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  • Entre o amor e a amizade

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  • Entre o amor e a amizade

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    Pensava como tudo comeou, ele a conhecera no pior momento de sua vida h cinco anos. Foram apresentados por um amigo em comum que esperava que essa amizade fizesse bem aos dois. Ela estava presa a um relacionamento falido, ele vinha de um conturbado e doloroso. Imediatamente se identificaram. No trocaram telefones, trocaram msns e por ali comearam. Rafael diz: Boa noite, Viviane. Tudo bem? Ela aprendeu a adorar cada vez que aquela janela subia. Eles foram se conhecendo. Ele a fazia rir como nunca ningum fez, era o melhor amigo que algum poderia ser. Ela tinha um jeito doce que o encantava. Durante o prximo ano, todo o contato que tiveram fora virtual. Msn, Orkut, que estava em alta naquele tempo. Sem nos esquecer do youtube com suas msicas que, enviadas por ele, preenchiam o corao machucado dela, ajudando a sair de crises de depresso. Rafael acompanhou cada passo do trmino do relacionamento dela, o cime do namorado, acreditando que ele era o outro. Talvez ele fosse, ainda que no intencionalmente. Diferente do namorado, ele estava presente, ficou ao lado todas as vezes em que ela precisou. O namorado era ausente e estava com ela por comodismo. Por fim, terminaram. s vezes, ele no estava online quando ela precisava, ento Rafael teve a ideia de criar um blog para ela, serviria de dirio, e ela exporia todos os seus sentimentos ali quando no pudesse falar com ele. Funcionara bem. O tempo passava, ele sempre dava desculpas para no se reencontrarem pessoalmente, ela ficava triste, sem entender e desistia por uns meses. At que um dia, sobe a janelinha. Viviane diz: Rafa, conheci algum perfeito. Voc no vai acreditar. Ele diz cada coisa linda. Acho que pela primeira vez estou apaixonada. Ele leu aquelas palavras convencendo-se de que estava contente por ela. Depois de tanto sofrimento ela seria feliz. Esse relacionamento durou dez meses, acabou da pior forma possvel, ela descobriu que ele tinha outra pessoa. Todo o bem que a amizade de Rafael fazia a ela foi derrubado por todo o mal que o outro fez. Viviane entrou em depresso. Passou a se considerar a mulher mais feia desse mundo. Ele no conseguia que ela visse o quanto estava errada, o quanto era linda e inteligente. Com o corao partido mais uma vez, ela queria morrer. No entrava mais no msn, no saia de casa, nada. Depois de um ms sem contato o telefone tocou, era sem fio e estava na cama ao lado dela que estava enrolada num edredom. Um toque, dois, trs, quatro Chamou at cair. Recomeou. Era insistente e ela atendeu. Al Oi, Anjo, sou eu, Rafa. Acho que chegou a hora de nos vermos. Ele tinha o seu telefone h meses e nunca ligara antes. Durante os prximos cinco minutos tudo o que ele ouviu foi choro e soluos. Marcaram de se encontrar no prximo dia. Rafael no desistiria dela. Quando ele a viu com o rosto plido e olhos fundos de tanta tristeza, no pensou em mais nada alm de abra-la. O abrao foi aconchegante. Eles se encaixavam perfeitamente. Ela sabia que tudo ficaria bem porque Rafa estava ali. Ele sentiu as lgrimas dela molhando sua camisa e prometeu a si mesmo

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    que a faria feliz. Encontraria uma forma, encontraria algum capaz de compartilhar todo o amor que havia nela. Uma voz em sua conscincia insistia em dizer: Por que no eu? Imediatamente ele condenou esse pensamento. Eu no. No sou bom o suficiente para ela. Ela especial, doce, meiga. Precisa de um prncipe e eu sou apenas um sapo em forma de melhor amigo.

