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e.BOOK: QUESTÕES DO ENADE COMENTADAS
Curso: Relações Internacionais
Organizador(es):
Aline Tereza Borghi Leite
Danillo Alarcon
Giovanni Chinaglia Okado
Hugo Tomazeti Neto
Ivan Vieira Neto
Leandro Bernardes Borges
Pedro Araújo Pietrafesa
4
SUMÁRIO
QUESTÃO Nº 09
Autor(a): Aline Leite
QUESTÃO Nº 10
Autor(a): Danillo Alarcon
QUESTÃO Nº 11
Autor(a): Danillo Alarcon
QUESTÃO Nº 12
Autor(a): ANULADA
QUESTÃO Nº 13
Autor(a): Giovanni Okado
QUESTÃO Nº 14
Autor(a): Danillo Alarcon e Pedro Pietrafesa
QUESTÃO Nº 15
Autor(a): Danillo Alarcon e Pedro Pietrafesa
QUESTÃO Nº 16
Autor(a): Giovanni Okado
QUESTÃO Nº 17
Autor(a): Ivan Vieira
QUESTÃO Nº 18
Autor(a): ANULADA
QUESTÃO Nº 19
Autor(a): ANULADA
QUESTÃO Nº 20
Autor(a): ANULADA
QUESTÃO Nº 21
Autor(a): Hugo Tomazeti
QUESTÃO Nº 22
Autor(a): Hugo Tomazeti
QUESTÃO Nº 23
Autor(a): Leandro Borges
QUESTÃO Nº 24
Autor(a): Danillo Alarcon
QUESTÃO Nº 25
Autor(a): Giovanni Okado
QUESTÃO Nº 26
Autor(a): Danillo Alarcon e Pedro Pietrafesa
QUESTÃO Nº 27
Autor(a): Leandro Borges
QUESTÃO Nº 28
Autor(a): Hugo Tomazeti
QUESTÃO Nº 29
Autor(a): Ivan Vieira Neto
QUESTÃO Nº 30
Autor(a): Ivan Vieira Neto
QUESTÃO Nº 31
Autor(a): ANULADA
QUESTÃO Nº 32
Autor(a): Leandro Borges
QUESTÃO Nº 33
Autor(a): ANULADA
QUESTÃO Nº 34
Autor(a): ANULADA
5
QUESTÃO Nº 35
Autor(a): Aline Leite
6
QUESTÃO Nº 09
Gabarito: C
Tipo de questão: Médio
Conteúdo avaliado: Regimes Ambientais Internacionais, Regime de Mudança Climática
Autor(a): Aline Tereza Borghi Leite
Comentário: Esta questão trata da temática ambiental, que tem exigido um tratamento
7
prioritário na agenda das Relações Internacionais. Refere-se também aos desafios de se
construir um regime ambiental internacional que consiga promover a ação conjunta dos
Estados com vistas a criar mecanismos para enfrentar o aquecimento global.
O item I é incorreto. No Brasil, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo tem uma relevância
significativa na promoção do desenvolvimento sustentável, assim como da redução dos
impactos das mudanças climáticas no planeta. O MDL se baseia precisamente na proposta
brasileira de 1997 de estabelecer um Fundo de Desenvolvimento Limpo, adotada pelo G77 e
China, o que também foi adotado no Protocolo de Kyoto.
O item II está incorreto. Alemanha e China ratificaram o Protocolo de Kyoto. Desta lista de
países, apenas os EUA não são signatários.
O item III está correto. O Protocolo de Montreal, criado em 1987, e o Protocolo de
Kyoto/Quioto, criado em 1997, são tratados internacionais de defesa do meio ambiente e da
vida.
O item IV está correto. As dificuldades enfrentadas pela temática ambiental nas Relações
Internacionais se deve ao caráter multilateral dos regimes ambientais internacionais combinado
à ausência de mecanismos efetivos de sanção para os Estados que não se comprometem com o
desenvolvimento sustentável.
