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1 EQUOTERAPIA: EFEITOS SOBRE A FUNÇÃO MOTORA E ATIVAÇÃO MUSCULAR DOS ERETORES ESPINAIS LOMBARES E RETO ABDOMINAL EM CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL EQUINE THERAPY: EFFECTS ON MOTOR FUNCTION AND ACTIVATION OF MUSCLE AND LUMBAR SPINAL ERECTOR ABDOMINAL STRAIGHT IN CHILDREN WITH CEREBRAL PALSY Diogo Suriani Ribeiro 1 ; Gustavo Mouro Witzel Machado 1 ; Fabio Navarro Cyrillo 1 ; Olívia Maria de Jesus 1 . 1. Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo - Goiania Go Orientadora: fisioterapeuta Divaina Alves Batista RESUMO Introdução: A pratica de equoterapia exige a participação física dos músculos e articulações corporais do indivíduo além de proporcionar a percepção de diversos movimentos e estímulos ambientais necessários para o desenvolvimento motor, possibilita assim uma abordagem das áreas cognitivas, afetivas, sensoriais e motoras. Dentro das patologias abordadas na equoterapia podemos destacar a paralisia cerebral (PC), um dos diagnósticos mais frequentes com que o profissional de reabilitação que atua nas clínicas infantis se depara no seu dia a dia. A principal alteração presente nas crianças PC é o comprometimento motor, que provoca várias complicações na biomecânica corporal. Objetivo: com objetivo de compreender melhor as respostas dos estímulos motores foi proposto neste estudo avaliar os efeitos da equoterapia sobre a função motora grossa, desempenho funcional e ativação elétrica dos músculos paravertebrais e abdominais em criança com paralisia cerebral tomando como base as ferramentas de avaliação GMFCS/ GMFM e a EMG. Metodologia: Foi escolhido o método de estudo experimental, descritivo e quantitativo. Participaram do estudo 10 crianças com diagnostico clinico de PC, com diferentes comprometimentos motores. Resultado: Os resultados observados nas dimensões do GMFM foram estatisticamente significativo, isto é as atividades de equoterapia aumentam o desempenho da função motora grossa de sentar de crianças com PC. Palavras-Chave: Equoterapia; Paralisia Cerebral; Função Motora; eletromiografia.

EQUOTERAPIA: EFEITOS SOBRE A FUNÇÃO … E BIOLOGICAS... · do indivíduo além de proporcionar a percepção de diversos movimentos e estímulos ambientais necessários para o desenvolvimento

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1

EQUOTERAPIA: EFEITOS SOBRE A FUNÇÃO MOTORA E ATIVAÇÃO

MUSCULAR DOS ERETORES ESPINAIS LOMBARES E RETO ABDOMINAL EM

CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL

EQUINE THERAPY: EFFECTS ON MOTOR FUNCTION AND ACTIVATION OF

MUSCLE AND LUMBAR SPINAL ERECTOR ABDOMINAL STRAIGHT IN

CHILDREN WITH CEREBRAL PALSY

Diogo Suriani Ribeiro1; Gustavo Mouro Witzel Machado

1; Fabio Navarro Cyrillo

1; Olívia

Maria de Jesus1.

1. Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo - Goiania Go

Orientadora: fisioterapeuta Divaina Alves Batista

RESUMO

Introdução: A pratica de equoterapia exige a participação física dos músculos e articulações corporais

do indivíduo além de proporcionar a percepção de diversos movimentos e estímulos ambientais

necessários para o desenvolvimento motor, possibilita assim uma abordagem das áreas cognitivas,

afetivas, sensoriais e motoras. Dentro das patologias abordadas na equoterapia podemos destacar a

paralisia cerebral (PC), um dos diagnósticos mais frequentes com que o profissional de reabilitação que

atua nas clínicas infantis se depara no seu dia a dia. A principal alteração presente nas crianças PC é o

comprometimento motor, que provoca várias complicações na biomecânica corporal. Objetivo: com

objetivo de compreender melhor as respostas dos estímulos motores foi proposto neste estudo avaliar

os efeitos da equoterapia sobre a função motora grossa, desempenho funcional e ativação elétrica dos

músculos paravertebrais e abdominais em criança com paralisia cerebral tomando como base as

ferramentas de avaliação GMFCS/ GMFM e a EMG. Metodologia: Foi escolhido o método de estudo

experimental, descritivo e quantitativo. Participaram do estudo 10 crianças com diagnostico clinico de

PC, com diferentes comprometimentos motores. Resultado: Os resultados observados nas

dimensões do GMFM foram estatisticamente significativo, isto é as atividades de equoterapia

aumentam o desempenho da função motora grossa de sentar de crianças com PC.

Palavras-Chave: Equoterapia; Paralisia Cerebral; Função Motora; eletromiografia.

2

ABSTRACT

Introduction: The practice of hippotherapy requires the physical involvement of muscles and

joints of the body in addition to providing individual perception of several movements and

environmental stimuli necessary for motor development, so an approach allows areas of

cognitive, affective, sensory and motor. Within the pathologies discussed in hippotherapy can

highlight the cerebral palsy (CP), one of the most common diagnoses with the rehabilitation

professional who works in children's clinics are faced in their day to day. The main change in

this child is the PC motor impairment, which causes several complications in body

biomechanics. Objective: in order to better understand the responses of stimuli engines was

proposed in this study to evaluate the effects of hippotherapy on gross motor function,

functional performance and electrical activation of the abdominal and paraspinal muscles in

children with cerebral palsy taking as base the assessment tools GMFCS / GMFM and EMG.

