ENFERMAGEM Saude Da Crianca

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2010

Prefeitura Municipal de Ribeiro PretoEstado de So Paulo Secretaria da Sade www.saude.ribeiraopreto.sp.gov.br

PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRO PRETO SECRETARIA DA SADE

Programa de Ateno Sade da Criana e do Adolescente Protocolo de Enfermagem

Secretria Municipal da Sade Dra. Carla Palhares Queiroz Depto. de Ateno Sade das Pessoas Dr. Wadis Gomes da Silva

Elaborao Tcnica Programa de Sade da Criana e do Adolescente Dra. Maria Cristina Brbaro Dra. Mrcia Soares Freitas da Motta Enf Mrcia Cristina Guerreiro dos Reis Nutricionista: Maria Lourdes M. E. Mauad Dra. Ana Helena Parra Scarpellini Diviso de Enfermagem Enf Jane Aparecida Cristina Enf Camila Fernandes Balsero APOIO Estimulao Precoce Triagem Neonatal Vigilncia Epidemiolgica Layout de Desenhos Auriclia Neca Hoshiba

SumrioI. II. III. IV. V. INTRODUO ............................................................................................................. ATENDIMENTO CRIANA ...................................................................................... SEGUIMENTO DA CRIANA ...................................................................................... CLASSIFICAO DOS RISCOS................................................................................. CONSULTA DE ENFERMAGEM ................................................................................. 1. Roteiro para a 1 Consulta ..................................................................................... 2. Exame Fsico Geral e Especfico ........................................................................... 3. Cuidador da Criana / Preveno de Acidentes..................................................... 4. Vacinao ............................................................................................................... 5. Exame de Triagem Neonatal (Exame do Pezinho) ................................................ 6. Desenvolvimento Neuropsicomotor........................................................................ 7. Desenvolvimento Pondero-Estatural ...................................................................... 8. Dentio ................................................................................................................. 9. Alimentao e Aleitamento Materno....................................................................... VI. CONTEDO PROGRAMTICO PARA GRUPOS EDUCATIVOS DE PUERICULTURA........................................................... VII. ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM S QUEIXAS COMUNS NA INFNCIA ............ A) Coto Umbilical ........................................................................................................ B) Monliase Oral ........................................................................................................ C) Clica Recm-Nascido ........................................................................................... D) Dermatite Amoniacal .............................................................................................. E) Dermatite Seborrica.............................................................................................. F) Intertrigo ................................................................................................................. G) Impetigo.................................................................................................................. H) Estrfulo ................................................................................................................. I) Miliria .................................................................................................................... 28 31 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 52 54 55 05 06 06 10 11 12 13 15 16 16 19 21 22 23

ANEXOS....................................................................................................................... Anexo 1 - Total de Nascimentos/Ms - 2009................................................................ Anexo 2 - Fluxograma Puericultura .............................................................................. Anexo 3 - Ficha de Acompanhament do Desenvolvimento.......................................... Anexo 4 - Ficha do Crescimento da Criana ................................................................ Anexo 5 - Fluxograma de Criana Filho de Me HIV ................................................... Anexo 6 - Protocolo Medicamentoso para o Desmame ............................................... VIII. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................................

I - INTRODUOO presente trabalho prope estratgias de interveno Sade da Criana, a serem realizadas pelos Enfermeiros e enfermagem na Ateno Bsica. O Programa de Sade da Criana contempla aes programticas educativas e assistenciais que visam atender a criana de forma integral e individualizada em todas as fases do crescimento e desenvolvimento. Desta forma, a (o) enfermeira (o) e a enfermagem tornam-se co-responsveis pelo desenvolvimento de aes promotoras, preventivas e de recuperao sade, desenvolvendo aes dirigidas a:

Promoo do Aleitamento Materno; Acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento; Imunizao; Controle das Doenas Respiratrias; Controle das Doenas Diarricas; Preveno de Acidentes e Maus Tratos; Assistncia Criana Vtima de Violncia; Assistncia Criana exposta ao HIV; Assistncia aos demais agravos; Atividades Educativas

Diante deste contexto, baseados na Lei do Exerccio Profissional n 7498/86 e confirmada pela resoluo do COFEN 271/2002, a Secretaria Municipal de Sade de Ribeiro Preto atravs da Diviso de Enfermagem, Programa de Ateno Sade da Criana e do Adolescente, elaboraram o presente documento (protocolo) com o propsito de sistematizar as aes da enfermagem na puericultura, respaldar os enfermeiros que atuam na ateno bsica e subsidi-los na prtica assistencial.

