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CENTRO FEDERAL DE EDUCAO TECNOLGICA DE MINAS GERAIS
Desenvolvimento
Grande Porte com e sem Revestimento
CENTRO FEDERAL DE EDUCAO TECNOLGICA DE MINAS GERAIS
ERNANE CUNHA DE LIMA
Desenvolvimento e Anlise das Pontas de Escavadeiras
com e sem Revestimento de M
Belo Horizonte
2015
CENTRO FEDERAL DE EDUCAO TECNOLGICA DE MINAS GERAIS
de Escavadeiras de
de Material Duro.
ii
CENTRO FEDERAL DE EDUCAO TECNOLGICA DE MINAS GERAIS
ERNANE CUNHA DE LIMA
Desenvolvimento e Anlise das Pontas de Escavadeiras de
Grande Porte com e sem Revestimento de Material Duro.
Dissertao de mestrado apresentada ao
Programa de Ps-Graduao em Engenharia
de Materiais do Centro Federal de Educao
Tecnolgica de Minas Gerais, CEFET MG,
como parte integrante dos requisitos para
obteno do ttulo de Mestre em Engenharia de
Materiais.
.
rea de concentrao: Cincia e Desenvolvimento de Materiais.
Linha de Pesquisa: Seleo, Processamento e Caracterizao.
Orientadora:.Maria Celeste Monteiro de Souza Costa - Dra
Belo Horizonte
2015
iii
A Cleto Lima e Neusa Cunha, meus pais,
Nayara, minha filha.
iv
AGRADECIMENTOS
A professora Maria Celeste Monteiro de Souza, pelo incentivo e apoio na elaborao
dos trabalhos relativos ao meu Mestrado.
Ao Centro Federal de Educao Tecnolgica de Minas Gerais CEFET, nas
pessoas de Ivete Peixoto Pinheiro Silva, Ezequiel de Souza Costa Jnior, ngela de
Mello F. Guimares e Elaine Carballo S. Corra, pelo apoio na elaborao do meu
trabalho.
A Neusa Cunha de Lima, minha me, Cleto Alves de Lima, meu pai, Evandro Cunha
de Lima e Cleto Alves de Lima Junior, meus irmos, Nayara Oliveira Lima, minha
filha, e minha namorada Vnia Guedes pela compreenso durante a execuo desta
Dissertao.
Ao Doutor. Denilson Jos do Carmo (Pesquisador e Instrutor do SENAI-CETEF) pelo
comprometimento na busca de solues para resoluo do nosso problema e ao
engenheiro Elifas Levi pelo apoio nos trabalhos executados.
v
Seja voc quem for, seja qual for
posio social que voc tenha na vida, a
mais alta ou a mais baixa, tenha sempre
como meta muita fora, muita
determinao e sempre faa tudo com
muito amor e com muita f em Deus, que
um dia voc chega l. De alguma maneira
voc chega l.
Ayrton Senna
vi
RESUMO
Na indstria de uma forma geral e principalmente na indstria de minerao, uma
das maiores preocupaes est relacionada perda de metal (massa) ocasionada
por mecanismos de desgaste abrasivos e impactos que ocasionam deformao
plstica, em peas e equipamentos, pois estes representam um dos principais
fatores de depreciao de capital, perda de produtividade e fontes de despesas com
manuteno. Alm de influenciar nos custos diretos de produo devido s
necessidades de reposio ou recuperao de peas desgastadas, tambm
influencia nos custos indiretos de produo, pela necessidade de super
dimensionamento de componentes e pelas limitaes na produo devido a
equipamentos deteriorados, alm de interrupes muitas vezes imprevistas. Diante
do exposto, este trabalho visa desenvolver e analisar de forma comparativa a
resistncia ao desgaste de pontas de escavadeiras de grande porte com e sem
revestimento de material duro em diferentes solos de minerao. A metodologia
utilizada inicia com a escolha do equipamento de maior custo relativo troca da
ponta da caamba. Definido este equipamento inicia-se os testes com as pontas
originais que vieram com a aquisio do equipamento, passando por mudanas no
formato de penetrao no solo, por mudanas de caractersticas mecnicas e
qumicas das pontas e paralelamente o teste final com material duro aplicado
superficialmente atravs do processo de soldagem. Com os resultados obtidos foi
possvel observar que a ponta desenvolvida por fornecedor parceiro mostrou ser
uma alternativa interessante uma vez que sua resistncia ao desgaste foi 100 %
superior ponta original fornecida pelo fabricante do equipamento. No foi o
suficiente para conseguir o objetivo das pontas terem a vida til de 250 horas, mas a
vida til foi dobrada em relao vida til inicial. Com isto obteve-se ganho em reais
por hora trabalhada, reduzindo o indicador custo / hora trabalhada em torno de 66%.
Existem outros ganhos intangveis, tais como reduo de hora parada da mquina
para troca de pontas, reduo dos servios ergonomicamente ruins para a
manuteno e aumento na produtividade do equipamento, pois mantm a ponta com
comprimento e largura maiores por mais tempo, aumentando a penetrao e a fora
para extrao de rochas em taludes ou solos. Os testes foram feitos em toda mina
que composta por vrios tipos de solos, cada um com sua abrasividade / impactos
vii
caractersticos e com sua granulometria que vem desde material solto (frivel) at
rochas de grande volume e peso (lamelares). Esta enorme variao de materiais das
rochas proporciona uma variedade na vida til de 50 a 300 horas.
Palavra Chave: Minerao. Ponta de Escavadeira. Desgaste por Abraso. Desgaste
por Impacto.
viii
ABSTRACT
In industry in general and especially in the mining industry, a major concern is related
to metal loss (mass) caused by abrasive wear mechanisms, and impacts that cause
plastic deformation of parts and equipment, because they are a major capital
depreciation factors, lost productivity, and sources of maintenance expenses. In
addition to influencing the direct production costs due to replacement needs or
recovery of worn parts, also influences the indirect costs of production, the need to
super sizing of components and the limitations in production due to damaged
equipment, and often unforeseen interruptions. Given the above, this work aims to
develop and analyze comparatively resistance to large excavators tips wear coated
and uncoated hard material in different mining soils. The methodology starts with
choosing the most costly on the exchange of the tip of the bucket equipment. Set this
equipment starts tests with the original tips that came with the acquisition of
equipment, through changes in penetration shape in the soil, by changes in
mechanical and chemical characteristics of tips and parallel the ultimate test with
hard material applied superficially through the welding process. With the results we
observed that the tip developed by partner supplier proved to be an interesting
alternative since their wear resistance was 100% higher than the original tip provided
by the equipment manufacturer. It was not enough to achieve the objective of having
the ends life 250 hours, but the lifetime was doubled compared to the initial useful
life. With this we obtained gains in real per hour worked, reducing the cost indicator /
hour worked around 66%. There are other intangible gains, such as reduction in the
machine stopping time for exchanging tips, reducing ergonomically poor service for
maintenance and increase the machine's productivity, since it keeps the end with
larger width and length longer, increasing the penetration and the strength for rock
extraction on slopes or soil. The tests were made across mine that comprises various
soil types, each with their abrasive / impact characteristic and its particle size that
comes from loose material (friable) to large volume and weight of rocks (lamellar).
This huge variation Rocks materials provides a variety in life 50-300 hours.
Keyword: Mining. Excavator tip. Abrasive wear. Wear Impact.
