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Faculdade de Economia Universidade de Coimbra Envelhecimento e Dinâmicas Sociais Andreia Caipiro Coimbra, Dezembro de 2012

Envelhecimento e Dinâmicas Sociais · Trabalho realizado no âmbito da unidade curricular de Fontes de Informação Sociológica Docente ... Em 2050, prevê-se que o ... o dever

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Faculdade de Economia

Universidade de Coimbra

Envelhecimento e Dinâmicas Sociais

Andreia Caipiro

Coimbra, Dezembro de 2012

Faculdade de Economia

Universidade de Coimbra

Envelhecimento e Dinâmicas Sociais

Trabalho realizado no âmbito da unidade curricular de Fontes de

Informação Sociológica

Docente: Paulo Peixoto

Ano lectivo: 2012/2013

Trabalho realizado por: Andreia Caipiro

Aluna nº 2012144101

Ano lectivo 2012/2013

1º Ano da Licenciatura em Sociologia

Imagem da capa: Fotopedia, 2012

http://www.fotopedia.com/items/flickr-6916288702

Andreia Caipiro

Coimbra, Dezembro de 2012

Índice:

1. Introdução ................................................................................................... 1

2. Estado das Artes ........................................................................................... 2

2.1. Envelhecimento a nível mundial ................................................. 2

2.2. Envelhecimento em Portugal ...................................................... 5

2.3. O papel da família no envelhecimento ....................................... 8

2.4. Apoios sociais ao domicílio .......................................................... 9

2.5. Institucionalização ....................................................................... 11

3. Descrição Detalhada da Pesquisa ................................................................. 13

4. Avaliação de uma Página da Internet ........................................................... 14

5. Ficha de Leitura............................................................................................. 16

6. Conclusão ...................................................................................................... 22

7. Referências Bibliográficas ............................................................................. 23

Anexo I

Página da Internet avaliada

Anexo II

Texto de suporte da Ficha de Leitura

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1. Introdução

No âmbito do regime de avaliação contínua da disciplina de Fontes de

Informação Sociológica, da Licenciatura de Sociologia da Faculdade de Economia da

Universidade de Coimbra, foram propostos três temas, dos quais optei pelo tema

Envelhecimento e dinâmicas sociais.

Decidi escolher este tema por ser aquele que me despertou mais interesse de

entre os outros temas possíveis.

Foi necessária a realização de pequenos trabalhos baseados no tema escolhido,

respectivamente, uma Ficha de Leitura, o Estado das Artes e a Avaliação de uma

Página da Internet. Para a Ficha de Leitura, em primeiro lugar, tivemos de ler um dos

textos de suporte do tema e depois fazer uma análise/resumo do texto. Ao ler este

texto percebi que tinha várias áreas que podia explorar sobre o tema e que era um

tema actual e do conhecimento geral. O Estado das Artes consiste no desenvolvimento

do trabalho em si, onde podíamos abordar vários subtemas que estivessem

relacionados com o tema de partida. Na Avaliação de uma Página da Internet utilizei

uma página que me fui útil durante a realização do meu trabalho.

Neste trabalho começo por falar da questão do envelhecimento a nível mundial

e depois aprofundo a questão em Portugal, referindo causas e consequências desta

situação.

Abordo também o papel da família no envelhecimento, uma vez que a família

tem um grande papel no envelhecimento e abordo também a questão dos apoios

sociais ao domicílio existentes e em que é que consistem.

Por último faço uma referência à questão da institucionalização e que impacto

tem nas pessoas idosas.

Posto isto, iniciei o meu trabalho, tendo como base o texto que escolhi para a

realização da Ficha de Leitura e informações estatísticas que encontrei na Internet. Pus

também em prática o que aprendi durante o semestre nesta disciplina.

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2. Estado das Artes

2.1. Envelhecimento a nível mundial

O envelhecimento populacional é hoje um fenómeno a nível mundial,

característico não só dos países desenvolvidos, mas também dos países em

desenvolvimento ou de Terceiro Mundo.

O aumento da esperança média de vida, a diminuição da taxa de mortalidade e a

capacidade crescente para controlar a natalidade representam alguns dos grandes

factores do aumento do envelhecimento da população mundial nas últimas décadas.

Pesquisas recentes realizadas em todo o mundo, revelam que a população

mundial está a envelhecer a um ritmo acelerado, o que está a forçar os governos de

todos os países a criar um novo modelo de sociedade ideal para essa nova população.

