos trabalhadores excluídos do mercado formal.

Neste sentido e, por tudo já exposto, entende-se que o presente projeto tem sua relevância em

três dimensões: acadêmica, social e profissional. Do ponto de vista acadêmico a economia

solidária é um tema bastante atual e legítimo, seu fortalecimento está intimamente ligado,

tanto à atual conjuntura econômica brasileira quanto ao contexto das contradições da

sociedade capitalista, que reside na produção coletiva de riqueza e sua apropriação privada.

Por interesse profissional e pessoal entende-se ser a escolha desse tema significativa, pelo

histórico de vida e de moradia das integrantes do grupo que lhes propiciou uma aproximação

com as práticas de Economia Solidária, despertando nestas o interesse em trabalhar

profissionalmente com o desenvolvimento local.

Sua relevância para a sociedade se justifica pela aproximação com os movimentos sociais e

com a forte presença da exclusão socioeconômica, neste contexto a economia solidária ganha

um novo significado, o de geração de trabalho e renda e inclusão social, além de repensar a

economia sob a ótica do trabalho coletivo. Pois a economia solidária envolve a construção

coletiva de saberes e práticas de trabalhadores, em sua maioria, de baixa escolaridade.

Configura-se num movimento social à medida que emana da vontade do povo, da articulação

comunitária com o intuito de criar soluções próprias, para prover suas necessidades locais.

A presente pesquisa terá como foco o Banco Bem, localizado no bairro de São Benedito em

Vitória, criado pelos associados da Artidéias, que desde 2005 propõe uma nova alternativa de

crédito para os moradores das três comunidades inseridas em sua área de abrangência – São

Benedito, Penha e Itararé. Trata-se de uma instituição comunitária que concede o crédito à

população e cujo objetivo é o de promover o desenvolvimento de empreendimentos solidários

que gerem trabalho e renda para a própria comunidade, contribuindo para o enfrentamento da

pobreza e incentivando o desenvolvimento local. Ainda em 2005, o Banco Bem lançou o

Projeto da Moeda Social Circulante (Moeda Bem), esta moeda circula apenas nas

comunidades inseridas em sua área de abrangência, como forma de dinamizar a economia

local, e já conquistou reconhecimento e credibilidade junto à população.

Como já mencionado as ações do Banco Bem estão voltadas para o microcrédito, disponível

em três linhas - estipuladas a partir das necessidades da população e do objetivo do Banco - o

empréstimo produtivo voltado para o fomento de novos empreendimentos e/ou ampliação de

negócios já existentes, o empréstimo habitacional para reforma de moradias e o empréstimo

de consumo, como o próprio nome já diz é voltado para as necessidades de consumo da

população e que é o único cedido em Moeda Bem, sendo, portanto, objeto desta pesquisa.

Dentro dessa análise, o estudo pretende identificar se os empréstimos de consumo, concedidos

em Moeda Bem refletem mudanças positivas na vida socioeconômica dos tomadores de

empréstimos.

A metodologia adotada para a realização dessa pesquisa compreende uma abordagem

quantitativa e qualitativa para a pesquisa de campo e qualitativa para a entrevista com

funcionários do Banco Bem. Trata-se de uma pesquisa descritiva quanto aos fins; e pesquisa de

campo, bibliográfica e de estudo de caso, quanto aos meios.

No que concerne aos tomadores de empréstimos de consumo, a população do universo de

estudo, foi calculada em 32 pessoas, entre empréstimos concedidos de outubro de 2005 a

maio de 2007. A amostra entrevistada equivaleu a 50% desta população, o que corresponde a

16 pessoas, escolhidas através do cadastro de clientes do Banco Bem, de acordo com a

possibilidade de serem encontradas durante os meses de julho a outubro, período em que

realizamos as entrevistas. O grupo tentou localizar todos os tomadores de empréstimos no

período, porém não foi possível Os entraves encontrados em localizar os potenciais

entrevistados deveram-se basicamente ao grande contingente de tomadores de empréstimos

que não possuíam telefone tendo em vista a constante troca de telefones celulares por parte

dos usuários, a ausência em suas casas durante o dia por razão de trabalho, além de 03 destes,

terem mudado para o interior do estado e um caso de falecimento. Ressaltamos, pois, que a

amostra possui este relevante viés.

Preliminarmente a pesquisa com os tomadores de empréstimos de consumo foi aplicado um

questionário semi-estruturado com fim exploratório para compreender a funcionalidade desta

instituição junto à equipe de funcionários do Banco Bem.

Quanto ao método de levantamento de dados, considerou-se a entrevista pessoal como a

melhor alternativa para obtenção dos resultados pretendidos. As entrevistas foram realizadas

de acordo com os dois tipos de questionário semi-estruturado (Anexos A e B) com pergunta

abertas e fechadas: um para os tomadores de empréstimos de consumo e outro para os

funcionários do Banco Bem, que nos permitiu a obtenção de dados quantitativos via

instrumentos próprios, e também, uma melhor percepção do ambiente. As entrevistas foram

individuais, concebidas no local de residência do entrevistado e os questionários foram

preenchidos pelo entrevistador, com duração média de 40 minutos, e sempre que possível, as

entrevistas foram gravadas.

Para a pesquisa bibliográfica, foram selecionados autores que são protagonistas da discussão

sobre economia solidária no Brasil, por meio de pesquisas em livros e trabalhos científico-

acadêmicos, bem como em suas referências, em citações de Encontros, Fóruns de Economia

Solidária do Espírito Santo e por meio de sugestões obtidas com professores do curso de

Serviço Social.

Em relação ao tratamento dos dados, tabulou-se os dados coletados na pesquisa de campo em

planilhas do Excel, quando se tratavam de perguntas fechadas e as perguntas abertas foram

tabuladas na forma de listas, descritas conforme a fala do entrevistado. Os dados das

entrevistas com funcionários foram transcritos e utilizados na construção do capítulo três.

Vale ressaltar ainda que em função do tamanho diminuto da amostra, todas as figuras expõem

não apenas os valores relativos (%), mas também os valores absolutos.

O objetivo desta pesquisa é relatar os resultados sociais a partir do uso da Moeda Bem.

Inicialmente, o capítulo 1, introdução, reporta-se ao esclarecimento das causas que

despertaram o interesse por este campo de estudo e a sua relevância para o campo do saber e

para a sociedade, bem como apresenta a organização geral do presente trabalho.

No capítulo 2 subseqüente, foi realizada uma revisão da literatura relacionada ao tema em

estudo, abordando as múltiplas nomeações atribuídas à Economia Solidária.

O capítulo 3 descreve o histórico e o funcionamento atual da Moeda Bem sendo

complementado com uma pequena exposição sobre o histórico e perfil das moedas. Este

capítulo, também, traz uma breve caracterização do Bairro onde o Banco Bem está localizado.

Por sua vez, o capítulo 4 traça o perfil socioeconômico dos tomadores de empréstimos da

moeda Bem a partir de uma pesquisa descritiva quantitativa e qualitativa.

Por fim, os resultados sociais a partir do uso da Moeda Bem são analisados no capitulo 5.

E o capítulo 6 conclui com as principais considerações desenvolvidas a partir desta pesquisa.

2 - CONCEITUANDO A ECONOMIA SOLIDÁRIA

Para falar de Economia Solidária no Brasil faz-se necessário resgatar o histórico das

condições socioeconômicas e políticas vivenciadas nos últimos anos, destacando-se a crise

estrutural do mercado de trabalho.

As décadas de 80 e 90, no Brasil, configuraram-se num período marcado pela precarização do

trabalho, reestruturação produtiva e desigualdades de distribuição de renda.

No Brasil, a intensificação do processo de reorganização da produção e do trabalho chamada

de reestruturação produtiva, associada à implementação de políticas denominadas neoliberais,

com restrição de crédito e equilíbrio orçamentário implicando na abertura comercial, reduziu

expressivamente os postos de trabalho formais, como afirma o artigo:

Nos anos 90, a adoção de políticas de corte neoliberal, que promoveram a aberturacomercial e a internacionalização da economia, aprofundou o processo deintrodução de inovações tecnológicas e de novos métodos de gestão da força detrabalho. Acrescentam-se a isso, mais recentemente, as tentativas dedesregulamentação do mercado de trabalho, principalmente mediante a

flexibilização dos contratos. Este conjunto de transformações teve comoconseqüências sociais importantes a precarização e informalização do trabalho e ocrescimento do desemprego, que ampliaram a fragmentação dos coletivos detrabalhadores e tiveram forte impacto sobre as relações de trabalho e sobre asorganizações sindicais. (ARAÚJO, CARTONI, JUSTO, 2001, p. 01).

É neste contexto, como afirma Singer (2000), que a Economia Solidária ressurge -

principalmente na perspectiva do cooperativismo - como reação dos movimentos sociais às

crises instauradas nas relações de trabalho, ocasionadas pelo desemprego em massa, que

sofrem um agravamento com a abertura do mercado interno às importações no início da

década de 90.

A diminuição dos postos de trabalho formais abre terreno para a criação de novas formas de

organização do trabalho, é nesse momento que (re)surgem as primeiras experiências em

economia solidária com base na associação coletiva e auto-gestão. Singer, citado por Chaves e

Pinto (2007), enfatiza que a combinação entre força de trabalho excedente e um conjunto de

militantes sociais críticos e engajados tem possibilitado avanços importantes no âmbito da

economia solidária.

Contudo, como afirma Chaves e Pinto (2007, p. 61), as experiências coletivas de

trabalhadores, agrupados sob a forma de gestão diferenciada e democrática, não são recentes,

decorrem do pensamento cooperativista ou cooperativismo que surgiu no século XIX, na

Inglaterra, como resultado das lutas operárias que aconteceram após a 1ª Revolução

Industrial, e dos precursores do socialismo utópico, dentre eles Charles Fourier (1772-1827),

Conde de Saint Simon (1760-1825), Philip Burchez (1796-1865), Louis Blanc (1812-1882) e

Robert Owen (1771-1858), que é considerado o pai do cooperativismo

O inglês Robert Owen foi um dos ideólogos e militante desse novo modelo de organização do

trabalho, sua contribuição ao cooperativismo pode ser observada em três etapas: na primeira

Owen organizou uma indústria de tecidos, oferecendo participação nos lucros aos seus

operários, promovendo a organização de serviços comunitários de educação, saúde e

assistência social; no segundo Owen criou uma colônia, onde, sob o regime coletivista,

pretendia harmonizar a agricultura e a indústria, a fim de demonstrar que se poderia acabar

com o pauperismo, eliminando-se o assalariado, contudo diferentemente da sua primeira

experiência em que reforçara a causa final, a idéia de lucro, da vantagem imediata e direta,

proporcional ao trabalho de cada um, aqui ele anulava completamente essa força, com o

agravante de não substituí-la por nenhuma outra, em que pese o alto nível de compreensão

dos componentes do grupo, o resultado desta segunda experiência foi um fracasso; e a terceira

etapa compreende a Cooperativa de Rochdale, em que um grupo de tecelões, sob a liderança

de Owen, implementou o cooperativismo, sob a forma de organização sócio-econômica.

(GUAZZI, 1999)

De acordo com a Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (SEAGRI, 2007) foi

na Inglaterra que surgiu a primeira cooperativa formal de consumo denominada “A Sociedade

dos Pioneiros Eqüitativos”, também conhecida como Cooperativa de Rochdale, fundada em

1844, na cidade de mesmo nome, criada por 28 tecelões. Singer (2000) aponta que os

princípios estabelecidos e seguidos pelos pioneiros de Rochdale correspondem a: (a) gestão e

controle democrático dos sócios (1 membro, 1 voto); (b) adesão livre e aberta dos sócios

(vínculo aberto e voluntário); (c) igualdade na participação econômica; (d) distribuição das

sobras e juros entre os sócios proporcional as compras feitas na cooperativa; (e) vendas

somente à vista; (f) Produtos de qualidade; (g) educação, treinamento e informação; (h)

Autonomia e independência em relação ao Estado e a outras organizações. São princípios

observados até hoje:

Com ela (Cooperativa de Rochdale) nascem os fundamentos da doutrinacooperativista vigentes ainda hoje, pautados nos princípios morais e de conduta, queorientaram a estrutura e as regras gerais que regulamentaram seu funcionamento,conhecido como o Estatuto da Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale.(CULTI, 2002, p. 06)

O exemplo de Rochdale se irradiou pela Inglaterra e mais tarde por outros países, tanto que no

mesmo período, surgem iniciativas de cooperativismo na França incentivadas pelas teorias de

Charles Fourier e Pierre Proudhon, e levando à criação de novas cooperativas, com diversas

tipologias: cooperativas de consumo que são aquelas cujas atividades consistem em formar

estoques de bens de consumo para distribuição ao seu quadro social, em condições mais

vantajosas de preço; cooperativas de créditos são as que reúnem poupanças de seus

cooperados para benefício destes, realizando empréstimos aos mesmos a juros mais baixos

que os praticados pelos bancos comerciais, cooperativas de produção são aquelas em que os

meios de produção, explorados pelos associados, pertencem à cooperativa; e etc. (BRASIL,

2007.)

No Brasil, a criação de cooperativas remonta aos anos 70, porém ficaram restritas a certos

segmentos da economia, como o setor rural, por exemplo. A partir dos anos 80, período

marcado pela redemocratização do Brasil, como mencionado anteriormente, inicia-se um

intenso movimento reacionário ao contexto sócio-político e econômico do País.

Nesta perspectiva, a economia solidária retoma a idéia de enfrentamento à falta de trabalho, e

ressurge como um movimento social que apresenta alternativas de organização do trabalho e

formas mais solidárias de produzir e distribuir bens e serviços, se reconstruindo a partir das

iniciativas da sociedade civil, nos bairros, municípios, estados, etc.

Assim, emergem diversas formas de economia popular como alternativa a precarização do

trabalho. Também se manifestam diversas formas de economia solidária como uma nova

proposta de organizar a economia e a sociedade em torno da convicção de que outra economia

é possível.

Alguns autores consideram que a economia solidária não é, no todo, um fenômeno emergente,

visto que, muitas das suas expressões se configuram em práticas muito antigas em nossa

sociedade, porém, nos dias atuais, existem inúmeras formas de produção não-capitalistas,

sendo comum associá-las a economia solidária. No entanto como afirma Mance (2002, p. 01)

“[...] o termo economia solidária abarca muitas práticas econômicas e não há um consenso

fechado sobre o seu significado”.

Segundo Cattani (2003, p. 234) existem diversos nomes para a economia solidária:

Por trás da diversidade de conceitos que visam instituir novos modos de organizaçãodo trabalho e da produção – economia social, economia de proximidade, economiasolidária ou de solidariedade, socioeconomia solidária, economia social,humanoeconomia, economia popular, economia do trabalho, economia do trabalhoemancipado, colaboração solidária – existe uma busca comum de se recuperar osentido original do vocábulo economia, que em grego significa a gestão, o cuidadoda casa.

Para França Filho e Laville (2006, p. 58) a economia popular diz respeito a um conjunto de

atividades de produção, comercialização ou prestação de serviços efetuados coletivamente

pelos grupos populares, principalmente no interior de bairros pobres e marginais das grandes

cidades latino-americanas. Os autores enfatizam que são as “relações de reciprocidade”

construídas no cotidiano que fundamentam as práticas desta economia.

Conforme Razeto (1993) citado por Singer e Souza (2000, p. 242) “nem toda economia

popular é solidária e nem toda economia solidária é popular”. A autora aponta que a economia

popular é composta, não simultaneamente, por cinco tipos de atividades e empreendimentos:

(a) Soluções assistenciais (Ex: Programas Oficiais de assistência); (b) Atividades ilegais e

com pequenos delitos (Ex: venda de drogas); (c) Iniciativas individuais não estabelecidas e

informais (Ex: camelôs); (d) Microempresas e pequenas oficinas e negócios de caráter

familiar, individual ou de dois ou três sócios (Ex: associativismo); (e) Organizações

econômicas populares, que buscam de formas coletivas e solidárias, resoluções imediatas para

seus problemas, seja social, cultural, econômico entre outros (Ex; geralmente surgidos de

paróquias, sindicatos, etc.). Nesta perspectiva a autora compreende que nem todas as

atividades desenvolvidas na economia popular têm o caráter solidário, uma vez que tem como

objetivo possibilitar a subsistência dos que a praticam, enquanto que a economia solidária está

ligada a uma ideologia de reciprocidade de lucros e benefícios, do bem-viver coletivo.

A economia popular surge nas camadas mais humildes, de pessoas excluídas do mercado

formal de trabalho, como forma de sobrevivência, ou seja, o termo economia popular se refere

“à economia espontânea daqueles e daquelas que não encontram lugar no mercado de

trabalho e tomam iniciativas econômicas voltadas para garantir a sobrevivência física própria

e de suas famílias”. (ARRUDA, 2006, p. 03)

Quanto à economia informal, (que pode ser tomada como sinônimo da economia popular),

França Filho e Laville (2006, p. 59) dizem que:

Esta compreende, sobretudo, iniciativas individuais, sem relação com tradiçõeslocais nem com laços comunitários específicos. [...] representa uma espécie desimulacro das práticas mercantis oficiais, pois se trata de reproduzir tais atividadesmercantis e a lógica que as acompanha, porém, sem adoção do registro legal.

Gaiger (2007, p. 02), em seu artigo “Uma questão de competências, de concorrência... ou de

projetos?” afirma que a economia solidária “nasceu de um outro lugar social na sociedade e

no mundo econômico; por conseguinte, a partir de outro ponto de vista.” Contudo, resta-lhe,

nos dias atuais, “resgatar tais valores para atualizar a fidelidade a seu projeto”. Segundo o

autor essa nova economia foi “banalizada sob o rótulo de economia informal”, por suas

condições de subalternidade e precariedade. Sob esta ótica, salientamos que Gaiger não

compreende a economia solidária como sendo economia informal, e dá preferência ao

primeiro termo em detrimento do segundo.

Em relação à “economia social”, Guélin (1998) citado por Lechat (2002, p. 124) salienta que

este conceito, que foi o primeiro termo a surgir (e que se aproxima da noção atual da

economia solidária) aparece “no final do primeiro terço do século XIX como uma outra

maneira de fazer da Economia Política”, segundo o autor, economia social, ou “ économie

sociale”, não é um termo de fácil definição, pois, ao longo de um século e meio, já assumiu

diversas conotações. Atualmente, o autor a define como:

[...] composta por organismos produtores de bens e serviços, colocados emcondições jurídicas diversas no seio das quais, porém, a participação dos homensresulta de sua livre vontade, onde o poder não tem por origem a detenção do capitale onde a detenção do capital não fundamenta a aplicação dos lucros. (GUÉLIN,1998 apud LECHAT 2002, p. 125)

Houtart (2001) citado por Cattani (2003, p. 235) identifica dois sentidos para o termo

economia social: “(a) um seria o de indicar a existência de um setor ou dimensão da economia

que deve estar voltada para o social; (b) O outro seria uma economia comprometida com as

necessidades sociais e humanas, ou seja, uma economia que atenda as demandas da

reprodução - reprodução simples relacionada a sobrevivência, e reprodução ampliada da vida

no que tange o bem-viver individual, comunitário e social”.

A economia social pode ser compreendida como “o setor da economia de um país que não é

estatal nem privada.” (ARRUDA, 2006, p. 04)

Para Arruda “O termo socioeconomia solidária equivale a economia solidária, tendo como

única diferença a ênfase no sentido social que deve ter a verdadeira economia – aquela que é

fiel ao seu sentido etimológico – [...].” (CATTANI, 2003, p. 232)

Arruda entende a socioeconomia como:

[...] Proposta de fazermos uma economia a serviço do social, do humano, capaz decriar e distribuir produtos necessários, mais que à sobrevivência, à vida humana, deforma ampla e satisfatória. Bem estar e satisfação para todas e todos, que nospermitem dispor de tempo e energia para desenvolvermos nossas capacidades epotenciais superiores de seres humanos. (ARRUDA, 2000, p. 03)

Segundo Pacs e Casa (1998) os que utilizam o termo socioeconomia solidária, entendem esta,

como sendo a que melhor identifica o real objetivo da atividade econômica, que é o cuidar da

casa e dos seus habitantes, além de conferirem o valor central do conceito e da sua prática.