ix
Sumrio
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................ XII
LISTA DE TABELAS ............................................................................................... XV
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................................ XVII
CAPTULO 1 - INTRODUO .................................................................................. 18
1.1 Introduo ........................................................................................................ 18
CAPTULO 2 - JUSTIFICATIVA ............................................................................... 20
2.1 Justificativa e Relevncia ................................................................................. 20
CAPTULO 3 - OBJETIVOS ..................................................................................... 23
3.1 Objetivos do Projeto ......................................................................................... 23
3.1.1 Objetivo Geral ..................................................................................... 23
3.1.2 Objetivos Especficos .......................................................................... 23
CAPTULO 4 REVISO BIBLIOGRFICA ............................................................ 24
4.1 Reviso Bibliogrfica ........................................................................................ 24
4.1.1 Minerao ........................................................................................... 24
4.1.2 Processo de Minerao ...................................................................... 24
4.1.3 Processo de Lavra em Minas a Cu Aberto ....................................... 25
4.1.4 Equipamentos de Carga ..................................................................... 30
4.2 Ferramenta de Penetrao de Solo - FPS ....................................................... 35
4.3 Escavadeiras Hidrulicas em Minerao.......................................................... 39
4.3.1 Detalhamento das Caambas das Escavadeiras ............................... 51
4.4 Tipos de Desgaste ........................................................................................... 56
4.4.1 Desgaste da FPS ................................................................................ 57
4.5 Aplicaes e Forma de FPS dos Equipamentos de Mina................................. 65
x
4.6 Materiais Utilizados em Ferramenta de Penetrao de Solo ............................ 68
4.7 Revestimentos Duros Resistentes a Desgaste ................................................ 71
4.8 Classificao dos Materiais para Recobrimento Duro ...................................... 72
4.9 Seleo do Material para Recobrimento Duro .................................................. 75
4.10 Tipos de Revestimento ................................................................................... 77
CAPTULO 5 METODOLOGIA .............................................................................. 80
5.1 Coleta Inicial de Dados..................................................................................... 80
5.2 Definio de Procedimentos para Testes ......................................................... 82
5.2.1 Indicadores para Anlise da Vida til e Custo .................................... 84
5.3 Teste 1 Ponta Original ................................................................................... 85
5.3.1 Anlise da Produtividade da Ponta Original no Equipamento ............. 85
5.3.2 Testes com Pontas Originais do Equipamento em Diferentes Pontos da Mina ........................................................................................................... 85
5.3.3 Anlise das Caractersticas Mecnicas, Qumicas e Metalogrficas do Material ........................................................................................................... 87
5.3.4 Clculo dos Indicadores de Vida til e Custo ..................................... 88
5.4 Desenvolvimento de uma Ponta Ideal para Penetrao no Solo ..................... 89
5.5 Desenvolvimento das Pontas com Novos Fornecedores ................................. 91
5.6 Testes 2 e 5 Pontas Desenvolvidas .............................................................. 91
5.7 Testes 3 e 4 Revestimentos .......................................................................... 92
5.8 Comparativo de Dados de Todos os Testes .................................................... 93
5.9 Ensaios Utilizados para Avaliar as Caractersticas das Pontas ........................ 94
5.9.1 Ensaio Mecnico de Dureza Superficial ............................................. 94
5.9.2 Ensaio Mecnico de Resistncia a Trao ......................................... 94
5.9.3 Anlise Qumica por Espectrometria tica ......................................... 95
CAPTULO 6 RESULTADOS E DISCUSSES ..................................................... 96
6.1 Coleta Inicial de Dados..................................................................................... 96
6.2 Execuo dos Procedimentos de Testes ......................................................... 97
xi
6.3 Teste 1 Ponta Original ................................................................................... 98
6.3.1 Anlise da Produtividade da Ponta Original do Equipamento ............. 98
6.3.2 Anlise das Caractersticas Mecnicas, Qumicas e Metalogrficas do Material ........................................................................................................... 98
6.3.3 Clculo de Indicadores de Vida til e Custo ..................................... 100
6.4 Desenvolvimento da Forma Ideal para Penetrao no Solo .......................... 101
6.4.1 Escolha das Formas das Pontas ...................................................... 101
6.4.2 Desenvolvimento de Pontas com Novos Fornecedores ................... 102
6.5 Teste 2 Ponta do Fornecedor 1 ................................................................... 103
6.5.1 Confeco de Pontas para Testes .................................................... 103
6.5.2 Testes com Pontas Desenvolvidas ................................................... 104
6.5.3 Anlise das Caractersticas Mecnicas, Qumicas e Metalogrficas do Material ......................................................................................................... 105
6.5.4 Clculo de Indicadores de Vida til e Custo ..................................... 106
6.6 Teste 3 Resultado / Desempenho Primeiro Teste de Enxadrezamento ...... 108
6.7 Teste 4 Resultado / Desempenho Segundo Teste de Enxadrezamento ..... 110
6.8 Teste 5 Ponta do Fornecedor 2 ................................................................... 112
6.8.1 Nova Confeco de Pontas para Testes .......................................... 112
6.8.2 Anlise das Caractersticas Mecnicas, Qumicas e Metalogrficas do Material ......................................................................................................... 113
6.8.3 Clculo de Indicadores de Vida til e Custo ..................................... 115
6.9 Avaliao das Pontas ..................................................................................... 116
CAPTULO 7 CONCLUSES .............................................................................. 121
CAPTULO 8 SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................ 123
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ....................................................................... 124
XII
LISTA DE FIGURAS
Figura 4.1 Exemplos de minas de extrao de minrio de ferro a cu aberto ....... 27
Figura 4.2 Frente de lavra com minrio e estril .................................................... 31
Figura 4.3 Frente de lavra com vrios tipos de produtos ....................................... 31
Figura 4.4 Frente de lavra com vrias rochas e materiais compactos ................... 32
Figura 4.5 Frente de lavra ...................................................................................... 32
Figura 4.6 Processamento de carregamento e transporte em mina cu aberto......
.................................................................................................................................. 34
Figura 4.7 Ponto carga com uma escavadeira carregando um caminho fora de
estrada ...................................................................................................................... 34
Figura 4.8 Detalhamento frontal da caamba com FPS e materiais desgaste ....... 37
Figura 4.9 Detalhamento lateral da caamba com FPS e materiais desgaste ....... 37
Figura 4.10 Escavadeira com caamba Invertida ................................................... 40
Figura 4.11 Escavadeira com caamba showel ..................................................... 40
Figura 4.12 Escavadeira showel de grande porte e mini escavadeira invertida.....
.................................................................................................................................. 43
Figura 4.13 Componentes de uma escavadeira hidrulica .................................... 44
Figura 4.14 Possveis movimentos de uma caamba hidrulica de caamba
invertida ..................................................................................................................... 48
Figura 4.15 Possveis movimentos de uma caamba hidrulica de caamba showel
.................................................................................................................................. 49
Figura 4.16 Modelo da escavadeira hidrulica utilizada para o desenvolvimento
deste trabalho ............................................................................................................ 50
Figura 4.17 Detalhamento dos componentes da caamba de uma escavadeira
hidrulica ................................................................................................................... 52
Figura 4.18 Caamba em uma escavadeira grande porte ..................................... 55
XIII
Figura 4.19 Caamba em uma escavadeira em operao ..................................... 62
Figura 4.20 Ponta com 65 horas de operao ....................................................... 63
Figura 4.21 Ponta com 113 horas de operao ..................................................... 63
Figura 4.22 Ponta com 160 horas de operao ..................................................... 64
Figura 4.23 Equipamentos de minerao com as respectivas FPS ....................... 65
Figura 4.24 Ferramentas de penetrao de solo .................................................... 66
Figura 4.25 Guia de seleo de pontas para cada tipo de solo.............................. 67
Figura 4.26 Pontas relacionadas com o tipo de solo .............................................. 67
Figura 4.27 Pontas relacionadas com o tipo de solo ............................................. 68
Figura 5.1 Fluxograma experimental ...................................................................... 81
Figura 5.2 Escavadeira trabalhando em solos mais compactados e de alto atrito..
.................................................................................................................................. 86
Figura 5.3 Escavadeira trabalhando solos friveis (soltos) e com baixo atrito ....... 86
Figura 5.4 Ponta de penetrao reforada ............................................................. 89
Figura 5.5 Ponta de longa vida reforada .............................................................. 90
Figura 5.6 Ponta de longa vida penetrao ............................................................ 90
Figura 6.1 Ponta nova (maior) e ponta desgastada (menor) .................................. 97
Figura 6.2 Pontas escolhidas para os testes iniciais ............................................ 101
Figura 6.3 Dimenses da ponta desenvolvida para trabalho ............................... 102
Figura 6.4 Ponta desenvolvida nova e desgastada .............................................. 104
Figura 6.5 Enxadrezamento 1 da ponta feito com eletrodo AWS E FeCr-A1........
................................................................................................................................ 108
Figura 6.6 Enxadrezamento 2 da ponta feito com eletrodo AWS E FeCr-A1
........................................................................................................................ ........110
Figura 6.7 Escavadeira com dois tipos de ponta original e com enxadrezamento
2 .............................................................................................................................. 111
Figura 6.8 Pontas desenvolvidas com o fornecedor 2 .......................................... 113
XIV
Figura 6.9 Pontas desgastadas a serem analisadas ............................................ 117
Figura 6.10 Ponta 1 Lado do operador .............................................................. 118
Figura 6.11 Ponta 2 Segunda ponta na sequncia ........................................... 118
Figura 6.12 Ponta 3 Terceira ponta na sequncia ............................................. 119
Figura 6.13 Ponta 4 - Quarta ponta na sequncia ponta do lado do oposto
operador .................................................................................................................. 119
XV
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.1 Ferramentas de Penetrao de Solos e Materiais de Desgaste .......... 38
Tabela 4.2 Capacidades das escavadeiras hidrulicas .......................................... 42
Tabela 4.3 Detalhamento dos componentes de uma escavadeira hidrulica ........ 45
Tabela 4.4 Detalhamento dos componentes de uma caamba.............................. 53
Tabela 4.5 Classificao dos materiais para recobrimento duro ............................ 74
Tabela 4.6 Guia para a seleo de ligas para recobrimento duro .......................... 76
Tabela 5.1 Equipamentos da minerao que contm as FPS do estudo ............... 82
Tabela 5.2 Tabela com caractersticas mecnicas do material .............................. 87
Tabela 5.3 Composio qumica do material em % do peso.................................. 88
Tabela 5.4 Anlise metalogrfica da FPS .............................................................. 88
Tabela 5.5 Custo e vida til das pontas ................................................................. 89
Tabela 6.1 Percentual de custo de pontas distribudo por tipo e porte de
equipamento. Dados coletados em um ano de operao dos equipamentos ........... 96
Tabela 6.2 Resultado mdio das anlises das propriedades mecnicas feitas nas
pontas original ........................................................................................................... 99
Tabela 6.3 Composio qumica do material em percentual por peso ................... 99
Tabela 6.4 Anlise microgrfica na ponta original ................................................ 100
Tabela 6.5 Custo e vida til das pontas originais do equipamento ....................... 100
Tabela 6.6 Comparativo de valores entre ponta original e do fornecedor 1 ......... 105
Tabela 6.7 Comparativo de composio qumica do material original com o
material do fornecedor 1 em percentual por peso ................................................... 105
Tabela 6.8 Anlise microgrfica das pontas originais e do fornecedor 1 ............. 106
Tabela 6.9 Resultados dos testes com a ponta original e desenvolvida com o
fornecedor 1 ............................................................................................................ 106
Tabela 6.10 Dados compilados das pontas utilizadas para teste ......................... 109
XVI
Tabela 6.11 Dados compilados das pontas utilizadas para teste ......................... 112
Tabela 6.12 Comparativo de caractersticas mecnicas entre a ponta original,
ponta do fornecedor 1 e ponta do fornecedor 2 ...................................................... 114
Tabela 6.13 Comparativo de composio qumica do material original com o
material do fornecedor 1 e com do fornecedor 2 ..................................................... 114
Tabela 6.14 Anlise microgrfica das trs pontas testadas ................................. 115
Tabela 6.15 Dados compilados das pontas utilizadas nos testes ........................ 116
XVII
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DF = Disponibilidade Fsica dos Equipamentos.
FPS = Ferramenta de Penetrao de Solo.
h/d = Horas por dia.
HB = Dureza Brinell.
HT = Horas Trabalhadas.
HV = Dureza Vickers.
UF = Utilizao Fsica.
VU = Vida til das pontas.
HT = Horas Trabalhadas.
Q = Quantidade de jogos de pontas.
CT = Custo do conjunto por hora trabalhada.
R$ = Mdia de custo realizado nas pontas da frota de escavadeira em meses.