Não só em termos sociais, culturais, mas também económicos, já que os idosos

começam a ser uma grande maioria da população em muitos países e estão cada vez

mais presentes em muitos lares. (Anselmi 2010)

O envelhecimento depende de diversos factores que envolvem os idosos, as

famílias e o país em que se encontram. A qualidade de vida na velhice depende de

muitos elementos da vida do idoso, isto é, depende das condições físicas, do ambiente

em que se encontra, das condições oferecidas pela sociedade (saúde, relações de

amizade e de parentesco, grau de escolaridade, estilo de vida, etc.). (Wikipedia 2012)

Em 2050, prevê-se que o número de pessoas com pelo menos 65 anos nos países

em desenvolvimento seja, aproximadamente, o quádruplo do número registado em

2005. (Moreira 2008)

Nos países desenvolvidos, em que a quantidade de idosos é muito superior à dos

países em desenvolvimento, o aumento do número de idosos manter-se-á, mas a um

ritmo mais lento, do que nos países em desenvolvimento.

Página | 3

Fonte: EcoDebate (2012)

http://www.ecodebate.com.br/foto/120420-01-a.gif

Os países desenvolvidos, os países europeus e o Japão registarão as maiores

tendências de envelhecimento até 2050. A faixa etária com mais de 65 anos de idade

representará cerca de 27,6 % da população europeia, atingindo um valor ainda mais

elevado no Japão, 37,7%, enquanto que na América do Norte é apenas de 21,5%, onde

o crescimento da população manter-se-á elevado. No grupo etário dos maiores de 60

anos de idade irá manter-se um aumento no número de pessoas idosas. A diferença de

género no envelhecimento influencia a esperança de vida nos idosos. Na Europa, a

esperança de vida das mulheres é em média mais de 6 anos superior à dos homens e

em 2050 será aproximadamente 5 anos superior à dos homens. (Anselmi 2010)

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Sendo a Europa considerada o continente com o maior número de idosos no

mundo e, dos países europeus, Portugal foi o país que envelheceu mais em relação à

média dos outros países da União Europeia, segundo a base de dados estatísticos da

Pordata.

Fonte: PORDATA (2012a)

http://www.pordata.pt/Europa/Indice+de+envelhecimento-1609

Verifica-se que o índice de envelhecimento em Portugal em 2010 cresceu para os

118,9% enquanto o resto da Europa cresceu apenas para os 111,7%, um valor muito

superior ao dos outros países.

Página | 5

2.2. Envelhecimento em Portugal

Atualmente, o envelhecimento da população é uma questão presente no nosso

dia-a-dia. Tal questão verifica-se, principalmente, nos países desenvolvidos e,

especialmente, na Europa. Portugal não é exceção, sendo um dos países da União

Europeia que está a envelhecer mais depressa.

Segundo a estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2050, cerca

de 80 por cento da população portuguesa apresentar-se-á envelhecida e dependente,

e a idade média poderá situar-se próxima dos 50 anos. (Ribeiro, 2012)

Este fenómeno deve-se, principalmente, a três factores: ao aumento da

esperança média de vida, ao contínuo decréscimo da taxa de natalidade e à redução

da taxa de mortalidade.

Fonte: PORDATA (2012b)

http://www.pordata.pt/Portugal/Indicadores+de+envelhecimento-526

Página | 6

Fonte: PORDATA (2012c)

http://www.pordata.pt/Portugal/Taxa+bruta+de+natalidade-527

Fonte: PORDATA (2012d)

http://www.pordata.pt/Portugal/Esperanca+de+vida+a+nascenca+total+e+por+sexo-418

Página | 7

O aumento da esperança média de vida deve-se, entre outros factores, à

melhoria das condições de vida, aos progressos na Medicina, à melhoria da assistência

médica, do alargamento dos sistemas de proteção social e da alteração de hábitos

alimentares. Estando o aumento da esperança média de vida relacionado com o

desenvolvimento do país, isto é, quanto mais desenvolvido é o país, maior será a

esperança média de vida das pessoas.

Em Portugal, o grande aumento de envelhecimento verifica-se no Alentejo, no

Centro e no Algarve. Os valores registados nestas zonas do país, e principalmente no

interior, devem-se, sobretudo, à baixa taxa de natalidade e aos movimentos

migratórios.

Fonte: PORDATA (2012e)

http://www.pordata.pt/Municipios/Indice+de+envelhecimento-458

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Com o envelhecimento da população portuguesa e o consequente aumento da

dependência dos idosos, verifica-se o aumento dos encargos sociais com reformas,

pensões e assistência, desta forma, fica em causa tanto a sustentabilidade do sistema

de segurança social como a estrutura da despesa pública, sobrecarregada com a

necessidade de aumentar os gastos com serviços, de saúde e outros, associados às

populações mais idosas.

2.3. O papel da família no envelhecimento

A família é normalmente o principal apoio dos idosos, uma vez que é quem tem

laços mais fortes com o idoso e em quem o idoso mais confia.

Atualmente, devido a todas as mudanças sociais e económicas, os idosos vêem-

se mais dependentes da família, necessitando de mais cuidados e atenção.

