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Epicuro 341 a 270 AC: “Estar acostumado à vida simples e básica conduz à saúde e faz um homem ficar pronto a enfrentar as tarefas necessárias da vida. Prepara-nos também melhor para usufruir o luxo se por vezes tivermos a sorte de o encontrar, e faz-nos intrépidos face à fortuna.” 1 É o pai da Filosofia da felicidade. Dizia que a felicidade está nas coisas simples da vida. Existem 3 receitas para ser feliz: 1º - Ter amigos. 2º - Tentar ser livre dentro das possibilidades. 3º - Ter tempo para pensar na vida ou Filosofar sobre a vida. Dinheiro em excesso não traz felicidade. Sócrates dizia que devemos enriquecer nossa alma com sabedoria e conhecimento e não perder tempo com coisas materiais fúteis. Aristóteles dizia que o sentido da vida é buscar a felicidade e a ferramenta para se conseguir isso seria a Política. Epicuro tinha duas definições sobre a vida: Situação 01: Se você tem um pouco de dinheiro, amigos e tempo para pensar, analisar e resolver os problemas da vida, sua felicidade será alta independente do aumento da sua renda. Situação 02: Agora, se você não tem amigos e não tem liberdade e nem tempo para reflexão, você pode até ter muito dinheiro, mas jamais será feliz. A grande pergunta que se faz diante do raciocínio de Epicuro é: sabendo de tudo isso, porque as pessoas ainda não são felizes? Epicuro culpava a publicidade. Para ele, não somos felizes porque não entendemos direito as nossas necessidades e por isso somos vítimas e presas fáceis da sociedade de consumo. Ele gostava de bebidas, comida simples, porém de boa qualidade, muita diversão e achava tudo isso normal e positivo. Porém Epicuro era uma pessoa humilde, não apegada a bens materiais e de hábitos simples, sem ostentações com roupas, riquezas e outras. “Encaramos a auto-suficiência como um grande bem, não para que possamos desfrutar apenas de poucas coisas, mas para que, se não tivermos muitas, nos possamos satisfazer com as poucas, estando firmemente persuadidos de que quem retira o maior prazer do luxo é quem o encara como menos preciso, e que tudo o que é natural se obtém facilmente, ao passo que os prazeres vãos são difíceis de obter.” 2 1 Epicuro. Carta sobre a felicidade (a Meneceu). Tradução e apresentação de Álvaro Lorencini e Enzo Del Carratore. São Paulo: UNESP, 1997. 2 Idem. Op. Cit.

Epicuro e a felicidade

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Epicuro – 341 a 270 AC:

“Estar acostumado à vida simples e básica conduz à saúde e faz um homem ficar pronto a enfrentar as tarefas necessárias da vida. Prepara-nos também melhor para usufruir o luxo se por vezes tivermos a sorte de o encontrar, e faz-nos intrépidos face à fortuna.” 1

É o pai da Filosofia da felicidade. Dizia que a felicidade está nas coisas simples da vida. Existem 3 receitas para ser feliz: 1º - Ter amigos. 2º - Tentar ser livre dentro das possibilidades. 3º - Ter tempo para pensar na vida ou Filosofar sobre a vida. Dinheiro em excesso não traz felicidade. Sócrates dizia que devemos enriquecer nossa alma com sabedoria e

conhecimento e não perder tempo com coisas materiais fúteis. Aristóteles dizia que o sentido da vida é buscar a felicidade e a ferramenta

para se conseguir isso seria a Política. Epicuro tinha duas definições sobre a vida: Situação 01: Se você tem um pouco de dinheiro, amigos e tempo para pensar, analisar e resolver os problemas da vida, sua felicidade será alta independente do aumento da sua renda. Situação 02: Agora, se você não tem amigos e não tem liberdade e nem tempo para reflexão, você pode até ter muito dinheiro, mas jamais será feliz. A grande pergunta que se faz diante do raciocínio de Epicuro é: sabendo de tudo isso, porque as pessoas ainda não são felizes? Epicuro culpava a publicidade. Para ele, não somos felizes porque não entendemos direito as nossas necessidades e por isso somos vítimas e presas fáceis da sociedade de consumo. Ele gostava de bebidas, comida simples, porém de boa qualidade, muita diversão e achava tudo isso normal e positivo. Porém Epicuro era uma pessoa humilde, não apegada a bens materiais e de hábitos simples, sem ostentações com roupas, riquezas e outras.

“Encaramos a auto-suficiência como um grande bem, não para que possamos desfrutar apenas de poucas coisas, mas para que, se não tivermos muitas, nos possamos satisfazer com as poucas, estando firmemente persuadidos de que quem retira o maior prazer do luxo é quem o encara como menos preciso, e que tudo o que é natural se obtém facilmente, ao passo que os prazeres vãos são difíceis de obter.” 2

1 Epicuro. Carta sobre a felicidade (a Meneceu). Tradução e apresentação de Álvaro Lorencini e Enzo Del Carratore. São Paulo: UNESP, 1997. 2 Idem. Op. Cit.