8
 ENQUALAB-2006 – Congresso e Feira da Qualida de em Metrologia  Rede Metrológica do Estado de São Paulo - REMESP 30 de maio a 01 de junho de 2006, São Paulo, Brasil COMPARAÇÃO INTERLABORATORIAL: DISCUSSÃO SOBRE UM MÉTODO PARA ENSAIO DE RESISTÊNCIA A COMPRESÃO EM CONCRETO T.A.C. Pires 1  , J.J. Rêgo Silva 2  , T. Andrade 3  , A.M.P. Carneiro 4  , J.Z. Colaço 5  , D.C. Duarte 6  , J.F. Ferreira 7 1,3,4  Dept Eng Produção/UFPE, Recife, Brasil, e-mail: [email protected] 2,6,7  Dept Eng Civil/UFPE, Recife, Brasil, e-mail: [email protected] 4  Dept Eng Civil/UPE, Recife, Brasil, e-mail: [email protected] Resumo: Programas de comparação interlaboratorial constituem uma ferramenta para confiabilidade de resultados de ensaios, atuando como mecanismo de controle de qualidade dos laboratórios e contribuindo para demonstrar a sua competência na realização destes ensaios. O procedimento adotado nos métodos de comparação interlaboratorial pode gerar variáveis que influenciam os resultados dos ensaios. Isto é mais significativo em ensaios destrutivos. No caso de resistência a compressão de concreto, ensaio destrutivo, além dos equipamentos de ensaio e sua operação, a confecção das amostras: dosagem, adensamento, cura e preparação dos topos dos corpos de  prova podem gerar distorções que levam os resulta rem a não expressarem o objetivo da comparação. Assim, o método empregado deve ser consistente com o que se quer comparar. Este trabalho apresenta um método de comparação interlaboratorial empregado por laboratórios de concreto no Estado de Pernambuco. Discutem-se ainda outros aspectos importantes na comparação como tamanho da amostra, dimensão dos corpos de prova, número de ensaios, métodos estatísticos e conclusão final da avaliação. Palavras chave: Comparação interlaboratorial, ensaio de resistência à compressão em concreto, controle de qualidade do concreto. 1. INTRODUÇÃO Em princípio, pode-se afirmar que um programa de comparação interlaboratorial consiste em toda e qualquer iniciativa que, com base em uma série de medições realizadas independentemente por um grupo de laboratórios em amostras de um determinado material, proporcione uma análise consistente da confiabilidade dos resultados obtidos. Vários são os propósitos da comparação interlaboratorial. Alguns deles são: a) Avaliar o desempenho dos laboratórios;  b) Avaliar o desempenho de métodos de ensaios e medições; c) Atribuir valores para materiais de referências e avaliar a adequação de sua utilização; d) Fornecer confiança adicional aos clientes dos laboratórios; e) Identificar diferenças entre os laboratórios,  proporcionando a compatibilizaç ão dos seus resultados; f) Identificar problemas nos laboratórios, possibilitando a tomada de ações corretivas. Entende-se como ensaio de proficiência o uso de comparações interlaboratoriais para o propósito específico descrito na alínea a acima, ou seja, determinação e monitoramento contínuo o desempenho dos laboratórios [1]. O ABNT ISO/IEC Guia 43 define os princípios e descreve os fatores que convém que sejam levados em consideração na organização e condução de programas de ensaios de  proficiência. A participação em programas de comparação interlaboratorial ou em ensaios de proficiência é um dos mecanismos de garantia de qualidade dos resultados dos ensaios, previsto pela NBR ISO/IEC 17025, norma técnica de referência para acreditação de laboratórios a Rede Brasileira de Laboratórios de Ensaios (RBLE), coordenada  pelo Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial (INMETRO). Desse modo, os programas de comparação interlaboratorial, usualmente, tendem a ter caráter de ensaios de proficiência, normalmente direcionados a laboratórios acreditados pelo INMETRO ou em vias de acreditação. Portanto, estes  programas interlaboratoriais podem ser entendidos como compulsórios, com a finalidade maior de reconhecimento de competência na realização do ensaio. Entretanto, independentemente da acreditação pelo INMETRO, programas de comparação interlaboratorial  proporcionam uma oportunidade de avaliação, pelo próprio laboratório, da sua habilidade em realizar os ensaios de forma competente. Além disto, consistem em mecanismos  para promoção da confiança na obtenção consistente de resultados confiáveis, junto a seus clientes. À medida que estes princípios são melhor entendidos se tornam indutores de programas de comparação interlaboratorial. É neste contexto, que, na Região Metropolitana do Recife (RMR), iniciativas de programa de comparação interlaboratorial para ensaios de resistência a compressão em concreto têm sido desenvolvidas. O histórico e os resultados destas ações estão reportados nas referências [2- 5]. O objetivo principal destas iniciativas é prover os laboratórios de controle tecnológico de concreto com ferramentas que possibilitem a comparação sistemática de

Enqualab 2006 - Trabalho 104.pdf

  • Upload
    jjrs

  • View
    15

  • Download
    2

Embed Size (px)

