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ENTENDENDO LIMITAÇÕES
CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR
GABARITANDO A PROVA OBJETIVA
Por Carolina Abreu Silva (Aprovada na PGEMA – procuradora, TJ/PA – Analista,
TRF5 – Analista) e Kaio Silva de Mello - (aprovado na PGM/Manaus)
Revisado por André Epifanio Martins Promotor de Justiça
Autor da Ed. Juspodivm Coordenador de materiais gratuitos CEJURNORTE
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*Fontes:DireitoTributário(RicardoAlexandre)eDizeroDireito.
Caros,
Trataremos nesta apostila das limitações constitucionais ao poder de
tributar, que são, principalmente, aquelas previstas no art. 150 da CF. Digo
“principalmente”porqueo roldo referidodispositivo legalnãoéexaustivo,de
forma que outras limitações ao poder de tributar do Estado podem ser
encontradasemoutrosdispositivosdaConstituição.
Aapostilabaseia-seemexcelentefontedetributário,deautoriadoRicardo
Alexandre, o Curso de Direito Tributário (essencial para um estudo mais
aprofundado). Assim, extraímos os pontos mais importantes da matéria e
acreditamos que o material é suficiente para um aprendizado direcionado,
pragmáticoeeficiente.Tambémtrazemosconteúdosdo inquestionávelDizero
Direito,sitegratuitodoprofessor,oqueridoMárcioAndré.
Vamosnessa!
ENTENDENDOASLIMITAÇÕES
CONSTITUCIONAISAOPODERDETRIBUTAR
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Inicialmente,paratermosumavisãoampladoqueiremostratar,vejamos
oquedispõeoart.150eseguintesdaCF,paradepoisanalisaremoscadaumadas
hipóteses.Assim,éfundamentalquetodosleiamtodososartigoslegaisreferentes
paradepoisserpossívelumaanálisesucintaeobjetivadecadatópicotratado.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedadoàUnião,aosEstados,aoDistritoFederaleaosMunicípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; (PRINCÍCIO DA
LEGALIDADETRIBUTÁRIA)
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissionaloufunçãoporelesexercida,independentementedadenominação
jurídicadosrendimentos,títulosoudireitos;
III-cobrartributos:
a)emrelaçãoafatosgeradoresocorridosantesdoiníciodavigênciadaleique
oshouverinstituídoouaumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os
instituiuouaumentou;
c)antesdedecorridosnoventadiasdadataemquehajasidopublicadaaleique
osinstituiuouaumentou,observadoodispostonaalíneab;
IV-utilizartributocomefeitodeconfisco;
V-estabelecerlimitaçõesaotráfegodepessoasoubens,pormeiodetributos
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela
utilizaçãodeviasconservadaspeloPoderPúblico;
VI-instituirimpostossobre:
a)patrimônio,rendaouserviços,unsdosoutros;
b)templosdequalquerculto;
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c)patrimônio,rendaouserviçosdospartidospolíticos,inclusivesuasfundações,
das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituiçõesde educaçãoede
assistênciasocial,semfinslucrativos,atendidososrequisitosdalei;
d)livros,jornais,periódicoseopapeldestinadoasuaimpressão.
e)fonogramasevideofonogramasmusicaisproduzidosnoBrasilcontendoobras
musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral
interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou
arquivosdigitaisqueoscontenham,salvonaetapadereplicaçãoindustrialde
mídiasópticasdeleituraalaser.
§1º(HIPÓTESESDEEXCECÃOÀANTERIORIADADEANUALENONAGESIMAL–
EXPLICAÇÃOABAIXO!
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações
instituídasemantidaspeloPoderPúblico,noque se refereaopatrimônio, à
renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas
decorrentes.
§3ºAsvedaçõesdoincisoVI,"a",edoparágrafoanteriornãoseaplicamao
patrimônio,àrendaeaosserviços,relacionadoscomexploraçãodeatividades
econômicasregidaspelasnormasaplicáveisaempreendimentosprivados,ou
emquehajacontraprestaçãooupagamentodepreçosoutarifaspelousuário,
nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto
relativamenteaobemimóvel.
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem
somenteopatrimônio,arendaeosserviços,relacionadoscomasfinalidades
essenciaisdasentidadesnelasmencionadas.
§5ºAleideterminarámedidasparaqueosconsumidoressejamesclarecidos
acercadosimpostosqueincidamsobremercadoriaseserviços.
