60
“Tradição em formar Profissionais com QualidadeAvenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405 Tel.: (11) 4678-5508- [email protected] COLÉGIO TÉCNICO SÃO BENTO Enfermagem em Saúde Mental

Enfermagem em Saúde Mental - Ferraz de Vasconcelos · abrigavam além dos doentes mentais também os demais marginalizados da sociedade, que igualmente perturbavam a ordem social,

Embed Size (px)

Citation preview

“Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405 Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Enfermagem

em

Saúde Mental

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

2 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Sumário

História da Psiquiatria................................................................................................01

Doença Mental...........................................................................................................03

TOC – Transtorno Obsessivo – Compulsivo.............................................................04

Síndrome do Pânico....................................................................................................07

Fobias – Transtornos Fóbicos – Ansiosos..................................................................08

Transtornos de Ansiedade..........................................................................................09

Depressão...................................................................................................................10

Síndrome de Burnout.................................................................................................13

Esquizofrenia.............................................................................................................15

Transtorno Afetivo Bipolar.......................................................................................18

Distúrbios Alimentares..............................................................................................21

Anorexia Nervosa......................................................................................................21

Bulimia Nervosa........................................................................................................24

Epilepsia.....................................................................................................................25

Mal de Alzheimer......................................................................................................27

Alcoolismo.................................................................................................................28

Tratamento das Doenças Mentais..............................................................................32

Relacionamento Terapêutico no cuidado de Enfermagem na Saúde Mental............33

Tratamento Medicamentoso.......................................................................................35

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

3 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Terapia Eletroconvulsivante......................................................................................36

Psicoterapia................................................................................................................36

Emergências Psiquiátricas..........................................................................................37

Referências Bibliográficas..........................................................................................46

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

4 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

História da Psiquiatria

Os primeiros hospitais psiquiátricos

As instituições para loucos, ao decorrer da história, receberam diversas denominações tais

como hospícios, asilos, manicômios, hospitais psiquiátricos; mas independente do nome como

eram conhecidas, todas elas tinham a mesma finalidade: esconder o que não se desejava ser

visto. As primeiras instituições com a finalidade de esconder aquilo que não se queria mostrar

datam do século XV, iniciadas na Europa, particularmente na Espanha em Zaragoza, e na

Itália em Florença, Pádua e Bérgamo.

Vale ressaltar que muitas bibliografias apontam o primeiro hospício sendo o fundado pelo

Frei Jofré, em Valência, na Espanha, em 1410. Na verdade, esta instituição não passava de um

hospital geral com caráter de albergues para pobres. No século XVII os manicômios

abrigavam além dos doentes mentais também os demais marginalizados da sociedade, que

igualmente perturbavam a ordem social, dentre os quais se cita os mendigos, desempregados,

criminosos, prostitutas, doentes crônicos, alcoólatras e pessoas sem domicílio. E o

enclausuramento coletivo destas pessoas, consideradas incômodas à sociedade, ocorreu no

intuito de esconder a miséria que era gerada pela desordem social e econômica da época. O

cuidado, nestas instituições era prestado por religiosas que almejavam o perdão de seus

pecados.

Com essa mistura de doentes e não-doentes, estes locais tornaram-se depósitos de

marginalizados, que excluídos e enclausurados, não eram cidadãos. Mas com a nova ordem

social que se instalava, era preciso uma nova conceituação da loucura e, principalmente, de

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

5 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

suas formas de atendimento. A partir desta nova concepção social de loucura, a clausura deixa

de ser sinônimo de exclusão e passa a assumir um caráter terapêutico: era necessário isolar o

paciente em locais adequados – nos manicômios – afastando-o do meio do qual gerava os

distúrbios.

Início das instituições hospitalares no Brasil

A loucura no Brasil só começa a ser objeto de intervenção do Estado a partir da chegada da

família Real. Então muitas mudanças ocorrem no período que segue, exigindo um controle

efetivo sobre o crescimento da sociedade. Desta forma, a medicina, enquanto mecanismo

reordenador do social passa a desenhar o projeto do qual emerge a psiquiatria brasileira. O

tratamento oferecido aos loucos era de péssima qualidade. Os doentes mentais ficavam sob a

responsabilidade das santas casas de misericórdia, sendo abrigados em porões. O atendimento

oferecido não incluía cuidados médicos, visto que a principal finalidade era fornecer abrigo,

alimento e cuidados religiosos aos alienados. Era necessário reestruturar o atendimento

prestado a estas pessoas.

Em 1830, a Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro realizou um diagnóstico da situação dos

loucos na cidade. Sendo assim, os loucos passaram a ser reconhecidos como doentes mentais,

e como tal mereciam um espaço próprio para tratamento e recuperação. Assim, a medicina

reivindicava os espaços para tratar a doença mental, e solicitava a abertura de instituições

específicas para esta clientela, com o lema: “Aos loucos o hospício!”. Isso ocorreu na

intenção do que os loucos, de fato, tivessem o direito ao tratamento médico e cuidado de

saúde. Na intenção de expor uma posição crítica da classe médica e entendendo a clausura

como forma de tratamento, foi iniciada a luta pela abertura dos hospitais psiquiátricos. O

isolamento de Pinel ainda permanecia em voga, sendo compreendido como uma boa e

adequada terapêutica.

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

6 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Este movimento pela criação de instituições específicas para doentes mentais resultou na

instalação do primeiro hospital psiquiátrico brasileiro. Este foi inaugurado em 1852, durante o

Segundo Reinado, denominado Hospício de Alienados Pedro I, no Rio de Janeiro.

Posteriormente, por seu grande porte e pelas decorações de luxo que possuía ficou conhecido

como “palácio dos loucos”. E no período de 1852 a 1886 muitas instituições psiquiátricas

foram criadas em todo território nacional, devido a necessidade de atender a esta demanda.

Vale aqui apresentar alguns nomes importantes deste período.

Os hospitais psiquiátricos hoje

Como já vimos no decorrer do texto, algumas mudanças tem sido realizadas nos hospitais

psiquiátricos. Em alguns locais, no momento da internação, o paciente não é mais obrigado a

deixar todos os seus pertences pessoais com os familiares. Pode permanecer com aqueles que

não representam risco de vida como relógios, pulseiras, brincos, as próprias roupas, visto que

em muitos lugares não se utiliza mais o uniforme. Outra mudança observada em alguns locais

é a convivência entre homens e mulheres. As alas são separadas, mas há espaços em comum a

ambos os sexos. Isto favorece o seu reconhecimento enquanto homem ou mulher, permitindo

relacionarem-se entre si. Reconhece-se a transformação da instituição hospitalar, mas no

ponto mais crítico do tratamento o hospital não apresentou nenhuma mudança ou avanço:

continua segregando, excluindo e estigmatizando o doente mental. As mudanças que têm

ocorrido somente são observadas no interior da instituição; a sociedade não percebe essas

mudanças. Então a imagem do paciente psiquiátrico como louco perigoso e incapaz ainda é

muito presente, persistindo a antiga idéia do isolamento. Não há ações efetivas no hospital

psiquiátrico de reinserção na sociedade, de retorno do paciente ao seu meio familiar e social.

Tanto isso é verdade que o número de reinternações é muito elevado, mostrando e

reafirmando a ineficiência deste modelo excludente. Chegamos ao momento de repensar essa

prática que não vê o paciente como o ator principal e, por isso, não o valoriza enquanto

beneficiário do sistema. As ações desenvolvidas devem atender às necessidades do paciente e

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

7 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

não ser aquelas que a equipe, a sociedade e a instituição determinam que seja importantes e

suficientes.

Doença Mental

Popularmente há uma tendência em se julgar a sanidade da pessoa, de acordo com seu

comportamento, de acordo com sua adequação às conveniências sócio-culturais como, por

exemplo, a obediência aos familiares, o sucesso no sistema de produção, a postura sexual, etc.

Medicamente, entretanto, Doença Mental pode ser entendida como uma variação mórbida do

normal, variação esta capaz de produzir prejuízo na performance global da pessoa (social,

ocupacional, familiar e pessoal) e/ou das pessoas com quem convive. Organização Mundial

de Saúde diz que o estado de completo bem estar físico, mental e social define o que é saúde,

portanto, tal conceito implica num critério de valores (valorativo), já que, lida com a idéia de

bem-estar e mal-estar

Quanto a forma de manifestação

Há duas classificações básicas de doenças mentais:

A. Neuroses

B. Psicoses

A - Neurose é chamada neurose toda a psicopatologia leve, onde a pessoa tem a noção

(mesmo que vaga) de seu problema.

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

8 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Ele tem contato com a realidade, porém há manifestações psicossomáticas, que são notadas

por este, e que servem de aviso para a pessoa procurar um tratamento psicológico, ou

psiquiátrico. É um fator comum a ansiedade exacerbada. Existe inúmeras classificações

menores; para citar algumas temos:

1) TOC - Transtorno obsessivo-compulsivo: é a repetição de algum ato diversas vezes ao

dia, não controlável e causador de grande ansiedade;

2) Síndrome do pânico: causa grande aflição, e medo perante alguma situação.

3) Fobias: é o medo a alguma situação. Pode ser medo de ambientes fechados

(claustrofobia), medo de água (hidrofobia), medo de pessoas (sociofobia), etc.

4) Transtornos de andiedade: o indivíduo têm ataques de ansiedades antes ou depois de

realizar algo, ou muitas vezes nem realizá-lo. É comum em pequena escala na maioria das

pessoas, porém seu excesso é denominado como patológico.

5) Depressão: também chamada de distimia, ou depressão maior. Se caracteriza por intenso

retraimento e medo do mundo exterior. Causa baixa auto-estima e pode levar ao suícidio.

6) Síndrome de burnout: é a conseqüência de um grande estímulo estressor, como conflitos

no trabalho ou família. Causa apagamento e falta de vontade.

Obs: FREUD citou, em uma de suas obras, que todas as pessoas têm um pouco de neurose em

si. É normal no ser humano ser um pouco neurótico, sendo apenas o excesso chamado de

patológico.

TOC - Transtorno obsessivo-compulsivo

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

9 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

TOC, ou transtorno obsessivo-compulsivo, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade, que se

caracteriza pela presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões. Entende-se por

obsessão pensamentos, idéias e imagens que invadem a pessoa insistentemente, sem que ela

queira. Como um disco riscado que se põe a repetir sempre o mesmo ponto da gravação, eles

ficam patinando dentro da cabeça e o único jeito para livrar-se deles por algum tempo é

realizar o ritual próprio da compulsão, seguindo regras e etapas rígidas e pré-estabelecidas

que ajudam a aliviar a ansiedade. Alguns portadores dessa desordem acham que, se não

agirem assim, algo terrível pode acontecer-lhes. No entanto, a ocorrência dos pensamentos

obsessivos tende a agravar-se à medida que são realizados os rituais e pode transformar-se

num obstáculo não só para a rotina diária da pessoa como para a vida da família inteira.