Citation preview

  • ENQUALAB-2006 Congresso e Feira da Qualidade em MetrologiaRede Metrolgica do Estado de So Paulo - REMESP30 de maio a 01 de junho de 2006, So Paulo, Brasil

    COMPARAO INTERLABORATORIAL: DISCUSSO SOBRE UM MTODO PARAENSAIO DE RESISTNCIA A COMPRESO EM CONCRETO

    T.A.C. Pires1, J.J. Rgo Silva2, T. Andrade3, A.M.P. Carneiro4, J.Z. Colao5, D.C. Duarte6, J.F. Ferreira7

    1,3,4 Dept Eng Produo/UFPE, Recife, Brasil, e-mail: [email protected],6,7 Dept Eng Civil/UFPE, Recife, Brasil, e-mail: [email protected] Dept Eng Civil/UPE, Recife, Brasil, e-mail: [email protected]

    Resumo: Programas de comparao interlaboratorialconstituem uma ferramenta para confiabilidade de resultadosde ensaios, atuando como mecanismo de controle dequalidade dos laboratrios e contribuindo para demonstrar asua competncia na realizao destes ensaios.

    O procedimento adotado nos mtodos de comparaointerlaboratorial pode gerar variveis que influenciam osresultados dos ensaios. Isto mais significativo em ensaiosdestrutivos. No caso de resistncia a compresso deconcreto, ensaio destrutivo, alm dos equipamentos deensaio e sua operao, a confeco das amostras: dosagem,adensamento, cura e preparao dos topos dos corpos deprova podem gerar distores que levam os resultarem a noexpressarem o objetivo da comparao. Assim, o mtodoempregado deve ser consistente com o que se quercomparar.

    Este trabalho apresenta um mtodo de comparaointerlaboratorial empregado por laboratrios de concreto noEstado de Pernambuco. Discutem-se ainda outros aspectosimportantes na comparao como tamanho da amostra,dimenso dos corpos de prova, nmero de ensaios, mtodosestatsticos e concluso final da avaliao.

    Palavras chave: Comparao interlaboratorial, ensaio deresistncia compresso em concreto, controle de qualidadedo concreto.

    1. INTRODUO

    Em princpio, pode-se afirmar que um programa decomparao interlaboratorial consiste em toda e qualqueriniciativa que, com base em uma srie de mediesrealizadas independentemente por um grupo de laboratriosem amostras de um determinado material, proporcione umaanlise consistente da confiabilidade dos resultados obtidos.

    Vrios so os propsitos da comparao interlaboratorial.Alguns deles so:a) Avaliar o desempenho dos laboratrios;b) Avaliar o desempenho de mtodos de ensaios e medies;c) Atribuir valores para materiais de referncias e avaliar a

    adequao de sua utilizao;d) Fornecer confiana adicional aos clientes dos

    laboratrios;

    e) Identificar diferenas entre os laboratrios,proporcionando a compatibilizao dos seus resultados;

    f) Identificar problemas nos laboratrios, possibilitando atomada de aes corretivas.

    Entende-se como ensaio de proficincia o uso decomparaes interlaboratoriais para o propsito especficodescrito na alnea a acima, ou seja, determinao emonitoramento contnuo o desempenho dos laboratrios [1].O ABNT ISO/IEC Guia 43 define os princpios e descreveos fatores que convm que sejam levados em consideraona organizao e conduo de programas de ensaios deproficincia.

    A participao em programas de comparaointerlaboratorial ou em ensaios de proficincia um dosmecanismos de garantia de qualidade dos resultados dosensaios, previsto pela NBR ISO/IEC 17025, norma tcnicade referncia para acreditao de laboratrios a RedeBrasileira de Laboratrios de Ensaios (RBLE), coordenadapelo Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial(INMETRO).

    Desse modo, os programas de comparao interlaboratorial,usualmente, tendem a ter carter de ensaios de proficincia,normalmente direcionados a laboratrios acreditados peloINMETRO ou em vias de acreditao. Portanto, estesprogramas interlaboratoriais podem ser entendidos comocompulsrios, com a finalidade maior de reconhecimento decompetncia na realizao do ensaio.

    Entretanto, independentemente da acreditao peloINMETRO, programas de comparao interlaboratorialproporcionam uma oportunidade de avaliao, pelo prpriolaboratrio, da sua habilidade em realizar os ensaios deforma competente. Alm disto, consistem em mecanismospara promoo da confiana na obteno consistente deresultados confiveis, junto a seus clientes. medida queestes princpios so melhor entendidos se tornam indutoresde programas de comparao interlaboratorial.

    neste contexto, que, na Regio Metropolitana do Recife(RMR), iniciativas de programa de comparaointerlaboratorial para ensaios de resistncia a compressoem concreto tm sido desenvolvidas. O histrico e osresultados destas aes esto reportados nas referncias [2-5]. O objetivo principal destas iniciativas prover oslaboratrios de controle tecnolgico de concreto comferramentas que possibilitem a comparao sistemtica de

  • seus resultados com os resultados de outros laboratrios decontrole tecnolgico de concreto, possibilitando aidentificao de desvios, aleatrios ou sistemticos, e atomada de aes corretivas.

