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ENSAIOS DE COLUNA RESSONANTE EDE BENDER Ef,EMENTS PARA MEDIDAS DC MOD U LOS C ISALl-I ANTES EM CAULIM Filipe Cava lcanti Fernandes Dissertai;:ao de Mestrado apresentada ao Programa de P6s-graduas:ao em Engenharia Civ il , COP PE, da Universidadc Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessarios a obteni;:ao do titulo de Mestre cm Engenharia Civ il. Orientadores: Marcio de Souza Soares de Almeida Maria Cascao Ferreira de Almeida Rio de Janeiro Outubro de 2018

ENSAIOS DE COLUNA RESSONANTE EDE BENDER Ef,EMENTS …€¦ · ensaios de coluna ressonante ede bender elements para medidas de modulos cisalhantes em caulim filipe cavalcanti fernandes

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ENSAIOS DE COLUNA RESSONANTE EDE BENDER Ef,EMENTS PARA

MEDIDAS DC MOD ULOS C ISALl-I ANTES EM CAULIM

Filipe Cava lcanti Fernandes

Dissertai;:ao de Mestrado apresentada ao Programa

de P6s-graduas:ao em Engenharia Civ il , COPPE, da

Univers idadc Federal do Rio de Janeiro, como parte

dos requisitos necessarios a obteni;:ao do titulo de

Mestre cm Engenharia Civ il.

Orientadores: Marcio de Souza Soares de Almeida

Maria Cascao Ferreira de Almeida

Rio de Janeiro

Outubro de 2018

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ENSAIOS DE COLUNA RESSONANTE EDE BENDER ELEMENTS PARA

MEDIDAS DE MODULOS CISALHANTES EM CAULIM

Filipe Cavalcanti Fernandes

DISSERTA<;AO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO

LUIZ COIMBRA DE POS-GRADUA<;AO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE)

DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSARIOS PARA A OBTEN<;AO DO GRAU DE MESTRE EM

CIENCIAS EM ENGENHARIA CIVIL.

Examinada por:

--Prof. Marcio de Souza Soares de Almeida, Ph.D.

Prof'. Maria Cascao Ferreira de Almeida. DSc.

~7 Prof. Mauricio Ehrlich, DSc.

Prof. Jose Maria de Camargo Barros, DSc.

~ -- ~4::€iE ' 7Pf0fe0llafd0de fkna Becker. Bfu:.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

OUTUBRO DE 2018

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Fernandes, Filipe Cavalcanti

Ensaios De Coluna Ressonante e de Bender Elements

para Medidas de M6dulos Cisalhantes em Caulim/ Filipe

Cava lcanti Fernandes. - Rio de Janeiro: UF RJ/COPPE.

2018.

XVIL148 p.: ii.: 29.7 cm.

Orientadores: Marcia de Souza Soares de Almeida

Maria Cascao Ferreira de Almeida

Disserta9ao (mestrado) - UFRJ/ COPPE/ Programa de

Engenharia Civil. 2018 .

Referencias Bibliograficas: p. I 05-109.

1. Caulim Speswhite. 2. Caracteriza9ao dinamica . 3.

Coluna Ressonante . 4. Bender Elements . 5. Modulo

Cisalhante. I. Almeida. Marcia de Souza Soares de et al. II.

Uni versidade Federal do Ri o de Janeiro. COPPE. Programa

de Engenharia Civil. Ill. Titulo.

Ill

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AGRADECIMENTOS

Minha eterna e maior gratidao a Deus ea Nossa Senhora que foram o meu rega90

acolhedor nos momentos de tristezas. dificuldades e desanimo e me fizeram seguir com

fee esperan9a nessa longa caminhada que se encerra.

A minha mae, que com sua demonstra9ao de luta pela vida me ensinou que quando

se tern um objetivo qualquer obstaculo pode ser superado.

Aos meus irmaos. que foram minha for9a quando eu achava que nao mais tinha.

Ao meu pai. pela forma9ao humana e alicerce em tudo que sou e me transformei.

A minha namorada. Luisa. que com muita paciencia. animo. companheirismo e

amor soube me conduzir da melhor forma. Foi a maior incentivadora da min ha caminhada

no mestrado.

Aos meus tios. Aureliano e Acacia que foram o apoio quando precisei.

Ao professor Marcio Almeida e a professora Maria Cascao pela orienta9ao neste

trabalho, pelos conhecimentos transmitidos durante esse perfodo juntos e tambem por

toda compreensao no momento mais dificil de minha vida.

Aos colegas do grupo de pesquisa do professor Marcio Almeida, Samuel

Mollepaza, Silvia. Silvana, Deise, Cristian e demais integrantes.

Aos colegas que fiz durante a caminhada do mestrado que foram essenciais na

minha forma9ao de Mestre. Pedro Castro. Cid. Arthur. Cristiano. Pedro. Marcela e em

especial ao amigo Juliano.

Aos amigos de Natal/RN que estiveram sempre presentes e nos momentos mais

dificeis foram quern mais me estimularam a continuar e concluir o mestrado.

Aos colaboradores do Laborat6rio de Geotecnia do !PT/USP, Jorginho. Marcelo.

Aline, Paula. Rodrigo e em especial ao Professor Jose Maria Barros que me disponibilizou

o laborat6rio do qual era chefe para que fosse realizada parte da minha pesquisa.

A todos do Laborat6rio de Geotecnia da COPPE/UFRJ que me ajudaram

tecnicamente e com demonstra9ao de solidariedade.

E a todos os outros que nao foram citados e de alguma forma contribuiram e

incentivaram para a conclusao deste trabalho.

0 presente trabalho foi realizado com apoio da Coordena9ao de Aperfei9oamento

de Pessoa) de Nivel Superior- Brasil (CAPES) - C6digo de Financiamento 001.

v

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Resumo da Disserta<;ao apresentada a COPPE/UFR.I como parte dos requisitos

necessarios para a obtens:ao do grau de Mestre em Ciencias (M.Sc.)

ENSAIOS DE COLUNA RESSO ANTEE DE BENDER ELEMENTS PARA

MEDIDAS DE MODULOS CISALHANTES EM CAULIM

Filipe Cavalcanti Fernandes

Outubro/2018

Orientadores: Marcio de Souza Soares de Almeida

Maria Cascao Ferreira de Almeida

Programa: Engenharia Civil

Para um maior conhecimento sabre o comportamento dos taludes submarinos sao

necessarias simula96es fisicas e computacionais para melhor compreensao e

entendimento dos fenomenos envolvidos. Como parte essencial da valida<;ao da

modelagem fisica em centrifuga e de simula96es computacionais encontra-se o uso

adequado dos parametros comportamentais do solo em questao. A substitui9ao do uso do

modulo de Young pelos m6dulos volumetrico e distorcional e capaz de representar de

forma mais adequada o comportamento do solo. corroborado pelo princf pio das tensoes

efetivas. Ha diversas formas de obten9ao do modulo distorcional ou cisalhante. dentre

elas estao os ensaios de coluna ressonante e o de Bender Elements. Foram realizados

ensaios de laboratorio estaticos. que contemplam a caracteriza9ao fisico-quimica e

minera16gica. ensaios de compressibilidade e ensaios de resistencia assim como ensaios

diniimicos de coluna ressonante e de bender elements. A obten9ao dos parametros

adequados e realisticos aplicaveis a problematica envolvida melhoram a nossa

compreensao do comportamento de deslizamentos de taludes submarinos. podendo ser

avaliados e projetados de maneira segura e com boa rela9ao custo-beneficio.

VI

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Abstract of Di ssc11ati on presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

RESO !\ T CO LUM A DBE DER ELEM E T TESTS WITH SPESW HITF

KJ\OLI . FOR SHEA R 10DULUS 1FASURE 11-: T

Filipe Ca\ alcanti Fern andes

Octobe r/20 18

Advisors: Marcio de Souza Soares de Almeida

Mari a Cascao Ferreira de Almeida

Department: Civil Engineering

To better understand the behav ior of submarine slopes is necessary to perform

phys ical and computati onal simul ati ons to better comprehend the phenomena ill\ olved .

An essential part of the centrifuge modeling \ alidati on \\ ith computati onal simul ati ons is

the adequate use of the beha\·ioral parameters of the so il. Stati c laboratory tests \\ ere

carried out. including physicochemica l and mineralog ica l characteri zati on.

compressibi I ity tests and res istance tests as \\ e II as dynamic tests of resonant co I umn and

bender elements. The ac hi evement of the appropri ate and reali sti c parameters applicable

to the contextualized problem improves our understanding of the behavior from

submarine slope lands I ides and can be e\ al uated and we! I-designed in a safe and cost­

eff ective perspective .

VII

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SUMARIO

1 INTRODU(AO ....................................................................................................... 1

1.1 RELEV ANCIA E JUSTIFICATIVA ................................................................ 1

1.2 OBJETIVOS DA DISSERTA(AO ................................................................... 1

1.2.1 Ob jetivos Especificos ................................................................................ 1

1.3 ORGANIZA(AO DA DISSERTA<;:AO ........................................................... 2

2 FUNDAMENTA(AO TEORICA ......................................................................... 3

2.1 TALUDES SUBMARINOS .............................................................................. 3

2.2 A INFLUENCIA SISMICA NA INSTABILIDADE DE TALUDES SUBMARINOS ............................................................................................................ 4

2.3 PARAMETROS DINAMICOS DOS SOLOS .................................................. 4

2.3.1 0 modulo cisalhante (G) e o modulo de Young (E) ............................... 5

2.3.2 Determina<;ao do modulo cisalhante (G) ................................................ 8

2.3.3 As medi<;oes de G, y e D ............................................................................ 9

2.3.3.1 Modelo de Calculo para Gey .......................................... ................ 10

2.3.3.2 Raziio de Amortecimento (D) ............................................................ 14

2.4 PROPAGA<;:AO DE ONDAS EL.\STICAS EM MEIO CONTJNUO ........... 16

2.5 MODELAGEM CENTRIFUGA DE TALUDES SUBMARINOS ................ 18

2.5.1 Leis de escalas para modelagem centrifuga ......................................... 20

2.5.2 Propriedades dinamicas do solo em centrifuga geotecnica ................. 23

3 COMPRESSIBILIDADE E RESISTENCIA DO CAULIM ............................. 24

3.1 CARACTERIZA<;:AO DO SOLO ................................................................... 24

3.2 MATERIAL UTILIZADO E METODOLOGIA ............................................ 25

3.2.1 Prepara<;ao e transporte das amostras ................................................. 25

3.3 PARAMETROS DE COMPRESSIBILIDADE .............................................. 30

3.4 PARAMETROS DE RESISTENCIA .............................................................. 34

3.5 COMPARA(AO DOS RESULT ADOS OBTIDOS COM PARAMETROS DA LITERA TURA .................................................................................................... 38

3.6 CONCLUSOES DO CAPITULO .................................................................... 39

4 ENSAIO DE COLUNA RESSONANTE ............................................................ 40

4.1.1 0 equipamento de CR ea medi<;ao das variaveis de interesse ........... 40

VIII

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4.2 RESULTADOS ................. .. .. .................... ........................ ...... ................ ....... . 55

4.2.1 0 modulo de cisalhamento maximo (G) ............................................... 55

4.2.2 Razao de Amortecimento (D) ................................................................ 60

4.3 COMPARA<;:Ao DOS RES UL TA DOS COM PREVISOES TEORICAS .... 63

4.3.1 0 modelo de hiperbolico modificado de HARDIN & DRNEVICH

(1972) 63

4.3.2 0 modelo de AMIR-FARY AR (2012) ................................................... 66

4.3.3 0 modelo de ISHIBASHI & ZHANG (1993) ....................................... 68

4.3.4 Discussoes sobre os metodos de previsao e os resultados obtidos ...... 70

4.4 CONCLUSOES DO CAPITULO .... ............ .... ... ..... ..... ..... ............... ... ............ 71

5 BENDER ELEMENTS EM CENTRIFUGA GEOTECNICA .......................... 73

5.1 BENDER ELEMENT ............... ............................................................... ......... 73

5.1.1 Introdu<;ao ............................................................................................... 73

5.1.2 Fundamentos da sua utiliza<;ao ............................................................. 75

5.2 METODOS DE MEDI<:;Ao DE Vs ······ ······· ··· ·· ············ ·········· ·········· ···· ······· ··· 77

5.3 MO DELOS CENTRIFUGOS ................... ..... .... .. .. ... .... ... ....... ............... .. ... ..... 81

5.3.1 Montagem e prepara<;ao do modelo centrifugo ................................... 82

5.3.2 Modelos utilizados e sua instrumenta.;ao ............................................. 89

5.4 RESU LTADOS .. ...... .... .. .... ............... .... .. .. ... ... ...... .... ....... .... ............... ... ..... .... 91

5.4.1 Analise do tempo de viagem da onda cisalhante pelo metodo do tempo

de chegada ............................................................................................................. 91

5.4.2 Analise do tempo de viagem da onda cisalhante pelo metodo pico a pico

................................................................................................................... 92

5.4.3 Analise do tempo de viagem da onda cisalhante pelo metodo das

f requencias cruzadas ............................................................................................ 92

5.5 COMPARA(AO DOS RES UL TADOS COM PREVISOES TEORICAS ... . 95

5.5.1 Previsoes teoricas para o modulo cisalhante maximo (Gmax) ............. 96

5.5.1.1 Previsao de Vs ...................................... ... ..... ... ........ ... ....... ... .. .. ... .. .... 97

5. 5. J. 2 Previsao de Gmax .... ... .. .............. ........................ ................ ...... ... .. ...... 9 7

5.5.2 Compila<;ao dos resultados com as previsoes teoricas ......................... 98

IX

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5.6 CONCLUSC)ES DO CAPITL'LO .... ..... ........................................................ . 101

6 CONCLUSOES E SUGESTOES PARA TRABALHOS FlJTlJROS ............ 103

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ..................................................................... 106

ANEXOA - GRA LJ LOMETRIA E 11 1ERALOG IA ................... .. ......... ... ..... .... ... 11 2

ANEXO B - E SA IOS DE CO 1PRLSSIRI LIDADE ............. ....... .. ...... ... ......... ..... .. 11 3

ANEXO C - E SA IOS DE RESISTl~: ~Cl.A. ...... .... .......... ..... ..... .... .. ..... ....... ............... 115

ANEXO D - OBTEN(.A.O DL CO 'STANTLS DA COL L! IA RESSO 'A TE E

CALIBRA(AO ..... ... ..... ..... ..... ... .... .. ..... ........ ... .... .... ...... .... ................ ... ....................... 120

ANEXO E - VERI FICA(AO DO TEM PO DE ADENSAMENTO PRIM A RIO ...... 123

ANEXO F - VERIFICA(AO DO ATR ITO M lN IMO ENTRI:: 0 OSC ILA DOR E

CORPO DE PROV A NOS ENSAIOS DE CO LUNA RESSONANTE .............. ........ 124

ANEXO G - CU RYAS DE DECAIM ENTO LOGARITMICO ................ ..... ............ 125

ANEXO H - DETERMINA(OES DO TEM PO DE VIAG EM DA ONDA

CISALHANTE PELO METODO DO TEMPO DE CHEGA DA ..................... ........... 137

ANEXO I - DETERMI A<;OES DO TEMPO DE Y IAGEM DA 0 DA CISALHA TE

PELO METODO PICO A PICO ... ... .......................... ................... ......... ..... ... .... .......... 140

ANEXO .I - DETERMI A(C)ES DO TEMPO DE V IAGEM DA 0 DA

CISALHANTE PELO METODO DA FREQUENCIA CRUZADA ... ... ......... .. ......... 143

x

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LISTA DE FIGURA

Figura 2.1 Relevo do talude com canions na pon;:ao central da Bacia de Campos.

(KOWSMANN et al.,2015) .............................................................................................. 3

Figura 2.2. Medic;:ao direta de G atraves de ensaio de Cisalhamento Simples ................. 6

Figura 2.3 Ensaio triaxial convencional (ATKINSON, 2007) ......................................... 7

Figura 2.4. Faixas limites de cada tipo de ensaio e suas aplicac;:oes, (traduzido de

DRNEVICH et al., 2015). ························································································ :······· 8

Figura 2.5 Possiveis configurac;:oes da CR (BARROS, 1997) .......................................... 9

Figura 2.6 Modelo fisico do corpo de prova de solo (BARROS, 1997) ........................ 10

Figura 2.7 Torque e rotac;:ao em barra (KRAMER, 1996) .............................................. 11

Figura 2.8 Modelo da Coluna Ressonante ...................................................................... 14

Figura 2.9. Movimento harmonico simples com amortecimento ................................... 15

Figura 2.10 Ondas P (adaptado de BRIAUD, 2013) ...................................................... 16

Figura 2.11 Ondas S (adaptado de BRIAUD, 2013) ...................................................... 17

Figura 2.12 Ondas Rayleigh (adaptado de BRIAUD, 2013) .......................................... 17

Figura 2.13 Correspondencia entre a tensao inercial em um modelo centrifugo e a tensao

gravitacional em um prot6tipo (TAYLOR (1995) apud NORENA (2015)) .................. 21

Figura 2.14 Variac;:ao de tensoes no mode lo e no prot6tipo (TAYLOR ( 1995) traduzido

por NORENA, 2015) ...................................................................................................... 22

Figura 3.1. Adensometro com sua tela de controle ........................................................ 26

Figura 3.2 Caixa usada no adensometro ......................................................................... 26

Figura 3.3 Vista superior durante adensamento da amostra ........................................... 27

Figura 3.4 Esquema de drenagem da amostra em adensometro ..................................... 27

Figura 3.5 Grafico de controle da fabricac;:ao de amostras no adensometro: A)

Carregamento com o tempo e B) Recalque com o tempo .............................................. 29

Figura 3.6. Amostra ap6s o adensamento e embalada em filme PVC. ........................... 29

Figura 3.7. Amostra pronta para transporte .................................................................... 30

Figura 3.8 Ensaios de adensamento edometrico em amostras de lama e previamente

adensadas em adensometro: variac;:oes do indice de vazios e do coeficiente de

adensamento vertical ...................................................................................................... 31

Figura 3.9 Variac;:ao do volume especifico (u) durante o adensamento isotr6pico ......... 33

XI

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Figura 3. I 0 Envolt6ria de resistencia no estado critico da serie normalmente adensada.

········································································································································ 36

Figura 3.11 Determinac;ao grafica dos parametros do modelo de previsao de resistencia

nao drenada ..................................................................................................................... 3 7

Figura 4.1. Ensaio de Coluna Ressonante: esquema de funcionamento (adaptado de

BARROS, 1997) ............... .......................................................... ... ................................. 41

Figura 4.2. Visao geral equipamentos para os ensaios de CR ........................................ 42

Figura 4.3 Esquema da CR com suas variaveis (adaptado de DRNEVICH et al., 20 I 5) .

... ............ ...... ...................... .. ............. ...... ....................... ............. .. .......................... .. ...... 43

Figura 4.4 Amostra posicionada para ser acoplado o oscilador. .................................... 45

Figura 4.5 0 oscilador do tipo Halle sua montagem ... ............................. ... ..... .. .. ......... 46

Figura 4.6 Corpo de prov a ainda protegido e com os equipamentos acoplados .. .. .... .... 46

Figura 4.7 Aparato montado aguardando a inserc;ao da camada superficial de oleo .... .. 47

Figura 4.8 Esquema da submersao do corpo de prova durante o ensaio ........................ 48

Figura 4.9 Aparato finalizado para ser submetido a tensoes confinantes ....................... 48

Figura 4.10 Elipse de Lissajous no oscilosc6pio para frequencia de vibrac;ao de 52kHz e

amplitude de deformac;ao medida por 149 ,4 m V. Val ores obtidos na conferencia do

funcionamento dos aparelhos com a barra de calibrac;ao ............................................... 50

Figura 4.11 Variac;ao do G de acordo com as amplitude crescentes de deformac;ao

(BARROS , 1997 apud ANDERSON & STOKOE , 1978) ................. ....... ............ .. ..... 52

Figura 4.12. Monitoramento do decaimento livre da excitac;ao torcional , ap6s

desligamento da vibrac;ao induzida ................................ .......................................... .. ..... 53

Figura 4.13 Grafico para determinac;ao do decremento logaritmico (RICHART et al. ,

1970) ................................ ................ ..... .......................................................................... 54

Figura 4.14 Adensamento dos corpos de provas na serie normalmente adensada: A)CP I

e B)CP2 ............................. .. ............... .......................................... .................................. 55

Figura 4. I 5 Adensamento dos corpos de prov as na serie sobreadensada: A )CP 1 e B)CP2 .

........... .. ............... ... ........ .......... .... ... .... ............ .... ......... .... .......... ........ ....... ..... .... ..... ...... .. 56

Figura 4.16 Curva normalizada de G dos corpos de provas na serie normalmente

adensada: A)CPI e B)CP2 .............................. ..... ...................... ...... ............................... 58

Figura 4.17 Curva normalizada de G dos corpos de provas na serie sobreadensada: A)CP I

e B)CP2 .......................................................................................................................... 59

Figura 4.18 Curvas normalizadas de G, agrupadas para cada serie de ensaio ............... 60

XII

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Figura 4.19 Razao de amortecimento para CP2: A)seria normalmente adensada e B) serie

sobreadensada ........ ... ................................... .... ... ................................. ............ ............... 61

Figura 4.20 Resultados compilados para G/Gm ax e D .................... ............. .................... 62

Figura 4.21 Modelo hiperb6lico de KONDN ER ( 1963) .... .... .... .............. ...................... 63

Figura 4.22 Efeito dos coeficiente de forma no modelo Hiperb61ico modificado

(BARROS. 1997) ................................ ............. ................................... ..... ................ ...... 64

Figura 4.23 Resultados comparado com a previsao pelo modelo de HARDIN &

DRNEVICH ( 1972) .. ...... .................. ....... .... ... ....... ............ .. .................... ........ ............... 66

Figura 4.24 Resultados comparado com a previsao pelo modelo de AM IR-FARY AR

(2016) .... ...... .. ...... .. .......... .. .... .... ........ ...... ... ................................ ... ............ ........... .. ........ 67

Figura 4.25 Resultados comparado com a previsao pelo modelo de ISHIBASHI &

ZHANG (1993) .............................................................................................................. 69

Figura 4.26 Resultados de BARROS ( 1997) comparados com previsoes te6ricas ........ 70

Figura 4.27 Resultados comparados com previsoes aproximadas ................................. 71

Figura 5.1 Principio de funcionamento do Bender Element (adaptado de BRIAUD, 2013) .

........................... ..... ........................................................................................................ 74

Figura 5.2 Equipamentos usados em ensaios com Bender Element (Adaptado de WANG

et al., 2017) . .................... ............ .. .. ... ...... ........... ...... .. ................... ... ....... .. ... ............. ..... 75

Figura 5.3 Possive is arranjos dos BE (adaptado de EL-SEKELL Y et al, 2014) ........... 76

Figura 5.4 Metodos de identifica9ao da chegada e pico a pico (adaptado de KUMAR &

MADHUSUDHAN, 20 I 0) .................................................................. ..... ...................... 79

Figura 5.5 Diferenp na recep9ao de sinal para diferentes frequencias emitidas (adaptado

de EL-SEK ELLY el al. (2014) ... ..... .......... ......... .. ................... ...... ............ ................... .. 80

Figura 5.6 Centrifuga geotecnica do IFSTTAR (DERKX el al., 2006) ..... .................... 81

Figura 5.7 Caixa utilizada no mode lo estudado (FERNANDES et al., 2017) ............... 82

Figura 5.8 Modelo centrffugo em adensamento a I g (FERNANDES et al., 2017) ....... 83

Figura 5.9 Perftl de peso especiftco natural (SO 1-0) ........................ ........... ................... 84

Figura 5.10 Perftl de tensoes dos modelos ..... ................ .. ..................... ........... ..... .. ....... 85

Figura 5.11 A)Esquema geral de adensamento do modelo B) Drenos ao fundo da caixa e

C) Coloca9ao do geossintetico . ......... .......... .............................. .. .................... .... ........... 86

Figura 5.12 lnser9ao de equipamentos ap6s o adensamento do mode lo ..... .. ................. 87

Figura 5.13 Placa piezoeletrica utilizada ................................................. .... ................... 87

Figura 5.14 Vista geral do modelo embarcado ............................................................... 88

XIII

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Figura 5.15 Medi9ao de recalque em voo (S00-0) ...................................... .. ................. 88

Figura 5.16 lnstrumenta9ao dos modelos ensaiados: A)S00-0 e B)SOl-0 . .................... 89

Figura 5.17 Perfil de resistencia dos modelos: A) S00-0 e 8) SO 1-0 ....... ...... ................ 90

Figura 5.18 Aplica9ao da metodologia do tempo de chegada .............. ..... .... ........ .. ... .... 91

Figura 5.19 Aplica9ao da metodologia de pico a pico . ... .. ..... .. .. .. ........ ... .............. ... .. .... 92

Figura 5.20 Aplica9ao da metodologia das frequencias cruzadas ............. ........ .... ....... .. 92

Figura 5.21 Medias obtidas dos ensaios de Bender Elements 01 . .. .. ........ .. .. ......... .. ....... 94

Figura 5.22 Medias obtidas dos ensaios de Bender Elements 02 . ....... ..... ...................... 95

Figura 5.23 Resultados comparados com modelos independentes do indice de vazios. 99

Figura 5.24 Compara<;:ao dos resultados de Coluna Ressonante com as previs5es te6ricas

para o CPl . .. .... .... .... .. ........... ............ ... ...... ... .. .... .. .... ...... .... .... ................. ... ....... ... .... ...... 99

Figura 5.25 Comparas;ao dos resultados de Coluna Ressonante com as previs5es te6ricas

para o CP2 . .............. ......................... .................. ... ...................... ............ ..................... I 00

Figura 5.26 Compara9ao dos resultados de Bender Elements com as previs5es te6ricas .

.................... .. ..... .... ...... ............... ........... ... .... ..... ........................... .. .. ... ... ...................... 100

Figura 5.27 Varia9ao do Gmax com indice de vazios para uma mesma tensao confinante.

(Adaptado de BENZ, 2007). .. ... .............. ... ... .. .... ............... .... ...... ............. ..... ....... ....... . 1 0 I

XIV

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LIST A DE T ABELAS

Tabela 2.1 Principais Leis de escala (MADABHUSHI. 2014) .......... ..... ....... ......... ....... 22

Tabela 3.1 Pararnetros de compressibi I idade obtidos ...... .. ........... ......... ... ... ...... ..... ....... . 33

Tabela 3.2 Resumo dos resu ltados dos ensaios triaxiai s nao-drenados ... .... ... .. ...... ...... .. 37

Tabela 3.3 Quadro comparativo dos resultados obtidos com a literatura adaptado de

CHAPMAN et al. (2007) .......... ... ............ ................................. ........ ... .. ........ ... ........... .. 38

Tabela 4.1 Resumo dos valores de Gmax obtidos ..... .. ..... ................ ..... .......... .......... ..... 57

Tabela 4.2 Valores de a e b para diferentes tipos de solo (apud BARROS. 1997) ....... . 64

Tabela 4.3 Determina<,:ao dos valores max imo e minimo de Yr ................ .. .... ..... ... .... ... 65

Tabela 5.1 Formatos de ondas de emissao sugeridos por diferentes autores (adaptado de

DA FONSECA et al.. 2009) .. ......................... ...... .. .......... ..... ... .......................... .... ....... . 78

Tabela 5.2 Resultados compilados de Bender Elements . .... ...... .... .............. ...... ....... ...... 93

Tabela 5.3 Tabela dos resultados compilados de BE e CR .............................. .............. 96

Tabela 5.4 Autores e coeticientes para previsao de G111:1x- ......................... .. ..... ... ........... 98

xv

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a:

ABNT:

ASTM:

cp':

BE:

BE-E:

BE-R:

Kon.a.:

Kosa :

v:

d:

f:

Cc:

Cs:

K:

Wr:

G:

Gmax:

K:

E:

R:

D:

OCR:

SK:

t:

LIST A DE SJMBOLOS E ABREVIATURAS

Acelera9ao

Associa9ao Brasileira de Normas Tecnicas

American Societyfor Testing and Materials

Angulo de atrito efetivo

Angulo de atrito efetivo a volume constante (ou no estado critico)

Bender Element

Bender Element Emissor

Bender Element Receptor

Coeficiente de empuxo no repouso para solo nonnalmente adensado

Coeficiente de empuxo no repouso para so lo sobreadensado

Coeficiente de Poisson

Distancia

Frequencia

indice de compressao para adensamento edometrico

indice de compressao para adensamento isotr6pico

indice de descompressao ou expansao para adensamento edometrico

indice de descompressao ou expansao para adensamento isotr6pico

indice de Plasticidade

Limite de Liquidez

Limite de Plasticidade

Modulo cisalhante

Modulo cisalhante maxima (quando a deformac;ao e nula)

Modulo de elasticidade volumetric

Modulo de Young ou de Elasticidade

Raio de um circulo

Razao de amo11ecimento

Razao de Sobreadensamento

Caulim Speswhite

Tempo

XVI

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llJ\X

OJ!_JjJJdSJ JlllnjOJ\

.m1nam: JPBP!JOjJJ\

JPBP!Llln

B!p~ml J!UBU!.JLIO;) ogS LIJl

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1 INTRODU<;AO

1.1 RELEV ANCIA E JUSTIFICATIVA

Em meio as pesquisas recentes conduzidas na COPPE-UFRJ, tornou-se necessaria a

obtenyao de parametros geotecnicos do caulim utilizado na modelagem centrifuga,

principalmente para valida9ao de modelos numericos com os resultados obtidos na

modelagem fisica em centrifuga.

Assim, neste trabalho, o foco principal e o ensaio dinamico de Coluna Ressonante

(CR), visando obter os parametros dinamicos necessarios para a continuidade de outras

pesquisas. Complementarmente a caracteriza9ao em laboratorio, este trabalho contempla

o uso de Bender Elements (BE) visando obten9ao dos parametros dinamicos utilizados

nos ensaios de modelagem fisica em centrifuga.