Classificação

Existem dois tipos de TOC:

a) Transtorno obsessivo-compulsivo subclínico – as obsessões e rituais se repetem com

frequência, mas não atrapalham a vida da pessoa;

b) Transtorno obsessivo-compulsivo propriamente dito: as obsessões persistem até o exercício

da compulsão que alivia a ansiedade.

Causas

As causas do TOC não estão bem esclarecidas. Certamente, trata-se de um problema

multifatorial. Estudos sugerem a existência de alterações na comunicação entre determinadas

zonas cerebrais que utilizam a serotonina. Fatores psicológicos e histórico familiar também

estão entre as possíveis causas desse distúrbio de ansiedade.

Sintomas

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

10 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Em algumas situações, todas as pessoas podem manifestar rituais compulsivos que não

caracterizam o TOC. O principal sintoma da doença é a presença de pensamentos obsessivos

que levam à realização de um ritual compulsivo para aplacar a ansiedade que toma conta da

pessoa. Preocupação excessiva com limpeza e higiene pessoal, dificuldade para pronunciar

certas palavras, indecisão diante de situações corriqueiras por medo que uma escolha errada

possa desencadear alguma desgraça, pensamentos agressivos relacionados com morte,

acidentes ou doenças são exemplos de sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo.

Frequência

Em geral, só nove anos depois que manifestou os primeiros sintomas, o portador do distúrbio

recebe o diagnóstico de certeza e inicia do tratamento. Por isso, a maior parte dos casos é

diagnosticada em adultos, embora o transtorno obsessivo-compulsivo possa acometer crianças

a partir dos três, quatro anos de idade. Na infância, o distúrbio é mais frequente nos meninos.

No final da adolescência, porém, pode-se dizer que o número de casos é igual nos dois sexos.

Tratamento

O tratamento pode ser medicamentoso e não medicamentoso. O medicamentoso utiliza

antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina. São os únicos que funcionam. A

terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem não medicamentosa com comprovada

eficácia sobre a doença. Seu princípio básico é expor a pessoa à situação que gera ansiedade,

começando pelos sintomas mais brandos. Os resultados costumam ser melhores quando se

associam os dois tipos de abordagem terapêutica.

Recomendações

* Não há quem não tenha experimentado alguma vez um comportamento compulsivo, mas se

ele se repete a ponto de prejudicar a execução de tarefas rotineiras, a pessoa pode ser

portadora de transtorno obsessivo-compulsivo e precisa de tratamento;

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

11 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

* Crianças podem obedecer a certos rituais, o que é absolutamente normal. No entanto, deve

chamar a atenção dos pais a intensidade e a frequência desses episódios. O limite entre

normalidade e TOC é muito tênue;

* Os pais não devem colaborar com a perpetuação das manias e rituais dos filhos. Devem

ajudá-los a enfrentar os pensamentos obsessivos e a lidar com a compulsão que alivia a

ansiedade;

* O respeito a rituais do portador de TOC pode interferir na dinâmica da família inteira. Por

isso, é importante estabelecer o diagnóstico de certeza e encaminhar a pessoa para tratamento;

* Esconder os sintomas por vergonha ou insegurança é um péssimo caminho. Quanto mais se

adia o tratamento, mais grave fica a doença.

Síndrome do pânico

A síndrome do pânico, na linguagem psiquiátrica chamada de transtorno do pânico, é uma

enfermidade que se caracteriza por crises absolutamente inesperadas de medo e desespero. A

pessoa tem a impressão de que vai morrer naquele momento de um ataque cardíaco porque o

coração dispara, sente falta de ar e tem sudorese abundante. Quem padece de síndrome do

pânico sofre durante as crises e ainda mais nos intervalos entre uma e outra, pois não faz a

menor idéia de quando elas ocorrerão novamente, se dali a cinco minutos, cinco dias ou cinco

meses. Isso traz tamanha insegurança que a qualidade de vida do paciente fica seriamente

comprometida.

Sintomas físicos de uma crise de pânico

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

12 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Os sintomas físicos de uma crise de pânico aparecem subitamente, sem nenhuma causa

aparente (apesar de existir, mas fica difícil de se perceber). Os sintomas são como uma

preparação do corpo para alguma "coisa terrível". A reação natural é acionar os mecanismos

de fuga. Diante do perigo, o organismo trata de aumentar a irrigação de sangue no cérebro e

nos membros usados para fugir - em detrimento de outras partes do corpo, incluindo os orgãos

sexuais. Eles podem incluir:

� Contração / tensão muscular, rijeza

� Palpitações (o coração dispara)

� Tontura, atordoamento, náusea

� Dificuldade de respirar (boca seca)

� Calafrios ou ondas de calor, sudorese

� Sensação de "estar sonhando" ou distorções de percepção da realidade

� Terror - sensação de que algo inimaginavelmente horrível está prestes a acontecer e de

que se está impotente para evitar tal acontecimento

� Confusão, pensamento rápido

� Medo de perder o controle, fazer algo embaraçoso

� Medo de morrer

� Vertigens ou sensação de debilidade

Uma crise de pânico dura caracteristicamente vários minutos e é uma das situações mais

angustiantes que podem ocorrer a alguém. A maioria das pessoas que tem uma crise terá

outras (se não tratar). Quando alguém tem crises repetidas ou sente muito ansioso, com medo

de ter outra crise, diz-se que tem transtorno do pânico.

Tratamento

Existe uma variedade de tratamentos para o T.P. O mais importante neste aspecto é que se

introduza um tratamento que vise restabelecer o equilíbrio bioquímico cerebral numa primeira

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

13 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

etapa. Isto pode ser feito através de medicamentos seguros e que não produzam risco de

dependência física dos pacientes. Numa segunda etapa prepara-se o paciente para que ele

possa enfrentar seus limites e as adversidades vitais de uma maneira menos estressante. Em

última análise, trata-se de estabelecer junto com o paciente uma nova forma de viver onde se

priorize a busca de uma harmonia e equilíbrio pessoal. Uma abordagem psicoterápica

específica deverá ser realizada com esse objetivo.

O sucesso do tratamento está diretamente ligado ao engajamento do paciente com o mesmo. É

importante que a pessoa que sofre de T.P. entenda todas as peculiaridades que envolvem este

mal e que queira fazer uma boa "aliança terapêutica" com seu médico no sentido de juntos

superarem todas as adversidades que poderão surgir na busca do seu equilíbrio pessoal.

Fobias (transtornos fóbico-ansiosos)

O medo é um sentimento comum a todas as espécies animais e serve para proteger o

indivíduo do perigo. Todos nós temos medo em algumas situações nas quais o perigo é

iminente. A fobia pode ser definida como um medo irracional, diante de uma situação ou

objeto que não apresenta qualquer perigo para a pessoa. Com isto, essa situação ou esse

objeto são evitados a todo custo. Essa evitação fóbica leva muito freqüentemente a limitações

importantes na vida cotidiana da pessoa. As fobias são acompanhadas de ansiedade

importante e também freqüentemente de depressão. Os transtornos fóbico-ansiosos

constituem um grupo de doenças mentais onde a ansiedade é; ligada predominantemente a

uma situação ou objeto. Há três tipos principais de fobia:

1. Agorafobia: inclui medo de espaços abertos, da presença de multidões, da dificuldade de

escapar rapidamente para um local seguro (em geral a própria casa). A pessoa pode ter medo

de sair de casa, de entrar em uma loja ou shopping, de lugares onde há; multidões, de viajar

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

14 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

sozinho. Muitas pessoas referem um medo aterrorizante de se sentirem mal e serem

abandonadas sem socorro em público. Muitas pessoas com agorafobia apresentam também o

transtorno de pânico.

2. Fobia social: neste caso a pessoa tem medo de se expor a outras pessoas que se encontram

em grupos pequenos. Isto pode acontecer em reuniões, festas, restaurantes e outros locais.

Muitas vezes elas são restritas a uma situação, como por exemplo, comer ou falar em publico,

assinar um cheque na presença de outras pessoas ou encontrar-se com alguém do sexo oposto.

Muitas pessoas apresentam também baixa auto-estima e medo de criticas. Usualmente a

pessoa nessas situações apresenta rubor na face, tremores, náuseas. Em casos extremos pode

isolar-se completamente do convívio social.

3. Fobias especificas (ou isoladas): como o próprio nome diz, são fobias restritas a uma

situação ou objeto altamente específicos, tais como, animais inofensivos (zoofobia), altura

(acrofobia), trovões e relâmpagos (astrofobia), voar, espaços fechados (claustrofobia),

doenças (nosofobia), dentista, sangue, entre outros. A incapacitação da pessoa no dia a dia

depende do tipo de fobia e de quão fácil é evitar a situação fóbica.

Tratamento

O tratamento das fobias se faz com a associação de medicamentos com psicoterapia. Os

medicamentos mais utilizados pertencem ao grupo dos antidepressivos; os ansiolíticos

também são freqüentemente indicados. A psicoterapia auxilia na compreensão de fatores que

podem agravar ou perpetuar os sintomas fóbicos.

Transtornos de Ansiedade

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

15 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Todos os Transtornos de Ansiedade têm como manifestação principal um alto nível de

ansiedade. Ansiedade é um estado emocional de apreensão, uma expectativa de que algo ruim

aconteça acompanhado por várias reações físicas e mentais desconfortáveis.

Os principais Transtornos de Ansiedade são: Síndrome do Pânico, Fobia Específica, Fobia

Social, Estresse Pós-Traumático, Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Distúrbio de Ansiedade

Generalizada. É comum que haja comorbidade e assim uma pessoa pode apresentar sintomas

de mais de um tipo de transtorno de ansiedade ao mesmo tempo e destes com outros

problemas como depressão. No geral, os transtornos de ansiedade respondem muito bem ao

tratamento psicológico especializado.

Estresse Pós Traumático:

Estado ansioso com expectativa recorrente de reviver uma experiência que tenha sido muito

traumática. Por exemplo, depois de ter sido assaltado, ficar com medo de que ocorra de novo,

ter medo de sair na rua, ter pesadelos, etc. Geralmente após um evento traumático a ansiedade

diminui logo no primeiro mês sem maiores consequências. Porém, em alguns casos, os

sintomas persistem por mais tempo ou reaparecem depois de um tempo, levando a um estado

denominado como Estresse Pós Traumático.

Distúrbio de Ansiedade Generalizada:

Estado de ansiedade e preocupação excessiva sobre diversas coisas da vida. Este estado

aparece frequentemente e se acompanha de alguns dos seguintes sintomas: irritabilidade,

dificuldade em concentrar-se, inquietação, fadiga e humor deprimido.

Sinais e sintomas

A pessoa pode sentir tremores, inquietação, dor de cabeça, falta de ar, suor em excesso,

palpitações, problemas gastro-intestinais, irritabilidade e facilidade em alterar-se. Esses

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

16 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

sintomas podem ocorrer na maioria dos dias por pelo menos seis meses. É muito difícil

controlar a preocupação, o que pode gerar um esgotamento na saúde física e mental do

indivíduo.