    Estas iniciativas consistem, portanto, de programas decomparao interlaboratorial voluntrios, uma vez que amotivao principal a melhoria da qualidade dosresultados, sem necessariamente, pretender, pelo menos acurto prazo, a acreditao pelo INMETRO. A participaosistemtica e regular nestas iniciativas constitui umaferramenta para a melhoria contnua da qualidade dosresultados obtidos nestes ensaios.

    Programas de comparao interlaboratorial tm sidorealizados em diversas reas [6]. Faz-se necessrio, portanto,a uniformizao das prticas adotadas para viabilizar acomparao de resultados [7]. Neste trabalho apresentadoo mtodo de comparao interlaboratorial que estatualmente sendo empregado no 2o Programainterlaboratorial de concreto.

    2. JUSTIFICATIVA

    No incomum observar discrepncias entre resultados deensaios apresentados por laboratrios diferentes. O desafiona comparao interlaboratorial consiste em estabelecerlimites aceitveis para estas diferenas.

    No caso de ensaios de resistncia a compresso de concretoestrutural a variabilidade de resultados torna-se gravequando os valores obtidos apresentam-se abaixo dos limitesde tolerncias, pois a dvida gera insegurana quanto estabilidade das estruturas. Nestes casos as medidasnecessrias ao reforo das estruturas podem acarretar altoscustos e atraso no cronograma do empreendimento. O fatode ser um ensaio destrutivo consiste em outro complicadornestas situaes, uma vez que a perda do corpo de provaexige a retirada de testemunhos que introduzem outrasvariveis na anlise do problema. Normalmente, nestescasos as solues so particularizadas, evitando-se umadiscusso mais ampla com receio da inviabilizao dosempreendimentos.

    Independente dos possveis motivos que induzem resultadosbaixos de resistncia compresso do concreto, aconfiabilidade dos resultados obtidos nos laboratrios sempre questionada. Neste sentido notria a divergnciaentre os laboratrios que realizam controle tecnolgico deconcreto e aqueles das empresas fornecedoras de concreto.

    A iniciativa de organizar programas de comparaointerlaboratorial surgiu do interesse comum dos laboratriosde controle tecnolgico de concreto da RegioMetropolitana do Recife, visando uniformizar conceitos eprincpios, e padronizar os procedimentos empregados narealizao dos ensaios de resistncia a compresso emconcreto com o objetivo maior de harmonizar seusresultados.

    A finalidade bsica destes programas promover a obtenode resultados compatveis dentro de variabilidadesaceitveis. Paralelamente tambm podem ser destacados,outros propsitos, que contribuem para este objetivo geral.So eles:

    9 Divulgar e promover o entendimento dos procedimentosde ensaios estabelecidos nas normas tcnicas dereferncia;

    9 Verificar a variabilidade de resultados dentro dolaboratrio;

    9 Verificar a variabilidade de resultados entre oslaboratrios;

    9 Distinguir, conceitualmente e na prtica dos ensaios,erros sistemticos de erros aleatrios;

    9 Identificar possveis fontes de erros e tomar as aescorretivas necessrias;

    9 Promover o entendimento de conceitos estatsticosnecessrios interpretao dos resultados.

    3. PARTICIPANTES

    Participaram deste trabalho 12 laboratrios de concreto querealizam ensaios de resistncia compresso. Todos estosituados na Regio Metropolitana do Recife e estodistribudos da seguinte forma (Tabela 1):

    Tabela 1. Participantes do Programa Interlaboratorial.

    Laboratrios QuantidadeInstituies de ensino e pesquisa 03

    Prestadores de servios de tcnicos 04

    Fornecedores de concreto 05

    TOTAL 12

    Os 05 (cinco) fornecedores de concreto juntos respondempor toda a produo de concreto usinado na RMR, enquantoque os demais laboratrios so responsveis pelo controletecnolgico de concreto realizado na RMR.

    Nenhum dos laboratrios participantes do programa acreditado pelo INMETRO, porm 3 (trs) deles esto emvia de acreditao.

    4. MTODO

    Em funo de seus objetivos os programas de comparaointerlaboratorial podem ser bastante abrangentes. Oprocedimento e a anlise dos resultados dependem dafinalidade a que se destina a comparao. Planejamento eoperacionalizao do procedimento adotado e a anlise deresultados so fatores que podem influenciar o desempenhode um programa de comparao interlaboratorial.

    A comparao interlaboratorial pressupe, portanto,consenso e credibilidade no mtodo adotado e na anlise dosresultados, reconhecidos por todos os laboratriosparticipantes do programa, alm de disciplina na execuodas atividades e cronograma estabelecidos.

