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Ser livre. Ter opinião.

ENCONTRO - FFMS

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Page 1: ENCONTRO - FFMS

Ser livre. Ter opinião.

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ENCONTRODA FUNDAÇÃOOs Encontros anuais da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) celebram o debate pluridisciplinar e a partilha do conhecimento. Esta promoção da reflexão livre e esclarecida insere-se na missão da Fundação de contribuir para uma sociedade mais informada, reforçando os direitos cívicos dos cidadãos e a qualidade das instituições e políticas públicas.

Este ano, nos dias 14, 15 e 16 de Setembro, o Jardim Botânico Tropical, em Belém, será o palco de mais um Encontro da Fundação, desta vez dedicado ao trabalho, tema polarizador que a todos dá que pensar.

Do impacto da tecnologia ao da demografia, o futuro do trabalho é um dos tópicos mais debatidos da actualidade.

Em que medida é que o trabalho, tal como o conhecemos, tem data de validade? Quais asprincipais transformações sociais, económicas e culturais que estão a mudar o mundo do trabalho? Como garantir que há uma transferência de experiência e de conhecimento intergeracional no mercado? E quais as implicações da uberização do trabalho?

Durante muito tempo, defendeu-se que embora as mudanças tecnológicas eliminassem alguns empregos, novos postos de trabalho seriam criados para os substituir em novas áreas. Mas hoje esta convicção parece incerta. E a forma como a tecnologia vai continuar a transformar a nossa sociedade e o trabalho depende das decisões que os nossos líderes tomarem hoje.

Neste contexto, e porque O Trabalho dá que pensar a Fundação junta vários dos maiores especialistas nacionais e internacionais em diversas áreas.

A Jimmy Wales, co-fundador da Wikipédia, juntam-se alguns dos mais reputados economistas mundiais: David Autor, Juan Dolado, Jean Pisani-Ferry, Martha Bailey e Sérgio Rebelo. Estarão também presentes grandes especialistas em inteligência artificial: Arlindo Oliveira, Luís Moniz Pereira e Norberto Pires; o biólogo e fisiologista Jared Diamond, e reputados nomes das artes como Ana Padrão, Leonel Moura e Pedro Gadanho.

DURANTE TRÊS DIAS EM LISBOA, HAVERÁ MÚSICA, TEATRO, DOCUMENTÁRIOS, DEBATES E WORKSHOPS, NUM ENCONTRO QUE SERÁ DIFERENTE.

JUNTE-SE A NÓSE SEJA BEM-VINDO AO DEBATE!

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COORDENAÇÃOCIENTÍFICA DO ENCONTRO:Pedro Portugal

Licenciado em Economia na Universidade do Porto e doutorado na Universidade da Carolina do Sul, é investigador consultor no Banco de Portugal e professor catedrático convidado na Nova School of Business and Economics. As suas principais áreas de estudo são a economia do trabalho e a microeconometria aplicada.

Publicou nas principais revistas de economia e de economia do trabalho, tais como: a American Economic Review, Journal of Labor Economics, Review of Economics and Statistics, Journal of the European Economic Association, e muitas outras.

COMISSÃO EXECUTIVA DO ENCONTRO: David Lopes (Presidente); Clara Valadas-Preto; Joana Batista; Maria Ferreira; Marta Lopes; Richard Freuis e Rui Pimentel

ORGANIZAÇÃO

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ESPAÇO DE TRABALH0

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MAPA | JARDIM BOTÂNICO TROPICAL

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O Jardim Botânico Tropical situa-se em Lisboa, na zona monumental de Belém, junto ao Mosteiro dos Jerónimos. Com um património vegetal especializado em flora tropical, o Jardim encontra-se classificado como Monumento Nacional.

Desde 2015 que o Jardim Botânico Tropical integra a Universidade de Lisboa, sendo actualmente gerido em conjunto com o Museu de História Natural e da Ciência e o Jardim Botânico de Lisboa, que ali desenvolvem actividades de carácter científico, educativo, cultural e de lazer, no âmbito da preservação e valorização do património e da difusão da cultura científica.

A ciência tropical, a memória dos Descobrimentos e o papel da ciência e da técnica na expansão e na colonização portuguesas coexistem neste lugar histórico, de “forte vocação didáctica”, projectado para ser um “centro de estudo e de experimentação de culturas”.

LOCALJardim Botânico Tropical

MORADA:

Largo dos Jerónimos, 1400-209 Lisboa

COMO CHEGAR:

714, 727, 728, 729

15 | 18

Linha Cais do Sodré-Cascais (Estação de Belém)

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O acesso à conferência é realizado atravésda aquisição de bilhetes, que se encontramà venda em: FFMS.PT/TRABALHO

INFORMAÇÕES:+351 916 671 215 | [email protected]

ACOMPANHE O ENCONTRO EM:www.facebook.com/ffms.ptwww.twitter.com/ffmspt

# Os bilhetes incluem o jantar de sábado e snacks ao longo dos três dias.

BILHETES

DIÁRIO

5€

PASSE 3 DIAS

10€

ESTUDANTE

DIÁRIO

20€

PASSE 3 DIAS

30€

NORMAL

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PLANO DE TRABALH0

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O espectro da automação paira sobre a humanidade. Na sua projecção distópica, os postos de trabalho serão preenchidos por robots e sistemas inteligentes que tornarão o trabalho humano dispensável. Na sua interpretação utópica, uma nova sociedade de abundância será tornada possível pelo aumento exponencial da produtividade, o que fará emergir o problema da distribuição dos fartos rendimentos gerados pelo progresso tecnológico.

Estará a humanidade condenada a sofrer, em grande escala, a angústia dos trabalhadores têxteis do movimento Luddite que, no século XIX, em protesto contra a automação dos teares, se organizaram para destruir a maquinaria?

Economistas muito influentes fizeram profecias pessimistas sobre o futuro do trabalho. Em 1930, Keynes previu, correctamente, que a introdução de novas tecnologias levaria a um aumento sustentado da produtividade e do rendimento per capita, ao longo do século XX. Esta percepção, contudo, levou-o a prever, incorrectamente, a generalização do desemprego tecnológico, através da substituição do trabalho humano por máquinas.

TEMA DO ENCONTRO O Trabalho dá que pensar

Estará o trabalho humano destinado a perecer da mesma maneira que pereceu o trabalho equestre? Serão os trabalhadores substituídos por robots da mesma maneira que os cavalos foram substituídos por tratores?

A velocidade com que têm ocorrido as mudanças tecnológicas parece justificar alguma ansiedade sobre o futuro do trabalho. Afinal, estima-se que o custo de executar tarefas computacionais tenha decrescido na ordem de grandeza dos biliões (1012) desde o tempo do cálculo manual. Por sua vez, o stock de robots quadruplicou no decorrer de uma década e meia nos Estados Unidos e na Europa Ocidental, admitindo-se que cerca de 50 por cento dos trabalhadores possam ter os seus empregos ameaçados de automação nas próximas duas décadas.

Que profissões estão em risco de estiolar ou desaparecer? Quantos empregos serão extintos? Como reagirão os salários? Que influência terá a automação na repartição dos rendimentos? Como corrigir as desigualdades? Deverão os robots ser fiscalmente onerados? Como contrariar a discriminação no mercado de trabalho?

