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EPIDEMIOLOGIA DA PAPILOMATOSE CUTÂNEA BOVINA E AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE DIFERENTES TRATAMENTOS EM MICRO-REGIÕES DOS ESTADOS DO RIO DE JANEIRO E ESPÍRITO SANTO RACHEL SIQUEIRA DE QUEIROZ SIMÕES MARINS UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ MARÇO - 2004

EPIDEMIOLOGIA DA PAPILOMATOSE CUTÂNEA BOVINA E … · de Mestre em Produção Animal. Orientador: Prof. Carlos Eurico Pires Ferreira Travassos CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ MARÇO -

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EPIDEMIOLOGIA DA PAPILOMATOSE CUTÂNEA BOVINA E AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE DIFERENTES TRATAMENTOS EM MICRO-REGIÕES DOS ESTADOS DO RIO DE JANEIRO E

ESPÍRITO SANTO

RACHEL SIQUEIRA DE QUEIROZ SIMÕES MARINS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE

DARCY RIBEIRO

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ

MARÇO - 2004

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EPIDEMIOLOGIA DA PAPILOMATOSE CUTÂNEA BOVINA E AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE DIFERENTES TRATAMENTOS EM MICRO-REGIÕES DOS ESTADOS DO RIO DE JANEIRO

E ESPÍRITO SANTO

RACHEL SIQUEIRA DE QUEIROZ SIMÕES MARINS

Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal.

Orientador: Prof. Carlos Eurico Pires Ferreira Travassos

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ

MARÇO - 2004

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EPIDEMIOLOGIA DA PAPILOMATOSE CUTÂNEA BOVINA E AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE DIFERENTES TRATAMENTOS EM MICRO-REGIÕES DOS ESTADOS DO RIO DE JANEIRO E

ESPÍRITO SANTO

RACHEL SIQUEIRA DE QUEIROZ SIMÕES MARINS

Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal.

Aprovada em 03 de março de 2004 Comissão Examinadora:

Prof. Antônio Carlos de Freitas (PhD, Biologia Molecular) - IBU

Prof. Claudemir de Carvalho (Doutor, Medicina Veterinária) - UNITAU

Profa. Sílvia Regina Ferreira Gonçalves Pereira (Doutora, Microbiologia) - UENF

Prof. Carlos Eurico Pires Ferreira Travassos (Doutor, Microbiologia) - UENF (Orientador)

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“Como não há nada a atingir, o Bodhisattva1

vive em função da perfeição da sabedoria,

sem qualquer obstáculo na mente;

sem obstáculos e, portanto,

sem medo”.

A Sutra do Coração

ii

1 Bodhisattva: Literalmente, “ser desperto”; pessoa que trabalha para conquistar a libertação de, e para, todos os seres viventes. METCALF, F., HATELEY, B.J.G (2002) 101 Ensinamentos de Buda para o trabalho, 3.ed, Rio de Janeiro:Campus, p.231.

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Aos

Meus pais, irmãos e marido

Dedico

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelas conquistas e vitórias e, principalmente, por me dar

forças para continuar e concretizar mais um trabalho.

Aos meus pais, Izabel Simões e Silman Simões, por todo seu amor e

carinho.

Aos meus irmãos, Felipe Simões e Juliana Simões, que mesmo de longe,

faziam-se presentes.

Ao grande homem, Sandro Marins, meu marido, pela sua compreensão e

apoio em todas as horas.

À minha psicanalista, Sandra Berardinelli, quem tanto admiro pela sua

inestimada capacidade de saber ouvir e enxergar os verdadeiros caminhos a seguir.

Essa vitória também é sua.

À minha protetora, Conceição Abreu, por participar do meu presente.

Ao meu orientador, Prof. Carlos Eurico Travassos, pelos seus grandes

ensinamentos no dia a dia e principalmente pela maneira que me orientou

contribuindo muito para o meu amadurecimento profissional.

À Profa. Sílvia Regina Pereira, pelo seu carinho, apoio e credibilidade em

todo meu trabalho.

À Profa. Maria Angélica, pelo incentivo e colaboração prestados.

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Aos professores Eulógio Carvalho e Marcos Matta, exemplos de

profissionalismo.

Aos técnicos, Gina, Luciana Lemos, Horris e Lério Sales, pelos incentivos e

colaboração.

Aos amigos, Bruno, Guilherme Valente e Alessa dos Santos sempre

dispostos a ajudar no laboratório.

À amiga, Paula Siquara, quem me mostrou o caminho da yoga.

À amiga Priscila Quintanilha Braga, que sempre acreditou na minha

capacidade de trabalho.

Ao amigo Luis Fernando pela participação ativa em todas as etapas desse

trabalho.

Ao amigo Gustavo Lara, pela sua seriedade e competência prestadas.

Ao Laboratório de Sanidade Animal, dirigentes e corpo docente pelos

conhecimentos transmitidos, em especial à equipe de Virologia.

Aos funcionários da Biblioteca, Coordenação Acadêmica, Coordenação da

Pós-Graduação e Secretaria do CCTA, o meu muito obrigado.

Ao apoio financeiro da FENORTE/UENF, pela contribuição à minha

formação.

E para todos que, de alguma forma, contribuiu para a concretização deste

trabalho.

v

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BIOGRAFIA

Rachel Siqueira de Queiroz Simões Marins, filha de Maria Izabel de Queiroz

Simões e Silman Simões, casada com Sandro Sancho Lopes de Marins, nasceu em

06 de março de 1978, na cidade do Rio de Janeiro - RJ.

Em março de 1997, foi admitida para o curso de Graduação em Medicina

Veterinária na Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, onde

colou grau em março de 2002.

Foi admitida em março de 2002, no curso de Pós-Graduação em Produção

Animal (Mestrado) no Laboratório de Sanidade Animal da Universidade Estadual do

Norte Fluminense Darcy Ribeiro, localizada em Campos dos Goytacazes - RJ,

submetendo-se a defesa de tese para conclusão do referido curso em março de

2004.

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CONTEÚDO

RESUMO..................................................................................................................xvii

ABSTRACT...............................................................................................................xix

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................1

2. OBJETIVOS.............................................................................................................4

3. REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................5

3.1. Papilomatose bovina..................................................................................5

3.2. Epidemiologia.............................................................................................7

3.3. Etiologia e propriedade gerais dos papilomavírus......................................8

3.4. Genoma e biossíntese viral........................................................................9

3.5. Taxonomia dos papilomavírus bovino......................................................10

3.5.1. BPV-1……………………........….....................…….…......12

3.5.2. BPV-2...........................................................………….....12

3.5.3. BPV-3..........................................................…………..….13

3.5.4. BPV-4.........................................................………...........14

3.5.5. BPV-5................................................................…...........14

3.5.6. BPV-6...............................................................................15

3.6. Transmissão.............................................................................................15

vii

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3.7. Relação com Homem...............................................................................16

3.8. Sinais clínicos...........................................................................................17

3.9. Número, tamanho e forma dos papilomas................................................18

3.9.1. Forma pedunculada....................................................................18

3.9.2. Forma plana................................................................................18

3.9.3. Forma mista................................................................................19

3.10. Patologia e patogenia.............................................................................19

3.11. Samambaia do campo............................................................................22

3.12. Sarcóides................................................................................................23

3.12.1. Sarcóide eqüino........................................................................23

3.12.2. Sarcóide felino..........................................................................24

3.13. Diagnóstico.............................................................................................24

3.14. Prognóstico.............................................................................................26

3.15. Tratamento.............................................................................................26

3.15.1. Remoção cirúrgica....................................................................27

3.15.2. Auto-hemoterapia......................................................................28

3.15.3. Babesicida.................................................................................28

3.15.4. Implante da verruga na região axilar.........................................28

3.15.5. Diaceturato de diaminazina……………………………………….28

3.15.6. Clorobutanol………………………………………………………...29

3.15.7. Antiamonial………………………………………………………….29

3.15.8. Homeopatia...............................................................................29

3.15.8.1. História........................................................................30

3.15.8.2. Homeopatia na medicina veterinária..........................30

3.15.8.3. Fundamento da homeopatia.......................................31

3.15.8.4. Efeito da homeopatia na papilomatose bovina...........31

3.15.9. Fitoterapia..................................................................................32

3.16. Medidas preventivas...............................................................................33

4. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................34

4.1. Epidemiologia...........................................................................................34

4.1.1. Localização das propriedades....................................................34

4.1.2. Animais.......................................................................................35

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4.2. Diagnóstico...............................................................................................35

4.2.1. Colheita de material.....................................................................35

4.2.2. Clínico.........................................................................................36

4.2.3. Exame histopatológico................................................................36

4.3. Tratamentos..............................................................................................36

4.3.1. Vacina inativada.........................................................................36

4.3.1.1. Grupos Experimentais.......................................................37 4.3.1.1.1.Experimento 1 - São Francisco do Itabapoana...........37

4.3.1.1.2. Experimento 2 - São João da Barra...........................37

4.3.1.1.3. Experimento 3 - Cardoso Moreira..............................37

4.3.1.2. Protocolo de preparação da vacina....................................38

4.3.1.3. Teste de inocuidade............................................................38

4.3.1.4. Teste de esterilidade...........................................................39

4.3.1.5. Imunização dos animais.....................................................39

4.3.2. Homeopatia e fitoterapia.............................................................39

5. RESULTADOS.......................................................................................................41

5.1. Epidemiologia...........................................................................................41

5.1.1. Localização das propriedades....................................................41

5.1.2. Perfil dos animais........................................................................42

5.1.3. Distribuição percentual dos papilomas, segundo o sexo, nas

diferentes regiões corpóreas do bovino.....................................42

5.1.4. Distribuição percentual dos papilomas, segundo a forma, nas

diferentes regiões corpóreas do bovino....................................43

5.1.5. Distribuição percentual dos papilomas, segundo a raça, nas

diferentes regiões corpóreas do bovino.....................................43

5.1.6. Distribuição percentual dos papilomas, segundo a faixa etária,

nas diferentes regiões corpóreas do bovino..............................44

5.2. Diagnóstico...............................................................................................44

5.2.1. Clínico.........................................................................................44

5.2.2. Exame histopatológico................................................................45

5.3. Tratamentos..............................................................................................45

5.3.1. Vacina inativada.........................................................................45

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5.3.1.1. Preparação das vacinas……...………………………….46

5.3.1.2. Imunização dos animais………………………………….46

5.3.1.3. Resultados…………………………………………………46

5.3.2. Homeopatia e fitoterapia.............................................................46

6. DISCUSSÃO..........................................................................................................80

6.1. Epidemiologia...........................................................................................80

6.1.1. Localização das propriedades....................................................80

6.1.2. Perfil dos animais........................................................................81

6.1.3. Distribuição percentual dos papilomas nas diferentes regiões

corpóreas dos bovinos........................................................................81

6.2. Diagnóstico...............................................................................................82

6.2.1. Clínico.........................................................................................82

6.2.2. Exame histopatológico................................................................82

6.3. Tratamentos..............................................................................................82

6.3.1. Vacina inativada..........................................................................82

6.3.1.1. Preparação das vacinas................................................83

6.3.1.2. Imunização dos animais................................................83

6.3.1.3. Resultados....................................................................84

6.3.2. Homeopatia e fitoterapia.............................................................85

7. CONCLUSÕES......................................................................................................87

7.1. Epidemiologia...........................................................................................87

7.2. Diagnóstico...............................................................................................88

7.3. Tratamento...............................................................................................88

7.3.1. Vacina inativada..........................................................................88

7.3.2. Homeopatia e fitoterapia.............................................................89

8. RECOMENDAÇÕES..............................................................................................90

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................91

10. APÊNDICES.......................................................................................................104

10.1. APÊNDICE A - Ficha da propriedade...................................................105

10.2. APÊNDICE B - Ficha dos animais........................................................106

x

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LISTA DE TABELAS

Quadro 1. Análise de variância referente aos tratamentos homeopáticos e

fitoterápicos...........................................................................................47

Quadro 2. Teste de Comparação entre médias dos tratamentos..............................47

Tabela 1. Casos notificados de papilomatose cutânea bovina por propriedade em

municípios dos Estado do Rio de Janeiro e Espírito Santo.....................49

Tabela 2. Casos notificados de papilomatose cutânea bovina por propriedade por

município nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.......................50

Tabela 3. Casos notificados de papilomatose cutânea bovina nos Estados do Rio de

Janeiro e Espírito Santo.............................................................................51

Tabela 4. Caracterização do perfil dos animais portadores de papilomatose cutânea

bovina.........................................................................................................52

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Tabela 5. Distribuição percentual dos papilomas nas diferentes regiões corpóreas do

bovino segundo o sexo..............................................................................55

Tabela 6. Distribuição percentual dos papilomas, segundo o sexo, por antímero e

por região...................................................................................................57

Tabela 7. Distribuição percentual dos papilomas, segundo a forma, nas diferentes

regiões corpóreas do bovino...................................................................58

Tabela 8. Distribuição percentual dos papilomas, segundo a forma, por antímero e

por região...................................................................................................60

Tabela 9. Distribuição percentual dos papilomas, segundo a raça, nas diferentes

regiões corpóreas do bovino...................................................................61

Tabela 10. Distribuição percentual dos papilomas, segundo a raça, por antímero e

por região................................................................................................63

Tabela 11. Distribuição percentual dos papilomas, segundo a faixa etária, nas

diferentes regiões corpóreas ...............................................................64

Tabela 12. Distribuição percentual dos papilomas, segundo a faixa etária, por

antímero e por região..............................................................................66

xii

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LISTA DE FIGURAS Figura 1. Distribuição geográfica dos municípios dos Estados do Rio de Janeiro e

Espírito Santo clinicamente positivos para BPV........................................48

Figura 2. Casos notificados de papilomatose cutânea bovina por propriedade em

municípios dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo......................49

Figura 3. Casos notificados de papilomatose cutânea bovina por propriedade por

município nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.......................50

Figura 4. Casos notificados de papilomatose cutânea bovina nos Estados do Rio de

Janeiro e Espírito Santo.............................................................................51

Figura 5 A. Caracterização do perfil dos animais portadores de papilomatose

cutânea bovina, segundo a raça.............................................................53

Figura 5 B. Caracterização do perfil dos animais portadores de papilomatose

cutânea bovina, segundo a faixa etária..................................................53

Figura 5 C. Caracterização do perfil dos animais portadores de papilomatose

cutânea bovina, segundo o sexo.............................................................54

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Figura 5 D. Caracterização do perfil dos animais portadores de papilomatose

cutânea bovina segundo a forma dos papilomas....................................54

Figura 6. Distribuição percentual dos papilomas, segundo o sexo, nas diferentes

regiões corpóreas do bovino......................................................................57

Figura 7. Distribuição percentual dos papilomas, segundo o sexo, por antímero e por

região.........................................................................................................57

Figura 8. Distribuição percentual dos papilomas, segundo a forma, nas diferentes

regiões corpóreas do bovino......................................................................59

Figura 9. Distribuição percentual dos papilomas, segundo a forma, por antímero e

por região...................................................................................................60

Figura 10. Distribuição percentual dos papilomas, segundo a raça, nas diferentes

regiões corpóreas do bovino...................................................................62

Figura 11. Distribuição percentual dos papilomas, segundo a raça, por antímero e

por região................................................................................................63

Figura 12. Distribuição percentual dos papilomas, segundo a faixa etária, nas

diferentes regiões corpóreas ........................................................65

Figura 13 . Distribuição percentual dos papilomas, segundo a faixa etária, por

antímero e por região..............................................................................66

Figura 14. Papilomas planos e pedunculados...........................................................67 Figura 15. Papilomas ao redor dos olhos..................................................................67

xiv

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Figura 16. Papilomas no úbere e nas tetas...............................................................68

Figura 17. Papilomas no focinho...............................................................................68 Figura 18. Papilomas na base da orelha...................................................................69

Figura 19. Papilomas na base da cauda...................................................................69 Figura 20. Papilomas pedunculados.........................................................................70 Figura 21. Papilomas na região perianal...................................................................70 Figura 22. Papiloma próximo de carrapatos..............................................................71 Figura 23. Verruga traumatizada...............................................................................71

Figura 24. Trabalhador rural com lesão verrucosa....................................................72 Figura 25. Bovino portador de papiloma plano..........................................................72 Figura 26. Experimento 1 - Bovino antes do tratamento...........................................73

Figura 27. Experimento 1 - Bovino após o tratamento..............................................73 Figura 28. Experimento 2 - Bovino antes do tratamento...........................................74 Figura 29. Experimento 2 - Bovino após o tratamento..............................................74 Figura 30. Experimento 3 - Bovino antes do tratamento...........................................75 Figura 31. Experimento 3 - Bovino após o tratamento..............................................75

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Figura 32. Histopatologia - Hiperqueratose e acantose............................................76

Figura 33. Histopatologia - Vacuolização citoplasmática..........................................76 Figura 34. Histopatologia - Estrato espinhoso...........................................................77 Figura 35. Histopatologia - Estrato granuloso...........................................................77 Figura 36. Histopatologia - Efeito citopático viral......................................................78 Figura 37. Histopatologia - Folículos poliposos........................................................78 Figura 38. Histopatologia - Microscopia da regressão da lesão...............................79 Figura 39. Histopatologia - Lesão próximo à normalidade.......................................79

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RESUMO MARINS, Rachel S.Q.S., Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; março de 2004; Epidemiologia da papilomatose cutânea bovina e avaliação da eficácia de diferentes tratamentos em micro-regiões dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo; Professor Orientador: Carlos Eurico Pires Ferreira Travassos. Professora Co-orientadora: Sílvia Regina Ferreira Gonçalves Pereira.

De distribuição mundial, a papilomatose cutânea bovina é uma doença

infecto-contagiosa crônica de caráter tumoral causada pelo Papilomavírus bovino

(BPV) pertencente à família Papillomaviridae, responsável por perdas econômicas

significativas. Foi realizado o levantamento da prevalência da papilomatose em

bovinos da região Norte do Estado do Rio de Janeiro e Sul do Estado do Espírito

Santo, a partir do diagnóstico clínico e confirmado pelo exame histopatológico. Foi

avaliado um total de 3.140 animais, de ambos os sexos, diferentes raças e faixas

etárias. Dos 3.140 bovinos, 275 (8,76%) foram clinicamente positivos para o BPV.