(in: CATTANI, 2003)

A economia plural é também um conceito constantemente relacionado à economia solidária,

caracteriza-se por ser "[...] uma economia que admite uma pluralidade de princípios do

comportamento econômico”. (FRANÇA FILHO; LAVILLE, 2006, p. 115)

O conceito de economia plural abrange as inúmeras formas de comportamento da economia,

assim Coraggio afirma que “o termo Economia Solidária que abrevia uma ampla variedade de

propostas e expectativas e deve permanecer plural, permitindo a experimentação responsável

na busca de novas formas de organização da produção e reprodução.” (SÉRIE SEMEANDO

SOCIOECONOMIA, 2003, p. 65)

O conceito de economia solidária veio a surgir na década de 90, como afirmam França Filho e

Jean-Louis Laville (2004, p. 109)

Enquanto conceito, o termo economia solidária elabora-se, portanto, no início dosanos 90 na França, fruto sobretudo das pesquisas desenvolvidas no Crida em Paris(Centre de Recherche et d’Information sur la Démocratie et l’Autonomie), sob acoordenação de Jean Louis Laville, visando exatamente dar conta da emergência edo desenvolvimento do fenômeno de proliferação de iniciativas e práticassocioeconomicas diversas, as chamadas iniciativas locais na Europa.(grifo nosso)

Contudo, na literatura brasileira o conceito de economia solidária, aparece pela primeira vez

em 1993 no livro Economia de Solidariedade e organização popular, organizado por Gaddoti,

em que o autor chileno Luis Razeto a descreve como:

[...] uma formulação teórica de nível científico, elaborada a partir e para dar conta deconjuntos significativos de experiências econômicas [...], que compartilham algunstraços constitutivos e essenciais de solidariedade, mutualismo, cooperação eautogestão comunitária, que definem uma racionalidade especial, diferente de outrasracionalidades econômicas. (RAZETO apud LECHAT, 2002, p.130)

Atualmente, o conceito de economia solidária, tem se expandido pelo Brasil, principalmente

nas últimas décadas, e partir da segunda metade dos anos 90, ganha visibilidade no setor

acadêmico. Hoje, existem diversos autores que trabalham a questão da economia solidária.

França Filho e Laville (2004, p. 118) definem a economia solidária “ c o m o c o n ju n to d e

a tiv id a d e s c o n trib u in d o p a ra a d e m o c ra tiz a ção d a e c o n o m ia a p a r tir d e e n g a ja m e n to s d e

c id a d a n ia [ .. .] ” . A c re sc e n ta m a in d a , q u e n o c a so b ra s ile iro a e c o n o m ia so lid ária é

u til iz a d a p a ra id e n tif ic a r a s d iv e rsa s in ic ia tiv a s d e g ru p o s so c ia is , q u e o rg a n iz a m c o m

b a se n a so lid a rie d a d e e n a d e m o c ra c ia , p a ra re a liz a re m a tiv id a d e s e c o n ôm ic a s , d e

e n fre n ta m e n to a su a s n e c e ss id a d e s lo c a is .

Mance (2002, p. 03) entende que a economia solidária também engloba a questão do

“financiamento” e em geral, associa-se a:

[...] práticas de consumo, comercialização, produção e serviços (entre os quais o definanciamento) em que se defendem, em graus variados, entre outros aspectos, aparticipação coletiva, autogestão, democracia, igualitarismo, cooperação eintercooperação, auto-sustentação, a promoção do desenvolvimento humano,responsabilidade social e a preservação do equilíbrio dos ecossistemas.

No âmbito do Sistema Nacional de Informações da Economia Solidária (SIES), “do governo

federal”, a Economia Solidária é compreendida como um “conjunto de atividades econômicas

– de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito – organizadas e realizadas

solidariamente por trabalhadores e trabalhadoras sob a forma coletiva e autogestionária”

(BRASIL, 2005).

A economia solidária apresenta práticas opostas ao capitalismo, visto que nesse sistema o

homem é o sujeito e finalidade da ação e não o lucro como no capitalismo, segundo a CNES:

A Economia Solidária se caracteriza por concepções e práticas fundadas em relaçõesde colaboração solidária, inspiradas por valores culturais que colocam o ser humanona sua integralidade ética e lúdica e como sujeito e finalidade da atividadeeconômica, ambientalmente sustentável e socialmente justa, ao invés da acumulaçãoprivada do capital. (CNES, 2006, p. 02)

O Fórum Brasileiro da Economia Solidária (FBES) entende que:

A economia solidária constitui o fundamento de uma globalização humanizadora, deum desenvolvimento sustentável, socialmente justo e voltado para a satisfaçãoracional das necessidades de cada um e de todos os cidadãos da Terra seguindo umcaminho intergeracional de desenvolvimento sustentável na qualidade de sua vida.(Carta de princípios, 2005).

A economia solidária abarca também o significado de geração de trabalho e renda e inclusão

social, além de repensar a economia sob a ótica do trabalho coletivo, conforme o Catálogo de

produtos publicado pelo Fórum de Economia Popular Solidária do Espírito Santo:

É um conjunto de atividades econômicas em que ocorre a propriedade coletiva dosmeios de produção organizados sob forma de gestão coletiva e participativa, aexemplo de cooperativas populares, associações, empresas autogestionárias e gruposde trabalhos. Envolve a prestação de bens, prestação de serviços, finanças, trocas,comércio e consumo. (FEPS, 2005)

Observa-se entre os conceitos estudados que em geral o termo economia solidária se refere a

organizações que assumem os conceitos de solidariedade, autogestão, colaboração, como

princípios básicos para essa nova organização social e econômica. Além disto, está

intimamente ligada à geração de trabalho e renda, ou ligados diretamente a esses como as

cooperativas de consumo solidário e as cooperativas de crédito solidário, e os clubes de

trocas.

A Economia Popular e Solidária, por sua vez, retrata uma visão mais ampla, traduzindo uma

opção que o indivíduo faz por um modo de vida, pois refaz um projeto para a sociedade com

valores novos e distintos dos até então apresentados. Ela abrange as atividades que atuam na

economia popular e na economia solidária, concomitantemente, assumindo características

especificas dos dois conjuntos.

A partir dos conceitos acima citados, pode-se afirmar que a Economia Popular é distinta da

Economia Solidária, mesmo que possam interagir entre si. É possível identificar atividades da

economia popular que não são solidárias, como as cooperativas familiares de cunho

capitalista, como também são possíveis identificar ações da economia solidária que não são

populares como as organizações não-governamentais que trabalham no combate à fome, por

exemplo. Assim caracterizam-se como atividades econômicas classificadas como tendo

origem popular e solidária:

A Economia Popular Solidária surge a partir de iniciativas de base comunitária emgeral construídas por organizações vinculadas aos setores populares. Trata-se deatividades produtivas que tanto se inserem no Mercado quanto constituem redes decomercialização próprias (o Mercado Solidário). O campo da EPS, baseado napequena empresa comunitária, na agricultura familiar, no trabalho doméstico,autônomo, nas cooperativas e empresas autogestionárias, aos poucos supera odesafio do Mercado e viabiliza (e se viabiliza) sua competitividade no mesmo,constituindo-se como uma alternativa desde o interior das relações mercantis. Trata-se de um outro circuito econômico diferenciado do mercantil-capitalista e do estatal

no qual os pobres constroem suas próprias alternativas comunitárias de provisãomaterial da sua existência através de relações de solidariedade. (LISBOA apudBARCELLOS, 2000 p. 43)

A partir dos diversos conceitos estudados, evidencia-se uma incessante busca pela

estruturação do processo de economia solidária brasileira. Nota-se uma convergência de que a

economia solidária brasileira somente pode ser entendida, se restituída no panorama de uma

economia popular, porém, a proposta da economia solidária pretende ir além das

características próprias da economia popular. As iniciativas da economia popular solidária

não se limitam a esfera da chamada “reprodução simples”, elas estão mais direcionadas para a

“reprodução ampliada”, ou seja, sua ação abrange não apenas o nível da renda imediata, como

também, o nível mais geral, de reivindicação de direitos, ampliando sua ação ao espaço

publico, nas dimensões: social, econômica, política e cultural. Contudo a economia popular e

solidária abarca uma diversidade de princípios do comportamento econômico em seu

conceito, ainda em construção, que nesse ponto se assemelha ao conceito de economia plural,

porque admite o desenvolvimento de várias lógicas econômicas. (FRANÇA FILHO;

LAVILLE, 2006, p. 99)

A economia solidária emana do povo, ou seja, ela nasce da vontade do povo, e não pode

acontecer a partir de uma solidariedade forçada, “é popular” à medida que surge por iniciativa

própria da comunidade. Mas, como afirma Razeto citado por Barcellos (2000, p. 35) “nem

toda economia popular é solidária”, ou seja, o empreendimento pode ser popular, estar

organizado sob as formas comunitárias, cooperativas, associativas e autogestionárias, mas

fundamentar-se sob a lógica do capital; neste caso ela seria uma economia popular, mas não

solidária.

Também é possível identificar características da socioeconomia solidária na prática da

economia solidária, pois suas ações também giram em torno do social e do humano, à medida

que propõem uma racionalidade econômica voltada para o sujeito, enquanto principio e

finalidade da atividade econômica, “Só a economia solidária pode satisfazer efetivamente as

necessidades e realizar as os desejos e aspirações profundas dos seres solidários que somos”.

(CATTANI, 2003, p. 233).

Entretanto a economia popular e solidária não se assemelha a economia informal, pois esta se

refere a “sobrevivência”, a resolver as necessidades imediatas e, muitas vezes passageiras, até

que o individuo reencontre um lugar no mercado de trabalho, enquanto a economia popular

solidária propõe um novo modo de organização social. Como afirma Singer (2000, p. 13) “A

economia solidária surge como modo de produção e distribuição alternativo ao capitalismo,

criado e recriado periodicamente pelos que se encontram (ou temem ficar) marginalizados do

mercado de trabalho”. É possível relacionar a economia solidária à economia social no

sentido de que ambos nascem como uma iniciativa das classes trabalhadoras contra a miséria

e o desemprego. (LECHAT, 2002, p. 136)

Concebendo o sentido etimológico dos termos “economia” que em grego quer dizer “normas

da casa”; e “solidária”, que segundo Mance (2001, p. 17), “deriva de solidu, que quer dizer

algo forte, que dificilmente se deixa destruir por uma força externa”; o significado do termo

economia solidária, equivale às normas da casa que dificilmente se deixarão destruir por uma

força externa.

Para compreensão deste “novo” universo de práticas econômicas, França Filho e Laville

(2006, p. 60) verificam a necessidade de se fazer a distinção entre, pelo menos, três

modalidades principais que compõem o campo da economia solidária, que são: “os

empreendimentos econômicos solidários (EES), isto é, as iniciativas que operam a economia

solidária na ponta; as entidades de apoio e fomento (EAF) aos empreendimentos; e as formas

de auto-organização política.”, diante disto, será explicitado como se encontram estas

“modalidades principais” no atual contexto da economia solidária.

Cabe aqui ressaltar, a recente pesquisa denominada “Mapeamento da Economia Solidária”

realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), através da Secretaria Nacional de

Economia Solidária (SENAES), pela qual é possível verificar a expansão deste setor no país,

bem como os diversos atores inseridos neste contexto, conforme o Mapa -1:

Figura 1

O Campo da Economia Solidária no Brasil

FONTE: Atlas da economia solidária no Brasil

Atualmente os empreendimentos da economia solidária não se restringem a iniciativas

isoladas e fragmentadas, pelo contrário, cada vez mais assumem espaços de visibilidade no

setor econômico. A expressão dessa nova economia encontra-se presente em todos os

territórios brasileiros, evidenciando a concretização desta nova forma de produção e

distribuição, em grupos organizados solidariamente, formados por trabalhadores e

trabalhadoras marginalizados do mercado capitalista. (CHAVES; PINTO, 2007, p. 63)

Isso se deve muito ao trabalho das entidades de apoio, assessoria e fomento que contribuem

com a consolidação dos empreendimentos solidários. São “organizações que desenvolvem

ações nas varias modalidades de apoio direto junto aos empreendimentos econômicos

solidários, tais como: capacitação, assessoria, incubação, assistência técnica e organizativa e

acompanhamento”.(SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÃO EM ECONOMIA

SOLIDÁRIA, 2006, p. 02)

Estas organizações surgem a partir da década de 80, promovendo projetos alternativos

comunitários que auxiliavam grupos comunitários a desenvolverem-se coletivamente em

atividades econômicas. São formadas por organizações não-governamentais (ONGs), serviços

e entidades ligadas às igrejas, incubadoras universitárias (tecnológicas e de cooperativas

populares), como: Cáritas, Associação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de

Autogestão (ANTEAG), Central Única de Trabalhadores (CUT).

Neste âmbito das entidades de fomento, cabe destacar a atuação das Incubadoras

Tecnológicas de Cooperativas Populares (ITCPs), que segundo França Filho e Laville (2004,

p.156) “são entidades universitárias destinadas à incubação de cooperativas e a grupos de

produção associada [...]”, os autores acrescentam ainda que as ITCPs são constituídas por

equipes multidisciplinares compostas por: professores, alunos de graduação e pós-graduação e

funcionários, todos pertencentes às mais diversas áreas do saber. “Elas atendem grupos

comunitários que desejam trabalhar e produzir em conjunto, dando-lhes formação em

cooperativismo e economia solidária e apoio técnico, logístico e jurídico para que possam

viabilizar seus empreendimentos autogestionários.” (SINGER, 2002 apud FRANÇA FILHO e

LAVILLE, 2004, p. 157)

Quanto à auto-organização política França Filho e Laville (2006, p. 66) apontam que cada vez

mais os atores da economia popular e solidária buscam reconhecimento institucional,

acrescentam que “este movimento reivindica direitos, interroga as políticas públicas e

propõem outras.” Os autores evidenciam as redes e os fóruns como sendo as principais formas

de auto-organização política deste movimento.

As redes “consistem num associacionismo mais amplo, compreendendo certo número de

experiências concretas, assim como de organizações de fomento e apoio que compartilham

valores e regras comuns” (FRANÇA FILHO; LAVILLE, 2006, p. 67).

As redes nascem a partir das experiências da sociedade, um exemplo expressivo é a Rede de

Socioeconomia Solidária, criada em 2001, no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre.

Atualmente, a economia solidária tem se articulado em vários fóruns locais, regionais e

também no Fórum Brasileiro de Economia Solidária. França Filho e Laville (2006, p. 67)

definem os fóruns como sendo “espaços de reunião de atores, que supõe a participação de

representes de instituições públicas do Estado.”

Cabe aos fóruns intervir com mais força na construção de políticas públicas através do

encaminhamento de proposições, ou seja, os fóruns se configuram com espaços de

intermediação em relação ao Estado.

Em âmbito nacional, destacam-se algumas práticas de auto-organização da sociedade civil

como, por exemplo, a constituição do Grupo de Trabalho Brasileiro da Economia Solidária

(GT Brasileiro), constituído por organizações e redes de uma diversidade de práticas e

segmentos da economia popular solidária.

Em 2003, o Governo Federal, criou a Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES),

no mesmo ano foi criado o Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES) com a

incumbência de articular e mobilizar as bases da economia solidária pelo país, em torno de

uma Carta de princípios e uma Plataforma de Lutas, e de fazer a interlocução junto ao

governo, em especial junto à recém-criada SENAES.

Em junho de 2003, a III Plenária Nacional da Economia Solidária, após debates em 18 estados

brasileiros, aprovou a Carta de Princípios, contendo 3 partes distintas que se complementam:

a história e o momento atual; os princípios gerais; princípios específicos; o que a economia

solidária não é. Assim, os princípios gerais de que regem a economia solidária, são:

I. A valorização social do trabalho humano;

II. A satisfação plena das necessidades de todos como eixo da criatividade tecnológica e

da atividade econômica;

III. O reconhecimento do lugar fundamental da mulher e do feminino numa economia

fundada na solidariedade,

IV. A busca de uma relação de intercâmbio respeitoso com a natureza;

V. Os valores da cooperação e da solidariedade;

VI. O valor central da economia solidária é o trabalho, o saber e a criatividade humanos e

não o capital-dinheiro e sua propriedade sob quaisquer de suas formas;

VII. A Economia Solidária representa práticas fundadas em relações de colaboração

solidária, inspiradas por valores culturais que colocam o ser humano como sujeito e

finalidade da atividade econômica, em vez da acumulação privada de riqueza em geral

e de capital em particular;

VIII. A Economia Solidária busca a unidade entre produção e reprodução, evitando a

contradição fundamental do sistema capitalista, que desenvolve a produtividade, mas

exclui crescentes setores de trabalhadores do acesso aos seus benefícios;

IX. A Economia Solidária busca outra qualidade de vida e de consumo, e isto requer a

solidariedade entre os cidadãos do centro e os da periferia do sistema mundial;

X. Para a Economia Solidária, a eficiência não pode limitar-se aos benefícios materiais de

um empreendimento, mas se define também como eficiência social, em função da

qualidade de vida e da felicidade de seus membros e, ao mesmo tempo, de todo o

ecossistema;

XI. A Economia Solidária é um poderoso instrumento de combate à exclusão social, pois

apresenta alternativa viável para a geração de trabalho e renda e para a satisfação

direta das necessidades de todos, provando que é possível organizar a produção e a

reprodução da sociedade de modo a eliminar as desigualdades materiais e difundir os

valores da solidariedade humana.

Por fim os empreendimentos econômicos solidários, que num verdadeiro polimorfismo, se

organizam de inúmeras formas como: cooperativas, associações, empresas autogestionárias,

entre outros, que realizam atividades de produção de bens, prestação de serviços, finanças

solidárias, trocas, comércio justo e consumo solidário. E apesar desta heterogeneidade, nestes

empreendimentos, as relações de práticas solidárias se fundamentam em princípios de

participação, autogestão, democracia, igualitarismo, cooperação, autosustentabilidade,

desenvolvimento humano, responsabilidade social e a preservação do meio ambiente.

Assim, dentre estas inúmeras expressões da Economia Solidária no Brasil, destacam-se as

perspectivas complementares da produção, da comercialização e do consumo.

No âmbito da produção, a Economia Solidária tem como principal expressão o

cooperativismo, que é entendido pelas Organizações das Cooperativas Brasileiras (OCB)

como “associação autônoma de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer

aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa

de propriedade coletiva e democraticamente gerida.”

Assim, a Economia Solidária melhora para o cooperador as condições de trabalho, mesmo

quando estas continuam deixando muito a desejar. Afinal de contas, assumir o poder de

participar das decisões e, portanto de estar informado a respeito do que acontece e que opções

existem é um passo importante para a redenção humana do trabalhador.

A autogestão duma empresa solidária é – ou deveria ser – totalmentediferente da gestão capitalista, primeiro porque os conflitos entre interessesseccionais deve ser muito menor, segundo porque podem ser travadosabertamente e resolvidos por negociações em que todos tomam parte.Numa empresa solidária todas as informações relevantes estão disponíveisaos interessados. (SINGER; SOUZA, 2000, p. 20)

Outro exemplo expressivo, no universo da prática de comercialização solidária, relacionado

ao domínio do que poderíamos chamar de uma economia sem dinheiro, são os sistemas de

trocas locais, mais conhecidos pela expressão “ clubes de trocas”.

Estes consistem numa associação de pessoas (ao mesmo tempoprodutores e consumidores individuais) cuja finalidade é intercambiar bens eserviços sem recurso a uma lógica mercantil e adotando-se, na maioria doscasos, moedas sociais como instrumento regulação das relações de troca.(FRANÇA FILHO; LAVILLE, 2006, p. 62)

Para Melo Neto (2003) o clube de trocas é uma articulação entre produtores, prestadores de

serviços e consumidores do bairro, que se reúnem semanalmente para trocarem seus bens e

serviços utilizando moeda social.

Nem todos os clubes de troca adotam moeda fictícia. Tais práticas alimentam a proliferação

de um circuito de trocas não monetárias cujo fundamento é uma lógica de dádiva, ou seja, o

objetivo das trocas é, para além da satisfação utilitária dos bens ou serviços, fortalecer ou criar

vínculos sociais entre as pessoas envolvidas.