§6ºQualquersubsídioouisenção,reduçãodebasedecálculo,concessãode
crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou
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contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal,
estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima
enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do
dispostonoart.155,§2.º,XII,g.
§7ºAleipoderáatribuirasujeitopassivodeobrigaçãotributáriaacondiçãode
responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador
devaocorrerposteriormente,asseguradaaimediataepreferencialrestituição
daquantiapaga,casonãoserealizeofatogeradorpresumido.
Art.151.ÉvedadoàUnião:
I-instituirtributoquenãosejauniformeemtodooterritórionacionalouque
impliquedistinçãooupreferênciaemrelaçãoaEstado,aoDistritoFederaloua
Município,emdetrimentodeoutro,admitidaaconcessãodeincentivosfiscais
destinadosapromoveroequilíbriododesenvolvimentosócio-econômicoentre
asdiferentesregiõesdoPaís;
II - tributara rendadasobrigaçõesdadívidapúblicadosEstados,doDistrito
Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos
respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas
obrigaçõeseparaseusagentes;
III-instituirisençõesdetributosdacompetênciadosEstados,doDistritoFederal
oudosMunicípios.
Art.152.ÉvedadoaosEstados,aoDistritoFederaleaosMunicípiosestabelecer
diferençatributáriaentrebenseserviços,dequalquernatureza,emrazãode
suaprocedênciaoudestino.
O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA
(INCISOI)
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ð AinstituiçãooumajoraçãodetributossópodeserfeitaatravésdeLEI.
ð Lei Complementar = somente para empréstimos compulsórios, Imposto
sobreGrandesFortunas(IGF)eimpostosoucontribuiçõesresiduais.
ð LeiOrdináriaouMedidaProvisória=demaistributos.
ð Art.97doCTN:trazoconjuntodematériassubmetidasàreservalegal.
Aexigênciade leiparadefiniçãodoselementosessenciaisdeumtributo
não impede que o regulamento (ato infralegal) aclare conceitos jurídicos
indeterminadosadotadospelalei.
Ex:fixaçãodetetodovalordetaxa(lei)efixaçãodovalorexatodotributo(ato
infralegal) – tese do STF/2016 sobre a ART (Anotação de Responsabilidade
Técnica).
LegalidadeeMedidaProvisória
ATENÇÃO!Nãoestãoabrangidospeloprincípiodalegalidadetributária:
a) Atualizaçãodovalormonetáriodabasedecálculodotributo(art.97,§2º).
b) Fixaçãooualteraçãodoprazoderecolhimento(STF).
c) Alteração de alíquotas para: II, IE, IPI e IOF (pode ser feita por ato do Poder
Executivo).
d) Reduzir e restabelecer as alíquotas da CIDE-combustíveis (pode ser feita por
Decreto).
e) Estados e DF – definir as alíquotas do ICMS-Monofásico incidentes sobre
combustíveis definidos em lei complementar (é realizadamediante convênio no
âmbitodoCONFAZ).
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ð AnecessidadedeconversãoemleinoexercíciodaediçãodaMPaplica-se
exclusivamenteaosIMPOSTOS(art.62,§2º,CF).Exceções:II,IE,IPI,IOFe
IEG.
ð Paraosdemais tributos,aanterioridadedeve serobservada,mas tendo
comoreferênciaadatadapublicaçãodaMP,enãodesuaconversãoem
lei.
ð ImpedimentodeMPsobrematériareservadaaleicomplementar(art.62,
§1º,III).
PRINCÍPIODAISONOMIA
ð Acepçãohorizontal(situaçãoemqueaspessoasenvolvidasestãoniveladas
e,portanto,devemsertratadasdamesmaforma)evertical(aspessoasse
encontram em diferentes situações e, por isso, devem ser tratadas de
maneiradistinta,namedidaemquesediferenciam–isonomiamaterial).
ð Apercepçãocumulativadevaloreshádeserconsiderada,paraefeitode
fixaçãodealíquotas,presentes,individualmente,osexercíciosenvolvidos
(STF).Tributa-sedemaneirasemelhanteaoqueseriafeitocasotivessem
sidopagosnomomentoemqueeramdevidos.
ð Contribuição previdenciária de servidores inativos (EC 41/03) –
discriminaçãodeservidoresdediferentesesferas– inconstitucional (ADI
3105/STF)–violaçãodoprincípiodaisonomia.