IC = Itabirito Compacto.
IF = Itabirito Frivel.
ISCR = Itabirito Semi Compacto Rico.
ISCP = Itabirito Semi Compacto Pobre.
IFR = Itabirito Frivel Rico.
IFP = Itabirito Frivel Pobre.
ONU = Organizao das Naes Unidas
OAW = Processo por soldagem de gs de oxi-acetilno.
GMAW = Processo de soldagem de metal arco de gs.
SMAW = Processo de soldagem por arco eltrico com eletrodo revestido.
SAW = Processo de soldagem por arco submerso.
NRM = Norma Reguladora de Minerao.
DNPM = Departamento Nacional de Produo Mineral.
ESC = Escavadeira
CR = Carregadeira
HP = Horse Power Cavalo Vapor
KW = Quilowatt
XII
CAPTULO 1
1.1 - INTRODUO
Em diversos ramos industriais, o desgaste abrasivo o vilo da produo, ou seja,
ele o responsvel pelos danos superficiais que acontece nos equipamentos. Estes
danos provocam uma reduo considervel na produtividade em funo das
constantes paradas para a substituio das peas e componentes desgastados.
Na rea da minerao, com frequncia, ocorre necessidade de se fabricar peas
ou componentes de mquinas que obrigatoriamente devem apresentar uma boa
resistncia abraso, ao desgaste, associado a uma boa resistncia ao impacto.
Nesse caso, preciso que sejam conferidas certas propriedades particulares s
camadas externas desses componentes, para que haja melhora considervel na
resistncia fadiga e abraso.
Uma das possveis formas de combater o desgaste abrasivo dos componentes
utilizados na minerao utilizar o mtodo de deposio de uma liga especial
resistente ao desgaste, chamada de revestimento duro, na superfcie sujeita
deteriorao. Para fazer a deposio deste revestimento duro comum utilizar os
processos de soldagem.
Vrias tcnicas de soldagem, como processo por soldagem de gs de oxi-acetileno
(OAW), processo de soldadura de metal arco de gs (GMAW), processo arco
eltrico com eletrodo revestido (SMAW), processo de arco submerso (SAW) pode
ser utilizado para revestimento duro em qualquer pea. As diferenas mais
importantes entre estas tcnicas encontram-se na eficincia da soldadura, a diluio
em placa de soldadura e o custo de fabricao de soldadura consumvel. O
processo de eletrodos revestidos (SMAW) utilizado devido ao baixo custo e de
uma aplicao mais fcil, enquanto os arames tubulares tm maior produtividade e
melhor qualidade de solda (Buchely et al, 2005).
19
A investigao tem como objetivo estudar um eletrodo comercial em termos da sua
composio qumica, microestrutura, dureza e resistncia ao desgaste abrasivo.
O presente trabalho tem como objetivo geral desenvolver e analisar de forma
comparativa a resistncia ao desgaste de pontas de escavadeiras de grande porte
que so responsveis por escavar materiais nas bancadas das minas, com e sem
revestimento de material duro. Espera-se que, com os resultados obtidos, seja
possvel fornecer melhores informaes sobre qual tipo de ponta apresenta maior
vida til e melhor custo benefcio.
A justificativa e a relevncia deste trabalho so apresentadas no Captulo 2,
apontando a necessidade desenvolvimento.
Neste trabalho contm um objetivo geral e trs objetivos especficos, informados no
Captulo 3.
Uma reviso bibliogrfica descrita no Captulo 4, onde so apresentados alguns
conceitos tcnicos.
Uma descrio do detalhamento dos procedimentos experimentais e dos
equipamentos utilizados para o estudo apresentada no Captulo 5.
Os Resultados apresentados do trabalho bem como as discusses sobre o mesmo
esto apresentados no Captulo 6
Finalmente no captulo 7 so apresentadas as concluses.
20
CAPTULO 2
2.1 JUSTIFICATIVA E RELEVNCIA
As operaes de escavao, carregamento e transporte em uma mineradora so as
operaes mais crticas e complexas dentro dos processos de lavra, j que
representam aproximadamente 40 a 60% dos custos operacionais entre todos os
processos relacionados, de acordo com Rodrigues (2006), apud Quevedo (2009).
Logo, este estudo se justifica pela relevncia que a economia financeira da
substituio de pontas, componentes e equipamentos em uma indstria de
minerao pode proporcionar, alm de impactar em diversos setores da empresa
como vendas, manuteno, controle de qualidade, contabilidade, financeiro entre
outros.
O custo elevado para as peas de minerao se d principalmente pelo desgaste
devido variao de abrasividade dos solos, principalmente as peas que tem
contato direto com o solo, tais como pontas, chapas, escarificadores, suportes,
dentre vrios outros chamados de Ferramentas de Penetrao de Solos (FPS). No
caso de FPS, alm do desgaste rpido, ocorre reduo da produtividade dos
itens, pois diminuem o tamanho e comprimento, reduzindo o poder de penetrao e
arranque. De acordo com Barros & Melo (2006), consideram o desgaste abrasivo
que ocorre entre as superfcies mveis, sob atuao de uma carga, onde a
presena de partes duras nos corpos promove interaes fsicas que deformam e
quebram a superfcie causando a remoo do material das superfcies das
ferramentas de penetrao de solo.
Outro fator importante, segundo informado pela empresa Komatsu na Revista
Manuteno & Tecnologia , edio 181, (2014) a principal funo dos materiais de
desgaste utilizados em caambas de escavadeiras, retroescavadeiras e ps
carregadeiras proteger o componente estrutural, garantindo-lhe maior vida til.
Esses materiais de desgaste, tambm conhecidos como Ferramentas de
21
Penetrao de Solo (FPS), melhoram o desempenho da caamba nas diversas
frentes de trabalho, garantindo maior facilidade no fluxo de entrada de material e,
consequentemente, aumentando a produtividade do equipamento.
O rodzio de FPS torna-se mais gil, permitindo melhor aproveitamento do ao
empregado nas pontas e garantindo maior nvel de afiao at o final de sua vida
til. Ou seja, possvel assegurar-se maior produtividade ao equipamento, aliada
ao menor custo por tonelada produzida.
Vale ainda explicar que o rodzio a ao de realizar a troca da posio das pontas
na mesma caamba, para uniformizar o consumo do material de desgaste. Afinal,
as escavadeiras, retroescavadeiras e ps carregadeiras tendem a atacar o material
lateralmente, desgastando mais as pontas do que o meio das caambas. J o giro
a movimentao da FPS em 180 graus nas pontas, para otimizar o
aproveitamento de cada FPS.
Em pontas de escavadeiras, tanto o giro quanto o rodzio podem ser aplicados. No
caso de carregadeiras, devido ao perfil das pontas e do tipo de operao do
equipamento, o giro mais recomendado.
Obviamente a operao do equipamento influencia de forma significativa na vida
til dos materiais de desgaste. Nesse aspecto, vale ressaltar que a constituio das
FPS no que tange rigidez, composio e tratamento trmico da liga de ao
utilizada na sua fabricao tambm faz toda a diferena na durabilidade. A
recomendao, portanto, procurar por materiais adequados a cada operao,
avaliando a dureza, abrasividade e demais caractersticas do material que ser
manuseado.
Para Escavadeiras, por exemplo, h dentes especficos para aplicao geral, para
material extra-abrasivo e para rocha altamente abrasiva. Nesses casos, existem
materiais pontiagudos, perfuradores com ponta dupla e perfuradores do tipo p,
mais adequados para nivelamento, limpeza e classificao de terrenos.
22
Os dentes, como j citado, melhoram a penetrao no solo e, para aumentar sua
produtividade, h tecnologias que so auto-afiantes, ou seja, permitem que
permaneam afiados medida que se desgastam, mantendo seu desempenho em
alto nvel.
23
CAPTULO 3
3.1 - OBJETIVOS DO PROJETO
3.1.1 - OBJETIVO GERAL
Este trabalho tem por objetivo geral analisar os tipos de perfis de pontas de
escavadeiras de grande porte com e sem revestimento de material duro existentes
no mercado da minerao, alm de desenvolver um novo perfil de pontas que seja
mais eficiente, de forma que o mesmo possa atender melhor s necessidades
operacionais alem do custo/benefcio.
3.1.2 - OBJETIVOS ESPECFICOS
a) Definir qual o melhor perfil da ponta das escavadeiras utilizadas em Minas
de Minerao que atendam os diferentes tipos de solos escavados;
b) Elevar a vida til das pontas das escavadeiras de forma que seja possvel
programar a troca das mesmas no perodo programado para a manuteno
preventiva;
c) Avaliar o custo/benefcio das alteraes de forma que a empresa obtenha
ganho financeiro.
24
CAPTULO 4
4.1 - REVISO BIBLIOGRFICA
4.1.1 MINERAO
um termo que abrange os processos, atividades e indstrias cujo objetivo a
extrao de substncias minerais a partir de depsitos ou massas minerais. Podem
incluir-se aqui a explorao de petrleo e gs natural e at de gua. Como atividade
industrial, a minerao indispensvel para a manuteno do nvel de vida e avano
das sociedades modernas em que vivemos (Wikipdia, 2014).
Segundo a classificao internacional adotada pela Organizao das Naes
Unidas, ONU, define-se minerao como sendo a extrao, elaborao e
beneficiamento de minerais que se encontra em estado natural: slido, como o
carvo e outros; lquido, como o petrleo bruto; e gasoso, como o gs natural. Nesta
acepo mais abrangente, inclui a explorao das minas subterrneas e de
superfcie (ditas a cu aberto), as pedreiras e os poos, incluindo-se a todas as
atividades complementares para preparar e beneficiar minrios em geral, na
condio de torn-los comercializveis, sem provocar alterao, em carter
irreversvel, na sua condio primria.
4.1.2 - PROCESSO DE MINERAO
As operaes executadas em minerao e processamento envolvem uma grande
variedade de etapas, cada uma com seus atributos e requerimentos prprios para
aumentar a sua eficincia. As condies para melhorar uma destas etapas podem
ser contra - produtivas levando a queda no desempenho de outra etapa, ou seja,
desde a extrao do minrio at o beneficiamento final o processo tem vrias reas
separadas, mas dependentes uma das outras.
