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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIA RELATÓRIO E PARECER PRÉVIO CONTAS DO ESTADO DA BAHIA: PODER EXECUTIVO EXERCÍCIO 2008 VERSÃO SIMPLIFICADA Pedro Lino Conselheiro Relator PROCESSO TCE/001023/2009 SALVADOR JUNHO – 2009

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIA

RELATÓRIO E PARECER PRÉVIOCONTAS DO ESTADO DA BAHIA:

PODER EXECUTIVO

EXERCÍCIO 2008

VERSÃO SIMPLIFICADA

Pedro LinoConselheiro Relator

PROCESSO TCE/001023/2009

SALVADOR

JUNHO – 2009

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Tribunal de Contas do Estado da BahiaCOPYRIGHT© 2009 TCE

PEDIDOS E CORRESPONDÊNCIAS:Tribunal de Contas do Estado da BahiaAvenida 04, Plataforma V – CABEdf. Conselheiro Joaquim Batista NevesCep: 41.475-002Telefone: 0xx(71) 3115-4477Fax: 0xx(71) 3115-4613E-Mail: [email protected]

Composição e Diagramação: Edson Silva SantosNormalização: Denilze Alencar SacramentoCapa: Marcos Vinícius Maia Federico (CEDASC)

Ficha catalográfica

B 151 Bahia. Tribunal de Contas Versão Simplificada do Relatório e Parecer Prévio Contas do

Estado da Bahia: Poder Executivo: exercício de 2008/Tribunal de

Contas do Estado da Bahia;

Pedro Lino – Conselheiro Relator, Salvador: TCE-BA, 2009.

217 p.

1. Controle externo – Orçamento I. Lino, Pedro – Cons. RelatorII. Título

CDU 336.148(813.8)

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIATRIBUNAL PLENO:

Conselheiro MANOEL FIGUEIREDO CASTROPresidente

Conselheiro FILEMON NETO MATOSVice-Presidente

Conselheiro JUSTINIANO ZILTON ROCHACorregedor

Conselheiro ANTONIO FRANÇA TEIXEIRA

Conselheiro PEDRO HENRIQUE LINO DE SOUZARelator das Contas

Conselheiro ANTONIO HONORATO DE CASTRO NETO

Conselheira RIDALVA CORREA DE MELO FIGUEIREDO

PRIMEIRA CÂMARA:

Conselheira RIDALVA CORREA DE MELO FIGUEIREDO – PRESIDENTE

Conselheiro FILEMON NETO MATOS

Conselheiro ANTONIO HONORATO DE CASTRO NETO

SEGUNDA CÂMARA:

Conselheiro ANTONIO FRANÇA TEIXEIRA – PRESIDENTE

Conselheiro PEDRO HENRIQUE LINO DE SOUZA

Conselheiro JUSTINIANO ZILTON ROCHA

SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO:

MARIA DO CARMO MACÊDO DE CADIDÊ

ALMIR PEREIRA DA SILVA

JURACI MANOEL DE CARVALHO

INALDO DA PAIXÃO SANTOS ARAÚJO

FREDERICO DE FREITAS TENÓRIO DE ALBUQUERQUE

NELSON JOSÉ DO CARMO

Representante do Ministério Público: JOSÉ CUPERTINO AGUIAR CUNHA

Representante da Procuradoria Especializada: CLÁUDIA MARIA DE SOUZA MOURA

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ÓRGÃOS TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS

SUPERINTENDÊNCIA TÉCNICAJayme Baleeiro Neto

SECRETARIA GERALJuraci Manoel de Carvalho

DIRETORIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRAGuilherme Prata Sampaio

GABINETE DA PRÊSIDENCIAEliano Barroso de Souza

ASSESSORIA TÉCNICO-JURÍDICAAlberto Luiz Telles Soares

AUDITORIA INTERNAPaulo Sérgio Pacheco Figueiredo

INSPETORIA DE FINANÇASMaria Regina Brito Martins

OUVIDORIAEdna Maria Delmondes Carvalho

COORDENADORIAS DE CONTROLE EXTERNO

Henrique Pereira Santos FilhoRita de Cássia de Araújo MeloJosé Raimundo Bastos de AguiarAntônio Luiz CarneiroMarcos André Sampaio de MatosIornílson Guimarães Soares

COORDENADORIA DE PROJETOS ESPECIAISMaria Salete Silva Oliveira

AUTARQUIA

CENTRO DE ESTUDOS E DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS PARAAUDITORIA (CEDASC)Edmilson Santos Galiza

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COMISSÃO DE ASSESSORAMENTO AO RELATOR

Assessor ADELMO GOMES DA MOTTA; Analista de Controle Externo ADRIANNEMÔNICA OLIVEIRA SOUZA; Agente de Controle Externo AILTON DOS REISCAVALCANTE; Auditor ALBERTO LUIZ TELLES SOARES; Analista de ControleExterno AMILSON CARNEIRO DE ARAÚJO; Auditor ANTONIO GERALDOCONCEIÇÃO BRAGA; Analista de Controle Externo ANTÔNIO LUIZ CARNEIRO;Analista de Sistemas AUGUSTO GONÇALVES DE SOUSA; Analista de Controle ExternoCRISTIANE REBELLO DE CARVALHO; Agente de Controle Externo DENILZEALENCAR SACRAMENTO; Analista de Controle Externo EDMILSON SANTOSGALIZA; Auditor EDNA MARIA DELMONDES CARVALHO; Analista de ControleExterno HENRIQUE PEREIRA SANTOS FILHO; Analista de Controle ExternoIORNILSON GUIMARÃES SOARES; Auditor IVONETE DIONÍZIO DE LIMA;Analista de Controle Externo JOILMA RODRIGUES SANT’ANNA; Analista de ControleExterno JOSÉ RAIMUNDO BASTOS DE AGUIAR; Analista de Controle Externo JOSEFAADINEIDE ALMEIDA; Analista de Controle Externo LINDOLMÍRAMES FERREIRAWROBEL; Analista de Controle Externo LÚCIA CERQUEIRA BITENCOURT; Agente deControle Externo LUCIANO CHAVES DE FARIAS; Agente de Controle Externo MARCOSANDRÉ SAMPAIO DE MATOS; Analista de Controle Externo MARIA SALETE SILVAOLIVEIRA; Agente de Controle Externo MAURÍCIO SOUZA FERREIRA; AuditorPEDRO HUMBERTO TEIXEIRA BARRETTO; Agente de Controle Externo RAQUELLEDA CORDEIRO CAPISTRANO; Analista de Controle Externo RITA DE CÁSSIA DEARAÚJO MELO; Assistente ROBERTO CARLOS BRITO DO LAGO; Analista deControle Externo SORAIA DE OLIVEIRA; Assistente WALDIR GOMES BARBOSA;Auditor WALTER RODRIGUES DA SILVA FILHO.

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TCEVersão Simplificada do Relatório e Parecer Prévio

Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 11RELATÓRIO RESUMIDO 15CONCLUSÃO 32VOTO DO CONSELHEIRO RELATOR PEDRO LINO 43PROJETO DE PARECER PRÉVIO 53VOTO EM SEPARADO DO CONSELHEIRO ANTONIO HONORATO 61VOTO EM SEPARADO DO CONSELHEIRO FILEMON MATOS 161VOTO EM SEPARADO DA CONSELHEIRA RIDALVA FIGUEIREDO 177VOTO EM SEPARADO DO CONSELHEIRO ZILTON ROCHA 193PARECER PRÉVIO 215

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TCE Versão Simplificada do Relatório e Parecer Prévio

Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

INTRODUÇÃO

O Tribunal de Contas do Estado (TCE/BA) tem 60 dias, a partir do envio, pela AssembléiaLegislativa, o que este ano ocorreu em 31 de março, para realizar a análise da Prestação de Contasdo Executivo baiano referente ao exercício de 2008. A execução dessa tarefa exigiu o esforçoconcentrado de todas as seis Coordenadorias de Controle Externo (CCEs), cada umasupervisionada por um Conselheiro, além de outros setores do órgão cujo envolvimento notrabalho foi de fundamental importância não apenas para o cumprimento do prazo estabelecido,mas para a correta análise dos dados obtidos a partir das informações contidas nosdemonstrativos financeiros do Estado.

O resultado das auditorias e inspeções realizadas pelo TCE/BA ao longo do ano passado foiincorporado ao trabalho. Algumas delas serão aqui reproduzidas, por revelar situações quemerecem maior atenção por parte de todos aqueles que têm a responsabilidade de mudar arealidade encontrada, contribuindo, dessa forma, para melhorar o aproveitamento dos recursosinvestidos pelo Estado, auxiliando-o, assim, a melhor executar seu papel de principal agentetransformador e de inclusão social.

Além de buscar despertar a atenção dos promotores dos investimentos públicos, apontandodistorções e orientando a correção de possíveis erros, as auditorias e inspeções são ferramentasimportantes para ajudar na fiscalização e controle dos resultados obtidos pelo Governo naaplicação dos recursos. Sendo assim, representam uma contribuição fundamental para aapreciação das Contas do Executivo.