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O HOMEME A MÁQUINA

15SÁBADO

14h00 | PICAR O PONTO ALAMEDA DO TRABALHO

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14h30 | DOCUMENTÁRIOPALCO PRINCIPALOs Dias Contados

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15h20 | O ESTADO SOCIALNOS TEMPOS DA UBERPALCO PRINCIPALJean Pisani-FerryJuan José DoladoLuis GaricanoModeração: Pedro Magalhães

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17h00 | TRABALHODE GRUPO PALCO BUDAAna Sofia FonsecaCarlos FiolhaisCarlos TêDavid Dinis Gonçalo M. Tavares João FalcatoJohnson SemedoJorge Braga de Macedo José Pedro CobraMaria Manuel MotaMariana Canto e CastroMiguel AraújoNuno Artur SilvaRicardo RibeiroRita NabeiroStephan Morais Zita Martins

O SENTIDODO TRABALHO

16DOMINGO

14h00 | PICAR O PONTO ALAMEDA DO TRABALHO

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14h30 | NOVAS PROMESSASPARA NOVAS GERAÇÕES PALCO PRINCIPALMartha Bailey

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15h25 | UMA VIDA,VÁRIAS CARREIRAS?PALCO PRINCIPALBruno Mota Mafalda Rebordão Marta MaiaModeração: António Costa

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15h25 | UM CÓDIGODE CONDUTAPARA OS ROBOTS? PALCO ESTÚDIOArlindo OliveiraLuís Moniz PereiraNorberto PiresModeração: Paulo Bastos

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17h05 | O IMPACTODA AUTOMATIZAÇÃODO TRABALHO PALCO PRINCIPALSérgio Rebelo

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18h00 | O MUNDO ATÉ ONTEMPALCO PRINCIPALJared Diamond

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19h00 | ENCERRAMENTODOS TRABALHOSPALCO PRINCIPALAlexandre Soares dos Santos

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19h20 | TRABALHO DE FÔLEGOPALCO PRINCIPALThe Whoop Group

CONHECIMENTOE INTELIGÊNCIACOLECTIVA

14 SEXTA-FEIRA

20h30 | PICAR O PONTO ALAMEDA DO TRABALHO

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21h30 | INÍCIO DOS TRABALHOSPALCO PRINCIPALJaime Gama

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21h55 | CONHECIMENTOE INTELIGÊNCIA COLECTIVA PALCO PRINCIPALJimmy Wales

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23h00 | TRABALHOA TOQUE DE CAIXA PALCO PRINCIPALLabutarRicardo Ribeiro, João Paulo Esteves da SilvaBernardo Saldanha, José Manuel Netoe Nazaré Esteves da Silva

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24h00 | TRABALHOPOR TURNOSPALCO PRINCIPAL

Governo Sombra

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17h00 | ARTE: O ÚLTIMOREDUTO DO HUMANISMO? PALCO PRINCIPALAna PadrãoLeonel MouraPedro Gadanho Moderação: José Alberto Carvalho

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19h00 | TEATRO PALCO ESTÚDIO112 - O jantar está mesmo quase*

19h00 | JANTARFRUTO DO TRABALHOStreet Food

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20h00 | DOCUMENTÁRIOPALCO PRINCIPALFora da Vida

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20h50 | A CORRIDAO HOMEM E A MÁQUINA PALCO PRINCIPALIn-QDavid Autor

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22h50 | RITMOSDE TRABALHO PALCO PRINCIPALCabo dos Trabalhos Ana Moura, Frankie Chavez,Paulo de Carvalho e Tiago Bettencourt

*No final da peça será servido um jantar. A lotação da sala é limitada a 60 lugares.As entradas serão por ordem de chegada.

PRO

GRAMA

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O HOMEME A MÁQUINA

15SÁBADO

14h00 | PICAR O PONTO ALAMEDA DO TRABALHO

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14h30 | DOCUMENTÁRIOPALCO PRINCIPALOs Dias Contados

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15h20 | O ESTADO SOCIALNOS TEMPOS DA UBERPALCO PRINCIPALJean Pisani-FerryJuan José DoladoLuis GaricanoModeração: Pedro Magalhães

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17h00 | TRABALHODE GRUPO PALCO BUDAAna Sofia FonsecaCarlos FiolhaisCarlos TêDavid Dinis Gonçalo M. Tavares João FalcatoJohnson SemedoJorge Braga de Macedo José Pedro CobraMaria Manuel MotaMariana Canto e CastroMiguel AraújoNuno Artur SilvaRicardo RibeiroRita NabeiroStephan Morais Zita Martins

O SENTIDODO TRABALHO

16DOMINGO

14h00 | PICAR O PONTO ALAMEDA DO TRABALHO

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14h30 | NOVAS PROMESSASPARA NOVAS GERAÇÕES PALCO PRINCIPALMartha Bailey

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15h25 | UMA VIDA,VÁRIAS CARREIRAS?PALCO PRINCIPALBruno Mota Mafalda Rebordão Marta MaiaModeração: António Costa

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15h25 | UM CÓDIGODE CONDUTAPARA OS ROBOTS? PALCO ESTÚDIOArlindo OliveiraLuís Moniz PereiraNorberto PiresModeração: Paulo Bastos

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17h05 | O IMPACTODA AUTOMATIZAÇÃODO TRABALHO PALCO PRINCIPALSérgio Rebelo

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18h00 | O MUNDO ATÉ ONTEMPALCO PRINCIPALJared Diamond

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19h00 | ENCERRAMENTODOS TRABALHOSPALCO PRINCIPALAlexandre Soares dos Santos

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19h20 | TRABALHO DE FÔLEGOPALCO PRINCIPALThe Whoop Group

CONHECIMENTOE INTELIGÊNCIACOLECTIVA

14 SEXTA-FEIRA

20h30 | PICAR O PONTO ALAMEDA DO TRABALHO

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21h30 | INÍCIO DOS TRABALHOSPALCO PRINCIPALJaime Gama

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21h55 | CONHECIMENTOE INTELIGÊNCIA COLECTIVA PALCO PRINCIPALJimmy Wales

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23h00 | TRABALHOA TOQUE DE CAIXA PALCO PRINCIPALLabutarRicardo Ribeiro, João Paulo Esteves da SilvaBernardo Saldanha, José Manuel Netoe Nazaré Esteves da Silva

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24h00 | TRABALHOPOR TURNOSPALCO PRINCIPAL

Governo Sombra

S TR

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17h00 | ARTE: O ÚLTIMOREDUTO DO HUMANISMO? PALCO PRINCIPALAna PadrãoLeonel MouraPedro Gadanho Moderação: José Alberto Carvalho

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19h00 | TEATRO PALCO ESTÚDIO112 - O jantar está mesmo quase*

19h00 | JANTARFRUTO DO TRABALHOStreet Food

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20h00 | DOCUMENTÁRIOPALCO PRINCIPALFora da Vida

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20h50 | A CORRIDAO HOMEM E A MÁQUINA PALCO PRINCIPALIn-QDavid Autor

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22h50 | RITMOSDE TRABALHO PALCO PRINCIPALCabo dos Trabalhos Ana Moura, Frankie Chavez,Paulo de Carvalho e Tiago Bettencourt

*No final da peça será servido um jantar. A lotação da sala é limitada a 60 lugares.As entradas serão por ordem de chegada.

PRO

GRAMA

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CONHECIMENTOE INTELIGÊNCIACOLECTIVA

SEXTA-FEIRA - 14 SET.

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20H30 | PICAR O PONTO ALAMEDA DO TRABALHO

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21H30 |INÍCIO DOS TRABALHOS PALCO PRINCIPALJaime Gama

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21H55 | CONHECIMENTOE INTELIGÊNCIA COLECTIVAPALCO PRINCIPALJimmy Wales

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23H00 | TRABALHO A TOQUEDE CAIXA PALCO PRINCIPALLabutarRicardo Ribeiro, João Paulo Esteves SilvaBernardo Saldanha, José Manuel Netoe Nazaré Esteves da Silva

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24H00 | TRABALHO POR TURNOSPALCO PRINCIPALGoverno Sombra

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SEXTA-FEIRA | 14.09.18

JAIME GAMAPresidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva da Fundação Francisco Manuel dos Santos

Licenciado em Filosofia pela Universidade de Lisboa, ocupou várias pastas ministeriais em diversos Governos (Administração Interna, Defesa Nacional e Negócios Estrangeiros). Foi Deputado de 1975 a 2011 e exerceu as funções de Presidente da Assembleia da República, sendo, por inerência, membro do Conselho de Estado.

Actualmente integra o Conselho Geral da Universidade de Lisboa, o Conselho Estratégico do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, o Conselho Geral do Instituto Universitário Militar, o Conselho Superior do

ABERTURAPALCO PRINCIPAL

Centro de Estudos Estratégicos da Marinha, o Euro- pean Council on Foreign Relations e o Aspen Ministers Forum. É Senior Strategic Counsel do Albright Stonebridge Group. É, ainda, Presidente do Conselho de Administração do Novo Banco dos Açores e Presidente do Conselho Geral e de Supervisão do jornal digital Observador.

