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ENCONTRO DE BOAS PRÁTICAS/EXPERIÊNCIAS EXITOSAS DA VI SAPIENS PRÓ-REITORIA ACADÊMICA – PROAC CADERNO DE RESUMOs

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ENCONTRO DE BOAS PRÁTICAS/EXPERIÊNCIAS EXITOSAS DA VI SAPIENS

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA – PROAC

C A D E R N O D E R E S U M O s

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VI SEMANA DE ATUALIZAÇÃO PEDAGÓGICA DAS

PRÓ-REITORIAS DO UNIPÊ

Temática: Aplicações de inovações acadêmicas por meio de Metodologias Ativas em espaços de aprendizagem

CADERNO DE RESUMOS DO ENCONTRO DE BOAS PRÁTICAS/EXPERIÊNCIAS EXITOSAS Julho 2017

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ANA FLÁVIA PEREIRA MEDEIROS DA FONSECA

REITORA

MARIANA DE BRITO BARBOSA

PRÓ-REITORA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO

FÁBIO MANOEL FERNANDES DE ALBUQUERQUE

PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO E EDUCAÇÃO CONTINUADA

MARIANA DE BRITO BARBOSA

ORGANIZADORA DA VI SAPIENS

COMISSÃO CIENTÍFICA DA VI SAPIENS

ANA CÉLIA LISBOA DA COSTA

ERIKA ARANHA FERNANDES BARBOSA

MARIANA DE BRITO BARBOSA

MARÍLLIA GABRIELA DUARTE FIALHO

IZABEL CAVALCANTI BARROS LAMENHA

JULIALIA CÁSSIA ALVES BEZERRA

LISIEUX MARIE MARINHO DOS SANTOS ANDRADE

DIAGRAMAÇÃONÚCLEO DE PUBLICAÇÕES INSTITUCIONAIS (NPI)RAIFF PIMENTEL FÉLIX ALMEIDA

C122

Caderno de Resumos da VI Sapiens./Organizado por Ana Célia Lisboa da Costa, Erika Aranha Fer-nandes Barbosa, Mariana de Brito Barbosa, et al. - João Pessoa, 2018.

91f.

ISBN 978-85-87868-43-5

1. Produção Acadêmica. 2. Pesquisa Científica. 3. Educação. I. Título.

UNIPÊ / BC CDU 001.891

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Sumário

Apresentação .................................................................................................................................... 7

(RE) ORGANIZAÇÃO DAS PRÁTICAS ASSISTIDAS DO CURSO DE ENFERMAGEM: otimizando recursos, potencializando experiências. ...................................................................... 8

PROJETO DE EXTENSÃO: Atenção à Saúde da Criança com Deficiência (ASCD) ......................... 9

A ARTE E A CINESIOLOGIA: facilitação da ensinagem através do body painting ....................... 10

A PRÁTICA DA PEDAGOGIA AFETIVA NO ENSINO SUPERIOR ...................................................... 11

ADAPTANDO ESTRATÉGIAS PRESENCIAIS AO AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM: uma experiência em ciências sociais na saúde ............................................................................ 12

APOITCHANDO: ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO A CRIANÇAS E JOVENS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE NO MUNICÍPIO DE LUCENA-PB .................................................................... 13

APRENDER NA REDE: desenvolvendo o conhecimento sobre a cinesiologia e a biomecânica da coluna vertebral utilizado o PADLET® ...................................................................................... 14

APRENDIZAGEM POR MEIO DE AULAS INTERATIVAS COM USO DE APLICATIVO (SURVEYMONKEY ®) PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS: uma abordagem de transição para metodologias ativas .......................................................................................................................16

APRENDIZAGEM BASEADA EM EQUIPE NA FORMAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA PARA ATUAR NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE............................................................................................................18

ARRAIÁ COM RH ..............................................................................................................................20

AS PLANTAS MEDICINAIS E OS SABERES POPULARES EM SAÚDE: uma experiência de pesquisa na graduação de fisioterapia ..................................................................................... 21

ASSISTÊNCIA EDUCATIVA NA SALA DE ESPERA EM ODONTOPEDIATRIA .................................. 22

ATIVIDADE DE REVISÃO COM MAPAS CONCEITUAIS E APRESENTAÇÃO EM 1 MINUTO ........... 23

CARAVANA DO CORAÇÃO 2016: uma experiência multiprofissional ........................................... 24

CICLO DE VIDA DE PRODUTOS: uma abordagem prática ............................................................. 25

CICLOS DE PALESTRAS EM FISIOTERAPIA DESPORTIVA: uma busca pela ciência baseada em evidências ........................................................................................................................................26

CINESIOTERAPIA LABORAL ............................................................................................................27

COMPONENTES CURRICULARES ESTÁGIOS SUPERVISIONADO EM ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: exemplo de integração ensino-serviço na interface com a comunidade .............. 28

CONSTRUINDO A IDENTIDADE PROFISSIONAL A PARTIR DO PROJETO INTEGRADOR: uma experiência em fisioterapia ............................................................................................................29

CONSTRUINDO ITINERÁRIOS TERAPÊUTICOS NO ADOECIMENTO CRÔNICO: uma proposta de trabalho a partir de ciências sociais na saúde .............................................................................. 30

DESAFIO KAHOOT? UM QUIZ GAMIFICADO ENTRE OS CURSOS SISTEMAS PARA INTERNET E GESTÃO DE TI ...............................................................................................................................31

DESAFIO ORTO: UM DESAFIO ARTÍSTICO ...................................................................................... 32

DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE CURSOS PREPARATÓRIOS PARA O ENADE .................................................................................................. 33

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DOENÇA GENÉTICA E CARIOTIPAGEM HUMANA: uso das metodologias ativas como recurso didático prático no ensino da genética .......................................................................................... 34

EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO DE SAÚDE: uma experiência construída por estagiários de fisiote- rapia na Atenção Básica em Saúde através da problematização em um ambiente escolar ..... 35

ENDOMARKETING: Estratégias X Criatividade .............................................................................. 37

ENGENHARIA CIVIL E PROAPE: demonstração das múltiplas características e ações desenvolvidas junto aos alunos com déficit de aprendizagem ................................................... 38

FEEDBACK DE PRÁTICA DOCENTE UTILIZANDO AMBIENTE VIRTUAL ........................................ 39

FEIRA DE PRODUTOS DE MARKETING .......................................................................................... 40

FILMA NOIX: O USO DE ESTUDOS DE CASO E ENCENAÇÃO NO PROJETO INTEGRADOR DE FISIOTERAPIA ..................................................................................................................................42

FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO: compreendendo o normal e o patológico uma experiência no uso de metodologias ativas ..... 43

FORMAÇÃO GERAL NO ENSINO SUPERIOR: incorporando temáticas relevantes na formação a partir da estratégia folha de fisiocity? ....... 44

FORMAÇÃO, EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E SAÚDE DO TRABALHADOR: ARTICULAÇÃO ENTRE SERVIÇOS DE SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM NO CURSO DE FISIOTERAPIA E FORTALECIMENTO DO CUIDADO A TRABALHADORES DOENTES .............. 45

FUJIGAME - UM JOGO DE TRIBOS PARA REDUZIR AUSÊNCIA DISCENTE NAS AVALIAÇÕES DA UNIDADE 1 E UNIDADE 2 ................................................................................................................47

FUNCIONALIDADE SUSTENTÁVEL: UMA PROPOSTA DE INCENTIVO Á MOBILIZAÇÃO NO PACIENTE CRÍTICO ..........................................................................................................................49

GAMIFICAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE ENGAJAMENTO E MOTIVAÇÃO DE ALUNOS ................. 50

I LEGAL DESIGN: ROMPENDO O PARADIGMA VERBOCENTRICO ................................................. 52

IMPLEMENTANDO O ATENDIMENTO COGNITIVO COM CHATBOTS PARA ALUNOS INTERESSADOS NA MBA EM BUSINESS INTELLIGENCE AT BIG DATA DA PÓS-GRADUAÇÃO (LATO SENSU) .................................................................................................................................54

INFOCOMIC: EXPOSIÇÃO DE QUADRINHOS .................................................................................. 55

INOVANDO ATRAVÉS DA EXTENSÃO DOS ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM .................................. 56

INTEGRANDO UMA EQUIPE FORMADA POR ALUNOS DA UBTECH/TI EM EVENTO COM FOCO NO COMBATE A CORRUPÇÃO ........................................................................................................57

NECESSIDADE OU DESEJO? O DIÁRIO DE BORDO COMO FACILITADOR DE APRENDIZAGEM NA DISCIPLINA GESTÃO DE MARKETING ............................................................................................ 58

O APP MAXIMAONANDROID: UMA FERRAMENTA DE ENSINO/APRENDIZAGEM NAS AULAS DE CÁLCULO NUMÉRICO NO SMARTPHONE (DISPOSITIVO MÓVEL) .......................................... 59

O DESAFIO DO ENSINO DA GEOMETRIA DESCRITIVA NO PRIMEIRO PERÍODO DA GRADUAÇÃO: relato de experiência do desenvolvimento, prototipagem e aplicação de material didático instrucional ......................................................................................................................................61

O IMPACTO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE ATRAVÉS DE ATIVIDADE LÚDICA COM ADOLESCENTES ............................................................................................................................. .62

O NOVO ENSINO DA ODONTOLOGIA - APRENDIZAGEM BASEADA EM METODOLOGIAS ATIVAS ............................................................................................................................................ .63

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O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EM DIDÁTICA ...........................................................................................................64

PIBID/UNIPE: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA COM ATIVIDADES NA NATUREZA ...................... 65

PROCESSO DO CUIDAR EM ENFERMAGEM: vivência da construção do conhecimento a partir de situação-problema .................................. 66

PROJETO APLICATIVO POSSIBILITANDO EXPERIÊNCIAS DA FISIOTERAPIA NA GESTÃO NOS DIVERSOS SERVIÇOS DE SAÚDE ....................................................................................................67

PROJETO INTEGRADOR UBTECH TI: desenvolvendo startups para cidades inteligentes ......... 68

PROJETO URBANO AMBIENTAL V - PUAV .................................................................................... 69

PROPOSTA DE MELHORIA NO ENSINO DE ARQUITETURA E URBANISMO BASEADA NA APLICAÇÃO DO INVENTÁRIO DE KOLB .......................................................................................... 70

RELATO DE EXPERIÊNCIA: o desafio de inclusão proposta por alunos surdos com o glossário de moda em libras ...........................................................................................................................71

SALA DE AULA: PATRIMÔNIO EM SI .............................................................................................. 73

SALA INVERTIDA ATIVANDO A APRENDIZAGEM: um relato de experiência envolvendo a fisioterapia na atenção básica .......................................................................................................74

SERIA A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA UM ESPAÇO APRENDIZAGEM PARTICIPATIVA? uma experiência em saúde .............................................................................................................75

TECNOLOGIAS VIRTUAIS: compreensão da cinesiologia por meio de aplicativos digitais ........ 76

TEM GENTE QUE TRATA DOENÇAS, A GENTE CUIDA DE PESSOAS: mudanças na percepção discente sobre o fazer fisioterapêutico a partir de uma extensão universitária ......................... 77

USO DE ESTRATÉGICA LÚDICA E TEATRAL EM EXTENSÃO SOBRE PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS ...........................................................................................................................................78

UTILIZAÇÃO DA MATRIZ DE CONSENSO NA ENSINAGEM EM FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL: relato de experiência .................................................................................... 79

EXPERIÊNCIA PILOTO DE UMA REDE DE ASSISTÊNCIA A SAÚDE E CUIDADOS PALIATIVOS EM ONCOLOGIA NO UNIPÊ: do “Insight” a concretude ................................................................. 80

VÍDEO ETNOGRÁFICO E PRÁTICAS AVALIATIVAS SIGNIFICATIVAS: reflexões do estágio supervisionado em educação física na escola ........................................... 82

VIVÊNCIA E TROCA DE SABERES DA MONITORIA DE FARMACOLOGIA EM FONOAUDIOLOGIA: relato de experiência .......................................................................................................................83

RODAS DE CONVERSA: direitos reprodutivos e boas práticas obstétricas ................................. 84

UMA CIDADE VIRTUAL E SUAS COTIDIANIDADES COMO INSTRUMENTO PARA A GERAÇÃO DE SITUAÇÕES PROBLEMAS: a experiência piloto de “fisiocity” ................................................. 85

VIVENCIANDO EXPERIÊNCIAS EM METODOLOGIAS ATIVAS: Caso Nos Cursos de Gestão ....... 88

CICLO DE FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO EM FISIOTERAPIA E CUIDADOS PALIATIVOS EM ONCOLOGIA: UMA PROPOSTA FORMATIVA ATRELADA À EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA............. 91

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APRESENTAÇÃO

A Mostra de Boas Práticas e Experiências Exitosas dos Docentes é um evento dentro da Semana de Atualização Pedagógica – SAPIENS, que ocorre anualmente no Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ direcionado aos docentes e gestores acadêmicos do UNIPÊ visando à atualização pedagógica, sob as óticas da integração e da inovação.

A Mostra permite que docentes enviem relatos de experiências exitosas realizadas em diferentes cenários de aprendizagem e realizem a apresentação destes trabalhos, compartilhando e trocando saberes com colegas de outros cursos e áreas, de modo a fomentar novas práticas e metodologias.

Este Caderno traz 67 trabalhos apresentados durante a Sexta Edição da SAPIENS que teve como tema central: “Inovação Acadêmica: Aprendizagem e Metodologias Ativas”.

Boa Leitura e Troca de Ideias!

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(RE) ORGANIZAÇÃO DAS PRÁTICAS ASSISTIDAS DO CURSO DE ENFERMAGEM:

otimizando recursos, potencializando experiências

Hebe Janaina Mota Duarte Beserra | [email protected] Jose Madson Medeiros Souza | [email protected]

Luciana Ferreira de Souza | [email protected] Marcella Costa Souto | [email protected]

Mariana de Sousa Dantas | [email protected]

Introdução: O curso de enfermagem do Centro Universitário de João Pessoa, por meio de práticas assistidas, aproxima o estudante da rede de serviços do Sistema Único de Saúde no município de João Pessoa, mas com a abertura do curso noturno e ampliação do número de matriculas, a operacionalização dessa estratégia começou a apresentar fragilidades, tanto pela ausência de serviços de saúde que possibilitassem uma maior autonomia do professor em campo prático, como também pelos limites impostos pelas instituições de saúde na proporção professor/estudante. Descrição da experiência: A partir do semestre 2016.2, a Coordenação do Curso, em conjunto com o Núcleo Docente Estruturante, sugeriu que as práticas assistidas tomassem um modelo de operacionalização a partir do horário de aula de cada disciplina já que anteriormente, cada período parava em média uma ou duas semanas de suas atividades para a realização das mesmas. Assim, a partir de 2016.2, começou um novo desenho e formato das práticas, e, tomando, por exemplo, a disciplina de Semiologia e Semiotécnica I e II, saíram de um cenário de preceptoria realizada por professores enfermeiros disponíveis para a uma prática acompanhada pelos professores que ministram a disciplina. Inicialmente, a redução de preceptores que não ministravam a disciplina não foi tão grande, sendo necessário modificar o horário das turmas e também limitar a quantidade de alunos em cada disciplina, para isso, optamos por um modelo de horário que conseguisse otimizar a quantidade de horas necessárias para cada

período e a abertura de subturmas nas disciplinas críticas e que realizavam práticas assistidas, essas observações foram realizadas a partir das lacunas do processo de ensino-aprendizagem vivenciados em 2017.1 Impactos: Para o semestre 2017.2, temos a otimização das turmas com abertura de subtumas apenas em algumas disciplinas, um formato que proporciona a redução de custos com a duplicação de turmas por período proporcionou a redução de alunos nos componentes críticos o que contribuirá para o melhor aprendizado e temos uma prática assistida realizada apenas pelos professores que ministram o componente curricular, ainda tomando por base a disciplina de Semiologia e Semiotécnica I e II, além de possibilitar a inserção de ilhas de aprendizagem, ainda nas simulações práticas, sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem, além disso, estamos em construção de um processo de acompanhamento do estudante, em relação às competências técnicas, que iniciará no terceiro período, com um feedback no final do sexto período quando o aluno irá realizar o estágio supervisionado. Considerações finais: A partir do apoio da coordenação do curso, num processo de democratização do planejamento acadêmico, dando voz as preocupações dos professores podem aperfeiçoar as práticas acadêmicas do curso de enfermagem, tendo como horizonte um ensino que possibilite a formação de um enfermeiro crítico e reflexivo, com competências e habilidades necessárias para atuação no mercado de trabalho como um profissional diferenciado.

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PROJETO DE EXTENSÃO: Atenção à Saúde da Criança com Deficiência (ASCD)

Aline Freire Falcão | [email protected] Alisson Modesto Araújo | [email protected]

Elizanete de Magalhães Melo | [email protected] Francilene Figueirêdo da Silva Pascoal | [email protected]

Keithy Sulamita de Lima Guimarães | [email protected]

Introdução: O Projeto de Atenção à Saúde da Criança com Deficiência (ASCD) tem como objetivo desenvolver e implementar práticas de cuidado à criança com deficiência na faixa etária de 0 a 10 anos de idade, através de ações educativas, da consulta de acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento (CD) e de ofertas de atividades lúdicas. Foram realizados no Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ, localizado no município de João Pessoa, Estado da Paraíba - PB entre os meses de agosto, setembro, outubro e novembro de 2016. OBJETIVO GERAL: Implementar práticas de cuidado à criança com deficiência na faixa etária de 0 a 10 anos. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Utilizar a consulta de Crescimento e Desenvolvimento (CD) como proposta de cuidado capaz de acolher e assistir à criança com deficiência, baseando-se na promoção, proteção e recuperação da saúde. Oportunizar espaços para discussão e reflexões acerca do paradigma da Atenção à Saúde à Criança com Deficiência; Sensibilizar os discentes e profissionais de enfermagem para a importância das práticas de cuidado na Atenção à Saúde da Criança com Deficiência como uma abordagem voltada para as crianças com deficiência e cuidadores. Descrição da experiência: Foram realizadas visitas técnicas na FUNAD e aproximação com os profissionais e gestão local. Devido à facilidade de execução das ações práticas e disponibilidade de acesso, as consultas aconteceram na Clínica Escola Florence Nightingale (COLACE - UNIPÊ), assim como, oportunizou a possibilidade de encaminhamento ao serviço de psicologia a uma genitora da criança atendida com microcefalia e foi construído um prontuário para criança a ser implementado no COLACE. A metodologia foi baseada nas seguintes etapas operacionais: Sensibilização e

capacitação dos discentes participantes do projeto; aproximação do público alvo; Implementação da consulta de acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento (CD), Organização e produção do conhecimento científico. A avaliação dos discentes, bolsistas e colaboradores aconteceu de maneira contínua durante todo o período de vigência do projeto, considerando aspectos como: responsabilidade, participação, disponibilidade, compromisso, atividade e assiduidade frente às atividades propostas. Impactos: O projeto construiu relatórios mensais com registros das atividades realizadas e organização de material produzido durante a execução das atividades. A partir desses relatórios e registros, foram produzidos materiais de conhecimento científico que posteriormente serão divulgados em eventos científicos locais, regionais e nacionais além de publicados em revistas científicas. Dentre os materiais construídos, destaca-se a elaboração do Prontuário da Criança como proposta a ser implementado na Clínica Escola Florence Nightingale (COLACE) da UNIPÊ. Vale ressaltar também a importante participação dos discentes neste projeto, demonstrando satisfação, entusiasmo e relevante interesse no processo de aprendizagem, ao passo que, um dos membros optou por essa temática como objeto de estudo do seu Trabalho de Conclusão de Curso e referiu que a vivência neste projeto serviu como base na aprovação de um projeto de extensão em outra instituição pública ao qual almeja cursar mestrado. Considerações finais: Sendo assim, propõe-se dar continuidade ao projeto, ancorada pela experiência anterior do ASCD, sobretudo, para reforçar a necessidade de incluir a enfermagem na assistência à saúde ao público alvo, consequentemente de sensibilizar e capacitar os discentes para esta linha de cuidado.

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A ARTE E A CINESIOLOGIA: facilitação da ensinagem através do body painting

Aliceana Ramos Romão de Menezes Araújo | [email protected] Leonildo Santos do Nascimento Júnior | [email protected]

Nícia Farias Braga Maciel | [email protected]

Introdução: O processo atual de construção do conhecimento requer a integração de habilidades cognitivas e socioemocionais, onde o discente participe de forma ativa. Uma dessas formas é o body painting, que consiste em uma técnica de pintura corporal que pode ser usada como ferramenta facilitadora da ensinagem de uma nova temática ou para o resgate de conhecimentos prévios. Ela consiste em desenhar e/ou pintar no corpo, ossos, fáscias, músculos, ligamentos, dentre outras estruturas. Assim, viabilizando a vivência prática do discente e associando a isso a análise cinesiológica, foi elaborada uma atividade prática que possibilitasse o resgate dos principais músculos da cintura escapular e ombro e a função de cada um deles a partir de um movimento funcional. Descrição da experiência: Primeiramente foi realizada uma aula expositiva dialogada da cinesiologia da cintura escapular e ombro com resgate da anatomia muscular e articular. Foi solicitado que na aula seguinte os discentes viessem com vestimentas

adequadas e trouxessem tinta guache, pincel e lápis para desenho. No momento da prática foi permitido o uso do smarthphone para dúvidas em relação à localização dos músculos e sentido das fibras musculares. O dimidio direito foi usado para pintar os músculos superficiais e o esquerdo para os profundos, a fim contemplar todos. Após a pintura, foram realizados movimentos funcionais envolvendo a cintura escapular e o ombro, a fim de associar o músculo ao movimento. Impactos: Construção do conhecimento baseado nos quatro pilares da educação, a partir do desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais, pelo estímulo à busca do conhecimento prévio, do aprender a fazer e da interação com o grupo. Considerações finais: Essa atividade trouxe aos discentes a abertura para novas experiências, permitindo o resgate de conhecimentos prévios e uma maior proximidade com as estruturas que compõem o movimento humano, objeto de estudo da fisioterapia.

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A PRÁTICA DA PEDAGOGIA AFETIVA NO ENSINO SUPERIORChirlene Santos da Cunha Moura | [email protected]

Introdução: O tema deste relato volta-se para a experiência vivenciada com a prática da Pedagogia Afetiva em uma turma do quarto período do Curso de Fonoaudiologia do Centro Universitário de João Pessoa durante o primeiro semestre do ano de 2017. A partir das dificuldades de relacionamento geradas pelo não estabelecimento de uma boa relação entre a docente e os discentes do terceiro período (semestre anterior), pela não empatia mútua, formalizada, inclusive, pela busca do atendimento do NAPED a ambas as partes e manifesta pelo alto índice de alunos a realizarem o exame final, houve a necessidade de adoção de uma estratégia que minimizasse os impactos nas demais disciplinas ministradas pela docente em todos os períodos até o final do Curso. A problemática que caracterizou a aplicação da Pedagogia Afetiva na prática em sala de aula teve sua motivação após refletir se a atenção quanto àquilo que afeta o discente, tanto positiva quanto negativamente do ponto vista cognitivo e científico sem desvalorizar o ponto de vista social e afetivo, estava sendo considerado como fator de interferência no processo de ensino-aprendizagem. Amparada por estudos de Vygotsky, Wallon e Piaget, a Pedagogia Afetiva tem a premissa de que o sujeito, submerso no mundo social e ao mesmo tempo inserido no contexto da aprendizagem formal, necessita de uma conduta de afeto para que possa reafirmar seus valores. Descrição da experiência: Assim, após uma capacitação extra, durante o recesso acadêmico, houve o entendimento de que a Pedagogia Afetiva, numa proposta que se situa na interseção entre a Pedagogia, a Afetividade e os Princípios e Valores como: autonomia; responsabilidade; respeito; direitos e deveres; democracia; cidadania; criticidade; sensibilidade e criatividade, entre outros, poderia contribuir para o processo de ensino-aprendizagem. A experiência processou-se de modo que logo no primeiro dia de aula a recepção dos discentes foi marcada por uma manifestação física e emocional de afeto. A dinâmica ocorreu da seguinte forma: a docente entrou em sala e solicitou aos discentes saírem; alguns segundos depois, após colocar o clip de uma música com a temática sobre abraço e deixar no ponto o áudio e o vídeo, os discentes foram convidados e retornar;

ao entrarem um a um na sala escura recebiam um abraço e ficavam à vontade para cantar, dançar ou somente sentar nos seus lugares. Após a dinâmica seguiu-se a apresentação do relato de história de vida da docente, fato que fez com que alguns discentes quebrassem a resistência logo no primeiro dia de aula. Impactos: Essa mudança de postura ficou evidente nos seus discursos, pois passaram a narrar que estavam mais a vontade para emitir opiniões, fazer questionamentos quanto aos assuntos abordados e participar efetivamente das aulas sem ter medo de cometer “erros”. Ao longo do semestre foram realizadas algumas condutas de acolhimento como, ouvir às demandas espontâneas dos discentes, algumas, inclusive, de cunho pessoal, como o caso de uma moça que, ao final da aula, perguntou se haveria um tempo para escutar-lhe e narrou suas dificuldades no entendimento de conteúdos por ter histórico de depressão e estar sem o uso da medicação habitual. A aceitação das diferentes condições biopsicossociais dos estudantes facilitou a aproximação e minimizou as diferenças antes existentes, promovendo a condição para o processo ensino-aprendizagem. A escuta gerou o ambiente propicio para o interesse por pesquisa, visto que cerca de 25% da turma sinalizou o interesse por escrever projetos e artigo que estão em andamento atualmente. A partilha de experiências da vida pessoal dos discentes entre si e com a docente, agregada às exemplificações das aulas expositivas também se apresentou como um fator de afetividade a contribuir, ao longo do semestre, para uma melhora no entendimento dos conteúdos. Considerações finais: Logo, é plausível considerar que as contribuições imediatas da afetividade na vida acadêmica possibilitaram um maior rendimento, (diminuição de 60% para 20% no número de discentes a necessitarem de aprovação após ter que passar por exame final), maior interesse dos discentes em produções acadêmicas na área e aproximação interpessoal visível entre a docente e os discentes do quarto período de Fonoaudiologia. Assim, sugere-se que sejam realizados estudos de caráter científicos sobre a pedagogia afetiva com a finalidade de subsidiar as práticas acadêmicas e favorecer o processo de ensino-aprendizagem.

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ADAPTANDO ESTRATÉGIAS PRESENCIAIS AO AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM:

uma experiência em ciências sociais na saúdeJânia de Faria Neves| [email protected]

Introdução: Um dos maiores desafios para professores e tutores de componentes semipresenciais ou oferecidos completamente à distância é a estruturação de atividades e instrumentos de avaliação. Isso inclui não apenas definir protocolos de avaliação e tipos de atividades, mas pensar em como, previamente, abordar o conteúdo programático alinhado com as competências, habilidades e atitudes definidas para o componente curricular. Paralelamente a esse desafio existe outro que, em linhas gerais, pode ser resumido em como montar uma aula que possa ser pedagogicamente correta e cognitivamente atrativa. Diante desse cenário, é possível que muitos docentes ou tutores se vejam em dificuldades ou desestimulados. Além disso, é comum que muitos tendam a abandonar completamente atividades que usam em suas rotinas presenciais. Contudo, a depender do tipo de plataforma de ensino e do conhecimento dos ferramentais disponíveis, é possível adaptar diversas estratégias para serem utilizadas em Ambientes Virtuais de Aprendizagem - AVA. Considerando isso, o objetivo desse relato é apresentar formas de utilizar atividades e recursos costumeiros dos componentes presenciais para serem ofertados na modalidade à distância na plataforma Moodle. Descrição da experiência: As adaptações propostas nesse relato estão sendo utilizadas no semestre letivo finalizado ou em semestres anteriores no componente curricular Ciências Sociais na Saúde. Trata-se, portanto, de proposta para potencializar os recursos disponibilizados pelo Moodle, produzindo novas possibilidades e ferramentas. São exemplos dessas adaptações: dicionários realizados manuscritos podem ser substituídos pelo glossário; diários de campo, portfólios, criação de jornais e produção de textos, dissertativos e narrativos que

podem ser enviados como texto online (quando forem necessária edições constantes e construções processuais) ou envio de arquivo (quando o envio for único e não permitir edições); mostra de fotografia pode ser concretizadas através de um fórum; produção de vídeos pode ser expostas a partir do envio da URL (vídeos ficam hospedados em um canal no Youtuber); questionários, provas e quiz se adaptam bem ao recurso tarefa e, por fim, games, que podem ter as URL disponibilizadas em um chat. É importante destacar que todas essas atividades podem ser realizadas individualmente ou em grupo a partir de configurações realizadas pelo docente ou equipe de suporte. Impactos: O principal impacto observado é a familiaridade com a atividade, o que facilita no processo de adesão. Ao mesmo tempo, essas adaptações possíveis lançam mão de recursos e atividades com nível baixo ou médio de complexidade, o que tende a promover a compreensão e menor evasão ao realizar as tarefas com as justificativas de não saberem usar as ferramentas. Considerações finais: Quando se utiliza de um tipo de atividade que o aluno já conhece, fica mais fácil conseguir dele uma maior empatia e, consequentemente, adesão. Isso se dá, também, porque já há uma resistência natural ao uso do ambiente virtual de aprendizagem e, se não há familiaridade em nenhuma etapa da aula virtual, as chances de que essa resistência aumente ganham corpo. Ao mesmo tempo, propor diversas atividades mobiliza mais competências, habilidades e atitudes, o que se reflete em uma formação mais completa e significativa.

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APOITCHANDO: atendimento odontológico a crianças e jovens em situação

de vulnerabilidade no município de Lucena-PBCamila Santos de Mattos Brito | [email protected]

Introdução: A Apôitchá é uma ONG situada no município de Lucena (PB) que atua com crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade. Segundo informações da entidade, o cenário social da região, no que diz respeito a essa parte da população, é de violência doméstica, alcoolismo do pai e da mãe, abuso sexual e psicológico e exploração do trabalho infantil, cenário que é agravado pela pobreza, fome e falta de saneamento básico. A ONG conta com um consultório odontológico que esteve desativado durante vários anos por falta de profissionais e incentivo financeiro. Mas, a partir de 2015, através de trabalho voluntário e doações, o consultório foi reativado, iniciando em 2017 o projeto de extensão Apoitchando, juntamente com o curso de Odontologia do Unipê, sob a supervisão de professora do curso. Descrição da experiência: O projeto de extensão teve como objetivos promover saúde através de atividades educativas e intervenções odontológicas no nível de atenção básica das crianças, adolescentes e jovens, através de palestras e rodas de conversas com temas pertinentes à saúde bucal e sistêmica. As alunas extensionistas puderam colocar em prática o conhecimento adquirido nos componentes de Clínica Infantil, através da execução de procedimentos preventivos e restauradores, dentro das técnicas de manejo psicológico, e respeitando as limitações estruturais e de materiais, diferente das práticas realizadas dentro da instituição, onde o

funcionamento ocorre dentro dos parâmetros ideais. Ademais, a vivência dentro do terceiro setor foi algo inédito para estas estudantes que até então só havia experienciado o setor público e privado. Impactos: A iniciativa também proporcionou atividades como escovação supervisionada e aplicação tópica de flúor nas crianças e adolescentes assistidas pela instituição, além da realização de consultas odontológicas no próprio local de acolhimento, tendo em vista a dificuldade de obtenção de transporte para locomoção das crianças até uma unidade de atendimento próxima. Ao todo foram realizados mais de 50 atendimentos clínicos no decorrer do semestre, além da arrecadação de mais de R$1.000,00(hum mil reais) referente a materiais odontológicos, que irá possibilitar a continuidade do atendimento até o final do ano. Considerações finais: O conhecimento técnico e de gerenciamento de um consultório foram sem dúvida bem aproveitados, no entanto, o maior aprendizado para as estudantes extensionistas, segundo elas mesmas, foi ter tido a oportunidade de praticar um contato mais humanizado com os pacientes, desenvolvendo o olhar de cuidado com o próximo, levando em consideração não apenas os aspectos de saúde bucal daqueles pacientes, mas todo o contexto social onde estão inseridos, suas fragilidades e dificuldades, e entendendo que o profissional de saúde deve prezar pela qualidade de vida como um todo, e não apenas se limitando à sua área de atuação.

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APRENDER NA REDE: desenvolvendo o conhecimento sobre a cinesiologia e a biomecânica da coluna vertebral utilizado o PADLET®

Aliceana Ramos Romão de Menezes Araújo | aliceana.ramos@unipe Leonildo Santos do Nascimento Júnior | [email protected]

Nicia Farias Braga Maciel | [email protected]

Introdução: A epidemiologia tem apresentado que é grande o percentual de indivíduos que ficam incapacitados por causa da dor na coluna vertebral. Conforme Silveira e Cerdera (2014), no Brasil, cerca de 50% dos indivíduos procuram as clínicas de fisioterapia devido à presença da dor em alguma região da coluna vertebral. Por essa questão, é de suma importância que o profissional de fisioterapia detenha o conhecimento da anatomia, da cinesiologia e da biomecânica desta estrutura corporal para que possa traçar uma conduta apropriada e com eficácia nos pacientes que sofrem com as afecções da coluna. Conforme Santos (2014), o uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) é um fenômeno bastante comum na sociedade contemporânea, especialmente por conta do barateamento dos recursos tecnológicos, como computadores, tablets, smartphones, câmeras digitais, entre outros equipamentos. Acompanhando esse avanço, essas tecnologias conferem ao professor a possibilidade de que a aprendizagem aconteça de forma dinâmica e eficaz, tornando-se então um auxiliar no processo educacional no ensino superior. Uma dessas TICs é o padlet®, que se trata de um mural virtual, funcionando como um quadro livre, que permite aos alunos o desenvolvimento de tarefas ou a exposição criativa de suas ideias, através da publicação de textos, fotos, links, vídeos ou qualquer outro conteúdo que julguem interessantes, construídos com base em um tema e com conhecimentos adquiridos previamente. Sobre isso, DeWitt et al. (2015) referenciam que com o uso dessa ferramenta interativa é permitido que os alunos visualizem os seus conhecimentos, fazendo com que este se torne uma excelente ferramenta para a inovação do aprendizado em sala de aula. Nesse contexto, esse trabalho tem por objetivo relatar o uso experimental do padlet® como recurso auxiliar para o desenvolvimento do conhecimento sobre a Cinesiologia e a biomecânica da coluna vertebral entre os acadêmicos do curso de fisioterapia. Descrição da experiência: Este trabalho inseriu-se no planejamento da Unidade Curricular de Cinesiologia e Biomecânica, ofertada, através de aulas teóricas e práticas, aos alunos matriculados no terceiro período do curso de fisioterapia. Conforme Oatis (2014) estas ciências estudam os fundamentos básicos do movimento humano com ênfase nos aspectos anátomo-funcional e mecânico. Com isso, a disciplina, a partir do segundo estágio, fornece subsídios teóricos para uma

análise cinesiologica e biomecânica dos segmentos corporais, dentre os quais se encontra a coluna vertebral e os movimentos por ela realizados. Essa análise é de grande importância para a compreensão das lesões e afecções que levam a limitações na funcionalidade do indivíduo e posterior elaboração de ações terapêuticas, por isso compreende um pré-requisito para a inserção dos discentes nas práticas assistidas do referido curso. Dessa forma, foi elaborado um plano de aula com aplicação de TIC, nomeadamente o padlet®, para o ensino dos aspectos cinesiológicos e biomecânicos do complexo articular da coluna vertebral. Inicialmente, conduziu-se uma exposição teórica do assunto, através de aulas expositivas e dialogadas, onde foram revisados aspectos anatômicos da estrutura ósseas e articulares que compõem a coluna, bem como sobre as estruturas musculares que se dispõem para a geração dos movimentos da coluna, assim como foram analisados os aspectos mecânicos para a mobilidade das vertebras e a manutenção da postura da coluna. Ao término da aula, o padlet® foi apresentado aos alunos, através da projeção em sala de aula, para que todas as possíveis dúvidas sobre o manuseio e a utilização desta ferramenta virtual. Após essa etapa, os alunos foram orientados a se dividirem em grupos, sendo que cada grupo seria responsável pela demonstração, em vídeo, da análise de cada um dos movimentos que são gerados na coluna cervical e lombo-torácica. Feita a divisão dos grupos, os alunos foram encorajados a desenvolver a sua criatividade para a composição dos vídeos. Ainda assim, foram negociadas determinadas regras para a realização dos vídeos, como o respeito ao tempo máximo de 5 minutos e sobre o processo de avaliação dos mesmos, que viria a compor 50% da avaliação prática do estágio corrente, através da observação dos seguintes aspectos: criatividade na composição do vídeo, clareza na exposição da cinesiologia e da biomecânica dos movimentos e fundamentação correta da apresentação da análise. Pactuadas todas as condições, os alunos tiveram um prazo de duas semanas para a elaboração e publicação dos vídeos sobre a análise cinesiológica e biomecânica dos movimentos de flexão, extensão e rotação das colunas cervical e lombo-torácica. As instruções, seguindo o modelo-base, foram disponibilizadas no mural, assim como o prazo final para a postagem pelos alunos. A avaliação dos vídeos tornava-se válidas quando postadas

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dentro do prazo estabelecido em acordo na sala. Na aula seguinte ao fim do prazo, os vídeos construídos e postados no mural pelas equipes foram apresentados em sala. Impactos: É sabido que o uso dos computadores e suas ferramentas de tecnologias da informação e da comunicação já se encontram presentes nas ações cotidianas da maioria da população, o que não excluem os aprendentes do ensino superior. Nesta perspectiva, esta experiência teve por objetivo maior associar uma das TICs o padlet®, de forma a gerar uma relação positiva de interatividade entre a tecnologia e o processo de ensino-aprendizagem, aspectos importantes para a formação em fisioterapia. Os resultados podem ser considerados como satisfatórios, pois se percebeu um engajamento, de um grande percentual de alunos. Sob a nossa ótica, tal adesão foi justificada primeiro por ser realizado virtualmente, o que se torna recurso atrativo para os nativos digitais (Pronsky, 2001), assim como foi justificada também, pelo atrelamento da atividade à nota prática da unidade curricular. Na avaliação, todos os vídeos tiveram nota máxima, já que os mesmos foram planejados e concebidos com criatividade e respeitando a fundamentação teórica para a apresentação das análises dos movimentos da coluna vertebral. Através dos resultados obtidos, observamos a imensa necessidade de que os professores se tornem capacitados e motivados para o uso das TICs em suas unidades curriculares, com destaque para o padlet®, o que faz com que experiências como essas configurem ambientes

que propiciem a construção do conhecimento de temas essenciais ao processo de formação profissional do indivíduo. Considerações finais: O relato de experiência apresenta a obtenção de soluções para questionamentos pedagógicos no ensino superior, além de servir como instrumento de reflexão para a prática docente. A preocupação em buscar estratégias que configurem um melhor aprendizado por parte dos nossos estudantes deve ser uma constante, frente a uma necessidade de aliar a tecnologia à busca e partilha de informações, frente a um mundo cada vez mais globalizado e com inovações nas áreas educacionais. Pelo fato de estarem ao alcance da maioria das pessoas, na atualidade, as tecnologias da informação e comunicação tornaram-se instrumentos importantes na vida dos alunos do ensino superior, promovendo grandes mudanças no que diz respeito à busca e partilha de informações dentro do processo de ensino-aprendizagem. Por isso, este relato torna-se importante para discutir o uso das TICs, que se torna um facilitador na aprendizagem e coloca o docente e a instituição de ensino, num nível que corresponde aos avanços da sociedade atual. O padlet® mostrou-se uma relevante ferramenta para uso em sala de aula, como estratégia pedagógica na busca de resultados satisfatório no aprendizado dos alunos da graduação, visto a grande adesão e a participação discente, expressa pela criatividade na construção das análises cinesiológica e biomecânica dos movimentos da coluna vertebral.