Methodology: We chose the method of experimental study, descriptive and quantitative. The

study included 10 children with clinical diagnosis of PC, with different motor impairment.

Results: The results observed in the dimensions of the GMFM were statistically significant, ie

the activities of hippotherapy increase the performance of gross motor function of children

with CP sit.

Keywords: Hippotherapy, Cerebral Palsy, Motor Function; electromyography.

3

INTRODUÇÃO

A Equoterapia é definida como método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo

dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, na busca

do desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiência e/ou com

necessidades especiais. Que emprega o cavalo como agente promotor de ganhos físicos,

psicológicos e educacionais1.

Segundo Lermonvot, 20042 os primeiros relatos sobre a terapia com o cavalo foram

descrito por volta de 1900 na Alemanha. O método foi reconhecido no Brasil pelo Conselho

Federal de Medicina (CFM), através do parecer número 6/97- ANDE- BRASIL, aprovado em

sessão plenária de 9 de abril de 1997 e vêm se expandindo significativamente, principalmente

na modalidade voltada para o atendimento á saúde 3.

A pratica de equoterapia possibilita abordar as áreas cognitivas afetivas, sensoriais e

motoras, além de proporcionar ao praticante a percepção de diversos movimentos e estímulos

ambientais necessários para um progresso terapêutico, pois exige a participação física de todos

os músculos e articulações corporais do praticante4.

Para Freire H. B.G 19995 a atividade de equoterapia visa também à estimulação de

lateralidade, equilíbrio, consciência corporal, reeducação motora e mental, auto-estima,

autoconfiança, melhoras na verbalização, melhoras na comunicação social, melhoras nos

estímulos físicos, melhoras no enfrentamento de fobias em geral, entre outros.

O ajuste tônico corporal é a primeira manifestação do corpo sobre o dorso do cavalo,

pois este nunca se encontra totalmente estático. Todo e qualquer movimento que o cavalo faça,

exige do praticante um ajuste de tônus global que requer uma adequação da musculatura frente

aos desequilíbrios provocados pelos movimentos diversos6.

Para Silva, 20047 quando está em cima do cavalo, o paciente recebe informações

físicas de estímulos ambientais e proprioceptivos, as informações proprioceptivas provêm das

regiões articulares, musculares periarticulares, e musculares globais permitindo assim

experiência de estímulos de vários esquemas motores.

A escolha adequada do animal, ou seja, a freqüência do passo é de suma importância

para obter as respostas posturais adequadas de cada paciente. O animal que apresenta um

número maior de passadas por minuto (antepistar) irá ativar os receptores proprioceptivos

4

intrafusais, que só respondem a estímulos rápidos, como também os receptores articulares que

respondem à pressão, gerando aumento do tônus, indicado para pacientes hipotônicos. Em

contrapartida, quando o cavalo apresentar uma freqüência baixa de passos (transpistar),

diminuirá a velocidade de inputs dos estímulos proprioceptivos, mantendo o movimento

rítmico e cadenciado, estimulando assim o sistema vestibular de forma lenta, contribuindo

para diminuição do tônus muscular de todo o corpo, sendo indicados principalmente para

pacientes hipertônicos8.

Acredita-se que os estímulos empíricos provocados pela equoterapia são captados

pelos órgãos sensoriais das crianças de maneira gradativa, após um tempo são decodificados

pelo cérebro como se fosse um sinal rítmico, promovendo uma associação e dissociação das

áreas cerebrais responsáveis pelas vias neurogênicas do controle motor, levando a uma

reconfiguração ou configuração das capacidades motoras das crianças permitindo manutenção

da postura corporal em posições como, por exemplo, o sentar9-11

.

A paralisia cerebral (PC) é um dos diagnósticos mais frequentes com que o

profissional de reabilitação que atua nas clínicas infantis se depara no seu dia a dia. Conhecê-

la amplamente em todos os seus múltiplos aspectos é fundamental12

.

A PC é uma alteração decorrente de lesão não evolutiva do sistema nervoso central, no

período precoce do desenvolvimento cerebral, que leva a um transtorno persistente de

movimento e postura, podendo ter mudanças em suas manifestações clínicas com o decorrer

do tempo. Sabe-se que a principal alteração presente nas crianças com PC é o

comprometimento motor, que ocasiona várias modificações decorrentes da encefalopatia, com

consequentes alterações na biomecânica corporal13

.

A prevalência da paralisia cerebral na população mundial tem se mantido constante, e

atinge 1.5 a 2,5 indivíduos a cada 1000 nascidos vivos. Os dados demográficos apontam para a

existência de 550 a 600 mil pessoas atualmente nos Estados Unidos, com o acréscimo de 20

mil novos casos por ano14

.

Não existe dado estatístico preciso quanto á incidência de PC no Brasil, Contudo,

existe a estimativa de 20.000 casos novos por ano de PC no Brasil15

.

Segundo Piovesana, 200213

o quadro clínico da criança com PC é classificado de

acordo com o tipo de distúrbio do movimento:

PC espástica: caracterizada pela hipertonia muscular –espasticidade- devida a lesão do

5

córtex e das vias cortico – espinhais: o quadro espástico puro é responsável por mais de 50%

dos casos e em mais de 20% a espasticidade está presente juntamente com outras alterações.