É Chanceler das Antigas Ordens Militares Portuguesas e possui diversas condecorações nacionais e estrangeiras, tendo-lhe sido atribuído o grau de Doutor Honoris Causa pela Universidade dos Açores, arquipélago de onde é natural.

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SEXTA-FEIRA | 14.09.18

CONHECIMENTOE INTELIGÊNCIACOLECTIVA PALCO PRINCIPAL

JIMMY WALES, além de visionário da tecnologia e pioneiro de “wikis” (conjunto de páginas web projecta-das para permitir a contribuição e alteração de conte-údo por parte de qualquer pessoa), é mais conhecido como o fundador da Wikipédia, uma enciclopédia na Internet de carácter internacional e de conteúdo livre, e da Fundação Wikimedia. É também fundador da WikiTribune, uma platafor-ma noticiosa revolucionária sem publicidade que produz jornalismo baseado em factos, e co-funda-dor da Wikia, um serviço privado de alojamento web gratuito que criou em 2004. O seu trabalho com a Wikipédia, que se tornou a maior enciclopédia do mundo, originou a sua no-meação por parte da revista Time como uma das “100 Pessoas Mais Influentes” em 2006, na catego-ria de “Cientistas e Pensadores”.

Isaac Asimov, no seu livro A Choice of Catastrophes: The Disasters that Threaten the World (1979), anteci-pou, com notável presciência, um mundo fantástico de crowdsourcing de informação, de conhecimento e de pensamento:

“Haverá uma tendência para centralizar informações, de modo que um pedido de determinados itens pode usufruir de recursos de todas as bibliotecas de uma região, ou de uma nação e, quem sabe, do mundo. Finalmente, haverá o equivalente de uma Biblioteca Global Computorizada, na qual todo o conhecimento da humanidade será armazenado e de onde qualquer item pode ser retirado a pedido.”

“Certamente, cada vez mais pessoas seguiriam esse caminho fácil e natural de satisfazer as suas curiosi-dades e pulsões de saber. E cada pessoa, à medida que se educasse de acordo com as suas ambições, poderia começar a fazer contribuições. Aquele que tivesse um novo pensamento ou observação de qualquer tipo so-bre qualquer assunto, poderia apresentá-lo, e se ainda não constasse da biblioteca, seria mantido à espera de confirmação e, eventualmente, acabaria por ser incorporado. Cada pessoa seria simultaneamente um professor e um aprendiz.”

Em 2001, mais de 20 anos depois da “visão” de Asimov, é inaugurada a Wikipédia, o quinto website mais visitado da Internet.

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SEXTA-FEIRA | 14.09.18

O Governo Sombra volta a reunir-se no Encontro da Fundação. Carlos Vaz Marques modera, como sempre, os ânimos provocadores dos “ministros” João Miguel Tavares, Pedro Mexia e Ricardo Araújo Pereira. Um pequeno, eficaz e muito livre governo que procura cumprir a promessa que continuamente faz aos seus “eleitores”: ler a actualidade, ao vivo, com acutilância e sentido de humor.

SESSÃO ESPECIAL: GOVERNO SOMBRAPALCO PRINCIPAL

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1 JunhoSexta ‑feira . 19h00 Programa ao vivo

Governo Sombra

Ricardo Araújo Pereira, Pedro Mexia e João Miguel Tavares, com moderação

de Carlos Vaz Marques.

O irremodelável Governo Sombra volta a reunir-se na Praça da Fundação,

na Feira do Livro de Lisboa, para ler a actualidade, ao vivo, com acutilância

e sentido de humor.

LABUTARO encontro entre Ricardo Ribeiro e João Paulo Esteves da Silva, músicos oriundos de áreas tão distintas, Fado e Jazz, respectivamente, dá origem a este espectáculo. “Labutar” foca-se nos grandes temas das suas vidas, músicas emblemáticas que criam um universo de cumplicidades entre os dois artistas. Com participação especial de Nazaré Esteves da Silva.

Ficha TécnicaRicardo Ribeiro – vozJoão Paulo Esteves da Silva – pianoNazaré Esteves da Silva – vozJosé Manuel Neto – guitarra portuguesaBernardo Saldanha – viola de fado

TRABALHO A TOQUEDE CAIXAPALCO PRINCIPAL

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O HOMEME A MÁQUINA

SÁBADO - 15 SET.

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14H00 | PICAR O PONTO ALAMEDA DO TRABALHO

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14H30 | DOCUMENTÁRIOPALCO PRINCIPALOs Dias Contados

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15H20 | O ESTADO SOCIALNOS TEMPOS DA UBERPALCO PRINCIPALJean Pisani-FerryJuan José DoladoLuis GaricanoModeração: Pedro Magalhães

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17H00 | TRABALHO DE GRUPO PALCO BUDAAna Sofia Fonseca / Carlos Fiolhais / Carlos TêDavid Dinis / Gonçalo M. Tavares / João FalcatoJohnson Semedo / Jorge Braga de MacedoJosé Pedro Cobra / Maria Manuel Mota / Mariana Canto e CastroMiguel Araújo / Nuno Artur Silva / Ricardo RibeiroRita Nabeiro / Stephan Morais / Zita Martins

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17H00 | ARTE: O ÚLTIMO REDUTODO HUMANISMO? PALCO PRINCIPALAna PadrãoLeonel MouraPedro GadanhoModeração: José Alberto Carvalho

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19H00 | TEATRO PALCO ESTÚDIO112 - O jantar está mesmo quase*

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19H00 | JANTARSTREET FOODFruto do Trabalho

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20H00 | DOCUMENTÁRIOPALCO PRINCIPALFora da Vida

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20h50 | A CORRIDA ENTREO HOMEM E A MÁQUINA PALCO PRINCIPALIn-QDavid Autor

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22h50 | RITMOS DE TRABALHO PALCO PRINCIPALCabo dos Trabalhos Ana Moura, Frankie Chavez,Paulo de Carvalho e Tiago Bettencourt

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A maioria dos portugueses nasceu numa sociedade organizada com base numa vida profissional estável. Nos últimos anos, porém, apercebemo-nos de que esse pressuposto está a mudar. Uma parte ainda indeterminada das profissões que conhecemos perde razão de ser. Outras vão surgindo, é certo, mas o “emprego para a vida” torna-se, cada vez mais, uma miragem.

Os Dias Contados é um filme que documenta momentos únicos desta transição histórica. As alterações causadas pela nova revolução tecnológica pairam sobre o desenrolar da acção. Manifestam-se de forma directa na vida das personagens e dos que lhes são próximos, ou anunciam-se de forma apenas percepcionada. Como na vida da maioria, podem surgir nas incertezas dos mais jovens, no desemprego dos mais velhos, ou, como pano de fundo, através dos noticiários quotidianos dos media.

Um filme de Ana Sofia Fonseca.

SÁBADO | 15.09.18

DOCUMENTÁRIO:OS DIAS CONTADOSPALCO PRINCIPAL

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SÁBADO | 15.09.18

A emergência de novas formas de organizar o trabalho, seja a economia digital, a economia de rede ou a economia de partilha, contribuiu para uma crescente desmaterialização da produção, das relações laborais e até dos locais de trabalho.

No livro de Nick Saval, Cubed, é exposta a história do espaço de trabalho desde os escritórios das fábricas do século XIX até à ficha eléctrica localizada num sítio qualquer, numa actividade em que é fluída a fronteira entre trabalho e lazer. O lado negro da desmaterialização do posto de trabalho, porém, é que quando o nosso gabinete é a nuvem, o trabalho persegue-nos em todo lado.

“O arranjo que nasceu nas entranhas da fábrica do século XIX e que se manteve vivo no escritório do século XX poderá estar próximo do fim; se assim for, dois séculos de separação entre a casa e o trabalho foram uma anomalia histórica. O trabalho nunca mais será lugar, e a casa nunca mais será um escape” (Lepore, New Yorker, 2014).

Num mundo em que se desvanecem os contratos de trabalho, e com eles as instituições que protegem os trabalhadores, torna-se necessário redesenhar os mecanismos de bem-estar social. Felizmente, com informação completa e acessível, passa a ser possível considerar programas desenhados à medida de cada indivíduo, programas que os próprios podem gerir com liberdade ao longo da sua vida e asseguram padrões adequados de justiça social.

