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E ND nªo Ø o fim! Na verdade, esta Ø a sigla que identifica o novo grupo de ensaios que vocŒ vai estudar nesta e nas próximas aulas deste módulo: os ensaios nªo destrutivos. Esses ensaios caracterizam-se por nªo deixar marcas no material ensaiado, lembra-se? Por isso podem ser realizados em produtos acabados, sem qualquer risco de inutilizÆ-los em conseqüŒncia do ensaio. Quando vai à feira e escolhe frutas e legumes, vocŒ usa a visªo para separar, por exemplo, aquela laranja mais bonita e saudÆvel daquela feia e estragada. Essa atividade simples nada mais Ø do que um tipo de ensaio nªo destrutivo: o ensaio visual. Outro exemplo. VocŒ jÆ imaginou quantas peças diferentes existem num automóvel? Cada uma delas tem sua importância, mas sabemos que umas sªo mais importantes do que outras. Imagine se o sistema de freios falhasse ao ser acionado; causaria, sem dœvida, danos muito mais significativos do que se a tampa do porta-luvas emperrasse. Claro, nªo Ø? Por este motivo, Ø muito importante definir claramente os critØrios de aceitaçªo e rejeiçªo de cada compo- nente de um determinado produto, pois isso determina a escolha do tipo de ensaio nªo destrutivo aplicado a cada material, o que Ø fundamental para garantir a segurança e o bem-estar dos usuÆrios. Geralmente, um œnico tipo de ensaio nªo abrange toda a extensªo da peça ou da parte a ser examinada. Podemos fazer uma comparaçªo. Por exemplo, o exame do próprio corpo humano. Sabemos que num exame de rotina o mØdico usa vÆrios tipos de END para diagnosticar um problema ou atestar que o paciente se encontra em perfeita saœde. Que exames sªo esses? Por exemplo, quando o mØdico examina a garganta com um palito ou uma lanterninha apropriada, estÆ realizando um exame visual. Ouvir os batimentos do coraçªo com o estetoscópio, analisar os pulmıes por meio de uma chapa radiogrÆfica ou medir a pressªo arterial podem fazer parte de um œnico processo de avaliaçªo da saœde de um paciente. Analisando o resultado de cada um dos exames, o mØdico tira conclusıes e toma decisıes. Voltemos à indœstria. Os procedimentos sªo similares. Vamos iniciar nossa aula de ensaio visual. Nas próximas, estudaremos os ensaios por líquidos penetrantes, partículas magnØticas, ultra-som e radiografia industrial. Introduçªo 18 A U L A Ensaios visuais

Ensa18 - Visual - Anotações

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  • 18A U L A

    END no o fim! Na verdade, esta a siglaque identifica o novo grupo de ensaios que voc vai estudar nesta e nas prximasaulas deste mdulo: os ensaios no destrutivos.

    Esses ensaios caracterizam-se por no deixar marcas no material ensaiado,lembra-se? Por isso podem ser realizados em produtos acabados, sem qualquerrisco de inutiliz-los em conseqncia do ensaio.

    Quando vai feira e escolhe frutas e legumes, voc usa a viso para separar,por exemplo, aquela laranja mais bonita e saudvel daquela feia e estragada.

    Essa atividade simples nada mais do que um tipo de ensaio no destrutivo:o ensaio visual.

    Outro exemplo. Voc j imaginou quantas peas diferentes existemnum automvel? Cada uma delas tem sua importncia, mas sabemos que umasso mais importantes do que outras. Imagine se o sistema de freios falhasse aoser acionado; causaria, sem dvida, danos muito mais significativos do quese a tampa do porta-luvas emperrasse. Claro, no ? Por este motivo, muitoimportante definir claramente os critrios de aceitao e rejeio de cada compo-nente de um determinado produto, pois isso determina a escolha do tipode ensaio no destrutivo aplicado a cada material, o que fundamentalpara garantir a segurana e o bem-estar dos usurios.

    Geralmente, um nico tipo de ensaio no abrange toda a extenso da peaou da parte a ser examinada. Podemos fazer uma comparao. Por exemplo,o exame do prprio corpo humano. Sabemos que num exame de rotina o mdicousa vrios tipos de END para diagnosticar um problema ou atestar queo paciente se encontra em perfeita sade.

    Que exames so esses? Por exemplo, quando o mdico examina a gargantacom um palito ou uma lanterninha apropriada, est realizando um exame visual.