Sintonizada com os anseios da sociedade e o dever de cidadania, a análise da Prestação de Contasdo Governo de 2008 foi realizada não apenas sob a ótica técnica e legal da aplicação dos recursos,mas também com o foco nos resultados obtidos em favor da coletividade.

Assim, o presente Relatório da Prestação de Contas do Executivo de 2008 não se constituiapenas numa peça meramente técnica de avaliação dos números e apresentação dos elementosnecessários para expor as Contas de Governo ao julgamento do próprio órgão e da AssembléiaLegislativa, recomendando a sua aprovação ou não. Antes, pretende ser também um mecanismoque busca contribuir para a interpretação da aplicação do dinheiro público, ajudando o cidadão aenxergar, de forma clara e transparente, como prevêem as Constituições Federal e Estadual,reforçadas pela nova modelagem da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), se os investimentos setraduzem em benefícios e no atendimento de suas necessidades.

A avaliação dos técnicos do TCE/BA se deu a partir de informações colhidas nas ferramentasdisponibilizadas pelo próprio Governo em seus sistemas corporativos (em especial no SICOF eSIPLAN), ou de informações por ele prestadas, inclusive nas Contas de Secretário ou autoridadesequivalenes. Aos gestores foi dada a oportunidade de esclarecer divergências ou dúvidasdetectadas durante o processo de análise dos dados.

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TCE Versão Simplificada do Relatório e Parecer Prévio

Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

RELATÓRIO RESUMIDO

Sob um novo olhar

Como órgãos fiscalizadores e de controle externo, auxiliares do Poder Legislativo, compete aosTribunais de Contas o exame das Contas do Poder Executivo, em âmbito federal, estadual oumunicipal, a fim de apresentar Parecer Prévio ao julgamento da Prestação de Contas anual doChefe do Poder Exeutivo por parte do Legislativo que, respaldado na análise técnica, dispõe doselementos para avaliar os dados apresentados pelo chefe do Executivo, decidindo pela suaaprovação ou rejeição.

Essa é, sem dúvida, a interpretação legal, amparada na Constituição Estadual que, no artigo 91,inciso I, define como uma das atribuições dos Tribunais de Contas a apreciação das Contasprestadas anualmente pelos chefes dos Executivos.

Mas, na sociedade moderna, em que cada vez mais o cidadão é chamado a participar das decisões,a cobrar posturas mais éticas e responsáveis dos seus governantes e a fiscalizar a aplicação dodinheiro público, tratar a questão da Prestação de Contas sob uma visão meramente técnica oulegal é andar na contramão da história, ignorando o crescente envolvimento da sociedade naconstrução de políticas públicas e no controle das ações sociais que interferern diretamente navida do cidadão.

Controle social

Como bem disse o Conselheiro Zilton Rocha, Relator da Prestação de Contas de Governoreferente ao exercício de 2007, verbis:

Em um país com alto índice de desigualdades sociais como o Brasil, aspolíticas públicas, se adequadamente formuladas e executadas, são capazes degerar expressiva melhoria na qualidade de vida da população. Nesse contexto,o controle e fiscalização dos recursos públicos são instrumentos indispensáveise fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa.O controle social sobre as políticas públicas é mais importante que todos osoutros controles. A cidadã e o cidadão são aqueles que estão mais perto deonde os fatos acontecem e, portanto, podem manter uma fiscalizaçãopermanente de tudo o que é público, de tudo o que pertence à coletividade. Emais, possuem o direito e o dever de cobrar das próprias instituiçõescumprimento de suas responsabilidades.

Mas, para isso, é preciso que o cidadão comum não apenas tenha fácil acesso aos dados, maspossa compreendê-los, o que é uma tarefa difícil devido à linguagem complexa adotada noscanais disponíveis de fiscalização da atuação pública, entre eles o exame da Prestação de Contasdo Executivo.Foi pensando em envolver a sociedade que o que o Relator das presentes Contas,acompanhando, aliás, sistemática que vem sendo paulatinamente adotada pelo TCE/BA emauditorias operacionais, decidiu buscar a participação popular através da realização de audiênciaspúblicas visando não somente o exame técnico da aplicação dos recursos públicos, mas aavaliação e controle dos resultados dos investimentos efetivados como instrumento detransformação da qualidade de vida da população, contribuindo, assim, para o exercício pleno dacidadania.

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TCE Versão Simplificada do Relatório e Parecer Prévio

Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

Ao invés de apenas apresentar a leitura técnica dos números, na maioria das vezesincompreensível ao cidadão comum, ou simplesmente examinar o aspecto legal dosinvestimentos promovidos pelo gestor público, que podem se mostrar corretos quanto àaplicação do dinheiro, mas que não refletem, necessariamente, beneficios objetivos na vida docidadão, ) buscou-se contextualizar o trabalho técnico comparando as propostas apresentadas noPlano Plurianual (PPA), na Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) e na Lei Orçamentária Anual(LOA), com as ações consideradas como implementadas pelos próprios sistemas corporativosdo Estado, especialmente o SIPLAN, com a programação e acompanhamento, e o SICOF, comas informações da contabilidade orçamentária, financeira e patrimonial.

A partir dessa releitura do exame da Prestação de Contas governamental, o trabalho da equipetécnica deu ênfase às metas estabelecidas pelo Governo como prioritárias, buscando, dessemodo, identificar se os investimentos patrocinados ao longo de 2008 resultaram no cumprimentode ações por ele estabelecidas como prioritárias.

Diálogo com a sociedade

Deu-se, então, continuidade ao processo de diálogo promovido pelo TCE/BA com a sociedadecivil organizada, chamada a contribuir no processo de avaliação das metas e investimentos doGoverno. Para isso, convidou representantes dos setores sociais para discutir políticas públicas.O objetivo da iniciativa foi prospectar junto à comunidade se os recursos investidos e as açõespromovidas pelo Governo atenderam aos anseios da população e geraram benefícios concretos àmelhoria da qualidade de vida do povo.

Com essa intenção, foram realizados painéis nos quais foram debatidos os temas Saúde,Educação e Segurança Pública, identificadas como as áreas que, ao lado de Emprego e Renda,mais preocupam o cidadão baiano. Para facilitar a leitura e o entendimento dos dadosapresentados, a linguagem recebeu uma formatação menos técnica, buscando traduzir, de formamais clara, a análise dos auditores, sem prejuízo do trabalho desenvolvido, elemento essencialpara o correto exame da Prestação de Contas do Governo da Bahia do exercício de 2008.

Governo não consegue cumprir metas

Uma das questões que chamou a atenção dos técnicos do TCE/BA responsáves pelas análises domaterial produzido pelas CCEs, durante o processo de exame das Contas do Governo baiano, foio fato de que, em nenhuma área, foi alcançada a totalidade das metas estabelecidas para 2008. Namaioria dos casos, não houve cumprimento nem mesmo das metas tidas como prioritárias, o querevela uma frustração das expectativas quanto ao desempenho do Governo diante das propostastraçadas no Plano Plurianual (PPA).

À primeira vista, o baixo desempenho do Governo no cumprimento das metas incluídas no PPApode parecer um fato corriqueiro, reflexo apenas da morosidade ou da falta de ação. Mas,tecnicamente, constitui um flagrante desrespeito à Constituição Federal e à Lei Complementar101 (Lei de Responsabilidade Fiscal-LRF), que atrelam a Lei Orçamentária Anual (LOA) ao PPAe à Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO).

O PPA não é uma peça decorativa, mas um documento obrigatório que revela o planejamentodas ações e o plano de trabalho do Governo para quatro anos, tornando públicas as estratégias ediretrizes sintonizadas com a execução orçamentária.

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TCE Versão Simplificada do Relatório e Parecer Prévio

Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

Para o quadriênio 2008/2011, o PPA aprovado pela Assembléia Legislativa em 2007, sob formada Lei n. º 10.705, estabelece 21 diretrizes estratégicas, 15 das quais referentes ao Executivo, aseguir relacionadas, respaldadas em 159 programas e materializadas em 1.911 ações programáticas(projetos e atividades), sendo as demais relativas aos Poderes Legislativo e Judiciário, bem comoaos Tribunais de Contas

Diretrizes do Executivo

• Garantir educação pública e de qualidade, comprometida com as demandas deaprendizado do cidadão.

• Garantir ao cidadão acesso integral, humanizado e de qualidade às ações e serviços deSaúde, articulados territorialmente e de forma participativa e intersetorial.

• Promover o desenvolvimento com inclusão social.

• Fortalecer as identidades culturais nos territórios, acolhendo as diversidades eassegurando o acesso à produção de bens culturais e ao consumo de bens culturais.

• Desenvolver a infraestrutura social (habitação, saneamento e energia).