    No caso especfico deste trabalho, que trata de ensaio deresistncia compresso de concreto, o mtodo adotado nacomparao interlaboratorial consiste nas etapasrelacionadas abaixo: Procedimento de ensaio; Valor de referncia;

  • Nmero de ensaios; Tamanho da amostra; Dimenses dos corpos de prova; Adensamento e cura dos corpos de prova; Transporte e distribuio dos corpos de prova; Preparao dos topos dos corpos de prova; Tcnicas estatsticas para interpretao dos resultados; Concluso final.O laboratrio de estruturas do Dept. de Eng. Civil daUniversidade Federal de Pernambuco tem coordenado osprogramas de comparao interlaboratorial na RegioMetropolitana do Recife e a equipe de consultores.

    A prtica do ensaio de resistncia compresso no controletecnolgico de concreto envolve a confeco dos corpos deprova, ou seja, seu adensamento e cura. Entretanto, comum atribuir confeco dos corpos de prova aresponsabilidade por grandes variaes nos resultados destesensaios, por ser uma atividade que pode ser fortementeinfluenciada pelo moldador e condies de cura.

    Considerando o estgio atual de evoluo do programa decomparao interlaboratorial, o procedimento adotadoprope a reduo desta variabilidade oriunda do processo deconfeco dos corpos de prova. Desse modo, as atividadesde adensamento e cura de todos os corpos de prova so deresponsabilidade de um nico laboratrio; neste caso, olaboratrio coordenador do programa, que responsveltambm pela distribuio dos corpos de prova aos demaislaboratrios participantes do programa.

    A confeco uma atividade importante para proporcionarhomogeneidade aos corpos de prova, fazendo com que todosos laboratrios recebam os itens de ensaios sem apresentardiferenas significativas na resistncia compresso.(Maiores detalhes sobre a confeco dos corpos de provasero dados no item 2.6).

    Ainda neste contexto, para todos os ensaios em cada bateria,os corpos de prova foram produzidos com os mesmosmateriais e empregando-se o mesmo mtodo de dosagem e amesma tcnica de mistura para a produo do concreto,minimizando-se assim disperses nos resultadosprovenientes destes fatores.

    Portanto, espera-se que a variabilidade dos resultados dosensaios seja mais fortemente influenciada apenas poraspectos referentes ao procedimento de ruptura do corpo deprova, aos equipamentos e a preparao dos topos do corpode prova.

    2.1. Procedimento de ensaio

    Para a realizao do ensaio procede-se conforme a NBR5739: Concreto Ensaio de compresso de corpos-de-provacilndricos [8].

    Antes do incio do programa, o procedimento de ensaio foidiscutido, esclarecendo-se as dvidas. Uma ficha especficapara apresentao dos resultados foi elaborada, na qualtambm devem ser descritos quaisquer problemasidentificados nos corpos de prova. Como resultado do ensaiosolicita-se tambm a identificao da forma de ruptura do

    corpo de prova, que nem sempre apresentada porlaboratrios de controle tecnolgico de concreto, entretantopode ser um indicador de desvios na realizao dos ensaios[3].

    Ainda se faz referncia a NBRNM-ISO7500-1 Materiaismetlicos - Calibrao de mquinas de ensaio estticouniaxial: Mquinas de ensaio de trao/compresso -Calibrao do sistema de medio [11], e a validao docertificado de calibrao da prensa de cada laboratrio,empregada nos ensaios do programa.

    2.2. Valor de referncia

    Um laboratrio, com competncia reconhecida e acreditadopelo INMETRO, foi escolhido para fornecer valores dereferncia de resistncia a compresso para fins decomparao dos resultados apresentados pelos laboratriosparticipantes do programa.

    2.3. Nmero de ensaios

    Nesta iniciativa de comparao interlaboratorial adotou-setrs baterias de ensaios, cada uma delas correspondendo auma amostra diferente.

    A realizao de ensaios em duas (ou mais) amostras permiteo emprego de tcnicas estatsticas especficas, como porexemplo, a Elipse de Confiana de Yuden ou Z-score[13,14].

    O objetivo de realizar baterias sucessivas de ensaios visaainda possibilitar a implantao de aes corretivas everificar a eficcia destas aes nas prximas baterias.

    2.4. Tamanho da amostra

    Tratando-se de ensaio destrutivo, o nmero de corpos deprova corresponde ao nmero de resultados de ensaios.Portanto, em princpio, um nmero maior de corpos deprova proporciona uma melhor avaliao da disperso dosresultados apresentados pelos laboratrios.

    Neste programa optou-se por empregar seis corpos de provapara a realizao dos ensaios em cada uma das trs bateriasde ensaios. Nas iniciativas anteriores nmeros inferioreseram insuficientes para concluir a avaliao sobre adisperso dos resultados em cada laboratrio.

    2.5. Dimenses dos corpos de prova

    Os corpos de prova empregados nestes ensaios socilndricos. Tradicionalmente, para concretos ditos comresistncia a compresso normal, os corpos de prova soconfeccionados com dimenses 150x300mm (dimetro ealtura, respectivamente). Entretanto, o emprego cada vezmais comum de concreto com resistncias a compressomais altas exige prensas com maior capacidade de aplicaode carga para corpos de prova com estas dimenses, o quenem sempre vivel para os laboratrios.