    Ouvir os batimentos do corao com o estetoscpio, analisar os pulmes pormeio de uma chapa radiogrfica ou medir a presso arterial podem fazer partede um nico processo de avaliao da sade de um paciente. Analisandoo resultado de cada um dos exames, o mdico tira concluses e toma decises.

    Voltemos indstria. Os procedimentos so similares. Vamos iniciar nossaaula de ensaio visual. Nas prximas, estudaremos os ensaios por lquidospenetrantes, partculas magnticas, ultra-som e radiografia industrial.

    Introduo

    18A U L A

    Ensaios visuais

  • 18A U L A De olho no produto

    O ensaio visual dos metais foi o primeiro mtodo de ensaio no destrutivoaplicado pelo homem. , com certeza, o ensaio mais barato, usado em todosos ramos da indstria.

    Assim, a inspeo visual exige definio clara e precisa de critrios deaceitao e rejeio do produto que est sendo inspecionado. Requer aindainspetores treinados e especializados, para cada tipo ou famlia de produtos.Um inspetor visual de chapas laminadas no poder inspecionar peas fundidase vice-versa, sem prvio treinamento.

    Descontinuidades e defeitos

    importante que fiquem claros, no incio desse nosso estudo, os conceitosde descontinuidade e defeito de peas. Esses termos so muito comuns na reade ensaios no destrutivos. Para entend-los, vejamos um exemplo simples: umcopo de vidro com pequenas bolhas de ar no interior de sua parede, formadasdevido a imperfeies no processo de fabricao, pode ser utilizado sem prejuzopara o usurio. Essas imperfeies so classificadas como descontinuidades.

    Mas, caso essas mesmas bolhas aflorassem superfcie do copo, de modoa permitir a passagem do lquido do interior para a parte externa, elas seriamclassificadas como defeitos, pois impediriam o uso do copo.

    De modo geral, nos deparamos na indstria com inmeras variveisde processo que podem gerar imperfeies nos produtos.

    Essas imperfeies devem ser classificadas como descontinuidades ou de-feitos. Os responsveis por essa atividade so os projetistas profissionais, quepor meio de clculos de engenharia selecionam os componentes de um produtoque impliquem segurana e apresentem o desempenho esperado pelo cliente.

    Principal ferramenta do ensaio visual

    A principal ferramenta do ensaio visual so os olhos, importantes rgosdo corpo humano.

    O olho considerado um rgo pouco preciso. A viso varia em cada um dens, e mostra-se mais varivel ainda quando se comparam observaes visuaisnum grupo de pessoas. Para minimizar essas variveis, deve-se padronizarfatores como a luminosidade, a distncia ou o ngulo em que feita a observao.

    Nossa aula

    DESCONTINUIDADES: so imperfeies na pea, masNO IMPEDEM SEU USO.

    Principal objetivo do Ensaio Visual:DETECTAR DEFEITOS OU DESCONTINUIDADES

  • 18A U L AA iluso de tica outro problema na execuo dos ensaios visuais. Compro-

    ve isso observando as figuras abaixo e fazendo os testes a seguir.

    Para eliminar esse problema, nos ensaios visuais, devemos utilizar instru-mentos que permitam dimensionar as descontinuidades, por exemplo, umaescala graduada (rgua). Repita os testes usando uma rgua. Assim, vocchegar a concluses mais confiveis.

    A inspeo visual a olho nu afetada pela distncia entre o olho do obser-vador e o objeto examinado. A distncia recomendada para inspeo situa-seem torno de 25 cm: abaixo desta medida, comeam a ocorrer distoresna visualizao do objeto.

    Existem outros fatores que podem influenciar na deteco de desconti-nuidades no ensaio visual.

    Limpeza da superfcieAs superfcies das peas ou partes a serem examinadas devem ser cuidado-samente limpas, de tal forma que resduos como graxas, leos, poeira,oxidao etc. no impeam a deteco de possveis descontinuidades e/ouat de defeitos.

    Acabamento da superfcieO acabamento superficial resultante de alguns processos de fabricao -fundio, forjamento, laminao - pode mascarar ou esconderdescontinuidades; portanto, dependendo dos requisitos de qualidade dapea, elas devem ser cuidadosamente preparadas (decapadas, rebarbadas,usinadas) para, s ento, serem examinadas.