    Viviane nunca mais se esqueceu do dia em que Rafael a encontrou pela primeira vez depois de tanto tempo. Tantos pensamentos ruins passaram pela cabea antes do telefonema dele. Estivera prestes a desistir de tudo at ouvir sua voz. s vezes, pensava que o destino os aproximara por serem almas semelhantes. Ah Viajava muito quanto a isso. A questo que ele a salvara mais uma vez de afundar em depresso. A partir dali eles se viam sempre que possvel, pelo menos uma vez por semana. Falavam-se sempre ao telefone. Todos os dias. Rafael tornou-se parte de sua vida como algum que ela nunca tivera antes. Ali esperando por ele para caminharem com Apolo, seu co, ela lembrou-se do dia que o ganhara, o mesmo do reencontro. Eles tinham se abraado e ela sentiu-se extremamente confortvel por se encaixar nos braos dele. Rafa a deixou chorar o quanto precisou, aos pouquinhos ela se acalmou e ainda tinha os olhos molhados quando ele pegou em seu queixo e fez com que olhasse em seus olhos antes de comear a falar. - Me prometa que no vai se entregar a essa dor. Ele estava to srio e Viviane no queria o decepcionar, mas hesitava visivelmente. No era uma sobrevivente, sempre se entregava. Ele parecia perceber cada pensamento dela. - Olha, se no fizer por voc, faa por mim, ok? H quanto tempo nos conhecemos, dois anos? Voc sabe da minha histria, mas no sabe de tudo. Eu estava mal quando te conheci, estava afundando, voc, de alguma forma que no entendo, me salvou. ele continuou - Eu? Viviane no poderia estar mais surpresa. Como assim tinha salvado seu amigo? Ela era to fraca. No era possvel. Abriu a boca para falar, mas foi impedida por ele que continuou: - Vivi, verdade. Eu te contei sobre meu ltimo relacionamento srio e o quanto isso me machucou. Poxa Confia em mim. Voc minha fora tambm. Se voc est mal, eu fico mal. No tem meio termo. Sei que no te falei tudo, sou esse tipo de cara fechado que mais escuta do que fala de si prprio. O problema dos outros so bem mais fceis de lidar do que os meus. No gosto nem de lembrar o quanto eu estava sofrendo, o quanto parecia que nada mais no mundo importava. Sei o que voc est sentindo porque estive, exatamente, nesse mesmo lugar. claro que di, mas voc precisa sobreviver. Por favor, se no for por voc, sobreviva por mim. Parece

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    egosmo, no ? Pensei nisso vindo pra c. Querer voc bem para que eu fique bem. No sei. Voc a minha melhor amiga. Como posso estar feliz sabendo que voc no est? Comece lutando por mim e no final ver que ficar de p por voc mesma. Os olhos dele estavam marejados. Vivi soube o que tinha que fazer. No tinha sequer idia do que seria sobreviver, afinal era uma desistente e no uma lutadora. Teria que descobrir agora. Precisava ficar bem para que ele ficasse bem. Era seu melhor amigo, era o mnimo que merecia. Estava ali por ela. - Eu no sei como fazer, no sei como ficar melhor, mas tentarei. Eu vou parar de chorar e ficar embaixo do edredom, t? disse tentando sorrir fazendo com que sua nica covinha aparecesse. - um comeo. E no esquea, passei por isso, ento conheo os passos. Primeira coisa: tenho um presente! os olhos dele brilhavam como quem estivesse aprontando, puxou-a pela mo enquanto se dirigiam para o carro dele. Por mais que Viviane perguntasse, ele no dizia qual era o presente e disse que ela saberia quando visse. O carro parou uns trinta minutos depois. Desceram em frente a uma casa amarela. Ela apertava as mos como fazia toda a vez em que estava ansiosa, ele apenas sorria ao descobrir mais uma particularidade dela. Tinha tanto que eles no conheciam um do outro. Uma senhora, a quem ele chamou de tia Lena, abriu a porta, cumprimentou-os e levou-os ao quintal dos fundos em que corriam alguns filhotinhos de labrador. Naquele momento tudo fez sentido e ela olhou espantada, antes que pronunciasse qualquer som, ouviu: - Um deles seu. Sei que prefere macho porque ser como o cachorro que teve quando criana. Vivi no pensou mais em nada e correu at os filhotes. J tinha um preferido. Pegou-o no colo e perguntou rindo: - Um labrador, n? - Sim, e espero mesmo que ele seja to bagunceiro quanto Marley do livro para que voc possa ocupar seu tempo com ele. respondeu gargalhando. Alis, eu soube que vai virar filme. Podemos assistir quando chegar por aqui. Ela ouviu o som de sua risada e ficou feliz. Nunca o tinha ouvido rir assim. Parecia realmente empenhado em v-la feliz e satisfeito com isso. - Escolho esse pequeno aqui. Se chamar Apolo. respondeu sorrindo. Um latido a tirou de seus pensamentos. Apolo no era mais um filhotinho e puxava a guia para que fossem ao encontro de Rafa que se aproximava, o co o adorava, como tinha crescido muito quase arrastava Vivi em direo ao amigo. Ela no reteve o sorriso ao v-lo to perto. Ele usava um bon preto virado para trs como fazia em todos os fins de semana que iam ao parque, parecia to relaxado para quem o visse. Ele tinha esse dom de esconder os problemas das outras pessoas, tentava a qualquer custo, como se ele no fosse digno de preocupao. Em seu corao, Vivi esperava mudar esse pensamento. Ele a observava, seis meses tinham se passado e seu rosto estava completamente diferente de antes, estava corado devido aos passeios dirios com Apolo. Gostava de ver o novo brilho que surgia nos olhos dela. Sua aparncia tranquila. Sentia-se feliz pensando que tinha feito bem a Vivi, que

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    ela estava melhorando. Aos domingos ele passeava com os dois. Ela sofria ainda e um determinado cara era assunto proibido, mas a melhora era ntida. Estavam no rumo certo. De uma forma ou de outra ela ficaria bem, e isso bastava a ele. Sentia-se mais leve, como se aquela dor no apertasse tanto, aceitava o momento como era, estava bem com ela e ao mesmo tempo sozinho. A solido era suportvel quando Vivi estava perto.