O ESTADO SOCIALNOS TEMPOS DA UBERPALCO PRINCIPAL

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JEAN PISANI-FERRY, professor de Economia na Universidade Sciences Po de Paris e na Hertie School of Governance de Berlim, é titular da cátedra Tommaso Padoa Schioppa do Instituto Universitário Europeu em Florença e membro honorário Mercator no Bruegel, o think tank económico sediado em Bruxelas. Das suas publicações fazem parte inúmeros livros e artigos sobre política económica e política europeia. Foi director do programa e ideias da campanha presidencial de Emmanuel Macron (2017), e comissário-geral para a Estratégia de França (2013-16), o laboratório de ideias do Governo. Em 2005 fundou o Instituto Bruegel, que dirigiu até 2013.

JUAN J. DOLADO, professor de Economia no Instituto Universitário Europeu, investigador sénior do Centro de Estudos de Política Económica e do Instituto para o Estudo do Trabalho (IZA), membro da Associação Económica Europeia e membro honorário da Associação Espanhola de Economia, da qual foi presidente em 2001. As suas áreas de estudo principais são teoria econométrica, economia do trabalho e macroeconomia aplicada, sobre as quais publicou dez livros e cerca de 70 artigos. Entre 2003 e 2010, foi membro do Grupo de Análise de Política Económica (GEPA) nas presidências da Comissão Europeia lideradas por Romano Prodi e José Manuel Durão Barroso.

LUIS GARICANO lecciona Economia e Estratégia na London School of Economics and Political Science e investiga em áreas como o impacto da tecnologia e das práticas de gestão em variáveis económicas agregadas como a distribuição salarial, produtividade ou crescimento económico. Outra linha de investigação prende-se com a prevenção de uma nova crise económica na zona euro. Nesse âmbito, e com o grupo de economistas “Euronomics”, tem vindo a propor soluções, como por exemplo as Obrigações Europeias Seguras – ESBies, que estão a ser oficialmente consideradas pelo Banco Central Europeu e pela Comissão Europeia.

MODERAÇÃO

PEDRO MAGALHÃES, doutorado em Ciência Política pela Ohio State University, é investigador Principal no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e especialista no estudo da opinião pública e do comportamento eleitoral. Com dezenas de artigos publicados em revistas académicas, nacionais e internacionais, é ainda autor de livros e capítulos em editoras como a Cambridge University Press, Oxford University Press, Routledge e muitas outras. Em 2016, ganhou o Prémio Científico CGD/Universidade de Lisboa em ciências jurídicas e políticas. Entre 2014 e 2017, foi director científico da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

SÁBADO | 15.09.18

Foto de Pedro Magalhães © Estoril Institute Global Dialogue

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SÁBADO | 15.09.18

O isomorfismo da música barroca, em particular, o dos cânones de Johann Sebastian Bach, tem alimentado uma estimulante especulação sobre a descoberta dos fundamentos matemáticos das composições “bachianas”, seja através de séries algébricas ou de geometrias espectrais.

No livro Gödel, Escher, Bach: An Eternal Golden Braid, do matemático Douglas R. Hofstader, as técnicas de composição de Bach são refractadas pela matemática de Gödel e pelas ilusões ópticas de Escher: “Cada aspecto do pensamento pode ser visto como uma descrição superior de um sistema que, num nível inferior, é governado por regras simples, e até formais... A imagem é a de um sistema formal suportando um sistema “informal” – um sistema que pode fazer trocadilhos, descobrir novos padrões, esquecer nomes, ou até cometer gafes horríveis no xadrez, e por aí fora.”

Serão os computadores capazes de reproduzir estas forma de pensamento e, assim, aproximarem--se da criação artística? Ou, neste domínio, estão condenados a representar o papel de macacos mecânicos?

ARTE: O ÚLTIMO REDUTO DO HUMANISMO? PALCO PRINCIPAL

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SÁBADO | 15.09.18

ANA PADRÃO, actriz, com uma carreira nacional e internacional no cinema, teatro e televisão. Em 2002 participou no filme “La Balsa de Piedra” de George Sluizer, pelo qual venceu o prémio de Melhor Actriz de Elenco no Lauderdale International Film Festival. Presença assídua em telefilmes, telenovelas e séries de época desde a década de 1980, destaca-se a participação em “Amo-te Teresa”, que protagonizou. No teatro representou peças de autores consagrados, como Bertolt Brecht e Fassbinder, e no cinema foi dirigida por realizadores portugueses e estrangeiros, de Joaquim Leitão a Raoul Ruiz. Em 2017 ganhou o Globo de Ouro da SIC de Melhor Actriz de Cinema, pelo filme “Jogo de Damas”. A par da representação, trabalha como formadora e directora de actores.

LEONEL MOURA, nomeado Embaixador Europeu da Criatividade e Inovação pela Comissão Europeia em 2009, tem-se destacado internacionalmente através do seu trabalho onde aplica a robótica e a inteligência artificial às artes. As primeiras pinturas realizadas em 2002 com um braço robótico foram capa da revista do MIT dedicada à vida artificial. “RAP” (Robotic Action Painter), criado em 2006 para o Museu de História Natural de Nova Iorque, faz desenhos de forma autónoma, decide quando a obra está pronta e assina. O Robotarium, inaugurado em 2007, descrito como um zoo para robots, foi o primeiro do género no mundo. Autor de diversos livros sobre arte e ciência, tem explorado, nos últimos anos, a criação de esculturas de grande dimensão em impressão 3D.

PEDRO GADANHO, director do MAAT, o novo Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, em Lisboa, foi curador de arquitectura contemporânea no Museu de Arte Moderna (MoMA), em Nova Iorque, durante três anos, onde coordenou o Young Architects Program e organizou diversas exposições como 9+1 Ways of Being Political, Endless House e A Japanese Constellation. Mestre em Arte e Arquitectura, com um doutoramento em Arquitectura e Mass Media, co-dirigiu a ExperimentaDesign desde 2000 e comissariou Metaflux, representação portuguesa na Bienal de Veneza de Arquitectura. Com o livro Arquitectura em Público, de que é autor, venceu o Prémio FAD de Pensamento e Crítica em 2012.

MODERAÇÃO

JOSÉ ALBERTO CARVALHO, presidente do Comité Editorial da TVI. Antes de chegar à TVI, em 2011, onde ocupou o cargo de director de Informação, trabalhou na TSF, SIC e RTP, onde exerceu a mesma função.

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SÁBADO | 15.09.18

TRABALHO DE GRUPOPALCO BUDA

À sombra de uma figueira-dos-pagodes, também conhecida por árvore-de-Buda, uma planta sagrada para hindus e budistas, irão decorrer conversas breves, sob a forma de mesas-redondas, entre o público e figuras reconhecidas pelo seu percurso profissional, académico ou artístico, e pessoal.

Porque gosto de comunicar ciência?

CARLOS FIOLHAIS, professor de Física na Universidade de Coimbra, ensaísta e comunicador de ciência. Entre os seus livros contam-se Física Divertida, Pipocas com Telemóvel, A Ciência e os seus Inimigos e Obras Pioneiras da Cultura Portuguesa. Foi director da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra e responsável pelo programa de Conhecimento da Fundação Francisco Manuel dos Santos. De entre os seus vários prémios e distinções, contam-se o Globo de Ouro de Mérito e Excelência em Ciência da SIC e a atribuição da Ordem do Infante D. Henrique, ambos em 2005, o Grande Prémio Ciência Viva, em 2017, e o Prémio José Mariano Gago da SPA, no ano seguinte.

Porque é que tenho o melhortrabalho do mundo?

ANA SOFIA FONSECA é realizadora, escritora, jornalista e uma reconhecida contadora de histórias. Licenciada em Comunicação Social e Cultural, colaborou com a Grande Reportagem, o Expresso, o Público e a revista Egoísta. Autora de grandes reportagens e programas documentais, recebeu diversos prémios pelo seu trabalho jornalístico, com destaque para o Prémio “Direitos Humanos e Integração” da UNESCO e quatro Prémios AMI Jornalismo Contra a Indiferença. Publicou o retrato “Raízes” com a FFMS e realizou “Os Dias Contados”, documentário que agora estreia no Encontro da Fundação.