    Nvel de iluminao e seu posicionamentoO tipo de luz utilizada tambm influi muito no resultado da inspeovisual. A luz branca natural, ou seja, a luz do dia, uma das maisindicadas; porm, por problemas de l ayout, a maioria dos exames feitaem ambientes fechados, no interior de fbricas. Utilizam-se, ento, lm-padas eltricas, que devem ser posicionadas atrs do inspetor, ou emoutra posio qualquer, de modo a no ofuscar sua vista.

    1) Quais traos so mais curtos: os da direitaou os da esquerda?

    2) Qual elipse maior: a de baixo ou a inter-na superior?

    3) Qual distncia maior: entre os pontosA e B ou entre os pontos M e N?

    EXISTE UMA DISTNCIA CERTA PRO ENSAIO: 25 CM PROCEDIMENTOS PARA VALIDAR:+ DISTNCIA (25 CM)1 - LIMPEZA DA PEA2 - PREPARAO DA SUPERFCIE(PODE TER DESBASTE, USINAGEMREQUERIDA PRO ACABAMENTO NOENCOBRIR DESCONTINUIDADE3 - BOA ILUMINAO EPOSICIONAMENTO, SEMOFUSCAMENTO4 - CONTRASTE ENTREDESCONTINUIDADE E SUPERFICIE DAPEA, SENO E. VISUAL NO O MAISINDICADO

  • 18A U L A Contraste entre a descontinuidade e o resto da superfcie

    A descontinuidade superficial de um determinado produto deve provocarum contraste, ou seja, uma diferena visual clara em relao superfcie deexecuo do exame. Esta caracterstica deve ser avaliada antes de se escolhero exame visual como mtodo de determinao de descontinuidades, paraevitar que possveis defeitos sejam liberados equivocadamente.

    Fique atento

    Um fator de fracasso na inspeo visual a fadiga visual dos inspetores, queobservam os mesmos tipos de peas durante longos perodos de trabalho. Paraminimizar esse problema, deve-se programar paradas para descanso. Outrorecurso colocar esporadicamente na linha de inspeo peas-padro, comdefeitos mnimos conhecidos, a fim de avaliar o desempenho dos inspetores.

    Alm do treinamento, estes devem receber acompanhamento oftalmolgico.Ele faz parte da qualificao dos inspetores e deve ser realizado periodicamente,para garantir sua acuidade visual.

    Ajudando os nossos olhos

    Em certos tipos de inspees - por exemplo, na parede interna de tubos depequeno dimetro e em partes internas de peas -, necessrio usar instrumen-tos pticos auxiliares, que complementam a funo do nosso olho. Os instru-mentos pticos mais utilizados so:

    Lupas e microscpios; Espelhos e tuboscpios; Cmeras de tev em circuito fechado.

    Vamos conhecer cada um deles mais de perto.

    Lupas e microscpiosAs lupas so o instrumento ptico mais usado na indstria. A lupa umalente biconvexa de pequena distncia focal, geralmente de 5 a 10 cm, queproduz uma imagem virtual, aumentada, do objeto. Assim, quandoo inspetor utiliza uma lupa, ele est enxergando a imagem do objeto e noo prprio objeto. Esta imagem virtual maior e forma-se atrs dele.

  • 18A U L AExistem no mercado lupas com diversos aumentos. As mais comuns variam

    de 1,5 a 10 vezes de aumento, permitindo observar descontinuidades de atcentsimos de milmetro. Algumas possuem uma escala graduada que permitedimensionar as descontinuidades.

    Os microscpios so constitudos por conjuntos de lentes denominadasobjetivas e oculares. Elas possibilitam ampliar descontinuidades at milharesde vezes.

    Na maioria dos casos, eles so utilizados na inspeo de peas pequenas,como molas, fios, parafusos, mas em casos especiais podem ser acoplados a peasgrandes.

    Espelhos e tuboscpiosUm exemplo tpico de espelho na inspeo visual, que ocorre no cotidiano, quando o dentista observa a boca do paciente com aquele espelhinhofixado numa haste metlica. Na indstria, espelhos tambm so usados parainspeo de cantos, soldas e superfcies onde nossos olhos no alcanam.

    Imagine quo difcil seria observar as paredes internas de tubos longos,de pequeno dimetro, utilizados na construo de caldeiras e trocadores decalor, ou o interior da cmera de combusto dos motores a exploso. Sem ostubos-cpios, no seria possvel tal observao.