O apoio que a família dá aos idosos deve-se, sobretudo, a valores sociais e à

pressão social, o dever de reciprocidade nas relações intergeracionais, uma vez que, se

sentem na “obrigação” de retribuir os cuidados que o idoso prestou durante a sua fase

de crescimento, desta forma, justifica-se o porquê de muitas famílias terem uma

aversão à institucionalização do idoso e, como tal, preferem cuidar do idoso no

domicílio, e em outros casos pela ausência de outras alternativas.

Os cuidados prestados pela família são vários e dependem do estado em que o

idoso se encontra. Podem ajudar em actividades simples como o vestir, o alimentar,

auxiliar na movimentação. No entanto, tudo pode complexificar-se de um momento

para outro. Isto porque, cuidar do idoso envolve por vezes as a reorganização de

horários, a confecção de uma alimentação por vezes diferenciada, administração da

medicação nos horários correctos, a higiene pessoal, vestir e despir, levantar deitar

entre outras actividades independente do grau de dependência.

A família apresenta também necessidades que vão desde os aspectos materiais,

económicos, físicos, emocionais e sociais.

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Com o tempo, aparece o desgaste físico e emocional da família, principalmente,

do membro que cuida mais activamente do idoso, normalmente, este desgaste está

relacionado com a gestão do tempo, pois tem de conciliar a parte profissional, as

actividades domésticas, os seus cuidados pessoais e os cuidados do idoso.

Actualmente existem algumas respostas e medidas para estas situações, para

diminuir este desgaste da família, de modo a que proporcione bem-estar, tanto ao

idoso, como à família. A família pode complementar os cuidados prestados com o

apoio domiciliário.

2.4. Apoios sociais ao domicílio

O apoio domiciliário representa uma mais-valia no cuidar de uma pessoa idosa.

Para o receber este tipo de cuidados, o idoso não precisa de sair da sua casa, o que por

si só é uma óptima alternativa aos lares de idosos. O apoio ao domicílio proporciona as

necessidades principais dos idosos, desde o acompanhamento e a ajuda nas tarefas do

dia-a-dia de um idoso, a sua higiene pessoal, a limpeza da casa e até a sua

alimentação.

O apoio domiciliário é a ajuda prestada por instituições particulares de

solidariedade social (IPSS), que são incentivadas pelo governo, e/ou outras entidades

privadas a uma pessoa com dificuldades em realizar as suas tarefas e necessidades,

normalmente os idosos.

Todas as IPSS têm como finalidade o apoio nas diversas situações de

instabilidade, exclusão ou carência.

Um idoso debilitado é uma das pessoas que mais precisa do apoio e ajuda dos

outros. As suas necessidades requerem auxílios constantes, principalmente ao nível da

saúde, da higiene pessoal e da alimentação. Fazer o comer e alimentar-se de forma

adequada, ir sozinho à casa de banho, ou tomar a medicação correta, podem revelar-

se tarefas bastante complicadas.

Desta forma, o apoio domiciliário é uma forma de auxílio às necessidades dos

idosos em casa, ajuda principalmente nos casos em que a família não tem

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possibilidade de cuidar do idoso a tempo inteiro ou quando deseja que o idoso seja

cuidado na sua própria casa.

Existem vários apoios domiciliários que estão disponíveis para auxiliar os idosos.

Entre eles, estes são os principais apoios domiciliários públicos que prestam cuidados e

auxiliam os idosos:

Apoio a Idosos e Dependentes: O Apoio a Idosos e Dependentes é uma ação

social desenvolvida pela Cruz Vermelha Portuguesa, que através da

disponibilização de transportes adaptados para pessoas com dificuldade de

movimentação e de ajudas técnicas, presta os cuidados essenciais aos idosos;

O Serviço de Apoio Domiciliário (SAD): O SAD é institucionalizado pela

Segurança Social, é um apoio que funciona 24 horas por dia e em casos de

emergência. Tem como função prestar cuidados especializados a idosos que

não conseguem satisfazer as suas necessidades básicas, seja por motivo de

doença, deficiência ou outro;

O Apoio Domiciliário Integrado (ADI): É um apoio que existe em algumas

estruturas da Cruz Vermelha Portuguesa e tem como objetivo prestar apoio

social e de saúde ao domicílio. Presta cuidados de enfermagem e é um

serviço fundamental para idosos em estado muito debilitado que não têm

grande capacidade de mobilidade;

As Unidades de Apoio Integrado (UAI): As UAI inserem-se no âmbito dos

Cuidados Continuados por parte do Governo e são destinadas a todos os

idosos acamados que têm problemas crónicos de saúde. Estas unidades têm

como função a prestação de cuidados temporários, globais e integrados às

pessoas que, por motivos de dependência não se conseguem apoiar em pé

no seu domicílio. As UAI dirigem-se à casa dos idosos e dão a assistência

necessária a todos os que não necessitam de cuidados clínicos em

internamento hospitalar;

Linha do Cidadão Idoso (800 203 531): É uma linha gratuita de apoio para

todos os idosos. Fornece informações sobre os direitos e benefícios que os

Página | 11

idosos têm em várias áreas como a saúde, a segurança social, habitação,

equipamentos e serviços e tempos livres.