    Uma alternativa para solucionar este problema reduzir asdimenses dos corpos de prova, mantendo-se, porm, arelao altura/dimetro igual a 2 (dois); sendo mais comunshoje corpos de prova com dimenses 100x200mm.

  • Sabe-se que os resultados dos ensaios de resistncia compresso em concreto podem apresentar variabilidade evalores diversos quando realizados com corpos de provacom dimenses diferentes. Esta diferena no valor dosresultados de resistncia a compresso, entretanto, noinvalida o emprego de corpos de prova com dimensesdiferentes, desde que sejam considerados cuidadosespecficos. Assim sendo, neste programa optou-se poravaliar o desempenho dos laboratrios empregando corposde prova com dimenses 150x300mm e 100x200mm.

    2.6. Adensamento e cura dos corpos de prova

    O adensamento e a cura dos corpos de prova foramrealizados orientando-se pelas normas NBR 5738:Moldagem e cura de corpos-de-prova cilndricos ouprismticos de concreto [9] e NBR 9479: Cmaras midas etanques para cura de corpos-de-prova de argamassa econcreto [10].

    Todos os corpos de prova foram moldados nas instalaesdo laboratrio de estruturas do Dept de Engenharia Civil daUFPE, com concreto usinado proveniente de uma mesmabetonada em cada bateria de ensaio. O adensamento doscorpos de prova foi realizado por meio de vibradores deimerso. Neste caso, tomou-se o cuidado para que oconcreto apresentasse valor de abatimento de tronco-cnicoigual a 50mm 10 mm.

    Os moldes foram previamente inspecionados de modo que avariao do dimetro interno atendesse ao limite detolerncia de 1,5mm, para corpos de prova 150x300mm,ou 1,0mm, para corpos de prova 100x200mm, eadequadamente vedados (com silicone) para impedir ovazamento da gua de amassamento.

    Os corpos de prova foram seqencialmente identificados eadensados. Devido ao grande nmero de corpos de prova(12 cp por laboratrio, 6 grandes e 6 pequenos) foramnecessrios trs moldadores para o adensamento dosmesmos. A identificao dos corpos de prova tambm levouem considerao o moldador.

    Os corpos de prova foram mantidos em cura saturada(submersos) at a idade de 26 dias, quando foram entopreparados para serem enviados aos laboratriosparticipantes do programa.

    Ao chegarem aos laboratrios os corpos de prova foramnovamente colocados em tanques de imerso, permanecendoassim at o momento da preparao e realizao dos ensaios,aos 28 (vinte e oitos) aps a moldagem.

    2.7. Transporte e distribuio dos corpos de prova

    Aps a cura os corpos de prova foram colocados em caixasde madeira e preenchidas com p de serra, suficientementeadensado e umedecido para a preservao da integridade e amanuteno da umidade dos corpos de prova durante otransporte, conforme definido pela NBR 5738. Os corpos deprova foram assim transportados para os laboratriosparticipantes do programa.

    A identificao seqencial, seguindo o adensamento, e deacordo com o moldador, possibilitou a distribuio doscorpos de prova para cada laboratrio de forma alternada, e

    que no fossem adensados por um nico moldador. Esteprocedimento permite uma distribuio mais uniforme doscorpos de prova ao longo da populao.

    2.8. Preparao dos topos dos corpos de prova

    Consiste no ajuste da planicidade dos topos do corpo deprova, mantendo o paralelismo entre eles e aperpendicularidade com o seu eixo vertical.

    Este procedimento de responsabilidade de cada laboratrioe deve ser executado conforme a NBR 5738, que propeduas formas de preparao dos topos dos corpos de prova:capeamento com argamassa a base de enxofre e a retificao(esmerilamento). Cada laboratrio informa na ficha deensaio a forma adotada na preparao dos topos.

    2.9. Tcnicas estatsticas para interpretao dos resultados

    Uma forma bsica de apresentao e visusalizao dosresultados dos ensaios atravs de grficos de barras,contendo os valores de referncia, da mdia dos resultados edo percentual de diferena entre as mdias obtidas com oscorpos de prova de dimenses diferentes obtidos em cadalaboratrio. Nestes grficos destaca-se tambm a amplitudedos resultados de cada laboratrio.

    As tcnicas estatsticas permitem a anlise do desempenhodos laboratrios em funo dos resultados dos seus ensaios.Diversos mtodos podem ser empregados, e podem ser maisou menos exigentes em funo do nvel de confiabilidademetrolgica dos laboratrios participantes do programa.

    Neste programa as tcnicas estatsticas empregadas estosumarizadas abaixo:

    a) Mtodo do ACI 214 [15]:

    Este mtodo consiste na anlise da disperso dos resultadosde cada laboratrio a partir do seu coeficiente de variaopara cada bateria de ensaio. A norma ACI 214 fornecevalores de referncia para os coeficientes de variao quedefinem o desempenho do laboratrio.

    b) Mtodo do IPT modificado [4]:

    Este mtodo consiste numa adaptao daquele empregadona referncia [16] e pressupe a existncia de um valor dereferncia. Trata-se da anlise do desvio da mdia dosresultados em relao ao valor mdio de referncia. Emfuno do desvio padro define-se o desempenho dolaboratrio.