    Tuboscpios so instrumentos pticos construdos com os mais variadosdimetros e comprimentos, que geralmente possuem seu prprio dispositivode iluminao.

    tuboscpio

    AS PARADAS SO OBRIGATRIAS PARA OSINSPETORES VISUAIS, DEVIDO A FADIGA VISUAL.CASO CONTRRIO, AS DESCONTINUIDADES PODEMPASSAR DESPERCEBIDAS.

    TUBOSCPIO O APARELHO USADO PARAINSPECIONAR SUPERFCIE DE DIFCIL ACESSO, COMOTUBOS LONGOS E CILINDROS DE MOTORES

  • 18A U L A Da mesma forma que os microscpios, os tuboscpios tambm possuem

    lentes objetivas e oculares. Porm, a imagem do objeto transmitida atravs dotubo do tuboscpio at a extremidade do mesmo, onde se encontra uma lenteocular que amplia ainda mais a imagem.

    Os tuboscpios podem ser fabricados numa s pea, ou em partes que seencaixam. Uma caracterstica importante para o seu funcionamento que elesgiram em torno do eixo do seu tubo, permitindo uma inspeo visualcircunferencial. Isso possvel porque o tuboscpio possui uma pea chamadavolante, que permite o giro da cabea do instrumento para qualquer ngulo.

    Os tuboscpios possuem cabeas dediversos formatos e ngulos de incidn-cia, possibilitando inspees em diversosngulos.

    Cmeras de tev em circuito fechadoMicromputadores e cmeras de tev em circuito fechado so acessriosde grande valia nas inspees visuais.

    Uma cmera de tev acoplada cabea de um tuboscpio permiteao inspetor executar o exame de superfcies a grandes distncias; este recursodeve ser utilizado quando o ambiente em que se encontra a pea, ou a parte delaa ser examinada, no favorvel devido a gases txicos, altas temperaturasou radiao. Outro exemplo quando se realiza uma inspeo de longadurao e que no pode ser interrompida; nesse caso, o uso de cmeras de tev de grande ajuda.

    Exemplo disso a figura ao lado,que mostra o inspetor examinando umasolda de 21 metros de comprimento nointerior de um tubo, com um aparelhochamado videoscpio; ele nada mais do que um tuboscpio, com a sofis-ticao de estar acoplado a uma cmerade tev; sua flexibilidade permite mai-or mobilidade dentro do tubo que estsendo inspecionado.

    Agora que voc j est por dentrodo ensaio visual, resolva os exercciosa seguir.

  • 18A U L AMarque com um X a resposta correta:

    Exerccio 1O primeiro mtodo de ensaio no destrutivo aplicado pelo homem foi:a) ( ) o ensaio visual pelo tuboscpio;b) ( ) o ensaio visual pelo microscpio;c) ( ) o ensaio visual dos metais;d) ( ) o ensaio visual de raios X.

    Exerccio 2 exemplo de descontinuidade e defeito simultaneamente:a) ( ) bolha de ar no copo que no deixe vazar o lquido e bolha que o deixe

    vazar;b) ( ) bolha de ar no copo que deixe vazar o lquido e bolha que no o deixe

    vazar;c) ( ) tubo de tinta com trinca que deixe vazar o produto e tubo que no

    o deixe vazar;d) ( ) balo de oxignio que perca o contedo e balo que no o perca.

    Exerccio 3A principal ferramenta do ensaio visual :a) ( ) uma escala com graduao uniforme;b) ( ) uma lupa com lente biconvexa;c) ( ) o microscpio;d) ( ) o olho humano.

    Exerccio 4Outros fatores que podem distorcer as descontinuidades do ensaio visual so:a) ( ) contraste entre a continuidade e o resto da superfcie, limpeza

    e acabamento da superfcie;b) ( ) limpeza da superfcie, acabamento da superfcie, nvel de ilumina-

    o e seu posicionamento, contraste entre a descontinuidadee o resto da superfcie;

    c) ( ) limpeza da superfcie, acabamento da superfcie e iluminaodo aparelho;

    d) ( ) iluminao do aparelho, processo de fabricao inadequado esuperfcie oleosa.

    Exerccio 5Para inspeo visual de solda em lugares de acesso difcil utiliza-se:a) ( ) o microscpio;b) ( ) o espelho;c) ( ) o radar eletrnico;d) ( ) a lupa.

    Exerccios