Tratamento

O especialista utiliza técnicas psicoterápicas de apoio. Muitas vezes faz-se necessário o uso de

medicação (antidepressivos e/ou ansiolíticos) por um determinado período. A maioria das

pessoas experimenta uma acentuada redução da ansiedade quando lhes é oferecida a

oportunidade de discutir suas dificuldades com um profissional experiente.

Depressão

A depressão é uma doença mental que se caracteriza por tristeza mais marcada ou prolongada,

perda de interesse por atividades habitualmente sentidas como agradáveis e perda de energia

ou cansaço fácil. Ter sentimentos depressivos é comum, sobretudo após experiências ou

situações que nos afetam de forma negativa. No entanto, se os sintomas se agravam e

perduram por mais de duas semanas consecutivas, convém começar a pensar em procurar

ajuda. A depressão pode afetar pessoas de todas as idades, desde a infância à terceira idade, e

se não for tratada, pode conduzir ao suicídio, uma consequência frequente da depressão.

A depressão pode ser episódica, recorrente ou crónica, e conduz à diminuição substancial da

capacidade do indivíduo em assegurar as suas responsabilidades do dia-a-dia. A depressão

pode durar de alguns meses a alguns anos. Contudo, em cerca de 20 por cento dos casos

torna-se uma doença crónica. Estes casos devem-se, fundamentalmente, à falta de tratamento

adequado.

Fatores de risco

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

17 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

� Pessoas com episódios de depressão no passado;

� Pessoas com história familiar de depressão;

� Pessoas do género feminino – a depressão é mais frequente nas mulheres, ao longo de

toda a vida, mas em especial durante a adolescência, no primeiro ano após o parto,

menopausa e pós-menopausa;

� Pessoas que sofrem um qualquer tipo de perda significativa, mais habitualmente a

perda de alguém próximo;

� Pessoas com doenças crónicas - sofrendo do coração, com hipertensão, com asma,

com diabetes, com história de tromboses, com artroses e outras doenças reumáticas,

SIDA, fibromialgia, cancro e outras doenças;

� Pessoas que coabitam com um familiar portador de doença grave e crónica (por

exemplo, pessoas que cuidam de doentes com Alzheimer);

� Pessoas com tendência para ansiedade e pânico;

� Pessoas com profissões geradoras de stress ou em circunstâncias de vida que causem

stress;

� Pessoas com dependência de substâncias químicas (drogas) e álcool;

� Pessoas idosas.

Sintomas da depressão

A depressão diferencia-se das normais mudanças de humor pela gravidade e permanência dos

sintomas. Está associada, muitas vezes, a ansiedade e/ou pânico.

Os sintomas mais comuns são:

� Modificação do apetite (falta ou excesso de apetite);

� Perturbações do sono (sonolência ou insónia);

� Fadiga, cansaço e perda de energia;

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

18 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

� Sentimentos de inutilidade, de falta de confiança e de auto-estima, sentimentos de

culpa e sentimento de incapacidade;

� Falta ou alterações da concentração;

� Preocupação com o sentido da vida e com a morte;

� Desinteresse, apatia e tristeza;

� Alterações do desejo sexual;

� Irritabilidade;

� Manifestação de sintomas físicos, como dor muscular, dor abdominal, enjoo.

Causas da depressão

As causas diferem muito de pessoa para pessoa. Porém, é possível afirmar-se que há fatores

que influenciam o aparecimento e a permanência de episódios depressivos. Por exemplo,

condições de vida adversas, o divórcio, a perda de um ente querido, o desemprego, a

incapacidade em lidar com determinadas situações ou em ultrapassar obstáculos, etc.

Determinar qual o fator ou os fatores que desencadearam a crise depressiva pode ser

importante, pois para o doente poderá ser vantajoso aprender a evitar ou a lidar com esse fator

durante o tratamento.

Diagnóstico

Pela avaliação clínica do doente, designadamente pela identificação, enumeração e curso dos

sintomas bem como pela presença de doenças de que padeça e de medicação que possa estar a

tomar. Não existem meios complementares de diagnóstico específicos para a depressão, e a

bem da verdade, tão pouco são necessários: o diagnóstico clínico é fácil e bastante preciso,

um médico psiquiatra faz o diagnóstico e a orientação terapêutica (o medicamento a usar, a

dose, a duração, a resposta esperável face ao tipo de pessoa, a indicação para um tipo

específico de psicoterapia, a necessidade de outros tipos de intervenção, etc.).

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

19 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Tratamento

Normalmente, através do uso de medicamentos, de intervenções psicoterapêuticas, ou da

conjugação de ambas. As intervenções psicoterapêuticas são particularmente úteis nas

situações ligeiras e reativas às adversidades da vida bem como em associação com

medicamentos nas situações moderadas e graves. Os medicamentos usados no tratamento das

depressões são designados por antidepressivos.

Síndrome de burnout

A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico

descrito em 1974 por Freudenberger, um médico americano. O transtorno está registrado no

Grupo V da CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas

Relacionados à Saúde). Sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse

crônicos provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes.

A síndrome se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento

interpessoal direto e intenso.

Profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes

penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que enfrentam dupla jornada correm risco

maior de desenvolver o transtorno.

Sintomas

O sintoma típico da síndrome de burnout é a sensação de esgotamento físico e emocional que

se reflete em atitudes negativas, como ausências no trabalho, agressividade, isolamento,

mudanças bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória,

ansiedade, depressão, pessimismo, baixa autoestima.

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

20 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Dor de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares,

insônia, crises de asma, distúrbios gastrintestinais são manifestações físicas que podem estar

associadas à síndrome.

Diagnóstico

O diagnóstico leva em conta o levantamento da história do paciente e seu envolvimento e

realização pessoal no trabalho.

Tratamento

O tratamento inclui o uso de antidepressivos e psicoterapia. Atividade física regular e

exercícios de relaxamento também ajudam a controlar os sintomas.

Recomendações

* Não use a falta de tempo como desculpa para não praticar exercícios físicos e não desfrutar

momentos de descontração e lazer. Mudanças no estilo de vida podem ser a melhor forma de

prevenir ou tratar a síndrome de burnout;

* Conscientize-se de que o consumo de álcool e de outras drogas para afastar as crises de

ansiedade e depressão não é um bom remédio para resolver o problema;

* Avalie quanto as condições de trabalho estão interferindo em sua qualidade de vida e

prejudicando sua saúde física e mental. Avalie também a possibilidade de propor nova

dinâmica para as atividades diárias e objetivos profissionais.

B - PSICOSE: se caracteriza por uma intensa fuga da realidade. É, como a filosofia e as artes

chamam, a loucura, propriamente dita.

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

21 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Pode ser classificada de três formas:

A) pela manifestação,

B) pelo aspecto neurofisiológico,

C) pela intensidade

A - Manifestação: se divide em dois tipos principais:

a) Esquizofrenia: tem como aspectos principais a fuga da realidade, as manias de

perseguição, as alucinações, entre outros. Têm ainda subdivisões, que são a esquizofrenia

paranóide, a esquizofrenia desorganizada (ou hebefrênica), a esquizofrenia simples, a

catatonia ou a esquizofrenia indiferenciada;

b) Transtorno de afeto bipolar: tem por característica picos muito grandes de humor, em

pouco espaço de tempo, para o lado da depressão (ou distimia ou disforia), e pro lado da

mania (euforia ou eutimia). Por estes dois aspectos também conhecemos este transtorno como

psicose maníaco-depressiva. O doente sofre de mudanças de humor constantes, sendo

perigoso e gastador em fases maníacas, e retraído, podendo se suícidar, no estado depressivo.

B - Aspecto neurofisiológico:

1) Funcional: age apenas no funcionamento do aparelho psiquico, em suas ligações.

2) Orgânica: tem como característica mudanças ocorridas na química do cérebro, ou em

mudanças fisiológicas e estruturais.

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

22 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

C - Intensidade:

Como intensidade entendemos a agressividade e impulsividade do doente em:

1) Aguda: também chamada de fase de surto; é quando o doente se torna violento, impulsivo

e fora da realidade. É necessária observação psiquíatrica constante, pois o doente oferece risco

para si, para outros e para o patrimônio.

2) Crônica: é a fase de relaxamento do doente, onde ele está fora da realidade, mas não põe

em risco os outros e sua vida. Este estágio é permanente, e resulta de algum caso onde não há

cura.

Esquizofrenia

A esquizofrenia é uma doença mental crônica que se manifesta na adolescência ou início da

idade adulta. Sua freqüência na população em geral é da ordem de 1 para cada 100 pessoas,

havendo cerca de 40 casos novos para cada 100.000 habitantes por ano. No Brasil estima-se

que há cerca de 1,6 milhão de esquizofrênicos; a cada ano cerca de 50.000 pessoas

manifestam a doença pela primeira vez. Ela atinge em igual proporção homens e mulheres,

em geral inicia-se mais cedo no homem, por volta dos 20-25 anos de idade, e na mulher, por

volta dos 25-30 anos.

Sintomas

A esquizofrenia apresenta várias manifestações, afetando diversas áreas do funcionamento

psíquico. Os principais sintomas são:

1. delírios: são idéias falsas, das quais o paciente tem convicção absoluta. Por exemplo, ele se

acha perseguido ou observado por câmeras escondidas, acredita que os vizinhos ou as pessoas

que passam na rua querem lhe fazer mal.

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

23 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

2. alucinações: são percepções falsas dos órgãos dos sentidos. As alucinações mais comuns na

esquizofrenia são as auditivas, em forma de vozes. O paciente ouve vozes que falam sobre

ele, ou que acompanham suas atividades com comentários. Muitas vezes essas vozes dão

ordens de como agir em determinada circunstancia. Outras formas de alucinação, como

visuais, táteis ou olfativas podem ocorrer também na esquizofrenia.

3. alterações do pensamento: as idéias podem se tornar confusas, desorganizadas ou

desconexas, tornando o discurso do paciente difícil de compreender. Muitas vezes o paciente

tem a convicção de que seus pensamentos podem ser lidos por outras pessoas, ou que

pensamentos são roubados de sua mente ou inseridos nela.

4. Alterações da afetividade: muitos pacientes tem uma perda da capacidade de reagir

emocionalmente às circunstancias, ficando indiferente e sem expressão afetiva. Outras vezes o

paciente apresenta reações afetivas que são incongruentes, inadequadas em relação ao

contexto em que se encontra. Torna-se pueril e se comporta de modo excêntrico ou indiferente

ao ambiente que o cerca.

5. Diminuição da motivação: o paciente perde a vontade, fica desanimado e apático, não

sendo mais capaz de enfrentar as tarefas do dia a dia. Quase não conversa, fica isolado e

retraído socialmente.