PC discinética: nos 20 % de pacientes que apresentam lesão dos núcleos da base, o

distúrbio motor se caracteriza pela presença de movimentos involuntários (coréia, atetose,

distonia).

PC atáxica: este tipo clínico responde por apenas 2% dos casos, sendo a forma mais

rara de PC. O achado clínico neste caso é a incoordenação axial.

PC mista: em 20% ou mais dos pacientes observam-se alterações concomitantes dos

sistemas piramidal, extrapiramidal e cerebelar, onde coexistem espasticidade, movimentação

involuntária e ataxia.

O EXECUTIVE COMMITE FOR THE DEFINICION OF CEREBRAL PALSY,

200716

recomenda que à classificação da PC seja acrescentada descrição detalhada do grau de

comprometimento motor, não só dos membros, mas também do tronco e dos órgãos

envolvidos com as funções oromotoras, e sempre que possível, se associe ao sistema de

classificação da função motora grossa GMFCS17

: Forma tetraparética: em 40% das crianças,

existe comprometimento simétrico. Forma diparética: 35% dos portadores de PC entram

nesta categoria, em que o comprometimento dos membros superiores é mais leve do que os

membros inferiores. Forma hemiparética: apenas um dimídio corporal encontra-se alterado,

em conseqüência a lesão do hemisfério cerebral contra – lateral. Esta forma atinge 25% dos

casos.

A criação do sistema Gross Motor Function Classification System (GMFCS) foi de

fundamental importância no estabelecimento do prognóstico motor em PC. Seu foco principal

é diferenciar as crianças portadoras de PC baseando na mobilidade funcional independente do

tipo e distribuição as desordens motoras e prevendo a futura mobilidade. O GMFCS Contribui

no sentido de agrupar o comprometimento motor em níveis de gravidade de acordo com as

limitações apresentadas17

.

Dessa forma, a classificação pelo GMFCS é feita de acordo com a idade da criança, e

os estudos sustentam a idéia de que a classificação de uma criança por este sistema possui um

bom grau de constância ao longo dos anos17

. O GMFCS define 5 níveis de comprometimento

motor: Nível I: Paciente deambula sem restrições, com limitações para atividades motoras

mais complexas. Nível II: deambula sem auxilio, mas com limitação na marcha comunitária.

6

Nível III: criança deambula com apoio, com limitação na marcha comunitária. Nível IV: a

mobilidade é limitada, necessita de cadeira de rodas na comunidade. Nível V: mobilidade

gravemente limitada mesmo com o uso de tecnologia assistiva17

.

O GMFCS avalia a severidade do distúrbio de movimento em crianças com Paralisia

Cerebral18

. Esta classificação permite medir as habilidades e as limitações, dando ênfase às

funções de sentar e andar, graduando assim a Paralisia Cerebral em 5 níveis 19

.

A avaliação do paciente neurológico é um processo contínuo de coleta de informações

que ajuda no planejamento de um programa terapêutico. A escala de Medição da Função

Motora Grossa (GMFM - 88) também é um instrumento que avalia a motricidade ampla, de

forma quantitativa, destinado inicialmente a crianças com PC18

.

O GMFM documenta quantitativamente o desempenho motor grosso de crianças com

PC, por meio da observação da capacidade funcional das mesmas. Este protocolo consiste de

itens agrupados em cinco dimensões ou sub - escalas: A) deitado e rolando; B) sentado; C)

engatinhando e ajoelhado; D) em pé; E) andando, correndo e pulando18

.

Cada item do GMFM é pontuado em uma escala de 4 pontos, sendo 0 quando a criança

não inicia; 1 quando a criança inicia e realiza menos de 10% da tarefa; 2 quando a criança

completa parcialmente (mais que 10% e menos que 100% da tarefa); e 3 quando a criança

completa 100% da tarefa 17

.

Durante muito tempo a atividade muscular era avaliada apenas por meio da inspeção e

palpação do músculo ou grupo muscular durante um movimento, o que permitia saber de uma

forma limitada e imprecisa apenas se aquele músculo estava ativo ou não durante determinado

movimento. Com o desenvolvimento da eletromiografia (EMG) foi possível verificar de forma

mais precisa e objetiva a atividade muscular durante várias situações, isto porque a contração

do músculo é analisada instantaneamente com as vantagens da sensibilidade, objetividade e

natureza quantitativa do seu sinal.20-22

.

Esta ferramenta de avaliação complementar faz a captação das informações fornecidas

sobre a condução do potencial de ação ao longo das fibras musculares, permitindo quantificar

o número de fibras musculares ativas, a velocidade com que esse potencial de ação é

propagado na fibra muscular, e o registro da contração e relaxamento muscular. Podemos

associar a mesma a avaliação da PC2233.

7

A EMG utiliza um equipamento para revelar ou informar ao usuário, de forma visual

e/ou auditiva os eventos fisiológicos que ocorrem, durante a contração muscular,

possibilitando o controle e modificação destes eventos24,25

.

A reprodutibilidade do sinal eletromiográfico (EMG) vem sendo testada no intuito de

verificar a manutenção de características intra e extra - musculares que assegurem a aquisição

semelhante do sinal (amplitude e freqüência). Essa análise é de fundamental importância em

projetos que visam à comparação do sinal EMG obtido em diferentes momentos26

.

A EMG é um exame indolor e não invasivo, uma vez que o eletrodo de superfície é

posicionado sobre a pele permitindo que o paciente execute o movimento ou função solicitada

de maneira relaxada, podendo realizá-la repetidas vezes27

.