O presente trabalho tem como foco os tomadores de empréstimos em Moeda Bem, que é uma

das práticas de Economia Solidária, que se insere no âmbito da comercialização e das finanças

solidárias. Neste universo, da prática da comercialização solidária, existem também outros

exemplos dignos de nota como já citados anteriormente como os Clubes de Trocas e as Feiras

Solidárias, não sendo objeto deste trabalho.

A tendência pelo desenvolvimento de Cadeias Produtivas Solidárias que articulam em

diferentes esferas na Economia Solidária permite articular solidariamente os diversos elos de

cada cadeia produtiva, em rede de agentes que se apóiam e se complementam, ou seja, o

consumo solidário com a produção, a comercialização e as finanças, de modo orgânico e

dinâmico e de nível local até global. A Economia Solidária amplia as oportunidades de

trabalho e intercâmbio para cada agente sem afastar a atividade econômica do seu fim

primeiro, que é responder as necessidades produtivas e reprodutivas da sociedade e dos

próprios agentes econômicos.

Nesse trabalho será analisado um dos instrumentos desta cadeia, que é a Moeda Solidária,

tendo como especificidade a realidade dos tomadores de empréstimo em Moeda Bem.

3 – O OBJETO: A MOEDA DO BANCO BEM DE SÃO BENEDITO

3.1 – CONTEXTUALIZAÇÃO DO BAIRRO

O Bairro São Benedito é um morro que se localiza na periferia de Vitória, ocupa uma área de

196.747,70 m2, com uma população de aproximadamente 1.365 pessoas, e um total de 331

domicílios, segundo dados do Índice de Qualidade Urbana (IQU), 2000. (Tab.1)

Tabela 1 – Áreas e população dos bairros de Vitória nos anos de 1991 e 2000, por Região Administrativa

Bairros por RegiõesAdministrativas

Área (m²) População(1991)

População(2000)

Variação(absoluta) nºpopulação

Variação (%) nºpopulação

RA4 – MARUÍPEAndorinhas 137.387,30 1.973 2.113 140 7,10%Da Penha 256.751,40 5.649 6.650 1.001 17,72%Bonfim 358.995,60 7.226 8.594 1.368 18,93%Itararé 493.467,70 6.877 7.585 708 10,30%Joana D’arc 1.087.895,00 2.315 2.486 171 7,39%Maruípe 331.633,00 4.063 3.911 (152) -3,74%Santa Cecília 455.874,10 1.472 1.363 (109) -7,40%Santa Martha 513.805,80 6.112 6.913 801 13,11%Santos Dumont 125.878,30 2.011 1.940 (71) -3,53%São Benedito 196.747,70 2.006 1.365 (641) -31,95%

São Cristóvão 422.169,30 3.755 4.059 304 8,10%Tabuazeiro 1.290.912,00 5.007 6.305 1.298 25,92%

5.671.517,20 48.466 53.284 4.818 9,94%Fonte: IBGE (2000); IBGE (1991); SEDEC/DI/INF (2003) e SEDEC/DIT/INF (2004)

Segundo relatos de alguns moradores antigos a comunidade de São Benedito, faz parte de um

bairro que foi criado há mais de 40 anos, na área de uma propriedade denominada Fazenda

Maruípe, que atualmente, compreende além de São Benedito (Morro Grande) o bairro da

Penha. A ocupação se deu principalmente através de mobilizações populares apoiadas pelo

sargento Ascendino Fagundes de Aguiar o “Carioca”, na época, líder popular da comunidade,

que junto dos moradores abriu as ruas do bairro à noite, organizado sob a forma de mutirões e

iluminados a luz do lampião.

Atualmente evidencia-se um baixo índice na qualidade de vida da população residente neste

bairro, de acordo com o Segundo relatório da Prefeitura Municipal de Vitória, IQU, o bairro

ocupou o 79º lugar entre os bairros de Vitória no ranking do melhores e piores bairros

segundo os resultados do IQU (Tab. 2).

Tabela 2 – Melhores e piores bairros segundo os resultados do IQU/Período 1991 e 2000Melhores bairros 1991 Ranking 2000 Ranking Piores bairros 1991 Ranking 2000 RankingP. Santa Helena 0,80 6 0,84 1 São Benedito 0,23 75 0,20 79Mata da Praia 0,85 3 0,83 2 Conquista 0,11 78 0,22 78Ilha do Frade 0,89 2 0,81 3 Ilha das Caieiras 0,34 60 0,29 77Praia do Canto 0,84 4 0,80 4 Piedade 0,36 56 0,30 76Ilha Bela 0,89 1 0,80 5 Fonte Grande 0,39 50 0,34 75Jardim da Penha 0,79 7 0,79 6 Santos Reis 0,24 74 0,34 74Barro Vermelho 0,75 10 0,78 7 Nova Palestina 0,06 79 0,36 73Santa Lúcia 0,75 11 0,77 8 Gurigica 0,25 70 0,36 72Enseada do Suá 0,80 5 0,75 9 Resistência 0,12 77 0,37 71Bento Ferreira 0,76 9 0,75 10 Jesus de Nazareth 0,34 59 0,37 70Parque Moscoso 0,77 8 0,74 11 Santo André 0,25 73 0,42 65

São José 0,25 72 0,42 64Grande Vitória 0,25 71 0,44 57Redenção 0,22 76 0,40 68

Fonte: IBGE (2000); IBGE (1991); SEDEC/DIT/INF (2003) e SEDEC/DIT/INF (2004)

É interessante ressaltar que uma das características atuais deste bairro é a força de seu

trabalho em cooperativas cuja mobilização iniciou por meio de cursos oferecidos pelo

Instituto C&A, para adolescentes da ONG denominada Serviço de Engajamento Comunitário

(SECRI), porém o interesse maior foi demonstrado por 60 mulheres que se inscreveram para o

curso de Customização de Roupas, e depois desse curso decidiram juntar-se para trabalhar na

produção de artesanatos.

Em dezembro de 2002, essas mesmas mulheres conseguiram um empréstimo de R$ 300,00

compraram materiais, produziram e foram expor seus produtos em uma feira como primeira

experiência de comercialização. A partir desses resultados elas decidiram continuar com o

grupo que hoje se denomina Bem Arte e Moda. No ano seguinte esse grupo de mulheres

concede um empréstimo aos ex-alunos da marcenaria do SECRI dando início a confecção de

peças de madeira, e a constituição do grupo Bem Arte em Madeira. No mês de outubro de

2003 as mulheres do Bem Arte Moda concedem um novo empréstimo, desta vez a uma das

associadas do referido grupo que percebeu suas habilidades culinárias se sobressaindo mais

em relação às de moda e se desligou do Bem Arte Moda, para unir-se a outras mulheres

criando assim, o Bem Nutrir, voltado inicialmente para a fabricação de doces, panetones e

chocotones, e hoje também produzem salgados e tortas bem como o fornecimento de coffee-

break e refeições, assim, com o surgimento de novos grupos oportunizando a inclusão

econômico-social, nasce a Artidéias.

Em setembro de 2003, nasce a Artidéias, com a missão de combater, através daEconomia Solidária, a falta de alternativa de trabalho e renda, contribuindo para adiminuição dos níveis de pobreza e para a luta coletiva por melhor qualidade devida. (MOL, 2005, p. 01)

A articulação sob o signo da solidariedade se faz muito presente nesta comunidade motivando

a criação de novos grupos produtivos, assim em agosto de 2004 surgiu o Bem Limpar, a partir

da iniciativa de uma moradora que aprendeu a fazer sabão, reunindo outras pessoas que se

interessaram por esta atividade, passando a produzir produtos de limpeza, tais como: sabão de

álcool, sabão líquido, amaciante de tecidos e vassouras ecológicas, feitas de garrafas pet. Este

projeto contou com o apoio de um grupo de empresários que concedeu um empréstimo para

as despesas com treinamento e compra de maquinário. Dois anos depois, em julho de 2006 o

projeto Banco Bem-dignidade às moradias foi aprovado pela Brazil Foundation,

possibilitando o fomento de um novo grupo de produção, o Bem Construir, voltado para a

fabricação e comercialização de tijolos ecológicos, além de capacitar os integrantes para a

produção deste tipo de material.

Atualmente, existem 06 grupos produtivos que compõem a Associação de Artesãos

Atelier de Idéias (Artidéias), contudo, visando garantir maior consistência e

crescimento dos projetos que já existem e pensando na possibilidade da criação de

novos projetos, a Artidéias com o apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas (SEBRAE) e da empresa Dai Brasil desenhou uma nova estrutura

organizacional, colocando o Fórum de Desenvolvimento Comunitário como principal

facilitador entre a comunidade e o Banco Bem, conforme figura 1.

Figura 1 – Estrutura Organizacional do ARTIDEIAS (segundo relato da autora Leonora M. L. Mol)

A economia solidária resgata a possibilidade de o indivíduo inserir-se socialmente nas

atividades econômicas, inspiradas na cooperação e autogestão no trabalho, com isso, segundo

os relatórios de atividades de 2007, a idéia de criar o Bem Aprender pauta-se em objetivos

que vão de encontro aos princípios desta nova organização econômica, não somente nas

relações de trabalho, como também, em todas as instâncias de produção da vida, com isso,

espera-se que através do Bem Aprender os trabalhadores tenham uma maior aproximação

com as diretrizes da Economia Solidária, organizem-se em torno de um projeto econômico-

social que privilegie a valorização do trabalho e não do capital, construam novas relações

interpessoais e de respeito a natureza, contribuam com o empoderamento dos associados

estimulando o desenvolvimento de todas suas potencialidades como seres humanos e que

Artidéias

Bem Aprender-Escola deEconomia Solidária

Banco Bem – BancoComunitário deDesenvolvimento

Bem Incubar - Fomentode empreendimentos eAssessoria à CoopBem

Fórum de DesenvolvimentoComunitário

detenham as ferramentas necessárias para a vivência do trabalho-criação, em que têm o

controle sobre todo o processo de produção e, administração do trabalho.

Uma estratégia interessante para fortalecer os grupos é o Bem Incubar, voltado para

a fomentação de novos empreendimentos solidários, além de “articular e constituir

novas tecnologias que agreguem valor aos produtos e serviços dos grupos

existentes, para que se tornem solidários econômica e socialmente e viáveis” (MOL,

2007, p. 04).

Tendo em vista um dos objetivos do Banco Bem que é a promoção do

desenvolvimento local e a organização comunitária, o fortalecimento do Fórum de

Desenvolvimento Comunitário é fundamental para a articulação entre as oito

comunidades de abrangência do Banco, pois através dele é possível o intercâmbio

entre estas comunidades, promovendo a discussão entre assuntos comuns a todas.

A organização das pessoas através dos movimentos sociais ou comunitários não se

constitui propriamente numa novidade, mas, são visíveis as mudanças alcançadas

nas comunidades de São Benedito, Penha e Itararé nas suas dimensões econômica,

social, ambiental e humana e, principalmente, na descoberta das potencialidades, a

partir da prática da Economia Solidária.

3.2 – O BANCO BEM

O desejo de estruturar um Banco Comunitário surgiu em um Seminário sobre Qualificação

Profissional e Economia Solidária realizado pela Prefeitura Municipal de Vitória (PMV) que

contou com a participação de João Joaquim de Melo Neto, um dos criadores do Banco

Palmas, de Fortaleza – Ceará, pioneiro no Brasil, que apresentou o processo de criação do

Banco Palmas, pioneiro no Brasil. Foi nessa oportunidade que os associados do Artidéias

conheceram e se entusiasmaram com a experiência, e decidiram criar o Banco Bem para

trazer um grande bem para as três comunidades, São Benedito, Penha e Itararé.

A Idéia de criar um Banco Comunitário dentro da comunidade, não parecia muito remota, se

observado a prática de empréstimo já existente nos grupo Artidéias, a diferença consistiria

basicamente em ampliar a ação, consolidando as relações de colaboração inspiradas na

Economia Solidária.

Assim, nos dias 13, 14 e 15 de junho de 2005, Joaquim retornou a Vitória-ES para realizar a

Oficina de Estruturação do banco, voltada para a Criação do primeiro Banco Comunitário do

Estado do Espírito Santo.

Em 06 de outubro de 2005 o Banco Bem foi inaugurado pelos associados da Artidéias a partir

de duas grandes doações: um cheque no valor de R$10.000,00, doado por um grupo de

empresários de Vitória, e um terreno, no valor estimado de R$9.000,00, doado pelo Serviço

de Engajamento Comunitário. Este Banco visava atender, inicialmente, às três comunidades

inseridas em sua área de abrangência – São Benedito, Penha e Itararé - hoje, porém, suas

ações também se estendem aos bairros Bonfim, Consolação, Engenharia, Florestas e Jaburu,

contudo o projeto da moeda Bem, só veio a ser efetivado em fevereiro de 2006.

Atualmente o Banco Bem configura-se juridicamente como uma Organização da

Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), e é gerido pela Associação de Artesãos Ateliê

de Idéias, tendo como objetivo geral incentivar a criação de novos empreendimentos

solidários que oportunizem a geração de trabalho e renda para os moradores das comunidades

abrangentes, desenvolvendo o comércio local e sustentável.

Neste sentido, o Banco Bem também desenvolve ações específicas visando à implantação do

crédito produtivo, em que realiza ações voltadas para o fomento de uma produção local

sustentável, seja em empreendimentos solidários individuais ou coletivos.

Diante da situação de exclusão econômico-social evidenciada nas comunidades atendidas pelo

Banco Bem, onde é possível identificar o difícil acesso aos bens de consumo, dentre eles

alimentos, roupas, etc., o Banco Bem tem como uma de suas metas incentivar o comércio

justo, através de uma central de comercialização e uma feira de produtores locais,

fortalecendo os laços de solidariedade comunitária e possibilitando que todos tenham acesso

aos produtos locais.

Ainda neste campo de atuação o Banco Bem busca mostrar à população a importância de um

consumo ético e responsável, que valoriza não somente os pequenos produtores da região,

como também o meio ambiente, por se tratar dos produtos fabricados na economia solidária,

que coloca o ser humano como sujeito e finalidade da ação econômica.

Atualmente o Banco Bem tem 248 clientes e uma fila de 298 aguardando empréstimos. Desta

clientela alguns esperam um novo empréstimo. Trata-se de uma instituição comunitária que

oportuniza o crédito à população inserida em sua área de abrangência.

O objetivo desta experiência econômica solidária é criar mecanismos de desenvolvimento

local. O Banco Bem se configura num “projeto de desenvolvimento local com inclusão social,

voltado para geração de renda na perspectiva da Economia Solidária” (MOL, 2005, p. 02). O

microcrédito é um desses mecanismos de incentivo ao consumo local, que atua em três linhas:

produtivo - oferecido em Reais a quem deseja constituir ou ampliar seu próprio negócio,

habitacional - destinado àqueles que desejam reformar suas casas e de consumo - realizado

em Moeda Bem podendo variar de 10,00 (dez Bens) até 100,00 (cem Bens), e sem cobrança

de juros. Contudo a grande maioria dos tomadores de empréstimos tem nome no Serviço de

Proteção ao Crédito (SPC) ou alguma dificuldade de comprovação de renda, devido a este

fator, o Banco Bem recorreu a outras formas de "avaliação" e "aprovação" de crédito, quem

aprova o empréstimo é a própria comunidade através do conselho de aprovação de crédito do

Banco Bem, composto por moradores da comunidade, e em alguns casos o pedido de

empréstimo é levado ao Fórum Bem Maior, que reúne os moradores de todas as comunidades

atendidas pelo Banco Bem, a partir de visitas realizadas pelos agentes de créditos do Banco

Bem, ou seja, há um acompanhamento pelos próprios moradores a estes empréstimos. O

percentual de inadimplência é estimado em aproximadamente 20%.

Hoje o Banco Bem já beneficiou vários empreendimentos, algo em torno de R$137.254,41

mil reais, priorizando projetos coletivos que geram novos postos de trabalho e renda para os

moradores (costureiras, artesãos, vendedor de água de coco, vendedor de churrasquinho, entre

outros). Este processo vem desenvolvendo a comunidade, incentivando consumo da Moeda

Bem e principalmente constituindo novos referenciais de cidadania. Contudo, a manutenção

deste empreendimento popular de organização e defesa dos interesses locais é possível a partir

de algumas parcerias (ONGs, Prefeitura, universidades, e outros).

O Banco Bem assim, recria novas possibilidades perante as regras impostas pelo capitalismo;

da economia "individualizante" surge uma nova economia, desta vez uma economia coletiva,

pautada em princípios de colaboração, reafirmando o slogan “Outra economia acontece” do

Fórum Brasileiro de Economia Solidária (2006).

3.3 – A MOEDA

Hoje em dia, a moeda parece ser uma coisa comum, porém, nem sempre ela teve

esse lugar, com a diversificação das atividades humanas e a conseqüente

necessidade de troca, esta se tornou cada vez mais complexa exigindo a criação de

algo que facilitasse esse processo de comercialização.

Ao longo da História, as sociedades humanas desenvolveram inúmeras fórmulaspara efetivar as trocas de produtos e bens. Em algumas zonas, as trocas se baseavamem padrões monetários de valor material, empregando produtos de origem animal,vegetal ou mineral; em outras, as comunidades concretizavam suas relaçõescomerciais através da troca de objetos de valor simbólico e cultural, sem umautilidade prática, tais como adereços, conchas, etc. Essas trocas estimularam odesenvolvimento de feiras, alcançando grande importância econômica (e social) emdiversas regiões, por exemplo, na Ásia, Europa Mediterrânea, no Oriente Médio eNorte da África. Esses mercados livres demonstraram que o comércio e as trocas jáeram uma vocação de diversas sociedades humanas, muito antes do surgimento dosistema capitalista e das moedas nacionais. (BÚRIGO, 2001, p. 03)

Nesse contexto nasce então a moeda que se apresenta como uma unidade de valor

que é aceita por um determinado grupo, comunidade, ou até mesmo país.

Castro e Lessa (2005, p. 90-91) afirmam:

As novas atribuições impõem novas qualidades à moeda; sua aceitação ilimitadarequer atributos como ser homogenia, divisível, facilmente transportável, de difícilfalsificação etc. Ingressa-se na economia monetária propriamente dita – esta fase seinaugura, historicamente, com a adoção dos metais preciosos como base física parao incipiente regime monetário.

Seria inadequado, segundo Pilagallo (2000), atribuir o surgimento da democracia ao advento da

economia monetizada. Mas é inegável a contribuição da moeda para o capitalismo. Ao gerar e

espalhar a riqueza, a circulação de dinheiro ajudou a emergir uma classe que se beneficiou da

mobilidade social, passando a pressionar por uma representação política que refletisse a nova

realidade econômica.

Com isso o sistema financeiro assumiu papel central nas estratégias de expansão das

sociedades capitalistas. Controlado hegemonicamente por grupos e conglomerados

empresariais de caráter financeiro, a dinâmica do sistema repercute cada vez mais nas

decisões econômicas. Para Pilagallo (ibid) apesar de sua importância política, social e

econômica, o funcionamento do sistema financeiro (com suas constantes inovações) parece

ainda pouco compreendido pela maioria das pessoas e pelas organizações da sociedade civil.

Nessa perspectiva o sistema financeiro assume papel de controle sobre a sociedade, como

afirmam Mizruchi e Stearns (1994) citado por Burigo (2001, p. 03):

Weber estudou o papel do dinheiro nas sociedades ocidentais modernas, a suaimportância para a racionalização da vida social e a definição dos preços dos bens eserviços. Ele classificava o sistema financeiro como um caso especial de poder,preocupava-se com o controle do dinheiro e o poder das instituições financeiras e doEstado.

Segundo Búrigo (ibid), moeda corrente é aquela que circula legalmente num país, e

considera-se moedas fortes aquelas que têm curso internacional, como instrumento

de troca e reservas de valor. A partir do processo de legitimação simbólica e jurídica

de uma moeda única dá-se a construção e manutenção do poder político na

sociedade moderna. Porém, com a crescente onda do desemprego e desigualdade

social a sociedade civil se mobiliza em torna de alternativas para amenizar estas

conseqüências trazidas por um sistema econômico controlado por uma minoria em

detrimento de uma maioria.

O autor relata ainda que em determinado momento a sociedade começa a se unir num intenso

movimento reacionário ao contexto sócio-político e econômico do País, em busca de soluções

para a situação de desemprego e miséria. Assim sendo, começam a surgir novos tipos

economia e de moedas.