25
As operaes de lavra em uma mina a cu aberto compreendem basicamente
quatro operaes unitrias (processo mina): perfurao, desmonte, carregamento e
transporte. Posteriormente temos os processos de beneficiamento do minrio
(processo usina): britagem primria e para beneficiamento (processo usina) temos a
britagem primria, britagem secundria, peneiramento, transportadores de longa
distncia, jigues, flotao, dentre outros processos para os produtos finais, tais como
Pellet Feed, Sinter Feed, Granulado Grosso, Granulado Fino e Pelotas. O grande
nmero de etapas nas operaes de lavra e processamento e ainda a complexidade
e as inter-relaes entre elas, tornam os processos de tentativa e erro difceis e
caros.
O objeto de estudo desta pesquisa est dentro deste processo, na parte de
carregamento, que feito por escavadeiras e/ou ps carregadeiras.
4.1.3 - PROCESSO DE LAVRA EM MINAS A CU ABERTO
Segundo Wikipdia, 2014, Minerao a cu aberto refere-se ao mtodo de extrao
de rochas ou minerais da terra por sua remoo de um poo aberto ou de uma
escavao em emprstimo. O termo usado para diferenciar esta forma
de minerao dos mtodos extrativos que requerem perfurao de tneis na terra -
minerao subterrnea. A minerao a cu aberto usada quando depsitos de
minerais ou rochas comercialmente teis so encontrados perto da superfcie; isto ,
onde a espessura do terreno de cobertura (situado por cima do material de
interesse, e que tem de ser removido para se chegar a este) relativamente
pequena ou o material de interesse estruturalmente imprprio para a abertura de
tneis (como o caso de areias, cinzas vulcnicas e cascalhos). Onde os minerais
ocorrem muito abaixo da superfcie, e a espessura dos terrenos de cobertura
grande ou o mineral ocorre em veios na rocha - o material de interesse extrado
usando mtodos de minerao subterrnea. As minas a cu aberto so ampliadas
tipicamente at que o recurso mineral (ou o lote de terra possudo pela companhia
de minerao) se esgote.
26
Nas minas a cu aberto, o planejamento da lavra e fundamental para a previso da
cava final, do sequenciamento de lavra, da localizao das bacias de conteno de
finos, da disposio controlada de estril, do desenvolvimento de novos produtos e
de projetos de acessos permanentes (Queiroz Filho et al., 1997).
Os objetivos bsicos do planejamento e execuo da lavra de minrio de ferro para
Casquet et al. (1996) e Queiroz Filho et al. (1997), apud Pinheiro (2000) so:
a) Garantir a continuidade das operaes de extrao do minrio em uma mina
para que a sempre fornea minrio at a exausto definitiva da mina em
questo;
b) Garantir que tenha o transporte de estril e minrio dentro de uma mina em
perodos de longo, mdio e curto prazo;
c) Desenvolver a mina com segurana em todos os aspectos para equipamentos
de mina e usina e para as pessoas;
d) Minimizar impactos ambientais, principalmente eliminando vazamentos de
leo em mquinas e extraindo somente em reas liberadas para o processo
de minerao;
e) Obter a adequada blendagem (mistura de materiais) dos minrios atendendo
a qualidade solicitada pelos clientes;
f) Atender as metas de produo, qualidade e manuteno;
g) Obter maior qualidade dos produtos;
h) Maximizar a vida til da jazida, garantindo maior igualdade dos produtos e
buscando a sustentabilidade;
i) Subsidiar a conduo do aproveitamento econmico do minrio, planejando
desde a retirada do minrio na mina at a chegada do mesmo a qualquer
cliente em qualquer local do planeta;
j) Alcanar condies de custo mnimo.
A Figura 4.1 apresenta algumas minas de extrao de minrio de ferro a cu aberto.
27
Figura 4.1 Exemplos de minas de extrao de minrio de ferro a cu aberto.
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABBn4AL/lavra-mina-ceu-aberto-subterrnea
Segundo Guerra (1988), os mtodos para avaliao de reservas podem ser
classificados em trs grandes grupos:
a) Mtodos convencionais: permitem realizar o clculo de reservas minerais
usando fatores mdios ponderados (teores, espessuras, mtodo do inverso
da potncia da distncia e volume), os quais so aplicados a reas ou
volumes de influncia;
b) Mtodos estatsticos: leva em considerao o aspecto espacial de rea ou
volume de influncia de uma amostra. As amostras devem ser escolhidas
aleatoriamente no interior do depsito. Trata-se de mtodos puramente
probabilsticos que consideram processo geolgico como um processo
totalmente aleatrio;
c) Mtodos geoestatsticos: surgiram para levar em considerao as correlaes
espaciais entre as amostras, bem como a aleatoriedade representada pelas
variaes imprevistas de um ponto a outro no depsito.
A proposta de Guerra (1988) apresenta os mtodos estatsticos para avaliao de
reservas, baseados em amostragens aleatrias realizadas no depsito mineral.
28
Para Quevedo (2009) tambm considera os trs mtodos bsicos para avaliao
das reservas minerais. Dentre estes trs, informa que os mtodos geoestatsticos
so os mais utilizados para avaliao dos depsitos minerais, por levarem em conta
os aspectos estruturais e considerar a aleatoriedade caracterstica das formaes
mineralizadas.
Uma vez realizada a avaliao do depsito mineral, a jazida mineral dividida em
blocos geolgicos e dessa forma montada a base de dados geolgicos da jazida.
Aps esta etapa, pode-se ento proceder elaborao de seu projeto de lavra.
Na elaborao do projeto de lavra, faz-se um estudo para o dimensionamento dos
equipamentos e instalaes que iro operar na mina, com base na produo
determinada.
Estas frotas de equipamentos podem ser divididas em cinco principais classes,
segundo Quevedo (2009):
a) Equipamentos de Perfurao: engloba as perfuratrizes responsveis pela
perfurao para colocar insumos de detonao e abalo do solo;
b) Equipamentos de Desmonte: representado pelos tratores que so
responsveis por abrir acessos (estradas) na mina, bem como acerto de
pistas e reas de estoques;
c) Equipamentos de Carga: temos as ps carregadeiras e escavadeiras que
podem ser hidrulicas ou eltricas. So equipamentos responsveis pela
carga de material (minrio e estril) em caminhes para transporte, sendo o
minrio para as plantas de tratamento de minrio e o estril para pilhas de
rejeito;
d) Equipamentos de Transporte: temos caminhes rodovirios ou fora estrada,
que so responsveis pelo transporte de materiais dentro da mina at as
instalaes de tratamento de minrio ou pilha de estril.
e) Equipamentos de Apoio: responsveis pelas pistas e insumos. Contemplam
as motoniveladoras, caminhes pipa, carregadeiras/escavadeiras pequenas,
comboios de abastecimento e todos os equipamentos de suporte s
atividades da minerao;
29
Segundo Pinto, (1999), para a escolha do tipo e o dimensionamento dos
equipamentos devem-se levar em considerao diferentes fatores, como a escala de
produo, capacidade financeira do grupo minerador, caractersticas da mina
testando-se as diversas alternativas disponveis.
Existem minas, por exemplo, que utilizam um misto de carregadeiras e caminhes,
com correias que transportam o minrio desde a frente de lavra at o britador.
Outras minas utilizam britadores semimveis, ou seja, a posio do britador
alterada de tempos em tempos dentro da mina, fazendo com que o britador fique o
mais prximo possvel das frentes de lavra, reduzindo a distncia de transporte e o
material j transportado aps uma britagem,
O dimensionamento final dos equipamentos somente acontece aps a realizao do
plano de lavra da mina, pois, ao fim deste, tem-se uma idia da geometria da mina,
e tambm os acessos a cada ponto de extrao.
A geometria da mina, bem como o material a ser retirado feito atravs de
planejamento de lavra, que pode ser de curto prazo (at um ano de planejamento),
mdio prazo (um a cinco anos de planejamento) ou longo prazo (acima de cinco
anos de planejamento). Pode-se considerar um plano de lavra como sendo um
roteiro de operaes da mina dentro de determinado intervalo de tempo que satisfaz,
em termos mdios s imposies ditadas pela usina de tratamento.
Conforme a Norma Reguladora de Minerao (NRM), (2002), elaborada pelo
Departamento Nacional de Produo Mineral (DNPM) descreve que a geometria da
cava, pilhas e de outras estruturas devem ser atualizadas semestralmente ou em
maior periodicidade, a critrio do DNPM, em conformidade com o ritmo de avano
previsto no Plano de Lavra, o qual deve ser mantido na mina, bem como a
documentao topogrfica pertinente, para exame por parte da fiscalizao.
As plantas de controle geolgico da mina devem ser atualizadas semestralmente,
revendo-se com frequncia todos os aspectos ligados estabilidade das estruturas.
30
O empreendimento deve possuir obrigatoriamente um acervo de plantas que, em
conjunto, contemplem no que couber, os seguintes itens, Norma Reguladora de
Minerao (NRM), (2002):
a) Os limites das concesses;
b) Os permetros das cavas e sistemas de disposio;
c) Limites das faixas de segurana;
d) ngulos laterais das faixas de segurana;
e) Limites da rea de minerao;
f) Dados referentes espessura do minrio ou das camadas mineradas;
g) Os contatos geolgicos dos diferentes cortes na cobertura e no minrio;
h) Cotas nos pontos significativos como no limite superior e inferior dos cortes na
cobertura e no minrio, em distncias inferiores a 200,00 m (duzentos
metros);
i) reas revegetadas;
j) Falhas e diques interceptados;
k) Delimitao das reas de risco e de influncia da lavra.
Pode-se considerar um plano de lavra como sendo um roteiro de operaes da mina
dentro de determinado intervalo de tempo que satisfaz, em termos mdios, s
imposies ditadas pela usina de tratamento.