Embora a EMG seja pouco utilizada nas pesquisas para avaliação é uma técnica que

pode contribuir significativamente nas avaliações, pois a EMG proporciona a gravação das

mudanças do potencial elétrico de um músculo e permite acesso aos padrões de atividade

elétrica muscular, possibilitando a investigação sobre possíveis sinergias, bem como

predominância muscular em padrões específicos de movimento28

.

Neste contexto a eletromiografia (EMG) é um instrumento rigoroso e confiável para

analisar a ativação muscular29

. O projeto europeu “Surface EMG for Non Invasive Assessment

of Muscles” (SENIAM) representa um ícone na tentativa de padronizar a metodologia

utilizada na EMG de superfície, visto que fatores metodológicos como posicionamento de

eletrodos e freqüência de mostragem podem influenciar no sinal eletromiografico30

.

A EMG tem se mostrado uma ferramenta útil para avaliação de crianças com diversas

patologias, como por exemplo, doenças neuromusculares, distonia, deficiência menta31

,

alterações musculares32

, dentre outras. Na Paralisia Cerebral, a EMG vem sendo cada vez

mais utilizada, tanto na identificação de problemas como alterações posturais 33

,

espasticidade34

, ativação muscular anormal quanto na mensuração de resultados de

intervenções cirúrgicas35

e não-cirúrgicas, como uso de órteses36

, Toxina Botulínica37

,programas de fortalecimento muscular 38

, dentre outros.

Na equoterapia, estudos recentes têm utilizado a EMG para a avaliação de ganhos após

o programa de reabilitação e na validação das propostas de tratamento39

.

8

OBJETIVOS E MÉTODO

Avaliar os efeitos da equoterapia sobre a função motora grossa, desempenho funcional

e ativação elétrica dos músculos eretores espinais lombares e reto abdominal em crianças com

paralisia cerebral.

Trata-se de um estudo, estudo experimental, descritivo e quantitativo. O projeto foi

aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do CEP/HUGO, sob o

numero 0061.0.171.171-10 o estudo obedeceu às recomendações da Resolução nº. 196/96, do

Conselho Nacional de Saúde de 1996 no Brasil. Os pais e/ou responsáveis pelas crianças

assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) após a leitura do mesmo.

Para a análise foi considerado o nível de significância de 5% (p£ 0.05), isto é, se a

estatística obtida para o valor de p apresentar um número menor que 0.05 então à diferença

observada entre o antes e o depois da aplicação do procedimento é estatisticamente

significativa, aceitando-se assim que as atividades de equoterapia aumentam o desempenho

motor de crianças com paralisia cerebral.

Participaram no momento inicial 27 crianças com Paralisia Cerebral nos níveis I, II, III

e IV do Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS), sendo que 15 foram

excluídas obedecendo aos critérios de inclusão e exclusão do estudo. Iniciando o estudo com

12 crianças. Deste total, 10 crianças com paralisia cerebral completaram as 17 sessões. Duas

crianças não foram consideradas para análise final dos resultados, pois não completaram as 17

sessões proposta.

Foram critérios de inclusão crianças com diagnóstico de PC; nos níveis I, II, III, IV do

Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS); com idade entre 3 e 12 anos;

atendidas no Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo/ CRER. Foram

considerados critérios de exclusão crianças que já tinham praticado equoterapia e as crianças

com outro diagnóstico, diferente de PC; com idade inferior a 3 anos ou superior a 12 anos de

idade; que não estavam inseridas no setor de fisioterapia do CRER.

Para tornar a pesquisa mais fidedigna foram utilizados dois instrumentos de avaliações

e com dimensões diferentes e um instrumento de classificação da PC objetivando a

concordância entre os resultados obtidos.

9

Os instrumentos utilizados neste estudo foram o Sistema de Classificação da Função

Motora Grossa (GMFCS); Medição da Função Motora Grossa (GMFM-66) e a

eletromiografia (EMG). Os instrumentos (GMFCS/ GMFM-88/ EMG) foram aplicados

inicialmente em setembro de 2010 e após quatro meses de prática na equoterapia finalizando e

colhendo novamente os dados em fevereiro de 2011.

A pesquisa foi estruturada nas seguintes etapas – avaliação inicial e avaliação final. As

avaliações do nível de classificação funcional das crianças, função motora grossa e do

desempenho funcional foram realizadas por meio das tarefas que compõem as dimensões B e

D do GMFM e a eletromiografia (EMG). Para a classificação do nível de função motora

grossa, os participantes foram submetidos a uma avaliação para serem classificados segundo o

GMFCS. Para avaliação da função motora grossa e do desempenho funcional foram utilizados

os testes padronizados da dimensão B e D do GMFM, respectivamente.

Antes de colocar os eletrodos em contato com a pele, foi realizada a limpeza da região

com algodão umedecido em álcool; utilizados eletrodos descartáveis de Ag/AgCl da marca

MedItrace MD 400. O posicionamento dos eletrodos está de acordo com as descrições de

Cram & Kasman (1998)21

, com uma distância entre os centros de cada eletrodo de detecção de

25 mm., dispostos de forma paralela às fibras musculares.