2.5. Institucionalização

O envelhecimento demográfico que se verifica nos países desenvolvidos e nos

países em desenvolvimento é uma realidade que todos nós conhecemos e temos de

encarar. Os desta realidade são muitos, e cria um grande impacto a nível social. Sendo

o objetivo de todas as sociedades dar uma boa qualidade de vida dos seus cidadãos,

neste caso, aos idosos, está associada também a melhoria da sua qualidade de vida.

Todos nós temos conhecimento das alterações que ocorreram a nível familiar

que tornaram esta situação mais complicada. Há algumas décadas atrás, a própria

família é que tinha a responsabilidade de cuidar dos idosos, mas com as mudanças que

surgiram a nível social, isto é, famílias menos numerosas, ingressão da mulher no

mercado de trabalho, falta de tempo e condições económicas da família, levaram a

que algumas famílias transferissem a responsabilidade de cuidar dos idosos, para o

estado ou instituições privadas. Estas instituições na maior parte das vezes têm

conotações negativas e depreciativas, no entanto, essas percepções, dado às

alterações que têm ocorrido a nível das políticas sociais, podem não corresponder à

realidade.

As causas da institucionalização são várias, e podem estar relacionadas com

problemas de saúde que limitam o funcionamento dos idosos, a falta de recursos

económicos para a manutenção da casa, isto é, alimentação, cuidados de higiene, a

viuvez e em alguns casos, a situação de despejo.

Por mais qualidade que a instituição possa ter, vai haver sempre um corte com o

antigo ambiente em que o idoso se encontrava, que lhe era familiar e confortante,

passando, desta forma, a existir um certo afastamento do convívio familiar e social.

O idoso vai ter que se adaptar a um novo conjunto de situações: um espaço

novo, novas rotinas, pessoas que não conhece e com quem vai ter que partilhar a sua

vida. Esta nova realidade pode originar reacções de angústia, medo, revolta e

Página | 12

insegurança, e desta forma, a institucionalização pode provocar, um impacto

fortemente negativo no grau de satisfação que o idoso tem para com a sua vida. (Lima

2010)

Nos casos em que os idosos são muito dependentes e não existem familiares ou

pessoas para cuidar deles, a institucionalização é a solução que melhor se adequa a

este tipo de casos.

Aos idosos, a institucionalização, promove e melhora a sua qualidade de vida e

minimiza as restrições com que se deparava no dia-a-dia, tem em consideração as suas

vontades, garante um ambiente de aconchego na instituição como na sua própria casa,

fornece cuidados conforme seu estado de saúde e proporciona cuidado integral.

É fundamental que este conjunto de pressupostos se encontre presente em

todas as instituições, para que os nossos idosos possam usufruir deles, para que se

sintam em casa, para que tenham uma velhice com melhores condições e que não

careçam de nada.

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3. Descrição Detalhada da Pesquisa

Inicialmente foi apresentado à turma três temas para a elaboração do trabalho.

Como tal decidi escolher o tema Envelhecimento e dinâmicas sociais. Após a escolha

do tema, iniciei uma pesquisa exploratória com a finalidade de recolher toda a

informação que fosse útil e estivesse de acordo com o tema.

Na minha pesquisa a principal fonte de informação que usei foi a Internet, mas

recorri também a alguns livros. Reparei que existia imensa informação mas que muita

dela era bastante vaga, então tive o cuidado de me centrar em páginas on-line

credíveis. As palavras-chave que utilizei principalmente foram: Envelhecimento em

Portugal, Envelhecimento populacional mundial, Apoio a idosos e Institucionalização

do idoso.

Comecei por recorrer à Biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade de

Coimbra, mas não encontrei informação que fosse útil para o meu trabalho. De

seguida acedi à Base de Dados Portugal Contemporâneo, PORDATA, e ao Instituto

Nacional de Estatística, INE, onde encontrei informação estatística relevante para o

meu trabalho.

Através da pesquisa no Google, encontrei o site do Portal do Envelhecimento que

continha informações essenciais e que ajudou no desenrolar do desenvolvimento

deste trabalho. Após ter seleccionado os sites que considerei estarem directamente

relacionados com o meu tema, prossegui, desta forma, à selecção da informação mais

adequada de acordo com o tema em questão.