4.1.4 - EQUIPAMENTOS DE CARGA
Em uma minerao tm-se vrios tipos de produtos sendo escavados conforme
pode ser observados nas Figuras 4.2, 4.3, 4.4 e 4.5 Estes produtos tm que ser
extrados de uma frente de lavra, mas posteriormente tomam caminhos diferentes
depois. Tem-se minrio, estril, blocos dentre outros, cada um com sua composio
qumica e principalmente com suas caractersticas minerais tais como dureza,
resistncia a impacto, atrito, dentre outras. Na escavao a escavadeira ter que
trabalhar com esta variedade de materiais e de caractersticas informadas.
31
Figura 4.2 - Frente de lavra com minrio e estril.
Fonte: Minerao Usiminas (Mina Oeste Itatiaiuu - 2013)
Figura 4.3 - Frente de lavra com vrios tipos de produtos.
Fonte: Minerao Usiminas (Mina Oeste Itatiaiuu - 2013)
32
Figura 4.4 - Frente de lavra com vrias rochas e materiais compactos.
Fonte: Minerao Usiminas (Mina Oeste Itatiaiuu - 2013)
Figura 4.5 - Frente de lavra.
Fonte: Minerao Usiminas (Mina Oeste Itatiaiuu - 2013)
33
Conforme Quevedo (2009), as operaes de carregamento e transporte consistem
em transportar o material extrado da jazida at diferentes pontos de descarga.
A definio das ferramentas de penetrao do solo (FPS) est diretamente ligada
destinao a qual ser submetido o equipamento portador, como a movimentao
de solos ou rochas, e s suas caractersticas operacionais, como o torque e
potncia. Quando utilizados de forma inadequada, os acessrios como pontas,
bordas, cantos, segmentos, dentes monoblocos, adaptadores, suportes e unhas
podem sofrer desgaste, comprometendo significativamente o desempenho do
equipamento e a sua produtividade. (Revista de Manuteno & Tecnologia, Edio
147, 2011).
Em minas a cu aberto as atividades iniciam com a preparao da rea a ser
lavrada para que ela possa ser perfurada e detonada. Com isto os caminhes so
direcionados at uma determinada frente de lavra, os equipamentos de carga (ps
carregadeiras ou escavadeiras) que esto alocados nas frentes retiram o material e
o carregam nos caminhes. Os caminhes carregados transportam o material at
um determinado ponto de descarga (britadores, pilha estril ou pilha pulmo) e em
seguida voltam para uma frente de lavra disponvel, onde repetiro as mesmas
operaes.
As operaes de carregamento e transporte so realizadas de forma contnua. Os
caminhes realizam ciclos de carregamento e bsculo repetidamente percorrendo as
possveis rotas disponveis; quando partem de um ponto de carga para um ponto de
basculamento, ou vice versa, o fazem diretamente sem paradas intermedirias.
A Figura 4.6 representa de forma esquemtica atravs do diagrama de
movimentao de caminhes nas operaes de carregamento e transporte.
As operaes de carregamento em caminhes rodovirios ou foras de estradas
podem ser feitas com escavadeira, ou carregadeiras. A Figura 4.7 representa uma
escavadeira de grande porte carregando um caminho fora de estrada.
34
Figura 4.6 Processo de carregamento e transporte em uma mina de cu aberto.
Fonte: Prprio autor
Figura 4.7 - Ponto carga com uma escavadeira carregando um caminho fora de
estrada.
Fonte: http://pt.dreamstime.com/imagem-de-stock-mquina-escavadora-que-enche-o-
caminho-image31565251
35
4.2 - FERRAMENTA DE PENETRAO DE SOLO FPS
As ferramentas de penetrao de solo so conhecidas por muitos nomes sendo
alguns deles: bordas cortantes, dentes, protetores, ferro de desgaste, pontas ou
ferramentas de penetrao no solo (FPS).
Independentemente do nome que se d a esta ferramenta a mesma sempre um
componente de sacrifcio. Sua finalidade proteger componentes de alto custo
como a borda base de caambas, a chapa estrutural (chapa me) e todas as
estruturas dos equipamentos que ficam em contato direto com a extrao do
minrio, estril, rochas e demais materiais que esto nas bancadas e solos.
As FPSs contribuem com grande parte dos custos de manuteno de uma
mquina. Apesar de ser uma pea essencialmente de desgaste necessrio
verificar qual a FPS mais adequada para cada tipo de trabalho para que se possa
obter a mxima vida til sob as condies de desgaste e diminua a parada de
mquinas para troca.
Na busca de melhor desempenho do equipamento e diante das necessidades
como, eficincia durante a penetrao na pilha de material, resistncia abraso e
resistncia ao impacto, os usurios precisam avaliar cada caso para que seja feita
a melhor escolha desses componentes. Existem algumas empresas que atuam na
fabricao de FPS e em peas de desgaste que apontam uma tendncia para o
uso de ferramentas cada vez menos espessas.
Para garantir a eficincia desejada os especialistas esto utilizando pontas mais
afiadas, que proporcionam penetrao rpida em vrios tipos de solo,
principalmente em solos como saibro e minrios de baixa abrasividade.
Ferramentas com esse perfil desagregam o material com mais facilidade,
proporcionando ciclos de escavao mais rpidos. Apenas uma advertncia que os
especialistas relatam que as pontas menos espessas apresentam menor
durabilidade.
36
Para evitar a quebra da FPS e paradas constantes para sua troca, alguns usurios
preferem operar com ferramentas reforadas, ou seja, ferramentas de pontas mais
grossas.
Atualmente, as pontas mais espessas so indicadas para servios extremamente
pesados, como o carregamento de rocha, calcrio, granito e minrio de ferro, ou
seja em situaes nas quais o poder de desagregao do material no um
entrave para a produtividade.
As FPS so montadas em caambas e outros componentes atravs de travas,
pinos ou so soldadas diretamente na chapa me. Pontas, e canelas so
montadas. J as demais so soldadas diretamente nos componentes.
Os materiais mais indicados para aplicaes em peas de desgaste, de penetrao
e de movimentao de materiais so os aos com ligas a base de carbono, silcio,
nquel, mangans, molibdnio, e cromo que podem variar as caractersticas
mecnicas do conjunto, pois estes so mais resistentes a condies de abraso e
impacto.
As Figuras 4.8 e 4.9 apresentam as ferramentas de penetrao de solo utilizadas
em caambas, bem como os materiais de desgaste que tambm tem contato direto
com o solo evitando o desgaste da chapa estrutural em caambas que tem contato
com materiais de desgaste mais abrasivos. O item 2 da Figura 4.8 o objeto de
estudo deste trabalho.
A Tabela 4.1 detalha cada um dos componentes de desgaste instalados em uma
caamba na parte estrutural, com suas funes. Esta caamba bem similar a
caamba utilizada no estudo.
37
Figura 4.8 - Detalhamento frontal da caamba com FPS e materiais de desgaste.
Fonte: http://www.excavatorbucket.en.alibaba.com/product/1763067166-221940381/
Kobelco_SK350_Underground_Mining_Bucket_for_Excavator.html
Figura 4.9 - Detalhamento lateral da caamba com FPS e materiais de desgaste.
Fonte: http://www.excavatorbucket.en.alibaba.com/product/1763067166-221940381/
Kobelco_SK350_Underground_Mining_Bucket_for_Excavator.html
38
Tabela 4.1 Ferramentas de penetrao de solo e materiais de desgaste.
Nmero Componente Funo
1 Canela
Proteo das laterais fixadas atravs
de pinos e/ou pelo processo de
soldagem.
2 Pontas Primeira parte caamba que toca do
solo fixadas com pinos ou travas.
3 Revestimento interno
Proteo interna das laterais - fixadas
atravs do processo de soldagem nas
laterais e rebitadas nos centros.
4 Entre dentes Proteo entre os dentes fixadas
atravs do processo de soldagem.
5 Revestimento interno do
bojo
Proteo interna do bojo fixadas
atravs do processo de soldagem.
6 Cantoneira Proteo das quinas fixadas atravs
do processo de soldagem.
7 Revestimento Externo bojo Revestir traseira da caamba - fixada
atravs do processo de soldagem
8 Revestimento lateral do bojo Revestir laterais da caamba fixada
atravs do processo de soldagem.
9 Ala
Suporte de fixao da caamba
fixada atravs do processo de
soldagem.
10 Pastilhas de desgaste
Diminuir contato do material com a
lateral da caamba fixada atravs do
processo de soldagem.
Fonte: Prprio autor
39
4.3 - ESCAVADEIRAS HIDRULICAS EM MINERAO
Tambm chamadas de ps-carregadeiras, escavador ou p mecnica, escavadeira
a designao genrica dada aos vrios tipos de mquinas de escavar, de
revolver ou remover terra ou qualquer material que tenha necessidade de ser
retirado, tais como: terra, blocos de cimento, rochas, bancadas de rejeito, bancadas
de minrios de ferro e outros metais encontrados na natureza.
As escavadeiras podem executar diversas operaes, de acordo com o tipo de
lana, a saber.
a) lana com p frontal com caamba invertida;
b) lana com p frontal com caamba shovel;
c) lana com caamba de arrasto ou drag-line;
d) lana com caamba de mandbulas ou clam-shell;
e) lana com caamba de articulao mltipla ou orange peel;
f) lana restroescavadora, back-shovel, retro-shovel ou hoe.
As duas primeiras caambas fazem parte do estudo. As demais no tm ou pouco
utilizam as ferramentas de penetrao de solo.
A escavadeira de caamba frontal conhecida, tambm, com retro-escavadeira,
com caamba invertida, pois possui a caamba voltada para baixo e escava
executando movimentos no sentido de cima para baixo, conforme Figura 4.10.
Esse implemento tem sua maior eficincia quando escava em um nvel inferior ao
de apoio de sua base. O funcionamento da retro-escavadeira semelhante ao do
shovel, diferindo quanto descarga da caamba. O carregamento feito pela
boca e a descarga , igualmente, pela boca da caamba.
