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Ercilia Simone Dalvio Magaldi Pedagoga, filósofa, especialista em psicologia junguiana, mestre em CRE –PUCSP e doutora em CRE- UMESP – psicoterapeuta junguiana Anima Animus

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Ercilia Simone Dalvio MagaldiPedagoga, filósofa, especialista em psicologia junguiana, mestre em

CRE –PUCSP e doutora em CRE- UMESP – psicoterapeuta junguiana

Anima Animus

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Anima Animus• Anima e Animus não são ideias totalmente novas,

mas estão muito próximas da ideia grega antiga de que os primeiros seres eram concomitantemente masculinos e femininos e por isso possuíam enorme força capaz de rivalizarem com os deuses. E por castigo destes deuses foram cindidos e tiveram os gêneros separados, mas a lembrança dessa unidade residiria no inconsciente, e reapareceria nos sonhos e na necessidade desse outro que perdemos, para novamente nos tornarmos inteiros.

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• Jung reconhece que o termo Anima/Animus escolhido primeiramente por referir-se a alma é muito vago dentro da psicologia, portanto individualiza-os como funções psíquicas na medida que intermediam o inconsciente e o consciente, além disso seriam também arquétipos, e assim anima corresponde ao eros materno e animus ao logos paterno. Vemos assim a enorme genialidade de Sócrates ao referir-se ao eros como ponte entre a aparência e a essência; realmente a Verdade pertence ao “Mundo das Ideias” e só aquele que a alcança, compreende.

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Uma das exteriorizações mais características das duas figuras é aquilo que, há muito tempo, se costuma chamar de “animosidade”. A anima é causadora de caprichos ilógicos, ao passo que o animus suscita lugares comuns irritantes e opiniões insensatas. Ambas as figuras surgem frequentemente nos sonhos. De modo geral, personificam o inconsciente, conferindo-lhe um caráter particularmente desagradável e irritante. O próprio inconsciente não possui tais propriedades negativas; elas se manifestam principalmente quando ele é personificado por essas figuras, e quando elas começam a influenciar a consciência. Como são apenas personalidades parciais, tem o caráter de um homem ou de uma mulher inferiores, e daí sua influência irritante. Sob esta influência o homem se acha sujeito a caprichos imprevistos, enquanto a mulher se torna teimosa, exprimindo opiniões que se afastam do essencial. (Psic. E Religião)

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Sem a Anima, o homem fica como que mutilado, insensível para seu mundo interior. Sem ela não há caminho rumo a individuação. É preciso reintegrá-la, dar-lhe ouvidos, pois ela é sábia. Nas mãos dela está o candeeiro que ilumina o interior, essa é uma tarefa árdua, pois o homem moderno não quer admitir sua existência, apesar de que ela, quando reprimida, irrompe em alterações de humor e caprichos.

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“Se o encontro com a sombra é obra de aprendiz no desenvolvimento de um indivíduo, então o trabalho com a

anima é a obra-prima”. Hillman

• anima ou alma é a interioridade feminina no homem. Nela o registro da experiência pessoal e coletiva que o masculino obteve do feminino.

• Ela trás para o interior do homem todo sentimento e delicadeza que a persona reprime. Ela é a ponte entre consciente e inconsciente. É a companheira constante nos sonhos. É sempre ela que vem alertar quando os homens estão se desviando do processo de encontro com o si mesmo. É ela que aponta, para o homem, a religiosidade e a fé. Ela encanta e fascina.

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“...em um homem a alma, isto é, a anima, ou atitude interna, é representada no inconsciente por pessoas definidas com qualidades correspondentes. Tal imagem é chamada de “imagem da alma”. Muitas vezes estas imagens são de figuras bastante desconhecidas ou mitológicas’.

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• Jung dizia que a Anima é o arquétipo da própria vida, ai vemos sua importância. Se os homens contemporâneos entendessem isso certamente nossa sociedade seria mais humana, haveriam menos despossuídos, menos guerras, menos crianças abandonadas e muito mais amor.

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Jung fala de quatro estágios da anima:

• EVA - é a anima no nível biológico, o mais baixo, como fonte de instinto e como instigadora da sexualidade. A relação é puramente instintiva, biológica - a mulher = mãe, não passa daquilo que pode ser fecundado.

• HELENA DE TRÓIA - A anima personifica a beleza e a alma e já não é completamente equacionada como puro instinto. O Eros é ainda sexual mas em um nível estético e romântico -a mulher já possui certos valores individuais.

• VIRGEM MARIA - Ela personifica a possibilidade de relacionamento com Deus- relação celestial, isto é, religiosa e cristã. Eros elevado ao respeito máximo e à devoção religiosa. Eros espiritualizado. Maternidade espiritualizada.