A utilizayao do caulim e, principalmente dos seus parametros dinamicos, faz parte

de um projeto financiado pelo CENPES-PETROBRAS que visa o estudo da influencia

sismica nos escorregamentos de taludes submarinos, fato este que ja ocorre em diversos

locais do Brasil e do mundo.

1.2 OBJETIVOS DA DISSERTA<;:AO

0 principal objetivo desta disserta9ao e a caracteriza9ao das propriedades dinamicas

do caulim Spe:rwhite atraves de ensaios de coluna ressonante com valida9ao de ensaios

de Bender Elements em centrifuga.

1.2.1 Objetivos Especificos

• Determina9ao dos parametros de resistencia e compressibilidade do caulim

Speswhite;

• Obtenyao de curvas caracteristicas de degrada9ao do modulo cisalhante (G/Gmax)

e da razao de amortecimento (D) atraves do ensaio de coluna ressonante;

• Compara9oes de correla9oes empiricas da Velocidade de Onda Cisalhante (Vs) e

do modulo cisalhante maximo (Gmax) para determinadas tensoes confinantes e

OCR com os resultados obtidos.

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1.3 ORGANIZA<;Ao DA DISSERTA<;Ao

A disserta<;ao esta dividida em 6 capitulos, incluindo tambem referencias

bibliograficas e anexos. Estes capitulos foram divididos da seguinte forma:

• Capitulo 2 - Apresenta a revisao bibliografica incluindo a fundamenta<;ao te6rica

da problematica envolvida nesta pesquisa e nos ensaios que foram realizados;

• Capitulo 3 - Contem a caracteriza<;ao estatica do caulim utilizado em todos os

ensaios realizados nessa pesquisa;

• Capitulo 4 - Contem a descri<;ao da metodologia utilizada para o ensaio dinamico

de coluna ressonante, os resultados encontrados e uma compara<;ao com previsoes

te6ricas encontradas na literatura;

• Capitulo 5 - Dedica-se a caracteriza<;ao do material em ensaios centrifugos com

Bender Elements, a descri<;ao da metodologia e procedimentos de ensaio e as

tecnicas utilizadas para a interpreta<;ao dos resultados. Os resultados atingidos sao

apresentados e comparados com os parametros obtidos nos ensaios de coluna

ressonante e com modelos te6ricos de previsao de modulo cisalhante maximo.

• Capitulo 6 - Apresentam-se as conclusoes gerais obtidas neste trabalho, assim

como as sugestoes para a continuidade de estudos no tema desta pesquisa.

2

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2 FUNDAMENTA<;AO TEORICA

2.1 TALUDES SUBMARINOS

Os taludes submarinos sao localizados principalmcntc nas rnargcns das plataformas

continentais. Em geral, os taludcs possucm baixas declividades, com inclina96es

variando normalmentc entre 1" c 8° , sen do em sua maioria cm torno de 5''. A Figura 2.1

apresenta o relevo do talude continental mostrando dept')sitos em fun9ao de

escorregamentos na dcsembocadura dos canions (marrom) c material ainda em suspensao

(am are lo).

Figura 2.1 Relevo do talude corn canions na por9ao central da Bacia de Campos. (KOWSMANN et a/.,20 15)

Durante a forma9ao destc relcvo, a taxa de acumula<,:fio de sedimcntos c mcnor do

que a taxa de adensamento (material rnuito fino), resultando em gcral em um solo cstavel

as cargas gravitacionais. Porcm, dcvido <1 ocorrencia de sismos, tern sido comprovada a

existencia de um risco potcncial de deslizamcnto, quc por envolvcr um grande volume de

massa podem impactar as cstruturas ofj.~·hore.

Os perfis geo16gicos tipicos de taludcs suhmarinos da margcm continental sao

compostos de camadas de argilas normalmente adensadas a levemente pre-adensadas com

profundidades variando entre poucos metros e centenas de metros (KOWSMANN et al,

2015).

3

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2.2 A INFLUENCIA SISMICA NA INSTABILIDADE DE TALUDES

SUBMARINOS

Varios mecanismos de disparo afetam a estabilidade do fundo marinho, os quais

podem ser agrupados em duas categorias: uma categoria que engloba os mecanismos que

reduzem a resistencia ao cisalhamento do solo (terremotos, carregamentos por ondas,

mudarn;as de mare, intemperismo, sedimenta9ao e gas) e assim diminuem as for9as

resistentes do talude, e outro grupo que engloba os mecanismos que aumentam as tensoes

de mobiliza9ao do talude (diapirismo, erosao, terremotos, ondas maritimas, mudan9as da

mare e sedimenta9ao ). Estas duas categorias nao sao mutuamente exclusivas podendo

acontecer simultaneamente para o mesmo talude (LOCA T & LEE ,2002). HANCE

(2003) avaliou dados de 366 deslizamentos de taludes submarinos e verificou que mais

de 60% dos escorregamentos de sua base de dados estavam correlacionados com

ocorrencia de sismos gerados por movimenta96es e/ou acomoda96es da plataforma

continental.

2.3 PAMMETROS DINAMICOS DOS SOLOS

As propriedades dinamicas dos solos sao fundamentais para a solu9ao de problemas

sob condi9oes ciclicas e dinamicas. Uma destas propriedades dinamicas fundamentais e

a velocidade de onda cisalhante Ys, que permite avaliar o modulo de resistencia ao

cisalhamento maxima Gmax, potencial de liquefa9ao, densidade do solo e estratigrafia de

perfis de solo (KRAMER, 1996).

0 modulo cisalhante maxima ou inicial Gmax, a curva caracteristica de redu9ao do

modulo cisalhante (G/Gmax) e o acrescimo da razao de amortecimento (D) sao

propriedades do solo relevantes em diversas aplica96es geotecnicas, caracterizando o

comportamento dinamico do solo para analises e modelagens. 0 modulo cisalhante Gmax

e medido para deformas;oes cisalhantes muito pequenas ( 10-5 a 10-3 % ) e no presente caso

possui relevancia especifica no estudo da instabilidade sfsmica de taludes submarinos

(FERNANDES et al. , 2017).

0 ensaio de Coluna Ressonante (CR) tern sido considerado como o ensaio de

laborat6rio que melhor avalia os parametros dinamicos do solo (DRNEVICH &

ASHLOCK, 2017). A tecnica foi desenvolvida inicialmente na decada de 1930 por

japoneses, mas s6 recebeu destaque 20 anos mais tarde, quando ganhou impulso nos

Estados Unidos (BARROS, 1997).

4

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2.3.1 0 modulo cisalhante (G) e o modulo de Young (E)

Para casos de pequenas deforma95es, o modelo elastico (Lei de Hooke) representa

simplificadamente o comportamento de solos, pois atende as hipoteses simplificadoras

dos modelos de comportamento.

Neste caso, as constantes elasticas E (modulo de Young ou de Elasticidade) e v

(coeficiente de Poisson) sao suficientes para descrever a resposta elastica de materiais

isotr6picos (ATKINSON & BRANSBY, 1978). Alternativamente, o comportamento

elastico dos materiais pode ser descrito pelo par de constantes K (modulo volumetrico) e

G (modulo cisalhante). Estes dois parametros sao comumente utilizados em solos pois

diferenciam os componentes volumetrico e distorcional das deforma95es (WOOD, 1990),

e se relacionam diretamente a Ee v, segundo as equa95es abaixo.

K= E

3·(1-Zv) (2.1)

G= E

2·(1+v) (2.2)

No caso de comportamento nao-drenado, que se caracteriza por acontecer sob

volume constante (Ev igual a zero), pode-se demonstrar (ATKINSON & BRANSBY,

I 978), que o coeficiente de Poisson (v) e igual a 0,5 e entao K tende para o infinito. Sendo

Ev a deforma9ao volumetrica, Ea a deforma9ao axial e Er a deforma9ao radial, tem-se:

Ev = Ea + 2 · Er = 0

-Ea Er=-

2

(2.3)

(2.4)

Por defini9ao, o coeficiente de Poisson e a rela9ao entre a deforma9ao transversal ( ou

radial, Er) e a deforma9ao axial (Ea).

-E v=-r Ea

(2.5)

substituindo a equa9ao 2.4 na equa9ao 2.5 tem-se que o coeficiente de Poisson para casos

nao drenados possui o valor de 0,5.

5

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0 modulo cisa lhante G pode ser medido pelo ensaio de cisa lhamento simples. em

sua medida direta de tensao cisalhante T e defo rmayao cisalhante espec ifica y. como

apresentado na Figura 2.2 e equayao 2.6.

r---

' \ \

' \Y \

\ \

\

CT

\

Solo

\ \

\

\y \ \

\ \

Figura 2.2. Medi yao direta de G atraves de ensaio de Cisalhamento Simples.

No caso, o que torna mais relevante ao se trabalhar exclusivamente com o modulo

distorcional (G) e devido a se tratar de um solo que o comportamento e nao drenado (sem

variayfio de volume). 0 modulo ci salhante. e definido pela equayaO 2.6.

G=~ y

(2.6)

No ensaio tri ax ial o par E e Ea e equi valente ao par G e y do ensaio de cisalhamento

simples, sendo E definid o por:

E=~ Ea

Sabe-se tambem que na ruptura nao-drenada do so lo. tem-se:

cr T=-

2

(2 .7)

(2.8)

reorganizando a equayao 2.6 e igualando a tensao cisalhante da equayao 2. 8. tem-se:

cr G·y =-

2

e reorganizando a equayao 2.7 e igualando a tensao desv io na equayao 2.9.

(2 .9)

6

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G E ·Ea

·y=-2

(2.10)

Por fim, substituindo o modulo cisalhante dado na equac;ao 2.10 pela equac;ao 2.2. tern-

se:

y = (1 + v) · fa (2.11)

Os ensaios triaxiais sao considerados efetivos para medic;ao da rigidez do so lo e

avaliar os seus parametros de resistencia sob um estado de tensoes conhecido e

carregamento contro lado (WOOD. 1990). Porem. a questao surge na determinay,ao da

rigidez a pequenas deformac;oes especificas ( I 0-5 a 10- 1 %), tendo em vista alguns erros

de medidas observados no ensaio com o equipamento convencional, citando-se (Figura

2.3):

• Deforrnaryoes nas extremidades do corpo de prova devido ao contato corn as

pedras porosas (I);

• Nivelamento do contato top-cape topo do corpo de prova (2);

• Deformaryoes na medida da celula de carga (3);

• E deformaryoes da pr6pria camara triaxial ( 4 ).

3 2 1

·I

"

I

QM 4

I

Figura 2.3 Ensaio tri axial convencional (A TKI SON. 2007).

7

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2.3.2 Determina~ao do modulo cisalhante (G)

A rigidez do solo representada pelo modulo cisalhante maximo, Go OU G.nax, referente

a urna defonnar;ao especifica cisalhante " nu la" ( esta considerada a deformar;ao da ordem

de 10-5 % ), pode ser avaliada atraves de ensaios de Coluna Ressonante (CR), que tern sido

uns dos mais confiaveis, dentre outros.

Outros ensaios podem obter de forma direta o modulo cisalhante maximo do solo,

corno por exemplo os ensaios de bender elements (BE), que serao abordados no capitulo

5, ensaios de campo com medidas sismicas (CPTu-S, DMT-S e ensaios geofisicos), que

nao serao abordados neste trabalho, sao formas de medi9ao in situ tanto em campo como

em modelagem fisica.

Diferentes tipos de ensaios podem ser conduzidos a fim de definir o modulo Gem

sua ampla faixa de deforma9oes, sendo o ensaio de coluna ressonante o mais

recomendados para abranger uma maior faixa de deformac;ao, tambem chamado de ensaio

de laboratorio dinamico (A TKTNSON, 2007).

A Figura 2.4 apresenta a curva caracteristica da degrada9ao do modulo cisalhante em

funr;ao da deforma9ao cisalhante. No caso, apresenta-se uma curva normalizada de G em

funr;ao de Gmax-

1.0

0.9

.!! l 0.8 c l!1 ~ \;" 0.7 .. -0 .g 0.6

0 :! ~ :; 0.5

-o E 0.4 ::!: ~

z 0.3

0.2

--·----·-----·----------··--- ----·-1

Carregamento Descarregamento

PMT

Deforma¢es

E11,aio de Colu11a P.es·;o nante (CR ) I ( ) · Conten~oes I

• ) Funda~oes

DMT

• > Tuneis

Carregamento lnicial PMT

I

CPTu 0.1 Muito

0.0 Pequenas

+---+­CPT • Sismico

Pequena.s Oeformat;5es Grandes Deforma-;3e.s

10~ 10~ 1~ 1 10° 10' Deforma~ao Cisalhante, y (%)

Ensaios de Placa

10' I l I i

Metodos Geofis icos Ensaios Convencionais de Solos JI ~-------· . -------- - ·-·---·----··--·---·--··-·---- ----·-·-·---··---·

Figura 2.4. Faixas limites de cada tipo de ensaio e suas aplica9oes, (traduzido de DRNEVICH et al., 2015).

8

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De acordo com a Figura 2.4, percebe-se que para abranger o com portamento real dos

solos, sao necessarias rela95es tensao-deforma9ao nao lineares, pois a rigidez do solo

varia de forma nao linear com a deforma9ao. Hoje , os modelos de tensao-deforma9ao nao

lineares mais utilizados sao os modelos derivados do modelo hiperbolico de KONDNER

(1963), como por exemplo o modelo modificado de HARDIN & DRNEVICH ( 1972).

2.3.3 As medic;oes de G, y e D

0 ensaio de CR possui algumas varia95es a depender da sua configura9ao e ajuste

para que sejam medidos os parametros de interesse. Na Figura 2.5, sao apresentados: a)

0 modelo ''fixo-livre'", sem nenhuma massa rigida no topo do corpo de prova, que

proporciona ao longo do corpo de prova uma rota9ao angular (8) de 1/i de seno: b) o

modelo "fixo-livre'' com uma massa rigida em seu topo , que proporcionara uma

distribui9ao uniforme de deforma95es ao Ion go do comprimento do corpo de prov a; c) o

modelo, chamado de "livre-livre'', composto por massas rigidas em ambas as

extremidades, que possuem um sistema de molas com rigidez muito inferior a do corpo

de prova, sendo sua principal caracteristica o ponto de repouso no centro do corpo de

prova; d) o modelo "fixo-livre'' com a inclusao de um sistema de mola-amortecedor em

seu topo que permite a cria9ao de um estado anisotropico de tens5es.

© @

Mona Riq1do

- CORPO OE PROVA

Fi lO

© © Mo la

Mona Riqido

OE PROVA - .

Mona Ri9ido

Figura 2.5 Possiveis configura95es da CR (BARROS, 1997).

9

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2.3.3.J Modelo de Calculo para Ge y

Para baixas amplitudes de vibra<;ao. ou seja, para deforma<;oes muito pequenas, o

comportamento do solo, elastico linear, permite relacionar-se com a teoria de propaga<;ao

de ondas em barras elasticas como forma de interpreta<;ao dos resultados de coluna

ressonante. 0 modelo da coluna ressonante utilizado e o modelo ·'fixo-Iivre'' (b)

(BARROS, 1997).

Para a dedu<;ao te6rica e fundamenta<;ao das medi<;oes realizadas na coluna

ressonante o corpo de prova e representado de acordo com a Figura 2.6.

'

L x

e

Figura 2.6 Modelo fisico do corpo de prova de solo (BARROS, 1997).

A equa<;ao diferencial completa que governa a vibra<;ao torcional do "cilindro''

baseia-se no equilibria de for<;as internas e externas de acordo com 2a Lei de Newton da

Mecanica ea Lei de Hooke da Resistencia dos Materiais (BARROS, 1997; KRAMER.

1996; RICHART et al., 1970).

0 material, no caso o solo. da barra cilfndrica com um determinado comprimento (L)

e diarnetro (d) possui um modulo cisalhante (G) e uma massa especifica (p). A uma

distancia da origem (x) a barra e submetida a um torque (T xo). que gera uma rota<;ao

angular (8xo). Num elemento interno de espessura, dx, e provocada uma rota<;ao angular,

dB, conforme apresentado na Figura 2.7.

10

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y t

I ., _

- .... dx L.- -, iJ T

T"• + ilx dx

Figura 2.7 Torque e rotac;ao em barra (KRAMER. 1996).

0 equilibria de forc;as do elemento infinites imal do cilindro. dx. de acordo com a

Figura 2.7, e dado pela equac;ao:

(2.12)

ou, alternativarnente:

(2.13)

sendo, J, a inercia rotacional (momenta polar de inercia) da sec;ao transversal.

Pela Resistencia dos Materiais. tem-se:

T = G. J as ax (2 .14)

derivando a equa<;ao 2.14 em relac;ao ax e substituindo em 2.13. tem-se:

at2 p ax2 (2.15)

sabendo que (KRAMER, 1996) a velocidade da onda cisalhante (Vs) e dada por:

(2.16)

tem-se a equac;ao diferencial da propagac;ao da onda cisalhante em meio elastico

11

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-=-·-= ot2 p ax2 (2.17)

Resolvendo a equar;ao diferencial 2.17 utilizando as equac,:oes de contorno definidas

no modelo apresentado na Figura 2.6, tem-se a equa9ao para vibra9oes livres do sistema

oscilador-solo:

(~) wL . tg (wL) = l I Vs V5

(2.18)

onde:

I e o momento de inercia da ser;ao transversal do corpo de prova, dado por l=p.J.L, lo e

o momento de inercia do conjunto cabec,:ote-oscilador (no Anexo De apresentado como

e feita a determinac,:ao do lo segundo ASTM 4015 (2007)). we a frequencia angular dada

por ro=2nf, onde f e a frequencia da vibrac,:ao induzida, que nesse caso particular de

vibrac,:ao induzida onde na condi9ao de ressoniincia sob vibra9ao for9ada, a frequencia

aplicada ea frequencia de ressoniincia ( ou frequencia natural). Vs ea variavel de interesse.

Considerando-se um fator (F) independente, visando isolar a variavel de interesse,

tem-se:

F = wL Vs

2·rr·f·L

Vs

substituindo F na equac,:ao 2.18, tem-se:

(Ia) 1 I = F·tgF

(2. I 9)

(2.20)

o que torna F uma variavel possivel de ser encontrada. Substituindo o Vs obtido na

equac,:ao 2.19 na equac,:ao 2.16, obtem-se a equa9ao que calcula o valor do modulo de

cisalhamento medio do corpo de prova.

(2rr · f · L)

2

G=p F

(2.21)

12

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Por outro lado, a deformac;ao cisalhante e calculada a partir da acelerac;ao tangencial

edida pelos aceler6metros instalados no oscilador, e da frequencia da vibrac;ao induzida

ensaio. Os aceler6metros produzem uma carga eletrica que e proporcional a acelerac;ao

gencial. Tai carga eletrica e convertida atraves de condicionadores dos aceler6metros

serao apresentados e descritos no capftulo 3) por um fator de calibrac;ao (Ca) em

por~oes da acelerac;ao da gravidade (g). A equac;ao que permite a conversao da leitura

o voltfmetro em acelerac;ao tangencial (a1) e:

(2.22)

no instante de vibrac;ao torcional com frequencia

A rota~ao angular (8) gerada, segundo a equac;ao do movimento circular uniforme, e

por:

3centripeta (2.23)

do a acelerac;ao centripeta (acentripeta) definida por:

(2.24)

Obtendo-se a frequencia angular w=2nf, substitui-se a equac;ao 2.24 na equac;ao 2.23,

4n2 • f2 · Cct (2.25)

do: fa frequencia de ressonancia e Cct a distancia horizontal entre o eixo de rotac;ao do

njunto oscilador-solo e a posic;ao do aceler6metro no oscilador (Figura 2.8).

13

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Eixo vertical do aceleromeu·o -...., -----Eixo de Rota~iio

---Torque aplicado, T

Figura 2.8 Modelo da Coluna Ressonante.

Por fim , tem-se a deformayao cisalhante (y) definida como:

S·d (2.26) y=

3·L

Confonne exposto em BARROS (1997) e recomendado par DRNEVICH et al.

(1978), no ensaio de coluna ressonante a deformayao cisalhante media no corpo de prova

de solo e correspondente a 2/3 da deformac;ao cisalhante maxima na face mais extema

(perimetro) do corpo de prova.

2.3.3.2 Raziio de Amortecimento (D)

Todo corpo, ou objeto, que possui determinada massa m, quando submetido a um

movimento harmonico, ou para o caso da coluna ressonante uma vibrac;ao senoidal de

tor9ao, acumula energia. Tai energia acumulada, quando cessa o movimento vibrat6rio,

e dissipada (HALL & RICHART, 1963 ; RICHART et al .. 1970; ZAVORAL, 1990). No

movimento harmonico simples amortecido, conforme apresentado na Figura 2.9. o

amortecimento ea forrna de cessar o movimento que o corpo estava submetido, similar a

um sistema de massa-mola quando excitado e deixado livre ate atingir o repouso.

14

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f--r--

/ /

---- ---

Figura 2.9. Movimento harmonico simples com amortecimento.

0 movimento harmonico simples com amortecimento faz uso da segunda lei de

,Newton para descrever seu movimento pela equa<;:ao diferencial:

iJ2x ax m·-+c·-+k·x=O . atz at

(2.27)

·sendo ma massa do corpo. co coeficiente de amortecimento para dada velocidade ex/Ct.

. e k a constante da mo la.

Por defini<;:ao, a razao de amortecimento (D) e dada pela equa<;:ao 2.28.

c (2.28)

Sendo Cmax o coeficiente de amortecimento maximo do sistema.

Define-se tambem. o decremento logaritmico (8) como sendo a rela<;:ao logaritmica

entre as amplitudes sucessivas, X 1 e X2 apresentadas na Figura 2.9. e dado por:

(2.29)

:e para "n" ciclos sucessivos de amortecimento, tem-se:

(2.30)

15

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Definidos a razao de amortecimento e o decrernento logaritrnico, soluciona-se a

eq~ao 2.27 , conforme apresentado em HALL & RICHART (1963) e em RICHART

eta/. (1970) e obtem-se:

(2.31)

A validade da aproxima9ao do movimento harmonico simples amortecido com o

: comportamento do solo e restrita ao dominio das pequenas deforma96es, ou seja, o so lo

. aqui e tratado no dominio elastico.

PROPAGA<;AO DE ONDAS ELASTICAS EM MEIO CONTINUO

A base te6rica dos ensaios sismicos ou dinamicos e apoiada na teoria de propaga9ao

· de ondas elasticas que consiste no modelo de transmissao de esfor9os ciclicos/dinamicos

em meios elasticos. Em meios continuos, ha dois tipos de ondas elasticas.

0 primeiro tipo de onda elastica em meio continua e denominado de onda de

compressao que tambem pode ser chamada de onda longitudinal, primaria ou somente

de onda P. Esse tipo de onda e caracterizada por sua propaga9ao que ocorre

Iongitudinalmente ao sentido dos esfon;:os gerados (tambem chamados de movimenta9ao

das particulas) por uma fonte, ocasionando somente esfor9os de compressao e de tra<;:i'io

(dilata9ao) no meio (Figura 2.10) (KRAMER, 1996; BARROS, 1997; BRIAUD, 2013).

Compressao

l . Tra~ao .::::::.. ' .J

·(''1_·--·-·--·-, ',r-- -·-

Figura 2.10 Ondas P (adaptado de BRIAUD, 2013).

A onda P, se propaga com uma velocidade Vp que e dada por:

8 L §"-i

(2.32)

16

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pea massa especifica do meio e Me o modulo confinado do meio que e dado pela

iio 2.33.

E(l-v) (2.33)

(1-2v)(l+v)

0 segundo tipo de ondas elasticas sao as ondas cisalhantes, tambem chamadas de

transversais, secundarias ou somente ondas S. Esse ti po de onda caracteriza-se pelo

for~o gerado (ou movimenta9ao das particulas) de cisalhamento, que e transversal a ~ao de propaga9ao da onda (Figura 2.11) (KRAMER, 1996; BARROS, 1997;

UD, 2013). Como ja apresentado na se9ao 2.3, a velocidade da onda Se obtida a

· da equa9ao 2.16.

Cisalhamento

Figura 2.11 Ondas S (adaptado de BRIAUD, 2013).

' Alem <las ondas elasticas em um meio continuo, existem as ondas superficiais, que

aquelas ondas que se propagam em um semi-espa90 e geram movimentos compostos

las ondas compressivas e cisalhantes. Similar as ondas Rayleigh, ilustrada na Figura

:12, existem as ondas Love que possuem caracteristicas e movimentos parecidos

RIAUD, 2013). Foge ao escopo deste trabalho um maior detalhamento das ondas

Figura 2.12 Ondas Rayleigh (adaptado de BRIAUD, 2013).

17

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As ondas P sao fundamentalmente governadas pela compressibilidade volumetrica

do meio, expressa pelo modulo confinado que e intimamente dependente do modulo de

compressibilidade volumetrica. Tais ondas se propagam em solidos e liquidos, e se

tratando de solo saturado, a velocidade da onda P esta muito proxima da ve locidade de

propagayao da onda P na agua. Assim, tanto para solos saturados quanto para solos de

comportamentos nao drenados, as ondas P nao fornecem nenhuma propriedade elastica

do solo propriamente dito (BARROS, 1997).

Alternativamente. as ondas S transmitem esfon;os cisalhantes que por sua vez nao se

propagam em liquidos (agua). Assim, as ondas S definem melhor as propriedades do solo

por se tratar da transmissao de esfon(OS somente entre as particulas. Atraves da velocidade

da onda S, e possivel medir diretamente o modulo cisalhante do solo mesmo quando

saturado ou quando o solo apresentar comportamento nao-drenado (BARROS, 1997;

BRIAUD, 2013).

2.5 MODELAGEM CENTRIFUGA DE TALUDES SUBMARINOS

Atualmente, a modelagem fisica em centrifuga geotecnica tern se tornado um metodo

experimental que permite o estudo de uma ampla gama de problemas geotecnicos sob

condiyoes reais de tensao e deformac;:ao (ALMEIDA, 1984; MADABHUSHI, 2014;

TAYLOR, 1995).

Ensaios em modelos centrifugos fornecem informac;:oes necessarias para melhorar o

entendimento dos mecanismos basicos de deformac;:ao, ruptura e da resposta sismica de

solos, provendo resultados experimentais de referencia e essenciais para a validac;:ao de

modelos numericos.

Na COPPE/UFRJ ja se estuda ha mais de 20 anos problemas de engenharia em

simulayoes centrifugas. Neste periodo foram conduzidos diversos trabalhos nao so nas

dependencias do laboratorio de geotecnia da COPPE como em parcerias com outros

centros (OLIVEIRA et al. , 2016). 0 tema da modelagem centrifuga e abordado em alguns

trabalhos desenvolvidos na COPPE/UFRJ (OLIVEIRA et al., 2016). Este tema sera entao

aqui abordado de forma sucinta.

18

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Uma das grandes vantagens da modelagem centrifuga ea possibilidade de confrontar

duas abordagens diferentes de dimensionamento para projeto de estruturas geotecnicas.

Uma abordagem class ica. ou tradicional. baseada em fatores de seguranc;:a que tenta

prever o risco do co lapso. ou melhor dizendo. quao arriscado seria tal construc;:ao. E outra

abordagem chamada de abordagem de rcsultados. que a partir de instrumentac;:ao e

acompanhamento do mecanismo de resposta de um modelo fisico. avalia o desempenho

e assim desenvolvcm-se modelos de previsao para um evento futu ro ou real.

Geralmente. a mode lagem centrifuga tern sido empregada quando as condic;:oes de

carregamento ou esforc;:os nao sao claramente conhecidas ou quando se desconhece o

modelo constitutivo do so lo que seja representati vo para o problema (MADAB HUS HI.

2014).

Como apresentado por MADABH US HI (2014). a mode lagem centrifuga se

estabeleceu como uma importante e confiavel ferramenta que ajuda a esc larecer o

comportamento geotecnico em diversas condic;:oes de contorno. Outra vantagem

importante da modelagem centrifuga e a poss ibilidade de observar o mecani smo real de

ruptura do solo sob um estado de tensoes pr6x imo do problema real e ea que ganha maior

destaque quando se com para a modelagem fisica em centrif uga com outros tipos de

modelagem fisica.

Outras vantagens da modelagem centrifuga sao (MA DABH USH I. 20 14: T J\ YLOR.

1995):

• A possibilidade de in vest igar problemas complexos com mode los fi sicos

de escala reduzida a partir do aumento do campo gravitac ional:

• Uso de instrumentos em min iaturas internos ao modelo fisico que

registram o comportamento do so lo antes. durante e depois do evento simulado:

• Em laborat6rio criam-se modelos com acuracia que podem ser facilmente

replicados para aumentar a confianc;:a do resultado obtido e do comportamento

observado:

• Podem se r preparados modelos de solo com hi st6rico de tensoes

conhecidos e contro lados:

• Carregamentos extremos e/ou raros (como por cxemplo terremotos)

podem ser simulados a partir de atuadores espcciais e customizados:

19

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• Sequencias construtivas complexas podem ser simuladas a partir de

modelos mvntados em voo e com o hist6rico de tensoes identico ao do problema

real;

• Assim como outras modelagens fisicas, tambem podem ser construidos

modelos de defon11ayao plana e modelos 3-D.

Diversos experimentos tern sido conduzidos com objetivo de entender os

escorregamentos submarinos. Na COPPE-UFRJ , PELISSARO (2018) estudou a corrida

de detritos ocasionada ap6s a ruptura do talude submarino. GUE (2012) conduziu estudos

na mesma linha de pesquisa. Ambos os casos simulam o terreno mole e avaliam o seu

potencial de risco as estruturas offshore.

Altemativamente, pesquisas como as de PARK & KUTTER (2015) e DERKX et al.

(2006) tem estudado a resistencia de taludes submarinos atraves de simulay5es

sismicas/dinamicas em centrifuga, o que de fato estimulou o desenvolvimento deste

presente estudo.

2.5.1 Leis de escalas para modelagem centrifuga

0 principio fundamental da modelagem fisica em centrifuga e estabelecer um mode lo

de escala reduzida, com resistencia e rigidez similares a um determinado prot6tipo.