A economia solidária trouxe a criação de formas diferenciadas de produção, pautadas em

formas mais solidárias de produzir e distribuir bens e serviços. Com isso dá-se o surgimento

das moedas sociais e clubes de trocas.

Experiências dos clubes de trocas que empregam a sua própria moeda e vemganhando destaque nos últimos anos, [...]. O uso do dinheiro próprio nos clubes detrocas vem fortalecendo a idéia da moeda social, na qual são incorporados elementosde natureza social e de criação de relações econômicas sob bases solidárias.(BURIGO, 2001, p. 09)

Em relação à moeda social circulante, esta “é um instrumento essencialmente local, criada

para dinamizar a economia de uma comunidade ou a um conjunto de comunidades” (Palestra

proferida por Leonora M. L. Mol, durante o I Seminário de Economia Solidária da

EMESCAM - mai. de 2007), isso em função de oportunizar as comunidades mais um

instrumento para driblar a macroeconomia, e dessa forma possibilitar uma autonomia sobre

algumas questões econômicas e o desenvolvimento local.

Atualmente o Banco Bem se encontra em pleno funcionamento e lançou a sua própria moeda.

É o "Bem", que não é concorrente do real ou de outra moeda, mas seu valor equivale ao valor

do Real, pois para cada Bem circulando existe o mesmo valor em real. A Moeda Bem é

voltada para financiar o consumo e é utilizada apenas nas comunidades de abragência do

Banco Bem, permitindo às famílias comprarem em qualquer comércio cadastrado.

O lançamento oficial da moeda ocorreu no dia 16 de março de 2006 com o slogan “Esta

moeda vai fazer bem para muita gente”, e contou com a participação de representantes das

três comunidades, autoridades estaduais e municipais, representantes do terceiro setor e

admiradores do projeto, totalizando 223 convidados. Durante essa comemoração,

representantes da Prefeitura Municipal de Vitória, informaram a todos sobre a intenção de

investir mais de R$ 100.000,00 (cem mil reais) no Banco Bem, notícia esta que trouxe grande

contentamento. A partir de então, a Moeda Bem ganhou destaque na mídia e passou a ser

conhecida por moradores e comerciantes da região. De acordo com o Relatório do Banco

Bem, em março de 2006 haviam 35 comerciantes cadastrados e recebendo a Moeda Bem em

seguimentos como: supermercado, drogaria, padaria etc., contabilizando no fim do mês de

março cerca de R$2.530,50 circulando.

Inicialmente a moeda foi disponibilizada através dos associados (artesãos) do Artidéias e

funcionários do Banco, que passaram a receber 10% dos seus rendimentos em Bens. Porém,

existem outras formas de disponibilização da moeda, que são: empréstimo para consumidores

indicados inicialmente pelo próprio comércio ou para consumidores já conhecidos do Banco

Bem e/ou a troca do Real pelo Bem. Os empréstimos em Bens terão como limite o valor de

100 unidades monetárias, ou seja, B$100,00 (cem bens), estes são desprovidos de juros e

pagáveis em até duas vezes.

Os documentos internos do Banco informam que o lastro inicial da moeda (em março/2006)

para créditos de consumo era de R$ 950,00 (novecentos e cinqüenta reais), oriundos do

primeiro investimento no Banco, no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), feito pela

Prefeitura Municipal de Vitória. Nesse mesmo período foram efetuados 8 créditos para

consumo, totalizando o montante de B$ 829,00 (oitocentos e vinte nove bens) créditos

concedidos.

A Moeda Bem, buscando uma identidade e segurança, possui alguns itens que a identificam:

papel moeda, tarja holográfica, marca d’água, numeração de série e tinta especial que impede

fotocópias. A emissão da Moeda Bem foi possível através das parcerias estabelecidas com a

Prefeitura Municipal de Vitória, que autorizou a utilização de R$ 4.700,00 (quatro mil e

setecentos reais) dos R$ 30.000,00 (trinta mil reais) investidos no Banco Bem em dezembro

de 2005, e com a Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), que investiu R$ 2.300,00,

totalizando o montante de R$ 7.000,00 (sete mil reais) correspondente ao custo total da

impressão de 20.000 (vinte mil) cédulas da Moeda Bem.

Embora o Banco Central do Brasil (BC) saiba da existência dos 12 Bancos Comunitários

espalhados pelo Brasil, inclusive o Banco Bem, ainda não há uma linha reguladora para os

bancos comunitários, mas existe a possibilidade de criação de algo que venha a regular esses

bancos. Sabe-se que apenas o Banco Palmas recebeu uma visita do Ministério Público Federal

(MPF) solicitado pelo BC e foi constatado o “caráter social do projeto e depreendeu-se daí

que estas moedas não concorrem com o Real, pois equivalem a recebíveis, a exemplo dos

vales transporte, não sendo válidas para pagamentos de impostos” (MENEZES, 2007, p. 47).

Entretanto, a situação legal dos bancos comunitários no país ainda é provisória.

Sabe-se que a construção e manutenção do poder político na sociedademoderna passava, e ainda passa, pela criação de um processo delegitimação simbólica e jurídica da moeda única. Geralmente, aconsolidação de uma moeda oficial única em determinado território ocorresomente após se conseguir eliminar outras moedas que estão emcirculação. Além disso, as autoridades estão sempre em alerta, procurandoevitar o surgimento de moedas emitidas por setores descontentes com amoeda existente. (BURIGO, 2001, p. 03)

O Banco Bem vem então ao encontro dessa possibilidade de a própria comunidade gerir sua

microestrutura econômica de forma a considerar as características locais da comunidade e

suas necessidades em termos de desenvolvimento econômico, social, cultural e político.

A criação da Moeda Bem além de resolver problemas emergenciais das famílias, garantindo,

principalmente através dos empréstimos, o acesso a remédios, gás de cozinha, gêneros

alimentícios e outros produtos básicos, também eleva a auto-estima e a confiança da

comunidade. É através desta economia popular gerada a partir da produção e do consumo

solidário dos próprios moradores que tem se alcançado o desenvolvimento econômico destas

comunidades, evidenciando uma grande diferença na vida da população.

4 – TRAÇANDO O PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS TOMADORES DE

EMPRÉSTIMOS DA MOEDA BEM

A análise dos resultados da pesquisa de campo realizada permite sintetizar algumas

conclusões quanto ao perfil socioeconômico dos tomadores de empréstimo de consumo do

Banco Bem. São, em sua maioria mulheres de meia idade, situando-se as mesmas numa ampla

faixa entre 31 e 40 anos, apresentam nível de instrução baixo, tendo em sua maioria não

concluído o ensino fundamental, renda individual entre 1 e 2 salários mínimos mensais,

residentes em casas próprias, de alvenaria contendo entre 04 e 06 cômodos, cujo acesso se dá

através de escadarias cimentadas, o que possibilita o acondicionamento do lixo, possuem

energia elétrica, água canalizada e esgotamento sanitário. No âmbito familiar pode-se apontar

que não são família numerosas, compreendem até 5 pessoas, com idade entre 25 e 64 anos,

porém, a quantidade de crianças é relevante, principalmente aquelas com idade entre 7 e 15

anos e apresentam renda familiar de 2 salários mínimos mensais.

Quanto à situação de classe, os tomadores de empréstimos possuem até 2 membros da família

empregados, a maioria com registro em carteira. Embora a presença feminina seja

preponderante, em relação ao empréstimo de consumo, nota-se que o homem, ainda, exerce o

papel de chefe do lar, ou seja, eles são os responsáveis pela manutenção do domicilio. Um

aspecto interessante observado é que a maioria dos tomadores de empréstimos de consumo

não recebe benefícios assistenciais. Quanto aos gastos mensais apontam o investimento em

alimentação, energia e saúde como tendo maior peso no orçamento familiar.

Em relação à qualidade de vida, os tomadores de empréstimos de consumo têm uma vida

estável, pois como afirmam, vivem o mês “nem com dificuldade e nem com facilidade”.

O retrato acima foi feito tomando-se as respostas de maior freqüência para elaborar um perfil

tipificado dos tomadores de empréstimo. A seguir, serão apresentados, conforme a análise do

conjunto dos respondentes, os dados acrescidos de comentários que os contextualizam.

Dos 16 entrevistados, 13 são mulheres e houve apenas 03 homens, o que reflete o papel

predominante da mulher na tomada de empréstimos de consumo, que são voltados para

atender às necessidades emergenciais da família. Por outro lado, explicita a forte presença

feminina nos trabalhos informais que não lhes conferem emancipação econômica, estando

mais sujeitas a exclusão e aos trabalhos domésticos. No gráfico 1, tem-se a descrição dos

empréstimos por sexo.

Grá fico 1 - S e x o

1381%

319%

MA SCULINO

FEMININO

No gráfico 02, tem-se a descrição da idade dos entrevistados. Os dados refletem que a maioria

dos tomadores de empréstimos de consumo estão em idade economicamente ativa, cerca de

07 deles possuem idade entre 31 e 40 anos, 04 possuem idade entre 20 e 30 anos e apenas 01

entrevistado possui idade acima de 65 anos.

Grá fico 2 - Ida de

16%

213%

213%

425%

743%

20 a 30 A NOS

31 a 40 A NOS

41 a 50 A NOS

51 a 64 A NOS

A CIMA DE 65A NOS

Já o gráfico 03 mostra o grau de escolaridade dos tomadores de empréstimo de consumo, em que é

possível observar que 10 dos entrevistados não concluíram o ensino fundamental, ou seja, não

concluíram a 8ª série, e 03 concluíram o ensino médio, ou seja, concluíram o 3º ano. Este resultado

está ligado ao tipo de trabalho em que estão inseridos, geralmente aqueles que não necessitam de

muito conhecimento teórico, como aqueles ligados as áreas de limpeza e serviços braçais como, por

exemplo: domésticas, pedreiros, ajudantes de pedreiros e auxiliar de serviços gerais.

Gráfico 3 - Escolaridade

63%

12%

6%

19%

0%0%0%

ENSINO FUNDAMENTALINCOMPLETO

ENSINO FUNDAMENTALCOMPLETO

ENSINO MÉDIOINCOMPLETOENSINO MÉDIOCOMPLETO

ENSINO SUPERIORINCOMPLETO

ENSINO SUPERIORCOMPLETO

SEM ESCOLARIDADE

Já o gráfico 04 mostra a divisão dos entrevistados por bairros em que residem, retratando que

os moradores do bairro São Benedito, onde está localizada a sede do Banco Bem, solicitaram

mais empréstimos de consumo, sendo 07 entrevistados residentes neste bairro.

Grá fico 4 - Ba irro

638%

318%

744%

ITA RA RÉ

PENHA

SÃ O BENEDITO

Quanto ao tempo de moradia nos bairros inseridos na área de abrangência do Banco Bem, foi

possível identificar que os moradores, em sua maioria residem por muitos anos nestes bairros.

O gráfico 05 revela que 05 entrevistados residem no bairro entre 31 e 40 anos e 04

entrevistados residem no bairro entre 21 e 30 anos. Durante as entrevistas os entrevistados

relataram que nasceram e cresceram no bairro, e não há pretensão de mudança de bairro.

Também identifica-se que a maioria dos entrevistados mencionou a luta do sargento Carioca

em prol da fundação do bairro, o que reflete o carinho pela comunidade.

Grá fico 5 - Te m po de m ora dia

319%

213%

213%

425%

530%

0 a 10 A NOS

11 a 20 A NOS

21 a 30 A NOS

31 a 40 A NOS

A CIMA DE 41A NOS

O gráfico 06 retrata o estado civil dos entrevistados, no qual é possível identificar que a

maioria, cerca de 06 deles, são casados e 05 são solteiros, contudo, durante as entrevistas

pode-se perceber que a maioria dos que se dizem solteiros, na realidade, vivem em situação de

união estável, ou seja, este gráfico apresenta este viés, pois apesar de viverem maritalmente

com um companheiro, julgam-se solteiros.

Grá fico 6 - Esta do civil5

31%

16%

16%

319%

638%

CA SA DO

SOLTEIRO

DIV ORCIA DO

V IÚV O

UNIÃ OESTÁ V EL

Dentre os 16 entrevistados, observa-se no gráfico 07, que quanto à posição do entrevistado em

relação ao chefe do domicilio, apesar do sexo feminino ser preponderante, 09 dos

entrevistados, dentre eles os 03 homens, são chefes do domicílio, 06 são esposas dos

responsáveis pelo lar.

Grá fico 7 - Posiçã o do e ntre vista do e m re la çã o a o che fe do dom icílio

0%0%

16%

638%

956%

CHEFE DODOMICILIOMA RIDO

MULHER

FILHO/FILHA

OUTRO

No gráfico 08 atenta-se para o total de membros da família dos entrevistados. Os números

descrevem uma realidade que se difere da geralmente observada em áreas periféricas, onde, as

famílias são compostas por muitos membros. Dos entrevistados, 15 possuem família

composta por até 05 pessoas, o que demonstra que os tomadores de empréstimos possuem

família relativamente pequena, em vista de outras realidades postas no contexto brasileiro.

Também foi possível identificar que a maioria dos familiares dos entrevistados possui idades

entre 25 e 64 anos, ou seja, já possuem idade economicamente ativa, seguido dos familiares

com idade entre 07 e 15 anos, além dos abaixo de 07 anos, o que representa um percentual

relativamente alto de crianças nas famílias.

Gráfico 8 - Total de membros da família

0%

16%

1594%

ATÉ 5PESSOAS

DE 06 A 10PESSOAS

ACIMA DE 11PESSOAS

Quanto ao tipo de moradia dos entrevistados nota-se, gráfico 09, que 12 entrevistados residem

em casas de alvenaria e 04 em casas de madeira. São em sua maioria, casas próprias, apenas

02 são alugadas, 01 casa foi cedida pelo filho ao entrevistado e 01 vive em regime de

comodato. Quanto ao número de cômodos das casas, 08 entrevistados possuem casas de 04 a

06 cômodos, 05 entrevistados possuem casas com no máximo 03 cômodos e 03 entrevistados

possuem casas com mais de 07 cômodos. Durante as entrevistas, observou-se que os

domicílios, são providos de certo conforto, contendo bens de primeira necessidade como

cama, geladeira, fogão, etc., e também bens úteis ao lazer, como televisor, rádio, DVD, etc., o

que não significa que este conforto seja exacerbado, pelo contrário, muitas residências

possuíam móveis muito antigos e quase todas as casas de alvenaria estavam inacabadas, ou

seja, ainda em processo de construção.

Gráfico 9 - Tipo moradia

0%

1275%

425%

0%

ALVENARIA

MADEIRA

MISTA

OUTRAS

Os próximos gráficos referem-se às condições de moradia dos tomadores de empréstimos de

consumo. O gráfico 10, mostra que todos os entrevistados possuem em suas residências água

canalizada, uma acessibilidade a um recurso comum e necessário, que nem todos os

moradores do bairro São Benedito possuem.

G rá fico 10 - Aba ste cim e nto de á gua

00%

16100%

CANALIZADA

OUTROS

Quanto à energia elétrica, 13 entrevistados possuem energia padrão, enquanto 03 utilizam

energia clandestina, ou seja, ‘gato’. Em relação ao esgotamento sanitário, 15 entrevistados

dispõem da rede fornecida pela concessionária e 01 utiliza uma rede construída por

moradores. Quanto à acomodação do lixo, 12 entrevistados acondicionam o lixo em locais

apropriados até que seja recolhido pelos garis, 03 entrevistados acomodam o lixo em

caçambas/lixeiras coletivas e 01 entrevistado acomoda o lixo em via pública.

O gráfico 11 mostra o tipo de pavimentação do local em que os tomadores de empréstimos

residem, ou seja, 12 entrevistados residem em locais cimentados, 03 entrevistados residem em

áreas asfaltadas e 01 entrevistado reside em área com paralelepípedo. Durante as entrevistas

constou-se que a maioria dos entrevistados reside em locais onde o acesso se dá através de

escadarias, rampas e pedras sendo estas cimentadas.

Estes dados permitem às pesquisadoras a inferirem que as condições de moradia dos

entrevistados, são de fundamental importância para a percepção das condições

socioeconômicas em que os entrevistados vivem, estando relacionado também com a

qualidade de vida dos tomadores de empréstimos de consumo.

Grá fico 11 - Tipo de pa vim e nta çã o

0%

16%

319%

1275%

A SFA LTO

PA RA LELEPÍPEDO

CIMENTA DO

SEM PA V IMENTA ÇÃ O

Os próximos gráficos referem-se aos rendimentos recebidos e padrão de vida dos tomadores

de empréstimos de consumo.

O gráfico 12 exibe a quantidade de membros da família que exercem alguma atividade

rentável. Pode-se observar que a maioria dos entrevistados possui até 02 pessoas da família

trabalhando, 03 entrevistados não possuem nenhum membro da família exercendo alguma

atividade laborativa, 02 entrevistados possuem entre 03 e 04 pessoas economicamente ativas

na família e apenas 01 entrevistado respondeu que possui mais de 05 pessoas trabalhando na

família. Este resultado leva a crer que o percentual de pessoas inseridas no mercado de

trabalho formal e informal é proporcional se comparado à quantidade de membros da família.

Além disso, é alto o número de crianças e jovens.

Grá fico 12 - Em pre ga bilida de por m e m bro da fa m ília

212,5%

16,3%

318,8%

1062,5%

Z ERO PESSOA

A TÉ 02PESSOA SDE 03 A 04PESSOA SA CIMA DE 05PESSOA S

Em relação aos tipos de contratos trabalhistas firmados por membros da família, observa-se

que 13 familiares dos entrevistados são empregados com registro em Carteira de Trabalho e

Previdência Social (CTPS), 03 familiares dos entrevistados são empregados sem registro em

CTPS, 03 familiares dos entrevistados são integrantes de grupos produtivos/cooperativas, 03

familiares dos entrevistados são autônomos, 03 familiares dos entrevistados são

aposentados/pensionistas, 01 familiar dos entrevistados é estagiário com remuneração e 01

familiar dos entrevistados encontra-se inativo, porém recebendo o Fundo de Garantia por

Tempo de Serviço (FGTS).

Grá fico 13 - Tipo de contra tos tra ba lhista s por m e m bro da fa m ília

310,7%

310,7%

310,7%

1350,0%

310,7%

13,6%

0,0%

13,6%

0,0%

EMPREGA DO COM REGISTRO

EMPREGO SEM REGISTRO

EMPREGA DOR

POR CONTAPROPRIA /INDIV IDUA LMENTEINTEGRA NTE DE GRUPOPRODUTIV O/COOPERA TIV AA POSENTA DO/PENSIONISTA

A PRENDIZ /ESTA GIA RIO COMREMUNERA ÇÃ O TRA BA LHO TEMPORÁ RIO(BICO)OUTRO

Prosseguindo para o gráfico 14, tem-se a descrição da renda familiar mensal em Reais,

declarada pelos próprios entrevistados. Do total 07 pessoas revelaram receber entre 01 e 02

salários mínimos, em Reais estes rendimentos giram em torno de R$380,00 a R$760,00,

evidenciando a situação econômica desfavorável da população atendida pelo Banco Bem. Dos

16 entrevistados, 04 responderam ter uma renda mensal de até R$1.140,00, sendo que 01

destes encontra-se recebendo o FGTS, 03 afirmaram ter renda abaixo do salário mínimo (de

R$380,00 quando da realização da entrevista), 01 ganhava menos de R$1.520,00 e apenas 01

auferiu mais do que R$1.520,00. Dos sete respondentes que afirmaram receber até R$760,00,

três incluíram no cálculo os valores recebidos pelo Bolsa Família, inclusive dois dos três

entrevistados que recebem abaixo de 01 salário mínimo e 01 entrevistado que recebe até

R$1.140,00.