ð Proibiçãodediscriminaçãocombasenafunçãoouocupaçãoexercida.
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ð Discriminação entre empresas lucrativas e deficitárias – incidência da
COFINSeCSLL–direitodeabatimentode1/3(máximo)daCOFINSparaa
empresaqueapresentelucrolíquido–nãoofendeoprincípiodaisonomia
–bitributaçãocomojustificativaparaotratamentodiferenciado.
ð SIMPLES–discriminaçãoentreempresascombasenaatividadeexercida–
exclusãodassociedadesdeprofissionaisliberais–comaLC147/2014não
hámaisóbiceparaqueamaioriadelas(comprofissãoregulamentadaou
não)optepeloSIMPLESNACIONAL.
Isonomiaecapacidadecontributiva
ð Progressividadede impostospessoaisx reais– incidênciasobre todasas
espécies tributárias (tendência do STF) – atualmente, porém, deve-se
considerarcorretaaliteralidadedassúmulas656e668doSTF.
ð Possibilidade do fisco requisitar diretamente às instituições financeiras,
sem necessidade de ordem judicial, informações protegidas por sigilo
bancário=“transferênciadesigilo”.Essaflexibilizaçãoocorrenamedidado
necessárioàfiscalizaçãoestatal.
PRINCÍPIODAANTERIORIDADEDOEXERCÍCIOFINANCEIRO
ð Oobjetivoéprotegerocontribuintecontraaimediataaplicaçãodenormas
que aumentem a carga tributária a que ele está sujeito (instituição ou
majoração).
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ð Logo, mudanças que beneficiem o contribuinte ou não agravem sua
situaçãonãosesujeitamaoprincípiodaanterioridade.
ATENÇÃO:
SãoEXCEÇÕESaoprincípiodaanterioridadedoexercíciofinanceiro:
a) II,IE,IPIeIOF
b) IEG(ImpostoExtraordináriodeGuerra)
c) EmpréstimosCompulsórios(noscasosdeguerraecalamidade)
d) Contribuiçãoparafinanciamentodaseguridadesocial(art.145,§6º,CF).
e) ICMS-monofásico sobre combustíveis definidos em LC (somente para
reduçãoerestabelecimentodaalíquota–art.155,§4º,IV,daCF).
f) CIDE-Combustível(somenteparareduçãoerestabelecimentodaalíquota–
art.177,§4º,I,“b”,daCF).
Anterioridadeerevogaçãodebenefíciosfiscais
ð Art.104,III,doCTNxPosicionamentodoSTF(ambostêmsidoconsiderados
corretos).
Nãosesujeitamaoprincípiodaanterioridadedoexercíciofinanceiro:
a) Alteraçãodoprazoderecolhimentodotributo(SúmulaVinculantenº50).
b) Meraatualizaçãomonetáriadovalordotributooudesuabasedecálculo.
c) Merareduçãoouextinçãodedescontolegalmenteprevisto(STF).
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ð TendênciaatualdoSTF:arevogaçãodequalquerbenefíciofiscalconfigura
aumento indireto do tributo, portanto sujeita-se ao princípio da
anterioridadedoexercíciofinanceiro.
Anterioridadeemedidasprovisórias
ð Medidaprovisóriapodeinstituiroumajorartributos.
ð Se for IMPOSTO: a cobrança só poderá ser realizada no exercício
subsequentecasoaMedidaProvisóriatenhasidoconvertidaemleiatéo
últimodiadaqueleemquetenhasidoeditada.
PRINCÍPIODAANTERIORIDADENONAGESIMALOUNOVENTENA(Art.150,III)
ð Aplica-sesomenteparaainstituiçãooumajoraçãodetributos.
ð Acobrançasópodeocorrerapós90diasdapublicaçãodaleiqueinstituiu
ouaumentoudeterminadotributo.
Oprincípiodanoventenaeasmedidaprovisórias:
ð Contagemdoprazode90dias=sehouvermudançasubstancialnotexto
damedidaprovisórianomomentodesuaconversãoemlei,oprazodeverá
ser contadodapublicaçãoda leide conversão. Senãohouvermudança
substancial,acobrançacontinua(videesquemanapágina172dolivro).