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Qual é o papel do online e qualé o papel do jornal?

DAVID DINIS, colunista do jornal ECO e comentador na RTP. Licenciado pela Universidade Católica Portuguesa em Comunicação Social e Cultural, começou a fazer jornalismo em 1995, no já desaparecido Semanário. Enquanto jornalista e editor, passou por várias outras publicações, como o Notícia de Leiria, Diário Económico, Jornal de Notícias, Diário de Notícias e Sol. Foi fundador e primeiro director do Observador, tendo também dirigido a TSF e o jornal Público.

De onde nascem os livros?

GONÇALO M. TAVARES é já um dos escritores mais traduzidos da literatura portuguesa. Nasceu em 1970, e publicou o primeiro livro em 2001. Estão em curso traduções e edições internacionais de todos os seus livros, em mais de 50 países, por algumas das mais prestigiadas editoras. Recebeu importantes prémios em Portugal e no estrangeiro, nos mais diversos géneros literários. Com Aprender a Rezar na era da Técnica recebeu o Prix du Meilleur Livre Étranger 2010 (França), prémio atribuído antes a Robert Musil, Philip Roth, Gabriel García Márquez, Elias Canetti, entre outros.

SÁBADO | 15.09.18

De onde vêm as letras das canções?

CARLOS TÊ estreou-se a escrever letras em português em 1976, com a canção “Chico Fininho”, de Rui Veloso, e tornou-se reconhecido com a edição do álbum “Ar de Rock”, deste músico, para o qual deu o seu contributo como letrista. Também colaborou com Jafumega (1982), Trovante (1983), Cabeças no Ar (2002), Jorge Palma (2004), Ala dos Namorados (2007 e 2015), André Sardet (2008), Ana Moura (2016), entre outros. “Amor Solúvel” e “Um Fio de Jogo” são algumas das peças levadas à cena, escritas e dirigidas pelo próprio. É autor de contos e narrativas, tendo publicado o romance O Voo Melancólico do Melro, o livro Contos Supra-numerários, entre outros.

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Como é que eu mudei a minha vida?

JOHNSON SEMEDO, fundador da Academia do Johnson e treinador de futsal. Nascido em São Tomé, veio para Portugal com 2 anos, tendo crescido no bairro da Cova da Moura, onde ainda vive. Fugiu de casa com apenas 9 anos e foi menino de rua. A toxicodependência conduziu-o a comportamentos desviantes e à reclusão em estabelecimentos prisionais. Após o cumprimento de uma pena de 10 anos, mudou de vida, completou o ensino secundário, casou e foi pai. O duro percurso de vida fê-lo acreditar que podia mudar de rumo e ser um exemplo para outros jovens com vidas adversas. Em 2014 funda a Associação Academia do Johnson Semedo com o objectivo de, a partir da sua experiência de vida, actuar na prevenção de situações de risco de jovens que vivem em bairros problemáticos da Amadora.

Tudo isto para quê? Evoluir e Servir na certeza de que “rir será a melhor maneira de levar a vida a sério” (Monthy Pyton)

JOSÉ PEDRO COBRA, advogado, humorista, orador, voluntário e angariador de fundos. Com 45 anos, integra, há mais quinze, a área corporativa e de comunicação institucional de um grupo económico português cotado em Bolsa. Em simultâneo, aposta no contributo cívico e causas sociais, revertendo para instituições e projectos de solidariedade social, entre outras iniciativas, tudo o que recebe das suas palestras e espectáculos de stand-up comedy.

SÁBADO | 15.09.18

Porquê o Oceano?

JOÃO FALCATO, director do Oceanário de Lisboa, acumula cargos administrativos na Fundação Oceano Azul, na Sieocean - Siemens & Oceanário, na European Union of Aquarium Curators (EUAC), na European Association of Zoos and Aquaria (EAZA) e na Associação Portuguesa de Zoos e Aquários. Administrador da Fundação do Gil entre 2012 e 2015, é actualmente membro do Conselho de Curadores da instituição.

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SÁBADO | 15.09.18

Por que motivo me tornei cientista?

MARIA MANUEL MOTA, directora do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Universidade de Lisboa. Licenciou-se em Biologia e obteve o grau de Mestre em Imunologia pela Universidade do Porto em 1992 e 1994, respectivamente, e doutorou-se em 1998 pela University College London (Reino Unido). Publicou mais de 90 artigos em revistas científicas internacionais e detém 4 patentes internacionais. Anteriormente foi investigadora no Instituto Gulbenkian de Ciências, investigadora no Howard Hughes Medical Institute (EUA) e membro do Conselho de Administração da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

Quem é que ainda quer um emprego para o vida?

MARIANA CANTO E CASTRO, é licenciada em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa e tem uma especialização em Sociologia Organizacional, tendo completado ainda um curso de Senior Executive Management na Tias Nimbas School of Business (Holanda) e no INSEAD (França). Foi coordenadora de Recursos Humanos (RH) em dois institutos públicos, acumulando funções como directora da contencioso num destes organismos. Regressou ao sector privado em 2015 para assumir a direcção do departamento legal da Randstad Portugal e integrar o management team. Actualmente assume também a direcção de RH e é responsável pela supervisão da área da Qualidade e pelo Programa de Responsabilidade Social.

QUO VADIS CPLP? Plantas e rainhas dez anos depois da crise

JORGE BRAGA DE MACEDO, professor e director do Centro Globalização e Governação (CG&G) da Nova School of Business and Economics, é membro da Academia das Ciências de Lisboa, da Academia Real da Bélgica e do Centre for International Governance Innovation (CIGI) do Canadá. Ensinou nas universidades de Yale e Princeton, na universidade Sciences-Po em Paris e nas Universidades Católicas de Portugal e Angola. Desempenhou ainda o cargo de Presidente do Centro de Desenvolvimento da OCDE e do Instituto de Investigação Científica Tropical (que inclui o Jardim Botânico Tropical).

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É sempre a ficção que nos salva?

NUNO ARTUR SILVA, fundador e antigo editor e director das Produções Fictícias, do jornal O Inimigo Público e do Canal Q, canal cabo de entretenimento, é autor e produtor de livros, peças de teatro, séries e programas de televisão, explorando géneros que vão da banda desenhada à poesia, da comédia às histórias infantis, do documentário à ficção. Deu aulas de Português e de Escrita Criativa, apresentou programas de televisão e fez stand-up comedy. Entre 2015 e 2018, foi administrador da RTP, tendo a seu cargo o pelouro dos Conteúdos.

SÁBADO | 15.09.18

Música popular portuguesa existe ou não?

MIGUEL ARAÚJO, músico, cantor, compositor e letrista português. Nasceu em 1978 em Águas Santas, na Maia. É autor da música e letra de alguns dos grandes sucessos portugueses do início do século XXI: “Anda Comigo Ver os Aviões”, “Os Maridos das Outras”, “Quem és tu Miúda”, entre outros. Além do seu reportório a solo e da banda Os Azeitonas, que fundou e na qual se manteve até final de 2016, tem escrito para alguns dos mais destacados intérpretes portugueses, como é o caso de António Zambujo, Ana Moura, Carminho, Raquel Tavares e Ana Bacalhau. Desde 2017 mantém uma crónica quinzenal na revista Visão.

A música nasceu comigo?

RICARDO RIBEIRO, fadista, com lugar marcado nas casas de fado Marquês da Sé e Mesa de Frades, ambos em Alfama. Nascido e criado no bairro da Ajuda, começou a cantar aos nove anos, e com 15 arrecadou o segundo lugar na Grande Noite do Fado. Com cinco álbuns editados, somou várias distinções, entre prémios relevação e de melhor intérprete masculino, e tem sido presença habitual nos palcos de todo o mundo. Participou em discos de Rui Veloso, Simone de Oliveira, Carlos do Carmo, entre outros, e em inúmeras compilações e filmes, com destaque para “Rio Turvo”, de Edgar Pêra, e “Fados”, de Carlos Saura.

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SÁBADO | 15.09.18

Porquê os meteoritos?