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APRENDIZAGEM POR MEIO DE AULAS INTERATIVAS COM USO DE APLICATIVO (SURVEYMONKEY ®)

PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS: uma abordagem de transição para metodologias ativas

Rafael Batista Reboucas | [email protected]

Introdução: A necessidade de mudanças na formação em saúde tem sido muito enfatizada nas últimas décadas, pois o modelo tradicional de ensino não consegue formar profissionais capazes de atender às demandas sociais existentes (AMORETTI, 2005; ALMEIDA, 2007; CECCIM, 2006; LAMPERT, 2001). O processo ensino- aprendizagem tradicional é centrado no professor, que deve transmitir ao aluno o conteúdo curricular, de forma objetiva e sistemática, há estímulo à especialização excessiva e precoce, além de promoção da tecnificação do cuidado (GOMES, 2009). Com o objetivo de aproximar teoria e prática, reivindica-se no campo da saúde a utilização de metodologias ativas em que o aluno seja instigado a refletir e produzir conhecimento a partir de situações que acontecem na prática. A tendência atual é mostrar as melhores maneiras de se buscar adequadamente as informações e desenvolver no aluno a habilidade de saber aprender e ter maior autonomia para isso. É por esse motivo que o modelo tradicional de educação, baseado na transmissão unilateral de conteúdos, tem perdido gradativamente seu valor. A migração entre os métodos de ensino-aprendizagem pode ser difícil tanto para professores como para os alunos. Dentre as ferramentas que podem ajudar nesta transição temos as aulas interativas e a aprendizagem baseada em casos. Às aulas interativas são importantes, pois o professor consegue manter o foco e a atenção da maioria dos alunos, fica mais motivado ao atingir seus objetivos educacionais, muito menos cansado e desanimado e, sobretudo, consegue se manter atualizado em relação ao modelo de aprendizado moderno. A Aprendizagem Baseada em Casos possui fundamentos semelhantes à Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL), como: autonomia do aluno, capacidade de relacionar teoria e prática, busca ativa de informações e tomada de decisão. Porém, a ABC pode ser apenas uma estratégia de aprendizagem, que pode estar inserida em um modelo tradicional de ensino. Apresentamos a nossa experiência com a Aprendizagem Baseada em Casos utilizada na disciplina de Urologia durante aulas teóricas em sala de aula, com auxilio de aplicativo (SurveyMonkey ®) para dispositivos móveis como instrumento de interatividade com os alunos. Descrição da experiência: Ao longo de um semestre letivo na disciplina de Urologia, utilizamos em sala de aula um método de ensino e aprendizagem baseada em casos. Esta metodologia

foi usada em quatro aulas teóricas de assuntos diversos. Para auxílio na discussão dos casos clínicos, utilizamos aplicativo acessado por meio de dispositivos móveis pelos alunos, chamado SurveyMonkey. Este aplicativo permite a criação de questionários de múltipla escolha relacionados aos pontos de discussão do caso clínico apresentado. Com esta ferramenta, o professor desperta e motiva os alunos a raciocinarem e responderem às questões referentes a um caso prático. As respostas dos alunos podem ser acessadas pelo professor em tempo real, também por meio de smartphone. Com isso, o professor é capaz de avaliar o entendimento dos alunos acerca do tema, bem como aprofundar a discussão ou explicações quando perceber a necessidade do grupo. As respostas de cada aluno não são identificadas individualmente e a análise do professor é feita por meio de porcentagem e/ou quantidade de respostas em cada quesito. O aplicativo SurveyMonkey pode ser acessado gratuitamente via PCs ou dispositivos móveis. A criação dos questionários é simples e rápida. A construção das aulas pode ser feitas em programas convencionais, como PowerPoint, e o aplicativo é utilizado em paralelo para os momentos em que o professor deseja estimular questões de raciocínio e discussões sobre o caso. O questionário criado para a aula é facilmente compartilhado através do aplicativo WhattsApp, sendo enviado um link para o grupo da turma. Após o término da aula, todos os resultados obtidos podem ser compartilhados com os alunos através de um relatório final criado pelo aplicativo. Isto permite que os alunos percebam sua evolução ao longo do período e aprendam com os seus erros. Para o professor, é interessante a possibilidade de poder comparar resultados entre duas turmas distintas, verificando algum déficit de aprendizagem em determinado tópico ou assunto. Impactos: O uso da Aprendizagem baseada em casos tem a óbvia justificativa de que os estudantes precisam de experiências, logo a situação deve simular um mundo real; os alunos precisam errar por isso eles devem ser desafiados com problemas complexos; e o ambiente deve possibilitar que os alunos construam boas explanações do que estava errado. Dessa forma, espera-se que o raciocínio empregado, pelo aluno, faça com que ele seja capaz de interpretar as novas situações apresentadas e, utilizando-se de antigos conhecimentos, consiga resolvê-las. O feedback verbal ao final do período

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foi extremamente positivo e tivemos os seguintes comentários de alunos: “Aula assim é boa porque nos faz pensar” e “todas as aulas deveriam ser assim”. Percebe-se que os alunos estão carentes por metodologias ativas e não demonstram motivação por aulas tradicionais. Os dispositivos móveis e seus aplicativos estão cada dia mais interessantes, acessíveis e intuitivos. Na educação, os aplicativos tiram proveito da interatividade para compartilhar informações e experiências, além de estimular o desenvolvimento cognitivo e favorecer atividades colaborativas entre os estudantes. Durante o próprio semestre vários grupos de alunos se utilizaram do aplicativo SurveyMonkey durante a apresentação de seminários com casos clínicos, demonstrando a aceitação e fácil reprodução do método. A

experiência para o professor é gratificante, pois percebe a ampla participação da turma, inclusive monitorando em tempo real a quantidade de respostas e de alunos participando. Também é importante a avaliação do pensamento clínico da turma frente às questões de casos práticos, podendo atuar corretivamente conforme o entendimento correto ou equivocado da maioria. Considerações finais: A Aprendizagem Baseada em Casos em aulas interativas com uso de aplicativo (SurveyMonkey ®) para dispositivos móveis, apresenta-se como um método de fácil reprodução, capaz de modernizar métodos tradicionais de ensino e facilitar uma possível e provável migração para as metodologias ativas de ensino, tanto para os docentes como para os discentes.

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APRENDIZAGEM BASEADA EM EQUIPE NA FORMAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA PARA ATUAR NA

ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDEAdriana Nascimento Gomes | [email protected]

Eleazar Marinho de Freitas Lucena | [email protected] Juliana Abath Nunes Cananéa | [email protected]

Leonildo Santos do Nascimento Júnior | [email protected] Rafaela Gerbasi Nóbrega | [email protected]

Introdução: A perspectiva de autonomia do discente repercutiu no avanço de metodologias ativas de ensino que têm a finalidade de formar profissionais independentes, críticos e formadores de opinião (FARIAS, MARTIN, CRISTO, 2015). A Aprendizagem baseada em Equipe (ABE) é uma estratégia educacional voltada para grandes grupos, abrange um conjunto de tarefas e atividades que torna o sujeito em formação responsável por sua apreensão de conhecimentos e desenvolve sua metacognição, além de competências, destacando-se o raciocínio crítico, a tomada de decisão e o trabalho efetivo e colaborativo em equipe. Entre as tarefas e atividades realizadas pelos discentes estão à capacidade prévia para adquirir conhecimentos para além do ambiente de aula e participar ativamente do trabalho em grupo, a avaliação desta capacidade em sala de aula, desenvolvida com teste individual e em equipe, e a aplicação dos conteúdos apreendidos a partir de exercícios realizados com os colegas de turma. A avaliação é realizada considerando a nota dos exercícios individuais e em equipe, bem como na contribuição do estudante para o sucesso do trabalho da equipe (KRUG et al., 2016). A ABE predispõe uma organização prévia do material da aula pelo professor. Neste sentido, a maior parte do trabalho do professor estará voltado na seleção do material de leituras e formulação de problemas no formato de múltipla escolha. Em suma, em comparação com técnicas de ensino tradicionais, esta técnica exige maior pró-atividade do discente, um trabalho mais dinâmico, uma construção pré-classe e classe, e feedback imediato (RUIZ-CAMPO; SORIA-BARRETO; ZÚÑIGA-JARA, 2016). Diante disso, o objetivo deste trabalho consiste em apresentar uma experiência pedagógica utilizando a ABE, com uma turma de discentes do 7º período do curso de graduação em Fisioterapia, no Centro Universitário de João Pessoa-PB (UNIPÊ). Descrição da experiência: No componente curricular Estágio Supervisionado I, durante o 3º estágio do semestre 2017.1, o tema da aula escolhido para a utilização da ABE foi Redes de Atenção à Saúde (RAS). A classe foi dividida em pequenos grupos de seis a oito estudantes, destacando-se a importância em haver o máximo de heterogeneidade entre os membros dos grupos. A leitura de um artigo de revisão sobre o tema a ser trabalhado pode ser atribuída a cada aula ou pode-se

tratar de algum tema já abordado em outras aulas e disciplinas ou de um tema ainda não discutido em sala de aula, o que valoriza o conhecimento prévio dos discentes. Assim, o artigo científico As redes de atenção à saúde? (MENDES, 2011) e o capítulo O Nasf nas Redes: Integração entre Serviços da Rede de Atenção à Saúde e Articulação Intersetorial do Caderno de Atenção Básica Nº 39 (BRASIL, 2014) foram selecionados para embasar a aula sobre RAS, sendo disponibilizados com antecedência aos discentes. Considerando a proposta de elaborar exercícios complexos que demandem a aplicação dos conteúdos aprendidos para uma tomada de decisão da equipe, os docentes construíram 10 questões objetivas com quatro alternativas de respostas, a partir do material disponibilizado para leitura. A aula começou com a resolução das questões, sendo respondidas individualmente e, em seguida, por equipes, sendo as respostas analisadas com a classe posteriormente. Os resultados das respostas individuais foram comparados aos resultados dos grupos. O objetivo das discussões em grupo nesta proposta pedagógica foi à troca de experiências, de modo que todos puderam chegar a um consenso sobre as questões trabalhadas. Após chegarem a um consenso, as equipes se reuniram com os demais grupos da classe e apresentaram, ao mesmo tempo, suas respostas. Quando finalizado o teste, os docentes fizeram um levantamento com a turma toda sobre as respostas das equipes a cada questão, de forma que cada equipe teve a oportunidade de comparar suas escolhas com as das outras equipes. Neste momento, a cada questão, os docentes apontavam a resposta correta com o feedback imediato, ao tempo que os discentes questionaram e dirimiram dúvidas. A aula teve duração de 5 horas/aula, a qual foi finalizada com os discentes analisando a pontuação geral, considerando tanto o desempenho individual quanto em equipe. Impactos: A discussão em equipe favoreceu o aprendizado dos discentes durante a aula sobre o tema Redes de Atenção à Saúde, sendo constatado pelo melhor desempenho nas pontuações em equipe, quando comparadas às individuais. Os discentes aprovaram a metodologia utilizada apontando a motivação e reflexão em equipe como pontos positivos nesta estratégia pedagógica. Outro aspecto a ser destacado diz respeito à avaliação de aprendizagem

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que envolveu o conteúdo desta aula, na qual todos os discentes obtiveram desempenho satisfatório. Considerações finais: A atuação dos serviços e equipes em rede pressupõe o fortalecimento das estratégias de encontros, comunicação e relacionamentos entre profissionais tanto quanto a implantação de serviços, planejamento de oferta e sistemas logísticos. Portanto, o investimento em abordagens pedagógicas inovadoras no processo

de ensino-aprendizagem, enfocando metodologias ativas que busquem a aprendizagem significativa é fundamental para fortalecer a formação profissional. Neste contexto, os discentes do componente curricular Estágio Supervisionado I foram estimulados a serem protagonistas na aquisição e construção de conhecimentos, compreendendo como o conhecimento construído será aplicado em sua atuação profissional.

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ARRAIÁ COM RHLudinaura Regina Souza dos Santos | [email protected]

Introdução: O Arraiá com o RH, no dia 08 de junho de 2017, foi um evento realizado para os alunos da disciplina de Gestão de RH I, do Curso de Gestão de RH, e de Administração de Pessoas, do Curso de Gestão Pública, ambas as turmas do P3. O objetivo foi aprender sobre a atuação dos gestores de RH em organizações públicas e privadas, por meio da troca de experiências com convidados da esfera pública e privada. Descrição da experiência: Inicialmente, a ideia foi proposta para os coordenadores dos Cursos de Gestão de Recursos Humanos e de Gestão Pública, que acataram a sugestão, inclusive participando, conforme descrito a seguir: 1. Realização de uma aula temática, Arraiá com RH, onde os alunos poderiam trazer comidas típicas para serem degustadas após os compartilhamentos de práticas dos Gestores Convidados; 2. Convite aos Gestores de RH, sendo um da esfera pública de um município paraibano e o outro de uma Instituição de Ensino Superior da órbita privada para compartilharem suas experiências enquanto Gestores de RH; 3. Reforço da atividade junto aos alunos, nos encontros presenciais e via mensagens por meio de um aplicativo de mensagens instantâneas para Smartphones; 4. Incentivo para que os alunos organizassem o evento, visto que para eles se tratava de um momento de aprendizado e de confraternização; 5. Compartilhamento de práticas como Gestor de RH, por parte dos convidados, mostrando aos alunos a possibilidade de sucesso profissional, mediante disciplina, estudo, foco e desenvolvimento; 6. Registro da aula com fotos e divulgação nas mídias sociais; 7. Ao final, momento de Confraternização onde os alunos

puderam degustar comidas típicas ao mesmo tempo em que conversavam com os palestrantes. Impactos: Como impactos resultantes da atividade, podem ser mencionados: - Apresentação das ações institucionais na área de RH; - Percepção do zelo e cuidado dos coordenadores e professores para com os alunos; - Inspiração para os alunos por meio do comportamento positivo em relação à atuação como Gestor; - Integração dos alunos de Gestão de RH e de Gestão Pública, por meio da socialização de contextos comuns aos cursos; - Visão prática da área de gestão, o que fomentou o interesse dos alunos pelos cursos; - Incentivo ao desenvolvimento do trabalho em equipe, por meio do planejamento e realização do evento por parte dos próprios alunos; - Empoderamento dos alunos enquanto gestores, por terem colocado em prática conceitos relacionados à gestão, socialização e integração de pessoas.Considerações finais: O evento foi uma experiência que permitiu a integração tanto de alunos como dos cursos de Gestão de RH e de Gestão Pública. Além disso, a visão prática do mercado de trabalho para os discentes contribuiu para que a disciplina ficasse mais atrativa. Como uma ação para sedimentação dessa prática, será a proposição para que eventos dessa natureza sejam realizados, no mínimo, uma vez por semestre, como parte da metodologia adotada. Ainda merecem ser destacadas as respostas positivas dos alunos, por meio de postagens nas mídias sociais e nos depoimentos presenciais. Por fim, o Arraiá com o RH se constituiu um momento de troca e aprendizado, contribuindo para consolidação do conhecimento.

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AS PLANTAS MEDICINAIS E OS SABERES POPULARES EM SAÚDE:

uma experiência de pesquisa na graduação de fisioterapiaAntonilëne Freire Duarte Medeiros | [email protected]

Risomar da Silva Vieira | [email protected]

Introdução: As plantas vêm sendo utilizadas como recursos terapêuticos desde os tempos remotos da vida humana. As civilizações que maximizam as plantas nas suas atividades de cura e de promoção da saúde são muitas, com destaque para as orientais, e em especial a chinesa, que há milhares de anos utiliza os recursos naturais, e os vegetais em particular, nas suas práticas terapêuticas. No ocidente, também se empregam as plantas como terapia desde os períodos mais longínquos, onde os primeiros povos a habitar a América, utilizavam e utilizam a flora como remédio para o corpo e para a alma. A aplicação das ervas pelo saber popular e comunidades tradicionais brasileiras, representa um patrimônio sociocultural, e é reconhecida pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde como procedimentos de tratamento. Em 03/05/2006, o Ministério da Saúde publicou a Política Nacional das Práticas Integrativas e Complementares no SUS através da Portaria GM/ nº 971, e dentre essas a fitoterapia. De acordo com a Resolução 380 de 03/12/2010 do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional no seu artigo 1º, é autorizada a prática pelo Fisioterapeuta dos atos complementares ao seu exercício profissional regulamentado, nos termos desta resolução e da portaria do MS de número 971/2006: Fitoterapia; Práticas Corporais, Manuais e Meditativas; Terapia Floral, Magnetoterapia, Fisioterapia Antroposófica, Termalismo, Crenoterapia, Balneoterapia e Hipnose. Assim, sentiu-se a necessidade de se iniciar um processo de sensibilização dos estudantes da fisioterapia quanto à utilização da fitoterapia na prática profissional a partir de uma pesquisa.

Descrição da experiência: As atividades tiveram inicio em 2015, com um grupo de estudos sobre o uso das plantas medicinais pela população, buscando sensibilizar os estudantes quanto a importância da fitoterapia na prática fisioterapêutica. Daí foi elaborado um projeto de pesquisa, com título: As Plantas Medicinais e a Saúde da População: Resgatando saberes e promovendo vida. A coleta de dados foi realizada em João Pessoa e Cabedelo, no período de junho a dezembro de 2016 com uma amostra de 100 participantes de ambos os sexos com idade a partir de 55 anos. A pesquisa obedeceu todos os pré-requisitos da Resolução 466/12 do CNS/MS. Impactos: Apesar da pesquisa não se encontrar plenamente concluída, pois ainda pretende-se elaborar um memento composto das principais plantas citadas pelos sujeitos, o trabalho até então já produziu bons resultados, na formação dos acadêmicos, como: interesse no estudo da temática; elaboração textos para apresentação em congressos nacionais; estímulo a pesquisa, onde já temos alunos encaminhando proposta de TCC sobre a fitoterapia. A experiência também suscitou nos acadêmicos o despertar para as Práticas Integrativas e Complementares (PICs). Considerações finais: O uso da fitoterapia nos procedimentos fisioterapêuticos é preconizado pelo COFFITO, e deve ser uma realidade na fisioterapia. Assim, a experiência vem contribuindo para a inclusão da fitoterapia na formação e na prática fisioterapêutica.

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ASSISTÊNCIA EDUCATIVA NA SALA DE ESPERA EM ODONTOPEDIATRIA

Bruna França G. Vieira | [email protected] Fernanda de Araújo Trigueiro Campos | [email protected]

Luiza Moreira Rabello | [email protected] Maria de Fátima Gabínio Siqueira | [email protected]

Priscila Lima de Luna Freire | [email protected]

Introdução: Tem sido demonstrado que é possível humanizar o atendimento pensando não somente na dimensão técnica da odontopediatria e nos direitos da criança, mas também nos modos de expressão da subjetividade da clientela infantil. A especificidade desse atendimento passa pela conquista da colaboração da criança, onde a atividade lúdica é essencial (BARRETO et al, 2013).   Desta forma, o diálogo e as brincadeiras devem ser à base do relacionamento na odontopediatria. E assim, diante da extrema sensibilidade infantil à linguagem e à comunicação não verbal, o lúdico se traduz como uma das formas mais eficazes de envolver a criança no processo preventivo das doenças bucais (BARRETO, 2003). Diante do exposto, este trabalho se propõe a mostrar a importância do atendimento pré-consulta e abordagem imediata do paciente infantil na sala de espera da clínica odontológica, discutir formas de aproximação com o paciente associado à introdução de saúde bucal, bem como avaliar quais são os métodos utilizados para esse primeiro contato dentro da Clínica do UNIPÊ. Descrição da experiência: Foi realizado um levantamento bibliográfico na plataforma Scielo e selecionados artigos a respeito do assunto. Visitou-se também a clinica escola do Centro Universitário de João Pessoa UNIPE, a fim de pontuar quais os métodos utilizados de ambientação e introdução à saúde bucal da criança na sala de espera. Dentro da clínica escola de odontologia da UNIPÊ foi encontrado um projeto intitulado Acolhe Odonto onde a estratégia principal consiste em trabalhar a educação popular em saúde, favorecendo o acesso aos temas relacionados aos agravos odontológicos e, principalmente, aos meios de prevenção. É conduzido por estudantes do curso de graduação

do segundo ao décimo período, sob supervisão dos professores das unidades curriculares de saúde coletiva. Estes desenvolvem diariamente, palestras atividades lúdicas, grupos de discussão, orientação de higiene bucal, utilizando espaços coletivos da recepção clínica, escovódromo e sala de educação e saúde. Os alunos se revezam em escalas de trabalho, de forma que todos os turnos de oferta de serviço são contemplados. Impactos: A sala de espera pode ser mais explorada pelos profissionais nas práticas de educação em saúde, porque esse espaço tem a possibilidade de ser ampliado para além de um lugar de espera (REIS et al, 2014). As salas de espera dos serviços de saúde são ambientes favoráveis para desenvolver atividades de educação em saúde com as crianças, utilizando o lúdico como estratégia e, melhor ainda, quando for possível envolver os familiares/cuidadores e os profissionais de saúde nas atividades (POLETTO; MOTTA, 2011). Com embasamento nas funções do brincar como recurso para promover o desenvolvimento infantil e contribuir com o resgate e fortalecimento do processo de humanização, particularizando aqui a interação da criança com o brinquedo no espaço clínico, existem projetos que estimulam atividades recreacionais como tecnologia de cuidado com as crianças em salas de espera. (HIRSCHHEIMER et al,2001). Considerações finais: O projeto visa ressignificar o atendimento odontológico comumente associado a algo doloroso e desagradável ao paciente. No contato com a população, os medos e expectativas existentes e devidamente diagnosticados possibilitam o ensino e a pesquisa, originando a possibilidade de desenvolver futuros trabalhos diretamente relacionados.

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ATIVIDADE DE REVISÃO COM MAPAS CONCEITUAIS E APRESENTAÇÃO EM 1 MINUTO

Walter Travassos Sarinho | [email protected]

Introdução: Mapas Conceituais são representações gráficas que indicam relações entre palavras e conceitos. Podem ser definidos também como estruturas esquemáticas que representam um conjunto de ideias e conceitos dispostos num tipo de rede de proposições. O Mapa Conceitual apresenta mais claramente a exposição de um conhecimento e organiza-o de forma hierárquica sequenciada segundo a compreensão do seu idealizador. Um dos conceitos que norteiam a criação do Mapa é a diferenciação progressiva, onde determinados conceitos são desdobrados em outros conceitos que estão contidos em si mesmos, de forma parcial ou integral. Dessa forma, é possível partir de conceitos mais globais para os menos inclusivos. O Mapa Conceitual aborda concepções da aprendizagem por recepção, dando ênfase à aprendizagem verbal e às representações visuais. A literatura aconselha (preferencialmente) o uso de Mapas Conceituais quando os alunos já possuem certa familiaridade com o conteúdo. Este fato torna o Mapa uma excelente escolha para atividades de revisão. Após concluir a criação do mapa, é realizada uma apresentação no formato Minute Madness. O Minuto da Loucura (tradução nossa) é um evento divertido presente em algumas conferências onde o autor deve apresentar sua pesquisa em apenas 1 minuto. Quando este tempo é finalizado, a apresentação deve ser encerrada (mesmo que não tenha sido concluída) e a próxima apresentação começa. Descrição da experiência: O principal objetivo desta experiência é criar um formato de revisão que possibilite a imersão no conteúdo do componente curricular de

uma forma diferente das aulas tradicionais. Assim, são criados grupos com até cinco pessoas para produção de um Mapa Conceitual. O professor disponibiliza aproximadamente 50 conceitos e ideias acerca dos assuntos trabalhados para os alunos. Cada grupo deve escolher 20 itens para criar um mapa conceitual. Os grupos devem discutir entre si e identificar como ocorrem as relações entre cada conceito escolhido. Cada grupo é responsável por organizar os elementos diferenciadores entre cada conceito. São disponibilizados 40 minutos para criação do Mapa Conceitual numa cartolina com auxílio de caneta hidrocor. Após a conclusão do mapa, cada grupo deve escolher um orador para explicar o mapa no tempo de 1 minuto (Minute Madness). Impactos: Durante a criação dos Mapas foi possível conversar com alguns alunos e observar que grande parte estuda aplicando apenas as técnicas de repetição, memorização e escrita de resumos. Além disso, em todas as turmas onde foi realizada esta experiência foi dito que nunca houve a oportunidade de executar esta técnica. Promover a discussão entre grupos de alunos para descobrir os relacionamentos entre conceitos e ideias trabalhadas no componente curricular teve um excelente resultado. Considerações finais: A utilização de Mapas Conceituais é uma das formas de estudo mais recomendadas atualmente pelo fato de produzir uma associação entre o conhecimento prévio com novos conceitos para percepção dos relacionamentos existentes. Este fato permite que esta ferramenta também sirva para tornar a aprendizagem mais significativa.

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CARAVANA DO CORAÇÃO 2016: uma experiência multiprofissional

Ana Cláudia de Araújo Ferreira | [email protected] Camila Santos de Mattos Brito | [email protected]

Introdução: A Caravana do Coração é uma ação promovida pela ONG Círculo do Coração de Pernambuco, em parceria com o Governo do Estado da Paraíba, que realiza atividades multidisciplinares envolvendo crianças cardiopatas ou com microcefalia. Em sua IV edição em 2016, a iniciativa percorreu 13 cidades da Paraíba (Sumé, Monteiro, Princesa Isabel, Itaporanga, Cajazeiras, Sousa, Catolé do Rocha, Pombal, Patos, Picuí, Esperança, Guarabira e Itabaiana), durante o período de 4 a 17 do mês de Julho, onde realizou mais de 1900 atendimentos. Além da Odontologia, a estrutura da caravana contou com mais de 50 profissionais de diversas áreas como Medicina, Fisioterapia, Enfermagem, Nutrição, Serviço Social, Psicologia, dentre outras que juntos atuaram em um mutirão de atendimentos, triagens, consultas e exames. Descrição da experiência: A equipe odontológica foi formada por dois professores e duas alunas do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê) que promoveram as ações de atenção à saúde bucal que se dividiu em dois momentos diferentes, com dois públicos alvos distintos: A primeira parte destinou-se à orientação dos acompanhantes dos bebês e crianças até três anos quanto à correta higienização da cavidade bucal, antes e depois do aparecimento dos primeiros dentes, utilizando como recursos macromodelos e escovação supervisionada. Os acompanhantes também foram orientados quanto

aos hábitos alimentares, desde a importância da amamentação até o papel da dieta no surgimento das cáries. O segundo atendimento tratou-se de exame clínico e escovação supervisionada com aplicação de flúor nas crianças acima de três anos. A avaliação odontológica da criança foi realizada em consonância com o aconselhamento em relação à adoção de hábitos saudáveis de higiene e de alimentação. Impactos: As estudantes pela primeira vez puderam atuar orientando e cuidando de pacientes com microcefalia e outras condições. Atuaram ativamente na execução das ações, colocando em prática as habilidades e competências desenvolvidas no decorrer do curso, onde ficou claro o papel do dentista como profissional educador, agindo preventivamente e não apenas de forma curativa. Foi importante também a conclusão de que são necessários poucos recursos para se realizar uma atividade impactante junto a essa população-alvo. A experiência de percorrer diferentes cidades também trouxe uma nova percepção de outras realidades em locais não tão distantes. Considerações finais: Como resultado da experiência, as estudantes relataram um novo olhar frente ao atendimento de crianças com deficiência e ressaltaram a importância de atividades fora da instituição de ensino, como forma de ampliar os conhecimentos e se sensibilizarem a outros contextos sociais diferentes dos seus.

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CICLO DE VIDA DE PRODUTOS: uma abordagem prática

Lorena Rodrigues Barbery | [email protected]

Introdução: O modelo de ciclo de vida do produto (CVP) é a linha de produção de um produto ou marca. É a sua história completa através de suas fases de vendas: introdução, crescimento, maturidade e declínio. Então se faz necessário entender cada uma dessas fases para elencar a melhor estratégia em cada uma dessas fases. Descrição da experiência: Essa atividade é realizada fora de sala de aula. Os alunos são levados ao Museu da Pedra e do Homem da Paraíba (Museu – Escola a Céu Aberto) Passarela das Pedras. Lá são divididos os grupos e são entregues a cada grupo um tipo de produto. Nesse semestre entreguei: coca-cola stevia, microsystem, vanish e coca-cola normal. Feito isso, eu peço pra que eles me digam como esse produto se encontra no mercado (cinco pontos são analisados): - Tempo em que o produto se encontra no mercado; - Se existe muita divulgação; - Se é uma marca/ produto muito conhecido; - Característica do produto; - Em qual segmento de mercado está disposto. Depois de eles responderem isso, cada grupo fala para todos as

características identificadas de acordo com o que foi pedido. Até esse momento eles ainda não sabem o motivo da professora pedir isso. Após a apresentação eu introduzo a teoria e cito as fases (introdução, crescimento, maturidade e declínio) enquadro cada um dos produtos nas fases e vou explicando as características de cada fase e quais estratégias são utilizadas. Impactos: Os alunos ficam surpresos, pois no primeiro momento encaram como uma simples dinâmica. E depois começam a enxergar a importância e o lugar de cada produto. E como as estratégias são alinhadas com o que puderam identificar. Considerações finais: O propósito dessa atividade é passar o conteúdo de uma maneira descontraída e tirá-los do ambiente da sala de aula. Para que possam vivenciar uma experiência diferenciada de aprendizagem. O feedback é sempre positivo, pois eles não se esquecem da aula que foi realizada na praça, logo o conteúdo é fixado de maneira positiva.

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CICLOS DE PALESTRAS EM FISIOTERAPIA DESPORTIVA: uma busca pela ciência baseada em evidências

Nícia Farias Braga Maciel | [email protected] Rosa Camila Gomes Paiva | [email protected]

Zênia Trindade de Souto Araújo | [email protected]

Introdução: A Fisioterapia Desportiva é uma área que envolve a prevenção de lesões, melhora do desempenho esportivo e reabilitação dos atletas. Por apresentar diversos objetivos clínicos, é imprescindível o estudo e atualização constantes na área. Uma maneira de inteirar-se acerca de sua temática é por meio de ciclos de palestras, pois permitem discussões sobre diferentes assuntos, com o intuito de promover e desenvolver a autonomia, o pensamento crítico e clínico. Descrição da experiência: Assim, diante das necessidades de busca de evidências científicas em um projeto de extensão, foram desenvolvidos ciclos de palestras sobre temas atuais, abertos à comunidade acadêmica. Inicialmente, realizou-se com os extensionistas um brainstorming com a perspectiva de extrair assuntos e descritores a serem pesquisados, a saber: Crossfit, Kinesiotape e Pubalgia. Em seguida, os discentes foram divididos em três grupos distintos e cada um pesquisou e analisou seis artigos, de revistas com alto fator de impacto, nas bases de dados da Pubmed, Scielo e Medline. Os estudos foram interpretados, semanalmente, em rodas de discussão com escopo de produzir conhecimento, como também preparar e embasar cientificamente a conduta de

tratamento em Fisioterapia Desportiva. Associado a isso, durante os encontros foram construídas as bases para a apresentação da palestra, visando o conceito, fisiologia e biomecânica dos recursos ou lesões e o tratamento fisioterapêutico. Em outro momento, os alunos fizeram a divulgação em redes sociais e com materiais impressos e por fim, as palestras aconteceram abordando os seguintes temas: Crossfit: Análise biomecânica e lesões associadas. Kinesiotape: Mitos e Verdades? E Pubalgia: Diagnóstico diferencial e fisioterapia sendo expostos todos os estudos analisados, permitindo aos expectadores uma síntese das pesquisas sobre os temas e aos palestrantes extensionistas, uma experiência em apresentação, estimulando habilidades e atitudes, como fala ao público, trabalho em equipe, comunicação, extroversão e dinamismo. Impactos: Dessa forma, a metodologia aplicada gera impactos positivos ao aprendizado dos granduandos, pois permite como competências, uma visão diferenciada do atendimento clínico com a realização de uma prática baseada em evidências científicas. Considerações finais: Podendo-se concluir, portanto, que o projeto estimula o ensejo pela ciência e a aquisição de habilidades psicossociais.

