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Entidade Reguladora do Sector Eléctrico ESTUDO sobre SECTOR ELÉCTRICO e AMBIENTE 4º Relatório ESTRATÉGIAS AMBIENTAIS DAS EMPRESAS DO SECTOR ELÉCTRICO Paula Antunes Rui Santos Gonçalo Lobo Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente Faculdade de Ciências e Tecnologia Universidade Nova de Lisboa Lisboa, 2003

ERSE - ESTUDO SOBRE SECTOR ELÉCTRICO E O AMBIENTE

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Entidade Reguladora do Sector Eléctrico

ESTUDO sobre SECTOR ELÉCTRICO e AMBIENTE

4º Relatório

ESTRATÉGIAS AMBIENTAIS DAS

EMPRESAS DO SECTOR ELÉCTRICO

Paula Antunes

Rui Santos

Gonçalo Lobo

Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente

Faculdade de Ciências e Tecnologia Universidade Nova de Lisboa

Lisboa, 2003

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 1

2. MOTIVAÇÕES PARA ADOPÇÃO DE ESTRATÉGIAS AMBIENTAIS NAS EMPRESAS............................................................................................ 3

2.1. POLÍTICA AMBIENTAL – EFEITOS NA COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS.................... 3

2.2. MERCADO DE PRODUTO........................................................................... 8

2.3. MERCADOS DE FACTORES PRODUTIVOS/RECURSOS........................................... 9

2.4. PRESSÕES SOCIAIS ..............................................................................10

3. ESTRATÉGIAS AMBIENTAIS DAS EMPRESAS....................................... 13

3.1. SEM PREPARAÇÃO ................................................................................13

3.2. CUMPRIMENTO DA LEGISLAÇÃO .................................................................14

3.3. PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS...........................................................14

3.4. ECO-EFICIÊNCIA E CAPITALISMO NATURAL ....................................................15

3.5. SUSTENTABILIDADE DAS EMPRESAS............................................................18

3.5.1. Estratégias de Sustentabilidade Empresarial.................................... 18

3.5.2. Sustentabilidade e Criação de Valor ............................................... 20

4. AVALIAÇÃO E COMUNICAÇÃO DO DESEMPENHO AMBIENTAL E DA SUSTENTABILIDADE DAS EMPRESAS.................................................. 25

4.1. RELATÓRIOS AMBIENTAIS E DE SUSTENTABILIDADE..........................................26

4.2. INDICADORES DE DESEMPENHO AMBIENTAL...................................................28

4.2.1. Avaliação do Desempenho Ambiental – Norma ISO/DIS 14031 .......... 28

4.2.2. Indicadores de Eco-eficiência ........................................................ 30

4.2.3. Indicadores de Desempenho GRI ................................................... 32

4.3. ORDENAÇÃO DO DESEMPENHO AMBIENTAL....................................................33

5. CONTABILIDADE AMBIENTAL NAS EMPRESAS.................................... 37

5.1. INTRODUÇÃO......................................................................................37

5.2. MOTIVAÇÕES E OBJECTIVOS DA CONTABILIDADE AMBIENTAL...............................39

5.3. CUSTOS E BENEFÍCIOS AMBIENTAIS ...........................................................44

6. ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS AMBIENTAIS DAS EMPRESAS DO SECTOR ELÉCTRICO ......................................................................................... 51

6.1. METODOLOGIA DE ANÁLISE .....................................................................51

6.2. RESULTADOS ......................................................................................57

6.2.1. Evolução das Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico..................................................................................... 57

6.2.2. Aspectos Ambientais Abordados pelas Empresas .............................. 61

6.2.3. Reporte de Informação Ambiental .................................................. 66

6.3. COMPARAÇÃO COM OUTRAS EMPRESAS DO SECTOR ENERGÉTICO ..........................67

6.4. EMPRESAS DO SECTOR ELÉCTRICO PORTUGUÊS ..............................................67

7. CONCLUSÕES...................................................................................... 71

8. REFERÊNCIAS..................................................................................... 73

ANEXOS

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

1. INTRODUÇÃO

O presente relatório insere-se no “Estudo sobre Sector Eléctrico e Ambiente”,

solicitado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) ao Centro de

Economia Ecológica e Gestão do Ambiente do Departamento de Ciências e

Engenharia do Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade

Nova de Lisboa, que tem como objectivo central apresentar uma síntese e

discussão dos principais aspectos relativos às interacções entre o sector eléctrico e

o ambiente.

O trabalho foi estruturado sob a forma de relatórios parcelares, organizados do

seguinte modo:

1º Relatório - Impactes Ambientais do Sector Eléctrico;

2º Relatório - Avaliação Económica dos Impactes Ambientais do Sector Eléctrico;

3º Relatório - Política de Ambiente e o Sector Eléctrico;

4º Relatório - Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico.

O presente documento constitui o 4º Relatório do referido estudo, abordando os

aspectos relacionados com as respostas das empresas face aos novos desafios

decorrentes da legislação e de outros requisitos ambientais, com particular enfoque

nas empresas do sector eléctrico.

Por forma a enquadrar a análise realizada, apresenta-se inicialmente uma breve

síntese das principais motivações para a adopção de estratégias ambientais nas

empresas. Apresenta-se também uma descrição da evolução da atitude das

empresas face ao ambiente e das principais ferramentas utilizadas pelas empresas

em cada uma das fases.

Dada a relevância de aspectos como a comunicação e avaliação do desempenho

ambiental das empresas e o desenvolvimento de sistemas de contabilidade

empresariais, que contabilizem devidamente os custos e benefícios ambientais,

apresentam-se nos capítulos 5 e 6, respectivamente, os principais aspectos e

metodologias relacionados com estes temas.

Finalmente, no capítulo 6 apresenta-se uma análise da informação disponível acerca

das estratégias ambientais de um conjunto de empresas do sector eléctrico,

efectuada com base na análise dos Relatórios Ambientais de empresas,

disponibilizados através da Internet. Nesta análise não se pretendeu efectuar uma

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

avaliação do desempenho ambiental do sector eléctrico, ou das empresas, mas

apenas avaliar em que medida as estratégias de gestão das empresas do sector

eléctrico têm vindo a acompanhar a evolução recentemente verificada nas atitudes

das empresas face ao ambiente. A informação utilizada para este efeito consistiu

quase exclusivamente na informação apresentada pelas próprias empresas nos seus

Relatórios Ambientais.

Esta análise procurou abranger um conjunto de empresas com uma

representatividade espacial alargada, incidindo, no entanto, sobre um maior

número de empresas europeias e dando particular destaque às empresas do sector

eléctrico portuguesas.

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

2. MOTIVAÇÕES PARA ADOPÇÃO DE ESTRATÉGIAS AMBIENTAIS

NAS EMPRESAS

Neste capítulo discutem-se as motivações para a adopção de estratégias ambientais

nas empresas. Na Figura 2.1 sintetizam-se os principais factores que influenciam o

comportamento ambiental das empresas, actuando assim como forças propulsoras

da adopção de estratégias ambientais.

EMPRESAFornecedores Recursos materiais

BancosInvestidoresSeguradoras

Recu

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EscolasUniversidades

Recu

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Autoridades ambientaisDirectrizes internacionais

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ClientesConsumidoresCompetidoresAssociações industriais e comerciais

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BancosInvestidoresSeguradoras

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Autoridades ambientaisDirectrizes internacionais

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ClientesConsumidoresCompetidoresAssociações industriais e comerciais

Mercado

Figura 2.1 – Pressões para a adopção de estratégias ambientais nas empresas

2.1. Política Ambiental – Efeitos na Competitividade das Empresas

Uma das principais motivações para a adopção de estratégias ambientais nas

empresas resulta directamente da pressão exercida pelas autoridades ambientais,

designadamente através da concepção e aplicação de instrumentos de política de

ambiente. Estes instrumentos podem apresentar características muito distintas,

nomeadamente no que se refere à forma de actuação (e.g. instrumentos de

comando e controlo vs instrumentos de mercado), tendo efeitos diversos em

termos de eficácia ambiental, eficiência económica e equidade, entre outros

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

critérios, tal como referido no 3º relatório do Estudo sobre Sector Eléctrico e

Ambiente (Antunes et al, 2002).

Em termos gerais, a visão tradicional dos efeitos da política de ambiente na

competitividade das empresas é traduzida na afirmação de que existe um trade-off

entre o desempenho ambiental e económico. Nesta perspectiva, considera-se que

aos benefícios sociais decorrentes da implementação de regulamentação ambiental

mais restritiva estão inexoravelmente associados custos privados, associados à

prevenção e controlo da poluição, que têm que ser suportados pelas empresas,

reduzindo assim a sua competitividade.

Esta visão traduz, no entanto, uma abordagem estática da relação entre a política

ambiental e as empresas, assumindo que tudo nas empresas permanece constante,

à excepção da obrigatoriedade de cumprir as exigências ambientais.

Porter e van der Linde (1995), contrariam esta visão pessimista, argumentando que

a regulamentação ambiental, se adequadamente concebida, pode ter efeitos

positivos na competitividade, ao desencadear inovações que permitem baixar o

custo total de um produto, ou aumentar o seu valor, contribuindo assim para

melhorar a competitividade das empresas.

Com efeito, a rejeição de emissões, resíduos, efluentes e energia, sob a forma de

poluição, pode ser encarada como um sinal de que os recursos foram utilizados na

empresa de um modo incompleto, ineficiente ou ineficaz. Além disso, as empresas

têm que realizar actividades adicionais, tais como o manuseamento,

armazenamento e tratamento de resíduos e emissões, que aumentam os custos,

sem acrescentar valor para os clientes.

A política de ambiente pode assim ter um factor dinamizador de inovação na

empresa, ao evidenciar essas ineficiências na utilização de recursos, conduzindo a

um aumento na produtividade de recursos, que pode, em determinadas

circunstâncias, mais do que compensar os custos associados à melhoria ambiental.

As empresas que desenvolvem inovações em resposta a uma política ambiental

mais exigente podem ainda vir a beneficiar das designadas “first mover

advantages”, decorrentes do desenvolvimento de novas tecnologias antes dos seus

competidores. A este propósito, são frequentemente citados os casos da Alemanha

e do Japão, incluídos no grupo dos países com uma política ambiental mais

restritiva, que actualmente são líderes de mercado no sector das tecnologias

ambientais.

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

Uma primeira forma de aumentar o valor esperado de uma empresa, em resposta a

pressões da política de ambiente, consiste na redução dos custos esperados. A

concretização desta opção passa pela adopção de estratégias de redução dos riscos

ambientais, visando sobretudo o controlo de custos contigenciais decorrentes da

responsabilidade (liability) por acidentes ou danos ambientais graves, a redução de

danos na reputação das empresas associados a problemas ambientais e os custos

associados à perturbação das operações causada por incidentes ambientais nas

instalações.

Numa segunda fase, as empresas podem reduzir os seus custos esperados através

do aumento na produtividade de recursos, implementando, por exemplo,

estratégias de produção mais limpa.

Um dos programas pioneiros neste domínio foi o programa 3P (Pollution Prevention

Pays), desenvolvido, em 1975, pela empresa 3M, no qual os funcionários são

encorajados a gerar ideias para reduzir resíduos e obter poupanças. No período

1975-2001 foram implementados 4820 projectos de prevenção da poluição na 3M,

no âmbito deste programa, que permitiram evitar a rejeição de 821 344 toneladas

de poluentes e obter uma poupança para a 3M de USD $857 milhões. Outro

exemplo frequentemente citado é o da Dow Chemical, que através do seu programa

WRAP (Waste Reduction Always Pays), implementado desde 1986, conseguiu

reduzir a produção de resíduos nas suas instalações dos EUA em 20 412 ton/ano,

obtendo, por exemplo, em 1993/94 uma poupança anual de USD $20 milhões.

A política de ambiente pode ainda contribuir para aumentar o valor esperado das

empresas pela via do aumento dos ganhos esperados. É o caso, por exemplo, da

adopção de estratégias de diferenciação ambiental dos produtos, em que as

empresas procuram desenvolver produtos com menores impactes ambientais ao

longo do seu ciclo de vida, utilizando esse factor como forma de promoção do

produto junto dos consumidores. Esta abordagem pode concretizar-se, por

exemplo, através de práticas de eco design.

No sector energético, o desenvolvimento de produtos com maior eficiência

energética e a sua divulgação através da adopção do rótulo ecológico “Energy Star”,

desenvolvido pela “Environmental Protection Agency” (US-EPA), corresponde à

implementação deste tipo de estratégias, ilustrando de forma clara a ligação entre a

formulação da política ambiental por parte das autoridades e a resposta dos

agentes económicos.

O sucesso deste tipo de estratégias depende, no entanto, de diversos factores,

nomeadamente da disponibilidade dos consumidores para pagar um preço mais

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

elevado por produtos com melhor desempenho ambiental, da credibilidade da

informação que lhes é facultada e da protecção contra imitadores (a partir do

momento que uma estratégia passa a ser adoptada por um grande número de

empresas/produtos, esta deixa de ser um factor de diferenciação).

As empresas podem ainda aumentar os seus ganhos esperados em resultado da

política de ambiente se forem capazes de explorar, em seu proveito, eventuais

assimetrias de custos entre empresas associadas à provisão de bens ambientais.

Estas assimetrias podem resultar de diversos factores, tais como a propriedade de

tecnologia (tal como aconteceu no caso da DuPont com os alternativos aos CFC’s),

economias de escala, vantagens de localização, etc. (Reinhart, 1999).

Embora reconheçam que, de um ponto de vista teórico, seja possível para as

empresas a obtenção de ganhos de inovação, diversos autores têm vindo a

contestar a designada hipótese de Porter e van der Linde (ver, por exemplo, Walley

e Whitehead, 1994; Palmer et al 1995). Em primeiro lugar, os referidos autores

consideram que, a existirem tais oportunidades de ganhos, estas serão

naturalmente consideradas no processo racional de tomada de decisão das

empresas, sem ser necessária a existência de regulamentação ambiental.

Além disso, apesar de existirem numerosos casos que confirmam que a política

ambiental pode trazer vantagens competitivas para as empresas, verifica-se que

também existem situações em que a introdução de regulamentação ambiental mais

restritiva se traduziu em significativos custos para as empresas. Aliás, a

constatação dos elevados custos associados ao cumprimento da legislação

ambiental nos países com uma política de ambiente mais desenvolvida parece

confirmar este facto.

Por último, o esforço associado à implementação de melhorias ambientais pode

ainda significar para as empresas o desvio de capital de outros investimentos

(mais) rentáveis, vitais para o crescimento e sucesso económico da empresa.

Esta visão mais pessimista parece ser confirmada, nos EUA, por exemplo, pela

adesão aos programas de prevenção da poluição promovidos pela US-EPA, que tem

ficado aquém das expectativas iniciais. Várias razões têm sido apontadas para este

relativo insucesso, nomeadamente:

O desajustamento ainda existente nos sistemas contabilísticos das

empresas, que ainda não evidenciam claramente os custos ambientais

escondidos ou contingenciais (ver cap. 5);

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

Os sistemas de recompensa dos gestores empresariais, que reconhecem

apenas os resultados obtidos, nomeadamente na criação de valor

accionista, ignorando os custos externos ambientais gerados ou os recursos

desperdiçados na actividade da empresa, que, nalguns casos, para além dos

custos sociais correspondentes podem “esconder” custos de oportunidade

para a empresa;

A percepção de risco frequentemente associada ao investimento em novas

tecnologias de produção mais limpa;

A regulamentação ambiental, que, frequentemente, não introduz qualquer

incentivo à adopção de abordagens inovadoras pelos agentes económicos

(ver caixa 2.1).

Caixa 2.1 – Regulamentação ambiental para promover a inovação, produtividade de recursos e a competitividade das empresas

Colocar o ênfase nos resultados ambientais e não nas tecnologias;

Aprovar regulamentação mais restritiva que promova inovação, em vez de ajustamentos menores que promovem melhorias marginais;

Adoptar períodos de adaptação mais alargados, mas bem definidos, por forma a permitir aos agentes planear qual a melhor forma de fazer face aos novos requisitos;

Privilegiar a utilização de instrumentos económicos e promover a divulgação de informação;

Garantir a existência de um processo legislativo estável e previsível;

Promover participação da indústria no desenvolvimento da legislação;

Desenvolver competências técnicas nas autoridades.

(Fonte: Porter e van der Linde, 1995)

Em síntese, pode concluir-se que os efeitos da política de ambiente na

competitividade das empresas dependem essencialmente da forma como é

desenhada a própria política, nomeadamente dos instrumentos que são adoptados

para promover a sua execução, e da atitude das empresas face às novas exigências

introduzidas. As empresas que tomam uma atitude proactiva e encaram os

requisitos ambientais como oportunidades para inovarem, melhorando os seus

processos e produtos, conseguem frequentemente obter uma melhor posição

competitiva, reduzindo custos e/ou aumentando o valor dos seus produtos. Torna-

se assim imperiosa a passagem de uma lógica de antagonismo (win-loose) para

uma perspectiva de cooperação (win-win) na abordagem das relações entre os

objectivos ambientais e as estratégias empresariais (ver Figura 2.2).

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

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Figura 2.2 – Relação entre a política ambiental e a competitividade das empresas

2.2. Mercado de Produto

Actualmente as forças de mercado também exercem pressões para a adopção de

estratégias ambientais nas empresas. Os clientes e consumidores estão cada vez

mais alertados para as questões ambientais, tentando incorporar estas

preocupações nas suas decisões de compra/aquisição de bens e serviços.

A procura por produtos com melhor desempenho ambiental nos países em que os

consumidores estão melhor informados tem vindo a crescer, sendo o mercado para

os designados “produtos verdes” cada vez mais alargado. Esta procura já se traduz

em muitos casos por uma disponibilidade dos consumidores para pagar um preço

mais elevado por produtos com melhor desempenho ambiental.

Por outro lado, as empresas que adoptam estratégias ambientais mais avançadas

assumem frequentemente na sua carta de princípios ou declaração de política

ambiental o compromisso de procurarem promover a adopção de boas práticas

ambientais junto dos seus parceiros de negócios, ou o compromisso de apenas

fazerem negócios com empresas com bom desempenho/reputação ambiental

(normalmente demonstrado por esquemas de certificação ambiental). Muitas

empresas vêm-se assim pressionadas para adoptar esquemas de gestão ambiental

como forma de garantir a possibilidade de fornecer bens ou serviços a

determinados clientes.

Neste contexto, as estratégias adoptadas pelos rivais com os quais uma

determinada empresa compete no mercado, também podem constituir um factor

propulsionador da adopção de práticas de gestão ambiental e da sua evolução para

uma estratégia ambiental mais sólida nas empresas.

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As associações de pares, designadamente as associações industriais e comerciais,

também têm tido um papel muito relevante na promoção de estratégias ambientais

nas empresas. Por exemplo, o Conselho da Industria Química Americana (American

Chemistry Council) lançou em 1988 a iniciativa Responsible Care® para dar

resposta às preocupações do público acerca da produção e utilização de químicos

(que se tinham tornado particularmente relevantes após o acidente de Bhopal).

Através desta iniciativa as empresas que integram o Conselho comprometem-se a

desenvolver esforços continuados na melhoria da gestão responsável dos produtos

químicos.

A adesão a esta iniciativa é obrigatória para os membros do Conselho,

compromentendo-se as empresas a:

Melhorar continuamente o seu desempenho em termos de ambiente, saúde

e segurança;

Ouvir e responder às preocupações do público;

Apoiarem-se mutuamente para alcançar um desempenho óptimo;

Reportar as suas metas e progresso ao público.

Actualmente existem numerosos esquemas semelhantes ao Responsible Care®,

tais como o Business Charter for Sustainable Development, promovido pela Câmara

de Comércio Internacional, o Global Compact, promovido pelas Nações Unidas, o

Forest Stewardship Council e o Marine Stewardship Council.

2.3. Mercados de Factores Produtivos/Recursos

Os fornecedores de recursos e outros factores produtivos também podem, em

muitos casos, constituir factor de pressão/motivação para a adopção de uma

estratégia ambiental ou de sustentabilidade nas empresas.

Em primeiro lugar, as empresas que fornecem recursos materiais (matérias primas,

produtos intermédios, etc.) também podem ter subscrito códigos de conduta, cartas

ambientais, ou ter uma política ambiental que os comprometa a procurar fazer

negócios apenas (ou preferencialmente) com empresas com um bom desempenho/

reputação ambiental, tal como no caso dos clientes discutido na secção anterior.

Os fornecedores de recursos financeiros, tais como accionistas e investidores,

designadamente a própria banca, também funcionam cada vez mais como factores

de pressão. Por exemplo, existem instituições bancárias (e.g. Credit Suisse, Bank of

America, etc.) que tomam em consideração questões ambientais nas suas decisões

de concessão de crédito.

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

Com a crescente implementação dos esquemas de responsabilidade civil por danos

ambientais, as seguradoras também tendem a tomar cada vez mais os riscos de

natureza ambiental em conta nas suas decisões, nomeadamente na decisão de

cobertura de uma dada instalação e no estabelecimento dos correspondentes

prémios de seguro.

Por último, os próprios recursos humanos também podem funcionar como

catalizadores de mudança de atitude nas empresas face ao ambiente. Os técnicos

mais jovens recrutados para as empresas, com formação na área do ambiente nas

escolas e universidades, ou sensibilizados através de associações profissionais,

podem funcionar como impulsionadores de novas estratégias e novos programas de

gestão ambiental.

Por outro lado, muitos líderes empresariais reconhecem que a reputação ambiental

das suas empresas afecta a sua capacidade de recrutar e manter funcionários, em

particular os quadros altamente qualificados e com níveis superiores de educação,

que têm eles próprios fortes convicções ambientais pessoais (Reinhardt, 1999).

Actualmente, em muitas empresas, são os próprios líderes que adquirem uma

consciência ambiental/social e que actuam como agentes dinamizadores da

estratégia ambiental. Aliás, a própria constituição de organizações como o Conselho

Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD)1, composto por

CEOs e outros quadros de topo da administração das empresas, demonstra o

empenhamento de alguns líderes empresariais na promoção de estratégias de eco

eficiência e de sustentabilidade empresarial.

2.4. Pressões Sociais

Os diferentes grupos de interesse da sociedade que, embora fazendo parte do

ambiente externo da empresa, influenciam as suas actividades, também exercem,

em muitos casos, pressões para a melhoria do seu desempenho ambiental. É o caso

das organizações não governamentais (sobretudo as com intervenção nos aspectos

ambientais e sociais), da comunidade local na envolvente das instalações das

empresas, da comunicação social e da comunidade científica.

1 WBCSD - World Business Council for Sustainable Development, (inicialmente BCSD - Business Council for Sustainable Development) fundado por líderes de grandes empresas na sequência da participação das empresas na Cimeira Mundial de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que teve lugar no Rio de Janeiro em 1992. É composto por 160 empresas de mais de 30 países e 20 grandes sectores industriais. O WBCSD tem vindo a ser a principal voz no mundo empresarial a nível do desenvolvimento sustentável, promovendo a eco-eficiência, inovação e responsabilidade social nas empresas (http://www.wbcsd.org).

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

Existem já muitos casos que demonstram o poder que, em determinadas

circunstâncias, as forças sociais podem exercer sobre as empresas (veja-se por

exemplo o confronto entre a Royal Dutch Shell e as ONG’s Ambientais no caso do

afundamento da plataforma Brent Spar).

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3. ESTRATÉGIAS AMBIENTAIS DAS EMPRESAS

As estratégias ambientais das empresas têm vindo a acompanhar a evolução da

política de ambiente e as pressões da sociedade. De um modo geral, pode dizer-se

que desde a década de 70 houve uma evolução da atitude das empresas face ao

ambiente, passando-se de uma situação de ausência de preparação para

estratégias que envolvem uma crescente integração dos aspectos ambientais e do

conceito de sustentabilidade na cultura e gestão empresarial.

Na Figura 3.1 (Antunes e Santos, 2002) sintetizam-se os principais estágios

considerados nesta evolução, com a cronologia correspondente à evolução das

empresas mais avançadas neste domínio. Nas secções seguintes apresenta-se uma

descrição mais detalhada dos diferentes estágios.