Outros sintomas, como dificuldade de concentração, alterações da motricidade, desconfiança

excessiva, indiferença, podem aparecer na esquizofrenia. Dependendo da maneira como os

sintomas se agrupam, é possível caracterizar os diferentes subtipos da doença. A

esquizofrenia evolui geralmente em episódios agudos onde aparecem os vários sintomas

acima descritos, principalmente delírios e alucinações, intercalados por períodos de remissão,

com poucos sintomas manifestos.

Causa da esquizofrenia

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

24 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Não se sabe quais são as causas da esquizofrenia. A hereditariedade tem uma importância

relativa, sabe-se que parentes de primeiro grau de um esquizofrênico tem chance maior de

desenvolver a doença do que as pessoas em geral. Por outro lado, não se sabe o modo de

transmissão genética da esquizofrenia. Fatores ambientais (p. ex., complicações da gravidez e

do parto, infecções, entre outros) que possam alterar o desenvolvimento do sistema nervoso

no período de gestação parecem ter importância na doença. Estudos feitos com métodos

modernos de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética mostram

que alguns pacientes tem pequenas alterações cerebrais, com diminuição discreta do tamanho

de algumas áreas do cérebro. Alterações bioquímicas dos neurotransmissores cerebrais,

particularmente da dopamina, parecem estar implicados na doença.

Diagnóstico

O diagnóstico da esquizofrenia é feito pelo especialista a partir das manifestações da doença.

Não há nenhum tipo de exame de laboratório (exame de sangue, raio X, tomografia,

eletroencefalograma etc.) que permita confirmar o diagnóstico da doença. Muitas vezes o

clínico solicita exames, mas estes servem apenas para excluir outras doenças que podem

apresentar manifestações semelhantes à esquizofrenia.

Tratamento

O tratamento da esquizofrenia visa ao controle dos sintomas e a reintegração do paciente. O

tratamento da esquizofrenia requer duas abordagens: medicamentosa e psicossocial. O

tratamento medicamentoso é feito com remédios chamados antipsicóticos ou neurolépticos.

Eles são utilizados na fase aguda da doença para aliviar os sintomas psicóticos, e também nos

períodos entre as crises, para prevenir novas recaídas. A maioria dos pacientes precisa utilizar

a medicação ininterruptamente para não ter novas crises. Assim o paciente deve submeter-se a

avaliações médicas periódicas; o médico procura manter a medicação na menor dose possível

para evitar recaídas e evitar eventuais efeitos colaterais. As abordagens psicossociais são

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

25 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

necessárias para promover a reintegração do paciente à família e à sociedade. Devido ao fato

de que alguns sintomas (principalmente apatia, desinteresse, isolamento social e outros)

podem persistir mesmo após as crises, é necessário um planejamento individualizado de

reabilitação do paciente. Os pacientes necessitam em geral de psicoterapia, terapia

ocupacional, e outros procedimentos que visem ajudá-lo a lidar com mais facilidade com as

dificuldades do dia a dia.

Os familiares são aliados importantíssimos no tratamento e na reintegração do paciente. é

importante que estejam orientados quanto à doença esquizofrenia para que possam

compreender os sintomas e as atitudes do paciente, evitando interpretações errôneas. As

atitudes inadequadas dos familiares podem muitas vezes colaborar para a piora clínica do

mesmo. O impacto inicial da noticia de que alguém da família tem esquizofrenia é bastante

doloroso. Como a esquizofrenia é uma doença pouco conhecida e sujeita a muita

desinformação as pessoas se sentem perplexas e confusas. Freqüentemente, diante das

atitudes excêntricas dos pacientes, os familiares reagem também com atitudes inadequadas,

perpetuando um circulo vicioso difícil de ser rompido. Atitudes hostis, criticas e

superproteção prejudicam o paciente, apoio e compreensão são necessários para que ele possa

ter uma vida independente e conviva satisfatoriamente com a doença.

Transtorno afetivo bipolar

O transtorno afetivo bipolar era denominado até bem pouco tempo de psicose maníaco-

depressiva. Com a mudança de nome esse transtorno deixou de ser considerado uma

perturbação psicótica para ser considerado uma perturbação afetiva. A alternância de estados

depressivos com maníacos é a tônica dessa patologia. Muitas vezes o diagnóstico correto só

será feito depois de muitos anos. Uma pessoa que tenha uma fase depressiva, receba o

diagnóstico de depressão e dez anos depois apresente um episódio maníaco tem na verdade o

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

26 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

transtorno bipolar, mas até que a mania surgisse não era possível conhecer diagnóstico

verdadeiro. O termo mania é popularmente entendido como tendência a fazer várias vezes a

mesma coisa. Mania em psiquiatria significa um estado exaltado de humor que será descrito

mais detalhadamente adiante.

A depressão do transtorno bipolar é igual a depressão recorrente que só se apresenta como

depressão, mas uma pessoa deprimida do transtorno bipolar não recebe o mesmo tratamento

do paciente bipolar.

Características

O início pode ser tanto pela fase depressiva como pela fase maníaca, iniciando gradualmente

ao longo de semanas, meses ou abruptamente em poucos dias, já com sintomas psicóticos o

que muitas vezes confunde com síndromes psicóticas. Além dos quadros depressivos e

maníacos, há também os quadros mistos (sintomas depressivos simultâneos aos maníacos) o

que muitas vezes confunde os médicos retardando o diagnóstico da fase em atividade.

Tipos

Aceita-se a divisão do transtorno afetivo bipolar em dois tipos: o tipo I e o tipo II. O tipo I é a

forma clássica em que o paciente apresenta os episódios de mania alternados com os

depressivos. As fases maníacas não precisam necessariamente ser seguidas por fases

depressivas, nem as depressivas por maníacas. O tipo II caracteriza-se por não apresentar

episódios de mania, mas de hipomania com depressão.

Fase maníaca

Tipicamente leva uma a duas semanas para começar e quando não tratado pode durar meses.

O estado de humor está elevado podendo isso significar uma alegria contagiante ou uma

irritação agressiva. Junto a essa elevação encontram-se alguns outros sintomas como elevação

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

27 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

da auto-estima, sentimentos de grandiosidade podendo chegar a manifestação delirante de

grandeza considerando-se uma pessoa especial, dotada de poderes e capacidades únicas como

telepáticas por exemplo. Aumento da atividade motora apresentando grande vigor físico e

apesar disso com uma diminuição da necessidade de sono. O paciente apresenta uma forte

pressão para falar ininterruptamente, as idéias correm rapidamente a ponto de não concluir o

que começou e ficar sempre emendando uma idéia não concluída em outra sucessivamente: a

isto denominamos fuga-de-idéias. Aumento do interesse e da atividade sexual. Perda da

consciência a respeito de sua própria condição patológica, tornando-se uma pessoa

socialmente inconveniente ou insuportável.

Fase depressiva

É de certa forma o oposto da fase maníaca, o humor está depressivo, a auto-estima em baixa

com sentimentos de inferioridade, a capacidade física esta comprometida, pois a sensação de

cansaço é constante. As idéias fluem com lentidão e dificuldade, a atenção é difícil de ser

mantida e o interesse pelas coisas em geral é perdido bem como o prazer na realização

daquilo que antes era agradável. Nessa fase o sono também está diminuído, mas ao contrário

da fase maníaca, não é um sono que satisfaça ou descanse, uma vez que o paciente acorda

indisposto. Quando não tratada a fase maníaca pode durar meses também.

Sintomas (maníacos):

� Sentimento de estar no topo do mundo com um alegria e bem estar inabaláveis, nem

mesmo más notícias, tragédias ou acontecimentos horríveis diretamente ligados ao

paciente podem abalar o estado de humor. Nessa fase o paciente literalmente ri da

própria desgraça.

� Sentimento de grandeza, o indivíduo imagina que é especial ou possui habilidades

especiais, é capaz de considerar-se um escolhido por Deus, uma celebridade, um líder

político. Inicialmente quando os sintomas ainda não se aprofundaram o paciente sente-

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

28 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

se como se fosse ou pudesse ser uma grande personalidade; com o aprofundamento do

quadro esta idéia torna-se uma convicção delirante.

� Sente-se invencível, acham que nada poderá detê-las.

� Hiperatividade, os pacientes nessa fase não conseguem ficar parados, sentados por

mais do que alguns minutos ou relaxar.

� O senso de perigo fica comprometido, e envolve-se em atividade que apresentam tanto

risco para integridade física como patrimonial.

� O comportamento sexual fica excessivamente desinibido e mesmo promíscuo tendo

numerosos parceiros num curto espaço de tempo.

� Os pensamentos correm de forma incontrolável para o próprio paciente, para quem

olha de fora a grande confusão de idéias na verdade constitui-se na interrupção de

temas antes de terem sido completados para iniciar outro que por sua vez também não

é terminado e assim sucessivamente numa fuga de idéias.

� A maneira de falar geralmente se dá em tom de voz elevado, cantar é um gesto

freqüente nesses pacientes.

� A necessidade de sono nessa fase é menor, com poucas horas o paciente se restabelece

e fica durante todo o dia e quase toda a noite em hiperatividade.

� Mesmo estando alegre, explosões de raiva podem acontecer, geralmente provocadas

por algum motivo externo, mas da mesma forma como aparece se desfaz.

A fase depressiva

� Na fase depressiva ocorre o posto da fase maníaca, o paciente fica com sentimentos

irrealistas de tristeza, desespero e auto-estima baixa. Não se interessa pelo que

costumava gostar ou ter prazer, cansa-se à-toa, tem pouca energia para suas atividades

habituais, também tem dificuldade para dormir, sente falta do sono e tende a

permanecer na cama por várias horas. O começo do dia (a manhã) costuma ser a pior

parte do dia para os deprimidos porque eles sabem que terão um longo dia pela frente.

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

29 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Apresenta dificuldade em concentra-se no que faz e os pensamentos ficam inibidos,

lentificados, faltam idéias ou demoram a ser compreendidas e assimiladas. Da mesma

forma a memória também fica prejudicada. Os pensamentos costumam ser negativos,

sempre em torno de morte ou doença. O apetite fica inibido e pode ter perda

significativa de peso.

Tratamento

O lítio é a medicação de primeira escolha, mas não é necessariamente a melhor para todos os

casos. Freqüentemente é necessário acrescentar os anticonvulsivantes como o tegretol, o

trileptal, o depakene, o depakote, o topamax.

Nas fases mais intensas de mania pode se usar de forma temporária os antipsicóticos. Quando

há sintomas psicóticos é quase obrigatório o uso de antipsicóticos. Nas depressões resistentes

pode-se usar com muita cautela antidepressivos.

Distúrbios Alimentares

1. Anorexia nervosa

2. Bulimia

Anorexia Nervosa

A anorexia nervosa é um distúrbio caracterizado por uma distorção da imagem corporal, um

medo extremo da obesidade, a rejeição de manter um peso normal e, nas mulheres, a ausência

de menstruação. Cerca de 95% das pessoas que sofrem desse distúrbio são mulheres. Em

geral, começa na adolescência, às vezes antes, e com menos frequência na idade adulta. A

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

30 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

anorexia nervosa afeta principalmente as pessoas de classe socioeconômica média e alta. Na

sociedade ocidental o número de pessoas com esse distúrbio tende a aumentar.