J a escavadeira de caamba frontal com caamba shovel uma mquina
automotora, provida de lana articulada, (tambm chamada de torre, em algumas
publicaes), com brao igualmente articulado, tendo na sua extremidade uma
caamba de fundo mvel. Possui a caamba voltada para cima e escava
40
executando movimentos no sentido de baixo para cima, conforme Figura 4.11.
Figura 4.10 Escavadeira com caamba invertida.
Fonte: Caterpilar Modelo 321D - 2014
Figura 4.11 Escavadeira com caamba shovel.
Fonte: Caterpilar Modelo 6090 - 2014
41
As Escavadeiras com caamba Showel so utilizadas para escavar cortes altos,
especialmente de materiais rochosos, com taludes situados acima do nvel em que
a mquina trabalha (Ricardo e Catalani, 2007; Abram e Rocha, 2000; Nunnally,
2011; Peurifoy et al., 2011). O giro da lana permite que a caamba seja deslocada
no plano horizontal para uma posio de descarga que executada com a abertura
do fundo da caamba. O shovel o equipamento ideal para ser empregado em
servios pesados devido grande fora de escavao obtida na borda cortante
da caamba e segurana que possui.
J a escadeira com caamba de arrasto ou drag-line constituda por uma trelia
metlica, em cuja extremidade h uma roldana pela qual passa o cabo de elevao
da caamba, acionado pelo cabrestante. A lana sustentada pelo cabo, variando
seu ngulo entre 25 e 40, atravs de articulao, e pode ter seu raio de alcance
aumentado com a intercalao de uma seo intermediria. A escavao d-se
pelo arrastamento da caamba, atravs do cabo de arrasto, que acionado pelo
cabrestante. As escavadeiras drag-line trabalham em escavaes em nveis abaixo
daqueles em que se encontram (Ricardo e Catalani, 2007; Abram e Rocha, 2000;
Nunnally, 2011; Peurifoy et al., 2011). As vantagens da drag-line so:
a) Maior raio de alcance dentre todos os equipamentos de terraplenagem;
b) A possibilidade de carregar as unidades de: transportes fora da zona de
escavao, evitando que estas tenham que manobrar sobre a lama.
A lana com caamba de mandbulas ou clam-shell constituda por duas partes
mveis, comandadas por cabos que podem se abrir ou fechar como mandbulas e
que possuem superfcie de corte ou dentes. A escavao d-se pela queda da
caamba e, posteriormente, pelo fechamento das mandbulas, de modo que a
escavao avana verticalmente.
A escavadeira com caamba retroescavadora possui a caamba voltada para
baixo, em direo cabina da mquina, e, por essa razo, trabalha escavando em
nveis situados abaixo daquele em que a mquina se encontra. De acordo com
Ricardo e Catalani (2007), este tipo de escavadeira utilizado:
42
a) na escavao de valas em grande profundidade e de largura reduzida,
sem presena de escoramento;
b) em cortes de altura elevada;
c) como equipamento substituto das escavadeiras drag-line na abertura de
canais, na remoo de solos imprprios, dentre outros. No Brasil, este tipo de
equipamento chamado simplesmente de escavadeira hidrulica. Ressalte-se
ainda a existncia tambm da chamada retroescavadeira (backhoe loader),
conhecida por sua versatilidade, que consiste na combinao de trs tipos de
equipamentos trator, carregadeira e escavadeira com lana retroescavadora
(Peurifoy et al., 2011).
As escavadeiras hidrulicas so geralmente divididas em trs tamanhos:
mini/pequena, mdia e grande porte. A Tabela 4.2 apresenta a capacidade de cada
escavadeira em funo do porte da mesma.
Tabela 4.2 Capacidades das escavadeiras hidrulicas.
Porte Peso operacional (ton) Potncia (kw)
Mini / Pequena 7 a 20 59 a 93
Mdio 21 a 37 103 a 200
Grande Maior que 37 Maior 200
Fonte: Caterpilar (2014)
A maior escavadeira do mundo foi construda pela companhia alem Krupp, e tem
96 metros de altura e pesa 13.500 toneladas. A Figura 4.12 apresenta um modelo
de escavadeira de grande porte, destacada na cor branca (clara) e uma
escavadeira de pequeno porte (mini) destacada na cor laranja (escura) que est
dentro da caamba da escavadeira de grande porte.
43
Figura 4.12 - Escavadeira Showel de grande porte e mini escavadeira invertida.
Fonte: http://www.asmaquinaspesadas.com/2012/06/fotos-e-videos-da-maior-escavadeira
.html
Os especialistas que trabalham nas maiores empresas de escavadeiras do setor
advertem que o tipo de ferramenta adequada para cada operao deve ser
considerado de acordo com o servio que a mesma vai executar principalmente em
relao geometria das pontas e at mesmo das lminas (bordas cortantes) das
caambas (Revista de Manuteno & Tecnologia, Edio 147, 2011).
A correta especificao das ferramentas de penetrao do solo (FPS) tambm
resulta em menor consumo de combustvel, menor esforo para o equipamento alm
de contribuir para a reduo dos custos de manuteno e operao. Em geral, as
FPS de trator de esteiras, motoniveladoras e retroescavadeiras tm projetos
semelhantes, com pouca variao. As maiores variaes em termos de geometria da
ponta das FPS se encontram nas carregadeiras e escavadeiras e esto destacadas
dentro deste estudo. (Revista de Manuteno & Tecnologia, Edio 147, 2011).
44
A Figura 4.13 apresenta uma vista mostrando uma escavadeira hidrulica comum no
mercado composta de 29 componentes. A Tabela 4.3 detalha cada um dos
componentes com suas respectivas funes.
Figura 4.13 Componentes de uma escavadeira hidrulica.
Fonte: http://c3manuais.blogspot.com.br/2012/10/curso-escavadeira-hidraulica-case-cx.html
Tabela 4.3 Detalhamento dos componentes de uma escavadeira hidrulica.
45
Nmero Componente Funo
1 Caamba Responsvel por retirar o material do solo. Contem
as pontas.
2 Articulao da
caamba
Responsvel pelo movimento de fechamento e
abertura da caamba.
3 Articulao
intermediria
Responsvel pelo movimento de fechamento e
abertura da caamba.
4 Cilindro da
caamba
Responsvel pelo movimento de fechamento e
abertura da caamba.
5 Brao Penetrador Responsvel pelo movimento de fechamento e
abertura da caamba.
6 Cilindro do brao Responsveis pelo movimento completo do brao.
7 Lana Responsveis pelo movimento completo do brao.
8 Cilindro da lana Responsveis pelo movimento completo do brao.
9 Cabine Local que o operador de mquina movimenta o
equipamento.
10 Redutor de giro Responsvel pelo giro do equipamento em 360
para os dois sentidos de rotao.
11 Motor de giro Responsvel pelo giro do equipamento em 360
para os dois sentidos de rotao.
12 Reservatrio de
Combustvel Tanque de combustvel do equipamento.
13 Reservatrio de
leo hidrulico
Tanque de leo hidrulico para todo sistema
hidrulico.
14 Vlvula de controle Vlvula hidrulica que direciona o fluxo de leo
para todos os movimentos do equipamento.
15 Silencioso do
motor
Responsvel por reduzir o rudo e poluio dos
gases expelidos pelo motor diesel.
16 Bomba hidrulica
Responsvel por bombear leo hidrulico gerando
presso e vazo calibradas para o sistema
hidrulico.
Nmero Componente Funo
46
17 Motor diesel Motor de combusto interna tendo como
combustvel o Diesel.
18 Contrapeso Responsvel por nivelar a mquina quando a
mesma est em operao de carregamento.
19 Radiador do motor
Componente responsvel pelo controle da
temperatura do motor diesel atravs de sistema de
gua de resfriamento.
20 Motor de
translao
Responsvel pela movimentao da mquina em
ambos os sentidos de direo (frente e r). Tem
uma coroa dentada montada no motor de giro.
21 Esteira
Funciona como corrente de bicicleta e montada
na coroa de giro de um lado e de suportes que
apiam no piso e movimentam a mquina.
22 Sistema eltrico Composto de baterias e os componentes eltricos.
23 Rolete superior Auxilia no giro da esteira.
24 Guia da esteira Responsvel por centralizar a esteira.
25 Rolete inferior Auxilia no giro da esteira.
26 Bomba de
lubrificao
Responsvel por enviar graxa nas principais
articulaes mveis.
27 Mola tensora Responsvel por tencionar a esteira.
28 Roda guia Auxilia no giro da esteira.
29 Esteira Em contato com o solo movimenta o equipamento
em ambos os sentidos.
Fonte: Elaborado pelo Autor
Os movimentos das escavadeiras hidrulicas so controlados por um sistema de
bombas positivas de leo que proporcionam os movimentos de transladar sobre
esteiras, rotacionar em 360 para os dois lados (direito e esquerdo) alm do
acionamento do brao hidrulico que faz todo o carregamento de material para os
caminhes de transporte.
47
Os movimentos da mquina copiam os movimentos do brao humano, onde o
boom e o stick so respectivamente o brao e o ante-brao humano
respectivamente, j a caamba como se fosse a mo que carrega o material.
Uma escavadeira hidrulica composta por trs equipamentos: trator, carregadeira
e a escavadeira. Cada equipamento desses indicado para um tipo de trabalho, e
geralmente em uma obra se usa os trs equipamentos.
O trator foi projetado para se movimentar em todos os tipos de terrenos acidentados,
ele a estrutura central da escavadeira, composto, na maioria das mquinas, por
esteiras metlicas.
A carregadeira, que a parte da frente da escavadeira, usada principalmente para
carregar terra, sujeira e outros materiais em grande quantidade. Serve tambm para
aplainar ou empurrar os mesmos como um arado.
As Figuras 4.14 e 4.15 apresentam, de forma esquemtica, possveis movimentos
das escavadeiras de caamba invertida e de caamba shovel respectivamente.
Pode-se observar que a caamba consegue pegar retirar acima e abaixo do prprio
equipamento. O equipamento pode girar 360 para os dois lados o que possibilita
retirada de material em um raio mximo da escavadeira. Outra caracterstica do
equipamento que ele movimenta para frente e para trs na mesma velocidade e
fora.
