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Energias Renováveis Brasil e Alemanha são parceiros estraté- gicos e vivem relações amplamente con- solidadas em temas políticos, econômicos, culturais e sociais. O Ministério Federal da Cooperação Econô- mica e do Desenvolvimento (BMZ) formula as linhas de atuação do governo alemão na área do desenvolvimento internacional, conduz o diálogo intergovernamental com os países parceiros e disponibiliza recursos do orçamento federal. Os primeiros acor- dos com o Brasil foram no ano de 1963. Encarregadas pelo BMZ, as agências executoras alemãs CIM, DED, DEG, GTZ, InWEnt e KfW oferecem diferentes servi- ços técnicos e financeiros da Cooperação Alemã e contribuem para a realização de projetos e programas brasileiros. A Cooperação Alemã Fontes inesgotáveis, limpas e rentáveis N o Brasil, a geração de energia elétrica é domi- nada há décadas pela hidroeletricidade. Mais de 80% da atual produção nacional é baseada nessa matriz. Tal de- pendência pode trazer proble- mas no caso de pouca chuva ou os eventuais efeitos de uma mudança climática que possa afetar essa matriz energética. É justamente ao prever futuros problemas no abastecimento energético, que vários países estão buscando diversificar suas fontes produtoras de ener- gia. Com o rápido desenvolvi- mento tecnológico dos últimos anos, tem aumentado muito o aproveita- mento das fontes renováveis de energia (FRE) como o sol e o vento. O desenvolvimento tecnológico contribui também para redução dos custos de ge- ração das FRE. Isso criou uma alternativa às fontes fósseis e contribuiu para que as energias renováveis conquistassem novos mercados (Figura 1). Por serem aproveitáveis em pequenas uni- dades, as FRE podem descentralizar e di- versificar a matriz energética brasileira com fontes limpas. Essa característica combina com o objetivo principal da Cooperação Alemã no setor de energia, que é trabalhar ferramentas e serviços para a transferência de conhecimento técnico e organizacional. Por meio de consultorias e financiamentos, a Cooperação oferece ao Brasil parcerias para otimizar o aproveitamento das poten- ciais FRE. Veja aqui algumas atividades que já estão em andamento. George Sampaio em conjunto com o Brasil na realização de uma política energética sustentável e de um fornecimento descentralizado, consi- derando os aspectos socioambientais e econômicos. A Cooperação Alemã dá assistência téc- nica e gerencial na integração das fontes renováveis de energia descentralizadas no setor elétrico brasileiro, flexibilizando a ex- pansão do parque gerador nacional. Como a Alemanha é líder mundial na produção e exportação de equipamentos no setor das FRE, a Cooperação tem boas condições para contribuir no processo da integração dessas fontes no Brasil, aplicando suas 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 energia fotovoltaica - produção mundial por ano (ROGOL 2008) dados reais projeção MW / ano energia eólica - produção mundial por ano (WWEA 2008) Figura 1 Desenvolvimento da capacidade produzida de usinas solares e eólicas no mundo

Energias Renováveis - giz.de · energia elétrica é domi-nada há décadas pela hidroeletricidade. Mais de 80% da atual produção nacional é baseada nessa matriz. Tal de-pendência

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Energias Renováveis

Brasil e Alemanha são parceiros estraté-gicos e vivem relações amplamente con-solidadas em temas políticos, econômicos, culturais e sociais.

O Ministério Federal da Cooperação Econô-mica e do Desenvolvimento (BMZ) formula as linhas de atuação do governo alemão na área do desenvolvimento internacional, conduz o diálogo intergovernamental com os países parceiros e disponibiliza recursos do orçamento federal. Os primeiros acor-dos com o Brasil foram no ano de 1963.

Encarregadas pelo BMZ, as agências executoras alemãs CIM, DED, DEG, GTZ, InWEnt e KfW oferecem diferentes servi-ços técnicos e financeiros da Cooperação Alemã e contribuem para a realização de projetos e programas brasileiros.

A Cooperação Alemã

Fontes inesgotáveis, limpas e rentáveis

No Brasil, a geração de energia elétrica é domi-nada há décadas pela

hidroeletricidade. Mais de 80% da atual produção nacional é baseada nessa matriz. Tal de-pendência pode trazer proble-mas no caso de pouca chuva ou os eventuais efeitos de uma mudança climática que possa afetar essa matriz energética.

É justamente ao prever futuros problemas no abastecimento energético, que vários países estão buscando diversificar suas fontes produtoras de ener-gia. Com o rápido desenvolvi-mento tecnológico dos últimos

anos, tem aumentado muito o aproveita-mento das fontes renováveis de energia (FRE) como o sol e o vento.

O desenvolvimento tecnológico contribui também para redução dos custos de ge-ração das FRE. Isso criou uma alternativa às fontes fósseis e contribuiu para que as energias renováveis conquistassem novos mercados (Figura 1).

Por serem aproveitáveis em pequenas uni-dades, as FRE podem descentralizar e di-versificar a matriz energética brasileira com fontes limpas. Essa característica combina com o objetivo principal da Cooperação Alemã no setor de energia, que é trabalhar

ferramentas e serviços para a transferência de conhecimento técnico e organizacional.