Das 21 propriedades visitadas, todas apresentavam casos de papilomatose. Dentre

os animais doentes, a maior prevalência encontrada foi para os animais da raça

Pardo-Suíço com 33,33%, idade de 8 a 12 meses com 13,00%, machos com 16,45%

apresentando 40,00% de lesões da forma mista (plana e pedunculada). De acordo

com os parâmetros avaliados, a região de maior incidência foi a barbela com 21,22%

enquanto a região ventral apresentou 0,59% de lesões. Apesar da relativa baixa

xvii

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prevalência encontrada, estes resultados subestimam a real situação do rebanho

frente ao BPV visto que os animais sub-clinicamente afetados não foram

computados. Dos 275 animais portadores de papilomas, 124 foram tratados com

vacina autógena e vacina não-autógena, obtendo 100,00% de recuperação ao final

de 60 dias de observação e 54 bovinos receberam tratamento homeopático e

fitoterápico apresentando durante 90 dias de observação clínica, 61,11% e 50,00%

dos animais respectivamente tratados, a cura completa. Dessa forma, conclui-se que

os tratamentos aplicados mostraram eficácia na cura da papilomatose cutânea

bovina, e que o BPV encontra-se disseminado na região estudada.

Palavras-chave: bovino, diagnóstico, epidemiologia, papilomatose, tratamento.

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ABSTRACT MARINS, Rachel S.Q.S., Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; march of 2004; Bovine Cutaneous Papillomatosis epidemiology and evaluation of the effectiveness of different treatments on small areas in the States of Rio de Janeiro and Espírito Santo; Adviser: Carlos Eurico Pires Ferreira Travassos. Counselor: Sílvia Regina Ferreira Gonçalves Pereira.

In the worldwide distribution, the Bovine Cutaneous Papillomatosis is an

infect-contagious disease with chronicle tumoral character caused by Bovine

Papillomavirus (BPV) belonging to the Papillomaviridae family, which is responsible

for significant economical losses. The studying of the prevalence of the

papillomatosis was survyed in bovine in the Northern area of Rio de Janeiro and

South of Espírito Santo State, starting from the clinical diagnosis and confirmed by

the histopathologic exam. A total of 3.140 animals, from both sexes, different races

and age groups were analyzed. From these 3.140 bovines, 275 (8,76%) were

clinically positive for BPV. All the 21 farms visited presented cases of papillomatosis.

Among the infected animals, the greatest prevalence found was of Brown-Swiss race

(33,33%), ages from 8 to 12 months (13,00%), males (16,45%), presenting 40,00%

of the lesions in mixed way (plans and pedunculated). According to the analyzed

parameters, the region with the greatest incidence was the dewlap with 21,22%,

while in the ventral region 0,59% of lesions were found. Despite of the low relative

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prevalence found, these results underestimate the real situation of the herd regarding

the BPV, since the animals sub-clinically affected were not computed. From the 275

papillomas bearers, 124 were treated with autogenous vaccine and none autogenous

vaccine obtaining 100,00% recovery in the end of 60 days, and 54 bovines received

homoeopathic and herbal therapic treatment for a period of 90 days; 61,11% and

50,00% of the respective treated animals were totally cured. By these, it can be

concluded that the treatments applied showed effectiveness for the cure of the

Bovine Cutaneous Papillomatosis, and that BPV is disseminated in the area which

was studied

Key words: bovine, diagnostic, epidemiology, papillomatosis, treatment.

xx

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1

1. INTRODUÇÃO

Os papilomas são descritos nos seres humanos e em várias outras

espécies. Bovinos, eqüinos, caprinos, ovinos, caninos e, raramente, em felinos

(SIRONI et al., 1990; SMITH, 1990; HARGIS, 1998; WITTMANN, 1999). Já foram

descritos também em bubalinos, elefantes (SIRONI et al., 1990), suínos, coelhos

(WITTMANN, 1999), cervos (BLOOD e RADOSTITS, 1991), alces, primatas não-

humanos, hamsters e algumas espécies de aves, tais como o papagaio e o pássaro

chaffinch, mas não há muitas pesquisas acerca de papilomas nestas espécies.

Dentre as enfermidades diagnosticadas na espécie bovina, as infecções

virais são consideradas as mais predominantes, merecendo destaque a

papilomatose (MBUTHIA et al., 1993).

A criação de bovinos de forma estabulada vem favorecendo o

desenvolvimento de inúmeras enfermidades infecto-contagiosas (SILVA et al., 1998;

MURPHY et al., 1999; DASSIE, 2002; NASCIMENTO, 2002), como a papilomatose

bovina que apresenta relevante importância, atingindo entre 25% (HAMA et al.,

1988; BLOOD e RADOSTITS, 1991; WILLIAM et al., 1992) a 75% dos rebanhos

(MAYR e GUERREIRO, 1988; VERÍSSIMO et al., 2002).

Longe de causar o alarde e o estrago de outras doenças bovinas, a

papilomatose merece total atenção dos pecuaristas, pois nos últimos seis anos sua

incidência nos rebanhos brasileiros deteve um crescimento significativo (DASSIE,

2002).

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Efeitos econômicos consideráveis estão relacionados com o

comprometimento do aspecto do animal quanto à estética (SMITH, 1990; BLOOD e

RADOSTITS, 1991; SANTIN, 2001), depreciando total ou parcialmente seu couro,

tornando a comercialização cada vez mais difícil e, por fim, impedindo-o de participar

de feiras e exposições (WITTMANN, 1999; DASSIE, 2002).

Os prejuízos econômicos que a papilomatose bovina acarreta são

significativos e podem estar relacionados com a capacidade reprodutiva,

principalmente, na papilomatose peniana (RAI et al., 1991; BLOCH et al., 1996)

quando inúmeros papilomas atingem o pênis de reprodutores bovinos interferindo no

acasalamento (WADHWA et al., 1996, DASSIE, 2002) e disseminando o vírus para

vacas naturalmente cobertas ou para outros touros, por meio de vaginas artificiais

não rotineiramente desinfetadas (VERÍSSIMO et al., 2002).

Indivíduos novos imunossuprimidos podem apresentar múltiplos papilomas

ocasionando perda de peso e retardo do crescimento (WADHWA et al., 1996;

SMITH, 1990; SANTIN, 2001; DASSIE, 2002).

Secundariamente, invasões bacterianas nas lesões extensivas resultam na

perda da condição corporal. Dermatite necrótica, hemorragia, miíase são resultados

da supuração de verrugas traumatizadas. Perda da visão, otites, pododermatites são

outras prováveis conseqüências verificadas quando a verruga está localizada em

regiões mais delicadas do corpo do animal (BLOOD e RADOSTITS, 1991;

WADHWA et al., 1996, SANTIN, 2001).

Outra complicação, a mais importante de ordem econômica, é a mastite

ascendendo como infecção. Em decorrência de múltiplos papilomas acima da base

da teta traumatizada, abre-se uma porta de entrada para infecção extensiva e

supurativa da crosta da teta, prejudicando a performance do animal leiteiro, lesando-

o na parte mais fundamental de sua produção (BLOOD e RADOSTITS, 1991;

WILLIAM et al., 1992; WADHWA et al., 1996, REBHUN, 2000; DASSIE, 2002).

O rebanho leiteiro é o mais atingido e o produtor deve estar atento para

controlar o problema na fase inicial, quando são maiores as chances de cura e

menores os custos do tratamento (SANTIN, 2001).

Registros confirmam que os estados brasileiros de maior incidência da

papilomatose bovina são: Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Rio de

Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul (VEIGA et al., 2000; DASSIE, 2002). Em geral,

a incidência é maior logo após o período de seca, principalmente, pela escassez

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nutricional dos pastos durante esse período do ano, quando os animais geralmente

não recebem suplementação alimentar, o que predispõe os bovinos a uma queda de

imunidade favorecendo, dessa forma, o aparecimento de enfermidades, como a

papilomatose. Além disso, a doença está diretamente relacionada ao tipo de

exploração e ao manejo adaptado (DASSIE, 2002).

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2. OBJETIVOS

Na região Norte Fluminense e Sul do Estado do Espírito Santo, há relatos

freqüentes da ocorrência dessa enfermidade por criadores e médicos veterinários.

Em razão disso, nosso trabalho de dissertação buscou:

- Avaliar a situação epidemiológica do rebanho diante a papilomatose bovina

nas regiões citadas.

- Avaliar a eficácia de diferentes tratamentos medicamentosos: vacina

autógena, vacina não-autógena, homeopatia e fitoterapia.

- Realizar um trabalho de extensão rural, orientando os produtores sobre as

medidas preventivas para o controle da doença, minimizando, assim, as perdas

econômicas advindas.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Papilomatose bovina

A infecciosidade de filtrados de suspensões de verrugas de bovinos foi

demonstrada pela primeira vez por CRECH (1929) apud MAYR e GUERREIRO,

1988. A partir daí, o vírus foi identificado na maioria dos países, inclusive no Brasil

(MAYR e GUERREIRO, 1988).

Em 1961, foi obtida a identificação sorológica do vírus e, em 1963, foi

possível a observação da estrutura viral ao microscópico eletrônico. O termo

papiloma deriva do latim papila que significa pústulas e o sufixo - oma que significa

tumor benigno (WITTMANN, 1999).

A papilomatose bovina, vulgarmente conhecida como figueira,

(NASCIMENTO, 2002) é uma doença infecto-contagiosa crônica causada por vírus

(GRÜNDER, 1993; BEZERRA et al., 1994; RAO et al., 2000; MADUREIRA, 2001)

manifestando-se nos animais através de tumorações em diferentes localizações:

rúmen, genitália (MURPHY et al., 1999), esôfago (HAMADA et al., 1988; MAYR e

GUERREIRO, 1988), pele, regiões da cabeça, especialmente, em torno dos olhos,

pescoço (HAMA et al., 1988; MAYR e GUERREIRO, 1988; BLOOD e RADOSTITS,

1991; WILLIAM et al., 1992; MURPHY et al., 1999) e úbere, podendo generalizar-se

por todo o corpo (ABU-SAMRA et al., 1981; SAVEIRA CAMPO et al., 1981;

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GRÜNDER, 1993; MURPHY et al, 1999; MAYR e GUERREIRO, 1988; VAHIDA e

JAYAKUMAR, 1999).

Modificações de caráter proliferativo, nas células do epitélio escamoso

queratinizado (pele) e não queratinizado (mucosas) (CORRÊA e CORRÊA, 1992;

WILLIAM et al., 1992; OLIVEIRA, 1994; DASSIE, 2002) induz neoplasias benignas

(JONES et al., 2000; FOZ FILHO et al., 2002), de natureza fibroepitelial, usualmente

denominadas verruga (WILLIAM et al., 1992; GRÜNDER, 1993; OLIVEIRA, 1994;

WITTMANN, 1999; TIZARD, 1998; MADUREIRA, 2001) que, sob determinadas

circunstâncias, poderá sofrer alteração maligna (JONES et al., 2000; FOZ FILHO et

al., 2002).

Os papilomas são caracterizados por apresentarem saliências sólidas da

epiderme de forma plana ou pedunculada, serem únicos ou múltiplos, afetarem um

ou mais animais (SMITH, 1990; JUBB et al., 1991). Casos de papilomas

generalizados indicam baixa resposta imunológica do animal (FOZ FILHO et al.,

2002).

Verrugas congênitas têm sido descritas em cavalos, mas a origem viral tem

sido posta à prova. Possivelmente, a infecção transuterina com o vírus da

papilomatose bovina (Bovine papillomavirus - BPV) pode ocorrer durante a gestação,

que explica a verruga congênita. Uma infecção latente no útero também tem sido

estudada (BLOOD e RADOSTITS, 1991; DESROCHERS et al., 1994).

A inoculação experimental do BPV induz o surgimento de tumores

fibromatosos nas meninges em bezerros e em hamsters (JAWETZ et al., 1984;

JONES et al., 2000) e tumores fibromatosos na pele de cavalos, hamsters e

camundongos (JONES et al., 2000).

BOLEY (1940) apud STURION et al., 1997; afirma que o BPV é altamente

específico. Entretanto, COOK e OLSON (1951) apud STURION et al., 1997;

SEGRET et al (1955) apud LORY et al., 1993; obtiveram a reprodução da doença

em eqüinos e verificaram que bovinos com papilomatose não possuem anticorpos

neutralizantes em seu soro, enquanto que eqüinos com verrugas causadas pelo

agente da papilomatose bovina os possuem, mas uma amostra do BPV com baixa

virulência para bovinos apresentou baixo poder infectante para eqüinos (LORY et al.,

1993). O nível dos anticorpos neutralizantes parece estar correlacionado com a

regressão das lesões e com a proteção contra a reinfecção (MURPHY et al., 1999).

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3.2. Epidemiologia

A doença tem distribuição mundial. Nos bovinos, são mais comuns a

papilomatose cutânea, da mucosa genital e a orofaríngea. Não há predileção por

sexo ou raça, porém a doença é mais comum em animais com idade inferior a dois

(EISA et al., 2000), ou a três anos de idade (CORRÊA e CORRÊA, 1992).

A morbidade é muito variável, havendo propriedades onde ocorrem poucos

casos e outras em que 20% e até uma maior porcentagem dos bovinos apresentam

a doença. Há regiões em que a incidência no rebanho é alta, com casos em muitas

propriedades (CORRÊA e CORRÊA, 1992).

ROSENBERGER (1941) apud WITTMANN, 1999; assinala a presença de

papilomatose em 2,5% de todos os bovinos observados por ele. OLSON et al. (1962)

apud WITTMANN, 1999; indicam um grau de apresentação de 23% em 1000

bovinos entre 10 a 21 meses de idade. ALIVERDIEV et al. (1966) apud WITTMANN,

1999; comprovaram que 61% dos animais de uma coletividade sofriam da doença. A

letalidade é baixa e, quando ocorre, é devida ao enfraquecimento do animal, pela

presença de grande número de papilomas ou pela ocorrência de miíases, que

aparecem quando os papilomas são extirpados por traumatismos (CORRÊA e

CORRÊA, 1992).

A doença costuma persistir apenas em animais imunossuprimidos com

persistência das lesões por cinco a seis meses e, em alguns casos, por até 18

meses, comprometendo severamente o estado geral dos animais (SOMVANSHI et

al., 1988; SMITH, 1990; OLSON et al., 1992; GRUBER, 2002). Segundo GRÜNDER

(1993) e JUBB et al. (1991), após a recuperação espontânea, os animais adquirem

imunidade por dois a três meses.

O período de incubação e o aparecimento das lesões variam de três

semanas a quatro meses (MAYR e GUERREIRO, 1988; GRUBER, 2002;

NASCIMENTO, 2002; FOZ FILHO et al., 2002). O reservatório é o próprio doente e o

curso da doença é geralmente longo (CORRÊA e CORRÊA, 1992), podendo

progredir de nove meses (NASCIMENTO, 2002) até 18 meses (MAYR e

GUERREIRO, 1988; FOZ FILHO et al., 2002).

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Em grande porcentagem dos casos, cerca de 85%, a doença tem

característica autolimitante, isto é, apresenta regressão espontânea com o

desaparecimento das lesões, mesmo sem a instituição de qualquer tratamento

(DULBECCO e GINSBERG, 1979; MURPHY et al., 1999; GRUBER, 2002). Uma vez

matura, com seu crescimento completo, a verruga sofre necrose e queda

espontânea em 10 a 14 dias (GRUBER, 2002) associadas, principalmente, à

resposta imunocelular do hospedeiro (SANTOS et al., 2002).

A papilomatose cutânea dos bezerros costuma regredir no prazo de um ano

ou menos; entretanto, em vacas, a tendência é não regredir, principalmente na forma

do papiloma plano (CORRÊA e CORRÊA, 1992).

Tem sido observado que a regressão dos papilomas nos bezerros, natural

ou artificialmente induzida, é acompanhada do aparecimento e aumento de

anticorpos, demonstráveis, por exemplo, por imunodifusão (ID). Portanto, deve-se a

um processo imunitário de origem humoral, mas também citomediado, pois os

curados rejeitam transplante de verrugas (CORRÊA e CORRÊA, 1992).

3.3. Etiologia e propriedades gerais dos papilomavírus

Segundo o Comitê Internacional de Taxonomia Viral (International Commite

on Taxonomy of Viruses - ICTV), o vírus da papilomatose bovina está classificado na

atual família Papillomaviridae, antiga Papovaviridae, gênero Papillomavirus. Os

virions medem entre 44-55 nm de diâmetro; possuem nucleocapsídeo de simetria

icosaédrica com 72 capsômeros (60 hexâmeros e 12 pentâmeros) arranjados em T e

ausência de envelope viral (JAWETZ et al., 1984; RUSSEL e EDINGTON, 1985;

OLIVEIRA, 1994, WITTMANN, 1999; MURPHY et al., 1999; SANTOS et al., 2002).

O vírus conserva-se ativo por 90 dias a 4ºC e por 180 dias à temperatura de

-70ºC. Também permanece ativo por longo tempo, quando mantido em glicerina

50% ou liofilizado. É inativado por 30 minutos a 60ºC e por formalina a 10% (MAYR

e GUERREIRO, 1988). Os vírus resistem a solventes lipídicos, éter, grandes

oscilações de pH (3,0 - 7,5) e em temperaturas ao redor de 50ºC (MURPHY et al.,

1999).

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3.4. Genoma e biossíntese viral

O genoma viral é constituído por um DNA de fita dupla variando de 5 a 8

Kbp de tamanho dividido em região inicial (E - early), que codifica as proteínas

envolvidas na replicação do DNA viral e transformação celular (E1 a E8); região

tardia (L - late), que codifica as proteínas do capsídeo (L1 e L2); e região reguladora

(LCR - long control region), onde se encontram a origem da replicação e os

elementos para a transcrição e a replicação viral (SANTOS et al., 2002).