Sem Preparação

Cumprimento da legislação

Prevenção de riscos ambientais

Eco-eficiênciaCapitalismo natural

Sustenta-bilidade

1970 1980 1990 2000

Inte

gra

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cultura

da

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Figura 3.1 – Evolução das estratégias ambientais das empresas

3.1. Sem Preparação

Numa fase inicial de implementação da política ambiental, correspondente ao início

da década de 70 nos países mais avançados neste domínio, as empresas não se

encontravam minimamente preparadas para responder às novas solicitações

impostas pela legislação ambiental, que se traduziam essencialmente no

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

estabelecimento de normas de qualidade ambiental e de emissão de poluentes (e

outros instrumentos de comando e controlo).

Neste contexto, muitas empresas adoptaram uma atitude de recusa, argumentando

que as exigências ambientais se traduziriam em custos adicionais que punham em

risco a própria sobrevivência das empresas.

3.2. Cumprimento da Legislação

À medida em que a estrutura institucional e a capacidade de actuação das

autoridades governamentais na área do ambiente se desenvolveu, nomeadamente

a estrutura de monitorização e fiscalização do cumprimento da legislação, as

empresas viram-se confrontadas, ou ameaçadas, com custos crescentes

decorrentes do não cumprimento da legislação (penalidades, coimas, custos de

descontaminação...).

Surge, assim, uma segunda fase na evolução da atitude das empresas face ao

ambiente, passando de uma estratégia basicamente inactiva, para uma postura

reactiva, em que as empresas procuram responder às exigências ambientais

cumprindo a legislação, para evitar custos de não-cumprimento.

Nesta fase, as empresas encaram a protecção ambiental como um custo adicional

que têm que suportar, com efeitos negativos nos resultados financeiros e na sua

competitividade.

As ferramentas utilizadas pelas empresas para cumprir estes objectivos baseiam-se

essencialmente na adopção de medidas de controlo da poluição no fim de linha

(sistemas de tratamento de efluentes e emissões gasosas), medidas de remediação

ambiental e gestão de resíduos.

3.3. Prevenção de Riscos Ambientais

Numa terceira fase, correspondendo nos países com política de ambiente mais

desenvolvida à década de 80, as empresas começam a reconhecer as vantagens de

antecipar a legislação ambiental, de modo a prepararem as suas estratégias de

cumprimento com um horizonte temporal mais alargado. Esta atitude permite às

empresas procurar soluções mais eficientes para a resolução dos seus problemas

ambientais, reduzindo assim os custos decorrentes da gestão destes aspectos.

Nesta fase, as empresas adoptam uma atitude proactiva face à política ambiental,

indo por vezes para além do simples cumprimento da legislação.

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

Em síntese, nesta fase as empresas ainda encaram o ambiente como um centro de

custos, mas começam a adoptar uma atitude proactiva. Os principais objectivos das

empresas neste estágio relacionam-se com a necessidade de minimizar riscos

ambientais e evitar custos.

As ferramentas utilizadas nesta fase incluem a implementação de medidas de

redução da poluição na fonte, a realização de auditorias ambientais e a

implementação de sistemas de gestão ambiental. As empresas adoptam uma

estratégia mais sistematizada e organizada na abordagem dos aspectos ambientais

das suas actividades, obtendo-se assim uma melhoria progressiva do seu

desempenho ambiental.

A certificação de sistemas de gestão ambiental, segundo a norma ISO 14001, ou o

registo no Sistema Comunitário de Eco-gestão e Auditoria (EMAS) são passos

importantes que as empresas dão neste estágio.

3.4. Eco-eficiência e Capitalismo Natural

À medida que a atitude proactiva face ao ambiente começa a fazer parte da cultura

de uma empresa, a gestão ambiental começa a ser encarada e associada não

apenas a um “centro de custos”, mas também a um potencial “centro de proveitos”.

Nesta fase, o ambiente é encarado como uma oportunidade de negócios, que pode

trazer vantagens competitivas e gerar resultados positivos, materializando-se assim

nas empresas a argumentação apresentada por Porter e van der Linde,

anteriormente referida.

O conceito de eco-eficiência, introduzido pelo Conselho Empresarial Mundial para o

Desenvolvimento Sustentável (WBCSD), traduz a noção de que é possível conciliar

o desempenho ambiental das empresas com o desempenho económico. A eco-

eficiência consiste no fornecimento de bens e serviços, que satisfazem as

necessidades humanas e aumentam a qualidade de vida, a preços competitivos,

reduzindo progressivamente os impactes ecológicos e a intensidade de recursos no

seu ciclo de vida, até um nível compatível com a capacidade de sustentação

estimada da Terra (DeSimone e Popoff, 1997). Em síntese, o conceito de eco-

eficiência significa produzir mais (e criar mais valor) com menos (recursos e

resíduos).

O WBCSD identificou sete elementos fundamentais para a eco-eficiência:

Minimizar a intensidade de materiais dos bens e serviços;

Minimizar a intensidade energética de bens e serviços;

15

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

Minimizar a dispersão de tóxicos;

Fomentar a reciclabilidade dos materiais;

Maximizar a utilização sustentável de recursos renováveis;

Estender a durabilidade dos produtos;

Aumentar a intensidade de serviço dos bens e serviços.

A eco-eficiência pode ser alcançada através de mudanças nos processos produtivos

(por exemplo, fechando os ciclos de materiais e promovendo a eficiência

energética), de inovação ao nível do desenho de produtos (eco-design) e da

alteração nas relações produtor-consumidor. Neste último caso, adoptando, por

exemplo, o conceito de responsabilidade estendida do produtor, que alarga a

abordagem dos impactes ambientais de uma empresa a todo o ciclo de vida dos

seus produtos, desde os aspectos a montante na cadeia de produção, relacionados

com o fornecimento de materiais e serviços, até aos impactes provocados nas fases

de utilização e destino final dos produtos.

Ha

ass

com

tod

po

po

fut

As

ún

suf

Os

de

16

Eco-eficiência no Sector Eléctrico

A promoção da eco-eficiência no sector eléctrico inclui medidas do lado da oferta, taiscomo a utilização de fontes de energia renováveis, o aumento da eficiência daprodução de electricidade e a redução das perdas de transporte e distribuição. Do ladoda procura, as medidas de promoção da eficiência energética junto dos consumidoressão também um contributo importante. A empresa japonesa TEPCO (Tokyo ElectricPower Company) é uma das empresas citada como líder na implementação do conceitode eco-eficiência (Holiday et al, 2002).

wken et al (1999) desenvolveram o conceito de “capitalismo natural” que

enta no pressuposto de que o ambiente (capital natural) não deve ser encarado

o um factor de produção “menor”, mas antes como o invólucro sustentado de

a a economia. Os sistemas empresariais, padrões de consumo e excesso de

pulação são actualmente responsáveis pela perda generalizada de capital natural,

dendo este vir a constituir um factor limitante do desenvolvimento económico

uro.

empresas são apontadas como a causa de muitos desafios ambientais, e como a

ica instituição no planeta com dimensão, capacidade de gestão e recursos

icientes para contribuir para a solução de muitos dos problemas.

defensores do capitalismo natural preconizam quatro estratégias fundamentais,

signadamente (Hawken et al, 1999):

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

Produtividade de recursos – o aumento da produtividade de recursos, ou

seja, a obtenção da mesma utilidade ou trabalho de um produto ou

processo, utilizando menos materiais e energia, contribui para reduzir a

deplecção de recursos num dos extremos da cadeia de valor, reduzindo

simultaneamente a poluição no outro extremo, contribuindo ainda para o

bem-estar social, por exemplo através da criação de empregos em

actividades de remanufactura e reciclagem;

Biomimetismo – o redesenho dos sistemas industriais com base nos

sistemas naturais permite a reutilização constante de materiais em ciclos

fechados, e eliminando frequentemente a toxicidade. Exemplos deste tipo

de estratégia são os casos de ecoparques industriais, dos quais o de

Kalundborg na Dinamarca é frequentemente apontado como pioneiro, nos

quais empresas/actividades complementares desenvolvem relações de

simbiose, trocando materiais e energia entre si;

Economia de serviços – a passagem de uma lógica económica baseada na

aquisição de bens, para uma economia baseada na provisão de serviços

permite alinhar os objectivos de protecção do capital natural com os

objectivos económicos das empresas. Existem actualmente numerosos

casos de sucesso de empresas2 que abandonaram o tradicional modelo de

venda de produtos, para passarem a vender os serviços associados aos

produtos que manufacturam, passando assim a ter um interesse directo na

extensão do seu período de vida, na remanufactura de produtos e

reciclagem de materiais, etc.

Investimento no capital natural – as empresas podem desempenhar um

papel importante e contribuir para reverter a destruição ambiental,

investindo na sustentação, restauração e expansão dos stocks de capital

natural. Desta forma, contribuem para um aumento na produção de bens e

serviços dos ecossistemas, que, em última análise, são essenciais à

sustentabilidade das empresas. O investimento que muitas empresas

realizam, actualmente, em projectos de florestação, para compensar o seu

contributo para o aquecimento global, corresponde a uma estratégia deste

tipo.

2 Por exemplo, o caso da Rank Xerox, que em vez de vender fotocopiadoras passa a fornecer serviços de fotocópia, a empresa de ar condicionado Carrier, que vende serviços de climatização, em vez de aparelhos de ar condicionado, e o caso das ESCOs (Energy Services Companies) criadas por Utilities do sector eléctrico.

17

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

Nesta fase, as empresas começam a adoptar uma abordagem sistémica e a utilizar

ferramentas como a prevenção da poluição, o desenho de processos em ciclos

fechados e o ecodesign, nomeadamente o desenho de sistemas de produto

ambientalmente eficientes.

3.5. Sustentabilidade das Empresas

3.5.1. Estratégias de Sustentabilidade Empresarial

Recentemente as empresas têm evoluído no sentido de reconhecerem que a

sustentabilidade económica não é, por si só, condição suficiente para a sua

sustentabilidade global. Actualmente, muitas empresas adoptam uma postura na

qual a empresa é encarada como parte da Natureza, integrando conscientemente a

sua visão e operações nos ciclos naturais. Paralelamente, as empresas tendem a

assumir cada vez mais o seu papel na sociedade, preocupando-se não só com os

seus accionistas, mas alargando o espectro de stakeholders, incluindo diversos

actores sociais, tais como os seus funcionários, a comunidade onde opera, os

clientes, os fornecedores e contratados, as organizações não governamentais, etc.

A responsabilidade social das empresas (RSE) é um conceito segundo o qual as

empresas integram voluntariamente preocupações sociais e ambientais nas suas

operações e na sua interacção com outras partes interessadas. A RSE é hoje em dia

reconhecida como parte fundamental da estratégia e operações empresariais, sendo

encarado pelos líderes corporativos não só como uma função moral e legítima das

empresas, mas igualmente como um aspecto que não pode ser ignorado pelas

empresas que pretendem sobreviver nos mercados e economias modernas.

A relevância política deste conceito é expressa na publicação pela Comissão

Europeia em 2001 do Livro Verde intitulado “Promover um Quadro Europeu para a

Responsabilidade Social das Empresas” [COM(2001) 366 Final] e, posteriormente,

na publicação da “Comunicação da Comissão Relativa à Responsabilidade Social das

Empresas: Um Contributo das Empresas para o Desenvolvimento Sustentável”

[COM (2002) 347 Final], que estabelece uma estratégia europeia de promoção da

RSE.

O conceito de RSE está estreitamente relacionado com a noção de sustentabilidade

das empresas, que integra as vertentes económica, ecológica e social, numa

perspectiva de criação de valor a longo prazo. Esta perspectiva é representada pelo

conceito de Triple Bottom Line, introduzido por Elkington (1997), que traduz o facto

das empresas integrarem a responsabilidade social e ambiental, a par dos

18

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

objectivos económicos, nos seus processos de decisão a todos os níveis (Figura

3.2).

Desempenho Ambiental

Desempenho Social

Eco-eficiência Socio-económico

Socio-ambientalDesempenho Ambiental

Desempenho Social

Eco-eficiência Socio-económico

Socio-ambiental

Desempenho Económico

Desempenho Económico

Figura 3.2 –Triple Bottom Line

A transposição do conceito de sustentabilidade para as empresas representa a

manutenção (e, se possível, crescimento) da base de capital económico, social e

ambiental da empresa, de modo a garantir a satisfação das necessidades de todas

as partes interessadas, sem comprometer a sua capacidade de satisfazer as

necessidades de stakeholders futuros. Na Tabela 3.1 apresentam-se os requisitos

básicos de sustentabilidade económica, ecológica e social de uma empresa (Dyllick

e Hockerts, 2002).

Tabela 3.1 – Condições para a sustentabilidade empresarial

Capital Económico Capital Natural Capital Social

Empresas economicamente sustentáveis possuem a qualquer momento cashflow suficiente para garantir liquidez, produzindo simultaneamente um retorno acima da média para os seus accionistas.

Empresas ecologicamente sustentáveis utilizam apenas recursos naturais que são consumidos a uma taxa inferior à regeneração natural ou ao desenvolvimento de substitutos.

Não causam emissões a uma taxa superior à capacidade dos sistemas ambientais as assimilarem.

Empresas socialmente responsáveis acrescentam valor às comunidades onde operam, contribuindo para aumentar o seu capital humano e social.

As partes interessadas (stakeholders) compreendem as motivações da empresa e aceitam o seu sistema de valores.

19

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

As empresas nesta fase, para além de utilizarem as ferramentas descritas

anteriormente, investem ainda fortemente em actividades relacionadas com a

avaliação e comunicação do seu desempenho ambiental e social, com a

implementação de processos de envolvimento e consulta das partes interessadas e

adoptam códigos de conduta ambiental relativamente exigentes.

À medida que as estratégias ambientais das empresas vão evoluindo, desde o

cumprimento da legislação até à sustentabilidade, a sua estrutura organizativa e as

funções associadas aos aspectos ambientais vão também se adaptando. Enquanto

que nas fases iniciais as funções ambientais são sobretudo de natureza técnica,

associadas às instalações fabris, e portanto com actuação sobretudo à escala local,

nos estágios mais avançados as funções ambientais já estão incluídas em todos os

níveis de organização da empresa, desde a administração até às instalações fabris,

sendo os aspectos ambientais considerados, não só ao nível das operações locais,

mas também ao nível das estratégias globais das organizações.

3.5.2. Sustentabilidade e Criação de Valor

A adopção de estratégias de suste

importante factor de criação de

criação de valor accionista que se

20

“Long term shareholder value is created by embracing opportunities and managing risks deriving from economic, environmental and social developments” Dow Jones Sustainability Indexes Guidebook

Sustentabilidade: Integração das Dimensões Social e Ambiental nas EstratégiasEmpresariais

A Western Power, empresa australiana do sector eléctrico implementou um programa pioneiro decolaboração com a comunidade local para resolver um problema ambiental prioritário no Oeste daAustrália: salinização e degradação do solo. O projecto de revegetação lançado com este objectivo,Greening Challenge, foi idealizado para envolver os funcionários da Western Power, as suas famílias,amigos e a comunidade local num processo anual de plantação de árvores, que previa a plantaçãode 1 milhão de árvores até 2000.

O projecto foi desenvolvido em colaboração com a Landcare, uma NGO, e com o financiamento daWestern Power, que providenciou acomodação, transporte, e alimentação para os voluntários, bemcomo sementes e materiais de vedação. Desenvolveu-se uma sinergia entre o empenhamento econhecimento da Landcare, a experiência de técnicos do governo e a Western Power, com a energiae dedicação de voluntários da comunidade, incluindo funcionários da empresa, que transformaramos programas anuais de plantação numa reunião familiar, em que mesmo os funcionáriosreformados e as crianças colaboram activamente.

A meta de 1 milhão de árvores foi alcançada em 1999, estando já em curso um novo projecto queprevê a plantação de mais 3 milhões de árvores.

Fonte: Holiday et al, 2002

ntabilidade é actualmente reconhecida como um

valor nas empresas. Analisando a pirâmide de

apresenta na Figura 3.3, reconhece-se que a

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

sustentabilidade se reflecte positivamente nos quatro drivers de valor accionista de

uma empresa: (1) visão e estratégia; (2) aptidão operacional; (3) satisfação dos

stakeholders e (4) produtos e serviços fornecidos pela empresa.

Valor accionista

Drivers de valor

Dividendos e preço das

acções

Cresc.vendas

Visão eestratégia

Gestão decustos

Contributos para o valor Capital

empregue

Capacidadeoperacional

Satisfação dosstakeholders

Produtos eserviços

Fonte

: Blu

mberg

et

al,

1997

Valor accionista

Drivers de valor

Dividendos e preço das

acções

Cresc.vendas

Visão eestratégia

Gestão decustos

Contributos para o valor Capital

empregue

Capacidadeoperacional

Satisfação dosstakeholders

Produtos eserviços

Fonte

: Blu

mberg

et

al,

1997

Figura 3.3 – Pirâmide de criação de valor numa empresa

Reconhecendo que “o valor accionista a longo prazo é criado aproveitando as

oportunidades e gerindo os riscos decorrentes dos desenvolvimentos económicos,

ambientais e sociais3”, foi recentemente criado o Dow Jones Sustainability World

Index (DJSI World). Este índice bolsista, derivado do Dow Jones Global Index

(DJGI), inclui 300 empresas que representam as 10% melhor classificadas em

termos de gestão de sustentabilidade, das 2500 que compõem o DJGI, em 59

sectores industriais e 33 países. Actualmente existe também o Dow Jones STOXX

Sustainability Index (DJSI STOXX), derivado dos índices Dow Jones STOXX (pan-

europeu e zona euro), que inclui 158 empresas que representam as 20% mais

sustentáveis das 600 componentes do Dow Jones STOXX4.

As empresas do sector eléctrico estão inseridas na categoria das "Utilities"

juntamente com as empresas dos sectores do gás e da água. Este índice possui

ainda uma categoria “Energy” que inclui empresas do sector petrolífero e do carvão.

No capítulo seguinte descreve-se a metodologia geral utilizada para avaliar a

sustentabilidade das empresas aplicada na elaboração destes índices.

3 Dow Jones Sustainability Indexes Guidebook, http://www.sustainability-indexes.com.

4 A BRISA – Autoestradas de Portugal é a única empresa portuguesa incluída no índice DJSI STOXX, desde a revisão de Setembro de 2002.

21

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

Na Figuras 3.4 e 3.5 apresenta-se a comparação da evolução do DJSI World com o

DJGI World, e do DJSI STOXX com o DJGI STOXX, respectivamente. Da análise das

referidas figuras, verifica-se que a valorização dos índices “sustentáveis” está

sistematicamente acima da cotação dos respectivos benchmarks, sobretudo no caso

do índice Dow Jones Global.

80.00

130.00

180.00

230.00

280.00

330.00

12/93 6/94 12/94 6/95 12/95 6/96 12/96 6/97 12/97 6/98 12/98 6/99 12/99 6/00 12/00 6/01 12/01 6/02

DJSI World (in EUR) DJGI World (in EUR)

DJSI World / DJGI World:

Correlation: 0.9674 Tracking Error: 4.51%

DJSI Volatility: 17.82% DJGI Volatility: 17.20%

82%

51%

Fonte

: htt

p:/

/ww

w.s

ust

ainab

ility

-indexe

s.co

m

December 1993 - July 2002, Euro, Price Index

Figura 3.4 – Evolução do Dow Jones Sustainability Index e do Dow Jones Global Index

Os resultados obtidos com estes índices, bem como os de outros índices e fundos

de investimento “verdes”5, parecem sugerir que existe uma relação positiva entre o

desempenho financeiro e o desempenho ambiental das empresas.

5 Por exemplo o Storebrand Scudder Environmental Value Fund.

22

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

70

80

90

100

110

120

130

140

150

160

12/98 3/99 6/99 9/99 12/99 3/00 6/00 9/00 12/00 3/01 6/01 9/01 12/01 3/02 6/02

DJSI STOXX DJ STOXX 600

December 1998 - July 2002, Price, EUR

DJSI STOXX/DJ STOXX 600:Correlation: 0.9842 Tracking Error: 3.12%

DJSI STOXX Volatility: 17.59% DJ STOXX 600 Volatility: 17.12%

Fonte

: htt

p:/

/ww

w.s

ust

ain

abili

ty-i

ndex

es.c

om

-16.95%

-18.47%

Figura 3.5 – Evolução do Dow Jones Sustainability STOXX Index e do Dow Jones

STOXX

Esta constatação foi confirmada em diversos estudos empíricos, sintetizados na

Tabela 3.2, onde se concluiu existir uma correlação positiva estatisticamente

significativa entre estes dois factores.

Tabela 3.2 – Estudos sobre a relação entre o desempenho ambiental e o desempenho financeiro das empresas

Referência Amostra Período de análise

Conclusões

Hart & Ahuja (1996)

127 empresas EUA

1988-92 Esforços para reduzir emissões através de P2 produzem resultados económicos ao fim de 1 a 2 anos; empresas mais poluentes ganham mais

Russo & Fouts (1997)

243 empresas EUA

1991-92 Desempenho ambiental positivamente correlacionado com rentabilidade económica; a relação é mais forte nos sectores industriais com maiores taxas de crescimento

Dowell et al (2000)

89 empresas EUA inv. países c/ GDPpc<$8000

1994-97 Empresas multinacionais que adoptam normas ambientais globais mais restritivas em todos os países onde operam têm maior valor de mercado

King & Lenox (2001)

652 empresas EUA (4483 observações)

1987-96 Emissões totais e relativas (outras empresas do mesmo sector e dimensão) positivamente relacionadas com desempenho financeiro

23

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

Estes estudos não são, no entanto, conclusivos no que diz respeito ao sentido da

relação causal, ou seja, não é claro se o bom desempenho financeiro surge em

consequência do bom desempenho ambiental, ou se, pelo contrário, são as

empresas com bom desempenho financeiro que podem investir na melhoria

ambiental. O mais provável é os dois factores estarem relacionados, e serem ambos

o resultado da adopção de estratégias de longo prazo que conduzem à

sustentabilidade económica, ambiental e social das empresas.

24

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

4. AVALIAÇÃO E COMUNICAÇÃO DO DESEMPENHO AMBIENTAL E DA

SUSTENTABILIDADE DAS EMPRESAS

O poder crescente das empresas numa economia globalizada acarreta

responsabilidades acrescidas, nomeadamente de transparência e accountability. Por

outro lado, à medida que as empresas vão evoluindo no desenvolvimento de uma

estratégia ambiental, o interesse em avaliar e comunicar os seus progressos neste

domínio também vai aumentando.

Paralelamente os outros stakeholders, nomeadamente as instituições financeiras,

tais como os bancos, seguradoras e fundos de investimento, as autoridades

ambientais, as organizações não governamentais e o público, procuram obter

informação acerca do desempenho ambiental e social das empresas, reconhecendo

que a informação normalmente disponibilizada acerca do desempenho financeiro

apenas dá uma visão parcial da sustentabilidade da empresa.

Neste contexto têm vindo a ser desenvolvidas ferramentas de avaliação e

comunicação do desempenho ambiental das empresas. Consoante os objectivos,

podem distinguir-se três grandes grupos de ferramentas (Figura 4.1):

1. Relatórios ambientais ou de sustentabilidade, que têm como objectivo

principal a comunicação e divulgação do desempenho das empresas;

2. Indicadores de desempenho ambiental, que visam sobretudo a medição,

avaliação e realização de benchmarkings do desempenho das empresas ou

das suas operações;

3. Ferramentas de ordenação do desempenho ambiental, utilizadas para avaliar

e estabelecer rankings de desempenho ambiental das empresas.

25

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

Ferramentas de Orde-nação do Desempenho

Ambiental(avaliar/benchmark)

Indicadores de Desempenho Ambiental

(medir)

Relatórios Ambientais das Empresas(comunicar)

Ferramentas de Orde-nação do Desempenho

Ambiental(avaliar/benchmark)

Indicadores de Desempenho Ambiental

(medir)

Relatórios Ambientais das Empresas(comunicar)

Figura 4.1 – Ferramentas de avaliação e comunicação do desempenho ambiental das empresas (adaptado de EEA, 2001)

Nas secções seguintes apresentam-se os aspectos e metodologias mais relevantes

de cada um destes grupos de ferramentas.