Grá fico 14 - Re nda m e nsa l fa m ilia r

0%

16%

16%

16%

319%

319%

744%

MENOS DE 1 SA LÁ RIO MÍNIMO(A TÉ R$ 380 ,00)01 A 02 SA LÁ RIOS MÍNIMOS (R$380,00 A R$ 760 ,00) 02 A 03 SA LÁ RIOS MÍNIMOS (R$760,00 A R$ 1.140,0003 A 04 SA LÁ RIOS MÍNIMOS (R$1.140,00 A R$ 1.520,00MA IS DE 04 SA LÁ RIOS MÍNIMOS (MA IS DE r$ 1 .520,00)FGTS

NÃ O SA BE/NÃ O RESPONDEU

Também perguntou-se aos entrevistados qual a sua renda individual mensal em Real, dos 16

respondentes, 10 revelaram receber entre R$380,00 até R$760,00, 04 recebem valor menor

que 01 salário mínimo e apenas 02 entrevistados revelaram não obter renda alguma. Diante do

exposto, cabe salientar que quem mais contribui financeiramente com a manutenção do

domicílio, são os maridos, 06 responderam que são as mulheres e 01 entrevistado respondeu

que sua mãe é quem mais contribui com a manutenção do domicílio.

Grá fico 15 - Re nda m e nsa l individua l

0%0%0%2

13%

425%

1062%

SEM RENDA

MENOS DE 1 SA LÁ RIO MÍNIMO(A TÉ R$ 380 ,00)01 A 02 SA LÁ RIOS MÍNIMOS(R$ 380,00 A R$ 760,00) 03 A 04 SA LÁ RIOS MÍNIMOS(R$ 760,00 A R$ 1.140 ,00MA IS DE 04 SA LÁ RIOS MÍNIMOS( MA IS DE R$ 1 .520,00)NÃ O SA BE/NÃ O RESPONDEU

A seguir, são descritas no gráfico 16 as respostas no tocante às opções de maior peso no

orçamento familiar, cabe aqui ressaltar que cada entrevistado pode escolher até três opções.

Com 28 votos os entrevistados consideraram que a alimentação é o que mais pesa no

orçamento, seguido da energia com 09 votos, saúde com 05 votos, gás de cozinha com 04

votos, telefone, aluguel e vestuário obtiveram 03 votos cada, além de aluguel/habitação com

02 votos, e 01 voto abarca a educação e não sabe responder. No que se refere à educação, foi

possível captar, ao longo das entrevistas que o valor gasto com material escolar tem um peso

considerável, pois a grande maioria dos entrevistados ficou em dúvida quanto ao peso que

este representa, contudo, o valor investido em material escolar é relativamente alto no início

do ano letivo, cabendo apenas a manutenção deste no decorrer do ano.

Grá fico 16 - Opçõe s de m a ior pe so no orça m e nto fa m ilia r

0%

0%

12%

49%

37%

512%

12%

37%

25%3

7%

1228%

0%

921%

ALIMENT AÇÃO

ENER GIA

T ELEF ONE

ALUGUEL/HAB IT AÇÃO

EDUCAÇÃO

IMP OS T O

ÁGUA

S AÚDE

T R ANS P OR T E

VES T UÁR IO

LAZ ER

GÁS

NÃO S AB E

O próximo gráfico retrata a percepção dos entrevistados em relação a como sua situação

financeira lhe permite viver o mês. Esta pergunta objetiva captar opiniões, o que é certamente

algo subjetivo, porém pode-se inferir sobre as condições de vida do tomador de empréstimo

de consumo a partir de seu próprio olhar. Vê-se que a maioria, 14 respondentes, relatou que

vivem: “nem com dificuldade, nem com facilidade”, evidenciando a situação socioeconômica

desfavorável na qual esta população está inserida.

Gráfic o 1 7 - Com o vive dura nte o m ês

0%

212%

1488%

DIFICULDA DE

FA CILIDA DE

NEM DIFICULDA DENEM FA CILIDA DE

Afinal, podemos notar que a realidade socioeconômica dos tomadores de empréstimos de

consumo do Banco Bem, não se diferencia da realidade da maior parte da população

brasileira, onde o desemprego, o baixo nível de escolaridade e a situação de vulnerabilidade

são reflexos, inclusive, do empobrecimento e da desigualdade do país.

Ao longo das entrevistas realizadas nos três bairros, foi verificado o grande potencial de

Desenvolvimento Humano, a ser explorado, que seria relevante, também, para ampliar a

inclusão social, econômica e política dos moradores destas áreas.

5 – ANALISANDO RESULTADOS SOCIAIS A PARTIR DO USO DA MOEDA BEM

Na pesquisa de campo realizada levantou-se aspectos em relação à Moeda Bem, a qual tem

como pretensão oferecer novas alternativas de consumo aos moradores locais,

potencializando-os a dirigir sua própria economia e contribuindo para o desenvolvimento

local. Assim, a Moeda Bem, visa amenizar problemas latentes do sistema econômico

brasileiro vivenciado pelos seus usuários.

Durante as entrevistas pode-se observar que os resultados sociais do uso da Moeda Bem só

puderam ser captados de forma subjetiva, quando se pode perceber melhor ao se aproximar da

situação de precariedade socioeconômica dos entrevistados, depreendendo-se daí que o fator

principal que leva os moradores a solicitar empréstimos de consumo está relacionado às

necessidades básicas. Sendo assim, quando perguntado com o que foi gasto o dinheiro do

empréstimo, a maioria dos entrevistados revelou tê-lo gasto com alimentação conforme

exibido no gráfico 18. Não é difícil compreender estas respostas devido à condição de baixa

renda dessas pessoas.

Gráfico 18 - Como foi gasto o dinheiro do empréstimo

0%

638%

1062%

ALIMENTOS

UTILIDADESDOMÉSTICAS OUTROS

Dessa observação acima, percebe-se que um dos impactos sociais mais contundentes advindos

deste empréstimo, se mensurado qualitativamente, está relacionado ao empoderamento dos

tomadores de empréstimo, mesmo estando voltado para a necessidade de compras de

alimentos - que remonta uma situação financeira débil. Notou-se ao longo das entrevistas, que

as pessoas se sentem satisfeitas em conseguir quitar o empréstimo adquirido, tanto que a

maioria dos respondentes quitou o empréstimo (gráfico 19), o que pressupõe a idéia de que

estes empréstimos não são considerados pelos usuários como um benefício, mas como um

“acordo” firmado entre o tomador de empréstimo e o Banco Bem no qual ele se

responsabiliza pelo pagamento.

Gráfico 19 - Conseguiu quitar o empréstimo

212%

1488%

SIM

NÃO

Diante do exposto foi possível identificar em algumas entrevistas que o sentimento de

estímulo e fortalecimento das potencialidades pessoais foram resgatados a partir da aquisição

do empréstimo de consumo. Tendo em vista o fato de este suscitar nos usuários o sentimento

de protagonismo de seu projeto de vida econômico e social, pois o tomador de empréstimos,

mesmo estando em situação financeira vulnerável, sente que pode pagar o empréstimo

adquirido junto ao Banco Bem. Desta forma quando indagados se a Moeda Bem melhorou sua

qualidade de vida, a maioria dos entrevistados respondeu que sim, e apenas 1 disse que não, o

que pode ser demonstrado por meio dos depoimentos abaixo que a presença do Banco Bem e

da Moeda Bem transmite a segurança de ter onde recorrer na hora da necessidade.

"Porque toda vez que preciso eu consigo fácil, pois não e necessário consulta noSPC”. (E 01)

"Superou muito a situação de necessidade que eu estava". (E 02)

"Quando a gente precisa ela está presente". (E 04)

"Poder de aquisição". (E 05)

"Porque não precisei pegar dinheiro com ninguém". (E 06)

"Porque quando não tenho dinheiro ela que resolve". (E 07)

"Quando eu recebi a moeda pela 1º vez eu estava devendo a farmácia, paguei comatraso e ainda ganhei desconto". (E 15)

Em outros depoimentos pode-se observar que os entrevistados expressaram ter muito orgulho

de poder contar com um Banco Comunitário no bairro, atribuindo ao Banco Bem um papel

simbólico de transformação social comunitária. Esta concepção tem ligação com o alto índice

de violência urbana e vulnerabilidade social vivenciados nas regiões atendidas pelo banco

comunitário. Durante as entrevistas, pode-se notar o sentimento de auto-estima elevada das

pessoas, quando perguntadas sobre como a Moeda Bem e o Banco Bem estão contribuindo

para o desenvolvimento da comunidade. Interessante destacar que este otimismo, reflete as

percepções, ainda que subjetivas, de melhorias sociais nestas comunidades.

"Temos outro olhar quando fala do bairro São Benedito". (E 03)

"Desenvolvendo coisas boas, antes dos projetos não tinha nada, hoje tem atéônibus". (E 04)

"Através do banco bem, as pessoas passaram a conhecer o bairro de outra forma, olado bom do bairro. Hoje temos muitas visitas, documentários do bairro”. (E 07)

“Virou referência, antes era morro São Benedito, agora as pessoas falam bairroSão Benedito". (E 15)

"Eu vejo que as pessoas estão construindo casas, montando seu próprio negócio, evejo muita felicidade nessas pessoas”. (E 16)

Pode-se constatar também, que mesmo sendo as ações do Banco Bem voltadas para o

microcrédito, os entrevistados, não o percebem com a mesma funcionalidade de um Banco

comum, conforme o gráfico 20.

Gráfico 20 - Como você percebe o empréstimo do Banco Bem

638%

1062%

ATO DESOLIDARIEDADE

EMPRÉSTIMO BANCÁRIONORMAL

Daí inferir-se que esta percepção que os respondentes demonstraram em relação ao Banco

Bem, está ligada, também, à facilidade encontrada na aquisição do empréstimo de consumo.

Quando perguntado ao entrevistado se ele encontrou dificuldade em adquirir o empréstimo

apenas três pessoas relataram ter encontrado dificuldades, estando estas relacionadas à falta de

lastro (Moeda Bem) em caixa.

"Demora". (E 03)

"Não foi difícil, mas também não foi ‘facinho’, porque não tinha a moeda, tinha queesperar chegar". (E 14)

"Eu encontrei porque demorou muito. Eles disseram que estava esperando aspessoas pagarem para emprestar". (E 16)

Quando se perguntou aos entrevistados se eles conheciam os critérios

estabelecidos pelo Banco Bem para aquisição dos empréstimos, 15 dos

respondentes, afirmaram terem conhecimento destes critérios, e apenas 1, relatou

desconhecê-los. Diante dos depoimentos, podemos inferir que do ponto de vista dos

entrevistados, os critérios do Banco Bem diferem-se da lógica capitalista dos bancos

comerciais, de forma a possibilitar o acesso dessa população, que certamente, a

maioria, não atenderia aos requisitos exigidos em outros Bancos exigindo

procedimentos diferenciados.

"Precisaria passar por uma entrevista de avaliação”. (E 10)

"Pagar na data do vencimento, além de mim a outros necessitados”. (E 01)

"Referência de outra pessoa”. (E 02)

"Tem que pagar; pago sem juros e tem que ter o aval de alguém da comunidade”.(E 05)

O fato de residirem em áreas periféricas, marcadas pela discriminação social, faz

com que os moradores sintam-se menos cidadãos que os moradores de áreas

nobres, e muitas vezes, aceitam essa condição de discriminados. Todavia, durante a

realização das entrevistas, um respondente ao se referir ao atendimento do Banco

Bem disse: “lá eles tratam a gente como gente de verdade” (E 10) - uma frase muito

marcante – uma vez que foi possível notar que a questão da acessibilidade é muito

valorizada pelos moradores. No tocante ao acesso ao Banco Bem, pode-se inferir

que o bom atendimento é um relevante fator de inclusão social, que corrobora com o

desenvolvimento dos potenciais desses indivíduos e com o fortalecimento da

cidadania."Eles trataram a gente como conversaram com todo mundo". (E 14)

"Trata a gente direitinho". (E 11)

"São atenciosos". (E 05)

"Fui bem tratado, as pessoas são bem educadas para falar com a gente". (E 16)

"Fui muito bem atendida por todos". (E 01)

No que concerne à utilização da Moeda Bem pode-se perceber que a maioria dos

entrevistados expressa satisfação em adquirir o empréstimo, pois o mesmo solucionou o

problema emergencial, conforme exibido no gráfico 21, contudo, quando questionados em

relação à concessão de um novo empréstimo a maioria dos entrevistados respondeu não

precisar de um novo empréstimo, entretanto, ficou evidente o desejo de obtê-lo novamente

quando necessário.

Gráfico 21 - Dificuldade na aquisição do empréstimo

1381%

319% SIM

NÃO

Afinal, pode-se constatar que a utilização da Moeda Bem trouxe inúmeras melhorias para os

moradores inseridos em sua área de abrangência.

Algumas inferências podem ser feitas em relação a ação do Banco Bem e as melhorias

individuais e coletivas para os tomadores de empréstimo. Dentre elas pode-se citar que o

Banco é visto pelos tomadores de empréstimo como uma forma de solidariedade entre os

sujeitos da comunidade, uma vez que possuem critérios mais humanos em relação aos demais

bancos que perseguem uma lógica capitalista, o que traz a marginalização dessa parte da

sociedade. Esta questão da solidariedade se dá no momento em que o sujeito tomador de

empréstimo percebe que aquele dinheiro lhe foi emprestado por seus pares e, portanto deverá

ser devolvido para que possa ser revertido em novos empréstimos, o que pressupõe a

construção de uma nova perspectiva diante da vida e das relações sociais igualitárias.

Outro aspecto a ser citado é em relação ao empoderamento que o empréstimo de consumo

confere a mulher, visto que esta se encontra inserida num contexto de complexas relações de

discriminação de gênero. Ao longo das entrevistas se constata que estas mulheres têm menos

renda, menos acesso ao emprego formal e, portanto, menos acesso ao crédito formal – dos

entrevistados 9 não possuem conta em Banco comercial, contudo, dos entrevistados do sexo

masculino, todos possuem conta neste Bancos Comerciais – contudo, evidencia-se um

processo de retomada de espaços de decisões e de consciência social das oportunidades que

lhe são oferecidas, a medida que elas decidem individualmente solicitar os empréstimos de

consumo ao Banco Bem, conforme gráfico 22. Essa consciência ultrapassa a tomada de

iniciativa individual de conhecimento e atingi a superação da situação particular de

coadjuvante em que se encontram, devolvendo poder, dignidade e principalmente a liberdade

de decidir e controlar seu próprio destino.

Gráfico 22 - Decisão do empréstimo

425%

1275%

COLETIVA

INDIVIDUAL

No tocante ao uso da moeda, via empréstimos de consumo, é valioso relatar que os

entrevistados preferem utilizar a Moeda Bem a comprar fiado (gráfico 23), ou seja, infere-se

daí que a Moeda Bem preserva a auto-estima do tomador de empréstimo de consumo ao passo

que ele não dependerá do favor. Isto representa o retorno à condição de gestor de suas

condições de vida e trabalho, pois quando ele por meio do empréstimo pode quitar uma

dívida, tem sua auto-estima elevada em função de não ser mais discriminado pelo grupo social

a que pertence gerando dessa forma um sentimento de desejo e condição de retomar as rédeas

de sua vida.

Gráfico 23 - Prefere comprar fiado ou com a Moeda Bem

1594%

16%

MOEDA BEM

FIADO

Diante do exposto, é possível inferir que embora a necessidade seja a razão principal da

solicitação dos empréstimos de consumo, é possível elencar as vantagens percebidas pelos

entrevistados quanto ao uso e aceitação da Moeda Bem conforme depoimentos abaixo:

"Vejo muitas vantagens. Na hora da necessidade vai ao banco e consegue a moedapra comprar o gás, isso já e uma grande solicitação”. (E 05)

"A gente ganha desconto, também ao invés de comprar em outro lugar a gentecompra no próprio bairro". (E 07)

"Eu creio que a moeda bem tem muito valor, pois o comercio nos atende comfacilidade". (E 10)

"É mais barato comprar com o bem, tem desconto". (E 11)

"Desconto no comércio local". (E 12)

Dos entrevistados 9, indicaram a Moeda Bem a outras pessoas, e como se vê nos depoimentos

abaixo, a indicação é feita para alguém próximo. Depreende-se daí que está percepção

otimista em relação à Moeda Bem demonstra a aceitação e compromisso com a iniciativa.

"Vizinhos, amigos e parentes". (E 01)

"Nora" (E 02)

"Mãe, esposo e vizinhos". (E 03)

"Vizinhos, parentes e comerciantes" (E 04)

"Amigo de trabalho". (E 05)

"Cunhada, vizinho e irmãos da igreja". (E 06)

Por fim, os depoimentos a seguir enfatizam o caráter emergencial, de empoderamento e de

solidariedade da Moeda Bem.

"Ela é uma benção”. (E 01)

"Representou uma coisa tão boa, o amor das pessoas do banco, não desperta aganância das pessoas, já o real da vontade de pegar mais". (E 02)

"Uma mãe, na hora que a gente precisa ela está sempre presente". (e 03)"uma coisa boa". (E-04)

"Ela representou a possibilidade de alimentação, uma luz no fim do túnel". (E 05)

"Um meio de tirar do sufoco". (E 06)

"É muito legal, ter a moeda, comprar com ela e poder ajudar outras pessoas". (E07)

"Uma ajuda quando precisei". (E 08)

"Boa, pra ajudar em casos de necessidade". (E 09)

"Um projeto que na hora que precisei eu fui até o banco bem, e foi o banco e amoeda que me socorreu". (E 10)

"Uma ajuda para as pessoas". (E 11)

"Foi boa, porque quando precisei ela me ajudou". (E 12)

"Uma ajuda e uma oportunidade". (E 13)

"Foi ótima, eu tava precisando muito se não fosse ela, não sei não". (E 14)

"A moeda bem me ajudou a tirar o pé da lama". (E 15)

"Um gesto de amor, de carinho. Representa para mim um valor imenso que elatem". (E 16)

6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa nos reporta a um momento de solidão e enfrentamento de nossa própria

consciência, em que a reflexão sobre tudo é espontânea e natural. Coisas nos vêm à mente

mesmo que não diretamente ligadas ao nosso objeto de pesquisa, mas ligadas à nossa história

de vida. Nesse momento, por se tratar de uma pesquisa realizada por três futuras Assistentes

Sociais nada mais natural, também, do que os embates filosóficos, conceituais que muito nos

enriqueceram.

Esta história de fazer um curso de serviço social representa para nós uma necessidade latente

que nesse processo de reflexão mostrou ter seu surgimento a partir de nossa história de vida.

Que por coincidência é comum a todas do grupo. Somos brasileiras, mulheres, raça parda e

afro-descentes, classe social, que apesar de não estar abaixo da linha da pobreza, não podemos

nos considerar como verdadeiramente incluídas nesse sistema social capitalista vigente no

país da exclusão. Dessa forma algo em nossas vidas nos aproximou de uma profissão que

busque, desempenhar um compromisso ético e político com a defesa da vida e dos direitos

humanos e com a construção da cidadania, da democracia e da equidade.

Nessa perspectiva de reflexão sobre nossa história de vida e de busca por um conhecimento

científico que nos respalde a uma ação de caráter profissional, possivelmente efetiva, é que

optamos por investigar as ações do Banco Bem e se os empréstimos de consumo, concedidos

em Moeda Bem refletem mudanças positivas na vida socioeconômica dos tomadores de

empréstimos.

No caminhar da pesquisa foi-nos possível constatar que o trabalho desenvolvido pelo Banco

Bem representa uma nova perspectiva de prática econômica, que se diferencia da proposta

pelo capitalismo, voltada para uma lógica mais solidária que se vincula a uma estratégia de

desenvolvimento local cujos protagonistas saíram de sua mera posição de habitantes e de

meros consumidores para a de cidadãos ativos, sujeitos de sua própria história.

Ao estudar a existência da Moeda Bem através dos empréstimos de consumo, conhecemos a

dura realidade de pobreza e vulnerabilidade social a qual estão submetidos os moradores dos

bairros São Benedito, Penha e Itararé. Tal aproximação nos permitiu identificar, embora numa

análise subjetiva, potenciais humanos capazes de fomentar uma transformação

socioeconômica em uma área antes conhecida, apenas, por suas mazelas.

De fato, a mobilização em torno de uma economia voltada para a justiça social, tem trazido

impactos consideráveis na vida dessa população. Os empréstimos de consumo conferem aos

tomadores de empréstimo não apenas o poder de consumo, mas também o empoderamento

humano via o acesso aos mínimos sociais, conferidos, através da satisfação demonstrada pelos

usuários, quando, por via do empréstimo de consumo, tornam-se protagonistas de sua vida

econômica, frente a suas necessidades emergenciais.