Referências:
VIOLA, Eduardo. O regime internacional de mudança climática e o Brasil. Rev. bras. Ci. Soc.
[online]. 2002, vol.17, n.50, pp. 25-46.
SILVA, Darly Henriques da. Protocolos de Montreal e Kyoto: pontos em comum e diferenças
fundamentais. Rev. bras. polít. int. [online]. 2009, vol.52, n.2, pp. 155-172.
8
QUESTÃO Nº 10
Gabarito: A
Tipo de questão: Médio
Conteúdo avaliado: Análise de Política Externa
Autor(a): Danillo Alarcon
9
Comentário: Como aponta Maria Regina Soares de Lima (2000), o estudo da Política Externa
rompe com o paradigma realista clássico, pois indica que por trás do véu do interesse nacional
há na verdade grupos de interesse que influenciam na tomada de decisão quando seus
interesses particulares estão em jogo. Nas democracias esse processo é consideravelmente mais
complexo.
Sendo assim, é imprescindível no caso analisar os grupos de interesse envolvidos, mas sempre
com o cuidado de entender que em geral o poder de decisão em política externa reside no
Executivo, sendo esse assessorado pelo respectivo ministério de relações exteriores (no caso
dos EUA, o Departamento de Estado). Ademais, em política externa pode acontecer o processo
que se chama de framing, em que um indivíduo ou órgão departamental pode exercer
influência maior sobre o decisor, o que fortalece o papel das burocracias. Por isso não se pode
desconsiderar a atuação desses atores nem minimizar o papel dos lobbies.
Referências: LIMA; M. R. Instituições democráticas e política exterior. Contexto
Internacional, Rio de Janeiro, vol. 22, n.2, julho/dezembro, 2000, pp. 265-303.
10
QUESTÃO Nº 11
Gabarito: C
Tipo de questão: Fácil
Conteúdo avaliado: Análise de Política Externa Brasileira
Autor(a): Danillo Alarcon
11
Comentário: Insulada significa isolada. O tópico I retoma o debate da questão 10. Portanto,
está correto. Quando, em especial nas democracias, a política externa não é compreendida
como política pública ela tende a lutar por interesses que muitas vezes não são plurais.
No caso do item II, o que ocorre é contrário, mesmo no Brasil. Os setores mais competitivos
são partidários de maior liberalização comercial. O contrário acontece com os grupos menos
competitivos.
O item III está correto. O Itamaraty, apesar de estar à frente das negociações de comércio
internacional, não atua isolado.
Em relação ao item IV, é importante ressaltar que foi o próprio CNI, criado em 1996, que atuou
junto ao governo para garantir os interesses da indústria brasileira e protelar qualquer
alinhamento automático aos planos de Washington para a Alca. Vale a pena recordar estas
questões com esta pequena notícia de 2003:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u64555.shtml.
Referências: OLIVEIRA, Amâncio Jorge de; PFEIFER, Alberto. O empresariado e a política
exterior do Brasil. In:ALTEMANI,H.; LESSA,A.C.(Org.). Relações internacionais do
Brasil: temas e agendas. São Paulo: Ed. Saraiva, 2006. p. 389-428.
QUESTÃO Nº 12
Gabarito: ANULADA
Tipo de questão:
12
Conteúdo avaliado:
Autor(a):
Comentário
Referências:
QUESTÃO Nº 13
13
Gabarito: A
Tipo de questão: Médio
Conteúdo avaliado: Integração Regional da América do Sul
Autor(a): Giovanni Okado
Comentário:
Esta questão trata de uma iniciativa de integração regional da América do Sul no início do
século XXI, a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA). Essa iniciativa,
resumidamente, retoma as concepções geopolíticas e os direcionamentos da política externa
brasileira dos anos 1970, colocando ênfase em megaprojetos de infraestrutura e priorizando a
região amazônica. Com base nessa perspectiva histórica, o item I é verdadeiro, porque o
governo brasileiro reorientou a integração sul-americana da dimensão comercial para a de
infraestrutura e do Cone Sul para a Amazônia, embora, de fato, ainda não seja o espaço
geográfico por onde passe os principais fluxos de capitais do Brasil e da América do Sul.