Agora, referindo a minha Ficha de Leitura, encontrei o capítulo que era proposto

pelo professor, em formato PDF, através da Internet. Foi uma pesquisa rápida, uma vez

que, ao pesquisar o nome da autora e o nome do texto encontrei o documento. Após a

leitura do mesmo consegui realizar a minha ficha de leitura.

Em suma, é importante de referir que, ao longo de toda a realização do trabalho,

tentei sempre que o processo de pesquisa fosse o mais coerente e conciso possível,

para conduzir a um bom desenvolvimento e estruturação do trabalho.

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4. Avaliação da Página da Internet

A página da Internet que decidi analisar foi: http://www.pordata.pt/ e foi aquela

que, de todas as que utilizei na minha pesquisa para o trabalho, me pareceu conter o

maior número de informações e todas credíveis.

A página da Base de Dados Portugal Contemporâneo, PORDATA, é uma base de

dados que contém as estatísticas oficiais dos municípios de Portugal, de Portugal e da

Europa. Considero que este site é possível ser consultado por qualquer pessoa, uma

vez que é de fácil compreensão e acessibilidade. Está disponível para consulta nos

idiomas em português e inglês.

Em relação à apresentação da página, tem em destaque os três tipos de

informação estatística que se deseja pesquisar com o respectivo mapa. De seguida tem

diferentes percentagens relativas a temas diferentes e correspondendo às três áreas

de informação estatística que podemos consultar.

Tem alguma publicidade relativa à PORDATA, a acessibilidade de poder comprar

on-line todas as publicações da página e têm informações sobre o novo projecto

denominado “Conhecer a Crise”.

Por baixo da publicidade presenta também um conversor que permite conhecer

o valor de um determinado montante, seja em euros ou escudos, dos últimos

cinquenta anos, a preços de hoje. Ao lado do conversor tem um quadro com destaques

de estatísticas, sobre por exemplo, os divórcios em Portugal, a densidade populacional

na Europa, a taxa de mortalidade infantil na Europa, entre outros.

No fim da página tem uma breve informação da Directora do Projecto, Maria

João Valente Rosa, sobre o que é e em que é que consiste a PORDATA, que se ao

clicarmos no “ver mais”, podemos ver a informação toda. Do lado direito desta

informação, existe também uma breve informação do Presidente do Conselho de

Administração, António Barreto, sobre o que é a Fundação Francisco Manuel dos

Santos e se clicarmos também no “ver mais”, podemos ver a informação toda.

Página | 15

A minha avaliação desta página é bastante positiva, pois considero esta página

da Internet a mais importante no desenrolar do meu trabalho, porque além de conter

informações que usufruí, é também bastante interessante para o público em geral e

para a realização de estudos. Desta forma, recomendo esta página pois considero

bastante útil para quem queira obter informações estatísticas actualizadas tanto sobre

cada município de Portugal, como de Portugal e como da Europa.

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5. Ficha de Leitura

Título da publicação: Concepções e Práticas de Intervenção Social em Cuidados Sociais

no Domicílio

Autor: Carla Marina da Cunha Ribeirinho

Local onde se encontra:

http://www.cpihts.com/PDF02/Concep%C3%A7%C3%B5es%20Pr%C3%A1ticas%20de

%20Interven%C3%A7%C3%A3o%20Social%20em%20Cuidados%20Sociais%20no%20D

omic%C3%ADlio%20Carla%20Ribeirinho.pdf

Data da publicação: 2005

Local de edição: Lisboa

Editora: Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa

Título do capítulo: “Envelhecimento e Políticas Sociais”

Data da leitura: Outubro de 2012

Páginas do capítulo: 63-99

Área Científica: Ciências Sociais

Sub-Área Científica: Envelhecimento e dinâmicas sociais

Palavras-chave: “envelhecimento da população”; “envelhecimento activo e

solidariedade entre gerações”; “serviço ao domicílio”; “envelhecimento e saúde” e

“envelhecimento populacional mundial”

Resumo:

O capítulo analisado, “ Envelhecimento e Políticas Sociais”, tem como tema

principal políticas sociais dirigidas aos idosos, focando-se na área dos cuidados sociais

e baseando-se em estudos, opiniões de outros autores e da sua própria opinião.

A autora neste capítulo aborda a importância da família na vida das pessoas

idosas, o papel dos vários tipos de instituições e a forma como elas actuam e dão apoio

Página | 17

aos idosos, como a questão do envelhecimento aos longos dos anos tem mudado e as

divergências de opiniões sobre esta questão.

Introdução/ Apresentação:

Para a realização da ficha de leitura optei por escolher o capítulo do livro

Concepções e Práticas de Intervenção Social em Cuidados Sociais no Domicílio:

Envelhecimento e Políticas Sociais, que está inserido no tema Envelhecimento e

dinâmicas sociais.