    Rafa olhou para o relgio pela terceira vez em dois minutos, estava agitado como em todas as vezes que ia casa da me de Vivi. Nunca era uma tarefa calma e simples. Observou-a fechar a porto e se dirigir ao carro olhando para ele com a mesma carinha travessa reservada a essa ocasio. - Sei que voc no gosta de ir l. ela foi dizendo. - No que eu no goste. Sua famlia tima comigo. Excelente. - Mas sempre querem saber da gente, n? Vivi concluiu um pouco sem jeito. Eles nos veem sempre juntos h um ano, sabem que nos conhecemos h trs, minha me no est acostumada com isso. Toda a menina que meu irmo levava em casa ou tinha ficado com ele ou tinha namorado. - O Rodrigo no conta. Ele o nico cara que eu conheo que no perdoa nenhuma amiga. Nenhuma mesmo. disse Rafa rindo Vivi, relaxa. Est tudo bem. No adianta ficarmos tentando entender o porqu de isso acontecer. Eu sei que seu irmo quis que eu fosse s porque vai apresentar a namorada a sua me, no quer que ela se foque na garota e apelou para mim. Se ele pensa que eu no percebi est muito enganado. Viviane sorriu. Estava to feliz nos ltimos meses. O menor comentrio dele a fazia sorrir. A cumplicidade deles era enorme, parecia que um sempre estivera na vida do outro. Um pensamento passou rpido pela mente dela para alertar que sua famlia no estava to enganada assim sobre o que eles sentiam, mas tratou logo de esquecer-se disso. Ao chegarem casa da me dela, Rafa fez uma careta cmica e fingiu que estava morrendo. Quando seu irmo abriu a porta os dois estavam gargalhando do lado de fora. - Posso rir tambm? - Roooooooo! ela disse antes de dar um enorme abrao no irmo Cad a Ju? - Est l na cozinha sendo entrevistada pela me. Vivi trocou um olhar com ele que refletia divertimento e preocupao, antes de se dirigir para a cozinha e deix-los a ss. Rafa teria estranhado a entrevista se no conhecesse bem aquela famlia. O pai de Vivi morrera h trs anos, um pouco antes de ele a conhecer. Sua me, que sempre fora super protetora com o irmo, tornou-se mais, apesar dele ter vinte e trs anos. Sem poder resistir perguntou segurando o riso: - No est preocupado com sua me entrevistando a sua namorada? - Ah Cara, das primeiras duas vezes eu fiquei bravo, agora nem ligo mais. Preparei a Ju para isso. respondeu rindo, eles eram amigos tambm Pelo menos eu no finjo que ela s minha amiga para fugir da entrevista.

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    - Voc no conseguiu esperar nem cinco minutos dessa vez, no ? respondeu Rafa, arrependido de ter tocado no assunto. Rodrigo balanou a cabea antes de responder. - que no entendo, sabe. Qual o problema de vocs? Todo mundo sabe que so um casal, menos vocs. - No somos um casal. respondeu resoluto. - Certo. Desculpe. Devo ter me enganado. e quando Rafa achou que desistiria continuou Vocs se falam todos os dias, certo? Se veem todos os fins de semana, certo? TODOS. E muitas vezes no meio da semana. Se ela est feliz recorre a voc. Se ela tem problemas recorre a voc. Se o carro dela quebra pra voc que ela liga, mesmo eu dizendo para ela ligar para mim. Voc dorme na casa dela se ela est triste. T, isso eu chutei, mas pela sua cara acabei acertando sem querer, sempre suspeitei, apesar de no entender como vocs conseguem. Vocs visivelmente se amam. To errado, voc no so um casal. Acho melhor eu terminar com a Ju porque ns no temos nem a metade do que vocs tm. pensou com a mo no queixo. - bem mais complicado do que isso. muito especial para arriscar perder. foi tudo o que ele falou. - No falarei mais disso. No quero te deixar para baixo. que me preocupo com ela e no a via to feliz desde que meu pai era vivo. Eu te conheo, ficamos amigos nesse tempo. Sei que voc cuida dela, que a deixa do jeito que est. Como posso no ficar frustrado? Mas isso entre vocs e deixarei assim. - Por hoje apenas, n? Te conheo. Rafa respondeu rindo. - Cara, t vendo? Como no te amar? Srio! Vou deixar a Ju por voc. Quando Vivi voltou sala acompanhada da me e da nova cunhada os dois gargalhavam no sof. Ela sorriu, pela primeira vez, em muitos anos, sentia-se completamente feliz.