    Estes dois mtodos baseiam-se na estatstica clssica onde amdia aritmtica utilizada como uma estimativa da posiocentral e o desvio padro como uma estimativa da disperso.Apesar de serem relativamente simples permitem umaprimeira avaliao do desempenho dos laboratrios.

    c) Testes de Dixon, Cochram e Grubbs [18,19]:

    So testes estatsticos, usualmente empregados para rejeiode valores dispersos antes da interpretao dos resultadospopulacionais de distribuio normal.

    O teste de Dixon possibilita a eliminao de valoresextremos bastante dispersos. O teste de Cochran permite aeliminao dos resultados dos laboratrios cuja varincia diferente da varincia dos demais laboratrios. O teste de

  • Grubbs aplicado aps o teste de Cochram, e possibilita aexcluso das mdias obtidas em cada laboratrioconsideradas no-compatveis com as demais.

    Os mtodos do ACI 214 e do IPT modificado podem serrefeitos aps a aplicao do teste de Dixon a cadalaboratrio individualmente, possibilitando a verificao dainfluncia dos valores dispersos na melhoria do desempenhodo laboratrio. Entretanto, esta alternativa pode favorecer(erroneamente), na avaliao geral final, aqueleslaboratrios cujos valores esprios foram eliminados.

    d) O mtodo da elipse de confiana [13,14]

    Consiste numa tcnica para verificar a compatibilidade entreos resultados dos ensaios em cada laboratrio e requerresultados em um par de amostras. A elipse de confianaconsiste num diagrama de disperso, em que pontos situadosno seu interior so considerados resultados compatveis, eaqueles posicionados fora indicam erros. A posio dospontos no diagrama de disperso pode indicar errosaleatrios ou sistemticos. O nvel de confiana consideradopara a construo da elipse e para eliminaes sucessivas depontos dispersos de 95%.

    e) Z-score [13,14]

    Esta tcnica baseia-se na estimativa do valor verdadeiro e naestimativa da disperso para este valor. Os valores Z-scoreatribudos a cada laboratrio so padronizados e so funoda estimativa da disperso. Neste programa interlaboratorialemprega-se esta tcnica com a estatstica robusta, onde ovalor verdadeiro estimado pela mediana e a disperso estimativa pela amplitude interquartlica normalizada.Entretanto, outros estimadores podem ser adotados.

    Os mtodos Elipse de Confiana e Z-score so aplicadosaps a excluso dos resultados dispersos proporcionadapelos testes de rejeio.

    2.10. Concluso final

    O resultado final do programa interlaboratorial apresentado na forma de relatrio.

    A interpretao dos resultados dos ensaios, com base emtcnicas estatsticas, permite formular a concluso sobre odesempenho de cada laboratrio.

    Considera-se com desempenho satisfatrio aquelelaboratrio cujos resultados dos ensaios atendem asexigncias de confiana propostas nas diversas tcnicasestatsticas empregadas, nas trs baterias de ensaios.

    3. RESULTADOS

    A seguir sero apresentados alguns resultados de ensaiosilustrando a aplicao dos mtodos acima citados. At otrmino deste artigo ainda no haviam sido informadostodos os resultados dos laboratrios, portanto no foipossvel a apresentao da concluso final do programainterlaboratorial. Posteriormente, a concluso do programaser apresentada de forma definitiva [17].

    A Figura 1 apresenta os valores mdios para a resistncia compresso obtidas na Rodada A pelos laboratriosparticipantes. As barras de erro representam as amplitudesobtidas nos resultados de cada laboratrio.

    pertinente comentar que na maioria dos resultados osvalores de resistncias obtidos por corpos de provapequenos (100x200mm) so superiores aos obtidos porcorpos de prova grandes (150x300mm). Esta superioridade expressa percentualmente em relao ao corpo de provagrande acima dos grficos de barras (Figura 1).

    A Tabela 1 apresenta o desvio padro, o coeficiente devariao e o conceito segundo o ACI 214 [16]. O resultadodo teste de homogeneidade das varincias obtidas peloslaboratrios (Teste Cochran) apresentado na Tabela 2.

    A elipse de confiana traada a 95% de confiana para aanlise da Rodada B e C est representada na Figura 2. AFigura 3 apresenta o Z-score obtido pelos laboratrios naanlise das mesmas rodadas.

    A Tabela 3 apresenta os resultados obtidos pelo mtodo doIPT modificado para as trs rodadas do programa, ou seja,A, B e C.