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CINESIOTERAPIA LABORALRafaela Gerbasi Nóbrega | [email protected]

Rawlla Eriam O. C. Aversari | [email protected]

Introdução: No componente curricular Ergonomia e Saúde do Trabalhador os discentes aprendem todas as Normas que Regulamentam o ambiente de trabalho, mapa de risco, as patologias que podem ser desenvolvidas pela atividade laboral e como executar uma análise ergonômica e aplicação da cinesioterapia laboral. Reconhecem que a cinesioterapia laboral é preconizada como um cuidado para com a saúde, estando no contexto de prevenção e promoção na saúde do trabalhador, visto que a educação em saúde facilita o entendimento das possíveis afecções que podem se instalar nos indivíduos, seja pelos resultados do próprio trabalho e/ou pelas características impostas pelo mundo moderno. Com esta percepção desenvolvemos a metodologia ativa utilizando a cinesioterapia laboral em ambientes de trabalho dentro do Campus do UNIPE assistindo seus colaboradores. Descrição da experiência: Os alunos são divididos em quatro grupos assistindo o NTI, PROAC, UNIPE Virtual, ASCON e Setor Financeiro, o atendimento ocorre na sexta-feira de manhã com exercícios de relaxamentos, alongamentos e fortalecimentos da

coluna vertebral, membros superiores e inferiores, orientações posturais nas atividades laborais e domésticas e massoterapia para relaxamento com duração de vinte minutos dentro do ambiente de trabalho. Ao longo deste semestre realizamos um total de 168 atendimentos nos ambientes laborais acima citados. Impactos: proporcionar aos discentes a primeira experiência da aplicação das técnicas de cinesioterapia laboral e aos trabalhadores assistidos proporcionar a prevenção e corrigeção dos desequilíbrios musculares, bem como reduzir os episódios de algias, melhorando a qualidade de vida dos indivíduos e aumentar a consciência corporal. Considerações finais: a metodologia permite aos alunos o amadurecimento da atuação da fisioterapia na prevenção e promoção na saúde do trabalhador, vivenciando experiências em outros horizontes que a fisioterapia pode atuar, acumulando vivências para aplicações futuras e por outro lado os trabalhadores minimizaram os efeitos do estresse, das posturas mantidas, dos movimentos repetitivos durante a atividade laboral relatando o alívio da tensão muscular.

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COMPONENTES CURRICULARES ESTÁGIOS SUPERVISIONADO EM ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA:

exemplo de integração ensino-serviço na interface com a comunidade

Camila Santos de Mattos Brito | [email protected] Iara Medeiros de Araújo | [email protected]

Maria Betânia Morais de Paiva | [email protected] Maria Carmem Araújo Melo Jardim | [email protected]

Introdução: As Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Saúde (DCN) têm apontado caminhos para uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, que potencializa o desenvolvimento de competências no campo do saber, do saber-fazer e do saber- ser. O desafio é direcionar o perfil dos egressos às necessidades do SUS, reorientar seus currículos e adotar estratégias pedagógicas que reconheçam o protagonismo do discente e a corresponsabilização do docente e da instituição de ensino na reorganização dos serviços e na qualidade da atenção à saúde prestada à população. Nessa direção o curso de odontologia do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ) firmou parcerias com a secretaria municipal de saúde através do convênio da Rede Escola possibilitando a imersão dos alunos em ambientes reais de trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS). Descrição da experiência: O objetivo desse trabalho é relatar as vivências de estagiários em Unidades de Saúde da Família no contexto do SUS, como exemplo de integração ensino-serviço na interface com a comunidade. Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência abordando as atividades desenvolvidas nos cenários de prática ao longo do semestre letivo. O número de discentes envolvidos correspondem aos matriculados, na experiência 150 alunos. estágio teve duração de três meses, iniciou com o reconhecimento do território, seguido do planejamento das ações com os preceptores, no qual foi contemplado acompanhamento clínico, ações educação em saúde nos equipamentos sociais da comunidade, salas de espera nas unidades de saúde da Família, escovação supervisionada e visitas domiciliares. Impactos: A inserção de estudantes na rede de serviços oportuniza a vivência do sistema de saúde de forma significativa, trabalhando situações

concretas, assumindo responsabilidades crescentes como sujeito prestador de cuidado e portador de autonomia. O estágio ao longo do semestre possibilitou o desenvolvimento de habilidades, competências e atitudes no aluno contribuindo para uma formação diferenciada, tecnicamente competente e eticamente embasada permitindo que academia cumpra o seu papel social de formar profissionais com perfil adequado ao SUS. Entre as habilidades e competências mais desenvolvidas temos a atenção a saúde, a tomada de decisão e a comunicação, além da liderança. Na atenção a saúde os discentes desenvolveram ações de promoção, prevenção, proteção e reabilitação de forma integrada com ética e qualidade; na tomada de decisão é possível perceber a busca das melhores evidências cientificas para nortear sua prática e a habilidade da comunicação se deu através da acessibilidade, da linguagem verbal e não verbal, da empatia para alcançar os objetivos propostos. A avaliação da aquisição dessas habilidades acontecem de forma processual ao longo do semestre e através dos registros dos discentes nos relatos de experiência pode-se avaliar o impactos dessas ações para a sua formação. Considerações finais: Os estágios são componentes curriculares utilizados como ferramenta de aproximação dos futuros profissionais com a realidade do cenário público de saúde da população, visando concretizar uma formação humanizada, oportunizando o fortalecimento da parceria entre o ensino-serviço na interface com a comunidade. A partir dos registros dos alunos em seus relatos, os estágios supervisionados foram considerados experiências exitosas com contribuições significativas na esfera profissional e pessoal.

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CONSTRUINDO A IDENTIDADE PROFISSIONAL A PARTIR DO PROJETO INTEGRADOR:

uma experiência em fisioterapiaJânia de Faria Neves | [email protected]

Juliana Nuves Abath Cananea | [email protected] Meryeli Santos de Araújo Dantas | [email protected]

Miriam Lúcia da Nóbrega Carneiro | [email protected] Rachel Cavalcanti Fonseca | [email protected]

Introdução: Projetos Integradores (PI) são ferramentas didático-pedagógicas que estimulam a aprendizagem significativa e participativa a partir do planejamento, execução e avaliação de uma proposta que articula os componentes curriculares de um período letivo. Os PIs são comumente executados nos cursos de saúde através de projetos terapêuticos singulares, estudos de caso, projeto de pesquisa e de intervenção, memoriais descritivos, vídeos documentários, apenas para exemplificar. O PI do curso de Fisioterapia foi pensando a partir de uma complexa rede de atividades, eixos, temas e estratégias formativas. Em linhas gerais, o PI tenta alcançar o maior número de competência e habilidades possível, sendo a sua construção processual ao longo do semestre. Cada período letivo tem uma temática a ser explorada e um recurso didático-pedagógico para a sua execução, de forma que ao térmico da formação, o aprendente tem vivenciado uma variedade significativa de experiências e de recursos formativos. Posto isso, o objetivo desse relato é apresentar o PI do 1º período do curso de Fisioterapia, descrevendo suas etapas, êxitos e alcance. Descrição da experiência: O PI do 1º período do curso de Fisioterapia, intitulado O Ser Fisioterapeuta foi pensando para articular os componentes curriculares de Anatomia Humana, Bioquímica, Biofísica, Ciências Sociais na Saúde, Citologia e Histologia, Educação em Saúde na Comunidade I, Embriologia, Genética e Evolução, História e Fundamentos de Fisioterapia e Metodologia do Estudo. A proposta de trabalho consiste na divisão da turma em grupos que deverão explorar especialidades fisioterapêuticas atuantes nos três níveis de complexidade do serviço. Após

essa divisão, cada grupo deverá fazer uma busca ativa de um profissional que pode ser o vetor dessa construção e que, a partir da assinatura de um termo de compromisso, confirma a sua participação. De posse desse termo, os grupos deverão estruturar um roteiro de entrevista com uma pergunta que enfoque a importância de cada componente curricular no fazer fisioterapêutico do profissional. O roteiro é validado pela docente integradora antes de ser aplicado. Após a entrevista e a vivência prática no serviço aonde o fisioterapeuta atua, os grupos deverão montar um cenário para reproduzir a vivência nesse serviço, bem como a atuação do fisioterapeuta, correlacionando com os componentes curriculares. Essa apresentação final ocorre ao término do semestre letivo, em um evento dentro da Mostra de Atividades Integradas intitulada Feira de Especialidades. Cada cenário é montado em uma sala de aula, permanecendo a Feira aberta à visitação de docentes para avaliação e discentes de outros períodos e cursos para visitação. Impactos: A vivência prática da realidade de um serviço bem como a possibilidade de o aluno ter o contato concreto com a atuação do profissional fisioterapeuta se destaca como umas das principais potencialidades dessa atividade. Nesse formato, os alunos podem experienciar precocemente uma realidade que, em muitos currículos, levaria semestres para acontecer. Isso fortalece o vínculo com a profissão e a Universidade e dá início a construção de uma identidade sólida e afetiva. Considerações finais: Propostas de PIs que articulam construções teóricas e experiências práticas se configuram como estratégias edificantes e com respostas positivas e transformadoras no processo formativo.

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CONSTRUINDO ITINERÁRIOS TERAPÊUTICOS NO ADOECIMENTO CRÔNICO: uma proposta de trabalho a

partir de ciências sociais na saúdeJânia de Faria Neves | [email protected]

Introdução: É na literatura socioantropológica que emerge o conceito de itinerários terapêuticos (IT) que é utilizado para descrever os caminhos seguidos pela população em busca de solução para os seus problemas de saúde. O termo IT foi utilizado à primeira vez em 1984 pelo antropólogo francês Angé, que o considerava como essa busca é complexa dada a diversidade e a heterogeneidade de opções existentes. Esse conceito, contudo, tem como ponto de partida e de chegada a experiência de adoecimento e a forma como cada indivíduo interpreta e reage aos obstáculos e possibilidades nessa caminhada. Desse modo, na construção dos IT cada doente vai lançando mão dos recursos que ele acredita serem suficientes para se curar, o que inclui estratégias formais, como os recursos da redes pública e privada de saúde, e estratégias informais, oriundas, na maioria das vezes, da medicina popular. Assim, pensar em itinerários terapêuticos requer mobilizar conceitos intrincados, fortemente vinculados a uma visão ampliada de saúde e de doença e que dão ênfase ao conceito popular de etiologia. Considerando isso, discutir sobre IT já no início da formação em saúde pode ajudar a imergir o aprendente no universo da produção social da doença, desfazendo conceitos ultrapassados e potencializando unidades curriculares voltadas à saúde coletiva. Descrição da experiência: O componente curricular Ciência Sociais na Saúde (CSS) começou a ser ministrado na modalidade à distância em 2017.1, permanecendo presenciais as verificações de aprendizagem. O desafio de estruturar uma sala virtual nesse formato incluía pensar em atividades que fossem atrativas, já que esse componente é oferecido no 1º período

juntamente com outros aos quais os alunos dedicam a maior parte do seu tempo. Posto isso, foi montada uma tarefa que utiliza o conceito de IT. Na atividade, o aluno precisa entrevistar um parente ou amigo que está vivenciando uma doença crônica. Para realizar a atividade são oferecidos artigos que falam sobre IT, além de exemplos concretos de como essa construção se dá, além de um roteiro de entrevista que deve ser acrescido das particularidades da doença crônica estudada. Ao final as entrevistas são transformadas em um texto dissertativo, seguindo de análise sobre a produção social da doença, os determinantes sociais da saúde e a experiência do adoecimento. O material é organizado em um documento do Microsoft Office Word e enviado como tarefa no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Impactos: Apesar de ser uma atividade com um maior nível de complexidade, os resultados são surpreendentes. Isso talvez se dê pela familiaridade com o entrevistado, com o fato de estarem na posição de fisioterapeuta pela primeira vez, pelo universo ampliado que as CSS dão ao adoecimento ou a todos esses fatores juntos. Nesse formato observa-se que os temas alvos da atividade são apreendidos com maior efetividade, principalmente porque eles são aplicados para analisar uma situação real e em que há envolvimento emocional do aluno. Considerações finais: A aprendizagem oriunda de atividades que aproximam o conhecimento teórico das práticas em situações do cotidiano do aprendente são particularmente efetivas para estimular uma aprendizagem significativa.

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DESAFIO KAHOOT? UM QUIZ GAMIFICADO ENTRE OS CURSOS SISTEMAS PARA INTERNET E GESTÃO DE TI

Thyago Maia Tavares de Farias | [email protected] Walter Travassos Sarinho | [email protected]

Introdução: Uma característica forte nos cursos de graduação da área de Tecnologia da Informação é a possibilidade de utilizar recursos computacionais para promoção do ensino. Dentre estes recursos, destacam-se os Objetos de Aprendizagem, que podem ser compreendidos como qualquer recurso digital com possibilidade de reutilização para o suporte ao ensino. Um recurso que pode ser utilizado como Objeto de Aprendizagem são os games. Eles são poderosas ferramentas que podem potencializar aprendizagens em diversas áreas do conhecimento. Existe uma área dedicada à aplicação de games na aprendizagem chamada de Digital Game-Based Learning (DGBL). É neste cenário que surge à temática desta experiência exitosa. Foi escolhido um serviço Web para criação de Jogos de Pergunta e Resposta no estilo Quiz chamado Kahoot (https://getkahoot.com) para criar um game com 25 perguntas para o componente Metodologia e Linguagem de Programação (Programação Orientada a Objetos com a linguagem Java). Descrição da experiência: Após verificar a existência de componentes curriculares de conteúdos similares na matriz dos cursos de graduação de Sistemas para Internet e Gestão de TI veio à proposta da aplicação desta experiência: criar um desafio envolvendo os discentes dos dois cursos. Assim, após reunião entre os professores idealizadores do desafio, foi criado um Quiz utilizando o Kahoot com 25 perguntas. A plataforma Kahoot permite a criação de um jogo com características gamificadas que estimulam a

competitividade por meio da apresentação de um ranking dos jogadores ao final de cada pergunta. Quanto mais rápido o jogador responde à pergunta, maior é a pontuação conquistada na rodada. Ao final do desafio, os três primeiros colocados ganharam medalhas e o vencedor ganhou um livro do componente curricular. O Desafio Kahoot contou com divulgação nas redes sociais e foi transmitido ao vivo no Facebook. Impactos: O Desafio Kahoot aconteceu na última aula do semestre antes da avaliação do 3º estágio. O objetivo era promover uma revisão de todo conteúdo, logo, os alunos se prepararam bastante para o evento. Houve grande empolgação dos discentes durante o jogo e foi possível perceber uma grande competitividade (de forma salutar) entre os dois cursos. O feedback entre os alunos foi muito positivo, muitos que já haviam concluído a disciplina disseram que queriam uma atividade semelhante ao final do semestre. Considerações finais: A partir desta experiência foi possível criar um Objeto de Aprendizagem seguindo princípios da gamificação para o componente Metodologia e Linguagem de Programação que existe em três cursos de graduação do Centro Universitário de João Pessoa. A meta do próximo semestre é envolver o curso de Ciência da Computação no Desafio Kahoot. Também foi possível constatar que a aplicação de um jogo educacional permitiu uma melhoria no relacionamento no eixo docentes-discentes, como também, discentes-discentes a partir da participação nesta atividade coletiva.

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DESAFIO ORTO: um desafio artístico

Maria Helena Henriques dos Santos | [email protected] Samara Granja Bezerra de Andrade | [email protected]

Suelen Cristina da Costa Pereira | [email protected]

Introdução: A disciplina de Ortodontia I do curso de Odontologia é ministrada no 7º período e tem como objetivo formar e capacitar os discentes do curso de Odontologia para o reconhecimento, diagnóstico, prevenção e interceptação das más oclusões. Como objetivos específicos, deve proporcionar aos alunos: conhecimentos básicos indispensáveis sobre o crescimento e desenvolvimento da face; compreensão das características normais da dentição decídua, mista e permanente; reconhecimento, classificação e prevenção das anormalidades e seus fatores etiológicos; distinção das más oclusões que podem ser tratadas pelo clínico; desenvolvimento da habilidade do estudante a fim de que possa confeccionar e instalar aparelhos ortodônticos preventivos e interceptadores. Com base nesse último objetivo específico surgiu a ideia de se criar o Desafio Orto. Um desafio que gerasse empolgação entre os alunos e que desse um feedback do trabalho de habilidade manual construído, durante todo o semestre. Descrição da experiência: A ideia foi a construção de um protótipo de bandeirolas e balão juninos encaixados numa haste/trave de apoio, medindo 24 cm de comprimento com 12 cm de altura, todos feitos com um fio rígido (1,5 mm de diâmetro), encontrado em casas de material elétrico,

disponibilizado pelas professoras. O trabalho foi executado em dupla ou trio e, previamente, foram solicitados os instrumentos para execução: alicate 139, alicate de corte, régua, caneta de marcação. No momento da apresentação do protótipo para a turma, foi distribuído um guia de instruções com todas as medidas desejadas para cada parte constituinte do protótipo e todas as dúvidas puderam ser tiradas, nesse momento. Foi estipulado um tempo de 2h/aula e distribuído 2 metros de fio para cada grupo, sendo necessários 1,70 m ao todo para a execução do trabalho por completo e 30 cm de fio extra, para eventuais necessidades. A cada metro extra de fio solicitado, havia perda de ponto. Impactos: Foi gerado um impacto positivo, pois houve empolgação por parte dos alunos, bem como a concretização final de toda uma habilidade manual desenvolvida, durante o período. Considerações finais: Pode-se concluir que o Desafio foi bem sucedido, pois a turma conseguiu trabalhar o espírito grupal ao dividir tarefas; testar a habilidade organizacional, pois havia uma sequência lógica a ser seguida (não seguindo, o trabalho ficaria prejudicado); e por fim, visualizar a habilidade manual conquistada e construída durante todo o semestre letivo, num trabalho artístico.

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DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE CURSOS

PREPARATÓRIOS PARA O ENADEFelipe Soares de Oliveira | [email protected]

Thatyana Carla Dias Guerra | [email protected]

Introdução: O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) é um dos procedimentos de avaliação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). É realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), autarquia vinculada ao Ministério da Educação (MEC), segundo diretrizes estabelecidas pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (CONAES), órgão colegiado de coordenação e supervisão do SINAES. Tem como objetivo acompanhar o processo de aprendizagem e o desempenho acadêmico dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares, suas habilidades e competências dos respectivos cursos de graduação no âmbito específico de sua profissão, ligados à realidade brasileira e mundial e a outras áreas do conhecimento. A presente metodologia tem a finalidade de estabelecer as ações estratégicas voltadas à preparação dos alunos do curso de Ciência da Computação, Redes de Computadores e Gestão da Tecnologia da Informação para realização do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) exigido trienalmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Descrição da experiência: O objetivo da metodologia é apresentar aos alunos um trilha de aprendizagem envolvendo momentos on-line e presencial. A partir da gravação de vídeo aulas dos principais tópicos e da criação de simulados utilizando questões de provas anteriores, foram elaborados cursos preparatórios disponibilizados no Unipe Virtual (momento on-line). Após a preparação on-line os alunos participam de uma aula presencial para a revisão dos conteúdos abordados nas vídeo-aulas. Estas aulas tem como premissa a utilização

de metodologias ativas, onde os alunos se colocam como centro no processo de ensino-aprendizagem e iniciam processos de resolução de problemas contextualizados, a partir de um cenário do mundo real. A trilha de aprendizagem que norteia este processo é formada pelas seguintes etapas: 1) Os alunos assistem as vídeo-aulas e tem acesso a conteúdos e/ou materiais ; 2) realizam Simulados; 3 ) acessam o gabarito com as questões comentadas em vídeo e/ou texto; 4) apresentam as dúvidas e discussões na aula presencial de maneira ativa; 5) assistem as explanações dos conteúdos e resolução das questões 6) realizam simulados e desenvolvem soluções para problemas reais a partir de uma demanda entregue pelo docente ou sugerida pelos alunos. Impactos: A partir desta metodologia foram observados os seguintes impactos: 1) Melhor aprendizado dos conteúdos através do material on-line produzidos pelos docentes; 2) Identificação das deficiências dos alunos através das resoluções dos simulados; 3) Maior autonomia do aluno no aprendizado; 4) Potencial de resolução. Considerações finais: A partir da aplicação da metodologia foi observada uma adesão satisfatória no consumo dos conteúdos e na resolução dos simulados, as salas virtuais tiveram uma boa quantidade de acessos. Esta trilha on-line favoreceu a aplicação da metodologia ativa no ambiente presencial, visto que, como os alunos já estavam familiarizados com os assuntos houve uma maior segurança para a assimilação da postura ativa. Esta ação tem um impacto importante para as novas turmas que vão realizar a prova do ENADE, visto que poderemos de forma mais espaçada realizar estes treinamentos ao longo do curso.

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DOENÇA GENÉTICA E CARIOTIPAGEM HUMANA: uso das metodologias ativas como recurso didático prático

no ensino da genéticaMaria do Socorro Vieira Pereira | [email protected]

Introdução: O uso de metodologias ativas possibilita que o aluno participe ativamente do processo ensino-aprendizagem; o ensino da Genética é de fundamental importância no conhecimento científico atual na área da saúde, pois conhecendo as bases da genética humana, o graduando abre caminho para o conhecimento em relação aos distúrbios genéticos e suas implicações na saúde humana. O ensino através da pesquisa ativa, onde o aluno da graduação atua como sujeito de sua aprendizagem, facilita a aquisição do conteúdo, ampliando os conhecimentos específicos na área da genética, enriquecendo sua formação. Cariótipo se refere ao complemento cromossômico de um organismo; o estudo dos cromossomos de uma espécie é feito principalmente a partir de células em divisão mitótica, observando-se os cromossomos em metáfase. Este trabalho tem como objetivo a determinação do cariótipo, para a identificação de anomalias estruturais ou numéricas dos cromossomos na espécie humana, correlacionado ao caso clínico em estudo, despertando nos alunos o interesse pelo diagnóstico em genética, tornando concreto os conhecimentos teóricos apresentados na sala de aula. Descrição da experiência: Para realização deste processo, cada equipe recebe um caso clínico diferente e os cromossomos dispersos em fotografias ampliadas, o que permite que eles possam ser caracterizados, recortados e pareados com seus homólogos. Os cromossomos humanos são hoje classificados e ordenados em sete grupos, de acordo com seu tamanho e morfologia. Os grupos são designados por letras de A a G e os cromossomos, numerados de 1 a 22 (os autossomos), por ordem decrescente de tamanho, e os cromossomos sexuais designados por X e Y. Ao término da montagem do cariótipo

os grupos discutem os casos clínicos certificados com o diagnóstico elaborados e definidos por eles. Impactos: Ao realizar uma metodologia ativa na prática do ensino substituímos a concepção do aluno, de expectador à participante ativo do processo de aprendizagem, através da busca ativa, do trabalho coletivo e colaborativo, do planejamento, da criação e elaboração de instrumentos e da explanação do conteúdo assimilado e sedimentado. Observa-se uma movimentação impactante, onde os alunos se envolvem com muita atenção na atividade de corte e colagem dos cromossomos, uma atitude que particularmente, demonstra a curiosidade em aprender e definir um diagnóstico genético para o caso clínico apresentado compreendendo o mecanismo genético, e principalmente uma motivação associada à vontade de participar da atividade, aprendendo de forma ativa e criativa; a atividade causa um impacto muito positivo sob a ótica metodológica e de aprendizagem. A metodologia ativa proporciona ao aluno maior nível de conhecimento e descobertas inovadoras através da técnica aplicada, o que torna a aula muito interessante, cada equipe após a realização de técnica laboriosa descobre uma mutação genética identificando-a e caracterizando-a, a partir da determinação do cariótipo. Considerações finais: Observa-se que os alunos compreendem como os cromossomos são organizados durante o processo de divisão celular, como também o pareamento dos cromossomos homólogos, a morfologia e a classificação dos cromossomos, compreendendo o funcionamento do núcleo e a relevância da cariotipagem para definição de diagnóstico nas síndromes genéticas.

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EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO DE SAÚDE: uma experiência construída por estagiários de fisioterapia na Atenção Básica em Saúde através da problematização

em um ambiente escolarAdriana Nascimento Gomes | [email protected]

Juliana da Costa Santos Pessoa | [email protected] Leonildo Santos do Nascimento Júnior | [email protected]

Rachel Cavalcanti Fonseca | [email protected] Rafaela Gerbasi Nobrega | [email protected]

Introdução: Há um profundo debate sobre as formas de organização dos meios de produzir saúde no Brasil atualmente, essa reflexão tem repercutido no processo de formação em saúde, ao passo que nas Diretrizes Curriculares do Curso de Graduação em Fisioterapia (Brasil, 2002) há uma preocupação em que a graduação favoreça o desenvolvimento de competências e habilidades específicas para atuação que contribua para a manutenção da saúde, bem estar e qualidade de vida das pessoas, famílias e comunidade, considerando as circunstâncias éticas, políticas, sociais, econômicas, ambientais e biológicas. No Estágio Supervisionado I do curso de Fisioterapia do Centro Universitário de João Pessoa PB, as práticas pedagógicas são planejadas incluindo tais prerrogativas, sendo que os estagiários são inseridos no contexto da Atenção Básica em Saúde através da participação supervisionada por docentes nas ações desenvolvidas nas Unidades de Saúde da Família da cidade de Cabedelo PB. Na pretensão de efetivar a promoção de saúde através da inclusão dos estagiários na comunidade, há que se contar com os vários equipamentos sociais como parceiros para a condução de ações educativas junto a diferentes personagens da realidade local. Com isso, esse trabalho tem a função de relatar a experiência da construção de uma abordagem problematizadora em educação sexual, conduzida por estagiários de fisioterapia, tendo como público-alvo estudantes do ensino médio de uma escola estadual, localizada na área assistida pela Unidade Básica de Saúde Oceania. Descrição da experiência: Com o Estágio Supervisionado I, os discentes do curso de Fisioterapia tem a possibilidade de promover o acompanhamento e a gestão do cuidado das famílias adscritos em áreas pré-determinadas pela Estratégia Saúde da Família (ESF). As ações são planejadas e executadas pelos discentes, em supervisão por um docente, em associação com as equipes de trabalho da ESF. Ao início das atividades semestrais do Estágio, os discentes são encorajados a estabelecer uma relação dialógica com os diversos atores sociais da área em que se concentram suas ações, dentre eles pode-se citar os diretores e professores das escolas pertencentes ao território. No caso deste relato, a proposta para tal intervenção surgiu a partir do pedido do corpo

docente e gestor da Escola Estadual Imaculada Conceição, localizada em Oceania, em Cabedelo, na expectativa de abordar um tema proposto pelos Parâmetros Curriculares Nacionais do ensino médio e que vinha sendo trabalhado na disciplina de Ciências, que seria culminado com a construção de apresentações do tema pelos estudantes. Além do que, conforme os propositores há uma iniciação cada vez mais precoce dos jovens na vida sexual, o que tem repercutido nos altos índices de gravidez na adolescência na comunidade. Frente à referida demanda, após reuniões entre o docente, os estagiários, professores e gestores da escola, foi escolhida a problematização como método de abordagem do referido tema nas três turmas do ensino médio. Conforme Berbel (2008), tal recurso pode ser empregado como metodologia de ensino, de estudo e de trabalho, para ser utilizada sempre que seja oportuno, em situações em que os temas estejam relacionados com a vida em sociedade. Em cada uma das turmas, os alunos foram divididos em três grupos: um com componentes do sexo masculino, um com componentes do sexo feminino e outro com ambos os sexos. Após a divisão, os grupos foram encorajados a ler situações em que os temas que envolvem a educação sexual eram abordados, tais como iniciação sexual, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, gravidez na adolescência, puberdade e relações afetivas nesta fase da vida. A divisão em grupos permitiria a abordagem dos problemas sob diferentes perspectivas. Sequencialmente, os estagiários mediaram um debate em que cada um dos grupos emitia as suas opiniões sobre a situação que lhes fora apresentado. Sequenciado, ao final do debate, os alunos foram motivados a construir cartazes em que a situação, o problema e possíveis soluções fossem apresentados de forma criativa e lúdica. Impactos: A experiência da inserção dos acadêmicos na realidade dos indivíduos a que se propõem as ações de cuidado em saúde na Atenção Básica em Saúde, através do Estágio Supervisionado I, tem propiciado a construção de um ambiente de ensino-aprendizagem ímpar, aproximando os estagiários dos profissionais e dos usuários do SUS assistidos na comunidade em que são fixados. Essa metodologia tem contribuído para o desenvolvimento

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de atividades diversificadas e de acordo com as peculiaridades locais de cada área. Com isso, há como destaque a formação de cenários de ensino-aprendizagem diversos como estratégia pedagógica para a exploração de habilidades e atitudes discentes como a comunicação, a liderança, a tomada de decisões e a resolução de problemas. Incluídos neste processo, os acadêmicos de fisioterapia tem a possibilidade de reconhecer a constituição de um modelo de atenção em que as práticas em saúde são integradas e podem ser desenvolvidas no ambiente escolar. De acordo com os relatos dos estagiários, percebeu-se uma ruptura da atuação fisioterapêutica de caráter puramente reabilitador, em diferentes cenários, possibilitando uma visão que vai além de intervir em doenças ou disfunções já instaladas, permitindo ver à integralidade da atenção em saúde. Através da análise da ação descrita, percebeu-se uma grande participação por parte dos alunos da referida escola, o que permitiu a criação de um espaço dialógico aberto à discussão e a exposição de opiniões sem juízo de valor ou com base em concepções moralistas tradicionais.

Esta metodologia permitiu que informações sobre a educação sexual fossem partilhadas, entre os estagiários e os alunos, no ambiente escolar. Os alunos da escola puderam assimilar conceitos, exprimir dúvidas e questionamentos e realizar a troca de conhecimento com os estagiários de uma forma contextualizada e próxima de suas realidades, efetivando a ação através da metodologia escolhida. Considerações finais: Sabe-se da importância inegável da formação teórica do conhecimento, no entanto, a formação que se desenvolve em outros espaços torna-se indispensável para a formação de fisioterapeutas capacitados para a reflexão sobre a realidade vivenciada e o desenvolvimento do pensamento crítico no cuidado em saúde. Com isso, inicia-se a reflexão sobre a necessidade de uma análise na formação acadêmica no campo da Saúde, em especial atenção, na Fisioterapia, que deve ser orientada para produzir cenários práticos em que o cuidado ocorra de forma integral, com o pensamento ampliado da Saúde e na busca de diferentes estratégias e ambientes de produção desse cuidado.

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ENDOMARKETING: Estratégias X CriatividadeLorena Rodrigues Barbery | [email protected]

Introdução: O endomarketing é uma ferramenta estratégica voltada para ações internas, que tem como objetivo alinhar as informações, motivar os colaboradores, reduzir o turnover, trabalhar o clima organizacional dentre outros. Descrição da experiência: Nessa atividade, quatro cases de endomarketing são distribuídos para os grupos Nesse primeiro momento, os alunos não sabem o que foi realizado pela empresa, eles só sabem o nome da empresa e o tipo de problema que eles precisarão solucionar. Empresas: Portobello - Problema : divulgação lúdica do plano de cargos e carreias; Best Buy - Problema: estratégia para reduzir o turnover; Citibank - Problema: campanha de motivação do colaborador; MRS Logística - Reestruturação da comunicação interna. Os alunos após lerem os problemas começam a pensar em estratégias de endomarketing para solucioná-los. Depois cada grupo apresenta o problema e as soluções propostas.

Quando todos apresentam eu mostro o case real, quais as ações de endomarketing foram realizadas pelas empresas supracitadas. Impactos: Nessa atividade os alunos adotam a postura de profissionais da área tendo que pensar estrategicamente para solucionarem problemas reais. A sala vira um grande debate, onde eles defendem suas ideias. Considerações finais: O propósito dessa atividade é fazer com que os discentes tenham contato com diversas problemáticas de endomarketing e pensem estrategicamente para solucionarem os problemas. É uma atividade enriquecedora, pois, os alunos após defenderem suas ideias, fazem a comparação com o que foi realizado pelas empresas. E essa é a melhor parte, pois podemos traçar esse paralelo entre mercado e a academia. As ideias são as mais variadas, e o melhor de tudo é fazer com que eles pensem de maneira criativa e estratégica.

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ENGENHARIA CIVIL E PROAPE: demonstração das múltiplas características e ações

desenvolvidas junto aos alunos com déficit de aprendizagem

Erika Aranha Fernandes Barbosa | [email protected]

Introdução: Com o surgimento de uma demanda de estudantes que tem apresentado necessidades de acompanhamento diferenciado entre a coordenação e o Programa de Apoio Psicopedagógico - PROAPE, é que apresentamos esse trabalho com o intuito de discutirmos uma proposta de fluxo de atendimento e a evolução no rendimento acadêmico dos estudantes que vem sendo acompanhados por estes setores. Além disso, a proposta desse trabalho é demonstrar as múltiplas características das ações desenvolvidas, para atingir um resultado satisfatório aos alunos com déficit de aprendizagem. Para tanto, foi realizado pesquisa exploratória e desenvolvida pesquisa do tipo qualitativo, relacionado a diversos transtornos ligados a: Conduta; Depressão; Ansiedade; Humor Bipolaridade; TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade); Déficit de Atenção; Stress; síndrome de Asperger e Dificuldade na Coordenação Visual. Descrição da experiência: A análise da experiência foi feita com base nos dados cedidos pelo PROAPE com uma amostra de treze alunos. Todas as experiências partiram de pressupostos ligados a qualidade do acesso às metodologias de aprendizagem que ocorreram no curso de Engenharia Civil do Unipê situado na cidade de João Pessoa - Paraíba. Essa experiência trouxe a possibilidade de desenvolver diálogos plurais atingindo ainda outros cursos. O fluxo inicial ocorre a partir do primeiro contato através das variáveis: professor, colega de turma, família e o próprio aluno. Nesse momento recebemos os alunos na coordenação, realizamos a escuta, em seguida encaminhamos para o PROAPE. Após os primeiros atendimentos, o PROAPE retorna a demanda com sugestões de metodologias a serem aplicadas e dialogadas com os professores, o que

geram feedbacks aos alunos os quais, passam a ser acompanhados por diferentes métodos, até atingir um formato exequível para eles, onde os alunos identificam-se enquanto participante do processo de aprendizagem, mesmo com suas limitações sendo elas permanentes ou provisórias. No final de cada semestre, recebemos um relatório com os eixos que vão das queixas iniciais, passando pelos procedimentos aplicados, gerando um resultado que é transmitido ao aluno e a coordenação, com o intuito de viabilizar o ensino com menor perda na qualidade que esses alunos possam enfrentar. Impactos: Para tanto, busca-se através desse fluxo uma aplicabilidade multiplicadora de práticas interativas com quem aprende, a fim de promover uma leitura eficaz e, portanto, uma compreensão consciente acerca das necessidades dos estudantes que de forma permanente ou provisória estão necessitados de uma atenção especial tanto no processo ensino e aprendizagem quanto nas avaliações, seja no tocante ao tempo das avaliações ou formato de prova para as diversas patologias ligadas a mente e ao comportamento humano. Considerações finais: Tendo em vista as informações acerca do material investigado, conclui-se que essa investigação contribuirá positivamente para um despertar nos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, o senso de adaptação às necessidades dos alunos demandantes, com resultados satisfatórios na identificação dos novos saberes. Obtendo por um lado, os professores modificando suas práticas para incluir os alunos e por outro, a perspectiva dos alunos, rompendo suas necessidades e vencendo seus próprios limites.