    Vivi entrou em casa aps o passeio com Apolo e se jogou no sof, com o cachorro deitando-se aos seus ps. Precisava corrigir algumas provas, mas deixaria para amanh. Hoje queria relaxar um pouco, tomar um banho, ler um livro e dormir. Estava precisando. Olhou distrada para o celular ao seu lado e fechou um pouco os olhos. Rafa deixou-se cair na cama. O trabalho tinha sido cansativo demais. Felizmente era sexta. Pegou o celular para enviar um sms para Viviane. Era estranho como esse se tornara o melhor momento do seu dia. Algumas trocas de mensagens, uma conversa no MSN, uma ligao antes de dormir. Ambos faziam parte da vida um do outro de um jeito nico. E a, cinema e pizza, amanh? Logo em seguida a resposta: Perfeito. a minha vez de escolher o filme, n? Ele envia: Ai... L vem outra comdia romntica... =P No, bobo. rsrs Pensei em assistir Transformers para te deixar feliz. Sei q sua semana foi difcil.

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    Ah. Ganhei o dia agora. Nada q aquela mulher no resolva. E tem os robs gigantes que se transformam tambm. Vivi leu a ltima mensagem rindo. Sabia que viria algo do tipo. Respondeu: Fechado. Te vejo amanh s 20h Deixou o celular na mesinha e percebeu que Apollo assistia TV. Comeou a fazer carinho em sua barriga. - Vou sair com o Rafa amanh. Assistiremos Transformers. Legal, n? O cachorro fez um barulho em resposta, provavelmente porque estava gostando do carinho, mas ela interpretou como um incentivo para continuar. Morava sozinha h dois anos desde que terminara com o primeiro namorado srio que tivera, depois disso namorara o... Ela no queria pensar nisso e voltou a conversar com Apolo. - Sabe... Fico pensando o que seria de mim sem voc, nessa casa sozinha. O Rafa sabe o que faz. Nem sei como voc consegue ficar sozinho o dia todo enquanto eu trabalho. Os pensamentos comearam a encher a cabea dela sem que percebesse. Lembrou-se do pai que havia falecido um ms antes dela conhecer Rafael. Seus olhos se encheram de lgrimas. - Ele gostaria de voc, Apolo. Alguns minutos depois, ela bocejava e resolveu ir dormir. O co prestando ateno a todos os seus passos a acompanhou at o quarto, subiu na cama, e deitou-se a seus ps. Ela riu ao observar a cena que ele repetia todos os dias. Nem adiantava insistir para que sasse. Estava com quase um ano e, por incrvel que parea, era muito fcil lidar com ele. No era hiperativo como o Marley, apesar de ter suas manias, como dormir na cama e assistir TV. No dia seguinte, Vivi escutou a campainha tocando enquanto terminava de passar rmel. Abriu a porta e l estava ele. O corpo inteiro dela encheu-se de calor, de repente tudo ficava perfeito. O abrao de sempre, o beijo no rosto, o perfume dele e Apolo correndo, derrubando tudo o que via pela frente para pular em seu amigo. Por uma frao de segundo ela percebeu um brilho de preocupao em seus olhos. Julgou que pudesse ser pelo cachorro que na certa pularia nele e ignorou o pensamento. - Apolo... ela comeou a dizer ciente de que Rafa no estava nem a e estava de joelhos no cho acariciando o co. - E a, amigo? Vou levar sua me para um cineminha hoje. O que acha? Apollo latia de felicidade, adorava-o. Vivi pegou a bolsa, soltou o co no quintal e caminhou para o carro de Rafael. No caminho conversaram sobre a semana, os problemas no emprego dele, algumas novidades no dela. Alis, sempre tinha. Era professora do ensino fundamental, ento sempre tinha a histria de uma criana para contar e sempre o fazia encantada. Ele era um bom ouvinte. Sabia que ela por morar sozinha tinha uma necessidade enorme de falar, e como falava. Empolgava-se, mexia as mos, ria, seus olhos brilhavam quando falava dos seus alunos. Na pizzaria ela ainda contava a histria de um garotinho que ficou com o dedo gorducho preso dentro apontador. Rafael gostava de ver o carinho com que ela falava dessas crianas, fazia parecer como se todas fossem dela. O modo