Carla Ribeirinho, Licenciada e Mestre em Serviço Social pelo Instituto Superior de

Serviço Social de Lisboa (ISSSL), Docente da Licenciatura em Serviço Social e

coordenadora da Pós-Graduação em Gerontologia Social da Universidade Lusófona de

Humanidades e Tecnologias.

A autora aborda três temas principais: no primeiro o “Impacto do

Envelhecimento e Dependência nas Políticas Sociais”, no segundo o “Cuidados Sociais

no Domicílio, Serviço de Proximidade e Transformações no Estado-Providência” e no

último os “Cuidados Sociais no Domicílio em Portugal”.

Desenvolvimento:

Este capítulo começa por falar das políticas da velhice e vai abordar uma das três

políticas: as políticas sociais dirigidas à velhice, focando os cuidados sociais.

Na construção das políticas da velhice foram elaborados cinco princípios dirigidos

pela ONU em 2002 à população idosa: a independência; a participação; os cuidados; a

auto-realização e a dignidade.

O envelhecimento representa um grande problema social, constituindo assim um

desafio para o sistema e de difícil resolução, uma vez que, o aumento do peso dos

idosos na população está associado ao aumento da esperança média de vida e à falta

de emprego, desta forma, o sistema nacional de pensões em Portugal enfrenta sérios

desafios, pois pretende melhorar as pensões de velhice ao mesmo tempo que tem de

manter a sustentabilidade financeira do sistema.

Página | 18

Em 2002 aos países europeus são colocados os principais problemas sobre a

protecção social, entre eles consta a despesa elevada nos cuidados de saúde de idosos

que não estão no activo; o envelhecimento demográfico e os gastos em medidas

contra a exclusão social. A partir destes problemas foram elaborados medidas de

acção: tornar as pensões seguras e um sistema de pensões sustentáveis e assegurar

cuidados de saúde de qualidade e sustentáveis. Em 2003 os Estados Membros, dado

este cenário, comprometeram-se a manter a viabilidade financeira dos sistemas de

pensões, de saúde e de cuidados prolongados.

O desequilíbrio demográfico e a globalização levam, principalmente a pessoas

idosas, ao risco de isolamento, de solidão, de exclusão e de incapacidades.

Em Portugal, é criado o Plano Nacional de Acção para a Inclusão que se

compromete à adopção de estratégias novas para o acesso a todos os recursos da

sociedade e é proposto pela ONU e adoptado pela Assembleia Mundial do

Envelhecimento em 2002, a designação de “envelhecimento activo” que consistia na

promoção de vida, de saúde, de segurança e participação da classe idosa.

Segundo J. Martins Correia (2003), “Portugal é um dos países menos dotados de

estruturas de apoio social e, sobretudo, de cuidados de saúde para as pessoas idosas”.

(apoud Ribeirinho, 2005, 71)

Até ao século XIX poucas eram as pessoas que chegavam a atingir a idade

avançada, desta forma, a velhice não era considerada um problema social, sendo o

apoio aos idosos prestado pela família ou instituições de caridade ou religiosas, hoje a

situação e completamente diferente.

Actualmente com um Estado-Providência de tardio desenvolvimento, é

frequente o recurso às ajudas da família, à vizinhança, situação que começou a acorrer

no final da 2º Guerra Mundial, por volta dos anos 60, em que, tal como se verifica

agora, os cuidados dos idosos ou eram prestados pela família, ou se esta não pudesse,

eram da responsabilidade de hospitais ou lares, financiados e regulamentados pelos

governos locais e os mais desfavorecidos contavam com o apoio das organizações

religiosas e/ou de caridade.

Página | 19

No início dos anos 60, surgem críticas negativas às estruturas que prestavam

serviço aos idosos com doenças mentais. Em Inglaterra, nos fins dos anos 50, é criada a

ideia de desinstitucionalização, designada Community Care, que consiste em fechar as

grandes instituições e substitui-las pelo apoio domiciliário e as famílias de

acolhimento, sendo os serviços prestados por pessoal qualificado, incentivando os

utentes a participar na sua própria vida.

Nos anos 80, em Inglaterra, a filosofia de Community Care é alterada,

defendendo que as famílias e os cuidados comunitários deviam prestar apoio às

pessoas idosas e o Estado coordenava os cuidados prestados pelos voluntários e

profissionais, constituindo a Wellfare-Mix.

Segundo esta política, a mulher, que normalmente é quem realiza as tarefas

domésticas e é o pilar de apoio aos idosos dependentes, vai chocar com a defesa de

igualdade de oportunidades para as mulheres, pois ficam sobrecarregadas.