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FEEDBACK DE PRÁTICA DOCENTE UTILIZANDO AMBIENTE VIRTUAL

Daniel dos Santos Brandão | [email protected]

Introdução: Com a evolução das Tecnologias Sociais, torna-se mais do que necessário a frequente expansão dos métodos do professor para alcançar o objetivo de ser um mediador bem-sucedido em cada semestre letivo. No trabalho de expor e ter como meta a constante aprovação das práticas docentes na interação com discentes de cursos de graduação, utilizar recursos didáticos online pode ser um caminho onde a construção coletiva segue de forma natural e gradativa. Tendo isso em vista, boas práticas docentes devem primar os caminhos de acesso ao aluno e o levantamento de suas considerações sobre a disciplina e o que ele espera da mesma, levantando esses dados no início da caminhada aluno-professor e ao final da mesma, empregando ferramentas web existente para fazer um levantamento dos dados opinativos sobre as expectativas da turma na disciplina, seus conhecimentos prévios e sua opinião ao final do semestre. Descrição da experiência: A prática consiste em gerar formulários online, sejam eles feitos com ferramentas já existentes no Ambiente Virtual da Unipê ou através do Google Forms, ferramenta online e gratuita da Google. A ideia é gerar formulários com perguntas pertinentes à turma, período e a disciplina que o professor leciona. Na nossa experiência apliquei de duas maneiras: primeiramente, aplicando um formulário ao final de cada estágio, onde se pode ter um levantamento de onde o docente como expositor e mediador da sala pode melhorar em sua didática, mas também na estrutura física como sala de aula, laboratório e ambientes diversos. Neste formato, o professor tem espaço para melhorar de um Estágio para outro sua forma de expor o assunto, sabendo assim se pode avançar mais ou até tentar desacelerar o ritmo para que todos tenham um desempenho no mínimo satisfatório. No segundo formato, foi aplicado um questionário com cerca de 5 a 8 perguntas na primeira semana de aula, levantando dados dos alunos antes de se iniciar o conteúdo em si, e outro formulário apenas no final do semestre para saber do aluno se as expectativas iniciais foram atendidas, onde se pode melhorar, aprimorar e evoluir. Analisando as respostas, observa-se que o próprio aluno faz uma auto avaliação da sua participação e desempenho final na disciplina. Isto pode causar um impacto positivo caso eles possam meditar nas causas que o levaram a ter sucesso ou não ao final de cada semestre. Como prática, desenvolvemos os formulários no Google Forms e enviamos em formato

de atividade (Link via URL) através do Ambiente Virtual da Aprendizagem para os alunos. Isto pode ser usado até mesmo como atividade avaliativa, valendo como pontuação aos alunos como participação nas aulas. O interessante é que através do Google Forms os formulários são enviados de forma anônima, se assim quiser a pessoa que criou os formulários. Assim, os alunos não se sentem ameaçados ou correndo risco de represálias por parte do docente, fazendo com que sejam bem sinceros em suas respostas. Impactos: Este tipo de atividade impacta bastante na vida do próprio professor, visto que a partir dos dados enviados o docente pode avaliar sua metodologia, sua didática e até mesmo o material (livros, softwares, ambientes, prática) que utiliza em suas aulas. Como o formulário possui perguntas objetivas e também discursivas em campo de texto aberto, o retorno pode ser mais confiável na resposta do aluno, servindo como base para que todos os envolvidos no processo possam melhorar para semestres futuros, incluindo não apenas o Docente, mas também a instituição, as coordenações e até o próprio discente. Como exemplo, em pergunta aberta sobre os pontos Positivos e Negativos das aulas, alguns alunos apontam falta de prática para melhor entender a teoria apresentada, ou uma abordagem de modo diferente, utilizando laboratório de informática. Em todos os casos, a aprovação ou reprovação de práticas ou modelos de trabalho em sala torna a análise do docente mais rica e com uma grande chance de melhoria em semestres e turmas vindouras. Considerações finais: O objetivo desde trabalho é o de aumentar a participação do aluno nas práticas docentes visando uma interação nas aulas dos cursos de graduação, utilizando recursos didáticos online, para levantamento de informações que auxiliem o professor a desenvolver suas práticas didáticas de forma a alcançar o objetivo de acordo com a turma. Com o levantamento prévio das expectativas e experiências do aluno no assunto a ser abordado na disciplina, o professor pode aprimorar técnicas e até mesmo ajustar o foco de cada aula visando o resultado final, que deve sempre ser de ver o aluno chegar ao objetivo do conhecimento na proposta inicial da disciplina. Além disso, esta prática auxilia para que as próximas turmas da mesma disciplina possam ter um melhoramento contínuo no processo de ensino-aprendizagem, visto que teremos dados suficientes para mensurar onde houve sucesso ou não, baseado na avaliação anônima por parte do discente.

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FEIRA DE PRODUTOS DE MARKETINGJosué Jorge Barros Leite Campos | [email protected]

Introdução: Na educação superior contemporânea, o professor universitário tem como maior desafio fazer com que o discente participe verdadeiramente dos debates e discussões sobre os conteúdos ministrados nas aulas, seja nas salas convencionais, nos laboratórios, anfiteatros, auditórios ou mesmo fora do ambiente da Instituição. Por exigência do mercado de trabalho, estes docentes têm que criar ações e condições para estimular seus alunos a desenvolver competências, habilidades e conhecimento, por meio de conteúdos teóricos e práticos, para que possam desenvolver neles uma formação critica e social. Os métodos tradicionais de ensino e aprendizagem não conseguem mais preencher todas estas exigências, pois pouco favorece a participação do discente, já que há simples transmissão do conhecimento. Como enfrentamento aos métodos tradicionais, surgiu as Metodologias Ativas, cujas raízes de sua utilização na educação formal podem ser reconhecidas no movimento escola novista. Metodologias Ativas, especificamente para os cursos superiores, são as diversas maneiras de desenvolver o processo de aprendizagem, por meio de atividades simuladas tendo como referências modelos desenvolvidos pelo mercado, que os professores utilizam para a formação crítica de futuros profissionais nas mais diversas áreas. “As Metodologias Ativas baseiam-se em formas de desenvolver o processo de aprender, utilizando experiências reais ou simuladas, visando às condições de solucionar, com sucesso, desafios advindos das atividades essenciais da prática social, em diferentes contextos (BERBEL, 2011). A Metodologia Ativa de Aprendizagem possui uma característica principal: ser o aluno universitário o próprio agente responsável pela aprendizagem. Isto proporciona a este aluno uma autonomia individual, passando ele a ser protagonista na construção de seu próprio conhecimento, auto gerenciando seu processo de formação profissional. Ele mesmo gera uma aprendizagem ativa. Analisando a pirâmide desenvolvida pela Nacional Training Laboratórios - NTL, a adoção da Aprendizagem Ativa permite ao aluno produzir conteúdo, ter um maior índice de comprometimento, conseguir se auto avaliar, interagir com seus colegas e entender, com mais clareza, a importância da avaliação. Tudo isto sob a orientação assistida do professor. Paulo Freire (1996) defendia as Metodologias Ativas, afirmando que, para que haja educação de adultos, a superação de desafios, a resolução de problemas e a construção de novos conhecimentos a partir de experiências prévias, são necessárias para impulsionar as aprendizagens. Durante os quase 20 anos de magistério superior, constatamos que somente nos

20 a 25 minutos iniciais da aula conseguíamos a atenção dos quase 90% dos alunos, utilizando a metodologia tradicional. No tempo restante percebíamos uma forte dispersão, razão pela qual procuramos desenvolver atividades práticas, sempre em grupo de alunos para cada tema discutido. Isto melhorava a interação professor-turma. No Unipê não tem sido diferente. Descrição da experiência: A FEIRA DE PRODUTOS DE MARKETING teve seu início e implantação no primeiro semestre de 2015, com cerca de 25(vinte e cinco) alunos dos cursos de Administração e Ciências Contábeis, do P3 matutino, na disciplina Gestão de Marketing. Consideramos e tratamos, naquele momento, como um Projeto embrionário e experimental, já que nada semelhante tinha sido aplicado na Instituição. O que constatamos foi à intensa e surpreendente participação de todos os alunos que reagiram de forma altamente positiva, com alto grau de comprometimento e criatividade. Os registros fotográficos realizados pelos próprios alunos atestam os fatos. Com esta experiência exitosa e ao assumirmos a disciplina Estratégia de Marketing, agora com os alunos do curso de Marketing, P3, e dos cursos de Administração e Ciências Contábeis, ambos do P4, matutino e noturno, entendemos que, embora mais complexa, intensa e abrangente, havia espaço para adotar a mesma Metodologia. Desde então, temos realizado a FEIRA em todos os semestres subsequentes 2015.2/ 2016.1/ 2016.2/ 2017.1. Já estamos na “V FEIRA DE PRODUTOS DE MARKETING” - E como a Metodologia Ativa é operacionalizada na disciplina? Desde o primeiro dia de aula do período letivo é apresentados aos alunos o método a ser aplicado, que consiste em cinco (05) fases: 1ª. Apresentação das teorias da disciplina, com o apoio de forma resumida na Apostila produzida pelo docente, acrescidas de discussões de cases reais, com vídeos, imagens e áudios. Nesta fase é discutidos o histórico do que é Marketing, desde sua origem, enquanto ciência e disciplina, conceitos de estratégia, planejamento, as estratégias específicas do marketing e tudo mais necessário para entender a prática desenvolvida pelos profissionais da área. 2ª. Atividade prática desenvolvida em grupos de até cinco (05) alunos cada, obrigatoriamente em sala de aula, que identificam e escolhem entre si um produto tangível que será desenvolvido em todas as ações de marketing, desde sua concepção, nome, marca, rótulo, público-alvo, identificação dos concorrentes, distribuição, logística e pontos de venda, formação de preço (custos fixos, custos variáveis e make-up), realização de pesquisa de campo, no campi e comunicação publicitária e promocional. Importante: o produto em si já existe nas gôndolas dos mercados.

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3ª. Seminários de apresentação dos conceitos das quatro (04) principais estratégias de marketing, com produção de Resenha Analítica com formato ABNT, pelos mesmos grupos; 4ª. Elaboração de Plano Estratégico de Marketing da empresa e do produto, também conforme normas da ABNT; 5ª. Realização, criação, montagem e participação de estande na FEIRA, para demonstração e/ou degustação do produto desenvolvido pelo grupo. O estande na realidade é montado em duas singelas mesas fornecidas pela Instituição. Toda a decoração é de autoria de cada grupo. Os trabalhos, tanto teórico como prático, são desenvolvidos durante e dentro do horário das aulas normais e orientados pelo professor que age com um facilitador e consultor técnico. Impactos: A FEIRA é realizada as vésperas do último período de Avaliação Institucional e faz parte da 3ª. Avaliação, conjuntamente com a versão final do Plano Estratégico de Marketing do Produto, este entregue digitado, impresso e encadernado. Desde a II FEIRA, já participaram cerca de 620 alunos, sendo dois terços do turno matutino e um terço do turno noturno. Os do turno matutino, embora de uma faixa etária menor, e por ter maior disponibilidade de tempo, em sua maioria, apresenta um maior desenvolvimento. Os do turno noturno, por ter atividades profissionais em sua grande maioria, tem participação menor, embora os resultados

alcançados sejam muito satisfatórios. Esta Metodologia, que consideramos como Ativa, favorece a aprendizagem centrada nos grupos de alunos e coloca em destaque uma nova maneira de se adquirir conhecimento, proporcionando melhor integração e um grande espaço para questionamentos de cada aluno com os demais colegas. A relação entre os alunos favorece a aprendizagem, a comunicação e sua interação com o ambiente que os cerca. Considerações finais: Entendemos que é fundamental que o professor universitário participe do processo de repensar a construção do ensino-aprendizagem profissional para melhorar o conhecimento de seus discentes, agindo como mediador para que a interação entre todos aconteça. Reforçamos o entendimento de que trabalhos em grupos, dentro do ambiente acadêmico, permite o equilíbrio do conteúdo teórico, este fruto de experimentos passados e que lastreiam a construção do conhecimento, somadas as ações práticas que buscam se aproximar daquelas efetivamente desenvolvidas no mercado, são fundamentais para o processo ensino-aprendizagem profissional. Para concluir, esperamos que esta experiência possa contribuir e servir minimamente de referencial para outros docentes e discentes, na construção e aperfeiçoamento das Metodologias Ativas no ensino superior.

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FILMA NOIX: o uso de estudos de caso e encenação no projeto

integrador de fisioterapiaJânia de Faria Neves | [email protected]

Juliana Nuves Abath Cananea | [email protected] Meryeli Santos de Araújo Dantas | [email protected]

Miriam Lúcia da Nóbrega Carneiro | [email protected] Rachel Cavalcanti Fonseca | [email protected]

Introdução: Os primeiros Projetos Integradores (PI) surgem no início do século XX com John Dewey que apostava na intencionalidade, originalidade, interdisciplinaridade e flexibilidade para combater a fragmentação do ensino e seu distanciamento com a realidade. Com sua proposta de Pedagogia de Projeto, ele dá início a um formato didático-pedagógico que se espalharia pelo mundo. Em particular no Brasil, os primeiros PIs datam de 1930 e, de lá para cá, as formações que se ancoram em PI têm sido encorajadas pelos resultados superiores que alcançam no processo formativo. O PI do curso de Fisioterapia segue essa lógica, apostando no estímulo intencional e com nível crescente de complexidade para desenvolver as competências e habilidades necessárias à formação de um perfil de egresso com excelência. Cada período letivo tem uma temática a ser explorada e um recurso didático-pedagógico para a sua execução, de forma que ao térmico da formação, o aprendente tem vivenciado uma variedade significativa de experiências e de recursos formativos. Diante desse cenário, o objetivo desse relato é apresentar o PI do 1º período do curso de Fisioterapia, descrevendo suas etapas, êxitos e alcance. Descrição da experiência: O PI do 2º período do curso de Fisioterapia, intitulado Ciência, Saúde e Sociedade foi pensando para articular os componentes curriculares de Agentes Terapêuticos Biotérmicos e Bioelétricos, Anatomia Humana Funcional, Educação em Saúde na Comunidade II, Fisiologia Humana, Fundamentos da Farmacologia, Neuroanatomia e Patologia Geral. A proposta de trabalho consiste na divisão da turma em grupos que deverão, a partir de estudos de caso, acompanhar a avaliação e os cuidados

fisioterapêuticos prestados a um paciente pré-definido da Clínica Escola de Fisioterapia, além de conversarem com os fisioterapeutas que o acompanham, o paciente e seus familiares ou responsáveis. Nesse acompanhamento, os grupos precisam se inteirar dos elementos necessários para articular os componentes curriculares, seguindo roteiros de orientação propostos por cada um desses componentes. Ao longo do semestre são construídos processualmente relatórios que, em linhas gerais, descrevem a patologia, a avaliação e os cuidados prestados com as respectivas análises de interação entre os componentes curriculares. Ao final do semestre, os grupos constroem um cenário único para as apresentações que terão, necessariamente, que ser concretizados a partir de uma encenação de formato livre (programa jornalístico, de entrevista, talk show). As apresentações geralmente seguem uma temporalidade dos fatos e são narrados dentro de uma aproximação do formato de etnografia dos itinerários terapêuticos. Impactos: O formato imposto por esse tipo de atividade imputa uma maior complexidade e aproximação com o microuniverso do fazer fisioterapêutico por perscrutar o indivíduo dentro do seu processo adoecimento e caminhos de cura. Isso estimula o aprendente a dimensionar o sujeito social em suas particularidades, fugindo do olhar assistencial-utilitarista e do conhecimento fragmentado. Considerações finais: Estudos de caso são ferramentas importantes no processo de ensino e aprendizagem. Quando realizados dentro de uma métrica que prima pelo respeito às etapas do método, servem como um instrumento de aprofundamento de uma realidade e, consequentemente, de uma formação qualificada.

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FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO: compreendendo o normal e o patológico uma experiência

no uso de metodologias ativasDeyse Pereira da Silva Barbosa | [email protected]

Maria do Socorro Vieira Pereira Gonçalves | [email protected] Maria Helena Ferreira da Silva | [email protected]

Nandijaria Apolinario dos Santos | [email protected] Tamires Dayanna Alves Resende | [email protected]

Introdução: O ensino da Fisiologia é de fundamental importância no conhecimento científico atual na área da saúde, pois conhecendo as bases da fisiologia humana, o graduando abre caminho para o conhecimento à cerca do funcionamento dos sistemas que compõem o nosso corpo em homeostasia como também as alterações patológicas, associadas à fisiopatologia e suas implicações na saúde humana. O ensino através da metodologia ativa, onde o aluno da graduação atua como sujeito de sua aprendizagem, facilita a aquisição do conteúdo, ampliando os conhecimentos específicos na área da fisiologia, enriquecendo sua formação. Existem indicadores que favorecem o currículo por projetos como uma matriz de mudança em potencial para aqueles segmentos da educação que entendem ser necessário recuperar a totalidade do conhecimento e romper com o conservadorismo das práticas pedagógicas repetitivas e acríticas (Keller-Franco e Massetto, 2012; MITRE et al, 2014). Este trabalho teve como objetivo apresentar uma forma inovadora de aprendizagem, como uma experiência que ultrapassa os limites da sala de aula e das atividades curriculares obrigatórias, contribuindo para o aprendizado e para a formação acadêmica do graduando, através da aquisição de conhecimento de forma ativa na busca incessante do desenvolvimento da criatividade. Descrição da experiência: Trata-se de um estudo de caráter descritivo, de natureza qualitativa e baseada na vivência dos alunos do componente curricular Fisiologia Humana do Curso de Graduação em Enfermagem. O tema selecionado foi Sistema Respiratório; onde inicialmente foi realizada uma exposição em data show, mostrando uma imagem em 3D do sistema respiratório, caracterizando o funcionamento de cada órgão que compõe esse sistema; demonstrando o mecanismo do percurso por onde o ar irá passar até chegar ao seu destino, fundamentando as trocas gasosas. Foram confeccionados pelos alunos, os pulmões artificiais; elaborado com material reciclado, tais como garrafa pet, isopor e balões de sopro ou bexigas coloridas; utilizado para demonstração do funcionamento desses órgãos no estado fisiológico de homeostasia e fisiopatológico na asma brônquica. Em seguida foi realizada uma dinâmica, onde alguns alunos na plateia encheram balões; dentro de cada balão havia uma pergunta, quem estourar primeiramente o balão responde a questão. O aluno que acertou a resposta da pergunta ganhava um brinde como recompensa. Impactos: A realização desta metodologia ativa

conseguiu de forma satisfatória atender ao seu principal objetivo; transferir o aluno da posição de objeto do ensino para parceiro de trabalho, assumindo um papel de sujeito do processo de aprendizagem. Uma tendência observada na prática do ensino é a substituição da concepção do aluno, de expectador à participante ativo do processo de aprendizagem, através da busca ativa, do trabalho coletivo e colaborativo, do planejamento, da criação e elaboração de instrumentos e da explanação do conteúdo assimilado e sedimentado. Observou-se uma movimentação impactante, onde os alunos presentes se envolveram, com muita atenção e todos queriam manusear e trabalhar com os pulmões artificiais, reproduzindo os movimentos, uma atitude que particularmente, demonstrava a avidez em aprender e entender o mecanismo da respiração, e principalmente uma motivação associada à vontade de participar da atividade, aprendendo de forma ativa, criativa e lúdica; a atividade causou um impacto muito positivo sob a ótica metodológica e de aprendizagem. Considerações finais: A realização dessa atividade em sala de aula proporcionou a inclusão de novas formas de educar, considerando importante a participação do aluno no processo de aprendizagem, incentivando-o através da realização de projetos e trabalhos. A participação ativa do estudante no processo de aprendizagem, desde a busca ativa pelo conhecimento até a realização de trabalhos e atividades dentro e fora do ambiente da sala de aula, é importante por sua capacidade de aprimorar a formação acadêmica do estudante, que aprende o valor do conhecimento, da pesquisa, e do trabalho científico. A aula foi diferenciada, conseguiu ir além de sua proposta inicial, atuando como meio de inserção de muitos dos discentes participantes no universo da criatividade. A metodologia executada acompanhou os objetivos pretendidos; incentivando a formação de alunos proativos, em que os alunos se envolvam em atividades cada vez mais complexas, tomando decisões, inovando e avaliando os resultados, com a utilização de materiais recicláveis e relevantes; integrando conhecimentos de fisiologia a outras áreas de forma criativa; experimentando, vivenciando e demonstrando a sua capacidade de iniciativa com conhecimento, habilidade e atitude. DESCRITORES: Metodologias ativas; Fisiologia humana; Sala de aula; Espaço de aprendizagem.

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FORMAÇÃO GERAL NO ENSINO SUPERIOR: incorporando temáticas relevantes na formação a partir da

estratégia folha de fisiocity?Jânia de Faria Neves | [email protected]

Introdução: Uma das preocupações nos currículos do ensino superior é que eles tenham cada vez mais estrutura para formar profissionais com competências, habilidades e atitudes para analisar a realidade da comunidade e propor estratégias de transformação social. É oportuno pensar que uma formação técnica isolada e desarticulada de elementos formativos básicos e gerais pode culminar com um profissional incompleto. Para além das discussões que apontam que é responsabilidade do ensino médio e da educação básica essas formações, cabe à Universidade pensar se cessam as necessidades formativas que compõem esses níveis de educação quando o aluno ingressa no ensino superior. Diversos autores apostam que essas necessidades não só aumentam como também dão subsídios para que a formação proposta nas Diretrizes Curriculares Nacionais seja concretizada. Nesse sentido, a formação geral que inclui debates relacionados a gênero, tecnologia, meio ambiente, economia, política, multiculturalismo, apenas para exemplificar, precisaria ser incorporada nos currículos. Posto isso, o objetivo desse relato é apresentar uma forma de trabalhar esses conceitos a partir de uma experiência no componente curricular ciências sociais na saúde (CSS). Descrição da experiência: A Folha de FisioCity é o jornal de circulação da cidade fictícia FisioCity criada para estruturar todo o componente curricular de CSS. A partir do cotidiano da cidade, as situações problemas são geradas para enredar as discussões e, consequentemente, a formação. A cidade foi criada com história, problemas ambientais, sociais, econômicos, políticos e culturais semelhantes à das típicas cidades nordestinas. Dessa forma, a Folha de FisioCity deve retratar a vida do povo e o movimento

da sociedade diante dos problemas que surgem. Cada aluno é colocado dentro de um cenário em que ele é o sociólogo que trabalha como membro da equipe jornalística, sendo um colunista convidado para pensar a capa do jornal que estará em circulação no dia seguinte. Para realizar a atividade, o aprendente precisa analisar uma SP específica vinculada a um dos temas da formação geral. Após essa análise, o discente precisa estruturar uma capa de jornal semelhante a outras capas de jornais reais, intercalando até duas fotos e textos que enfocam os temas pré-definidos. A capa do jornal é criada no Microsoft Office Word e o recurso do Moodle selecionado para o envio da atividade é utilizado o recurso “Tarefa”. Impactos: Uma atividade dessa natureza permite uma variedade significativa de resultados. Uma vez que o processo criativo é livre, o aluno deixa transparecer suas potencialidades e fragilidades, uma vez que ele precisa mobilizar competências e habilidades tanto cognitivas, quanto socioemocionais. Dentre as que se destacam cita-se criatividade, senso estético, pensamento crítico, capacidade de interpretar a realidade e de produzir textos, inovação, responsabilidade, valorização da diversidade, cidadania e ética. Ao mesmo tempo, por ser uma atividade cujas respostas não são encontradas prontas em livros ou sites de busca, obriga-se o aluno a realizar atividades autorais. Considerações finais: A elaboração de jornais se apresenta como um instrumento lúdico, de fácil aceitação e com alto potencial de aprendizagem significativa, podendo ser realizado facilmente em atividade presenciais e na modalidade à distância.

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FORMAÇÃO, EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E SAÚDE DO TRABALHADOR:

articulação entre serviços de saúde como estratégia de ensino e aprendizagem no curso de fisioterapia e fortalecimento do cuidado a trabalhadores doentes

Juliana da Costa Santos Pessoa | [email protected] Leonildo Santos do Nascimento Júnior | [email protected]

Rafaela Gerbasi Nobrega | [email protected]

Introdução: O processo de formação em saúde merece uma reflexão constante sobre a implementação de estratégias que subsidiem o desenvolvimento de um olhar ampliado do discente para o adoecimento dos indivíduos que estão incluídos no mercado de trabalho, dado o modo complexo em que se estabelece o processo saúde-doença. Sob este ponto de vista, há que se desenvolver, além de habilidades técnicas necessárias ao exercício de cada profissão, a capacidade de promover saúde em todos os contextos ambientais em que as pessoas podem desenvolver rotinas que podem levar ao surgimento de afecções ou doenças. No que se refere ao surgimento de doenças no ambiente de trabalho, Lacaz et al (2013) dizem que há uma busca coletiva incessante por “mudanças nos processos de trabalho a fim de melhorar as condições e os ambientes de trabalho”, por modo a evitar sofrimentos psíquicos ou fisiológicos. No entanto, os mesmos autores ponderam como “grandes” os obstáculos que se contrapõem à consolidação de políticas ou ações que forneceriam contributos para diminuir os altos índices de doenças ocupacionais registrados nos país. Foi através da Portaria GM/MS no 1.679, de 19/09/2002 (BRASIL, 2002) que surgiu a Rede Nacional de Atenção Integral a Saúde do Trabalhador (RENAST), tendo como objetivo principal, criar uma articulação entre os serviços de saúde nas ações de saúde do trabalhador no contexto do SUS. A RENAST tem como principal serviço articulador o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador- CEREST, que funciona como suporte técnico e científico no desenvolvimento de programas que visem à redução de agravos à saúde, bem como no tratamento de disfunções, relacionados ao trabalho (Brasil, 2002). Com isso, a articulação entre o CEREST e os centros de formação em saúde, através de projetos de extensão universitária, pode suprir necessidades no que diz respeito à promoção de uma atenção integral à saúde do trabalhador (ST), entrecruzando o mundo do trabalho e o acadêmico, capaz de produzir efeitos positivos no processo de socialização dos conhecimentos dos profissionais, docentes e discentes. Para, além disso, Biscarde et al. (2014), aponta que “a imersão do estudante no cotidiano da atenção à saúde traz ricas possibilidades

para o aprendizado do cuidado, da organização dos processos de trabalho e da gestão”. Nesse contexto, esse trabalho tem por objetivo relatar a articulação entre o Projeto de Extensão intitulado “RESAT: (re)pensando as ações em saúde do trabalho como estratégia de valorização dos fatores humanos” com o CEREST Regional de João Pessoa, como estratégia de fortalecimento da rede de atenção em saúde do trabalhador e como recurso auxiliar, para o desenvolvimento do conhecimento sobre tal rede entre os acadêmicos do curso de fisioterapia. Descrição da experiência: O projeto de extensão RESAT iniciou as atividades em março de 2017, no UNIPÊ, tendo como objetivo principal o desenvolvimento de ações multidisciplinares, tanto no aspecto preventivo ao surgimento de doenças, quanto no restabelecimento da funcionalidade de trabalhadores. O projeto conferiu, aos alunos da extensão, a oportunidade de desenvolver o conhecimento em saúde do trabalhador no âmbito da fisioterapia do trabalho, através de atividades que integram ensino e extensão. Esses alunos participam ativamente das práticas do projeto, que ocorrem na Clínica Escola de Fisioterapia do Unipê, sendo verificada por meio de assistência a trabalhadores com diagnóstico de Doenças Osteomioarticulares Relacionadas ao Trabalho- DORT’s. A assistência clínica fisioterápica é desenvolvida por meio de avaliações, sobre a funcionalidade dos trabalhadores atendidos, e os atendimentos, em horário noturno, são feitos em abordagens individuais ou em grupos de trabalhadores, através de critérios com especificidades dos casos que são demandados. Sob supervisão dos docentes como atividade prática, os discentes avaliam o trabalhador a ser cuidado, onde são abordados informações demográficas, histórico da doença e familiar, anamnese ocupacional, história ocupacional atual e exame físico. É interessante destacar, que esse processo é teoricamente subsidiado pelo protocolo para avaliação em DORT’s estabelecido pelo Ministério da Saúde (Brasil, 2012). Após a avaliação, um dos alunos é escolhido como responsável por apresentar uma proposta de intervenção com objetivos e ações terapêuticas que contemplam as necessidades individuais de cada trabalhador avaliado. Essa metodologia, conforme Ausubel

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(1997) possibilita uma organização cognitiva, através da valorização do conhecimento e da compreensão individual, evitando a memorização de forma mecânica. Porém, antes de colocá-la em prática, essa proposta é discutida em grupo, onde todos os participantes do projeto podem discutir e propor modificações na intervenção elaborada pelo aluno responsável, favorecendo o compartilhamento do conhecimento. Após a parceria firmada com o CEREST, o projeto passou a receber encaminhamentos de trabalhadores assistidos integralmente pelo referido Centro. Estes encaminhamentos representavam uma grande necessidade do CEREST, expressada pela sua alta demanda de trabalhadores acometidos por DORT’s, considerando o pequeno número de Centros de Fisioterapia articulados na rede de assistência em Saúde do Trabalhador (ST), expondo suposta fragilidade do sistema em garantir a integralidade do cuidado aos trabalhadores doentes. Com a parceria, os alunos participaram de capacitações promovidas pelos profissionais do CEREST, foram envolvidos em discussões com temas que envolviam o cuidado em saúde do trabalhador, propiciando um olhar ampliado sobre o processo de adoecimento do trabalhador, o que tem repercutido na escolha da ação terapêutica. Impactos: Isso possibilitou que os participantes do projeto se tornassem atores importantes no debate sobre as ações de cuidado em (ST), assim como na consolidação da rede de assistência em (ST). Inicialmente, a atividade desenvolveu nos discentes um entusiasmo, orientando que no processo de aprendizagem, é necessário que se construa um ambiente em que os alunos se tornem atores importantes, através da elaboração de propostas de cuidado integral em saúde do trabalhador, rompendo a concepção tradicional e reducionista de cumprir protocolos de tratamento. A vivência no projeto os colocou frente às situações que estimularam o desenvolvimento do pensamento crítico e da tomada de decisão, o que contempla objetivos contidos na grade do curso. Além disso, através dos relatos sobre a vivência da extensão, verificou-se que foi permitido aos acadêmicos e docentes participantes do RESAT a compreensão do funcionamento, da ideologia e da importância do referido serviço de saúde, principalmente, quando se pretende formar profissionais capacitados em conduzir uma atenção

humanizada e integral em saúde do trabalhador, fortalecendo o vínculo da assistência à comunidade. Ainda assim, houve uma produção e partilha de conhecimentos técnicos e científicos no âmbito da (ST) e da fisioterapia do trabalho. Por fim, percebeu-se que as práticas desenvolvidas através do projeto e da parceria com o CEREST, tornaram-se estratégias pedagógicas, desenvolvidas pela imersão dos acadêmicos na rede de serviços em (ST) no Sistema Único de Saúde, culminando por se tornarem recursos destacáveis no aprendizado do cuidado e da organização dos processos de trabalho e gestão. Com as ações desenvolvidas pelo projeto de extensão universitária, promoveram-se ações para assistência integral em Saúde do Trabalhador (ST), no contexto de uma Rede Nacional de Assistência Integral em Saúde do Trabalhador – RENAST, que se propõe a ser efetiva e eficiente, produzida pela garantia da assistência fisioterapêutica na Clínica Escola do Unipê dos usuários assistidos pelo CEREST. Considerações finais: O relato de experiência apresentado evidencia a importância da articulação entre os serviços de saúde e os cursos de saúde, de modo a interligar instituições, no intuito de compartilhar experiências e conhecimento, além de desenvolver habilidades e atitudes profissionais entre os acadêmicos. Essas ações possibilitam a potencialização do sentimento de automotivação e a inteligência emocional discente, subsidiando a formação acadêmica voltada a tornar o profissional com a capacidade de desenvolver diferentes tipos de cuidado em saúde, de forma segura, autônoma e eficiente, integrando o conhecimento adquirido dentro e fora da sala de aula. Essa articulação foi representada pela aproximação das práticas de extensão universitária com serviços de saúde, através da parceria entre o RESAT e o CEREST de João Pessoa, configurando-se como uma importante estratégia para a formação em Saúde do Trabalhador e fortalecimento das ações em saúde do SUS. Com isso, conclui-se a importância das atividades de extensão, como elementos que subsidiam a formação em saúde. Por isso, tais práticas devem ser valorizadas e estimuladas pelas instituições de ensino, uma vez que proporcionam o estabelecimento de compartilhamento de conhecimentos entre os docentes, discentes e profissionais dos serviços.

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FUJIGAME - UM JOGO DE TRIBOS PARA REDUZIR AUSÊNCIA DISCENTE NAS AVALIAÇÕES DA

UNIDADE 1 E UNIDADE 2Rodrigo da Cruz Fujioka | [email protected]

Introdução: É comum e notório entre uma grande parte dos professores, à ausência de um número considerável de alunos na avaliação da unidade 2 ou da unidade 1. Esse fator surgiu a partir da implantação do processo de avaliação, que é utilizado pela instituição, no qual o aluno tem apenas uma das duas primeiras provas considerando, aquela em que o rendimento é maior. O modelo do novo processo faz com que, grande parte dos alunos com boas notas na avaliação da unidade 1 não compareçam na unidade 2, e em consequência disto terminam perdendo o ritmo da disciplina. Tais alunos terminam, por vezes, não conseguindo uma nota suficiente para serem aprovados por média e acabam ficando na prova final, já que sua preparação é desacelerada. Descrição da experiência: Desde a implantação desse método de avaliação, esse diálogo com os colegas professores termina sendo comum nas coordenações. Além de ser um fator que desmotiva o professor, pois o mesmo elabora sua prova para uma turma com um determinado número de alunos e acaba aplicando à avaliação para menos da metade. Para reduzir essa evasão, é importante traçar estratégias de engajamento para que os alunos e o professor atinjam seus objetivos. Para o professor, o sucesso acontece quando o assunto da ementa é ministrado e o aluno consegue absorver, porém isso é observado quando o aluno também alcança o seu objetivo na sala de aula, ou seja, ele é aprovado e alcança as competências descritas no plano de ensino. Nos últimos semestres, venho aplicando um modelo de avaliação que utiliza a colaboração entre os alunos para potencializar o aprendizado, e nesse semestre, apliquei o conceito de gamificação na disciplina para engajar mais o aluno, essa proposta foi batizada como FujiGame pelos discentes. O processo inicia com a definição da turma como uma nação, tal que a população dela é distribuída em tribos compostas de até quatro guerreiros, estas vão resolvendo desafios e tarefas com um tempo determinado, o melhor guerreiro de cada tribo é definido pelas tarefas que são resolvidas de forma correta e pela ordem de entrega. Todas as tribos onde seus integrantes tenham nota igual ou superior a sete, ganham um ponto na unidade como bonificação, além disso, a tribo mais forte em termos de pontuação, e, o melhor guerreiro ganha um ponto além daquele já conquistado por auxiliarem a nação a ficar longe da crise da prova final. Logo, se levarmos em consideração que o melhor guerreiro pode estar na melhor tribo, é possível a conquista de até três pontos extras na unidade, no entanto,

existe uma condição para que as tribos da nação conquistem essa pontuação, a média da nação tem que ser igual ou superior a sete, caso isso não aconteça, apenas o melhor guerreiro ganha um ponto extra. Os jogos são compostos de conquistas e descobertas distribuídas em capítulos de livros que estão na biblioteca digital da Unipê, ou seja, eles têm que ler capítulos das obras e resolver exercícios. Nesse modelo de jogo, eles guerreiam entre si e se ajudam, caso contrário, a conquista individual e da tribo não são válidos, pois, a média da nação tem que ser igual ou superior a sete. Observe também que a nota da unidade três, vai de zero a oito, pois dois pontos são obtidos a partir da pontuação nas unidades um e dois, ou seja, apesar de muitos pontos poderem ser desbloqueados, existe o risco da turma perder tudo. Particularmente, venho observando um engajamento maior dos alunos. Nesse jogo, a pontuação é acumulada e termina contribuindo para o aprendizado do aluno com base em recompensa por mérito. Outra regra importante é que, se o aluno faltar alguma das avaliações ele perde a pontuação da unidade três automaticamente. Além disso, para que seja considerada a pontuação da unidade três, pelo menos uma das notas deve ser igual ou superior a sete. Impactos: A competição entre os alunos aumenta, porém, eles têm que auxiliar as outras tribos para que a nação vença. Além disso, o fato de mais alunos estarem realizando a prova, tem como resultado direto mais oportunidades de estudo para aqueles alunos com mais dificuldades, pois o grupo de estudo termina sendo maior, e os mesmos podem se auxiliar no processo de aprendizagem. Para testar esse modelo, comparam-se os resultados com aqueles obtidos em três turmas, das últimas oito turmas observadas, dos últimos quatro semestres. Os resultados foram positivos tanto na pontuação da média das turmas como nas aprovações, ou seja, o modelo aplicado sem gamificação teve resultados positivos, entretanto, com gamificação os resultados foram bem superiores. Esse modelo de avaliação, que utiliza gamificação para engajar o aluno, obteve excelente resultado no semestre 2017.1. Agora, se comparado aos semestres 2015.2, 2016.1 e 2016.2 no qual foram aplicados métodos de colaboração sem gamificação. Assim, os alunos ganham uma bonificação, levando em consideração três fatores, o seu desempenho individual (do aluno), o desempenho da sua tribo (grupo de alunos) e o desempenho da sua nação (Turma). Quando o aluno reprova, ele fica sem nenhum argumento em função das oportunidades que teve e termina se engajando

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mais na repetição da disciplina. Considerações finais: Ter a maior parte dos alunos da turma se esforçando em todas as avaliações é gratificante do ponto de vista docente, enquanto que, para a instituição existe um aumento na qualidade do aprendizado fornecido aos alunos que obtém maiores notas e mais qualificação. Outro fator importante, é que o aluno termina se preparando e não perdendo o ritmo na disciplina o que contribui para um melhor resultado na avaliação além de grupos maiores de estudo.

A utilização de gamificação foi muito bem aceita, alunos que foram reprovados vivenciando o método anterior avaliado como positivo, com o novo método, que utiliza gamificação. Outro ponto importante, é que os professores ficam mais motivados, alunos têm mais oportunidades de estudo e a qualidade melhora. Aplicação de gamificação nas disciplinas realmente tem um impacto significativo para essa nova geração de alunos.