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    como se importava com cada detalhe do que acontecia com eles era tocante. Ela era, com certeza, diferente de todas as mulheres que ele conhecera. Foram ao cinema. O filme cheio de efeitos e ao os manteve entretidos. A bela Megan Fox foi o assunto quando a sesso terminou. Rafa tinha adorao pela atriz. Por mais de uma vez, Viviane enviou papis de parede de computador com a bela moa estampada para o amigo, sempre com o mesmo recado: No deve ter outra amiga que te adore mais para mandar fotos de mulher super sexy. Beijo, Vivi. Novamente no carro e perto do momento de se despedirem voltou a perceber que ele parecia preocupado e agora Apollo no estava ali para pular nele. Quando ela estava prestes a falar, ele comeou: - Vi, sabe que semana que vem o meu aniversrio. vendo-a assentir ele continuou Ento... Meus pais esto querendo fazer um churrasco l em casa e eu adoraria que voc fosse. - Vou sim. respondeu apenas, ciente de que no era s isso. O que quer me contar, Rafa? Ele riu nervosamente. Ela o conhecia como ningum. - Puxa... por voc me conhecer tanto que prefiro que saiba por mim e no por ver. - Do que est falando? Nesse momento eles estavam estacionados em frente casa dela. - Meu primo chamou uma garota que... Viviane no entendia o porqu do drama. Ela sabia que ele saia com outras garotas, apesar de passar a maior parte do tempo com ela. Ele falava disso, s vezes, e ela mantinha sempre o pensamento de que no tinha o direito de se importar. Seja l o que sentia sempre colocava embaixo do tapete. - Voc est interessado nela? isso que quer me contar? Rafael sabia que no tinha outro jeito de falar. Assim que Vivi colocasse os olhos nela saberia. - No por a. A gente teve uma coisa no passado. De repente, ela soube apenas por olhar para ele. Teve a certeza de que empalidecera e no gostou nada disso. - Sim, a Paula. ele respondeu a pergunta muda. - Sua ex... foi apenas o que ela disse. Viviane no sabia mais o que poderia dizer. Na verdade, surpreendeu-se com o que sentiu. Abriu a porta do carro e olhou para ele para responder: - J entendi. No se preocupe. um caso seu. Tudo bem. ela falava super rpido, jogando as palavras para ele Boa noite, Rafael. Nos falamos depois. O Apollo sabe que estamos aqui e est latindo. Daqui a pouco acordar a todos os vizinhos. Ela estava quase com o corpo para fora quando ele segurou sua mo. - Anjo, espera. Voc est entendendo tudo errado. Ela olhou para ele. Colocou o corpo dentro do carro novamente, beijo-o no rosto e saiu. - No h nada para eu entender. Ela sua ex e ns somos amigos, s isso. Os pensamentos de Vivi vinham em turbilhes, ela no queria se importar e, acima de tudo, no queria demonstrar que se importava. Soltou-se da mo

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    dele e caminhou at a porta da casa. Ouviu-o chamar seu nome. No olharia para trs. Ele no poderia ver o que no fundo j sabia, ela se magoara.

    Viviane no entendeu por que doa tanto. Queria saber por que os olhos ardiam como se fosse comear a chorar a qualquer momento. Comeou a sentir raiva de si mesma por se abalar assim. Encostou-se contra a porta da sala tentando se acalmar. Eles conversavam sobre outras pessoas, eram amigos e seria natural. Por que ele no contou que Paula estava de volta? Era o que mais a intrigava. Se ele no falou nada porque poderia ser srio. No que isso implicaria? Sabia que eram apenas amigos, mas no era simples assim. No se comportavam apenas como amigos, apesar de nunca, nenhum dos dois transpor qualquer barreira. Ele a avisara hoje porque sabia que ela o conhecia demais para estar no mesmo lugar que Paula e no perceber. Ser? Talvez ela nem percebesse. Ah... A quem queria enganar? Ela percebia cada detalhe sobre outras garotas com ele, brincavam sobre isso o tempo todo. Ele quis evitar que ela descobrisse sozinha. Ela sabia muito desse relacionamento dele e sabia o quanto ele tinha sofrido com o trmino. Agora a outra estava de volta. Ser que mudaria algo entre os dois? No sabia o que estava acontecendo e como ele estava reagindo com a volta dela. No sabia por que ele no falara. Por qu? Tantos pensamentos confusos. Isso a fez pensar que, independente da mulher, uma hora ele namoraria, era s questo de tempo. Ela teria que entender. Estava tentando ser compreensiva e madura. Por que doa ento? Rafael a observou entrar em casa com as duas mos fixas no volante. No adiantaria ir at ela. Vivi precisava de um tempo para lidar com a situao. No fundo esse sempre fora o seu maior medo: mago-la. O que estava havendo? Por que ela reagira assim? Ser que ela sentia alguma coisa diferente por ele? No, no por ele. Era s cime de amigo, era por saber o quanto Paula significara para ele e o quanto o magoara. Fora o relacionamento mais conturbado que tivera em sua vida. Ela nunca sabia o que queria, ele aceitava isso porque acreditava que a amava. Agarrara-se a ela como se fosse tudo. Aceitando qualquer coisa, qualquer migalha, mesmo sabendo que no a tinha completamente. Num momento ela estava apaixonada por ele, em outro no o queria mais. Ele ficava sempre, ou melhor, aceitou ficar por muito tempo at ser impossvel aguentar. Ainda encostada contra a porta, Vivi sentiu as lgrimas quentes descendo por seu rosto e bateu com as duas mos nas coxas de tanta frustrao. Por que tinha de ser sempre to chorona? Sabia que Rafa ainda estava no carro e sabia que ele estava pensando se deveria ou no ir atrs dela. No queria que ele a visse assim, chorando por um cara, principalmente, porque ele era o cara em questo. Comeou a pensar e procurar por detalhes de quando o sentimento tinha mudado. Por que apenas a possibilidade de o ver com outra mulher a fazia chorar? E o que ele pensaria se soubesse que ela o amava muito alm do que demonstrava? Ele certamente fugiria dela. Ela era fraca, sua fora vinha dele. O que faria agora?