O item II também é correto e justifica o item anterior. Na região amazônica, o Brasil detém
fronteira com sete países sul-americanos, o que demonstra uma posição central dessa região.
Além disso, na Amazônia, há riquezas naturais e vasta biodiversidade, grande parte ainda
desconhecida, que acarreta enorme potencial econômico para o país e a América do Sul, muito
embora cause implicações sociais e ambientais. Esse potencial a ser explorado depende de
maior integração dos países limítrofes, sobretudo na área de infraestrutura, e atrai fluxo de
capital para a região.
Referências: CASTRO, Edna. Expansão da fronteira, megraprojetos de infraestrutura e
integração sul-americana. Caderno CRH, Salvador, v. 25, n. 64, jan./abr. 2012, pp. 45-61.
14
QUESTÃO Nº 14
Gabarito: C
Tipo de questão: Fácil
Conteúdo avaliado: Economia Política Internacional
Autor(a): Danillo Alarcon e Pedro Pietrafesa
15
Comentário: O Gráfico claramente demonstra que a asserção I está correta. O crescimento dos
BRICS foi um dos fatores que impulsionou o elevado crescimento do PIB dos países em
desenvolvimento.
A asserção II está incorreta, pois ao contrário do que se propõe, a interdependência econômica
entre os países não diminuiu. Novas formas de cooperação internacional foram fomentadas
(como os arranjos de cooperação Sul-sul), e mesmo entre as economias tradicionais, novas
medidas foram tomadas para aprofundar as relações econômicas bilaterais e entre blocos. Por
exemplo, o Euro tornou-se a moeda corrente de boa parte da Europa a partir de 2002.
Referências: PENA FILHO, Pio; MENEZES, Alfredo da Mota. Integração regional: os blocos
econômicos nas Relações Internacionais. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
QUESTÃO Nº 15
Gabarito: B
Tipo de questão: Difícil
Conteúdo avaliado: Teoria das Relações Internacionais
Autor(a): Pedro Araújo Pietrafesa e Danillo Alarcon
Comentário: Apesar do objeto de análise da teoria do Sistema-mundo ser o sistema
16
internacional, os Estados continuam sendo atores relevantes desta abordagem. Neste sentido,
esta teoria se aproxima da abordagem neorrealista desenvolvida por Kenneth Waltz. Portanto, o
item I é falso.
O item II é verdadeiro, pois os Estados, dentro desta teoria são divididos entre centro,
semiperiferia e periferia. Já o item III está errado, pois, dentro dessa divisão proposta, cada um
desempenha papéis diferentes. No centro estão as atividades com maior valor agregado, na
periferia produzem-se os produtos primários, e na semiperiferia se opera uma lógica
intermediária. As divergências do mundo do trabalho se expressam nesta hierarquia, por isso o
item IV é correto.
Quanto ao item V, ele está errado pois, de acordo com Wallerstein o sistema-mundo abarca,
aos poucos, aquelas zonas que são do seu interesse. É a lógica da acumulação que impulsa a
sua expansão.
Referências: WALLERSTEIN, Immanuel. The inter-state structure of the modern world-
system. P. 87-107. In: SMITH, Steve; BOOTH, Ken; ZALEWSKI, Marysia. International
Theory: positivism and beyond. Cambridge Press.
Para a uma abordagem que contradiz a de Wallerstein, ver:
GUNDER FRANK, Andre. Reescrevendo a história mundial. In: PROCÓPIO, Argemiro.
Relações Internacionais – os excluídos da Arca de Noé. São Paulo: Editora Hucite, 2005. p.
15-66.