• Promover políticas de igualdade e de direitos humanos, com foco em etnia e gênero.

• Garantir a segurança e integridade do cidadão, centrando ações na informação, nainteligência, na prevenção e no respeito aos direitos humanos.

• Promover a gestão pública com democracia, participação e transparência.

• Dinamizar o turismo e serviços superiores geradores de emprego e renda.

• Dinamizar e adensar cadeias produtivas (indústria, comércio, serviços e mineração)articulando redes de diferentes portes e empreendimentos solidários, com melhordistribuição territorial.

• Dinamizar a agricultura familiar e desenvolver o agronegócio articulado com a rede deprodução estadual.

• Recuperar e ampliar a infraestrutura econômica logística.

• Preservar e recuperar o meio ambiente e sua sustentabilidade.

• Articular a base científica com tecnologia aplicada ao desenvolvimento.

• Integrar a Bahia com a economia global e nacional.

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TCE Versão Simplificada do Relatório e Parecer Prévio

Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

Programas de Saúde são reduzidos

Mesmo sendo uma das áreas que apresentou um dos melhores desempenhos no que diz respeitoao cumprimento das metas, a Saúde não conseguiu atingir a totalidade das propostas traçadaspara o ano de 2008.

Conforme detectaram os auditores do TCE/BA, além de não alcançarem as metas, seisprogramas de Governo na área apresentaram divergências entre as execuções financeira e fisica.Um deles, o Projeto de “Construção de Sistema de Esgotamento Sanitário”, chamou a atençãopela execução financeira ter sido de 100%, enquanto que a física obteve índice zero.

O Projeto de “Aquisição de Equipamento para Rede Pública de Saúde”, que se propunhainicialmente a investir mais de R$6,6 milhões para aparelhar 107 unidades da rede pública aolongo de 2008, teve seu valor orçado reduzido para R$5,1 milhões, e a meta para apenas duasunidades, ou seja, 1,86% do proposto, o que representa uma redução de cerca 98% da meta.

Conforme entendimento dos técnicos do TCE/BA, para executar 1,86% da meta, a Secretaria daSaúde investiu 16,24% (pouco mais de R$1 milhão) do total dos recursos destinados ao programaem 2008, além de ter deixado de aparelhar 105 unidades de saúde, deslocando para os trêsúltimos anos do PPA as realizações que deveriam ser executadas em 2008.

Em relação ao Programa “Farmácias Populares”, considerado prioritário pelo Governo, aprevisão para 2008 era implantar 70 farmácias populares em todo o Estado. Esse total caiu para21 farmácias colocadas em funcionamento, o que representa uma redução da ordem de 70% dameta relacionada à atividade Implementação da Rede Baiana de Farmácias Populares do Brasil.

De acordo com as análises dos técnicos do TCE/BA, o valor liquidado das despesas doPrograma de “Expansão e Melhoria da Infraestrutura de Saúde”, que conta com 11 projetos eduas atividades, foi de 63,93%. Merece destaque a meta Unidade de Saúde Aparelhada, doprojeto 3351 - Apoio ao Equipamento de Unidades de Saúde, que propõe aparelhar, no período2008/2011, 200 unidades de saúde em todo o Estado. Incompreensivelmente, houve umaredução de 40% no valor orçamentário e aumento da meta. Outro aspecto ressaltado pelostécnicos do TCE/BA foi a alta execução financeira (80,52%) e baixa realização de meta física(27,59%). Tambérn chamou a atenção o fato de haver divergências entre os dados apresentadosna Prestação de Contas e os números constantes no Siplan, que apresenta o percentual de 100%da meta física alcançado.

Dados divergentes entre valores aplicados e metas físicas

Distorções entre os valores de recursos divulgados como aplicados e a execução física de açõesforam detectadas em diversas ações das secretarias. Um fato que envolveu a Secretaria de Justiçae Direitos Humanos, por exemplo, chamou a atenção dos técnicos do TCE/BA. Com aplicaçãode apenas 40% dos recursos previstos, a Secretaria conseguiu executar totalmente a meta física daatividade Realização de Cursos de Capacitação Profissional do Interno, integrante do ProgramaRessocialização: Direito do Preso. Apesar de terem sido destinados R$808 mil à execução daatividade, R$400 mil não foram disponibilizados pela União, conforme previa a dotaçãoorçamentária. O cumprimento integral da meta, mesmo com a falta de repasse, levou os técnicosdo TCE/BA a concluírem que houve superavaliação da meta financeira ou subavaliação da física.

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TCE Versão Simplificada do Relatório e Parecer Prévio

Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

No âmbito da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, há registro de ação(contemplada no Programa Assistência Social: Construindo o Desenvolvimento) que consumiumais de 88% dos recursos e apresentou 0% de cumprimento da meta física. Foi o caso daatividade Funcionamento dos Centros Sociais Urbanos (CSUs), cuja dotação orçamentária inicialde R$110 mil foi ajustada para mais de R$2,5 milhões.

Em resposta ao pedido de esclarecimento feito pelo Tribunal de Contas, a Secretaria limitou-se ainformar apenas que solicitou R$7 milhões para o funcionamento dos 31 CSUs em 2008 erecebeu apenas os R$2,5 milhões, não explicando o questionamento feito pelos técnios doTCE/BA.

Precariedade da Educação

De acordo com os dados do Cadastro Único (CadÚnico), na Bahia, mais de 1.6 milhão depessoas inscritas no Programa Bolsa Família, do Governo federal, são analfabetas, e 2.8 milhõesnão concluíram a quarta série. Conforme os números do IBGE/PNAD, a Bahia possui 3,98milhões de adolescentes e jovens entre 15 e 29 anos, o que representa 28,3% da população doEstado.

Ainda segundo o IBGE/PNAD, 28,5% da população rural da Bahia é analfabeta e 16,8% dosjovens entre 10 anos ou mais são analfabetos, o que representa quase o dobro da média nacional,que é de 9,2%. Apesar desses dados, na área da Educação, conforme levantamento dos auditoresdo TCE/BA, o Governo baiano não conseguiu atingir as metas propostas para 2008.

Segundo os auditores do TCE/BA, apesar de realizar 68,69% do seu Orçamento, a Secretaria daEducação não cumpriu integralmente nenhum dos programas previstos, mesmo os consideradosprioritários pelo Governo, a exemplo do Todos pela Alfabetização (TOPA), que concentra dezprojetos, muitos deles sequer iniciados.

O TOPA envolve recursos da ordem de R$48 milhões e, como ressaltou opróprio Secretário da Educação, o programa tem a “ambiciosa” meta de alfabetizar um milhão dejovens e adultos em quatro anos. No primeiro ano de vigência, o TOPA beneficiou apenas 171mil jovens e adultos.

Dos 14 programas que tiveram a participação da SEC, a maioria com metas consideradasprioritárias, nove tiveram execução financeira inferior a 70%. Em cinco desses programas, cujarealização era de responsabilidade exclusiva da secretaria, apenas dois alcançaram percentuaisacima de 90% em relação à execução financeira.

No que diz respeito às 236 ações (projetos e atividades finalísticas), 141 obtiveram 100% dasmetas físicas atingidas, em 38 elas foram alcançadas parcialmente, e 57 não apresentaramqualquer nível de realização. Dessas, oito tiveram a retirada integral da sua dotação orçamentária,embora integrassem diretrizes prioritárias, como no caso das metas Implementação da Educaçãoem Tempo Integral e Adequação de Unidades Escolares da Rede Física do Ensino Fundamental -Fundescola (metas relativas, respectivamente, aos Programas de Qualidade na Educação Básica:Inovação Curricular e de Melhoria da Infraestrutura Estadual da Educação Básica).

Outro dado que merece destaque é o fato de que, a partir de 2006, quando investiu 28,96% dareceita líquida de impostos, mesmo apresentando índices superiores ao limite mínimo

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TCE Versão Simplificada do Relatório e Parecer Prévio

Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

constitucional de 25%, os percentuais aplicados pelo Governo na educação têm demonstradoqueda em relação aos anos anteriores. Em 2008, o percentual aplicado foi de 27,68%, portanto2,69% acima do limite mínimo constitucional e 0,96% superior ao ano de 2007 (26,73%), masinferior aos anos de 2004 (29,23%), e 2005 (30,34%).

Baixo índice de desempenho do Turismo

Dentre as áreas que apresentaram os menores índices de cumprimento das metas definidas noPPA, destaca-se a do Turismo. Apesar de ter sido contemplada com um acréscimo da ordem de52% sobre o valor do Orçamento original para executar sete programas exclusivos, todosdetentores de metas prioritárias, a Secretaria de Turismo não conseguiu realizar nenhuma meta nasua totalidade.

Dos sete programas, em apenas um a Setur conseguiu realizar 79,29% da execução financeira. Osdemais mantiveram o patamar de realização inferior a 35%. Com relação às açõescorrespondentes a esses programas, das 80 previstas, apenas 34 tiveram algum tipo de execução, enenhuma foi totalizada.