A anorexia nervosa pode ser leve e transitória ou grave e duradoura. Fala-se em taxas de

óbito de 10% a 20%. No entanto, como os casos leves muitas vezes nem são diagnosticados,

ninguém sabe exatamente quantas pessoas têm anorexia nervosa ou qual a porcentagem que

morre dela. A causa é desconhecida, mas os fatores sociais parecem importantes. O desejo de

ser magro é frequente na sociedade ocidental e a obesidade é considerada pouco atraente,

doentia e indesejável. Mesmo antes da adolescência, as crianças já estão envolvidas nessas

convenções sociais e 70% das adolescentes seguem alguma dieta ou adotam outras medidas

para controlar o peso. Porém, só uma pequena parte destas meninas desenvolvem anorexia

nervosa.

Sintomas

Muitas mulheres que desenvolvem anorexia nervosa são meticulosas e compulsivas, com

metas e expectativas muito elevadas de realização e sucesso. Os primeiros sinais de uma

anorexia iminente são a crescente preocupação com a alimentação e o peso corporal, inclusive

entre aquelas que já são magras, como é o caso da maioria das pessoas com anorexia nervosa.

A preocupação e a ansiedade intensificam-se à medida que emagrecem. Mesmo quando

magra, a pessoa declara que se sente obesa, nega ter qualquer problema, não se queixa da falta

de apetite ou da perda de peso e, geralmente, resiste ao tratamento. A pessoa não costuma ir

ao médico até que os familiares a obriguem.

Anorexia significa "falta de apetite", mas as pessoas com anorexia de fato sentem fome e se

preocupam com a alimentação, estudando dietas e calculando calorias; acumulam, escondem

e desperdiçam a comida; colecionam receitas e cozinham pratos elaborados para outras

pessoas. Cerca de 50% das pessoas com anorexia nervosa ingerem uma quantidade excessiva

de comida e a seguir provocam o vômito ou tomam laxantes ou diuréticos. A outra metade

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

31 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

simplesmente restringe a quantidade de comida que ingere. A maioria pratica também

exercício em excesso para controlar o peso.

Sintomas

As mulheres deixam de menstruar. Observa-se tanto nos homens quanto nas mulheres uma

perda de interesse sexual. As pessoas com anorexia nervosa têm uma frequência cardíaca

lenta, pressão arterial baixa, baixa temperatura corporal, inchaços por acúmulo de líquidos e

cabelo fino e suave, ou então, excesso de pelos na face e no corpo. As pessoas com anorexia

que emagrecem muito tendem a manter uma grande atividade, incluindo a prática de

programas de exercícios intensos. Não têm sintomas de deficiências nutricionais e estão

surpreendentemente livres de infecções. A depressão é comum e as pessoas com esse

distúrbio mentem acerca do que comeram e escondem os seus vômitos e os seus hábitos

alimentares peculiares.

As alterações hormonais que resultam da anorexia nervosa incluem valores de estrogênios e

de hormônios tireoidianos acentuadamente reduzidos e concentrações aumentadas de cortisol.

Se uma pessoa está gravemente desnutrida, é provável que todos os órgãos principais sejam

afetados. Os problemas mais perigosos são os relacionados com o coração e com os líquidos e

os eletrólitos (sódio, potássio, cloro). O coração fica debilitado e bombeia menos sangue. A

pessoa pode ficar desidratada e desmaiar. O sangue pode ficar ácido (acidose metabólica) e os

valores de potássio no sangue podem diminuir. Vomitar e tomar laxantes e diuréticos pode

piorar a situação. Pode ocorrer uma morte súbita devido a uma arritmia cardíaca.

Diagnóstico e Tratamento

A anorexia nervosa é geralmente diagnosticada com base numa perda de peso acentuada e

nos sintomas psicológicos característicos. A anoréxica típica é uma adolescente que perdeu

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

32 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

pelo menos 15% do seu peso corporal, teme a obesidade, deixou de menstruar, nega estar

doente e parece saudável.

Geralmente, o tratamento é feito em duas fases. A primeira é a restauração do peso normal. A

segunda é a psicoterapia, muitas vezes completada com remédios. Quando a perda de peso foi

rápida ou intensa (por exemplo, mais de 25% abaixo do peso ideal), a recuperação de peso é

crucial; essa perda de peso pode pôr em perigo a vida da pessoa. O tratamento inicial é

geralmente feito num hospital, onde profissionais experientes animam de forma calma mas

firmemente, a paciente a comer. Raramente, a paciente é alimentada por via endovenosa ou

através de SNG.

Quando o estado nutricional estiver aceitável, começa o tratamento a longo prazo, que deve

ser feito por especialistas em distúrbios alimentares. Esse tratamento pode incluir psicoterapia

individual, de grupo e familiar, bem como medicamentos. Se houver o diagnóstico de

depressão, a pessoa poderá tomar antidepressivos. O tratamento tende a estabelecer um

ambiente tranquilo, estável e focado na pessoa, animando-a a ingerir uma quantidade

adequada de comida.

Bulimia Nervosa

A bulimia nervosa é um distúrbio caracterizado por episódios constantes de apetite voraz

seguidos por vômitos autoinduzidos ou utilização de laxantes ou diuréticos, dietas rigorosas

ou excesso de exercício para compensar os efeitos das refeições exageradas. Tal como na

anorexia nervosa, as pessoas que têm bulimia nervosa são, em geral, mulheres;

profundamente preocupadas com a sua aparência e peso e que pertencem a um nível

socioeconômico médio e alto. Embora a bulimia nervosa tenha sido considerada uma

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

33 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

epidemia, somente 2% das jovens universitárias, consideradas como o grupo de maior risco,

são verdadeiramente bulímicas.

Sintomas

A ingestão excessiva de alimentos é seguida de um intenso sofrimento e do uso de laxantes,

dieta rigorosa e excesso de exercício. Muitas vezes, o estresse emocional desencadeia o

apetite voraz, geralmente satisfeito em segredo. Embora as pessoas com bulimia tenham a

preocupação de se tornarem obesas (algumas são), o seu peso tende a voltar ao normal. Os

vômitos autoinduzidos podem causar erosão do esmalte dentário, dilatar as glândulas salivares

(parótidas) e inflamar o esôfago. Os vômitos podem diminuir os níveis de potássio no sangue,

provocando arritmia cardíaca. Existem relatos de morte súbita por superdoses de ipeca, para

induzir os vômitos.

Em comparação com os indivíduos que apresentam anorexia nervosa, aqueles com bulimia

nervosa tendem a ser mais conscientes de seu comportamento e sentem remorso ou culpa.

Eles apresentam maior tendência a admitir suas preocupações ao médico ou a um outro

confidente. Geralmente, os bulímicos são mais extrovertidos e mais propensos a um

comportamento impulsivo (p.ex., abuso de drogas ou álcool).

Diagnóstico e Tratamento

O médico suspeita de bulimia nervosa quando uma pessoa está muito preocupada com o

aumento de peso, que apresenta grandes flutuações, em especial se existem sinais evidentes

de uma utilização excessiva de laxantes. Outros indícios incluem o inchaço das glândulas

parótidas, cicatrizes nos nós dos dedos por terem sido utilizados para induzir o vômito e

erosão do esmalte dentário. No entanto, o diagnóstico vai depender da descrição do paciente.

As duas abordagens de tratamento são a psicoterapia e os medicamentos. A psicoterapia pode

ser muito eficaz, principalmente se for feita por um terapeuta com experiência em distúrbios

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

34 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

alimentares. Muitas vezes, um medicamento antidepressivo pode ajudar a controlar a bulimia

nervosa, inclusive quando a pessoa não parece deprimida. Porém, o distúrbio pode reaparecer

quando a pessoa para de tomar o medicamento.

Epilepsia

A epilepsia é uma doença do sistema nervoso que provoca mudanças súbitas, breves e

repetidas na atividade cerebral. Durante uma crise epiléptica, popularmente conhecida como

convulsão, os neurônios do cérebro podem funcionar, de forma incontrolável, até quatro vezes

mais rápido que o normal, afetando temporariamente a forma com que a pessoa se comporta,

locomove, pensa ou sente. A causa pode ser uma lesão no cérebro, decorrente de uma forte

pancada na cabeça, uma infecção (meningite, por exemplo), neurocisticercose ("ovos de

solitária" no cérebro), tumores cerebrais, condições genéticas (esclerose tuberosa, por

exemplo), problemas circulatórios no cérebro, abuso de bebidas alcoólicas, de drogas, etc.

Sintomas

Os sintomas da epilepsia variam conforme as áreas do cérebro que são afetadas, sendo

divididas em crises generalizadas e crises parciais. A crise convulsiva é a forma mais

conhecida pelas pessoas e é identificada como "ataque epiléptico". É uma crise generalizada

porque envolve todas as áreas do cérebro. Nesse tipo de crise a pessoa pode cair ao chão,

apresentar contrações musculares em todo o corpo, morder a língua, ter salivação intensa,

respiração ofegante e, às vezes, até urinar.

A crise do tipo "ausência" é conhecida como "desligamentos". A pessoa fica com o olhar fixo,

perde contato com o meio por alguns segundos. Por ser de curtíssima duração (questão de

segundos), muitas vezes não é percebida pelos familiares e/ou professores. Também é

considerada uma crise generalizada e, geralmente, se inicia na infância ou na puberdade.

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

35 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Há um tipo de crise que se manifesta como se a pessoa estivesse "alerta" mas sem o controle

de seus atos, fazendo movimentos automaticamente. Durante esses movimentos automáticos

involuntários, a pessoa pode ficar mastigando, falando de modo incompreensível ou andando

sem direção definida. A crise se inicia em uma área do cérebro. Em geral, a pessoa não se

recorda do que aconteceu quando a crise termina. Esta é a chamada crise parcial complexa.

Porém, se a atividade elétrica se espalhar para outras áreas do cérebro, ela pode se tornar uma

crise generalizada.

Na condição chamada status epilepticus (SE), a pessoa tem uma crise epiléptica generalizada

que dura de 20 a 30 minutos, ou mais; ou a pessoa tem uma série de crises nas quais não

consegue recobrar completamente a consciência. Essa é uma emergência médica que pode ser

fatal.

Existem outros tipos de crises que podem provocar quedas ao solo sem nenhum movimento

ou contrações ou então, ter percepções visuais ou auditivas estranhas ou ainda, alterações

transitórias da memória.