O genoma do BPV é geneticamente ativo, persistindo na célula após sua

integração ao genoma da célula infectada, pelo fato desse vírus depender da

maquinaria de replicação do DNA da célula hospedeira para ser sintetizada

(SANTOS et al., 2000; VILLA, 2001).

Por volta de 1960, o primeiro genoma do papilomavírus foi clonado com

sucesso em bactérias, o que propiciou avanços na área da biologia molecular deste

grupo de vírus (FIELDS, 2002).

O papilomavírus tipo 1 (BPV-1) inicialmente serviu como protótipo desses

estudos, pois foi capaz de induzir transformação morfológica na cultura de células de

tecidos e, a partir daí, esse ensaio foi útil para estudar as funções virais envolvidas

no processo de indução de proliferação celular (FIELDS, 2002).

Tem sido provada uma dificuldade na propagação in vitro para isolamento do

vírus (FIELDS, 2002). Entretanto, segundo EISA et al. (2000), o isolamento viral

pode ser feito a partir da extração de verrugas de animais infectados, em cultura de

células de tecido fetal bovino e em ovos de galinha embrionados.

Pouco é conhecido a respeito das etapas de replicação desse vírus, tais

como: penetração, transporte para o núcleo, desnudamento e transcrição viral

(SANTOS et al., 2000). O primeiro passo na infecção viral é a ligação do vírion com

a célula. Os receptores dos papilomavírus não têm sido claramente identificados.

Evidências bioquímicas sugerem a integrina α6 e β1 ou β4 como possíveis

receptores (FIELDS, 2002), como também a clatrina e o heparam sulfato.

Em seguida, a proteína E1 forma um complexo de replicação com proteínas

celulares, progredindo a replicação do DNA bidirecionalmente da origem da

replicação na região LCR do genoma (SANTOS et al., 2000).

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O DNA é então encapsulado por um processo de associação com proteínas

de histonas celulares. Uma ligação transitória com a proteína E2 guia o DNA para

dentro de um agregado de proteínas L1 e L2 virais que, eventualmente, formam o

capsídeo. A liberação das partículas parece ser passiva, não citolítica, ocorrendo na

camada cornificada do epitélio queratinizado (SANTOS et al., 2000).

A replicação de muitos vírus requer genes celulares para serem ativos em

diferentes estágios do ciclo celular. O produto gene, retinoblastoma, p105 Rb, é um

membro da chave de genes celulares que regula o ciclo celular e a expressão do

gene normal, ações tais como a supressão do desenvolvimento do tumor (CAMPO,

1997).

Sabe-se, segundo os pesquisadores de Human papilomavirus (HPV), que as

duas oncoproteínas virais, E6 e E7, atuam sobre as proteínas regulatórias do ciclo

celular (SANTOS et al., 2000). O produto dos genes supressores de tumores, p53

interage com E6 e a proteína do retinoblastoma (Rb), por sua vez, interage com E7

(SANTOS et al., 2000; VILLA, 2001).

Acredita-se que a interação de E7 com Rb associado a alterações adicionais

no genoma da célula infectada culmine na liberação de um fator de transcrição

denominado E2F, essencial para a divisão celular (SANTOS et al., 2000; VILLA,

2001). As interações de E6 e E7 com p53 e Rb, respectivamente, levam a uma

instabilidade genômica que pode representar um passo essencial para o

desenvolvimento de malignidade (SANTOS et al., 2000).

O estudo da biologia molecular na transformação oncogênica mediada pelo

papilomavírus pode ser esperada como uma importante parte de desenvolvimento

da próxima geração de agentes antineoplásicos (CAMPO, 1997).

3.5. Taxonomia dos papilomavírus bovino

Há seis diferentes tipos de papilomavírus bovino (BPV-1 a BPV-6) de

ocorrência em locais anatomicamente distintos (DESROCHERS et al., 1994; BLOCH

et al., 1995; BLOCH et al., 1996; CAMPO, 1997; ONIONS, 1997; SANTIN, 2001),

ocasionando lesões superficiais (JARRET et al., 1990).

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São subdivididos em grupos (JAWETZ et al., 1984; CAMPO, 1997; ONIONS,

1997), de acordo com o peso molecular do DNA dos tipos virais e pela reação de

DNA homólogos em experimentos de hibridização cruzada (JAWETZ et al., 1984).

No subgrupo A, enquadram-se o BPV-1, BPV-2 e BPV-5 (RUSSEL e

EDINGTON, 1985; BLOOD e RADOSTITS, 1991; BLOCH et al., 1996; CAMPO,

1997; ONIONS, 1997), onde cada um possui peso molecular genômico de 7,9 kbp

(BLOCH et al., 1996; MURPHY et al., 1999) e compartilham seqüências homólogas

de nucleotídeos (MURPHY et al., 1999). Acredita-se que o BPV-1 e BPV-2 são os

responsáveis pela formação de fibropapilomas (JAWETZ et al., 1984), enquanto o

BPV-5 tem sido associado com lesões epiteliais de pele sem componente fibroso

(BLOCH et al., 1996).

Em contrapartida, no subgrupo B, encontram-se o BPV-3, BPV-4 e BPV-6

(RUSSEL e EDIGTON, 1985; BLOOD e RADOSTITS, 1991; BLOCH et al., 1996;

CAMPO, 1997). Cada tipo possui peso molecular do genoma de 7.2 kbp (BLOCH et

al., 1996; MURPHY et al., 1999) e compartilham seqüências homólogas de DNA

(MURPHY et al., 1999). Estes tipos virais induzem lesões epiteliais e cutâneas sem

proliferação fibroblástica (MURPHY et al., 1999). O BPV-3 e BPV-6 têm sido

isolados somente de lesões epiteliais na pele enquanto o BPV-4 é específico do

canal alimentar (BLOCH et al., 1996; CAMPO, 1997; ONIONS, 1997).

Os papilomavírus podem também ser classificados de acordo com o

tropismo tecidual e quanto ao caráter histológico das lesões: grupo I (BPV-3 e BPV-

6) induz uma neoplasia cutânea; grupo II (BPV-4) induz uma hiperplasia do epitélio

escamoso não estratificado; grupo III (BPV-1, BPV-2 e BPV-5) induz um

fibropapiloma cutâneo (MURPHY et al., 1999).

Até o momento, foi comprovado que pode haver a co-infecção das cepas

BPV-1, BPV-2 e BPV-4 em amostras cutâneas e nos linfócitos de bovinos (CAMPO

et al., 1994; KOBASHI et al., 2003), existem evidências comprovando a infecção

latente pelo papilomavírus na forma epissomal que pode ser ativada por um trauma

físico ou por uma imunossupressão (CAMPO et al., 1994; ABDOUSLAM et al.,

1997).

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3.5.1. BPV-1

O tipo 1 tem predileção pelo bico das tetas (SMITH, 1990; GERDES e VAN

DER LUGT, 1991; CAMPO, 1997; ONIONS, 1997; MURPHY et al., 1999), focinho

(SMITH, 1990) e glande peniana (SMITH, 1990; GERDES e VAN DER LUGT, 1991;

DESROCHERS et al., 1994; CAMPO, 1997).

Em amostras de ovário, útero, oócitos e célula do cumulus obtidas de

bovinos que não manifestavam papilomatose cutânea também foi encontrado o

BPV-1 (CARVALHO et al., 2003a). Assim como amostras de verrugas, placenta,

líquido amniótico e sangue de uma cria recém-parida de animais, apresentando

clinicamente a doença, foram positivas para o BPV-1 (FREITAS et al., 2003a).

Esse tipo, de uma maneira geral, causa um fibropapiloma cutâneo que se

apresenta sob a forma plana, afetando o gado de dois anos de idade e, geralmente,

regride espontaneamente (DESROCHERS et al., 1994; OLIVEIRA, 1994; BLOCH et

al., 1995).

3.5.2. BPV-2

O tipo 2, o mais comum, (DESROCHERS et al., 1994; CAMPO, 1997;

ONIONS, 1997; MURPHY et al., 1999) é responsável pela forma pedunculada. As

lesões são localizadas geralmente na região peitoral, pescoço e cabeça. Esse tipo

de fibropapiloma cutâneo afeta o gado jovem de dois anos de idade e geralmente

regride espontaneamente (SMITH, 1990; DESROCHERS et al., 1994; BLOCH et al.,

1995).

Foi evidenciado material genômico do BPV-2 nas amostras de sangue,

tecidos do trato reprodutivo da fêmea (ovário, útero, oócito e célula do cumulus)

(CARVALHO et al., 2003 a,b), líquido seminal e amostras de sêmen congelado de

reprodutor bovino oriundo do Vale do Paraíba - SP e também de amostras de

sangue, verruga e sêmen congelado de um varrão oriundo da região do Sul do

Estado da Bahia (CARVALHO e STOCCO DOS SANTOS, 2000).

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Seqüências de DNA de BPV-2 têm sido identificadas em células do sangue

periférico, associadas ou não com relatos patológicos, lembrando que os vírus

nessas células podem entrar em estado de latência (FREITAS et al., 2003a,b). BPV-

2 pode estar presente na forma latente em linfócitos (CAMPO et al., 1994; STOCCO

DOS SANTOS et al., 1998; WOSIACKI et al., 2003).

Tem sido postulado que há uma interação entre o BPV-2 e a ingestão de

substâncias cancerígenas de Pteridium aquilinum (samambaia do campo) no

desenvolvimento de carcinoma de células escamosas na bexiga (CAMPO, 1997;

ONIONS, 1997; MURPHY et al., 1999; MARÇAL, 2002), evoluindo para um quadro

clínico de Hematúria Enzoótica Bovina (WOSIACKI et al., 2003).

No Brasil, as neoplasias de bexigas e a formação de carcinomas invasivos

aparecem aproximadamente de um a seis anos do início do consumo da planta

(TOKARNIA et al., 2000; MARÇAL, 2002). Em 46% dos cânceres naturais de

bexigas e em 69% de lesões experimentais de bexigas foi encontrado DNA de BPV-

2 (CAMPO et al., 1992 apud STOCCO DOS SANTOS et al., 1998).

3.5.3. BPV-3

Esse tipo aparece em qualquer lugar do corpo e, geralmente, o tumor não

regride. Costumam ser sésseis, circulares, pequenos, planos e recobrem uma

grande área. Tipicamente, possuem projeções em suas superfícies (DESROCHERS

et al., 1994).

Tem predileção pela cabeça, pescoço e é suspeito nos espaços interdigitais,

apesar de não ter sido isolado ainda dos papilomas interdigitais. Por essa razão,

alguns autores especulam que as verrugas interdigitais podem ser causadas por

uma nova cepa do BPV. Além disso, o BPV-3 parece ser responsável pelo

carcinoma de células escamosas ocular de bovinos (SMITH, 1990).

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3.5.4. BPV-4

O tipo 4 causa verruga pedunculada (SMITH, 1990) no trato gastrintestinal

(GERDES e VAN DER LUGTZ, 1991; DESROCHERS et al., 1994; OLIVEIRA, 1994;

BLOCH et al., 1995; ONIONS, 1997; MURPHY et al., 1999) e as lesões associadas

com BPV-4 foram primeiramente descritas nos animais do Oeste da Escócia em

1978 por JARRET et al apud MURPHY et al., 1999. Eventos raros são descritos em

lesões cutâneas (KOBASHI et al., 2003), podendo também estar presente em

oócitos e células do cumulus (CARVALHO et al., 2003a).

O desenvolvimento dos papilomas tipo 4 e sua progressão para o câncer é

mediado por uma sutil interação entre genes virais, sistema imune e carcinógenos

externos. A samambaia é reconhecida devido à sua ação radiomimética e

imunossupressora (RUSSEL e EDINGTON, 1985; MURPHY et al., 1999), como co-

carcinógeno para o desenvolvimento de carcinoma de células escamosas no canal

alimentar, especificamente na base da língua, esôfago e faringe (RUSSEL e

EDINGTON, 1985; BLOOD e RADOSTITS, 1991; CAMPO, 1997; ONIONS, 1997;

MURPHY et al., 1999) ou adenocarcinoma no intestino grosso (RUSSEL e

EDINGTON, 1985), quando associada ao BPV-4. Entretanto, sua evolução para a

malignidade não requer necessariamente estar sob influência de toxinas presentes

na samambaia do campo (CAMPO, 1997).

3.5.5. BPV-5

O tipo 5 é responsável pela formação de verruga conhecida vulgarmente

como grão-de-arroz (BLOOD e RADOSTITS, 1991; GERDES e VAN DER LUGTZ,

1991; DESROCHERS et al., 1994; CAMPO, 1997; ONIONS, 1997; MURPHY et al.,

1999) por apresentar-se com aspecto liso, branco e plano (SMITH, 1990). Encontra-

se localizado no bico das tetas de vacas de qualquer idade e não regridem

espontaneamente (DESROCHERS et al., 1994).

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3.5.6. BPV-6

Foi isolado de tetos cujo papiloma se apresentava (SMITH, 1990; GERDES

e VAN DER LUGTZ, 1991; CAMPO, 1997; ONIONS, 1997) com aspecto redondo,

plano e achatado (SMITH, 1990). Pouco se sabe a respeito dessa cepa viral.

3.6. Transmissão

Os animais susceptíveis são aqueles mais debilitados. A transmissão natural

se faz principalmente por contato direto (animal/animal) ou indireto através de cercas

(MADUREIRA, 2001; SANTIN, 2001; DASSIE, 2002), troncos (DASSIE, 2002;

NASCIMENTO, 2002) e, possivelmente, através de abrasões cutâneas ou por

injeções com agulhas hipodérmicas contaminadas (MAYR e GUERREIRO, 1988;

BLOOD e RADOSTITS, 1991; CORRÊA e CORRÊA, 1992; MURPHY et al., 1999;

SANTOS et al., 2002).

Outras possibilidades são através da utilização de utensílios contaminados

na marcação, castração, palpação retal e vacinação do gado. O cocho é

considerado um local de fácil transmissão, principalmente entre os animais de

barbela maior (JOHSNTONE et al., 1993; DASSIE, 2002; GRUBER, 2002;

NASCIMENTO, 2002).

A transmissão sexual por monta natural é possível, quando os animais

apresentam verrugas genitais. Em alguns casos, os machos podem chegar ao

comprometimento reprodutivo, rejeitando a monta natural. A transmissão pela

inseminação artificial é rara, mas pode ocorrer (MURPHY et al., 1999).

Recentemente, foi pesquisada a presença de seqüências de DNA de BPV

em amostras uterinas, ovarianas, fluidos e oócitos, oriundos de bovinos abatidos não

afetados pela papilomatose cutânea e também amostras de sêmen usadas em

programas de inseminação artificial. Foram encontradas seqüências de DNA do

papilomavírus bovino nos tecidos do trato reprodutivo e gametas, mostrando que a

infecção não é específica de tecidos epiteliais (CARVALHO et al., 2003a). Esses

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achados alertam para a possibilidade de transmissão do BPV através dos

procedimentos de transferência de embriões, inseminação artificial e de fertilização

in vitro (CARVALHO et al., 2003b).

Na forma mamária, a transmissão ocorre por equipamentos de ordenha ou

mãos dos ordenhadores que carregam o vírus e infectam a pele nas áreas de

abrasões (REBHUN, 2000) e animais que tiveram papilomas no úbere podem

apresentar recidivas (CORRÊA e CORRÊA, 1992; GRÜNDER,1993).

BARRAT (1925) apud CAMPO et al., 1994; responsabiliza, embora com

pequena evidência, as moscas, como vetores mecânicos na transmissão da doença.

A possibilidade de contato com insetos (Stomoxys calcitrans e Aedes aedypti) ou a

proximidade de roedores não pode ser completamente eliminada (CAMPO et al.,

1994; WITTMANN, 1999). A disseminação é maior em propriedades onde existem

muitos carrapatos (CORRÊA e CORRÊA, 1992) e situações de estresse, como

transporte e desmama, que podem provocar ou agravar a doença (NASCIMENTO,

2002).

A contribuição mais forte para disseminar a doença tem sido o trânsito

intenso de animais entre as diferentes regiões do país (DASSIE, 2002). No entanto,

o modo como o vírus é introduzido em grupos isolados de animais permanece sem

explicação (BEZERRA et al., 1994).

Experimentalmente, foi demonstrado que o BPV pode ser transmitido

horizontalmente através de amostras infectadas de sangue bovino inoculadas em

animais não contaminados (STOCCO DOS SANTOS et al., 1998; CARVALHO et al.,

2000). Sugere-se também uma possível transmissão vertical (STOCCO DOS

SANTOS et al., 1998; FREITAS et al., 2003b).

3.7. Relação com o homem

Segundo DASSIE (2002), não há registros de que o vírus da papilomatose

bovina possa contaminar o homem. No entanto, FRENZ (1941) apud MAYR e

GUERREIRO, 1988; admitiu ter-se contaminado trabalhando com bovinos

infectados. Além disso, foi inoculado experimentalmente o BPV em três pacientes

humanos. Após três anos, somente um deles manifestou a virose (MAYR e

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GUERREIRO, 1988). De acordo com MURPHY et al (1999), suspeitou-se da

transmissão da verruga do gado para o homem pela alta incidência de verrugas

cutâneas nos açougueiros, mas o vírus isolado dessas pessoas não parece estar

relacionado com qualquer vírus bovino conhecido. Na Grã-Bretanha, há estudos

comprovados em que funcionários de abatedouros foram contaminados com BPV

(STOCCO DOS SANTOS et al., 2003).

3.8. Sinais clínicos

Nas formas cutânea e oral de bovinos, observa-se a existência das verrugas

ou papilomas de um milímetro a vários centímetros de diâmetro, podendo estar

parcialmente aderidos à pele ou pendurados. Na maioria das vezes, sua coloração

mantém-se em tonalidades rosada, cinza claro ou escuro (DASSIE, 2002).

Já na forma peniana, os fibropapilomas podem ser um sério problema no

pênis dos jovens touros, dificultando a monta natural, pois o touro não irá cobrir as

vacas devido ao desenvolvimento de papilomas na glande (BLOOD e RADOSTITS,

1991; CORRÊA e CORRÊA, 1992; FRASER, 1997).