ZITA MARTINS, astrobióloga e professora associada no Instituto Superior Técnico (IST). Colaborou com a NASA como cientista convidada, foi University Research Fellow no Imperial College London e professora convidada na Universidade Nice-Sophia Antipolis. Trabalhou para a missão a Marte, a ExoMars, e é co-investigadora de duas missões espaciais da European Space Agency (ESA). Em 2009, ganhou uma bolsa de um milhão de libras da Royal Society. Deu mais de 100 entrevistas aos meios de comunicação social internacional, foi seleccionada pela BBC como Expert Scientist Women e condecorada pelo Presidente da República com o título de Oficial da Ordem Militar de Sant´Iago da Espada.

O que é que o designtem a ver com a gestão?

RITA NABEIRO, nascida em 1980, concluiu a licenciatura em Design de Comunicação na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. Seguiram-se diversas formações e projectos, como a fotografia, o design, o empreendedorismo social, vinhos e gestão. Entre 2005 e 2006, trabalhou como designer de comunicação, em Itália e Portugal, período após o qual entrou no Grupo Nabeiro – Delta Cafés. Rumou do café para o vinho, nomeadamente para a Adega Mayor, onde é directora-geral desde 2012. Neste âmbito, salientam-se os mais de 200 vinhos premiados e projectos como as Wine Talks, as edições especiais e o restaurante Sem Título.

Startups e inovação em Portugal:mito ou realidade?

STEPHAN MORAIS é fundador e adminis-trador-executivo da Indico Capital Partners, uma empresa de capital de risco com sede em Portugal. Foi membro do Conselho Executivo da Caixa Capital, onde liderou o capital de risco e co-liderou investimentos em private equity. É assessor do Comissário Europeu para a Ciência e Inovação e ex-presidente da European Venture Finance Network. Formado em Engenharia pelo Instituto Superior Técnico e com um MBA da Harvard Business School, é especialista em Empreendedorismo da Saïd Business School, Universidade de Oxford, e senior independent associate partner da AMROP, grupo internacional de recrutamento de executivos.

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A peça de teatro “112 - O jantar está mesmo quase”, que, como o nome indica, aponta para uma urgência. Neste caso, para a urgência de três actores, mais especificamente, três recém-licenciados, que acreditaram num Mundo de oportunidades, mas, que, têm sido sistematicamente confrontados com o contrário: não há emprego, não há dinheiro e, pior que isso, não há sinais de mudança.

Cruzam-se histórias, intersectam-se frustrações e ambições e colocam-se todas num espaço de convívio desprovido de pretensão. Falamos de um ambiente simples, confortável e acolhedor que vai perdendo a forma à medida que os minutos correm e os actores agarram as zonas mais recônditas da memória.

112 é a urgência de todos os que anseiam por fazer acontecer. 112 é um pedido de ajuda. 112 são relatos, desabafos e, por vezes, silêncios com que qualquer um se pode identificar. 112 é a descrição de uma realidade, dura, que é imposta, diariamente, a estas três personagens, a estes três, e a tantos outros, estudantes ou actores, a estes três, e a tantos outros, cidadãos.

112 é o projecto que urge… para reflectir e agir.

Ficha TécnicaTexto: Mariana Fonseca; Interpretações: Joana Brito, João Santos, Mariana Fonseca; Assistência à encenação: Teresa Faria; Cartaz: Igor Ramos; Fotografias: Diogo Cruz e Henrique Pina

TEATRO: 112 - O JANTAR ESTÁ MESMO QUASEPALCO ESTÚDIO

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O filme Fora da Vida - vencedor do Festival IndieLisboa e distinguido com vários prémios internacionais - parte do tema “viver com o salário mínimo” para investigar como as suas personagens ocupam o tempo que lhes resta para além do trabalho que lhes garante esse salário.

Afinal, como vivem elas quando não estão a trabalhar? Como gastam o dinheiro que ganham? Que sonhos as animam? Que interesses as ocupam? De que é que sentem falta? Como lidam com as necessidades do quotidiano? A que ”luxos” se podem permitir?

O filme acompanha e cruza os percursos de três personagens reais, três pessoas diferentes com um mesmo denominador comum: o salário mínimo. Um cruzar de vidas e de tempos livres, que não são assim tão livres. Ou serão?

Um filme de Filipa Reis e João Miller Guerra.

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DOCUMENTÁRIO:FORA DA VIDAPALCO PRINCIPAL

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Em 1900, 41 por cento dos trabalhadores americanos estavam empregados no sector agrícola. Em 2000, esta fracção tinha caído para 2 por cento (Autor, 2015). Não terá sido porque a dieta dos americanos se tornou mais frugal. Muito pelo contrário.

A substituição das diligências por comboios, dos veleiros por embarcações a motor ou de enxadas por lagartas mecânicas assentou em tecnologias que favoreceram a automação da maquinaria. Assim, por exemplo, a produção em massa da indústria automóvel fez reduzir a procura a níveis vestigiais de muitas profissões equestres, como os ferreiros e os palafreneiros. As inovações tecnológicas que são introduzidas no local de trabalho são desenhadas para poupar a utilização do factor trabalho, especialmente o que é empregado em tarefas repetitivas e facilmente codificáveis.

Que profissões estão ameaçadas pela automação? Será a polarização de emprego limitada pelo paradoxo de Polanyi? Isto é, pela noção de que “sabemos mais do que somos capazes de verbalizar,” o que torna muito difícil explicitar as regras e procedimentos de tarefas que são executadas pelos humanos de forma tácita e sem esforço.

Afinal, a Google precisou de 16.000 computadores para fazer reconhecer a imagem de um gato (New York Times, 2012). E os carros autónomos não são mais do que uma espécie de comboios que percorrem carris invisíveis - os mapas digitais.

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CORRIDA ENTREO HOMEM E A MÁQUINAPALCO PRINCIPAL

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DAVID AUTOR, professor de Economia distinguido pela Fundação Ford e director-adjunto do Departamento de Economia do Massachusetts Institute of Technology (MIT). A sua área de estudos explora os impactos da revolução tecnológica e globalização no mercado de trabalho, as desigualdades salariais, seguro por invalidez e disponibilidade de mão-de-obra. Recebeu diversos prémios pelo seu trabalho, nomeadamente o Prémio Carreira da Fundação Nacional da Ciência, uma bolsa da Fundação Alfred P. Sloan e o Prémio Sherwin Rosen pelas contribuições notáveis no campo da economia do trabalho. Em 2017, foi apontado pela Bloomberg como uma das 50 pessoas que definiram o negócio à escala global.

IN-Q é campeão nacional de Poetry Slam e um compositor multiplatinado, escrevendo para entreter, inspirar e desafiar quem o ouve. Muitos dos seus vídeos de poesia tornaram-se virais, com mais de 50 milhões de visualizações totais. As suas performances extraordinárias incluem: esgotar um dos maiores espectáculos de poesia na história de Los Angeles, ser o primeiro artista da palavra falada a apresentar-se com o Cirque du Soleil e ser destacado no Def Poetry Jam da HBO pela campanha Look Closer da A&E. Organizações como a Google, Facebook, IBM, Nike, Spotify, Shazam, entre outras, já o convidaram para dar workshops motivacionais sobre criatividade e narrativa.

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CABO DOS TRABALHOS

Para celebrar o Encontro sobre o trabalho com um concerto que juntasse nomes consagrados da música portuguesa, nasceu a ideia da banda Cabo dos Trabalhos. Ana Moura, Frankie Chavez, Paulo de Carvalho e Tiago Bettencourt, bem como Bernardo Barata e João Pinheiro (OIOAI, Diabo na Cruz), aceitaram o convite e partem para esta aventura sob a forma de um concerto único de clássicos da canção cantada em português. Foram escolhidos temas intemporais como a Construção, de Chico Buarque, ou Muda de Vida, de António Variações, para um acontecimento irrepetível.

SÁBADO | 15.09.18

RITMOSDE TRABALHO PALCO PRINCIPAL

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ANA MOURA é uma das fadistas mais reconhecidas em Portugal, contando já com mais de uma dezena de galardões, de onde se destacam dois Globos de Ouro, dois prémios Amália, entre outros.