Assistência de enfermagem durante as crises epilépticas

Coloque a pessoa em decúbito dorsal, em lugar confortável, retirando de perto objetos com

que ela possa se machucar, como pulseiras, relógios, óculos;

Não introduza objetos na boca

Levante o queixo para facilitar a passagem de ar;

Afrouxe as roupas;

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

36 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Caso a pessoa esteja salivando muito, mantenha-a deitada com a cabeça voltada para o lado,

evitando que ela se sufoque com a própria saliva;

Quando a crise passar, deixe a pessoa descansar;

Verifique se existe pulseira ou outra identificação médica de emergência que possa sugerir a

causa da convulsão;

Nunca segure a pessoa (deixe-a debater-se);

Não dê tapas;

Não jogue água sobre ela.

Tratamento da Epilepsia

O tratamento da epilepsia é feito através de medicamentos que evitam as descargas elétricas

cerebrais anormais, que são a origem das crises epilépticas. Entre esses medicamentos estão a

carbamazepina, clonazepam, ethosuximida, felbamato, gabapentina, lamotrigina, fenobarbital,

fenitoína, primidona, topiramato e valproato. O tipo de medicamento depende do tipo de crise

epiléptica a ser tratada.

Acredita-se que pelo menos 25% dos pacientes com epilepsia no Brasil são portadores de

estágios mais graves, ou seja, com necessidade do uso de medicamentos por toda a vida,

sendo as crises frequentemente incontroláveis e, portanto, candidatos a intervenção cirúrgica.

Mal de Alzheimer

O mal de Alzheimer é uma doença progressiva e irreversível que afeta o cérebro. Ela atinge

primeiramente a memória e, progressivamente, as outras funções mentais, tirando toda a

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

37 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

autonomia da pessoa, que passa a depender completamente de outras pessoas. É uma doença

muito relacionada com a idade, afetando as pessoas com mais de 50 anos. A estimativa de

vida para os pacientes varia de 2 a 15 anos.

Causa do Mal de Alzheimer

Ainda não se sabe qual é a causa do mal de Alzheimer. No entanto, há um consenso entre os

especialistas de que o mal de Alzheimer é uma doença genética, embora não seja

necessariamente hereditária. Isto é, nem todos os casos são transmitidos entre familiares,

principalmente dos pais para os filhos.

Diagnóstico

Não existe nenhum exame que permita diagnosticar, de modo inquestionável, o mal de

Alzheimer. A única forma de fazer o diagnóstico é examinando o tecido cerebral obtido por

uma biópsia ou necrópsia. Dessa forma, o diagnóstico do mal de Alzheimer é feito pela

exclusão de outras causas de demência, pela análise do histórico do paciente, por exames de

sangue, tomografia ou ressonância, entre outros exames.

Sintomas do Mal de Alzheimer

A princípio, observam-se pequenos esquecimentos e perdas de memória que vão se agravando

progressivamente. Os pacientes tornam-se confusos e, às vezes, agressivos, passando a

apresentar alterações de personalidade, com distúrbios de conduta. Acabam por não

reconhecer os próprios familiares e nem a si mesmos quando colocados de frente a um

espelho. À medida que a doença evolui, tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros, até

mesmo para as atividades elementares do dia-a-dia como alimentação, higiene, vestuário, etc.

Tratamento

O mal de Alzheimer não tem cura e o tratamento consiste de duas variáveis:

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

38 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

� Aspectos comportamentais. Nesta vertente, além da medicação, convém também

contar com a orientação de diferentes profissionais de saúde;

� Desequilíbrios químicos que ocorrem no cérebro. Existem remédios que ajudam a

corrigir esses desequilíbrios e que são mais eficazes na fase inicial da doença.

Todavia, tais remédios, infelizmente, têm efeito temporário. Por enquanto, não

existem medicamentos que impeçam a progressão da doença.

Alcoolismo

O alcoolismo é o conjunto de problemas relacionados ao consumo excessivo e prolongado do

álcool; é entendido como o vício de ingestão excessiva e regular de bebidas alcoólicas, e todas

as conseqüências decorrentes. O alcoolismo é, portanto, um conjunto de diagnósticos. Dentro

do alcoolismo existe a dependência, a abstinência, o abuso (uso excessivo, porém não

continuado), intoxicação por álcool (embriaguez). Síndromes amnéstica (perdas restritas de

memória), demencial, alucinatória, delirante, de humor. Distúrbios de ansiedade, sexuais, do

sono e distúrbios inespecíficos. Por fim o delirium tremens, que pode ser fatal.

Problemas Psiquiátricos causados pelo Alcoolismo

Abuso de Álcool

A pessoa que abusa de álcool não é necessariamente alcoólatra, ou seja, dependente e faz uso

continuado. O critério de abuso existe para caracterizar as pessoas que eventualmente, mas

recorrentemente têm problemas por causa dos exagerados consumos de álcool em curtos

períodos de tempo. Critérios: para se fazer esse diagnóstico é preciso que o paciente esteja

tendo problemas com álcool durante pelo menos 12 meses e ter pelo menos uma das seguintes

situações: a) prejuízos significativos no trabalho, escola ou família como faltas ou

negligências nos cuidados com os filhos. b) exposição a situações potencialmente perigosas

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

39 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

como dirigir ou manipular máquinas perigosas embriagado. c) problemas legais como

desacato a autoridades ou superiores. d) persistência no uso de álcool apesar do apelo das

pessoas próximas em que se interrompa o uso.

Dependência ao Álcool

Para se fazer o diagnóstico de dependência alcoólica é necessário que o usuário venha tendo

problemas decorrentes do uso de álcool durante 12 meses seguidos e preencher pelo menos 3

dos seguintes critérios: a) apresentar tolerância ao álcool -- marcante aumento da quantidade

ingerida para produção do mesmo efeito obtido no início ou marcante diminuição dos

sintomas de embriaguez ou outros resultantes do consumo de álcool apesar da continua

ingestão de álcool. b) sinais de abstinência -- após a interrupção do consumo de álcool a

pessoa passa a apresentar os seguintes sinais: sudorese excessiva, aceleração do pulso (acima

de 100), tremores nas mãos, insônia, náuseas e vômitos, agitação psicomotora, ansiedade,

convulsões, alucinações táteis. A reversão desses sinais com a reintrodução do álcool

comprova a abstinência. Apesar do álcool "tratar" a abstinência o tratamento de fato é feito

com diazepam ou clordiazepóxido dentre outras medicações. c) o dependente de álcool

geralmente bebe mais do que planejava beber d) persistente desejo de voltar a beber ou

incapacidade de interromper o uso. e) emprego de muito tempo para obtenção de bebida ou

recuperando-se do efeito. f) persistência na bebida apesar dos problemas e prejuízos gerados

como perda do emprego e das relações familiares.

Abstinência alcoólica

A síndrome de abstinência constitui-se no conjunto de sinais e sintomas observado nas

pessoas que interrompem o uso de álcool após longo e intenso uso. As formas mais leves de

abstinência se apresentam com tremores, aumento da sudorese, aceleração do pulso, insônia,

náuseas e vômitos, ansiedade depois de 6 a 48 horas desde a última bebida. A síndrome de

abstinência leve não precisa necessariamente surgir com todos esses sintomas, na maioria das

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

40 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

vezes, inclusive, limita-se aos tremores, insônia e irritabilidade. A síndrome de abstinência

torna-se mais perigosa com o surgimento do delirium tremens. Nesse estado o paciente

apresenta confusão mental, alucinações, convulsões. Geralmente começa dentro de 48 a 96

horas a partir da ultima dose de bebida. Dada a potencial gravidade dos casos é recomendável

tratar preventivamente todos os pacientes dependentes de álcool para se evitar que tais

síndromes surjam. Para se fazer o diagnóstico de abstinência, é necessário que o paciente

tenha pelo menos diminuído o volume de ingestão alcoólica, ou seja, mesmo não

interrompendo completamente é possível surgir a abstinência. Alguns pesquisadores afirmam

que as abstinências tornam-se mais graves na medida em que se repetem, ou seja, um

dependente que esteja passando pela quinta ou sexta abstinência estará sofrendo os sintomas

mencionados com mais intensidade, até que surja um quadro convulsivo ou de delirium

tremens. As primeiras abstinências são menos intensas e perigosas.

Delirium Tremens

O Delirium Tremens é uma forma mais intensa e complicada da abstinência. Delirium é um

diagnóstico inespecífico em psiquiatria que designa estado de confusão mental: a pessoa não

sabe onde está, em que dia está, não consegue prestar atenção em nada, tem um

comportamento desorganizado, sua fala é desorganizada ou ininteligível, a noite pode ficar

mais agitado do que de dia. A abstinência e várias outras condições médicas não relacionadas

ao alcoolismo podem causar esse problema. Como dentro do estado de delirium da

abstinência alcoólica são comuns os tremores intensos ou mesmo convulsão, o nome ficou

como Delirium Tremens. Um traço comum no delírio tremens, mas nem sempre presente são

as alucinações táteis e visuais em que o paciente "vê" insetos ou animais asquerosos próximos

ou pelo seu corpo. Esse tipo de alucinação pode levar o paciente a um estado de agitação

violenta para tentar livrar-se dos animais que o atacam. Pode ocorrer também uma forma de

alucinação induzida, por exemplo, o entrevistador pergunta ao paciente se está vendo as

formigas andando em cima da mesa sem que nada exista e o paciente passa a ver os insetos

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

41 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

sugeridos. O Delirim Tremens é uma condição potencialmente fatal, principalmente nos dias

quentes e nos pacientes debilitados. A fatalidade quando ocorre é devida ao desequilíbrio

hidro-eletrolítico do corpo.

Intoxicação pelo álcool

O estado de intoxicação é simplesmente a conhecida embriaguez, que normalmente é obtida

voluntariamente. No estado de intoxicação a pessoa tem alteração da fala (fala arrastada),

descoordenação motora, instabilidade no andar, nistagmo (ficar com olhos oscilando no plano

horizontal como se estivesse lendo muito rápido), prejuízos na memória e na atenção, estupor

ou coma nos casos mais extremos. Normalmente junto a essas alterações neurológicas

apresenta-se um comportamento inadequado ou impróprio da pessoa que está intoxicada.

Uma pessoa muito embriagada geralmente encontra-se nessa situação porque quis, uma leve

intoxicação em alguém que não está habituado é aceitável por inexperiência mas não no caso

de alguém que conhece seus limites.

Wernicke-Korsakoff (síndrome amnéstica)

Os alcoólatras "pesados" em parte (10%) desenvolvem algum problema grave de memória.

Há dois desses tipos: a primeira é a chamada Síndrome Wernicke-Korsakoff (SWK) e a outra

a demência alcoólica. A SWK é caracterizada por descoordenação motora, movimentos

oculares rítmicos como se estivesse lendo (nistagmo) e paralisia de certos músculos oculares,

provocando algo parecido ao estrabismo para quem antes não tinha nada. Além desses sinais

neurológicos o paciente pode estar em confusão mental, ou se com a consciência clara, pode

apresentar prejuízos evidentes na memória recente (não consegue gravar o que o examinador

falou 5 minutos antes) e muitas vezes para preencher as lacunas da memória o paciente

inventa histórias, a isto chamamos fabulações. Este quadro deve ser considerado uma

emergência, pois requer imediata reposição da vitamina B1(tiamina) para evitar um

agravamento do quadro. Os sintomas neurológicos acima citados são rapidamente revertidos

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

42 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

com a reposição da tiamina, mas o déficit da memória pode se tornar permanente. Quando

isso acontece o paciente apesar de ter a mente clara e várias outras funções mentais

preservadas, torna-se uma pessoa incapaz de manter suas funções sociais e pessoais. Muitos

autores referem-se a SWK como uma forma de demência, o que não está errado, mas a

demência é um quadro mais abrangente, por isso preferimos o modelo americano que

diferencia a SWK da demência alcoólica.