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    Num impulso, Rafael saiu do carro e se encaminhou para a casa dela, queria acertar as coisas. No suportava a idia de que ela pudesse estar chorando e, pior, que ele tivesse sido o culpado. A um passo da casa dela, parou, passou a mo nos cabelos. O que estava fazendo? O que diria a ela? Ah... No queria falar nada agora. Nem ele mesmo sabia como lidar com a volta da ex. Os ltimos dias tinham sido difceis por no poder compartilhar com a amiga, ele no sabia o que dizer porque no sabia o que estava sentindo. Palavras no ajudariam, queria ficar com ela at que dormisse, queria se certificar de que ela ficaria bem. Queria ampar-la. Explicar tudo calmamente de modo que ela se confortasse em suas palavras. Precisava mostrar mais uma vez que ela no estava sozinha e que seja l o que enfrentavam agora iria passar. Levantou a mo para tocar a campainha quando viu que as luzes da casa se apagaram. Hesitou. Talvez fosse melhor deix-la s. Virou as costas e seguiu para o carro, no sem antes olhar para trs por uma ltima vez. Na sala escura, Viviane o observava da janela. Sabia que facilitara as coisas para os dois ao apagar a luz. Do que adiantaria falar sobre o assunto? Estava completamente apavorada assumindo para si o que sentia por ele. O medo de perd-lo a sufocava. Amanh seria um novo dia. Ela estaria bem. Esqueceria disso, ou tentaria. Poderia fingir, esconder. Seguiriam em frente. Ela sabia que entre os dois sempre haveria algum. Era inevitvel. Eram apenas amigos. No queria que fosse Paula, no queria que fosse nenhuma outra, mas no sabia como dizer a ele. Ele sofrera tanto. Queria para ele algum que o amasse verdadeiramente, que cuidasse dele, respeitasse-o, fizesse com que se sentisse bem nos piores momentos. Queria poder ser essa pessoa, mas ele nunca a veria dessa forma. Vivi o conhecia demais e sabia que o fato dele no ter mencionado Paula durante a noite toda porque estava confuso. Se ele mesmo no sabia como lidar com seus sentimentos, como poderia passar segurana a ela? Ele estava hesitando, sem saber lidar com a volta dela e como reagir a isso. Um nico pensamento passava pela cabea de Viviane agora: precisava mudar um pouco a rotina dos dois. Estavam muito prximos desde a crise ps trmino de namoro dela. Ele se manteve por perto para ajud-la a se recuperar. Agora ela dificultava tudo com esses sentimentos em relao a ele. Precisava dar espao a ele. Onde j se viu ele preocupado com o que ela fosse pensar das mulheres da vida dele? Ela no tinha esse direito. Rafa no a via como ela o via. Assumia pela primeira vez o que sabia h meses, estava apaixonada por ele. Mais cedo ou mais tarde ele arrumaria uma namorada que no gostaria nada do relacionamento dos dois. Parecia que estavam apenas adiando o sofrimento. L fora, dentro do carro, Rafa tinha a certeza de que no dia seguinte conversaria com ela e tudo ficaria bem. Ele no precisava de outras garotas no momento. Sim, de vez em quando ele saia e, ocasionalmente, aconteciam beijos, entre outros, mas s. Ele no pretendia ter nada srio com ningum agora. Talvez nunca. Ele no era boa companhia para ningum. Paula deixara isso claro. Ele ouviu e entendeu, por isso se afastou de mulheres que quisessem um relacionamento srio. No sabia o que a ex queria e por que insistira tanto com seu primo para ir ao seu aniversrio. Chegou a se desentender com ele por convid-la e depois se sentiu culpado porque sabia que o primo no o fizera por mal, na cabea maluca dele, Rafa ficaria feliz

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    em v-la. O problema que ele nem sequer sabia o que sentiria e tinha um problema maior no momento, precisava se entender com Vivi. Mais do que nunca a queria ao seu lado. No carro, ele pensava: Amanh conversaremos e ficar tudo bem. Em casa, ela dizia para si mesma: A partir de amanh tentarei me afastar um pouco dele. Ele nunca olhar para mim como olho para ele agora.