Para analise do músculo reto abdominal foi colocado sobre a massa muscular 3 cm em

torno da prega umbilical. Para análise dos eretores espinais lombares, foram posicionados os

eletrodos sobre a massa muscular, 2 cm lateral ao processo espinhoso da terceira vértebra

lombar (L3). A localização para a fixação dos eletrodos foi realizada por meio da palpação,

que seguiu as recomendações de Smith, Weiss & Lehmkuhl (1997)40

. Respeitando as

recomendações do Cram & Kasman (1998)21

à distância entre os centros de cada eletrodo de

detecção foi de 25 mm e estes foram dispostos de forma paralela às fibras musculares.

O eletrodo de referência foi fixado sobre um local fora do músculo avaliado, num

tecido sem atividade elétrica. A preparação da pele também seguiu estas recomendações. A

localização, posicionamento e fixação dos eletrodos foram realizados por apenas um dos

pesquisadores em todas as coletas, para minimizar as variações de fixação intersujeitos.

Após serem processados pelo Sistema de Aquisição de Dados, os sinais

eletromiográficos são transmitidos para um Computador. Através do programa Miograph, é

10

realizada a análise gráfica e catalogação dos sinais adquiridos que, em seguida recebe a

filtragem adequada. Foi utilizado filtro passa-banda com freqüências de corte de 20 Hz a 500

Hz. Após a filtragem, o sinal foi normalizado de acordo com os picos de contração.

As atividades na equoterapia foram realizadas no Centro de Equoterapia do CRER –

Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo, localizado em Goiânia, nas

dependências da Polícia Montada (RPMON-GOIÂNIA). Num período de três meses,

totalizando 19 sessões, todas as crianças participaram de um processo de reabilitação na

equoterapia. As atividades foram baseadas em uma abordagem lúdica com montaria

convencional e montaria invertida, Lcujo objetivo se estabelece pela melhora do controle de

tronco dos sujeitos da pesquisa.

As práticas de equoterapia foram realizadas em um picadeiro coberto, medindo 40

metros x 20,70 metros, com piso em areia, e também utilizou – se percursos em terrenos

irregulares, o atendimento foi realizado um vez por semana durante quadro meses, com

duração de 30 minutos cada sessão, totalizando 19 sessões, sendo 2 sessões de avaliações.

Tendo em vista a inexperiência das crianças avaliadas nas atividades de equoterapia, na

etapa inicial, no primeiro dia de tratamento visou – se à aproximação da criança no ambiente

e ao animal, para isto, foram selecionadas atividades lúdicas que permitiu a adaptação das

crianças ao ambiente da equoterapia, a aproximação do cavalo.

Esta aproximação das crianças ao cavalo foi fundamental para aquisição da

autoconfiança na terapia. A partir dai, iniciou- se os aspectos referentes à sua autonomia em

relação ao controle postural, na posição estática e dinâmica, de forma que a criança se sentia

segura para realizar as atividades básicas de montaria. Ao final do programa de intervenção na

equoterapia, foi realizada a segunda avaliação que seguiu os mesmos procedimentos da

avaliação inicial, com a finalidade de analisar o desenvolvimento motor em resposta às

sessões de atividades na equoterapia.

Inicialmente, a pontuação das dimensões do GMFM (B. Sentar/ D. Em pé) foi obtida

através da soma de seus respectivos itens. A partir de então, calculou-se a pontuação

percentual para cada dimensão (pontuação da criança/pontuação máxima X 100%). Por fim, a

pontuação total (escore total) foi obtida por meio da média do somatório da pontuação

percentual para cada dimensão.

11

Nesta escala, a mudança na pontuação total apontou para melhora ou não da função

motora, de acordo com a variação da pontuação verificada na avaliação inicial e final.

Para normalidade foi utilizado o teste shapiro-wilk e teste de t student para comparação

antes e depois.

RESULTADO

Segundo o tipo clínico, a amostra foi composta por 10 crianças com diagnóstico de

paralisia cerebral. Sendo 5 do sexo masculino e 5 do sexo feminino, com idade entre 3 a 12

anos de idade. De acordo com o GMFCS, (6) crianças eram do nível I, (4) do nível III. Para a

análise será considerado o nível de significância de 5% (p 0.05).

Tabela 1. (Médias e desvios-padrão dos escores obtidos na dimensão B do testes Gross

Motor Function Measure (GMFM (n=10), Goiânia, GO, 2010-1011).

- 1 - - 2 -

Indivíduos 10 10

Média 85.6000 94.1000

Desvio Padrão 19.6876 10.2789

(p) unilateral = 0.0130 ---

(p) bilateral = 0.0261 ---

IC (95%) -15.7341 a -1.2659 ---

(1= Antes, 2= Depois, IC= Intervalo da Confiança).

O resultado observado na dimensão B (sentado) é estatisticamente significativo, isto é

as atividades de equoterapia aumentam o desempenho da função motora grossa de sentar de

crianças com PC.

12

Tabela 2. (Médias e desvios-padrão dos escores obtidos na dimensão D do GMFM (n=10),

Goiânia, GO, 2010-1011).

- 1 - - 2 -

Indivíduos 10 10

Média 43.3000 47.7000

Desvio Padrão 40.0224 38.5459

(p) unilateral = 0.0012 ---

(p) bilateral = 0.0024 ---

IC (95%) -6.7891 a -2.0109 ---

(1= Antes, 2= Depois, IC= Intervalo da Confiança).

O resultado observado na dimensão D (em pé) é estatisticamente muito significativo,

corroborando com os objetivos esperados onde a atividades de equoterapia aumentaram o

desempenho motor grosso em pé de crianças com PC.