• SOFIA - Encarna o princípio do relacionamento com a sabedoria mais elevada. Eterno-Feminino, Sapientia alquímica - representa a espiritualização de Helena, portanto, do próprio Eros.

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JUNG FALA DA ANIMANum nível inferior, a anima é a caricatura do Eros

feminino...Eros é um entrelaçamento..Eros é relação..Tudo que a anima toca torna-se numinoso – incondicional,

perigoso, tabu, mágico......a anima é bipolar e pode, portanto, aparecer positiva num

momento e negativa em outro; ora jovem, ora velha; ora mãe, ora virgem; ora uma fada boa; ora uma bruxa; ora uma santa, ora uma prostituta.

Para um rapaz, uma forma anímica claramente discernível aparece em sua mãe...Um homem infantil geralmente possui uma anima maternal; um homem adulto, a figura de uma mulher mais jovem. O senil encontra compensação numa garota mais jovem ou até numa criança.

Verde, a cor da vida, cai-lhe (à Anima) muito bem...

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JUNG FALA DA HOMESSEXUALIDADE EM RELAÇÃO A ANIMA

O jovem em crescimento deve ser capaz de libertar-se do fascínio anímico da mãe. Há exceções, principalmente entre artistas, com os quais o problema é um pouco diferente; também a homossexualidade que normalmente se caracteriza pela identificação com a anima.

...Tal disposição não deveria ser julgada de modo negativo em todos os casos, na medida em que preserva o arquétipo de Homem Original, que um ser sexualmente unilateral, até certo ponto, perdeu.

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A relação homossexual entre um homem mais velho e um mais jovem pode ser vantajosa para ambos e ter um valor duradouro. Uma condição indispensável para o valor de tal relação é a firmeza da amizade e a lealdade a ela. Mas é muito comum a falta de tais condições...Uma amizade deste tipo naturalmente envolve um culto especial do sentimento, do elemento feminino no homem. Ele se torna sentimental, afetado, estético, supersensível, etc. – numa palavra, efeminado...

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Numa sociedade patriarcal como a nossa o masculino encontra-se em vantagem em relação a inferioridade feminina. Isto faz o homem negar sua anima enquanto muitas mulheres anseiam em tornar-se homens, ou, pelo menos, portadoras de uma masculinidade, dai

tantas mulheres “tomadas”pelo animus.

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Emma - A partir deste estado de coisas, o posicionamento da mulher em relação ao animus resulta naturalmente muito diferente do que o posicionamento do homem em relação à anima.

Sem dúvida há sacrifícios tb para a mulher. Para ela, tornar-se consciente significa a perda de um poder especificamente feminino. Com a sua inconsciência e graças a ela a mulher exerce um efeito mágico sobre o homem, uma magia que lhe confere poder sobre ele. E por sentir isso instintivamente e não querer perder este poder, ela muitas vezes opõe-se com tenacidade à conscientização.....

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JUNG: “Mulher não tem anima, nem alma, mas tem um animus.” - Mulher é alma.

Animus refere-se a espírito, a logos, a palavra, a ideia, a intelecto, a princípio, a abstração, a significado, a ratio, a nous. A discriminação do espírito não tem nada que ver com o cultivo da alma. São de ordens diferentes. Se a primeira á a atividade mental no seu sentido mais amplo, o segundo relaciona-se com o domínio do imaginal, igualmente abrangente, mas muito diferente. (Hillman)

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O animus possui uma multiplicidade de formas.

Time Animal de força e poder

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tribunal Velho sábio ou mestre de saber

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mecânico artista

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Emma – O animus surge em sonhos e fantasias sobretudo na forma de um homem real: como pai, amante, irmão, professor, juiz, sábio, como mago, artista, filósofo, erudito, engenheiro, monge, especialmente como jesuíta, ou como comerciante, piloto, motorista, etc...como um homem caracterizado de alguma maneira por capacidades espirituais ou por outras qualidade masculinas.

Em muitas mulheres ele aparece de preferência de forma múltipla, como um conselho que decide sobre tudo o que acontece, que transmite prescrições e proibições ou expressa concepções de validade universal.

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Lembremos que o animus e a anima, são contrapartes sexuais da consciência, sendo assim complementares.

Mais: a anima é formada através da relação do filho com a mãe, daí sua tendência a ser única.

O animus é formado na relação mãe/filha, assim é através do inconsciente da mãe com suas múltiplas imagens do masculino ao longo da vida que ele é formado, daí sua tendência a ser múltiplo e numeroso.