Por fim, a principal ferramenta que a prpria escavadeira, serve para compactar
material, levantar objetos pesados e fazer escavaes. Ela escava todos os tipos de
buracos, mas sua principal funo escavar trincheiras.
Figura 4.14 - Possveis movimentos de uma escavadeira hidrulica de caamba
invertida.
48
Fonte: Liebherr Modelo R9100 (2014)
Figura 4.15 - Possveis movimentos de uma escavadeira hidrulica de caamba tipo
shovel.
49
Fonte: Liebherr Modelo R9100 (2014)
A Figura 4.16 apresenta um modelo de escavadeira que utilizada na minerao e
a mquina que foi definida para o estudo neste. Essa escavadeira pesa 110ton e
equipada com um motor de 565kW (757HP). Sua caamba pode transportar em uma
s conchada ou cavada at 15 toneladas.
Figura 4.16 - Modelo da escavadeira hidrulica utilizada para o desenvolvimento
deste trabalho.
50
Fonte: Liebherr R9100 (2014)
51
4.3.1 - DETALHAMENTO DAS CAAMBAS DAS ESCAVADEIRAS
Conforme especificaes tcnicas dos fornecedores de mquinas, tais como
Caterpilar, Liebherr, New Holland, dentre outras, a caamba o componente de uso
geral utilizada em escavadeiras hidrulicas e a cabo de qualquer porte e
capacidade, sendo um acessrio fundamental para realizar principalmente os
trabalhos de escavaes.
As caambas costumam ser a parte do equipamento pesado que tenham contato
direto com a terra, areia ou rocha, sejam em mquinas carregadeiras,
retroescavadeiras, escavadeiras hidrulicas ou caminhes basculantes. Em
mquinas pesadas, as caambas servem para realizar a escavao e transporte do
material escavado ou carregamento.
Nas mquinas, as caambas podem ser comuns com lmina, dentes ou unhas.
Podem ser tambm caambas trituradoras, para triturao de concreto, rocha ou
entulho, podem ser caambas peneiras, para separao gradual de materiais, entre
tantos outros tipos.
O volume das caambas de escavadeiras de acordo com a necessidade do
comprador. As caractersticas das caambas vo depender do tamanho, tipo de
trabalho a serem realizados, caminhes que sero carregados, bem como outros
detalhes tcnicos que devem ser informados ao fabricante no momento da compra
da caamba.
O volume e a densidade do material a ser transportado que determina o tamanho
da caamba. Mas a principal caracterstica que vai determinar como a caamba e
se vai necessitar de reforos ou materiais de desgastes o solo aonde a
escavadeira vai operar.
Uma escavadeira que trabalha com solo macio e solto tem menor esforo que uma
que trabalha escavando bancadas de minrio de ferro (alta abrasividade) ou
arrancando e movimentando rochas (vrios impactos nas pontas e laterais). Isto
52
impacta diretamente tambm nos seus materiais de desgastes e ferramentas de
penetrao no solo.
Por exemplo, a caamba de escavadeira para rocha requer algumas caractersticas
que proporcionem maior resistncia ao desgaste por abraso ou por impacto, por
isso elas so produzidas em ao estrutural de alta resistncia.
A Figura 4.17 mostra detalhadamente as peas que compe uma caamba da
escavadeira da pesquisa. Esta caamba composta de chapas estruturais, tambm
chamadas de chapa me, chapas de desgaste em todas as suas superfcies que
tem contato com o solo para evitar o desgaste das chapas estruturais e
principalmente as ferramentas de penetrao de solo (FPS) que a ponta. As
chapas estruturais devem ter o menor contato possvel com o solo para evitar
desgastes que levariam a fabricao de uma caamba nova.
Figura 4.17 - Detalhamento dos componentes da caamba de uma escavadeira
hidrulica.
Fonte: Prprio Autor
53
Conforme especificao tcnica do fornecedor da caamba do estudo, os materiais
utilizados nas montagens da caamba esto os descritos na Tabela 4.4.
Tabela 4.4 Detalhamento dos componentes de uma caamba.
Componente Funo Material
Ala Chapa da estrutura da caamba que
interliga na escavadeira. USI-SAR-80
Lateral Chapas reforadas nas laterais por ter
contato com o solo. USI-SAR-60
Revestimento
Externo
Revestimento da caamba nas laterais
e atrs da caamba em reas que tem
contato direto com o solo.
USI-AR-450
Lbio ou Borda
Parte frontal da caamba que, depois
das pontas, a segunda rea de
contato com o solo e que desgasta por
abraso.
USI-AR-450
Adaptador
Ferramenta de penetrao de solo que
montado s pontas de desgaste que
o primeiro contato da caamba com
o solo.
USI-AR-450
Bojo
Parte interna da caamba responsvel
por receber todo volume de material.
Pode ter material de desgaste na parte
interna ou externa.
USI-SAR-60
Fonte: Elaborado pelo Autor
Conforme tabela de materiais (Catlogo Usiminas Chapas Grossas, 2014), as
classes de aos estruturais USI-SAR-60 e USI-SAR-80 envolvem materiais de ultra-
alta resistncia mecnicas com garantia de tenacidade s baixas temperaturas e
desempenho superior na soldagem. So produzidos por laminao controlada e
resfriamento acelerado. Normalizao ou Tmpera e Revenimento. Caracterizam-se
pelo baixo carbono equivalente, o que confere a esta classe uma excelente
soldabilidade.
54
J o material USI-AR-450 so aos com adies de elementos de liga, temperados,
tendo como principal caracterstica a alta dureza, sendo destinados a servios de
alto desgaste mecnico. Nessa classe se encontram materiais que apresentam
dureza Brinell na faixa de 360 a 550 HB. Esses aos apresentam, ainda, boa
soldabilidade e, em casos especiais, sob consulta, podem ser fornecidos com
garantia de impacto Charpy a -20C ou inferior. So aplicados em tratores,
retroescavadeiras, caambas de caminhes fora de estrada, tremonhas,
revestimentos de calhas, transportadores de minrios, peas de altos-fornos e
ventiladores industriais (Catlogo Usiminas Chapas Grossas, 2014).
A borda ou lbio deve apresentar dureza mnima de 345HB a 499HB, a qual se
mantm praticamente constante da superfcie ao ncleo da caamba de
escavadeira, ou seja, no h degradao da dureza medida que ocorre o
desgaste. As alas so tambm desenvolvidas com maior fora mecnica,
aumentando assim a vida til da caamba de escavadeira (Catlogo Usiminas
Chapas Grossas, 2014).
O material usado para a fabricao dos dentes, adaptadores e pontas um ao com
variaes de mangans (para aumentar a resistncia mecnica do ao), cromo (para
aumentar resistncia abraso) e nquel molibdnio (para aumentar a
temperabilidade e tenacidade). A dureza desta material varia, geralmente, entre 400
a 500 HB (Catlogo Usiminas Chapas Grossas, 2014).
Outros fornecedores de caambas para retroescavadeira, carregadeiras e
escavadeiras hidrulicas, utilizam materiais de maior resistncia ao desgaste, como
por exemplo, o HARDOX 450 que apresentam dureza mnima de 345HB a 499HB, a
qual se mantm praticamente constante da superfcie ao ncleo, ou seja, no h
degradao da dureza com o desgaste. Esse tipo de caamba para retroescavadeira
aplicado em pedreiras, mineradoras, graniteiras e qualquer outro tipo de servio
pesado. Para usos gerais como terraplanagens e escavaes, a construo da
caamba para retroescavadeira, de carregadeira e escavadeira feita sem reforo
em chapa HARDOX (Catlogo Usiminas Chapas Grossas, 2014).
55
Essas caambas so usadas em vrios modelos de mquinas como: Fiatallis, Case,
New Holland, Michigan, Volvo, Caterpillar, Komatsu, Hyundai, John Deere, Massey.
A Figura 4.18 apresenta a caamba objeto de estudo deste trabalho.
Figura 4.18 - Caamba em uma escavadeira de grande porte.
Fonte: Caamba para Escavadeira Liebherr R9100 (2014)
56
4.4 TIPOS DE DESGASTE
Desgaste a perda progressiva de substncia de uma superfcie de um corpo em
decorrncia do movimento relativo com a superfcie. (Gahr, 1987). Segundo Gregolin
(1990), o desgaste influi diretamente nos custos de produo devido s
necessidades de reposio ou recuperao de peas desgastadas, e tambm
indiretamente nos custos de produo, pela necessidade de superdimensionar
componentes e pelas limitaes na produo devido a equipamentos deteriorados,
alm de interrupes imprevistas nas linhas de produo.
De acordo com Eyre (1978), desgaste pode ser definido como a degradao da
superfcie do componente ou do equipamento, envolvendo remoo progressiva do
material, como resultados de processos tribolgicos. Ele observou que o todo
desgaste do abrasivo a mais frequente forma de ocorrncia em segmentos
industriais, contribuindo com cerca de 50% dos problemas industriais envolvendo
desgaste.
J Rigney (2009) define desgaste como sendo o deslocamento ou a remoo de
material resultante de processos tribolgicos, enquanto que a Norma DIN 50 320
(1997), o faz como sendo a perda progressiva de substncias de um corpo slido,
causada por ao mecnica, isto , por contato e movimento relativo de um corpo
slido contra outro corpo slido, lquido ou gasoso.
Devido complexidade dos fatores envolvidos nos desgastes, procura-se
estabelecer classificaes que facilitem o estudo do fenmeno e sua preveno.
Segunda a Norma DIN 50 320 (1997), o desgaste apresenta sob diferentes tipos,
sendo mais frequentes: abrasivo, erosivo, frico, fadiga superficial e desgaste por
reao triboqumica.
Em ambientes industriais o desgaste encontrado pode-se apresentar como
(porcentagem de ocorrncia). De acordo com Albertin (2003) o mecanismo de
desgaste que tem maior percentual de perdas de massa verificadas na prtica o
desgaste por abraso, que gira em todo de 50% em relao a todos os outros tipos
57
de desgastes. Em seguida vem o erosivo com 15%, o de frico com 8% e o de
corroso com 5%.
tambm reconhecida que as resistncias s solicitaes de desgastes no so
propriamente intrnseca de um material, mas sim das caractersticas dos sistemas ou
do equipamento ao qual o componente est ligado mecanicamente e de seu meio de
operao (Martins, 1995).