Síndrome Demencial Alcoólica

Esta é semelhante a demência propriamente dita como a de Alzheimer. No uso pesado e

prolongado do álcool, mesmo sem a síndrome de Wernick-Korsakoff, o álcool pode provocar

lesões difusas no cérebro prejudicando além da memória a capacidade de julgamento, de

abstração de conceitos; a personalidade pode se alterar, o comportamento como um todo fica

prejudicado. A pessoa torna-se incapaz de sustentar-se.

Tratamento das doenças mentais

CAPS

Seu objetivo é oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a

reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e

fortalecimento dos laços familiares e comunitários.

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), entre todos os dispositivos de atenção à saúde

mental, têm valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira. Com a criação desses

centros, possibilita-se a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país.

Os CAPS são serviços de saúde municipais, abertos, comunitários que oferecem atendimento

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

43 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

diário. Os CAPS podem ser de tipo I, II, III, Álcool e Drogas (CAPS AD) e Infanto-juvenil

(CAPSi).

É função dos CAPS:

- prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando as internações em

hospitais psiquiátricos;

- acolher e atender as pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, procurando

preservar e fortalecer os laços sociais do usuário em seu território;

- promover a inserção social das pessoas com transtornos mentais por meio de ações

intersetoriais;

- regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação;

- dar suporte a atenção à saúde mental na rede básica;

- organizar a rede de atenção às pessoas com transtornos mentais nos municípios;

- articular estrategicamente a rede e a política de saúde mental num determinado território

- promover a reinserção social do indivíduo através do acesso ao trabalho, lazer, exercício dos

direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.

Estes serviços devem ser substitutivos e não complementares ao hospital psiquiátrico. De fato,

o CAPS é o núcleo de uma nova clínica, produtora de autonomia, que convida o usuário à

responsabilização e ao protagonismo em toda a trajetória do seu tratamento.

Os projetos desses serviços, muitas vezes, ultrapassam a própria estrutura física, em busca da

rede de suporte social, potencializadora de suas ações, preocupando-se com o sujeito e a

singularidade, sua história, sua cultura e sua vida cotidiana.

O perfil populacional dos municípios é sem dúvida um dos principais critérios para o

planejamento da rede de atenção à saúde mental nas cidades, e para a implantação de centros

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

44 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

de Atenção Psicossocial. O critério populacional, no entanto, deve ser compreendido apenas

como um orientador para o planejamento das ações de saúde. De fato, é o gestor local,

articulado com as outras instâncias de gestão do SUS, que terá as condições mais adequadas

para definir os equipamentos que melhor respondem às demandas de saúde mental de seu

município.

Relacionamento terapêutico no cuidado de enfermagem na saúde mental

É baseado na comunicação, não há possibilidade de haver o relacionamento terapêutico sem a

comunicação, essa comunicação se apresenta de forma verbal e não-verbal a partir do

momento em que o sujeito emite uma mensagem seja ela verbal ou não-verbal e há outro

sujeito que interpreta essa mensagem podemos dizer que aí existe uma comunicação.

Podemos dizer que a comunicação é a base do relacionamento terapêutico.

Entretanto apesar de ser a base para o relacionamento terapêutico, ela não constituí em si

mesma o relacionamento terapêutico, a comunicação não é sinônimo de relacionamento

terapêutico é preciso acrescentar a essa comunicação algumas habilidades entre aqueles que

emite mensagens e os que recebem a mensagem que no relacionamento terapêutico recebem o

nome de ajudador e ajudado, é importante ressaltar que essas habilidades não são exclusivas

dos profissionais da saúde, existem pessoas que já possuem pela própria SENSIBILIDADE

pela forma de encarar a vida e de lidar com as outras pessoas, já possuem essas habilidades,

entre os profissionais de saúde infelizmente também encontramos aqueles que não possuem

qualquer habilidade. A partir do momento que o sujeito se dispõem ao outro através da

comunicação e acredita nessa possibilidade essas habilidades podem ser treinadas.

O ajudador é convocado a assumir a sua responsabilidade no processo de ajuda e adquiri

habilidade para lidar melhor com suas dificuldades, contribuindo para uma vida mais plena e

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

45 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

satisfatória, ou seja, a abordagem terapêutica pressupõem uma postura ativa tanto do ajudador

quanto do ajudado. Vejamos então algumas habilidades:

Habilidades do ajudador

* Atender - Comunicar disponibilidade e interesse.

*Responder -Demostrar compreensão,

*Personalizar- Ajudar o outro a se responsabilizar pelo que está vivendo,

*orientar - Avaliar com o outro as alternativas.

Habilidades do ajudado

*Envolver-se - Disponibilidade para enfrentar seus problemas,

*Explorar - Avaliar a situação a qual está,

*Compreender - Estabelecer ligações de causa e efeito e estabelecer metas.

*Agir - Viabilizar as metas através de ações.

O relacionamento terapêutico no cuidado de enfermagem:

As ações de enfermagem são pautadas no cuidado ao cliente. Podemos entender o cuidado

como algo bastante abrangente que não se restringe apenas nas execuções técnicas, mas sim a

tudo que leve esse sujeito, a aprender a fazer por si mesmo, assim a abordagem terapêutica faz

parte do cuidado de enfermagem, nesse sentido podemos perceber que a abordagem

terapêutica, contribui para:

* Adesão ao tratamento - No momento em que o cliente é chamado a participar ativamente e

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

46 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

intensamente do seu processo de tratamento, se sente comprometido, dando o melhor de si,

permanecendo empenhado inclusive em traçar metas para a sua vida, que evitem o

adoecimento.

* Recuperação - É claro que o relacionamento terapêutico irá contribuir para a sua

recuperação, principalmente s ele se comprometer em cumprir suas metas para evitar o

adoecimento.

* Qualidade na sobrevida - Mesmo que a morte seja inevitável o cliente pode se sentir melhor,

mais amparado e menos sozinho, se puder compartilhar a sua dor e sofrimento nesse

momento e irá permanecer vivo com mais dignidade.

Tratamento Medicamentoso

Durante os últimos quarenta anos, foram desenvolvidos vários medicamentos psiquiátricos de

eficácia comprovada e amplamente utilizados pelos psiquiatras e outros médicos.

Frequentemente, esses medicamentos são classificados de acordo com o distúrbio para o qual

foram prescritos inicialmente. Por exemplo, os antidepressivos (p.ex., imipramina, fluoxetina

e bupropiona) são utilizados no tratamento da depressão, enquanto que os antipsicóticos

(p.ex., clorpromazina, aloperidol e tiotixeno) são úteis no tratamento de distúrbios psicóticos

como a esquizofrenia. Novos medicamentos antipsicóticos (p.ex., clozapina e risperidona),

são úteis para alguns pacientes que não respondem a outros medicamentos antipsicóticos.

Por sua vez, os medicamentos contra a ansiedade (ansiolíticos), como o clonazepam e o

diazepam, são os indicados no tratamento dos distúrbios da ansiedade (p.ex., síndrome do

pânico e fobias). Os estabilizadores do humor (p.ex., lítio e carbamazepina) vêm sendo

utilizados com algum êxito em pacientes com doença maníaco-depressiva.

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

47 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Medicamentos essenciais na área da saúde mental

Ácido valproico + Valproato de Sódio 500mg

comprimidos

Depakene; Valpakine

Ácido Valproico xarope 100ml frascos Depakene; Valpakine

Amitiptilina 25mg comprimido Tryptanol; Limbitrol

Biperideno 2mg comprimido Akineton

Carbamazepina 200mg comprimido Tegretol

Carbonato de Lítio 300mg comprimido Carbolatium; Carbolim

Clomipramina 25mg comprimido Anafranil

Clonazepan 2mg comprimido Rivotril

Clorprmazina 25mg comprimido Amplicitil

Cloridato de Prometazina 25mg comprimido Fenergan

Cloridato de Tioridazina 50mg comprimido Melleril

Diazepan 5mg comprimidoprax Vallium

Fenitoína 100mg comprimido Hidantal

Fenorbabital 100mg comprimido Gardenal; Fenocris

Fenorbabital gotas Gardenal

Fluoxetina 20mg comprimido Fenocris Eufor; Prozac; Deprax

Haloperidol 5mg comprimido Haldol

Haloperidol 4% gotas Haldol

Haloperidol decanoato injetável Haldol

Mirtazapina 30mg comprimido Remerron

Nortiptilina 25mg comprimido Pamelor

Nortriptilina 50mg comprimido Pamelor

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

48 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Terapia Eletroconvulsivante

Na terapia eletroconvulsivante, eletrodos são fixados à cabeça do paciente e é realizada uma

série de descargas elétricas no cérebro visando induzir convulsões. Já foi claramente

demonstrado que esse procedimento é o mais eficaz para a depressão grave. Ao contrário do

que é propagado pelos meios de comunicação, a terapia eletroconvulsivante é segura e

raramente causa qualquer complicação grave. O uso moderno de anestésicos e miorrelaxantes

(relaxantes musculares) reduziu enormemente qualquer tipo de risco para o paciente.

Psicoterapia

Nos últimos anos, têm sido obtidos avanços significativos no campo da psicoterapia. A

psicoterapia é o tratamento que o terapeuta aplica ao paciente através de técnicas psicológicas,

fazendo uso sistemático da relação terapeuta-paciente. Os psiquiatras não são os únicos

profissionais de saúde mental especializados na prática da psicoterapia. Também estão

incluídos os psicólogos clínicos, os assistentes sociais, os enfermeiros, alguns conselheiros

religiosos e muitos profissionais paramédicos. No entanto, os psiquiatras são os únicos

profissionais de saúde mental que podem prescrever medicamentos.

Embora a psicoterapia individual seja praticada de muitas formas diferentes, quase todos os

profissionais de saúde mental estão filiados a uma das quatro escolas de psicoterapia: a

dinâmica, a cognitiva-comportamental, a interpessoal ou a comportamental.

A psicoterapia dinâmica deriva da psicanálise e a sua base é ajudar o paciente a

compreender as estruturas e padrões inconscientes que podem estar criando sintomas e

dificuldades de relacionamento.

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

49 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

A escola cognitiva-comportamental centraliza-se principalmente nas distorções do

pensamento do paciente.

A terapia interpessoal enfoca como uma perda ou uma alteração em uma relação afeta o

paciente.