-5-

II - ATENDIMENTO CRIANA (puericultura e pediatria) de extrema importncia que a puericultura tenha incio na primeira semana de vida da criana, o mais prximo possvel da alta hospitalar, pois, neste perodo que a me e famlia precisam de muito apoio e orientaes sobre o recm nascido (RN). Para tanto, o Programa Floresce uma Vida quem faz a articulao entre a alta do binmio na maternidade e a unidade de sade. fundamental que se garanta o acesso dos recm nascidos e suas mes usurios da unidade, para atendimento de enfermagem, mdico, vacinao, amamentao, teste do pezinho, continuidade deste seguimento e consulta de puerprio. de responsabilidade do gerente da unidade manter as agendas mdicas e de enfermeiras sempre disponveis no sistema Hygia Web e, com o nmero de vagas compatveis com sua demanda. No caso das agendas dos enfermeiros, usar as mesmas siglas dos mdicos e, garantir que o recm nascido passe por esta consulta (preconizado de 3 a 5 dias de vida), antes da consulta mdica (preconizado de 5 a 10 dias de vida). Atualmente est padronizada apenas a 1 consulta de puericultura (CP) e retornos (RT) de enfermagem, se necessrio.

III - SEGUIMENTO DA CRIANAA) DOS AGENDAMENTOS MDICOS A faixa etria para o atendimento dos pacientes vai desde o nascimento at 16 anos incompletos, usando as diferentes siglas e periodicidade das consultas de acordo com a idade. Montar a agenda no sistema Hygia Web contendo 12 consultas para cada profissional/4h/dia, sendo 10 consultas com as diferentes siglas, de acordo com a demanda local e 2 consultas eventuais. A agenda serve para direcionar os atendimentos e no para dificultar o acesso dos pacientes, portanto, ateno na elaborao da mesma, para que se tenha flexibilidade e no engessamento. 1. Primeiro Agendamento de 0 a 30 dias - CP Caso Novo de Puericultura: deve ser realizado nos primeiros dias de vida do recm-nascido, na alta hospitalar pelo Floresce uma Vida ou pela Unidade de Sade. 2. De 1 a 6 meses de idade: RP (Retorno de Puericultura) / Consultas mensais 3. De 6 at 12 meses: RP (Retorno de Puericultura) / Consultas a cada 2 meses 4. De 12 a 24 meses: RP (Retorno de Puericultura) / Consultas a cada 4 meses-6-

5. De 2 a 5 anos: CN (Caso Novo) ou RT (Retorno de Pediatria) / Consultas a cada 6 meses 6. De 5 a 10 anos: CN (Caso Novo) ou RT (Retorno de Pediatria) / Consultas a cada 6 meses 7. De Adolescentes (10 a 16 anos incompletos): CN (Caso Novo) ou RT (Retorno de Pediatria): durante a fase de puberdade as consultas devem ser semestrais e depois anuais.

B) NORMAS PARA A REALIZAO DOS AGENDAMENTOS ATENO: O Programa de Sade da Criana e do Adolescente, diminuiu o nmero de siglas para os agendamentos das crianas e adolescentes nas Unidades de Sade para facilitar a disponibilidade e disposio das agendas locais dos profissionais e garantir o acesso destes ao servio. As siglas mantidas so as seguintes:

a) Tipos de Agendamento: CP Caso Novo de Puericultura para menores de 30 dias de vida Agendamento da primeira consulta do recm-nascido Esta sigla deve ser usada, preferencialmente, pelas funcionrias do Floresce uma Vida (FUV) das 3 maternidades SUS (Santa Casa, H. Clnicas e Mater) ou quando a me chegar na unidade sem o agendamento prvio do FUV. RP Retorno de Puericultura at 2 anos de idade Consultas subsequentes dos casos novos de puericultura, os quais devero ser agendados conforme o cronograma estabelecido acima. CN Caso Novo para maiores de 2 anos de vida e adolescentes Agendamento consulta mdica. RT Retorno de Pediatria Agendamento de consultas subsequentes dos casos novos de pediatria, a partir de 2 anos de idade at 16 anos incompletos. EV Eventual Consultas de crianas ou adolescentes fora do dia agendado para atendimento.-7-

para

atendimentos de crianas e adolescentes, conforme

cronograma ou quando apresentar qualquer intercorrncia que necessita de

b) Parmetros para a previso de vagas para os atendimentos de puericultura: Para estabelecer a quantidade de vagas para cada tipo de atendimento, utilizar o seguinte parmetro para formatao das agendas:

Casos Novos Pueric. Mensais (CP) = N de Nascidos Vivos na rea no ano anterior12 meses

obsevar: Mdia de nascidos vivos no anterior N Nascidos convnios e SUS N Nascidos SUS Variao mnima e mxima de nascimentos / ms

Casos Novos de Puericultura Dirios (CP) = Casos Novos MensaisN de dias teis no ms

OBS. Este resultado deve ser dividido pelo n de profisssionais do ms

Retornos mensais de Puericultura (RP) = para 1 CP =10 RP Para cada consulta de CP usurios SUS, montar a agenda com 10 RP

Estes retornos so referentes a crianas de 0 a 24 meses 9 = n consultas de puericultura at 12 meses 4 = n de consultas de puericultura de 12 a 24 meses

(Anexo 1- Total de nascimentos/ms (2009) de cada unidade de sade para previso de vagas/ms/profissional).