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ð OBS:apósaEC32/01,oprazodevigênciadaMPéde60dias,prorrogáveis
por igual período. Logo, a cobrança se iniciaria nametade do prazo de
prorrogação.
PRINCÍPIODANÃOSURPRESA
ð Trazcomocoroláriososprincípiosdairretroatividade,daanterioridadedo
exercício financeiro e da anterioridade nonagesimal ou noventena (que
iremosanalisarmaisàfrente).
ð PrincípiodaIrretroatividade:évedadoaosentestributantescobrartributos
emrelaçãoafatosgeradoresocorridosantesdo iníciodavigênciada lei
queoshouverinstituídoouaumentado(art.150,III,“a”,daCFeart.105
doCTN).
Fatosgeradores:
SãoEXCEÇÕESaoprincípiodanoventena:
aII,IE,IReIOF
b) IEG
c) Empréstimoscompulsórios(noscasosdeguerraecalamidade)
d) BasedecálculodoIPTU
e) BasedecálculodoIPVA
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ð Periódicos: se prolongam no tempo, de forma que são considerados
ocorridosnosinstanteslegalmentedeterminados,aexemplodoIPVA.Eles
podemser:
ü Simples:tomamporbaseumúnicoeventoqueseprolonganotempo.Ex:
IPTU.
ü Compostosoucomplexivos:diversoseventosdevemserconsideradosde
maneiraglobal.Ex:IR.
ð IrretroatividadeeCSLL:considera-seocorridoofatogeradosdaCSLLnodia
31deDezembro,deformaquealeiqueestejaemvigornestadataaplica-
seimediatamente,semofensaaoart.5º,XXXVI,daCF.
ATENÇÃO:aCSLLsósesubmeteaoprincípiodaanterioridadenonagesimal,
nãosesujeitandoaoprincípiodaanterioridadedoexercíciofinanceiro.
IrretroatividadeeImpostodeRenda
ð OIRestásujeitoaoprincípiodaanterioridadedoexercíciofinanceiro.
ð NaCFnãoháqualquerexceçãoaoprincípiodairretroatividade,maseste
nãoéincompatívelcomapossibilidadedeleiscomefeitoretroativo,a
exemplodasleisexpressamenteinterpretativaseasqueversemsobre
infraçõesesejammaisbenéficasaosinfratores.
ð Súmula584/STFxPrincípiosdaanterioridadeeirretroatividade(posição
doSTJ–prevaleceparaconcursos).
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PRINCÍPIODONÃOCONFISCO(Art.150,IV)
ð Éanalisadosobaóticadaproporcionalidadeerazoabilidade.
ð Penadeperdimento=punição(art.5º,XLVI,“b”,CF)xconfisco=tributo
nãoésançãodeatoilícito(art.150,IV,CFe3ºdoCTN).
ð Taxaseoprincípiodonãoconfisco:compara-seocustodaatividadeestatal
comovalorcobradoatítulodetaxa.
ð O presente princípio também se aplica às MULTAS, de forma que é
considerada confiscatória a multa que ultrapasse o valor da própria
obrigaçãotributária.
Princípiodaliberdadedetráfego(Art.150,V)
ð É vedado aos entes tributantes “estabelecer limitações ao tráfego de
pessoasoubens,pormeiodetributosinterestaduaisouintermunicipais,
ressalvadaacobrançadepedágiopelautilizaçãodeviasconservadaspelo
PoderPúblico”.
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ð PrincípiodaUniformidadeGeográficadaTributação
Evitam-sediscriminaçõesnãofundamentadasentreasdiferentesregiões
dopaís.
Exceção: concessão de incentivos fiscais para promover o equilíbrio do
desenvolvimentosocioeconômicoentreasdiferentesregiõesdopaís.
Atenção: não cabe ao judiciário, que não pode se substituir ao legislador,
estenderisençãoacontribuintesnãocontempladospelalei,atítulodeisonomia
(STF).
ð PrincípiodaUniformidadedaTributaçãodaRenda
VedaàUNIÃO“instituirtributoquenãosejauniformeemtodooterritório
nacionalouqueimpliquedistinçãooupreferênciaemrelaçãoaEstado,aoDistrito
SãoEXCEÇÕESaopresenteprincípio:
a) CobrançadePEDÁGIOpelautilizaçãodeviasconservadaspelopoderpúblico.
Opedágiopossuinaturezadepreçopúblico(STF).
b) ICMSinterestadual.