Na forma vaginal, deve ser examinado o órgão através da palpação ou pela

inspeção visual para poder chegar a um diagnóstico. Do mesmo modo, os papilomas

na bexiga também são diagnosticados pelo método semiológico de palpação retal

(CORRÊA e CORRÊA, 1992).

Na base da língua, pode se observar o tecido verrucoso em animais que

emagreceram e que, possivelmente, roncam; no esôfago, pode causar meteorismo

recidivante e timpanismo crônico; na laringe e traquéia, pode causar estertores

audíveis e dispnéia, porém estes últimos só se diagnosticam quando estão bastante

adiantados (CORRÊA e CORRÊA, 1992).

Os fibropapilomas interdigitais causam claudicação grave, de tal modo que o

animal pode permanecer em decúbito ventral durante muito tempo (BLOOD e

RADOSTITS, 1991).

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3.9. Número, tamanho e forma dos papilomas

O número, tamanho e forma das neoplasias apresentam grandes oscilações.

Existem tamanhos desde o de uma lentilha ao da cabeça de uma criança e também

neoformações que alcançam 30Kg. Em alguns casos, foram contados até 220

papilomas; em média, aparecem de 10 a 100 por animal. Geralmente é observado

que quanto maior o número de papilomas, menor é o seu tamanho (WITTMANN,

1999).

3.9.1. Forma pedunculada

O papiloma pedunculado é o mais comum em animais jovens, mas também

pode ocorrer nos adultos. Caracteriza-se por base de inserção ampla, superfície

irregular, cornificada, ausência de pelos e com tamanho de um a 10 cm de diâmetro

(SANTIN e BRITO, 2003). Apresentam-se arborescentes, friáveis, semelhantes à

forma de “couve flor”, têm coloração escura acinzentada e consistência dura

(SANTIN, 2001; DASSIE, 2002; NASCIMENTO, 2002, SANTIN e BRITO, 2003). É

mais visível e ocorre geralmente na barbela, pescoço ou cabeça, mas pode surgir

em qualquer outra região do corpo (SANTIN, 2001).

3.9.2. Forma plana

A forma plana, por sua vez, é mais freqüente em animais velhos. É uma

lesão circular, clara ou escura com aspecto filiforme, de formação achatada, com

inserção ampla, podendo apresentar pêlos, medindo desde 0,5 cm de diâmetro até

seis (SANTIN e BRITO, 2003). O tipo plano ocorre mais na região do pescoço e

dorso-lateral do abdômen. Por ser de visualização mais difícil, geralmente o criador

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só percebe o problema quando está em grau avançado, o que dificulta o tratamento

(SANTIN, 2001).

3.9.3. Forma mista

Sabe-se que é possível detectar mais de uma cepa viral em amostras de

bovinos. Dessa forma, as lesões assumem aspecto multiforme, ou seja, a

associação da forma pedunculada com a plana (SANTIN e BRITO, 2003).

3.10. Patologia e patogenia

O vírus infecta o animal através da solução de continuidade na pele e se

replica no núcleo das células basais do epitélio (BLOOD e RADOSTITS, 1991;

TIZARD, 1998; JONES et al., 2000; ROMANOS et al., 2002).

Nessas células, onde não se expressam antígenos virais (TIZARD, 1998), o

genoma viral é mantido na forma de epissoma, em que somente os genes iniciais

são expressos e estimulam a proliferação das células basais, resultando em

hiperplasia, levando à acantose e a um papiloma proeminente, formando assim as

“verrugas” (CORRÊA e CORRÊA, 1992; ROMANOS et al., 2002).

Macroscopicamente, esses tumores múltiplos aparecem branco ou cinza;

inicialmente, são achatados ou lisos e, mais tarde, são negro-acinzentados,

elevados, pedunculados e com superfície queratinizada (CORRÊA e CORRÊA,

1992; JONES et al., 2000). As massas papilomatosas podem exalar odor putrefeito

(WITTMANN, 1999).

Esses tumores apresentam aspecto de uma massa grosseira semelhante a

uma “couve-flor”, com dimensões variáveis e forma irregular (JONES et al., 2000);

bastante firme, às vezes, duro como unhas ou chifres (CORRÊA e CORRÊA, 1992;

DASSIE, 2002) e, outras vezes, se desprendem com relativa facilidade. Também há

uma forma plana, pouco elevada, não pedunculada, também bastante firme,

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acantósica, com hiperqueratose, mas com menor exuberância do conjuntivo

(CORRÊA e CORRÊA, 1992), podendo apresentar coilocitose (HARGIS, 1998).

Microscopicamente, os papilomavírus se estabelecem na epiderme ou no

tecido conjuntivo subjacente, podendo ser demonstrados nas células fibroblásticas.

Na epiderme, causam acantose e hiperqueratose (DULBECCO e GINSBERG, 1979;

CORRÊA e CORRÊA, 1992; MURPHY et al., 1999; EISA et al., 2000; JONES et al.,

2000; FIELDS, 2002), de modo que os cortes histológicos mostram não só

hiperplasia das células do estrato espinhoso, podendo ocorrer em alguns estágios,

as inclusões intranucleares contendo partículas virais, como também o aumento da

eleidina, queratoialina e queratina, levando a formações nodulares (CORRÊA e

CORRÊA, 1992; HAYWARD et al., 1993; ABDOUSLAM et al., 1997; HARGIS, 1998).

A Apoptose pode ser verificada em muitas células acantóticas caracterizadas pela

diminuição do citoplasma (ABDOUSLAM et al., 1997).

Essas formações nodulares são caracterizadas pela invaginação da

epiderme no derma, com projeções denominadas cristas interpapilares (JONES et

al., 2000). O tecido conjuntivo subjacente acompanha o crescimento epitelial,

criando dobras e frondes (JONES et al., 2000), não só pelo estímulo viral como para

nutrir e suportar mecanicamente a hiperplasia do epitélio (CORRÊA e CORRÊA,

1992).

É possível estabelecer morfologicamente, através do exame anátomo-

histopatológico, as diferentes formas de papilomas encontradas (SANTIN e BRITO,

2003).

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Proteínas

Função

Iniciais

E1

DNA-dependente da ATPase, ATP dependente da

helicase: permite desenrolar o genoma viral e age como fator da replicação do DNA.

E2

Responsável pelo reconhecimento e origem da

replicação. Há duas formas: cheia no comprimento (transativador de transcrição) e truncada (repressor da transcrição). A relação entre estas formas foi encontrada no complexo heterotrimérico formado antes com E1 que regula a transcrição do genoma viral.

E3 Função desconhecida

E4

Expressão tardia: filamento intermediário que se liga

ao terminal C, permitindo realizar partículas semelhante ao vírus. Também envolve a transformação da célula do hospedeiro pela não regulação da célula hospedeira mitótica.

E5

Obstrução do crescimento dos mecanismos de

supressão: por exemplo, receptor EGF, ativação mitótica sinalizando o caminho via fatores de transcrição: C-JUN e C-FOS (importante na via ubiquinina na degradação do complexo p53 pelo E6. Inativação do p21 (p53 induz expressão defeituosa no ciclo celular até o DNA ser revisado pelas mutações)

E6

Transforma a célula hospedeira dando início a uma

proteína de supressão tumoral, p53.

E7

Proteína transformada evolui para pRB7/p107.

E8 Função desconhecida

Tardias

L1

Maior proteína de capsídeo (80% do conteúdo

protéico viral): pode formar partículas semelhantes ao vírus.

L2

Menor proteína de capsídeo: possível proteína

acondicionada de DNA.

(ROMANOS et al., 2002)

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3.11. Samambaia do campo

Pteridium aquilinum v. arachnoideum, conhecida vulgarmente como

samambaia do campo, é uma planta tóxica de larga distribuição, facilmente

encontrada nas regiões de clima tropical e subtropical (TOKARNIA et al., 2000;

MARÇAL, 2002).

A planta é conhecida por seus efeitos mutagênicos, carcinogênicos e

imunossupressores (EVAN et al., 1982 apud RECOUSO et al., 2003). Dentre os

fatores químicos isolados, a quercetina tem se destacado devido a seu efeito

radiomimético e imunossupressor (RECOUSO et al., 2003).

A quercetina (5,7,3’,4’ – tetrahydroxyflavona) é um flavonóide encontrado em

altos níveis na samambaia do campo. Estudos têm demonstrado que essa

substância induz uma instabilidade cromossomal aos linfócitos periféricos dos

bovinos (STOCCO DOS SANTOS et al., 1998; LEAL et al., 2003).

Essa substância imunosupressora é capaz de limitar a eficiência da resposta

imunológica do animal diante do vírus ou até mesmo induzir mutações danosas ao

DNA da célula (JACKSON et al., 1993 apud LEAL et al., 2003; GORDON, 1997).

Como resultado dessa imunossupressão, as proteínas virais dos

papilomavírus (BPV-2 e BPV-4) induzem uma proliferação celular que permite a

progressão de papilomas neoplásicos benignos para neoformações malignas, como

o carcinoma das células escamosas (CAMPO, 1997; MARÇAL, 2002).

A hematúria enzoótica bovina tem sido associada com a ingestão

prolongada em quantidades inferiores a 10g/kg da Pteridium aquilinum v.

arachnoideum. Numa análise geral, o resultado da exposição prolongada a essa

planta é a formação de neoplasias na bexiga, surgindo um ano após o início do

consumo, e presença de papilomas na mucosa do trato digestivo. No Brasil, essas

neoplasias são mais freqüentes em bovinos de idade mais avançada, por volta dos

seis anos (TOKARNIA et al., 2000).

Até o momento, sabe-se que o princípio tóxico radiomimético está presente

no leite das vacas que ingerem Pteridium aquilinum e, no Brasil, não se conhece

nenhuma planta de interesse pecuário que torne a carne tóxica para o homem

(TOKARNIA et al., 2000).

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3.12. Sarcóides

3.12.1. Sarcóide eqüino

O sarcóide eqüino foi descrito pela primeira vez na África do Sul, por

JACKSON (1936) apud TORRÓNTEGUI, 2002; como um tumor de tecido conjuntivo

de eqüídeos mais observado em todo mundo (THEON e CARR, 2001).

Na região Norte Fluminense, foram diagnosticados sete casos de sarcóide

eqüino em animais com idade entre dois a seis anos, comprometendo diversas

regiões corpóreas (MARINS et al., 2003a).

Atualmente, os papilomavírus são considerados o agente etiológico mais

provável (JAWETZ, 1984; BLOCH et al, 1994; NASIR et al., 1997; ESCANDOR et

al., 2000; THEON e CARR, 2001; TORRÓNTEGUI, 2002), já que inoculações

experimentais com BPV produziram lesões similares ao sarcóide eqüino (SMITH,

1990; STURION et al., 1997; MURPHY et al., 1999).

Graças à aplicação de técnicas de biologia molecular, estudos de

hibridização e de reação em cadeia da polimerase (PCR) têm demonstrado que os

tumores contêm seqüências de DNA homólogas às do BPV-1 e BPV-2 (BLOOD e

RADOSTITS, 1991; LORY et al., 1993; BLOCH et al, 1994; NASIR et al., 1997;

MURPHY et al., 1999; TORRÓNTEGUI, 2002). Não há evidências da presença de

ambos os tipos de vírus (BPV-1 e BPV-2) no sarcóide e diferentes lesões de um

mesmo animal contêm apenas um tipo viral (BLOCH et al., 1994).

Alguns autores, como MARTI et al. (1993) apud FOZ FILHO et al., 2002;

aceitam que o BPV-5 também seja causa do sarcóide eqüino, embora QUIN et al.

(1994) apud FOZ FILHO et al., 2002; suspeitem que o próprio papilomavírus eqüino

seja o causador do sarcóide.

Entretanto, em tecidos coletados do sarcóide eqüino, pesquisadores

acharam um aumento da atividade do oncogene c-myc e o grau da atividade,

possivelmente, esteja associada com a agressividade do tumor (THEON e CARR,

2001). Isso demonstra que oncogenes são genes promotores de crescimento e que,

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se sua função for alterada, pode induzir a formação tumoral (THEON e CARR,

2001).

Com isso, estudos são necessários para determinar qual dos dois eventos -

a infecção pelo BPV ou a não regulação do oncogene específico, c-myc - é o fator

crucial no desenvolvimento do sarcóide (THEON e CARR, 2001). Ressaltando que o

sarcóide parece ser o resultado de uma complexa relação entre a ação de um

papilomavírus e a predisposição genética do animal (BLOOD e RADOSTITS, 1991;

TORRÓNTEGUI, 2002).

3.12.2. Sarcóide felino

Em contraste com o sarcóide eqüino, que representa o tumor de pele mais

comum nesta espécie, histopatologicamente, tumores similares da pele de felinos

são diagnosticados e registrados raramente na dermatopatologia e têm sido

classificados como sarcóide felino (TEIFKE et al., 2003).

Recentemente, tem sido demonstrado que o DNA obtido de sarcóides felinos

apresentam seqüências de nucleotídeos homólogos aos do BPV-1 e BPV-2 (TEIFKE

et al., 2003).

3.13. Diagnóstico

A expressão clínica da doença é característica, tornando o diagnóstico

clínico fácil pela simples observação dos papilomas a olho nu (RUSSEL e

EDINGTON, 1985; CORRÊA e CORRÊA, 1992; ROMANOS et al., 2002; GRUBER,

2002). Entretanto, se os sinais não forem patognomônicos, a biópsia excisional é

confirmatória (REBHUN, 2000).

Testes sugestivos podem revelar a presença de alterações celulares que

podem ser indicativas de infecção por esse vírus. Por outro lado, a infecção pode

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ocorrer sem alteração citopatológica, sendo importante, dessa forma, a combinação

dos testes (ROMANOS et al., 2002).

Entre os testes sugestivos e confirmatórios importantes para o diagnóstico

de infecção pelo BPV, destacam-se a citopatologia, a histopatologia (MAYR e

GUERREIRO, 1988; BLOCH et al., 1997; ROMANOS et al., 2002), a microscopia

eletrônica (MAYR e GUERREIRO, 1988; MURPHY et al., 1999; ROMANOS et al.,

2002), a imunocitoquímica e os testes para detecção do ácido nucléico viral

(MURPHY et al., 1999; ROMANOS et al., 2002).

O exame citopatológico identifica tanto as alterações celulares benignas,

como aquelas de maior gravidade. Já os critérios histopatológicos permitem o

diagnóstico de infecções por BPV, mas não identificam o tipo viral envolvido

(ROMANOS et al., 2002). A microscopia eletrônica de transmissão revela a presença

de partículas virais intranucleares, contudo, tal procedimento é pouco utilizado no

diagnóstico das lesões (ROMANOS et al., 2002).

Foi constatado que, ao microscópio eletrônico, as verrugas contêm sua

concentração mais elevada de partículas de vírus quando possuem cerca de seis

meses de idade (JAWETZ et al., 1984). Entretanto, BLOOD e RADOSTITS (1991)

afirmam que o vírus está presente em maior concentração no tecido epitelial de

verrugas mais velhas do que nas jovens.

O teste imunocitoquímico é baseado na procura de antígenos em esfregaços

celulares, empregando anticorpos dirigidos para as proteínas comuns aos

papilomavírus, conjugados com peroxidase ou substância fluorescente. A

sensibilidade do teste é limitada, variando de acordo com o tipo de lesão (SIRONI et

al., 1990; ROMANOS et al., 2002).

Com relação aos testes para detecção do ácido nucléico viral, além de

detectar a infecção, dependendo do método empregado, tais testes são mais

sensíveis para determinar o tipo de BPV envolvido. Podem ser empregadas as

técnicas de Southern blotting, hibridização in situ e reação em cadeia da polimerase

(PCR) (SIRONI et al., 1990; BLOCH et al., 1997; ROMANOS et al., 2002;

CARVALHO et al., 2003a,b).

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3.14. Prognóstico

O prognóstico na papilomatose cutânea bovina é favorável, exceto se os

papilomas forem tratados tardiamente, comprometendo principalmente os animais

imunodeprimidos. Nos casos de papilomatose das mucosas do trato alimentar e da

bexiga, o prognóstico é reservado, já que os papilomas adiantados podem evoluir

para carcinoma das células escamosas, considerado neoplasia de caráter maligno

(CORRÊA e CORRÊA, 1992).

3.15. Tratamento

A literatura consultada demonstra uma enorme variedade de tratamento para

a papilomatose. Assim, diversos tratamentos têm sido tentados com eficácias

variáveis (CORRÊA e CORRÊA, 1992; VEIGA et al., 2000), apresentando resultados

contraditórios e deficientes e, em muitos casos, exigindo a repetição do tratamento

por várias vezes, em função da carência de especificidade do tratamento de

verrugas (STURION et al., 1997).

Há tratamentos de fundo religioso, tratamentos químico-corrosivos,

homeopáticos, fitoterápicos, empírico-científicos e imunoterápicos. Entretanto,

nenhum deles é específico e constante nos resultados (CORRÊA e CORRÊA, 1992).

Nos tratamentos empírico-científicos, utiliza-se a remoção por tração, ou

seja, a ligadura, através da amarração da verruga pedunculada com crina de cavalo

ou com fio de seda, para causar gangrena seca e reabsorção do coto (BLOOD e

RADOSTITS, 1991; CORRÊA e CORRÊA, 1992). Nesse cenário, algumas tentativas

caseiras, tais como: apelar para simpatias, benzer os animais, furar sua orelha com

ferro quente, amarrar corrente de couro no seu pescoço, passar querosene na nuca

do animal e colocar sal mineral nos papilomas, são freqüentemente observadas no

campo (CORRÊA e CORRÊA, 1992). Essas alternativas caseiras “funcionam”

porque, nos bovinos jovens, o próprio papiloma induz a imunidade humoral e

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citomediada e, assim, eles desaparecem naturalmente. Cientificamente, nada disso

é comprovado (DASSIE, 2002).