A terapia comportamental visa ajudar os pacientes a modificarem as maneiras

condicionadas de reagir a eventos que ocorrem ao seu redor.

Na prática, muitos psicoterapeutas combinam técnicas, de acordo com as necessidades do

paciente. A psicoterapia é adequada em uma grande variedade de condições. Mesmo os

indivíduos que não apresentam qualquer distúrbio psiquiátrico podem considerar que a

psicoterapia lhes é útil para enfrentar problemas como, por exemplo, dificuldades no trabalho,

perda de um ente querido ou uma doença crônica na família. A psicoterapia de grupo e a

terapia familiar também são amplamente utilizadas.

Emergências Psiquiátricas

Qualquer situação de natureza psiquiátrica em que exista um risco significativo (vida) para o

paciente (cliente) ou para outros, necessitando de uma intervenção terapêutica imediata.

Atendimento de emergência psiquiátrica

Diagnóstico diferencial:

Emergência – situação de risco grave – intervenções imediatas e inadiáveis ( minutos ou

horas);

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

50 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Urgência – situação de um risco menor – intervenções a curto prazo ( dias ou semanas).

Principais objetivos de um atendimento de emergência

1. Estabilização do Quadro;

2. Hipóteses diagnósticas;

3. Exclusão de causa orgânica

4. Encaminhamento.

1. Estabilização do quadro

Abordagem + Controle (verbal, medicamentoso e físico) simultaneamente – os demais

processos de atendimento vão se desenvolvendo (história, exame do paciente)

2. Hipóteses diagnósticas

Idéia do que está acontecendo: quadro orgânico, psicótico, de humor, de ansiedade, de

personalidade (hipótese provisória) – referência para a condução do atendimento.

3. Exclusão da causa orgânica

Exames laboratoriais de imagem

Indícios de causa orgânica:

História do paciente;

Exame físico;

Exame do estado mental (consciência, atenção, sensopercepção, orientação e memória).

4. Encaminhamento

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

51 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Raramente o atendimento de emergência se encerra em si mesmo.

Estabilização do Quadro + Controle de risco – Sequência do tratamento

Local de atendimento da emergência psiquiátrica

Com maior privacidade possível – facilita que o paciente fale livremente;

Evitar exposição física e moral.

Seguro – acesso a materiais cortantes ou que possam ser utilizados para agredir.

Paciente com risco de violência:

Acesso de outros profissionais de saúde e de segurança;

Ficando sozinho – manter a porta do consultório aberta e permanecer perto dela;

Ser prudente.

Se possível saber com antecedência que tipo de paciente será atendido :

Preparação do material para a contenção mecânica;

Medicação – agitação motora;

Suporte de pessoal para o atendimento

Serviços diagnósticos e auxílio de outros profissionais

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

52 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Detalhes da avaliação na emergência

Limitação do tempo;

Quanto mais informações, melhor;

Relacionamento médico/paciente:

Entrevista psiquiátrica (saber ouvir e observar)

Transmitir a idéia de que o profissional da saúde está no controle e agirá decisivamente para

protegê-lo de lesões a si mesmo e aos outros

Ser franco, honesto, calmo e não ameaçador

Erro do psiquiatra de emergência: ignorar uma doença física como causa de uma alteração de

comportamento.

Características que indicam suspeita de organicidade

Início agudo;

Primeiro episódio;

Idade avançada;

Doença atual;

Abuso significativo de substâncias;

Alucinações não auditivas;

Sintomas neurológicos;

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

53 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Alterações no estado mental (desorientação, alteração de memória, da atenção);

Apraxia construtiva – dificuldade para desenhar relógio, cubo...)

Características catatônicas (mutismo, negativismo, rigidez na postura)

Situações específicas

1. Paciente deprimido grave;

2. Tentativa de suicídio;

3. Paciente psicótico;

4. Paciente violento;

5. Paciente ansioso.

1. Paciente deprimido grave

Sempre indagar sobre idéias suicidas

- falar sobre ideação ou tentativa de suicídio = alívio para o paciente;

- falar sobre suicídio não vai “dar uma idéia” para ele se matar.

Maior privacidade possível, com tempo para uma avaliação adequada

Na tentativa do suicídio: tentar reconstruir eventos que o desencadearam.

2. Tentativa de suicídio

Quem tenta suicídio nem sempre quer morrer:

Pode ser para que os outros sintam pena e culpa;

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

54 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Mostrar o quanto está desesperado;

Influenciar outras pessoas a mudar de idéia;

Escapar de um sofrimento psíquico muito grande;

Buscar ajuda;

Testar se alguém gosta dela;

Escapar de uma situação intolerável.

Objetivos da avaliação:

O paciente continua com ideação suicida após a tentativa?

Quais são os problemas atuais do paciente que poderiam ter desencadeado a tentativa?

Existe algum diagnóstico psiquiátrico associado

Obs: Prestar atenção no relato de como ele lidou com outras situações de crise em sua vida e

ao apoio recebido.

CUIDADO COM A IDÉIA:

“QUEM QUER SE MATAR, NÃO AVISA!

NÃO É VERDADE. Não realizar comentários, em relação a este momento do paciente.

Paciente psicótico

Reconhece-se um prejuízo grosseiro no contato com a realidade, manifestado em uma

percepção inadequada e persistente do mundo externo (alucinações e delírios), com ausência

de juízo crítico ou com conduta intensamente desorganizada.

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

55 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Manejo

Atenção às possíveis interpretações delirantes do próprio papel do médico, dos objetivos das

perguntas feitas e da conduta;

Linguagem clara e frases curtas, explicando na medida do possível os procedimentos a serem

realizados e o fato de que tudo está sendo feito para ajudá-lo;

Entrevista com a família – esclarecer a extensão do problema, o comprometimento funcional

do paciente, os riscos existentes.

Principais dificuldades

Não adesão ao tratamento farmacológico;

Falta de crítica;

Falta de suporte familiar e social;

Agitação motora.

Atitudes alucinatórias – inquietação.

Possíveis agressões

Geralmente mais voltadas aos familiares;

Geralmente para se defender (delírio) – Internação/encaminhamento

Paciente violento

Pacientes podem estar violentos por muitas causas e razões – tentar determinar a causa

(relação com o contexto em que se expressa) – tratamento.

Situações mais comuns:

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

56 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Transtornos mentais – delirium e intoxicação/abstinência de drogas;

Transtornos cerebrais – epilepsia (alterações dos lobos frontal e temporal);

Transtornos de personalidade – anti-social, paranóide e borderline;

Transtornos psicóticos – esquizofrenia, psicose puerperal

Preditores de comportamento violento

O próprio comportamento do paciente durante a consulta;

História de consumo de álcool ou drogas excessivos;

Histórias de atos violentos;

História de abuso na infância;

Baixa tolerância a frustrações, baixa auto-estima, impulsividade.

Manejo

Deixar o paciente falar livremente, sem pressioná-lo com muitas perguntas;

Não ser confrontativo e nem negar a gravidade da situação;

Deve-se ser claro, firme e conciso nas suas intervenções, mover-se calmamente e manter suas

mãos em local visível pelo paciente;

Não tocar o paciente ou realizar movimentos bruscos.

Contenção mecânica

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

57 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Instrumento importante para o controle de pacientes violentos – quando bem indicada e

conduzida;

Indicações:

- Prevenir danos físicos iminentes à equipe, aos outros pacientes, a si mesmo e também ao

ambiente;

- Diminuir a quantidade de estímulos que o paciente está recebendo;

- Atender a solicitação do paciente.

Técnica de contenção mecânica

Equipe de 5 pessoas – apenas 1 conversa com o paciente;

A faixa utilizada deverá ser de material resistente;

Posição decúbito dorsal e com a cabeça levemente elevada;

Se a contenção for na sala de admissão – revistar o paciente em busca de droga ou arma;

Monitorização frequente em relação ao nível de consciência e aos sinais vitais;

Os motivos e particularidades do procedimento devem ser registrado adequadamente no

prontuário médico;

Assim que o paciente estiver controlado, as faixas devem ser retiradas.

Tranquilização rápida – tratamento farmacológico;

Estabilização do quadro com a terapêutica correta - encaminhamento

Paciente ansioso

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

58 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Fundamental – boa relação profissional/paciente ( norteia o diagnóstico e manejo);

A entrevista não precisa ser longa e detalhada;

Ter uma postura de interesse e respeito pelas queixas do paciente, tendo sempre em mente que

os sintomas da ansiedade são sempre involuntários.

Após escutar a descrição dos sintomas mapear:

Histórias das manifestações psicológicas e fisiológicas da ansiedade;

Evento que precedeu essa manifestação;

Uso de álcool ou droga;

História familiar de doença mental;

Vínculo afetivo, profissional e social;

Internação;

Estimular o paciente a falar

Ataque do pânico

Extremamente comuns nas emergências (cardiologia);

Sensações de palpitações, falta de ar, sudorese, náusea, sensação de morte iminente ou perda

de controle;

Tendem a desaparecer em no máximo 1h

Indicações de internação psiquiátrica

Risco de suicídio;

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

59 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

Risco de agressão;

Risco de homicídio;

Autonegligência grave;

Patologia de difícil controle em ambulatório;

Paciente sem suporte familiar;

Piora dos sintomas.

Referências Bibliográficas

AMARANTE, P. (org) (1994). Psiquiatria social e Reforma Psiquiátrica. Rio de Janeiro,

FIOCRUZ.

AMARANTE, P. e BEZERRA (1992). Psiquiatria sem hospício. RJ, Relume/Dumará.

AMARANTE, P. (1996). O homem e a serpente – outras histórias para a loucura e a

psiquiatria. Rio de Janeiro, FIOCRUZ.

ANGERAMI, Valdemar Augusto (org) (1983) Crise, Trabalho e Saúde Mental no Brasil.

Série Psicoterapias Alternativas. São Paulo, Traço Editora.

BARBALET, J.M (1991) A cidadania. Lisboa, Estampa.

BARNES, Mary e BERKE, Joseph. (1983). Viagem Através da Loucura. Rio de Janeiro,

Francisco Alves.

BASAGLIA, Franco. (1985). A instituição negada. Rio de Janeiro, Graal.

BENOIT, Jean-Claude. (1994). Angústia Psicótica e Sistema Familiar. Campinas. Editorial

Psy II.

"Tradição em formar Profissionais com Qualidade”

60 Avenida XV de Novembro, 413-Centro - Ferraz de Vasconcelos –SP-CEP: 08500-405

Tel.: (11) 4678-5508- [email protected]

COLÉGIO TÉCNICO

SÃO BENTO

BERCHERIE, P. (1989) Os fundamentos da clínica, história e estrutura do saber psiquiátrico.

Rio de Janeiro, Zahar.

Agradecimentos

Agradecemos a toda equipe do Colégio Técnico São Bento e em especial a Professora

Débora Cristina de Jesus Costa que participou da revisão desta apostila.