VEDAÇÕESESPECÍFICASÀUNIÃO(PROTEÇÃODOPACTOFEDERATIVO)–Art.151
daCF–regrasprotegidasporcláusulapétrea.
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Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de
incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento
socioeconômicoentreasdiferentesregiõesdoPaís”(art.151,I,CF).
Rendaobtidacomtítulosdadívidapúblicapeloparticularea rendados
servidorespúblicosdecadaesfera(art.151,II,CF).
ð PrincípiodaVedaçãoàsIsençõesHeterônomasouHeterotópicas(art.151,
III,CF).
VedaàUniãoinstituirisençãodetributosdecompetênciadosEstados,DF
ouMunicípios.
Exceções:Art.155,XII,“e”,daCF=Isençãoheterônomaaserconcedida
pela União, por meio de Lei Complementar, do ICMS incidente nas
operaçõescomserviçoseoutrosprodutosdestinadosaoexterior,alémdos
mencionados no art. 155, §2º, X, “a”, CF. ATENÇÃO: Esta regra perdeu
utilidade após a EC 42/03, a qual instituiu imunidade do ICMS nas
operaçõesquedestinemQUAISQUERmercadoriasparaoexterioresobre
serviçosprestadosadestinatáriosnoexterior.OBE:Porém,odispositivo
constitucionalcontinuaemvigor.
IsençãoheterônomadoISSnasexportaçõesdeserviçosparaoexterior(art.
156,§3º,II,CF).
É possível a concessão de isenção de tributos estaduais e municipais
mediante tratados internacionais? Sim. Tal hipótese, porém, não é
qualificadacomoisençãoheterônoma(naformadoart.150,I,CF)peloSTF.
PRINCÍPIODANÃODISCRIMINAÇÃOBASEADANAPROCEDÊNCIAOUDESTINO
(Art.152,CF)
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“ÉvedadoaosEstados,aoDistritoFederaleaosMunicípiosestabelecerdiferença
tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua
procedênciaoudestino”.AplicávelexclusivamenteaosEstados,DFeMunicípios.
EXIGÊNCIADELEIESPECÍFICAPARAACONCESSÃODEBENEFÍCIOSFISCAIS
ð Exceção:isençãodeICMS–deliberaçãodosEstadosedoDFnoâmbitodo
CONFAZ,medianteconvênio(art.155,§2º,XII,“g”,CF).
ð Exceção da exceção: lei paranaense que concedia isenção do ICMS nas
contasdeágua,luz,telefonegásutilizadosportemplosdequalquerculto,
foiratificadapeloSTFem2010,vistoqueaSupremaCorteentendeuquea
referidaconcessãonãotemaptidãoparadeflagrarguerrafiscalougerar
riscoaopactofederativo.
IMUNIDADESTRIBUTÁRIAS
ð NoçõesGerais–Hipótesesdenãopagamentodotributo:
Nãoincidência
ð Pura e simples: o ente tributante não possui competência para tributar
certofatooupossuienãoaexerce.
ð Imunidade: norma constitucional amputa a competência, impedindo a
incidência.
Isenção:dispensalegaldopagamentodotributo.
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Alíquotazero:ofatogeradorocorre,masotributonãoépagoporquea
alíquotaézero.
Imunidades: opera no âmbito da própria delimitação de competência e são
previstasnaCONSTITUIÇÃOFEDERAL. Isenção:operanoâmbitodoexercícioda
competênciaeéprevistaemLEI.
Asimunidadestributáriasemespécie:
Imunidadetributáriarecíproca(art.150,VI,“a”,CF)
ð Trata-sedecláusulapétrea,porser importanteregraprotetivadopacto
federativo.
ð Aplica-sesomenteaosIMPOSTOS.
ÉextensivaàsautarquiasefundaçõesinstituídasemantidaspeloPoderPúblico?
Sim, porém somente no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços
vinculadosàssuasfinalidadesessenciaisouàsdelasdecorrentes.
Éextensivaàsempresaspúblicasesociedadesdeeconomiamista?
Sim,desdequeprestadorasdeserviçopúblicodeprestaçãoobrigatóriaeexclusiva
doEstado(STF).
ð ACFexcluiexpressamentedaregradaimunidaderecíproca(art.150,§3º):
patrimônio,rendaeserviçosrelacionadoscomaexploraçãodeatividades
econômicasregidaspelasnormasaplicáveisaempreendimentosprivados
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ouemquehajacontraprestaçãooupagamentodepreçosoutarifaspelo
usuário.