Casos Novos (CN) : para 1 CP = 14 CN OBS considerar CP usurios SUS OBS. Este resultado deve ser dividido pelo n de profisssionais do ms

6) Retornos (RT): colocar a mesma quantidade de CN OBS. Este resultado deve ser dividido pelo n de profisssionais do ms-8-

OBSERVAES: 1. importante a garantia dos retornos de puericultura (RP) para as crianas menores de 2 anos. As necessidades acima devem ser adaptadas ao nmero de pediatras existentes na unidade, bem como frias, licenas, feriados, etc. A Unidade de Sade deve garantir sempre a agenda para os casos novos de puericultura e, a continuidade deste acompanhamento. 2. O nmero total de nascimentos da rea de abrangncia da unidade, equivale a nascidos no Sistema SUS e Particular e outros convnios. Para tanto, compete a unidade disponibilizar um nmero adequado de vagas respeitando as particula-ridades de sua clientela e suas necessidades. 3. As siglas so norteadoras das agendas mas, as mesmas devem ser flexveis e de fcil acesso clientela.

c) Normas para o agendamento / atendimento: 1. O agendamento da primeira consulta realizado pelo Floresce uma Vida ou quando necessrio pela equipe da unidade. Os atendimentos subsequentes devero ser agendados nas ps consulta, de acordo com o cronograma proposto, 2. Os retornos de puericultura (RP) podero ser mais freqentes, de acordo com a avaliao do pediatra (principalmente, crianas de risco), 3. importante a realizao de busca ativa dos casos faltosos de crianas menores de 12 meses. Para que esse controle funcione, os endereos e telefones precisam ser atualizados em todos os retornos da criana. Sempre observar se a criana de risco compareceu na consulta e retornos da Estimulao Precoce no PAM, 4. No caso das crianas inscritas no Programa Bolsa Famlia e de seus irmos de at 6 anos de idade, o agendamento mdico tambm dever obedecer ao cronograma acima a no ser que haja solicitao mdica para retornos mais freqentes. A verificao antropomtrica mensal ser realizada pela enfermagem. 5. Evitar que os atendimentos de puericultura sejam agendados no primeiro horrio da manh devido dificuldade das mes de recm nascidos chegarem unidade antes das 7 da manh,-9-

6. Abrir as agendas dos enfermeiros no mesmo horrio da realizao do teste do pezinho e, tambm com a sala de vacina, para facilitar o acesso/atendimento completo famlia, 7. Caso haja faltosos na agenda diria, a mesma pode ser suprida por atendimentos eventuais em qualquer uma das siglas citadas, dando nfase ao protocolo de acolhimento, 8. As crianas, principalmente as menores de 2 anos, que tiverem atendimentos eventuais nos pronto atendimentos da rede pblica, devero ser orientadas (as famlias) a procurarem a unidade de abrangncia para seguimento de puericultura/pediatria, assim como fazer a contra-referncia para os casos de riscos. 9. O acompanhamento da criana dever ser realizado em consulta de enfermagem e mdica e retornos (dirio, semanal, quinzenal ou mensal) conforme a necessidade de cada caso e tambm, atravs de grupos educativos.

IV - CLASSIFICAO DOS RISCOSRisco ambiental: falta de saneamento bsico, moradia inadequada; Risco scio-econmico: desemprego, me sem ou com pouca escolaridade, famlia proveniente de rea social de risco, me muito jovem; Risco nutricional: desmame precoce e/ou aleitamento misto dos outros filhos; baixo peso ao nascer, doenas associadas (erros inatos), Risco no crescimento e desenvolvimento: curva descendente ou horizontal, ganho de peso insuficiente, agravos nutricionais, prematuridade (abaixo de 37 semanas), desenvolvimento no compatvel com a idade (atravs da ficha de acompanhamento do desenvolvimento); Risco de infeco: internao, atraso vacinal, desnutrio e aleitamento misto; Riscos identificados ao nascer: baixo peso ao nascer (