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FUNCIONALIDADE SUSTENTÁVEL: uma proposta de incentivo á mobilização

no paciente críticoAna Maria Delgado Santos | [email protected]

Dostoievsky Ernesto de Melo Andrade | [email protected]

Introdução: A mobilização precoce no paciente internado em unidades de terapia intensiva torna-se um dos mais relevantes recursos da fisioterapia para minimizar os efeitos negativos da internação que repercute diretamente no desfecho clínico e pode repercutir até na pós-alta piorando a qualidade de vida dos pacientes que se submeteram ao tratamento intensivo. As novas diretrizes do cuidado ao paciente crítico preconiza a mobilização precoce, como estratégia de assistência essencial no cuidado visto que pesquisa já considerar como padrão ouro de confirmação acerca de seus benefícios. Reforçar este modelo de assistência e importância de seus impactos na formação acadêmica, é um dos grandes desafios a serem implementados pelas atividades acadêmicas. Descrição da experiência: A missão dos alunos do projeto de extensão Funcionalidade da UTI do curso de Fisioterapia do UNIPÊ era elaborar  recursos feitos com materiais recicláveis  e que fossem úteis à Fisioterapia com objetos em desuso com custo mínimo para utilizar como meio de mobilização em pacientes internados em unidades de terapia intensiva. A  iniciativa teve por base estudos recente que revelam que pacientes imobilizados em UTIs decorrentes da sedação e uso de ventilação mecânica são condições preditoras de mortalidade em pacientes internados nas unidades de cuidados intensivos. Foram realizados os mais

variados recursos a exemplo de andadores com material de cano, pista de propriocepção com tampas de garrafas pet, painel com materiais de Atividades de Vida Diária- AVD’s, e muitos outros utilizando outros materiais sustentáveis. Durante a entrega dos materiais, os alunos realizaram exposições de uso para os funcionários do estabelecimento, aproveitando a oportunidade para doar o material. Impactos: Fomentar na formação dos discentes os conceitos de mobilização precoce e realização de campanhas para minimizar os efeitos adversos da imobilidade  por meio de estratégias assistenciais voltadas ao campo da funcionalidade nas UTIs. Reforçar a relevância deste processo de imersão dos alunos no contexto da saúde pública, da sustentabilidade e do compromisso humanizado em tempos de crise. Além de impulsionar os alunos a um processo de imersão do contexto assistencial nesta perspectiva, pois conduz a refletir sobre papel social dos futuros profissionais neste processo. Considerações finais: Verificou-se que a atividade insere o aluno em um contexto de realidade social e o condiciona a uma visão humanizada do processo ao mesmo tempo em que estabelece um vinculo direito com a elaboração de estratégias que incentiva a tomada de decisão e o insere na prática ativa da assistência.

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GAMIFICAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE ENGAJAMENTO E MOTIVAÇÃO DE ALUNOS

Josias Paes da Silva Junior | [email protected]

Introdução: Os seres humanos naturalmente possuem desejos que estão intimamente relacionados à sua motivação, como por exemplo, o desejo de comandar sua própria vida, a necessidade de progredir e se tornar melhor em algo que lhe importa e o desejo de fazer o que fazemos por causa de algo maior para nós mesmos. Indo de encontro a essas motivações, uma parcela dos docentes costuma depositar todos os seus esforços em apenas atingir os objetivos de suas unidades curriculares e por muitas vezes, passam despercebidas sobre as motivações pessoais de seus alunos. É claro que os objetivos das unidades curriculares devem ser atingidos. Seria abstrato, esperar que qualquer docente investisse tempo e talento sem que houvesse a garantia de sucesso no final do semestre. Entretanto, os objetivos das unidades curriculares deveriam se tornar um subproduto que será alcançado como uma consequência do fato de os discentes atingirem suas próprias metas. A responsabilidade por parte dos docentes para que os discentes realizem suas atividades, tornam o processo de aprendizado frio e os participantes não se sentem inseridos no processo de crescimento. Os métodos tradicionais de avaliação infelizmente, não atingem como deveria o lado emocional dos discentes. Manter apenas os métodos tradicionais não estimula e tão pouco motiva os participantes. Neste sentido, a ideia principal foi criar um projeto piloto que aplicasse novos métodos de estimulo motivacional das pessoas para executar suas atividades de forma atrativa e que elas sintam prazer e realização pessoal em executá-las envolvendo-as emocionalmente de forma positiva. A relevância dessa motivação é que as cobranças e a necessidade da realização de suas atividades no prazo ainda acontecerão, entretanto de forma diferente com a aplicação de conceitos lúdicos no processo. Se os envolvidos sentem realização pessoal em executar suas atividades, farão com mais vontade e qualidade e por sua vez, os ganhos tornam-se mútuos para eles mesmos e para os docentes. Dessa forma, propomos a aplicação dos conceitos, métodos e ferramentas da gamification como artificio atrativo em busca da motivação dos envolvidos. Com a gamification conseguimos alterar comportamento, desenvolver habilidades e impulsionar a motivação dos envolvidos. Com ela, conseguimos segmentar grandes objetivos em desafios menores e mais práticos, encorajando os envolvidos à medida que progridem nos níveis e envolvendo-os emocionalmente para que deem o melhor de si. Para

isso, são inseridos elementos de jogos que predem a atenção dos envolvidos, que mexe com seus emocionais e entregam ações transacionais quando necessárias. Com esses elementos, conseguimos transcrever e representar os desejos e necessidades pessoais destas pessoas de forma lúdica (ludification). A Ludification e a gamification trabalham unidas para estimular o lado progressivo da satisfação: faça, cresça e ganhe! Descrição da experiência: Com toda tecnologia existente, disponível e acessível nos dias de hoje, aplicamos o uso de uma ferramenta capaz de prover ambientes lúdicos e gamificados, flexível o suficiente para configurar diferentes tipos de necessidades. Esta ferramenta é a Proludy - é um sistema que oferece a possibilidade de criar gamificações de acordo com a necessidade e criatividade desejadas. Oferece uma gama de elementos de jogos que são facilmente configurados, tais como: missões, medalhas, recompensas, comércio digital, rankings, dentre outros. Com ela é possível criar gamificações para diferentes áreas e nichos de mercado. Oferece: “Um sistema web para criação e configuração das gamificações. Nele também existem mecanismos de acompanhamento e análise de posicionamento dos participantes na gamificação”. Um aplicativo mobile para que os participantes possam acompanhar seus progressos pessoais e receber feedbacks sobre a evolução gradativa e continua pessoal, que é entregue constantemente garantindo assim, a fidelização do envolvido. Um serviço de integração entre sistemas, para facilitar a comunicação com sistemas legados existente nas empresas e assim, prover uma experiência mais transparente para os participantes e para os gestores na execução de suas atividades diárias. Essa ferramenta foi aplicada na unidade curricular denominada Introdução à Computação no primeiro período do curso de Ciência da Computação. Os objetivos em relação a unidade curricular foram: 1.Socialização 2.Participação ativa em atividades extracurriculares; 3.Aproximação dos alunos com o mercado de trabalho; 4.Melhoria na qualidade dos seminários; 5.Diminuição da evasão dos alunos durante o 2º estágio; 6.Diminuição do número de alunos na prova final. Impactos: Sobre os objetivos, os impactos até o presente momento foram: 1.Socialização; Vários elementos da gamificação foram utilizados para socializar os alunos, para ajuda-los a conhecerem melhor, haja vista que a gamificação foi aplicada em uma turma de P1. Foram aplicadas dinâmicas que aliadas com a gamificação podem fortalecer o laço entre os alunos.

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2.Participação ativa em atividades extracurriculares. A participação em eventos, workshops, meetups e etc são importantes para o crescimento profissional de cada aluno. Foram criadas missões que estimulavam a participação destes alunos nas atividades extracurriculares dentro e fora da instituição. 3.Aproximação dos alunos com o mercado de trabalho; A medida que os assuntos da unidade curricular eram abordados (tais como: desenvolvimento de sistemas, arquitetura de computadores, Inteligência Artificial, Banco de dados), na gamificação, missões eram disparadas estimulando os alunos a conhecerem como esses temas são aplicados no mercado. Como exemplo, eles tinham que realizar uma entrevista com profissionais do ramo questionando sobre a atuação, abertura de empregos e média salarial no mercado. 4.Melhoria na qualidade dos seminários; No final da unidade curricular, realizamos seminários com temáticas não exploradas nas aulas propriamente ditas, assuntos como: Realidade aumenta, técnicas de desenvolvimento de softwares, robótica, cloud computing, dentre outros. Na gamificação, estimulamos que o assunto do seminário esteja relacionado ao projeto integrador, que tragam informações do mercado, que façam uma apresentação de qualidade, que tragam recursos diferentes, tais como: console de games, dispositivos para TVs, óculos de realidade virtual, dentre outros. 5. Diminuição da evasão dos alunos durante o 2º estágio; A parte mais intensa do jogo aconteceu no segundo estágio, de forma proposital. Várias ações da gamificação relacionadas às notas foram definidas para motivar os alunos a estarem presentes durante este estágio. No primeiro estágio, tivemos

45 alunos presentes na avaliação. No segundo estágio tivemos 45 alunos presentes na avaliação. Coincidentemente as mesmas quantidades de alunos estiveram presentes nas duas etapas de avaliação, o que mostra um resultado excelente. Dos 45 que fizeram a primeira prova, 65% dos alunos tiveram notas acima de 7,0 e 25% dos 65% a cima de 8,0. Ainda assim, os alunos estiveram presentes na segunda avaliação. 6. Diminuição do número de alunos na prova final; Este objetivo ainda não foi possível ser analisado visto que a submissão deste resumo aconteceu antes do resultado para avaliação. Considerações finais: A gamificação há muitos anos já é considerada uma ferramenta poderosa para influenciar colaboradores e funcionários de empresa de diversos nichos do mercado a estarem cada vez mais engajados e motivados. Na Educação, a gamificação vem ganhando forças e sendo utilizada como metodologia inovadora dentro das salas de aula. Tendo ciência do seu poder, foi possível realizar um planejamento semestral baseado em gamificação, na tentativa de mudar a metodologia de ensino aplicada em sala de aula e motivar e engajar mais os alunos durante as aulas e avaliações. O resultado foi extremamente positivo, foi possível perceber o forte laço professor e aluno que a gamificação possibilitou. O engajamento nos exercícios, principalmente na entrega dentro do prazo, assim como, as novas experiências, tirando os alunos de dentro da sala de aula para conhecer o mundo real. Todas essas percepções resultaram consequentemente na diminuição da evasão nas aulas, maior assiduidade e aumento na média das notas e participação nas aulas do primeiro e segundo estágio.

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I LEGAL DESIGN: rompendo o paradigma verbocentrico

Carlos Braulio Silveira Chaves | [email protected] Marcus Setally Azevedo Macena | [email protected]

Maria das Neves Pessoa de Aquino Franca | [email protected]

Introdução: No vasto e diversificado caminho que forma a cidadania, educação profissional e formação humana, o ensino dos cursos regulares de direito que prezam pelo compromisso primordial da educação superior de qualidade, se baseia na efetiva construção do processo ensino-aprendizagem teórico-prático, vislumbrando a imersão dos discentes no mundo do conhecimento, promovendo o desenvolvimento dos domínios cognitivo, psicomotor e afetivo, muitas vezes se depara, com diversos paradigmas antigos e conceitos pré-definidos em práticas docentes e discentes, representadas por metodologias educativas arcaicas e inadequadas aos tempos atuais, observada a velocidade de informação, redes sociais e interatividade nos diversos campos pessoais, incluindo o mercado de trabalho real e multifacetado, demandando muito além do ensino clássico, necessitando promover o desenvolvimento de capacidades e habilidades para a compreensão e resolutividade perante situações problema rotineiras ou não, valorizando em suas condutas os princípios norteadores como a ética, liberdade e convicção de ser, estar e pensar. Foi-se o tempo em que o único instrumento do operador do Direito era a palavra. Ela é, ainda, a principal ferramenta, mas não a única. O verbocentrismo que, desde sempre, marcou a história do Direito e tem se apresentado nos documentos jurídicos sob a forma de um hermético “juridiquês”, começa a ser questionado por grupos de pesquisadores e estudiosos internacionais, que ensaiam uma virada metodológica no sentido de introduzir o visual no campo do Direito, com o objetivo de ajudar as pessoas a conhecer melhor seus direitos e deveres, tornando leis, acordos, multas, ordens, contratos, sentenças judiciais, toda uma infinidade de processos, procedimentos e documentos legais mais claros e fáceis de entender. A esse conjunto de técnicas de organização e descrição visual do pensamento jurídico, com vistas a uma apresentação clara e justa, especialmente transparente, nomeiam “LEGAL DESIGN”. Diante das motivações elencadas, o I LEGAL DESIGN: ROMPENDO O PARADIGMA VERBOCENTRICO, intitula-se como um dos agentes promotores e (re)estruturantes desse momento, promovendo as metodologias ativas, multidisciplinares e contextualizadas como pilares fundamentais desta mudança, buscando a integração docente-discente-comunidade, estimulando a participação ativa dos alunos no processo de auto-aprendizagem supervisionada e orientada, valorizando necessidades literárias, filosóficas, doutrinárias, diretrizes curriculares,

científicas, sociais e culturais de modo adequado a sua contemporaneidade. Descrição da experiência: Através do evento multidisciplinar envolvendo três professores da graduação em direito, disciplinas de direito financeiro, filosofia geral e jurídica, além da disciplina de medicina legal, utilizando uma ferramenta visual - (gráficos, desenhos, tabelas, esquemas, diagramas, chaves e diversos outros ícones) - transformar em LEGAL DESIGN uma informação jurídica, como por exemplo a expedição de visto no Brasil para estrangeiro; como tirar um passaporte; como adotar uma criança, como denunciar a violência sofrida por uma mulher; como denunciar a discriminação racial, como requerer direitos autorais, dentre diversas situações de utilidade pública. Os trabalhos foram desenvolvidos por grupos de 3 alunos, apresentados em formato de painel, na dimensão 90cm x 120cm, orientação retrato (Vertical), de acordo com o modelo disponibilizado previamente. A exposição ocorreu, em primeiro momento, nos corredores da própria instituição de ensino, durante a semana de provas do II Estágio e a avaliação/seleção foi realizada por meio de um professor graduado em direito, doutor em ciências da informação, especialmente convidado para a ocasião. Os trabalhos selecionados foram expostos no teatro Ariano Suassuna, Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, na cidade de João Pessoa, no período de 13 a 23 de maio do ano de 2017, em conjunto com o lançamento de livro cultural local e peça musical da orquestra sinfônica da Paraíba. Impactos: Dentre os impactos observados pelos três professores, pode-se destacar a aproximação do direito com a vida e cidadania vivida no cotidiano, como sendo um ente pertencente a ele e dele proveniente, e não como um mero instrumento externo utilizado para solucionar conflitos. Para, além disso, o aprendizado e internalização do conhecimento teórico prático fora intensificado por meio de uma promoção e valorização das habilidades do conhecer, compreender, fazer, ser e estar, contemplando os três eixos do processo ensino-aprendizagem (cognitivo; motor e afetivo). Destaca-se a presença de familiares e alunos apresentadores no evento multicultural ocorrido no referido Tribunal de Contas, permitindo uma ampliação dos laços tradicionais do processo ensino aprendizagem incluindo amigos e familiares, saindo do lugar comum conhecido por muros da universidade, proporcionando experiências cognitivas, motoras e afetivas inovadoras, transformando a forma de receber, compreender e lidar com o direito e sua

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aplicabilidade traduzida pela compreensão a ação perante os desafios que a vida acadêmica os impõe. Considerações finais: Pode-se afirmar que diante da globalização e novas tecnologias, o I LEGAL DESIGN: ROMPENDO O PARADIGMA VERBOCENTRICO traduziu-se como uma ferramenta hábil baseada em metodologias ativas que transmite o conhecimento

jurídico para os futuros aplicadores do direito através de um modo em que se coloca o discente como participante e promotor do conhecimento a ser desenvolvido em conjunto com os docentes e a academia, permitindo inclusive, a aproximação para a realidade cidadã diária da vida de toda a sociedade.

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IMPLEMENTANDO O ATENDIMENTO COGNITIVO COM CHATBOTS PARA ALUNOS INTERESSADOS NA MBA EM BUSINESS INTELLIGENCE AT BIG DATA DA PÓS-

GRADUAÇÃO (LATO SENSU)Ricardo Roberto de Lima | [email protected]

Introdução: O conceito de computação cognitiva se tornou parte do vocabulário corporativo das empresas nos últimos anos. No entanto, a aplicação prática dessa revolução computacional ainda é tímida para a grande maioria das empresas, plataformas cognitivas já estão sendo disponibilizadas por diversas empresas, tais como: IBM Watson, Microsoft Cortana, Amazon Alexa, entre outras. Descrição da experiência: Com a sofisticação dos sistemas de chatbots, os benefícios para o mundo corporativo são inúmeros. Imagine uma empresa expandindo seus negócios para outros países. Para que o atendimento seja de qualidade, um agente virtual responde por chat ou voz às principais dúvidas dos clientes ou, ainda, consegue comunicar-se em seu idioma nativo. Ao responder, o agente virtual é traduzido e sintetizado por voz. Além disso, ele pode identificar os clientes por reconhecimento facial e aprender novos conceitos, conforme interage com as pessoas. Durante o atendimento, afere o sentimento contido nas perguntas e, se necessário, redireciona para o atendimento pessoal. Impactos: Neste período desenvolvemos um ChatBot Atendente Virtual para auxiliar os alunos candidatos, futuros alunos da MBA

em Business Intelligence e Big Data na resolução de dúvidas e questionamentos da pós-graduação, um dos casos são: ementa do curso, missão, visão, conteúdo programático, preço do curso, lista dos professores, ementa de disciplinas, entre outras perguntas que o Bot consegue resolver de forma autônoma, além disso, o agente virtual, encontra-se também nas redes sociais tais como: Telegram, Facebook Message, Twitter, Skype facilitando assim, o acesso as dúvidas pelos dispositivos móveis, outra novidade foi um aplicativo móvel desenvolvido pelos professores junto aos alunos em Android para comunicação em tempo real de voz para voz. Além disso, é possível interagir com outras aplicações externas e buscar dados de mercado em geral. Considerações finais: O grande segredo para o sucesso da implantação do Assistente Virtual (ChatBot) está na Curadoria dos Dados, os curadores são as pessoas que dominam o negócio e servem de consultores passando todo o conhecimento de uma área de domínio para o agente que com exemplos de intenções e entidades são alimentados para consolidar sua base de conhecimento.

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INFOCOMIC: exposição de quadrinhos

Walter Travassos Sarinho | [email protected]

Introdução: A história em quadrinhos é uma mídia que agrega duas expressões artísticas de comunicação: (i) a linguagem escrita, apresentada pelos balões que representam a “fala”; e (ii) a imagem, representação visual dos personagens e do plano de fundo da história. Desde o início do século XXI os quadrinhos vêm deixando de ser uma mídia de entretenimento exclusiva para crianças. É possível encontrar diversos trabalhos científicos que apresentam o impacto da utilização de quadrinhos na educação em seus diversos níveis. Devido ao caráter flexível de seus elementos formadores, os quadrinhos possibilitam uma grande contribuição na criação de experiências e abordagens metodológicas para o processo de ensino aprendizagem. Descrição da experiência: É solicitado ao discente, como atividade para composição de nota, a produção de um quadrinho que envolva alguma situação problema relacionada ao conteúdo do componente curricular Engenharia de Requisitos. A história produzida deve ocupar uma folha A4. São disponibilizados alguns serviços web gratuitos que auxiliam a produção dos quadrinhos, no entanto, o discente tem liberdade para exercer sua criatividade e criar a história em quadrinhos no formato que achar mais adequado. Também é apresentada uma regra para o roteiro das histórias: é preciso ser divertida. Em seguida é

agendado um dia para realizar a exposição de todos os quadrinhos. Impactos: Os alunos dos cursos de graduação na área de Tecnologia da Informação costumam apresentar certa resistência na execução de atividades diferentes das tradicionais, como por exemplo, criação de softwares, documentação de sistemas, seminários, etc. Embora inicialmente seja possível observar esta relutância na produção, realizar a atividade em duplas auxiliou o envolvimento e melhorou o resultado final. Como os quadrinhos ficam expostos dentro da sala de aula durante todo o semestre, a InfoComic também desperta a curiosidade dos alunos de outras turmas e cursos que leem os quadrinhos produzidos e conseguem identificar diversas situações dentro do contexto do componente curricular e do mercado de trabalho. Considerações finais: O maior desafio numa experiência que envolve história em quadrinho é transformar esta mídia num objeto de aprendizagem. Para criar um roteiro com dosagem de humor e criticidade, é preciso dominar os conteúdos do componente curricular. Ao final, foi possível perceber que os quadrinhos contribuem para a criação de narrativas que estimulam o desejo pela leitura. Isto tornou o desejo de aprender mais prazeroso e interativo.

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INOVANDO ATRAVÉS DA EXTENSÃO DOS ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

Felipe Soares de Oliveira | [email protected] Thatyana Dias Guerra | [email protected] Walace Sartori Bonfim | [email protected]

Introdução: As metodologias ativas preconizam que o aluno seja o protagonista em seu processo de aprendizagem para alcançar resultados efetivos e perenes. Estas metodologias são desenvolvidas em sala de aula onde se desenvolve um amplo conjunto de atividades, mas que encontra limites de integração e interação com agentes extramuros, aqui qualificados como o mercado de trabalho. Estender os limites da sala de aula, possibilitando incorporar, em seu cotidiano, as integrações e interações com o mercado, potencializa o aprendizado do aluno, pois oportuniza a ele ser protagonista em seu processo de inserção no mercado de trabalho. Descrição da experiência: Um projeto de extensão reúne alunos voluntários em torno de uma atividade prática com vistas a entregar resultados concretos e beneficiar a sociedade. Neste cenário, o projeto Fábrica de Software (FS) se apresenta como o local onde atividades práticas são desenvolvidas, e estas são voltados ao desenvolvimento de softwares reais, demandados pela sociedade representada por organizações públicas ou privadas. Tais demandas são internalizadas na FS através de convênios de cooperação técnico-científica, que regula o relacionamento entre o parceiro externo e a FS, e um grupo de alunos é organizado em forma de equipe de desenvolvimento de software. Cada aluno deste grupo é assinalado a uma função da linha de produção, em conformidade com seu curso de formação, recebe treinamento e inicia sua produção, segundo um processo bem definido de desenvolvimento de software. Todas as atividades e artefatos deste processo estão diretamente associados às unidades curriculares dos cursos de TI. A partir dos conhecimentos previamente adquiridos, o aluno participante produz

os artefatos e os desafios impostos por lacunas de conhecimentos e habilidades levam o aluno a prospectar, pesquisar, compartilhar com a equipe e, por fim, superar os desafios e progredir, sempre com o apoio e orientação do supervisor técnico, responsável pelo projeto. Como resultado, o aluno agrega novos conhecimentos e habilidades e se apropria da experiência profissional ainda enquanto estudante. Adicionalmente, o parceiro externo recebe produtos de software customizados e a sociedade recebe um recém-formado pronto para produzir. Impactos: O convênio tem um objeto bem definido que, em geral, volta-se à concepção e desenvolvimento de soluções de software; inúmeros subprodutos são gerados durante a execução deste, no âmbito acadêmico e de mercado. O resultado mais importante é a formação diferenciada do aluno de TI, que é inserido em um ambiente que emula uma empresa de desenvolvimento de software, no qual exponencia seus conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA), sendo protagonista de seu crescimento profissional. Em 2017.1 a FS envolveu 112 alunos voluntários e estagiários e 12 professores, desenvolveu dois projetos intercursos e entregou 16 produtos de software. Considerações finais: Inovar através da extensão dos ambientes de aprendizagem, em particular da sala de aula, através do Projeto de Extensão Fábrica de Software, apresenta-se como uma forma de metodologia ativa de aprendizado, na qual o aluno é protagonista de seu processo de aquisição de novos conhecimentos, de desenvolvimento de novas habilidades e do amadurecimento de suas atitudes enquanto pessoa inserida em ambiente de trabalho colaborativo, culminado na construção e aprimoramento de um cidadão profissional diferenciado.

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INTEGRANDO UMA EQUIPE FORMADA POR ALUNOS DA UBTECH/TI EM EVENTO COM FOCO NO COMBATE A

CORRUPÇÃOThyago Maia Tavares de Farias | [email protected]

Introdução: O objetivo da prática foi motivar alunos da UBTECH/TI a participarem do HackFest 2017, evento que promove o envolvimento da sociedade no combate à corrupção por meio do desenvolvimento de soluções tecnológicas. A competição, realizada entre os dias 9 e 11 de junho de 2017, contou com a participação de 19 equipes, formadas por até 8 integrantes, compostas por estudantes e profissionais dos cursos de TI, Administração, Ciências Contábeis, Direito, Gestão Pública e afins. Descrição da experiência: O coordenador do projeto de extensão “Clube de Programação do Unipê” e professor de disciplinas de programação da UBTECH/TI, Prof. Thyago Maia, convidou alunos integrantes do projeto e/ou matriculados nos cursos de TI da instituição para formar uma equipe coordenada pelo docente. O professor tinha o interesse em trabalhar em parceria com os alunos para acompanhar in loco a aplicação das competências e habilidades adquiridas pelos mesmos nas atividades do Clube e nas aulas de programação, além de ter a experiência de trabalhar em equipe com os alunos que ajudou a formar. A equipe foi composta por cinco alunos da instituição, dos cursos de Ciência da Computação, Sistemas para Internet e Gestão de TI, além do próprio docente e de um profissional de desenvolvimento do TRT/PB. Durante o evento, a equipe desenvolveu o Political Manager, um MVP (Minimum Viable Product, ou Produto Viável Mínimo) inspirado em jogos no estilo Fantasy Game ou Soccer Manager, como o Cartola FC. O aplicativo permite ao jogador escalar uma seleção composta por deputados federais e senadores, possibilitando-o gerenciar um time de parlamentares. A pontuação a ser atribuída para cada time escalado no jogo foi baseada na participação de cada parlamentar nas assembleias legislativas (gastos e participações em votações e discursos). Para que a avaliação dos parlamentares fosse possível, o game contou com o acesso a várias bases públicas, disponíveis no portal de dados abertos legislativos do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. Todos os dados utilizados passaram por um processo exaustivo de coleta, mineração, correção de inconsistências e análise, a partir de métodos e ferramentas de

Business Intelligence (BI). Pentaro, Python, Angular 4 e Node.js foram algumas das várias ferramentas e tecnologias utilizadas pela equipe em questão, para que o jogo fosse desenvolvido com a vanguarda do BI e do desenvolvimento de software. Impactos: Após o evento, foi realizada uma pesquisa entre os integrantes da equipe para quantificar os impactos promovidos pela participação de um docente em uma equipe de alunos no HackFest 2017. Nela, foi atestado que: (1) Todos os integrantes consideraram muito importante a participação de um docente do Unipê em uma equipe composta por alunos da instituição; (2) Todos concordaram que os resultados obtidos no evento não seriam viáveis sem a participação do docente na equipe; (3) Dentre as contribuições da participação do docente na equipe, foram listadas Liderança (100%), Orientação e Mentoria (100%), Desenvolvimento do Projeto (66.7%), Representação da Equipe no Evento (83.3%), Apresentação de Tecnologias (50%), Motivação da Equipe (83.3%) e Tomada de Decisões (16.7%); (4) Todos os integrantes considerariam formar novas equipes com o docente em outras edições do evento; (5) Dentre as conquistas obtidas pelos alunos na prática em questão, foram listadas o aprendizado de novas técnicas de desenvolvimento de sistemas (100%), o aprendizado de novas tecnologias (50%), o aprendizado de novas metodologias de projeto (66.7%), além da aquisição de experiências no trabalho em equipe (100%) e no trabalho sob pressão (66.7%). Considerações finais: A prática proporcionou a oportunidade de professor e alunos trabalharem em conjunto para o desenvolvimento de um projeto real, colocando-os em um mesmo patamar em prol de um objetivo em comum. Além disso, a experiência permitiu colocar em prova todo treinamento realizado no Clube de Programação do Unipê e todo conteúdo discutido nas disciplinas de Algoritmos e Programação e Metodologia e Linguagem de Programação, gerando informações quantitativas e qualitativas importantes, que auxiliarão no planejamento das atividades acadêmicas descritas para os próximos semestres.

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NECESSIDADE OU DESEJO? O DIÁRIO DE BORDO COMO FACILITADOR DE APRENDIZAGEM NA DISCIPLINA GESTÃO

DE MARKETINGJanayna Souto Leal | [email protected]

Introdução: O ato da compra e do consumo tornaram-se onipresentes e frequentes na vida das pessoas de tal maneira que, atualmente, é difícil discernir se um produto ou serviço representa uma necessidade real e relevante ou um desejo momentâneo e fugaz. Partindo desse princípio, aplicou-se uma atividade chamada Diário de Bordo que, segundo Porlán e Martín (1997), é um recurso metodológico que oferece uma maior concepção do processo que vem ocorrendo na realidade do envolvido, aonde na medida em que os problemas vão sendo averiguados, eles se tornam mais compreendidos e delimitados. Nesse sentindo, o objetivo da aplicação dessa metodologia foi promover aos alunos a possibilidade de compreender o verdadeiro significado de necessidade e desejo dentro do cenário do consumo. Descrição da experiência: Para tanto, foi solicitado que os mesmos criassem uma planilha que descrevesse os seus gastos durante sete dias. Após esse período, os alunos ficaram com a incumbência de trazer para a sala de aula as suas anotações com o intuito de promover a discussão e o debate junto à turma e, assim, tornar a ideia daquilo que é necessidade ou desejo mais claro e condizente com o que é defendido na teoria. Impactos: Inicialmente, a atividade gerou

curiosidade e alguma inquietude, contudo passada a ansiedade preliminar, os discentes engajaram-se e envolveram-se, fazendo questionamentos e procurado entender os seus gastos, não apenas de modo individual, mas como os mesmos podem ser interpretados no mercado e, consequentemente, na gestão de marketing. Na apresentação das planilhas o resultado foi bastante satisfatório, com uma rica discussão daquilo que pode representar uma compra por necessidade ou por desejo, por meio de uma adesão e participação bastante expressiva de todos os envolvidos no trabalho. Considerações finais: Inicialmente, a atividade gerou curiosidade e alguma inquietude, contudo passada a ansiedade preliminar, os discentes engajaram-se e envolveram-se, fazendo questionamentos e procurado entender os seus gastos, não apenas de modo individual, mas como os mesmos podem ser interpretados no mercado e, consequentemente, na gestão de marketing. Na apresentação das planilhas o resultado foi bastante satisfatório, com uma rica discussão daquilo que pode representar uma compra por necessidade ou por desejo, por meio de uma adesão e participação bastante expressiva de todos os envolvidos no trabalho.

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O APP MAXIMAONANDROID: UMA FERRAMENTA DE ENSINO/APRENDIZAGEM NAS AULAS DE CÁLCULO

NUMÉRICO NO SMARTPHONE(DISPOSITIVO MÓVEL)Roberto de Almeida Capistrano | [email protected]

Introdução: Sendo o cálculo uma das ferramentas indispensáveis para a resolução de problemas em diversas áreas do conhecimento, a disciplina de Cálculo Numérico está presente em uma grande diversidade de cursos superiores no Brasil. E tendo em vista, que numa época de grandes transformações sociais e tecnológicas, o ensinar/aprender, exige mudanças em várias direções. Face ao fato, a atuação didática pedagógica, requer uma revisão na concepção e na prática do professor e do aprendente, com a incorporação e utilização de novos recursos didáticos que favoreçam o ensino/aprendizagem, e que se complementem e provoquem ganhos substanciais na aprendizagem para a vida. A hipótese que norteou esta prática foi a seguinte: O app MaximaOnAndroid é uma opção viável para ensino de Cálculo Numérico em Cursos de Graduação em Engenharia? Além disso, a investigação procura contribuir para responder outras duas perguntas: Seria possível sua utilização em sala de aula os dispositivos móveis? Como poderia ser feito o uso de pacotes e rotinas em problemas práticos? Foi nesta trilha que caminhamos em busca de visualizar as potencialidades do aplicativo MaximaOnAndroid no ensino de Cálculo Numérico, como uma ferramenta de apoio para alunos e professores utilizando o smartphone(dispositivo móvel). O Maxima, um aplicativo livre, disponível para vários sistemas operacionais. Mais especificamente utilizaremos o MaximaOnAndroid, disponível para smartphones com sistema operacional Android a partir da versão 4.2.2, cujo download e instalação estão disponíveis na loja virtual Google Play no link https://play.google.com/store/apps/details:id=jp.yhonda. O Maxima é uma linguagem de programação baseada em Lisp para a manipulação de expressões simbólicas e numéricas. Manipula expressões, equações, gráficos, cálculos de integração e diferenciação, matrizes, limites, vetores, etc., obtendo resultados de forma simbólica, sendo um de seus pontos mais interessantes. As origens do Maxima estão no MIT (Instituto Tecnológico de Massachussets) a partir do ano de 1967, como uma parte do projeto MAC (Machine Aided Cognition - Cognição Auxiliada por Máquina). O software receberia o nome de Macsyma (MAC’s SYmbolic MAnipulator - Manipulador Simbólico do MAC). Em 1982 uma copia foi entregue ao DOE (Department Of Energy - Departamento de Energia), e outra ao professor William F. Schelter, da Universidade do Texas. Esta primeira versão é conhecida como DOE-Macsyma, e posteriormente, o DOE concede a licença de exploração à empresa

Symbolics, que segue desenvolvendo o projeto durante alguns anos. Em 1992 o software é adquirido pela empresa Macsyma Inc, e o programa seguiam perdendo fôlego progressivamente diante da presença no mercado de outros programas similares. Descrição da experiência: No percurso de nosso trabalho, inicialmente foi feito uma introdução ao MAXIMA, por meio de aulas teóricas e práticas, vinculando-as aos conteúdos do componente curricular Cálculo Numérico, ministrado nas turmas do P5 de Engenharia, cuja base de conhecimento é moldada nos componentes curriculares: Cálculo Diferencial, Cálculo Integral, Cálculo Vetorial e Geometria Analítica, Álgebra Linear, Estatística e Equações Diferenciais. Como o componente curricular Cálculo Numérico é a obtenção da solução de um problema pela aplicação de método numérico; a solução do problema será caracterizada, então, por um conjunto de números, exatos ou aproximados, de forma a utilizarmos Métodos Numéricos, que é um algoritmo composto por um número finito de operações envolvendo apenas números (operações aritméticas elementares, cálculo de funções, consulta a uma tabela de valores, consulta a um gráfico, arbitramento de um valor, etc.). Como isto se faz necessário a utilização de calculadoras cientificas com poder de resolução dos métodos e implementação dos algoritmos. Iniciamos nosso caminhar, no reconhecimento da trilha de conteúdos dos componentes vinculados com atividades exploratórias acerca de temas abordados no cálculo de uma e de várias variáveis com a utilização do software MAXIMA, que é a plataforma base do app MaximaOnAndroid. Estas atividades, referem-se a: construção de gráficos de funções de duas variáveis, domínio, curvas de nível, derivadas parciais e extremos de funções de duas variáveis. Comentamos sobre a aplicação das atividades, as dificuldades e a forma como as contornamos, sobre os recursos e as limitações do software utilizado e apresentamos sugestões tendo como base a experiência de aplicação das atividades apresentadas. Impactos: Com a experiência adotado, o impacto qualitativo se deu, na performance dos discentes ao final do período, cuja experiência levou a aprovação de todo grupo envolvido com o Cálculo Numérico, no que diz respeito, a utilização dos Teoremas de Descartes e Bolzano, para localização de raízes de uma equação de grau igual o maior do que 3, como também a solução das raízes aproximadas da equação através do Método de Newton Raphson, além do mais o entendimento de uma programação em linguagem

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de última geração para Inteligência Artificial(IA), LISP. Incluindo ainda a responsabilização em relação ao próprio aprendizado e a aquisição de tarefas e atividades próprias da profissão escolhida, tendo em conta a utilização de software e programação em sua vida cotidiana na engenharia. Considerações finais: O maior contributo para esta prática foi a de criar ambientes de aprendizagem nos quais os aprendentes, com uso de Tecnologias Digitais e outras mídias (computadores com planilhas eletrônicas, calculadoras cientificas com emuladores), lápis-papel para o cálculo mecânico/manual e etc., que explorassem conceitos matemáticos do componente curricular Cálculo Numéricos, com respeito aos Métodos Iterativos, de modo a elaborar e testar conjectura e produzir ideias matemáticas referentes ao tema como também o elo entre os diversos componentes relativos ao quinto período provocando a interdisciplinaridade e transdisciplinaridade. Buscamos aproveitar

as características que as mídias utilizadas oferecem, como as possibilidades de trabalhar diferentes representações: gráficas, numéricas e algébricas, e suas respectivas soluções, sempre criando ambientes de aprendizagem nos quais os aprendentes, com uso de Tecnologias Digitais e outras mídias, como o lápis-papel. Cada tarefa levava o estudante a investigar, questionar, levantar hipóteses, a fim de melhor discutir o conteúdo explicitado pelo professor. O professor apresentou possíveis soluções analíticas e dificuldades do próprio conteúdo, levando-o a refazer seu percurso quanto ao ensinar, trilhando por outros caminhos que facilitem o aprendizado. A utilização tem indicado uma melhora na compreensão dos conteúdos, fazendo com que os alunos percebessem a importância dos conceitos matemáticos em ambientes de novas tecnologias e dos recursos digitais no seu campo de trabalho, permeando assim o trilhar de uma nova forma de aprender a aprender.