ð Se aplica aosCorreios (ECT)? Sim (STF). A ECTpresta serviçopúblicode
prestaçãoobrigatóriaeexclusivadeEstado(participaçãomajoritariamente
estataleausênciadefinalidadelucrativa).
ð AlgumasdecisõesdoSTF:
ü Osvaloresinvestidospelosentesfederados,bemcomoarendaauferida,
estãoimunesàincidênciadeIOFeIR.
ü Bensqueintegrampatrimôniodeentefederadosãoimunes,mesmoque
estejamocupadospelaempresadelegatáriadeserviçospúblicos.
ü A empresa privada que presta serviço de iluminação pública e é
remuneradapelomunicípionãoébeneficiadapela imunidade,vistoque
pagaoICMSàfazendaestadualeincluinopreçodoserviçodisponibilizado
aousuário.
ü Aimunidadetributáriarecíprocanãoalcançaascontribuições.
ü Oserviçonotarialederegistroéumaatividadeestataldelegada,mas,por
serexercidoemcaráterprivado,nãoéimuneàincidênciadoISS.
ü Aregraimunizantenãoexoneraopromitentecompradordaobrigaçãode
pagarimpostorelativamenteaobemimóvel(art.150,§3º),paraevitarque
aimunidaderecíprocasejautilizadacomomeromecanismodeelisãofiscal
(Súmula583doSTF).
ð Estadosestrangeiros:“imunidade”aimpostosetaxasnobrasil,ressalvadas
aquelas decorrentes da prestação de serviços individualizados e
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específicos. Podem renunciar à imunidade e ela se constitui como uma
verdadeiraisenção,poisestáprevistaemconvençõesinternacionais.
ImunidadeReligiosa(art.150,VI,“b”c/c§4º,CF)
ð Protegidaporcláusulapétrea.
ð AplicávelexclusivamenteaosIMPOSTOS.
ð Abrange não somente os prédios (templos) destinados ao culto, mas
também o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as
finalidadesessenciaisdessasentidades(STF).
Eseoenteimunealugaumimóvelseu?
Permanece a imunidade, DESDEQUE os rendimentos auferidos com o aluguel
sejamrevertidosparaasfinalidadesessenciaisdainstituição.
Eseoentetiverumcemitério?
Permanece a imunidade, DESDE QUE funcione como extensão da entidade
religiosaenãotenhafinalidadelucrativa.
Imunidade dos partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e entidades
educacionaiseassistenciaissemfinslucrativos.
Requisitosparaquegozemdaimunidade:
ð Nãodistribuíremqualquerparceladeseupatrimôniooudesuasrendasa
qualquertítulo.
ð Aplicaremintegralmentenopaísosseusrecursosnamanutençãodosseus
objetivosinstitucionais.
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ð Manteremaescrituraçãodesuasreceitasedespesasemlivrosrevestidos
deformalidadescapazesdeassegurarsuaexatidão.
OBS: O requisito de ausência de finalidade lucrativa não quer dizer que há
proibiçãodeobtençãodesuperávitfinanceiro.
ð O STF reconhece comoprotegidos pela imunidade as escolas de ensino
profissionalizantesmantidaspelosserviçossociaisautônomos.Ex:SENAIe
SENAC.
ð Rendimentos obtidos com o aluguel do imóvel ao particular e aqueles
obtidos com a exploração do serviço de estacionamento: permanece a
imunidade,DESDEQUEsejamdestinadosàssuasfinalidadesessenciais(STF
–SV52).
ð Utilizaçãodeimóveldeentidadedeassistênciasocialcomoclubeparafins
derecreaçãoelazerdosfuncionáriosdainstituição:nãoconfiguradesvio
de finalidade, portanto permanece a imunidade (STF – interpretação
extensiva).
ð Manutenção,porentidadebeneficente,deumalivrariaemimóveldesua
propriedade:aplicávelaimunidade(STF–interpretaçãoextensiva).
ð Venda realizada por serviço social autônomo (a exemplo do SESC) de
ingressos de cinema ao público em geral: aplicável a imunidade (STF –
interpretaçãoextensiva).
ð Avendadebensdeentidade imunenãosesujeitaà incidênciado ICMS
(STF).