Esta ideia de Community Care faz com que o Estado não tenha tantos custos,

uma vez que, é a família que está encarregue dos idosos, mas por um lado, faz com

que as famílias tenham de assegurar e sustentar os membros dependentes, muitas

vezes sem possibilidades, principalmente económicas.

Antigamente ter muitos filhos assegurava o cuidado dos pais idosos.

Actualmente, dadas as condições de muitas famílias, a descida da fecundidade e o

aumento do índice de dependência idosa, há menos familiares disponíveis para cuidar

dos idosos, mesmo sofrendo muitas vezes de pressão social, uma vez que, moralmente

quem deve cuidar do idoso é a família. Desta forma o apoio prestado por amigos e

instituições começa a ser mais procurado.

As Instituições Particulares de Solidariedade Social, (IPSS), são instituições sem

fins lucrativos, que vieram dar resposta às necessidades da protecção social e dos

idosos, melhorando a qualidade de vida da população envelhecida necessitada.

Internar os idosos é difícil para as famílias, pois sentem o dever de solidariedade

e reciprocidade e a pressão social, levando-as a ponderar sobre o que devem ou não

fazer. O facto de o idoso ter e ir para uma instituição condiciona a sua autonomia, a

Página | 20

sua individualidade, pode levar a insegurança e à depressão, portanto, os familiares

têm sempre de ponderar sobre um conjunto de factores que influenciam essa decisão.

Como as famílias dos idosos muitas vezes sofrem desgastes financeiros,

emocionais e físicos, foram criadas respostas dirigidas às pessoas idosas: Centro de

Convívio (CC); Centro de Dia (CD); Lares para idosos (Lares); Residência; Serviço de

Apoio Domiciliário (SAD); Acolhimento Familiar de Idosos (AFI); Centro de Acolhimento

Temporário de Emergência para Idosos e Centro de Noite (CN).

O Programa de Apoio Integrado a Idosos (PAII) foi criado com o intuito de

melhorar a qualidade de vida dos idosos, promovendo projectos que respondam às

dificuldades com que os idosos e as famílias se encontram, tais como: Serviço de Apoio

Social (SAD); Centro de Apoio a Dependentes/Centro Pluridisciplinar de Recursos (CAD);

Formação de Centro de Recursos Humanos (FORHUM); Serviço Telealarme (STA); Saúde

e Termalismo Sénior e Passes Terceira Idade.

Existe ainda o Programa Idosos em Lar (PILAR) que tem como objectivo

aumentar a oferta de lares de idosos, aumentando, assim, o realojamento das pessoas

idosas e satisfazer as suas necessidades, e também o Plano AVÔ que consiste numa

qualificação das instituições prestadoras de serviços de apoio e formação dos recursos

humanos.

Pontos fracos e fortes do capítulo:

Começando pelos pontos fracos, achei que a autora repetia muitas vezes a mesma

opinião, tornando o texto desta forma um pouco repetitivo e até mesmo confuso,

achei também que em certas partes a linguagem não era muito perceptível.

Quanto aos pontos fortes, achei que ao ler este capítulo fiquei a saber mais

sobre o envelhecimento da população portuguesa e a perceber certas razões que

levam à solidão e à escolha das famílias em colocar os idosos em lares e instituições.

Página | 21

Conclusão:

A conclusão que retiro após a leitura deste capítulo é que antigamente as

pessoas idosas ainda contavam com o apoio da família e dos vizinhos, mas

actualmente a população está cada vez mais envelhecida, os apoios do Estado são

poucos e muitos idosos ou vivem em solidão ou vivem da solidariedade da família, dos

vizinhos, das instituições de solidariedade e de caridade, e que dada a situação em que

o país se encontra, temo em afirmar que a situação não vai de todo melhorar.

Preocupa-me saber qual será a realidade em que os meus pais irão viver quando

chegarem à 3ª idade.

Recursos de Estilo e Linguagem:

Eufemismo; Enumeração; Comparação; Analepse; Prolepse.

Página | 22

6. Conclusão

No decorrer da elaboração do trabalho procurei dar a conhecer o tema de uma

forma sucinta, tentado focar sempre o mais importante.

O principal problema com que me debati durante a realização do trabalho foi

encontrar a informação mais relevante e encontrar as ideias principais a abordar, de

forma a que não me repetisse e que fossem úteis para expor o tema do trabalho.

Encontrei também dificuldades na realização da Ficha de Leitura, uma vez que foi a

primeira que realizei e não sabia bem como a fazer nem estruturar e receava que não

fosse ao encontro do que o professor pedia.