Tabela 3. (Média e desvio padrão do recrutamento muscular de abdominais na postura

sentada – EMG (n=10), Goiânia, GO, 2010-1011).

- 1 - - 2 -

Indivíduos 10 10

Média 5.2700 5.5300

Desvio Padrão 1.7043 2.0961

(p) unilateral = 0.3638 ---

(p) bilateral = 0.7276 ---

IC (95%) -1.8964 a 1.3764 ---

(1= Antes, 2= Depois, IC= Intervalo da Confiança).

13

Tabela 4. (Média e desvio padrão do recrutamento muscular de eretores espinais na postura

sentada – EMG (n=10), Goiânia, GO, 2010-1011).

- 1 - - 2 -

Indivíduos 10 10

Média 8.7500 10.9200

Desvio Padrão 6.1094 7.0353

(p) unilateral = 0.2453 ---

(p) bilateral = 0.4905 ---

IC (95%) -8.9993 a 4.6593 ---

(1= Antes, 2= Depois, IC= Intervalo da Confiança).

Para a criança na postura sentada em um banco em repouso, não houve diferença

estatisticamente significante antes e depois tanto para o reto abdominal, quanto para os

eretores, com p=0.7276 para o reto abdominal e p=0.4905 para os eretores.

Tabela 5. (Média e desvio padrão do recrutamento muscular de abdominais na postura

sentar/levantar – EMG (n=10), Goiânia, GO, 2010-1011).

- 1 - - 2 -

Indivíduos 10 10

Média 5.9200 5.5400

Desvio Padrão 2.0220 1.1462

(p) unilateral = 0.2617 ---

(p) bilateral = 0.5235 ---

IC (95%) -0.9149 a 1.6749 ---

(1= Antes, 2= Depois, IC= Intervalo da Confiança).

14

Tabela 6. (Média e desvio padrão do recrutamento muscular de eretores espinais na postura

sentar/levantar – EMG (n=10), Goiânia, GO, 2010-1011).

- 1 - - 2 -

Indivíduos 10 10

Média 32.5600 26.9400

Desvio Padrão 16.6165 9.2936

(p) unilateral = 0.1379 ---

(p) bilateral = 0.2759 ---

IC (95%) -5.3402 a 16.5802 ---

(1= Antes, 2= Depois, IC= Intervalo da Confiança).

Para os 2 movimentos de sentar e levantar, também não houve diferença significante

antes e depois das intervenções, com p= 0.5235 para o reto abdominal e p=0.2759 para os

eretores.

Tabela 7. (Média e desvio padrão do recrutamento muscular de eretores espinais na

extensão de tronco – EMG (n=10), Goiânia, GO, 2010-1011).

- 1 - - 2 -

Indivíduos 10 10

Média 32.8700 19.1700

Desvio Padrão 20.2718 17.0366

(p) unilateral = 0.0403 ---

(p) bilateral = 0.0806 ---

IC (95%) -2.0543 a 29.4543 ---

(1= Antes, 2= Depois, IC= Intervalo da Confiança).

15

Para a criança deitada em decúbito ventral com os pés apoiados pelo examinador a

criança estende o tronco retirando o peito da maca, houve diferença estatisticamente

significante para os valores dos eretores, com p=0.0403. Sendo que os valores depois da

intervenção foram menores.

Tabela 8. (Média e desvio padrão do recrutamento muscular de abdominais na flexão de

tronco - (n=10), Goiânia, GO, 2010-1011).

- 1 - - 2 -

Indivíduos 10 10

Média 23.3400 39.5500

Desvio Padrão 11.3302 14.1920

(p) unilateral = 0.0082 ---

(p) bilateral = 0.0164 ---

IC (95%) -28.6725 a -3.7475 ---

(1= Antes, 2= Depois, IC= Intervalo da Confiança).

Para a criança deitada em decúbito dorsal. Com os pés apoiados pelo examinador. Foi

pedido para a criança fletir o tronco como se fosse levantar para sentar, também foi possível

observar diferença antes e depois da intervenção, com p= 0.0082, só que agora com valores

maiores depois.

DISCUSSÃO

A partir dos resultados apresentados anteriormente pode-se dizer que após a

intervenção com a equoterapia as crianças apresentaram melhora estatisticamente significante

nas atividades de sentar e ficar em pé, correspondendo a uma evolução das condições

neuromotoras das crianças avaliadas, corroborando com as idéias de Fleming (2002)9 e

Mcgibbon et al. (1998)39

, que em seus estudos demonstraram aumento significativo dos

escores do GMFM nas crianças pesquisadas, após tratamento com a equoterapia.

Os resultados significativos da pesquisa confirmam o que FLEHMIG, 20009; HAINES,

200610

; LEITE 200411

estavam corretos quando descreve que os estímulos empíricos

16

provocados pela equoterapia que são captados pelos órgãos sensoriais das crianças de maneira

gradativa, após um tempo são decodificados pelo cérebro como se fosse uma sinal rítmico,

promovendo uma associação e dissociação das áreas cerebrais responsáveis pelas vias

neurogênicas do controle motor, o que leva a uma reconfiguração ou no caso a uma

configuração das capacidades motoras das crianças permitindo que estas consigam uma

manutenção da postura corporal em posições como sentar.

A evolução da função motora grossa apresentada pelas crianças desse estudo justifica-

se pelo bom prognóstico funcional, que as mesmas já apresentaram no inicio da pesquisa

principalmente de deambulação.