A economia solidária surge de um esforço coletivo, de uma organização comunitária e de

Ongs que acreditaram na possibilidade de fortalecer um outro tipo de economia que seja

vinculada à identidade da formação social local. Assim, podemos inferir que o Banco Bem é

uma iniciativa advinda da própria comunidade por estar vinculada ao movimento de luta, em

busca de novas alternativas de enfrentamento à pobreza e exclusão social.

A criação da Moeda Bem incute a idéia de enfrentamento à pobreza, fruto de um sistema

econômico excludente, como é o capitalismo, através da valorização das atividades

econômicas que se pratica na região. Esta estratégia possibilita não apenas o desenvolvimento

financeiro do local, como também, o desenvolvimento do potencial humano destas

comunidades.

Diante do exposto, identificamos durante a realização das entrevistas, que os tomadores de

empréstimos de consumo têm como características, as situações de risco social e pessoal,

identificadas principalmente, no que diz respeito ao nível de escolaridade e inserção no

mercado de trabalho. Contudo, evidenciou-se também, a latente capacidade de resistência

frente as adversidade.

No tocante a Moeda Bem, percebe-se que esta, configura-se numa proposição rica, capaz de

dar movimento a toda uma comunidade em prol de seu auto-desenvolvimento, porém, é

notório que o Projeto encontra-se em processo de amadurecimento, pois, os moradores ainda

não têm clareza quanto ao uso da Moeda, embora sejam inúmeras as formas de divulgação

criadas pelo Banco Bem ainda não foi possível atingir a população total da área de

abrangência visto que, a cultura de utilização da Moeda Oficial Brasileira (Real) é

preponderante. Assim sendo, faz-se necessário um processo de transformação cultural que

produza na comunidade uma aproximação em relação à Moeda Bem.

Vale ressaltar que, nossas reflexões nos permitem afirmar que apenas a introdução de uma

moeda local, não é suficiente para assegurar o desenvolvimento do comércio, nem tão pouco a

melhoria da qualidade de vida da população envolvida. Como também, não se pretende

afirmar aqui, que a circulação da Moeda Bem extinguirá a pobreza a qual os moradores de sua

área de abrangêcia estão inseridos. Uma vez que mudar uma sociedade é um processo lento e

persistente que se faz ao longo de uma história e que a pobreza talvez nunca se extinga, visto

que o sujeito está situado numa sociedade determinada e num determinado modo de produção

– em nosso caso o capitalismo – que é permeado de contradições e conflitos das e entre as

classes sociais. Contradições e conflitos, nas quais o sujeito se constitui, é constituído e

constitui.

Porém é notório, o impacto social trazido com o uso da Moeda Bem na vida dos tomadores de

empréstimos de consumo, pois observamos ao longo das entrevistas, o envolvimento da

comunidade em um Projeto que, através dos serviços prestados, tem alcançado a satisfação e

o bem da coletividade.

Por isso, acredita-se ser relevante o papel de regulador da economia familiar que os usuários

atribuem aos empréstimos de consumo, visto que o mesmo serve para elevar o poder de

compra da maioria dos moradores dos bairros de abrangência, além de dinamizar a economia

local e de um modo muito subjetivo, agregar aos tomadores de empréstimo em Bens a

segurança de atender suas necessidades emergenciais, e com isso, contribui indiretamente

com o resgate da auto-estima destes, que muitas vezes encontram-se em situação financeira

débil.

Conforme já abordado no capítulo anterior em relação às mudanças positivas na vida

socioeconômica dos tomadores de empréstimos podemos inferir que a conscientização do

sujeito em relação à importância da economia popular e solidária, que o Banco Bem

representa para estes sujeitos, e de que este é uma ação da comunidade, na comunidade e para

a comunidade. Sendo assim, podemos inferir que a maioria das pessoas que moram nas

periferias urbanas não usufruem dos bens produzidos pelo conjunto da sociedade (produzidos

pelos próprios excluídos-incluídos). Nesses bens não possuídos, estão: o acesso ou

permanência na escola; o acesso ao trabalho; o desenvolvimento de uma competência não só

de ter acesso, mas de produzir saberes e bens; o desenvolvimento de uma competência de

descobrir, produzir e exercitar poder, cidadania e o desenvolvimento de uma competência de

elaborar e vivenciar sentimentos.

Nessa perspectiva é que percebemos o Banco Bem como um gerador de consciência e de

desenvolvimento de outros modos de perceber-se e de perceber a sociedade em sua volta e

agir sobre ela, ou seja, desenvolver-se por meio de relações de troca entre si e em seu

cotidiano.

Adquirimos, também, por meio desta pesquisa, objetivos não antes previstos o que demonstra

a riqueza da pesquisa, que às vezes nos conduz a caminhos inesperados. Dentre os objetivos

não previstos observamos a questão do empoderamento social e econômico da mulher que

antes se colocava no papel de coadjuvante e a partir do conhecimento das ações do Banco

Bem, e isto nos aponta o fato de que embora os tomadores de empréstimo não tenham o

conhecimento teórico e cientifico sobre o tema economia popular e solidária, percebem o

significado social destes termos ao tomarem os empréstimos de consumo. Pois estes

produziram nestas mulheres uma reconceituação quanto ao seu papel na família e na

sociedade, passando dessa condição de coadjuvante para o de protagonista de sua vida

econômica e familiar. Isto representa a aquisição da cidadania econômica ao se tornarem

emancipada economicamente.

Outra questão observada e relativa à necessidade de aumento no valor do empréstimo de

consumo, bem como do lastro, pois se obtivermos maior número de pessoas atendidas pelo

empréstimo de consumo maior a possibilidade de aumento da cadeia produtiva.

A pesquisa também nos aponta que muito ainda tem-se a construir em nosso país quando se

fala de economia solidária e isto nos mostra que os profissionais envolvidos nesta questão têm

um amplo campo de pesquisa e trabalho, uma possibilidade é investigar sobre a relação entre

empréstimo de consumo e a dinamização da cadeia produtiva. Isto para que o tema

ECONOMIA POPULAR e SOLIDÁRIA possa se fortalecer em busca dos princípios de

participação, autogestão, democracia, igualitarismo, cooperação, sustentabilidade,

desenvolvimento humano, responsabilidade social e a preservação do meio ambiente.

Fica aqui nosso desafio e incentivo aos profissionais do Serviço Social em prol da

consolidação de ações – pesquisas, reflexões, trabalho coletivo - visando uma economia

inclusiva, ou seja, que considere o sujeito como agente de sua transformação e da

transformação social.

7– REFERÊNCIAS

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YAZBEK, M. C. Classes subalternas assistência social. 3 ed. São Paulo: Cortez, 1999.

ANEXOS

ANEXO A – Questionário Socioeconômico: Perfil dos Tomadores de Empréstimos em

Moeda Bem.

QUESTIONARIO SÓCIO-ECONÔMICO

PERFIL DOS TOMADORES DE EMPRÉSTIMOS EM MOEDA BEM

Pesquisador: Data: / /07 Hora:

Bloco I - Caracterização do entrevistado

1. Nome:____________________________________________Apelido:_______________

2. Idade:_________ 3. Sexo: • M. • F. Telefone:___________________

4. Bairro de moradia: • Itararé. • Penha. • São Benedito.4.1 Há quanto tempo mora na região?___________________________________________

5. Qual é a posição do entrevistado em relação ao chefe/responsável do domicilio?__________________________________________________________________________

6. Estado Civil:

• Casado • Solteiro • Divorciado • Viúvo • União Estável

7. Escolaridade

• Ensino fundamental Incompleto • Ensino Superior Incompleto

• Ensino fundamental Completo • Ensino Superior Completo

• Ensino Médio Incompleto • Sem escolaridade

• Ensino Médio Completo

8. Qual o número de membros de sua família?_________

• ___0 a 6 anos. • ___16 a 17 • ___25 a 64

• ___7 a 15 • ___18 a 24 • ___Acima de 65.

Bloco II - Caracterização do domicilio

9. Tipo de moradia:

• Alvenaria. • Madeira. • Mista. • Outras.______________

10. Sua residência é:

• Alugada. R$_____ • Cedida • Própria • Outros______________

11. Número de cômodos da casa:__________Quais os cômodos?

• ___Sala. • ___Banheiro • ___Quarto

• ___Cozinha • ___Área de serviço • ___Outros.

12. Abastecimento de água principal:

• Canalizada • Outros______________________________________________

13. Energia elétrica:

• Padrão. • Clandestina • Inexistente.

14. Esgotamento sanitário:

• Rede da Concessionária • Rede construída por moradores.

• Fossa • Despeja na rua/encosta/córrego. • Não sabe.

15. Destino do lixo:

• Lixo acondicionado. • Caçamba/lixeiras coletivas. • Via pública

• Encosta • Terreno vazio. • Queimado no local

16. Tipo de pavimentação:

• Asfalto • Paralelepípedo. • Cimentado • Sem pavimentação.

Bloco III – Renda familiar

17. Quantas pessoas trabalham atualmente?____________________________________

18. Descreva as principais atividades exercidas por estas pessoas:

Atividade Nº de pessoas Idade

• Empregado com registro

• Empregado sem registro

• Empregador

• Por conta própria/ individualmente

• Integrante de grupo produtivo/cooperativa

• Aposentado/pensionista

• Aprendiz/estagiário com remuneração

• Trabalho temporário (bico)

• Outro

19. Renda mensal familiar (em salário mínimo – SM ou R$)

• Menos de 1 SM (até R$380,00) • de 1 a 2 SM (R$380,00 a 760,00)

• de 2 A 3 SM (R$760,00 a R$1.140,00) • de 3 a 4 SM (R$1.140,00 a R$1.520,00)

• Mais de 4 SM (Mais de R$1.520,00) • Não sabe/não respondeu

20. Quem mais contribui financeiramente para a manutenção do domicilio?__________________________________________________________________________

21. Renda mensal individual:__________________________________________________________________________

22. Recebe algum tipo de beneficio?

• Sim • Não • Não sei responder.22.1 Se sim. Qual?__________________________________________________________

22.2 Qual o valor total somando todos os benefícios? (R$) ___________________________

23. Escolha três opções que considera de maior peso no orçamento familiar:

• Alimentação. • Aluguel/habitação. • Água • Transporte • Lazer

• Energia • Educação. • Saúde • Vestuário • Gás

• Telefone • Imposto. • Não sabe • Outro:____________

24. Em sua opinião a renda mensal da sua família lhes permite viver durante o mês com:

• Dificuldade. • Facilidade • Nem dificuldade e nem facilidade

Bloco IV – Moeda Bem

25. Quem é o titular do empréstimo?__________________________________________

26. A decisão de tomar o empréstimo foi coletiva (consenso) ou individual?__________________________________________________________________________

27. Como você conheceu a Moeda Bem? Principal:

• Através de vizinho • Através da família • Através de comércio local

• Mídia/ divulgação. • Banco Bem • Outros:_______________

28. Como você soube da possibilidade de tomar empréstimo junto ao Banco Bem?

• Através de vizinho • Através da família • Através de comércio local

• Mídia/ divulgação. • Banco Bem • Outros:_______________

29. O que te levou a procurar o Banco Bem?

• Juros baixos, ou zero • Forma de concessão do credito, que são mais fáceis

• Indicação. • Necessidade • Outros:_______________

30. Você já solicitou quantos empréstimos em moeda Bem?______________________

31. Encontrou dificuldade em adquirir o empréstimo?

• Sim. • Não.31.1Se sim. Qual?______________________________________________________

32. Você esta ciente dos critérios pré-estabelecidos para conseguir o empréstimo?

• Sim. • Não.32.1 Se sim. Pode citar algum?_________________________________________________

33. Como foi gasto o dinheiro oriundo do empréstimo?

• Alimentos • Pagamento de contas (água, luz, etc.)

• Utilidade doméstica• Outros: _________________________________________

34. O empréstimo resolveu seu problema?

• Sim. • Não.

35. Você conseguiu quitar o empréstimo de acordo com o prazo determinado?

• Sim. • Não.35.1Se não. Por quê?________________________________________________________

36. Continua precisando de um novo empréstimo?

• Sim. • Não.

37. Você sugere alguma melhoria no sistema de concessão de empréstimo?__________________________________________________________________________

38. Você costuma comprar fiado/caderneta no comércio local?

• Sim. • Não.38.1 Se sim. Qual comércio?___________________________________________________

39. Você preferi comprar fiado ou comprar com a Moeda Bem oriunda do empréstimo?

• Moeda Bem. • Fiado39.1 Por quê?______________________________________________________________

40. Você gostou do atendimento do Banco Bem?

• Sim. • Não.40.1Por quê?_______________________________________________________________

41. Quais diferenças você vê entre os Bancos Comerciais e o Banco Bem?__________________________________________________________________________

42. Como foi à aceitação da moeda Bem no comércio local?

• Ótima • Boa • Razoável • Ruim

43. Antes de tomar o empréstimo em Moeda Bem você já era usuário desta Moeda?

• Sim. • Não.43.1 Alguém mais utiliza a Moeda Bem em sua casa?______________________________

44. Você costuma fazer a troca de Reais por Moeda Bem?

• Sim. • Não.

45. Quais as vantagens em usar a moeda Bem?__________________________________________________________________________

46. Você acha que a moeda Bem melhorou sua qualidade de vida?

• Sim. • Não.46.1 Se sim. Como?_________________________________________________________

47. Você já pensou em tomar empréstimo para fins de produção?

• Sim. • Não.47.1 Se sim. Para produzir o quê?______________________________________________

47.2 Se não. Por quê?________________________________________________________

48. Você percebe o Banco Bem como um ato de solidariedade ou como um empréstimo bancárionormal? Explique.__________________________________________________________________________

49. Você sabe o que é economia solidária?

• Sim. • Não.

50. Você conhece os Grupos de Produção/Cooperativas existentes na região em especial noBairro São Benedito?

• Sim. • Não.50.1 Se sim. Qual?__________________________________________________________

51. Você participa ou têm interesse em participar de alguma das cooperativas existentes naComunidade?

• Sim, participo • Não, mas tenho interesse • Não participo e não tenhointeresse.51.1 Por quê?______________________________________________________________

52. Você indicou a moeda Bem para alguém?

• Sim. • Não.52.1 Se sim. Quem?_________________________________________________________

53. Você já pegou empréstimo em Banco Comercial?

• Sim. • Não.

54. Você possui conta em banco comercial?

• Poupança • Conta corrente • Conta salário

• Nenhuma das alternativas • Todas as alternativas acima.

55. O que você acha que pode melhorar no uso e na aceitação da moeda Bem?__________________________________________________________________________

56. Como a moeda Bem e o Banco Bem estão contribuindo para o desenvolvimento daComunidade?__________________________________________________________________________

57. Você acha que a moeda Bem deve continuar a existir?

• Sim. • Não.57.1 Por quê?______________________________________________________________

58. O que a Moeda Bem representa para você?__________________________________________________________________________

ANEXO B – Questionário Organização do Banco Bem: Investigação Sobre o Histórico eFuncionamento do Banco e da Moeda Bem

QUESTIONÁRIO ORGANIZAÇÃO DO BANCO BEM

INVESTIGAÇÃO SOBRE O HISTÓRICO E FUNCIONAMENTO DO BANCO E DA MOEDA

BEM

Pesquisador: Data: / /07 Hora:

Bloco I - Caracterização do entrevistado

1. Nome:___________________________________________ 2. Telefone:_____________

3. Profissão:_________________________4. Tempo de trabalho no Banco Bem:______

Bloco I - Caracterização do Banco Bem

5. Você sabe como surgiu o Banco Bem?

__________________________________________________________________________

6. Quando se pensou em um Banco Comunitário para região a qual foi o principal objetivo paraa sua criação?__________________________________________________________________________

7. Atualmente, com o Banco em pleno funcionamento alguns dos objetivos mudaram?

• Sim. • Não.7.1 Se sim, o que mudou?_____________________________________________________

8. Descreva a organização do banco bem (hierarquia/organograma).

__________________________________________________________________________

9. Como funcionam as atividades do Banco Bem?

__________________________________________________________________________

10. Um dos princípios dos bancos comunitários é contribuir com o desenvolvimento econômico esocial da comunidade em que atua. Cite as ações desenvolvidas pelo banco bem para contribuircom o desenvolvimento comunitário.__________________________________________________________________________

11. O banco bem é sustentável?

• Sim. • Não.

11.1. Se não. Existe um projeto futuro para alcançar a sustentabilidade?

__________________________________________________________________________

11.2. O que você entende por sustentabilidade?

__________________________________________________________________________

11.3. O que você entende por sustentabilidade?

__________________________________________________________________________

12. Quem são os parceiros do banco bem, e de que maneira contribuem com as ações do Banco?__________________________________________________________________________

13. Existe algum critério de aceitação destes parceiros?

• Sim. • Não.13.1 Se sim. Qual?__________________________________________________________

14. Se os patrocinadores deixarem de investir no Banco Bem existem outros meios de

sustentabilidade Bancária?

• Sim. • Não.

15. Quais são os maiores desafios do Banco Bem?

__________________________________________________________________________

16. No I Seminário de Economia Solidária da EMESCAM, você falou da impossibilidade dosusuários acumularem dinheiro no banco bem, ou seja, não é possível ter uma poupança. A quese deve esta proibição? E se a mesma representa para o Banco Bem uma ameaça/limitação?__________________________________________________________________________

17. Como é a relação do Banco Bem com a Prefeitura Local?

• Ótima • Boa • Razoável • Ruim17.1.Exemplifique:___________________________________________________________

18. Como é a relação do Banco Bem com os projetos e os grupos existentes na comunidade?

• Ótima • Boa • Razoável • Ruim • Inexistente18.1.Exemplifique:___________________________________________________________

19. Como é a relação do Banco Bem com outros Bancos Comunitários?

• Ótima • Boa• Razoável • Ruim • Inexistente19.1.Exemplifique:___________________________________________________________

20. Qual a relação do Banco Bem com o Banco Central?

__________________________________________________________________________

21. Explique a relação existente entre o Banco Bem e os grupos produtivos (empreendimentos)?

__________________________________________________________________________

22. Há pretensão de levar este projeto a outras comunidades? (que projeto? do banco?)

• Sim. • Não.

23. Compreendendo ser o Banco Bem um Banco Comunitário, ou seja, da comunidade, como sedá a participação da comunidade nas ações do Banco?__________________________________________________________________________

24. A comunidade tem acesso aos documentos do Banco Bem?

• Sim. • Não.

25. Quais as mudanças sociais já foram observadas a partir das ações do Banco Bem nasComunidades de sua abrangência?__________________________________________________________________________

26. Como você vê o Banco Bem?

__________________________________________________________________________

Bloco II – Concessão de empréstimos

27. Quais as linhas de credito do Banco Bem?

__________________________________________________________________________

28. Há preferência do Banco Bem por determinadas operações de créditos?Por quê?__________________________________________________________________________

29. Descreva o processo de empréstimo.

__________________________________________________________________________

30. Qual a finalidade dos empréstimos concedidos pelo Banco Bem?

__________________________________________________________________________

31. Quais os critérios do Banco Bem para a concessão do empréstimo?

__________________________________________________________________________

32. Existe um prazo (tempo) estipulado para concessão de empréstimos?

• Sim. • Não.32. 1 Se sim, qual?__________________________________________________________

33. Como e feita à análise dos créditos?

__________________________________________________________________________

34. Após a concessão do empréstimo e feito algum acompanhamento ao cliente?

• Sim. • Não.34. 1 Se sim, como?_________________________________________________________

35. Quais as atividades contempladas com os empréstimos de produção?

• Produção • Comércio

• Serviço. • Outros: ________________________________________

36. Como é a relação do Banco Bem com estes novos empreendimentos surgidos a partir dos

empréstimos concedidos?

• Ótima • Boa • Razoável • Ruim

37. Como surgiu à idéia de criar o empréstimo de consumo (concedido em Moeda Bem) que é

um valor relativamente pequeno se comparado aos valores concedidos nos demais tipos de

empréstimos?