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O DESAFIO DO ENSINO DA GEOMETRIA DESCRITIVA NO PRIMEIRO PERÍODO DA GRADUAÇÃO:

relato de experiência do desenvolvimento, prototipagem e aplicação de material didático instrucional

Demetrius Lacet Ramalho da Silva | [email protected]

Introdução: O Desenho como expressão gráfica está presente na vida do homem desde suas primeiras tentativas de comunicação na pré-história. Ao longo do tempo e da evolução do próprio homem, outras expertises foram somadas às práticas do desenho como a matemática e a geometria. Durante as grandes civilizações, a geometria foi o norte para o entendimento e construção de muitos equipamentos e edificações modificando significativamente o curso da história. Após a revolução industrial, a largada para a corrida da era tecnológica havia sido dada e o desenho geométrico mais do que nunca se fez presente, até que mudanças nas leis da educação foram feitas e a geometria começou a ser separada da matemática até ser completamente excluída do currículo das escolas brasileiras e posteriormente dos vestibulares. Ficou a cargo do ensino superior, apresentar os princípios da geometria obedecendo às especificidades de atuação de cada curso. Descrição da experiência: Os experimentos foram feitos no FABLAB (Laboratório de prototipagem) com um sólido de base quadrada submetido a uma luz de LED. Para a compreensão didática da projeção da sombra seria necessário acompanhar visualmente o caminho percorrido pela luz até tocar o objeto. Para tanto, o grupo usou luz de laser. O problema encontrado foi no que tange o trajeto (feixe) do laser, que para ser visualizado, necessitava de condições especiais do ar para gerar o espalhamento (scattering) da luz pelas moléculas de ar suspensas. Nesse sentido, o laser precisa de partículas no ar para ser visto a olho

nu. O laser testado inicialmente foi o verde (5nw), que embora mais facilmente visível, optamos por substitui-lo pelo vermelho, pois sua alta intensidade dificultava a identificação do ponto no vértice, além da periculosidade no manuseio. Para que a luz do laser pudesse ser vista, foram testados aerossóis e fumaça de incenso, sendo a última escolhida por permanecer por mais tempo no espaço confinado. Para manter a fumaça confinada, desenvolvemos uma estrutura de MDF que serviu de base, com 40x50x7 cm com furos para a passagem da fumaça. Na parte superior, fechamos com um aquário de acrílico transparente com 50x40x20 cm. O incenso é acionado na parte inferior da estrutura, que passa pelos furos e preenche o aquário de acrílico na parte superior. Lasers são apontados para os vértices do cubo permitindo a visualização do trajeto da luz até a formação da sombra, assim como é feita no desenho com instrumentos. Impactos: Percebemos que houve uma apropriação do conhecimento inerente ao conteúdo da disciplina com o uso de ferramentas pedagógicas permitindo que o aluno desenvolvesse habilidades relacionadas à interpretação do conteúdo estudado, ao ter que visualizar aquilo que foi ensinado na teoria, além de relacioná-lo com o contexto do seu curso, já que a geometria é uma área bastante abrangente. Considerações finais: Com este experimento pudemos constatar a eficácia do uso de um artefato físico como ferramenta auxiliar no ensino da geometria no que tange o entendimento do desenho de sombras.

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O IMPACTO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE ATRAVÉS DE ATIVIDADE LÚDICA COM ADOLESCENTES

Camila Teixeira de Carvalho Dias | [email protected] Erlaine Souza da Silva | [email protected] Núbia de Souza Rufino | [email protected]

Introdução: A educação em saúde corresponde a uma excelente ferramenta, para que adolescentes possam adquirir conhecimentos importantes nessa fase, sendo uma oportunidade de atuação crítica, reflexiva, propositiva, compromissada, além de tecnicamente eficaz. Em relação ao vírus do HPV, trata-se de um grave problema de saúde pública, afetando milhares de pessoas, sendo ofertada a vacina como prevenção para a não contaminação pelo vírus, para meninos entre 11 e 14 anos e meninas entre 09 e 14 anos. Descrição da experiência: Trata-se de um relato de experiência a respeito de uma gincana sobre o HPV, desenvolvida com adolescentes de uma escola, correspondendo a uma atividade lúdica de educação em saúde. A atividade de Educação em Saúde ocorreu no semestre 2017.1, durante a realização do Estágio Supervisionado I, com a participação dos alunos do 7º período do Curso de Enfermagem, em uma escola municipal, envolvendo alunos entre 12 e 15 anos. Solicitamos que os alunos planejassem uma atividade com o tema em questão, porém, eles ainda estavam muito direcionados às atividades de educação em saúde mais formais, como a palestra. No entanto, nós pedimos que incluísse em seu planejamento uma atividade mais lúdica, para dinamizar o processo de educação em saúde. Sendo assim, os mesmos tiveram a ideia de desenvolver a gincana, tendo o nosso aval para a execução da atividade. A princípio, foi ministrada

uma palestra sobre o tema HPV em seguida, os alunos puderam vivenciar uma tarde diferenciada e muito animada, através de uma gincana também com o tema HPV. Tivemos a oportunidade de realizar inúmeras atividades lúdicas e ao mesmo tempo disseminar informações relevantes a respeito da prevenção do HPV, incluindo o incentivo à vacinação, que é direcionada para adolescentes, no âmbito do SUS. A gincana foi realizada por meio de inúmeras brincadeiras, dividimos a turma em grupos e separamos por cores. Cada grupo escolheu um nome e a brincadeira foi iniciada, entre elas: dança da cadeira, estátua, batata quente, corrida com ovo na colher, vivo e morto e torta na cara. Sempre após as brincadeiras, realizávamos uma pergunta sobre HPV para o grupo. Ao final, ganhou o grupo com maior número de acertos. Impactos: Assim que iniciamos as atividades na escola, os alunos estavam dispersos em relação às informações que estávamos disponibilizando, por meio da palestra. Quando iniciamos a gincana, visualizamos o entusiasmo e desejo dos mesmos em participar das atividades da gincana. Considerações finais: Diante do exposto, pudemos perceber o grande impacto gerado através realização da educação em saúde de forma lúdica, em relação à tradicional. Os alunos demonstraram um maior interesse e entusiasmo, o que para nós foi extremamente gratificante.

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O NOVO ENSINO DA ODONTOLOGIA - APRENDIZAGEM BASEADA EM METODOLOGIAS ATIVAS

Marcus Setally Azevedo Macena | [email protected]

Introdução: O ensino de graduação em odontologia no Brasil é uma atividade que se depara com diversos paradigmas e conceitos pré-definidos historicamente intrínsecos nas práticas de docência, os quais ainda trazem metodologias educativas arcaicas e inadequadas aos tempos atuais, onde a velocidade de informação e as exigências do conhecimento teórico-prático para posterior aplicação no mercado de trabalho demandam muito do que o ofertado por meio das metodologias de ensino tradicionais. Somando-se a esses fatos, as diretrizes e metas definidas pelo Ministério da Educação para a educação superior reafirmam a necessidade de primar pelo compromisso com a educação superior de qualidade, devendo ser baseada na efetiva construção do processo ensino aprendizagem teórico prático através da imersão dos discentes no mundo do conhecimento, promovendo o desenvolvimento dos domínios cognitivo, psicomotor e afetivo. Deste modo, tem-se praticado nas diversas disciplinas do curso de graduação em odontologia do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ) nova metodologia de ensino, perpassando às demarcações cotidianas decorrentes da formação básica em odontologia dos atuais docentes em um passado recente, através das metodologias ativas, constituindo novas formas de abordagens dos assuntos teóricos e práticos, promovendo a integração docente-discente, a participação ativa do aluno no processo de construção da aprendizagem, além de abordar a interdisciplinaridade e integração multiprofissional, sempre valorizando as necessidades sociais, culturais e ambientais da atualidade. Metodologias Ativas como o desenvolvimento e solução de situação-problema, brain-storm, portfólios, mapas mentais, encenação teatral, confecção de quadros artísticos, fotografias associativas, jogos, objetos em 3D, desenvolvimento de aplicativos, atlas de desenho para colorir, onde o aluno é o agente de construção do conhecimento, sempre intermediado e comedido pelo docente, são utilizadas nas unidades curriculares diversas da referida graduação em odontologia. Descrição da experiência: Os componentes curriculares de patologia oral e maxilofacial II (POM II) e histologia e embriologia bucal (HEB), ofertados no quarto e segundo períodos, respectivamente, relacionam conteúdo da formação básica com a clínica odontológica (anatomia, fisiologia, embriologia,

citologia e histologia geral, patologia geral, patologia bucal, farmacologia, estomatologia, dentística, radiologia, ortodontia, endodontia, periodontia, implantodontia e cirurgia), quando da propositura de metodologias ativas para a unidade III, como forma de ensino e também processo avaliativo. Na POM II, foram realizadas tomadas fotográficas próprias ou retiradas da internet e outras fontes, correlacionando-as com os quadros histopatológicos das entidades nosológicas mais comuns da clínica odontológica. A HEB desenvolveu uma exposição de quadros confeccionados em telas para pintura em tamanho 20x20 centímetros, expondo imagens relacionadas com o elemento dentário e estruturas anexas presentes no desenvolvimento embriológico e histológico. O momento de exposição ocorreu em conjunto, integrando as turmas, os componentes curriculares e promovendo a interatividade do conhecimento dinâmico e troca de afetos entre os sujeitos do processo ensino aprendizagem. Impactos: Dentre os impactos perceptíveis até a presente data, pode-se relatar uma inicial resistência à pintura, à busca/realizações de imagens fotográficas associativas, assim como ao desenvolvimento de trabalhos manuais no ensino superior, porém em pouco tempo de prática docente, houve uma nítida mudança de posicionamento discente frente às metodologias ativas, melhoria na interação discente-docente, a integralização dos alunos entre si, tornando-se naturalmente compromissados com o curso, o que tornara a aprendizagem mais fácil, agradável e efetiva, segundo avaliação dos mesmos. Considerações finais: A espontânea exposição desses momentos exitosos em redes sociais e seu alcance aos demais alunos do curso de odontologia, os relatos pessoais dos alunos-artistas, o desenvolvimento de talentos artísticos, a associação da educação do ensino superior aos valores socioculturais e a melhor compreensão e aceitação dos considerados, até então, temidos componentes curriculares de patologia oral e maxilofacial II e histologia e embriologia bucal, favorecendo a efetividade do processo ensino-aprendizagem com qualidade e consequentemente a aquisição de competências e habilidades necessárias para a atuação ético-profissional dos futuros cirurgiões-dentistas, sendo considerados, portanto, como resultados exitosos na educação superior através do ensino presencial.

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O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM:

relato de uma experiência em didáticaLígia Luís de Freitas | [email protected]

Introdução: A atividade de planejamento tem ganhado maior centralidade, particularmente porque a ação docente envolve uma série de questões que transcendem o espaço da sala de aula (MALHEIROS, 2013). Segundo esse autor, a quantidade de informações que o/a professor/a tem que lidar e a complexidade das mesmas tem levado um movimento em direção à valorização da ação de planejar. Neste processo a escolha de técnicas que potencializem o caminho metodológico é fundamental. Mas, por que usar mapas conceituais em Didática? Mapa conceitual é técnica ou método? Novak (2010) define mapa conceitual como uma estrutura esquemática com a qual é possível organizar um conjunto de conceitos que representam um conhecimento dado. Tavares (2007) lembra que, no mapa os conceitos são organizados numa rede de proposições. Com base nos estudos desses autores pode-se dizer que um mapa conceitual situa-se no campo metodológico, mas não é meramente uma técnica, pois esta é um recurso usado meramente para qualificar o caminho. O uso de mapas conceituais no processo pedagógico oportuniza muito mais que isso. Nesta direção, o objetivo do presente relato é: compartilhar uma experiência com o uso de mapas conceituais, no componente curricular Didática, ministrado para alunos/as do segundo período, do curso de licenciatura em Educação Física. Descrição da experiência: A experiência com mapas conceituais considerou os seguintes passos: inicialmente, uma pesquisa livre sobre o tema; em seguida, estudo de textos orientadores de como estruturá-los e leituras de mapas produzidos e apresentados pela professora para conteúdos/temas trabalhados em sala; noutro momento solicitou-se a construção de mapa conceitual em sala a partir

de conceitos centrais de um tema em estudo e; por fim, organização em dupla de um mapa conceitual sobre as teorias educacionais estudadas ao longo das unidades. Impactos: Observei que o trabalho com mapas conceituais como recursos didáticos nos meus diferentes componentes curriculares contribuiu para que o grupo fosse se apropriando das diretrizes de estruturação de mapas conceituais paulatinamente. Muitos/as alunos/as procuraram informações e apropriação de programas, como o CmapTools, ou de outras estratégias para a sua construção. Parte significativa da turma relatou que a construção de mapas contribuiu para uma melhor organização mental dos conhecimentos vistos em sala. Um momento significativo para isso foi o dia que apresentei o mapa da relação professor/a aluno/a e sugeri que eles montassem no chão da sala de aula, o mapa sobre o planejamento de ensino. Outro impacto significativo foi identificar, numa das avaliações realizadas, a competência de produção e leitura de um mapa sobre um tema em estudo. Considerações finais: O uso da construção do conhecimento através de mapas conceituais oportunizou identificar aqueles/as que não conseguiram alcançar os objetivos esperados no trabalho com essas ferramentas. Parte deste grupo demonstrou dificuldade de lidar com a ferramenta do CmapTools, alguns justificando não ter computador, outros informando que achavam muito difícil. Esse limite apontava também a dificuldade que alguns tinham de chegar mais cedo e usar os recursos disponíveis no Centro de Informação.

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PIBID/UNIPE: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA COM ATIVIDADES NA NATUREZA

Izabel Lamenha | [email protected] Lígia Luís de Freitas | [email protected]

Silvana Nobrega Gomes | [email protected]

Introdução: O Programa Institucional de Bolsas e Iniciação à Docência- Pibid/UNIPE vem sendo desenvolvido há três anos e seis meses, em 05 escolas de João Pessoa, com uma média de 30 bolsistas por semestre, do curso de Licenciatura em Educação Física do UNIPE. O objetivo do programa é promover e possibilitar a construção do saber experiencial para os discentes do curso de licenciatura relacionado com a produção e reflexão do conhecimento cientifico, através da prática da docência na escola. A atividade de bolsista impõe a capacidade de planejamento, elaboração e execução de aulas, uma vez por semana, em uma das escolas cadastradas no programa. Além disso, o bolsista deve participar das reuniões de planejamento quinzenal (Planejamento Colaborativo), estudando os temas em foco, através de metodologias ativas e também participando de oficinas de treinamento. Nessas reuniões, os alunos são provocados a reflexionar, criticar e (re)inventar formas, métodos e conteúdos de Educação Física aplicáveis à realidade da escola. Recorrentemente as temáticas sugeridas fogem do convencional objetivando levá-los a sair da zona de conforto, para um ensino com significado. Os primeiros temas trabalhados foram: Atividade Circense, Dança na escola, Atividades na Natureza e Estetização e Saúde. Atualmente estamos desenvolvendo os seguintes temas: Jogos cooperativos, Jogos de rebater e Jogos da escola. Nesse relato objetivamos apresentar o trabalho de formação feito com os bolsistas Pibid, a fim de prepará-los para o exercício da docência na educação básica. Descrição da experiência: O processo de preparação do grupo para a temática das Atividades

na Natureza focou num trabalho sensorial, de aguçamento dos sentidos, na relação direta com o meio ambiente. A condução aconteceu nos jardins da reitoria do UNIPE. Inicialmente, a turma foi convidada a ficar descalça e em duplas deveriam experimentar o espaço, ver e sentir a natureza com o corpo, com todos os sentidos possíveis, numa atividade inicialmente individual e logo em seguida em duplas, sendo uma pessoa totalmente de olhos vendados, permitindo-se ser guiada pelo colega na exploração do ambiente que deveria ser percebido com todos os sentidos possíveis. Depois da experiência prática e estética, a turma foi convidada a compartilha na roda de discussão as suas percepções, os medos, os desafios, os limites e as possibilidades diversas que um trabalho com os sentidos potencializa. Impactos: A partir dessa experiência sensorial e estética, das leituras sugeridas, os bolsistas relataram o quão rico e significativo esse poderia ser para os alunos na escola. A ação de sensibilização e vivência gerou um conjunto de intervenções, a exemplo do Parhur, da corrida de orientação, da caminhada e pedaladas ecológicas, slack-line e outros esportes na natureza. Os temas como sustentabilidade, reciclagem, cuidados com o meio ambiente estiveram presentes nas discussões e reflexões durante as aulas de educação física nas escolas. Considerações finais: Foi perceptível o crescimento dos futuros professores, e como eles foram impactados através de metodologias ativas fazendo-os refletir sobre os conteúdos e métodos, a ponto de recriar suas aulas, tornando-as significativas e motivantes, tornando muito mais divertida a aprendizagem dos alunos.

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PROCESSO DO CUIDAR EM ENFERMAGEM: vivência da construção do conhecimento a partir de

situação-problemaRonny Anderson de Oliveira Cruz | [email protected]

Introdução: As metodologias ativas de ensino estão alicerçadas em um princípio teórico significativo que é a autonomia. Assim, utiliza a problematização como estratégia de ensino-aprendizagem, com o objetivo de alcançar e motivar o discente, pois diante do problema, ele se detém, examina, reflete, relaciona a sua história e passa a ressignificar suas descobertas. Para além desses aspectos e á luz dos pressupostos da aprendizagem significativa, aponta a aprendizagem enquanto um processo cognitivo e baseando-se na premissa de que existe uma estrutura na qual organização e integração de aprendizagem se processam. Este relato tem como objetivo descrever a experiência docente através da aprendizagem por meio de situação-problema na disciplina de Fundamentos do Processo de cuidar em Enfermagem. Descrição da experiência: A disciplina contempla os pressupostos teórico-metodológicos do processo de cuidar em enfermagem onde aborda entre os assuntos as Teorias de Enfermagem e a Sistematização da Assistência de Enfermagem, atividade obrigatória e que deve ser realizada em qualquer situação onde ocorra a realização de cuidados de enfermagem. Nesse contexto, ao término de cada aula era lançada uma situação-problema sobre o tema estudado onde deveria ser realizado o arco de Maguerez com vistas a procurar identificar

os problemas com maior relevância, refletir, teorizar e retomar na aula seguinte com propostas de solução. Os alunos eram divididos em grupos e tratavam da mesma situação-problema com a finalidade de ver perspectivas e diferentes formas de solução. Ficava então reservado dentre os três horários de aula, uma para essa atividade na forma de roda de conversa. Impactos: A aprendizagem por meio de situação-problema enquanto uma metodologia ativa favorece a reflexão crítica, e explicitação dos saberes prévios do grupo, a identificação de necessidades de aprendizagem e a construção de novos significados e saberes. É possível construir novos conhecimentos e desenvolver habilidades de gestão, pesquisa e assistência, além de contemplar o amadurecimento do ser discente na perspectiva de se perceber dentro de uma situação que poderá ser de fato vivenciada em um futuro próximo. Considerações finais: Há que se repensar e refletir acerca das contribuições do ensino centrado no aluno, sendo construído gradativamente com a facilitação do docente. Mesmo vivenciado dificuldades de articulações em sala, relações difíceis entre alunos e ate mesmo a falta de responsabilização ou co-gestão, as atividades desenvolvidas, constituíram experiências fundamentais para que mudanças mais profundas possam ocorrer.

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PROJETO APLICATIVO POSSIBILITANDO EXPERIÊNCIAS DA FISIOTERAPIA NA GESTÃO NOS

DIVERSOS SERVIÇOS DE SAÚDERachel Cavalcanti Fonseca | [email protected]

Introdução: O desenvolvimento de projetos integradores no âmbito dos cursos do Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ tem como finalidade promover aprendizagem de forma interdisciplinar, ampliando a capacidade do aluno para relacionar, selecionar, organizar, priorizar, analisar e sintetizar temas e abordagens relevantes à sua formação. No sétimo período, a temática integradora é denominada gestão e planejamento aplicativo nos três níveis de atenção em Saúde. Neste período, o projeto integrador foi construído por meio das experiências vivenciadas pelos alunos durante as visitas técnicas aos serviços de saúde nos três níveis de Atenção em Saúde, envolvendo a rede de saúde do município de Cabedelo- PB. O projeto Aplicativo busca o desenvolvimento de capacidades para intervenção e transformação da realidade, gerando projetos reais (projetos aplicativos ou PA) os quais buscam serem: potentes, viáveis e factíveis. O instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês tem utilizado nas suas práticas educacionais a fim de permitir a integração entre a teoria e a prática e entre o mundo do trabalho e da aprendizagem Descrição da experiência: Neste semestre, o projeto integrador inseriu o projeto aplicativo associado ao plano de ação estratégico, possibilitando aos alunos além das visitas técnicas e análise dos problemas encontrados, a capacidade de intervirem no problema por meio de estratégias viáveis e com a participação de toda a equipe de profissionais

que atuam no serviço de saúde analisado. As etapas percorridas compreenderam: autorização do gestor para a realização da pesquisa; visita ao local e diálogo com os profissionais; aplicação do instrumento; análise dos problemas de cada serviço através de um roteiro de entrevista semiestruturado; reunião com a equipe e docentes responsáveis pela atividade; seleção do problema a ser solucionado; construção do caminho metodológico para aplicar o projeto no local; intervenção do projeto aplicativo junto aos profissionais de saúde; reflexão da intervenção entre alunos de cada equipe e seus docentes responsáveis Impactos: Durante toda a construção do projeto integrador através da inserção da aplicabilidade, observou-se uma maior participação dos discentes e docentes no envolvimento da atividade proposta, bem como, interação e motivação dos profissionais de saúde e gestores dos serviços avaliados. Outro aspecto percebido foi à presença da liderança e trabalho em equipe entre os atores envolvidos nesta construção Considerações finais: No sentido de ampliar o potencial de produção de mudanças, é fundamental que as propostas de intervenção atendam requisitos de viabilidade em sua concretização. Para tanto, o projeto aplicativo contribuiu para o desenvolvimento do pensamento estratégico, para uma análise qualificada dos contextos que envolveram as práticas de saúde e, em especial, o processo de trabalho e gestão em saúde.

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PROJETO INTEGRADOR UBTECH TI: desenvolvendo startups para cidades inteligentes

Felipe Soares de Oliveira | [email protected] Thatyana Carla Dias Guerra | [email protected]

Introdução: O Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ tem como premissa que a integralização da carga horária dos cursos de graduação deve se desenvolver por meio do trabalho efetivo discente sob orientação do docente em meio às bases teóricas e práticas previstas no Projeto Pedagógico de cada Curso - PPC. As formas de integralização da carga horária destinada às unidades curriculares dos cursos de graduação ofertados pelo UNIPÊ são requisitos essenciais para conclusão dos respectivos cursos, conforme estabelecem as Resoluções CNE/CES nº 02/2007, 3/2007 e 04/2009 e a Resolução CONSEPE Nº 88/2009. O desenvolvimento de Projetos Integradores no âmbito dos cursos do UNIPÊ tem como finalidade promover aprendizagem de forma interdisciplinar, para que o estudante amplie sua capacidade de relacionar, selecionar, organizar, priorizar, analisar e sintetizar temas e abordagens relevantes à sua formação pessoal, profissional e cidadã, tendo em vista romper com a compartimentalização do conhecimento para uma compreensão totalidade. A interdisciplinaridade visa relacionar as unidades curriculares em atividades, projetos de estudo, pesquisa e ação, tornando-se uma prática pedagógica e didática adequada aos objetivos de cada curso. A carga horária destinada aos projetos integradores complementa a carga horária operacionalizada em sala de aula para as unidades curriculares de cada curso. O presente relatório visa discriminar a operacionalização do(s) Projeto(s) Integrador (es), a partir de sua metodologia, ações, avaliação e resultados. No semestre 2017.1 os alunos desenvolveram projeto na área de Cidades Inteligentes. Descrição da experiência: Os alunos desenvolveram as seguintes atividades: a. Criação de um Hotsite para apresentar as produções: esta atividade possibilita ao aluno o desenvolvimento de competências e habilidades

relacionadas ao desenvolvimento web e design; b. Desenvolvimento do modelo de negócios para o produto usando uma proposta baseada no Lean Canvas: esta atividade possibilita ao aluno o desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas à modelagem ágil de negócios, a análise de competidores e empreendedorismo. c. Desenvolvimento da modelagem do produto usando Mockups (protótipos de interface): esta atividade possibilita ao aluno a realização da análise de requisitos para o produto proposto e o desenvolvimento de protótipos de interface; d. Implementação de um MVP (Minimum Viable Product) passível de testes: esta atividade possibilita que os alunos desenvolvam competências e habilidades relacionadas a várias linguagens de programação, banco de dados, construção de interfaces, entre outras; e. Elaboração de um relatório apresentando o resultado do trabalho. Impactos: O trabalho trouxe impactos significativos no que tange o perfil do egresso, onde cada vez mais tecnologias como estas abordados no PI estão em destaque. Além disso, aspectos relacionados à investigação e o processo de resolução de problemas são considerados atitudes importantes no profissional moderno, dentre os principais pontos considerados importantes na formação: a) Aprendizado de novas tecnologias; b) Pensamento empreendedor; c) Incentivo aos alunos para o desenvolvimento do espirito investigativo ao implementar os projetos de forma autônoma; d) Incentivo aos alunos ter um pensamento capaz de resolver problemas. Considerações finais: Consideramos o resultado do Projeto Integrador aplicado em 2017.1 como sendo uma abordagem exitosa, que apresentou resultados interessantes tanto do ponto de vista da formação acadêmica quanto em relação ao aspecto motivacional.

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PROJETO URBANO AMBIENTAL V - PUAVChristiana Nicolaou Rosendo Ferreira | [email protected]

Deborah Padula Kishimoto | [email protected] Rui Vanderlei Rocha | [email protected]

Introdução: Pretendemos apresentar neste trabalho os resultados obtidos na disciplina Projeto Urbano Ambiental V - PUA V, cujo objeto de estudo é o espaço urbano e suas possíveis expansões, fragilidades e potencialidades em cidades com até cem mil habitantes, classificadas pelo IBGE como cidades médias. Foram trabalhadas diferentes metodologias ativas para desenvolverem os produtos de avaliação deste semestre. Vale ressaltar que o cenário pré-estabelecido, inicialmente, não era favorável a inovações, pois foi a primeira vez que a disciplina ocorreu no Curso de Arquitetura e Urbanismo e as turmas inaugurais são do nono período, as mesmas que irão realizar o ENADE 2017 entre outras necessidades dos alunos. Descrição da experiência: Iniciamos o semestre propondo um nivelamento e uma revisão sobre todas as teorias desenvolvidas nas disciplinas anteriores, o que trouxe à tona as dificuldades e deficiências dos alunos. Propõe novas discussões e a apresentação de um leque de novas referências bibliográficas que aproximam os alunos de uma discussão mais ampla, densa e atual sobre os temas trabalhados. Essas novas referências, servem também como base para o que eles estão trabalhando no TCC I e irão trabalhar em TCC II. Nessa primeira etapa desenvolvemos debates, seminários e avaliação com questões objetivas e discursivas. Já na segunda unidade, trabalhamos com uma nova metodologia apoiada em COSTA (2010), que analisa o espaço urbano através de uma metodologia ativa, que realiza um diagnóstico através de imagens dialéticas e vídeos documentários desenvolvidos pelos próprios alunos. Esse trabalho é lúdico e associa os conceitos e teorias abordados na primeira unidade, com essa relação o aluno visualiza

na prática o que os diferentes autores tratam. O resultado do que foi construído com a associação das duas primeiras unidades irá repercutir e ajudar a construir um diagnóstico do espaço urbano e propor possíveis soluções para as melhorias da cidade trabalhada. A disciplina conclui e culmina com uma apresentação e defesa das propostas para um gestor público. Impactos: Ocorreram resistências e descompassos de entendimento dos alunos em relação à implantação de mais uma disciplina de projeto urbano ambiental. Isso ocorreu devido à complexidade do tema e a disciplina ser desenvolvida em paralelo a outras disciplinas também de alta complexidade, tais como: Projeto Arquitetônico VII e TCC I. Foi necessário estruturar um cronograma dinâmico e didático, a partir de debates e leituras programadas, diminuindo a carga de pesquisas e desenhos projetuais extraclasses. No entanto o que foi produzido dava suporte para os outros trabalhos desenvolvidos pelo discente. Considerações finais: Esta disciplina possui um forte potencial a ser trabalhado na multidisciplinaridade, por isso a oportunidade de apresentar na SAPIENS poderá agregar outros cursos a quererem desenvolver a disciplina em conjunto. Conseguimos nas três avaliações identificar as fragilidades e conduzir os alunos em suas potencialidades garantindo resultados de qualidade, além de propostas e diretrizes de intervenção consideráveis para uma secretaria de desenvolvimento urbano. Portanto, como professores da disciplina, gostaríamos de mostrar a construção do trabalho, dividir os conceitos trabalhos e aguardar contribuições inovadoras para os próximos cinco anos dessa disciplina.

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PROPOSTA DE MELHORIA NO ENSINO DE ARQUITETURA E URBANISMO BASEADA NA APLICAÇÃO

DO INVENTÁRIO DE KOLBDeborah Padulah Kishimoto | [email protected]

Kelly Christine Silva de Lima | [email protected]

Introdução: O ensino de arquitetura e urbanismo é realizado por meio de orientações em trabalhos práticos aliados a conteúdos teóricos. Neste universo de aprendizagem cada docente aplica sua maneira de ensino nos trabalhos práticos e teóricos, fator que por vezes pode ser incompatível com a percepção dos alunos. O inventário de Kolb apresenta uma possibilidade de identificação dos estilos de aprendizagem de cada aluno, sendo um ótimo aliado ao desenvolvimento de competências e habilidades, através da melhor seleção de estratégias de ensino. Desta forma, o objetivo deste estudo foi o de aplicar o inventário de estilos de aprendizagem de Kolb em alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo, como forma de auxiliar na seleção de estratégias de ensino para as unidades curriculares. Descrição da experiência: A experiência consistiu na aplicação do instrumento, identificação do perfil de aprendizagem e na divulgação dos resultados para os docentes da unidade curricular, para a melhor seleção de estratégias de ensino. Foram cumpridas as etapas: (1) amostragem por conveniência. Neste

caso, foram selecionados os alunos do nono período do curso, que farão o ENADE 2017; (2) aplicação dos inventários de Kolb com cada sujeito; (3) tabulação, análise e interpretação dos dados, fornecendo os resultados aos docentes da unidade curricular Planejamento Urbano e Ambiental V. Foram utilizadas na análise, a estatística descritiva e algumas publicações de referência para análise qualitativa. Impactos: Os impactos deste estudo puderam ser percebidos com a aplicação prática na unidade curricular Planejamento Urbano e Ambiental V do curso de Arquitetura e Urbanismo, em que a seleção de metodologias de ensino baseadas no inventário de Kolb, proporcionou uma melhoria na qualidade do ensino-aprendizagem. Considerações finais: Este estudo demonstrou que o uso desta ferramenta, o inventário de Kolb, pode ajudar no melhor desenvolvimento de metodologias para o aumento da qualidade do ensino. Foi possível perceber no decorrer deste estudo a potencialidade da junção do conhecimento sobre os estilos de aprendizagem e a orientação na seleção de estratégias de ensino.

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RELATO DE EXPERIÊNCIA: o desafio de inclusão proposta por alunos surdos com o glossário de moda em libras

Lucyana Azevedo Xavier | [email protected] Maura Carneiro Maldonado Mousinho | [email protected]

Suellen Silva de Albuquerque | [email protected] Victoria Fernandez Bastos | [email protected]

Introdução: O presente resumo apresenta o relato de experiência na orientação do Trabalho de Conclusão de Curso de um aluno surdo do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda do Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ, no sentido de registrar o processo desenvolvido como boa prática no ensino, inclusão e inovação na IES. O trabalho do aluno objetivou o desenvolvimento de um Glossário de Moda com Sinais em LIBRAS para o auxílio do ensino e aprendizagem de alunos surdos do curso de Design de Moda. A iniciativa surgiu da dificuldade enfrentada pelos próprios alunos surdos do curso, pois, na formação em Design de Moda há uma diversidade de palavras técnicas que os alunos precisam compreender, tendo em vista esse contexto surgiu à necessidade de criar sinais adequados para os termos utilizados pelos docentes durante as disciplinas visando facilitar o aprendizado do aluno surdo produzindo um Glossário de termos técnicos em Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. Percebe-se que este processo motiva o aluno nos estudos e consequentemente no seu crescimento profissional, lhe proporcionando conhecimento e estimulando sua criatividade. Neste resumo descrevemos o caminho percorrido para a estruturação do Trabalho de Conclusão de Curso, a adequação do formato, os desafios e os resultados alcançados. Descrição da experiência: O Curso Superior Tecnológico em Design de Moda do UNIPÊ, apesar de teórico-prático, tem por natureza o desenvolvimento das competências e habilidade práticas previstas no Projeto Pedagógico do Curso, em consonância com as diretrizes do MEC. Dessa forma, o Curso optou pela modalidade de Projeto Aplicativo, conforme Resolução nº. 37/CONSEPE. Sendo que os concluintes deveriam apresentar no TCC o desenvolvimento de uma Coleção de Moda com foco em vestuário e prototipando no mínimo cinco looks. Acreditávamos que apenas desta forma teríamos a certeza de estar lançando ao mercado profissional com todas as competências requeridas. Entretanto, nosso entendimento a respeito deste componente, foi colocado à prova quando os alunos surdos chegaram à etapa de conclusão. Apesar de todo apoio da IES com a disponibilização de intérprete em Libras, durante aulas e a orientação individual, desenvolver o projeto aplicativo com alunos surdos já era um grande desafio, principalmente para os alunos surdos, que tem a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como sua língua mater. Não bastando o desafio dos

docentes para orientação destes trabalhos, um dos alunos propôs como TCC, o desenvolvimento de um Glossário de Moda com Sinais em LIBRAS para o auxílio na aprendizagem dos alunos surdos. Neste momento foi necessário a Inovação Acadêmica, para estruturar uma metodologia de trabalho que permitisse a execução do projeto, pois, não poderíamos exigir um projeto pautado nas Normas ABNT o que não seria coerente com o processo de inclusão, uma vez que o idioma conhecido por eles é LIBRAS. Para atender a demanda especifica foi sugerida a atualização do Manual de TCC, permitindo flexibilizar o modelo de relatório para alunos com necessidades especiais. A criação do Glossário de LIBRAS surgiu por não existir sinais específicos na área de moda, dificultando a compreensão de alguns termos usados nas aulas. O primeiro desafio enfrentado foi à falta de uma metodologia especifica para ser seguida, sendo assim partimos da identificação do problema, guiados pela experiência dos alunos surdos. Identificamos os componentes curriculares que mais possuíam termos técnicos, seguido de um processo de análise e síntese houve a delimitação do estudo, foram selecionados os componentes de Modelagem, Moulage e Tecnologia Têxtil para o desenvolvimento dos sinais, sendo este um recorte inicial, pretende-se dar continuidade ao estudo futuramente na criação de sinais para os demais componentes do curso. O processo seguiu pela pesquisa bibliográfica, no entendimento sobre o universo da Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS), além da seleção e conceituação dos termos, em língua portuguesa. A etapa final, criativa, se deu pela definição dos sinais partindo da associação de movimentos e pontos de articulação de mão. Os sinais criados foram registrados por meio fotográfico e dispostos em cartões físicos e virtuais, que contém: termo, conceito, ilustração e sequência de fotos com o passo-a-passo para execução do sinal. Impactos: A elaboração dos sinais relacionados a área da moda visa além de proporcionar o acesso a alunos surdos no curso de Design de Moda, facilitar a interpretação das aulas pelo profissional intérprete, bem como a comunicação entre alunos surdos, alunos ouvintes e docentes no que diz respeito às aulas e trabalhos teóricos e práticos. Também para que os alunos ouvintes da graduação possam ampliar seus conhecimentos, aprender os sinais e como possibilidade de atuação no futuro conquistar possivelmente uma parcela de clientes surdos promovendo desta forma a socialização e inclusão.