Outro aspecto observado pelos técnicos do TCE/BA, no âmbito da Secretaria de Turismo, foi ofato de algumas ações não-prioritárias terem sido beneficiadas com reforço da dotaçãoorçamentária, enquanto outras, consideradas prioritárias, foram completamente esvaziadas. Issoaconteceu, por exemplo, com as atividades Promoção de Eventos Especiais na Área de Turismoe Participação em Feiras, Congressos e Eventos Turísticos Nacionais e Internacionais que,embora não possuíssem caráter prioritário, receberam, juntas, um incremento de 156,34% doOrçamento inicial, que saltou de cerca de R$8,8 milhões para mais de R$22 milhões, dos quais85%, cerca de R$19 milhões, foram executados.

Já o programa Impactur: Infraestrutura para Aceleração do Crescimento do Turismo, apesar decontemplar ações prioritárias, teve seu Orçamento reduzido em cerca de 50%, passando deR$14,45 milhões para R$7,44 milhões. Desse valor, apenas R$5.400 foram executados, o querepresenta 0,07% do total. Para explicar a fraca execução do programa, o Secretário de Turismolimitou-se a dizer que “a expectativa é que os desembolsos possam efetivamente ocorrer a partirdo mês de março de 2009”.

O Programa Interiorização e Regionalização do Turismo, com dez das suas 21 açõesconsideradas prioritárias, recebeu suplementação de recursos da ordem de 100%, pulando de R$3,35 milhões para R$6,76 milhões, mas apresentou execução orçamentária de apenas 3,27%.

Ainda na área do Turismo, outro exemplo que merece destaque é o Prodetur: Fortalecimento dasZonas Turísticas. Com 16, das suas 18 ações, consideradas prioritárias, o programa foi alvo dereferência por parte do governador que, na mensagem encaminhada ao Legislativo, assinalou aimportância dos investimentos “destinados à melhoria das condições de infraesturura para aexpansão e qualificação da atividade turística”. O Prodetur recebeu reforço de recursos da ordemde 100%, passando de R$18,9 milhões para R$37,4 milhões. Apesar disso, apenas 14,82% dovalor total, algo em torno de R$5,5 milhões, foram executados.

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Ações para geração de emprego e renda não-concluídas

Apesar de o Governo destinar mais de R$6,5 milhões para o programa Bahia Solidária: MaisTrabalho e Renda, com ações voltadas para a consolidação das redes e cadeias produtivas,apostando no programa para a geração de emprego e renda, inclusão e promoção dodesenvolvimento justo e solidário, conforme o foco da proposta, os técnicos do TCE/BArevelaram que apenas 33,33% das ações previstas obtiveram algum nível de execução.

Dos três Centros Públicos de Economia Solidária previstos para entrar em funcionamento em2008, apenas um foi inaugurado. A Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esportes (Setre),responsável pelo programa, reconheceu a deficiência no cumprimento das metas, ao informarque “efetivamente só o Centro Público de Salvador foi implantado”. Ainda segundo a Setre,embora houvesse recursos, os centros de Feira de Santana e Vitória da Conquista não foramimplantados.

Os auditores do Tribunal identificaram, também, divergências entre os quantitativos das metasfísicas constantes na Prestação de Contas do Governo e as informações disponíveis no Siplan.

Secretários admitem deficiências no cumprimento das metas

O Secretário de Turismo, por exemplo, admitiu a deficiência, mas justificou que “apesar doesforço e da dedicação da equipe da Setur no desempenho das atividades regulares, a latente evisível falta de pessoal acaba por comprometer o desempenho das atribuições da secretaria. Esteé, sem dúvida, o principal fator dos inevitáveis atrasos na execução das ações prioritárias doGoverno”. Em outros casos, o Secretário responsabilizou a lentidão da Procuradoria Geral doEstado (PGE) na tramitação de processos licitatórios, com necessidade de ajustes no projetoexecutivo, atraso na solução de pendências ou do início da obra a cargo de outras instituições,como a Conder e a Embasa.

O fraco desempenho no cumprimento das metas na área de Educação também é admitido peloSecretário da pasta . Ao explicar a deficiência, o Secretário diz que “em alguns casos, a execuçãodas ações não atingiu a meta desejada, a despeito do empenho da SEC, em razão de fatoresdiversos, como a extinção de programas, esgotamento dos prazos de convênios, atraso naliberação de verbas externas, dentre outros”.

Desencontros de dados

A Secretaria da Cultura executou 62,90% do Orçamento, ampliado em 84,86% sobre o seu valororiginal. O suporte orçamentário pode ter sido superdimensionado, uma vez que a secretaria sóaplicou 16,28% acima do valor orçamentário previsto inicialmente. Mesmo com o reforço deverba, a Secult não conseguiu, como as demais, executar todas as metas físicas previstas para2008.

Para justificar a falta de sintonia entre o proposto e o executado, o Secretário da pasta recorreu àcrise econômica, ao argumentar que, “no contexto dessa análise devem ser consideradas tambéminterferências ocorridas no exercício de 2008, marcadas que foram, especialmente pelas variáveisda conjuntura econômica, que sem dúvida nenhuma, se constituiu em fator de limitação, sem,contudo, prejudicar a qualidade das ações executadas, mas que refletiu no desempenho dealgumas metas, porquanto algumas delas tiveram que ser reprogramadas”.

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O Secretário do Desenvolvimento e Integração Regional preferiu apresentar, de forma sumária,justificativas individuais para explicar o desencontro entre o proposto e o efetivamente realizado.Em alguns casos, ele creditou tal desencontro ao “atraso no cronograrna físico das obras porparte das empresas em função de falta de material e de mão-de-obra, o que terminoucomprometendo o atingimento das metas fixadas”. Em outros, o Secretário disse que “estando asobras ainda em andamento, a execução orçamentária é parcial, assim como a contabilização dasmetas físicas executadas e em execução”.

Enquanto o desempenho orçamentário global da Secretaria de Segurança Pública (SSP), em 2008,alcançou índice superior a 92%, as aplicações em projetos e atividades alcançaram apenas opercentual de 33,82%, situação que resultou na execução parcial dos programas, alguns delesconsiderados prioritários. Além disso, os técnicos do TCE/BA identificaram discrepância entre aexecução física e a financeira de oito ações dessa secretaria, situação justificada pelo Secretário dapasta como resultado do cancelamento, pela Secretaria da Fazenda, de empenhos no valor demais de R$39 milhões de despesas liquidadas da SSP, o que terminou “gerando divergências naanálise dos dados”.

Dos cinco programas com metas consideradas prioritárias, desenvolvidos em parceria da SSPcom outros órgãos, três obtiveram percentual de execução financeira abaixo de 40% e os outrosdois atingiram realização superior a 50%. Trata-se dos programas Polícia Integrada, SociedadeProtegida, que alcançou 89,75%, e Defesa Civil, com 53,62%.

Por outro lado, sempre segundo os dados corporativos do Estado, o principal programa deresponsabilidade da SSP, o Expansão e Modernização do Sistema de Segurança Pública, detentorde mais de 79% dos recursos orçados no âmbito da Secretaria, apresentou o baixo percentual de22,43% de realização.

Assinale-se, ainda que, no âmbito da SSP, entre as 74 ações consideradas de relevância para oaparato da segurança pública, como aquisição de armamento, ampliação da frota das polícias civile militar e formação de policiais técnicos, 20 não tiveram qualquer aplicação de recursos, ou seja,a execução foi zero, embora 16 delas tivessem caráter prioritário. Sete ações foram canceladas,com a retirada da correspondente dotação orçamentária.

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos executou cerca de 84% do seu Orçamento previstopara 2008, sem, no entanto, conseguir executar a totalidade das metas previstas. Para explicar obaixo desempenho, a então secretária da pasta alegou que a maioria das realizações dependia daaprovação de leis, o que não ocorreu. Apontou, ainda, falta de conclusão de procedimentoslicitatórios e dificuldades operacionais.

Programas com os mais baixos desempenhos

Da análise do levantamento feito pelos técnicos do TCE/BA verifica-se que cerca de 25programas finalísticos do Governo tiveram execução inferior a de 30%. A maioria sofreu corteno Orçamento inicial, embora, em alguns casos, tenha havido a abertura de créditosorçamentários adicionais.

Segundo os dados apurados , dentre esses programas, o que alcançou maior execução foi oDinamização da Cadeia Produtiva do Turismo, que alcançou 28,10%, embora o valor

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orçamentário inicial de cerca de R$3 milhões tenha sido reduzido para pouco mais de R$1,7milhão.

Também na área do Turismo, o já citado Impactur: Infraestrutura para Aceleração doCrescimento do Turismo, cujo Orçamento inicial era de R$ 14,5 milhões, passou para R$ 7,4milhões, e executou apenas 0,07%, ou seja, R$ 5,4 mil.

