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entrevista 76 www.oelectricista.pt o electricista 45 construção, uma das áreas que mais tem so- frido desde 2009, o efeito negativo é imediato. Por outro lado temos notado alguma agitação na área da reabilitação urbana embora muito ténue, e ainda exportações sobretudo para os PALOPs que, de alguma forma, têm contribui- do positivamente para atenuar a quebra do mercado interno. “enorme sensibilidade para a poupança de energia” oe: A Eaton passa a mensagem de que esta é uma empresa com uma grande he- rança de inovação. Em que se baseia este conceito? JC: A Eaton possui vários centros de inovação espalhados por todo o mundo. Estes dedi- cam-se em exclusivo a melhorar a eficiência, tecnologia e aspetos ambientais dos produ- tos. Atualmente, a Eaton possui 6665 paten- tes em todo o mundo. A título de exemplo, a Eaton desenvolve e comercializa produtos de JOãO CAbritA Country SaleS Manager dA EAtOn Em POrtugAL A Eaton adquiriu no final de 2012 a Cooper Industries, uma sinergia que resultou numa maior oferta ao mercado. João Cabrita, Country Sales Manager da Eaton em Portugal explicou à revista “o eletricista” a essência e os objetivos da marca que representa e o que mudou e ainda está a mudar depois da fusão com a Cooper Industries. A estratégia de marketing para o futuro, numa área que sente a crise, foi igualmente abordada. Revista “o electricista” (oe): Como cara- teriza o mercado de distribuição de ma- terial elétrico e automação em Portugal e no resto do mundo? João Cabrita (JC): Para a Eaton, a distribui- ção de material elétrico é o canal de vendas por excelência. Estes trazem grande valor acrescentado pela disponibilidade de produ- to no mercado, a somar à proximidade com o cliente final e o crescente know-how interno, tornando-os hoje praticamente autónomos, mesmo na definição de alguns sistemas que envolvem alguma complexidade técnica. Esta tendência é seguida um pouco por todo o mundo onde, pelos motivos apontados, os distribuidores têm tido um papel fundamen- tal. no caso da Eaton em Portugal quase a totalidade das vendas são feitas através dos nossos distribuidores. oe: A atual crise económica é sentida também nesta área? JC: Sim, bastante. Se considerarmos que o nosso setor está totalmente dependente da média tensão livres de SF6 resultado do res- peito pelas questões ambientais. Produzimos sistemas de controlo de iluminação que reduzem em 30% o consumo de energia. Produzimos iluminação interior em LEd que podem proporcionar poupanças até 80% com uma durabilidade de 50 000 horas. As uPSs Eaton Power Xpert ® 9395 têm 99% de efici- ência, a melhor em aplicações industriais. E existiriam muitos outros exemplos. os distribuidores têm tido um papel fundamental por Helena Paulino

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construção, uma das áreas que mais tem so-frido desde 2009, o efeito negativo é imediato. Por outro lado temos notado alguma agitação na área da reabilitação urbana embora muito ténue, e ainda exportações sobretudo para os PALOPs que, de alguma forma, têm contribui-do positivamente para atenuar a quebra do mercado interno.

“enorme sensibilidade para a poupança de energia”

oe: A Eaton passa a mensagem de que esta é uma empresa com uma grande he-rança de inovação. Em que se baseia este conceito?JC: A Eaton possui vários centros de inovação espalhados por todo o mundo. Estes dedi-cam-se em exclusivo a melhorar a eficiência, tecnologia e aspetos ambientais dos produ-tos. Atualmente, a Eaton possui 6665 paten-tes em todo o mundo. A título de exemplo, a Eaton desenvolve e comercializa produtos de

JOãO CAbritA Country SaleS Manager dA EAtOn Em POrtugAL

A Eaton adquiriu no final de 2012 a Cooper Industries, uma sinergia que resultou numa maior oferta ao mercado. João Cabrita, Country Sales Manager da Eaton em Portugal explicou à revista “o eletricista” a essência e os objetivos da marca que representa e o que mudou e ainda está a mudar depois da fusão com a Cooper Industries. A estratégia de marketing para o futuro, numa área que sente a crise, foi igualmente abordada.

Revista “o electricista” (oe): Como cara-teriza o mercado de distribuição de ma-terial elétrico e automação em Portugal e no resto do mundo?João Cabrita (JC): Para a Eaton, a distribui-ção de material elétrico é o canal de vendas por excelência. Estes trazem grande valor acrescentado pela disponibilidade de produ-to no mercado, a somar à proximidade com o cliente final e o crescente know-how interno, tornando-os hoje praticamente autónomos, mesmo na definição de alguns sistemas que envolvem alguma complexidade técnica. Esta tendência é seguida um pouco por todo o mundo onde, pelos motivos apontados, os distribuidores têm tido um papel fundamen-tal. no caso da Eaton em Portugal quase a totalidade das vendas são feitas através dos nossos distribuidores.

oe: A atual crise económica é sentida também nesta área?JC: Sim, bastante. Se considerarmos que o nosso setor está totalmente dependente da

média tensão livres de SF6 resultado do res-peito pelas questões ambientais. Produzimos sistemas de controlo de iluminação que reduzem em 30% o consumo de energia. Produzimos iluminação interior em LEd que podem proporcionar poupanças até 80% com uma durabilidade de 50 000 horas. As uPSs Eaton Power Xpert® 9395 têm 99% de efici-ência, a melhor em aplicações industriais. E existiriam muitos outros exemplos.