ATENÇÃO!Devemserdiferenciadasasseguintessituações:
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ð Se o contribuinte de direito goza de imunidade pessoal, é aplicável a
imunidademesmonoscasosemqueoencargoeconômicodotributoiria
naturalmenterecairemoutrapessoa(contribuintedefato)(STF).
ð Mesmoqueocontribuintedefatogozedeimunidadepessoal,aimunidade
nãoseráaplicávelnoqueconcerneàshipótesesemqueotributotenha
comocontribuintededireitoumapessoanãoimune.Nestescasos,nãohá
qualquer vedação a que o ente imune seja nomeado responsável pelo
pagamentodotributodevido,podendoatémesmoviraassumiroencargo
econômicodaexação(STF).
ð Entidadesfechadasdeprevidênciasocial:sósãoalcançadaspelaimunidade
do art. 150, VI, “c”, da CF se não houver contribuição dos beneficiários
(Súmula730doSTF).
ImunidadeCultural(art.150,VI,“d”,CF)
ð Configura-secomocláusulapétrea.
ð Naturezaobjetiva.
ð Editoras, autores, empresas jornalísticas ou de publicidade NÃO são
imunes,devendopagarIReIPTU,porexemplo.
ð Não se admite diferenciação quanto à qualidade cultural ou ao valor
pedagógicodeumapublicaçãoparafinsdeaplicaçãoounãodaimunidade
(STF)–o legisladorconstitucionalaconferiude forma irrestrita.OBS:as
apostilastambémestãoprotegidaspelaimunidade.
ð Os encartes com exclusiva finalidade comercial, mesmo que inseridos
dentrode jornais,NÃOestãoprotegidospela imunidade (STF).Porém,a
presença de propaganda no corpo da própria publicação, sendo dela
inseparável,nãolheretiraaimunidade.Ex:anúnciosepublicidadeemlista
telefônica(STF).
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ð Aimunidadeparaaproduçãodeumlivro,porexemplo,somenteprotege
opapeleosmateriaiscomelerelacionados,nãoabrangendotinta,cola,
linha,etc.(STF).
ð Súmula657doSTF:filmesepapéisfotográficosnecessáriosàpublicação
dejornaiseperiódicos=imunes.
ð Filmesdestinadosàproduçãodecapasdelivros=imunes(STF).
ATENÇÃO! Os livros eletrônicos (e-books) estão abrangidos pela imunidade
prevista no art. 150, VI, “d” da CF, conforma recente decisão proferida em
repercussãogeralpeloSTF,oqualfixouaseguintetese:“Aimunidadetributária
constante do art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal (CF), aplica-se ao livro
eletrônico(“e-book”),inclusiveaossuportesexclusivamenteutilizadosparafixá-
lo”. STF. Plenário. RE 330817/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/3/2017
(repercussãogeral)(Info856).
Imunidadetributáriadamúsicanacional(art.150,VI,“e”,CF)
ð EC75/2013=“PECdamúsica”.
ð Objetivo:combaterapirataria.
Detalhamento:
ð Fonogramamusical=arquivocontendomúsica.
ð Videofonogramamusical=arquivocontendomúsicaevídeo.
ð NÃO é relevante, para caracterização como fonograma ou
videofonograma,asuaapresentaçãoemsuportematerial(CD,DVD,Blue-
Ray,Cassete,Vinil).
ð ProduzidosnoBrasil(semqualquerexceção).
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ð Contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou
obras em geral interpretadas por artistas brasileiros (evidencia uma
natureza mista da imunidade). Em resumo: se produzidos no brasil +
compositorouintérpretesejabrasileiro.
ð Bemcomoossuportesmateriaisouarquivosdigitaisqueoscontenham=
todosossuportesmateriaisouarquivosdigitaiscontendofonogramasou
videofonogramas IMUNES são também protegidos pela benesse
constitucional.
ð SALVO na replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser =
decorreudainsatisfaçãodoEstadodoAmazonas(zonafrancadeManaus).
OBS: foi excluída da imunidade a replicação industrial, mas não a
distribuiçãodasmídiasdigitais.OBS²:Aressalvanãoseaplicaaovinilpor
exemplo,quenãoémídiaóptica.
ð Somente estão abrangidos pela imunidade os IMPOSTOS que incidam
diretamentesobreosfonogramasevideofonogramas.Ex:IPTU,ICMSeIE.
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