Modelos de solo sao submetidos a centrifuga de modo a serem conduzidos para um campo

inercial maior do que o campo gravitacional terrestre, atraves de uma acelerayao radial

(ar= w2 • d/2). Ao aumentar em N vezes a acelerar;:ao gravitacional de um mode lo em

escala JIN e possivel recriar niveis de tensao e deformayao compativeis ao prot6tipo

(SCHOFIELD, 1980).

Uma amostra de solo acelerada em centrifuga tern a superficie livre de tensoes e um

perfil de tensoes verticais que aumenta diretamente com a profundidade,

proporcionalmente relacionada com o peso especifico da amostra e com campo de

acelerar;:ao criado, ou seja, N · g. Assim, em um mode lo corretamente planejado, urn a

profundidade hm possui exatamente o mesmo nivel de tensoes do prot6tipo a uma

profundidade hp, onde hp= N · hm , sendo N o fator de escala.

20

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Tai relayao da altura do modelo com a altura de prot6tipo estabelece a lei basica de

escalas em modelos centrffugos, e assim derivam-se as outras apresentadas na Tabela 2.1.

Em resumo, para obter equivalencia de tensoes entre o modelo centrifugo e o prot6tipo,

as dimensoes lineares devem ser reduzidas N vezes, e o modelo submetido a uma

acelerayao N vezes da gravidade. Dessa forma, as tensoes (inerciais) a uma profundidade

z/N no modelo serao identicas as tensoes (gravitacionais) a uma profundidade z no

prot6tipo (Figura 2.13 ).