17
QUESTÃO Nº 16
Gabarito: C
Tipo de questão: Fácil
Conteúdo avaliado: Teoria das Relações Internacionais
Autor(a): Giovanni Okado
Comentário:
18
Esta questão trata do pensamento realista das Teorias de Relações Internacionais. O item I é,
em grande parte, verdadeiro, exceto no que diz respeito à busca pelo poder gerar um caos
permanente no sistema internacional. Essa busca gera, na verdade, um arranjo incerto e
instável, o equilíbrio de poder, que promove certa ordem e não o caos.
O item II está correto porque os realistas consideram os Estados como os únicos atores nas
relações internacionais, os quais se assemelham a “caixas pretas” ou “bolhas de bilhar” e a
interação entre eles restringe à defesa do interesse nacional. Nesse sentido, esses teóricos
desconsideram os processos decisórios internos e as motivações políticas para o
comportamento estatal no plano externo, não abrindo espaço para análise de outros atores e
agendas.
O item III também está correto, pois a anarquia, ainda que pressuponha a ausência de uma
autoridade superior nas relações internacionais, possibilita a coexistência entre os Estados e o
reconhecimento legítimo de sua soberania, ou seja, a aquiescência das forças políticas.
O item IV está equivocado porque os realistas concentram suas análises nas capacidades
materiais de que dispõe os Estados, sendo a principal delas o poder militar, e não nas
capacidades ideacionais, representada, no caso, pelo compartilhamento de uma identidade
comum.
Referências:
MESSARI, Nizar; NOGUEIRA, João Pontes. Teoria das relações internacionais: correntes e
debates. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
QUESTÃO Nº 17
19
Gabarito: C
Tipo de questão: Fácil
Conteúdo avaliado: História das Relações Internacionais I
Autor(a): Ivan Vieira Neto
Comentário
A primeira afirmativa é descartada logo que identificado que Inglaterra e França se encontram
ambas na condição de Metrópole, enquanto a terceira afirmativa se refere a período histórico
muito anterior aos embargos impostos pela França à Inglaterra no continente europeu.
Referências:
WATSON, A. A evolução da Sociedade Internacional. Brasília: UnB, 2004.
QUESTÃO Nº 18
Gabarito: ANULADA
Tipo de questão:
Conteúdo avaliado:
20
Autor(a):
Comentário:
Referências:
QUESTÃO Nº 19
Gabarito: ANULADA
Tipo de questão:
Conteúdo avaliado:
Autor(a):
Comentário:
Referências:
QUESTÃO Nº 20
21
Gabarito: ANULADA
Tipo de questão:
Conteúdo avaliado:
Autor(a):
Comentário:
22
Referências:
QUESTÃO Nº 21
Gabarito: B
Tipo de questão: Fácil
Conteúdo avaliado: Organizações Internacionais e Geopolítica
23
Autor(a): Hugo Tomazeti
Comentário:
A questão aborda as intervenções humanitárias provenientes das Nações Unidas e traz uma
crítica acerca de uma atuação enviesada por parte da ONU sob três aspectos: 1. O fato das
intervenções não levarem em consideração as opiniões e/ou o contexto local agindo a partir de
uma visão “eurocêntrica” ou “norte-americana”, 2. A incapacidade de ação das Nações Unidas
(enquanto ente internacional) de dar respostas rápidas pois padece tanto de estrutura financeira
(que advém dos Estados e do interesse deles em colaborar) quanto de rapidez estrutural (dada a
sua estrutura morosa) e 3. A África ainda não representar para os países centrais algum tipo de
risco e/ou ser interessante no que tange à participação nos mercados globais.
Referências:
SATO, Eiiti. Conflito e cooperação nas relações internacionais: as organizações internacionais
no século XXI. Rev. bras. polít. int., Brasília , v. 46, n. 2, p. 161-176, dez. 2003
. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
73292003000200007&lng=pt&nrm=iso>. acessos
em 17 ago. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-73292003000200007.