4.1. Relatórios Ambientais e de Sustentabilidade

A forma mais generalizadamente utilizada pelas empresas para comunicar a

informação ambiental consiste na preparação e divulgação de Relatórios Ambientais

(numa primeira fase muitas vezes associados também a aspectos de Saúde e

Segurança) ou de Sustentabilidade.

Com o objectivo de uniformizar o tipo de informação e a forma de apresentação

utilizada nos relatórios ambientais das empresas, diversas instituições têm vindo a

preparar directrizes, ou guias, para a elaboração de relatórios.

Um dos conjuntos de directrizes mais utilizados, nomeadamente por empresas do

sector eléctrico6, são as Directrizes para a Elaboração de Relatórios de

Sustentabilidade preparadas pela Global Reporting Initiative (GRI) (GRI, 2002). A

GRI foi lançada em 1997 como uma iniciativa conjunta da Coalition for

Environmentally Responsible Economies (CERES) e do Programa das Nações Unidas

para o Ambiente, com o objectivo de promover a qualidade, rigor e utilidade dos

relatórios de sustentabilidade. A GRI é actualmente um processo internacional de

longo-prazo, multi-agente (participam activamente no processo de preparação e

6 Budapest Power Plant Ltd (de acordo); Alliant Energy, APS – Arizona Public Service, BC Hydro, EDF, Endesa, Eskom, Hydro-Quebec, Integral Energy, Loy Yang Power, Osaka Gas, TransAlta, TXU Europe.

26

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

revisão das directrizes os principais stakeholders, tais como representantes das

empresas, firmas de auditoria e contabilidade, organizações de investidores,

sindicatos, etc.), cuja missão é desenvolver e disseminar um conjunto de

Directrizes para a Elaboração de Relatórios de Sustentabilidade de aplicação global.

A GRI propõe a adopção de um conjunto de princípios, organizados em quatro

grupos, que devem estar subjacentes no processo de comunicação da informação

ambiental pelas empresas, designadamente (GRI, 2002):

1. Princípios que constituem o enquadramento para o relatório – transparência,

inclusividade (integração dos pontos de vista de todos os stakeholders) e

verificabilidade (possibilidade de auditoria);

2. Princípios que informam as decisões acerca do que reportar – exaustividade

(completeness), relevância e contexto de sustentabilidade;

3. Princípios relacionados com a garantia de qualidade e fiabilidade – exactidão,

neutralidade e comparabilidade;

4. Princípios que informam as decisões acerca do acesso ao relatório – clareza

e periodicidade de elaboração (que influencia a actualidade da informação

incluída).

As Directrizes GRI recomendam que o Relatório de Sustentabilidade contenha as

seguintes secções principais (GRI, 2002):

1. Visão e Estratégia – descrição da estratégia de sustentabilidade da

organização, incluindo uma declaração do Presidente da Empresa ou CEO –

Chief Executive Officer;

2. Perfil – apresentação da estrutura e operações da organização relatora e do

âmbito do Relatório;

3. Estrutura de Governação (Governance) e Sistemas de Gestão –

descrição da estrutura organizacional, políticas e sistemas de gestão,

incluíndo esforços de envolvimento das partes interessadas;

4. Indíce de Conteúdo GRI – tabela fornecida pela organização relatora

identificando a localização no Relatório da informação especificada nas

Directrizes GRI;

5. Indicadores de Desempenho – medidas do impacte ou efeito da

organização relatora divididos em indicadores de desempenho integrados,

económicos, ambientais e sociais (c.f. 4.2.3).

27

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

A GRI recomenda a adpção pelas organizações relatoras de uma estratégia

incremental na implementação das directrizes, começando por uma abordagem

informal, até ao designado estágio de “de acordo” (in accordance), em que a

empresa responde a todos os requisitos das Directrizes.

4.2. Indicadores de Desempenho Ambiental

Os indicadores de desempenho ambiental visam essencialmente a avaliação dos

níveis de eficácia e eficiência na gestão ambiental, ou de sustentabilidade, de uma

organização, bem como a avaliação do progresso da gestão relativamente aos

objectivos e metas estabelecidas. As diferentes partes interessadas procuram cada

vez mais informação acerca do desempenho das empresas, que lhes permita

estabelecer comparações e medir os progressos alcançados.

Têm sido desenvolvidos numerosos esforços e metodologias para avaliação do

desempenho ambiental de organizações, com abordagens e fins bastante

diversificados. Nesta secção apresentam-se as metodologias que se consideraram

mais relevantes, designadamente a Norma Internacional ISO 14031, os indicadores

de eco-eficiência desenvolvidos pelo WBCSD e os indicadores de desempenho

preconizados pela GRI.

4.2.1. Avaliação do Desempenho Ambiental – Norma ISO/DIS 14031

Reconhecendo a necessidade de harmonizar o processo de avaliação do

desempenho ambiental, por forma a tornar a informação credível e comparável, a

ISO (International Standards Organization) está a desenvolver um conjunto de

normas, no âmbito da Série ISO 14000, sobre a Avaliação do Desempenho

Ambiental: a norma ISO/DIS 14031, que contém directrizes gerais para a avaliação

e a norma ISO 14032 que contém exemplos.

A avaliação do desempenho ambiental é definida pela ISO como “um processo para

facilitar as decisões de gestão em relação ao desempenho ambiental através da

selecção de indicadores, da recolha e análise de dados, da avaliação da informação

em relação a critérios de desempenho ambiental, do reporte e comunicação e da

revisão periódica e melhoria do processo” (ISO/DIS 14031).

De acordo com a norma ISO/DIS 14031 o desempenho ambiental de uma

organização deve ser medido por meio de indicadores que permitam avaliar dois

aspectos essenciais: o desempenho ambiental propriamente dito, avaliado por

indicadores de desempenho ambiental, e a qualidade do meio onde a empresa se

insere, avaliada por indicadores de condição ambiental.

28

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

Os indicadores de desempenho ambiental, por sua vez, contemplam indicadores de

desempenho da gestão e os indicadores de desempenho operacional (a Figura 4.2

ilustra a relação entre os diferentes tipos de indicadores).

Indicadores de gestãoe.g. horas de formação ambiental

Indicadores de condição ambiental

e.g. temperatura média global

Indicadores operacionais

e.g. consumo de combustíveis fósseis

Indicadores de gestãoe.g. horas de formação ambiental

Indicadores de condição ambiental

e.g. temperatura média global

Indicadores operacionais

e.g. consumo de combustíveis fósseis

Fonte

: ad

apat

ado

de

WRI,

1999

Figura 4.2 Relação entre indicadores operacionais, de condição e de gestão

O objectivo dos indicadores de desempenho da gestão é avaliar em que medida as

várias tarefas ou actividades de gestão foram, ou não, realizadas de acordo com o

planeado. Estes indicadores devem possibilitar uma avaliação dos esforços,

decisões e acções efectuadas pela gestão para melhorar o seu desempenho

ambiental.

Os indicadores de desempenho operacional permitem avaliar em que medida as

actividades da empresa têm efeitos no ambiente. As operações de uma organização

podem agrupar-se com base nos inputs e outputs das instalações e equipamentos da

organização. Utilizam-se normalmente indicadores relativos à utilização de materiais

e energia (consumo), indicadores relacionados com os serviços de suporte, com o

desempenho ambiental das instalações ou equipamentos e indicadores relacionados

com os outputs (produtos, serviços e resíduos e emissões gerados).

A Figura 4.3 ilustra a estrutura de organização dos diferentes tipos de indicadores

adoptada na norma ISO/DIS 14031.

29

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AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO AMBIENTAL

Indicadores de Desempenho

Ambiental

Indicadores de Condição Ambiental

Indicadores de Desempenho da

Gestão

Indicadores de Desempenho Operacional

Fornecem informação acerca da gestão, e.g. formação, requisitos legais, afectação de recursos, aquisições, desenvolvimento de produtos

Fornecem informação acerca das operações, e.g. inputs, desenho e operação de equipamento, e outputs

Fornecem informação acerca das condições ambientais locais, regionais, nacionais e globais, e.g. espessura da camada de ozono, temperatura média global, tamanho de população de peixes

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO AMBIENTAL

Indicadores de Desempenho

Ambiental

Indicadores de Condição Ambiental

Indicadores de Desempenho da

Gestão

Indicadores de Desempenho Operacional

Fornecem informação acerca da gestão, e.g. formação, requisitos legais, afectação de recursos, aquisições, desenvolvimento de produtos

Fornecem informação acerca das operações, e.g. inputs, desenho e operação de equipamento, e outputs

Fornecem informação acerca das condições ambientais locais, regionais, nacionais e globais, e.g. espessura da camada de ozono, temperatura média global, tamanho de população de peixes

Figura 4.3 – Tipos de indicadores de desempenho considerados na norma ISO/DIS 14031

4.2.2. Indicadores de Eco-eficiência

O WBCSD tem vindo a desenvolver esforços para implementar o conceito de eco-

eficiência, nomeadamente através do desenvolvimento de metologias de avaliação

e de medição do progresso das empresas neste domínio. A metodologia

desenvolvida pela WBCSD é baseada no cálculo de um conjunto de indicadores de

eco-eficiência (Verfaille e Bidwell, 2000).

A metodologia do WBCSD estabelece um conjunto de definições, princípios e

indicadores, considerando dois grupos de indicadores: os de aplicação geral,

relevantes para todas as empresas e para os quais existem métodos de medição

uniformizados e generalizadamente aceites, e os específicos da empresa, que

devem ser ajustados a cada caso particular. A metodologia do WBCSD define os

indicadores de aplicação geral, fornecendo indicações para a selecção dos

indicadores específicos da empresa.

Tal como se referiu anteriormente, o conceito de eco-eficiência traduz-se em

conseguir acrescentar mais valor reduzindo a influência ambiental, ou seja,

consumindo menos recursos ou gerando menos resíduos, traduzindo-se pela

relação:

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Valor do produto ou serviço

Influência ambiental

Valor do produto ou serviço

Influência ambiental

Os indicadores de eco-eficiência classificam-se assim em dois grupos: indicadores

de valor do produto ou serviço e indicadores de influência ambiental, que incluem

aspectos relacionados com a criação do produto ou serviço e aspectos relacionados

com o seu consumo ou utilização. Na Figura 4.4 sintetizam-se os indicadores de

aplicação geral incluídos na metodologia do WBCSD.

Emissões acidificantes

Indicadores de aplicação geralValor do produto/serviço

Quantidade de bens/serviços produzidos ou fornecidos aos consumidores

Vendas líquidas

Influência ambiental na utilização do produto/serviço

Resíduos totais

Indicadores de valor financeiro adicionais

Influência ambiental na criação do produto/serviço

Consumo de energia

Consumo de materiais

Consumo de água

Emissões de GEE’s

Emissões de ODS’s

Adic

ional

men

te

Não existem indicadores de aplicação geral nesta categoria

Figura 4.4 – Indicadores de eco-eficiência aplicação geral (Fonte: Verfaillie e Bidwell 2000)7

O WBCSD recomenda a utilização da Norma ISO 14031 como suporte para a

selecção de indicadores específicos da empresa.

As empresas devem recolher e reportar dados sobre os indicadores de aplicação

geral, complementados pelos indicadores específicos da empresa e pelo cálculo de

relações de eco-eficiência (valor/influência ambiental) com significado. Esta

informação deve toda ser apresentada sob a forma de um perfil de eco-eficiência da

empresa.

7 ODS – Substâncias que contribuem para a deplecção da camada de ozono (Ozone Depleting Substances)

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4.2.3. Indicadores de Desempenho GRI

As Directrizes GRI contêm recomendações para a avaliação da sustentabilidade,

contemplando indicadores de desempenho agrupados em três secções, abrangendo

as dimensões económica, ambiental e social. Para além destas três dimensões, a

GRI encoraja ainda as empresas a desenvolverem e incluirem nos seus relatórios

indicadores integrados de sustentabilidade, que permitem avaliar o desempenho da

organização em relação ao sistema global onde se insere ou que relacionam

aspectos de duas dimensões (por exemplo aspectos ambientais e económicos).

A GRI estabeleceu uma hierarquia de elementos de informação para cada uma das

dimensões da sustentabilidade, contemplando três níveis:

1. Categorias – áreas ou agrupamentos das questões económicas, ambientais

ou sociais que afectam as partes interessadas;

2. Aspectos – Elementos relacionados com uma categoria específica. Uma dada

categoria pode conter vários aspectos;

3. Indicadores – Valores específicos de um aspecto concreto que possam ser

utilizados para acompanhar e demonstrar o desempenho. A GRI admite que

os indicadores possam ser quantitativos ou qualitativos.

Na Tabela 4.1 sintetizam-se as categorias e aspectos contemplados pela GRI. As

Directrizes contêm ainda uma descrição pormenorizada dos indicadores que devem

ser utilizados para caracterizar os diferentes aspectos.

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

Tabela 4.1 – Categorias e aspectos contemplados nas Directrizes GRI (GRI, 2002)

CATEGORIA ASPECTO

Impactes Económicos Directos

Clientes Fornecedores Empregados Fornecedores de capital Sector público

EC

ON

ÓM

ICO

S

Impactes Económicos Indirectos

Externalidades

AM

BIE

NT

AIS

Ambientais Materiais Energia Água Biodiversidade Emissões, efluentes e resíduos Fornecedores Produtos e serviços Cumprimento Transporte Global

Práticas Laborais e Condições de Trabalho

Emprego Relações trabalhadores/gestão Saúde e segurança Treino e educação Diversidade e oportunidades

Direitos Humanos Estratégia e gestão Não-discriminação Liberdade de associação e negociação colectiva Trabalho infantil Trabalho forçado e compulsório Práticas disciplinares Práticas de segurança Direitos dos nativos

Sociedade Comunidade Suborno e corrupção Contributos políticos Competição e preços

SO

CIA

IS

Responsabilidade pelos Produtos

Saúde e segurança dos clientes Produtos e serviços Publicidade Respeito pela privacidade

4.3. Ordenação do Desempenho Ambiental

O interesse pela ordenação (ranking) do desempenho ambiental ou de

sustentabilidade das empresas tem vindo a crescer em virtude sobretudo das

necessidades do sector financeiro (banca, fundos, nomeadamente fundos de

pensões, etc.), decorrentes das preocupações ambientais e sociais dos investidores,

que cada vez mais procuram incorporar aspectos de sustentablidade nas suas

decisões de investimento.

Por outro lado, tal como se referiu anteriormente, o bom desempenho ambiental é

encarado cada vez mais como um factor de criação de valor empresarial, sendo a

gestão para a sustentabilidade assumida como um sinal de boa qualidade de gestão

33

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nas empresas. Neste contexto, é natural que os investidores se preocupem com a

avaliação do desempenho ambiental das empresas.

Uma das metodologias mais utilizada como referência na avaliação da

sustentabilidade das empresas é a desenvolvida pela empresa suiça SAM –

Sustainability Asset Management, para avaliação das empresas a incluir no DJSI

World e no DJSI STOXX, anteriormente referidos. Esta metodologia tem a vantagem

de ser de aplicação global, consistente e flexível, podendo ser utilizada com

benchmark.

A metodologia de avaliação da sustentabilidade SAM é baseada na aplicação de

critérios para avaliar as oportunidades e riscos decorrentes das dimensões

económica, ambiental e social, para cada uma das empresas elegíveis no universo

considerado. Os critérios de avaliação, apresentados na Tabela 4.2, consistem de

um conjunto de critérios de aplicação geral, complementados por um conjunto de

critérios específicos do sector industrial.

Tabela 4.2 – Critérios da metodologia da avaliação da sustentabilidade SAM e respectiva ponderação

Critérios Ponderação (%)

ECONÓMICOS

Códigos de conduta/cumprimento Governação empresarial Gestão das relações com os clientes Robustez financeira Informação geral Relações com os investidores Gestão de riscos e crises Scorecards/Sistemas de medição Planeamento estratégico Gestão na cadeia de fornecimento Critérios específicos da industria

3 5.4 3 3.6 - 2.4 3.7 4.2 3 1.8 variável

AMBIENTAIS

Gestão ambiental Desempenho ambiental Critérios específicos da industria

3 4.2 variável

SOCIAIS

Satisfação dos empregados Stakeholders externos Indicadores de capital humano Gestão de recursos humanos Aprendizagem organizacional Reporte público Benefícios remunaretórios/ esquemas de trabalho flexíveis Capacidades da força de trabalho Critérios específicos da industria

1.2 4.2 3 1.8 3 1.35 2.4 2.4 variável

Fonte: http://www.sustainability-indexes.com

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A pontuação de cada empresa é obtida, com base na resposta a um conjunto de

questões, associadas aos diferentes critérios. A empresa é avaliada relativamente a

todas as questões, sendo a sua pontuação dada pela fórmula:

TS= Σ (ANS * QUW * CRW), para todos os critérios TS = Pontuação Total CRW = Peso do critério QUW = Peso da questão ANS = Pontuação da questão

Uma das principais fontes de informação para a avaliação é o questionário SAM,

que é preenchido pelas empresas. Informação adicional é obtida através de

documentos produzidos por outras entidades, pela análise das relações com os

stakeholders e de informação da comunicação social, bem como contactos pessoais

entre os analistas e as empresas. O processo de avaliação é verificado por um

auditor independente, a PriceWaterhouse Coopers que garante a correcta aplicação

da metodologia.

A composição dos índices Dow Jones Sustentabilidade é revista anualmente, em

Setembro, de acordo com o processo que se esquematiza na Figura 4.5. As

empresas que compõem o DJGI são inicialmente classificadas em grupos de

indústrias, de acordo com a actividade associada à sua fonte principal de

rendimento, sendo depois sujeitas a um processo de avaliação segundo a

metodologia descrita acima. As empresas são depois ordenadas dentro do seu

grupo, sendo seleccionadas as melhores de cada grupo8 (10% no caso do DJ Global

e 20% no caso do DJ STOXX) para integrarem o índice.

No capítulo 6 apresenta-se a avaliação das empresas do sector eléctrico incluídas

no DJSI.

8 Se a empresa mais bem cotada do grupo não obtiver uma pontuação de pelo menos 1/5 da pontuação máxima, o grupo é excluído. Para cada grupo elegível, apenas as empresas com pontuação de pelo menos 1/3 da empresa mais bem cotada são elegíveis.

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Figura 4.5 – Processo de revisão anual do DJSI (Fonte: http://www.sustainability-indexes.com)

Um índice deste tipo, baseado numa análise aprofundada e em informação

disponível para o público é uma ferramenta essencial no processo de integração das

dimensões da sustentabilidade nas estratégias empresariais. Actualmente a análise

SAM é aplicada por muitas instituições para gerir fundos e derivados, sendo as

empresas que integram o índice, autorizadas a utilizar o rótulo “Membro do DJSI”,

reconhecidas por importantes grupos de stakeholders como sendo líderes no seu

sector nas dimensões ambiental, social e económica.

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5. CONTABILIDADE AMBIENTAL NAS EMPRESAS

5.1. Introdução

O tema da contabilidade ambiental tem vindo a suscitar um interesse crescente,

essencialmente na última década, sendo de salientar o contributo desta abordagem

quer ao nível macroeconómico, quer ao nível microeconómico e da empresa.

ATabela 5.1 apresenta uma síntese de algumas características de diversos tipos de

contabilidade ambiental.

Tabela 5.1 – Tipos de contabilidade ambiental

Nível Âmbito Audiência

Contas Nacionais

Macroeconómico País Externa

Contabilidade Financeira

Microeconómico Empresa

Empresa Externa

Contabilidade de Gestão

Empresa Empresa, divisão,

instalação, linha de produto...

Interna

Ao nível macroeconómico, a contabilidade ambiental tem vindo a ser utilizada para

a expansão e reorientação das Contas Nacionais, de modo a contemplar aspectos

como o estado do ambiente e a escassez de recursos naturais na avaliação do

padrão de crescimento e desenvolvimento de um país. Neste âmbito, têm sido

desenvolvidos novos indicadores de desenvolvimento sustentável, complementares

de indicadores económicos tradicionais como o PIB, que pretendem traduzir o

padrão de desenvolvimento de um país em aspectos relacionados com as três

dimensões da sustentabilidade – económica, ambiental e social. São exemplos

destes indicadores: Index for Sustanable Economic Welfare (ISEW), Green

Domestic Product, Genuine Savings e o Genuine Progress Indicator. Diversas

organizações internacionais (e.g. Banco Mundial, UNEP, OCDE) bem como

universidades e ONG´s têm vindo a desenvolver trabalho neste domínio.

Ao nível microeconómico e da empresa, é de realçar a aplicação da contabilidade

ambiental quer como uma componente da contabilidade financeira, sendo um

elemento com relevância crescente nos mercados financeiros, quer como uma

ferramenta de gestão empresarial.

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

A contabilidade ambiental empresarial visa a contabilização de custos e proveitos

que decorrem dos aspectos ambientais associados às actividades das empresas. Por

essa razão, o seu âmbito é alargado, podendo incluir aspectos tão diversificados

como a avaliação dos impactes ambientais da actividade da empresa, bem como

das consequências de decisões de gestão ambiental ou da legislação ambiental.

Nesta perspectiva, pode ser considerada um instrumento essencial do

relacionamento da empresa com os seus stakeholders, incluindo accionistas,

autoridades e entidades reguladoras ambientais, empregados, fornecedores e

clientes.

O papel da contabilidade ambiental nas empresas foi recentemente reconhecido

pela Comissão Europeia, que, em Maio de 2001, adoptou uma recomendação

respeitante ao reconhecimento, à valorimetria e à prestação de informações sobre

questões ambientais nas contas anuais e no relatório de gestão das sociedades

[C(2001)453/CE]. Esta recomendação clarifica as normas de contabilidade a aplicar

e indica como se deve melhorar a quantidade, a transparência e a comparabilidade

dos dados ambientais inseridos nas contas anuais e consolidadas e nos relatórios de

gestão das sociedades.

A Recomendação reconhece que a ausência de um conjunto de regras comuns

sobre a publicação de dados respeitantes às questões ambientais nas informações

financeiras, torna muito difícil estabelecer comparações válidas entre sociedades.

Desta forma, pretende apoiar e incentivar as sociedades a melhorarem a

informação referente às questões ambientais colocada à disposição das autoridades

regulamentares, dos investidores, dos analistas financeiros e do público em geral.

Em Portugal, a Directriz Contabilística nº29, publicada no Boletim do Contribuinte

nº20, de Outubro de 2002, adopta esta Recomendação Europeia, sendo aplicável a

todas as entidades abrangidas pelo Plano Oficial de Contabilidade.

Também a Agência Ambiental Americana (US EPA) tem vindo a desenvolver um

programa de cooperação entre a indústria, as universidades e entidades

governamentais, no sentido de desenvolver ferramentas de contabilidade ambiental

que apoiem as empresas na correcta identificação, avaliação e divulgação dos

custos e benefícios associados ao seu desempenho ambiental. A contabilidade

ambiental pode ser encarada pelas empresas como uma ferramenta que lhes

proporciona a oportunidade de cumprirem de uma forma custo-eficaz as disposições

ambientais constantes da legislação, e que lhes permite participar de forma

fundamentada em todo o processo de definição da política de ambiente e na

formulação da sua estratégia ambiental. Por exemplo, terão uma capacidade

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acrescida para fundamentarem a sua eventual oposição ao desenvolvimento de

regulamentação futura que consideram inadequada ou geradora de custos

desproporcionados.

O estudo e reconhecimento do contributo potencial da contabilidade ambiental na

melhoria da qualidade da gestão empresarial e no funcionamento dos mercados

financeiros têm merecido o interesse de sectores diversificados da sociedade,

incluindo as associações empresariais, seguradoras e bancos, organizações e

autoridades políticas nacionais e internacionais, ONG’s, comunidade académica,

profissionais da área da contabilidade, consultores e gestores de empresa.

O presente capítulo centra-se na apresentação, de uma forma sintética, de alguns

aspectos fundamentais da concepção e aplicação da contabilidade ambiental ao

nível das empresas, considerando essencialmente o seu contributo como

instrumento de apoio à tomada de decisões de gestão.