Outro programa que teve seu Orçamento inicial reduzido foi o Desenvolvimento Ambiental(PDA), que passou de R$13 milhões para R$7,4 milhões, dos quais foram executados apenas 105mil, o que significa 1,41%.

No levantamento consta ainda o Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos (PGRH II),cujo Orçamento inicial de R$11,5 milhões também foi cortado, passando para R$7,8 milhões, dosquais foi realizado algo em torno de R$214 mil, o que representa 2,75% do valor total doprograma.

Já o Interiorização e Regionalização do Turismo, orçado inicialmente em R$3,3 milhões,praticamente dobrou o valor inicial, saltando para algo em torno de R$6,7 milhões, dos quaisforam executados apenas 3,27%, o que representa pouco mais de 220 mil.

O Esporte de Alto Rendimento também sofreu corte no Orçamento inicial de R$18,5 milhões,baixando para R$15,7. Desse total, foi realizado apenas 3,82%, o que representa recursosfinanceiros da ordem de R$602 mil.

Conquistando Horizontes: Restauração e Manutenção de Rodovias – Premar tinha Orçamentoinicial de R$56,7 milhões, foi reduzido para pouco mais de R$32 milhões, dos quais R$1,4 milhãofoi liquidado, ou seja, 4,4%.

O Gestão das Políticas de Desenvolvimento Regional executou apenas cerca de 6,0% do seuOrçamento, no valor de R$1 milhão, após o inicial de R$862 mil receber suplementação derecursos. O programa Velho Chico teve o Orçamento inicial de R$7.9 milhões reduzido paraR$6.2 milhões. Desse total, apenas R$433 mil foram executados, o que significa algo em torno de6,9%.

Auditorias realizadas no exercício de 2008: principais irregularidades detectadas

Dispensa de licitação indevida, falsificação de documentos, contratos com empresas com sedefantasma, pagamentos sem autorização prévia, contratos sem a garantia exigida, falta de controlede movimentação de pessoal, transferências indevidas de recursos, aquisição de bens comrecursos públicos e registro em nome de terceiros, financiamento de caminhões para uso notransporte escolar, funcionamento de hospital com o alvará sanitário vencido, funcionáriosapresentando dois vínculos funcionais.

O Estado investiu mais de US$19 milhões na modernização do sistema de telecomunicação daSegurança Pública, sendo que, desse total, mais de US$18 milhões foram em equipamentos queestão estocados há mais de um ano e meio, aguardando decisão para colocá-los em uso. Ademora no processo de tornada de decisão pelo Estado em relação ao uso desses equipamentosrepresenta prejuízos ao erário, não só devido à manutenção de uma equipe técnica contratada e

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sem exercer qualquer atividade, como também pelo pagamento de custos financeiros decorrentesde encargos contratuais com a empresa P4R (há complemento no nome? E o número do CGC?).

Outra situação irregular encontrada no âmbito da SSP é o fato de o Estado ter adotado umnovo modelo de atendimento das chamadas de emergência, o Serviço de Atendimento Policial(SAP), em operação desde 1999, com suposta abrangência municipal e realizado de formadescentralizada em cada um dos municípios baianos, o que requer a implantação de 1.251 centraisde atendimento.

Conforme o projeto, algumas das ações do SAP deveriam ser operacionalizadas pelo SistemaInformatizado do Serviço de Atendimento Policial (SISAP). Ocorre que o sistema nunca foiefetivamente implantado no âmbito estadual, e muitas cidades não têm acesso, por telefone, aosórgãos componentes do Sistema de Segurança Pública.

Compras sem planejamento

O SISAP foi projetado e implementado pela Companhia de Processamento de Dados do Estadoda Bahia (PRODEB). A utilização do sistema exige o aparelhamento da unidade policial comrede de dados, link de comunicação com a PRODEB, servidor de armazenamento local dasocorrências, estações de trabalho para atendente, redator, revisor e signatário e impressora, o quenão ocorre na maioria das unidades policiais.

Outro desperdício foi detectado no Instituto de Identificação Pedro Melo (IIML), onde deveriamestar implantados novos sistemas informatizados de identificação civil e criminal, commodernização do arquivo. Do total de US$20.688 mil para modernização da SSP, US$20.406 mil,totalmente executados, foram destinados ao Sistema de Identificação.

Apesar de todos os equipamentos já estarem à disposição do IIML, o software ainda se encontraem fase de desenvolvimento. No entendimento dos técnicos do TCE/BA, a conclusão dosoftware, seus testes e operacionalização são de responsabilidade da empresa P4R, fornecedora dosequipamentos que estão estocados no IIML e no almoxarifado da Secretaria da Administração.Além disso, a instalação dos equipamentos depende da adequação da estrutura física do órgão,que está em obras.

O Sistema de Informação e Gestão Integrada Policial (SIGIP) – que substituirá o SistemaInformatizado do Serviço de Atendimento Policial (SISAP) –, em razão das deficiências elimitações apresentadas, nunca entrou efetivamente em funcionamento, o que constitui outroexemplo de irregularidade na gestão dos recursos do erário, na área da segurança pública.

De acordo com o contrato firmado com a P4R, o Sigip é um conjunto de equipamentos,programas, base de dados, licenças, trabalhos e documentação técnica que, integrados em umúnico resultado, constituem o projeto Turnkev, composto por uma área de operações, três deapoio e o componente Bus para dividir e trocar informações entre os módulos que integram cadaárea do sistema. Para colocar o Sigip em prática, é necessária uma estrutura física adequada aofuncionamento do sistema. Para tanto, estariam sendo construídas novas instalações para abrigara Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV). As obras, que já duram três anos, estãoparalisadas. O contrato para construção da delegacia, firmado em fevereiro de 2006, entre aSucab e a empresa Moreira Melo, no valor de quase R$1 milhão (R$995.531,32), estabelece prazo

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de 120 dias, a partir da assinatura da Ordem de Serviço, o que ocorreu em março de 2006, paraconclusão das obras.

Pobreza ignorada

Conforme dados do IBGE/PNAD e de fontes citadas no Relatório das Contas da Casa Civil doGoverno, a população baiana atual é de cerca de 14 milhões de pessoas, das quais 4,55 milhõesresidem na zona rural. Segundo os números citados pela Casa Civil, tendo como fonte oCadÚnico, 2,182 milhões de famílias estão cadastradas no Programa Bolsa Família, o quedemonstra a situação de pobreza da população do Estado.

Dos beneficiários no Estado do programa Bolsa Família, mais de 1,2 milhão de famílias estãoinstaladas na zona urbana, e um número superior a 833 mil famílias na zona rural. Apesar dessarealidade, o Governo baiano encerrou o exercício de de 2008 com saldo financeiro no FundoEstadual de Combate à Pobreza superior a R$142,4 milhões, vinculado a ações destinadas aminimizar o quadro de miséria dessa parte da população baiana.

Além disso, inspeção realizada na Casa Civil para acompanhar a execução orçamentária efinanceira do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (FUNCEP) constatou o descumprimentoda legislação que instituiu a Secretaria de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais e o PlanoEstadual de Combate e Erradicação da Pobreza, a ser desenvolvido pelo Conselho de Políticas deInclusão Social, já que o plano não foi implantado, apesar de instituído por lei. Ao justificar essefato, a Secretaria admite a inexistência do Plano ao informar que estão sendo desenvolvidosesforços para a elaboração do referido Plano, “em forma de estudos, proposições e,recentemente, através do início de processo licitatório para contratação de empresa especializadana prestação de serviços de consultoria para elaboração do Plano Estratégico Operacional daaplicação de Recursos do Funcep”.

O técnicos do TCE/BA detectaram também a falta de controle por parte da diretoria executivado Funcep para acompanhar a aplicação de recursos do Fundo pelas diversas secretariasenvolvidas nas ações de combate à pobreza. Conforme os auditores, os relatórios de controle deavaliação dos recursos aplicados pelas secretarias não refletem se houve avanço e melhorias nocombate e erradicação da pobreza a partir dos programas implantados pelo Estado.

Os auditores consideraram incompletas as informações contidas nos documentos apresentadospela Casa Civil para confirmar o acompanhamento das ações e recursos do Funcep. Segundo osauditores do TCE/BA, os relatórios não apontam o número de pessoas beneficiadas e nãoapresentam a avaliação dos resultados obtidos pelas ações governamentais implementadas com osrecursos do Fundo.

Continuidade de procedimentos irregulares

Alguns dos procedimentos irregulares identificados pelos técnicos do TCE/BA, oriundos de administraçõesanteriores, não foram corrigidos ao longo da atual Administração, repetindo-se ano após ano, o que demonstradesatenção às recomendações deste Tribunal de Contas, como é o caso das contratações pelo Regime Especial deDireito Administrativo (Reda) que, a despeito da sua suposta regularização a partir da realização de processosseletivos, tem sido utilizado de forma excessiva e em desacordo com o que estabelece a Lei, conforme já apontou oTCE/BA sucessivas vezes.