De acordo com as dimensões do GMFM-66 as crianças deste estudo apresentaram

melhora estatística da função motora grossa nas dimensões B e D, justificando assim que as

atividades de equoterapia aumentam estatisticamente o desempenho motor grosso em sentar e

ficar em pé de crianças com PC.

A posição sentar/levantar está muito presente nas atividades de vida diária das pessoas

e é um pré - requisito para a independência na postura bípede se faz interessante e importante

o estudo do controle postural necessário para o sucesso da ação motora. A transferência de

sentado para em pé e de volta para sentado requer o movimento voluntário de muitos

segmentos corporais que contribuem para a mudança de postura e o controle do equilíbrio

durante um importante deslocamento do centro de massa do corpo. Por se tratar de um estudo

experimental sugere - se que sejam escolhidas outras musculaturas para investigar a ativação

muscular no sentar/levantar. Visto que existem outros músculos envolvidos nesta atividade

funcional tais como os músculos: reto femoral (RF), bíceps femoral (BF), tibial anterior (TA),

gastrocnêmico lateral (GL) e extensor comum dos dedos (EC). Pois estes apresentam relação

direta com a ação motora de sentar e levantar.

A EMG apresentou resultado estatisticamente muito significativo na musculatura

abdominal na posição de flexão de tronco, observada antes e depois das sessões de equoterapia

ativa os músculos do tronco aumentando assim o desempenho motor grosso de crianças com

PC.

Em síntese, os resultados deste estudo demonstraram uma relação entre tipo de

classificação e caracterização da funcionalidade em crianças com PC. Tais resultados podem

nortear a prática clínica de profissionais da área de neurologia infantil auxiliando na escolha

17

de sistemas de classificação e testes funcionais mais adequados para crianças com diferentes

gravidades.

Sugere-se também para futuras pesquisas experimentais uma amostra significativa,

com intervenção de equoterapia por um período maior, que utilize o GMFM-88 e que

demonstre a evolução da função motora de crianças nos diferentes níveis de comprometimento

da PC.

CONCLUSÃO

As crianças com PC apresentam vários comprometimentos motores, para minimiza

estes comprometimentos, existem alternativas de tratamento complementares que auxiliam na

reabilitação destas crianças. Uma das alternativas é a pratica de equoterapia que se constitui

uma importante intervenção terapêutica para crianças com PC, por proporcionar ganhos à

função motora grossa e ativação muscular através de ajustes posturais possibilitando um

melhor controle funcional.

Os resultados obtidos nesta pesquisa foram satisfatórios, por mostrar a eficiência da

equoterapia na função motora grossa e possível ativação musculares, que somados ao

atendimento multiprofissional podem contribuir de maneira significativa na reabilitação da

criança com PC.

18

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Brunnstrom. 5.ed. São Paulo: Manole, 1997. 538p.

22

ANEXOS I / Apêndice A–

Termo de Consentimento Livre Esclarecido - T.C.L.E.

Convidamos o (a) senhor (a) autorizar a participação de seu (sua) menor impúbere (a)

como voluntário (a) na pesquisa intitulada: “Equoterapia: efeitos sobre a função motora e

ativação da musculatura paravertebrais e abdominais em criança com paralisia cerebral”. Caso

concorde deverá assinar este formulário em duas vias, uma delas será sua.

A referida pesquisa tem por objetivo: avaliar o efeito da equoterapia na musculatura

paravertebral e abdominal de crianças com paralisia cerebral que apresentam dificuldade no

controle de tronco.

As crianças incluídas no estudo serão avaliadas no ambulatório de fisioterapia do centro

de fisioterapia participante deste estudo. Cada criança será avaliada duas vezes pela

pesquisadora responsável utilizando o sistema de classificação da função motora global

(GMFCS), Medida da função motora grossa (GMFM) e Eletromiografia (EMG) sendo uma

avaliação no inicio e outra no termino da pesquisa.

Os indivíduos da pesquisa serão definidos de acordo com a classificação funcional das

crianças. Para a classificação do nível de função motora grossa, os participantes serão

submetidos a uma avaliação para serem classificados segundo o GMFCS.

Para avaliação da função motora grossa e do desempenho funcional serão utilizados os

testes padronizados GMFM, respectivamente. A GMFM documenta quantitativamente o

desempenho motor grosso de crianças com PC, por meio da observação da capacidade

funcional das mesmas. Este protocolo consiste de itens agrupados em cinco dimensões ou sub-

escalas: A) deitado e rolando; B) sentado; C) engatinhando e ajoelhado; D) em pé; e E)

andando, correndo e pulando. Os itens de cada dimensão são pontuados em uma escala de

quatro pontos, que varia de zero a três.

O pesquisado será avaliado inicialmente utilizando o GMFM e a EMG, posteriormente

iniciaremos o tratamento no setor de equoterapia. As sessões possuem o tempo de 30 min e

serão 19 no total. Após esta etapa a criança será novamente avaliada.

23

Os possíveis riscos da pesquisa são: risco de quedas; risco de alergias do contato com o

pelo do animal; risco de mordidas e coice. Informamos que o serviço de equoterapia do CRER

funciona desde novembro /2004, atendendo em média 260 pacientes e até a presente data não

houve registro de qualquer incidente. No caso de incidente de qualquer ordem os sujeitos

serão assistidos e terá todo suporte médico necessário na entidade do CRER no tempo

estimado de 3 minutos. Todas as medidas serão tomadas para proporcionar um ambiente

respeitoso e seguro aos sujeitos evitando assim possíveis ricos.