Entre os aspectos abordados inclui-se uma síntese das motivações e objectivos de

um sistema de contabilidade ambiental e de aspectos associados à sua concepção,

bem como uma breve apresentação de aspectos a considerar na definição dos

custos e benefícios ambientais a incluir no sistema. São ainda apresentados alguns

exemplos de aplicação.

5.2. Motivações e Objectivos da Contabilidade Ambiental

A maior motivação para a adopção de um sistema de contabilidade ambiental numa

empresa resulta do inevitável reconhecimento da existência de custos e benefícios

ambientais. Segundo Schaltegger e Burritt (2000) existem duas forças motrizes

fundamentais para o desenvolvimento de sistemas de contabilidade ambiental

numa empresa:

Aumento da pressão por parte dos stakeholders, que se preocupam com o

impacte da actividade da empresa sobre o ambiente. Inclui-se, neste caso, a

pressão das autoridades ambientais, das entidades financeiras, dos

consumidores dos fornecedores e dos colaboradores da empresa. A existência

do sistema permite uma maior clarificação de responsabilidades no desempenho

ambiental da empresa;

Relevância económica dos custos ambientais, isto é, dos custos resultantes dos

impactes ambientais da actividade das empresas, que têm aumentado

significativamente em resultado da evolução da política ambiental.

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

O desempenho ambiental de uma empresa é uma medida importante do seu

sucesso e da qualidade da sua gestão, como se referiu em capítulos anteriores. Em

termos gerais, um sistema de contabilidade ambiental pode ser um importante

instrumento de gestão na medida em que facilita a integração dos aspectos

ambientais na estratégia da empresa e na cadeia de decisão operacional.

O reconhecimento do potencial contributo da contabilidade ambiental surge da

necessidade de lidar na gestão empresarial com aspectos tão importantes e

diversificados como:

Associar um valor financeiro a responsabilidades ambientais passadas,

presentes ou futuras a que a empresa ou organização têm de fazer face;

Avaliar o valor presente ou potencial de oportunidades emergentes no mercado

para determinadas tecnologias, produtos ou cadeias de valor;

Responder à necessidade crescente, e que alastrou no mundo empresarial nos

anos 90 em consequência da evolução nas estratégias ambientais das

empresas, apresentada no capítulo 3, de reportar e comunicar os aspectos

ambientais e financeiros aos diversos stakeholders.

Neste contexto, a contabilidade ambiental, como ferramenta de gestão permite

cumprir diversos objectivos e contribuir para melhorar o desempenho ambiental e

económico da empresa, e dessa forma para o seu sucesso, nomeadamente:

Identificar oportunidades de redução/eliminação de custos, nomeadamente

através de decisões de gestão ou de engenharia. É o caso da adopção de

estratégias de prevenção da poluição, incluindo o redesenho de

processos/produtos, a substituição de materiais, e a melhoria de práticas de

gestão, operação e manutenção, ou do investimento em tecnologias limpas;

Identificar os custos decorrentes do cumprimento da legislação, apoiando os

agentes económicos e as autoridades ambientais na procura de instrumentos de

política com melhor relação custo-eficácia;

Identificar custos ambientais que estejam eventualmente escondidos nos custos

gerais;

Identificar oportunidades de compensar os custos ambientais com a geração de

proveitos decorrentes da venda de resíduos valorizáveis, de direitos

transaccionáveis, de tecnologias limpas, ou outros produtos ou serviços com

mercado;

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Apoiar a estratégia de marketing, incluindo:

- a definição de uma política de preço mais adequada para os diversos produtos,

tendo em consideração os custos reais associados à sua oferta, e identificando

as vantagens competitivas dos processos, produtos e serviços;

- o desenvolvimento de produtos e/ou serviços “verdes”;

apoiar o desenvolvimento e operação de um sistema de gestão ambiental;

divulgar aos accionistas e outros stakeholders dados sobre o impacte

económico-financeiro da gestão dos aspectos ambientais na empresa,

correspondendo às exigências crescentes dos mercados;

dar cumprimento a exigências e recomendações legislativas.

A selecção da escala de análise é um dos aspectos relevantes na concepção do

sistema de contabilidade, devendo ser articulada com as necessidades, interesses e

objectivos da empresa, bem como com os recursos disponíveis. De uma forma

sintética, podem considerar-se seis escalas possíveis:

processos individuais ou grupos de processos (e.g. linha de produção);

sistema (e.g. iluminação, sistema de tratamento de águas residuais,

embalagem);

produto ou linha de produto;

instalação, departamento, ou todas as instalações numa localização;

grupos regionais/geográficos de departamentos ou instalações;

divisão, filial ou a toda a empresa.

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Identificação de custos escondidos na Amoco Oil

O World Resources Institute (WRI) desenvolveu, em 1995, um estudo sobre a aplicação dacontabilidade ambiental numa refinaria da Amoco Oil localizada em Yorktown, no estado de Virginia,EUA.

A contabilização dos custos ambientais numa refinaria altamente integrada é particularmentecomplexa. Inicialmente, os investigadores exploraram a possibilidade de fazer corresponder oscustos ambientais aos processos unitários. No entanto, a afectação de custos a este nível poderiaconduzir a decisões com consequências negativas em termos económicos e ambientais, uma vez queos efeitos de decisões tomadas ao nível dos processos unitários são sentidas a montante e ajuzante. Por exemplo, a decisão de incinerar as lamas do tratamento de águas residuais, conduziu auma redução dos custos de deposição off-site, mas gerou simultaneamente a redução dosrendimentos de produtos intermédios e resultou em custos acrescidos não antecipáveis resultantesdos tempos de paragem para limpeza e manutenção.

A actividade da refinaria de Yorktown gerava custos ambientais significativos, decorrentes,nomeadamente, de emissões atmosféricas (mais importantes), efluentes líquidos e resíduos sólidos.Apesar de reconhecer esta realidade, uma estimativa inicial da empresa, baseada nos custos óbviosidentificados pelo pessoal de segurança e saúde ambiental, apontava para que os custos ambientaisrepresentassem apenas cerca de 3% dos custos de operação, excluindo o custo do crude.

Após seis meses de trabalho, o estudo concluiu que os custos ambientais seriam de cerca de 22%dos custos de operação (excluindo o custo de aquisição do crude), mesmo não contemplando oscustos de eventuais responsabilidades ambientais futuras. Esta constatação torna evidente ocontributo de um processo de contabilização dos custos ambientais para o esclarecimento da suareal importância na estrutura dos custos de produção e para a identificação das suas origens. Esteestudo obteve as seguintes estimativas para os custos ambientais identificados na refinaria daAmoco Oil:

Tratamento de resíduos, efluentes líquidos e emissões atmosféricas

4.9%

Deposição de resíduos, efluentes líquidos e emissões atmosféricas 0.7%

Recuperação de enxofre 1.1% Especificações de produto 2.7% Administração e gestão 2.4% Coimas, multas, penalidades, etc. 0.2% Manutenção 3.3% Depreciação 2.5% Custos extraordinários (ex. remediação) 4.0%

Custos Ambientais Totais 21.9%

Verifica-se que cerca de 40% dos custos ambientais identificados são custos de manutenção,administração e de especificação de produto. Este resultado contrariou as expectativas queapontavam para que os custos de tratamento e deposição de resíduos, efluentes e emissões fossemmuito mais elevados, nomeadamente os custos de tratamento dos efluentes industriais, que sejulgava serem os custos ambientais mais elevados na refinaria.

A Amoco Oil fez progressos significativos na identificação e análise dos custos ambientais narefinaria de Yorktown, capacitando a empresa para integrar aspectos financeiros, de gestão, legais etécnicos, bem como, por exemplo, antecipar os custos de regulação futura.

Fonte: Heller et al, 1995

Bartolomeo et al (1999) consideram como factores diferenciadores de um sistema

de contabilidade ambiental as características da informação (financeira e/ou não

financeira) relevante para a actividade da empresa e o objectivo que se pretende

atingir (apoiar a decisão interna ou reportar externamente). Nesta perspectiva,

podem ser definidas quatro abordagens distintas, como se apresenta na Figura 5.1.

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INFORMAÇÃO FINANCEIRA

APOIO A DECISÃO INTERNA

INFORMAÇÃO FINANCEIRA E NÃO FINANCEIRA

REPORTE EXTERNO

Reporte de risco

financeiro

Contabilidade a nível da

gestão ambiental

Contabilidade de energia e

materiais

Reporte de responsabilidade

social

INFORMAÇÃO FINANCEIRA

APOIO A DECISÃO INTERNA

INFORMAÇÃO FINANCEIRA E NÃO FINANCEIRA

REPORTE EXTERNO

Reporte de risco

financeiro

Contabilidade a nível da

gestão ambiental

Contabilidade de energia e

materiais

Reporte de responsabilidade

social

Figura 5.1 – Abordagens das empresas para o desenho de um sistema de contabilidade ambiental - adaptado de Bartolomeo et al (1999)

O reporte de risco financeiro (Financial Risk Reporting), consubstancia-se na

avaliação de riscos financeiros, que podem ser significativos, associados a aspectos

ambientais, com o objectivo de informar os investidores, banqueiros e outros

agentes no mercado de capitais. As responsabilidades assumidas com a

descontaminação de um local são um exemplo de um aspecto a reportar nesta

perspectiva.

O reporte da responsabilidade social (Social Accountability Reporting), que visa

essencialmente a divulgação externa das actividades da empresa relacionadas com

a gestão dos riscos e oportunidades de atingir a dimensão social da

sustentabilidade, é um aspecto valorizado pelas empresas e mercados.

A contabilização de energia e materiais (Energy and Material Accounting) é

essencial para a avaliação do desempenho da empresa, dado que muitos impactes

ambientais estão relacionados com fluxos de energia e materiais. Esta abordagem

utiliza informação não financeira, e é igualmente importante para que a

contabilidade de gestão considere os aspectos ambientais. A contabilização de

energia e materiais está frequentemente associada à recolha de informação de base

(inventário) para a realização de estudos de análise de ciclo de vida de produtos ou

processos.

A contabilidade financeira a nível da gestão ambiental (Environment-related

Management Accounting), visa uma melhor compreensão dos custos e benefícios

43

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

financeiros relacionados com o Ambiente e a sua incorporação na contabilidade

financeira convencional da empresa.

Em síntese, a contabilidade ambiental pode assumir um papel estratégico. A

melhoria dos fluxos de informação nas empresas é essencial para suportar

estratégias como a gestão da qualidade total, a eco-eficiência, o desenvolvimento

sustentável ou iniciativas de divulgação ambiental. As vantagens da adopção de

políticas proactivas, em vez de reactivas, e nomeadamente o investimento em

acções de prevenção da poluição podem tornar-se mais evidentes quando se dispõe

de um sistema desta natureza9.

A contabilidade ambiental ao nível da gestão operacional é igualmente relevante,

visando, essencialmente, identificar, adquirir e analisar informação que permita

apoiar diversos tipos de decisões operacionais, por exemplo, ao nível das compras,

gestão de risco e afectação de custos.

Ao contrário da integração dos aspectos ambientais na contabilidade financeira, que

está condicionada pelos princípios e orientações gerais da contabilidade, os

procedimentos da contabilidade ambiental de gestão podem ser ajustados às

necessidades e objectivos.

Uma empresa que pretenda atingir um patamar de sustentabilidade tem que,

necessariamente, adquirir, processar e reportar informação de natureza financeira,

ambiental e social, e consequentemente desenvolver uma contabilidade ambiental

financeira e de gestão.

O reporte de informação deve contemplar um vasto leque de alvos, desde os

accionistas e o mercado financeiro até à estrutura de gestão, colaboradores e

outros stakeholders. O veículo utilizado para a divulgação pode incluir o relatório de

contas e de gestão, o relatório ambiental, bem como outros meios, incluindo

informações e documentos de trabalho internos.

5.3. Custos e Benefícios Ambientais

Os custos ambientais são um dos diversos tipos de custos que uma empresa incorre

ao fornecer bens e serviços aos seus clientes. De acordo com uma perspectiva de

gestão contabilística, custos e benefícios ambientais são aqueles para os quais os

9 A US EPA(1995) relata evidência empírica do aumento na adopção de estratégias deste tipo em empresas com sistemas de contabilidade ambiental.

44

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

factores de natureza ambiental, como por exemplo a legislação ambiental existente,

constituem uma motivação significativa (Bennett & James, 1998).

De acordo com diversos autores (e.g. Ditz et al, 1995; EPA, 1995; Bennett &

James, 1998) os custos ambientais podem ser divididos em custos privados

(internalizados pela empresa) e custos sociais ou externalidades. Os custos internos

ou privados apenas têm impacte directo na empresa, correspondendo às despesas

que são totalmente ou parcialmente motivadas por considerações de natureza

ambiental. Como custos privados podem considerar-se, por exemplo, os custos

resultantes do pagamento de uma taxa de emissão, ou a compra de equipamento

de protecção e controlo ambiental.

Os custos externos correspondem a danos ambientais causados pela empresa/

organização e suportados por outros agentes ou pela sociedade em geral, sem que

haja compensação desses danos, não se reflectindo por isso nas decisões

económicas da empresa. Recaem nesta categoria, por exemplo, os eventuais

efeitos na saúde humana ou na produção agrícola provocados por emissões

atmosféricas de uma central térmica ou o impacte da poluição da água nas pescas.

Bennett e James (1998) referem ainda a categoria dos custos de oportunidade

ambiental, que se traduzem em custos mais elevados que o necessário a curto

prazo, por exemplo a nível energético ou de gestão de resíduos, mas que

proporcionarão benefícios a longo prazo.

A US EPA (1995), numa perspectiva de contabilidade de gestão, apresenta uma

tipologia para os custos ambientais considerando as seguintes categorias:

Custos convencionais: correspondem aos custos de utilização de matérias

primas, utilidades, bens de capital, fornecimentos; são geralmente

considerados na contabilidade de custos mas não como custos ambientais,

sendo, por essa razão, esquecidos para efeito da tomada de decisões na

área ambiental. A sua não consideração na gestão ambiental implica ignorar,

por exemplo, que um menor uso de recursos e de produção de resíduos é

preferível do ponto de vista ambiental;

Custos potencialmente escondidos dos gestores, incluindo:

- upfront environmental costs – correspondem aos custos incorridos antes

da operação de um processo, sistema ou instalação. Incluem custos

relacionados com a localização da instalação, desenho de processos e

produtos, avaliação de alternativas de equipamento de controlo de

poluição, qualificação de fornecedores;

45

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

- custos decorrentes da legislação ou de actuação voluntária –

correspondem a custos de operação de um processo, sistema ou

instalação que são muitas vezes considerados custos gerais. É o caso,

por exemplo, dos custos de monitorização, de controlo de poluição, de

gestão de resíduos....

- back-end environmental costs – ao contrários das categorias de custos

anteriores, estes custos não estão escondidos no sistema de

contabilidade de gestão, dado que não são geralmente considerados.

Correspondem a custos incorridos após a conclusão da operação de um

sistema, processo ou instalação, isto é a custos futuros. São exemplos os

custos de encerramento de um aterro, desactivação de uma instalação,

ou mesmo de cumprimento de legislação que não está em aplicação mas

que já está promulgada.

custos contingentes – correspondem a custos que podem, ou não, vir a

ocorrer no futuro, requerendo uma análise estocástica para a determinação

do seu valor, e designadamente a atribuição de uma probabilidade de

ocorrência. Como exemplos, podem considerar-se os custos de compensação

e remediação por acidentes potenciais, e as penalidades e coimas por

potenciais infracções futuras da legislação;

custos de imagem – correspondem a custos incorridos para afectar aspectos

subjectivos da gestão e as percepções dos consumidores, colaboradores e

outros stakeholders. Incluem-se neste tipo os custos derivados da produção

de relatórios ambientais, ou de programas de acção junto da comunidade

envolvente.

As organizações começam geralmente por desenvolver sistemas de contabilidade

ambiental que apenas consideram os custos privados. Contudo, actualmente,

reconhece-se que o âmbito desejável da contabilidade ambiental passa por

considerar a contabilização total dos custos (privados e sociais) e de preferência ao

longo de todo o ciclo de vida do produto, desde a extracção de materiais à sua

deposição final (Ditz et al., 1995).

46

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

A

a

p

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s

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o

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Full Cost Accounting na Ontario Hydro

A Ontario Hydro, uma das maiores empresas do sector eléctrico norte-americano, na década de 90,decidiu, em 1996, adoptar uma abordagem de contabilidade ambiental que designou de full costaccounting (FCA), visando incorporar os custos associados aos impactes ambientais nas actividades deplaneamento e tomada de decisão.

A estratégia ambiental tradicional da Ontario Hydro consistia em assegurar o cumprimento dosrequisitos ambientais e garantir que os novos projectos e planos consideravam a regulamentaçãoambiental, e respectivas implicações, para a empresa. Nesta abordagem a informação acerca dosimpactes ambientais era maioritariamente apresentada apenas de forma qualitativa, o que dificultavaa avaliação de alternativas.

Para fazer face a estas dificuldades, e como parte integrante da sua estratégia global dedesenvolvimento sustentável, a Ontario Hydro decidiu adoptar a abordagem de FCA. Para a suaaplicação desenvolveu um conjunto de linhas de orientação ligadas ao Sistema de Gestão Ambientalda empresa.

Os critérios adoptados para a avaliação de projectos de investimento e a tomada de decisões, tinhamum âmbito alargado, integrando nomeadamente:

Eficiência energética e utilização racional de recursos; Impactes ambientais; Impactes sociais; Utilização de fontes de energia renováveis; Integridade financeira.

Na concepção do sistema de FCA consideravam que a operacionalização dos critérios descritos para aavaliação de projectos deveria considerar, entre outros aspectos:

Os impactes inerentes ao ciclo de vida completo do projecto, sempre que possível,nomeadamente tendo em conta as fases de concepção, construção, operação, manutenção edesmantelamento;

Os danos esperados para os ecossistemas e a comunidade (ex. efeitos na saúde humana); Os potenciais impactes ambientais positivos e negativos; A quantificação em termos monetários dos potenciais impactes, sempre que possível; Os trade-offs aceites na escolha de uma determinada alternativa.

Assim, na abordagem de FCA, a Ontario Hydro pretendia incluir não só os custos privados(internalizados pela empresa), mas também as externalidades ou custos sociais decorrentes da suaactividade.

Em relação aos custos internos pretendia-se essencialmente garantir que todos os custos eramafectos a um determinado sector de negócio, de modo a minimizar a existência de custos escondidos.

Os custos externos não foram totalmente traduzidos em termos monetários devido à dificuldade emproceder à avaliação económica de alguns impactes, sendo no entanto considerados de formaqualitativa. Foi realizada uma quantificação preliminar dos impactes inerentes à produção deelectricidade a partir de combustíveis fósseis, através da utilização de funções dano. Para fazer faceaos impactes ambientais não quantificáveis monetariamente a empresa recorreu à análise multi-critério de forma a possibilitar a integração de informação não monetária no processo de decisão. Aanálise multi-critério surge assim, neste caso, como um complemento da abordagem FCA.

Fonte: US EPA (1996)

Recomendação da Comissão 2001/453/CE, considera como despesas de carácter

mbiental os ”…custos das medidas tomadas por uma empresa, ou, em seu nome,

or outras empresas, para evitar, reduzir ou reparar prejuízos de carácter

mbiental decorrentes das suas actividades”. Contudo, indica que apenas devem

er incluídos os custos adicionais identificáveis, directamente ou por estimativa, que

espeitem a essas actividades. Os custos incorridos pelo pagamento de multas ou

utras penalidades de não cumprimento da regulamentação ambiental, bem como

s indemnizações pagas a terceiros em resultado de perdas ou danos ambientais no

47

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

passado, são excluídos. Também são excluídos custos incorridos que, sendo

susceptíveis de beneficiar o ambiente, têm como objectivo principal dar resposta a

outros objectivos (e.g. eficiência produtiva, rendibilidade).

A definição de passivo ambiental é também crucial na definição do âmbito da

contabilidade ambiental, e é um dos aspectos que requer atenção, porque resulta

da integração de aspectos contabilísticos e jurídicos. Em termos gerais, um passivo

ambiental é entendido como uma obrigação de realizar uma despesa no futuro para

remediação/ controlo de um dano ambiental que resultou de uma ocorrência no

passado. A obrigação pode ser de natureza legal ou derivar dos costumes, da

prática da empresa, ou da sua estratégia de sustentabilidade e designadamente da

assumpção voluntária da sua responsabilidade social. Os passivos ambientais

podem ainda ser contingentes, quando a sua concretização depende da ocorrência

incerta de acontecimento futuros.

Por estas razões, a expressão passivo ambiental é, por vezes, utilizada para

descrever aspectos distintos como, por exemplo, responsabilidade pelo pagamento

de penalidades, obrigações legais de remediação /recuperação ambiental,

responsabilidade civil de compensação das vítimas, ou até, quando se assume a

perspectiva da responsabilidade social da empresa, acções voluntárias de

prevenção ou controlo de poluição.

Por exemplo, a US EPA (1996) considera diversas categorias de passivos

ambientais, que não são mutuamente exclusivas, incluindo:

cumprimento de normas legais, incluindo custos de investimento bem como

de exploração e gestão (e.g. controlo de emissões);

remediação/recuperação de locais em que tenha ocorrido dano ambiental

(e.g. aterros de resíduos industriais);

compensação de vítimas, ainda que por danos causados apesar de ter sido

cumprida a legislação (e.g. redução da produtividade agrícola);

multas e penalidades por incumprimento (e.g. violação das normas de

emissão);

danos causados em bens de natureza pública, correspondendo a direitos

difusos não apropriáveis por nenhuma entidade privada (e.g. danos na

biodiversidade);

punição de comportamentos especialmente negligentes ou com dolo,

aplicável para além da responsabilidade de compensação/ remediação/

pagamento de multas previstas.

48

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

Os aspectos referidos permitem concluir da importância de ser adoptada

uma definição clara dos critérios a utilizar para a identificação dos passivos

ambientais, actuais ou contingentes, bem como dos métodos a adoptar na

sua avaliação.

Na Recomendação da Comissão 2001/453/CE, os passivos ambientais só são

reconhecidos quando podem ser estimadas, de modo fiável, as despesas para fazer

face às obrigações a eles subjacentes. Os danos ambientais eventualmente

causados pela empresa mas relativamente aos quais não existe qualquer obrigação

legal, contratual ou implícita de reparação, não podem ser reconhecidos como

passivos de carácter ambiental nas contas anuais da empresa, de acordo com a

referida Recomendação. Quando não é possível obter uma estimativa fiável dos

custos, deverá apenas reconhecer-se a existência de um passivo eventual.

Dificuldades na avaliação monetária dos passivos podem condicionar a sua

integração no balanço da empresa, sendo necessário o apoio de outros documentos

relevantes para se avaliar a situação financeira da empresa.

A abordagem Recomendação europeia para a identificação, avaliação e divulgação

de custos ambientais, aproxima-se de uma perspectiva de contabilidade financeira,

orientada para o exterior da empresa e condicionada pelas normas contabilísticas

em vigor. Numa perspectiva de contabilidade de gestão, o aspecto mais relevante é

o de obter informação que permita a adopção de estratégias preventivas e

proactivas, onde seja possível identificar e avaliar acções que permitam evitar a

ocorrência de passivos ambientais. A análise contingente é essencial numa

perspectiva de gestão, olhando-se mais para o presente e futuro do que para o

passado.

Os custos contingentes podem ser significativos para alguns sectores de actividade,

sobretudo para empresas que operam em condições susceptíveis de causar danos

ambientais, e com um elevado grau de incerteza ou risco.

Do lado da contabilização dos benefícios ambientais associados à actividade de uma

empresa existe menos trabalho desenvolvido, decorrendo este desequilíbrio da

própria natureza do impacte ambiental gerado por uma empresa em sentido

abstracto. Contudo, refira-se que Bennett e James (1998) indicam, de uma forma

sintética, diversas categorias de benefícios que podem resultar de acções de

natureza ambiental, incluindo designadamente:

rendimentos resultantes da venda de tecnologias, produtos ou serviços;

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

poupanças, correspondentes a custos evitados, resultantes de acções de

prevenção e/ou controlo ambiental;

benefícios de natureza social, nomeadamente, os decorrentes da melhoria

da qualidade ambiental.