    Vivi ouviu o carro se afastando e deixou-se cair sentada no sof. Seus pensamentos foram levados a uma de vrias conversas que tivera com Rafa no tempo em que se conheciam. Ele sempre era taxativo: no queria se envolver com ningum por enquanto. Nem sequer sabia se mudaria de opinio. Ela sempre estranhava essa postura, mas no tinha jeito, por tudo o que ele tinha sofrido, se trancara e no pretendia se abrir. Numa dessas conversas, ela perguntou o que faria se aparecesse a algum que mexesse com ele. A resposta foi simples: - Pretendo realizar algumas coisas antes de permitir que isso acontea. No quero e nem vou pensar em garotas agora, nem pensarei to cedo. falou srio para depois completar rindo com suas tpicas brincadeiras E para que mais, se tenho a mulher da minha vida que voc?! Os dois riram muito. Naquele dia, ela ainda tinha respondido rindo que ela no contava. De volta para o presente, ela pensava no que tinha mudado para que se sentisse assim em relao a ele? No soube responder. Apenas tinha certeza de que chegara a um dilema. Conhecia Rafael o suficiente para saber quando falava srio e o assunto no quero me envolver com ningum agora era srio. Sem contar que tinha o caso Paula e como ele lidaria com isso. Definitivamente no era o momento de se abrir. Causaria mais problemas. Ele se assustaria, poderia se fechar e ela no queria arriscar perde-lo. No se arriscaria. Ponto. Precisava colocar para fora. Se fizesse isso se sentiria melhor. Foi para o quarto, ligou o pc, abriu um novo documento e comeou a digitar: Email que nunca te enviarei: Rafa, Quando te conheci meu mundo estava ruindo. Meu pai tinha acabado de falecer, eu mantinha um relacionamento falido. Parecia que no me encaixava em lugar nenhum. Sempre me senti incompleta, sempre senti um vazio que me apertava o peito at conhecer voc. No dia em que o nos conhecemos, voc soube chegar a mim e parece que em poucos minutos sabia tudo o que tinha para saber sobre mim. Ningum nunca me olhou ou me ouviu como voc. Em pouco tempo tornou-se o melhor amigo que algum poderia ter. Voc estava ao alcance do meu chamado. Vinha sem eu precisar falar. Entendia at mesmo o meu silncio. Voc me confortava mesmo sem nos vermos pessoalmente. Tinha uma fora e intensidade em voc que nunca mais encontrei.

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    A me apaixonei pelo Carlos e deu no que deu. Sofri feito uma condenada e na nsia de me encontrar me perdi mais ainda. Na primeira vez que achei que amava de verdade fui partida em vrias, quis morrer e acho que uma parte minha morreu, de fato. Foi quando voc resolveu que era hora de nos vermos. Voc, melhor do que ningum, sabia o quanto eu estava desestruturada e perdida. Voc foi a mim, me encontrou, me deu a mo, me restaurou, me mostrou que a fora sempre esteve dentro de mim e que eu poderia me reerguer. Depois desses 2 anos e meio que te conheo descobri com um choque avassalador que te amo mais do que amaria a um amigo. Estou apaixonada por voc. Por te conhecer tanto sei o quanto saber disso nos afastaria. Voc congelaria e, talvez, sumisse por uns tempos. Tenho certeza de que surtaria, ficaria mais perdido do que estou. No posso arriscar. No agentaria seguir em frente sem voc. No morreria porque voc me ensinou a no morrer por mais ningum, a no permitir que nada me destrua, mas eu sofreria cada dia sem voc aqui. Por isso, escrevo essas palavras ciente de que nunca te mostrarei. Penso, ingenuamente, que se elas sairem no doer tanto. Vi em seus olhos o vislumbre do medo ao perceber que eu poderia estar apaixonada. Isso doeu um pouco. Procuro no pensar que sou eu o problema, no quero pensar que haja algo em mim que no te atraia de alguma forma. difcil, s vezes, bate essa insegurana. Ah... Sempre bate essa insegurana. Hoje, confesso o meu amor por esses breves minutos para depois tranca-lo dentro de uma caixinha bem escondida em meu corao. Sei que esse amor ficar l, procurando ansiosamente por uma distrao minha para sair e bradar por voc. Precisarei ficar atenta, mas valer a pena se continuarmos juntos. Sei tambm que isso envolver algumas mudanas. Estou pensando em como vou disfarar. Talvez, pelo menos por um tempo devssemos nos afastar. No quero te confundir, nem me confundir ainda mais. Voc j me explicou mais de uma vez que no est pronto para o amor. Pensando nisso hoje di bastante porque sinto que estou pronta para te amar. Ainda assim prefiro ter voc como amigo a no ter voc. Viviane parou de escrever, enxugou as lgrimas que teimavam em escapar de seus olhos, respirou fundo, hesitou entre salvar ou no, acabou salvando e desligou o pc.