Indenização: No caso de incidente de qualquer ordem os sujeitos serão assistidos e terão

todo suporte médico e multiprofissional necessário na entidade do CRER em todo período que

for estipulado ao sujeito da pesquisa. Todas as despesas serão de responsabilidade dos

pesquisadores.

Os prováveis efeitos da pesquisa para o sujeito serão: possível melhora equilíbrio;

possíveis ganhos motores que posam possibilitar um melhor controle de tronco; prováveis

ganhos emocionais e comportamentais;

Os dados coletados serão para fins acadêmicos divulgados em reuniões científicas,

congressos, simpósios e publicações em revistas especializadas na área da saúde. Porém todas

as informações pessoais do sujeito serão confidenciais, o nome do participante será mantido

em sigilo. Todos os dados serão arquivados por cinco anos e após incinerados, conforme

orientação Resolução CNS N. 196/96. O pesquisado e seus responsáveis receberão os

resultados através de um informativo.

Você tem liberdade de recusar ou retirar sua permissão a qualquer momento, sem

prejuízo. Caso de dúvidas ligar/ procurar o CEP/ HUGO – no endereço Av. 31 de março,

esquina com 5ª Radial, S/N, Setor Pedro Ludovico, CEP: 74.820-200, Goiânia – Goiás,

Telefone/para contato: (62) 3201-4438 e-mail: [email protected]

Fone / Fax: (62) 3201 - 4438, ou se precisar, pode ligar a cobrar para: Olívia Maria de Jesus

(62) 92735492, Divaina Alves Batista (62) 3232-3115).

Eu, _______________________________________________________________ fui

devidamente informado sobre os procedimentos da referida pesquisa, tais como: objetivos e

metodologia. Sendo assim concordo em participar ou autorizo a participação de

____________________________________________________________________ como

sujeito dessa pesquisa.

24

Data/Local:

_________________________________________

Assinatura do sujeito ou representante legal.

R.G._________________

Grau de parentesco:

Os dados coletados serão para fins acadêmicos divulgados em reuniões científicas,

congressos, simpósios e publicações em revistas especializadas na área da saúde. Porém todas

as informações pessoais do sujeito serão confidenciais, o nome do participante será mantido

em sigilo. Todos os dados serão arquivados por cinco anos e após incinerados, conforme

orientação Resolução CNS N. 196/96.

Você tem liberdade de recusar ou retirar sua permissão a qualquer momento, sem prejuízo.

Caso de dúvidas ligar/ procurar o CEP/ HUGO – no endereço Av. 31 de março, esquina com

5ª Radial, S/N,

Setor Pedro Ludovico,

CEP: 74.820-200, Goiânia – Goiás Tel: 62 3201-4438

e-mail: [email protected]

Fone / Fax: (62) 3201 - 4438, ou se precisar, pode ligar a cobrar para: Olívia Maria de Jesus

(62) 92735492, Divaina Alves Batista (62) 3232-3115).

Eu, ____________________ fui devidamente informado sobre os procedimentos da

referida pesquisa, tais como: objetivos e metodologia. Sendo assim concordo em participar ou

autorizo a participação de __________________como sujeito dessa pesquisa.

Data/Local:

_________________________________________

Assinatura do sujeito ou representante legal.

R.G._________________

Grau de parentesco:

25

ANEXOS II / Apêndice B

FICHA DE AVALIAÇÃO GMFCS

26

ANEXOS II / Apêndice C

FICHA DE AVALIAÇÃO GMFM

27

Anexo III/ Apêndice D

TERMO DE COMPROMISSO

Pelo presente TERMO DE COMPROMISSO, eu, Olívia Maria de Jesus ,

Brasileira, casada, residente: Avenida Quinta Avenida, qd. 70 lt. 41/22, s/n APT. 903 Cond.

Residencial CULT Universitário – Esquina com a Rua 235 Setor Leste Universitário portadora

da Identidade n.º 4719741 Órgão Expedidor – DGPC-GO, CPF n.º 01710510170, neste ato

tendo a responsabilidade Como pesquisador no projeto de pesquisa: Equoterapia: efeitos

sobre os músculos paravertebrais e abdominais em crianças com paralisia cerebral

avaliados pelos GMFM e eletromiografia que será desenvolvido após aprovação no

Respectivo Comitê de Ética em Pesquisa de campo. Juntamente com outros(as)

pesquisadores(as) responsável(eis): assumo o compromisso de:

1.Respeitar as normas institucionais para coleta/levantamento/requisição do material

necessário para atender o projeto em referencia, inclusive com o início apenas a partir da

autorização expressa da autoridade institucional correspondente;

2.Coletar apenas o material necessário para pesquisa destinada a este projeto;

3. Cumprir integralmente ao que me foi recomendado pelo CEP como condição para o bom

andamento do projeto;

4. Respeitar os ditames da resolução 196/96 bem como outras resoluções pertinentes referente

a coleta do material descrito no projeto.

Declaro conhecer e estar de acordo do inteiro teor da resolução 196/96 bem como as demais

aplicáveis ao caso, e as normas vigentes na administração onde será coletado o material.

Fica eleito o Foro de Goiânia-GO para dirimir todas as questões porventura decorrentes deste

Termo de Compromisso.

28

Goiânia,______ de________ de ______.

Assinatura do(s) Pesquisador (ES)