Os tratamentos químico-corrosivos, como a cauterização com bastão de

soda, ácido sulfúrico, tintura de iodo, soda cáustica, nitrato de prata e outros, podem

causar reabsorção de tecido rico em vírus, e o animal que tenha maturidade

imunológica e boa imunocompetência vem a curar-se secundariamente pelo

estímulo desencadeado (CORRÊA e CORRÊA, 1992).

Entre os tratamentos homeopáticos e fitoterápicos, usam-se a Thuya

occidentalis (tuia) e outros medicamentos irritantes como, por exemplo, a Euphorbia

tirucallis, conhecida vulgarmente como “aveloz” ou “mata-verrugas”, que

desencadeiam os mesmos fenômenos (CORRÊA e CORRÊA, 1992).

O uso de imuno-estimulantes pode auxiliar qualquer opção de tratamento,

acelerando a regressão das verrugas e evitando recidivas (GRUBER, 2002). Por

exemplo, tem sido utilizada a aplicação da vacina do Bacilo Calmete-Guerin (BCG) e

interferon, ambos com o objetivo de estimular a resposta celular, importantes para a

regressão das lesões (LASSAUZET e SALAMIN, 1993; ROMANOS et al., 2002).

Dentre os imuno-estimulantes, as vacinas autógenas ou não autógenas são as mais

preconizadas, já que possuem efeito curativo e preventivo, sendo por isso a medida

de controle mais indicada (BLOOD e RADOSTITS, 1991; NDARATHI e MBUTHIA,

1994; WADHWA et al.,1995; EISA et al., 2000; MADUREIRA, 2001; GRUBER, 2002;

NASCIMENTO, 2002; MARNS t al., 2003b).

Outros métodos foram propostos como alternativas no tratamento da

papilomatose tais como:

3.15.1. Remoção cirúrgica

A remoção cirúrgica dos papilomas deve ser realizada quando em número

reduzido, entretanto, os papilomas costumam ser numerosos, o que exclui a

praticabilidade da cirurgia (HAMA et al., 1988; SMITH, 1990; BLOOD e RADOSTITS,

1991; WITTMANN, 1999). FOZ FILHO et al. (2002) indicam a remoção cirúrgica

como uma possibilidade segura de tratamento nos papilomas de grande volume.

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3.15.2. Auto-hemoterapia A terapia sistêmica é indicada para propriedades com muitos animais

acometidos e com grande número de papilomas. Consiste na retirada de 10 a 40 mL

de sangue da veia jugular ou caudal, com ou sem anticoagulante, para aplicá-lo no

mesmo animal, por via intramuscular ou subcutânea. Essa prática pode ser

associada ao clorobutanol ou a babesicida para a obtenção de melhores resultados

(SILVA et al., 2001; VERÍSSIMO et al., 2002).

3.15.3. Babesicida

Alguns animais respondem ao tratamento após três meses de aplicação de

babesicida, entretanto pode ocorrer que nenhum animal responda ao tratamento

(HAMA et al., 1988, CORRÊA-CORRÊA, 1992).

3.15.4. Implante da verruga na região axilar

O sucesso do tratamento que utiliza implante de papiloma na região axilar

como método alternativo baseia-se na quantidade de carga viral, presente no

papiloma, no momento do implante, suficiente para induzir uma resposta

imunológica dos bovinos (STURION et al., 1997; SILVA et al., 1998).

3.15.5. Diaceturato de diaminazina

SANTIN (2001), utilizando a diaminazina, conseguiu eficácia apenas em

45% dos casos, mas, ainda assim, tais resultados foram mais satisfatórios do que os

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encontrados por SILVA et al. (2001), que apresentaram cura de 27% dos 69 bovinos

tratados com essa droga.

3.15.6. Clorobutanol

A administração de substâncias como a solução alcoólica de clorobutanol

pode causar irritação na região administrada, além da necessidade de se repetir a

aplicação nos casos de grandes papilomas, conforme afirmam VIANNA,1996;

VERÍSSIMO et al., 2002.

3.15.7. Antiamonial

Preparações de antiamonial têm sido testadas com eficácias diferentes por

RAJGURU et al., 1988; WADHWA et al., 1995. Esse tratamento vem sendo

associado com o uso da vacina autógena com melhores resultados (VAHIDA e

JAYAKUMAR, 1999).

3.15.8. Homeopatia

O termo homeopatia origina-se do grego homoios que significa semelhante e

pathos que se refere à doença. Consiste em tratar os estados mórbidos com

substâncias causadoras destes no homem são, utilizando doses muito pequenas,

por vezes infinitésimas, desenvolvendo as virtudes dinâmicas da droga (COULTER,

1992; BENEZ et al., 2002).

A homeopatia apóia-se nas características somáticas e psicológicas

individuais, portanto, leva em conta a hereditariedade e o ambiente, fatores que

determinam a forma de reação do indivíduo ante os processos mórbidos, ou seja, a

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homeopatia enfatiza o estudo do terreno (as particularidades do organismo) através

dos conceitos de diátese, constituição e temperamento. É uma terapêutica

específica do indivíduo e não da doença (COULTER, 1992; BENEZ et al., 2002).

3.15.8.1. História

A aplicação da “lei do semelhante” para cura de doenças foi descrita pela

primeira vez por Hipócrates (460-350 a.C) (BENITES, 1999; MOROOKA, 2002).

Dá-se o nome de homeopatia ou homeoterapia ao método terapêutico criado

no séc. XVIII pelo médico alemão Christian Friedrich Samuel Hahnemann (1755-

1843), no qual a teoria homeopática é a antítese da alopatia (COULTER, 1992) e

seu princípio básico, Similia similibus curantur expressa o dizer “que os semelhantes

curam-se pelos semelhantes”. No Brasil, a homeopatia foi introduzida em 1840 pelo

médico francês Dr. Benoit Jules Mure (BENEZ et al., 2002; MOROOKA, 2002).

3.15.8.2. Homeopatia na medicina veterinária

Em virtude da ausência de substâncias tóxicas nos produtos de origem

animal e por serem medicamentos úteis em doses mínimas, apresentando efeitos

colaterais praticamente irrisórios, as terapias alternativas vêm crescendo a cada ano,

tornando-se uma exigência terapêutica nas criações da Pecuária Orgânica.

A Thuya, também chamada de “árvore-da-vida” e “cedrinho”, tem sido

relatada com sucesso na potência de 200x, sendo administrada em glóbulos para

casos isolados de bovinos (RAI et al., 1991; PRAKASH, 1993).

A utilização de medicamentos homeopáticos em medicina veterinária teve

início no século passado. O primeiro médico veterinário homeopata foi Joseph

Wilhelm Lux (1776-1848), que introduziu tratamentos homeopáticos em animais por

volta de 1823. Lux concluiu que “todo agente contagioso carrega invariavelmente em

sua essência os recursos para sua cura“ (BENITES, 1999; BENEZ et al., 2002).

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Atualmente, o Brasil está entre os três maiores praticantes dessa terapêutica

que oferece inúmeros benefícios aos pacientes. Nos últimos 10 anos, o Brasil foi o

país que mais publicou livros no mundo sobre a homeopatia (MOROOKA, 2002).

3.15.8.3. Fundamento da homeopatia

As substâncias empregadas em homeopatia são originárias dos minerais,

vegetais e animais. Tais substâncias são diluídas e homogeneizadas por trituração e

sucussão, sendo este processo de elaboração do medicamento denominado

dinamização (BENITES, 1999).

Quando submetidas a essa técnica, tornam-se medicamentos úteis em

pequenas doses e encontram correta ressonância no paciente, levando ao

restabelecimento do estado hígido (BENEZ et al., 2002).

3.15.8.4. Efeito da homeopatia na papilomatose bovina

A papilomatose bovina é classificada na medicina homeopática como sicose,

isto é, afecção geral permanente do organismo, que se manifesta por moléstia da

pele e das mucosas, especialmente, como verrugas, sendo o tratamento mais

indicado a Thuya occidentalis (BENEZ et al., 2002).

Pesquisadores indianos utilizaram “Thuya 200x” para o tratamento da

papilomatose bovina. Foram administrados 10 glóbulos duas vezes ao dia por 24

dias. Os papilomas mostraram regressão com oito dias e começaram a diminuir

entre 10 a 12 dias. A recuperação foi observada com um mês e os pêlos começaram

a cobrir o local com 60 dias (RAI et al., 1991).

Outro caso de sucesso com a homeopatia “Thuya” é o de uma novilha que

apresentava verrugas no carpo. Ela foi tratada oralmente com oito glóbulos, dose

única de enxofre na potência de 200X. Seguiu-se, após uma semana de Thuya

200X, oito glóbulos uma vez por dia, oralmente, durante um período de três

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semanas. A pele saudável estava se expondo e o pêlo crescendo, observando-se

uma recuperação completa (PRAKASH, 1993).

3.15.9. Fitoterapia

A palavra fitoterapia é derivada do grego phyton, que significa vegetal, e

therapeia, que quer dizer tratamento. É o método de tratamento conhecido e

praticado pelas antigas civilizações por meio do uso de plantas medicinais que visa a

estimular as defesas naturais do organismo (CANDIDO, 2004).

É considerada fitoterápica toda preparação farmacêutica (extratos, tinturas,

pomadas e cápsulas) que utiliza como matéria-prima partes de plantas. O uso

adequado dessas preparações traz uma série de benefícios para a saúde, ajudando

no combate a doenças infecciosas (MARQUES, 2004).

Os princípios ativos dos fitoterápicos não são isolados, ou seja, coexistem

com uma série de outras substâncias presentes nas plantas. A diversidade de

substâncias existentes nas partes das plantas chama-se fitocomplexo, que é

responsável pelo efeito terapêutico e pela redução de efeitos colaterais, quando

comparado aos medicamentos convencionais. Já foi testado o uso de um fitoterápico

à base de extrato alcoólico da planta Thuya occidentalis na Medicina Humana

(MARQUES, 2004).

Apesar do avanço da tecnologia, que cria novos compostos e substâncias

sintéticas com poderes medicinais, mais de 40% de toda matéria-prima dos

remédios encontrados nas farmácias continuam sendo de origem vegetal

(MARQUES, 2004).

Na verdade, o que difere o medicamento alopático do fitoterápico é a

ausência de substâncias alteradas nos laboratórios farmacêuticos, fator que torna o

tratamento menos químico e, portanto, menos nocivo à saúde (CANDIDO, 2004).

O crescimento do uso de fitoterápicos deve-se aos estudos científicos que

testam, recomendam e comprovam que o uso específico de determinadas plantas

pode oferecer soluções eficazes e mais baratas para diversas doenças (MARQUES,

2004).

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3.16. Medidas Preventivas

Dentre as medidas preventivas adotadas, podemos citar: nunca comprar ou

aceitar animais com papilomatose; isolar os animais doentes e tratá-los

imediatamente; ordenhar os animais acometidos pela doença por último; evitar o uso

de ordenhadeiras ou fazer rigorosa assepsia no equipamento; ao constatar verrugas,

iniciar o tratamento o mais rápido possível; dar atenção especial aos animais recém-

nascidos, persistir no tratamento até sanar o problema e descartar gradativamente

os animais que não respondem a nenhum tipo de tratamento (SMITH, 1990; MAYR e

GUERREIRO, 1988; MADUREIRA, 2001; DASSIE, 2002).

As vacinas autógenas e não autógenas são as mais indicadas tanto como

tratamento profilático quanto curativo. No tratamento preventivo, deve-se vacinar os

bezerros com quatro semanas de idade com 0,5 mL de vacina, por via intradérmica,

em dois locais. Repetir após três semanas e aos 12 meses de idade. Continuar o

programa de vacinação por cerca de um ano após desaparecer o último caso na

propriedade. No tratamento curativo, aplicar 10 mL, pela via subcutânea, uma vez a

cada 10 dias, totalizando três aplicações (FRASER, 1997; NASCIMENTO, 2002).

Após o término da imunidade, recomenda-se uma dose reforço num intervalo de seis

em seis meses. Não há uma idade específica para a vacinação inicial, nem contra

indicações e efeitos colaterais possíveis (SMITH, 1990).

No caso da papilomatose peniana, o procedimento mais indicado é a

remoção dos papilomas pelo ato cirúrgico, enquanto, na forma vulvovaginal, devem-

se descartar imediatamente os doentes (CORRÊA e CORRÊA, 1992).

Deve-se dedicar atenção especial na esterilização de materiais empregados

na vacinação, tuberculinização e castração (JOHNSTONE et al., 1993; DASSIE,

2002). Desinfetar as instalações com soda cáustica ou formol a 2% (DASSIE, 2002).

Controlar carrapatos e moscas hematófogas, considerados possíveis vetores

mecânicos na transmissão da doença (CORRÊA e CORRÊA, 1992; DASSIE, 2002).

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4. MATERIAL E MÉTODOS

O levantamento da prevalência da papilomatose bovina foi realizado através

da observação clínica dos animais afetados, já que os sinais clínicos são

característicos das massas neoplásicas, confirmado pelos achados histopatológicos.

4.1. Epidemiologia

4.1.1. Localização das propriedades

Foi avaliada a prevalência de animais portadores da papilomatose cutânea

bovina em 21 propriedades, situadas em 11 micro-regiões dos Estados do Rio de

Janeiro e Espírito Santo, no período de setembro de 2002 a setembro de 2003.

Para inquérito epidemiológico, foi realizado, no ato da visita, o

preenchimento de uma ficha de registro para a propriedade, contendo informações

relacionadas ao tipo de exploração na pecuária, manejo alimentar dos bovinos,

vacinação, tratamento de endo e ectoparasitos, número total de bovinos por

propriedade e número de animais clinicamente afetados (Apêndice A).

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4.1.2. Animais

Foram avaliados um total de 3.140 bovinos. Para caracterização do perfil

dos animais portadores da papilomatose cutânea bovina, foi preenchida uma ficha

individual com dados pertinentes ao nome e/ou número do animal, idade, raça, sexo,

duração e tratamento utilizado, evolução da doença após tratamento, tempo

estimado para o animal apresentar as lesões, além de mapas ilustrativos com intuito

de catalogar os locais de maior predileção de papilomas nas secções corpóreas de

bovinos, evidenciando a distribuição dos papilomas segundo o sexo, forma, raça e

faixa etária.

Em seguida, foi analisada a distribuição percentual dos papilomas quanto à

incidência no antímero esquerdo ou direito e a um maior acometimento na região

anterior ou posterior do animal. As lesões foram também registradas através de fotos

dos animais acometidos.

As secções corpóreas do bovino no mapa foram identificadas de acordo com

a localização das lesões observadas, tendo como base uma legenda com os locais

ordenados, segundo a posição dorso-caudal do animal, a saber, cabeça (1), olhos

(2), base do chifre (3), focinho (4), orelha (5), pescoço (6), barbela (7), paleta (8),

costelas (9), membros anteriores (10), flanco (11), anca (12), cauda (13), genitália

(14), úbere (15), perianal (16), ventre (17) e membros posteriores (18) (Apêndice B).

4.2. Diagnóstico

4.2.1. Colheita de material

Foram coletadas, com auxílio de um bisturi, amostras de tecidos cutâneos

de animais que apresentavam aparentemente infecção por BPV.

Imediatamente após a colheita, alguns papilomas foram acondicionados em

isopor contendo gelo e outros mantidos em formol 10% e remetidos ao Setor de

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Doenças Infecto-Contagiosas e Parasitárias do Laboratório de Sanidade Animal no

Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte

Fluminense Darcy Ribeiro.

4.2.2. Clínico

O diagnóstico clínico foi realizado por meio dos sinais patognomônicos

da infecção por BPV.

4.2.3. Exame Histopatológico As lesões foram fixadas em uma solução de formalina neutra tamponada a

10% e submetidas à histotécnica por inclusão em parafina (WILLIAM et al., 1992;

DESROCHERS et al., 1994; BLOCH et al., 1996; WADHWA et al., 1996) e coloração

pela hematoxilina e eosina (HAYWARD et al., 1993; BLOCH et al., 1995).

4.3. Tratamentos

4.3.1.Vacina inativada Foram realizados três experimentos. O experimento 1 foi realizado no

município de São Francisco de Itabapoana, o experimento 2, no município de São

João da Barra e o experimento 3, no município de Cardoso Moreira, todos no Estado

do Rio de Janeiro. O período total de observação dos animais foi de 60 dias após a

última aplicação da vacina.

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4.3.1.1. Grupos Experimentais

4.3.1.1.1. Experimento 1 - São Francisco do Itabapoana

Utilizaram-se um total de 32 bovinos, mestiços (Bos taurus taurus x Bos

taurus indicus), de ambos os sexos, com idade variando entre 4 a 18 meses,

portadores de papilomatose cutânea pedunculada. Esses animais foram divididos

aleatoriamente em dois grupos com igual número de bovinos: grupo 1 (controle) com

16 bovinos que não receberam aplicações da vacina e grupo 2 constituído por 16

animais que foram vacinados.

4.3.1.1.2. Experimento 2 - São João da Barra Utilizaram-se 75 bovinos, mestiços (Bos taurus taurus x Bos taurus indicus),

de ambos os sexos, com idade variando de 6 a 22 meses, portadores da

papilomatose cutânea pedunculada. Os animais foram separados aleatoriamente em

dois grupos. O grupo 1 (controle) correspondeu aos 35 animais não vacinados e o

grupo 2 foi constituído por 40 animais que receberam a vacina.

4.3.1.1.3. Experimento 3 - Cardoso Moreira Utilizaram-se 17 bovinos, da raça Holandesa (Bos taurus taurus), de ambos

os sexos, com idade variando de 6 a 36 meses, portadores da papilomatose cutânea

plana, pedunculada e mista. Os animais foram separados aleatoriamente em dois

grupos. O grupo 1 (controle) correspondeu aos oito animais não vacinados e o grupo

2 foi constituído por nove animais que receberam a vacina autógena.

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4.3.1.2. Protocolo de preparação da vacina O material colhido foi obtido de bovinos portadores de papilomas. O local foi

submetido a uma assepsia com água corrente e sabão em barra. Após isso, a região

foi seca e os papilomas retirados cirurgicamente.