24
QUESTÃO Nº 22
Gabarito: A
Tipo de questão: Fácil
Conteúdo avaliado: Soberania
Autor(a): Hugo Tomazeti
Comentário:
25
Os crimes transnacionais colocam em xeque a noção clássica de soberania estatal. Esse fato
decorre de que, a partir de um processo globalizante e dotado de redes eficientes de
comunicação, criminosos, assim como os demais atores da sociedade, podem transpor as
fronteiras nacionais com facilidade e acabam por criar uma capilaridade que transcende o
Estado-nação clássico. A América Latina, por ainda ser incipiente no que tange a processos
integrativos mais profundos, acaba por se tornar uma região onde a prática de crimes
transnacionais é relativamente fácil, pois falta uma coordenação efetiva em termos multilaterais
para dirimir a prática criminosa.
Referências: Veja em Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime
https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/crime/index.html
26
QUESTÃO Nº 23
Gabarito: B
Tipo de questão: Fácil
Conteúdo avaliado: Política comercial e ambiental; Organizações Internacionais
Autor(a): Leandro Bernardes Borges
Comentário:
27
A OMC, enquanto organização internacional, estabelece um quadro normativo que orienta o
comportamento dos países em âmbito comercial. O PNUMA oferece diretrizes atinentes à
responsabilidade socioambiental para os atores internacionais, mas não impõe regras de
conduta.
A questão “I” peca ao afirmar que temas ambientais são debatidos restritamente em
conferências.
A questão “III” está errada por pontuar o início da agenda comercial com o surgimento da
OMC, em 1995.
Referências: BARROS-PLATIAU, A. F.; VARELLA, M. D.II; SCHLEICHER, R. T. Meio
ambiente e relações internacionais: perspectivas teóricas, respostas institucionais e novas
dimensões de debate. Rev. bras. polít. int. vol.47 no.2 Brasília July/Dec. 2004.
28
QUESTÃO Nº 24
Gabarito: A
Tipo de questão: Fácil
Conteúdo avaliado: Segurança Internacional
Autor(a): Danillo Alarcon
29
Comentário: Após a intervenção na Líbia, em 2011, alguns membros das Nações Unidas
tornaram-se reticentes quanto à possibilidade de uma intervenção na Síria, apesar da catástrofe
humanitária. O Brasil inclusive foi um país que se opôs a qualquer ação com uso da força
contra o regime de Bashar Al Assad, não por concordar necessariamente com o que tem
acontecido no país, mas por acreditar que o diálogo é a única maneira plausível de resolver a
situação.
Ademais, Rússia e China, que tem poder de veto, não autorizarão o uso indiscriminado de força
contra Damasco, por interesse próprio, mas também como um movimento claro de anti-
hegemonismo. A situação na Síria tem se complicado e transbordou para os vizinhos. O Líbano
hoje tem que lidar com mais de um milhão de refugiados. O Iraque, invadido em 2003 por uma
coalizão liderada pelos EUA, também está desestruturado. A partir de 2014, o autointitulado
“Estado Islâmico” domina parte da região, e na Turquia o governo de Ancara além de lidar
com a pressão dos refugiados vindos da Síria tem que enfrentar a situação dos curdos que
habitam uma região que faz fronteira justamente com a Síria e o Iraque.
Referências:
LEME, João Marcos Senise Paes. A Intervenção na Líbia, a ‘Responsabilidade de Proteger’ e a
‘Responsabilidade ao Proteger’. Cadernos de Política Exterior – Instituto de Pesquisa de
Relações Internacionais, Brasília, FUNAG, v.1, n.1, 2015, p. 91-113.
LISTER, Charles. Profiling the Islamic State. Brookings Doha Center Analysis Paper, Doha,
number 13, November 2014.
