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Epilepsia de Ausência da Infância (EAI) O que é Epilepsia de Ausência da Infância (EAI)? A Epilepsia de Ausência da Infancia é uma epilepsia generalizada idiopática ligada a idade, tem início entre 4 e 10 anos, com pico de início entre 5-7 anos, com uma forte predisposição genética, caracterizada por crises epilépticas leves, de curta duração, frequentes, de apresentação monótona, ocorre geralmente várias vezes ao dia, caracterizadas por uma ruptura do contato completo, que não alteram o desenvolvimento mental e psicológico do paciente e desaparece espontaneamente antes dos 12 anos sem recidiva. As crises de ausência constituem-se por lapsos de consciência que, em geral, duram de 5 a 20 segundos , por vezes associada a movimentos da face, olhos e parece que a pessoa está distraída. O paciente fica olhando para o nada e pode virar os olhos , embora seja capaz de retomar normalmente sua atividade depois do episódio . Essas crises costumam ocorrer na infância, desaparecendo por volta da adolescência . E mais freqüente no sexo feminino e na idade escolar . Tratamento e Medicações A EAI necessita de um tratamento porque as ausências sao muito frequentes , inúmeras vezes ao dia , podendo comprometer o desempenho cognitivo dessas crianças. Os medicamentos que podem ser prescritos em primeira escolha são Etossuximida, Valproato de Sódio e Lamotrigina, em monoterapia ou em associação. O

Epilepsia Ausência da Infância

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Epilsepsia de Ausência na Infância

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Page 1: Epilepsia Ausência da Infância

Epilepsia de Ausência da Infância (EAI)

O que é Epilepsia de Ausência da Infância (EAI)?

A Epilepsia de Ausência da Infancia é uma epilepsia generalizada idiopática ligada a

idade, tem início entre 4 e 10 anos, com pico de início entre 5-7 anos, com uma forte

predisposição genética, caracterizada por crises epilépticas leves, de curta duração, frequentes,

de apresentação monótona, ocorre geralmente várias vezes ao dia, caracterizadas por uma

ruptura do contato completo, que não alteram o desenvolvimento mental e psicológico do

paciente e desaparece espontaneamente antes dos 12 anos sem recidiva.

As crises de ausência constituem-se por lapsos de consciência que, em geral, duram de

5 a 20 segundos, por vezes associada a movimentos da face, olhos e parece que a pessoa está

distraída. O paciente fica olhando para o nada e pode virar os olhos, embora seja capaz de

retomar normalmente sua atividade depois do episódio. Essas crises costumam ocorrer na

infância, desaparecendo por volta da adolescência. E mais freqüente no sexo feminino e na

idade escolar.

Tratamento e Medicações

A EAI necessita de um tratamento porque as ausências sao muito frequentes, inúmeras

vezes ao dia, podendo comprometer o desempenho cognitivo dessas crianças. Os medicamentos

que podem ser prescritos em primeira escolha são Etossuximida, Valproato de Sódio e

Lamotrigina, em monoterapia ou em associação. O Valproato suprime as ausências em 75 %

dos casos e as mioclonias ( em 75 % dos casos). Pequenas doses de Lamotrigina associadas ao

Valproato podem ser bastante eficazes. O Clonazepam, Clobazam e a Acetazolina podem ser

úteis nas ausências com componentes mioclônicos associados. A fenitoína e o fenobarbital são

contra-indicados devido a ineficácia terapêutica. A Carbamazepina, a Vigabatrina e a Tiagabina

são contra-indicadas devido aos possíveis efeitos agravantes.

Nas crianças que apresentam exclusivamente crises de ausência, a primeira escolha é

sempre a etossuximida, por sua elevada eficácia no controle das ausências típicas e por seu

baixo risco de efeitos colaterais. Naqueles que cursam com crises de ausência e outros tipos de

crises (como as tônico-clônica ou as mioclônicas) a droga de primeira escolha passa ser o

valproato de sódio, devido seu largo espectro no controle de crises epilépticas.

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Para o diagnóstico da crise de ausência típica, são necessários dois aspectos fundamentais: o marcante comprometimento da consciência durante a crise e a presença de registro eletrencefalográfico típico (anteriormente descrito). As crises de ausência na EAI têm início entre 4 e 10 anos com pico na idade escolar, ao redor dos 6 ou 7 anos.

Quanto à duração, as crises de ausência típica geralmente variam de 5 a 30 segundos (média de 8 a 10 segundos), havendo forte tendência a inúmeras recorrências durante o dia. A maior parte das crises de ausência ocorre de forma espontânea, embora sejam bem conhecidos fatores desencadeantes, tais como a hiperventilação voluntária, hipoglicemia, estresse emocional e a transição vigília/sono. Caracteristicamente, as crises de ausência típica apresentam início e término abrupto.

A epilepsia ausência é uma das epilepsias mais freqüentes da infância.

O diagnóstico da EAI baseia-se em dois aspectos fundamentais, um clínico (comprometimento súbito e maciço da consciência) e outro eletrencefalográfico (registro eletrencefalográfico com atividade de base normal e descargas de espícula-onda com freqüência igual ou superior a 3 Hz em projeção generalizada).

Já as mioclonias moderadas das pálpebras, olhos ou sobrancelhas que ocorrem nos três primeiros segundos da crise são aceitas como integrantes da EAI.

           As crises epilépticas do tipo Ausência são crises que ocorrem em crianças normais, que cessam na adolescência e não deixam sequelas. Elas apresentam-se como uma breve ruptura do contato, ficando por alguns segundos sem percepção dos estímulos do meio externo apresentando-se com olhar vago e mantêm-se na posição em que estavam, seguido por uma recuperação imediata da consciência sem alterações das funções intelectivas após a crise. Essas crises são muito frequentes e devem ser tratadas buscando evitar um prejuízo do aprendizado dessas crianças na idade escolar, como outros riscos a que podem se expor devido a perda transitória da consciência .É importante o diagnóstico correto e acompanhamento por especialista que identificará que tipo de síndrome epiléptica a criança é portadora, sabendo que as crises de ausência podem ser as únicas manifestações ou virem acompanhadas de outros tipos de crises.

Considerações

A EAI é uma síndrome epiléptica comum na infância, particularmente na criança em idade escolar. O médico pediatra é muitas vezes o primeiro a entrar em contato com estes pacientes sendo, portanto, fundamental que ele esteja apito a formular esta hipótese diagnóstica e encaminhar o paciente para atendimento e tratamento especializado. Destacamos, ainda, que crianças em idade escolar e neurologicamente saudáveis que apresentam subitamente queda no rendimento escolar e queixas de “déficit de atenção” ou “falta de concentração” devem ser abordadas como potenciais

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portadores de crises de ausência merecendo investigação específica. O diagnóstico e o tratamento precoces mantêm forte relação com o prognóstico, além de melhorarem a qualidade de vida do paciente epiléptico.