As verrugas foram lavadas quatro vezes com éter e em seguida procedeu-se

nova lavagem com solução salina fisiológica a 0,85% por quatro vezes. O material

foi cortado em pequenos pedaços com o auxílio de uma tesoura, descartando a

parte queratinizada, e posteriormente, pesada.

Foram trituradas, em liquidificador, em solução fisiológica a 0,85%, usando 5

mL/ 1g de tecido e mantida no refrigerador durante 48 horas para posterior utilização

na preparação da vacina. No terceiro dia, a mistura foi filtrada em gaze estéril com

quatro dobras e, após esse procedimento, o volume foi medido e adicionado ao

filtrado 50% do volume total de glicerina estéril e 50% de solução fisiológica.

Formaldeído foi adicionado na proporção de 0,5% para inativar o vírus e a

preparação foi mantida sob refrigeração até a próxima etapa.

No quinto dia, adicionaram-se antibióticos como penicilina na proporção de

2.000 Unidades Internacionais e 2 mg de estreptomicina para cada mL de vacina a

fim de prevenir o crescimento bacteriano, mantendo a solução no refrigerador por 96

horas. Não se utilizou nenhum tipo de adjuvante.

4.3.1.3. Teste de inocuidade No nono dia, realizou-se o teste de inocuidade em seis camundongos

adultos, machos e fêmeas, da linhagem Balb/C, procedentes do Biotério do Centro

de Biociências e Biotecnologia da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy

Ribeiro. Três camundongos foram inoculados com 0,1 mL pela via intraperitoneal e

os outros camundongos, inoculados com 0,1 mL restante pela via subcutânea na

inserção da cauda, dividindo o volume em duas partes. Os camundongos foram

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observados durante sete dias após a inoculação para constatação em caso de

peritonite ou morte. Após esse período, nenhuma reação à vacina foi notada.

4.3.1.4. Teste de esterilidade

Nesse mesmo dia, procedeu-se ao teste de esterilidade, inoculando o

material em ágar Sabouraud e ágar Sangue, em placa. O material foi mantido em

estufa na temperatura de 37ºC durante 48 horas. Após esse período, não foi

observado o crescimento de bactérias e de fungos nas placas.

4.3.1.5. Imunização dos animais

Foram confeccionadas duas vacinas autógenas com a mesma metodologia

de preparo e formuladas a partir dos papilomas obtidos dos animais dos

experimentos 1 e 3. Os animais do experimento 2 foram vacinados com a mesma

vacina utilizada no experimento 1 (vacina não-autógena). Em todos os experimentos,

os animais receberam três doses de 3mL, cada uma pela via subcutânea, com

intervalo de sete dias entre as aplicações. A eficácia da imunização foi avaliada por

meio de observações dos animais vacinados no período de 60 dias após a última

aplicação.

4.3.2. Homeopatia e fitoterapia

Foram utilizados 54 bovinos, entre mestiços e holandeses, sendo 10

portadores da papilomatose pedunculada, 39 da forma plana e 05 da forma mista,

de ambos os sexos e com idade variando entre 12 a 96 meses, alguns com histórico

de papilomatose disseminada pelo corpo há mais de 10 meses, tendo sido tratados

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com medicamentos alopáticos e auto-hemoterapia sem sucesso há mais de 6

meses.

Os animais foram divididos aleatoriamente em três grupos com 18 bovinos

cada. O grupo 1 não recebeu nenhum tipo de tratamento (grupo controle). O grupo

2, constituído pelos animais tratados homeopaticamente, recebeu três doses de

Thuya occidentalis na dinamização milesimal, por via oral, com intervalo de 30 dias

no volume de 20 mL, 15 mL e 10 mL, respectivamente. Os animais do grupo 3

receberam tratamento fitoterápico com tintura-mãe de Thuya occidentalis, através de

pulverizações no local das lesões, totalizando três doses com intervalo de 30 dias

entre as aplicações (MARINS et al., 2003c).

A avaliação da eficácia dos tratamentos foi realizada através da observação

clínica mediante um sistema de escore de 0 a 6: ausência de regressão dos

papilomas (0), regressão mínima (2), média (4) e máxima (6). Tais resultados foram

verificados pela análise de variância (ANOVA) referente aos tratamentos

homeopático e fitoterápico, no nível de 1% de probabilidade, seguido pelo teste de

comparação entre médias dos tratamentos (Teste Tukey), no nível de 5% de

probabilidade.

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5. RESULTADOS

5.1. Epidemiologia

5.1.1. Localização das propriedades Dos 3.140 animais analisados, 275 (8,76%) apresentavam clinicamente a

forma clássica da papilomatose cutânea bovina, conforme a tabela 1 e figura 1. Vale

ressaltar que nessa prevalência, relativamente baixa nas regiões estudadas, só

foram computados os casos clínicos. Por essa razão, a prevalência real está

certamente subestimada porque não foram avaliados os casos subclínicos (Figura

2).

De acordo com o número de casos notificados por município, a prevalência

foi maior em Presidente Kennedy - E.S com 22,92% e menor em Campos dos

Goytacazes - R.J com 2,99% (Tabela 2 e figura 3). A prevalência por propriedade

visitada variou de 2,00% a 28,42%.

Das 21 propriedades visitadas, 14 estavam localizadas em 7 municípios do

Estado do Rio de Janeiro com uma prevalência de 9,26% (224/2420) e 7

propriedades localizavam-se em 4 municípios do Estado do Espírito Santo, tendo

uma prevalência de 7,08% (51/720) (Tabela 3 e figura 4).

5.1.2. Perfil dos animais

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42

Avaliando os 275 animais positivos clinicamente para o BPV, de acordo com

as raças, encontramos uma maior prevalência para os animais Pardo-suíço, 33,33%

(12/36), seguidos da raça Limousin, 11,11% (2/18), Mestiços (Bos taurus taurus x

Bos taurus indicus), 9,55% (167/1753), Girolanda, 9,09% (4/44), Holandesa, 7,10%

(88/1240) e Jersey, com 4,08% (2/49) (Figura 5 A).

Com relação à idade, os animais com 8 a 12 meses obtiveram maior

prevalência, 13,00% (91/700), seguidos dos animais com 4 a 8 meses 12,68%

(88/694), 12 a 36 meses, 9,40% (71/755), 36 a 60 meses, 2,76% (13/471), 60 a 84

meses, 2,25% (7/311) e 84 a 108 meses, com 2,39% (5/209) (Figura 5 B).

Quanto ao sexo, os machos foram os mais acometidos apresentando uma

prevalência de 16,45% (88/535) e as fêmeas, 7,18% (187/2605) (Figura 5 C).

Segundo a forma dos papilomas, encontramos maior prevalência nos

animais que apresentavam a forma mista (plana e pedunculada) com 40,00%

(110/275), seguido da forma pedunculada, com 34,18% (94/275) e da forma plana,

25,82% (71/275) (Figura 5 D). Estes resultados estão melhor representados na

tabela 4.

5.1.3. Distribuição percentual dos papilomas, segundo o sexo, nas diferentes regiões corpóreas do bovino. Conforme a tabela 5, o maior percentual de distribuição de papilomas em

machos e fêmeas constitui-se na região da barbela com 22,46% e 20,64%,

respectivamente (Figura 21). Por outro lado, o menor percentual foi observado na

região ventral, com 0,62% para os machos e 0,58% para as fêmeas (Figura 6).

Segundo a tabela 6, o antímero esquerdo (53,85% e 52,62%) e a região

anterior (84,31% e 80,38%) apresentavam um maior acometimento de tecido

verrucoso tanto em machos quanto em fêmeas, respectivamente (Figura 7).

5.1.4. Distribuição percentual dos papilomas, segundo a forma, nas diferentes regiões corpóreas do bovino.

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43

Verifica-se, pela tabela 7, que os bovinos de ambos os sexos apresentavam

maior prevalência de papilomas na região da barbela da forma pedunculada

(25,37%), misto (20,10%) e plana (17,67%). Em contraste, o menor percentual

observado na região ventral constituiu-se de papilomas planos (0,75%), mistos

(0,74%) e pedunculados (0,29%) (Figura 8, 18 e 20).

Segundo a tabela 8, as lesões da forma plana, mista e pedunculada

acometeram os animais no antímero esquerdo em 55,64%, 53,19% e 51,03%,

respectivamente. A maioria das lesões da forma pedunculada, mista e plana,

encontravam-se na região anterior dos animais com 84,96%, 80,88% e 78,57%,

respectivamente (Figura 9 e 25).

5.1.5. Distribuição percentual dos papilomas, segundo a raça, nas diferentes regiões corpóreas do bovino.

Com relação à tabela 9, a maior distribuição percentual dos papilomas

quanto aos animais Mestiços e Holandeses constituiu-se na região da barbela, com

25,51% e 17,91%, respectivamente. Em contraste, na região do pescoço, foram

acometidos 36,36% dos animais da raça Girolanda e 9,84% da raça Pardo-Suíço.

Os animais da raça Limousin apresentavam lesões na cabeça, pescoço,

barbela e paleta com 20,00%. Já 50,00% dos animais da raça Jersey apresentavam

tumorações na cabeça e barbela (Figura 10).

Conforme a tabela 10, as lesões papilíferas acometeram o antímero

esquerdo e a região anterior em 54,55% e 100,00% dos animais da raça Girolanda,

60,00% e 80,00% dos Limousin e 50,00% e 100,00% dos Jersey, 53,91% e 87,24%

dos Mestiços, 52,38%, 77,55% dos Holandeses e 50,82% e 62,30% dos Pardo-

Suíços, respectivamente (Figura 11).

5.1.6. Distribuição percentual dos papilomas, segundo a faixa etária, nas diferentes regiões corpóreas do bovino.

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44

Conforme a tabela 11, os animais mais acometidos se encontravam na faixa

etária de 4 a 60 meses, apresentando maior predileção na região da barbela,

enquanto 8,33% dos animais com idade de 60 a 84 meses apresentaram lesões nos

olhos, paleta, flanco, genitália e membros posteriores. Entre os animais com idade

de 84 a 108 meses, 12,20% apresentaram um percentual de lesões na região da

paleta e flanco (Figura 12, 15 e 19).

A respeito da tabela 12, observou-se uma similaridade nos antímeros em

todos as idades analisadas e uma predileção de 81,64% para a região anterior

(Figura 13).

5.2. Diagnóstico 5.2.1. Clínico

No nosso estudo, os animais acometidos apresentavam papilomas como

massas neoplásicas de diferentes tamanhos, coloração e consistência, algumas

apresentando pêlos em sua superfície, demonstrando sinais característicos de

papilomas (Figura 14, 16 e 17). Alguns papilomas se localizavam próximos de

carrapatos (Figura 22) e outros, traumatizados, eram porta de entrada para

infecções secundárias (Figura 23). Em algumas propriedades, pode-se constatar

trabalhadores rurais apresentando lesões semelhantes ao BPV (Figura 24).

5.2.2. Exame histopatológico

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45

O aspecto microscópico foi caracterizado por hiperplasia das células

epiteliais, acantose, hiperqueratose e paraqueratose (Figura 32). Observou-se

grande projeção da epiderme para dentro da derme, através das protrusões

alongadas, bem como vacuolização citoplasmática no estrato granuloso (Figura 33 e

34), com presença de grânulos de queratohialina (Figura 35) Foi possível também a

observação do efeito citopático viral (Figura 36) e folículos poliposos imersos em

dermas hiperplásicos caracterizando a forma plana do papiloma (Figura 37). Após

tratamento com vacina autógena, observou-se regressão das lesões caracterizada

pela cariólise (Figura 38) e pelo tecido epitelial próximo à normalidade (Figura 39).

5.3. Tratamentos 5.3.1. Vacina inativada

Nos animais vacinados dos experimentos 1 (Figura 26 e 27) e 3 (Figura 30 e

31), a regressão das verrugas teve início após a segunda aplicação da vacina

autógena inativada e notou-se, 15 dias após a última aplicação da vacina, a

degeneração progressiva do tecido verrucoso, evoluindo para o desprendimento dos

papilomas.

No experimento 2 (Figura 28 e 29), a regressão das verrugas teve início 30

dias após a última aplicação nos animais vacinados, obtendo, aos 45 dias, a

recuperação completa, juntamente com o crescimento dos pêlos. Entre os animais

não vacinados, não foi observado nenhuma regressão e/ou alteração das

características dos papilomas nos três experimentos.

5.3.1.1. Preparação das vacinas

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O protocolo de preparação desenvolvido no nosso trabalho baseou-se na

elaboração das vacinas descritas na literatura, no entanto algumas modificações

foram acrescidas, o que propiciou uma confecção de maneira fácil e simples,

atendendo às necessidades de controle de qualidade e segurança da solução, por

terem sido realizados os testes de inocuidade e esterilidade.

5.3.1.2. Imunização dos animais

No que se refere aos programas de imunização, a vantagem do nosso

trabalho é que foram utilizadas somente três doses no volume de 3mL da vacina, via

subcutânea, com intervalo de sete dias entre as aplicações.

5.3.1.3. Resultados

Dos 124 bovinos analisados nos três experimentos, obtivemos os seguintes

resultados ao final de 60 dias de observação: nos animais controle, correspondentes

ao grupo 1 dos experimentos, não houve cura espontânea. No grupo 2 dos

respectivos experimentos 1 (16/16), 2 (40/40) e 3 (9/9), 100% dos animais vacinados

apresentaram cura completa.

5.3.2 Homeopatia e fitoterapia

Dos 54 bovinos analisados, obtivemos os seguintes resultados ao final de 90

dias de observação: no grupo 1 (animais controle), 16,66% (3/18) dos animais

apresentaram regressão espontânea média (escore 4).

No grupo 2 (animais tratados com homeopatia), 61,11% (11/18) dos animais

apresentaram cura completa (escore 6). No grupo 3 (animais tratados com

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fitoterapia), 50,00% (9/18) dos animais apresentaram recuperação completa (escore

6).

Analisando estatisticamente pelo Delineamento Inteiramente Casualizado

(DIC), observamos que existe pelo menos um tratamento que difere dos demais

quanto à resposta de diminuição e/ou cura das lesões provocadas pelo

papilomavírus no nível de 1% de probabilidade, conforme demonstrado no quadro 1.

E observando o quadro 2, pelo teste F, verificou-se que as médias de tratamentos

seguidas de uma mesma letra não diferem entre si, no nível de 5% de probabilidade,

pelo teste Tukey.

Quadro 1. Análise de variância referente aos tratamentos homeopáticos e fitoterápicos. ** Significativo no nível de 1% de probabilidade.

Fonte de Variação

Graus de Liberdade

Quadrado Médio

F

Tratamentos 2 54,00 7,91**Resíduos 51 6,83 Total 53

Quadro 2. Teste de Comparação entre médias dos tratamentos

Tratamento Escore

Médio Controle 0,67 a Homeopatia 3,67 b Fitoterapia 3,00 b

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Cardoso Moreira Guaçuí

Figura 1: Distribuição geográfica dos municípios dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo clinicamente positivos para BPV

48

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49

Tabela 1: Casos notificados de papilomatose cutânea bovina por propriedade em municípios dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo

Propriedade Município/Estado Nº de animais avaliados

Nº de animais doentes

% animais doentes

A São Francisco de Itabapoana/RJ 190 54 28,42 B São Francisco de Itabapoana/RJ 146 32 21,92 C São Francisco de Itabapoana/RJ 90 6 6,67 D São Francisco de Itabapoana/RJ 100 3 3,00 E São Fidelis/RJ 200 7 3,50 F São Francisco de Itabapoana/RJ 240 5 2,08 G São Fidelis/RJ 35 6 17,14 H Cardoso Moreira/RJ 240 17 7,08 I Quissamã/RJ 62 7 11,29 J Campos/RJ 67 3 4,48 K Campos/RJ 100 2 2,00 L Duas Barras/RJ 80 5 6,25 M São João da Barra/RJ 70 2 2,86 N São João da Barra/RJ 800 75 9,38 O São José do Calçado/ES 250 14 5,60 P Bom Jesus do Norte/ES 50 3 6,00 Q Bom Jesus do Norte/ES 48 2 4,17 R Presidente Kennedy/ES 48 11 22,92 S Guaçuí/ES 38 2 5,26 T Guaçuí/ES 156 11 7,05 U Guaçuí/ES 130 8 6,15

Total 21 prop./11 munic./2 estados 3140 275 8,76

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

% a

nim

ais

doen

tes

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U

Propridades

Figura 2: Casos notificados de papilomatose cutânea bovina por propriedade em

municípios dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

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50

Tabela 2: Casos notificados de papilomatose cutânea bovina por município nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo

Município/Estado Nº de

propriedades por município

Nº de animais avaliados

Nº de animais doentes

% animais doentes

São Francisco de Itabapoana/RJ 5 766 100 13,05 São Fidelis/RJ 2 235 13 5,53 Quissamã/RJ 1 62 7 11,29 Campos/RJ 2 167 5 2,99 Duas Barras/RJ 1 80 5 6,25 São João da Barra/RJ 2 870 77 8,85 Cardoso Moreira/RJ 1 240 17 7,08 São José do Calçado/ES 1 250 14 5,60 Bom Jesus do Norte/ES 2 98 5 5,10 Guaçuí/ES 3 324 21 6,48 Presidente Kennedy/ES 1 48 11 22,92

Total 21 3140 275 8,76

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

% a

nim

ais

doen

tes

São

Fra

ncis

co d

eIta

bapo

ana/

RJ

São

Fid

elis

/RJ

Qui

ssam

ã/R

J

Cam

pos/

RJ

Dua

s B

arra

s/R

J

São

Joã

o da

Bar

ra/R

J

Car

doso

Mor

eira

/RJ

São

Jos

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Cal

çado

/ES

Bom

Jes

us d

oN

orte

/ES

Gua

çuí/E

S

Pre

side

nte

Ken

nedy

/ES

Municípios /Estados

Figura 3: Casos notificados de papilomatose cutânea bovina por município nos

Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

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51

Tabela 3: Casos notificados de papilomatose cutânea bovina nos Estados Rio de Janeiro e Espírito Santo

Estados Nº de propriedades por

município Nº de animais

avaliados Nº de animais

doentes % animais doentes

Rio de Janeiro 14 2420 224 9,26 Espírito Santo 7 720 51 7,08 Total 21 3140 275 8,76

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

% animais doentes

Rio de Janeiro Espírito Santo

Estados

Rio deJaneiro

EspíritoSanto

Figura 4: Casos notificados de papilomatose cutânea bovina nos Estados do

Rio de Janeiro e Espírito Santo.