+ g MODELO Tensio lnerciel

~~~

PROTOTIPO

Prof.

Tensio Grevitacional

Figura 2.13 Correspondencia entre a tensao inercial em um mode lo centrifugo e a tensao gravitacional em um prot6tipo (TAYLOR (1995) apud NORENA (2015)).

Diferentemente da pratica comum em Mecanica de Solos quando assume-se a

acelerayao da gravidade constante e uniforme durante uma analise de comportamento de

solos, na modelagem centrifuga isso pode incorrer certas implicay6es. Devido ao alto

campo gravitacional criado para permitir a similitude entre o rnodelo e o prot6tipo, ao

longo da altura do mode lo ha uma variayao da acelera9ao, proporcional ao raio de giro da

centrifuga, que deve ser rninimizada. Dessa forrna, a acelerayao na superficie do modelo

e menor do que na base.

Comparando as tensoes no rnodelo e no prot6tipo, encontra-se que a 2/3 da altura do

prot6tipo e do modelo. as tensoes verticais sao nurnericamente iguais ( conforme pode ser

visto na Figura 2.14). Sabendo desta igualdade, adota-se o raio efetivo da centrifuga a

distancia entre o centro de rotayao ate 2/3 de hm afim de rninirnizar a variayao de

acelerayao ao longo do rnodelo.

21

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hil

2hi3

h

Prof.

/~ MOOR.O

PROTOTIPO/

Figura 2.14 Variaryao de tensoes no modelo e no prot6tipo (TAYLOR ( 1995) traduzido porNORENA, 2015).

Para algumas grandezas as relaryoes de escala sao obtidas diretamente, existem

outras relaryoes mais complexas que requerem estudos complementares e aprofundados,

principalmente as variaveis que sao dependentes do tempo. Na Tabela 2.1, sao

apresentadas as principais relaryoes de escala utilizadas e de relevancia para este trabalho.

Tabela 2.1 Principais Leis de escala (MADABHUSHI, 2014).

PARAMETRO

Acelerar;ao (centrifuga e sismica)

Comprimento, deslocamento

Tensao , pressao

Deformar;ao

Massa

Densidade

Peso especifico

Forr;a

Tempo (diniimico)

Tempo (adensamento/difusao)

Tempo (fluencia)

Velocidade do fluido dos poros

Velocidade (diniimica)

Frequencia

FATOR DE ESCALA (MODELO/PROTOTIPO)

N

l/N

1

JfN3

N

)fN2

l /N

)fN2

N

N

22

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· 2.5.2 Propriedades dinamicas do solo em centrifuga geotecnica

Recentemente. ensaios de caracteriza9ao geotecnica em voo, tais como ensaios de

palheta, T-bar, cone e metodos sismicos (Air Hammer Test). tern sido ambientados a modelagem centrifuga. para prover medi~oes confiaveis das propriedades dos solos. Nas

ultimas tres decadas. Bender Elements (BE) tern sido incorporados em equipamentos de

ensaios geotecnicos convencionais (p.ex. , ensaios triaxiais, edometricos e de

cisalhamento simples) para a obten9ao de parametros geotecnicos tais como a rigidez

cisalhante ea densidade do solo. Mais recentemente a modelagem centrifuga tern adotado

essa pnitica para a caracteriza~ao em voo de di versos materiais (EL-SEKELL Y et al.,

2013; EL-SEKELL Yet al., 2014 ).

Ensaios de Bender Elements (BE) em centrifuga geotecnica fornecem uma estimativa

da velocidade de onda cisalhante, permitindo obter uma aproxima9ao do modulo de

cisalhamento maxi mo para pequenas deforma~oes (Gnax ), para compatibilidade e

valida~ao dos modelos centrifugos com modelos computacionais (LEE &

SANTAMARINA, 2005).

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· 3 COMPRESSIBILIDADE

CAULIM

E RESISTENCIA DO

Este capitulo aborda a caracteriza9ao do solo utilizado, definida pelas caracteriza9oes

fisica (ensaios de compressibilidade e de resistencia), quimica e minera16gica.

3.1 CARACTERIZA(:AO DO SOLO

0 solo selecionado foi o caulim Speswhite (SK), de origem industrial. utilizado na

produ9ao de ceramicas e amplamente empregado em modelagem fisica em centrifuga. 0

material e produzido pela industria IMERYS INC.

A caracteriza9ao do solo consistiu nos ensaios de Iimites de Atterberg, densidade

real das particulas, granulometria, amilise mineral6gica por difra9ao de raio-X e analise

fisico-quimica par ataque sulforico.

Os limites de consistencia, como tambem sao chamados os limites de Atterberg,

foram avaliados de acordo com norma NBR 6459 para ensaio de Limite de Liquidez (wL)

(ABNT, I 984a), e o ensaio de Limite de Plasticidade (wr) de acordo com norma NBR

7180 (ABNT, I 984b). Os valores encontrados foram de 62% para o limite de liquidez e

de 23% para o Ii mite de plasticidade, resultando em um ind ice de plasticidade {Ip) de 39%.

A distribui9ao granulometrica das particulas foi determinada segundo norma NBR

7181 (ABNT, 1984c) e sua distribui9ao grafica e apresentada no Anexo A. Segundo

amilise granulometrica. o caulim em estudo tern I 00% de suas particulas passantes na

peneira #200, sendo 50% de suas particulas classificadas como silte e os outros 50% como

argila, sendo assim caracterizado pelo sistema unificado de classifica9ao de solos como

argila inorganica de alta plasticidade.

A analise mineral6gica par difra9ao de raio-X, realizada no Centro de Tecnologia

Mineral (CETEM-MCTIC), identificou-se o argilo-mineral caulinita em maior

quantidade e tambem a presen9a dos minerais quartzo e muscovita. 0 difratograma e

apresentado no Anexo A desta disserta9ao.

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A analise quimica, baseada no Manual de Metodos de Analise de Solo

MBRAPA, 2017), indicou que o solo possui predorninancia de cargas negativas, pois

seu pH em solw;:ao de H20 (4,6) e rnaior do que solw;ao de HCI (3,8).

proximadamente 11 % do material quando subrnetido a 550 °C e calcinado e perdido.

ubmetida ao ataque sulfUrico, o solo estudado possui aproximadamente 39% de Silica.

5% de Aluminio e 0,6% de Ferro. Consequentemente os indices de intemperismo. Ki e

, sao 2,8 e 2,7 respectivamente, que representam valores caracteristicos da caulinita.

12 MATERIAL UTILIZADO E METODOLOGIA

Prepara~ao e transporte das amostras

Conforme apresentado na capitulo 3 deste trabalho, o solo utilizado e um material

industrializado, previamente seco e assim deve ser misturado com agua deaerada para

obtersuaconsistencia e representatividade ao solo em seu estado saturado. A mistura com

a agua foi feita no misturador da COPPE/UFRJ, com umidade equivalente a uma vez e

·meia o Limite de Liquidez, que para esta amostra de caulim e igual a 94% de umidade, a

fim de garantir a trabalhabilidade do material , conforme reportado em diversas pesquisas

com esse tipo de solo pela tecnica de lama.

Para o adensamento da lama utiliza-se o equipamento denominado de

adens6metro (Figura 3.1 ). 0 equipamento possibilita a fabrica9ao de amostras

· sobreadensadas com tensao vertical maxima de ate 400kPa. Tai equipamento e composto

por uma prensa pneumatica com pistao, uma central de comando e controle, uma celula

de carga e medidor de deslocamento vertical , que permite o acompanhamento e controle

. do adensamento da amostra.

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Caixa de controle

Figura 3.1. Adens6metro com sua tela de controle.

Para o adensamento, utiliza-se uma caixa composta por placas de a90 que juntas

forrnam um prisma de 38cm de altura (H), I 8cm de largura (B) e 30cm de comprirnento

(L) (Figura 3.2). A caixa, que e utilizada no Laborat6rio Multiusuario em Modelagem

Centrifuga da COPPE-UFRJ, requereu adapta96es para que houvesse um ajuste da largura

do prisma com a largura do embolo e a tensao maxima aplicada pela prensa do

adens6metro.

Figura 3.2 Caixa usada no adensometro.

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0 ajuste foi realizado com placas de acrilico de 3cm de espessura que reduziram

a largura da amostra para 12cm (Figura 3.3). Tanto as placas de a<;:o quanto as placas de

acrilico foram dimensionadas a fim de nao pcrmitir deforma<;:6es e para que toda a carga

aplicada seja conduzida integralmente para a amostra.

Figura 3.3 Vista superior durante adensamento da amostra.

A caixa e preparada de acordo com modelo proposto de drenagcm e transferencia

de carga (Figura 3.4). t utilizado sisterna de espa<;:arnento e drenagem no fundo da caixa

para garantir o fluxo de agua para as saidas de drenagem . Na face superior tambem se

utiliza papel filtro para uniformizar o tluxo de saida de agua para as aberturas existentcs

no cmbolo.

F

1.'i.V J /- Embolo ...... --------~ ... -

Pape! Filtro

Solo

Pape! Filtro

Placa Drenante

..'i.V .

Espa~ador

Figura 3.4 Esquema de drcnagem da arnostra em adcnsomctro.

27

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Na sequencia de preparac;ao da caixa, aplica-se fluido lubrificante em toda face

interna de contato com o solo, para que a carga aplicada seja transferida para o solo em

sua totalidade, sendo o atrito lateral interno o minimo possivel.

Ap6s o preparo da caixa do adens6metro, e inserida a "lama" de solo ate uma

altura de aproximadamente 19cm, altura estimada para que ao final do processo de

adensamento a amostra tenha altura suficiente (aproximadamente 13 cm) para permitir a

moldagem de corpos de prova para os ensaios de laborat6rios (triaxiais, edometrico e

coluna ressonante ).

Durante todo o processo, sao mantidos saturados os canais inferiores de drenagem

e o embolo submerso, afim de garantir a saturac;ao da amostra durante o adensamento no

adens6metro.

0 adensamento da amostra foi dividido em cinco estagios de carga: 6,25kPa,

12,SkPa, 25kPa, SOkPa e 80kPa. Assim, a amostra deve apresentar uma tensao de pre­

adensamento igual ou inferior a 80kPa, pois parte da carga e transferida para as laterais

da caixa por atrito. A durac;ao de cada etapa de carregamento varia de acordo com a Teoria

do Adensamento admitindo-se um grau de adensamento (U) minimo de 90%, com base

nos resultados de compressibilidade apresentados na sec;ao 3.3 deste trabalho. Na Figura

3.5 (a) e apresentado o grafico de tensao vertical x tempo e na Figura 3.5 (b) o gnifico de

recalque x tempo da amostra fabricada.

@] 100

90 ~ 80 "' ~ 70

:>:! 60 ·~

50 ~ > 40 0

'"' '/; 30 c ".) ,... 20

10

0 ()

--&-6.25 kPa

·-·'?··· I 2. 5k l'a

25kh1

50kPa ~80k Pa

Tensao Vertical x Tempo

,.

lO 20 30 40 50 60 70 80 90 JOO I 10 120 !JO 140

r cm po (horns i

28

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-· .J

j; : - · -t :

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Figura 3.5 Gratico de controle da fabrica<;ilo de amostras no adensometro: A) Carregamento com o tempo e B) Recalquc com o tempo.

Concluido o adcnsamcnto, a amostra e rctirada da caixa (Figura 3.6). Para os

cnsaios de laborat(Hio descritos na se<;ao 3.3 c 3.4, procedcu-se <t talhagcm dos corpos de

prova na dimcnsilo dcscjada. Para a realizw;ao dos ensaios de Coluna Rcssonantc (quc

scriio ahordados no capitulo 4 destc trabalho), a amostra do adensometro foi colocada cm

supcrficic rigida e embalada com filmc PVC a lim de conservar a umidadc.

Figura 3.6. Arnostra ap(>s o adcnsarncnto e embalada em filme PVC.

29

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A amostra foi colocada em dep6sito de isopor (Figura 3. 7) umedecido e

acolchoado para transporte de carro para o Instituto de Pesquisas Tecnol6gicas do Estado

de Sao Paulo-IPT. Chegando ao destino, a amostra foi acondicionada em camara umida

para a adequada conserva9ao.

Figura 3.7. Amostra pronta para transporte.

3.3 PAAAMETROS DE COMPRESSIBIUDADE

Como parte integrante da caracteriza9ao estatica, foram realizados ensaios de

adensamento edometrico ou uni-dimensional, e de adensamento isotr6pico. Os ensaios de

adensamento edometrico e de adensamento isotr6pico seguiram os procedimentos usuais

adotados no Laborat6rio de Geotecnia da COPPE-UFRJ baseados nas normas da ABNT

para os referidos ensaios.

Os ensaios de adensamento edometrico foram realizados em uma amostra com

umidade inicial (wi) igual a 93,5%, o que corresponde a 1,5 vezes o limite de liquidez,

sendo esta condi9ao (w = I ,5wL) muito usada em ensaios de modelos centrifugos e

chamada de amostra "Lama". E outra amostra preparada em adens6metro com 80kPa de

tensao vertical maxima que resultou numa umidade ap6s o adens6metro de 53,4%.

A Figura 3.8 apresenta as curvas de varia9ao de indice de vazios e coeficiente de

adensamento vertical com a tensao efetiva vertical aplicada. 0 resultado completo deste

ensaio encontra-se no Anexo B.

30

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2.2

2.0

1.8

Ul 0 .N 1.6 Ill

> Q)

u 1.4 Q) u u

._i::::: 1.2

1.0

0.8

35

30

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5

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- . -· • - -- ·---- - --- -~~-0 -·- · - --·----- ·-- --···- --~- - ··--- -·-··- ·· ---· -

10 100

Tensao Efetiva Vertical ( kPa)

1000

Figura 3.8 Ensaios de adensamento edometrico em amostras de lama e previamente adensadas em adens6metro : varia95es do indice de vazios e do coeficiente de

adensamento vertical.

Os resultados apre_sentados na Figura 3.8 indicam curvas separadas tendo em vista

a diferen<;:a de umidade inicial (e consequentemente o indice de vazios inicial) das

amostras. Observa-se tambem o esperado paralelismo do trecho de compressao virgem.

No que diz respeito ao coeficiente de adensamento (cv), observa-se a proximidade de

valores dos dais ensaios, com exce9ao do ultimo estagio.

Pelo metodo Pacheco-Silva a maxima tensao vertical de adensamento, e de

aproximadamente 30kPa. Tai tensao e inferior a tensao aplicada e pode estar relacionada

a nao transferencia integral da carga aplicada para o solo. A perda de tensao pode estar

realacionada ao atrito lateral do em bolo com as paredes da caixa.

31

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Atraves da curva apresentada na Figura 3.8, podem ser determinados os

coeficientes angulares das retas de compressao virgem e de descompressao, denominados

de indices de compressao (Cc) e ind ice de descompressao ( ou de expansao) (Cs). Estes

parametros, apresentados na Tabela 3.1. servem para estimar os indices de compressao

"/.." e "1<" da teoria dos estados criticos. e que se relacionam de acordo com as equa96es

abaixo (ATKrNSON & BRANSBY, 1978):

l.=.s_ In 10

Cs K=­

lnlO

(3.1)

(3.2)

0 adensamento isotr6pico visa avaliar a compressibilidade do solo na condi9ao

hidrostatica, ou seja, correspondente a linha de adensamento isotr6pico (lai) definida pela

equa9ao:

u = N - I. ln(p') (3.3)

onde N e o volume especifico para p '= I kPa, sendo 'A alternativamente calculado como

o coeficiente angular do trecho de compressao virgem da linha de adensamento

isotr6pico, e:

cr' 1 +2·cr' 3 p' = (3.4) 3

u=l+e (3.5)

0 adensamento isotr6pico foi realizado na camara do ensa10 triaxial

(cr'1=cr'2=cr' 3=cr ' c=p'), onde foram feitas leituras de varia9ao de volume e das tensoes

confinantes cr'c. Neste ensaio foram aplicados os estagios de carga de 50kPa, I OOkPa,

200kPa, sendo descarregado ate 50kPa e entao recarregado ate 400kPa, sendo medido a

varia9ao do volume ao longo de todo o ensaio. Para a obten9ao dos parametros 'A e K, que

sao os coeficientes angulares das retas da " LAI" e da linha de descompressao­

recompressao (LOR). e utilizado o valor da varia9ao volumetrica ao final de cada estagio

de adensamento como apresentado na Figura 3.9.

32

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2.30

2. 25

~.20

.~ 2.15 :..> {-,./

~ 2 . 1()

2.0li

l.95

1.90 In p' 4 (, 7

Figura 3.9 Variac;:ao do volume especifico (u) durante o adensamento isotr6pico.

Os parametros obtidos no ensato de adensamento isotr6pico sao encontrados

atraves de aproximac;:ao linear de cada par (u; In p') de estagios correspondentes a

compressao virgem ou de descarregamento-recarregamento (no anexo B sao apresentados

os resultados do ensaio de adensamento isotr6pico ).

A Tabela 3.1 compara os parametros obtidos pelos diferentes ensaios e suas

devidas correlac;:oes para os parametros indiretos.

Tabela 3. I Parametros de compressibilidade obtidos.

Pariimetro Lama - ID Cc 0.438 Cs 0,103 A. 0,190 K 0,045 N

Wi (%) 93,5

Amostra Adensometro (80kPa)

ID lsotr6pico 0,395 0, 116 0,172 0,145 0,050 0,039

2,706 53,4

Os resultados apresentados na Tabela 3. I confirmam a convergencia dos

resultados citada anteriormente entre a lama e a amostra do adens6metro no ambito da

compressibilidade. Observa-se que o uso das equac;:oes 3.1 e 3.2 superestimam os

coeficientes A. e K, porem na ausencia do ensaio de adensamento isotr6pico podem ser

utilizados como uma estimativa (ATKINSON & BRANSBY, 1978).

33

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3.4 PAR.A.METROS DE RESISTENCIA

0 ensaio de compressao triaxial permite a obten.-;ao dos parametros de resistencia

do solo (c ' e <f) reproduzindo os estados de tensao que podem ser encontrados em campo.

Nesta pesquisa sao abordados somente os ensaios triaxiais de compressao nao drenados

pois se trata de um solo argiloso onde se tern um maior interesse em seu comportamento

nao drenado por ser o comportamento mais critico. Os ensaios triaxiais nao drenados

podem ser do tipo CIU e CAU (do ingles Consolidated, Anisotropic and Undrained),

tambem chamado de CKoU, sendo este caracterizado por ter a etapa de adensamento,

anisotr6pica, mantendo a anisotropia ate o inicio da fase de ruptura.

A anisotropia e quantificada pela razao entre a tensao confinante horizontal e a

tensao vertical aplicada, a esta razao chamamos de Ko ou coeficiente de empuxo no

repouso, tao somente quando o seu estado de tensao se refere ao estado de repouso e e

dado pela equa.-;ao 3.6:

I

K = a ho 0 <J' VO

(3.6)

0 ensaio CAU e comumente realizado porque, na maioria das situa.-;oes de campo,

o solo encontra-se em estados de tensoes anisotr6picas devido a sua forma.-;ao ou hist6rico

de carregamento, logo este ensaio permite obter os parametros de resistencia do solo

nestas situa.-;oes. Deve-se enfatizar que no caso de adensamento anisotr6pico (caso real

de cam po), o OCR e dado por:

a' v m ax OCR= cr' v

(3.7)

No caso das argilas normalmente adensadas, o valor de Ko varia em torno de 0,5

a 0,7. Resultados de laborat6rio indicam que ele e tanto maior quanto maior for o indice

de plasticidade do solo (PINTO, 2006), podendo ser obtido atraves da formula.-;ao de

JAKY (1944).

K0 n.a . = 1 - sen( cp') (3.8)

34

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Esta equa9ao (3.8) e baseada em fonnulayoes te6ricas e dados experimentais.

do uma fun9ao do angulo de atrito interno efetivo do solo (q>). o qual pode ser obtido

No caso das argilas sobreadensadas, o coeficiente de empuxo no repouso e maior

que nas argilas normalmente adensadas. e tanto maior quanto maior o OCR. lsto ocorre

rque ao aliviar a carga vertical no solo. o atrito entre as particulas de solo impede que

a tensiio horizontal seja tambem aliviada (PINTO. 2006). Sendo assim. MAYNE &

KULHA WY ( 1982) reformularam a formula9ao de JAK Y ( 1944) de forma a incluir este

. comportamento, apresentado abaixo:

K - K · OCR sen( qi') o s.a. - o n.a. (3.9)

Para realizayao dos ensaios triaxiais, o corpo de prova de solo foi moldado em

formato cilindrico com I Ocm de altura e 5cm de diametro.

Nesta pesquisa foram realizados 8 ensaios de compressao triaxial do tipo CAU.

sendo 4 ensaios realizados na condiyao normalmente adensada com tensoes verticais de

100, 200, 300 e 400kPa, e 4 ensaios realizados na condi9ao sobreadensada, com diferentes

razoes de sobreadensamento (OCR igual a 1,5; 2 ; 2.5 e 3,5).

Os ensaios sobreadensados consistem em duas fases de adensamento do corpo de

prova, sendo a primeira fase com uma tensao vertical definida (neste caso 400kPa) e

tensiio horizontal determinada pelo Ka n.a. pois ainda nao foi gerado nenhum

sobreadensamento. Na segunda fase as tensoes sao calculadas pelo OCR desejado

segundo a equa9ao (3 .9) que impoe consequentemente a tensao horizontal.

A Figura 3.10 apresenta a envolt6ria de resistencia dos ensaios normalmente

adensados, obtendo-se o angulo de atrito igual a 23, 7° para a condi9ao de estado critico.

Este valor e pr6ximo de q>'cv = 23° referenciado em ALMEIDA ( 1984) para o mesmo

material estudado e usado para estimativas preliminares dos valores de Ko adotados na

serie de ensaios CAU normalmente adensados . Os valores de Ko para os ensaios CAU

sobreadensados sao apresentados na Tabela 3.2. Adotou-se como premissa cp'n = cp' para

fins de estimativa dos valores de Ko fomecidos pelas equa95es 3.8 e 3. 9. As curvas tensao­

deforrna9ao e demais resultados dos ensaios CAU sao apresentados no Anexo C deste

trabalho.

35

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180

160

140

120 ,.-..

~ 100 .:.L.

~ 80

60

40

20

0 0

Envolt6ria Mohr-Coulomb

-- Ll1\ olttiria CP Ol - IOOkPa CP 02 - 200 kPa CP 03 - 300 kl'a CP 04 - 400 kPa Ko

50 100 150 200 250

CT', s' (kPa)

300 350 400

Figura 3.10 l·'.nvoltoria de resistC:ncia no estado critico da scrie normalmente adensada.

As trajc t<'l rias de tens<'h:s dos ensa ios CJ\ l J sobreacknsados cos correspondentes

circulos ck Mohr para a condii;ao de estado criti co sao apresentadas no J\ ncxo C. Ainda

na scric sobreaden sada obtevc-sc um valor de angulo de atrito de estado critico igual a

20,6° para a condi i;ao, um pouco interior ao obtido para a seric de cnsaios normalmente

adensados (ver Figura 3 .10). Os angulos de atrito apresentados foram obtidos atraves eta

intcrpo lac;ao das coordcnadas da traj et<i ria de ten socs (no e ixo s' : t) referente ao est ado

critico e convcrtido para o sistema das tensoes principais (0 : <).

H {1 incertaas quanta a ocorrcncia do cstado critico, aprcscntado pe la ohtcni;ao de

difcrentes angulos de atrito, que podem estar re lacionadas a lubrifica9ao de topo e base

no ensa io tri ax ia I e ev idenciadas quando anal isadas as curvas tensao-deformac;ao

apresentadas no Anexo C.

Na Tabe la 3 .2, sao aprescntados os resultados obtidos nas duas series de ensaios

triaxiai s, normalmenh: aden sados e sohn:adcnsados, usados para ddcrminar a variac;ao

de resistcncia niio drenada (Su) com o OCR e tensao cfctiva vertical.

36

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Tabela 3.2 Resumo dos resultados dos ensaios triaxiais nao-drenados.

Su <J'v Sul<J'v OCR Ko CP-01 32,08 100,00 0,32 1,00 0,61 CP-02 47,05 200,00 0,24 1,00 0,61 CP-03 64,81 300,00 0,22 1,00 0,61 CP-04 102,76 400,00 0,26 1,00 0,61 CP-05 53,68 113,00 0,48 3,54 1,00 CP-06 58,78 160,00 0,37 2,50 0,87 CP-07 64,89 200,00 0,32 2,00 0,80 CP-08 77,71 266,67 0,29 1,50 0,71

A partir dos resultados dos ensaios CAU foi estabelecida a rela9ao entre a

resistencia nao drenada referente ao estado critico do solo, sob determinada tensao efetiva

vertical, e a respectiva razao de sobreadensamento do solo. Esta analise, feita atraves do

metodo SHANSEP proposto por LADD & FOOTT (l 974)e com respaldo no modelo

CAM-CLAY (WOOD, 1990), estabelece a equa9ao 3.10 queja e difundida e aplicada em

diferentes casos de previsao de resistencia nao-drenada.

S = K · a' · OCRm u v (3.10)

onde os coeficientes K e m sao por defini9ao o coeficiente angular e o expoente da reta

obtida por regressao linear no grafico "Su/cr'v versus OCR" em escala logaritmica,

conforme apresentado na Figura 3.11 e proposto por ALMEIDA (1982).

0.8 ' ! ' I

0, 7 -------- ---- -----+---------+--------t---- -~-- ---4-----f--' I 0.6 1 ' -. I

0.5 - l i

0.4 --- ------------- -- - - __ J::-··~·····_ ,_ - --,-----1---J~ 1 ••••• ••••••••• ! y=O 'Hxo.s::s

., .... · I - .~- .

.... ... 1f" .... ······• j R' = 0.957

.... · I

I !

0.2 I

I I t -I

.I I I

0.1 -+--------+-----+---~-~-~~~ 1 2 3

OCR

4 5 6 7 8

Figura 3.11 Determina9ao grafica dos parfunetros do modelo de previsao de resistencia nao drenada.

37

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J\ base de dados da Figura 3.1 1 nao considerou o resu ltado de Sula·, obtido no

CP-01. pois o mesmo tinha tensao con1inantc muito pr6xima da tensao efetiva vertical

aplicada na fabrica<;:ao da amostra cm adens6metro que poderi a scr influenciado devido a

resquicios do hi st6rico de tensocs induzido no adensometro. Inclusiv e. obscn a-se que o

resultado de Sula ·, = 0.32 obtido no CP-0 I diverge dos demais apresentados. A utiliza<;:ao

da equa<;ao 3.10 forneceu para metros m=0.528 c I\. =0.234.

3.5 COMP/\RJ\(AO DOS RES l ll.TADOS OBT IDOS COM PARAMETROS DJ\

LITERATl JRJ\

0 caulim Speswhitc. estudado e caractcrizado ncste trabalho. tern ampla utiliza<;ao

em pesq ui sas por todo o mundo. sendo utilizado no ln stituto Frances de Cicncia c

Tccnologia cm lransportcs. Planejamento e Redcs (IFSTTAR - lnstitul Franc;ais des

Sciences et T cchnologies des Transports. de I" Amenagcmcnt ct des Reseaux ). na

Univers idade do Ocste da Australi a (lJWA - University of Western Australia). na

Universidadc de Cambridge e cm pesqui sas conduzidas no laborat6rio de modelagem

centrifuga da COPPE-U FRJ . A Tabela 3.3 compara os parametros encontrados neste

trabalho com a literatura.

Para efe itos de melhor compara<;:ao com os dados disponiveis na literatura. o

angulo de atrito <.p. n do solo e representado pelo parametro M do mode lo C 'A .\1-CLA r que

e dado por:

M = 6 s e n ( <P~v ) 3 - sen(<P~v)

(3.11)

Tabela 3.3 Quadro comparativo dos resultados obtidos com a literatura adaptado de CHAPMAN et al. (2007)

CLEGG

Parametro Prcsentc ALMEIDA ( 1981) & ELMES Estudo ( 1984) AIR EY

( 1984)

WL ('Y.1) 62 69 69 WP ( 6/.1) '),

_ .) 38 38 11'(%) 39 3 1 3 1

Gs 2.615 2.6 1 C, (I o -H m1/S) 3.4 - 34.7 a

M 0.93 0.9 0.84 i~ 0.14 5-0. 190 " 0.25 0.21-0.31 K 0.039-0 ,050 b 0 ,05

" Va lorcs para faixa de tensoes verticais de 6.25 kPa a 400kPa " F aixa de val ores para amostra de Lama e Aden so metro

( 1985)

2.61 50

0.82 0.14 0.03

AL-

FAN'.\ I'.\ TABBAA

S\11TH ( 1987) &

(I 98(i ) PHILLIPS

( 199.1)

( 1988)

64 31 33

2.64

0.88 0.9 0.8 0.25 0.187 0.174 0.04 0.03-0.06 0.05

38

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r Kon.a.

2,6 0,61 0,69

CONCLUSOES DO CAPITULO

3,44 0,69

2,87 3,51 0,64

3 3,34 0,69

• Atraves do seu percentual de argila (<0,002mm) de 50% mostra-se que o material

nao se encontra de acordo com especifica9ao do fomecedor que deveria ser um

percentual maior que 80%;

• Atraves da analise mineral6gica o material contem em sua ma1ona o argilo­

mineral caulinita, que e caracteristico do material utilizado como representa9ao

de argila;

• Os resultados da analise quimica mostram que nao ha intemperismo no material,

que e decorrencia de serum material industrial e nao natural;

• Os parametros de compressibilidade e resistencia apresentados sao caracteristicos

de materiais argilosos e confirmam a representatividade do caulim comparado a

solos argilosos;

• A tensao maxima aplicada no adensometro da COPPE nao foi integralmente

transmitida para o solo;

• Ha incerteza da ocorrencia do estado critico na ruptura dos corpos de prova nos

ensaios triaxiais;

• Os resultados do presente estudo apresentados na Tabela 3.1 apresentam-se

pr6ximos dos outros valores encontrados na literatura disponivel e podem ser

utilizados como valores mais recentes nas pr6ximas pesquisas.

39

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4 ENSAIO DE COL UNA RESSONANTE

0 programa de ensaios de Coluna Ressonante (CR) aqui realizado em amostras

de caulim Speswhite (SK) consistiu na realiza9ao de ensaios adensados isotropicamente

em duas fases. A fase de carregamento, chamada de normalmente adensada onde cada

tensao confinante e a maxima tensao aplicada. E a fase de descarregamento, tambem

chamada de serie sobreadensada (OCR de 2, 4, 7,85 e I 5,7), pois sua tensao confinante

ja nao e a maxima aplicada no mesmo corpo de prova. Os ensaios foram realizados em

coopera9ao com o Instituto de Pesquisas Tecnol6gica - IPT, instituto este que realiza

ensaios de CR desde I 980 (BARROS et al., 2007).

A enfase do capitulo e a caracteriza9ao dinamica por meio do ensaio de coluna

ressonante, onde sera abordada a sua concep9ao, o procedimento de ensaio e os resultados

obtidos.

0 processo de fabrica9ao adotado para as amostras do ensaio de coluna

ressonante foi o mesmo utilizado no processo de fabrica9ao para os ensaios convencionais

de laborat6rio ( descrito na se9ao 3 .2. I). Entretanto, devido aos equipamentos serem

diferentes (ensaios convencionais - Capftulo 3 e ensaio de coluna ressonante - Capftulo

4) os corpos de prova para os ensaios de CR foram talhados com 3,5 cm de diametro por

8 cm de altura. Na primeira tentativa de realizar o ensaio, percebeu-se que a amostra

estava com baixa consistencia, deformando-se sob seu peso pr6prio. Estima-se que o

transporte pode ter causado alguma altera9ao devido a vibra9ao durante o transporte e por

conseguinte ter dissipado o excesso de poro pressao negativa na amostra. Assim, decidiu­

se realizar um adensamento isotr6pico sob tensao confinante de I 50kPa, para que

posteriormente fossem talhados os corpos de prova no tamanho adequado do ensaio. 0

processo de fabrica9ao de amostra sob adensamento isotr6pico foi o mesmo descrito em

BARROS et al. (2007).

4.1.1 0 equipamento de CR e a medic;ao das variaveis de interesse

0 ensaio de CR consiste essencialmente na aplica9ao de vibra95es senoidais de

compressao e/ou de tor9ao, que resultam em deforma95es cisalhantes muito pequenas ( da

ordem de I 0-5 a I 0-2 %) a um corpo de prova cilfndrico, previamente submetido a uma

tensao confinante em uma camara triaxial.

40

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A Figura 4.1 apresenta o esquema do fluxo de informa95es e resultados

relacionados ao ensaio de CR. Na Figura 4.2 pode-se identificar todos os equipamentos

envolvidos no aparato (sem a camara triaxial), tambem chamado de Aparato de Drnevich.

Nesta figura visualiza-se a barra de calibra9ao de ayo em substitui9ao do corpo de prova

de solo. Sao apresentados os equipamentos envolvidos no ensaio de CR somente para

medi9ao das vibra95es na horizontal, que provocarn no corpo de prova deforrna9oes de

tor9ao.

QSADAPARA ED!y0,o DO • • •

AMORTECJMENTO

AMPITTUDE DE DE

DEFORMA<;AO

lh1PRE5SORA. GR.t..FJC!..

VERIFJCAC.AO DA OCORRENCJA DA

RESSONANCIA PEL;>. EUPSE DE LISSAJOUS

VOLTIMETRO 'MULTIME-RO'

GER ADOR DE FUri~OES

FREQUENOME'RD

AMPUFJCA.DOR

CAIXA DE COWROLE

MEDl<;AODA FREQUENCJA DE

VlSRA<;AO

CONDICION.O.DOR DOS ACC1. ::A.MPUFJCADOR DE CARGA:

RESPOSTA TORSIONAL DO SOLO CAPTADA

PELOS ACELEROMETROS

........ . · .\ ·'<J---f--- ................ " I

CEFOF. Mt.. >: ~O : CORPO DE A.XI Al 1 PRO'iA.

I I I

·· ..... ..... <..J---'

COt·:FU>A.MHCO co~.-POL•.DO

Figura 4.1. Ensaio de Coluna Ressonante: esquema de funcionamento (adaptado de BARROS, 1997).

41

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Figura 4.2 . Yisao geral equipamentos para os ensaios de CR

42

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Conforme apresentado na Figura 4.2, denomina-se oscilador o conjunto de imas,

acelerometros e bobinas. Tambem e chamado de oscilador do tipo Hall (HALL & !

RICHART, 1963) no caso do modelo "fixo-livre", que usa uma massa rigida no topo do

corpo de prova para uma melhor distribui<;:ao de deforma96es ao longo do mesmo

(RICHART et al., 1970). 0 escopo deste trabalho so abrange ensaios no estado

bidrostatico de tensoes, comumente denominado (erroneamente) de estado isotropico de

0 oscilador permite que uma determinada rigidez adicionada a uma das

extremidades acrescente um momento polar de inercia lo no topo do corpo de prova

(Figura 4.3). Este procedimento de aplicar uma tor9ao 1 na extremidade "livre",

proporciona uma varia9ao de rota9ao angular 8 aproximadamente linear ao longo do

corpo de prova de caracteristicas, d, L e p, e parametros G e D, obtendo-se entao uma

·• distribui9ao mais uniforme de deforma96es cisalhantes ao longo do comprimento do

. corpo de prova (BARROS, 1997).

Rota~ao do Topo, 0

e;;::33at----L. ~~ ..... ,......_,r-----Torsao aplicada, r

......,..;.:....+.-~S!=:!~~==--lnercia do topo +Oscilador, I0

:, ·>, ,·.-., . .

Topo livre

Corpo de prova com raio R, Comprimento L, Massa Especifica p, Modulo Cisalhante G, e Razao de amortecimento D.

Figura 4.3 Esquema da CR com suas variaveis (adaptado de DRNEVICH et al., 2015).

A principal caracteristica do oscilador tipo Hall e nao possuir um sistema de

· amortecedor (molas longitudinais e torcionais usados no oscilador tipo Hardin,

· (RICHART et al., 1970). Esta caracteristica simplifica as condi96es de contorno e

consequentemente o desenvolvimento matematico, exposto na se9ao 2.3.3 .

43

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Como proposto por HALL & RICHART ( 1963) o sistema ·'fixo-livre .. acoplado

ao oscilador do tipo Hall tambem permite a medi9ao da razao de amortecimento (D) pelo

metodo do decaimento das vibra95es li vres, tratada isoladamente na se9ao 2.3.3.2. esta

se9ao sera tratada a metodologia empregada para a obten9ao da razao de amortecimento.

Com base nas considera95es dos paragrafos anteriores, HARDIN & DRNEVICH

(1972) e DRNEVICH et al. (I 978) iniciaram as di scussoes que formularam a Coluna

Ressonante de Drnevich e foram fundamentais para a normatiza9ao da ASTM 040 I 5

(2007) . Todo o trabalho aqui desenvolvido com o ensaio de CR esta ancorado na norma

ASTM 04015 (2007).

0 procedimento de ensaio para o equipamento descrito anteriormente inicia-se

com a coloca9ao do corpo de prova, com 3,5cm de diametro e 8cm de altura, na base fixa

da ciimara triaxial. Em arnbas extremidades, sao colocadas pedras porosas com papel

filtro e conectadas entre si atraves de papel filtro lateral em espiral para auxiliar na

drenagem.

Para garantir a condi9ao de engastamento adequada na base, a pedra porosa possui

saliencias que aumentam o atrito entre a base e o corpo de prova, sendo a pedra porosa

fixada com parafusos a base da celula (pedestal). Complementarmente, deve-se verificar

o mfnimo coeficiente de atrito de 0,2, para cada deforma9ao cisalhante (y) aplicada e seu

respectivo modulo cisalhante (G), entre o cabe9ote e o corpo de prova, confonne proposto

por DRNEVICH et al. (1978).

y·G ---< 0,2 O"contato

( 4.1)

onde, Ocontato e a tensao normal efetiva aplicada pelo peso do cabe9ote e pedra porosa

(244,09 gramas) no corpo de prova.

0 anexo E deste trabalho apresenta uma tabela com todos os pares G e y

encontrados, e verifica9ao da tensao minima de atrito entre o cabe9ote e o corpo de prova,