__________________________________________________________________________

38. Quais as garantias oferecidas aos tomadores de empréstimos em moeda bem?

__________________________________________________________________________

39. O empréstimo de consumo é uma operação priorizada?

• Sim. • Não.39.1Por quê?_______________________________________________________________

40. Você considera que o empréstimo de consumo se aproxima de uma ação assistencialista?

• Sim. • Não.40.1Por quê?_______________________________________________________________

41. Você também falou do Comitê que autoriza os empréstimos, este comitê é permanente?

• Sim. • Não.41.1Se não, como funciona a eleição de seus membros?____________________________

42. No Seminário já mencionado, você relatou que o número de inadimplência é pequeno, a quese deve isso?

__________________________________________________________________________

43. Qual a postura do Banco Bem com os tomadores de empréstimo inadimplentes, além dacobrança verbal?

__________________________________________________________________________

44. Como surgiu e qual a finalidade do Fórum Bem Maior?__________________________________________________________________________

Bloco III – Moeda Bem

45. Quais os benefícios do uso da moeda bem?

__________________________________________________________________________

46. Como está sendo a aceitação da à Moeda Bem no comércio local?

• Ótima • Boa • Razoável • ruim

47. Quais são as principais dificuldades de circulação da Moeda Bem no comércio local?__________________________________________________________________________

48. Há procura por parte dos proprietários de comércios o interesse de que o seu comércio sejaum recebedor da Moeda Bem?

• Sim. • Não.Bloco IV – Usuários

49. Qual o depoimento de usuários, você pode citar como exemplo do bomrelacionamento com o Banco?__________________________________________________________________________

50. Qual o depoimento de usuários você pode citar como exemplo de mudança social?__________________________________________________________________________

51. Qual o depoimento de usuário você pode citar como exemplo de consciência solidária?__________________________________________________________________________

Bloco V – Funcionários

52. Qual seu sentimento e motivação em trabalhar em um Banco Comunitário?__________________________________________________________________________

53. Fale sobre o reconhecimento do trabalho do Banco junto aos parceiros e comunidades:__________________________________________________________________________

ANEXO C – Banco Bem: fotos

Foto 1:Morro São Benedito

Foto 2: Vista do alto do Morro São Benedito

Foto 3: Sede do Banco Bem em baixo e acima a sede da Escola de Economia Solidária BemAprender

Foto 4: Correspondente bancário instalado na sede do Banco Bem

Ilustração 1: Logomarca do Banco Bem

ANEXO D – Moeda Bem

Ilustração 2: Cédula de cinqüenta centavos de Bem – frente e verso.

Ilustração 3: Cédula de hum Bem – frente e verso.

ANEXO E – Material de divulgação

Ilustração 1:Banner dedivulgação daMoeda Bemafixado na sededo Banco Bem

Ilustração 2: Convite para a festa de lançamento da Moeda Bem – frente e verso.

ANEXO F – Tabulação de dados da pesquisa de campo.

Gráfico 1: Número de membros da família por grupo de idade

DESCRIÇÃO Nº0 a 6 ANOS 87 a 15 ANOS 1216 a 17 ANOS 118 a 24 ANOS 1125 a 64 ANOS 23ACIMA DE 65 ANOS 4

DESCRIÇÃO NºPORCENTAGEM

0 a 6 ANOS 8 14%7 a 15 ANOS 12 20%16 a 17 ANOS 1 2%18 a 24 ANOS 11 19%25 a 64 ANOS 23 39%ACIMA DE 65 ANOS 4 7%

59 100%

47%

814%

12%

1220%

1119%

2339%

0 a 6 ANOS

7 a 15 ANOS

16 a 17 ANOS

18 a 24 ANOS

25 a 64 ANOS

ACIMA DE 65 ANOS

COMENTÁRIO: Observamos que os entrevistados em relação ao número de membros dafamília por faixa etária, têm uma considerável divergência, onde 39% possuem entre 25 e64 anos, 20% possuem entre 7 e 15 anos, 19% possuem entre 18 e 24 anos, 14% possuementre 0 e 6 anos, 7% possuem mais de 65 anos e apenas 2% têm idade entre 16 e 17 anos.

Gráfico 2: Descrição da aquisição da residência.

DESCRIÇÃO NºALUGADA 2CEDIDA 1PROPRIA 12OUTROS 1

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMALUGADA 2 13%CEDIDA 1 6%PRÓPRIA 12 75%OUTROS 1 6%

16 100%

COMENTÁRIO: Pode-se observar que a maioria dos entrevistados, cerca de 75%, residemem casas de próprias e apenas 13% residem em casas alugadas.

16%

213%

16%

1275%

ALUGADACEDIDA

PROPRIA

OUTROS

Gráfico 3: Total de cômodos da casa.

DESCRIÇÃO NºATÉ 3 CÔMODOS 5DE 4 A 6 CÔMODOS 8ACIMA DE 7 CÔMODOS 3

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMATÉ 3 CÔMODOS 5 31%DE 4 A 6 CÔMODOS 8 50%ACIMA DE 7 CÔMODOS 3 19%

16 100%

531,3%

318,8%

850,0%

ATÉ 3 CÔMODOS

DE 4 A 6 CÔMODOS

ACIMA DE 7 CÔMODOS

COMENTÁRIO: Observa-se que 50% dos entrevistados residem em casas de 4 a 6cômodos, 31% em casas de até 3 cômodos e apenas 19% residem em casas com maisde 7 cômodos.

Gráfico 4: Descrição dos cômodos da casa.

DESCRIÇÃO NºSALA 11COZINHA 16BANHEIRO 13ÁREA DE SERVIÇO 4QUARTO 28OUTROS 2

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSALA 11 15%COZINHA 16 22%BANHEIRO 13 18%ÁREA DE SERVIÇO 4 5%QUARTO 28 38%OUTROS 2 2%

74 100%

22%

1115%

1622%

1318%

45%

2838%

SALA

COZINHA

BANHEIRO

ÁREA DE SERVIÇO

QUARTO

OUTROS

COMENTÁRIO: 38% dos entrevistados possuem quarto, 22% possuem cozinha, 18%possuem banheiro, 15% possuem sala e apenas 5% têm área de serviço e ainda 2% possuemoutros tipos de cômodos

Gráfico 5: Energia elétrica.

DESCRIÇÃO NºPADRÃO 13CLANDESTINA 3INEXISTENTE 0

DESCRIÇÃO NºPORCENTAGEM

PADRÃO 13 81%CLANDESTINA 3 19%INEXISTENTE 0 0%

16 100%

1381%

319%

00%

PA DRÃ O

CLA NDESTINA

INEXISTENTE

COMENTÁRIO: Pode-se observar que a maioria dos entrevistados, cerca de 81%, possuienergia elétrica padrão e apenas 19% têm energia elétrica clandestina.

Gráfico 6: Esgotamento sanitário.

DESCRIÇÃO NºREDE DA CONCESSIONÁRIA 15FOSSA 0REDE CONSTRUÍDA POR MORADORES 1DESPEJA NA RUA/ENCOSTA/CÓRREGO 0NÃO SABE 0

DESCRIÇÃO NºPORCENTAGEM

REDE DA CONCESSIONÁRIA 15 94%FOSSA 0 0%REDE CONSTRUÍDA POR MORADORES 1 6%DESPEJA NA RUA/ENCOSTA/CÓRREGO 0 0%NÃO SABE 0 0%

16 100%

0%

16%

1594%

0%

0%REDE DACONCESSIONÁRIA

FOSSA

REDE CONSTRUÍDAPOR MORADORES

DESPEJA NARUA/ENCOSTA/CÓRREGONÃO SABE

COMENTÁRIO: Em relação ao esgotamento sanitário, 94% dos entrevistados utilizam oesgotamento fornecido pela rede concessionária e apenas 6% utilizam uma rede construída pormoradores.

Gráfico 7: Acomodação do lixo.

DESCRIÇÃO NºACONDICIONADO 12ENCOSTA 0CAÇAMBA/LIXEIRAS COLETIVAS 3TERRENO VAZIO 0VIA PÚBLICA 1QUEIMADO NO LOCAL 0

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMACONDICIONADO 12 75%ENCOSTA 0 0%CAÇAMBA/LIXEIRAS COLETIVAS 3 19%TERRENO VAZIO 0 0%VIA PÚBLICA 1 6%QUEIMADO NO LOCAL 0 0%

16 100%

0,0%0,0%

0,0%

1275%

319%

16%

A CONDICIONA DO

ENCOSTA

CA ÇA MBA /LIXEIRA SCOLETIV A STERRENO V A Z IO

V IA PÚBLICA

QUEIMA DO NO LOCA L

COMENTÁRIO: Em relação à coleta de lixo, 75% dos entrevistados acondicionam o lixoem local apropriado, 19% colocam em caçambas e/ou lixeiras coletivas e apenas 6% deixamo lixo em vias públicas.

Gráfico 8: Idade dos trabalhadores ativo por tipo de atividades

DESCRIÇÃO NºEMPREGADO COM REGISTRO DE 18 ANOS A 30 ANOS 8EMPREGADO COM REGISTRO DE 31 ANOS A 50 ANOS 5EMPREGADO COM REGISTRO DE 51 ANOS A 64 ANOS 2EMPREGADO COM REGISTRO ACIMA DE 65 ANOS. 0EMPREGO SEM REGISTRO DE 18 ANOS A 30 ANOS 1EMPREGO SEM REGISTRO DE 31 ANOS A 50 ANOS 0EMPREGO SEM REGISTRO 51 ANOS A 64 ANOS 0EMPREGO SEM REGISTRO ACIMA DE 65 ANOS 0EMPREGADOR DE 18 ANOS A 30 ANOS 0EMPREGADOR DE 31 ANOS A 50 ANOS 0EMPREGADOR DE 51 ANOS 64 ANOS 0EMPREGADOR ACIMA DE 65 ANOS 0POR CONTA PROPRIA/INDIVIDUALMENTE DE 18 ANOS A 30 ANOS 1POR CONTA PROPRIA/INDIVIDUALMENTE DE 31 ANOS A 50 ANOS 1POR CONTA PROPRIA/INDIVIDUALMENTE DE 51 ANOS A 64 ANOS 0POR CONTA PROPRIA/INDIVIDUALMENTE ACIMA DE 65 ANOS 0INTEGRANTE DE GRUPO PRODUTIVO/COOPERATIVA DE 18 ANOS A 30 ANOS 2INTEGRANTE DE GRUPO PRODUTIVO/COOPERATIVA DE 51 ANOS A 64 ANOS 0INTEGRANTE DE GRUPO PRODUTIVO/COOPERATIVA ACIMA DE 65 ANOS 0APOSENTADO/PENSIONISTA DE 18 ANOS A 30 ANOS 0APOSENTADO/PENSIONISTA DE 31 ANOS A 50 ANOS 0APOSENTADO/PENSIONISTA DE 51 ANOS A 64 ANOS 0APOSENTADO/PENSIONISTA ACIMA DE 65 ANOS 3APRENDIZ/ESTAGIARIO COM REMUNERAÇÃO 14 A 18 ANOS 1APRENDIZ/ESTAGIARIO COM REMUNERAÇÃO DE 19 ANOS A 25 ANOS 0APRENDIZ/ESTAGIARIO COM REMUNERAÇÃO ACIMA DE 26 ANOS 0TRABALHO TEMPORÁRIO (BICO) DE 18 ANOS A 30 ANOS 1TRABALHO TEMPORÁRIO (BICO) DE 31 ANOS A 50 ANOS 1TRABALHO TEMPORÁRIO (BICO) DE 51 ANOS A 64 ANOS 0TRABALHO TEMPORÁRIO (BICO) ACIMA DE 65 ANOS 0OUTRO 31 ANOS 1

DESCRIÇÃO NºPORCENTAGEM

EMPREGADO COM REGISTRO DE 18 ANOS A 30 ANOS 8 28%EMPREGADO COM REGISTRO DE 31 ANOS A 50 ANOS 6 21%EMPREGADO COM REGISTRO DE 51 ANOS A 64 ANOS 2 7%EMPREGADO COM REGISTRO ACIMA DE 65 ANOS. 0 0%EMPREGO SEM REGISTRO DE 18 ANOS A 30 ANOS 1 3%EMPREGO SEM REGISTRO DE 31 ANOS A 50 ANOS 0 0%EMPREGO SEM REGISTRO 51 ANOS A 64 ANOS 0 0%EMPREGO SEM REGISTRO ACIMA DE 65 ANOS 0 0%EMPREGADOR DE 18 ANOS A 30 ANOS 0 0%EMPREGADOR DE 31 ANOS A 50 ANOS 0 0%EMPREGADOR DE 51 ANOS 64 ANOS 0 0%EMPREGADOR ACIMA DE 65 ANOS 0 0%POR CONTA PROPRIA/INDIVIDUALMENTE DE 18 ANOS A 30 ANOS 1 3%POR CONTA PROPRIA/INDIVIDUALMENTE DE 31 ANOS A 50 ANOS 1 3%POR CONTA PROPRIA/INDIVIDUALMENTE DE 51 ANOS A 64 ANOS 0 0%POR CONTA PROPRIA/INDIVIDUALMENTE ACIMA DE 65 ANOS 0 0%INTEGRANTE DE GRUPO PRODUTIVO/COOPERATIVA DE 18 ANOS A 30 ANOS 2 7%INTEGRANTE DE GRUPO PRODUTIVO/COOPERATIVA DE 31 ANOS A 50 ANOS 1 3%INTEGRANTE DE GRUPO PRODUTIVO/COOPERATIVA DE 51 ANOS A 64 ANOS 0 0%INTEGRANTE DE GRUPO PRODUTIVO/COOPERATIVA ACIMA DE 65 ANOS 0 0%APOSENTADO/PENSIONISTA DE 18 ANOS A 30 ANOS 0 0%APOSENTADO/PENSIONISTA DE 31 ANOS A 50 ANOS 0 0%APOSENTADO/PENSIONISTA DE 51 ANOS A 64 ANOS 0 0%APOSENTADO/PENSIONISTA ACIMA DE 65 ANOS 3 10%APRENDIZ/ESTAGIARIO COM REMUNERAÇÃO 14 A 18 ANOS 1 3%APRENDIZ/ESTAGIARIO COM REMUNERAÇÃO DE 19 ANOS A 25 ANOS 0 0%APRENDIZ/ESTAGIARIO COM REMUNERAÇÃO ACIMA DE 26 ANOS 0 0%TRABALHO TEMPORÁRIO (BICO) DE 18 ANOS A 30 ANOS 1 3%TRABALHO TEMPORÁRIO (BICO) DE 31 ANOS A 50 ANOS 1 3%TRABALHO TEMPORÁRIO (BICO) DE 51 ANOS A 64 ANOS 0 0%TRABALHO TEMPORÁRIO (BICO) ACIMA DE 65 ANOS 0 0%OUTROS 31 ANOS 1 3%

29 100%

0%

0%0%0%0%0%0%

0%0%0%0%0%

13%

13%

0%

13% 3

10%

13%

0% 0%1

3%

0%7%

13%0%

0%

13%1

3%

0%

27%

621%

828%

EMPR EGADO COM R EGIST R O DE 18 ANOS A 30 ANOS

EMPR EGADO COM R EGIST R O DE 31 ANOS A 50 ANOS

EMPR EGADO COM R EGIST R O DE 51 ANOS A 64 ANOS

EMPR EGADO COM R EGIST R O ACIMA DE 65 ANOS.

EMPR EGO SEM REGIS T RO DE 18 ANOS A 30 ANOS

EMPR EGO SEM REGIS T RO DE 31 ANOS A 50 ANOS

EMPR EGO SEM REGIS T RO 51 ANOS A 64 ANOS

EMPR EGO SEM REGIS T RO ACIMA DE 65 ANOS

EMPR EGADOR DE 18 ANOS A 30 ANOS

EMPR EGADOR DE 31 ANOS A 50 ANOS

EMPR EGADOR DE 51 ANOS 64 ANOS

EMPR EGADOR ACIMA DE 65 ANOS

POR CONT A PROPR IA/INDIVIDUALMENT E DE 18 ANOS A 30ANOSPOR CONT A PROPR IA/INDIVIDUALMENT E DE 31 ANOS A 50ANOSPOR CONT A PROPR IA/INDIVIDUALMENT E DE 51 ANOS A 64ANOSPOR CONT A PROPR IA/INDIVIDUALMENT E ACIMA DE 65ANOSINT EGRANT E DE GR UPO PRODUT IVO/COOPER AT IVA DE 18ANOS A 30 ANOSINT EGRANT E DE GR UPO PRODUT IVO/COOPER AT IVA DE 51ANOS A 64 ANOSINT EGRANT E DE GR UPO PRODUT IVO/COOPER AT IVA ACIMADE 65 ANOSAPOSENT ADO/PENS IONIST A DE 18 ANOS A 30 ANOS

APOSENT ADO/PENS IONIST A DE 31 ANOS A 50 ANOS

APOSENT ADO/PENS IONIST A DE 51 ANOS A 64 ANOS

APOSENT ADO/PENS IONIST A ACIMA DE 65 ANOS

APRENDIZ /EST AGIAR IO COM R EMUNER AÇÃO 14 A 18 ANOS

APRENDIZ /EST AGIAR IO COM R EMUNER AÇÃO DE 19 ANOS A25 ANOSAPRENDIZ /EST AGIAR IO COM R EMUNER AÇÃO ACIMA DE 26ANOST R AB ALHO T EMPORÁR IO (B ICO) DE 18 ANOS A 30 ANOS

T R AB ALHO T EMPORÁR IO (B ICO) DE 31 ANOS A 50 ANOS

T R AB ALHO T EMPORÁR IO (B ICO) DE 51 ANOS A 64 ANOS

T R AB ALHO T EMPORÁR IO (B ICO) ACIMA DE 65 ANOS

OUT R O 31 ANOS

COMENTÁRIO: Pode-se observar que em relação ao tipo de atividades exercidas por idade pelos entre-vistados que, 28% tem idade entre 18 a 30 anos, 21% entre 31 a 50 anos são empregados com registro10% são aposentado/pensionista acima de 65 anos de idade, 7% empregado com registro com idade 51a 64 anos o mesmo percentual com idade 18 a 30 anos são integrantes de grupo produtivo/cooperativa,

3% para as demais atividades.

Gráfico 9: Quem mais contribui no domicilio

DESCRIÇÃO NºMARIDO 9MULHER 6FILHOS 0OUTROS 1

DESCRIÇÃO NºPORCENTAGEM

MARIDO 9 56%MULHER 6 38%FILHOS 0 0%OUTROS 1 6%

16 100%

0%

638% 9

56%

16%

MARIDO

MULHER

FILHOS

OUTROS

COMENTÁRIO: Em relação à manutenção do domicilio, nota-se que quem mais contribuifinanceiramente é o marido com cerca de 56%, e a mulher com 38%.

Gráfico 10: Recebe benefícios.

DESCRIÇÃO NºSIM 6NÃO 10NÃO SABE RESPONDER 0

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 6 38%NÃO 10 62%NÃO SABE RESPONDER 0 0%

16 100%

0,0%

638%

1062%

SIM

NÃO

NÃO SABERESPONDER

COMENTÁRIO: Observa-se que 62% dos entrevistados não recebem nenhum tipode benefício assistencial resultado que contribui diretamente com a baixa qualidadevida da população e apenas 38% recebem algum benefício.

Gráfico 10.1: Tipo de benefício.

DESCRIÇÃO NºBOLSA FAMÍLIA 6BPC 0PETI 0NÃO RECEBE 10

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMBOLSA FAMÍLIA 6 38%BPC 0 0%PETI 0 0%NÃO REBEBE 10 62%

16 100%

0%0%10

62%

638%

BOLSA FAMÍLIA

BPC

PETI

NÃO RECEBE

COMENTARIO: Observa-se que entre os entrevistados que recebem algumtipo de benefício assistencial, todos recebem o Bolsa Família, cerca de 38% dototal de entrevistados.

Gráfico 10.2: Valor total de todos os benefícios.

DESCRIÇÃO NºR$18,00 2R$95,00 3NÃO SABE/NÃO RESPONDEU 1

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMR$18,00 2 33%R$95,00 3 50%NÃO SABE/NÃO RESPONDEU 1 17%

6 100%

233%

117%

350%

R$18,00

R$95,00

NÃ O SA BE/NÃ ORESPONDEU

COMENTÁRIO: Dentre os entrevistados que recebem benefícios assistenciais, 50%recebem R$95,00 e 33% recebem R$18,00

Gráfico 11: Titular do empréstimo.