Após a realização deste trabalho pude concluir que o envelhecimento cada vez

mais estará presente nas sociedades a nível mundial, principalmente em Portugal, e

que apesar de ser uma questão de conhecimento geral, ainda há alguma falta de

atenção por parte tanto dos Governos como da sociedade. A família tem um papel

importante na vida de uma pessoa idosa, mas dado muitas dificuldades económicas e

até mesmo de disponibilidade, recorrem aos serviços de apoio social para ajudar na

realização das actividades básicas do dia-a-dia de um idoso. Em casos mais

complicados, a institucionalização é o recurso utilizado para promover uma velhice

com as condições necessárias.

Quanto aos objectivos da disciplina penso ter realizado este trabalho

respeitando os requisitos exigidos pelo professor, pelo que dei o meu melhor de forma

a corresponder aos mesmos. Penso ter adquirido os conhecimentos relativos à

disciplina bastantes úteis que me ajudaram em toda a pesquisa para o trabalho e que

no futuro me ajudarão na elaboração de trabalhos académicos de qualquer disciplina.

Concluindo, apesar das dificuldades encontradas durante a realização do

trabalho, considero que foi um processo de aprendizagem bastante enriquecedor,

devido ao tema em questão, mas também na pesquisa de informação e na elaboração

e estruturação do trabalho.

Página | 23

7. Referências Bibliográficas

Anselmi, Alessandra. “Envelhecimento da população mundial: Desafios e

Oportunidades.” Portal do Envelhecimento. 2 de Dezembro de 2010.

http://portaldoenvelhecimento.org.br/noticias/longevidade/envelhecimento-da-

populacao-mundial-desafios-e-oportunidades.html (acedido em 26 de Novembro

de 2012).

EcoDebate. “Envelhecimento da população mundial: O tsunami grisalho, artigo de

José Eustáquio Diniz Alves.” EcoDebate. 12 de Abril de 2012.

http://www.ecodebate.com.br/2012/04/20/envelhecimento-da-populacao-

mundial-o-tsunami-grisalho-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/ (acedido em

2012 de Novembro de 2012).

Lima, Maria. “O termo "institucionalização".” Portal do Envelhecimento. 1 de

Setembro de 2010. http://portaldoenvelhecimento.org.br/noticias/voz-do-leitor/o-

termo-institucionalizacao.html (acedido em 26 de Novembro de 2012).

Moreira, Maria. O envelhecimento da população e o seu impacto na habitação –

Prospectiva até 2050. Tese de Mestrado em Estatística e Gestão de Informação,

Lisboa: ISEGI - Dissertações de Mestrado em Estatística e Gestão da Informação,

2008.

PORDATA. “Índice de envelhecimento na Europa.” PORDATA. 25 de Setembro de

2012a. http://www.pordata.pt/Europa/Indice+de+envelhecimento-1609 (acedido

em 26 de Novembro de 2012).

—. “Indicadores de envelhecimento em Portugal.” PORDATA. 22 de Junho de

2012b. http://www.pordata.pt/Portugal/Indicadores+de+envelhecimento-526

(acedido em 26 de Novembro de 2012).

—. “Taxa bruta de natalidade em Portugal.” PORDATA. 23 de Setembro de 2012c.

http://www.pordata.pt/Portugal/Taxa+bruta+de+natalidade-527 (acedido em 26

de Novembro de 26).

—. “Esperança de vida à nascença: total e por sexo - Portugal.”PORDATA. 15 de

Julho de 2012d.

http://www.pordata.pt/Portugal/Esperanca+de+vida+a+nascenca+total+e+por+sex

o-418 (acedido em 26 de Novembro de 2012).

—. “Índice de envelhecimento nos Municípios.” PORDATA. 29 de Junho de 2012e.

http://www.pordata.pt/Municipios/Indice+de+envelhecimento-458 (acedido em

26 de Novembro de 2012).

Página | 24

Ribeirinho, Carla. “Envelhecimento e Políticas Sociais.” In Concepções e Práticas de

Intervenção Social em Cuidados Sociais no Domicílio, de Carla Ribeirinho, 63-99.

Lisboa: Dissertação de mestrado em serviço social, Instituto Superior de Serviço

Social de Lisboa, 2005.

Ribeiro, José. “O envelhecimento da população em Portugal.” ComUM. 29 de Abril

de 2012. http://www.comumonline.com/opiniao/item/984-o-envelhecimento-da-

populacao-em-portugal (acedido em 26 de Novembro de 2012).

Wikipedia. “Envelhecimento.” Wikipedia. 10 de Novembro de 2012.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Envelhecimento (acedido em 25 de Novembro de

2012).

Anexo I

Página da Internet avaliada

http://www.pordata.pt/

Anexo II

Texto de suporte da ficha de leitura

Ribeirinho, Carla (2005), “Concepções e Práticas de Intervenção Social em Cuidados

Sociais no Domicílio”, Dissertação de Mestrado em Serviço Social. Lisboa: Intituto

Superior de Serviço Social de Lisboa. (páginas 63-99)