30
QUESTÃO Nº 25
Gabarito: E
Tipo de questão: Médio
Conteúdo avaliado: Teoria das Relações Internacionais
Autor(a): Giovanni Okado
Comentário
A questão versa sobre as Teorias das Relações Internacionais na contemporaneidade. O item I
está invertido na primeira assertiva. Os regimes democráticos tendem a manter relações
pacíficas entre si, segundo a tese da paz democrática de que as democracias não entram em
guerra. Essa tese foi inaugurada por Kant, consolidou-se com o presidente norte-americano
Woodrow Wilson e voltou à tona no novo momento idealista que sucedeu à Guerra Fria.
O item II está correto na primeira assertiva, uma vez que, para os feministas, a questão de
gênero é constitutiva das relações de poder. Isso não implica, necessariamente, na guerra. O
nível de análise do feminismo são os indivíduos ou as comunidades, não os Estados ou o
31
sistema internacional. Portanto, a priori, a preocupação feminista, em termos de segurança, é
em como as mulheres podem prover a própria segurança e não trata da guerra.
O item III está correto, pois a condição criada no momento pós-colonial, sobretudo nos países
africanos e asiáticos, persiste hoje. Novos conceitos, notadamente ocidentais, surgiram para
legitimar as intervenções humanitárias nas grandes colônias, desde o tratamento delas como
“estados falidos” até a ideia de “responsabilidade de proteger” para obter o amparo legal. Mais
de 70% das missões de paz atuais estão em países que já foram colônias no passado.
O item IV está correto porque, essencialmente, resume o argumento central de Wendt de que a
anarquia é um processo de construção social, cuja configuração de suas interações dependente
dos entendimentos, identidades e interesses que compartilham, não se restringindo a um
sistema de autoajuda, sob o viés realista.
O item V está correto e antecede, historicamente, o item IV da questão 16, tendo em vista que o
sistema moderno de Estados é caracterizado pela consolidação, unificação e centralização do
território sob um governo soberano. Nesse sistema, por um lado, os Estados exercem o
monopólio legítimo do uso da força internamente e protegem a comunidade, o “Nós”, que está
em sua base territorial e sob sua autoridade. Por outro, eles projetam poder externamente e
procuram excluir aqueles que não estão em sua base territorial, o “Outro”, muitas vezes
percebido como inimigo, potencial ou real. Daí porque são exclusivas, autocontidas na
proteção do “Nós”, e excludentes, repressoras do “Outro”, distinguindo claramente a esfera
doméstica da internacional.
Referências:
MESSARI, Nizar; NOGUEIRA, João Pontes. Teoria das relações internacionais: correntes e
debates. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
TICKNER, Ann. J. You just don’t understand: troubled engagements between feminists and IR
theorists. International Studies Quarterly, v. 41, n. 4, dez. 1997, pp. 611-632.
32
QUESTÃO Nº 26
Gabarito: A
Tipo de questão: Médio
Conteúdo avaliado: Economia Política Internacional; Teoria das Relações Internacionais
Autor(a): Danillo Alarcon e Pedro Pietrafesa
Comentário: As duas asserções estão corretas. De acordo com Robert Keohane (1984, p. 31),
“the two central propositions of the theory of hegemonic stability (Keohane, 1980): that order
in world politics is typically created by a single dominant power. Since regimes constitute
elements of an international order, this implies that the formation of international regimes
normally depends on hegemony. The other major tenet of the theory of hegemonic stability is
that the maintenance of order requires continued hegemony. As Charles P. Kindleberger has
said, "for the world economy to be stabilized, there has to be a stabilizer, one stabilizer" (1973,
p. 305). This implies that cooperation, which we define in the next chapter as mutual
adjustment of state policies to one another, also depends on the perpetuation of hegemony”.
33
Referências:
KEOHANE, Robert. After Hegemony – Cooperation and discord in the World Political
Economy. Princeton: Princeton University Press, 1984. (Cap. 3 – Hegemony in the World
Political Economy, p. 31-46).
GILPIN, Robert. War and Change in World Politics. Cambridge: Cambrigde University
Press, 1981.