    Poesias de Viviane - O tempo

    Espero que o tempo passe logo. o nico que resolver toda essa questo.

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    O tempo pode fazer com que o sentimento passe e isso seria bom. O tempo pode fazer com que voc me ame como eu te amo e isso seria bom. O tempo pode fazer com que eu te olhe com outros olhos e isso seria bom. O tempo pode fazer com que voc me olhe com outros olhos e isso seria bom. O tempo pode fazer meu corao parar de bater por voc e isso seria bom. O tempo pode fazer seu corao bater por mim e isso seria bom. Eu s espero que o tempo passe da mesma forma para ns dois. S espero que tudo acabe da melhor forma porque me ocorreu agora que o tempo pode ser cruel e pode fazer acontecer exatamente no mesmo momento fatos opostos. O tempo pode fazer com que eu te esquea e pode fazer com que voc se lembre de mim de uma forma que no quer lembrar, da forma que eu lembro de voc hoje. Se o tempo for cruel, ns vamos passar a vida nos desencontrando. E eu no aguento mais me desencontrar de voc...

    Pensamentos de Rafael - Primeiras impresses

    Voc j conheceu algum e teve a sensao de que conhecia essa pessoa h muito tempo? Pois Eu sim. No algo que eu faa sempre, hoje foi a primeira vez. Essa semana foi estranha, alis, nem era para eu estar onde estive hoje. Vai entender. Conheci uma garota hoje. Um tipo diferente de garota, sabe Do tipo que no encontramos facilmente. Bom De repente voc pode ter encontrado, mas o tipo de garota que no para um cara como eu. Normalmente eu nem me aproximaria dela, s que, no sei, foi curioso como nos cruzamos. Aff Daqui a pouco to filosofando Enfim, bastou um olhar para que a sensao comeasse. Eu a conhecia desde sempre. Notei uma tristeza em seus olhos. No entendi ainda porque pareceu doer em mim. Ela parecia to desiludida, como se no tivesse mais motivos para lutar. Ela no me disse nada a respeito, muito pelo contrrio, acabou rindo das minhas piadas idiotas. Foi bom, muito bom, na verdade. Estou passando por uma fase pssima, ela tambm. De repente nos ajudamos. Consegui o msn dela. Sou cara de pau. Logo mais darei oi. Sinto que o comeo de uma grande amizade.

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    Poesias de Vivi Meu eu sem voc

    Fechei os olhos. No queria ver. No queria sentir. No queria nada que me lembrasse de voc. Tentei no pensar. Descobri que o nada ainda me leva a voc. Voc no voltar. A dor imensa. O cho se abre aos meus ps. Afundo mais uma vez. E agora no emergirei mais. A minha luz se foi. Abri os olhos. Queria ver. Queria sentir. Queria que tudo me levasse at voc.

    Rafa e Vivi Um ponto de vista divertido

    Deixa eu comear a falar antes que ela chegue. Hoje, contarei uma histria a vocs. Mas j aviso que no sou um bom narrador, tipo aqueles que observam de longe e sabem de tudo.

    Quer dizer, na verdade, eu sei de tudo porque eu no sou cego, vejo cada detalhe do que acontece e as coisas so bem claras, pelo menos aqui do meu cantinho. Por isso me meto na histria. Sou completamente parcial. J escolhi um lado e vou nessa at o fim.

    Algumas pessoas diriam que eu no sei do que estou falando e Bom Para comeo de conversa eu no estou falando, estou digitando e fazendo isso escondido porque a pessoa que vive comigo no tem o costume de me ver escrevendo. T Confesso Ela NUNCA me viu escrevendo.

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    Cara, as pessoas, quer dizer, vocs no esto preparados e no aguentam vrias informaes ao mesmo tempo. Acreditem, ns sabemos. O fato que muito mais cmodo ficarmos na nossa e deixar que vocs cuidem da gente.

    Ih Eu j t filosofando e saindo do assunto.

    Foco, Apolo, Foco

    Tenho uma histria para contar. No se deixem levar pela minha idade, sou bem mais velho do que aparento e lembrem-se de multiplicar por sete. A histria que vou contar a histria de um amor to perfeito que se doa mais do que recebe. Um amor mgico, puro e sincero que resistente ao tempo e luta para sua realizao: o amor de Rafa e Vivi.

    Ah Caraca! Bem agora que eu tava inspirado.

    Vai ter que ficar para a prxima, galera. Ela chegou!

    Mas no se preocupem, eu voltarei com o meu ponto de vista.

    E, lembrem-se de que ele pode at no ser exatamente verossmil, mas ser, sem dvidas, o mais divertido.