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De acordo com os dados apurados pelos auditores em 2008, o número de funcionárioscontratados sob esse regime chega a quase 32 mil, o que representa despesa anual, somente comremuneração desse pessoal, de cerca de R$353 milhões. Além do TCE/BA – cujo ConselheiroZilton Rocha apontou excesso de contratações pelo sistema Reda no Relatório relativo às Contasdo exercicio de 2007, recomendando a sua redução, “[...]só cabíveis em situações especiais,previstas em lei [...] –, o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério Público da Bahia jáse manifestaram contra o que consideram uso abusivo do instrumento para contratações noEstado, tendo aberto ações civis públicas buscando regularizar a situação.

Apesar de, em 2008, ter sido reduzido o número de contratações por meio do instrumento Reda,a prática vem se consolidando como a forma mais comum de preenchimento de vagas no serviçopúblico estadual, contrariando, assim, a Constituição Federal que, no seu artigo 37, inciso II,estabelece a obrigatoriedade da realização de concurso público para a contratação no serviçopúblico.

Eis os quantitativos e valores dos gastos do Governo com o Reda nos dois últimos exercícios:2007 – 38.775 contratações ao custos de R$276.628; 2008 – 31.938 contratações ao custo deR$352.655.

Os técnicos do TCE/BA argumentam que, mesmo admitindo a possibilidade de contratação depessoal pelo Reda, o texto constitucional estabelece limitações a essa prática, ao impor comoexigência para contratação por este regime, um “excepcional interesse público” (artigo 37, incisoIX). Portanto, não se pode admitir a rotina adotada pelo Governo do Estado há muitos anoscomo de “excepcional interesse público”, pois excepcional significa uma situação anômala, deexceção, e não as cotidianas, previsíveis e permanentes da administração pública.

Além da continuidade nas contrações pelo Reda, o Tribunal identificou a repetição de inúmerasoutras situações, cuja correção foi objeto de recomendações. É o caso, por exemplo, da falta decontrole dos bens do Estado, da deficiência na instalação e funcionamento dos Conselhos e dafragilidade de gerenciamento de unidades hospitalares e do sistema penal, entre outras.

Desatendimento às recomendações do TCE/BA

Desde 2007, o TCE/BA vem apontado irregularidades na aquisição, por parte do Hospital Geraldo Estado (HGE), de órteses e próteses sem obediência à exigência de processo licitatório. Noseu Relatório sobre as Contas Governamentais do exercício de 2007, o Conselheiro ZiltonRocha fez referência à irregularidade, sugerindo a sua correção por parte do Governo. Noentanto, a mesma situação foi identificada na auditoria realizada entre janeiro e junho de 2008.

Outra questão que se repete, apesar das observações feitas pelo TCE/BA, diz respeito àineficiência do controle de frequência e consequente cumprimento da carga horária dos médicosdiaristas. Em 76% dos casos testados pelos auditores, não há sintonia entre a escala apresentada ea frequência indicada.

Entre as falhas encontradas na rede hospitalar do Estado, está o funcionamento do HospitalGeral Clériston Andrade, em Feira de Santana, com o alvará sanitário vencido desde dezembrode 2006, o que coloca em risco a saúde dos pacientes e funcionários, e a duplicidade de vínculofuncional de profissionais que são estatutários e também contratados pelo sistema Reda.

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Setores merecedores de recomendação por parte do TCE/BA, na avaliação das Contas doGoverno referentes ao exercício de 2007, a exemplo das universidades, voltam a aparecer comfalhas. Inspeção realizada em contrato firmado entre a Uneb e a Multiplan Engenharia eConstruções Ltda., no valor original de R$1.143.472,00, aponta que a justificativa de emergêncianão respalda a dispensa de licitação. A irregularidade, segundo a auditoria, agrava-se com oaditamento do valor, que cresceu em mais de R$543 mil, e a falta da prévia avaliação dacapacidade financeira e operativa da empresa contratada para execução do serviço.

De acordo com a inspeção, além dos fatos acima mencionados, a Multiplan é uma empresa cujaatividade é a de engenharia civil, mas foi contratada para a realização de serviços, na sua maioria,especializados em cenotecnia, atuando, assim, apenas como intermediária dos serviços.

No sistema penitenciário, a situação encontrada pelos auditores revela o desencontro entre asações preconizadas pelo Governo e as praticadas. Em três das unidades prisionais auditadas,foram detectadas falhas já apontadas pelo TCE/BA em outras oportunidades, a exemplo daprecariedade das condições da infraestrutura física da penitenciária Lemos Brito, especialmente acozinha e o refeitório, que apresentam sistemas de ventilação e iluminação deficientes, pisos eparedes sujos e equipamentos em péssimo estado de conservação, como a câmara frigorífica.

Além disso, a auditoria constatou precário estado de conservação de outros bens permanentes, asuperlotação e a vulnerabilidade da segurança, o que favorece a fuga de presos, além deinsuficiência de profissionais de saúde, situação que compromete a prestação do serviço.

Nos conjuntos penais de Lauro de Freitas e de Serrinha, administrados pelo regime de cogestão,observam-se algumas falhas comuns às duas unidades, como a falta de controle cadastral e deindividualização da população carcerária, além de inexistência de espaço destinado à realização decultos religiosos.

Os técnicos encontrararn outros problemas específicos de cada unidade. Na de Lauro de Freitas,foi identificada desobediência à orientação do Conselho Nacional de Política Criminal ePenitenciária (CNPCP), no que diz respeito à indicação de realização de exames médicosregulares e a consequente prestação da assistência necessária, e da obrigatoriedade da presença defarmacêutico para a aquisição e dispensação de medicamentos. Além disso, há a dificuldade de ospresos terem acesso aos mecanismos para obtenção de documentos pessoais e de seusdependentes.

No de Serrinha, foi apontada a deficiência de assistência material aos internos, traduzida por: faltade disponibilização de itens como tênis para a prática de esporte; descumprimento dadeterminação contratual de promoção de programas e educação física; e precariedade do acervoda biblioteca.

Crônica de uma morte anunciada

Outras situações irregulares encontradas pelos auditores, como a que apurou o acidente quematou um garoto de 16 anos numa escola pública de Jequié, e a que constatou a utilização dodinheiro público no financiamento de caminhões para o transporte escolar no interior, mostram-se mais graves ainda por demonstrarem negligência da administração pública no trato de questõesque envolvem vidas humanas, especialmente de jovens.

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A morte do garoto Rafael Santos Oliveira, 16 anos, estudante do Colégio Duque de Caxias, emnovembro de 2008, não reflete apenas a falta de infraestrutura e de condições de funcionamentode várias escolas da rede estadual, mas também a desatenção dada à educação.

A omissão das autoridades de ensino foi responsável pela morte do garoto Rafael. Ao não daratenção aos apelos feitos pela diretora do Colégio Duque de Caxias, em Jequié – que, desde maiode 2007, vinha alertando para as precárias condições da unidade de ensino e o perigo que issorepresentava para a comunidade escolar –, os gestores da SEC permitiram que o acidenteacontecesse. Foram diversas correspondências encaminhadas à direção da 13a. Direc, da RedeFísica, da Superintendência de Ensino, e até mesmo ao Secretário da Educação, relatando o“estado de flagelo em que nos encontramos”, em referência às condições físicas do colégio. Emalguns momentos, a diretora chega a revelar desespero no pedido de providências. Em umadessas comunicações, a Diretora do mencionado Colégio prevê a possibilidade de umaocorrência grave, afirmando que está recorrendo à “fé para ter coragem de trabalhar e expor osestudantes à situação. Assim, quero dividir meu temor e responsabilidade caso ocorra algo degrave com nossos alunos, funcionários, professores, comunidade e dirigentes”, diz um trecho doofício enviado pela citada Diretora à direção da Rede Física da SEC.

[...] caso não ocorra a REFORMA GERAL desta Unidade Escolar estaremos colocando em risco a vida de toda acomunidade escolar [...] O COLÉGIO [...] foi indicado para reforma geral em 2007, no entanto nada aconteceu atéhoje. Já enviei para a SEC as fotos da nossa Escola para mostrar o estado precário do prédio, não recebemos nenhumretorno [...], pondo em risco a vida de toda a comunidade escolar [...]. [Dia 07/08/2008, o PORTÃO de entrada deveículo DESPENCOU justamente quando eu e a PM Heikiane, professora do PROERD, acabávamos de passar.Pela vontade DIVINA, não estamos hospitalizadas, isto no meu caso, porque se fosse com a PM estaria morta, já queo veículo dela é uma motocicleta. A pergunta é: COMO SER UMA GESTORA PRO-ATIVA QUANDONÃO RECEBEMOS QUASE NUNCA RESPOSTA SOBRE OS NOSSOS PEDIDOS, EMESPECIAL QUANDO AS SOLICITAÇÕES SÃO ENVIADAS PARA A SEC?