para os ensaios que sao realizados.

Posicionado o corpo de prova, colocam-se as membranas de borracha e coloca-se

o cabe9ote (top-cap) que sera acoplado ao oscilador, conforme apresenta-se na Figura

4.4.

44

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'.,.,-/·~~. ,,...,,..,....! !\1cmbranas i

__ ,,./_,..-/

..

Figura 4.4 Amostra posicionada para ser acoplado o oscilador.

Como explanado por BARROS ( 1997), a passagem de uma corrente de tipo

senoidal nas bobinas, a fon;:a produzida tambem tem seu formato senoidal que por fim

acaba resultando mun torque do tipo senoidal. A fon;:a induzida no eletroima, provoca a

sua rota9ao e transmissao da rota9ao para o corpo de prova, desde que obedecida a

equa9ao 4.1, e devido ao seu formato senoidal ( alterniincia de sentido) provoca uma

vibra9ao no corpo de prova, que e captada por um acelerometro piezoeletrico (ver Figura

4.5) instalado no oscilador posicionado na horizontal (sentido da tor9ao ). Estes

aceler6metros piezoeletricos sao insensiveis a campos magneticos.

Neste estudo, s6 sera medida a acelerac;ao horizontal, uma vez que foge ao escopo

avaliar a transmissao de ondas compressivas (no sentido vertical do corpo de prova),

tambem possiveis de serem avaliadas com o mesmo equipamento.

Na Figura 4.5, e apresentado o corpo de prova protegido por pe9as rigidas de PVC

a fim de absorver ainda o peso do oscilador ate que seja contrabalan9ado por uma mo la

vertical. Quatro bobinas fixas ( duas situadas na parte frontal do oscilador e duas na pm1e

traseira) situadas externamente ao oscilador induzem uma for9a eletromagnetica entre as

mesmas e os eletroimas, resultando em um torque em relac;ao ao eixo do corpo de prova

45

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,,\ Acelerometro ··,;.

Figura 4.5 0 oscilador do tipo Halle sua montagem

0 peso do oscilador nao atua no corpo de prova, pois e contrabalarn;:ado por um

urna mola que sustenta o conjunto de dois bra9os de sustenta9ao dos eletroimas. Ap6s o

acoplamento do oscilador o transdutor de deslocamento variavel linear (LVD7) e entao

instalado. A Figura 4.6 apresenta todos os equipamentos acoplados ao corpo de prova.

. ( •.

~ 1t -"\i •.... ,. ·· ~ ~I . , . ""' ~' <

' ' ' i

Figura 4.6 Corpo de prova ainda protegido e com os equipamentos acoplados.

46

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A camara triaxial e entao fechada com uma tampa, a qual permite as conexoes

extemas (ver Figura 4.1 e Figura 4.2), incluindo-se o man6metro. A tensao confinante na

ciimara triaxial e teita com ar comprimido, ea fim de evitar a migrayao do ar da camara

para o interior do corpo de prova, utiliza-se agua na camara (Figura 4. 7).

Figura 4. 7 Aparato montado aguardando a inseryao da camada superficial de 6leo

Adiciona-se ate um altura de aproximadamente I cm acima do corpo de prova

agua (Figura 4.8), e logo acima, adiciona-se uma camada superficial de oleo vegetal para

impedir a evaporayao e condensayao da agua no interior da camara tendo em vista a longa

dura9ao do ensaio (Figura 4.8 e Figura 4.9).

47

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Ar

Figura 4.8 Esquema da submersao do corpo de prova durante o ensaio.

Figura 4.9 Aparato finalizado para ser submetido a tensoes confinantes.

48

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Apresentado o aparato da coluna ressonante, conforme esquema proposto na

Figura 4.1. o procedimento de ensaio inicia-se a partir da gerai;ao de vibrai;ao. realizada

pelo gerador de fun96es , com determinada frequencia e amplitude. Essa vibrai;ao e

amplificada para que seja reproduzida mediante sinais alternados de corrente eletrica nas

bobinas, e consequentemente transmitida para o corpo de prova atraves do oscilador. A

resposta do solo as vibra96es induzidas e captada pelos acelerometros instalados no

oscilador.

A resposta dos acelerometros e transmitida por cabos ate o condicionador dos

acelerometros (amplificadores), onde seus pulsos sao amplificados e direcionados para o

voltimetro atraves da caixa seletora. A resposta dos acelerometros apresentada no

voltimetro e a representai;ao da amplitude de deformai;ao que esta sendo aplicada no

corpo de prova. A emissao dos sinais geradores de torque e a resposta dos acelerometros

sao interligados tambem a caixa seletora e sao direcionados ao oscilosc6pio nos canais

horizontal e vertical.

Na condii;ao de ressonancia (ASTM 04015, 2007), realizam-se as medidas de

acelerai;ao tangencial (eq. 2.22) do corpo de prova durante a aplicai;ao da vibrai;ao

(medida no voltimetro) e da frequencia de vibrai;ao (medida diretamente pelo

frequencimetro ). A condii;ao de ressonancia do sistema ocorre quando a frequencia de

emissao da vibrai;ao e a frequencia da resposta do solo tern os seus sinais em fase.

A relai;ao de fase entre os sinais de aplicai;ao do torque ea resposta do solo e dada

atraves da formai;ao da elipse de Lissajous na tela do oscilosc6pio, conforme apresentado

na Figura 4.10. A elipse de Lissajous formada indica uma defasagem de 0,511: radianos. e

a ocorrencia de ressonancia no sistema solo-oscilador. A elipse de Lissajous so e formada

quando o sinal indutor e receptor possuem formato senoidal. Tai fenomeno se da pela

variai;ao da frequencia de oscilai;ao do gerador de funi;oes, atraves do amplificador, para

cada amplitude de deformai;ao aplicada.

49

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• • I ,~- j

: J,~i .. . ''-,1 .

Figura 4.10 Elipse de Lissajous no osciloscc)pio para frcquencia de vibra<;:i'io de 52kl Iz e amplitude de deforma<;:i'io medida por 149,4 mV. Valores obtidos na conferencia do

funcionamento dos aparelhos com a barra de calibrac,:iio.

Na condi<;:i'io de ressonancia as vibrac,:ocs captadas pelos aceler6metros sao

intrinsecas do solo, pois, numa condic,:ao diterente desta assume-se que as vibrac,:oes

captadas sao intluenciadas pela massa inercial do oscilador.

J\ssim, infcrc-sc que as propriedadcs do so lo serao tao somente validas quando

obtidas no cstado de rcssoniincia cntrc o oscilador e o solo para uma ton;ao aplicada.

Posteriormente a obtcn<;:iio da condic,:ao de ressonancia, medc-se a frcqucncia de vibrac,:ao

e uma respectiva amplitude de dcformac;ao cisalhante.

Na sec;ao 2.3.3 mostrou-se como sc rclacionam o modulo de cisalhamento (G) ea

deformac,:iio cisalhante (y). Todo o proccdimento de medic,:ao de Gey podc ser repetido

para diterentes amplitudes de deformac,:ao devendo sempre ser estabclecida a condic;ao de

ressonancia adequada para cada amplitude de dcformac;ao

50

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A medic;ao do G c f'eita ap6s a aplicac;ao das tensoes confinantcs durante ~4 horas

(1440 minutos). para acompanhamento da evoluc;ao do modulo cisalhantc de acordo com

a evoluc;ao do adensamento. 0 Gm," do solo c considcrado como o m()dulo cisalhantc

medido ap(ls I 000 minutos. Conforme proccdimento aprescntado em HARR OS ( 1997) c

A DER SON & STOKOE ( 1978). a utilizac;ao do modulo cisalhante ap()s I 000 minutos

objcti\a dcsconsiderar os efc itos de Ion go prazo do adensamcnto na amostra ( cre<'p 0t1

adensamento sccundario ). Devi do ao hor:irio de inicio do ensa io muitas 'ezes. nao sc tern

a medir;ao no instante de I 000 minutos ap(ls inicio do estagio de adcnsamento. Sendo

assim. c feita uma interpolac;ao entrc as t'.iltimas medic;ocs para infcrcncia do Gna\· A

influencia do adensamento secundario nas med ic;oes de Gm;, foge ao cscopo deste estudo.

Para ohtenc;ao da degradac;ao do modul o cisalhante. a fim de ohter a cun a

nonnalizada do mod ul o cisalhantc com uma faixa de dcfonnac;oes cisalhantes. e

empregada a tccnica apresentada por ANDERSON & RICHART ( 1976) e emprcgada em

BARROS ( 1997).

Sabe-se que a obtenc;ao do Grna\ ocorre na menor deformac;ao possivel ( definido

pela limitac;ao do comportarnento solo-oscilador). tambem chamado deformac;oes muito

pequenas . Segundo a litcratura, a medida que o corpo de prova c suhmctido a uma

deformac;ao maior. elc nao recupera instantaneamente o scu va lor anterior de Grna,. Assim

sendo. para solos argilosos. estabeleccu-se a tccnica de nao aguardar a recupcrar;iio

completa do modulo cisalhante obtido antes de scr suhmetido a deformac;oes de grandc

amplitude.

T odavia . constata-se que a relac;ao entre o G para uma pequena amp I itude de

deformac;ao ap6s a aplicac;ao de uma grande deformac;iio e o G para uma grande amplitude

de deformac;ao. mesmo que nao seja recuperado totalmente o valor do Grna \ . c mantida

igual ao ensaio em que se recupera o Gna' integralmente ap6s submetido a uma grande

amplitude de dcformac;ao. Para ohtenc;ao da curva normalizada para uma faixa de

deformar;ao faz-se ncccssario que a amplitude de dcformac;ao seja aumentada. a qual

chama-se cnsaio para grandcs amplitudes (Figura 4.11 ).

51

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t

G r-.Jllll'1-o~-o- - a_ m <! _~ -

.... a... o--·o--a

Sequenc1a de olto omplllude

''tl , .c-·· ..... o .. " a-~·o·~

G -· o - ~ > lO-3 0/o

; 0 • i : 10" 3 °/o C0 • COn$tonte

Recupero~oo de Gmoll ___ ,___ ... ') , 5 r----t----+-----~-------~--1

0

lO 25 30 TEMPO (min)

Figura 4.11 Varia9ao do G de acordo com as amplitude crescentes de deformas:ao (BARROS. 1997 apud ANDERSON & STOKOE. 1978)

Como apresentado na Figura 4.1 I. a aplicas:ao de deforn1a96es de grande

amplitude. se da em estagios alternados de uma grande amplitude de deforma9ao e urna

baixa amplitude. sendo que a grande amplitude de deforma9ao aumenta de fonna

gradativa (aumentada em 2 vezes) quando submetida a um estagio subsequente de grande

amplitude de deforma9ao. Concluidas as determina96es de G para grandes amplitudes

(<10-2%. no ensa io de coluna ressonante). o corpo de prova permanece sendo monitorado

ate recuperar o va lor do modulo cisalhante obtido antes de ser submetido a um novo

estagio de tcnsao confinante (Figura 4.11 ). Tai recupera9ao. quando atingida. confinna

que o corpo de prova hipoteticamente nao sofreu nenhuma deforma9ao permanente que

tenha alterado suas propriedades. Assim. o corpo de prova tica caraterizado como

indeformado para assim scr subrnetido a outro nivel de tensao continante e novas

medi96es de Gma, . 0 carater indeformado do corpo de prova para ser submetido a uma

nova serie de amplitude de deforma96es. ea principal caracteristica do ensaio de CR. de

serum ensaio nao destrutivo .

Alem das medi96es do modulo cisalhante. mede-se tambcm a razao de

amortecimento D em coluna ressonante. As medi96es de D ocorrem sempre apos a

determina9ao do G para grandes amplitudes. visando obter uma varias;ao juntamente com

a amplitude de deformas;ao aplicada.

52

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Em coluna ressonante, existem algumas maneiras para se calcular a razao de

amortecimento, conforme apresentado na equa9ao 2.28 do capitulo anterior. Uma delas,

norrnatizada pela ASTM 4015 (2007), e o decaimento durante a vibra9ao livre que para

o caso "fixo-livre" e com uso do oscilador do tipo Hall, conforme apresentado no item

2.3.3.2, e encontrado pelo uso direto das equa96es 2.30 e 2.31.

0 decaimento livre, conforme apresentado em RICHART et al (1970), tern sua

ocorrencia quando no oscilosc6pio e colocada a apresenta9ao em seu eixo "y" da resposta

dos acelerometros em furn;:ao do tempo decorrido que e apresentada no eixo ·'x". Entao,

em seguida desliga-se o gerador de furn;:oes por meio da caixa seletora, enquanto e monitorada a amplitude da resposta dos acelerometros em fmiyao do tempo, conforme

apresentado na Figura 4.12.

\ ~.··.· ··:· ·- ·-. ·_,.· .... . ·:.rr ... . ~ '

.,. "' .. _.. , .. "

Figura 4.12. Monitoramento do decaimento livre da excita9ao torcional , ap6s desligamento da vibra9ao induzida.

53

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0 cornportarnento rnonitorado do decairnento livre. e irnpresso via irnpressora

grafica acoplada, e assirn, rnanualrnente sao calculadas as amplitudes relativas de cada

ciclo de arnortecirnento (Figura 4.13).

10

0 9 ..... 8 (.) .....

t.}

te "O

7 to: (,) 6 a.>

"O (.'3 5 > ·-.... te -(l,) 4 ;....

CJ "O .... .... -·-- 3 Cl. ..... = <

Ninnero de ciclos de amortecimento

Figura 4.13 Grafico para determina<;;ao do decrernento logarftrnico (RICHART et al. , 1970).

A deforma9ao cisalhante e dada pela rnedic;:ao da amplitude e da frequencia. coma

apresentado na se<;;ao anterior, no instante irnediatarnente antes do desligarnento da

vibra9ao. Ou seja, para cada amplitude de deforrna9ao aplicada, obtern-se urn par de Ge

D.

54

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4.2 RESUL TADOS

4.2.1 0 modulo de cisalhamento maximo (G)

As figuras 4.14 e 4.15 apresentam as evoluc;:oes dos m6dulos cisalhantes com o

tempo de confinamento, para a serie de ensaios normalmente adensados e

sobreadensados, respectivamente.

0J 200 ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

180 - - - - --------------- - --- --------- - - ------ --- ----

160 - -- - - ·-------- - --- ---- - --------- - ----- --------

140

-120

- - --- - -- - -- - -c;:- ----- -;t: _ _ _ _ __ ,.;---- ···- ----------.----- - - ----

... ...... .... ... --------~-----A:_-J._-J. ________ J _ __ _____ - - - - - - ---

~ Q,.

:; 100 '-'

~ 80

60

40

20

"-

--- - --·· - - - --------- - ·-----·- - - - -·- ---+---- - ----

•• ----------------------·-~---- -------------

•• - - - -------------.-.-- - - -------- - - ----- - - ------

0 _._~~~-.-~~~~~~~~-i-~~~~,..--~~~_,.....

0.1 10 100 tempo (min)

JOOO 10000

~

-~ Q,. -~ '-'

~

180

160 ;

- - ------ - - - - - -------------- - ----- ----- - - -- - -

.,._ .. 140 ------------------------ --~ ·- -------- - --- ----.,.;

120

JOO

-- - -----c,,,- ,, - ·-.;. -- ~w- --'<--~/--- -- ----4"i- -- -~-------- - -

... ... - ------... --.--.---· --..&--4... ____ ___ _ --------- --------• 80 ---- ----- - ---- - - ----- ------- - - -.---- -- - --- ----

60 - - - ------- ----- ------- ·---· ___ .._ __ - --- -- - --- ----

• 40 - - - ---------- - ---- ···- - - --·--· ···- ···----·---- - ·-- ·- - - -----

20 • - - - ----------- - - -- - - ---- - -- - ---------- - - ----

••• • • 0 _._~~~-..-~~~--,~~~~~~~~-..-~~~----'

0.l 10 100 1000 10000 tempo (min)

+ 280 kPa

350 kPa

.._ 420 kPa

560 kPa

+ 280 kPa

350 kPa

.._ 420 kPa

560 kPa

Figura 4.14 Adensamento dos corpos de prov as na serie normalmente adensada: A )CP J

e B)CP2.

55

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0J 200 -.-------------------------.,

180

160

----- - --- - - - · - - --- - -- - - ·-- - - - --· - -- · - _::j __ - - --- - ---- --- ---- -

'·"-140

~ 120 0:

Q. ;:; 100 ._,,

~ 80

60

40

20

0 0.1

Dill

10 100 tempo (min)

1000 10000

200 -.---------------------------,

180 ~ -- --------- - - -------- ---- --- - ·--- - - - -------- --- -- ---'·t,

160

140 --~ -- --- ---- - - - -- - -- --- - - --· - ·- - - - ---- - - --· - ---· --

~120 C'<I

Q.

§,100 C-'

1-------- - -- - - - -- - - --- - .-- ----- - -- - - -------- ·- - --- -- -- - - ----- - ---- - -

·- ·<_ .:•

80

60 ~ - - -

40 ~ -- ------ - - - -- - - --- ----- - ------ - - - ----------------

20 ------ - - -- -- ----- -----·-------- -···- - · - - ····-- - --- ----- ------ ------

0.1 10 100

tempo (min)

1000 10000

• 280kPa ­OCR~ 2

140kPa -OCR=4

70kPa -OCR=8

• 280kPa­OCR=2

140kPa -OCR=4

70kPa -OCR~8

J5kPa­OCR= l6

Figura 4.15 Adensamento dos corpos de provas na serie sobrcadcnsada: A )CPI e

B)CP2.

56

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A partir do ca lculo aprcsentado no Anexo 1:, o tem po de adensamento e suficicnterncnte para a conclusao total do adcnsamcnto prim{irio no corpo de prova.

Todav ia, cm anali sc as figuras 4.14 e 4. 15. os corpos de prova nao apresentaram algum

indicio do adensamento secundario conforme apresentado em BARROS ( 1997).

;\ Tabda 4.1 apresenta o rcsumo dos valores do modulo cisalhan!L' para I 000

minutos, por intcrpola<;:ao das duas t'Iltimas medidas de G durante 24 horas de

adcnsamcnto.

Tabcla 4.1 Resumo dos va lores de (imi1x obtidos

Tcnsao OCR Cmi" (MPa)

Confinantc (kPa) CPI CP2

280 76,4 86.9

350 118,1 I 08,5 JUI.

420 134,I 121 J

560 156,6 160,0

280 2 131,5 168,1

140 4 113,1 11 9,8 s.a.

70 8 90,7 97,0

35 16 87,0

Como aprescntado na Tabela 4.1, os valores para a tcnsao conlinante de 280kPa

da serie sobreadensada, possuern uma diverg0ncia entre os resultados do CPI e do CP2

sign iticativa (mais de 25 % do va lor m:lx imo), scndo os J emais va lores com diferen<;:as de

no maximo I O~lc ..

De acordo com a tccnica apn:sentada na se<;:ao 4.1 .1 , realiza-se o aumcnto da

amplitude de defonn:11,:ao a lim de obter a curva de degradw,:ao do ml'idulo G normalizada

As Figura 4.16 e Figura 4.17 apresentam as curvas de dcgrada<;:ao do 1rn\dulo

cisalhante de cada corpo de prova reterentc a cada historico de tensao submctido.

57

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0J 1,1 -.---------------------------.

~

1.0

0,9

0.8

0.7

5 0,6

§ 0.5

0.4

0,3

0.2

0,1

flf· .. llJ .... a • ... ....

e • • •

0,0 +-----------.--------..-----------1 l,OOE-04 l.OOE-03 l.OOE-02 1.00E-01

Deformai;ao Cisalhante (%)

~ I.I ~---------------------~

~

1,0

0,9

0,8

0,7

5 o,6

§ 0.5

0.4

0,3

0,2

OJ

\ • •

0,0 +-----------.---------.------------1 1.00E-04 I ,OOE-03 l,OOE-02 l ,OOE-01

Deformai;ao Cisalhante (%)

+280 kPa

350kPa

•420 kPa .

1$ 560 kPa

+280 kPa

350kPa

•420 kPa

•560 kPa

Figura 4.16 Curva normalizada de G dos corpos de provas na serie normalmente adensada: A)CPI e B)CP2.

58

_ _J

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I.I -.--------------------------,

1,0

0,9

0,8

0,7 ~ C':I E 0,6 ~ (J 0,5

OA

0.3

0,2

0.1

0,0 +---------,..--------.-------------1

~280 kPa -OCR=2

e 140kPa -OCR=4

£ 70kPa -OCR=8

l,OOE-04 l,OOE-03 LOOE-02 1,00E-01

Deforma~ao Cisalhante (%)

~ LI -.--------------------------,

~

LO

0,9

0,8

0,7

6 o.6 ~ (J 0,5

0,4

0.3

02

0.1

• •

0.0 +-------~--------.------------i

~280 kPa -OCR=2

e 140kPa -OCR=4

£ 70kPa -OCR=8

+ 35kPa -OCR=l6

l,OOE-04 l,OOE-03 l,OOE-02 LOOE-01

Deforma~ao Cisalhante (%)

Figura 4.1 7 Curva normalizada de G dos corpos de provas na serie sobreadensada: A)CPl e B)CP2

59

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Nos resultados das curvas normalizadas do modulo cisalhante (as Figura 4.16 e

Figura 4. J 7) percebe-se que independente do seu historico de tensoes as curvas

encontram-se muito proximas, caracterizando uma curva !'.mica.

A Figura 4.18 apresenta todas as curvas agmpadas em um 1mico grafico para

melhor visualiza9ao e compara9ao dos resultados obtidos.

1,1

1,0

0,9

0,8

0,7

)( 0,6 t1I E0,5 Cl ~0,4

0,3

0,2

0,1

•CPI - N.A.

CP2 - N.A.

CPI - S.A.

A. CP2 - S.A.

0,0 +--------~-------~--------l

l,OOE-04 l,OOE-03 l ,OOE-02 l ,OOE-01

Deforma~ao Cisalhante (%)

Figura 4.18 Curvas normalizadas de G, agrupadas para cada serie de ensaio

Assim, ve-se que para o corpo de prova 2 na serie sobreadensada ha pontos

(triangulos de contornos verdes) que estao fora da tendencia apresentada por todos os

resultados. Os resultados divergentes sao os respectivos a primeira tensao confinante da

serie sobreadensada (OCR=2). Acredita-se que tal divergencia e devido a problemas com

ruidos na rede eletrica que impossibilitaram a identifica9ao da elipse de Lissajous com

clareza.

4.2.2 Razao de Amortecimento (D)

Conforme procedimento de medi9ao apresentado na se9ao 4.1.1 deste trabalho,

realizaram-se as medi96es da razao de amortecimento somente no CP2. Os resultados da

razao de amortecimento sao restritos ao CP2 ( os corpos de prova referidos sao os mesmos

corpos de prov a tratados na se9ao 4.2.1 ).

Durante a realiza9ao dos ensaios, devido a necessidade de impressao do grafico

apresentado na tela do osciloscopio, aos ajustes necessarios na configura9ao do

osciloscopio para acompanhamento da movimenta9ao dos acelerometros com o tempo, e

por falta de experiencia do operador, os resultados do CPI foram desprezados.

60

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A Figura 4.19 apresenta os resultados obtidos na serie norrnalrnente adensada e

na serie sobreadensada respectivamente. No Anexo F deste trabalho silo apresentadas as

retas do dccaimento logaritmico para cada par de "D" c deforma9ao cisalhante respcctiva.

<!' '. ,,_

• t • ~ \ : • ; ,,

::1

' I ' ;-,~

• • • •

; • . · . l 1 < •' .. ,, :

figura 4.19 Razao de amortecimento para CP2: A)seria normalmente adensada e 8) serie sobreadensada

Visualmente na Figura 4. 19 perccbe-sc a existencia de uma ccrta dispersao dos

resultados para uma mesma defonna\:i'io cisalhante. A dispersao ocorricla e relacionada i1

alguns fatores relativos ao rnetodo de mecli9ao cla razao de amortecimcnto, e sao eles:

61

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• 0 fator do tempo de mcdic;:ao: a mudanc;:a manual do que e aprcscntado no

oscilosct'lpio na mcdic;:ao do m6dulo cisalhantc para o quc prccisa sc r aprcscntado

na mcdi~ao do dccaimento li vrc. A oscila~ao do acelcrtimctro cm func;:ao do tempo

e fcita man ualmente atraves do oscilosc6pio e nao e um procedimcnlo instant{inco

dev ido ao fa to de ser manual ;

• J\s mcdidas das amplitudes rclativas: as medi~oes das amplitudes rclativas

foram rcalizadas manualrncntc com cscalimctro c regua. Tai proccsso le va a

poss iveis crros e divcrgcncias, mcsmo com uma mcdic;:ao padronizada do

opcrador.

J\ dispcrsao dos rcsultados da ruao de amortccimcnto j[1 e conhccida c rclatada

por al guns au tores e tern rcsu ltado modcrnamentc na automat izac;:ao c med i~ao cont inua

de todas as vari<ivcis envolvidas ( DRN EV ICI I & /\S I ILOCK, 20 17; KJ\GA W J\, 1993 ).

Os rcsultados da razao de amortccimento, quando colocaclos na rncsma cscala dos

resultados obtidos na curva normalizada do modulo cisa lhantc, tornam a dispcrsao

irrclcvantc (Figura 4.20).

1,00 /

g o,90 0 ----0 cJ

0,80 ;..... I:: 0,70 ro

...c ro

0,60 Vl

u 0 0,50 :J

-0 ·O 0,40 ,.... I::

0 -0 0,30 0 1ro u-

0,20 ro -0 ro .... '.;;JJ 0, I 0 (l)

0 0,00

I ,L-04 I ,E-03 I ,F-02

Dd(mnac;:ao Cisa lhanh: (%)

I .E-0 I

G/(imi1:-; D

Figurn 4.20 Rcsu ltados compilados para G/Gm;,, c D

1,00

0,90

0,80 0

0 0.70 c

<l)

E 0,60 ·-u ~

0,50 0 E ro

0,40 ()) -0

0,30 '~ N ro

0,20 ~

0.10

0,00 !,HOO

62

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4.3 COMPARA<;:AO DOS RES UL TADOS COM PREVISOES TEORICAS

4.3.1 0 modelo de hiperbolico modificado de HARDIN & DRNEVICH (1972)

0 modelo hiperb6lico e utilizado comumente em dinamica de so los para

representar a nao linearidade do comportamento do solo a pa1tir de baixos niveis de

deformac,:ao . 0 modelo proposto por KONDNER ( 1963) foi modificado por HARDIN &

DRNEVICH ( 1972) para que o mode lo contemplasse variac,:oes existentes entre diferentes

tipos de solos.

A formulac,:ao proposta por KONDNER (1963) e:

y (4.2) r=

_1_+_Y_

Gmax 'max

sendo Tmax a resistencia maxima ao cisalhamento do solo. Utilizando-se a equac,:ao (2.6)

onde -r=G.y e definindo que Yr= Tmax/Gmax, tem-se:

G 1

1+ y Yr

E a razao de amortecirnento D e dada por:

G D = Dmax - Dmax -­

Gmax

(4.3)

(4.4)

0 mode lo de KONDNER ( 1963) e graficarnente representado pela Figura 4.2 I.

t

\ y t=

1 y +

Gmax 'trnax

'Y

Figura 4.21 Modelo hiperb6lico de KONDNER (1963)

63

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A partir do modelo de KONDNER (1963). HARDIN & DNERVICH (1972)

propuserarn substituir a relac;ao y I Yr por y11. sendo expresso por:

(4 .5)

sendo os coeficientes a e h coeficientes de ajustes da forma da curva e do tipo do solo,

encontrados de acordo com a Tabela 4.2.

Tabela 4.2 Yalores de a e b para diferentes tipos de solo (apud BARROS. 1997).

Tipo de solo

areia secas limpas areais saturadas limpas solos coesivos saturados

a -0,5 -0~2 logN I- 0,25 log N

b 0,16 0,16 1,3

sendo o valor No numero de ciclos que esta se carregando e descarregando para observar

a reduc;ao do modulo cisalhante. Comumente, para ensaios de coluna ressonante, utiliza­

se o nurnero de 1.000 ciclos, sabendo que tal valor e dependente do tempo em que se

realiza a medic;ao ea frequencia ressonante em que esta se realizando a medida. 0 efeito

do numero de ciclos no mode lo de HARDIN & DRNEYICH ( 1972) e apresentado na

Figura 4.22. Para solos coesivos estima-se Dmax=30% conforme apresentado em

BARROS ( 1997).

1,0

:0,8

0, 7

" 0 ,6 0

E <!> 0,5

<!> <'.),4

0 , 3

0 , 2

O • .l

0

0 ,01

Artnos stcos

Ar9!101 ~oturodos N= 1

Ar9tlos soturodos N:1000

Modelo h1perbot1co e

ore1os soturados N:1

A•••os sorurodo• N:!OOO

0,1 J 10

Figura 4.22 Efeito dos coeficiente de forma no modelo Hiperbolico modificado (BARROS. 1997).

64

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Para a utiliza<;:ao do modelo hiperb61ico modificado. alguns autores consideram

quc os va lores de Tnm podcm ser est imados atraves da utili zar,:ao da resistencia nao

drenada Su (BARROS. 1997).

Neste traba lho. como os corpos de prova nao fora m cisa lhados ap6s a dcgrada<;:ao

do tn cidul o cisalhante. OS \'alores da res istencia nao drcnada SJO est imados pelo metodo

SHAN SEP proposto por LADD & FOCHT ( 1974) usando os coeficicntes encontrados no

capitulo 3 e expresso cm:

Su = 0,2 34 · CJ' ' c OCR0.s2s (4.6)

Assi m. r ara os fins de compara<;:ao com os resul tados obtidos. realizaram-sc as

previsoes segundo o mode lo hiperb61ico de HARDI 1 & DRNEVICI I ( 1972) rara as

situar,:oes de maior e menor Yr encontrados nos ensaios realizados. conforme arrescnta-se

na Tabela 4.3 .

Tabela 4.3 Determinar,:ao dos valorcs maximo e minima de Yr.

cr'm Gma'.\ Su y, e OCR a b

(kPa) (MPa) (kPa) (%)

CRl 0.89 280 76 66

CR2 0.84 350 118 82 0 .069

CR3 0.81 420 134 98 0.073

CR4 CP I 0.76 560 157 13 1 0.084

CR5 0.79 2 280 1 "'"' _)_ 94 0.072

CR6 0.81 4 1-tO 11 3 68 0.060

CR7 0.84 8 70 91 49 0.054

CR8 0.83 1.0 280 87 66 0.075

CR9 0. 78 1.0 350 109 82 0.075

CRlO 0.74 1.0 420 121 98 0.081

CR! I 0.69 1.0 560 160 131 0.082 CP2

CR l2 0.72 2.0 280 168 9-t 0.()56

CR 13 0.75 -LO 1-tO 120 68 0.()57

CR l4 0.77 8.0 70 97 49 0.051

CRIS 0.79 16.0 35 87 35

Comparam-se os resultados com as previsoes te6ricas rcalizadas com o metodo

hiperb61i co moditicado e adaptado conforme aprescntado na Figura 4.23 .

65

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1,0

0,9

2f o,8 @ 0,7 ...c: ~ .~ 0 6 u ' 0 :i ~0,5 "O '"' -o E E o0,4

---.g 0 o 3 0 ' 1ro ~ 0,2

-g bh 0,1 Q)

0 0,0

<&' G/Gmax

It D

- Hardin & Dmevich ( 1972) - Adaptado (yr=0,086)

- Hardin & Dmevich (1972)-Adaptado (yr=0,041)

l,E-04 1,E-03 I ,E-02 l ,E-01 Deforma9iio Cisalhante (%)

1,0

0,9

o,8 a 0

0,7 c Q)

0,6 -~ 2

0,5 b ~

0,4 Q)

-0

0,3 !~ ~

0,2 ~

0, 1

0,0 l,E+OO

Figura 4.23 Resultados comparado com a previsiio pelo modelo de HARDIN & DRNEVICH ( 1972)

4.3.2 0 modelo de AMIR-FARYAR (2012)

Apoiado no modelo hiperb6lico de KONDNER (1963), AMIR-FARYAR (2012)

propos modifica96es na formula9iio inicialmente proposta (Eq. 4.02). As modifica96es,

foram realizadas e validadas nos resultados apresentados em (DARENDELI, 2001). 0

modelo de comportamento proposto e dado pelas expressoes:

G 1 (4.7) Gmax

e

(4.8)

Sendo e, o numero de Euler e igual a 2, 7183

66

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Baseados nas equa9oes (4.07 e 4.08), AMIR-FARYAR et al. (2016) ajustaram o

seu modelo de comportamento para um solo argiloso (lp=20) e validou sua previsao com

OS resultados apresentados por (DARENDELI, 2001 ). Na formula9ao proposta, e levado

em considera9ao o indice de plasticidade, a tensao confinante e razoes de

sobreadensamento em fonna de coeficientes constantes. Para as equa9oes 4.9 e 4.10 os

coeficientes foram estabelecidos para OCR=l e tensao confinante de 12,59kPa.

A formula9ao proposta para solos argilosos e:

G 1

Gmax 1+31,44 · y 0 ·9174 · exp(0,0314 · y-0.0375 · y 2 ) (4.9)

e

[ -1,082]

D(%) = ( 6 · exp(l,812 · log10 (y)) · (log10 (y + 1,1)) + 2 (4.10)

Na Figura 4.24 e apresentada a curva segundo a previsao te6rica apresentada e os

resultados obtidos no ensaio de coluna ressonante.

1,0 1,0 - . -- . "' G!Gmax

-~ 0,9 • D 0,9 E 0 0,8 Amir-Faryar 0,8 ---0 (2016) Cl Q) 0,7 0 .... 0,7 2 ..... = = ro .,, Q)

..s:: 0,6 0,6 .§ "@

.~ (.)

\'. Q)

u 0,5 t ..2

0,5 0

E = ro -0 0,4 0,4 Q) ·O

\ E I -0

,g 0 0,3 0,3 -0 ~ 0 ez::: 1ro -(.). 0,2 0,2 ro

-0 ro .... 0, l 0,1 bJ) Q) .......__

Cl • :t - . - . 0,0 0,0

1,E-04 l,E-03 l,E-02 l,E-01 l,E+OO

Defonna9ao Cisalhante (%)

Figura 4.24 Resultados comparado com a previsao pelo modelo de AMIR-F ARY AR (2016)

67

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4.3.3 0 modelo de ISHIBASHI & ZHANG (1993)

Alternativamente ao modelo hiperb6lico modificado. JSHIBASHI & ZHANG

(1993) propuseram um modelo que considerasse diretamente a influencia da plastic idade

do solo e tensao confinante para solos argilosos. 0 modelo, obtido atraves de uma

compilavao de resultados da literatura, contempla as variaveis consideradas como de

maior relevancia na definivao do formato da curva de degradayao do modulo cisalhante

e da razao de amortecimento. A formulaviio de ISHIBASHI & ZHANG (1993) para a

degradayao do modulo cisalhante e expressa por:

G K( I )

. 1 m(yJp)-m 0 y, p (]" c ( 4.11)

e para a razao de amortecimento e expressa por:

o,333·( 1 +exp(-0,0145 · Ip 1'3)) { ( G )2 ( G ) }

D = 0,586 · - - 1,54 7 · - + 1 2 Gma.x Gmax

(4.12)

Os valores dos indices apresentados na equavi'io 4.13, sao obtidos pelas equav5es:

[ f (0 000556)0'4

}] m(y,lp)-m0 = 0,272· 1-tanhlln · Y ·exp(-0,0145· /p 1'3

)

e

K( I ) [ { (o,000102+n(/p))o,49z}]

y, P = 0,5 · 1 + tanh ln ----"-'-Y

sendo n(l p) encontrado para os diferentes solos e dado por:

0,0

3,37x10-6 x1/404

n(l) = · 7,0 x J0- 7 x 1/976

2, 7x 10-5 x 1/ 115

Para IP= 0

Para O< IP< 15

P . l ' < I r· 70 ara _, . P , ,

Para 70< IP

(4.13)

(4. 14)

Foram realizadas tres previs5es, segundo o modelo de ISHIBASHI & ZHANG

( 1993), para comparar com os resultados obtidos nos ensaios de coluna ressonante. As

previs5es utilizadas foram para tensoes confinantes de 280kPa, 560kPa e 35kPa, que

foram consideradas as situav5es mais importantes para fornecer um melhor resultado

comparativo.

68

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As tensoes adotadas no mode lo de previsao seriam a primeira tensao usada ainda

quando na condiiyao normalmente adensada, na condiiyao da tensao maxima aplicada e na

condii;:ao de menor tensao com o maior OCR. As curvas obtidas segundo a previsao de

ISHIBASHI & ZHANG (1993) e os resultados obtidos nos ensaios sao apresentadas na

Figura 4.25.

1,0

-~ 0 9 E ' 0 0 0,8

v ~ 0,7

..s:::.

~ 0,6 u

G/Gmax

.2 0,5 D ;:l

"O

·E o,4 0

"O 0,3 0

/crj (.)-

~ 0,2 ro .... ~D 0, l 0

••••••Ishibashi & Zhang ( 1993) -280kPa (OCR= I)

- -Jshibashi&Zhang(l993)-560kPa (OCR= l)

Ishibashi & Zhang ( 1993) -35kPa (OCR= J6)

0,0 l ,E-04 l ,E-03 1,E-02

···~

'··.~ '- ··~ ' ·.\ , ... ~ \··~

·~ , ... ~ \··~ .-\

1,0

0,9

0,8 0

07 9 ' -t:

Q)

0,6 .§ (.) Q) t'"'

0,5 0 E crj

\' 0,4 Q)

"O 0

0,3 I~ .'\ ,."' ""' 0,2

..,,,,. • .- 0 I "'"'' - ' ......... ~ ! 0,0

1,E-01 1,E+OO

cG

Deformai;:ao Cisalhante (%)

Figura 4.25 Resultados comparado com a previsao pelo modelo de ISHIBASHI & ZHANG (1993)

Na Figura 4.25 observa-se que o modelo de previsao utilizado esta distante de

representar o comportamento do solo ensaiado. 0 fonnato da curva da previsao apresenta

curvatura aproximadamente similar a curva de tendencia dos resultados, mas nao

apresenta semelhani;:a nos valores medidos.

69

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4.3.4 Discussoes sobre os metodos de previsao e os resultados obtidos

Os resultados e compara9oes apresentadas nas figuras 4.23 , 4.25 e 4.24 mostraram

que os resultados dos ensaios de coluna ressonante, em se tratando de degrada9ao do

modulo cisalhante, tiveram consistencia com o modelo de previsao de HARDIN &

DRNEVICH (1972) adaptado para 'tmax =Sue a formula9ao de AMIR-FARYAR (2016)

ate a faixa de I o-2% de deforma9ao cisalhante.

0 mesmo nao pode ser dito para os resultados da razao de amortecimento. que

apresentaram boa conformidade com a formula9ao de AMIR-FARYAR (2016). Destaca­

se ainda que apesar de os parametros de calibra9ao usados por AMIR-F ARY AR (2016)

serem diferentes ao solo estudado no presente trabalho. ha uma boa correla9ao na maioria

dos resultados apresentados para a razao de amortecimento

A compara9ao com a previsao de ISHIBASHI & ZHANG ( 1993) nao se mostrou

relevante. os resultados apresentados foram da ordem de I Ox o valor previsto. 0 fato de

que a previsao de ISHIBASHI & ZHANG (1993) apresentarem valores superiores para

argilas ja e conhecido e apresentado em BARROS ( 1997), conforme ve-se na Figura 4.26.

A Figura 4.27 apresenta as previs5es te6ricas que mais se aproximaram dos

resultados obtidos.

)(

('4

0 .. 9

oa .

0.7 -+ " f

~ 0,5 .·.·

a 0.4 ~

0.3 - ··

0 . .2

0, 1 .

• 2S.

0 392

_.........__ .. '\

' ~ .. v,y• ••· w.w.-~·· ·-· ""' .,,,..·"' • • \ . Ul

·············· .............. ··,-o \~ ..

lshiboshi • ZhonQ (1993) ~·

Vue.tie e Dobry ( 1991 l

0 ·r-------r------__,...-------4 0.0001 0,001 0.01 0.1

OEFORMA(:AO CISALHANTE (%}

Figura 4.26 Resultados de BARROS (I 997) comparados com previsoes teoricas.

70

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1,0

0,9

nJ 0,8 ...... c: ro ~ 0,7 (;j

VJ

u 0,6 0

G/Gmh

# D

1,0

0,9

0,8 0

0,7 ~ v

0 6 .§ ' u v

:§ -~o s -o E '

t:'. 0,5 0

§ - Amir-Fanar (1016) E CJ 0 00,4

"'O

0,4 v "O

0 1ro u-ro

"'O ro ..... :;n <I)

0

0,3

0,2

0, 1

- Hardin & Drnevich ( 1972) - Adaptado (yr~ 0.086)

- Hardin & DrneYich ( 1972) - Adaptado (yr=0.041)

0,0 l ,E-04 l ,E-03 l ,E-02 1,E-01

Deforma9ao Cisalhante (%)

Figura 4.27 Resultados comparados com previsoes aproximadas.

0,3 I~ ~

0 2 ez::: '

0,1

0,0 l ,E+OO

4.4 CONCLUSOES DO CAP ITULO

• Para o primeiro estagio sobreadensado o comportamento do m6dulo

cisalhantc corn o tempo decorrido do novo estagio nao apresentou um

compo11amento claro na evolw;ao do modulo cisalhante quando

comparados com outros solos;

• As curvas de acompanhamento da evolLu,:ao do m6dulo cisalhante maxima