TIAGO BETTENCOURT é cantor, músico e autor de várias composições de referência da nova música nacional. Há mais de dez anos embarcou naquela que seria a sua primeira incursão em estúdio, com a banda “Toranja”. A riqueza e a simplicidade dos seus poemas e melodias rapidamente captaram a atenção do público, em especial “Carta”, um dos temas de maior sucesso.

FRANKIE CHAVEZ é um dos talentos mais promissores da música portuguesa, tendo vindo a ser referido como a mais recente revelação blues do Sul da Europa. Multi-instrumentista, a sua música conjuga diferentes tipos de sonoridades, resultando num blues/folk.

PAULO DE CARVALHO é cantor, músico e compositor, com mais de trezentas composições assinadas (e interpretadas também por vozes dos mais diversos quadrantes musicais). Desde os tempos dos Sheiks, então com 15 anos, a bateria a seus pés e o Café Vává da Avenida de Roma como ponto de tertúlias, Paulo de Carvalho foi-se afirmando como um dos nomes maiores da música pop rock feita em Portugal.

SÁBADO | 15.09.18

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O SENTIDODO TRABALHO

DOMINGO - 16 SET.

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14H00 | PICAR O PONTO ALAMEDA DO TRABALHO

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14H30 | NOVAS PROMESSASPARA AS NOVAS GERAÇÕES PALCO PRINCIPALMartha Bailey

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15H25 | UMA VIDA, VÁRIAS CARREIRAS?PALCO PRINCIPALBruno MotaMafalda Rebordão Marta MaiaModeração: António Costa

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15H25 | UM CÓDIGO DE CONDUTAPARA OS ROBOTS? PALCO ESTÚDIOArlindo OliveiraLuís Moniz PereiraNorberto PiresModeração: Paulo Bastos

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17H05 | O IMPACTO DA AUTOMATIZAÇÃODO TRABALHO PALCO PRINCIPALSérgio Rebelo

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18H00 | O MUNDO ATÉ ONTEM PALCO PRINCIPALJared Diamond

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19H00 | ENCERRAMENTODOS TRABALHOSPALCO PRINCIPALAlexandre Soares dos Santos

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19H20 | TRABALHO DE FÔLEGO PALCO PRINCIPALThe Whoop Group

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Após o assassinato de John F. Kennedy, o recém-empossado presidente Johnson foi detalhadamente informado sobre o que teria sido a futura agenda política do seu antecessor Kennedy. Da panóplia de reformas apresentadas pelo principal responsável do conselho económico (“chief economic advisor”) Walter Heller, o novo presidente elegeu, com indisfarçável entusiasmo, o combate à pobreza. De acordo com Heller, Johnson terá dito: “Este é o meu tipo de programa. Arranjarei o dinheiro de uma forma ou de outra. Se tiver que ser, desviarei dinheiro de outras coisas para arranjar dinheiro para as pessoas… Dêem-lhe a máxima prioridade. Vão em frente com toda a força.”

Depois do discurso sobre o estado da União, o presidente Johnson promoveu a Guerra à Pobreza através de um roteiro de iniciativas de relações públicas. Em Abril de 1964, Johnson visitou o mineiro do carvão Tom Fletcher, a sua mulher e os oito filhos, que viviam nos Apalaches. Os Fletcher tinham sido escolhidos pela Casa Branca como a face dos trabalhadores esforçados que viviam na pobreza. Johnson terá dito a um repórter: “Não sei se conseguirei aprovar uma única lei ou se terei um único dólar aprovado, mas antes de tudo, nenhuma comunidade americana jamais ignorará a pobreza no seu interior.” De facto, a icónica fotografia de Walter Bennet na revista Time, capturando a conversa com os Fletcher no seu alpendre, conseguiu mesmo isso.

Que lições extrair do programa de guerra à pobreza despoletado pelo presidente Johnson? Como projectar no futuro o combate à pobreza, nas suas várias dimensões?

DOMINGO | 16.09.18

NOVAS PROMESSASPARA AS NOVAS GERAÇÕESPALCO PRINCIPAL

MARTHA BAILEY, professora de Economia e investigadora no Centro de Estudos da População na Universidade de Michigan. A sua investigação centra-se em assuntos relacionados com a economia laboral, demografia e saúde nos Estados Unidos, numa perspectiva a longo prazo da história económica. O seu trabalho analisa as implicações da difusão da contracepção moderna na maternidade, nas decisões de carreira profissional e remuneração, com enfoque na avaliação dos programas “Grande Sociedade” a curto e longo prazo e na criação de uma Micro Base de Dados Electrónica (LIFE-M), que permite o estudo do crescimento económico e mobilidade geográfica, assim como da constituição da família ao longo do século XX.

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DOMINGO | 16.09.18

Uma hora continua a ter 60 minutos.

Mas parece que hoje, mais do que ontem, cabem, nesses minutos, mais acontecimentos, mais dados, mais decisões.

Há quem chame a isso aceleração. Também lhe podemos chamar mudança. Uma mudança que nos faz antever que dificilmente um percurso profissional possa ser planeado e imaginado como no passado. Com vidas mais longas e com a aceleração da tecnologia, assistiremos ao aparecimento de novas profissões e ao desaparecimento de outras.

Quantas profissões teremos ao longo da vida? Qual o significado da palavra carreira? Existirá desafio maior para as nossas empresas e organizações do que prepararem-se para esta mudança? Será esta a transformação que nos ajudará a entender o significado profundo da expressão “estudar é para toda a vida”? Como nos podemos adaptar a este novo mundo de trabalho?

UMA VIDA. VÁRIAS CARREIRAS?PALCO PRINCIPAL

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DOMINGO | 16.09.18

MAFALDA REBORDÃO licenciou-se em Econo-mia pela Nova SBE e é actualmente aluna do mestrado de CEMS Master’s in International Management (uma formação internacional dedicada à preparação da nova geração de líderes do futuro). Durante seis meses estudou numa das melhores faculdades de Gestão do Canadá, a HEC Montréal, num programa de intercâmbio, e com apenas 21 anos foi embaixadora de algumas das empresas mais inteligentes em Portugal. Fundou o primeiro TEDx na Nova SBE e foi guest speaker e host no National Robotics Festival 2018. Actualmente é responsável pelo experience hub no Summit da Singularity University Portugal. Distinguida com o Prémio Rotary Club Honorable Award em 2015, com o prémio Torres Vedras Merit Award e como aluna de excelência pela Nova SBE com a Bolsa Nova Fellowship for Excellence em 2018.

MARTA MAIA, directora de Recursos Humanos (RH) e Membro da Comissão Executiva do grupo Jerónimo Martins. É licenciada em Direito pela Universidade Católica Portuguesa e pós- -graduada em RH pelo Instituto Superior de Gestão. Nesta área completou vários cursos no INSEAD, Harvard e Stanford, concluindo ainda o curso General Management da Universidade Nova de Lisboa. Em 1999 integrou o grupo Jerónimo Martins como Labour Relations Manager, e dois anos depois tornou-se Media Relations Group. Desde 2004, desenvolve carreira na direcção de RH, primeiro no Pingo Doce e depois em várias empresas do Grupo em Portugal. De 2010 a esta parte tem a responsabilidade corporativa da gestão de RH em Portugal, Polónia e Colômbia.

MODERAÇÃO

ANTÓNIO COSTA, publisher do ECO, jornal económico digital, e comentador-residente na TVI. Jornalista desde 1992, passou pelo Jornal de Notícias e, mais tarde, pelo Expresso, Agência Lusa e Económico, colaborando sempre nas áreas económica e financeira.

BRUNO MOTA, director e sócio-fundador da BOLD International. Licenciado em Engenharia Informática e de Computadores no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL), concluiu o percurso académico com o mestrado executivo em Gestão Empresarial no INDEG/ISCTE. Iniciou a sua carreira profissional em 2005 como consultor na área de Tecnologias de Informação, designadamente no Grupo Sonae. Actualmente é responsável pela estratégia global e gestão da empresa que conta com mais de 500 colaboradores e representa seis marcas que actuam enquanto centros de competência especializados nas mais distintas áreas tecnológicas.

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Em 1942, Isaac Asimov, escreveu as famosas Três Leis da Robótica, num texto intitulado Runaround.