QUESTÃO Nº 27
Gabarito: E
Tipo de questão: Médio
Conteúdo avaliado: Economia Política Internacional
Autor(a): Leandro Bernardes Borges
Comentário:
34
O item “II” está correta ao analisar o poder de competitividade dos industrializados chineses no
mercado nacional, tanto pela desvalorização monetária do yuan frente ao real, como por outras
vantagens comparativas.
A questão “III” está correta ao condicionar a política cambial brasileira ao processo avançado
de internacionalização da economia, atribuindo o caráter reativo de taxas de câmbio flutuante
aos elementos externos.
Por outro lado, não se pode afirmar que o governo chinês tenha alterado sua conduta cambial
após o ingresso na OMC.
Referências:
MARCHIONATTI, Wilson. China: velho e novo império. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2012
VASQUEZ, José L. Comércio Exterior Brasileiro: SISCOMEX Importação e Exportação. 5 ª
ed. São Paulo: Atlas, 2001.
QUESTÃO Nº 28
Gabarito: E
35
Tipo de questão: Média
Conteúdo avaliado: Análise de Política Externa
Autor(a): Hugo Tomazeti Neto
Comentário: Alguns autores evidenciam uma mudança na Política Externa Brasileira nas
últimas décadas. Tal fato decorre das mudanças estruturantes que ocorreram no país na década
de 1990, sobretudo ligadas a estabilização econômica e abertura para o comércio internacional.
No que tange a figura do Brasil enquanto um global player, existem divergências de análise já
que alguns autores trazem a questão à luz de uma necessidade do país se afirmar como uma
potência regional (e se tornar um influenciador na América Latina) numa visão eminentemente
geopolítica e estratégica. Já outros autores pensam que a afirmação do Brasil enquanto um ator
de relevância no Sistema Internacional se dará sobretudo nos fóruns multilaterais e na sua
atuação em conjunto com os “emergentes”, traçando uma nova perspectiva para as potências
médias.
Referências:
ALMEIDA, Paulo Roberto de. O Brasil no contexto da governanca global. Cadernos
Adenauer IX (2008) n. 3, Governança Global, Rio de Janeiro: Fundação Konrad Adenauer,
2009.
Disponível em:
<http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1946BrasilGovernGlobalCadAden.pdf>.
Acesso em 17/08/2015
QUESTÃO Nº 29
Gabarito: E
Tipo de questão: Fácil
Conteúdo avaliado: História das Relações Internacionais
Autor(a): Ivan Vieira Neto
36
Comentário:
O progresso técnico apontado na primeira afirmativa é alto-medieval; a eliminação do
escambo, nas terras colonizadas, não se relaciona ao enunciado e por muito tempo não se
efetivará realmente entre os colonos e os nativos; o modo de produção feudal é conteúdo
imediatamente anterior às modificações oriundas do expansionismo e está desautorizado na
Europa Ocidental; o comércio europeu, ao contrário, encontra-se em franco expansionismo.
Logo, o mercantilismo que se firmava como principal sistema para as transações comerciais
será a alternativa acertada.
Referências:
WATSON, A. A evolução da Sociedade Internacional. Brasília: UnB, 2004.
QUESTÃO Nº 30
Gabarito: D
Tipo de questão: Média
Conteúdo avaliado: História das Relações Internacionais
Autor(a): Ivan Vieira Neto
Comentário:
Esta questão requer muitos conhecimentos específicos dos acadêmicos e pode induzir ao erro
devido à exigência de memória sobre as alianças políticas da Europa no séc. XIX. Grã-
Bretanha, Áustria e Hungria não estiveram reunidas numa aliança política (era a Alemanha em
lugar da Grã-Bretanha); a França perdeu a Guerra Franco-Prussiana, o que facilitou a
unificação alemã; também a Grã-Bretanha não exerceu qualquer protagonismo ao longo do
Congresso de Viena, ou depois dele - ali as hegemonias europeias organizaram o seu equilíbrio
de poder; tampouco houvera aproximações entre Grã-Bretanha, França e Rússia na década de
1870, sendo a Entente firmada após a formação da Tríplice Aliança, na década de 1880. A
37
afirmação do enunciado relaciona-se diretamente à alternativa D, uma vez que a unificação
alemã abalou o frágil equilíbrio de poder firmado em Viena e prolongado por meio século na
Europa do XIX.