com o tempo de adensamento de um estagio nao caracterizam o termino do

adensamento primario;

• A metodologia utilizada, apesar de ser influenciada por variaveis externas,

e principalmente pela caracteristica manual de algumas medidas, apresentou

baixa dispersao dos resultados;

• Para o solo estudado perccbeu-sc nas curvas de redu9ao do ml)dulo

cisalhante que nao houve intluencia significativa do OCR, e nem da tensao

confinante;

• 0 modelo de previsao de ISHIBASHI & ZHANG (1993), nao rcflctiu o

comportamento do solo estudado, apresentou valorcs sobrestimados aos

resultados obtidos ;

71

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• 0 modelo de HARDIN & DR 1EVICI I ( 1972) com a tensao cisalhante

maxima (tnm l aproximada pcla resistencia nao drenada do solo (Sul

forncceu uma hoa estimati\a em concordancia com os resultados de reduc,:ao

do mc'idulo cisalhante e para a razao de amo11ecimento:

• /\pesar de que a formulac,:ao de prev isao proposta por A\11R-F/\RYAR

(2016) considcrar \alores de IP c CT. 111 rclativamcnte difcrcntcs aos du

prcscnte cstudo. hou\·c uma hoa concordancia corn os rcsultados obtidos

tanto para a degradac,:ao do mt'1dulo cisalhantc quanto para a razao de

amortcc i men to .

• Devido a reprcsentati\ a e similaridadc da fonna apresentada pelo mode lo

ISHIBASHI & ZHANG ( 1993). um possh el ajustc nos codicientes se ria

suficicnte para aju star ao compo11amento aprescntado no ensaio rcalizado.

72

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5 BENDER ELEMENTS EM CENTRIFUGA

GEOTECNICA

A medi<,:ao da velocidade de onda cisalhanti: (V,) do solo in situ e fcita por

di\ersos equipamentos geofisicos sismicos. e!Ctricos. magneticos. elctromagncticos ou

por radar de penetra<,:ao. utilizados para profundidades de ate I OOm (SlOKOL cl of..

2004).

Lm lahoratc'irio. o uso de Bender Elc111cn1s tem o ohjetivo de \cri Ii car atravcs do

Vs a qualidade do material comparado com seu estado real (campo). a!Cm de caracterizar

e determinar de forma indireta as propriedades dina111icas do solo. (LIT &

SANTAMARINA. 2005 ).

Na modelage111 centrifuga. os Bender Elcmcnl.1 tem os 111esmos objeti\'os de

laborat6rio e vem sendo utilizados principalmente para caracteriza<,:ao de difcrentes

modelos centrifugos e para validar os 111odelos centrifugos co111111odelos co111putacionais.

Para utiliza<,:ao em centrifuga sao necessarias adapta<,:oes para que sejam 111ini111izados os

erros produzidos por todo o aparato elctr6nico da centrifuga e os erros intrinsccos ao

sistema (EL-SEKELL Y ct al .. 2014: TESSARI cl al.. 2010).

5.1 BE/\Dl~R ELEMEA'T

5.1.1 Introdm;ao

Ainda no scculo 19. OS pesquisadores Jacques c Pierre Curie descohriram a

piezoeletricidade. que signilica a gera<,:ao de cletricidade a partir de uma pressao. assim

co1110 tambe111 uma pressao gerada atraves da eletricidade (LEE & SANTAMARINA.

2005 ). A partir de entao. desenrnlveram-sc placas piezoeletricas que conectadas a uma

rede e!Ctrica seria111 capazes de e111itir e receher movimentos (captados por difcrenyas de

pressao) e reproduzidos por meio de 'ariayao de corn.~nte eletrica.

73

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Com base neste conceito, DYVIK & MADSHUS ( 1985) desenvolveram uma

nova tecnica capaz de gerar e registrar ondas cisalhantes atraves de certos dispositivos

(Figura 5.1 ). chamados de Bender Elements (LEE & SANTAMARINA. 2005). 0 Bender

Element (BE) consiste num dispositivo composto pela junc;ao de 2 ou 3 placas

piezoeletricas com polaridades diferentes entre elas e conectadas a um sistema de emissao

e captac;ao de corrente eletrica. 0 fluxo basico de informac;oes, consiste de um gerador de

func;oes, um amplificador de carga, um oscilosc6pio. cabos e um par de placas

piezoeletricas.

Dire~ao do movimento e de movimentai;ao das partlculas de

solo

Direi;ao de propagai;ao da

onda S

<3======C>

-voltagem

Figura 5.1 Principio de funcionamento do Bender Element (adaptado de BRIAUD, 2013).

Como apresenta-se na

Figura 5.2, a partir de um gerador de fun<;oes a corrente eletrica e amplificada e

transrnitida ao primeiro conjunto de placas chamado de Bender Element Emissor (BE-E)

que atraves de uma corrente eletrica se movimenta gerando uma deformac;ao medinica

no rneio inserido.

74

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Distante do BE-E encontra-se o Bender Element Receptor (BE-R) que capta a

deforma9ao medinica (pressao) e gera uma corrente eletrica que retorna ao amplificador

para ser magnificada e medida (WANG et al., 2017). Ambos os caminhos de emissao da

deforma9ao e o da capta9ao sao monitorados por um oscilosc6pio que faz o registro da

emissao e recep9ao em fun9ao do tempo.

Gerador de Func;oes

BE-E

Amplificador

Solo

Oscilosc6pio

~:\~ '!.:·: .. .

•") ·. i/

.·• 1;::

Chave seletora

BE-R Figura 5.2 Equipamentos usados em ensaios com Bender Element (Adaptado de WANG

et al. , 2017).

5.1.2 Fundamentos da sua utiliza~ao

A relevancia na utiliza9ao de BE deve-se a simplicidade na obte119ao da

velocidade da onda cisalhante, sendo um metodo direto baseado no tempo necessario para

percorrer uma certa distancia e com precisao relativamente facil de ser alcan9ada. 0

ensaio de BE e extremamente rapido e nao destrutivo, podendo-se realizar varias medidas

e utilizar-se mais de uma metodologia de analise para melhor precisao do resultado.

Dependendo do posicionamento das placas piezoeletricas, o conjunto de BE pode captar

· as ondas Pe S (Figura 5.3) (EL-SEKELLY et al., 2014), definidas na se9ao 2.4.2 deste

trabalho.

75

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Arranjo para onda S

BE-R -~

Arranio para onda P

BE-R .

Dire~ao do movimento

Dire~ao de

pro~ 1-:'E-E

Dire~ao de propaga~ao ..------

Dire~ao do

BE-E

Figura 5.3 Possiveis arranjos dos BE (adaptado de EL-SEKELLY et al, 2014).

Independente do arranjo para capta9ao de onda S ou onda P, a velocidade de

propaga9ao de onda e medida por:

d v = -t

(5.1)

onde V e a velocidade que se deseja medir, d e a distancia entre o BE-E e o BE-R, e t e o

tempo de viagem. Um dos grandes desafios no USO de Bender Elements e a determina9ao

do tempo de viagem, pois ha discussoes sobre como deve ser considerado (DA

FONSECA et al., 2009). Este assunto sera tratado na se9ao 4.2.

A partir do Vs, medido no seu devido arranjo, faz-se uso direto da equa9ao 2.16

para obtern;ao do modulo cisalhante do solo, que nesse caso, devido a deformac;:ao

mecanica gerada ser inferior a I 0-4 % e chamado de modulo cisalhante maximo (Gnax).

76

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5.2 METODOS DE MEDl(:AO DE Vs

Estudos recentes relatam a dificuldade de interpretayao dos resultados obtidos nos

ensaios de BE e recomendam o uso de no minima duas metodologias de analise do tempo

de viagem da onda para uma melhor confiabilidade do resultado (DA FONSECA et al. ,

2009; EL-SEKELLY et al., 2014; JOVICIC et al., 1996; KUMAR; MADHUSUDHAN,

2010; LEE & SANTAMARINA, 2005; VIGGIANI & ATKINSON, 1995; WANG et al.,

2017).

Apesar do ensaio de Bender Element ser simples e de mediyao direta, ha variaveis

que intluenciam diretamente no resultado, segundo DA FONSECA et al. (2009), sao elas:

• Qualidade dos equipamentos eletr6nicos;

• Protevao e isolamento das placas piezoeletricas;

• Alinhamento das placas de BE;

• Ondas retlexivas em decorrencia das condiy6es de contorno da amostra ou

do solo;

• Distancia entre as placas;

• Dificuldade no acoplamento da placa com o solo (principalmente em baixas

tensoes confinantes );

• Para grandes frequencias de sinais de emissao, ha alterayao no formato e

dificuldade de identificavao no resultado.

Na tentativa de obter resultados mais confiaveis, analisam-se diversos formatos

de emissao de ondas, conforme apresentados na Tabela 5.1.

77

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Tabela 5. 1 Formatos de ondas de emissao sugeridos por diferentes autores (adaptado de DA FONSECA el al.. 2009)

Formato do Sinai Emissor

Sinai quadrado ou .:m dcgrau

On<la scnoi<la l

l'ulso senoidal

Srnoi<lal distorci<lo ( l)ifcn:ntcs ampliJudcs)

Osc ila .,:<lo for.,:a<la

Scnoidal constantc

Scnoi<la I com varrcdura de frcqucnc ias

Sinai Randomico - Scm forma ddinida

Re IC re ncia

Dy,ik & Madshus ( 1985): Fam

& Santamarina ( 1995)

Lee & Santamarina ( 2005)

Vigiani & Atkinson ( 1995):

Brignoli "' al. ( 1996 )

l' e1111i11g1on e1 al. (2001)

.lmitic ct al. (19%)

.lod:ic <:t al. ( 19961

Greening & Nash (2004)

Circcning & Nash (2004):

Ferreira el al. (2006)

Roesler ( 1979): Santos el al.

(2007)

Alem dos diferentes tipos de sinal em1ssor. existem duas abordagens para

obtern;:ao do tempo de viagem adequado, a analise no domfnio do tempo, e a analise no

dominio da frequencia . Para os dois tipos de analise. ex istem diferentes metodologias

(DA FONSECA el al .. 2009: EL-SEKELLY el al. 2014: MURILLO el al .. 2011 ).

As metodologias utilizadas no dominio do tempo sao:

• Identifica.;ao da chegada (''first arrival"). que e a identificai;:ao da

chegada da onda cisa lhante imediatamente depois de quando identificada

uma inversao do sinal passando do valor nulo:

• Pico a Pico ("peak to peak"). que e a identificai;:ao da chegada da onda

cisalhante atraves dos primeiros picas. valores maximos. apresentados

entre o BE-Ee o BE-R:

• Frequencia cruzada. metodo que busca identificar o ponto de chegada da

onda cisalhante fazendo uso de mais de uma frequencia do sinal emissor:

• Metodo da multipla reflexao ("second arrival <~{'the output wave") . que

ea identificai;:ao da chegada da onda cisalhante atraves do tempo decorrido

entre o primeiro pico detectado no BE-R e o primeiro pico relativo a

reflexao.

78

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As metodologias utilizadas no dominio da frequencia sao:

• lnversao de fase ("Cross-correlation of the input and output signal"),

que e a identifica9ao da chegada da onda cisalhante atraves da rela9ao de

fase das ondas ernitidas e recebidas em ambas as placas de BE;

• Ponto "1t" ("1t-point"). que e a identifica<yao da chegada da onda

cisalhante atraves do angulo de fase das frequencias observadas nos sinais

ernitidos e recebidos, o que s6 e possivel com ernissao continua de sinal ;

Neste trabalho serao utilizados os metodos de chegada da onda cisalhantes (tempo

de chegada), pico a pico e frequencia cruzada.

A Figura 5.4 apresenta urna ilustra9i'io de como e realizada o tempo de viagem da

onda cisalhante pelas metodologias de identifica9ao de chegada e pico a pico.

8

6

4

-> 2 E -E 0 Q) bl.I Ill ..... 0 -2 >

.4

-6

-8

Pico a pico

(tpp)

\ Tempodechegada

I (to I I

I 011 0.2 \ I I I \ I I l 1 1

'1

0.4

Tempo (ms}

BE-E BE-R

Figura 5.4 Metodos de identifica<yao da chegada e pico a pico (adaptado de KUMAR & MADHUSUDHAN. 2010).

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0 metodo da frequencia cruzada (Figura 5.5) e uma alternativa aos metodos

convencionais do dominio do tempo. EL-SEKELL Y et al. (2014) identificaram que nao

necessariamente precisa-se emitir uma onda cisalhante pr6xima a frequencia ressonante

(a mesma definida na sec;:ao 4.1.1 em se tratando de coluna ressonante), pois independente

da frequencia da emissao as ondas detectadas no receptor tinham um ponto em comum

que pode ser considerado como o ponto de chegada da onda cisalhante ap6s a emissao.

A frequencia de emissao do sinal e questionada sobre como deve ser definida,

uma vez que, diferentes frequencias de emissao produzem resultados diferentes. Na

literatura ha concordancia que nao se sabe com exatidao qua) e a frequencia ressonante

do sistema solo-placas-ambiente, que segundo LEE & SANTAMARINA (2005) seriam

a frequencia de emissao ideal para obtenc;:ao da velocidade da onda cisalhante pois elimina

os efeitos da propagac;:ao de onda do ambiente e dos equipamentos.

Sob uma mesma condic;:ao de solo (tensao confinante, umidade e hist6rico de

tensoes) para diferentes frequencias de emissao pode se obter diferentes resultados. Na

Figura 5.5, EL-SEKELLY et al. (2014) ilustra a sua teoria, que servira de base para

aplica9ao neste estudo.

>' E - l.~ . .)

E

Tempo de chegada em comurn

~ " i......,.,...,..;....,,;.N"'.1,...,,.,..~;';·

Ill ...... 0 "' > _,

·-!

Atraso na captac;ao do sinal no 8£ -R

1.:

Tempo (ms)

..,,,.. ];)(101b

-1i-IOllt

, ..

Figura 5.5 Diferenc;:a na recepc;:ao de sinal para diferentes frequencias emitidas (adaptado de EL-SEKELL Y et al. (2014 ).

80

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5.3 MODELOS CENTRIFUGOS

Os ensaios centrifugos foram realizados na centrifuga geotecnica do JFSTTAR

(lnstitut Franr;ais des Sciences et Technologies des Transports , de L 'Amenagement et des

Reseaux). A centrifuga (Figura 5.6) possui um raio de 5,50 m (distancia entre o eixo ea

plataforma da cesta), com capacidade para rodar modelos de ate 2 toneladas de massa a

uma acelera9ao centrifuga maxima de I 00 g. Outras caracteristicas e maiores detalhes

podem ser consultado em FAGUNDES (2016). Estes ensaios tiveram o acompanhamento

dos professores orientadores desta pesquisa.

Figura 5.6 Centrifuga geotecnica do IFSTTAR (DERKX et al., 2006).

Os ensaios de Bender Elements foram realizados em modelos centrifugos criados

para simula9ao sismica em geometrias planas e canions, assirn, utilizou-se uma caixa

especial para tal modelagem. A caixa utilizada nesta pesquisa (Figura 5. 7), possibilita o

acompanhamento dos deslocamentos laterais do solo, induzidos pelos sismos, perrnitindo

a livre movimenta9ao horizontal das suas paredes. A caixa possui dirnensoes internas de

80cm de comprimento, 30cm de largura e altura de ate 45cm. Este modelo de caixa

apresenta um conceito de viga de cisalhamento equivalente (ESB - Equivalent Shear

Beam). Tai modelo de caixa e projetada para minimizar a influencia da rigidez da caixa

no movimento do so lo quando induzido a urn sismo (DERKX et al., 2006).

81

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Figura 5. 7 Caixa utilizada no rnodelo estudado (FERNANDES et al., 2017).

Apesar de a caixa perrnitir livre rnovirnenta9ao, para os ensaios realizados neste

trabalho, a caixa encontrava-se em urna condi9ao que nao perrnitia rnovirnenta9ao lateral

("presa"). A rnedi9ao da velocidade da onda cisalhante ap6s o solo sofrer livre

movirnenta9ao nao e escopo deste trabalho.

5.3. l Montagem e prepara~ao do modelo centrifugo

A prepara9ao dos rnodelos centrifugos realiza-se em duas fases: a) adensarnento

a 1 g (gravidade natural), utilizando adens6rnetro para aplicar tensoes controladas -

igualrnente ao realizado na se9ao 3.2.1 na prepara9ao das arnostras para os ensaios de

coluna ressonante, porern em propor9oes rnaiores e b) coloca9ao da caixa corn uma

acelera9ao pre-definida para atingir a acelera9ao desejada de 40g.

A primeira fase da prepara9ao do mode lo inicia-se corn o adensamento a 1 g. 0

caulirn foi misturado com o mesmo teor de umidade apresentado na se9ao 4 (w = 1,5.w,

= 94%). Essa mistura foi colocada na caixa de ensaio com a finalidade de obter a primeira

camada. 0 maci90 de solo e entao obtido pela superposi9ao e adensamento de 4 camadas

de caulim, material utilizado nos ensaios de coluna ressonante (capitulo 4) e caracterizado

na capitulo 3 deste trabalho.

82

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As camadas foram dimensionadas para que ao final do adensamento o modeio

tenha altura de 38cm. Cada camada e submetida a um determinado valor de tensao vertical

por meio de um pistao, com as mesmas dimensoes da caixa, controlado por um sistema

hidraulico capaz de manter constante o valor de tensao vertical (Figura 5.8). 0 processo

de adensamento em camadas tern por objetivo alcanc;ar uma maior espessura de solo

adensado devido a limitac;ao de altura da caixa, e tambem faciJitar a colocac;ao de

instrumentos ao final do adensamento de cada camada. As camadas de argila foram

adensadas em incremento de tensoes verticais ate a tensao vertical desejada (300-350

kPa), similar ao que foi realizado na sec;ao 3.2.1. A tensao de adensamento e estabelecida

atraves do perfil de tensoes desejado e tambem pela resistencia nao drenada (te6rica)

desejada.

Figura 5.8 Modelo ccntrifugo em adensamento a I g (FERNANDES et al., 2017).

Realizaram-se medidas de umidade em profundidades diferentes para determinar

o peso especifico do solo. Na

83

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Figura 5.9 apresenta-se o perfil de peso especifico do maci<;:o de solo. Assume-Se

que o solo estava saturado e atraves do valor da umidade obtem-se o peso especifico

natural medio do solo.

Yn

0 peso cspecifico natural (Yn) do solo e encontrado por:

Ys · (l+w)

(l+w-G5 )

sendo, YsO peso especifico dos s6lidos, w a umidadc e Gs a densidade dos s6lidos,

conforme aprcsentado na Tabela 3.3.

Ys = Yagua · Gs

Peso especifico natural, y (kN/m')

17,0 17,5 18,0 18,5 19,0 0 +--' ............. ..._+--' .............................................................. .......

2

§. 4 0 c. ;: ·O 0 a. 6 Q)

"Cl

.!!! ro l;l 8 Q)

E Q)

Q)

"Cl ~10 =a c: ::s -0 a: 12

14

I --....I.· I I I + I I

---t .---1 I I I

' --, I I I

--~ I I .. I I --..,-' I I

+ I

---L

' + I I I l

• Meclidas - - -~

Figura 5.9 Pcrfil de peso especifico natural (SO 1-0).

(5.2)

(5 .3)

84

-

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Foram ensaiados do is modelos centrifugos ( chamados de S00-0 e SOI-0), ambos

com perfil de tensoes ligeiramente diferentes, conforme apresentado na Figura 5.10. Com

relayao ao peso especifico natural do solo, foi adotado que em ambos os modelos o valor

foi de 17,9 kN/m3, valor referente a media apresentada na

Figura 5.9.

Tensao Vertical Efetiva, cr',{kPal

0 0

2 \ \

100

\ \ \

..... \ \

\ 14

16

200 300

--

400

I

I I

I I I

I I I I I I I I I I

I

[ -o'v(40g) - - o ' v(1g) · SOO-O - o ' v(1g)-S01·01

0 0

2

:§: 4

8. ~

....

OCR

10 20 30 40

~ ~

v --

l -[ 6 Gl 'Cl

"' cu f I lil 8 Gl

E Gl Gl

-g 10 'Cl :0 c

~ lr. 12

14

I

' ' '

.....,_

...... ----

Figura 5.10 Perfil de tensoes dos mode Jos.

50

---

Ressalta-se que nas laterais de toda a caixa foi colocado geossinteticos nao tecido

para auxiliar na drenagem. 0 esquema de drenagem utilizado durante o adensamento do

modelo centrifugo e apresentado na Figura 5.11.

85

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. ·' '

Solo (Caulim)

... .... .. """1 ·• ····· ..

Geossintetico

Figura 5.11 A)Esquema geral de adensamento do modelo B) Drenos ao fundo da caixa e

C) Colocm;:ao do geossintetico.

Durante adensamento das camadas de caulim, sao colocados os instrumentos de

medi9ao que sao estrategicamente posicionados ao fim do adensamento de cada camada.

No modelo SO 1-0 os Bender Elements do nivel mais raso (BE-2) foram inseridos

posteriormente ao adensamento (Figura 5.12). A Figura 5.13 apresenta a placa

piezoeletrica utilizada, com pintura ep6xi para garantir isolamento eletrico com o solo.

86

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. ~.....,... · . .,... .. ..;: _ ... , ;

Figura 5.12 lnser9ao de equipamentos apos o adensamento do modelo.

Figura 5.13 Placa piezoeJetrica utilizada.

Apos a coloca9ao de toda instrumenta9ao, o modelo e embarcado na centrifuga

ondc todas as tia95es provcnientes dos sensores de monitoramento e capta<;ao dos sinais

sao plugadas e posicionadas para supo11ar 0 Campo gravitacional que sera induzido

durante a execu9ao dos ensaios (Figura 5.14 ).

87

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conexoes

Figura 5.14 Vista geral do modelo embarcado.

Na segunda fase da prepara<;ao do modelo centrifugo, inicia-se a rota<;ao da

centrifuga. Ap6s atingir a acelcraiyao descjada, monitoram-se os recalques superfic iais

(Figura 5. 15 ) para quc fosse atingida a equa liza<;ao das tensoes cnvo lvidas ao nivel de

40g. Apos estabi liza<;ao dos rccalques foram realizados os ensaios de Bender Elements

em profundidades previstas.

<. I I

-!! ! \)

- : .... ::.

il ;I

Figura 5.15 Medi<;ao de reca lque em voo (S00-0).

88

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5.3.2 Modelos utilizados e sua instrumenta~ao

Foram realizados dois modelos centrifugos no presente estudo. As diferen9as

entre eles consistiram na instrumenta9ao utilizada (

Figura 5.16), no perfil de tensoes e na quantidade de ensaios de Bender Elements

realizados.

0 modelo 1 (S00-0) contou com uma instrumenta9ao de dezessete acelerometros,

representados pelas setas em vermelho, dois medidores de poro pressao, representados

pelos pontos em azul e um par de Bender Elements representados pelos retangulos em

preto. Neste modelo, foram utilizadas as frequencias de emissao da onda cisalhante de 3,

5, I 0, 15 e 18 kHz. As frequencias foram definidas em uma faixa que contemplasse os

valores medios estimados da frequencia ressonante para argila mole, que e de

aproximadamente 1 OkHz.

Ja o mode lo SO 1-0, foi instrumentado com dezessete acelerometros, quatro

medidores de poro pressao, e dois pares de Bender Elements. No modelo SOl-0, foram

utilizadas as frequencias de emissao da onda cisalhante de 2, 5, 10, 15 e 20 kHz nos dois

niveis de BE.

1~--·-- 17 -15 Cam.11da .a 6 ...!l - 19 - .. :, 9 0J 5 tr..·

14 • - -- Camw .~ ;:~~ 18

4 3 13. - • - -Camada ~ .-.

:·~)

12 3 7 - !Pt - -Caniada I ' -~ 11 2

0) , - - -:-;

~- ···---·--15H 21 - ....m. • 6

~ ~- ~ 9 20 - - • BE2 ·

~ ..i... 19 • '

t 3 7 18 --· - • I BE1 11t== 2 +- - .:..U;··.

i ~:·_')(

Figura 5.16 Instrumenta9ao dos modelos ensaiados: A)S00-0 e B)SOI-0.

89

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Em ambos os mode los, foram realizados os ensa10s de T-bar e CPT para

verifica<;:ao da resistencia nao-drenada (Su) a fim de verificar a ho rnogene idade do so lo.

A aferi<;ao da resistencia nao drenada e uma das formas de verificar se o rnodelo possui

compatibi lidade com o que foi previslo quanto o seu hisl6rico de tensoes c adensamento.

Tai resistencia obtida tambem serve para valida<;:ao dos eventos realizados posteriormente

no mode lo. A Figura 5. I 7 apresenta os perfis de resistencia obtidos nos ensaios de T-bar

comparados com a resistencia te6rica calculada scgundo mode lo SHANSEP (3.10) e

parametros apresentados na se<;:ao 3 .4 e Tabela 3 .3. Observa-se em geral boa concordancia

entre valores te6ricos e experimentais.

·--- ----·· ···-- -- - - -·

IA\l Resistencia nao-drenada, Su ~ (kPa)

0 20 40 60 0

2

E -0 \ a. :g 4 \--.... 0 ...

_\_ a. Q)

"C ns 6 ns \ (..) !/) Q)

~ 8 Q)

"C ns ~ "C

§10 -0 ... a..

12

14 I . Previsao te6rica T-bar Ii

- --- - --· -- - -·-" ·-- ---- ·- ·-

~ 0

2 -E 0 a.

:;::: ·O 4 .... 0 ... a. Q)

"C

~ 6 ns (..) !/) Q)

E Q) 8 Q)

"C ns ~ "C

§10 -0 ... a..

12

- ---·····----- -- ---- --

Resistencia nao-drenada, Su

0 (kPa)

20

_\ __ \

\ . --t

40 60

14 .._~~ ....... ~~~ ....... .-.~~ ! - Previsao-te6rica · T-bar 2

Figura 5. 17 Perfi l de resistencia dos modelos: A) S00-0 e B) SO 1-0.

90

- -- ---- - -- -

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5.4 RESULT ADOS

Os resultados apresentados a seguir, foram obtidos utilizando as metodologias no

dominio do tempo (OT) descritas na se9ao 5.2 que consistiram em deterrninar as

velocidades da onda cisalhante atraves do tempo de viagem e a distancia entre as placas

dos bender elements (BE).

Apresenta-se a seguir uma anaJise preliminar para cada metodologia proposta de

interpreta<riio e obten<riio de Vs· A analise dos resultados uti I izou co mo base os dados do

bender element na posi<riio 1 (BE-I) do ensaio S00-0 (ver Figura 5. l 6(A)), na frequencia

de emissao de 3kHz. Os itens 5.4.1, 5.4.2 e 5.4.3 apresentarn somente a analise para o

ensaio escolhido como base e exemplifica9ao

Apos analise de cada metodologia e o seu respectivo tempo de viagern da onda

cisalhante, foram reunidos os tempos de viagem respectivos a cada metodologia.

Analisou-se o valores do modulo cisalhante para cada ensaio de BE para identificar um

valor medio do modulo cisalhante maxirno. 0 modulo cisalhante foi determinado pela

equa9ao (2.16) apresentada na se9ao 2.3.J que trata sobre 0 modulo cisalhante (G) e o

modulo de Young (E).

5.4.1 Analise do tempo de viagem da onda cisalhante pelo metodo do tempo de

chegada

A Figura 5.18 apresenta o metodo de identifica9ao da chegada da onda cisalhante

no BE-R. Tai procedimento de identifica9ao foi utilizado em todos os ensaios, sendo, os

seus graficos apresentados no anexo G deste trabalho.

60 to I I- - 3kHz !

40

20

0 >

-20

-40

-00 0,0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0

t(ms)

Figura 5.18 Aplica9ao da metodologia do tempo de chegada.

91

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5.4.2 Analise do tempo de viagem da onda cisalhante pelo metodo pico a pico

A Figura 5.19 apresenta o metodo de identificac;ao da viagem da onda cisalhante

ate o BE-R pelo metodo da identificac;ao pico a pico. Tai procedimento de identificac;ao

foi utilizado em todos os ensaios, sendo, os seus graficos apresentados no anexo H deste

trabalho.

60 I- - 3kHz I

40 t ico

20 ., -

/ ' ' ~ 0 ____ /_.,... _____ , ___ /..,...-...--.. ~~-=-~~

/

' -20

-40

-60+-.....--,---...--,-...--r--...,...--.--.---,..--.-,..-....-...,...--.--,---,..--,-.,........., 0,0 0,1 0.2 0,3 0,4 0.5 0.6 0.7 0,8 0.9 1.0

t(ms)

Figura 5.19 Aplicac;ao da metodologia de pico a pico.

5.4.3 Analise do tempo de viagem da onda cisalhante pelo metodo das frequencias

cruzadas

Para determinac;ao do tempo de viagem na metodologia da frequencia cruzada

requer outra emissao de onda, o exemplo utilizado (ensaio BEOl - S00-0 na frequencia

de 3kHz) foi comparado com uma onda emitida na frequencia de 5kHz, conforme

apresenta-se na Figura 5.20.

2.

60

40

20

0

-20

-40

-60 0,0 0 ,1 0.2 0,3

t treg cruzad.a

0.4 0,5

t(ms)

0,6 0,7 0.8 0,9 1.0

Figura 5.20 Aplicac;ao da metodologia das frequencias cruzadas

92

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Na analise do tempo de viagem da onda cisalhante, observou-se que em todos os

ensaios o agrupamento clas frequencias mais baixas (2, 3 e 5kHz) apresentaram resultaclos

ligeiramente cliterentes comparados com os ensaios agrupando as frequencias mais altas

(10, 15, 18 e 20kHz). No anexo l sao apresentados os resultados e os devidos

agrupamentos para cada ensaio.

A Tabela 5.2 apresenta os resultados compilados ja em termos de modulo

cisalhante maximo, para todos os ensaios, metodos e frequencias de emissao de onda

c isalhante.

Tabela 5.2 Resultados compilados de Bender Elements.

Ensaio BE Freq. Metodo de s TemQO (ms) Vs p G

analise (mm) Input Output (mis) (kg/m3) (Mpa)

3kHz 90 0,095 0,631 167,97 1790 50,50 5kHz 90 0,095 0,610 174,99 1790 54,81 IO kHz Chegada 90 0,095 0,521 211,23 1790 79,86 15kHz 90 0,095 0,555 195,87 1790 68,67 18kHz 90 0.095 0,560 193,83 1790 67,25

S00-0 BEOl 3kHz 90 0,179 0,695 174,27 1790 54.36 5kHz 90 0.145 0,679 168,61 1790 50,89 lOkHz Pico a Pico 90 0,119 0,641 172,41 1790 53,21 l5kHz 90 0,112 0,629 174,05 1790 54,22 18kHz 90 0,110 0,638 170,29 1790 51,91

Grupo l Freq.Cruzada

90 0,095 0,623 170,52 1790 52,05 GruQO 2 90 0,095 0,493 226224 1790 91 ,62

2kHz 90 0,095 0,424 273,89 1790 134,28 5kHz 90 0,095 0,436 264,32 1790 125,06 IOkHz Chegada 90 0,095 0,421 275,90 1790 136,26 15kHz 90 0,095 0,417 279,96 1790 140,30 20kHz 90 0,095 0,390 304,81 1790 166,30

SOl -0 BEOl 2kHz 90 0,224 0,483 346,77 1790 215,24 5kHz 90 0,145 0,460 286,36 1790 146,79 IOkHz Pico a Pico 90 0, 119 0,441 279,81 1790 140,14 l5kHz 90 0,110 0,431 280,00 1790 140,34 20kHz 90 0.105 0,410 295,31 1790 156,10

Grupo 1 Freq.Cruzada

90 0,095 0,406 289,88 1790 150,42 GruQO 2 90 0,095 0,394 300,87 1790 162,04

2kHz 90 0,095 0,390 304,81 1790 166,30 5kHz 90 0,095 0,462 245,43 1790 107,82 lOkHz Chegada 90 0,095 0,448 255,38 1790 116, 74 15kHz 90 0,095 0,443 258,88 1790 119,96 20kHz 90 0,095 0,431 268,05 1790 128,62

SOl-0 BE02 2kHz 90 0,221 0,486 340,55 1790 207,59 5kHz 90 0,145 0,529 234,78 1790 98,67 lOkHz Pico a Pico 90 0,119 0,483 247,05 1790 109,25 15kHz 90 0,110 0,471 248,68 1790 ] J0,70 20kHz 90 0,105 0,452 258,90 1790 119,99

Grupo I Freq.Cruzada

90 0,095 0,438 262,28 1790 123,14 Gruro 2 90 0,095 0,437 263,41 1790 124,20

93

- -- - --------- - -

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Afim de obter apenas um valor para cada BE, obteve-se a media de todos os

resultados em termos de frequencia e metodologia que sao apresentadas nas figuras 5.21

e 5.22. Observa-se que nos ensaios realizados no mode lo SO 1-0 foram desprezadas as

medidas realizadas na frequencia de 2kHz. Tais medidas apresentaram uma dispersao que

foi considerada excessiva.

~

;;_

"-.J

135

! 20

105

90

75

(i ()

~is

~o

15

u

J.75 2(J0 ::'.45 230 215

-::- 200 .-. = 185 ~- 170

155 1 .. io 125 110 95 80

BEO l (S00-0)

--· • -·· - Cl1c~_ada ---.- !'iv' a l'i ci1

• r r<:q. C · rnzada {)- :-,.-rc-dia

• -+ l

T ~

· ---·-

51d!1 l!Hd 11 15kl 11 18k!l1 (irupl ' 1 Grupo 2

BEOJ (S0!-0)

-- • ----- Cheg<1Ja ---.- l'i co a Pico

• I rcq.Cnm1d<1 o iviC'dia

i .... ..... ____ _ _ 1

.?kl l1 1 Oki lz l 5k l 11 201d 11 ( irupn l Cirupu 2

Figura 5.21 Medias obtidas dos ensaios de Bender Elements 0 I.

94

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·f¥' t ·hc~adt.1 --a-- Pi ... 1! J Pit..-, \

• ! t\'q 1. ru n d:1

Figura 5.22 Medias obtidas dos ensaios de Bender Elements 02.

5.5 COMPARAC,:AO DOS RESULTADOS COM PREVISOES TEORICAS

Destaca-se que a maiona das previsoes te6ricas para o modulo cisalhante foram

realizadas a partir de ensaios dinamicos em laborat6rio (ensaios de coluna ressonante,

triaxial ciclico e Bender Element) (DA FONSECA et al, 2009) e que para uma

comparac,:ao com os resultados apresentados neste trabalho tais previsoes te6ricas serao

assumidas como validas para os ensaios realizados com BE em centrifuga.

Assim, compilou-se os resultados apresentados de coluna ressonante para o modulo

cisalhante maximo juntamente com as medias obtidas nos ensaios com Bender Elements.

Os resultados compilados dos ensaios sao apresentados na Tabela 5.3 juntamente com as

suas principais caracteristicas.

95

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Tabela 5.3 Tabela dos resultados compilados de BE e CR

p OCR Modelo BE e

(kPa) (MPa)

S00-0 BEOl 1.044 1790 3,69 96,461 61

SOl-0 BEOl 1,044 1790 3,69 96,461 146

SOl-0 BE02 1.044 1790 7.5 48,457 116

CRI 0,888 1843,4 I 280 76,371

CR2 0.843 1864,88 I 350 118,06

CR3 0,81 2 1879,91 I 420 134. 1

CR4 CPI 0.76 1906,58 I 560 156.56

CRS 0,788 1892.23 2 280 131 .5

CR6 0.808 1881 ,78 4 140 113.11

CR7 0,835 1868.71 8 70 90,747

CR8 0.83 1907,48 I 280 86,872

CR9 0.781 1930,93 I 350 108,53

CRIO 0,743 1950,04 I 420 121 ,29

CRll 0.688 1979,56 I 560 160 CP2

CRl2 0.721 1961.82 2 280 168,09

CR13 0,749 1947.1 4 140 119,8

CRl4 0,767 1937,85 8 70 97,043

CRIS 0,785 1929,13 16 35 87,027

5.5.1 Previsoes teoricas para o modulo cisalhante maximo (Gm:tx)

Ja e sabido na literatura que 0 modulo cisalhante maximo e influenciado por

diversos fatores , dentre os quais: fatores do solo e do estado de tensoes bem como

extemos (temperatura, velocidade do equipamento que faz a medi9ao entre outros)

(DAREN DELI , 200 I). Como apresentado em (BARROS, 1997), ha do is modelos de

previsoes do modulo cisalhante, sendo um modelo baseado na correla9ao da velocidade

de onda cisalhante e o estado do solo e outro atraves de uma correla9ao empirica do

modulo G com o estado do solo e o tipo de solo.

E: importante destacar que as previsoes do modulo cisalhante tendem a

potencializar o erro ocasionado na medi9ao da velocidade da onda cisalhante, uma vez

que na formula9ao da sua defini9ao (equa9ao 2.16 utilizada na dedu9ao te6rica do modulo

cisalhante obtido em coluna ressonante) e diretamente proporcional ao quadrado da

velocidade da onda cisalhante.

96

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5.5.1.1 Previsi'io de Vs

Neste estudo serao abordados dois metodos de previsao de Vs. A pnme1ra

formulacyao para previsao de Ys. utilizada aqui. foi concebida por HARDIN & BLACK

(1969) . Conforme apresentado por BARROS (1997), para argilas em geral a formulacyao

e:

V, = (103,6 - 34,93e) · OCRKl2 a~·25 (5.4)

Onde K. e uma constante relacionada ao tipo do solo e neste caso. considerada igual

a 0.3 para solos argilosos.

Alternativamente a formulacyao de HARDIN & BLACK (1969). ANDERSON &

RICHART ( 1974) identificaram que a formula9ao estabelecida por HARDIN & BLACK

( 1969) precisava de ajustes nos coeficientes para que se aproximasse dos resultados

obtidos para 6 tipos de argilas. assim manteve-se o valor do coeficiente K igual a 0.3.

V, = (76,24 - 31,28e) · OCRKl2 ag·25 (5 .5)

5.5.1.2 Previsiio de Gmax

Como a variavel de interesse fisico e o modulo cisalhante maximo (Gmax).

HARDIN & DRNEVICH (1972) estabeleceram uma formula9ao geral que levasse em

considera9ao o tipo do solo. expresso pelos coeficientes A. K e n; a condi9ao do solo

expressa em termos do indice de vazios e; e o estado de tensoes do solo expresso em

termos da tensao confinante e a razao de sobreadensamento (OCR). A formulacyao geral

e dada por:

Gmax =A · f (e) · OCRK · Patm (l-n) · ifc n (5.6)

A partir de entao, diversos autores foram adaptando a equacyao 5.6 a fim de

encontrar o melhor ajuste par os seus resultados. A Tabela 5.4 apresenta alguns autores

com os devidos ajustes e considera96es para o tipo de solo estudado.

97

- - - -- ----------- - - --

,~

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Tabela 5.4 Autores e coeficientes para previsao de Gmax .

Autor Tipo de Solo Coeficiente Valor A 625 K 0,3

HARDIN ( 1978) Argila n 0,5 1

f(e) = (0, 3 + 0, 7e2)

A 677 K 0,42

ATHANSOPOULOS & Argila n 0,41

RICHART ( 1983) 1 f(e) = (0, 34 + 0, 7eZ)1,36t

A 450 K 0,5

MARCUSON & W AHLS Caulim n 0,5

(1972) (2, 97 - e) 2

f(e) = (1 + e)

A 400 K 0,2

VIGGIANI & ATKINSON Caulim Speswhite n 0,5

(1995) f(e) = 1

VIGGIANI & ATKINSON (1995) perceberam que o fatorf(e), que e referente a parcela do estado do solo, estaria sendo redundante coloca-lo como uma variavel

dependente, uma vez que ja estaria expresso na tensao confinante e OCR.

Na mesma premissa de VIGGIANI & ATKINSON (1995), BARROS et al. (2007)