Apesar da preocupação demonstrada pela Diretora, nenhuma medida foi adotada. Não háeviências de que ela sequer tenha recebido retorno das autoridades superiores da SEC sobre orecebimento das suas diversas solicitações. No ofício em que relata a situação ao Secretário deEducação, entre outras autoridades da SEC, a Diretora ressalta o perigo a que estão todosexpostos.

Na oportunidade, a mencionada Diretora fez um desabafo sobre a falta de retorno das suassolicitações. Apesar disso, a diretora continuou insistindo nos pedidos de providências e, no finalde outubro, informou à direção da Rede Física e da Direc que parte do muro do colégio haviadesabado ferindo um dos alunos (L. S. S.). Além da diretora, a imprensa de Jequié denunciou, pordiversas vezes, o perigo que o muro da escola Duque de Caxias representava não só para osalunos, mas toda a comunidade escolar.

A seguir, está trancrita parte do ofício feito pela Diretora do Colégio Duque de Caxias, dandoconta da precariedade do muro daquela Escola:

Conforme ofício 146/2008, enviado em 07 de agosto de 2008, sobre o risco deacontecer algum acidente, deixou de ser risco e passou a ser realidade. Hoje,24/10/2008 às 11h45min, o muro do fundo desabou e um adolescente, L. S. S.matriculado nesta escola na 5a série D, turno vespertino, foi atingido. Prestamossocorro através do SAMU e logo em seguida foi encaminhado para o HospitalGeral Prado Valadares.

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Treze dias depois do fato que envolveu o estudante L. S. S., outra parte do mesmo muro caiu,matando o estudante Rafael Santos Oliveira. A Secretaria de Educação determinou a realizaçãode uma sindicância para apurar o acidente que resultou na morte do mencionado menor,constituindo, para isso, comissão formada por quatro membros, dos quais apenas dois assinaramo relatório de conclusão do trabalho.

De acordo com o relatório, o caso foi considerado “uma fatalidade lamentável”, pois “apesar deo muro da referida escola já correr risco de desabamento, todas as providências já haviam sidoadotadas pelos gestores da unidade escolar e da Direc 13, junto à Secretaria da Educação, parareconstrução do muro”.

Além de lamentar o ocorrido e apresentar moção de pesar, a gravidade da situação levou osconselheiros do Tribunal de Contas do Estado, em sessão realizada em dezembro de 2008, adecidirem pela representação ao Governador do Estado, à Procuradoria Geral do Estado e aoMinistério Público da Bahia. Caminhão usado irregularmente no transporte escolar

Outros flagrantes desrespeitos estão traduzidos nas auditorias realizadas pelo TCE/BA emparcerias firmadas com organizações sociais de interesse público, a exemplo do convênio entre aSecretaria de Educação e a Oscip Casa Jovem, cujo objeto prevê a suplementação de ação doEstado no Colégio Estadual Casa Jovem II para a formação continuada de professores e daequipe técnica, garantia da frequência escolar de alunos e educadores, e acompanhamento eavaliação do desempenho escolar, estabelecendo, assim, uma relação de cogestão.

A auditoria identificou situações que, conforme avaliação dos técnicos, comprometem “o êxitodas ações pactuadas”. Entre elas, a utilização de caminhões, financiados com recursos doconvênio – portanto, dinheiro público –, para fazer o transporte escolar. Além de utilizar veículosinadequados para o transporte de estudantes, a instituição não comprovou a realização dasrevisões obrigatórias dos caminhões, colocando em risco a vida dos alunos transportados.

Conforme os auditores, é irregular também o fato de o convênio financiar a capacitação deprofessores sem vínculo permanente com o Estado, contratados temporariamente pelo sistemaReda ou pelo regime de prestação de serviços temporários, pelo prazo de 90 dias. Noentendimento dos auditores do TCE/BA, são benefícios patrocinados pelo dinheiro público quenão serão revertidos em favor do Estado, já que os profissionais não integram o quadro defuncionários da SEC.

Acordos não cumpridos no ensino profissionalizante

Nos contratos de gestão firmados entre a Secretaria da Educação e as organizações sociaisAssociação Centro de Educação Profissional e Tecnológica (ASCETEB), no valor de pouco maisde R$2 milhões, e Associação Tecnológica e Educacional de Camaçari (ATEC), no valor de cercade R$628 mil, foram detectadas irregularidades da mesma natureza, o que demonstra negligênciada administração pública.

Apesar de o primeiro contrato com a ASCETEB ter sido firmado em 2001, a instituição nãoimplantou totalmente as metas previstas, e muitas das implantadas não foram executadas, fatoque não mereceu manifestação alguma por parte da SEC. Por não terem realizado o estágiocurricular obrigatório, desde 2004 os estudantes que concluíram os cursos profissionalizantesoferecidos pela instituição estão sem a diplomação que os credencia como técnicos.

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A entidade não vem promovendo o acompanhamento em campo do estágio dos discentes eegressos. Apesar de o estatuto da Asceteb e o contrato com a SEC preverem o compromisso desuprir as empresas da região de mão-de-obra capacitada, as empresas parceiras admitiram que ainstituição não tem correspondido plenamente às expectativas.

As mesmas falhas detectadas no contrato da Asceteb se repetem no firmado com a AssociaçãoTecnológica e Educacional de Camaçari (ATEC) que, apesar de estar com o contrato vencidodesde 2007, continuou prestando os serviços sem respaldo legal. A Atec também frustrou oacordo com as empresas parceiras quanto ao suprimento mão-de-obra qualificada. A exemplo doque ocorreu com a Asceteb, a instituição apresentou falhas na diplomação dos alunos queconcluíram os cursos oferecidos. Conforme levantou a auditoria, 38% deles estão sem o diplomapor não terem realizado o estágio.

Outro fato observado pela auditoria diz respeito à aquisição, em 2005, de um veículo que, apesarde ter sido comprado com recursos do convênio, não foi incorporado ao patrimônio do Estado,tendo sido registrado em nome da instituição, o que a auditoria considerou como “deficiência” daAtec no controle patrimonial e “negligência” dos órgãos estaduais, no caso, as secretarias daEducação e da Indústria, Comércio e Mineração, parceiras da entidade.

Empresas contratadas pela SECTI com endereços não localizados

Indícios de irregularidades aparecem também nos contratos firmados pelaSecretaria da Ciência e Tecnologia e Inovação (SECTI) com as empresasAdvanx Informática e Engenor Engenharia do Nordeste.

A contratação da Advanx, com valor de cerca de R$652 mil, se deu num processo de dispensa delicitação, fundamentado no caráter ernergencial para atender ao Programa de Inclusão SócioDigital. Segundo o entendimento da Procuradoria Geral o Estado (PGE), que foi o mesmo dosauditores que examinaram o contrato, não foi identificado o caráter emergencial para justificar adispensa de licitação.

O endereço fornecido como sede da empresa, na Rua Senegal, número 252, Feira de Santana, éum imóvel residencial que, segundo apuraram os técnicos do TCE/BA, “não apresenta o menorindício de existência de uma empresa”.

A mesma irregularidade é detectada em relação à Engenor, que forneceu como endereço daempresa Rua Bráulio Ludujero, número 3, Conceição do Jacuípe. Os técnicos constataram que,no local, existe um imóvel residencial sem qualquer sinal de abrigar uma empresa.

A Engenor foi contratada pela Secti, por meio de pregão presencial, para a realização de serviçosque visavam à instalação das redes elétrica e lógica para implantação dos Centros Digitais deCidadania (CDCs). Assinado em dezembro de 2007, o contrato, no valor de R$941 mil, foiintegralmente quitado. A decisão de contratar a empresa pela modalidade de pregão presencialdesrespeita orientação da PGE, que recomendou a realização de concorrência.

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Dispensas irregulares de licitação

A prática de fracionar despesas para fugir da exigência de licitação tem se constituído numamanobra comum e constante na administração estadual, conforme constatam auditoriasrealizadas em diversas secretarias. A análise de pagamentos da Secretaria da Promoção daIgualdade (SEPROMI), por exemplo, mostra desdobramento de valor para aquisição de móveisque se complementavam, cujos processos envolvem a mesma empresa.

Assim, para justificar a dispensa de licitação, um dos processos trata da aquisição de 20 mesas detrabalho, no valor de R$4.620,80, enquanto o outro se refere à compra de 17 cadeiras giratórias,no valor de R$4.696,25, totalizando R$9.317,05. Somados, os valores superam o patamarpermitido para a dispensa de licitação, que é de R$5.600,00.

Outro aspecto destacado pela auditoria realizada na SEPROMI é a falta de planejamento dasações e de aquisição de bens e serviços, o que leva a Secretaria a adotar, regularmente, a prática dedispensa de licitação, em prejuízo da Administração.