Referências:
HOBSBAWM, E. A Era dos Impérios: 1875 - 1914. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.
QUESTÃO Nº 31
Gabarito: ANULADA
Tipo de questão:
Conteúdo avaliado:
Autor(a):
Comentário:
Referências:
38
QUESTÃO Nº 32
Gabarito: B
Tipo de questão: Médio
Conteúdo avaliado: Economia Política Internacional
Autor(a): Leandro Bernardes Borges
Comentário:
Bretton Woods foi a proposta keynesiana de interromper o padrão ouro como valoração de
moedas internacionais e disseminar o dólar no bloco de aliados. Logo, o Dilema de Triffin
atesta a moeda estadunidense como referência fixa de câmbio aceita no mercado mundial.
Referências: SEGRE, German (org.). Manual Prático de Comércio Exterior. São Paulo: Atlas,
2007.
39
QUESTÃO Nº 33
Gabarito: ANULADA
Tipo de questão:
Conteúdo avaliado:
Autor(a):
Comentário:
Referências:
40
QUESTÃO Nº 34
Gabarito: ANULADA
Tipo de questão:
Conteúdo avaliado:
Autor:
Comentário:
Referências:
41
QUESTÃO Nº 35
Gabarito: E
Tipo de questão: Médio
Conteúdo avaliado: Direitos Humanos; Política Externa Brasileira
Autor(a): Aline Tereza Borghi Leite
Comentário:
Esta questão enfatiza a discussão sobre a violação de Direitos Humanos como uma política de
Estado. O Irã é acusado por parte da comunidade internacional de violar direitos humanos e
buscar desenvolver armas nucleares. No tema precisamente tratado nesta questão, estão
envolvidas discussões sobre Direitos Humanos, violência de gênero, feminismo e
empoderamento de mulheres nas Relações Internacionais.
O item I está incorreto. O governo Lula manteve relações próximas com o Irã. O ex-ministro
das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendia que o diálogo seria uma forma de influenciar
o Irã. Para o embaixador, a aproximação brasileira com o Irã no governo Lula, privilegiando o
diálogo, permitiu ao Brasil interceder no caso descrito na questão, de Sakineh Ashtiani, que
tinha sido condenada à morte. Esta temática é bastante atual já que recentemente, em julho de
2015, os Estados Unidos, na figura do presidente Obama, têm adotado esta postura de diálogo
com o Irã, fechando um acordo histórico sobre o programa nuclear iraniano.
O item II está correto. Diferentemente dos votos dos anos anteriores, em que o direcionamento
da PEB se pautava em se abster ou votar contra resoluções que condenassem o Irã, no governo
da presidenta Dilma Rousseff, o Brasil votou pelo envio ao Irã de um relator especial ao
Conselho de DH da ONU. Isso implica dizer que no governo Dilma, segundo o discurso dos
diplomatas que acompanharam o caso, a prioridade não é o diálogo, mas o respeito aos
Direitos Humanos, exigindo, com isso, uma investigação de denúncias de violação dos DH no
Irã.
O item III está correto. Algumas entidades brasileiras criticaram a Política Externa Brasileira
para a questão dos Direitos Humanos, argumentando que algumas posturas do Brasil são
incoerentes, em alguns casos se abstendo de votações importantes que denunciam o governo
iraniano da violação dos DH.
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Referências:
MILANI, Carlos R. S. Atores e agendas no campo da Política Externa Brasileira de Direitos
Humanos. In: Leticia Pinheiro; Carlos R. S. Milani (Org.). Política Externa Brasileira: a
política das práticas e as práticas da política. 1 ed. Rio de Janeiro: FGV, 2011, v. 1, p. 9-42.
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