Existem diversas dificuldades associadas à identificação e avaliação dos custos e

benefícios ambientais a considerar no sistema de contabilidade ambiental.

A primeira tarefa a executar consiste na correcta identificação da informação que

importa obter para que o sistema cumpra os seus objectivos sem incorrer numa

afectação desproporcionada de recursos. A boa execução deste objectivo passa por

uma adequada definição dos objectivos e das categorias de custos e benefícios a

considerar.

Contudo, a identificação de custos pode tornar-se particularmente difícil quando os

custos ambientais para a escala de análise pretendida estão englobados no que se

designa por custos conjuntos. Nesse caso, tem de se proceder ao desenvolvimento

de regras para a sua afectação, que podem considerar desde a adaptação de

critérios utilizados na análise de ciclo de vida de produtos, até métodos

desenvolvidos para a afectação de custos conjuntos de projectos multi-objectivo ou

mullti-participante.

Por sua vez, na avaliação de custos e benefícios têm de ser, por vezes,

ultrapassadas dificuldades como as referidas no 2º Relatório deste Estudo,

sobretudo quando se trata de avaliar aspectos que não se traduzem em transacções

nos mercados de bens e serviços. A Figura 5.2 permite de uma forma simplificada

apresentar a relação entre o grau de dificuldade na avaliação e o tipo de custos a

considerar.

Custos

convencionais

Custos

convencionais

Custos

escondidos

Custos

escondidos

Custos

contingenciais

Custos

contingenciais

Custos

de imagem

Custos

de imagem

Custos

sociais

Custos

sociais

Maior facilidade de avaliação Maior dificuldade de avaliação

Figura 5.2 – Grau de dificuldade na avaliação de custos ambientais (Fonte: US-EPA, 1995)

50

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

6. ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS AMBIENTAIS DAS EMPRESAS DO

SECTOR ELÉCTRICO

Neste capítulo, apresenta-se um estudo dos tipos de estratégia ambiental das

empresas do Sector Eléctrico, a nível mundial, com base numa análise comparativa

de relatórios ambientais e outra informação, disponibilizados online. Procedeu-se

ainda à apreciação de relatórios ambientais de outras empresas também

pertencentes ao Sector Energético (com actividades ligadas ao petróleo e gás

natural), apesar de não se incluirem no âmbito do presente estudo, de modo a

introduzir actividades que passaram, entretanto, a constituir objecto de regulação

por parte da ERSE.

A metodologia de análise adoptada é descrita de forma sintética na próxima secção,

sendo posteriormente apresentados e analisados os resultados obtidos.

6.1. Metodologia de Análise

Por razões de operacionalidade, a análise das estratégias ambientais das empresas

do sector eléctrico a nível mundial, que se apresenta neste estudo, não pode

contemplar todo o universo de empresas existentes. Desse modo, foi necessário

seleccionar uma amostra de empresas, tendo sido adoptados como critérios a

facilidade de acesso a informação (designadamente, a possibilidade de acesso via

internet), a língua utilizada na divulgação (foram considerados: portugûes,

espanhol, inglês e francês), a dimensão e projecção internacional das empresas e a

representatividade espacial.

Tendo-se constatado que um número muito significativo de empresas do sector já

divulga informação ambiental por via electrónica, foi possível efectuar a análise que

se apresenta exclusivamente com base na informação disponibilizada nos sites de

Internet das empresas seleccionadas, com excepção das empresas do Sector

Eléctrico português, para as quais se dispunha de informação adicional.

Assim, a análise efectuada reflecte apenas a informação disponível online, não

contemplando eventuais estratégias e/ou práticas ambientais que não tenham

divulgação na Internet. Considera-se, contudo, que esta opção permite contemplar,

no essencial, as empresas que possuem uma estratégia ambiental, e que elaboram

periodicamente relatórios ambientais, dado que é expectável que estas tenham

interesse na divulgação e promoção das suas preocupações ambientais.

51

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

Eventualmente, este factor introduz um enviezamento na análise ao não contemplar

as empresas que não tendo estratégia ambiental também não privilegiam a internet

como meio de divulgação.

A amostra seleccionada inclui 70 empresas a nível mundial, com a seguinte

distribuição por continente (ver Caixa 6.1):

4 de África;

19 da América;

10 da Ásia;

34 da Europa;

3 da Oceânia.

Caixa 6.1 – Empresas do sector eléctrico consideradas na análise

África: 4

ESKOM (África do Sul) Sonelgaz (Argélia) Egyptian Electricity Holding Company (Egipto) ONE (Marrocos)

América: 19

Transener (Argentina) EDESUR (Argentina) CEMIG (Brasil) Bandeirante (Brasil) ESCELSA (Brasil) ENERSUL (Brasil) Electrobrás (Brasil) Transalta (Canadá) Hydro Québec (Canadá) Ontario Power Generation (Canadá) BC Hydro (Canadá) EPCOR (Canadá) ENDESA Chile (Chile) TXU (EUA) Duke Energy (EUA) AEP (EUA) NiSource (EUA) Exelon (EUA) El Paso Electric Company (México)

Ásia: 10

Saudi Electricity Company (Arábia Saudita) CLP (China) KEPCO (Coreia do Sul) Ahmedabad Electricity Company (Índia) PT PLN (Indonésia) TEPCO (Japão) Kansai (Japão) NEPCO (Jordânia) PEEGT (Síria) EGAT (Tailândia)

Europa: 34

E.ON (Alemanha) RWE (Alemanha) ESTAG (Áustria) Electrabel (Bélgica) EAC (Chipre) ELTRA (Dinamarca) ENDESA (Espanha) HidroCantábrico (Espanha) Union Fenosa (Espanha) Iberdrola (Espanha) Rede Eléctrica de España (Espanha) Fingrid (Finlândia) Espoon Sahko (Finlândia) Helsinki Energy (Finlândia) EDF (França) Public Power Corporation (Grécia) ESB (Irlanda) RARIK (Islândia) Enel (Itália) Hafslund (Noruega) EDP (Portugal) Rede Eléctrica Nacional (Portugal) Tejo Energia (Portugal) Turbogás (Portugal) Scottish Power (Reino Unido) British Energy (Reino Unido) Powergen (Reino Unido) Innogy (Reino Unido) Scottish and Southern Energy (Reino Unido) International Power (Reino Unido) National Grid (Reino Unido) Electrica (Roménia) RAO UES (Rússia) EOS (Suíça)

Oceânia: 3

United Energy (Austrália) Western Power (Austrália) Meridian Energy (Nova Zelândia)

Total: 70 empresas

52

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

Foram seleccionadas tanto empresas ligadas à produção como ao transporte e

distribuição de electricidade, contudo, muitas das empresas analisadas exercem

mais do que uma actividade no âmbito do sector eléctrico. Optou-se por não

separar as empresas por actividade, pois pretende-se analisar as estratégias das

empresas (que são comparáveis) e não o seu desempenho ambiental (depende da

actividade).

Tal como se referiu anteriormente, procurou incluir-se na análise empresas de um

conjunto variado de países e abrangendo todos os continentes, tendo a Europa sido

alvo de um destaque especial. Houve também a preocupação de incluir as principais

empresas do Sector Eléctrico tanto a nível económico, como no que diz respeito à

sua estratégia ambiental. Assim, analisaram-se as empresas pertencentes ao Grupo

E710 (RWE, Hydro Québec, OPG, AEP, EDF, Enel, Kansai, TEPCO e Scottish Power) e

as empresas do Sector Eléctrico pertencentes ao Conselho Mundial Empresarial para

o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD) (BC Hydro, ESKOM, Exelon, Kansai, OPG,

Powergen, TEPCO, Transalta e Western Power).

Analisaram-se ainda todas as empresas do sector eléctrico incluídas no DJSI World

(Powergen, RWE, Companhia Energética de Minas Gerais, Electrabel, Iberdrola,

Innogy, TXU, Duke Energy, NiSource, Transalta, Kansai, TEPCO e Exelon) e no DJSI

STOXX (Powergen, RWE, Electrabel, Iberdrola, Innogy, ENDESA, International

Power, Scottish Power, Scottish and Southern Energy, National Grid Group)11 em

2001.

Na Figura 6.1 resume-se o desempenho das empresas do sector eléctrico incluídas

no DJSI World, apresentando-se na Figura 6.2 a informação referente ao DJSI

STOXX para o sector “Utilities” (Electricidade, Gás e Água), de acordo com a revisão

dos índices realizada em Outubro de 2002. Na referida figura apresenta-se a

avaliação da empresa, efectuada pela equipa de analistas da SAM/Dow Jones,

10 O Grupo E7 foi criado depois da Cimeira da Terra no Rio de Janeiro em 1992, sendo constituído por empresas do sector eléctrico de países do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos da América, França, Itália, Japão e Reino Unido). Cada país poderá no máximo ser representado por duas empresas no grupo E7, devendo cada uma das empresas em causa estar entre as duas maiores do respectivo país. O E7 pretende reunir um conjunto de empresas experientes e com um profundo conhecimento do sector eléctrico a nível internacional, de modo a ter um papel activo nas questões essenciais relativas ao sector, tendo como algumas das prioridades fundamentais a promoção do desenvolvimento sustentável e a cooperação com países sub-desenvolvidos (http://www.e7.org).

11 Algumas empresas pertencem a mais do que um dos conjuntos referidos.

53

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

relativamente a cada uma das dimensões da sustentabilidade (económica,

ambiental e social) numa escala de “poor” a “best”.

Figura 6.1 – Desempenho das empresas do Sector Eléctrico incluídas no DJSI World (Outubro de 2002) (Fonte: http://www.sustainabilty-indexes.com)

Figura 6.2 – Desempenho das empresas da categoria “Utilities” incluídas no DJSI STOXX (Outubro de 2002) (Fonte: http://www.sustainabilty-indexes.com)

Com base na informação apresentada pelas empresas, procurou inferir-se qual o

tipo de estratégia ambiental adoptada considerando um conjunto de factores

diferenciadores. Para este efeito, foram consideradas sete áreas temáticas não

mutuamente exclusivas:

Política/Estratégia Ambiental (ex. a empresa enuncia um conjunto de

princípios de Política Ambiental ?);

SGA/Certificação (ex. a empresa centra os seus esforços no

desenvolvimento/manutenção de Sistema(s) de Gestão Ambiental – SGA,

com o objectivo de obter Certificação Ambiental?)

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

Eco-eficiência (ex. a empresa preocupa-se com critérios de eco-eficiência?)

Desempenho Ambiental (ex. a empresa preocupa-se com os impactes

ambientais – e.g. emissões atmosféricas, poluição da água – gerados pela

sua actividade?)

Desempenho Social (ex. o conceito de responsabilidade social está presente

na estratégia da empresa?)

Desempenho Económico12 (ex. a empresa possui uma contabilidade

ambiental organizada?)

Gestão da Sustentabilidade (TBL) (ex. a empresa adopta uma abordagem

“tripple bottom line” contemplando as vertentes económica, social e

ambiental?).

A estratégia ambiental de cada uma das empresas foi avaliada nestas 7 áreas de

acordo com uma escala de 0 a 5:

0 – tema não abordado;

1 – tema mencionado, mas muito pouco desenvolvido;

2 – tema mencionado, mas com dados quantitativos insuficientes;

3 – tema suficientemente abordado e com alguns dados quantitativos;

4 – tema aprofundado e com bastantes dados quantitativos;

5 – tema muito aprofundado apresentando dados quantitativos e metas relevantes.

Com base nesta avaliação, identificou-se o estágio de evolução da estratégia

ambiental da empresa, de acordo com a tipologia de fases apresentada no Cap. 3.

Nesta classificação considerou-se que:

as empresas que apresentassem uma pontuação igual ou superior a 3 no

tema Gestão da Sustentabilidade estariam no estágio da Sustentabilidade;

as empresas com uma pontuação igual ou superior a 3 no tema Eco-eficiência

e que apresentassem uma pontuação inferior a 3 no tema Gestão da

Sustentabilidade estariam no estágio da Eco-eficiência;

as empresas com uma pontuação igual ou superior a 3 no tema

SGA/Certificação e que apresentassem uma pontuação inferior a 3 nos temas

12 A análise incide sobre o reporte do desempenho económico no relatório de ambiente ou de

sustentabilidade da empresa.

55

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

Eco-Eficiência e Gestão da Sustentabilidade estariam no estágio de

Prevenção de Riscos Ambientais;

as empresas com pelo menos uma pontuação igual ou superior a 2 nos temas

Política/Estratégia Ambiental, SGA/Certificação ou Desempenho Ambiental e

que não estejam numa das três categorias mencionadas anteriormente

estariam no estágio de Cumprimento da Legislação ambiental;

as restantes empresas com desempenhos inferiores estariam no estágio de

Sem Preparação de uma estratégia de ambiente.

Como principal resultado da análise obtém-se uma tabela de empresas/temas com

a respectiva avaliação. Adicionalmente, para cada área temática foi efectuada uma

síntese dos principais aspectos abordados nos relatórios das empresas, sintetizados

em tabelas auxiliares (e.g. para o desempenho ambiental, consideraram-se

aspectos como as alterações climáticas e eficiência energética).

Por fim, para cada empresa foi elaborada uma ficha síntese de análise em que são

referidos alguns aspectos mais específicos da organização. As fichas são

apresentadas em Anexo.

É importante sublinhar, que a análise efectuada não procurou avaliar o desempenho

ambiental ou de sustentabilidade das empresas, tendo apenas como objectivo

procurar identificar o estágio de evolução da estratégia ambiental adoptada por

cada empresa.

Com efeito, na análise efectuada não se foram comparar níveis de desempenho das

empresas nas três dimensões da sustentabilidade. Por exemplo, não se

compararam as emissões específicas de poluentes atmosféricos, ou as emissões de

GEE’s das diferentes empresas. Assim, podem existir empresas que, de acordo com

a metodologia adoptada, sejam consideradas como estando num estágio avançado

da estratégia ambiental, e apresentem um desempenho ambiental relativamente

mais fraco

Por outro lado, poderão existir empresas que, embora tendo uma estratégia

ambiental desenvolvida e bons níveis de desempenho, não surjam classificadas

como estando num estágio avançado, por não divulgarem os seus esforços e

resultados de forma eficaz no seu site da Internet .

Para cada uma das empresas seleccionadas foi ainda analisado o formato adoptado

para apresentação da informação ambiental no site, considerando as seguintes

categorias: nenhuma informação; alguma informação ambiental no site; informação

ambiental no relatório anual da empresa; relatório de ambiente; ou relatório de

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

sustentabilidade. Foi ainda analisada a natureza da informação disponibilizada

(informação qualitativa ou quantitativa).

Efectuou-se ainda uma breve análise comparativa das estratégias ambientais das

empresas do sector eléctrico com algumas empresas de outras actividades do

sector energético (petróleo e do gás natural). Desta forma, seguindo a mesma

metodologia, analisou-se a estratégia ambiental de 14 empresas adicionais, tendo-

se selecciondo as empresas pertencentes ao DJSI World, em 2001, para as

categorias “Gas Utilities” (AGL, BC Gas, Nicor, Tokyo Gas e Petronas Gas Berhad) e

“Oil and Coal Companies” (Royal Dutch/Shell Group, BG Group, BP, Norsk Hydro,

Suncor, Conoco, Nexen e Woodside Petroleum) e ainda a GALP Energia, empresa

portuguesa ligada ao sector energético.

6.2. Resultados

6.2.1. Evolução das Estratégias Ambientais das Empresas do Sector

Eléctrico

Em Anexo apresentam-se os resultados da análise efectuada para as 70 empresas

seleccionadas.

Da análise global dos resultados obtidos (Figura 6.3), verifica-se que a maioria das

empresas se encontram na fase de prevenção de riscos ambientais, adoptando

procedimentos de reporte de desempenho, auditoria e certificação ambiental. Um

número significativo de empresas encontram-se ainda na fase de cumprimento de

legislação, havendo, no entanto, muitas destas que já apresentam uma

política/estratégia ambiental e que começam a iniciar processos de certificação

ambiental.

57

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

Sem Informação

20%

Ausência de

Preparação

11%

Cumprimento da

Legislação

20%

Prev. Riscos

Ambientais

29%

Ecoeficiência

1%

Sustentabilidade

19%

Figura 6.3 – Estágio de evolução da estratégia ambiental das empresas do sector

eléctrico

Por outro lado, verificou-se também que um número significativo de empresas

(ESKOM, Ontario Power Generation, BC Hydro, TXU, TEPCO, RWE, Helsinki Energy,

EDF, Enel, Scottish Power, Scottish and Southern Energy, National Grid e Meridian

Energy) se encontram no estágio mais avançado, com a adopção de uma estratégia

Triple Bottom Line de gestão da sustentabilidade. Destas empresas, destaca-se a

TEPCO, empresa japonesa, que apresenta uma estratégia ambiental exemplar.

A estratégia ambiental da TEPCO é apresentada claramente no seu Relatório de

Ambiente de 2002, que apresenta três capítulos base dedicados a cada bottom line

(ambiental, económico e social) da empresa, seguidos de um capítulo final de

integração das três componentes. A secção dedicada ao ambiente é acompanhada

por um conjunto de indicadores para os quais é apresentada a sua evolução

quantitativa assim como metas a alcançar, igualmente quantificadas. No capítulo

final de integração consegue perceber-se que a estratégia enunciada é realmente

adoptada na prática, nomeadamente, através da adopção de critérios de eco-

eficiência e da existência de uma contabilidade ambiental organizada, que, para

além dos custos ambientais directos, inclui ainda a contabilização (monetária) de

impactes ambientais causados no ambiente e na sociedade aplicando avaliação

contingencial (ver 2º Relatório sobre a Avaliação Económica de Impactes

Ambientais do Sector Eléctrico, Santos et al, 2001).

58

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

0 5 10 15 20 25 30 35

SonelgazEgyptian Electricity Holding

ESCELSAENERSUL

El Paso Electric CompanySaudi Electricity Company

KEPCOPT PLNNEPCOPEEGTESTAGRARIK

HafslundRAO UES

BandeiranteElectrobrás

Ahmedabad Electricity CompanyEAC

Public Power CorporationRede Eléctrica Nacional

TransenerENDESA Chile

ElectricaONEE.ON

HidroCantábricoEOS

CEM IGEGAT

EDESURExelonFingridELTRA

International PowerTurbogás

CLPESB

Tejo EnergiaUnited EnergyDuke Energy

AEPRede Eléctrica de España

Espoon SahkoUnion Fenosa

EDPW estern Power

EPCORNiSourceElectrabelENDESAIberdrolaInnogy

PowergenHydro QuébecBritish Energy

TransaltaTXU

Helsinki EnergyScottish and Southern Energy

Ontario Power GenerationM eridian Energy

BC HydroEDF

National GridRW EEnel

ESKOMKansai

Scottish PowerTEPCO

Pontuação Acumulada

Uma maior pontuação acumulada (soma das pontuaçõesobtidas em cada uma das áreas temáticas) não implicanecessariamente uma estratégia ambiental mais evoluída.Por exemplo, existem empresas que, segundo o critériodescrito na metodologia, se encontram no estágio dasustentabilidade e no entanto apresentam uma pontuaçãoacumulada menor que algumas empresas classificadascomo estando em estágios anteriores.

A Figura apresentada não pretende comparar odesempenho ambiental ou a sustentabilidade dasempresas, mas apenas ilustrar, de forma agregada, onível de desenvolvimento das diferentes áreas temáticasque transparece da informação repoortada pela própriaempresa.

Figura 6.4 – Pontuação acumulada e estágio de evolução da estratégia ambiental das empresas

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

Na Figura 6.4 apresenta-se a pontuação acumulada (soma das pontuações obtidas

em cada uma das áreas temáticas) obtida para cada empresa analisada. O facto de

uma empresa ter uma pontuação acumulada superior a outra não significa

necessariamente que apresente uma estratégia ambiental mais evoluída. Desta

forma, existem empresas que, segundo o critério descrito na metodologia, se

encontram no estágio da sustentabilidade e no entanto apresentam uma pontuação

acumulada menor que algumas empresas classificadas como estando em estágios

anteriores.

É também importante referir que as empresas classificadas como estando todas

num mesmo estágio apresentam diferenças significativas entre si, havendo algumas

que já estão no limiar de passagem para o estágio seguinte, enquanto que outras

ainda apresentam as características específicas do estágio em que foram incluídas

de uma forma incipiente.

Note-se que esta classificação traduz o grau de desenvolvimento da estratégia

ambiental da empresa, com base na informação reportada pela própria empresa.

Não foi objectivo desta análise a avaliação do desempenho ambiental das

empresas, nem a verificação/validação da informação por elas apresentada.

De acordo com a Tabela Principal, que se apresenta no Anexo I, constata-se

também, que entre as empresas analisadas, somente seis empresas (TEPCO,

Kansai, RWE, Enel, Scottish Power e National Grid) abordam a questão da eco-

eficiência, havendo apenas uma (a Kansai) que se encontra naquele estágio. A

TEPCO é a empresas que mais destaca o papel da eco-eficiência na sua estratégia

ambiental.

Na Figura 6.5 apresenta-se uma síntese do estágio de evolução das empresas do

sector eléctrico nos diferentes continentes. Verifica-se que a Europa e a Oceânia

apresentam uma maior percentagem de empresas nos estágios mais avançados

(Prevenção de Riscos Ambientais e Sustentabilidade). Note-se, no entanto, que as

empresas norte-americanas, e sobretudo canadianas, apresentam um bom

desempenho, estando já em estágios avançados, enquanto que as sul-americanas

apresentam níveis de desempenho inferiores.

Na Europa, constata-se que as empresas com uma melhor estratégia ambiental são

as pertencentes ao Grupo E7 (RWE, Enel, EDF e Scottish Power), com maior

destaque para a Scottish Power. Verifica-se também que, em geral, as empresas do

Reino Unido apresentam uma boa estratégia ambiental.

A ESKOM é a empresa líder em África, não só em termos económicos e de

abrangência espacial, mas também a nível da sua estratégia ambiental. As

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

empresas japonesas lideram claramente no continente asiático, sendo a TEPCO a

que apresenta uma melhor estratégia ambiental, de todas as empresas analisadas.

Na Oceânia, destaca-se a Meridian Energy, da Nova Zelândia, que se encontra no

estágio da sustentabilidade.

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África América Ásia Europa Oceânia

Sem Informação Ausência de PreparaçãoCumprimento da Legislação Prev. Riscos AmbientaisEcoeficiência Sustentabilidade

Figura 6.5 – Estágio de evolução da estratégia ambiental das empresas por continente

6.2.2. Aspectos Ambientais Abordados pelas Empresas

Nesta secção apresenta-se uma análise mais detalhada acerca dos aspectos

ambientais considerados nas diferentes áreas temáticas (a informação de base pode

ser consultada nas tabelas que se apresentam em anexo).

Política / Estratégia Ambiental

A grande maioria das empresas apresenta, nos seus sites e relatórios de ambiente,

os princípios de política de ambiente da empresa. Normalmente tratam-se de

princípios gerais comuns a qualquer empresa do sector. Algumas das empresas

incorporam princípios relacionados com os aspectos social e económico do

desenvolvimento sustentável e não apenas preocupações de natureza ambiental.

No entanto, a maioria delas não associam os princípios de política com objectivos e

metas quantificadas e respectivo grau de cumprimento. Verifica-se que, ao

contrário das restantes empresas do sector, a maioria das empresas analisadas

61

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

pertencentes ao Reino Unido apresenta metas estratégicas na formulação da

Política de Ambiente.

Sistemas de Gestão Ambiental / Certificação

O processo de certificação ambiental dos sistemas de gestão ambiental das suas

unidades industriais é referido pela maioria das empresas. A certificação pela

Norma ISO 14001 é a mais frequente (37 empresas fazem referência à norma),

sendo o EMAS adoptado por apenas oito empresas europeias (RWE, Union Fenosa,

Rede Eléctrica de España, ESB, Enel, Tejo Energia, Scottish Power e International

Power). Normalmente, os relatórios não entram em grandes detalhes sobre o

funcionamento dos respectivos SGA e incidem sobretudo na certificação ambiental.