“os distribuidores têm tido um papel fundamental”

por Helena Paulino

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Também na área da Iluminação normal e de emergência, o recurso à tecnologia dos LEDs, que representa já uma grande fatia no total das vendas, tem contribuido muito positivamente para a eficiência elétrica das instalações.

oe: A eficiência energética é, cada vez mais, um ponto importante para os con-sumidores. O que faz a Eaton na distri-buição dos produtos e contacto com for-necedores e clientes para contribuir para uma maior eficiência energética?JC: Sobretudo, prestamos especial atenção à conceção de produtos cada vez mais eficien-tes. O caso das uPSs é um exemplo onde nos últimos anos, recorrendo a tecnologias cada vez mais avançadas, conseguiu-se otimizar os produtos ao máximo em termos de consu-mo com a eliminação quase total da energia reativa. também na área da iluminação nor-mal e de emergência, o recurso à tecnologia dos LEds, que representa já uma grande fatia no total das vendas, tem contribuido muito positivamente para a eficiência elétrica das instalações.

oe: Sentem, igualmente, do lado dos con-sumidores e dos fornecedores de mate-rial elétrico e de automação uma preocu-pação com a redução dos consumos? JC: Sim, sem dúvida. Atualmente existe uma enorme sensibilidade para a poupança de energia, não só pela fatura de energia como pela fiabilidade e longevidade dos produtos com estas novas tecnologias. também a produção em massa tem permitido aos fa-bricantes praticarem preços mais acessíveis, proporcionando ao cliente um retorno do in-vestimento relativamente rápido.

Crescimento e visibilidade com a Cooper Industries

oe: Recentemente adquiriram a Cooper Industries. Esta sinergia já estava plane-ada há algum tempo?JC: Esta aquisição começou a ser planeada na primavera do ano passado culminando em novembro de 2012. Houve um período de “namoro” e a decisão final deveu-se ao facto de não existirem conflitos nas gamas de pro-dutos, pois são perfeitamente complemen-tares, e também para aproveitar as sinergias comerciais entre as duas empresas.

oe: O que vai ganhar a Eaton com esta aquisição? JC: na medida em que há uma perfeita siner-gia entre as duas empresas, com a Eaton bem posicionada na área da gestão e qualidade de energia e a Cooper industries com uma po-sição muito forte a nível mundial na distri-buição em Alta tensão, redes inteligentes e a jusante nos componentes, produtos para atmosferas perigosas, especialmente para áreas AtEX. A Cooper industries está muito focada no mercado dos EuA e na área da ilu-minação de emergência posiciona-se muito bem na Europa. Perante isto, o nosso objetivo passa por oferecer soluções para toda a ca-deia entre a central de geração de energia até ao interruptor instalado em casa para acen-der a lâmpada.

A aquisição da moeller em 2007 permitiu--nos uma maior visibilidade no mercado eu-ropeu, e com esta nova aquisição teremos mais peso nos mercados internacionais com os principais players na área de gestão e dis-tribuição de energia.

oe: Os mercados onde atuam irão certa-mente aumentar com este complemen-to da Cooper. Qual a vossa estratégia de apresentação ao mercado?JC: A Eaton irá apresentar-se como um dos maiores fabricantes à escala global de ma-terial elétrico. Com a aquisição da Cooper conseguimos estar presentes em mais de

170 países, com uma estratégia de sinergia comercial, garantindo uma visibilidade adi-cional à “nova Eaton”.

“fazer apostas em mercados emergentes”

oe: As marcas que comercializam contri-buem para o sucesso da Eaton? JC: O portefólio de produtos que temos hoje permite-nos uma abrangência de mercado completa, e assim podemos oferecer aos nossos clientes soluções integradas. desde simples aplicações residenciais até comple-xos sistemas de automação em ambientes industriais. Cada marca que compõe hoje o universo Eaton tem uma contribuição vital para que isto seja possível.

oe: Em que se baseiam para escolher as marcas distribuídas pela Eaton?JC: A Eaton ganhou mais notariedade com aquisições relativamente recentes como é o caso das uPSs monofásicas mgE e com a alemã moeller. Em 2012, a Cooper represen-tou a maior aquisição na história da Eaton. Os critérios de aquisição são variados como complementaridade com produtos existen-tes, níveis de qualidade, penetração da mar-ca nas diversas regiões, potencial de cresci-mento. Saliento o rigoroso cuidado de, após a aquisição, manter o enfoque no cliente, na melhoria técnica e competitividade dos produtos.

oe: O que espera para o futuro da Eaton e qual a estratégia de marketing para su-plantar a crise económica mundial?JC: A Eaton, com a aquisição da Cooper, for-taleceu a sua posição a nível mundial sendo hoje uma empresa com faturação a rondar os 29 biliões de dólares. O declínio do mercado está de facto a afetar todos. neste sentido, a Eaton, estando presente em mais de 170 pa-íses, vai fazer apostas fortes em mercados emergentes e ganhar posição em mercados mais maduros e estagnados por via das si-nergias com a Cooper.