DESCRIÇÃO NºHOMEM 3MULHER 13

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMHOMEM 3 19%MULHER 13 81%

16 100%

319%

1381%

HOMEM

MULHER

COMENTÁRIO: Dentre os titulares do empréstimo de consumo, evidencia-se a presençamássica das mulheres com cerca de 81% do total de entrevistados.

Gráfico 12: Como conheceu a moeda bem.

DESCRIÇÃO NºVIZINHO 0MÍDIA/DIVULGAÇÃO 1FAMÍLIA 1BANCO BEM 11COMÉRCIO LOCAL 2OUTROS 1

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMVIZINHO 0 0%MÍDIA/DIVULGAÇÃO 1 6%FAMÍLIA 1 6%BANCO BEM 11 69%COMÉRCIO LOCAL 2 13%OUTROS 1 6%

16 100%

0,0%

1169%

213%

16%

16%

16%

VIZINHO

MÍDIA/DIVULGAÇÃO

FAMÍLIA

BANCO BEM

COMÉRCIO LOCAL

OUTROS

COMENTÁRIO: Observa-se que a maioria dos entrevistados, cerca de 69%, conheceram aMoeda Bem através do Banco Bem, 13% através do comércio local, 6% mídia/divulgação e omesmo valor percentual conheceram através da família, 6% conheceram através de outrasfontes.

Gráfico 13: Como soube da possibilidade de adquirir empréstimo.

DESCRIÇÃO NºVIZINHO 2MÍDIA/DIVULGAÇÃO 0FAMÍLIA 1BANCO BEM 9COMÉRCIO LOCAL 1OUTROS 1

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMVIZINHO 2 13%MÍDIA/DIVULGAÇÃO 0 0%FAMÍLIA 1 6%BANCO BEM 9 56%COMÉRCIO LOCAL 1 6%OUTROS 3 19%

16 100%

16%

213%

319%

16%

956%

0,0%VIZINHO

MÍDIA/DIVULGAÇÃO

FAMÍLIA

BANCO BEM

COMÉRCIO LOCAL

OUTROS

COMENTÁRIO: Observa-se que a maioria dos entrevistados, cerca de 56%, souberam dapossibilidade de adquirir empréstimos através do Banco Bem, 19% através de outras alternativas,13% através do vizinho, 6% através da família e o mesmo valor percentual através do comérciolocal.

Gráfico 14: O que te levou a procurar o banco bem.

DESCRIÇÃO NºJUROS BAIXOS, OU ZERO 3INDICAÇÃO 1FORMA DE CONCESSÃO DO CREDITO 0NECESSIDADES 12

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMJUROS BAIXOS, OU ZERO 3 19%INDICAÇÃO 1 6%FORMA DE CONCESSÃO DO CREDITO 0 0%NECESSIDADES 12 75%

16 100%

0%

16%

319%

1275%

JUROS BAIXOS,OU ZERO

INDICAÇÃO

FORMA DECONCESSÃO DOCREDITONECESSIDADES

COMENTÁRIO: 75% dos entrevistados procuraram o Banco Bem por necessidaderesultado este que descreve a característica econômica dos bairros São Benedito, Penha eItararé.

Gráfico 15: Total de empréstimos solicitados

DESCRIÇÃO Nº1 112 43 04 0MAIS DE 05 1

DESCRIÇÃO NºPORCENTAGEM

1 11 69%2 4 25%3 0 0%4 0 0%MAIS DE 05 1 6%

16 100%

0,0%0,0%4

25%

1169%

16%

1

2

3

4

MAIS DE 05

COMENTÁRIO: Em relação ao total de empréstimos solicitados, 69% dosentrevistados solicitaram apenas 1 empréstimo, 25% solicitaram 2 empréstimos eapenas 6% solicitaram mais de 5 empréstimos

Gráfico 16: Conhece os critérios para aquisição do empréstimo

DESCRIÇÃO NºSIM 15NÃO 1

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 15 94%

NÃO 1 6%16 100%

16%

1594%

SIM

NÃO

COMENTÁRIO: A maioria dos entrevistados, cerca de 94%, foram informados doscritérios para aquisição do empréstimo de consumo junto ao Banco Bem.

Gráfico 17: O empréstimo resolveu seu problema.

DESCRIÇÃO NºSIM 15NÃO 1

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 15 94%NÃO 1 6%

16 100%

16%

1594%

SIM

NÃO

COMENTARIO: Nota-se que 94% dos entrevistados responderam que o empréstimo deconsumo atendeu as necessidades a que foi destinado

Gráfico 18: Precisa de um novo empréstimo.

DESCRIÇÃO NºSIM 7NÃO 9

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 7 44%NÃO 9 56%

16 100%

744%

956%

SIM

NÃO

COMENTÁRIO: Em relação à necessidade de um novo empréstimo 56% dosentrevistados não necessitam de um novo empréstimo e 44% precisam.

Gráfico 19: Compra fiado ou com caderneta.

DESCRIÇÃO NºSIM 6NÃO 10

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 6 38%NÃO 10 62%

16 100%

638%

1062%

SIM

NÃO

COMENTÁRIO: 62% dos entrevistados não compram fiado/caderneta e 38% compram.

Lista 1: Descrição do tipo de comércio que compra fiado/caderneta

E-02 "PADARIA, GÁS E MERCEÁRIA DO NOÉ"E-05 "BAR E PADARIA"E-06 "BARZINHO"E-07 "LOJA DE ROUPA E NO ARMARINHO"E-09 "NO COMERCIO DE GÁZ"E-10 "MERCEARIA DO EDSON E DO SR. MARTIN"

Gráfico 20: Gostou do atendimento do banco bem.

DESCRIÇÃO NºSIM 16NÃO 0

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 16 100%NÃO 0 0%

16 100%

0%

16100%

SIM

NÃ O

COMENTÁRIO: Com relação ao atendimento do Banco Bem, cerca de 100% dosentrevistados gostaram do atendimento que tiveram.

Gráfico 21: Aceitação da moeda bem no comercio local.

DESCRIÇÃO NºÓTIMA 5BOA 10RAZOÁVEL 0RUIM 1

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMÓTIMA 5 31%BOA 10 63%RAZOÁVEL 0 0%RUIM 1 6%

16 100%

16%

0,0%

531%

1063%

ÓTIMA

BOA

RAZOÁVEL

RUIM

COMENTÁRIO: Quanto à aceitação da Moeda Bem no comércio local, cerca63%dos entrevistados consideram boa, 31% considera ótima e apenas6% consideram a aceitação da Moeda Bem ruim.

Gráfico 22: Antes de tomar o empréstimo você já era usuário da moeda.

DESCRIÇÃO NºSIM 3NÃO 13

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 3 19%NÃO 13 81%

16 100%

319%

1381%

SIM

NÃ O

COMENTÁRIO: Pode-se observar dentre os entrevistados em relação ao usoda Moeda Bem, cerca de 81% disseram não terem utilizado a Moeda antes detomar o empréstimo de consumo e 19% disseram ser usuário da Moeda Bem.

Gráfico 22.1: Quem mais utiliza moeda bem na residência

DESCRIÇÃO NºMULHER 0MARIDO 1FILHO(A) 0NINGUEM 15OUTROS 0

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMMULHER 0 0%MARIDO 1 6%FILHO (A) 0 0%NINGUEM 15 94%

OUTROS 0 0%16 100%

0%0%0%

15 94%

16% MULHER

MA RIDO

FILHO(A )

NINGUEM

OUTROS

COMENTÁRIO: Em relação ao uso da Moeda Bem, 94% dos entrevistados responderamque nenhum outro membro da família, além dele, utiliza a Moeda Bem.

Gráfico 23: A moeda bem melhorou sua qualidade de vida.

DESCRIÇÃO NºSIM 15NÃO 1

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 15 94%NÃO 1 6%

16 100%

16%

1594%

SIM

NÃ O

COMENTÁRIO: Em relação à qualidade de vida, 94% dos entrevistados responderam quea Moeda Bem melhorou sua qualidade de vida.

Gráfico 24: Já pensou em tomar empréstimo para fins de produção.

DESCRIÇÃO NºSIM 7NÃO 9

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 7 44%NÃO 9 56%

16 100%

744%

956%

SIM

NÃO

COMENTÁRIO: Nota-se que 56% dos entrevistados nunca pensaram em adquirirempréstimo para fins produtivos e 44% gostariam de solicitar este empréstimo

Lista 2: Descrição do tipo de produção que pretende

E-02 "UM PONTO PRA VENDER MARMITEX OU CALDO DE CANA"E-04 "COMPRAR UM CARINHO DE ÁGUA DE CÔCO PRA REVENDER"E-05 "VENDER ROUPAS E ARTESANATO"E-06 "PRA REFORMAR A MINHA CASA"E-07 "SIM, INVESTIR EM REVENDER CHINÊLOS"E-10 "PARA REVENDER JÓIAS"E-15 "BARRACA DE DOCES E SALGADOS"

Lista 2.1: Descrição dos motivos para não produzir novos empreendimentos

E-01 "TENHO MEDO DE INVESTIR E NÃO RECEBER"E-03 "NÃO TENHO TEMPO"E-08 “NÃO TENHO TEMPO"E-09 "NUNCA ME INTERESSEI"E-11 "PORQUE NÃO DOU PARA ESSES NEGOCIOS DE TA VENDENDO"E-12 "PORQUE NÃO TEM NADA O QUE PRODUZIR"E-13 "NÃO PORQUE NÃO TENHO COMO PAGAR"E-14

"NO MOMENTO ESTOU DESEMPREGADA SE EU PEGAR EMPRÉSTIMO COMOEU VOU PAGAR"

E-16 "PORQUE PARA TRABALHAR POR CONTA PRÓPRIA, AINDA É CEDO DEMAIS"

Lista 3: Descrição de como percebe o banco bem

E-01 "UM ATO DE SOLIDARIEDADE, POIS AJUDA MUITA GENTE,"E-02

"SOLIDÁRIO, AQUILO ALI E UMA COISA QUE VÊM DE DEUS. QUANDO AQUELE BANCOINAUGUROU EU PENSEI AGORA TODO MUNDO VAI TER ONDE RECORRER"

E-03 "SOLIDÁRIO, NA HORA DO APERTO ELE NÓS TIRA DO SUFOCO"E-04 "NORMAL"E-05 "ATO DE SOLIDARIEDADE, PORQUE É SEM FINS LUCRATIVOS, COOPERATIVAS"E-06 "APESAR DOS JUROS BAIXOS NÃO HÁ TANTA DIFERENÇA"

E-07

"COMO SOLIDARIEDADE, PORQUE O BANCO DEPOIS DE ABERTO, MUITA GENTE CONSEGUIU INVESTIR EM ALGUMA COISA, O BANCO ORIENTA SE É ISSO MESMO QUE AGENTE DESEJA"

E-08 "NORMAL"E-09 "NORMAL, A RESPONSABILIDADE DE TER QUE PAGAR, É IGUAL AO BANCO COMUM"E-10 "AS PESSOAS PODEM VER QUE NÃO TEM JUROS E SE TIVER O JURO E POUCO"E-11 "SOLIDARIEDADE. É PRA AJUDAR AS PESSOAS QUE PRECISAM"E-12 "EMPRESTIMO NORMAL, SE A PESSOA TEM A FICHA LIMPA VAI LÁ E PEGA"E-13 "COMO SOLIDARIEDADE, ELE AJUDA MUITA GENTE"E-14 "ACHO QUE ELE AJUDA AS PESSOAS, SOLIDARIEDADE"E-15 "É SOLIDÁRIO, ESTÁ SERVINDO BEM AS PESSOAS DO MORRO"E-16

"NORMAL, PORQUE SE EU PEGAR EMPRÉSTIMO NO BANCO BEM VOU TER QUE PAGARDA MESMA FORMA QUE O BANCO COMUM"

Gráfico 25: Sabe o que é economia solidária

DESCRIÇÃO NºSIM 3NÃO 13

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 3 19%NÃO 13 81%

16 100%

1381%

319%

SIM

NÃ O

COMENTÁRIO: 81% dos entrevistados não sabem o significado de Economia Solidária

Gráfico 26: Conhece os grupos de produção.

DESCRIÇÃO NºSIM 10NÃO 6

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 10 62%NÃO 6 38%

16 100%

1062%

638% SIM

NÃO

COMENTÁRIO: Em relação aos grupos produtivos, 62% dos entrevistados disseramconhecer e 38% desconhecem.

Lista 4: Descrição das cooperativas existentes na comunidade

E-04 "BEM NUTRIR, BEM LIMPAR E A MARCENARIA"E-05 "ARTEIDÉIASE-07 "CONHEÇO TODOS OS GRUPOS PRODUTIVOS"E-08 "BEM LIMPAR"E-09 "BEM CONSTRUIR"E-10 "BEM ARTE E MADEIRA"E-11 "BEM NUTRIR"E13 "BEM CONSTRUIR"E-14 "BEM LIMPAR"E-15 "BEM NUTRIR"

Gráfico 27: Participa ou tem interesse em participar de alguma cooperativa.

DESCRIÇÃO NºSIM. PARTICIPO 4NÃO. MAS TENHO INTERESSE 5NÃO PARTICIPO E NÃO TENHO INTERESSE. 7

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM. PARTICIPO 4 25%NÃO. MAS TENHO INTERESSE 5 31%NÃO PARTICIPO E NÃO TENHO INTERESSE. 7 44%

16 100%

744%

425%

531%

SIM. PARTICIPO

NÃO. MAS TENHOINTERESSE

NÃO PARTICIPO ENÃO TENHOINTERESSE.

COMENTÁRIO: 44% dos entrevistados não conhecem e não têm interesse em participar de,31% não conhecem, mas têm interesse em participar e 25% participam.

Lista 5: Descrição do interesse em participar das cooperativas existentes nacomunidade

E-02 "PORQUE TENHO PROBLEMAS DE SAÚDE"E-03 "FALTA DE TEMPO"E-04 "BEM CONSTRUIR"E-05 "AINDA NÃO SURGIU A VAGA"E-07 "BEM LIMPAR"E-08 "BEM LIMPAR"E-09 "BEM CONSTRUIR"E-10 "FALTA DE OPORTUNIDADE"E-11 "NÃO TENHO TEMPO, SAIO AS 05H DA MANHÃ PRA TRABALHAR"E-13 "POR CAUSA DOS FILHOS"E-14 "POR CAUSA DO NENEM"E-15 "EU APRENDI A ANDAR COM AS MINHAS PRÓPRIAS PERNAS"E-16 "NÃO CONHEÇO"

Gráfico 28: Indicou a moeda bem para alguém.

DESCRIÇÃO NºSIM 9NÃO 7

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 9 56%NÃO 7 44%

16 100%

744%

956%

SIM

NÃO

COMENTÁRIO: 56% dos entrevistados indicaram a Moeda Bem para outros e44% não indicaram a Moeda

Gráfico 29: Já pegou empréstimo em banco comercial.

DESCRIÇÃO NºSIM 8NÃO 8

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 8 50%NÃO 8 50%

16 100%

850%

850%

SIM

NÃO

COMENTÁRIO: Em relação à concessão de empréstimo em Banco Comercial 50% dosentrevistados já adquiriram e o mesmo valor percentual não adquiriu.

Gráfico 30: Possui conta em banco comercial.

DESCRIÇÃO NºSIM 7NÃO 9

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 7 44%NÃO 9 56%

16 100%

956%

744%

SIM

NÃO

COMENTÁRIO: 56% dos entrevistados não possuem conta em Banco Comercial e44% possuem.

Gráfico 30.1: Descrição do tipo de conta em banco comercial que possui

DESCRIÇÃO NºPOUPANÇA 3CONTA CORRENTE 3CONTA SALÁRIO 3NENHUMA DAS ALTERNATIVAS 9TODAS AS ALTERNATIVAS ACIMA. 0

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMPOUPANÇA 3 17%CONTA CORRENTE 3 17%CONTA SALÁRIO 3 17%NENHUMA DAS ALTERNATIVAS 9 49%TODAS AS ALTERNATIVAS ACIMA 0 0%

18 100%

0,0% 317%

317%

317%

949%

POUPA NÇA

CONTA CORRENTE

CONTA SA LÁ RIO

NENHUMA DA SA LTERNA TIV A S

TODA S A SA LTERNA TIV A S

COMENTÁRIO: Observa-se uma disparidade em relação ao tipo de conta que oentrevistado possui em Banco Comercial onde, 49% não possuem conta, 17% possuem conta

poupança, o mesmo valor percentual possui conta corrente, o mesmo

Lista 6: Descrição do que pode melhorar no uso e aceitação da moeda bem

E-01 "ESTÁ BOA"

E-02

"PODE. A MOEDA AINDA NÃO TÁ EVOLUIDA NAS LOJAS, NO MERCADO. QUASENINGUEM ACEITA. ELES QUEREM UMA MOEDA QUE ELES POSSAM GANHAR ALÉM"

E-03 "CIRCULAÇÃO"E-04 "ESTÁ BOA"E-05

"PRECISA TER MAIS ROTATIVIDADE, DIVULGAÇÃO. EU ACHO QUE TEM QUE FAZERCOM QUE A POPULAÇÃO CONHEÇA MAIS A MOEDA BEM"

E-06 "TODOS OS COMÉRCIOS PODERIAM ACEITAR PARA MELHOR CIRCULAR"E-07 "MAIOR DIVULGAÇÃO"E-08 "DIVULGAÇÃO"E-09 "ALMENTAR A REDE DE COMERCIO LOCAL"

E-10

"EU ACHO QUE AS PESSOAS QUE AINDA NÃO CONSEGUIRAM O EMPRÉSTIMOQUE CONSIGAM! FALTA AS PESSOAS PROCURAREM MAIS O BANCO BEM PARA PEDIR INFORMAÇÕES"

E-11 "NÃO, TÁ BOM"E-12 "NÃO SEI RESPONDER"E-13 "MAIS COMÉRCIOS ACEITAREM"E-14 "FALTA AS PESSOAS SABEREM DA EXISTÊNCIA DA MOEDA"E-15 "DEVERIA CIRCULAR"E-16 "A ACEITAÇÃO DA MOEDA, DIVULGAÇÃO PARA OS COMERCIANTES"

Gráfico 31: Acha que a moeda bem deve continuar a existir.

DESCRIÇÃO NºSIM 16NÃO 0

DESCRIÇÃO Nº PORCENTAGEMSIM 16 100%NÃO 0 0%

16 100%

0%

16100%

SIM

NÃO

COMENTÁRIO: Todos os entrevistados disseram que a Moeda Bem deve continuarexistindo.

Lista 7: Razões para que a moeda bem continue existindo

E-01 "CLARO, ELA NÃO PODE DEIXAR DE EXISTIR"E-02 "TEM MUITA GENTE CARENTE PRECISANDO"E-03 "SIM"E-04 "ELA VÊM NO MOMENTO CERTO QUE A PESSOA PRECISA"E-05 "ELA PODE TIRAR MUITA GENTE DO BURACO, FUFOCO"E-06 "SIM. FACILITA A VIDA DAS PESSOAS"

E-07"GERANDO RIQUEZAS PARA O NOSSO BAIRRO, O COMERCIANTE ENRIQUECE ASSIM,CONTRATA NOVOS FUNCIONÁRIOS"

E-08 "SIM"E-09 "PARA MUITAS PESSOAS ESTA E A OPORTUNIDADE DE TER O SEU PRÓPRIO DINHEIRO"E-10

"DEVE NÃO SÓ EXISTIR E SIM CRESCER MAIS, PARA QUE AS OUTRAS PESSOAS QUENÃO FAZEM PARTE DA NOSSA COMUNIDADE TAMBÉM CONHEÇAM A MOEDA".

E-11 "PODE SERVIR PARA OUTROS"E-12 "PORQUE TEM MUITAS PESSOAS QUE DEPENDEM DESSA MOEDA"E-13 "PORQUE ELA AJUDA MUITA GENTE"E-14 "PORQUE ASSIM COMO ELA ME AJUDOU PODE AJUDAR MAIS GENTE"E-15 "DEVE MULTIPLICAR POR ESSE MUNDÃO A FORA"

E-16"A MAIORIA AINDA NÃO CONHEÇE E ACHO QUE DEVEM DAR UMA ESPLICAÇÃO PARA ELES"