  • II Programa Interlaboratorial - PSQ Concreto 2006Resistncia Compresso Mdia - Rodada A

    37,0

    36,6

    36,2

    34,2

    31,7

    32,2

    33,2

    26,2

    34,7

    32,9

    26,0

    0,0

    38,5

    39,5

    37,0 40

    ,2

    34,3

    32,9 3

    8,8

    35,8 37

    ,8

    30,9

    0,0

    36,5

    18,9%15,1%3,1%48,1%6,6%15,2%17,7%2,0%7,7%3,9%

    0,0

    5,0

    10,0

    15,0

    20,0

    25,0

    30,0

    35,0

    40,0

    45,0

    50,0

    55,0

    Lab 01 Lab 02 Lab 03 Lab 04 Lab 05 Lab 06 Lab 07 Lab 08 Lab 09 Lab 10 Lab 11 Lab 12

    Res

    ist

    ncia

    (MPa

    )

    Mdia 15 x 30 cmMdia 10 x 20 cmMdia Ref 15 x 30 cmMdia Ref 10 x 20 cmRelao entre o cp 10x20 e o 15x30:

    Figura 1 Resistncia compresso mdia para a Rodada A do II Programa interlaboratorial de Pernambuco

    Tabela 1 Conceito baseado no coeficiente de variao segundo oACI 214 Rodada A

    DESVPAD CV Conceito DESVPAD CV ConceitoLab 00 0,46 1,2% A 0,75 1,9% ALab 01 1,71 4,6% C 3,76 9,8% ELab 02 0,72 2,0% A 1,97 5,0% CLab 03 0,51 1,4% A 0,77 2,1% ALab 04 1,24 3,6% B 2,43 6,0% ELab 05 4,80 15,2% E 1,28 3,5% BLab 06 2,36 7,3% E 2,28 6,6% ELab 07 0,94 2,8% A 3,37 10,2% ELab 08 4,05 15,5% E 2,57 6,6% ELab 09 0,95 2,7% A 3,31 9,2% ELab 10 3,12 9,5% E 1,90 5,0% DLab 11 2,08 8,0% E 0,68 2,2% ALab 12 #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0!

    CPs 15 x 30 cm CPs 10 x 20 cm

    Tabela 2 Teste de homogeneidade das varincias Teste deCochran Rodada A

    DesvPad Varincia Conceito DesvPad Varincia ConceitoLab 00 0,46 0,21 Homogneo 0,75 0,56 HomogneoLab 01 1,71 2,94 Homogneo 3,76 14,11 HomogneoLab 02 0,72 0,51 Homogneo 1,97 3,89 HomogneoLab 03 0,51 0,26 Homogneo 0,77 0,59 HomogneoLab 04 1,24 1,54 Homogneo 2,43 5,89 HomogneoLab 05 4,80 23,03 No Homog. 1,28 1,64 HomogneoLab 06 2,36 5,55 Homogneo 2,28 5,21 HomogneoLab 07 0,94 0,88 Homogneo 3,37 11,38 HomogneoLab 08 4,05 16,42 No Homog. 2,57 6,58 HomogneoLab 09 0,95 0,90 Homogneo 3,31 10,93 HomogneoLab 10 3,12 9,74 No Homog. 1,90 3,61 HomogneoLab 11 2,08 4,31 Homogneo 0,68 0,46 HomogneoLab 12 #DIV/0! #DIV/0! No Avaliado #DIV/0! #DIV/0! No Avaliado

    CP s 15 x 30 cm CP s 10 x 20 cm

    20 25 30 35 40 45 50 5530

    35

    40

    45

    50

    55

    60

    Limite SuperiorLimite InferiorPontos dentro da ElipsePontos Fora da Elipse

    Elipse de Confiana - Confiana 95%

    Amostra B

    Am

    ostra

    C ymed

    xmed

    Figura 2 Elipse de confiana para as Rodadas B X C

    Tabela 3 Mtodo do IPT - Rodada B X C

    Laboratrio Coeficiente Q ConceitoLab 01 0,181 ALab 02 0,429 BLab 03 0,370 BLab 04 1,602 CLab 05 1,177 CLab 07 0,915 BLab 08 1,732 DLab 10 2,056 DLab 11 1,277 CLab 12 0,437 B

  • 0,00

    0

    -0,3

    17

    0,58

    2

    -2,0

    10 -1,

    058 -0

    ,053

    0,0 0,15

    9

    -2,9

    10

    0,0

    4,92

    0

    0,74

    1

    2,06

    3

    1,09

    6

    0,91

    6

    0,56

    2

    0,74

    9

    -0,9

    99 -0,3

    26

    0,0

    -0,0

    07

    -0,8

    39

    0,0

    -1,5

    19

    0,00

    0 0,78

    4

    -4,000

    -3,000

    -2,000

    -1,000

    0,000

    1,000

    2,000

    3,000

    4,000

    5,000

    6,000

    L00 L01 L02 L03 L04 L05 L06 L07 L08 L09 L10 L11 L12

    Nm

    ero

    de IQ

    N

    Dentro dos laboratrios

    Entre os laboratrios

    II Programa Interlaboratorial - PSQ Concreto 2006Z-score Robusto - Rodada B X C - CP`s 150x300 mm

    Figura 3 Coeficiente z-score robusto obtido pelos laboratrios na anlise das Rodadas B X C

    4. CONCLUSO

    Este artigo apresenta um mtodo para comparaointerlaboratorial direcionado a ensaio de resistncia acompresso em concreto. Este mtodo est atualmentesendo empregado no 2o programa de comparaointerlaboratorial para laboratrios de controle tecnolgico deconcreto no Estado de Pernambuco.