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Portanto, o TCC desenvolvido, propôs a solução de uma problemática, em uma intervenção específica, aplicada a uma questão real diagnosticada em contexto educacional, que poderá ser ampliado para o cenário empresarial, atendendo as demandas reais do mercado na área da moda (indústria e comércio). Considerações finais: Enquanto docentes somos desafiados diariamente a pensar em novos caminhos, porém apenas após a experiência percebemos o quanto ainda temos que nos reinventar, inovar no processo do ensino e ser flexíveis as demandas que os discentes nos apresentam. Neste contexto tivemos o privilégio de conviver com alunos surdos ativos, ou como eles mesmos se denominam

Surdos, com S maiúsculo, como definição de Surdo Ativo. Eles nos proporcionaram vivenciar uma nova forma de ensino, de enxergar o desenvolvimento de competências e habilidades teórico-práticas de uma forma inovadora e de forma inédita no Curso de Design de Moda. Tornando este produto final, o Glossário de Moda em LIBRAS, uma referência para outras IES e abrindo caminho para os novos discentes. Os cartões foram impressos e estão divulgados em um website (https://carpinteroingrid.wixsite.com/glossariodemoda), no formato de blog, com o intuito de divulgar o glossário para toda a comunidade surda e demais interessados.

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SALA DE AULA: patrimônio em si

Mirella de Almeida Braga | [email protected]

Introdução: Ao pensar no papel docente em sala de aula, e fora dela também, enquanto agente em movimento, devemos pensar nos conceitos deixados por Paulo Freire. Freire criticava a ideia de que ensinar é transmitir saber, pois para ele a missão do professor era possibilitar a criação ou a produção de conhecimentos, usar o cotidiano e refletir sobre o mesmo logo seria as condicionantes do sucesso intelectual. Ciente dessa premissa freiriana comungo da concepção que o aluno necessita das condições para o auto aprendizado e reflexão, e nós enquanto docentes devemos ser o grande estímulo para tal. Descrição da experiência: Não há verdade absoluta nos conteúdos, logo, facilitar a compreensão/visualização do que aprendeu na teoria por meio de visitas técnicas, no meu caso, fazendo o aluno de

Arquitetura e Urbanismo refletirem sobre a cidade de João Pessoa e o processo de identidade vinculado a ela, utilizando o Centro Histórico como base, através das disciplinas de Estudos da Antropologia e Sociologia Urbana, é antes de tudo ativar a cidadania e o cuidado com o patrimônio histórico-cultural edificado e espiritualizado. O sujeito da criação intelectual é coletivo. Impactos: alunos refletem através da escrita de um diário de campo seu processo de ligação social (identitária) com a cidade de João Pessoa. Considerações finais: Assim, somos enquanto docentes, um pouco dos nossos alunos, e vice-versa. Temos a criação das relações afetivas e democráticas e com isso garantimos a todos a possibilidade de se expressar. Aprender e refletir, sempre.

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SALA INVERTIDA ATIVANDO A APRENDIZAGEM: um relato de experiência envolvendo a fisioterapia na

atenção básicaEleazar Marinho de Freitas Lucena | [email protected]

Juliana Abath Nunes Cananéa | [email protected] Juliana da Costa Santos Pessoa | [email protected]

Rachel Cavalcanti Fonseca | [email protected] Rafaela Nóbrega Gerbasi | [email protected]

Introdução: Em síntese, a sala de aula invertida (Flipped Classroom) trata-se de uma abordagem pela qual o aluno assume a responsabilidade pelo estudo teórico e a aula presencial serve como aplicação prática dos conceitos estudados previamente. A partir dos anos 2010, as escolas de Educação Básica e Superior passaram a adotar essa abordagem, sala de aula invertida, modelo que tem suas raízes no ensino híbrido. Este ensino envolve uma combinação dos recursos e dos métodos usados face a face e online, com a qual se procura tirar partido das vantagens de qualquer um dos dois sistemas de aprendizagem. Dentro do ensino híbrido, a sala de aula invertida ͞ emerge como técnica usada por professores tradicionais para melhorar o engajamento dos estudantes. Esta metodologia prevê o acesso ao conteúdo antes da aula pelos alunos e o uso dos primeiros minutos em sala para esclarecimento de dúvidas, de modo a sanar equívocos antes dos conceitos serem aplicados nas atividades práticas mais extensas no tempo de classe. Não existe um modelo único de inversão, em aula o professor pode guiar atividades práticas diferentes ou possibilitar que alunos trabalhem em tarefas diferentes simultaneamente; que trabalhem em grupos ou individualmente ou ainda que sejam avaliados, quando se sentem preparados. Descrição da experiência: Pensando na ativação da aprendizagem, os docentes do componente Estágio Supervisionado I- Fisioterapia na Atenção Básica selecionou esta metodologia no segundo estágio para discutir a temática Fisioterapia na Atenção Básica com o foco no Núcleo de Apoio a Saúde da

Família- NASF, por meio da leitura prévia de artigos científicos atuais. Inicialmente, foi enviado aos alunos por meio do Ambiente Virtual da aprendizagem – AVA artigos sobre duas experiências envolvendo o NASF com descrição da tarefa que eles precisavam realizar em casa e que serviria para uma atividade a ser realizada em sala cinco dias depois, com pontuação para a avaliação do segundo estágio. Na sala de aula, os alunos foram divididos em seis grupos com seis participantes, mediante os campos de prática nas Unidades de Saúde da Família. Após a organização do grupo, os discentes conversaram entre eles sobre o que tinham encontrado nos artigos, por um período de 20 minutos. Os docentes após o tempo determinado projetaram quatro questionamentos para que eles discutissem por 20 minutos entre eles. Posteriormente, cada equipe apresentou na plenária as respostas construídas, finalizando com as falas dos professores sobre a temática. Impactos: Durante toda a construção das etapas desta metodologia, os alunos se mostraram interessados e participativos. No momento da apresentação oral das equipes, as respostas foram contextualizadas com a realidade vivenciada nas suas práticas, comparando com os resultados encontrados nos artigos selecionados. Considerações finais: As metodologias ativas facilitam a aprendizagem significativa e deve ser utilizada sempre que possível nas aulas dos cursos de saúde, principalmente para permitir o desenvolvimento de competências e habilidades exigidas pelo curso no seu projeto pedagógico, tornando o aluno agente ativo no seu processo de aprendizagem.

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SERIA A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA UM ESPAÇO APRENDIZAGEM PARTICIPATIVA?

uma experiência em saúdeAmanda Cristiane Pereira da Silva | [email protected]

Jânia de Faria Neves | [email protected] Karolina Galdino Neves | [email protected]

Lucy Santos da Cunha | [email protected] Rayara Cássia dos Santos Evangelista | [email protected]

Introdução: A Extensão Universitária (EU) é um dos mais importantes articuladores do ensino-serviço-comunidade. Essa agenda estende-se para pensar a EU como um meio de transformação social, potencializando a formação discente e a qualificação docente através de propostas inter/transdisciplinares. Assim, as relações que se estabelecem entre os atores devem gerar benefícios para os envolvidos no processo e permitir estabelecer diálogos entre os saberes científicos e populares. Ao aprendente é dada a oportunidade de vivenciar a realidade da comunidade e, a partir disso, buscar soluções efetivas e partilhadas para a resolução desses problemas. Nesse sentido, a EU torna-se um espaço fecundo para uma aprendizagem participativa (AP), embora, nem sempre, esse seja o foco, já que há uma preocupação maior com a prestação de serviço, sem articulá-la com estratégias formativas intencionais. Descrição da experiência: O projeto de extensão Fisioterapia e Cuidados Paliativos no Câncer de Mama e Uroginecológico iniciou suas atividades em 2017.1. Os atendimentos acontecem terças e quintas-feiras e em dias pré-agendados para as discussões dos estudos de caso (GEC). O formato intencional utilizado para estruturar as atividades da EU se assemelha a estrutura do Problem Based Learning (PBL), pois se utiliza de situações problemas (SP) que surgem no cenário de prática, por demandas apontadas pelos extensionistas ou pacientes, para disparar as ações. A cada terça-feira uma roda de conversa é realizada para definir a SP alvo das ações de intervenção e, a partir de brainstorming elabora-se um roteiro para estruturar plano de metas e estratégias (PME) capaz

de resolver a SP definida. Na semana seguinte, esse PME completo é apresentado pelo grupo que, através de uma roda de conversa o discute para realizar possíveis ajustes, fazer a divisão de tarefas e, em seguida, aprovar. A cada tarefa executada se reavalia, através de rodas de conversa com pacientes e extensionistas, os efeitos dessas ações que, ou confirmavam ser suficientes para resolver as SP, ou revelam a necessidade de repensar novas formas de solucionar os entraves encontrados. Uma avaliação final de processo é realizada ao término do semestre letivo para avaliar o impacto dessas estratégias somadas. Impactos: Os impactos mais substanciais observados se relacionam ao perfil e identidade profissionais e a mudança no cuidado prestado, com uma maior independência do extensionistas e capacidade de pensar em saúde e doença de maneira ampliada. A estratégia permite ao aluno dialogar com as pacientes e, a partir de suas realidades, propor intervenções que se ancoram em reflexões que geram transformação social. Considerações finais: A partir da avaliação do processo, percebe-se como esse tipo de estruturação de uma EU renova a forma de se compreender e exercer a docência e a formação curricular. Paralelamente, faz emergir um cenário com alta capilarização de oportunidades de aprendizagem, respeitando a pluralidade de cada ator inserido no processo de ensino e aprendizagem. Isso fica ainda mais fácil de ser atingido considerando que nesse tipo de EU não há um formato pré-definido. O resultado é a formação de consciência ética e de um perfil de egresso ativo, resolutivo e com potencial para realizar mudanças efetiva junto à comunidade.

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TECNOLOGIAS VIRTUAIS: compreensão da cinesiologia por meio de

aplicativos digitaisAliceana Ramos Romão de Menezes Araújo | [email protected]

Leonildo Santos do Nascimento Júnior | [email protected] Nícia Farias Braga Maciel | [email protected]

Introdução: A Cinesiologia trata-se do estudo do movimento, permitindo a compreensão de princípios físicos que agem sobre o corpo humano. Favorece a manipulação e organização das forças vetoriais para melhorar o desempenho físico, biomecânica corporal ou postura do indivíduo. Dentre suas áreas de pesquisa, estão à cinética e a cinemática, sendo que essa última tem uma abordagem do movimento na perspectiva de tempo e espaço. Para estudá-las, pode-se fazer uso de tecnologias virtuais, que são novas vertentes de comunicação e interação, pois auxiliam no processo de ensino aprendizagem, na medida em que estimulam a atual geração, que é bastante conectada as mídias sociais, ao desenvolvimento de competências e habilidades tecnológicas em uma prática psicopedagógica. Descrição da experiência: Tendo em vista a necessidade de fomentar conhecimentos cinesiológicos aos discentes do terceiro período de Fisioterapia do Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ e compreendendo a dificuldade prévia em assuntos inerentes aos fundamentos da Física, foi inserida na disciplina Cinesiologia e Biomecânica uma nova dinâmica, com o olhar direcionado para as metodologias ativas. Assim, implantou-se como atividade, as avaliações cinemáticas por meio do aplicativo digital Technique-Ubersense, de fácil acesso e disponível em smartphones. Assim, os alunos aprendiam o

conhecimento teórico e em seguida, se direcionava para a prática. Nesse momento, eram aplicados marcadores visuais para facilitar a percepção das estruturas osteomioarticulares e ajustavam-se os posicionamentos dos discentes avaliadores e avaliados. Foram desenvolvidos movimentos funcionais em diferentes segmentos corporais, a saber: descer um degrau, realizar um agachamento, arremessar uma bola. Concomitantemente a isso, captaram-se os registros em vídeos. Por fim, com auxílio do aplicativo, foram interpretados os ângulos articulares, com o escopo de detectar disfunções articulares, discinesias e instabilidades posturais. Impactos: Dessa forma, foram observados impactos positivos, haja vista que essa atividade proporcionou aos discentes uma forma diferenciada, dinâmica e prática de realização da cinesiologia clínica, estimulou a utilização de smartphones, com enfoque no estudo e na aquisição do conhecimento técnico, como também, incentivou os primeiros passos para o interesse em pesquisas e na fisioterapia baseada em evidências científicas. Considerações finais: Conclui-se, portanto, que essa dinâmica alia as tecnologias virtuais aos estudos práticos em sala de aula, tornando os dispositivos móveis de comunicação como uma ferramenta interessante de ensino aprendizagem.

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TEM GENTE QUE TRATA DOENÇAS, A GENTE CUIDA DE PESSOAS: mudanças na percepção discente sobre o fazer

fisioterapêutico a partir de uma extensão universitáriaAmanda Cristiane Pereira da Silva | [email protected]

Jânia de Faria Neves | [email protected] Lucy Santos da Cunha | [email protected]

Marina Oliveira dos Santos Lima | [email protected] Rayara Cássia dos Santos Evangelista | [email protected]

Introdução: As discussões sobre a formação em Fisioterapia têm se dedicado a potencializar estratégias formativas que estimulem os aprendentes a vivenciar experiências que os façam refletir sobre todas as necessidades dos doentes. Na prática, isso implica olhar o outro, inclusive, nas necessidades que extrapolam a formação e a identidade do profissional e, consequentemente, do alcance particular de sua atuação, o que fez alavancar conceitos como clínica ampliada, itinerários terapêuticos e projetos terapêuticos singulares. Essa premissa, embora já há muito defendida e constante nos currículos em saúde, tem dificuldade de ser executada na prática, ficando a formação sobre o fazer fisioterapêutico, muitas vezes, relegado ao assistencialismo utilitarista. O desafio posto a esse cenário é pensar em mecanismos para alavancar estratégias que possam orientar uma formação que gere um perfil de egresso com competência e habilidades necessárias para cuidar de pessoas ao invés de tratar doenças. Descrição da experiência: O projeto de EU Fisioterapia e Cuidado Paliativos no Câncer de Mama e Uroginecológico foi pensado para atender às necessidades da comunidade e estimular uma formação qualificada a partir de ações intencionais que nascem como eixo estruturante do projeto. As reflexões sobre a linha que separa o tratar do cuidar surgem a partir das avaliações fisioterapêuticas. Nelas as extensionistas precisam identificar, além das necessidades funcionais, outras necessidades de saúde ou sociais. Essas necessidades são organizadas no formato de situações problemas (SP) e discutidas em uma roda de conversa para encontrar as soluções. A partir das propostas que emergem, as pacientes são encaminhadas para

serviços dentro do próprio UNIPÊ ou da rede pública de saúde, em um sistema semelhante ao de clínica ampliada e projeto terapêutico singular. As avaliações de impacto são feita processualmente, sendo dada ênfase a como esse formato impacta diretamente na melhora das pacientes e de sua qualidade de vida. Se porventura as soluções propostas não forem suficientes para resolver as problemáticas encontradas, o processo é retomado com novas proposituras. Impactos: Os relatos informais e as práticas cotidianas das extensionistas revelam que uma diferença importante entre ouvir o conceito de cuidar e vivenciar o cuidado na prática. Nesses relatos aparecem menções sobre as diferenças entre pacientes crônicos e com doenças agudas, assim como com doenças potencialmente mortais. Há um destaque, adicionalmente, para as verbalizações que imputam ao fisioterapeuta a necessidade de pensar o cuidado entendendo o conceito ampliado de doença e de saúde, o que requer conseguir perceber os aspectos socioeconômicos, culturais e espirituais que envolvem o processo de cuidar, principalmente em pacientes com câncer. Em linhas gerais, o processo atinge o ponto fulcral do perfil do egresso que se almeja, por permitir diálogos e experiências que estimulam o trabalho em equipe multiprofissional, com foco na transformação social e na abordagem do doente e não da doença. Considerações finais: As perspectivas discutidas e apontadas nesse relato não se configuram como uma doutrina ou uma tentativa de sedimentar um único postulado para a formação em Fisioterapia, mas se apresentam como uma possibilidade de inserir, a partir da EU, a formação preconizada nas Diretrizes Nacionais Curriculares em Fisioterapia.

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USO DE ESTRATÉGICA LÚDICA E TEATRAL EM EXTENSÃO SOBRE PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS

Jaqueline Queiroz de Macedo | [email protected] Kaiana Coralina do Monte Villar | [email protected]

Ricardo Elias Ieker Canella | [email protected]

Introdução: O uso de drogas por crianças e adolescentes configura-se um problema tanto a nível nacional como internacional, mas poucos profissionais de cuidados de saúde, incluindo os de Enfermagem, e de ciências humanas, como de Direito, recebem educação e formação suficiente que os preparassem para enfrentar esses desafios crescentes em suas práticas. Descrição da experiência: Trata-se de relato de experiência sobre projeto de extensão interdisciplinar desenvolvido por professores dos cursos de Enfermagem, Direito e Teatro que implementou estratégia de intervenção educacional sobre a prevenção ao uso de drogas entre crianças e adolescentes, por meio de estratégia artística e uso de linguagem metafórica. O projeto desenvolveu uma estratégica lúdica e teatral para se abordar o tema da prevenção ao uso de drogas utilizando linguagem simbólica e figurada. A estratégia criada foi à encenação de uma peça contada a partir do universo da fábula nos espaços escolares. As ações do projeto de extensão foram efetivadas em escolas públicas com alunos do ensino fundamental II. As ações seguiam o roteiro a seguir: a. encenação da peça, em torno de 15min; b. não finalização do caso apresentado; c. discussão sobre o tema com os estudantes, de modo a refletir em torno dos elementos abordados na peça (local de uso das drogas, motivação para o uso, acesso às drogas, possibilidades de tratamento). O preparo para a encenação foi realizado com o suporte do professor de teatro Unipê, através do uso de jogos de improvisos. Impactos: Por meio da participação

neste projeto de extensão habilidades e atitudes expressivas e comunicativas foram desenvolvidas e vivenciadas, as quais são extremamente relevantes para correlacionar esta ação com os conhecimentos de diversos componentes curriculares dos cursos para ações de educação em saúde, debates e defesas de peças. Tais habilidades, aliás, vão além do universo da fala, possibilitando a aquisição de meios de discussão sobre o tema periclitante a que se refere o uso de drogas, por meio de linguagem que facilitou a aproximação com as crianças e adolescentes e introdução em seu meio de compreensão. Considerações finais: O uso dessa metodologia ativa promoveu ações de saúde escolar com foco na discussão do tema transversal de prevenção ao uso de drogas, com crianças e adolescentes, perpassando saberes de saúde, humanas e artes. A atenção, o envolvimento e a participação dos escolares foram critérios de avaliação que demonstraram a aquisição das metas do projeto; além disso, o desenvolvimento efetivo da proposta artística pela equipe do projeto de extensão demonstram a possibilidade de desenvolvimento de estratégias lúdicas e artísticas por equipes compostas por profissionais de diversas áreas. A consecução de habilidades desenvolvidas com o projeto contribuiu com a aquisição de objetivos relativos ao perfil do egresso dos cursos envolvidos, tais como o estabelecimento de parceria com diversos outros profissionais para atuarem em suas áreas de modo qualificado e com excelência.

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UTILIZAÇÃO DA MATRIZ DE CONSENSO NA ENSINAGEM EM FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL:

relato de experiênciaLuciana Maria de Morais Martins Soares | [email protected]

Introdução: Nos tempos atuais, muito se tem discutido sobre os novos modelos de ensino, e, de acordo com Limberger (2013) faz-se necessário repensar as metodologias de ensino utilizadas diariamente, a fim de se agregar maior conhecimento. Nesse contexto, Farias et al. (2015), reforçam que estudo de metodologias ativas (MA) vem se intensificando assim como o estabelecimento de novas estratégias que possam favorecer a autonomia do aprendente. Dentre as estratégias de MA a problematização emerge como estratégia de ensino-aprendizagem, que tem como objetivo alcançar e motivar o discente, uma vez que diante do problema, ele se detém, examina, reflete, relaciona a sua história e passa a redefinir suas descobertas, promovendo o seu próprio desenvolvimento (MITRE et al., 2008). A mudança no processo de ensino-aprendizagem é intensa, buscando o desuso dos métodos tradicionais de transmissão de conhecimentos, e nessa perspectiva, a aprendizagem ativa, segundo Rocha (2014), ocorre quando o aprendente não apenas ouve o assunto em estudo, mas também interage com o educador, falando, perguntando, discutindo, fazendo e ensinando, sendo estimulado a construir o conhecimento ao invés de recebê-lo de forma passiva do professor. Em um ambiente de aprendizagem ativa, o professor atua como orientador, supervisor, facilitador do processo de aprendizagem, e não apenas como fonte única de informação e conhecimento. Dentre os elementos que compõem as metodologias ativas devem-se considerar dois atores: o professor, que deixa de ter a função de ensinar, adquirindo a tarefa de facilitar o processo de aquisição do conhecimento; e o aluno, que passa a receber denominações em contexto dinâmico, tais como estudante ou educando. Deixando claro o ambiente ativo, dinâmico e construtivo que influencia positivamente a percepção de educadores e educandos (FARIAS et al. 2015). Na perspectiva de gerar problematização, Nogueira (2003) aborda a análise de pareto, mostrando que a função desta ferramenta é distinguir com clareza as causas fundamentais de um problema para otimizar o uso de recursos na solução de problemas. Tem como objetivo apresentar o relato de experiência da utilização da análise de pareto através de uma matriz de consenso na facilitação do processo de ensinagem em fisioterapia neurofuncional. Descrição da experiência: O presente trata-se de um relato de experiência durante a prática docente junto à unidade curricular Fisioterapia Neurofuncional do curso de Fisioterapia de uma faculdade particular

do interior do estado da Paraíba, realizado em Abril de 2017. A atividade proposta se chama Matriz de Consenso (MC) e foi idealizada para a discussão da utilização dos recursos fisioterapêuticos neurofuncionais junto a pessoas acometidas por Acidente Vascular Encefálico em processo de reabilitação a ser aplicado junto aos aprendentes do curso de Fisioterapia do 6º período de uma faculdade particular do interior do Estado da Paraíba. Para a implantação da atividade, elaborou-se um plano de aula sobre a temática, e dividiu-se da seguinte maneira: a) Aula 1, expositiva dialogada com suporte de slides elaborados pela docente e projetados com auxílio de um projetor multimídia; b) Aula 2, problematização através da exposição de um caso clínico referente ao estágio agudo, e outro, ao estágio crônico, distribuídos de maneira equitativa entre os aprendentes, sendo prosseguida pela atividade de MC. A MC foi estruturada da seguinte forma: 1) Apresentação de 10 questionamentos sobre procedimentos fisioterapêuticos neurofuncionais que envolvessem a cinesio, eletro, termo e fototerapia; 2) Os discentes deveriam responder aos questionamentos individualmente segundo uma escala dicotômica de sim ou não e justificar sua escolha; 3) Em seguida, todos aqueles que estivessem com o caso clinico de AVE agudo se dirigiram para uma sala para determinar o consenso acerca dos questionamentos, igualmente o fizeram aqueles com caso clínico de AVE crônico, 4) Análise e discussão dos resultados obtidos com suporte teórico das Diretrizes de Reabilitação para o AVE Agudo (RODRIGUES et al., 2012) e AVE crônico (TERRANOVA et al., 2012) da Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação, facilitados pela docente e monitora da unidade curricular. Impactos: A utilização de MA no aprendizado de fisioterapia neurofuncional permite que os aprendentes construam o próprio caminho atingindo competências que envolvem o conhecimento seguro e manejo adequado das informações compreendendo acima de tudo que a prática exige evidência científica, assim como valores atitudinais que ampliam a criticidade, capacidade reflexiva e o respeito a opiniões e experiências diversas. Considerações finais: Ressalta-se a necessidade de contínuas práticas e relatos de experiências de modo a apontar os melhores caminhos para se atingir os melhores potenciais humanos não só dentro dos muros das faculdades, mas verdadeiros cidadãos, comprometidos com a qualidade de cuidado e humanismo em suas ações.

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EXPERIÊNCIA PILOTO DE UMA REDE DE ASSISTÊNCIA A SAÚDE E CUIDADOS PALIATIVOS EM ONCOLOGIA NO

UNIPÊ: do “Insight” a concretudeJânia de Faria Neves | [email protected]

André Petraglia Sassi | [email protected] Lucy Santos da Cunha | [email protected]

Rayara Cássia dos Santos Evangelista | [email protected] Amanda Cristiane Pereira da Silva | [email protected] 

INTRODUÇÃO: As pesquisas que se voltam à análise da atenção à saúde em âmbito local, regional, nacional e mundial apontam para a vigência de sistemas com fragmentação da assistência. Esse formato é voltado, principalmente, para uma abordagem de pacientes em fases agudas ou com agudização de sintomatologias crônicas, ficando as estratégias de prevenção e de segmento de pacientes crônicos em segundo plano ou sendo realizadas de maneira precária ou sem planejamento adequado. Esse formato de assistência comumente se faz com serviços que não se comunicam ou que o fazem de maneira frágil, se refletindo na prestação de um cuidado descontínuo. Assim, nesse tipo de estruturação da assistência, o usuário é um agente passivo dentro do processo saúde e doença, a atenção primária não consegue atuar como elo de ligação entre os demais níveis de complexidade e há uma ênfase maior nos serviços que atuam tratando ou reabilitando, o que se traduz em altos custos ao Estado e uma baixa resolutividade na mudança ou estabilização de um perfil sanitário. A estratégia que vem sendo apontada como saída para corrigir tanto a origem quanto as consequências desse problema são as redes de atenção à saúde (RAS). Um conceito bastante difundido sobre as RAS é o de organizações poliárquicas compostas por serviços de saúde com alto grau de comunicação entre si e que tem como objetivo primordial a atenção contínua e integral aos usuários considerando todas as suas necessidades. Dentro da formação, as RAS vêm sendo muito discutidas conjuntamente com a estruturação dos projetos terapêuticos singulares (PTS) que, na ponta, tentam rastrear todas as necessidades dos usuários para potencializar os efeitos das ações. Como estratégia, o PTS surgiu junto ao movimento antimanicomial e a desospitalização de pacientes psiquiátricos. Nos últimos anos, contudo, esse conceito vem sendo aplicado na solução de casos complexos, em sujeitos com vulnerabilidades biológicas e sociais. Através do PTS é possível produzir e gerir o cuidado em saúde em uma perspectiva que leva em consideração as subjetividades do usuário dentro do conceito de clínica ampliada, ou seja, um cuidado feito por uma equipe interdisciplinar que impulsiona o protagonismo do doente e seus familiares na solução dos problemas adscritos. Assim, o objetivo

desse relato é descrever uma experiência piloto de estruturação de RAS para pacientes com câncer assistidas pelo projeto de extensão “Fisioterapia e Cuidados Paliativos no Câncer de Mama e Uroginecológico”. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: O projeto de extensão “Fisioterapia e Cuidados Paliativos no Câncer de Mama e Uroginecológico” iniciou suas atividades no semestre 2017.1. A estruturação do projeto foi feita de maneira intencional para oportunizar aos aprendentes do curso de Fisioterapia a experiência de vivenciar o processo de adoecimento de pacientes com câncer ginecológico e de mama e, a partir de suas necessidades, prestar os cuidados necessários. Paralelamente, havia uma demanda ociosa em lista de espera na clínica escola para esse público sem chance de incorporação em outros componentes curriculares. Uma das propostas desde a estruturação do projeto era a formação de uma rede integrada de assistência e cuidados paliativos em oncologia (RIACUPO) dentro do próprio UNIPÊ com ou sem ajuda de profissionais e serviços que não existem na instituição. A ideia central era que as pacientes pudessem ter assistência para as suas necessidades detectadas a partir da avaliação fisioterapêutica. Uma vez detectadas, as mulheres seriam encaminhadas para as clínicas escolas ou serviços do UNIPÊ, dentro de um sistema de referência e contra referência. Inicialmente, a parceria aconteceria com os cursos de Arquitetura e Urbanismo, Direito, Educação Física, Enfermagem, Engenharia Civil, Fonoaudiologia, Medicina, Odontologia e Psicologia, podendo ser expandido a outros a depender das necessidades percebidas pela equipe, pela mulher ou por sua família. Ao longo do semestre, as duas principais necessidades apontadas por elas referiam-se aos aspectos nutricionais após o câncer e os direitos previdenciários de pacientes oncológicos. Para dar encaminhamento ao que foi apontado por elas, foram convidados um profissional da área de Direito Previdenciário para ministrar uma palestra e uma nutricionista para uma roda de conversa seguida de um lanche acolhedor. Com o êxito observado, pretende-se expandir às estratégias para dentro dos muros da instituição já no início de 2017.2, de forma que o acesso ao que o UNIPÊ disponibiliza seja garantido em tempo hábil. Essa preocupação em

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facilitar esse acesso e partilhar os achados e ações faz-se considerando que o paciente oncológico e de cuidados paliativos não pode esperar, em virtude das características do seu processo de adoecimento. Um primeiro contato prévio com um curso foi realizado com Medicina em meados de maio de 2017. Nas quartas-feiras tem ocorrido o funcionamento do ambulatório de saúde da mulher. Dessa forma, firmou-se uma parceria para que as mulheres que realizam atendimento no projeto de extensão pudessem ser acompanhadas pelos alunos de Medicina e, ao mesmo tempo, as mulheres assistidas no ambulatório de saúde da mulher seriam encaminhadas para avaliação fisioterapêutica. Além desse sistema de gerenciamento, os casos de pacientes em comum seriam discutidos pela equipe que estivesse assistindo à mulher, em uma perspectiva interdisciplinar. As discussões iriam ocorrer integrando os alunos de Medicina e o docente responsável ao já existente grupo de estudos de casos (GEC) do projeto de extensão. Os encontros ocorreriam, inicialmente, a cada 15 dias ou uma vez por mês. Ao final de 2017.1 a docente responsável pelo projeto encaminhou à coordenação do curso de Fisioterapia uma carta convite para ser partilhada com os cursos que podem e desejam participar dessa rede. A função da coordenação seria a de intermediar o processo e divulgar oficialmente o desejo de formalizar a RIACUPO. A estratégia elencaria quais coordenações podem fazer essa parceria para que ela possa ser oficializada e, a partir disso, se discutir os fluxos dentro desse processo. Espera-se que até o final de agosto de 2017 essa etapa inicial seja concluída e a RIACUPO esteja em pleno funcionamento. IMPACTOS: Os impactos dos vínculos dentro da instituição ainda não podem ser estabelecidos, posto que eles estão em fase de construção. Contudo, há de se pensar a RIACUPO como uma agenda importante e um projeto piloto que pode ajudar na compreensão, execução, gestão e avaliação de uma RAS para todas as clínicas e serviços do UNIPÊ indistintamente. A proposta, no entanto, teve impacto na formação dos alunos e no seguimento dado às pacientes. Na perspectiva discente, as discussões que foram iniciadas sobre a rede e o PTS para as mulheres inseridas no projeto permitiram uma ampliação dos olhares das alunas com séria reflexão. Esse formato ajuda a repensar conceitos que, muitas vezes, ficam no plano teórico da formação, tais como as subjetividades do processo de adoecimento, o conceito popular de etiologia, a complexidade na construção dos itinerários terapêuticos, apenas para exemplificar. Paralelamente, os relatos das mulheres que estão incluídas ajudam a dar a dimensão de uma estratégia

como essa. Em uma roda de conversa ao final do semestre letivo, os relatos em uníssono destacavam de maneira esfuziante o quão acolhedor era estar inseridas em um serviço que tenta dar conta de todas as necessidades das mulheres em seus mínimos detalhes. Para elas, esse tipo de cuidado acaba se refletindo, inclusive, no enfrentamento da doença e no encorajamento para seguir o tratamento até o fim. Essa percepção do impacto do cuidado integral e de rede (mesmo que ainda incipiente) também acontece por essas mulheres que percebem como a abordagem das extensionistas é diferente. Em um relato particular, a mulher destaca que foram feitas a ela perguntas que nenhum profissional até então tinha feito e que depois, refletindo sobre isso junto à família, ela entendeu que o que a extensionista pretendia era descobrir que outras necessidades na rotina, nas atividades de vida diária (AVD) até mesmo na estrutura do seu domicílio ela teria. Em sua fala final, ela descreve esse tipo de assistência como cuidado, desvinculando-o etmológica e semanticamente de tratamento, em um processo longo de reflexão. Nessa partilha ela destacou o quão diferente é o profissional com essa capacidade e que via nas extensionistas um comportamento ético e resolutivo que ela acredita que todos os profissionais deveriam ter, sobretudo os que atuam junto às pacientes oncológicos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os caminhos para a produção de uma RAS para usuários com tantas necessidades e singularidades e dentro de uma instituição de ensino superior de grande porte não é uma atribuição fácil. Primeiro porque são muitos processos envolvidos nessas articulações. Segundo porque são muitos atores com formações distintas, conceitos particulares sobre o que é cuidado, quais os papéis do profissional, do doente e da família e, por fim, como lidar com a relação trabalho, tempo e demanda de pacientes quando se trata de um serviço de grande porte. Os desafios impostos, contudo, devem servir como estímulo à produção de novos conhecimentos, mas, principalmente, a uma profunda reflexão sobre o trabalho em equipe e a identidade profissional dentro de um formato de assistência à saúde que garante ao usuário uma maior resolutividade e aproximação com a autonomia e o seu protagonismo diante do seu processo de adoecimento. Paralelamente, uma formação que explore essas potencialidades, permite ao aprendente reconhecer suas limitações e enxergar as possibilidades dos outros membros que atuam dentro da equipe. Ao mesmo tempo, ajuda a munir o discente com competência e habilidades que o ajudarão na resolução de casos complexos e de serviços críticos.

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VÍDEO ETNOGRÁFICO E PRÁTICAS AVALIATIVAS SIGNIFICATIVAS: reflexões do estágio supervisionado em

educação física na escolaSílvia Azevêdo Sousa | [email protected]

Introdução: Objetivo descrever uma experiência de aprendizagem docente dos alunos do 5º período do curso de Licenciatura em Educação Física do Unipê, com produção de vídeos etnográficos e as repercussões em práticas avaliativas significativas Souza Jr (2011) e Darido (2012), pela compreensão de formação pelo viés de professor-pesquisador de acordo com Gomes-da-Silva (2009). A metodologia seguiu uma perspectiva colaborativa na relação tríade entre professoras-supervisoras, professores-estagiários e alunos do Fundamental II da Educação Pública Municipal. Os procedimentos didáticos para produção de imagens seguiram as orientações do projeto Inventar com a Diferença de Migliorin et al (2016). Descrição da experiência: A experiência exitosa da aprendizagem significativa para 10 professores-estagiários com o vídeo etnográfico, se deu pelos desdobramentos na produção de imagens das entrevistas com alunos do ensino básico, ao se inserir no campo de estágio (escola), assim como os alunos também puderam entrevistar os professores-estagiários, possibilitando uma teia de práticas significativas. Pela mediação na produção das imagens e nos grupos focais realizadas pelas professoras-supervisoras ao trazerem a reflexão e avaliação do que foi produzido, assim como posteriormente em sala de aula através do processo de edição e finalização do vídeo etnográfico, foi possível ampliar a percepção e reflexão sobre as aprendizagens docentes no que consiste avaliar, diagnosticar um campo de intervenção pedagógica. Impactos: Os impactos causados, em primeiro momento, foram de estranhamento por parte dos professores-estagiários devido à perspectiva tradicional de práticas pedagógicas de Educação Física na escola, a falta de algumas habilidades

com edição de vídeos. Houve dificuldades de implementação nos outros campos de estágio devido à falta de espaço para diálogo e planejamento das ações coletivas com outros professores-supervisores e pela ausência de um modelo institucional. Porém, o processo foi se tornando mais significativo, entre dois grupos de estágio (10 professores-estagiários) ao compreender esse fazer como uma possibilidade de instrumentalizar melhor para intervir em uma prática pedagógica e torná-la mais significativa para os sujeitos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Considerações finais: Acredito que o primeiro êxito foi pela sistematização de uma proposição prática pelos professores-estagiários ao adentrar em contexto escolar e assim obter informações ao diagnosticar, avaliar e intervir com mais propriedade e segurança. Também foi bastante significativo para mim enquanto professora da disciplina e supervisora apontar caminhos e possibilidades didáticas para formação docente em Educação Física. Acredito que esse processo só foi possível nos campos que eu e outra professora supervisionamos, por ambas ter tido clareza dos procedimentos e assim promover orientação adequada em todo processo. Acredito que algumas dificuldades de implementação em outros campos do estágio se deram devido à falta de um espaço de diálogo com os outros professores-supervisores, assim como pela falta de um modelo institucional para o estágio em licenciatura em Educação Física, apesar de saber que esse processo já vem sendo construído e encaminhado pela Comissão de Estágio Institucional - COESI. Os próximos passos a serem traçados será obter uma maior adesão.