estabeleceu uma relac;ao envolvendo a tensao confinante e OCR das argilas marinhas

brasileiras, excluindo valores quando tem-se OCRs maiores que 4, sendo expressa por:

G , max= 287

Patm (

ii )0,84 _c_ . OCR0,63 Patm (5.7)

5.5.2 Compilar;ao dos resultados com as previsoes teoricas

Apresentados OS diferentes modelos de previsoes tanto para o modulo cisalhante,

quanto para a velocidade da onda cisalhante, realizou-se uma comparac;ao em grupos.

Como apresentado na Tabela 5.3 os ensaios possuem diferentes indices de vazios, tensoes

confinantes e valores de OCR, o que gera uma previsao para cada tendencia de ensaio.

98

~ ---~ ~~~~~~~~~~~~~~-

-------------

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Assim , silo apn:scntados na Figura 5.23 todos os ensaios quando eomparados as

formula(,'.ocs quc silo i11depc11dentcs do indicc de vazios (VIGGIANI & ATKINSON,

1995: BARROS et of.. 2007). I nas figuras 5.24, 5.25 c 5.26 sao comparados os

resultados de cada cnsaio (CPI, CP2 e BE) com os modclos de prcvisao quc dcpcndcm

do inclicc de vazios .

········ . . . . . . . . . . . . . . . . .

, ..... -···· . .. . ········ .. ·

Figura 5.23 Rcsult ados comparados com modclos indcpcndcntes do indicc de va/ ios.

Figura 5.24 Cornpara(,'.ao dos n:sultados de Co luna Ressonante com as prcv isocs h:(·1ricas para o C P 1.

99

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~

" 0

250

c 200 E

2 ~ 150

50

()

······ ·· .........

- - • -- CP~ - · · - Al\ DERSO\lt 1974 I

- - - Jl ,\ RDl"i t 1978 ! --B.A RROS ct al t" Ofl7)

10 100 1000

Tcnsao Continantc. o '., (kPa)

Figura 5.25 Compara9ao dos resultados de Coluna Ressonante com as previsoes teoricas para o CP2.

As previs6es segundo os autores ATHANASOPOULOS & RICHART (1983),

HARDIN & BLACK (1968), MARCUSON & W AHLS (1972) foram retiradas das

compara96es pois estavam distantes dos resultados apresentados, e assim nao foram

consideradas relevantes nas compara96es.

..-._ 180

"" ~ 160 2 ~

140 -

v

~ 120

/ 100 ~~

2 80 ~ ~

('J 60 ~

rJ VJ 40 u r

::; 20 ~

0 ""'"" ""'-10

0 S00-0 BFOI

ti SOl -OBf:O J

SO J-0 BE02

------- MARCU'.:'>ON & WAH L S ( l 'J72 l

- - - - HAR DIN & BLACK (1%91

- · - A THAl\''>OPOULCIS &. RI CHART ( 1983)

- - - HA RDI\\; i 1978!

-- B.<\ RR OS ct al 12007 1

......... VICi Ci l AN I & A JK INSON i 19951

- · · • J\NDERSONt. 1974 !

---~.:::.....-. :_ . - . -

----------0

·.:"f'f"I•""" __ ...........

100

Tcnsa;1 C<1nlinamc. n'. , (k Pa)

Figura 5.26 Compara9ao dos resultados de Bender Elements com as previs6es teoricas.

100

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Relati vo a convergencia dos resultados corn os modclos te6ricos ohserva-se que

de todos os ensa ios realizados. somente o ensaio de BEOI (S00-0) se cnquadrou com a

previsao de BARROS et al. (2007). As dcmais previsoes divergiram dos resultados

ohtidos. Ha que se relatar. tarnhem. que os pr6prios resultados de Co luna Ressonante e

Bender Element sao di spersos entre si. Tai di spersao de resultados para urna rncsma

tensao confinantc e mesmo indice de vaz ios tamhem fo i rclatada por BENZ (2007) . como

mostrado na Figura 5.27.

cr',. I OOkPa 25(

~ J...-A..--..1. lwd'."ak.i & ·1 ~1 bunka - ~-

~. 200 • ···•-- Bi.m·1 & J Ji.:ht·r 0 c .............. Kim t>l al >"'.

- ~

E Vi( ~ c "' ..r:

"' 10 - ~ c_;.

..s ::i

"O 50 ·C

~

()1+-~~~~~~~~~~~~~

0.5 1.5

indice de vazios. e

2 ? -.... . J

o', . 400kPa 50l} +-+---+ ll.ml i11 & IJJ,1 ,k

, ·~

:5 40( • ··• ···• Bi.Ht'/ & } l i .. :hl"J

6 E

.............., Kim dell .

:...-: ~- '· .E ](J( ..........._... Knku~ho l'! JI

1.1 \ ' : --

t:: "' :; 200 -~ (.., 0

:g ]()(I

~ ()1+-~~-.~~~,.---~~.,.------,

0.5 1.5 2 2.5

Indice de ,·azios. e

Figura 5.27 Variac;:ao do Gina' com indice de vazios para uma mesma tensao confinante . (Adaptado de BE Z. 2007)

5.6 CO CLUSOES DO CAP IT ULO

• Os mctodos utili zados para identifi cac;ao do tempo de viagern da onda cisalhantes

se mostraram coercntcs entrc si e nao apresentararn uma dispersao rcl evantc:

• Os sinais ohtidos no receptor nao aprescntam continuidade com os sinais

emitidos:

• Apesar de que as prcvisoes te6ricas. para os ensaios de co luna ressonante

apresentaram valores diferentcs dos resultados ohtidos. seu formato foi

scmclhante. Podendo ser reajustados seus coeticientes. a difcrenc;:a encontrada

poderi a ser dirimida;

• Os resultados dos m6dulos cisa lhantes max imos apresentaram uma di spersao

entre si (BE I -S00-0 e BE I-SO 1-0) e tambem quando comparado aos modelos de

previsao te6ricos. porem estao na ordem de grandeza (I 08 Pa).

101

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• Um dos maiores fatores que contribuiram a obtenc;ao de valores diferentes foram

as diversas metodologias utilizadas no estudo (CR e BE). que contemplaram

diversas condic;oes de ensaio.

102

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6 CONCLUSQES E SUGESTQES PARA TRABALHOS

FUTUROS

Neste ultimo capitulo sao apresentadas as principais conclusoes desta dissertayao e

sao pontuadas algumas sugestoes para outros trabalhos sobre parametros dinamicos de

solos.

A dissertac;ao teve como ponto central de discussao e interesse a a val iayao e

determinac;ao dos parametros do caulim Speswhite amplamente utilizado em diversos

centros de pesquisa no mundo bem como em pesquisas paralelas a este estudo. Dos varios

pontos abordados e dos diferentes ensaios realizados. as conclusoes obtidas neste

trabalho. sao:

• Os parametros de compressibilidade e resistencia apresentados sao caracteristicos

de materiais argilosos e confirmam a representatividade do caulim comparado a

solos argilosos:

• Os resultados dos parametros estaticos (de compressibilidade e resistencia)

obtidos no presente estudo, apresentam-se proximos dos valores disponiveis

encontrados na literatura e podem ser utilizados como valores mais recentes por

fomecerem melhores estimativas da resistencia nao drenada Su;

• Para o primeiro estagio sobreadensado o comportamento do modulo cisalhante

com o tempo decorrido do novo estagio nao apresentou um comportamento claro

na evoluc;ao do modulo cisalhante:

• A metodologia empregada na realizayao dos ensaios de coluna ressonante. apesar

de ser intluenciada por variaveis externas e principalmente por apresentar um

carater subjetivo do operador na obtenc;ao de algumas medidas, apresentou-se

com baixa dispersao entre os resultados na determinayao do modulo cisalhante e

uma dispersao aceitavel quanta a razao de sobreadensamento:

• Para o caulim Speswhite percebeu-se que nas curvas de reduc;ao do modulo

cisalhante nao houve intluencia significativa do OCR e nem da tensao confinante;

• 0 modelo de previsao de ISHIBASHI & ZHANG ( 1993), nao refletiu o

comportamento do solo estudado. apresentou-se valores sobrestimados aos

resultados obtidos para a curva de degradac;ao do modulo cisalhante e razao de

amortecimento:

103

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• 0 modelo de HARDIN & DRNEYICH ( 1972) com a tensao cisalhante maxima

aproximada pela resistencia nao drenada do solo apresentou uma boa

concordancia (Figura 4.23) com os resultados obtidos somente para o modulo

cisalhante normalizado;

• A formulai;ao de previsao para a curva de degradai;ao do modulo cisalhante e

razao de amortecimento proposta por AMIR-F ARY AR (2016), que considera

valores de IP e CT\n relativamente diferentes aos do presente estudo, apresentou

uma boa concordancia com os resultados obtidos tanto para a degradai;ao do

modulo cisalhante quanto para a razao de amortecimento;

• Os metodos utilizados para identificai;ao do tempo de viagem da onda cisalhantes

se mostraram coerentes e nao apresentaram uma dispersao relevante;

• 0 criterio adotado para determinai;ao dos tempos de viagem da onda cisalhante

ocas1onou um resultado diferente para os metodos de pico a pico e tempo de

chegada;

• Apesar de que as previsoes teoricas para os ensaios de coluna ressonante

apresentaram valores diferentes dos resultados obtidos, seu formato foi

semelhante. Podendo ser reajustados seus coeficientes, a difereni;a encontrada

poderia ser dirimida ;

• Os resultados dos m6dulos cisalhantes maximos apresentaram uma di spersao

entre si e tambem quando comparados com os modelos de previsao teoricos,

porem estao na ordem de grandeza (I 08 Pa).

As sugestoes para o desenvol vimento de trabalhos futuros. sao:

• Realizar mais ensaios de coluna ressonante com o caulim Speswhite para

obteni;ao de uma maior quantidade de dados e tornar uma amostra mais

comparativa;

• Realizar adensamento em adensometro da COPPE com outros materiais

drenantes assim como outros materiais lubrificantes para redui;ao do atrito

embolo-caixa;

• Realizar melhorias no equipamento de coluna ressonante, visto que ja existe

tecnicas mais modernas e com sistema de aquisii;ao de dados continuamente;

104

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• Comparar os resultadns da redll(;ao do 1rn'ld ulo cisalhante e da razao de

amortecimento cnm outros mode los de pre\ isoes e real izar um estudo

paramctrico para obten(,.'ao de indices de ajuste com os mode los de p1-c\ isao

mai s utilizados :

• Fazer um a ca libra(,.'iio atualizada dos equipamentos e senso rcs enn1 h idos nos

ensaios de w luna ressonante para cunkr0ncia com a Ciltima ca li bra(,.'ao

rcalizada cm 1996:

• Rcali zar en sa ios de Co luna Resso nante com maiu r dura(,.'ao do adcnsamento:

• /\nali sa r n tempo de \ iagem da onda cisalhante por meil1 de outras

metodo logias. incluindo as metodo logias no dominio da frequcnc ia:

• Rea li zar urna ca libra<;:ao dos sinais dos Bender Llernents para\ erifica(,.'ao da

continuidadc dos si na is de emissao com os de reeep(,.'ao:

• Real iza r uma varia<;:ao do espayarnento entre as placas de piezoelctricas para

avaliar a influcncia do ambiente nos resultados :

• Real izar urn estudo pararnetrico para obtenc;ao de ind ices de aj uste com os

modelos de prcvisao mais utilizados para 0 modulo eisalhante maximo:

• Verificar a influencia de diferentes criteri os a se rem utili zados na

interpreta<;:ao dos resultados obtidos. uma vez que o criterio adotado nao

considerou a chcgada da onda cisa lhante quando o seu sinal se comporta como

urn a contin uidade do sina l emitido.

105

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ANEXO A - GRANULOMETRIA E MINERALOGIA

ABNT ARGILA

"' I/)

90

80

~ 70 a.. Q) 60 ::i C"

SILTE

I I

Curva Granulometrica

AREIA PEDREGULHO FINA MEDIA GROSSA FINO MEDIO GROSSO

PENEIRAS: 200 100 60 40 30 20 108 3.14 11 Vi!

E so t---1-+-+-t--t-++<ct--+-+--i--+-t-++++-~-tt--...,_,+-+-++<-++---t-T-+-+-+-++H+---+---+--+rl-+-++H

& 4o I

"' -I-C i : e - -

t-- ·-- - t-- _ ;__ ___ l,, _ .______I - - -- ·-· __ :__I--~­

' '

.

____ _ ._:._

J J ---+- Sedimentacao 1 lO ~ - .. - Sedimenta~iio 21---ii--+-+-t-++t~-h-t-it---Hi++H---+-r+-r-+-+++++--+--+-+-.++-tt+t

0 ~~'-~' ~'~'~' ~'~' -~~~ ........ ~-_.,~__,.._~...,.._~___....,...._.,_,__._~~~-......,~--+-t~ 0.001 0,01 0.1 10 100

Diametro dos Graos (mm)

0

10

20

"' 30 "O

~ 40 a:

E Q)

so Cl

"' c 60 Q)

!:! 0

70 a..

80

90

100

Figura A. I Distribuir;ao granulometrica realizado em ensaio de sedimentm;:ao corn defloculante.

SPESWHITE-KAOLIN-1 (Coupled Two Theta/Theta)

.. E " 8

IOOOl>-

O ~ J 'f - 'I' I''' ., I . ' ' ' I. ' .' I

10 2ll

I PDF 04-013·3074 /lJ2 $12 051 0 H :4 Ka~ru'le-1 A

I PDF" 00·002-0055 H2 K Al3 S(I 012 Muscoo11te , POF 00-046-1 04~ SI 02 Quartz . ~Y!l

.. ~!L .. __ ~-'~~--"-

.,, t ••• • 1 • • ,, 1

, ••• , , , • 1

, ••• ,. , •• 1

. ,,. 1 • •••

JO 40 50 9J 10

2Thela (Cou?e<J TwoThela/Thela) Wl" 1.54060

Figura A.2 Difratograma obtido no ensaio de Difrar;ao de Raio-X

112

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ANEXO B - ENSAIOS DE COMPRESSIBILIDADE

Tabela B. 1 Ensaio de adensamento edometrico realizado com a lama.

I~ Antes do Ensaio Ap6s Condir;;oes iniciais do CP

CP Solo

CP ~ (cm) 7,15 hs Moldaqem 0,880 Capsula - M8 J8 12 h (cm) 3,00 (cm)

Tara+S. umido (g) 405,86 51 ,16 56,95 72,40 Gs 2,620 ys 7,54

Tara+S. Seco(g) ~ 32,79 36,69 43,27 Area (kn/m3)

Tara (g) 226,84 13,14 15,01 15,04 ( cm2 ) 40,15

So Solo seco (g) 92,53 19,65 21,68 28,23 Volume (%)

102

120,45 Umidade ( % ) 93,47 93,49 93,45 103, 19 ( cm3 ) ea 2,411

Pressao def.24 def. 50 I. 50 I. 90 h. 24 h. 50 E indice de Cv.50 Cv.90

( kPa) (cm) (cm) (min) (min) (cm) (cm) (%) Vazios (m 2/s) ( m2/s)

* * * * * * * * * (x10-8} (X10-8}

1,5 0, 112 * * * 2,888 * 3,73 2,283 * *

3,125 0,293 * * * 2,707 * 9,76 2,078 * *

I '1,974 · ..

6,25 0,384 0,337 10,9 * 2,.616 2,663 12,80 5 ,3 3,39

12,5 0,494 0,435 9,9 * 2,506 2,565 16,46 1,849 5,5 4,95

25 0,614 0,552 6,9 * 2,386 2,448 20,48 1,712 7 ,1 7,84

50 0,734 0,670 2,8 * 2,266 2,330 24,47 1,576 15,9 12,61

100 0,852 0,792 2,1 * 2,148 2,208 28,40 1,442 19,1 14,06

200 0,968 0,909 1,600 * 2,032 2,091 32,25 1,311 22,4 24,71

400 1,077 1,019 0,900 * 1,923 1,982 35,90 1,186 35,8 34,65

200 1,058 * * * 1,942 * 35,28 1,207 * *

100 1,034 * * * 1,966 * 34,45 1,236 * *

25 0,977 * * * 2,023 * 32,56 1,300 * *

11 3

- - -~--------~--.................

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Tabela B. 2 Ensaio de adcn samcntn edo111Ctrico reali1ado com amostra pre adensada em adensC1111etro

------ Antes do Ensaio Ap6s Condic6es iniciais do CP Solo "~ I

CP Moldaqem

CP <!> (cm) 7.15 hs 0,815 ·-..._

Capsula 134 F19 78 le 5 h (cm ) 2,00 (cm) Tara+S umido (9) 173,85 54,99 90,77 167,24 Gs 2,620 ·1s 10,48 Tara+S. Seco(g} -------------- 39,23 64,13 130.21 Area

40, 15 (kn/m3 )

Tara (g) 42,30 9,81 14,05 49,00 ( cm 2 ) So So lo seco (g) 85 ,77 29,42 50,08 35.00 Volume (%)

96

Umidade ( % ) 53,38 53,57 53,19 105,80 ( cm 3 ) 80,30

1,453 e o

Pressao def.24 def. 50 I 50 I 90 h. 24 h. 50 E indice de Cv.50 Cv.90

( kPa) (cm) (cm) ( min) ( min ) (cm) ( crn) (%) Vazios (m2/s) ( m2/s)

* * * * * * * * * (x10-8) (x10-8 )

1,5 0,013 * * * 1,987 * 0,65 1,437 * . 3, 125 0,027 * * * 1,973 * 1,34 1,420 • •

6,25 0,044 0,036 4,5 23,04 1,956 1,964 2,21 1,399 7,3 5,92

12,5 0,077 0,060 4,0 22,56 1,923 1,940 3,84 1,359 8,2 5,89

25 0, 123 0, 101 2,2 11,90 1,878 1,899 6,13 1,303 14,9 10,71

50 0, 184 0,153 1,9 8,12 1,816 1,847 9,21 1,227 17,3 14,84

100 0,267 0,227 1,7 6,50 1,733 1,773 13,35 1, 126 19.3 17,09

200 0,362 0,314 1,6 4,62 1,638 1,686 18,09 1,009 20,5 21 ,74

400 0,461 0,411 0,8 3,61 1,539 1,590 23,06 0,888 43,8 24,73

200 0,442 . . * 1,558 * 22, 11 0,911 . *

100 0,417 * * * 1,583 * 20,85 0,942 * *

25 0,357 * * * 1,643 * 17,85 1,015 * .

Tabela B. 3 Resultados obtidos no ensaio de adensa111ento isotr6pico.

Valor Final

Pressao V. Vol e \' In p'

(k.Pa) (cm3)

6.25 0.43 1.397 2.397 1.833

12.5 2.55 1.371 2.371 2.526

2) 6.31 1.3 25 2.32) 3.219

50 I 1.45 I .262 2.262 3.912

JOO I 8.05 1. 182 2.182 4.605

200 25.9 1.086 2.086 5.298

100 24.12 1.108 2.108 4.605

50 21.9 1.135 2. I 35 3.912

100 23.45 I. I 16 2. 116 4.605

200 26.68 1.077 2.077 5.298

400 34.58 0.981 1.981 5.991

114

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ANEXO C - ENSAIOS DE RESISTENCIA

300

I I I

0 +-~-+-~-+-~-+-~-+---r----+-~-+----r----+-~-+----.--+-~---<---.-~ 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22

deforma<;ao especifica ( % )

~~: ~_-_-.. --~.-.. _ -_-_~--~1 --~I ~~~.-__ -. ----~. ---- ~--.-.-_-_-__ ~_~---. --.-~~~-1 1 100 +---+---+-

90

.-BO ro

o_

- ·---· - -·-···- r--··----··· "--"'"

,/ lr/ C P -3

- ,/-· -~~ - - -- - - - .--; = 300 kF-' a

·~60 +----+-__.,,.._1_"'__,__./~-+---+----+---;---+---;---+- " ' ,, := 1 8 3 k p d

50

~50 ___ 7V ... · l

g_ I --- CP-2 40 -l---

111-.. ~/--+-.......--=---i=----t--t---+---+---t-- ,,,,,,=200 kPa

I

I 30 _,___,f,_,_/.--...,.~-t---+-·- -->----1- -1--1---1- - CTv 0=12f kPa

20 f/-11

1: 0 ---+-2--~4--~6--~8--1~0--1~2--1~4---1-+-6

deformai;:aoespecifica ( % ) 18 20 22

L

Figura C. I ( ircifa:os tcnsau-dcfornrn~<lo da scric normalmcn tc adcnsada.

115

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b

3,0 -...-----,----.------.--....,..---..---.......--- C P- ·1

n. =100 kPa n,0=61 kPa

n :;-;;400 kPa 2,5 +---+--"JC-=---+---1---:::::b"""""~*"""'""'"'""*--.::~-- C>. 0=.244 kPa

2,0

CP-3 crv0=300 kPa

-+--_.__...-.---+--+-----< CTvo=183 kP a ----+-----< CP-2 crv0=200 kPa crv0=122 kPa

1,5-t----.--T-.,..--+--.--~-.--+----.--t-....,......---!---.--t----.--T-.,..--+--.----i~-.--1

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 deformai;ao espedfica ( % )

0, 700 ~---.---~---.---~---.---......---~--....--- CP-2

CP-3 crv0=200 kPa

+--- --+-- - t--- -1 cr,,,,=300 kP a - --+- - -+----+-- crvo=122 kPa 0,600 v

crv0=183 kPa

~ 0,400 t--~~~~~~~~~==t:~~==~~~~';;J;;;;;;~;;;;;;;:;~--1 Qi E

•lll

[ 0, 300 4---4'--#;~--+----+---+----+- C P-1 0 _,,,=100 kPa

0,200 +-1...._..--+----+----+----+----+-- CTvo=61 k pa

CP-4 c• ,=400 kPa c;.i0=244 kPa

O,OOQ--1---.---+---.-+--.--+---.-+--.--+---+-....,......-+----.-+---+----.-+----4

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 deformai;ao especifica ( % )

Figura C.2 Graficos de poropressao e parametro A da serie normalmente adensada.

116

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250

200

~ 150 -""

0 '5 IJ) (1)

"O

0 100 •C'll IJ)

c 2

50

0

70

60

50

C'll a.. ~40 0

•C'll IJ) IJ)

~ 30 Q_

0 .._ 0 Q_

20

10

0 0

I

0

I

~ ........ -

/.: ,..----

r;~-rt_

2 4

2 4

I I I I I I

CP-6 OCR 2,5 CP-7 OCR-2 CP· 8 OCR-1 ,5 o- ,.=160 kPa . ' =200 kPJ cr =267 kPa CTvo=139 kPa o-, 0=190 kPa

-'"' ....... ~ -- ........

..._ __ : - .. ------.......... ~-

6

I I

I I

6 8 10 12 14 deforma(fao especifica ( % )

CP-6 OCR 2,5 CP-7 OCR-2 0 ,,,=160 kPa " ==200 f<.Pa CTvo=139 kPa

·--.._._ .. ,,.

~

~

16 18 20

CP- 8 OCR-1.5 (j .,=267 kPa

8 10 12 14 16 18 20 deformac,:ao espec if ica ( % )

Figura C.3 Gri1fi~os tcnsao-dcforma~ao da scric sobrcadcnsada .

22

22

117

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-b

3,0 -.-----.---....------.---....-----.---,-----.---,-----,---,------,

CP-5 OCR 3,5 <>i.=1 13 kPa " ·;o =113 kPa

CP-6 OCR 2,5 crvo=160 kPa crv0=139 kPa

CP-7 OCR-2 cr,0=200 kPa crvo=160 kPa

CP- 8 OCR-1,5 crvo=267 kPa crvo=190 kPa

~2, 0 -l-~~~--1---+-----l---+---+----l--___;f-----+--+------i b

1,0 -l---l----l---.--l--.---l--,--+--+---+--+---+--+---1 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22

deformactao especffica ( % )

0,5 ~---.---....------.---....------.---,-----.---.-----,---,------,

C P-5 OCR 3,5 CP-6 OCR 2,5 CP-7 OCR-2 CP- 8 OCR-1 ,5 a . . =11 3 kPa crv0=160 kPa cr,c,=200 kPa crvo=267 kPa

0,4 _,__ _ _ G v0=11 3 kPa crv0=139kPa __ cr_:_;vo:...=_1_60_k P_a----''-- crvo= 190 kPa

<( 0,3 -l-Jl.---1---+-------+----l,,;C--+---+--+---+---1b~+----J 0

~ <nl .... ~0.2 -1\---\f~~~--t----::--t ...... ..-o'!!!~=---t---:::;;;;;;;j;;;;;:::::~F-"'"""""=-t--t---i

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 deforma9ao especifica ( % )

Figura C.4 Graficos de poropressao e parametro A da serie sobreadensada.

118

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J.10

120

100

,. 80 ::<

60

~o

20

- Em·oltOria

CP 05 - 1 IJkPa (OCR 3.5)

CP 06 - 160kPa I.OCR 2.<)

CP 07 - 200kPa (OCR 2) CP 08 - 267kPa (OCR 1.5)

- - - Ko

Envolt6ria Mohr-Coulomb

K CP6 . ~

o ~;; :: : ~ ~: : : ~ : : : : : : - ~ : - · ~ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - . K/"' i ~o :! OO .?50 300 100

cf. s' lkPa)

Figura C. 5 Envolt6ria de resistencia no estado critico da serie sobreadensada.

119

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ANEXO D OBTEN<:=AO DE CONSTANTES DA

COLUNA RESSONANTE E CALIBRA<:=AO

Para ap resentac;ao da calibrac;ao c das constantes envolvidas no ensaio de Coluna

Ressonante rea li zado no presente trabalho. aprescnta-sc uma transcric;ao e adaptac;ao da

ca librac;ao apresentada em BARROS (I 997). 0 procedimcnto rcali zado por BARROS

( I 997) e considcrado o Ltltimo rel atori o de ca librac;ao rcalizado ao eq uipamento. uma fez

que o equipamcnto deste trabalho c o mesmo julga-se que o que BARROS ( I 997)

aprcse nta tambem e dlido c aplica\cl.

Apcsar do modcl o adotado (Figura 2.6 ap resentada na sec;ao 2.3.3. I ) ser lixo-livrc

e desprezar o efeito de mola e amortecedor do oscilador. algumas constantes de mola e

amortcccdor sao necessarias para detenninac;ao do momento de inercia do osci lador.

Ha out ros processor disponiveis para a detcrminac;ao das constantes. porem

aprescnta-se o mes rno dcscrito cm BARROS (I 997). 0 procedimento consiste em:

1. Conectar o oscilador de audio e o ampliticador de potenc ia ao oscilador

(sem o acop lamento do cabec;ote) e variar a frequencia de vibrac;ao para

determinar a frequencia de ressonancia f1 referente somente ao

eq uipamento:

1 Acopl ar o cabec;ote (com pedra porosa do topo 1ixada) ao osc ilador e varia

a frequcncia de cxcitac;ao para determinar a frequ encia de rcssonancia fo

do o ci lador-cabcc;ote:

3. Remover o cabec;oite e prendcr ao osci lador ea base da camara triaxial a

haste de calibrac;ao com constante de mola K., e momento de incrcia la

conhecidos com prccisao:

4. Variar a frequencia de vibrac;ao c determinar a frequ cncia de ressonancia

f': do sistema haste-osci lador.

Obs.: Os valores de r1. Iii e 12 devem ser OS val ores medios de series de determinac;oes

cfetuadas em di versas amplitudes de vibrac;ao. compreendidas entrc a minima ea maxima

poss f\ cis de serem ap li cadas pelo equipamento.

Se_jam f1. 11 e K 1 a frequencia de rcssonancia. o mom en to de incrcia ca constante

de mola do osc il ador. E as mesmas constantes sendo com o fndice 2 respecti vas ao

conjunto osc il ador-haste de calibrac;ao . tcm-se:

120

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t/ Kl

4 · rr2·/1 (0.1)

e

t/ Kz

4 . rr 2 . /2 (0.2)

Com f1.f:. Ka c L detcrminados e scndo K2=K1 +Ka c !c= l1-i-I ". ohtem-sc a scguintc

cxpressao para calculo de I 1:

(Ka-4 · rr 2 · J/Ia)

4 · rr 2 (!/-!/)

e pode-se cntao calcular I" por supcrposic;ao dos momentos. sendo:

Io = I 1 + I cab er;ote+ pedra purosa

(D.3)

(D.4)

onde l,:;1hC\Oll' + pcdra pnrosa dcve ser conhccido. 0 valor da Constante de mola Ku e entao

determinado por:

£ 2 K0 = 4 · rr · [0 10 (0.5)

As dernais constantes envolvidas. sao aferidas no lnstituto de Pesquisas

Tecno16gicas do Estado de Sao Paulo (IPT). A i'.iltirna calihrac;ao rcalizada foi cm Maio

de 1996. Os resultados sao:

• Constante de mola do conjunto osc ilador. cahec;,ote e pedra porosa :

K0 = 1,8 · 105 g. cm/rad

• Morncnto de inercia do conjunto oscil ador. cahec;otc c pcdra porosa:

£ 10 = 8,22 g. cm. s

• Fator do conjunto aceleromctro-amplificador de carga:

Ca= 2500 mV /g

121

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, '

• Dist{111cia cntre a posic;ao do acelertimetro e o eixo de rotac;ao do corpo de prova:

Ca = 3,61 cm

• Momenta de inercia da haste de calibrac,:ao:

lu 0,109g.cm. s 2

• Constante de mola da haste de calibrac,:ao :

Kn = 4,25 · 105 g. cm/rad

• Momenta de inercia do conjunto cabec;ote e pcdra porosa :

I cabe~ute+ peclra porosa 0,179 g. cm. s 2

122

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ANEXO E VERIFICA(AO DO TEMPO DE

ADENSAMENTO PRIMA.RIO

De acordo com tabela abai'o para estimatiYa do tempo de adensamento da amostra:

Tahela F..1 - Tempo tcrmino do adensamento primari o (BISHOP & HENKIT.

1957):

,-- ··- DT<Zinag~ c-ondi-.-tiom- - ---....-- - --··- - ;·--· ·--·· tl 00 t1 ,. I

(h - 2R~

! ! Drainage from one end only . ""l c.,

I

I

both ends

radial boundary only

both ends and boundary .

radial :

I

,.,,. 4c., ,,R• 16c.,

wh • [ I ] 4c., (1+2h/K'J'

when 2h "" height of sample and R • radiu• of "ample.

! l

I ,,ht

I 64c.,

""" 100cc

Estima-sc para o caulim utilizado que o c, (coeficicntc de compressibilidade

vertical) e de 25' I o-8 111

2/s. sendo este o valor estimado para uma tensao vertical de

200k P ;\ conformc os resu ltados obtidos c apresentados na se<;ao 3 .3. 0 corpo de prov a

possui as dirncnsoes: 3.5cm di<1rnetro e 8 cm de altura. Pclas formula<;oes propostas

por BISHOP & HE KEL

• Orenagcrn por uma extrcmidade :

rrh 2

t i ou = -- -7 t100 = 20.106,2 s -335 min ou 5,6 hr Cv

• Drenagem radial:

rrR 2

t 100 = -- -7 t100 = 240 s - 4 min 16cv

• Dre nag cm radial e pur am bas c' trcm idades:

-7 t100 = 162 s - 2,7 min

• Drenagem radial e por uma cxtremidade:

Fstima-sc que para essa condi<;ao de drenagem. tcm-sc :

2,7 min :S t100 :S 4min .

I ')., --'

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ANEXO F - VERIFICA(:AO DO ATRITO MiNIMO

ENTRE 0 OSCILADOR E CORPO DE PROV A NOS

ENSAIOS DE COL UNA RESSONANTE

Tabela E.1 Exemplo de conferencia das medigc;:oes de G e gamma

Estagio D G

Verifica~ao Aprova~ao

OK! .QK'! •.

OK! OK!>··

124

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ANEXO G CURVAS DE DECAIMENTO

LOGARITMICO

Estagio Grcifico

3,00 ro y = l , 6581e uon, >

·.;:; R2 = 0,9701 ro ~ Qj ~ !J.• ~~ 0::: · (t'f QJ ·~. <;ll. · ~

1:) -I~ ....,

280 kPa 0..

1 E (OCR=l) <(

0,30

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Nt'imero de Ciclos

3,00 ro $~ > .,._, ro

'!II•· Qj 0::: ·8' QJ

~ 11~:

1:) @-:::; y = 2,S632e ".:li ....,

280 kPa 0.. R' = 0,9751

(OCR=l) 2 E

<(

0,30

0 l 2 3 4 5 6 7 8

Numero de Ciclos

3 ro > f'ii ·.;:; .!» ro QJ

. <(!.\

0::: . "" QJ

1:) y = 2,9 715e n 1" 4'

·tJi'; :::>

280 kPa ._,

3 0.. R2 = 0,9777

(OCR=l) E <(

0,3

0 1 2 3 4 s 6

Nt'imero de Ciclos

125

-- ~ ·- -

'-

Page 143: ENSAIOS DE COLUNA RESSONANTE EDE BENDER Ef,EMENTS …€¦ · ensaios de coluna ressonante ede bender elements para medidas de modulos cisalhantes em caulim filipe cavalcanti fernandes

Estagio

280 kPa (OCR=l)

350 kPa (OCR=l)

350 kPa (OCR=l)

350 kPa (OCR=l)

4

6

7

8

m > ·.;::; ro QJ

cr: QJ

'D ::J

.~

a. E <(

ro > ·µ

"' QJ

er: QJ

'D ::J .~

Ci.. E <(

ro .~ +-' ro QJ cr: (!)

-0 ::J ...,

Ci.. E <(

ru > ·.µ

..!::' QJ

cr: (J)

-0 :::i ... , a. E

<!'.

3

0 ,3

0

3

0, 3 (}

3

0 ,3

0

3

0,3

0

Grafico

@

~ y = 2, 1852e o,lfi?x

lit . R' = 0,9814

1 2 3 4

Numero de Cic los

it> - .. ' .. . . .

· · ~ .... . ' •

y = 1,4732e C. J Slx

R2 = 0,9921

l. 2 3 4

Nt'imero de Cic los

· · -$

5

. '• \'ti

5

y = l ,9217e 0·168 '

1&' R' = 0,9819 ill' . . !#! . ,

-~ . 'ib

e. • @ . ...

2 3 4 5 6 7 8

Numero de Ciclos

~· 'Iii·

' (!;

*1• · .11¥ ~t

y = 2,6763e 0·~"' ·11l

R' = 0,9282

1 2 3 4 5 6 7

Numero de Ciclos

6

6

9

8

126

- - - - . -- - - - --- ~~ --=--

·-

Page 144: ENSAIOS DE COLUNA RESSONANTE EDE BENDER Ef,EMENTS …€¦ · ensaios de coluna ressonante ede bender elements para medidas de modulos cisalhantes em caulim filipe cavalcanti fernandes

Estagio

350 kPa (OCR=l)

350 kPa (OCR=l)

350 kPa (OCR=l)

420 kPa (OCR=l)

9

10

11

12

ro > +-' ro

a:; er: (j)

-0 :::>

-~ Q_

E <t:

"' > ..... ro (j)

er: (j)

-0 :::> +-'

Q_

E <t:

ro > ..... "' a:; cc (j)

-0 :::> ..... Q_

E <t:

ro .?: +-' ro

3

0,3

3

0,3

1

0, 1

(j) 1 er:: Q)

-0 :::> .:: Q_

E <t: 0, 1

Grafico

y = 1,3287e o. :fo

R' = 0,9919

-.«>

0 l 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Numero de Ciclos

• ·@

0 1 2

y = 2,217e ·D,2•n•

R' = 0,9855

• "Qt> .

··- . f/I> ,.,_

. ·fir

3 4 5 6 7 8

Numero de Ciclos

·· .'4!il .

y = 2,4636e·"-'"3'

R' = 0,9956

... 0 2 3 4 5

Numero de Ciclos

y = 2,0922e cumx

ia;.. iJil R' = 0, 9725 . (!)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Numero de Ciclos

9

6

- -~- ~~~~~~~ ---o .... ~--~

I

127

--

Page 145: ENSAIOS DE COLUNA RESSONANTE EDE BENDER Ef,EMENTS …€¦ · ensaios de coluna ressonante ede bender elements para medidas de modulos cisalhantes em caulim filipe cavalcanti fernandes

Estagio

420 kPa

(OCR=l)

420 kPa

(OCR=l)

420 kPa

(OCR=l)

13

14

15

3

ro > ·_µ ro Q)

er:. Q)

-0 :::J

:':='. a. E <!

0,3

0

ro 1 > ·;::; ro

Ci) cc Q)

-0 0,1 :::J .:::'. a. E <!

0,01

ro > +~ 1 ro Ci) cc Q)

-0 :::J

.:::'. a. E <!

0,1

0

Grafico

lll .. y = 3,3758e 0·16h

'<!!!. R' = 0,9279 Ill< ll1i

!fl lli

~

·--~

ttl OJ)

l 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Numero de Ciclos

····· ·····•· · · · - ~-y = 1,308e o,2i;,

R2 = 0,9885

• ·. ·@! .. 1$,

13

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Numero de Ciclos

'"' y = 2,4205e 0·"22 '

If;' R' = 0,9927 'Ill

.,ill<

· 11,l

·· ~

~

1 2 3 4 5 6 7 8

Nt:1mero de Ciclos

- - ~ _.,.,_..,_ - ~ --

128

--

Page 146: ENSAIOS DE COLUNA RESSONANTE EDE BENDER Ef,EMENTS …€¦ · ensaios de coluna ressonante ede bender elements para medidas de modulos cisalhantes em caulim filipe cavalcanti fernandes

Estagio

560 kPa (OCR=l)

560 kPa (OCR=l)

560 kPa (OCR=l)

280 kPa (OCR=2)

16

18

19

1

ro > ·_µ ro w 0: w v :::i

.'!:::'. Q_

E <(

ro > ·_µ ro

Qj 0: w v :::i

.'!:::'. CL

E <(

ro >

:;::; ro (ii 0: w v :::i ..... CL

E <(

ro > ·.z:; ro (j)

0: (j)

v :::i

.'!:::'. n. E <(

Gratico

3 'ill

~· II) ,

''It ·•. ........ i»·

' jf. ., ... 0,3

0

l

0,1

0

1

0, 1

4

0,4

y = 3,0684e 0·182'

R2 = 0,9917

1 2 3 4 5 6 7 8

Nt!mero de Ciclos

• $.

ti' ... .... .... y = 2,2703e !UOl'

0

0

R' = 0,9823

1 2 3 4 5 6

Numero de Ciclos

· . '1!

·41 ..

'ill! .

y = 1,41 34e 0·372 '

R2 = 0,9973

(11,.,

1 2 3 4 5

Nurnero de Ciclos

w.i.

If!•· '\Ill'

.. .,. "~

y = £i.,5859e G,lG: , . ~

R' =0,9921

2 3 4 5 6

Nurnero de Ciclos

. - -

..,

9 10

..... ., 'fl

7 8

. IM

6 7

@" '• il!J,

7 8

11

9

8

9

129

~·..............-

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Estagio Grafico

ro 7 ~ y = 6, 2709e :i:,s7 • > 'Iii +:; ro . lit R' = 0,9165 OJ

er: 1:f OJ u er; $ 280 kPa ::i

2 :!::

(OCR=2) Cl. .. E ® @ ..•. <l'. • . 111! $>

0,7

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Numero de Ciclos

y = 6, 5902e 0.l' ro $\ R' = 0,8747 > 7 ·.;::; ro .!I} w ·.,., er: OJ fib · u /&fl .

280 kPa ::i <t.. ;!;:

3 Cl. '* '. (OCR=2) E ;iii <l'. (lit >@ 0,7

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Numero de Cic los

ro 7 > iJ . ·.;::; ~ ro ~ y = 9,4454e ·cl,3D7x w

er: R' = 0,9662 OJ ~ -u ::i ®'

280 kPa .~

4 0. ~ (OCR=2) E >it · · ~ <l'.

0,7

0 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Nt1mero de Ciclos

y = 9,9246e o.423,

re ~ R' = 0,9832 > q,• ..... ro

3 OJ ~ -er: QJ ·~ u 'If. ::i

280 kPa ~

·~ 5 Cl.

(OCR=2) E ![• <l'.

0,3

0 1 2 3 4 5 5 7 8

Numero de Cic los

130

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Estagio

140 kPa (OCR=4)

140 kPa (OCR=4)

140 kPa (OCR=4)

140 kPa (OCR=4)

1

2

3

4

10

ro .2'. .µ ro

a:; a: Q)

"'O :J .µ

Q.

E < 1

0

10 ro > ,_, ro

a:; a: Q)

"D :J ...., a. E <

1

0

10 ro > .µ ro Q) a: Q)

"D :J

:!::'. Ci E <

1

0

7 ro > ·.;::; ro Q)

a: Q)

"D :J :!::'. Ci E <

0,7

Grafico

"' ·>lt' 'ill

' I}>

y = 12,00le il.22Gx • R2 = 0,8989

2 3 4 5 6 7

Numero de Ciclos

.. $ , ... .....

· ~

y = 8,2304e·0·25'' ..

'it · R2 = 0,9861 ' j)

1 2 3 4 5 6 7 8

Nurnero de Ciclos

fl;

it " ..;,· ....

y = 8,585 7e o.m, " · · ~ "

R' = 0,9586 " '1$,

1 2 3 4 5 6 7

Numero de Ciclos

~

·~

~c

y = 8,3674e R2 = 0,9771 ~ - .

"- ~

0 2 3 4 5 5 7

Numero de Ciclos

13 1

-- .

-

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Estagio

140 kPa (OCR=4)

140 kPa (OCR=4)

70 kPa (OCR=8)

70 kPa (OCR=8)

5

6

1

2

ru > ·.;::; ru Q)

er: Q)

-0 ::; .... Q_

E <(

ru .2: .... ru w er: Q)

-0 :; +J

Q_

E <(

ru > .... ru w er: Q)

-0 :; .... a. E <(

ru > ·.;:; ro Q) a: CJ -0 :;

:'::'. a. E <(

9

0,9

0

5

0,5

0

20

w

2

0 1

10

$

0 1

Grafico

$

1

ttk

2

'rt! ·

2

. · .. 3

y = 10,808e !),"8'

R' = 0,9617

2 3 4 5

Numero de Ciclos

I>! y = 16,403e 0

·" "'·'

R' = 0,9507

~

@.

ilk

2 3 4 s Numero de Ciclos

y = 11,138e o.• s&,,

R' = 0,9425

'!&\ .>!? ·<1'

f!I . .. ~ $

$

3 4 s 6 7 8 9

Numero de Ciclos

6

6

10

y = 6,9339e o. •%x

R' = 0,9732 .. ttl

<lj'.

f)l ·~,

' !\Ji · ~

3 4 5 6 7 8 9

Nurnero de Ciclos

132

- - ~- --- - - - -------

-

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Estagio Grafico

10 $ m y = 11,973e n.Ll2x > Ill" .

·.;:::; I · R2 = 0,9749 m

Q) ,'!Jl @1 a: Q)

-0

70 kPa :::; ~

3 :!::'.

(OCR=8) 0.. 1$' E <(

1

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Numero de Ciclos

10 y = 9,8628e·n.nx m >

~· R2 = 0,9468 ·.;:; «I> m Qj cc Q) @' -0 :::; ~ +" • 70 kPa 0..

(OCR=8) 4 E

<( 1

0 1 2 3 4 5 6

Numero de Ciclos

m .? 7 l!ii, +" y = 9,2928e o. 3Rgx m Qj ·>!'P

R' = 0,975 a: OJ

~ -0 :::; l/lli

70 kPa :!::'.

5 0.. ~ (OCR=8) E

<( 0,7 e

0 2 3 4 5 6 7 8

Numero de Ciclos

ro @!: > :;::; y = 16, 146e 0·71

' ro Q)

3 . ..,,

R2 = 0,9941 a: Q)

'Cl

70 kPa ::; .._.,

(OCR=8) 6 0.. ·~

E <(

0,3

0 1 2 3 4 " CJ 6

Numero de Ciclos

133

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Estagio Grafico

20 ro

Y = 10,952e U,2Slx .~ +-' ro R2 = 0,8491

Cii fi er: QJ 1,1 • .

-0

35 kPa ::;

.':::'. • '•, .. , 1 Q_ ($

(OCR=16) E <(

2 0 2 3 4 5 6

Numero de Ciclos

10 •• ro y = 11,944e·O,JGl< > ·µ ..... ro R2 = 0,9879 QJ .•.. er: · · ·~ QJ

u .... ::;

35 kPa .':::'. '@ Ci.

(OCR=16) 2 E

<(

1

0 1 2 3 4 5 6 7

Numero de Ciclos

10 ro y = 7,4213e 0•2' '

4' >

+-'

* R2 = 0,9746 ro Qi

"· er: e · QJ · ~ .

-0 ::;

35 kPa .. ~ ~·

3 Q_ · .. 1t9

(OCR=16) E <(

1

0 1 2 3 4 5 6

Numero de Ci clos

10 •• ro y = 11,64 2e o.2sq, .:::: "~ . +-' R' = 0 ,993 2 ro

Cii lit>" c:: QJ ..t+ · .

-0 '3\l' :::;

35 kPa .':::'. ·"Jl 4 Ci.

(OCR=16) E <(

l

0 1 2 3 4 5 6 7

Numero de Ciclos

134

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Estagio Gratico

10 ro y = 7,6486e r\:mx > ·.;:;

ltl R' = 0,9489 ro Q)

"' a: Q)

-0 ::i • 35 kPa .. ~ ....

5 a. .. .. ~ (OCR=16) E

<{ 1

0 1 2 3 4 5 6

Numero de Ciclos

7 • ro .2'. y = 10,s12e·0·5 12' ..., ...

R' =0,9977 ro Q)

a: Q) •· -0 ::i

35 kPa .. ~ • Ci.

(OCR=16) 6 E

<{ ' fill 0,7

0 1 2 3 4 s 6

Numero de Ciclos

6 fl ' ro

> y = }Q,567e O.E\R, ..., ro lli R' = 0,9 761

Qj a: Q)

-0

35 kPa ::i @

7 +-'

(OCR=16) Ci. E ... <{

0,6

0 1 2 3 4 5

Numero de Ciclos

6 it ro

y = ll,064e 0.7°"' .2'. +-'

R' = 0,9975 ro [j • a:

Q)

"D

2 •ill·. 35 kPa

8 0..

(OCR=16) E <{

""' 0,6

0 1 2 3 4 5

Nt1mero de Ciclos

135

-- -- -

~-

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9Sl

.>

OT

6 (9T=tlJO)

ed>I SE

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ANEXO H - DETERMINA(:OES DO TEMPO DE

VIA GEM DA ONDA CISALHANTE PELO METODO

DO TEMPO DE CHEGADA

1-JkHzl 50

4C

2C

-20

t = 0,631 ms .40