Primeira lei da robótica: “O robot não poderá ferir um ser humano ou, por inacção, permitir que um humano seja magoado”.

Segunda lei da robótica: “O robot deverá obedecer às ordens transmitidas pelos seres humanos, excepto se essas ordens violarem a Primeira Lei”.

Terceira lei da robótica: “O robot deverá proteger a sua existência desde que esta protecção não esteja em conflito com a Primeira e a Segunda Leis”.

O desenvolvimento da Inteligência Artificial, garantindo uma crescente autonomia aos robots e uma interacção com os humanos cada vez mais intensa e cooperante, fez emergir a necessidade de construir um novo, e complexo, edifício de regulações éticas.

Que ameaças devem ser acauteladas? Que responsabilidades devem ser atribuídas? Como partilhar os benefícios da automação?

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UM CÓDIGO DE CONDUTA PARA OS ROBOTS? PALCO ESTÚDIO

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ARLINDO OLIVEIRA licenciou-se pelo Instituto Superior Técnico (IST) e doutorou-se pela Universidade da Califórnia em Berkeley, em Engenharia Electrotécnica e de Computadores. É Presidente do IST e professor do Departamento de Engenharia Informática, onde lecciona, entre outras, cadeiras nas áreas de Algoritmos, Biologia Computacional e Neuroengenharia. Tem desenvolvido trabalho de investigação em sistemas digitais, síntese lógica, algoritmia, aprendizagem automática e bioinformática. É autor de dois livros, o mais recente dos quais intitulado The Digital Mind, editado pela MIT Press e recentemente lançado em Portugal com o título Mentes Digitais.

NORBERTO PIRES licenciou-se em Engenharia Física, no ramo de Instrumentação, e doutorou-se pelo Departamento de Engenharia Mecânica, na área de Automação e Robótica, da Universidade de Coimbra (UC). É professor no Departamento de Engenharia Mecânica da UC, responsável pelo laboratório de Robótica Industrial da mesma instituição e director da Robótica, a única revista técnico-científica portuguesa nesta área. Foi fundador e primeiro presidente da Sociedade Portuguesa de Robótica e da Associação Portuguesa de Controlo Automático, além de membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia e membro do Conselho Nacional de Empreendedorismo e Inovação, entre outros cargos.

MODERAÇÃO

PAULO BASTOS, editor e repórter da TVI, é o responsável pelo programa de ciência e tecnologia “NXT, O Próximo Passo”, no ar desde 2014. Fundou a TSF e foi jornalista no Expresso e no extinto “O Independente”. Na RTP dirigiu o primeiro projecto multimédia em Portugal, a fanzine “m24”, e, mais tarde, a cyber.net, a primeira revista dedicada à Internet.

LUÍS MONIZ PEREIRA é um dos investigadores portugueses com mais projectos de Inteligência Artificial (IA) e publicações científicas em áreas como: Raciocínio Computacional, Teoria Evolucionária dos Jogos, Moral das Máquinas e Ciências Cognitivas. Considerado um dos fundadores da Programação em Lógica, criou e presidiu à Associação Portuguesa para a Inteligência Artificial, sendo actualmente investigador em IA, professor catedrático aposentado de Informática da Universidade Nova de Lisboa, membro do Conselho Científico do IMDEA (Madrid) e fellow do Comité Coordenador Europeu para a IA. Doutor Honoris Causa pela Universidade de Dresden, o seu trabalho foi distinguido com o Prémio Ciência da Fundação Gulbenkian em 1984, Prémio Boa Esperança em 1994 e Prémio Estímulo à Ciência em 2005. Em 2016 publicou dois livros: Programming Machine Ethics e A Máquina Iluminada – Cognição e Computação.

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No romance Player Piano do escritor americano Kurt Vonnegut é descrito um mundo em que as crianças em idade escolar são submetidas, muito cedo no seu percurso, a um exame que determinará o seu destino. Os que têm sucesso na avaliação serão engenheiros e desenharão robots. Os que falham o exame não terão emprego e viverão para sempre de transferências monetárias do governo.

Estaremos a convergir para este mundo distópico? Que efeitos terá a automação na distribuição de rendimentos? Que políticas públicas serão mais adequadas para responder ao impacto da automação na procura de trabalho? Devem os robots ser tributados? Que sistema tributário seria mais adequado para acomodar a eficiência na afectação de recursos e corrigir a desigualdade de rendimentos? Que papel deverá ser desempenhado pelo rendimento básico universal?

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O IMPACTODA AUTOMATIZAÇÃODO TRABALHO PALCO PRINCIPAL

SÉRGIO REBELO, Tokai Bank Distinguished Professor of International Finance da Kellogg School of Management, onde dirigiu o Departamento de Finanças, e é co-director do Centro de Macroeconomia Internacional da Northwestern University. A sua investigação centra-se no domínio da macroeconomia e das finanças internacionais. Doutorado em Economia pela Universidade de Rochester, tem estudado as causas dos ciclos económicos, o impacto das políticas económicas sobre o crescimento económico e as flutuações cambiais. Fez consultoria em instituições de renome, com destaque para o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu, entre outras.

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O que as enguias-eléctricas nos dizem sobre a evolução da religião – eis o nome de um dos capítulos de O Mundo Até Ontem.

O seu autor, Jared Diamond, não é um provocador nem um iconoclasta militante, e jamais recorre a frases fáceis para seduzir o auditório. Acima de tudo, é um humanista preocupado com o destino das nossas sociedades, que tenta compreender a partir das suas origens naturais, das suas raízes mais profundas, que não têm a dividi-las fronteiras políticas, económicas ou outras, artificialmente traçadas num momento efémero. O seu horizonte é o da longa duração – e é isso que, ao cabo e ao resto, lhe permite compreender a natureza transitória de modos de organização social que considerávamos

O MUNDO ATÉ ONTEMPALCO PRINCIPAL

JARED DIAMOND, autor de livros de enorme impacto, como O Terceiro Chimpanzé (1991), Armas, Germes e Aço (1997, vencedor do Prémio Pulitzer), Colapso (2005) e O Mundo Até Ontem (2012). A sua obra mais recente, O Terceiro Chimpanzé para Jovens: a Evolução e o Futuro do Animal Humano, dirige-se às próximas gerações e ao futuro que estas irão construir. Com uma mistura de antropologia, sociologia e biologia evolucionária, Diamond enfatiza a forma como podemos melhorar a sociedade contemporânea aprendendo com o passado. Além de ter recebido prestigiados prémios, o The New York Times considera a sua escrita como “um dos projectos mais importantes levados a cabo por um intelectual da nossa geração”.

perfeitos e imutáveis, talvez eternos. Se essa é a matéria-prima de Colapso, em O Mundo Até Ontem (uma importante nuance verbal relativamente a O Mundo de Ontem, de Stefan Zweig) Jared Diamond pergunta, em subtítulo: O que podemos aprender com as sociedades tradicionais?

Procurando compreender, através de grandes sínteses, o efeito das transformações estruturais, nomeadamente tecnológicas, no destino das nossas sociedades – tópico central de Armas, Germes e Aço –, Jared Diamond irá propor-nos uma longa viagem de muitos séculos que percorrerá as regiões mais recônditas do planeta para, no final da jornada, nos permitir conhecer melhor o que o futuro nos pode reservar. Colapso – ou talvez não?

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DOMINGO | 16.09.18

ALEXANDRE SOARES DOS SANTOSFundador e Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Francisco Manuel dos Santos

Natural do Porto, frequentou a Faculdade de Direito de Lisboa e iniciou a sua carreira profissional em 1957, na Unilever N.V., como Manager Trainee, tendo estagiado na Alemanha e na Irlanda. Este foi o início de uma carreira internacional na Unilever, ao longo da qual desempenhou, entre outras, as funções de Director de Marketing da Unilever Brasil entre 1964 e 1968.

Em 1968, Soares dos Santos regressou a Portugal para integrar o conselho de administração do Grupo Jerónimo Martins como Administrador- -Delegado, tendo assumido posteriormente funções como Presidente da Comissão Executiva, cargo que acumulou com o de Presidente do Conselho de Administração de 1996 a 2013.

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