Por meio de consultorias e financiamentos, a Cooperação oferece ao Brasil parcerias para otimizar o aproveitamento das poten-ciais FRE. Veja aqui algumas atividades que já estão em andamento.

Geo

rge

Sam

paio

em conjunto com o Brasil na realização de uma política energética sustentável e de um fornecimento descentralizado, consi-derando os aspectos socioambientais e econômicos.

A Cooperação Alemã dá assistência téc-nica e gerencial na integração das fontes renováveis de energia descentralizadas no setor elétrico brasileiro, flexibilizando a ex-pansão do parque gerador nacional. Como a Alemanha é líder mundial na produção e exportação de equipamentos no setor das FRE, a Cooperação tem boas condições para contribuir no processo da integração dessas fontes no Brasil, aplicando suas

30.000

25.000

20.000

15.000

10.000

5.000

02000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

energia fotovoltaica - produção mundial por ano (ROGOL 2008)

dados reais projeção

MW

/ a

no

energia eólica - produção mundial por ano (WWEA 2008)

Figura 1

Desenvolvimento da capacidade produzida de usinas solares e eólicas no mundo

Energias Renováveis

Embaixadada República Federal da AlemanhaBrasília

www.brasilia.diplo.de [email protected]

(61) 3442-7000

GTZ

Redação: Catharina Vale, Jaime Gesisky / Projeto Gráfico: Luiz Daré / Fevereiro 2009

A região brasileira que acumula o maior potencial de energia eólica não tem nú-mero suficiente de pessoal especializado para o aproveitamento dos ventos que sopram generosamente no Nordeste. Por isso, a região vê o risco de atraso na instalação e na manutenção dos aeroge-radores. A Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado do Ceará (ADECE) e a Cooperação Alemã iniciaram recen-temente uma parceria para qualificação profissional em operação e manutenção dos parques eólicos, na produção de equipamento e na gestão da cadeia pro-dutiva de energia eólica. A Cooperação apoiará a capacitação dos professores, a definição de novos cursos e a sua con-cepção didática.

Bons ventos no Nordeste

Para aproveitar as energias renováveis no Brasil é neces-sário ter financiamentos com condições (ex: juros, prazos) adequadas para investimentos na geração de energia elétrica. Por isso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) criou linhas de crédito específicas para empre-sas privadas que construiem Pequenas Centrais Hidrelétricas

(PCH) ou parques eólicos em todo o território brasileiro. A Cooperação Alemã disponibiliza recursos via BNDES para co-financiar estes empreendimentos.

Atualmente, a Cooperação dispõe de uma linha de crédito de € 100 milhões para parques eólicos e € 52 milhões para PCHs. Junto com os recursos própios do BNDES e dos investidores privados, o investimento to-tal atinge hoje € 225 milhões (cerca R$ 750 milhões). Este programas criam uma capa-cidade adicional de cerca 145 MW em PCH

Cooperação para investimentos em FRE

O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de carnes. A atividade eco-nômica é significativa para a renda de milhares de brasileiros. Porém, se não forem tratados corretamente, os dejetos dos animais podem causar impactos am-bientais desfavoráveis, poluindo rios e re-servatórios de água. A Cooperação apoia

as iniciativas brasileiras para a inclusão de biogás na matriz energética. Além de diminuir o risco de poluir àgua potável, a produção de biogás a partir desses deje-tos pode se tornar uma renda adicional. A geração de energia elétrica ou térmica com biogás diminui a dependência ener-gética de outras fontes.

Biogás para poluir menos

O Brasil e a Cooperação Ale-mã trabalham juntos também na iniciativa de fornecer ener-gia elétrica a todos os brasilei-ros e reduzir as disparidades regionais. No caso da eletrifi-

cação rural, os sistemas isolados (não-conectados à rede nacional) são muitas vezes a única solução viável para o fornecimento de eletricidade a comunidades. Os projetos apoiados pela Cooperação são harmonizados com os objetivos do Programa Luz para Todos (LPT), do governo federal, que busca levar eletricidade para regiões longínquas.

Uma parceria entre a Eletrobrás e a Cooperação Alemã está ajudando a

iluminar a noite de cerca de 3.500 fa-mílias que vivem em Xapuri, no interior do Acre. A fase inicial com a instalação de sistemas individuais de captação de energia solar começou em 2005. Na atual fase, ocorre o aprimoramento do modelo-piloto de gestão que será disseminado para a utilização de ener-gias renováveis na área rural de toda a região amazônica.

O objetivo é a implementação de sis-temas descentralizados de energias renováveis para atender mais que 10 mil novas residências por ano. Entre as medidas a serem tomadas encontra-se um programa de capacitação direcio-nado às concessionárias de energia elétrica do Norte e Nordeste do Brasil.

Eletrificação rural: luz na noite amazônica

e parques eólicos e evitam o lançamento de cerca de 135 mil toneladas de CO

2 por

ano na atmosfera.

A Cooperação disponibiliza ainda € 37,3 milhões para a Eletrosul (Grupo Eletrobrás) para a construção de quatro PCHs em Santa Catarina. A primeira obra (PCH Barra do Rio Chapéu) começou em setembro de 2008. Juntas, as PCHs catarinenses cria-rão uma capacidade adicional de 54 MW. Isso significará cerca de 50 mil toneladas de CO

2 a menos emitidas por ano.