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VIVÊNCIA E TROCA DE SABERES DA MONITORIA DE FARMACOLOGIA EM FONOAUDIOLOGIA:

relato de experiênciaAntonilêni Freire Duarte Medeiros | [email protected]

Josivânia Farias da Silva | [email protected]

Introdução: O projeto de monitoria é uma experiência oferecida ao discente que deseja auxiliar o professor em atividades de ensino na graduação. É um instrumento utilizado para estabelecer novas práticas e experiências aos discentes monitorados, além de servir como um reforço em assuntos dados pelo docente da unidade curricular, de forma a cooperar mutuamente discentes e docentes, beneficiando o ensino-aprendizagem. A monitoria expande a participação do discente em atividades institucionais, incentivando e despertando, através da prática de monitoria, o interesse pela docência. É importante que todas as unidades curriculares dos cursos de graduação contemplem monitor, mesmo as que não tenham alto nível de reprovação, pois ser aprovado na unidade curricular não significa que o discente tenha aprendido o assunto, e a vivência entre monitor e discentes pode garantir melhor rendimento e aprendizado, principalmente daqueles que, por algum motivo, sentem dificuldades. Este trabalho busca destacar a importância da prática de monitoria na unidade curricular de Fundamentos da Farmacologia no curso de Fonoaudiologia. Descrição da experiência: A vigência da monitoria foi durante o semestre de 2017.1 no curso de Fonoaudiologia do Centro Universitário de João Pessoa - Unipê. Foram realizadas atividades de monitoria com os discentes do terceiro período de forma que pudessem revisar assuntos previamente vistos em sala de aula. Tanto a revisão propriamente, realizada pela monitora, quanto à aplicação de questionários direcionados para a temática foram alternativas didáticas. Houve também momentos reservados para tirar as dúvidas relacionadas aos assuntos. Impactos: Os discentes, a princípio, sentiram dificuldades em entender os assuntos, mesmo em monitorias, por ser algo diferente do que eles viram no decorrer da graduação até o momento, pois a farmacologia era a unidade curricular que mais se diferenciava das demais elencadas na construção dos saberes. Assim, entender algumas patologias comuns da sociedade, de forma a conhecer como acontecem exteriormente, e dentro da proposta terapêutica da farmacologia, também interiormente, era uma descoberta por aula; ainda, o desafio de compreender como lidar com uma temática nova, que eram os medicamentos e seus respectivos fármacos específicos para cada patologia, era algo muito recente no tocante ao conhecimento científico para cada um deles. Porém, no decorrer do semestre, durante a vivência das monitorias, os discentes foram se habituando à nova

unidade curricular do curso e procurando entender como as coisas aconteciam, os assuntos passaram a ter mais sentido para os mesmos, ficando mais claro na mente de alguns a partir de então. O desenvolver da unidade curricular, e as atividades executadas na monitoria tornaram possível o melhor entendimento dos discentes frente às temáticas estudadas, pois o uso de estudos dirigidos, rodas de conversas, dúvidas partilhadas entre os mesmos e com a monitora nesse momento específico, permitiram que os discentes estudassem de maneira mais ativa os tópicos relacionados. E ainda, que discutissem entre si, o que tornou o aprendizado em sala de aula mais fluido, além de melhorar a participação e compreensão dos discentes. Enquanto ser participante da construção do saber, e dentro de uma experiência enriquecedora que proporciona uma sensação futura dentro do processo acadêmico, a monitora pode relatar sensações estimulantes e até o privilégio de poder ajudar aos discentes em curso. Cada monitoria fazia parte de um laço que estava sendo firmado com outra turma, e os encontros se tornavam mais participativos, com discentes mais cooperativos, onde todos poderiam falar o que pensavam, e perguntar quando havia dúvida. Na monitoria era possível experienciar a troca de saberes de forma mais casual e íntima com os colegas de curso, tornando o momento de aprendizagem uma etapa mais fluida na construção de conhecimentos de ambos. Considerações finais: O apoio da monitoria ao professor e aos discentes da unidade curricular de Fundamentos da Farmacologia foi fundamental e, também, necessário, principalmente porque se difere de outras temáticas discutidas nas diversas unidades curriculares da graduação. Os discentes relataram dificuldades durante o processo de aprendizagem, e buscaram na monitoria um auxílio para superá-las, desejando novas formas e experiências para entender o assunto. Apesar de ser um tema que não é diretamente relacionado às práticas fonoaudiológicas, pode-se observar a importância da Farmacologia para conhecimento geral do ser humano, conhecer patologias e fármacos utilizados para tais doenças, seus efeitos colaterais e reações adversas, é necessário no dia a dia do fonoaudiólogo ou qualquer outro profissional da saúde, pois pode interferir no sucesso das terapias.

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RODAS DE CONVERSA: direitos reprodutivos e boas práticas obstétricas

Maria Auxiliadora Freire Siza | [email protected] Luana Braga | [email protected]

Morgana Guedes | [email protected]

Introdução: Muitas experiências obstétricas são dolorosas e cheias de trauma, devido às mudanças que ocorreram nos cenários de parto ao longo dos anos. Desta forma, é mister que o profissional realize atividades educativas baseada em evidências, a fim de compartilhar experiências, minimizar dúvidas e proporcionar tranquilidade. O objetivo do projeto de extensão foi desenvolver rodas de conversa para gestantes, familiares e profissionais das Estratégias de Saúde da Família (ESF) e ambulatórios das maternidades municipais sobre direitos reprodutivos no ciclo gravídico-puerperal e boas práticas obstétricas. Descrição da experiência: Realizada através de rodas de conversa desenvolvidas quinzenalmente nas salas de esperas nas Unidades de Saúde da Família e ambulatórios das maternidades municipais, onde foram desenvolvidos dinâmicos, recursos lúdicos, audiovisuais em conjunto e com auxílio do grupo. Os participantes do projeto, foram 10 (dez) discentes do Curso de Graduação em Enfermagem que já tinham cursado o 3º (terceiro) período do curso. Além disso, participaram das atividades do projeto, mulheres grávidas e as gestantes que estavam esperando atendimento nos serviços com seus companheiros e\ou seus acompanhes, profissionais do serviço

de saúde e demais estudantes que estavam vivenciando o serviço na oportunidade do projeto. Impactos: Para a academia, gerou interesse em um número de alunos superior aos selecionados, tanto, que estes, estão na condição de voluntários. Para as gestantes, a troca de experiência vivenciada no pré-parto e parto nas diversas maternidades, trouxe conhecimentos de situações desconhecidas para muitas, sendo complementada com o diálogo dos acadêmicos de enfermagem e o professor sobre a assistência obstétrica durante o pré-parto e parto, a existência de boas práticas obstétricas, os benefícios do parto natural, a importância da autonomia da mulher, o esclarecimento sobre seus direitos, entre outros. Considerações Finais: Os benefícios da roda de conversa são de curtos e longos prazos, as participantes estarão se empoderando para lidar com suas escolhas, autonomia para mulher e família, decisão compartilhada, promoção da saúde, planejamento de uma gestação consciente e um parto/nascimento respeitoso. Ficou claro durante a roda de conversa, ser necessário que as mulheres tenham conhecimentos sobre os direitos obstétricos durante o pré-natal, trabalho de parto, parto e pós-parto. É direitos da mulher também, ser tratada com respeito e dignidade, livre de violência obstétrica.

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UMA CIDADE VIRTUAL E SUAS COTIDIANIDADES COMO INSTRUMENTO PARA A GERAÇÃO DE SITUAÇÕES PROBLEMAS: a experiência piloto de “fisiocity”

Jânia de Faria Neves | [email protected] Diego Rodrigues da Silva | [email protected]

INTRODUÇÃO: A modalidade de Educação à Distância (EaD) vem crescendo nos últimos 10 anos como estratégia de ofertas de vagas no ensino superior e cursos tecnológicos. As estatísticas oficiais do Ministério da Educação (MEC) dão uma dimensão desse crescimento. Entre os anos de 2003 e 2013, das 3,3 milhões de matrículas realizadas no ensino superior, cerca de 30% foram na modalidade EaD. De acordo com dados da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), até 2014 mais de 3,8 milhões de matrículas já haviam sido registradas no país das quais, 86% delas são nas instituições privadas de ensino superior. Atualmente, a modalidade já corresponde a 26% das vagas ocupadas e a estimativa é que 2023 sejam a responsável por 51% das vagas ocupadas no ensino superior. O avanço da incorporação da EaD no Brasil parece ter diversas raízes. O primeiro deles talvez seja o crescimento do acesso à internet no país, o que permitiu pensar esse espaço para fins além do entretenimento. O segundo é o crescimento na demanda por qualificação profissional, o que impulsiona o número de vagas nas universidades públicas e privadas. Por fim, e não menos importante, a flexibilidade de horários e de locais de estudo que a EaD proporcionar, atingindo um público estatisticamente significativo que, sem essas possibilidades, possivelmente não acessaria o ensino superior. Diante desses cenários, diversos questionamentos surgem. As principais discussões vão desde temas como a qualidade do ensino, a aprendizagem, a autonomia do aluno, o protagonismo discente, até as melhores formas de montagem de uma sala virtual, da disponibilização de conteúdo, da estruturação de uma abordagem visual e intelectualmente atrativas para estimular a aprendizagem. Esses debates tendem a se expandir nos próximos anos, proporcionalmente ao crescimento da EaD. Posto isso, pensar a EaD parece ser um grande desafio não apenas para as instituições de ensino superior (IES) que vão enfrentar as dificuldades de incorporação dessa modalidade em seus projetos pedagógicos, mas para o professor, que precisa de uma abordagem palatável e pedagogicamente estruturada para ter sucesso na adesão e aprendizagem do aluno. Assim, é necessário conhecer as plataformas de ensino disponíveis, o processo de montagem de uma sala de aula virtual, as ferramentas mais atrativas e, principalmente, como desenvolver as competências, habilidades e atitudes necessárias à formação do

aprendente em um espaço virtual. Nesse cenário, os entraves e desafios de um tutor ou professor que trabalha com Ead são vastos. Dentre os que afetam diretamente a relação aluno-professor ou aluno-tutor, conseguir estruturar uma sala virtual que estimule o aprendente a se engajar nas leituras, discussões e atividades propostas pelo curso, sem perder o foco na aprendizagem significativa, parece ser o maior deles. Assim, o objetivo do presente relato é apresentar uma experiência piloto de criação de uma cidade virtual (FisioCity) a partir da qual se estruturaram as situações problemas que geram as discussões do componente curricular “ciências sociais na saúde”, bem como as dificuldades e possibilidades encontradas na execução dessa proposta. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A proposta ora apresentada é o produto final (e ao mesmo tempo preliminar) de um projeto piloto de um ambiente virtual de aprendizagem para o componente curricular “ciências sociais na saúde” para 2017.1. A estrutura foi pensada para dar conta das necessidades dessa unidade curricular quando houve a mudança curricular institucional (final de 2016), e ela passou a acontecer basicamente à distância (as verificações de aprendizagem permanecem presenciais). Nessa proposta, era necessário embutir os conteúdos programáticos do componente dentro de um formato pedagogicamente correto e cognitivamente atrativo, já que ele é ofertado no mesmo período de componentes curriculares mais densos, como Anatomia. Assim, sem uma proposta arrojada, as chances de adesão à sala reduziriam. A proposta surgiu a partir de uma conversa com a equipe do Núcleo de Educação à Distância (NEAD) do UNIPÊ. A preocupação inicial era ter uma sala em que os conteúdos programáticos fossem oferecidos seguindo uma lógica e se articulando, para permitir que nessa tessitura o aprendente pudesse perceber que é possível dialogar sobre temas diversos e distintos, dando uma ordem epistemológica e conceitual a essas discussões. Outra preocupação voltava-se a uma inquietação própria da docente que sempre teve como alvo trazer as ciências sociais para o cotidiano, de forma em que seus conceitos possam ser utilizados para explicar os dilemas do dia-a-dia, permitindo refletir sobre a vastidão das relações sociais. Posto isso, surgiu à ideia de criar situações-problemas que acontecessem em uma cidade. Essas situações-problemas viriam no formato de descrições de casos e, a partir das análises necessárias à resolução

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desses casos, as discussões emergiriam. Isso, contudo, ainda não dava conta da ideia inicial da docente responsável, que era estruturar uma sala de aula pedagogicamente correta e cognitivamente atrativa. Assim, o que era a ideia de descrever uma cidade fictícia, tornou-se o desafio que deu o pontapé inicial a essa empreitada. Para realizar a montagem, foi necessário realizar uma série de pesquisas e conversas com um dos responsáveis por programação do NEAD. A cidade seria montada a partir de uma base gráfica que seria o solo e todos os elementos de animação teriam que ser inseridos manualmente. Assim, a cidade se pareceria com qualquer cidade de pequeno porte impregnada de traços culturais e, ao mesmo tempo, de elementos que fazem referência à modernidade. Para isso, foi necessário pesquisar cada um desses elementos na base de imagens do google, excluir os planos de fundos delas, para que estivessem aptas a integrar a cidade. Cada elemento inserido na cidade, tais como locais (praças, lojas, restaurantes, a unidade de saúde da família, boca de fumo, lixão, food truck e outros) e atores sociais (prefeito, os profissionais de saúde que atuam no “postinho”, os pescadores, apenas para exemplificar) fariam parte das situações-problemas utilizadas para montar cada uma das aulas, de forma que a cidade, chamada de FisioCity, ganhasse vida, movimento. Para enredar as situações-problemas, foi realizada uma pesquisa para criar a história dessa cidade. As pesquisas foram direcionadas para tradições indígenas e ciganas (uma paixão da docente), já que a ideia era fazer a cidade brotar as margens de um rio que a corta ao meio. A partir dessa pesquisa, foi criada uma longa narrativa contendo desde as lendas que envolvem o surgimento da cidade a partir da tribo Tapuia e dos dados sobre as estatísticas local e da população, tais como o número de habitantes, percentuais de homens, mulheres, crianças e idosos, as tradições, a cultura, até informações sobre a economia local, descrevendo de maneira simbiótica como tudo isso se articula. Finalizada essa etapa, era necessário definir em quantas aulas o componente curricular seria dividido. Definiu-se o montante de seis aulas, das quais, dois fariam parte do 1º estágio, dois do 2º estágio e dois do 3º estágio. O conteúdo programático foi organizado em seis blocagens: processos de socialização e clássicos da sociologia para o primeiro estágio; perspectivas sociais sobre saúde e doença, determinantes sociais da saúde, experiência do adoecimento e itinerários terapêuticos para o segundo estágio e; corpo, corporeidade e corpo adoecido, relações étnico-raciais e temas sobre multiculturalismo e atualidades (que não fazem parte do conteúdo programático oficial do componente curricular, mas que inseri em razão da formação geral exigida pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes - ENADE e concursos públicos) ficaram para o terceiro estágio. Cada aula seguiu a estrutura pré-programa pelo

NEAD, que contém um livro de atividades organizado com uma apresentação, descrição das competências e habilidades definidas para a aula, a situação-problema (sempre envolvendo, pelo menos, um personagem da cidade ou algum local específico), seguida de um fórum, a etapa de leitura de texto (que sempre tem um filme, documentário ou entrevista para complementar as leituras), a atividade dois (envio de texto dissertativo, questionário, elaboração de matéria para jornal, entrevista com elaboração de itinerários terapêuticos, dentre outros), finalizada com as referências e textos complementares. A diversidade de atividades propostas foi intencional para abarcar o maior número de competências e habilidades possível. Através das atividades, foi possível investir nas habilidades cognitivas através da escrita, raciocínio, interpretação de texto, produção textual, entrevista, elaboração de itinerários terapêuticos, além das habilidades socioemocionais (utilizado o big five como referência), presentes nas interações sociais, no cumprimento de prazos, na abertura a novas experiências, apenas para exemplificar. Paralelamente, a docente criou um bate-papo na página principal da sala de aula e o deixou disponível durante todo o semestre letivo. A ideia era disponibilizar um espaço para dúvidas, gerenciar conflitos, debater sobre atualidades que não fossem contempladas no conteúdo programático da unidade curricular, discutir sobre filmes e as dificuldades encontradas a longo do semestre letivo. A carga horária definida para cada aula seguiu o padrão estipulado pela Resolução nº 58 do CONSEPE de 20 de outubro de 2016, que dispõe sobre o controle de frequência em unidades curriculares ofertadas na modalidade à distância no Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ. IMPACTOS: O primeiro dia de aula foi presencial. Nele, foi possível apresentar o plano de ensino, falar um pouco sobre a modalidade EaD e a plataforma de ensino utilizada, além de dirimir as principais dúvidas iniciais dos alunos. O transcorrer do primeiro estágio foi pedregoso. A adesão dos alunos ao formato à distância foi muito baixa, com índice elevado de faltas. As justificativas mais apresentadas pelos alunos foram o desconhecimento da plataforma Moodle e seu manuseio, o nível de dificuldade elevado do formato EaD pela necessidade de reflexão, a falta que a aula presencial faz para impulsionar a compreensão das temáticas apresentadas, além dos problemas apresentados pelos alunos que ingressam mais tardiamente. Em razão dos problemas apresentados, foi elaborada uma lista com as principais dúvidas e respostas a elas. O material ficou disponível na própria sala de aula. Em seguida, foi marcado um encontro presencial para, novamente, esclarecer as dúvidas e dificuldades. As turmas fizeram a proposta de ter ao menos uma aula presencial por unidade avaliativa para que nela pudessem ser discutidos os temas que seriam abordados no estágio em

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andamento. Em comum acordo com a coordenação de curso, uma aula presencial no formato de roda de conversa foi ministrada na abertura do segundo estágio e outra na abertura do terceiro. A partir dessa aula presencial, a adesão foi aumentando. O percentual de faltas caiu drasticamente e houve uma maior participação nas atividades, incluindo os aspectos qualitativos. É possível que isso tenha se dado, também, pelo fato de o domínio no manejo da sala virtual ter aumentado, além da percepção do risco real de reprovação. Outro ponto que merece destaque é a aproximação dos alunos à docente após o segundo estágio. O que antes era uma relação tensa, passou a ser uma relação amigável e respeitosa, de partilha de experiências, inclusive as que não possuem relação direta com conteúdo programático de ciências sociais na saúde. As queixas sobre as dificuldades de manusear a sala e o risco de reprovação foram dispersando ao final do semestre, mas persistem os pedidos de que o componente curricular seja ministrado presencialmente. Para além das queixas, é perceptível uma mudança de comportamento e desempenho. As notas das verificações de aprendizagem pareceram não acompanhar as variações de desempenho no virtual. As notas, no geral, foram de medianas a boas, com poucas notas realmente baixas em cada unidade avaliativa, o que nos permite supor preliminarmente que, apesar das reclamações e dificuldades, o formato à distância parece garantir a aprendizagem. A presença de uma cidade com personagens e lugares que são familiares, além das discussões sobre temas polêmicos apresentados a partir das

situações-problemas pode ter sido o diferencial para uma maior aproximação das atividades, apesar das dificuldades de aceitação da modalidade EaD. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A aceitação de um componente curricular ofertado na modalidade EaD para alunos ingressantes apresenta bastante resistência inicialmente. Esse estranhamento pode ser compreendido pelo ranço oriundo do formato de aula do ensino médio, até por dificuldades no uso de tecnologias desconhecidas e a resistência do aprendente em lidar com a liberdade e a autonomia características desse formato. Quando somam-se a isso os entraves postos anteriormente, pode-se ter um resultado final desastroso. A proposta de uma aula presencial por cada unidade avaliativa poderia ser incorporada, principalmente considerando que são alunos ingressantes e que a presença concreta, mesmo que eventual, parece surtir efeito na adesão e na qualidade da produção desses alunos. Ao mesmo tempo, seria muito enriquecedor e um facilitador para os docentes, que os alunos passassem por uma capacitação para manejar a plataforma Moodle. Enquanto processo, o formato Ead é desafiador para o professor. Os problemas ocorridos ao longo do semestre servirão de base para repensar e propor algumas mudanças, mas a construção de uma cidade virtual repleta de personagens e situações que são encontrados no dia a dia de cada aluno foi à estratégia muito positiva, seja pela ludicidade que apresentou na prática, seja por permitir aplicar conceitos teóricos em realidade prática que estimulam o desenvolvimento e aprimoramento das competências e habilidades.

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VIVENCIANDO EXPERIÊNCIAS EM METODOLOGIAS ATIVAS: caso nos cursos de gestão

Ailza Silva de Lima | [email protected] Ionara Saraí Ferreira Nóbrega Diniz | [email protected]

INTRODUÇÃO: As discussões sobre método na cultura ocidental são bastante antigas, ressurgindo no âmago da filosofia helênica — período clássico — na reflexão de filósofos como Platão e Aristóteles (MITRE, et al, 2008). Desde os primórdios da história, buscaram-se métodos ou caminhos que sejam efetivos para o ensino-aprendizagem. Nesse intuito, no século XX, as preocupações continuam e Farias et al 2015 revisa a literatura sobre a educação e afirma que: A educação do século XX é o resultado de uma evolução que passa por diversos pensadores – desde as ideias de aprendizagem pelo condicionamento de Montessori, a aprendizagem por experiência de Frenet, chegando a Piaget, Vygotsky e, no século XX, a aprendizagem significativa de David Ausubel, a crítica ao modelo de educação bancária de Paulo Freire e o construtivismo do francês Michael Foucault - que discutem os modelos de ensino e expressam a necessidade da autonomia do estudante (FARIAS et al, 2015, p.144). Atualmente, as discussões sobre esta aprendizagem se acentuaram e apresentou relevância devido à necessidade de formar indivíduos que reflitam as diversas transformações oriundas da sociedade da informação e, adicionalmente a isto, a quebra diária de paradigmas, na qual a velocidade de propagação do conhecimento é constante. Tais mudanças ocorridas na contemporaneidade, nos mais diferentes setores da sociedade, também perpassam o setor educacional. O que se vivencia hoje tanto nas escolas, quanto nas universidades, é uma geração de alunos que detém o poder do uso da informação, mesmo antes de quaisquer esclarecimentos vindo dos docentes. Dentro do contexto ensino-aprendizagem, Cheung e Hew (2009) corroboram que é relevante usar tecnologias alinhadas as metodologias ativas para que tal contexto saia do uso ocasional e passe a ser suplementar ao aprendizado. De fato, o uso da tecnologia funciona como catalisadora neste processo, e considera-se ainda como uma lacuna ou uma barreira a ser quebrada pelos profissionais da educação, contudo tem-se que destacar que metodologias ativas não apenas podem ser desenvolvidas em convergência com a tecnologia da informação. O próprio conceito de metodologia ativa pode ser considerado como uma tecnologia, pois se entende que tecnologia é formada por elementos coordenados entre si e estes elementos funcionam como estrutura organizada de ensino, ou seja, é o conjunto de princípios e prescrições que propiciam ao indivíduo

oportunidades de aquisição e desenvolvimento de conhecimento, habilidade e atitudes (BORGES-ANDRAD; ABBAD; MOURÃO, 2006). Desta forma entende-se que o uso desta estrutura organizada, segundo Campos, Ribeiro e Depes (2014) possibilita a invasão do cenário tradicional de ensino propondo o protagonismo do aluno no processo de aprendizagem, com vistas a viabilizar o desenvolvimento de sua autonomia. Portanto este relato tem por objetivos :apresentar vantagens experimentadas na aplicação das metodologias ativas, identificar limites ou barreiras que dificultaram o processo empírico, expor os desafios inerentes as a metodologias ativas. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A aplicação das metodologias ativas foi realizada no segundo período dos cursos de bacharelado em Administração e Ciências Contábeis, juntamente com os cursos de habilitação tecnológica em Gestão. Em comum, estes cursos que compuseram o universo do relato, possuem o objetivo de formar gestores nas mais diferentes áreas, portanto os alunos têm a oportunidade de conviver e relatar as suas experiências profissionais. Os segundos períodos escolhidos para a realização das metodologias ativas foram o segundo período da manhã (P2E) e o segundo período da noite (P2B), portanto compõem a amostra deste relato. A escolha foi proposital, visto que o perfil dos alunos da noite difere dos da manhã, no que diz respeito à idade, ao comprometimento, à postura em sala, a vida profissional e até mesmo a quantidade de alunos por turma. De forma resumida, os alunos que estudam no turno da noite têm uma rotina profissional já estabelecida e estes procuram a universidade no intuito de obtenção da formação superior para utilizar em seus ambientes de trabalho, seja para promoção, para aumento de salários dentre outros motivos. Assim sendo, tais alunos tendem a ser mais focados e comprometidos com o processo de ensino-aprendizagem e posicionam-se com profissionalismo no ambiente acadêmico, obviamente existem algumas exceções a este perfil. No que diz respeito aos alunos que formam as turmas da manhã, de forma geral, apresentam ainda algumas dúvidas com relação aos seus objetivos profissionais, outros nem sabem o porquê de estarem no curso escolhido, alguns ainda não possuem trabalho ou estágio e são um público mais jovem. São turmas animadas e gostam de novidades, pelo menos a maioria. Em relação ao local que as atividades desenvolveram-se foi na própria sala de

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aula de cada turma. Nas turmas escolhidas como amostra, o docente aplicou a metodologia ativa usando a técnica Painel Integrado. Antes de apresentar o funcionamento da técnica, é importante ressaltar que a mesma necessita de formação de grupos e tais grupos foram divididos, em cada turma, por meio de sorteio, a fim de formar grupos mais diversos dentro das turmas. A escolha pelo o Painel Integrado especificamente se deu porque a disciplina trabalha a teoria inerente ao contexto organizacional, portanto são vários textos e leituras que devem ser realizadas. Assim, a técnica propicia a divisão desta leitura entre os membros de cada grupo, cada um ficando responsável por ensinar o que foi de sua responsabilidade aos demais membros. Para que isso seja realizado, é estabelecido o tempo para que os alunos leiam e repassem o que foi apreendido dentro de seu próprio grupo. Na discussão dos pequenos grupos, surgem dúvidas e o professor deve acompanhar o andamento destas, pois a próxima etapa da metodologia é a discussão com toda a turma. Assim sendo, toda a turma discute o conteúdo da aula e o professor acompanha e interfere na discussão, quando necessário, especialmente para dirimir aquelas possíveis dúvidas oriundas das discussões nos pequenos grupos os quais podem ser entre 3 e 6 alunos. IMPACTOS: A aplicação de metodologias ativas, no contexto anteriormente apresentado, oportunizada por meio da observação pessoal resultou na constatação empírica de satisfação e comprometimento nas atividades desenvolvidas sob aquela perspectiva, no que se refere ao docente e, mais especialmente, as turmas nas quais a metodologia foi aplicada. Inicialmente, houve estranhamento por parte dos alunos em relação às atividades propostas, porém com a devida explanação e acompanhamento do professor, estas foram desenvolvidas de forma efetiva, sem maiores problemas ou com relativa tranquilidade, visto que é da natureza da metodologia ativa mudar posições ou formas de executar a aula, causando assim movimentos diferentes das rotinas já existentes. Na disciplina em questão, Teoria das Organizações, a problemática foi tornar a aula a qual tratava do conteúdo manual organizacional (estratégico e operacional) mais atrativo para ambas as partes e fazer com que estas aulas permitissem um melhor aproveitamento do conteúdo, pois é da natureza deste a prescrição. Observou-se que as turmas (da manhã e da noite) se engajaram no desdobramento das metodologias ativas. Mesmo diante da aceitação considerável, houve algumas dificuldades, em ambos os turnos, mas que não podem ser taxadas como barreiras para o processo metodológico, já que o docente apresentou postura compatível com os possíveis limitantes da aplicação das metodologias. Especificamente o tuno da manhã, apresentou o comportamento de não considerar a aplicação das metodologias ativas como aula. Este

grupo de alunos agiu de forma a promover a retirada do foco desta, por meio de brincadeiras ou outros artifícios. Natural, pois neste turno se lida com pessoas mais jovens, em sua maioria, e estes ainda agem com certa infantilidade. Inicialmente foi difícil, mas com a aplicação mais frequente das metodologias, os discentes começaram a aceitar essa nova forma de aula como sendo mais uma ferramenta de aprendizagem. Para os alunos da noite, a dificuldade em aplicar o método foi outra. Como as metodologias ativas requerem movimentação, mudança de lugar, mudança de grupo já pré-estabelecidos, estes alunos resistiram a isto e, muitas vezes, colocavam a culpa no cansaço do dia-a-dia, já que muito deles vem de seus locais de trabalho direto para a universidade. Masetto e Gaeta (2010) corroboram que incentivar a mudança de atitudes dos alunos através de planejamento de atividades que deles exigem participação e envolvimento, pesquisa, diálogo e trabalho que integre estudos teóricos, as habilidades, atitudes e valores a serem desenvolvidos devem ser estimulados. Este tipo de dificuldade não foi apresentada no turno da manhã. É pertinente e compreensível as dificuldades acima elencadas, dado que cada turno apresenta perfil de alunos diversos. A priori, por ser uma mudança, a aplicação das metodologias ativas pode sofrer com a resistência por parte de alguns alunos, porém aos poucos, ela pode ser incorporada à rotina das turmas, e obter status de imprescindível ao andamento da disciplina ministrada. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A experiência de aplicação das metodologias ativas é algo que desperta o sentimento de incerteza, visto que é inovação. O propósito de permitir que a turma participe de forma efetiva do processo de aprendizagem pode soar como a transformação que se faz pertinente nestes moldes de ensino existentes há séculos. Segundo Mitre et al, (2008) a proposta de uma prática pedagógica inovadora é um ponto de partida para o desconhecido, o desconhecido abre novos horizontes e possibilidades de transformação. A experiência de desenvolver metodologias ativas contribuiu, no que diz respeito ao ensino das teorias, de forma a atenuar a dificuldade as quais os discentes enfrentam na leitura de textos acadêmicos, tornando menos cansativo e mais produtiva a aula, Farias et al 2015 aponta que: “O uso de metodologias ativas leva o educando a este novo contexto em que a educação está se moldando sem se engessar e proporciona a compreensão de que a liberdade defendida pelos educadores destes modelos– tão temida pelos que se baseiam em modelos tradicionais – pode ser a solução para desenvolver a autonomia do educando e formar um profissional criativo, reflexivo e independente” (FARIAS et al, 2015 p.149).Vale a reflexão sobre a possibilidade de uso destas metodologias e a forma inovadora que estas propiciam ao ensino, mesmo os profissionais

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que se apegam ao tradicional devem perceber as potencialidades da metodologia. Assim sendo, como vantagens experimentadas na aplicação das metodologias ativas o docente percebeu a possibilidade de uma aula mais interativa, menos cansativa, na qual todos contribuem e participam. No que diz respeito aos limites do processo empírico, vislumbra-se a timidez de alguns docentes ou até mesmo o cansaço e a falta de motivação para sair do status quo. Um limitante do processo para o docente foi a viabilidade do tempo que é necessário dispor a fim de elabora a nova proposta de aula. Por parte do docente, não houve resistência no uso das metodologias ativas. Assim, os desafios inerentes a metodologias ativas são os mais variados porque estes tem relação não só com a aceitação e perfil das turmas, mas também perpassam a questão estrutural das instituições, seja no que se refere à

possibilidade de tempo para planejamento de aulas, ao uso de materiais para criação destas e até mesmo os recursos tecnológicos disponíveis para o uso em convergência com as metodologias ativas. Cabe ainda ponderar que os métodos ativos podem ser utilizados nos mais variados contextos, mesmo que ainda possuam alguma limitação. Além disso, o uso da metodologia ativa não exclui o método clássico de ministrar aula, na realidade, o docente deve usufruir destas estratégias. Por fim, é pertinente e obviamente deve-se considerar a existência de outras técnicas de metodologias ativas, tais como: Grupos com uma só tarefa, Grupos com tarefas diversas, G. O G.V, Grupos de oposição, Grupos para formular questões, Seminários, Diálogos sucessivos, Debates e outros mais, mas no resumo em questão, optou-se pelo uso da metodologia ativa painel integrado.

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CICLO DE FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO EM FISIOTERAPIA E CUIDADOS PALIATIVOS EM ONCOLOGIA:

uma proposta formativa atrelada à extensão universitáriaClara Mabel Pereira Fonseca | [email protected]

Ekarolayne Salustiano Gama | [email protected] Isabella Ramos Alves Fernandes | [email protected]

Jânia de Faria Neves | [email protected] Valderiza Daniella Evaristo | [email protected]

INTRODUÇÃO: Um dos eixos estruturantes da extensão universitária (EU) mais importantes e, ao mesmo tempo, menos explorados de forma intencional, é a formação. Muitos autores discutem como no Brasil a EU é o reflexo da reprodução do discurso hegemônico e elitista da formação, particularmente nos cursos de saúde. Mesmo quando a extensão finalmente chega à comunidade, o faz com a prestação de serviços com caráter assistencial e utilitarista, permanecendo os diálogos entre os saberes científico e popular à margem de uma ação efetivamente transformadora da realidade social. Nesse sentido, perde-se o elo entre os pilares estruturantes da EU, de forma que ela não alcança seus objetivos sociais, culturais e formativos. Sem a produção de um discurso contra hegemônico, a Universidade e, consequentemente, os profissionais que forma, continua sendo um depositário de conhecimentos, com poucas possibilidades de se tornar um receptáculo para o meio que o cerca. O produto disso é egresso com capacidade restrita para interpretar e intervir na realidade social. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: O projeto de EU “Fisioterapia e Cuidados Paliativos no Câncer de Mama e Uroginecológico” foi constituído a partir de um planejamento que intencionalmente atrelava à prestação do cuidado fisioterapêutico à formação. Essa formação seria concretizada, incialmente, através do Grupo de Estudos de Caso (GEC) e do Ciclo de Formação e Informação em Fisioterapia e Cuidados Paliativos em Oncologia. Para o GEC, os debates viriam, necessariamente, dos casos que ingressam no projeto, com intervenção direta da docente responsável. Já para o Ciclo, a definição das temáticas seria oriunda, exclusivamente, dos anseios

das mulheres e da percepção das extensionistas sobre as necessidades delas. Todo o planejamento e execução da formação, bem como a seleção dos profissionais que ministrariam essas formações seria das extensionistas, cabendo à docente orientar e chancelar a proposta final. As formações seriam abertas à comunidade acadêmica, funcionários da instituição e pacientes das clínicas escolas do UNIPÊ, a depender do tipo de formação planejada cabendo às coordenações de curso aceitar ou não esses eventos como atividade complementar (AC). Na prática, dois momentos foram planejados e executado em 2017.1. O momento que discutiu os aspectos nutricionais e o câncer foi uma solicitação das pacientes. O que abordou os direitos previdenciários no paciente oncológico foi uma indicação das extensionistas. Ambos foram ministrados por especialistas nas áreas, sendo abertos ao público alvo, além de contabilizaram as horas da AC. IMPACTOS: Estratégias que estimulam o protagonismo discente, a proatividade construtiva e a capacidade de perceber as necessidades do doente e da comunidade e, a partir disso, pensar estratégias para dar respostas a elas têm sempre impacto positivo na formação. Isso porque esse tipo de estratégia deslocada o aprendente do universo esquadrinhado previsível a que ele está acostumado a navegar. Esse impacto também modifica a vida das mulheres assistidas, porque passam a ter acesso a informações que podem mudar suas experiências de adoecimento. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Atrelar formações a EU pode servir como um veículo para potencializar o processo de ensino-aprendizagem paralelo à educação em saúde para a comunidade.