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52

Tabela 4: Caracterização do perfil dos animais portadores de papilomatose cutânea bovina

Parâmetros Nº de animais avaliados

Nº de animais doentes % animais doentes

Raça

Mestiços 1753 167 9,53 Holandesa 1240 88 7,10 Pardo Suiço 36 12 33,33 Girolanda 44 4 9,09 Limousin 18 2 11,11 Jersey 49 2 4,08

Idade

4 - 8 meses 694 88 12,68 8 - 12 meses 700 91 13,00 12 - 36 meses 755 71 9,40 36 - 60 meses 471 13 2,76 60 - 84 meses 311 7 2,25 84 - 108 meses 209 5 2,39

Sexo

Fêmea 2605 187 7,18 Macho 535 88 16,45

Forma

Plana 275 71 25,82 Pedunculada 275 94 34,18 Mista 275 110 40,00

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53

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

% a

nim

ais

doen

tes

Mes

tiços

Hol

ande

sa

Par

do S

uiço

Giro

land

a

Lim

ousi

n

Jers

ey

Raça

Figura 5 A: Caracterização do perfil dos animais portadores de papilomatose

cutânea bovina, segundo a raça.

0,00

4,00

8,00

12,00

16,00

% a

nim

ais

doen

tes

4-8meses

8-12meses

12 - 36meses

36 - 60meses

60 - 84meses

84 - 108meses

Idade

Figura 5 B: Caracterização do perfil dos animais portadores de papilomatose

cutânea bovina, segundo a faixa etária.

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54

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

% a

nim

ais

doen

tes

Fêmea Macho

Sexo

Figura 5 C: Caracterização do Perfil dos animais portadores de papilomatose cutânea bovina, segundo o sexo.

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

% a

nim

ais

doen

tes

Plana Pedunculada Mista

Forma do Papiloma

Figura 5 D: Caracterização do perfil dos animais portadores de papilomatose

cutânea bovina, segundo a forma dos papilomas.

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Tabela 5: Distribuição percentual dos papilomas, segundo o sexo, nas diferentes regiões corpóreas do bovino

Localização

Macho

% Macho

Fêmea

% Fêmea

Total

% Total

Cabeça 18 5,54 55 7,99 73 7,21Olhos 18

5,54 48 6,98 66 6,52Base do chifre 5 1,54 7 1,02 12 1,18Focinho 13 4,00 33 4,80 46 4,54Orelha 23 7,08 38 5,52 61 6,02Pescoço 49 15,08 82 11,92 131 12,93Barbela 73 22,46 142 20,64 215 21,22Paleta 36 11,08 59 8,58 95 9,38Costela 29 8,92 57 8,28 86 8,49Membro anterior 10 3,08 32 4,65 42 4,15Flanco 8 2,46 22 3,20 30 2,96Anca 11 3,38 18 2,62 29 2,86Cauda 11 3,38 21 3,05 32 3,16Genitália 4 1,23 16 2,33 20 1,97Úbere 0 0,00 22 3,20 22 2,17Membro posterior 12 3,69 21 3,05 33 3,26Perianal 3 0,92 11 1,60 14 1,38Ventre 2 0,62 4 0,58 6 0,59

Total

325

100,00

688

100,00

1013

100,00

55

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0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

% a

nim

ais

doen

tes

Cabeça Olhos Ba. dochifre

Focinho Orelha Pescoço Barbela Paleta Costela Membroanterior

Flanco Anca Cauda Genitália Úbere Membroposterior

Perianal Ventre

Localização

Macho

Fêmea

Figura 6: Distribuição percentual dos papilomas, segundo o sexo, nas diferentes regiões corpóreas do bovino.

56

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57

Tabela 6: Distribuição percentual dos papilomas, segundo o sexo, por antímero e por região

Localização

Macho

% Macho

Fêmea

% Fêmea

Total

% Total

Antímero Esquerdo 175 53,85 362 52,62 537 53,01 Antímero Direito 150 46,15 326 47,38 476 46,99 Total

325

100,00

688

100,00

1013

100,00

Região Anterior 274 84,31 553 80,38 827 81,64 Região Posterior 51 15,69 135 19,62 186 18,36 Total

325

100,00

688

100,00

1013

100,00

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

% a

nim

ais

doen

tes

A Esquer. A Direito. R.Anterior R.Posterior

Localização

MachoFêmea

Figura 7: Distribuição percentual dos papilomas, segundo o sexo, por antímero e por região.

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Tabela 7: Distribuição percentual dos papilomas, segundo a forma, nas diferentes regiões corpóreas do bovino

Localização

Plana

% Plana

Pedunculada

% Pedunculada

Mista

% Mista

Total

% Total

Cabeça 17 6,39 22 6,49 34 8,33 73 7,21Olhos 27

10,15 16 4,72 23 5,64 66 6,52Base do chifre 5 1,88 2 0,59 5 1,23 12 1,18Focinho 16 6,02 7 2,06 23 5,64 46 4,54Orelha 18 6,77 17 5,01 26 6,37 61 6,02Pescoço 19 7,14 71 20,94 41 10,05 131 12,93Barbela 47 17,67 86 25,37 82 20,10 215 21,22Paleta 23 8,65 19 5,60 53 12,99 95 9,38Costela 29 10,90 33 9,73 24 5,88 86 8,49Membro anterior 8 3,01 15 4,42 19 4,66 42 4,15Flanco 12 4,51 7 2,06 11 2,70 30 2,96Anca 6 2,26 8 2,36 15 3,68 29 2,86Cauda 6 2,26 11 3,24 15 3,68 32 3,16Genitália 8 3,01 5 1,47 7 1,72 20 1,97Úbere 7 2,63 6 1,77 9 2,21 22 2,17Membro posterior 8 3,01 11 3,24 14 3,43 33 3,26Perianal 8 3,01 2 0,59 4 0,98 14 1,38Ventre 2 0,75 1 0,29 3 0,74 6 0,59 Total

266

100,00

339

100,00

408

100,00

1013

100,00

58

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0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

% a

nim

ais

doen

tes

Cabeça Olhos Ba. dochifre

Focinho Orelha Pescoço Barbela Paleta Costela Membroanterior

Flanco Anca Cauda Genitália Úbere Membroposterior

Perianal Ventre

Localização

Plano

Pedunculado

Misto

Figura 8: Distribuição percentual dos papilomas, segundo a forma, nas diferentes regiões corpóreas do bovino.

59

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60

Tabela 8: Distribuição percentual dos papilomas, segundo a forma, por antímero e por região

Localização

Plano

% Plano

Pedunculado

% Pedunculado

Misto

% Misto

Total

% Total

Antím. Esquerdo 148 55,64 173 51,03 217 53,19 538 53,11 Antím. Direito 118 44,36 166 48,97 191 46,81 475 46,89 Total

266

100,00

339

100,00

408

100,00

1013

100,00

Região Anterior 209 78,57 288 84,96 330 80,88 827 81,64 Região Posterior 57 21,43 51 15,04 78 19,12 186 18,36 Total

266

100,00

339

100,00

408

100,00

1013

100,00

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

% a

nim

ais

doen

tes

A Esquer. A Direito. R.Anterior R.Posterior

Localização

Plano

Pedunculada

Mista

Figura 9: Distribuição percentual dos papilomas, segundo a forma, por antímero e

por região.

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Tabela 9: Distribuição percentual dos papilomas, segundo a raça, nas diferentes regiões corpóreas do bovino

Localização

Mestiço

% Mestiço

Holandesa

% Holandesa

Pardo Suíço

% Pardo Suíço

Girolanda

% Girolanda

Limousin

% Limousin

Jersey

% Jersey

Total

% Total

Cabeça 33 6,79 30 6,80 4 6,56 2 18,18 2 20,00 2 50,00 73 7,21Olhos

26 5,35 35 7,94 5 8,20 0 0,00 0 0,00 0 0,00 66 6,52B. do chifre 8 1,65 4 0,91 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 12 1,18Focinho 23 4,73 20 4,54 3 4,92 0 0,00 0 0,00 0 0,00 46 4,54Orelha 31 6,38 27 6,12 3 4,92 0 0,00 0 0,00 0 0,00 61 6,02Pescoço 62 12,76 57 12,93 6 9,84 4 36,36 2 20,00 0 0,00 131 12,93Barbela 124 25,51 79 17,91 5 8,20 3 27,27 2 20,00 2 50,00 215 21,22Paleta 49 10,08 38 8,62 5 8,20 1 9,09 2 20,00 0 0,00 95 9,38Costela 46 9,47 35 7,94 4 6,56 1 9,09 0 0,00 0 0,00 86 8,49M. anterior 22 4,53 17 3,85 3 4,92 0 0,00 0 0,00 0 0,00 42 4,15Flanco 8 1,65 16 3,63 5 8,20 0 0,00 1 10,00 0 0,00 30 2,96Anca 14 2,88 9 2,04 5 8,20 0 0,00 1 10,00 0 0,00 29 2,86Cauda 12 2,47 16 3,63 4 6,56 0 0,00 0 0,00 0 0,00 32 3,16Genitália 6 1,23 11 2,49 3 4,92 0 0,00 0 0,00 0 0,00 20 1,97Úbere 5 1,03 15 3,40 2 3,28 0 0,00 0 0,00 0 0,00 22 2,17M.posterior 9 1,85 21 4,76 3 4,92 0 0,00 0 0,00 0 0,00 33 3,26Perianal 5 1,03 9 2,04 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 14 1,38Ventre 3 0,62 2 0,45 1 1,64 0 0,00 0 0,00 0 0,00 6 0,59 Total

486

100,00

441

100,00

61

100,00

11

100,00

10

100,00

4

100,00

1013

100,00

61

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0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

% a

nim

ais

doen

tes

Cabeça Olhos Ba. dochifre

Focinho Orelha Pescoço Barbela Paleta Costela Membroanterior

Flanco Anca Cauda Genitália Úbere Membroposterior

Perianal Ventre

Localização

MestiçoHolandesaPardo SuíçoGirolandaLimousinJérsey

Figura 10: Distribuição percentual dos papilomas, segundo a raça, nas diferentes regiões corpóreas do bovino.

62

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63

Tabela 10: Distribuição percentual dos papilomas, segundo a raça, por antímero e por região

Localizaç .

Mestiço

% Mestiç

o Holand

esa

%Holande sa

Pardo Suíço

% Pardo Suiço

Girolan da

% Giro landa

Limou

sin

% Limou

sin Jér sey

% Jérsey Total

% Total

A Esquerdo 262 53,91 231 52,38 31 50,82 6 54,55 6 60,00 2 50,00 538 53,11A Direito 224 46,09 210 47,62 30 49,18 5 45,45 4 40,00 2 50,00 475 46,89 Total

486

100,00 441

100,00 61

100,00 11

100,00 10

100,00 4

100,00 1013

100,00

R.Anterior 424 87,24 342 77,55 38 62,30 11 100,00 8 80,00 4 100,00 827 81,64R.Posterior 62 12,76 99 22,45 23 37,70 0 0,00 2 20,00 0 0,00 186 18,36 Total

486

100,00

441

100,00

61

100,00

11

100,00

10

100,00

4

100,00

1013

100,00

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

% d

e am

inai

s do

ente

s

% M

estiç

o

%H

olan

desa

%P

ardo

Sui

ço

%G

irola

nda

% L

imou

sin

%Jé

rsey

Localização

A Esquer.

A Direito.

R.Anterior

R.Posterior

Figura 11: Distribuição percentual dos papilomas, segundo a raça, por antímero e

por região.

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Tabela 11: Distribuição percentual dos papilomas, segundo a faixa etária, nas diferentes regiões corpóreas do bovino

Localização

4-8 m

% 4-8 m.

8-12 m.

% 8-12 m.

12-36 m.

% 12-36 m.

36-60 m.

% 36-60 m.

60-84 m.

% 60-84 m.

84-108 m.

% 84-108 m.

Total

% Total

Cabeça 21 10,50 24 8,28 18 5,61 6 5,31 2 4,17 2 4,88 73 7,21Olhos

14 7,00 19 6,55 21 6,54 7 6,19 4 8,33 1 2,44 66 6,52B. chifre 4 2,00 3 1,03 5 1,56 0 0,00 0 0,00 0 0,00 12 1,18Focinho 5 2,50 14 4,83 19 5,92 5 4,42 2 4,17 1 2,44 46 4,54Orelha 14 7,00 11 3,79 22 6,85 11 9,73 3 6,25 0 0,00 61 6,02Pescoço 28 14,00 39 13,45 45 14,02 12 10,62 3 6,25 4 9,76 131 12,93Barbela 63 31,50 69 23,79 64 19,94 13 11,50 3 6,25 3 7,32 215 21,22Paleta 17 8,50 28 9,66 30 9,35 11 9,73 4 8,33 5 12,20 95 9,38Costela 13 6,50 34 11,72 22 6,85 10 8,85 3 6,25 4 9,76 86 8,49M.anterior 6 3,00 15 5,17 9 2,80 7 6,19 2 4,17 3 7,32 42 4,15Flanco 0 0,00 4 1,38 10 3,12 7 6,19 4 8,33 5 12,20 30 2,96Anca 2 1,00 5 1,72 12 3,74 3 2,65 3 6,25 4 9,76 29 2,86Cauda 3 1,50 8 2,76 12 3,74 3 2,65 3 6,25 3 7,32 32 3,16Genitália 0 0,00 4 1,38 6 1,87 5 4,42 4 8,33 1 2,44 20 1,97Úbere 7 3,50 3 1,03 6 1,87 3 2,65 1 2,08 2 4,88 22 2,17M.posterior 3 1,50 7 2,41 11 3,43 6 5,31 4 8,33 2 4,88 33 3,26Perianal 0 0,00 2 0,69 6 1,87 3 2,65 2 4,17 1 2,44 14 1,38Ventre 0 0,00 1 0,34 3 0,93 1 0,88 1 2,08 0 0,00 6 0,59 Total

200

100,00

290

100,00

321

100,00

113

100,00

48

100,00

41

100,00

1013

100,00

64

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0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

% a

nim

ais

doen

tes

Cabeça Olhos Ba. dochifre

Focinho Orelha Pescoço Barbela Paleta Costela Membroanterior

Flanco Anca Cauda Genitália Úbere Membroposterior

Perianal Ventre

Localização

4 - 8 meses

8-12 meses

12 - 36 meses

36 - 60 meses

60 - 84 meses

84 - 108 meses

Figura 12: Distribuição percentual dos papilomas, segundo a faixa etária, nas diferentes regiões corpóreas do bovino.

65

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66

Tabela 12: Distribuição percentual dos papilomas, segundo a faixa etária em meses, por antímero e por região.

Localização

4-8

%

4-8

8-12

% 8-12

12-36

% 12-36

36-60

% 36-60

60-84

% 60-84

84-108

% 84-108

Total

% Total

A Esquerdo 104 53,61 154 53,85 166 53,21 64 51,20 29 52,73 21 51,22 538 53,11A Direito 90 46,39 132 46,15 146 46,79 61 48,80 26 47,27 20 48,78 475 46,89 Total

194

100,00

286

100,00

312

100,00

125

100,00

55

100,00

41

100,00

1013

100,00

R.Anterior 185 92,50 256 88,28 255 79,44 82 72,57 26 54,17 23 56,10 827 81,64R.Posterior 15 7,50 34 11,72 66 20,56 31 27,43 22 45,83 18 43,90 186 18,36 Total

200

100,00

290

100,00

321

100,00

113

100,00

48

100,00

41

100,00

1013

100,00

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

% a

nim

ais

doen

tes

% 4

-8 m

eses

% 8

-12

mes

es

% 1

2-36

mes

es

%36

-60

mes

es

%60

-84

mes

es

%84

-108

mes

es

Faixa Etária

A Esquer.

A Direito.

R.Anterior

R.Posterior

Figura 13: Distribuição percentual dos papilomas, segundo a faixa etária em meses, por antímero e por região.

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67

Figura 14: Papilomas planos e pedunculados em toda região anterior do animal. Figura15: Papilomas aderidos à pele medindo poucos centímetros de diâmetro apresentando coloração escura localizada ao redor dos olhos.

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68

Figura 16: Papilomatose cutânea bovina - Papilomas planos com tonalidade rósea localizados no úbere e nas tetas. Figura 17: Papilomas pendurados no focinho.

H J L H

O P S Q RO S T

R

P T

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69

Figura 18: Papilomas localizados na região da base da orelha. Figura 19: Papilomas localizados na base da cauda.

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70

Figura 20: Papilomas pedunculados similares a forma de “couve-flor”, medindo vários centímetros de diâmetro com coloração escura acinzentada. Figura 21:Papilomas localizados na região perianal

J L M O P N S Q S O TP

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71

H Figura 22: Papiloma peduncular próximo de carrapatos. Figura 23: Verruga traumatizada com presença de miíase e mosca.

J

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72

Figura 24:Trabalhador rural apresentando lesão verrucosa em uma fazenda com bovinos portadores da papilomatose. Figura 25: Bovino apresentando papiloma na forma plana.

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73

Figura 26: Experimento 1 – São Francisco do Itabapoana: Bovino portador de papilomas na região da barbela antes de ter sido submetido ao tratamento com vacina autógena. Figura 27: Mesmo animal 15 dias após a última aplicação da vacina autógena.

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74

Figura 28: Experimento 2 – São João da Barra: Bovino portador de papilomas na região da barbela antes de ter sido submetido ao tratamento com vacina não-autógena. Figura 29: Mesmo animal 30 dias após a última aplicação da vacina não-autógena.