No trabalho realizado por Passos et al (2010), verificou-se que uma escavadeira da
marca Komatsu, modelo PC4000, com um conjunto de cinco pontas, em apenas um
ms de trabalho (480 horas trabalhadas), teve que trocar 16 conjuntos de novas
pontas, devido ao desgastes das mesmas, ou seja, a mdia de trabalho foi de 30
horas. Estas pontas desgastaram devido alta abrasividade do solo, juntamente
com a capacidade da mquina a penetrao.
4.4.1 - DESGASTE DA FPS
Segundo artigo exposto pela Komatsu na edio 181 da Revista Manuteno &
Tecnologia (2014), a principal funo dos materiais de desgaste utilizados em
caambas de escavadeiras, retroescavadeiras e ps carregadeiras proteger o
componente estrutural, garantindo-lhe maior vida til. Esses componentes, tambm
conhecidos como Ferramentas de Penetrao de Solo (FPS), melhoram o
desempenho da caamba nas diversas frentes de trabalho, garantindo maior
facilidade no fluxo de entrada de material e consequentemente aumentando a
produtividade do equipamento.
Com o deslocamento das ferramentas de mobilizao atravs do solo, ocorrem
diversas interaes, decorrentes do atrito entre esses dois elementos, ocasionando
a perda de material por parte do equipamento e, conseqentemente, o seu
desgaste. Tal interao provoca alteraes nas caractersticas geomtricas das
ferramentas as quais refletiro em maior esforo de trao e dificuldade na
execuo do trabalho, de forma adequada.
58
De acordo com Machado et al (2009), embora existam diversos estudos sobre a
demanda de trao, pouca importncia tem sido dada ao desgaste de ferramentas
simtricas de mobilizao do solo (ponteiras) como os trabalhos de Mourad e
Santos (2003), que construram um equipamento para a avaliao do desgaste de
ferramentas, em funo do tipo de solo em condio de laboratrio e Esprito Santo
(2005) que avaliou, em condies de campo, o desgaste de dois materiais de
ponteiras de hastes sulcadoras de semeadoras de plantio direto, devido ao contato
direto com o solo.
Entre as diversas formas de desgaste, o principal, encontrado na operao de
mobilizao do solo, o desgaste por abraso, que se constitui na remoo do
material da ferramenta devido ao atrito com as partculas do solo. De acordo com
Mesquita e Barbosa (2005), o fim da vida das ferramentas normalmente
condiciona-se ao desgaste, devido s altas tenses de contato, associadas ao
deslizamento relativo da ferramenta, podendo o processo conter partculas de alta
dureza na regio de deslizamento, causando desgaste por abraso. Segundo
Bhole e Yu (1992), o desgaste abrasivo o que melhor descreve a remoo de
material de uma superfcie slida pela ao do solo.
As caractersticas de frico do solo no ao influenciam o desempenho dos
equipamentos, de trs maneiras: primeiro, o desgaste se constitui em um problema,
tanto no equipamento de preparo do solo como no cultivo devido natureza
abrasiva de muitos solos (Richardson, 1967); em segundo lugar, a fora exigida para
separar ou mover o solo no s depende das propriedades fsicas do solo, mas,
tambm, do atrito solo/equipamento (Hettiaratchi et al., 1966); finalmente, a
magnitude do atrito de natureza interna do solo estabelece o grau de abrasividade
do solo na interface (Stafford & Tanner, 1977).
De acordo com Baptista e Nascimento (2014), o desgaste de uma ferramenta que
atua diretamente no solo, depende de vrios fatores, entre eles os atributos do solo
e caractersticas da ferramenta. Segundo Owsiak, (1997), o desgaste de uma
ferramenta de corte do solo est merc das condies do solo, dos fatores
59
operacionais e das caractersticas da ferramenta; salienta, ainda, que na prtica da
pesquisa muito difcil cobrir simultaneamente todos os fatores de influncia sendo
que, geralmente, apenas os efeitos de alguns fatores so investigados.
De acordo com Fernandes et al. (2002), o estudo dos mecanismos de desgaste dos
materiais utilizados em implementos agrcolas fundamental para a otimizao na
escolha dos mesmos e para a previso da durabilidade de um equipamento.
Ponteiras projetadas inadequadamente so levadas a substituies excessivas; este
procedimento se torna dispendioso, pois, alm da quantidade de ferramentas
utilizadas, demanda em tempo de reposio, que poderia ser utilizado em trabalho
efetivo (Esprito Santo, 2005). Verificou-se que, quanto maior o desgaste da
ponteira, maior tambm a fora horizontal requerida por esta ferramenta e,
consequentemente, mais energia deve ser imposta trao do equipamento e a
penetrao da ferramenta no solo.
O desgaste de componentes e equipamentos industriais, mineradoras, agrcolas,
bem como de inmeros outros ramos de atividade, representa um fator importante
de depreciao do equipamento e de fonte de despesas com manuteno e
reposio de componentes mecnicos (Castro, 2010).
O desgaste proporciona diretamente aumento do custo de peas desgastadas e de
sua reposio. Muitas vezes exige ainda o super dimensionamento de componentes,
a limitao da produo devido aos equipamentos depreciados e a interrupo
drstica da produo. Estes fatores influem significativamente sobre as perdas
indiretas do rendimento de produo.
Como o desgaste um fenmeno essencialmente superficial, envolvendo a remoo
mecnica indesejvel de material de superfcies, as solues encontradas atravs
de solda de revestimento tem-se mostrado altamente valiosas, tanto para prevenir
como para minimizar ou recuperar as diferentes formas de desgaste de metais. Por
outro lado torna o tempo de produo bem maior podendo inviabilizar os
60
revestimentos e deve ser levado em conta no clculo do custo benefcio (Baptista e
Nascimento, 2014).
Em inmeras situaes, peas e componentes podem ser fabricados com materiais
convencionais, dentro das especificaes normais do projeto. Posteriormente,
podem-se aplicar sobre a superfcie, camadas ou cordes de solda, com
consumveis adequados para resistir s solicitaes de desgaste.
Estudos metalogrficos observaram que a resistncia ao desgaste est diretamente
relacionada com as caractersticas microestruturais do material. Mourad e Santos,
2003 estudaram a resistncia ao desgaste de aos tratados termicamente para
vrios nveis de dureza e tambm de alguns metais puros. Para metais puros, a
resistncia ao desgaste aumenta linearmente com a dureza.
Nos materiais ferrosos, esta relao (resistncia ao desgaste dureza) no
simples. O aumento no teor de carbono faz a resistncia ao desgaste aumentar. J
para os aos com a mesma porcentagem de carbono, a resistncia ao desgaste de
um ao ligado maior do que de um ao sem liga, mas este aumento pequeno
quando comparado com outro em que aumentou a porcentagem de carbono
(Baptista e Nascimento, 2014).
A resistncia ao desgaste geralmente aumenta conforme a microestrutura mudada
de ferrita para perlita, desta para bainita e finalmente bainita para martensita; isto,
desde que seja acompanhada de aumento de dureza. Entretanto, para um mesmo
valor de dureza, a estrutura baintica tem maior resistncia ao desgaste do que a
martenstica (Baptista e Nascimento, 2014).
A microestrutura tem maior influncia no desgaste do que a dureza da matriz. Tem
sido mostrado que a presena de austenita retida tem melhorado a resistncia ao
desgaste da martensita revenida. A austenita fornece uma melhor ancoragem aos
carbonetos, ocasionando um baixo arrancamento do carboneto da matriz austentica
(Baptista e Nascimento, 2014).
61
Os carbonetos parecem ser particularmente importantes na resistncia abraso,
principalmente em materiais como os aos e ferros fundidos brancos ligados ao
Cromo (Cr). A influncia deles est relacionada com sua dureza, tamanho e
distribuio. Carbonetos duros, e finamente dispersos, aumentam a resistncia ao
desgaste, enquanto que os grosseiros diminuir-se-iam.
Na especificao e normalizao de ligas para resistir ao desgaste, s maiores
dificuldades residem na inexistncia de ensaios padronizados, para discriminar os
nveis de aceitao ou rejeio, conforme as aplicaes particulares.
Estas dificuldades esto associadas principalmente natureza complexa do
fenmeno de desgaste. Este, alm de envolver a deformao e corte superficial por
partculas abrasivas, ou o atrito entre superfcies metlicas, muitas vezes ocorre
devido a vrios mecanismos concomitantes de desgaste da superfcie, os quais
tambm podem estar associados a outros fenmenos de degradao tais como
impacto, corroso ou fadiga (Dettogni, 2010).
Estruturas deformadas por trabalho a frio, no aumentam a resistncia ao desgaste,
enquanto que o aumento da dureza pelo refinamento dos gros agiria
favoravelmente.
Para maior facilidade de anlise e preveno, procura-se geralmente identificar o(s)
mecanismo(s) predominante(s) de remoo de material. Para tanto, os tipos gerais
de desgaste podem ser classificados como (Baptista e Nascimento, 2014):
a) Desgaste por Abraso ocasionado por partculas abrasivas (duras) sob
tenso, deslocando-se sobre a superfcie;
b) Desgaste por Eroso devido ao choque contra a superfcie, de partculas
slidas ou gotas lquidas presentes em correntes de fluidos;
c) Desgaste por Cavitao associado formao e imploso de bolhas
gasosas em correntes de fluidos, na interface lquida - metal, devido
variao sbita de presso ao longo do percurso;
62
d) Desgaste por Adeso ou Frico resultante da fabricao metal - metal,
quando superfcies speras deslizam entre si;
e) Desgaste Corrosivo que envolve a ocorrncia de reaes qumicas
superficiais no material, alm das aes mecnicas de desgaste;
f) Desgaste por impacto ocasionado por choques ou cargas aplicadas
verticalmente sobre a superfcie