~~~-~~~~-,--<....~~~~...----1-50 0.0 0.1 C.2 C.J C.' c~ Cf a; 0.8 C9 1.C

t (ms)

I 5kHz I

t = 0,610 ms

t(ms)

lOkHz I

t=0521ms • ' :

t (ms)

i-15kHzi 60

~ ( {I

! I\ 20

- ----- --,*~L"·'--~-~-~'{'\ / \ ;~/\.-_,.--- c_

: \) ..... -~G

t = 0,555 ms _.0

t (ms)

1BkHz I

t = 0,560 ms

I (ms;

Figura G.1 Metodo do tempo de chegada para o ensaio no BEJ (S00-0).

137

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/-2kHzl

__________ ____......,,__ ____ ~-----..-.._: ;

t = 0,424 ms

0.0 0.1 0,2 0.3 0 .4 0.S 0.6 0.7 0.8 0.9 1,0

t(ms)

l-5kHz I .: (1

t = 0,436 ms

t (ms)

I ----·· 10kHz I

t = 0,421 ms

t(ms)

/-15kHz/ , -::: i

t= 0,417 ms

t (ms)

20kHz I -•: )

.~ . .:. :1

t = 0,390 ms . :._!

t (ms)

Figura G.2 Metodo do tempo de chegada para o ensaio no BEI (SOI-0).

138

- -

. .-

Page 156: ENSAIOS DE COLUNA RESSONANTE EDE BENDER Ef,EMENTS …€¦ · ensaios de coluna ressonante ede bender elements para medidas de modulos cisalhantes em caulim filipe cavalcanti fernandes

l-21<Hz I

·~ :- ·.:

t = 0,390 ms

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 r--r---r---.--.--.---.--~--.---.---.--.----,---.----.--.--..,,--,--,---.,--i! -''·''

05 0,6 0.7 0,8 0,9 1,0 t (ms)

l-5kHz I

I\~:. · 1

t = 0,462 ms L". .--.--,-~~-,---.--,_--..---.--.--.-~---.---.-~I,,,.

·-~- -- 10kH.z

t = 0,448 ms

i -1sk1iz I

20l<Hz I

t = 0,431 ms

Figura G.3 Metodo do tempo de chegada para o ensaio no BE2 (SOl-0).

139

···------------

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ANEXO I - DETERMINA(:OES DO TEMPO DE

VIAGEM DA ONDA CISALHANTE PELO METODO

PICO A PICO

1-JkHz I 50

<C

20

----------~--------

-20

t = 0,695 ms -<O

~~~~~~~~~~-.-~~~-------1~ C.O 0.1 0.2 C.2· 0 4 0.5 0.6 C.7 0.8 C.9 1 0

t (ms)

I - 5kHz I ;: I

t = 0,679 ms

t (ms)

10kHz J

t = 0,641 ms

t {ms}

l - 15kHz I EC

t = 0,629 ms

t(ms)

1BkHz I

t = 0,638 ms

t(ms;

Figura H.1 Metodo pico a pico para o ensaio no BEJ (S00-0).

140

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j-2kHzj

t = 0,483 ms

O,C 0,1 0.2 0.2 0.4 O.o C.€ 0.7 0.8 C,9 1.0

t (ms)

l-5kHzj

t = 0,460 ms

-j - ~·

' -!-·:: !

' . ; ;

j ....;. ::

; !

~~~~~~~~....--r---....-~~~~~~~~~l < • t (ms)

1-- ·-· 10kHz I

,... ~-.

_. {~'\ ·· .. 1 f~· 1t' ~. ·~ ,, ... ,. -

j

\ t = 0,44 1 ms

t (ms)

l-15kHzl

t = 0,431 ms

t (ms)

20kHZ I

t = 0,410 ms j -~ .

t (ms)

Figura H.2 Metodo pico a pico para o ensaio no BEJ (SOl-0).

141

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j-2kHz I

t = 0,486 ms ~ . .:.. ')

~~~~~-~~~~-.--~~~~-~~~~--~-ii··'"";] 0.0 0.1 0. 2 0.3 0.4 0.5 0.6 0,7 0.8 0.9 1.0

t (ms)

j-5kHz I i , . --.

J i i .: ::i

[ t = 0,529 ms j ·":· -~~~~-~~~~~-......... ~~~~-~~~~~_,I,, ,~

- ······ 10kHz

t = 0,483 ms

j -15kHz I :· .·

t = 0,471 ms

,:: ·"<

20kHz

t = 0,452 ms

Figura H.3 Metodo pico a pico para o ensaio no BE2 (SO 1-0).

142

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ANEXO J - DETERMINA<;OES DO TEMPO DE

VIAGEM DA ONDA CISALHANTE PELO METODO

DA FREQUENCIA CRUZADA

No modelo 1 (S00-0) s6 foi realizado ensaio de Bender Element sob um nivel de

tensao e utilizou-se as frequencias de emissao da onda cisalhante de 3, 5, 10, 15 e 18 kHz.

A Figura I. l apresenta os resultados obtidos dos ensaios para as diferentes frequencias

utilizadas.

60

'• ,, 40 'I

I I

2 0

-20

-40

-3kHz

-60-+--~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~--,

I A) I o.o 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0

0,4

--3kHz 5kHz 10kHz

--15kHz 18kHz

0.5

t (ms)

0.6

t (ms)

-16() "

0,7 0,8

Figura 1.1 Ensaio BE-1 (S00-0): A) os resultados de BE-Ee BE-R para as diferentes frequencias de emissao; B) amplia9ao dos resultados do BE-R.

143

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A partir da Figura J. l analisa-se os diferentes tempos de chegada para cada

frequencia utilizada e busca-se a identifica9ao do tempo de viagem da onda combinando

algumas frequencias. Neste ensaio (BEl - S00-0) identificou-se dois grupos de

frequencias distintos que apresentaram resultados diferentes. A Figura 1.2 apresenta os

dois grupos identificados e os seus respectivos tempos de viagem.

1-3kHzl --5kHz

. ( ,

l

t = 0,623 ms I ' ~~--~-~~~~-~~--~-~~-~-~~-~~'--- ~ -~ (·

0.40

040

0.45 0.50 0.55 0.60 0.65

~-··-·· 1 OkH z --15kHz

18kHz

t = 0,493 ms

0.45 0,50 0.55 0.60

t (ms)

\ ' \.

0,65

t (ms)

;

i

0.70

\ \

\

0.75 0.80 0.85

;>;)

\ /

\ r~!I \ /

I \ I 1, I \J

0.70 0.75 0.80 0.85

> E

> c

Figura J.2 Grupos de frequencia: A) para baixas frequencias; B) para altas frequencias .

144

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Ja no modelo 2 (SOl-0) foram realizados ensaios de Bender Element em dois

niveis de tensao e utilizou-se as frequencias de emissao da onda cisalhante de 2, 5, I 0, 15

e 20 kHz. As figuras I.3 e I.4 apresentam os resultados obtidos dos ensaios para as

diferentes frequencias utilizadas em cada nivel de tensao (BEl e BE2).

60 --2kHz

~ 0

1 1 - .I' ... ---- 5kHz {( \1 '\ 10kHz l t 1 /I \ - -15kHz f11/ I \ 20kHz lf v' I

I \

;:i l~- \ IV~' -------/ Wrf\_- /\ - !\ -- ; ---·~'~ ~L -..J...,-=i?\- . :: -- 4J-"- -- ,_,.:,..,~~ t· ----111 :Y . r-..1 ,,., .. _ \; v ---="~·- --- -· ------ ~ 'E t ! \ I \ . · 'J I '

\J I I t I I I \ I I I ! I \ I \I! i \ \ I

jA) j 11 ... J \I ', ,,1

40

_l

20

-20

-40

-60+-~-~~~--~~---.------.-~--.------.-~--r---.-~--r---.--1

0.3

00 0.1 0.2 03 04 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 10

--2kHz - ---- -·- 5kHz

10kHz -- 15kHz

20kHz

04

t (ms)

0.5

t (ms)

0.6

1 ::.c !

j -~ ?CJ

Figura 1.3 Ensaio BE-I (SOI-0): A) os resultados de BE-Ee BE-R para as diferentes frequencias de emissao; B) ampliayao dos resultados do BE-R.

145

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0,2

60

160 --2kHz

.. . -, 5kH 1\ / I // \ -- Z

,.,', J ' 10kHz _JI; . .io l'I : '

1 ' - - 15kHz 1 11 , , \ \ 1

' ' ~ 1 \ 20kH · I . \ Z '>O ,, ( I I \ . ...,I -.. / i I •""\ . .

40

20

I i \ i·/ '.([\'" 1 U I : I \ ·-"'- 1f'\!. / ·.. l' . i

o -- '- -~~~~~-~J~·I;~rk.---- ··-~~"-:.~ o I i I ' I \ v,.\ I v i'--:.Jd1 v \._/ ~

-20

-40

-60 0,0

I ii · ' I \ '----' I I I i i ; \ '

\ I -l ·:?C: 1 ~ I I I 1 I \ j ! l I

t It

0J 11 • . .'

0,1 0,2

--2kHz -- 5kHz

·- ···· 10kHz --15kHz

20kHz

0,3

I I ' I

I ' I

\ /

0,3 0,4

0,4

I i I ~ ·40

\ I

' .... -/

I

! ·60 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0

t (ms)

l 30

I i 20

10

0

-10

-20

-30 0,5 0,6

t (ms)

Figura L4 Ensaio BE-2 (SO 1-0): A) os resultados de BE-Ee BE-R para as diferentes frequencias de emissiio; B) amplia9iio dos resu ltados do BE-R.

> E

> E

146

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A partir das figuras 1.3 e I.4 analisa-se os diferentes tempos de chegada para cada

frequencia utilizada e busca-se a identifica9ao do tempo de viagem da onda combinando

algumas frequencias. Nos ensaios BEI e BE2 identificou-se dois grupos de frequencias

distintos, compostos por frequencias diferentes, que apresentaram resultados distintos. As

figuras l.5 e 1.6 apresenta os grupos identificados para cada ensaio realizado.

0,3

--2kHz --5kHz

10kHz

t = 0,406 ms

--15kHz 20kHz

0,4 0.5 0,6

t (ms)

I 30

20

1::

. 0 -

- 10

..-----....----......-------..------..----..-----...-------l - 3:)

0,3 0,4 0,5 0,6

t (ms)

Figura I.5 Grupos de frequencia para o ensaios BEl (SOl-0): A) para baixas frequencias; B) para altas frequencias.

[

147

Page 165: ENSAIOS DE COLUNA RESSONANTE EDE BENDER Ef,EMENTS …€¦ · ensaios de coluna ressonante ede bender elements para medidas de modulos cisalhantes em caulim filipe cavalcanti fernandes

/'' i:: I \ 10

I \ -1 ' I \ l I . :

I \ 1

/ \~ Cl > 1 E

'" .. / i \.~_______,,-/ --j--i (I I

1-2kHzl - --- 5kHz

t = 0,438 ms

1 1-2C

0J -I

,.-----.----.---------.--------.----.------.----.----r-----t1 -SO 0,2 0,3

10kHz --15kHz

20kHz

0,4 0,5 0,6

t (ms)

~~~-=-~v()Jl\J-. ~ ", ~ " !

t = 0,437 ms , - ~o

--; -20

~ ~--~---.----.----.----.--------.--------.----.---~ ·· 30

0,2 0.3 0.4 0,5 0,6

t (ms)

Figura I.6 Grupos de frequencia para o ensaios BE2 (SO 1-0): A) para baixas frequencias; B) para ahas frequencias,

148