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Enel - Registo das centrais no EMAS

No final da década de 90 a Enel iniciou um processo de registo dos Sistemas de GestãoAmbiental das suas centrais no EMAS, em substituição da tradicional certificação pelanorma ISO 14001, que tinha sido a referência na empresa até à data.

Em 2000 a empresa dispunha de 6 centrais (centrais termoeléctricas de La Casella,Torrevaldaliga Nord, Tavazzano, Turbigo e Torrevaldaliga Sud e centrais hidroeléctricas dovale Cordevole) com SGA’s registados no EMAS (total de 41 registos no EMAS em Itália),estando actualmente outras 6 centrais em vias de registo. As restantes unidades daempresa têm o seu SGA certificado pela norma ISO 14001.

A Enel tem como meta para 2005 a obtenção do registo no EMAS para a totalidade dosSGA dos seus centros de produção de electricidade.

Fonte: Relatório de Ambiente de 2000 da Enel.

co-eficiência

om já foi referido, apenas seis das empresas analisadas abordam a questão da

co-eficiência. Destas, a TEPCO e a Scottish Power fazem referência ao programa

e eco-eficiência desenvolvido pelo WBCSD.

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

BC Hydro – Programa e.points para promoção da eficiência energética nasempresas clientes

Em Julho de 2001 a BC Hydro lançou o programa e.points (energy points) que visaencorajar os seus maiores clientes (representando cerca de 75% das receitas da empresa)a reduzirem significativamente os seus consumos de electricidade. Neste programa osclientes que conseguirem apresentar ganhos a nível da eficiência energética em curtoprazo são premiados pela BC Hydro através da atribuição de e-points, que podem serutilizados para obter reduções de preço na aquisição de equipamento adicional deeficiência energética. Com este tipo de estratégia a empresa pretende:

reduzir as emissões de GEE’s (cerca de 780000 ton de GEE’s serão evitadas numperíodo de 5 anos);

evitar a necessidade de criar novos centros de produção de electricidade;

reduzir a dependência das importações de electricidade;

aumentar as oportunidades da empresa exportar electricidade;

aumentar a confiança por parte dos seus maiores clientes.

No primeiro ano de funcionamento do programa foram poupados cerca de 185 GWh, oque corresponde a cerca de 8,5 milhões de dólares e a 97500 toneladas de emissões deGEE’s evitadas.

Fonte: http://www.wbcsd.org

Desempenho Ambiental

A avaliação do desempenho ambiental é normalmente a secção mais desenvolvida

dos relatórios ambientais. Na Figura 5.6 sintetizam-se os principais aspectos

abordados nesta área temática.

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Figura 6.6 – Aspectos abordados na área temática “Desempenho Ambiental”

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

A análise das emissões atmosféricas é quase sempre destacada, sendo mais

salientada a problemática das Alterações Climáticas (emissões de CO2). Os

problemas ambientais associados aos restantes poluentes atmosféricos

(principalmente SO2 e NOx) também são quase sempre referidos. Os impactes

relacionados com os recursos hídricos, resíduos e conservação da natureza também

são mencionados em quase todos os relatórios.

A produção a partir de energias renováveis é igualmente realçada, assim como as

medidas tomadas para promover a eficiência energética. Contudo, as empresas de

produção de energias renováveis (excepto para produção hidroeléctrica),

normalmente não referem os impactes ambientais associados a essas actividades

(ex: o impacte visual de um parque eólico), salientando apenas os aspectos

benéficos deste tipo de produção quando comparado com a produção convencional

de electricidade. Da mesma forma, é usual as empresas com produção de energia

nuclear atribuírem uma maior importância aos benefícios ambientais gerados pelas

emissões atmosféricas evitadas, do que ao potencial risco de acidente nuclear e

resíduos radioactivos gerados. Assim, apresentam a Produção de origem nuclear

como uma mais valia ambiental.

Desempenho Social

A nível social as preocupações centram-se sobretudo nos funcionários da empresa e

em aspectos relacionados com a saúde e segurança no trabalho. Um número

considerável de empresas faz referência à participação em projectos de apoio e

cooperação com as comunidades locais, numa óptica de responsabilidade social.

6

ESKOM – Programa de electrificação na África do Sul

A ESKOM é responsável pela produção e distribuição de 95% da electricidade produzidana África do Sul. No entanto, até 1994 apenas 12% da população rural do país tinhaacesso à electricidade. O Governo Sul Africano e a ESKOM assumiram o compromisso defazer chegar a electricidade a mais 2,5 milhões de habitações até ao ano 2000. Tratou-sede uma tarefa com elevados custos de investimento, mas, com uma função social muitoimportante. Um dos maiores problemas encontrados foi o elevado custo associado àelectrificação de habitações isoladas e muito afastadas da rede eléctrica existente. Destaforma, foram conduzidas iniciativas no sentido de promover a utilização de energia solarcomo alternativa à expansão da rede eléctrica existente. Para o efeito, foi estabelecidauma pareceria com a Shell para a instalação de sistemas de energia solar pré-pagos,tendo sido criados cerca de 6000 sistemas.

Em 2000 mais de 90% das zonas urbanas e 40% das zonas rurais dispunham deelectrificação. No futuro, a ESKOM pretende aumentar ainda a sua acção nas zonas rurais.

Esta estratégia possibilitou o aumento dos níveis de atendimento à população adoptandosoluções ambiental e economicamente vantajosas.

Fonte: http://www.wbcsd.org

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

Desempenho Económico

O desempenho económico é normalmente apresentado através de dados financeiros

gerais, como o volume de negócios ou o investimento efectuado. Apenas quatro

empresas (ESKOM, PT PLN, TEPCO, Helsinki Energy) fazem referência à existência

de uma contabilidade ambiental organizada.

TEPCO – Avaliação económica de Recursos Naturais

Em 2002, a TEPCO decidiu realizar um estudo baseado na metodologia de AvaliaçãoContingente para avaliar, em termos monetários, as funções dos ecossistemas presentesnos locais das centrais termoeléctricas da empresa.

Foram realizados dois inquéritos. O primeiro procurava avaliar quanto estaria cadaindivíduo disposto a contribuir para um fundo destinado à realização de um projecto derecuperação ambiental da zona ribeirinha da baía de Tóquio (onde estão localizadas 12centrais termoeléctricas da empresa). O segundo pretendia determinar a disposição parapagar para um fundo de protecção de uma área florestal (onde se localizam duas centraistermoeléctricas e três nucleares da empresa). As estimativas obtidas foram de 19-28biliões de Yens por ano no primeiro caso e de 22-35 biliões de Yens por ano no segundo.

Com este estudo a empresa pretende averiguar até que ponto os investimentosefectuados pela empresa nesta área são justificados.

Fonte: Relatório de Ambiente da TEPCO de 2002

Gestão da Sustentabilidade (TBL)

Nos relatórios ambientais, em geral, das três componentes da sustentabilidade, a

ambiental é a que se apresenta normalmente mais desenvolvida, seguida da

componente social e, por fim, a componente económica.

Verifica-se que algumas empresas já apresentam uma estratégia de

desenvolvimento sustentável e não apenas ambiental. Contudo, são poucas as

empresas onde a integração das três componentes é efectiva e onde se passa dos

princípios estratégicos para objectivos concretos da empresa. Em alguns casos há

uma integração das componentes ambiental e social, em que a adopção de medidas

de protecção ambiental é feita em conjugação com acções de educação ambiental e

de desenvolvimento de projectos com as comunidades locais, nomeadamente ao

nível da eficiência energética. A componente económica surge normalmente

separada das restantes.

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

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Scottish Power – Política de Desenvolvimento Sustentável

O Relatório de Ambiente de 2000/01 da Scottish Power apresenta uma estratégia desustentabilidade bem desenvolvida. Inicialmente é explicado o conceito dedesenvolvimento sustentável e o seu enquadramento nos objectivos globais da empresa.Em seguida é apresentada a abordagem da empresa, de acordo com os três pilares(ambiental, económico e social) da sustentabilidade, sendo, apresentado um diagramainovador hierarquizando os vários tipos de produção de electricidade de acordo com asua sustentabilidade. Segundo a empresa, as medidas de poupança energética, eficiênciaenergética e produção de electricidade a partir de fontes renováveis são maissustentáveis, surgindo a produção nuclear como a menos sustentável.

Para operacionalizar a sua abordagem, a empresa elaborou uma lista de aspectosrelevantes relacionados com o desenvolvimento sustentável, acompanhados porindicadores de desempenho e respectivo grau de cumprimento em relação às metasestabelecidas no ano anterior.

Fonte: Relatório de ambiente de 2000/01 da Scottish Power

.2.3. Reporte de Informação Ambiental

maioria das empresas (53%) apresentam informação quantitativa acerca dos

iferentes aspectos ambientais, como se pode observar na Figura 5.6.

forma de apresentação de informação mais frequentemente adoptada pelas

mpresas consiste na preparação de relatórios ambientais (Figura 5.7).

Nenhum a21%

Info. Qualitativa

26%

Info. Quantitativa

53%

Nenhuma21%

Info. Site26%

R Anual4%

R Amb35%

R Sust14%

Figura 5.7 – Forma de apresentação da informação ambiental

Figura 5.6 – Natureza da informação ambiental disponibilizada pelas empresas

ontudo, já existe, uma proporção relevante de empresas que apresentam

elatórios de sustentabilidade. Refira-se, no entanto, que nem sempre a sua

presentação corresponde à adopção pela empresa de uma efectiva gestão

ntegrada das componentes ambiental, económica e social. Por outro lado, existem

mpresas, como a ESKOM e a Scottish Power, que designam os seus relatórios por

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

ambientais, mas que já apresentam uma abordagem TBL de gestão da

sustentabilidade.

6.3. Comparação com Outras Empresas do Sector Energético

Os resultados da análise da informação sobre a estratégia ambiental divulgada na

Internet das 14 empresas do sector do gás natural e petróleo pertencentes ao DJSI

World são semelhantes aos obtidos para o Sector Eléctrico.

Seis das empresas analisadas foram classificadas como estando nos estágios iniciais

de Ausência de Preparação (2 empresas) ou de Cumprimento da Legislação

Ambiental (4 empresas). A BP e a BG Group encontram-se no estágio de Prevenção

de Riscos Ambientais. A Norsk Hydro encontra-se no estágio da Eco-eficiência,

apresentando vários indicadores de eco-eficiência no seu relatório de ambiente.

A empresa canadiana Suncor Energy é a que apresenta uma estratégia de

sustentabilidade mais desenvolvida, integrando as componentes ambiental,

económica e social. As empresas Tokyo Gas, Royal Dutch/Shell Group e Conoco

também adoptam uma abordagem TBL, reportando, no entanto de forma menos

detalhada o seu desempenho económico (Royal Dutch/Shell Group e Conoco) ou

social (Tokyo Gas).

No que diz respeito à Política Ambiental também se observa um cuidado com o

enunciar de princípios de política. A nível dos SGA verifica-se uma maior

preocupação com aspectos relacionados com a saúde e segurança, que também se

reflecte no reporte de desempenho social.

6.4. Empresas do Sector Eléctrico Português

Nesta secção apresenta-se uma análise da informação disponível sobre a estratégia

ambiental das empresas do sector eléctrico nacional e da GALP Energia (ver Tabela

6.1).

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

Tabela 6.1 – Análise da estratégia ambiental de empresas do sector eléctrico português

TEMAS ABORDADOS

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(TBL)

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Tejo Energia R Amb sim P Risc

Turbogás R Amb sim P Risc

GALP Energia R Amb sim C Leg

A EDP, a TejoEnergia13 e a Turbogás são as empresas do Sector Eléctrico Nacional

que se apresentam num estágio mais avançado de evolução da estratégia de

ambiente (Prevenção de Riscos Ambientais).

Os Sumários Ambientais da Tejo Energia e da Turbogás incidem fundamentalmente

no SGA, cujo funcionamento é explicado com maior detalhe no caso da Tejo

Energia. A EDP tem vindo a procurar elaborar o seu relatório segundo as directrizes

da GRI, não contemplando, no entanto, ainda as vertentes económica e social.

A REN ainda se encontra numa fase inicial de cumprimento da legislação ambiental,

baseada numa declaração de política ambiental e num conjunto de princípios gerais

de política de ambiente. No entanto, é importante referir que o atraso ao nível da

estratégia ambiental da REN quando comparada com as restantes empresas do

sector poderá, em parte, dever-se ao facto da empresa se ter separado

recentemente do Grupo EDP e a eventuais dificuldades na divulgação de

informação.

13 A Tejo Energia possui a central termoeléctrica do Pego, detendo a respectiva licença de exploração. Contudo, a exploração (manutenção e operação) da central é efectuada pela empresa PEGOP. Na análise da estratégia ambiental da TejoEnergia considerou-se igualmente a estratégia ambiental da PEGOP.

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

REN – Medidas para protecção da avifauna

A REN, apesar de ainda não elaborar relatórios anuais de ambiente ou desustentabilidade, tem conduzido algumas medidas inovadoras em matéria de protecção daavifauna.

A cegonha branca utilizava os apoios das linhas de Média e Alta Tensão como locais denidificação, o que tinha um impacte extremamente negativo na sua exploração. Destaforma, a REN decidiu desencadear um conjunto de acções que visam, sobretudo, atransferência de ninhos localizados sobre as cadeias de isoladores para plataformasinstaladas em zonas adequadas dos apoios e na montagem de dispositivos (por exemplo amontagem de ventoinhas e varetas cruzadas ou a colocação de chapas sobre isoladores)destinados a condicionarem a nidificação ou o poiso das cegonhas nesses locais. Forammontadas 969 plataformas e transferidos 424 ninhos até Janeiro de 2001, verificando-seuma diminuição progressiva da existência de ninhos sobre as cadeias de isoladores.Paralelamente, verificou-se uma diminuição considerável da taxa de incidentes na redeeléctrica.

Os custos associados à implementação das medidas foram compensados pela redução doscustos associados à ocorrência de incidentes, tendo ainda gerado significativos benefíciosambientais para a população de cegonhas.

Fonte: REN, 2002

A GALP Energia faz menção, no seu relatório de ambiente, aos princípios de

desenvolvimento sustentável e à adopção de uma estratégia Triple Bottom Line. No

entanto, a integração das três dimensões da sustentabilidade (ambiental,

económica e social) é insuficiente para se poder considerar que a empresa se

encontra neste estágio avançado de estratégia ambiental.

Todas as empresas assentam a sua estratégia em princípios de ambiente gerais,

que são um pouco mais desenvolvidos no caso da EDP, Tejo Energia e GALP

Energia.

A Tejo Energia destaca-se na temática SGA /Certificação, reflectindo o facto do SGA

da central termoeléctrica do Pego ter sido o primeiro em Portugal a ser certificado

pela Norma ISO 14001 e a ser registado no EMAS. A Turbogás também faz menção

à certificação da central da Tapada do Outeiro pela Norma ISO 14001. O Relatório

de Ambiente de 2001 da EDP limita-se a referir a existência de um SGA por

instalação, sem entrar em mais considerações sobre o seu funcionamento.

À semelhança do constatado a nível internacional, nenhuma das empresas

analisadas aborda a questão da Eco-eficiência.

A nível do reporte do desempenho ambiental destaca-se a estratégia da EDP que

aborda os principais aspectos ambientais inerentes à sua actividade (Alterações

Climáticas, Energias Renováveis, Eficiência Energética, Poluição Atmosférica,

Recursos Hídricos, Resíduos, Ruído, Efeito dos Campos Eléctricos e Magnéticos e

Impacte Visual) apresentando dados quantitativos globais e por centro produtor.

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

Contudo, não são apresentadas metas nem medidas para uma melhoria do

desempenho.

O reporte do desempenho social e económico, conjuntamente com o desempenho

ambiental é insuficiente para todas as empresas analisadas.

Verifica-se assim que as principais empresas do Sector Energético Nacional (EDP e

GALP Energia) se encontram numa fase evolutiva da sua estratégia de ambiente e

que, a breve prazo, poderão apresentar estratégias semelhantes às principais

empresas do sector a nível internacional. A Rede Eléctrica Nacional encontra-se

num estágio mais atrasado, pelo menos a nível do reporte e divulgação de

relatórios anuais de ambiente.

Planos de Promoção da Qualidade Ambiental

Os Planos de Promoção da Qualidade Ambiental (PPQA) são um instrumento de incentivoà melhoria do desempenho ambiental das empresas do Sector Eléctrico português,promovido pela ERSE através do Regulamento Tarifário. Os PPQA’s são documentos ondedeterminada empresa regulada apresenta um conjunto de medidas que tenham comoobjectivo a protecção do ambiente, melhorando o seu desempenho ambiental. O PPQAdeve apresentar uma calendarização e estimativa de custos para a sua operacionalização.O Regulamento Tarifário impõe ainda que os custos e benefícios sejam identificadosseparadamente para cada actividade regulada.

Os custos relativos às medidas propostas são considerados nas tarifas de modo distintodos outros custos, sendo integrados, independentemente da actividade e forma deregulação escolhida, exteriormente ao “price-cap” ou à “taxa de rendibilidade”, conformea fórmula de cálculo aplicável em cada caso. De acordo com o Regulamento Tarifário,independentemente da actividade regulada, os custos associados ao PPQA são sempreaceites a posteriori, após a apresentação pela empresa de um relatório de execução dasmedidas propostas no PPQA.

A REN – Rede Eléctrica Nacional SA e a EDP Distribuição Energia SA apresentaram à ERSEos seus PPQA’s para o triénio 2002-04, que incluem um diversificado conjunto de medidasde gestão ambiental, nomeadamente no domínio da gestão de resíduos, do estudo eminimização dos efeitos nos ecossistemas, da obtenção de informação e dodesenvolvimento de sistemas de gestão ambiental.

Fonte: ERSE, 2002

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

7. CONCLUSÕES

Neste Relatório apresentaram-se os principais aspectos relacionados com a

integração dos aspectos ambientais na gestão das empresas.

No 3º Relatório deste estudo (Antunes et al, 2001), concluiu-se que a política de

ambiente é cada vez mais complexa e restritiva, sendo as responsabilidades dos

agentes (designadamente do sector eléctrico) cada vez maiores. Paralelamente,

existe um conjunto alargado de outros factores, relacionados com os próprios

mercados de produtos, com o fornecimento de recursos/factores produtivos e com

a soicedade em geral, que exercem pressões sobre as empresas, motivando-as

para a adopção de estratégias ambientais.

Embora o cumprimento destes requisitos ambientais se traduza, frequentemente,

em custos acrescidos para as empresas, que diminuem a sua competitividade,

também existem casos em que as pressões ambientais são encaradas pelas

empresas como um incentivo à inovação, que lhes permite aumentar a sua

produtividade de recursos e/ou encontrar novas oportunidades de negócio,

aumentando assim a sua competitividade.

A atitude das empresas face a estes desafios ambientais tem vindo a evoluir desde

a década de 70, passando-se de uma fase inicial, em que as empresas não estavam

minimamente preparadas, para uma fase em que se preocupavam com o

cumprimento da legislação. Posteriormente (a partir da década de 80) as empresas

começaram a aperceber-se das oportunidades de reduzir custos e/ou aumentar os

ganhos associados aos aspectos ambientais, adoptando assim uma estratégia de

prevenção de riscos ambientais e, num estágio mais avançado, de eco-eficiência.

Actualmente, as empresas mais avançadas procuram integrar as dimensões

económica, ambiental e social em todas as suas actividades, alcançando assim um

estágio de sustentabilidade.

A evolução das estratégias ambientais das empresas, e das exigências dos

diferentes stakeholders, implicou um aumento das suas necessidades e

responsabilidades de transparência e de divulgação de informação. Neste contexto,

têm vindo a ser desenvolvidas ferramentas de comunicação e avaliação do

desempenho ambiental e também de integração dos custos ambientais na

contabilidade das empresas, essenciais para uma adequada gestão dos aspectos

ambientais.

71

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

Da análise efectuada à informação existente sobre as estratégias ambientais das

empresas do sector eléctrico, constatou-se que estas, de um modo geral têm vindo

a acompanhar a evolução geral que se apresentou acima. A maioria das empresas

encontra-se no estágio de prevenção de riscos ambientais, preocupando-se

sobretudo com o seu desempenho ambiental e com a implementação de sistemas

de gestão do ambiente. Saliente-se, no entanto, que já existe um número

significativo de empresas que referem preocupações de sustentabilidade nos seus

relatórios ambientais.

As empresas do sector eléctrico português também têm vindo a acompanhar a

evolução das restantes, sem contudo se poderem considerar líderes neste domínio.

Constata-se que as empresas portuguesas já têm uma preocupação relevante com

o seu desempenho ambiental, procurando sobretudo demonstrar o cumprimento da

legislação. Pode considerar-se que considerar-se que três delas (EDP e Tejo Energia

e Turbogás) estão já na fase de prevenção de riscos ambientais, tendo as suas

instalações sistemas de gestão ambiental certificados (ou em vias de certificação).

Contudo, as preocupações de eco-eficiência e de sustentabilidade – integração das

vertentes económica, ambiental e social – parecem ainda estar ausentes das

estratégias ambientais das empresas do sector eléctrico português.

72

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

8. REFERÊNCIAS

Antunes, P., R. Santos, S. Martinho, G. Lobo, (2002), “Política de Ambiente e o

Sector Eléctrico”, Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente, FCT-UNL.