    Com a realizao destes programas interlaboratoriais tem-sepercebido a necessidade de uniformizar os procedimentosempregados, principalmente na realizao dos ensaios eanlise dos resultados. Este artigo tenta dar incio a estainiciativa.

    Apesar do mtodo apresentado orientar-se pelo ABNTISO/IEC Guia 43 necessrio o intercmbio de prticas decomparao interlaboratorial, especialmente nos casos emque a diferena de nvel de confiabilidade metrolgicaexistente entre os laboratrios participantes maior,podendo dificultar a interpretao e anlise dos resultadosbaseando-se em tcnicas estatsticas mais apuradas.

    Percebe-se que iniciativas de comparao interlaboratorialincentivam o desenvolvimento da competncia tcnica e dahabilidade dos laboratrios, necessrios ao fornecimento dosresultados com qualidade confivel.

    No entanto, necessrio enfatizar que programas decomparao interlaboratorial apenas fornecem informaessobre o desempenho dos laboratrios em um nico instantede tempo e sob condies especficas. Sendo necessrio,portanto, realiza-los com freqncia.

    AGRADECIMENTOS

    Os autores agradecem ao SEBRAE/PE e a ABCP/NE peladisponibilizao dos recursos necessrios aodesenvolvimento deste trabalho e as empresas SUPERMIX,POLIMIX e REDMIX pelo fornecimento do concreto.

    REFERNCIAS

    [1] ABNT, ABNT ISO/IEC Guia 43 Ensaios de proficincia porcomparaes interlaboratoriais. Parte 1: Desenvolvimento eoperao de programas de ensaios de proficincia, 1999.

    [2] J. J. Rgo Silva, T. A. C Pires e P. Regis, Consideraessobre laboratrios de controle de concreto para confiabilidadedos resultados, Metrologia 2003, Recife, Setembro, 2003.

    [3] J. J. Rgo Silva, T. Andrade, T. A. C. Pires, et al, Possveisfontes de incerteza associadas ao ensaio de resistncia acompresso em corpos de prova cilndricos de concreto, IVMetrosul, Novembro, 2004.

    [4] J. J. Rgo Silva, T. A. C. Pires, et al, Avanos na comparaointerlaboratorial em ensaios de resistncia a compresso deconcreto em Pernambuco, IV Metrosul, Novembro, 2004.

    [5] J. J. Rgo Silva, T. A. C. Pires, et al, Relatrio Tcnico: 1programa de comparao interlaboratorial para ensaio deresistncia a compresso em corpos de prova cilndricos deconcreto realizado no Estado de Pernambuco, Recife, Brasil,2004.

    [6] INMETRO, www.inmetro.gov.br/laboratrios/ensaiosProf.asp(consultado em 20/04/06).

    [7] M. Thompson e R.Wood, International Harmonized Protocolfor Proficiency Testing of (Chemical) AnalyticalLaboratories, Journal of AOAC International, AOACInternational, Maryland, USA, Volume 76, N 4, 1993.

  • [8] ABNT, NBR 5739: Concreto Ensaio de compresso decorpos-de-prova cilndricos, 1994.

    [9] ABNT, NBR 5738: Moldagem e cura de corpos-de-provacilndricos ou prismticos de concreto, 2003.

    [10] ABNT, NBR 9479: Cmaras midas e tanques para cura decorpos-de-prova de argamassa e concreto, 1994.

    [11] ABNT, NBRNM-ISO7500-1: Materiais metlicos -Calibrao de mquinas de ensaio esttico uniaxial - Parte 1:Mquinas de ensaio de trao/compresso - Calibrao dosistema de medio da fora, 2004.

    [12] ABNT, NBR 12655: Concreto Preparo, controle erecebimento, 1996.

    [13] Q.S.H Chui, J.M.A. Bispo e C.O. Iamashita, O papel dosprogramas interlaboratoriais para a qualidade dos resultadosanalticos, Quim. Nova, Vol 27, no 6, 993-1003, 2004.

    [14] J.C Olivieri,Modelagem matemtica e estatstica parainterpretao de resultados de anlises qumicas em programasinterlaboratoriais, Enqualab 2004, So Paulo, Brasil, 2004.

    [15] P. R. L. Helene e P Terzian, Manual de dosagem e controledo concreto, PINI, So Paulo, 1992.

    [16] IPT, Relatrio Tcnico no 47641: PVC-reco Relatrio dastima fase Resistncia compresso em concretos, 2000.

    [17] T.A.C Pires, J.J. Rgo Silva E MAIS, Desempenho deLaboratrios de Controle Tecnolgico de Concreto a partir deResultados de Comparao Interlaboratorial, 48 Ibracon,Rio de Janeiro, Brasil, 2006 (aceito para publicao).

    [18] International Standard Organization, ISO 5725-1: Accuracy(Trueness and Precision) of measurement methods and results,Part 1 General Principles and Definitions, Suia, 1990.

    [19] Grubbs, F. E., Technometrics, v. 11, c. 1, 1969.