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75

Figura 30: Experimento 3 – Cardoso Moreira: Bovino portador de papilomas na região da cabeça antes de ter sido submetido ao tratamento com vacina autógena. Figura 31: Mesmo animal 15 dias após a última aplicação da vacina autógena.

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76

D

E

H

Figura 32: Histopatologia - Crescimento dermal acompanhando (→) a hiperqueratose e acantose acentuada. Obj. 10x. H&E. Figura 33: Histopatologia - Vacuolização citoplasmática caracterizada pela (→) degeneração balonosa no estrato granuloso. Presença de (→) hiperqueratose paraqueratótica. Obj. 40x. H&E.

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77

N

← M O

Figura 34: Histopatologia - Microscopia do estrato espinhoso (→) caracterizado pela presença de desmososmas. Obj. 40X. H&E. Figura 35: Histopatologia - Camada granulosa evidenciando grânulos de queratohialina (→). Obj. 40X, H&E.

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78

Figura 36: Histopatologia - Na Camada Espinhosa observa-se (→) o efeito citopático viral onde o citoplasma eosinofílico normal é substituído por um citoplasma basofílico pálido. Obj. 10x. H&E. Figura 37: Microscopicamente observa-se folículos poliposos (→) imersos em dermas hiperplásicos de bovino portador de lesão verrucosa plana. Obj. 10x, H&E.

M N

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79

Figura 38: Histopatologia - Hiperqueratose ortoqueratótica devido a um estágio de regressão sem crescimento do estrato córneo ocorrendo franca cariólise (→) e presença de papilas dérmicas com vestígios da camada dérmica. Obj.10x, H&E. Figura 39: Regularidade da disposição das papilas dérmicas quanto a altura e espessura mostrando próximo a normalidade (→) após 30 dias de tratamento com vacina autógena . Obj. 4x. H&E.

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6. DISCUSSÃO 6.1. Epidemiologia

6.1.1. Localização das propriedades

A papilomatose cutânea, freqüentemente diagnosticada em bovinos, tem

acrescido sua importância, devido à freqüência com que surge nas propriedades.

Nossos dados confirmam relatos de CORRÊA e CORRÊA (1992) sobre a existência

de poucos casos em algumas propriedades, sendo que, em outras, é possível

encontrar uma maior porcentagem de bovinos acometidos.

Cerca de 60% do rebanho brasileiro está contaminado por, pelo menos, um,

dos seis tipos de vírus da papilomatose bovina. Isso significaria que 100,5 milhões

de cabeças, de um total de 167,5 milhões, estariam contaminadas (STOCCO DOS

SANTOS et al., 2003).

Segundo DASSIE (2002), os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo,

estão entre os de maior incidência da doença. Esses dados refletem a real situação

do campo, afetando principalmente o rebanho leiteiro.

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6.1.2. Perfil dos animais A susceptibilidade de animais com idade inferior a 36 meses vem corroborar

a literatura científica consultada. No nosso trabalho, o maior índice da doença foi

encontrado nos animais que apresentavam idade variando de 8 a 12 meses

(91/700), semelhante ao trabalho de EISA et al., (2000) com 36,62% dos animais

acometidos com menos de um ano de idade.

Conforme CORRÊA e CORRÊA (1992), os papilomavírus bovino não

possuem predileção por sexo ou raça, entretanto, nossos estudos evidenciam que

os bovinos machos mostraram maior predisposição à doença quando comparado às

fêmeas.

No que diz respeito à raça, os animais mestiços e holandeses foram

encontrados em maior número acometidos da doença nas regiões analisadas,

evidenciando um maior acometimento para os animais mestiços, quando

comparados às raças puras.

Com relação à forma das lesões, torna-se inviável a comparação de

resultados, visto que nenhum trabalho anteriormente publicado havia descrito ou

correlacionado as formas dos papilomas. Sendo assim, as lesões em sua maioria

são tanto planas quanto pedunculadas, ou seja, mistas, acometendo grande parte

dos animais.

6.1.3. Distribuição percentual dos papilomas nas diferentes regiões corpóreas dos bovinos.

Tendo em vista a distribuição percentual dos papilomas nas diferentes

regiões corpóreas dos bovinos, foi possível obter um critério de classificação dos

locais de maior predileção do vírus, de acordo com o sexo, forma, raça e faixa etária,

além da análise no antímero esquerdo ou direito e região anterior ou posterior

quanto à incidência das lesões nos animais acometidos. No entanto, não há dados

na literatura científica consultada que possam estabelecer comparações quanto aos

locais mais lesionados.6.2. Diagnóstico

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6.2.1. Clínico O aspecto macroscópico dos papilomas pedunculados e planos foi

semelhante à descrição de GERDES e VAN DER LUGTZ (1991); SANTIN e BRITO

(2003), no entanto tais autores não descrevem papilomas da forma mista.

6.2.2. Exame Histopatológico Microscopicamente, áreas ocasionais de paraqueratose também foram

observadas por HAYWARD et al., (1993), bem como o espessamento do epitélio

escamoso estratificado (hiperqueratose) e a proliferação do estrato espinhoso

(acantose) foram registrados por EISA et al., (2000).

6.3. Tratamentos

6.3.1. Vacina inativada

A vacina autógena ou autovacina, como também é chamada, ou até mesmo

vacina não-autógena, elaborada em nosso trabalho, mostrou-se eficiente no

tratamento da papilomatose bovina devido a alguns aspectos: nas verrugas

coletadas, provavelmente, estavam presentes as cepas que ocorrem na região, pois

a imunidade de uma cepa não confere, necessariamente, imunidade das outras

(BLOOD e RADOSTITS, 1991); às características das proteínas virais mantiveram-

se as mesmas durante o processo de preparação da vacina, estimulando o sistema

imunológico a produzir uma boa resposta humoral e celular. Dessa forma, a

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utilização das vacinas autógenas e não-autógenas é indicada, desde que bem

formuladas no controle da papilomatose bovina em rebanhos acometidos, pois são

capazes de impedir o surgimento de novas lesões causadas pelo mesmo BPV num

rebanho (SMITH, 1990). 6.3.1.1. Preparação das vacinas

O protocolo de preparação da vacina descrito por SSENYONGA et al. (1990)

é semelhante ao utilizado no nosso trabalho, diferindo apenas no intervalo de cada

etapa de formulação, na dosagem dos antibióticos e na ausência dos testes de

esterilidade e inocuidade (MARINS et al., 2003b).

A suspensão de tecidos de verrugas é descrita por diversos autores baseada

em diferentes metodologias, por exemplo: alguns utilizam o hidróxido de alumínio,

outros centrifugam a solução, filtram o sobrenadante e adicionam formalina e

antibióticos, podendo variar a quantidade de tecidos de verrugas (WADHWA et al.,

1995; EISA et al., 2000; RAO et al., 2000).

A preparação, descrita por ZANINI et al., 2003, difere da que é utilizada em

nosso trabalho não só pelo uso do gral com areia estéril para maceração dos

papilomas, como também pelo acréscimo dos antibióticos e, posteriormente, pelo

tratamento com 0,4% de formaldeído.

6.3.1.2. Imunização dos animais Os programas de imunização são realizados por diversos autores variando o

volume de cada administração, o número de doses aplicadas, o intervalo entre as

doses e a via de inoculação.

O presente estudo se contrapõe a idéias de experimentos anteriores, como

os de NDARATHI e MBUTHIA (1994) que utilizavam um volume de 0,1 mL com

intervalos de 15 dias entre as doses com quatro aplicações e os de WADHWA et al.

(1995) e os de VAHIDA e JAYAKUMAR (1999), que aplicaram um volume inicial de

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2 mL, aumentando 1 mL a cada aplicação, intercalando dia sim, dia não, com 12

aplicações em 21 dias, com o volume final foi de 13 mL.

Contrapõe-se também a ZANINI et al (2003), que administraram quatro

doses da vacina, cada uma com 10 mL, por via subcutânea (SC), com intervalo de

10 dias entre as aplicações, quando foram necessários o número de aplicações e

volume administrado superiores aos do nosso trabalho.

De acordo com EISA et al., (2000), cada animal recebeu duas doses de 5

mL cada com intervalo de 10 dias entre as aplicações, via subcutânea. BLOOD e

RADOSTITS (1991) recomendam duas injeções com intervalo de uma a duas

semanas. Bons resultados foram conferidos por WITTMANN (1999) conforme o

esquema de vacinação, via subcutânea, com duas a três aplicações separadas por

um intervalo de 14 dias.

SSENYONGA et al. (1990) inocularam uma dose única de 20 mL de vacina

autógena, via subcutânea, nos animais portadores de lesões papilomatosas.

BEZERRA et al. (1994) aplicaram inicialmente uma dose de 15 mL e uma segunda

dose de 10 mL, também por via subcutânea, sete dias após a primeira imunização.

RAO et al. (2000) administraram seis aplicações de vacina na dosagem de 2mL,

3mL e, assim, sucessivamente, com intervalo de seis dias entre as aplicações.

6.3.1.3. Resultados Comparando o nosso resultado com os demais, podemos verificar que a

vacina produzida foi eficaz em 100% dos animais vacinados e não foi constatado o

aparecimento de novos papilomas durante o período de observação.

Está registrada na literatura, a recuperação de 80 a 85% dos casos em três

a seis semanas, quando as verrugas estão na superfície corporal ou no pênis de

bovinos, e somente 33%, quando as verrugas estão nas tetas (BLOOD e

RADOSTITS, 1991; RAO et al., 2000). A cura, dependendo da fase da papilomatose,

é produzida em 35 a 95% dos casos (BEZERRA et al., 1994; WITTMANN, 1999).

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Entretanto, em alguns casos, não se observa a regressão das lesões (SSENYONGA

et al., 1990).

Segundo alguns autores, a regressão dos papilomas cutâneos pedunculados

é observada em 70% dos animais vacinados (EISA et al., 2000; ZANINI et al.,2003).

Entretanto, o tempo de recuperação variou de 20 para 40 dias nos respectivos

estudos. Os demais animais que haviam sido vacinados e que não responderam a

essa terapia tiveram um agravamento do quadro clínico (ZANINI et al., 2003). A

regressão espontânea das lesões dos animais do grupo controle também não foram

observadas por VEIGA et al., 2000.

Resultados satisfatórios na utilização de vacina não-autógena, juntamente

com diaceturato e associação ao clorobutanol, foram encontrados por SILVA et al.

(2001) e por VERÍSSIMO et al. (2002) na administração de cinco aplicações a cada

sete dias de vacina não-autógena. No entanto, ambos os autores não mencionaram

a dose administrada, nem tampouco o início da regressão dos papilomas.

6.3.2. Homeopatia e fitoterapia O tratamento utilizado, apesar de não promover recuperação total em todos

os animais, naqueles em que não houve cura total, o número de neoplasia diminuiu

consideravelmente. Nos bovinos que responderam ao tratamento, os papilomas

apresentavam-se, inicialmente, desvitalizados, ressequidos e quebradiços, quadro

que evoluiu para seu desprendimento (SILVA et al., 1998).

Os resultados obtidos confirmaram as observações de HAMA et al. (1988),

SILVA et al. (1998); CORRÊA e CORRÊA (1992); MARINS et al. (2003c), nas quais

a melhor resposta aos tratamentos tem sido observada em animais jovens e que os

animais que possuíam papilomas cutâneos pedunculados apresentavam melhores

respostas aos tratamentos, quando comparados àqueles que apresentavam

papilomas planos. A autocura dos animais do grupo controle também foi observada

por BEZERRA et al., 1994.

Um fitoterápico à base de tintura mãe com extrato alcoólico do princípio ativo

da planta medicinal Thuya occidentalis (ROMANOS et al., 2002) é extensivamente

usado na medicina humana para verruga e a recuperação é obtida entre dois a seis

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meses. No gado, a recuperação é mais rápida, cerca de um mês, fato esse,

indicador de que a medicina homeopática pode ser usada para doenças de curso

crônico, apresentando bons resultados através da reabsorção do tecido, além de ser

econômica e de fácil aplicação (RAI et al., 1991; PRAKASH, 1993).

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7. CONCLUSÕES

7.1. Epidemiologia

A prevalência do BPV em nosso trabalho foi de 8,76% (275/3.140),

indicando que a doença apresenta uma incidência relativamente baixa na região.

Entretanto, vale ressaltar que esses valores refletem somente os casos clínicos e,

com isso, subestima a real situação do rebanho ante a doença, já que os animais

subclinicamente afetados não foram computados.

Tendo como base a distribuição percentual dos papilomas nas diferentes

regiões corpóreas dos bovinos, concluímos que a região corpórea mais afetada pelo

papilomavírus, em ambos os sexos e em todas as raças, constitui a barbela, sendo a

forma pedunculada a mais encontrada, que acomete principalmente os animais com

idade de 4 a 36 meses.

Com relação à distribuição percentual por antímero, encontrou-se uma maior

parte das lesões na região anterior (81,64%). De modo geral, isso significa que a

barbela, região mais lesionada nos animais portadores de papilomas, tende a

arrastar no cocho, sendo este um local de fácil disseminação da doença através do

contato indireto.

7.2. Diagnóstico

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Os exames histopatológicos confirmaram os achados clínicos

patognomônicos das neoplasias papilomatosas.

7.3. Tratamento

7.3.1. Vacina inativada

De acordo com nosso protocolo, os resultados obtidos nos experimentos 1 e

3 demonstraram que a vacina autógena inativada foi eficaz no tratamento curativo

da papilomatose cutânea bovina.

No experimento 2, os resultados indicaram que a utilização de vacina não

autógena também mostrou-se eficaz. Entretanto, o início da regressão das lesões

levou mais tempo que a observada nos experimentos 1 e 3.

A boa resposta conferida pela vacina não-autógena atenta para o fato de

que, provavelmente, não há uma grande diversidade de cepas virais na região ou

todas as cepas que ocorrem na região estavam presentes na vacina formulada.

Entretanto, faz-se necessária a realização de estudos futuros para a confirmação

dessa hipótese.

Esses resultados indicam que as três doses promoveram uma expressiva

melhora nas condições imunológicas dos animais, visto que a vacina autógena

mostrou-se eficaz no grupo problema, podendo ser utilizada não somente como

tratamento curativo como também possivelmente no tratamento profilático.

O protocolo desenvolvido pelo nosso laboratório obteve um volume final

(9 mL) inferior àqueles encontrados na literatura, não só pelo número reduzido de

doses (três aplicações) como também pelo volume utilizado em cada administração

(3 mL). Em virtude disso, o uso da vacina inativada em nosso esquema, tem a

vantagem de ser preconizada em condições de campo pela elaboração simples, não

interferindo tanto no manejo de rotina da propriedade, já que o número de doses é

menor. Além disso, devido ao não uso de adjuvante, o que tornou a vacina menos

onerosa, não se observou nenhum tipo de reação inflamatória, caracterizada pelo

aumento de volume no local da aplicação, assim como, pelo fato de a vacina ter sido

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confeccionada com vírus inativado, não apresentou nenhum risco de disseminação

da doença dentro do rebanho.

7.3.2. Homeopatia e fitoterapia

Conclui-se que ambos os tratamentos mostraram eficácia relativa na cura da

papilomatose cutânea bovina, sendo a homeopatia clinicamente, mais eficaz quando

comparada à fitoterapia.

A prática dessas terapêuticas vem crescendo a cada ano em função da

ausência de resíduos tóxicos nos produtos de origem animal, tornando-se uma

exigência para a manutenção da saúde das criações da Pecuária Orgânica,

podendo ser indicada como tratamento alternativo por oferecer inúmeros benefícios

aos pacientes, além de ser econômica e de fácil aplicação.

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8. RECOMENDAÇÕES

Métodos de detecção eficazes e medidas preventivas e curativas são

absolutamente imprescindíveis nessa batalha contra o vírus. Evidências cada vez

mais fortes da sua participação na gênese do Sarcóide Eqüino e Felino, como

também no Carcinoma de Células Escamosas, têm sido motivo de estudo para

muitos pesquisadores da área de virologia.

Diante do exposto, fica patente que a continuidade dos estudos, não

somente nas micro-regiões citadas neste trabalho, é essencial para o conhecimento

da epidemiologia e do tratamento dos papilomavírus entre os bovinos e em outras

espécies de animais.

Faz-se necessária a confirmação da hipótese de uma reposta humoral e

citomediada nos animais submetidos aos diferentes tratamentos utilizados, bem

como a caracterização das cepas virais existentes na região através das avançadas

técnicas de biologia molecular.

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10. APÊNDICES

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Apêndice A: Ficha da propriedade

Nome da Propriedade:............................................................. Data:......................

Localidade:..............................................................................................................

Nome do Proprietário:.............................................................................................

Tipo de Pecuária: Leiteira ( ) Corte ( )

Número total de bovinos:.........................................

Número de bovinos com papilomas:........................

Vacinação: raiva ( ) manqueira ( ) brucelose ( ) tuberculose ( ) febre aftosa ( )

Tratamento: endoparasitos: sim ( ) não ( )

ectoparasitos: sim ( ) não ( )

Alimentação:.............................................................

Observações:.......................................................................................................

.............................................................................................................................

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Apêndice B: Ficha clínica para acompanhamento do animal portador de papilomas

Direito Esquerdo

Data:.......................................... Local:................................................................

Número do animal: ....................Nome do animal:...............................................

Sexo: fêmea ( .) macho ( ..) Idade:......................Raça:...............................

Forma do papiloma: plana ( . ) pedunculada ( ..) mista ( )

Utilizou algum tratamento: sim ( ) não ( ) Qual(is):..................................

Duração do tratamento:........................................................................................

Tempo estimado que o animal apresenta as lesões:...........................................

Número da(s) foto(s):............................................................................................

Legenda: Localização dos papilomas segundo a posição dorso-caudal do bovino

1. Cabeça 10. Membros Anteriores

2. Olhos 11. Flanco

3. Base do Chifre 12. Anca

4. Focinho 13. Cauda

5. Orelha 14. Genitália

6. Pescoço 15. Úbere

7. Barbela 16. Membros Posteriores

8. Paleta 17. Perianal

9. Costelas 18. Ventre