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

76

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

ANEXO I

Análise da Estratégia Ambiental das Empresas do Sector Eléctrico

77

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

78

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

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Sonelgaz http://www.sonelgaz.com.dz nenhuma - - - - - - - - -

Egyptian Electricity Holding Co. http://www.egelec.com nenhuma - - - - - - - - -

ONE http://www.one.org.ma info. site não C Leg

Transener http://www.transener.com.ar info. site não S/ Prep

EDESUR http://www.endesur.com.ar info. site não C Leg

CEMIG http://www.cemig.com.br info. site não C Leg

Bandeirante http://www.bandeirante.com.br info. site não S/ Prep

ESCELSA http://www.escelsa.com.br nenhuma - - - - - - - - -

ENERSUL http://www.enersul.com.br nenhuma - - - - - - - - -

Electrobrás http://www.electrobras.com.br info. site não S/ Prep

Transalta http://www.transalta.com R DS sim P Risc

Hydro Québec http://www.hydroquebec.com R Amb sim P Risc

Ontario Power Generation http://www.opg.com R DS sim Sust

BC Hydro http://www.bchydro.bc.ca R DS sim Sust

EPCOR http://www.epcor.ca R DS sim P Risc

ENDESA Chile http://www.endesa.cl R anual não C Leg

TXU http://www.txucorp.com R DS sim Sust

Duke Energy http://www.duke-energy.com R Amb sim C Leg

AEP http://www.aep.com R Amb sim C Leg

NiSource http://www.nisource.com info. site sim P Risc

Exelon http://www.exceloncorp.com info. site não C Leg

El Paso Electric Company http://www.epelectric.com nenhuma - - - - - - - - -

Saudi Electricity Company http://www.se.com.sa nenhuma - - - - - - - - -

CLP http://www.chinalightandpower.com.hk info. site sim P Risc

KEPCO http://www.kepco.co.kr nenhuma - - - - - - - - -

Ahmedabad Electricity Co. http://www.aecindia.com info. site não S/ Prep

PT PLN http://www.pln-jatim.co.id nenhuma - - - - - - - - -

TEPCO http://www.tepco.co.jp R DS sim Sust

Kansai http://www.kepco.co.jp R Amb sim Eco-efic

NEPCO http://www.nepco.com.jo nenhuma - - - - - - - - -

PEEGT http://www.peegt-syria.org nenhuma - - - - - - - - -

EGAT http://www.egat.or.th R anual não C Leg

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Electrabel http://www.electrabel.com R Amb sim P Risc

EAC http://www.eac.com.cy info. site não S/ Prep

ELTRA http://www.eltra.dk R Amb sim C Leg

ENDESA http://www.endesa.es R Amb sim P Risc

HidroCantábrico http://www.hidrocantabrico.es info. site não C Leg

Union Fenosa http://www.uef.es R Amb sim P Risc

Iberdrola http://www.iberdrola.es R Amb sim P Risc

Rede Eléctrica de España http://www.ree.es R Amb sim P Risc

Fingrid http://www.fingrid.fi info. site não C Leg

Espoon Sahko http://www.esoy.fi R Amb sim P Risc

Helsinki Energy http://www.helsinginenergia.fi R Amb sim Sust

EDF http://www.edf.fr R DS sim Sust

Public Power Corporation http://www.dei.gr info. site não S/ Prep

ESB http://www.esb.ir R Amb sim C Leg

RARIK http://www.rarik.is nenhuma - - - - - - - - -

Enel http://www.enel.it R Amb sim Sust

Hafslund http://www.hafslund.no nenhuma - - - - - - - - -

EDP http://www.edp.pt R Amb sim P Risc

Rede Eléctrica Nacional http://www.ren.pt info. site não C Leg

Tejo Energia http://www.tejoenergia.com R Amb sim P Risc

Turbogás - R Amb sim

Scottish Power http://www.scottishpower.com

P Risc

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British Energy http://www.british-energy.com R Amb sim P Risc

Powergen http://www.powergen.co.uk R Amb sim P Risc

Innogy http://www.innogy.com R Amb sim P Risc

Scottish and Southern Energy http://www.scottish-southern.co.uk R Amb sim Sust

International Power http://www.internationalpowerplc.com info. site sim P Risc

National Grid http://www.nationalgrid.com R DS sim Sust

Electrica http://www.electrica.ro info. site não S/ Prep

RAO UES http://www.rao-ees.ru nenhuma - - - - - - - - -

EOS http://www.eos-gd.ch info. site não C Leg

United Energy http://www.ue.com.au R Amb não P Risc

Western Power http://www.westernpower.com.au R Amb sim P Risc

Meridian Energy http://www.meridian.co.nz R DS sim Sust

79

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

80

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

ANEXO II

Análise Temática da Informação Ambiental das Empresas do Sector Eléctrico

81

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

82

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

Área Temática: Política / Estratégia Ambiental

Empresa Prín

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83

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

Área Temática: SGA / Certificação

Empresa ISO

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84

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

Área Temática: Eco-eficiência

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85

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

Área Temática: Desempenho Ambiental

Empresa Alter

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86

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

Área Temática: Desempenho Social

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87

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

Área Temática: Desempenho Económico

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

Área Temática: Gestão da Sustentabilidade (TBL)

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89

Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

90

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ANEXO III

Análise da Informação Ambiental das Empresas do Sector Eléctrico

FICHAS SÍNTESE

91

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ESKOM http://www.eskom.co.za País de Origem: África do Sul Âmbito espacial de actuação: África do Sul e restantes países do Sul do Continente Africano. Actividades principais: Produção, Transporte e Distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente em que é destacado a realização em Joanesburgo da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. São disponibilizados para Download os Relatórios de Ambiente de 1998, 1999 e 2000. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base o Relatório de Ambiente de 2000. O Relatório está bastante bem elaborado, apresentado para os principais aspectos dados quantitativos para os últimos anos de actividade da empresa, sendo possível avaliar a eficácia das medidas tomadas, tendo em conta a evolução de indicadores. O desempenho ambiental está bastante mais desenvolvido do que o social e económico, apresentando uma secção relativa ao SGA igualmente bem elaborada. Observações: A ESKOM é membro do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD). Análise efectuada em 31/7/2002

Sonelgaz http://www.sonelgaz.com.dz País de Origem: Argélia Âmbito espacial de actuação: Argélia. Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Actividades ligadas ao gás natural. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: Não existe nenhum tipo de informação no site acerca da estratégia ambiental da empresa. Análise efectuada em 31/7/2002

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Egyptian Electricity Holding Company - EEHC http://www.egelec.com País de Origem: Egipto Âmbito espacial de actuação: Egipto Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: Não existe nenhum tipo de informação no site acerca da estratégia ambiental da empresa. Análise efectuada em 31/7/2002

Office National de l’Electricité http://www.one.org.ma País de Origem: Marrocos Âmbito espacial de actuação: Marrocos Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente, em que são destacados os princípios de política de ambiente, as medidas de promoção das energias renováveis e os estudos de impacte ambiental realizados. Breve descrição da análise: A análise tem por base a informação disponibilizada no site da empresa. Trata-se apenas de informação descritiva acerca dos aspectos acima mencionados. Análise efectuada em 31/7/2002

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Transener http://www.transener.com.ar País de Origem: Argentina Âmbito espacial de actuação: Argentina Actividades principais: Transporte de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente com informação acerca da SGA a implementar (Higiene, Segurança e Ambiente) e com referência aos principais aspectos ambientais. Breve descrição da análise: A análise tem por base a informação disponibilizada no site da empresa. Trata-se apenas de informação descritiva acerca dos aspectos mencionados. Análise efectuada em 31/7/2002

ENDESUR http://www.endesur.com.ar País de Origem: Argentina Âmbito espacial de actuação: Argentina Actividades principais: Distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente com informação acerca dos princípios de política de ambiente e sobre a implementação de SGA segundo a Norma ISO 14001. Breve descrição da análise: A análise tem por base a informação disponibilizada no site da empresa. Trata-se apenas de informação descritiva acerca dos aspectos mencionados. Análise efectuada em 31/7/2002

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Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG http://www.cemig.com.br País de Origem: Brasil Âmbito espacial de actuação: Brasil (Estado de Minas Gerais) Actividades principais: Produção (sobretudo hidroeléctrica), transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente com informação acerca da política ambiental da empresa. Não existe relatório de ambiente disponível para download. Breve descrição da análise: A análise incide sobre a informação disponibilizada no site da empresa. São apresentados os princípios de política de ambiente e as principais medidas relacionadas com a conservação da natureza. Não são apresentados dados quantitativos. Observações: A CEMIG está incluída no Dow Jones Sustainability Index (World). Análise efectuada em 29/7/2002

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Bandeirante http://www.bandeirante.com.br País de Origem: Brasil14 Âmbito espacial de actuação: Brasil Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente que contém apenas uma página com informação acerca de um programa de educação ambiental na área dos resíduos. Breve descrição da análise: A análise tem por base a informação disponibilizada no site da empresa. Trata-se apenas de informação descritiva acerca do programa mencionado. Análise efectuada em 31/7/2002

Espírito Santo Centrais Eléctricas - ESCELSA http://www.escelsa.com.br País de Origem: Brasil11 Âmbito espacial de actuação: Brasil Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: Não existe nenhum tipo de informação no site acerca da estratégia ambiental da empresa. Análise efectuada em 31/7/2002

14 Pertence ao Grupo EDP

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Empresa Energética de Mato Grosso do Sul - ENERSUL http://www.enersul.com.br País de Origem: Brasil15 Âmbito espacial de actuação: Brasil Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: Não existe nenhum tipo de informação no site acerca da estratégia ambiental da empresa. Análise efectuada em 31/7/2002

Electrobrás http://www.electrobras.com.br País de Origem: Brasil Âmbito espacial de actuação: Brasil Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente em com acesso a um documento sobre o impacte ambiental das centrais hidroeléctricas e ao Plano Director de Ambiente do Sector Eléctrico de 1990. Não existe Relatório de Ambiente da empresa. Breve descrição da análise: A análise tem por base o documento sobre o impacte ambiental das centrais hidroeléctricas. Este relatório caracteriza os principais impactes da actividade e enuncia as principais medidas de minimização e compensação a tomar. Análise efectuada em 31/7/2002

15 Pertence ao Grupo EDP

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Transalta http://www.transalta.com País de Origem: Canadá Âmbito espacial de actuação: Canadá e EUA principalmente. Tem actividades no México e na Austrália. Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente (“Community & Sustainable Development”) com informação acerca da estratégia de desenvolvimento sustentável, dos programas de educação ambiental da empresa e das relações coma s comunidades locais (Aborígenes). Estão disponíveis para download os Relatórios de Desenvolvimento Sustentável de 2000 e 2001. Breve descrição da análise: A análise efectuada incide sobre a informação disponibilizada no site e o Relatório de 2001. O Relatório possui três secções principais relativas à performance da empresa (ambiental, económica e social) e ainda um capítulo final pouco usual com uma tentativa de integração das três dimensões, que contudo não foi conseguida. Observações: A Transalta é membro do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD) e está incluída no Dow Jones Sustainability Index (World). Análise efectuada em 1/8/2002

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Hydro Québec http://www.hydroquebec.com País de Origem: Canadá Âmbito espacial de actuação: Canadá (Região do Québec principalmente) e Nordeste dos EUA. Actividades principais: Produção (93% hidroeléctrica), transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente com informação acerca da política ambiental da empresa e dos SGA. É desatacada a produção hidroeléctrica de electricidade. Estão disponíveis para download os Relatórios de Ambiente desde 1996 até 2001. Breve descrição da análise: A análise efectuada incide sobre o Relatório de 2001. O Relatório destaca a produção hidroeléctrica de electricidade que é encarada com uma forma de energia renovável, sendo por exemplo destacadas as emissões atmosféricas evitadas através de dados quantitativos. Observações: A Hydro Québec é membro do Grupo E7. Análise efectuada em 1/8/2002

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Ontario Power Generation – OPG http://www.opg.com País de Origem: Canadá Âmbito espacial de actuação: Canadá e Nordeste dos EUA. Actividades principais: Produção (nuclear, termoeléctrica, hidroeléctrica e energias renováveis) e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente com informação acerca da política ambiental da empresa e dos principais aspectos ambientais (eficiência energética, emissões e energias renováveis). O Relatório de Ambiente de 2000 está disponível para download. Breve descrição da análise: A análise efectuada incide sobre o Relatório de 2000. O Objectivo central do Relatório é o Desenvolvimento Sustentável da empresa. A avaliação do desempenho ambiental está mais desenvolvida com informação quantitativa adequada. A componente económica está bastante incipiente. Observações: A OPG é membro do Grupo E7 e do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD). Análise efectuada em 29/7/2002

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BC Hydro http://www.bchydro.bc.ca País de Origem: Canadá Âmbito espacial de actuação: Canadá (região de British Columbia). Actividades principais: Produção (principalmente hidroeléctrica), transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente com informação acerca da política ambiental e de desenvolvimento sustentável da empresa e dos principais aspectos ambientais. O Relatório de Desenvolvimento Sustentável de 2001 está disponível para download. Breve descrição da análise: A análise efectuada incide sobre o Relatório de 2001. O Relatório destaca a abordagem Triple Bottom Line da empresa, contudo as componentes ambiental e social apresentam-se um pouco mais desenvolvidas que a económica. Não são apresentadas metas para o futuro. Observações: A BC Hydro é membro do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD). Análise efectuada em 5/9/2002

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EPCOR http://www.epcor.ca País de Origem: Canadá Âmbito espacial de actuação: Canadá e nordeste dos EUA. Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Possui ainda actividades ligadas ao sector da água. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente com informação acerca da política de desenvolvimento sustentável da empresa e dos principais aspectos ambientais, com destaque para as alterações climáticas e energias renováveis. O Relatório de Desenvolvimento Sustentável de 2000 está disponível para download. Breve descrição da análise: A análise efectuada incide sobre o Relatório de 2000. O Relatório apresenta bastantes dados quantitativos de emissões atmosféricas, sobretudo de gases com efeito de estufa, no entanto, a mesma abordagem não é seguida para os restantes aspectos ambientais da empresa. As componentes sociais e económica estão pouco desenvolvidas. Análise efectuada em 5/9/2002

ENDESA Chile http://www.endesa.cl País de Origem: Chile Âmbito espacial de actuação: Chile e outros países na América do Sul (Argentina, Brasil, Colômbia e Peru). Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa não tem secção para o Ambiente. Esta disponível para download o Relatório Anual de 2001. Breve descrição da análise: A análise tem por base a informação disponibilizada no Relatório Anual que contém uma referência muito breve à existência de SGA certificado pela Norma IS0 14001. Análise efectuada em 31/7/2002

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TXU http://www.txucorp.com País de Origem: Estados Unidos da América Âmbito espacial de actuação: EUA, Austrália e Europa (principalmente Reino Unido). A TXU é originária do Texas, tendo expandido o seu âmbito espacial de actuação na década de 90. Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Possui também actividades ligadas ao gás natural. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente com informação acerca da política ambiental da empresa. Estão disponíveis, para visualização directa no site o Relatório de Ambiente de 2000 para os EUA e para download o Relatório de Ambiente de 2001 para a Austrália e o Relatório de Sustentabilidade de 2000 para a Europa. Breve descrição da análise: A análise efectuada incide sobre os três relatórios mencionados anteriormente. O relatório europeu dá destaque à gestão da sustentabilidade fazendo referência aos desempenhos ambiental, económico e social. Os relatórios dos EUA e Austrália apenas focam o desempenho ambiental. Observações: A TXU está incluída no Dow Jones Sustainability Index (World). Análise efectuada em 29/7/2002

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Duke Energy http://www.duke-energy.com País de Origem: Estados Unidos da América Âmbito espacial de actuação: EUA. Possui actividades na América Latina, Ásia e Europa. Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Possui também actividades ligadas ao gás natural. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente com informação acerca da política ambiental da empresa e do seu SGA. Está disponível para download o Relatório de Ambiente de 2001. Breve descrição da análise: A análise efectuada incide sobre a informação disponibilizada no site da empresa e o Relatório de 2001. O Relatório é muito incipiente e apenas apresenta dados quantitativos sobre alguns aspectos ambientais, sobretudo emissões atmosféricas. Observações: A Duke Energy está incluída no Dow Jones Sustainability Index (World). Análise efectuada em 1/8/2002

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American Electric Power - AEP http://www.aep.com País de Origem: EUA Âmbito espacial de actuação: EUA. Possui actividades na Europa. Actividades principais: Produção de electricidade e actividades relacionadas com o gás natural. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente que dá destaque à performance ambiental, principalmente às emissões atmosféricas, medidas e projectos de conservação da natureza e energias renováveis. Está disponível para visualização directa no site o Relatório de Ambiente de 1999/2000. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por a informação disponível no site, incluindo o Relatório de Ambiente de 1999/2000. O Relatório está dividido em cinco grandes áreas correspondentes aos cinco pilares de política de ambiente da empresa. Observações: A AEP faz parte do Grupo E7. Análise efectuada em 2/8/2002

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NiSource http://www.nisource.com País de Origem: EUA Âmbito espacial de actuação: EUA Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade e gás natural. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente que dá destaque ao SGA (Ambiente, Saúde & Segurança) e incluí um relatório de progresso ambiental. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por a informação disponível no site. São apresentados os princípios de política de ambiente e um pequeno relatório de progresso com os principais aspectos da performance ambiental e respectivas medidas efectuadas. Observações: A NiSource está incluída no Dow Jones Sustainability Index (World). Análise efectuada em 2/8/2002

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Exelon http://www.exelon.com País de Origem: EUA Âmbito espacial de actuação: EUA Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Distribuição de gás natural. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente que dá destaque às iniciativas da empresa junto das comunidades locais e aos programas de educação ambiental. No que diz respeito à performance ambiental são salientadas as energias renováveis, a eficiência energética e medidas de conservação da natureza. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por a informação disponível no site acima referida. Observações: A Exelon é membro do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD) e será a próxima empresa a ser incluída no Dow Jones Sustainability Index (World). Análise efectuada em 2/8/2002

El Paso Electric Company http://www.epelectric.com aís de Origem: México Âmbito espacial de actuação: México Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: Não existe nenhum tipo de informação no site acerca da estratégia ambiental da empresa. Análise efectuada em 31/7/2002

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Saudi Electricity Company - SCECO http://www.se.com.sa País de Origem: Arábia Saudita Âmbito espacial de actuação: Arábia Saudita (a empresa divide-se em quatro de acordo com a localização: Este, Central, Oeste e Sul). Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: Não existe nenhum tipo de informação no site acerca da estratégia ambiental da empresa. Análise efectuada em 31/7/2002

China Light and Power Company - CLP http://www.chinalightandpower.com.hk País de Origem: China Âmbito espacial de actuação: China (Hong Kong) Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção específica para o Ambiente referente ao SGA da empresa. Breve descrição da análise: A análise tem por base a informação disponibilizada no site que centra-se exclusivamente no SGA e em alguns aspectos do desempenho ambiental, principalmente as emissões atmosféricas. Análise efectuada em 31/7/2002

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Korea Electric Power Corporation - KEPCO http://www.kepco.co.kr País de Origem: Coreia do Sul Âmbito espacial de actuação: Coreia do Sul Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: Não existe nenhum tipo de informação no site acerca da estratégia ambiental da empresa. Análise efectuada em 31/7/2002

Ahmedabad Electricity Company http://www.aecindia.com País de Origem: Índia Âmbito espacial de actuação: Índia (região de Ahmedabad no Estado do Gujarat) Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção específica para o Ambiente com as principais medidas efectuadas no domínio ambiental. Breve descrição da análise: A análise tem por base a informação disponibilizada no site em que são focadas sobretudo medidas relacionadas com emissões atmosféricas. Análise efectuada em 31/7/2002

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PT PLN http://www.pln-jatim.co.id País de Origem: Indonésia Âmbito espacial de actuação: Indonésia Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: Não existe nenhum tipo de informação no site acerca da estratégia ambiental da empresa. Análise efectuada em 31/7/2002

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Tokyo Electric Power Company – TEPCO http://www.tepco.co.jp País de Origem: Japão Âmbito espacial de actuação: Japão (Região de Tóquio)16. Actividades principais: Produção (Termoeléctrica, Nuclear e Hidroeléctrica), transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente onde são disponibilizados para download os Relatórios de Ambiente de 2001 e 2002. Breve descrição da análise: A análise incide sobre o Relatório de Ambiente de 2002. Apresenta uma secção inicial relativa à política da empresa para um desenvolvimento sustentável, seguida das secções relativas aos desempenhos ambiental, económico e social. O Relatório está muito bem elaborado sobretudo a nível do desempenho económico, onde se destaca a existência de uma contabilidade ambiental na empresa e também a adopção de metodologias económicas como a Avaliação Contingencial para avaliar os recursos naturais. Observações: A TEPCO faz parte do Grupo E7 e é membro do Concelho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD). Análise efectuada em 29/7/2002

16 O Japão possui dez empresas privadas ligadas ao sector eléctrico que operam independentemente de acordo com a sua localização geográfica (Hokkaido, Okinawa, Tohoku, Tokyo, Hokuriku, Chubu, Kansai, Chugoku, Shikoku, Kyushu).

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Kansai Electric Power Company – KEPCO http://www.kepco.co.jp País de Origem: Japão Âmbito espacial de actuação: Japão (Região de Kansai, inclui as cidades de Osaka, Kyoto e Kobe)17. Actividades principais: Produção (Termoeléctrica, Nuclear e Hidroeléctrica), transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente onde é disponibilizado para download o Relatório de Ambiente de 2001. Breve descrição da análise: A análise incide sobre o Relatório de Ambiente de 2001. Apresenta uma secção inicial relativa à Política Ambiental que se encontra bastante desenvolvida e bem elaborada, com o estabelecimento de metas e verificação do respectivo cumprimento em relação a anos anteriores. Apresenta também uma secção relativa à contabilidade ambiental, onde são salientados os ganhos económicos resultantes de investimentos em protecção ambiental. O SGA da empresa é explicado de forma bastante detalhada. Na performance ambiental é destacada a eficiência energética e a redução de emissões. No final é apresentado o envolvimento da empresa com a sociedade e em particular com as comunidades locais. Observações: A Kansai faz parte do Grupo E7 e é membro do Concelho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD). Análise efectuada em 29/7/2002

17 O Japão possui dez empresas privadas ligadas ao sector eléctrico que operam independentemente de acordo com a sua localização geográfica (Hokkaido, Okinawa, Tohoku, Tokyo, Hokuriku, Chubu, Kansai, Chugoku, Shikoku, Kyushu).

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National Electric Power Company - NEPCO http://www.nepco.com.jo País de Origem: Jordânia Âmbito espacial de actuação: Jordânia Actividades principais: Transporte de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: Não existe nenhum tipo de informação no site acerca da estratégia ambiental da empresa. Análise efectuada em 1/8/2002

Public Establishment for Electricity Generation & Transmission http://www.peegt-syria.org País de Origem: Síria Âmbito espacial de actuação: Síria Actividades principais: Produção e Transporte de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: Não existe nenhum tipo de informação no site acerca da estratégia ambiental da empresa. Análise efectuada em 1/8/2002

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Electricity Generating Authority of Thailand - EGAT http://www.egat.or.th País de Origem: Tailândia Âmbito espacial de actuação: Tailândia Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa não tem uma secção específica para o Ambiente. No entanto, está disponível para download o Relatório Anual da empresa de 2001 que contém uma secção relativa ao ambiente. Breve descrição da análise: A análise tem por base a informação disponibilizada no Relatório Anual de 2001. A secção de ambiente do Relatório de Ambiente de 2000 contém apenas informação descritiva acerca dos principais aspectos ambientais. Análise efectuada em 31/7/2002

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E.ON http://www.eon.com País de Origem: Alemanha Âmbito espacial de actuação: Alemanha e outros países na Europa (Finlândia, Suécia, Reino Unido, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, República Checa, Eslováquia, Hungria, Polónia e Itália). Possui ainda actividades nos Estados Unidos da América (Louisville). Actividades principais: Produção e distribuição de electricidade e distribuição de gás natural. Possui ainda outras actividades ligadas a serviços utilitários. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site não possui nenhuma secção dedicada ao ambiente. Apenas estão disponíveis para download os Relatórios Anuais da empresa de 2000 e 2001. Breve descrição da análise: A análise baseia-se no Relatório Anual de 2001 que possui uma secção dedicada à protecção do ambiente. São apresentados os investimentos os custos de operação de natureza ambiental. São também destacadas as emissões atmosféricas evitadas pela produção de electricidade de origem hídrica e nuclear. Análise efectuada em 26/9/2002

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RWE http://www.rwe.com País de Origem: Alemanha Âmbito espacial de actuação: Alemanha e um conjunto vasto de países espalhados por todo o mundo. Actividades principais: O Grupo RWE trata-se de uma empresa multi-serviços, que possui quatro grandes áreas de negócio: electricidade (produção, transporte e distribuição), gás, água e serviços ambientais (ex. tratamento de águas residuais, gestão de resíduos etc.). Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente ("Environmental Policy"), onde são abordados essencialmente os temas da Sustentabilidade, Sistema de Gestão Ambiental e Alterações Climáticas. São disponibilizados para Download os Relatórios de Ambiente de 1998, 2000 e 2001. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base a informação disponibilizada directamente no site da empresa e o Relatório de Desenvolvimento Sustentável de 2001. No site é dado algum destaque ao compromisso da empresa com os princípios do desenvolvimento sustentável, sendo salientada a inclusão no Dow Jones Sustainability Index e também o facto de pertencer ao Grupo E7. O Relatório de Desenvolvimento Sustentável é comum aos quatro sectores de actividade da empresa (electricidade, gás, água e serviços ambientais). Inicialmente é apresentada a estratégia da empresa e os seus princípios de actuação, em que são enunciadas as principais acções efectuadas no âmbito de cada princípio. O relatório destaca sobretudo a Gestão Ambiental da empresa, nomeadamente a nível dos SGA para cada sector/instalação. É dado também algum destaque à protecção ambiental, como maior ênfase para o combate às alterações climáticas e para as medidas de redução de emissões. As componentes social e económica estão pouco desenvolvidas. Observações: A RWE é uma empresa membro do Grupo E7 e está incluída no Dow Jones Sustainability Index (World and STOXX). Análise efectuada em 14/7/2002

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ESTAG http://www.estag.com País de Origem: Áustria Âmbito espacial de actuação: Áustria Actividades principais: Distribuição de electricidade e de gás natural Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: Não existe nenhum tipo de informação no site acerca da estratégia ambiental da empresa. Análise efectuada em 26/9/2002

Electrabel http://www.electrabel.com País de Origem: Bélgica Âmbito espacial de actuação: Principalmente Bélgica, Holanda e Luxemburgo, mas possuem instalações em muitos outros países europeus. Actividades principais: Produção de electricidade. A Electrabel faz parte do Grupo Tractebel. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente com informação acerca da política ambiental da empresa e dados quantitativos acerca das emissões de poluentes atmosféricos. Está disponível para download o Relatório de Ambiente de 2001. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base o Relatório de Ambiente de 2000. O Relatório refere-se sobretudo ao desempenho ambiental. As componentes económica e social são desprezadas no relatório, apesar de se apresentar como objectivo central o desenvolvimento sustentável. Observações: Electrabel está incluída no Dow Jones Sustainability Index (World and STOXX). Análise efectuada em 28/7/2002

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Electricity Authority of Cyprus http://www.eac.com.cy País de Origem: Chipre Âmbito espacial de actuação: Chipre Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente, em que são expostas as preocupações relativas aos campos electromagnéticos, a política em relação às energias renováveis e medidas gerais de protecção ambiental. Breve descrição da análise: A análise tem por base a informação disponibilizada no site da empresa. Trata-se apenas de informação descritiva acerca dos aspectos acima mencionados. Análise efectuada em 31/7/2002

Eltra http://www.eltra.dk País de Origem: Dinamarca Âmbito espacial de actuação: Dinamarca Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente que dá destaque aos projectos de desenvolvimento das energias renováveis. Estão disponíveis para download os Relatórios de Ambiente de 1998 e 1999. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base a informação disponível no site e o Relatório de Ambiente de 1999. O Relatório é muito sintético, destacando a Análise de Ciclo de Vida efectuada e os principais impactes ambientais. Análise efectuada em 2/8/2002

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ENDESA http://www.endesa.es País de Origem: Espanha Âmbito espacial de actuação: Espanha principalmente, mas também na América do Sul. Actividades principais: Extracção de recursos (minas de carvão), produção (termoeléctrica, nuclear e hidroeléctrica) e distribuição. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente ("Medio Ambiente"), onde são enunciados os princípios de política de ambiente da empresa e as principais áreas de actuação a nível ambiental. É dado um destaque especial aos impactes provocados pelos campos eléctricos e magnéticos associados à distribuição de electricidade. São disponibilizados para download os relatórios de ambiente de 1999 e 2000. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base o Relatório de Ambiente de 2000. O relatório centra-se sobretudo nas medidas e acções, no domínio ambiental, levadas a cabo pela empresa nas suas diversas actividades. São também apresentados os objectivos ambientais para 2001. Observações: A ENDESA está incluída no Dow Jones Sustainability Index (STOXX) Análise efectuada em 23/7/2002

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HidroCantábrico http://www.hidrocantabrico.es País de Origem: Espanha Âmbito espacial de actuação: Espanha (região das Asturias). Actividades principais: Produção (termoeléctrica, nuclear e hidroeléctrica) e distribuição. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para a Política de Ambiente, onde são enunciados os princípios de política de ambiente da empresa e as principais áreas de actuação a nível ambiental. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base a informação ambiental disponibilizada no site. Não foi encontrada nenhuma referência acerca da existência de um Relatório de Ambiente. Como já foi referido, o site apenas tem uma listagem dos princípios de ambiente e alguma informação descritiva e resumida sobre os principais impactes ambientais da empresa. Análise efectuada em 23/7/2002

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Union Fenosa http://www.uef.es País de Origem: Espanha Âmbito espacial de actuação: Espanha. Actividades principais: Produção (termoeléctrica, nuclear, hidroeléctrica e renováveis) e distribuição. Também tem actividades relacionadas com a distribuição de gás natural. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente, onde são enunciados os princípios de política de ambiente e o código de conduta ambiental da empresa. Encontra-se igualmente disponível para download o relatório de ambiente de 2000. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base o relatório de ambiente de 2001. O relatório dá um realce maior aos aspectos ambientais mais relevantes para a empresa; à Gestão Ambiental; aos Estudos de Impacte Ambiental realizados; à política para as energias renováveis e co-geração e; à integração paisagística das instalações. Ao longo de todo o relatório e para os diferentes capítulos e secções e de destacar a apresentação das metas propostas para 2000 e o respectivo grau de cumprimento, assim como as metas propostas para 2001. Análise efectuada em 23/7/2002

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Iberdrola http://www.iberdrola.es País de Origem: Espanha Âmbito espacial de actuação: Espanha principalmente, mas também em países como o Brasil, Bolívia, Chile, México e Guatemala. Actividades principais: Produção (termoeléctrica, nuclear, hidroeléctrica e renováveis) e distribuição. Também faz distribuição de gás natural Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente ("Medio Ambiente"), onde são apresentados os principais aspectos a nível ambiental. É disponibilizado para download o relatório de ambiente de 2001. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base o Relatório de Ambiente de 2001. O relatório incide especialmente na Gestão Ambiental da empresa e nas medidas tomadas no domínio ambiental. Também é referida a Política Ambiental da empresa e a sua estratégia de desenvolvimento sustentável. Observações: A Iberdrola está incluída no Dow Jones Sustainability Index (World and STOXX) Análise efectuada em 23/7/2002

Rede Eléctrica de España http://www.ree.es País de Origem: Espanha Âmbito espacial de actuação: Espanha. Actividades principais: Transporte de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente ("Medio Ambiente"), onde são apresentados os principais aspectos a nível ambiental. São disponibilizados para download os Relatórios de Ambiente de 1999 e 2000. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base a informação disponibilizada no site e o Relatório de Ambiente de 2000. O Relatório incide principalmente sobre a política de ambiente da empresa e os principais impactes ambientais. Análise efectuada em 2/8/2002

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Fingrid http://www.fingrid.fi País de Origem: Finlândia Âmbito espacial de actuação: Finlândia Actividades principais: Transporte de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente com informação acerca da política de ambiente, dos estudos de impacte ambiental, auditorias ambientais, campos electromagnéticos e projectos relacionados com a conservação da natureza. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base a informação disponível no site que incide sobre os aspectos acima mencionados. Análise efectuada em 2/8/2002

Espoon Sahko http://www.esoy.fi País de Origem: Finlândia Âmbito espacial de actuação: Finlândia Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente onde estão disponíveis para download os Relatórios de Ambiente de 1998 e 1999. O Relatório de Ambiente de 2000 pode ser visualizado directamente através do site. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base a informação disponível no site e o Relatório de Ambiente de 2000. O Relatório incide mais sobre o SGA e os principais aspectos ambientais. Análise efectuada em 2/8/2002

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Helsinki Energy http://www.helsinginenergia.fi País de Origem: Finlândia Âmbito espacial de actuação: Finlândia Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente onde está disponível para download os Relatórios Anual de 2001. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base o Relatório Anual de 2000. O Relatório está dividido em três componentes (Económica, Social e Ambiental). Análise efectuada em 2/8/2002

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EDF - Electricité de France http://www.edf.fr País de Origem: França Âmbito espacial de actuação: França e um conjunto vasto de países, principalmente países em vias de desenvolvimento. Actividades principais: Produção (Termoeléctrica, Hidroeléctrica, Nuclear, Renováveis) e Distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção sobre Desenvolvimento Sustentável, em que a empresa pretende divulgar que adopta uma estratégia do tipo Triple Bottom Line, através do respeito pelo ambiente, desenvolvimento económico e equidade social. Para cada uma das três vertentes da sustentabilidade são apresentadas de forma resumida as principais preocupações da empresa. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base a informação disponibilizada directamente no site da empresa e o Relatório de Desenvolvimento Sustentável de 2000 (actualmente não está disponível para download). No site é dado um destaque considerável ao compromisso da empresa com os princípios do desenvolvimento sustentável, sendo enunciada a política e estratégia da empresa para conseguir pôr em prática estes princípios, nomeadamente nas vertentes ambiental, económica e social. A maioria da informação disponibilizada é de natureza qualitativa, sendo essencialmente focados aspectos relacionados com as Alterações Climáticas e a aposta nas Energias Renováveis. A energia nuclear que tem grande expressão em França é vista como uma boa solução para a redução de emissões de gases com efeito de estufa, sendo praticamente desprezados os potenciais impactes e riscos ambientais inerentes a este tipo de produção. No Relatório de Desenvolvimento Sustentável também se encontra dividido nas três grandes dimensões da sustentabilidade (económica, ambiental e social). No inicio do relatório são apresentados dez grandes objectivos da empresa (referentes ao relatório de 1999) e as medidas e acções efectuadas para os atingir. Observações: A EDF é uma empresa membro do Grupo E7. Análise efectuada em 14/7/2002

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Public Power Corporation http://www.dei.gr País de Origem: Grécia Âmbito espacial de actuação: Grécia Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente que contém apenas uma página com dois parágrafos acerca das preocupações ambientais que passam pelo cumprimento da legislação na área. Breve descrição da análise: A análise tem por base a informação disponibilizada no site da empresa. Trata-se apenas de informação descritiva acerca das principais preocupações ambientais: emissões, resíduos, água, ruído e campos electromagnéticos. Análise efectuada em 31/7/2002

ESB – Electricity Supply Board http://www.esb.ir País de Origem: Irlanda Âmbito espacial de actuação: Irlanda. Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente onde é apresentada a política de ambiente da empresa e destacadas as principais medidas tomadas no domínio da protecção ambiental. É disponibilizado para download o Relatórios de Ambiente de 1997. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base o Relatório de Ambiente de 1997. O Relatório baseia-se sobretudo na avaliação do desempenho ambiental da empresa, com especial destaque para as emissões atmosféricas. Análise efectuada em 28/7/2002

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RARIK http://www.rarik.is País de Origem: Islândia Âmbito espacial de actuação: Islândia Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: Não existe nenhum tipo de informação no site acerca da estratégia ambiental da empresa. Análise efectuada em 26/9/2002

Enel http://www.enel.it País de Origem: Itália Âmbito espacial de actuação: Itália. Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção independente para o ambiente com muita informação variada. Estão disponíveis para download os relatórios de ambiente de 1999 e 2000. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base a informação disponibilizada directamente no site da empresa e no Relatório de Ambiente de 2000. As principais secções do relatório dizem respeito à Gestão Ambiental da empresa, aos resultados ambientais alcançados e a um eco-balanço que considera os recursos consumidos o processo e as respectivas emissões. Observações: A Enel é uma empresa membro do Grupo E7. Análise efectuada em 23/7/2002

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Hafslund http://www.hafslund.no País de Origem: Noruega Âmbito espacial de actuação: Noruega Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: Não existe nenhum tipo de informação no site acerca da estratégia ambiental da empresa. Análise efectuada em 26/9/2002

EDP - Electricidade de Portugal, SA http://www.edp.pt País de Origem: Portugal Âmbito espacial de actuação: Portugal fundamentalmente, sendo um dos maiores investidores no Brasil e estando presente em Cabo Verde, Marrocos e Guatemala. Actividades principais: Produção e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção sobre o Ambiente, em que é efectuada uma apresentação resumida da política de ambiente da empresa que inclui a listagem dos principais princípios de política adoptados desde 1994. São disponibilizados para download os Relatórios de Ambiente de 1999,2000 e 2001. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base o Relatório de Ambiente de 2001. O Relatório, que representa um primeiro passo na adopção das directrizes da GRI, baseia-se sobretudo na avaliação do desempenho ambiental da empresa, apresentando dados quantitativos para os principais aspectos ambientais apresentados (Alterações Climáticas, Energias Renováveis, Eficiência Energética, Poluição Atmosférica, Recursos Hídricos, Resíduos, Ruído, Efeito dos Campos Eléctricos e Magnéticos e Impacte Visual). São também apresentados estes dados quantitativos por instalação da empresa. Apesar de uma boa caracterização da situação actual, não são apresentadas metas nem medidas para melhoria do desempenho ambiental da empresa. O relatório faz ainda uma breve referência ao desenvolvimento de Sistemas de Gestão Ambiental por instalação, segundo a norma ISO 14001 e também aos processos de Avaliação de Impacte Ambiental a que foram sujeitos os novos projectos. No que diz respeito ao Desempenho Económico, apenas são apresentados alguns dados genéricos (ex. volume de negócios) no capítulo de enquadramento do relatório. Análise efectuada em 27/6/2002

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REN – Rede Eléctrica Nacional http://www.ren.pt País de Origem: Portugal Âmbito espacial de actuação: Portugal. Actividades principais: Transporte de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente, em que é efectuada uma apresentação resumida da política de ambiente da empresa que inclui a listagem dos principais princípios de política adoptados. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base a informação disponibilizada no site da empresa que se resume aos princípios de política de ambiente. Foi também analisado o documento de Declaração de Política de Ambiente da empresa. Análise efectuada em 27/6/2002

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Tejo Energia18 http://www.tejoenergia.com País de Origem: Portugal Âmbito espacial de actuação: Portugal. Actividades principais: Possui e detém a licença de exploração da central termoeléctrica do Pego. No entanto, a exploração (manutenção e operação) da central é efectuada pela empresa PEGOP (http://www.pegop.com). Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da Tejo Energia possui uma secção dedicada ao Ambiente e Segurança que realça a certificação ambiental da central e o controlo das emissões atmosféricas. O site da PEGOP destaca também a certificação ambiental e possui uma página onde são enunciados os princípios de política de ambiente e segurança. Está disponível para download o Sumário Ambiental de 2001 da PEGOP. Breve descrição da análise: A análise incidiu sobre a informação disponibilizada nos sites a Tejo Energia e da PEGOP e no Sumário Ambiental de 2001 da PEGOP. O Sumário Ambiental incide essencialmente no sistema de gestão ambiental, sendo de destacar que a Central Termoeléctrica do Pego foi a primeira empresa em Portugal a ter o seu sistema certificado pela Norma ISO 14001 e também pela Norma EMAS. Análise efectuada em 27/9/2002

18 A Tejo Energia é uma “joint venture” entre quatro empresas a nível internacional: International Power (Reino Unido), Endesa (Espanha), EDF (França) e EDP (Portugal).

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Turbogás19 http://www.turbogas.com País de Origem: Portugal Âmbito espacial de actuação: Portugal Actividades principais: A empresa é proprietária da central termoeléctrica da Tapada do Outeiro. No entanto, a exploração (manutenção e operação) da central é efectuada pela empresa Portugen. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: Não foi encontrado nenhum tipo de informação acerca da estratégia ambiental da empresa. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base o Sumário Ambiental de 2001 da empresa que destaca o SGA da empresa e a certificação da Central da Tapada do Outeiro pela Norma ISO 14001. São também referidos sucintamente os principais impactes ambientais inerentes à actividade da central Análise efectuada em 27/9/2002

British Energy http://www.british-energy.com País de Origem: Reino Unido Âmbito espacial de actuação: Reino Unido principalmente, mas também EUA e Canadá. Actividades principais: Produção quase exclusiva de energia nuclear (8 centrais). Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente que dá destaque às energias renováveis e ao problema das alterações climáticas. Estão disponíveis directamente na site os relatórios de Segurança, Saúde e Ambiente (“Safety, Health and Environment”) de 1999/2000 e 2000/2001. O relatório é pouco aprofundado na parte ambiental. As preocupações com a Segurança e Saúde são devidos a existência de centrais nucleares. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base o Relatório de Segurança, Saúde e Ambiente de 2000/2001. Análise efectuada em 27/7/2002

19 A Turbogás é uma “joint venture” entre quatro empresas a nível internacional: PowerGen, RWE, Siemens, EDP e Koch.

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Inoggy http://www.innogy.com País de Origem: Reino Unido Âmbito espacial de actuação: Reino Unido. A empresa foi recentemente adquirida pelo Grupo RWE da Alemanha. Actividades principais: Produção de electricidade. Também possui actividades ligadas ao gás e outros serviços utilitários. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: Está disponível o Relatório de Ambiente de 2001, mas apenas está acessível através do mapa do site. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base a informação disponibilizada no Relatório de Ambiente de 2001. O relatório apresenta em linhas gerais a estratégia e valores da empresa. É dado depois algum destaque ao desempenho ambiental, sobretudo às emissões atmosféricas, às energias renováveis e à certificação ambiental (ISO 14001). Também é dado alguma importância à responsabilidade social da empresa. Observações: A Innogy está incluída no Dow Jones Sustainability Index (World and STOXX). Análise efectuada em 28/7/2002

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International Power http://www.internationalpowerplc.com País de Origem: Reino Unido Âmbito espacial de actuação: Reino Unido principalmente, possuindo ainda instalações na Austrália, Estados Unidos da América, República Checa, Portugal (central do Pego), Turquia, Malásia, Paquistão e Tailândia. Actividades principais: Produção de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente com muito pouca informação. Não existe relatório de ambiente para download. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base a informação disponibilizada no site. É dado grande ênfase aos SGA implementados pela empresa nas diversas instalações. São também enunciados os principais princípios de política de ambiente. Apenas são apresentados dados quantitativos para as emissões atmosféricas geradas. Observações: A International Power está incluída no Dow Jones Sustainability Index (STOXX). Análise efectuada em 28/7/2002

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National Grid Group http://www.nationalgrid.com País de Origem: Reino Unido Âmbito espacial de actuação: Reino Unido (Inglaterra e País de Gales) e nordeste dos EUA. Alguma actividade na Austrália, América do Sul e Zâmbia. Actividades principais: Transporte de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: Está disponível o Relatório de Desenvolvimento Sustentável de 2001, só visualizado directamente a partir do site. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base a informação disponibilizada no Relatório de Desenvolvimento Sustentável de 2001. Ao contrário do habitual a performance ambiental não está mais desenvolvida do que os desempenhos económico e social. Contudo o relatório peca pela existência de informação quantitativa em pouca quantidade. Observações: A National Grid será a próxima empresa a ser incluída no Dow Jones Sustainability Index (STOXX). Análise efectuada em 2/8/2002

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Powergen http://www.powergen.co.uk País de Origem: Reino Unido Âmbito espacial de actuação: Reino Unido e EUA. Actividades principais: Produção e Distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa actualmente apenas tem informação para os consumidores. O Relatório de Ambiente de 2000 estava disponível para download antigamente. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base a informação disponibilizada no Relatório de Ambiente de 2000. O relatório baseia-se fundamentalmente no desempenho ambiental da empresa, sendo apresentada muita informação quantitativa e objectivos e metas quantificados. Observações: A Powergen é membro do Concelho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD) e está incluída no Dow Jones Sustainability Index (World and STOXX) Análise efectuada em 27/7/2002

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Scottish Power http://www.scottishpower.com País de Origem: Reino Unido Âmbito espacial de actuação: Reino Unido e zona noroeste dos EUA. Actividades principais: Produção, Transporte e Distribuição de electricidade. No Reino Unido também possui actividades ligadas à distribuição de gás e sector das águas e águas residuais. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente que dá um grande destaque às fontes de energia renovável explicando de forma clara quais os seus benefícios para empresas e consumidores particulares. Também é dada relevância ao problema das Alterações Climáticas e à estratégia adoptada pelo Reino Unido, com a introdução de uma taxa ambiental (“Climate Change Levy”). São disponibilizados para Download os últimos cinco Relatórios Anuais de Ambiente desde 1996/1997 até 2000/2001. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base a informação disponibilizada directamente no site da empresa e o Relatório de Ambiente de 2000/2001. O Relatório está muito bem elaborado. Apresenta uma secção inicial sobre os aspectos económicos da empresa, seguindo-se dos princípios, valores e estratégia para o ambiente. É dado um grande destaque ao compromisso e estratégia da empresa para com o desenvolvimento sustentável, sendo explicada a abordagem Triple Bottom Line da empresa com exemplos elucidativos. As restantes secções do relatório incidem sobre o desempenho ambiental da empresa nos seguintes domínios: energia, atmosfera, água, biodiversidade e consumo de materiais e resíduos. Para cada secção são fornecidos diversos dados quantitativos relevantes e apresentados casos de estudo de aplicação das principias medidas adoptadas. No final é destacado o papel social da empresa. Observações: A Scottish Power é uma empresa membro do Grupo E7 e está incluída no Dow Jones Sustainability Index (STOXX). Análise efectuada em 27/7/2002

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Scottish and Southern Energy http://www.scottish-southern.co.uk País de Origem: Reino Unido Âmbito espacial de actuação: Reino Unido Actividades principais: Produção, Transporte e Distribuição de electricidade sobretudo de origem renovável. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente com muito pouca informação. São disponibilizados para Download os Relatórios de Ambiente de 1999 e 2001. Breve descrição da análise: A análise efectuada tem por base o Relatório de Ambiente de 2000. O relatório está estruturado de acordo com a lógica de gestão da sustentabilidade com três secções principais (ambiente, sociedade e economia), no entanto, a componente ambiental encontra-se bastante mais desenvolvida. Observações: A Scottish and Southern Energy está incluída no Dow Jones Sustainability Index (STOXX). Análise efectuada em 28/7/2002

Electrica http://www.electrica.ro País de Origem: Roménia Âmbito espacial de actuação: Roménia Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente que contém apenas uma página com a declaração de política ambiental da empresa Breve descrição da análise: A análise tem por base a informação disponibilizada no site da empresa. Trata-se apenas de informação descritiva acerca das principais linhas de política ambiental. Análise efectuada em 31/7/2002

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RAO UES http://www.rao-ees.ru País de Origem: Rússia Âmbito espacial de actuação: Rússia Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: Não existe nenhum tipo de informação no site acerca da estratégia ambiental da empresa. Análise efectuada em 31/7/2002

EOS http://www.eos-gd.ch País de Origem: Suíça Âmbito espacial de actuação: Suíça Actividades principais: Produção (hidroeléctrica), transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site possui uma secção dedicada ao ambiente, com uma secção de dedicada ao transporte e outra à produção de electricidade. Não está disponível para download o Relatório de Ambiente da empresa. Breve descrição da análise: A análise baseia-se na informação disponibilizada no site. Na secção referente ao transporte são destacados os estudos efectuados sobre os efeitos dos campos electromagnéticos na saúde humana. São depois referidos os impactes da produção hidroeléctrica, não sendo apresentados dados quantitativos. Análise efectuada em 26/9/2002

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente DCEA/FCT/UNL

United Energy http://www.ue.com.au País de Origem: Austrália Âmbito espacial de actuação: Austrália Actividades principais: Distribuição de electricidade e gás. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente com informação acerca do SGA da empresa. Está disponível para download o Relatório de Ambiente de 2000/2001. Breve descrição da análise: A análise efectuada incide sobre o Relatório de Ambiente de 2000/2001. O Relatório está pouco desenvolvido, incidindo sobretudo no SGA da empresa. Análise efectuada em 31/7/2002

Western Power http://www.westernpower.com.au País de Origem: Austrália Âmbito espacial de actuação: Austrália (zona oeste do país). Actividades principais: Produção, transporte e distribuição de electricidade. Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente com informação acerca da política de ambiente, do SGA da empresa e dos principais aspectos ambientais (eficiência energética, alterações climáticas e energias renováveis). O Relatório de Ambiente de 1999 está disponível para download. Breve descrição da análise: A análise efectuada incide sobre o Relatório de 1999. O Relatório centra-se na performance ambiental da empresa sendo consideradas 4 áreas fundamentais: Alterações Climáticas, SGA, Energias Renováveis e Imagem Ambiental. Observações: A Western Power é membro do Concelho Empresarial Mundial para o desenvolvimento Sustentável (WBCSD). Análise efectuada em 5/9/2002

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Estudo sobre o Sector Eléctrico e o Ambiente 4º Relatório – Estratégias Ambientais das Empresas do Sector Eléctrico Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente - DCEA/FCT/UNL

Meridian http://www.meridian.co.nz País de Origem: Nova Zelândia Âmbito espacial de actuação: Nova Zelândia Actividades principais: Produção de energia renovável (eólica e hídrica). Breve descrição do site no que diz respeito à estratégia ambiental da empresa: O site da empresa tem uma secção para o Ambiente com informação acerca da política ambiental da empresa. Estão disponíveis para download os Relatórios de Sustentabilidade de 2000 e 2001. Breve descrição da análise: A análise efectuada incide sobre o Relatório de Sustentabilidade de 2001. A performance ambiental tem um destaque bastante maior, mas a componente social também é focada com algum detalhe. O desempenho económico é menos abordado. Análise efectuada em 31/7/2002

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