OUTRAS CONSIDERAÇÕES

O que foi descrito representa apenas um apanhado geral das diversas distorções detectadas noexame da Prestação de Contas do Governo do Estado referentes ao exercício de 2008 e nasauditorias e inspeções realizadas ao longo do referido ano. O volume de informações é grande, emaiores detalhes podem ser conferidos, de forma mais minuciosa, no Relatório completo,disponível no site do Tribunal de Contas do Estado da Bahia

O presente resumo busca facilitar a leitura, apontado os aspectos mais destoantes, presentes naanálise realizada. Alguns deles, inclusive, mostram a divergência entre as propostas defendidaspublicamente pelo governador do Estado e as ações concretamente realizadas pela equipe deGoverno. Além disso, revelam situações de descaso, descumprimentos de princípios legais edesrespeito às recomendações do Tribunal de Contas do Estado.

Nas secretarias e órgãos que compõem a estrutura do Governo do Estado, foram identificadasirregularidades de ordem técnica, financeira e, muitas vezes, legal, além de situações que secaracterizam como falta de planejamento e de controle dos gestores, que resultaram nodescumprimento das metas estabelecidas no PPA e na LOA, o que se configura desrespeito àConstituição Federal.

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CONCLUSÃO

As Contas prestadas pelo Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia, relativas ao exercício de2008, foram examinadas por este Tribunal considerando o disposto no Plano Plurianual (PPA2008-2011, Lei n.º 10.705 de 14/11/2007), na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO/2008, Lein.º 10.648 de 26/07/2007), na Lei Orçamentária Anual (LOA/2008, Lei n.º 10.956 de28/12/2007), nas informações e demonstrativos contábeis orçamentários, financeiros epatrimoniais apresentados, previstos na Lei n.º 4.320/64 e na Lei Complementar no 101/2000,tendo também sido considerados os resultados das auditorias realizadas pelas Coordenadorias deControle Externo (CCEs) durante o exercício de 2008.

Os trabalhos desenvolvidos para a emissão do Relatório e Projeto de Parecer Prévio sobre aspresentes Contas incluíram a elaboração, pelas CCEs, de análise das informações constantes nossistemas de programação e acompanhamento dos órgãos e entidades gestores do PoderExecutivo estadual acerca da execução física e financeira das metas previstas e realizadas noexercício de 2008, confrontadas com os demonstrativos contábeis relativos à execuçãoorçamentária do período, tendo também sido consideradas as informações apresentadas a esteTribunal pelos Secretários de Estados e dirigentes de órgãos equivalentes das respectivas áreasobjeto de análise.

Os exames realizados pelas diversas áreas técnicas deste TCE, constantes neste Relatório,permitem a apresentação, resumidamente, das seguintes observações e comentários:

1. A meta de redução da Dívida Fiscal Líquida (DFL) do Estado em R$694.991.000,00(Resultado Nominal), fixada no Anexo de Metas Fiscais da LDO/2008, não foi atingida,tendo sido a dívida pública estadual, ao contrário, nominalmente aumentada no exercício em,pelo menos, R$162.425.072,63, representando, portanto, desvio da meta em, no mínimo,R$857.416.072,63.

2. A meta de Resultado Primário fixada pela LDO/2008, prevendo que as Receitas Fiscais doEstado fossem maiores que suas Despesas Fiscais em, pelo menos, R$1.342.402.000,00,equivalente a 1,13% do PIB baiano, também não foi atingida, na medida em que essadiferença foi de, no máximo, R$1.185.644.445,09, abaixo do previsto em R$156.757.554,91,correspondendo a aproximadamente 11,7% abaixo da meta legal fixada.

3. Antes do encerramento dos balanços do Estado da Bahia do exercício de 2008, a Secretariada Fazenda (SEFAZ) promoveu a anulação (sic) de empenhos liquidados por diversassecretarias, órgãos e entidades do Poder Executivo estadual, identificados como “empenhosanulados após a liquidação” (sic), com “datas de estorno da liquidação” (sic) de 30 e31/12/2008, em valores que somam, pelo menos, R$251.701.171,74.

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O Excelentíssimo Senhor Secretário da Fazenda foi notificado pela Relatoria para informar“sobre a competência do(s) agente(s) responsável(is), o fundamento legal, motivos de fato e dedireito e demais razões técnico-jurídicas que levaram essa Secretaria a promover os atos, acimamencionados [...]” (oficio 020/2009).

Em resposta, a Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (SEFAZ), através ofício no

088/2009, apresentou comentários sobre os procedimentos adotados considerando-os como“ajustes de encerramento de exercício” (sic). A SEFAZ sustentou sua argumentação, inclusive,em análise comparada de procedimentos supostamente similares, reportando-se a manuais enormas editadas pelos Governos dos Estados de Sergipe, Rio de Janeiro, Santa Catarina ePiauí, e a experiências do próprio Estado da Bahia em anos anteriores, quando despesasdeixavam de ser empenhadas em um exercício para serem empenhadas no exercíciosubseqüente, como Despesas de Exercícios Anteriores (DEA), sem, contudo, responder asquestões formuladas pela Relatoria.

O procedimento adotado pela Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (SEFAZ),identificado como “empenhos anulados após a liquidação” (sic), interrompeu, sem evidênciada existência de justificativa legal e de decisão de autoridade competente, o processamento dedespesas regularmente executadas por diversas unidades orçamentárias do Estado, quelegalmente seriam registradas como Restos a Pagar Processados, subavaliando em cerca deR$251 milhões a Despesa Orçamentária, o montante inscrito em Restos a Pagar, adisponibilidade financeira líquida efetiva do Estado e o resultado do exercício de 2008.

Esta Relatoria não encontrou evidências, pelo menos nos últimos 10 anos, de que o Estado daBahia tenha adotado o procedimento, descrito acima, de cancelar maciçamente, em final deexercício financeiro, empenhos liquidados e não pagos, deixando de registrar as despesascomo Restos a Pagar Processados, produzindo graves irregularidades e distorções nãoredutíveis às encontradas nas práticas, mencionadas no ofício 088/2009 da Secretaria daFazenda do Estado da Bahia (SEFAZ), relacionadas ao reconhecimento, no ano seguinte, deDespesas de Exercícios Anteriores (DEA).

Desse modo, a decisão da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (SEFAZ) de anularempenhos liquidados (sic), retirando injustificadamente da contabilidade do Estado osregistros dessas despesas regularmente realizadas, em prejuízo do interesse público e decredores da Administração, feriu os princípios da legalidade, economicidade, eficiência, boa fé,transparência e razoabilidade.

4. A disponibilidade financeira do Estado, em 31/12/2008, foi publicada pela Secretaria daFazenda do Estado da Bahia (SEFAZ) no Relatório de Gestão Fiscal (RGF) do 3ºquadrimestre de 2008 como sendo de R$844 milhões.

Entretanto, quando são excluídos dessa disponibilidade os valores relativos às receitas detransferência da União, incorporadas ao ativo financeiro do Estado em 2008 (R$253,049milhões), cujos recolhimentos efetivos ao Tesouro estadual somente ocorreram em 2009, osrecursos vinculados calculados pelos auditores deste TCE (R$714,221 milhões), bem como osempenhos realizados e liquidados por diversas unidades orçamentárias do Estado e anulados(sic) pela Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (SEFAZ) com data de movimento (sic)de 30 e 31/12/2008 (R$251,701 milhões), têm-se uma disponibilidade financeira líquidanegativa de R$374,843 milhões, como demonstrado a seguir:

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Em R$1,00DESCRIÇÃO VALOR

Ativo Financeiro (exclusive o FUNPREV) 1.770.815(-) Restos a Pagar Processados 558.704(-) Restos a Pagar não Processados 210.404(-) Serviço da Dívida a Pagar 34.901(-) Depósitos 122.678(=) Disponibilidade Financeira publicada no RGF do 3º quadrimestre 844.128(-) Receitas Antecipadas 253.049(-) Recursos Vinculados 714.221(-) Empenhos Liquidados e Anulados (sic) 251.701(=) Disponibilidade Financeira Líquida Efetiva (374.843)

Assim, confrontando-se a cifra de R$844,128 milhões publicada como disponibilidadefinanceira do Estado no RGF do 3º quadrimestre de 2008, com o valor disponível líquidonegativo de R$374,843 milhões, calculado por este TCE, verifica-se redução, em termosnominais, de cerca de R$1.218.971, entre o valor divulgado e a disponibilidade efetiva doTesouro estadual, implicando, conseqüentemente, em forte contração da capacidade doEstado honrar seus compromissos de curto prazo.

5. O resultado orçamentário do exercício de 2008, representado pelas receitas arrecadadasmenos as despesas realizadas, foi negativo em cerca de R$224 milhões, enquanto no exercícioanterior esse resultado foi superavitário de R$381 milhões;

6. A receita orçamentária total arrecadada no exercício (R$19,6 bilhões) cresceu, em termosnominais, 13,7%, em relação ao ano anterior (R$17,2 bilhões), enquanto que a despesaorçamentária total realizada no ano de 2008 (R$19,9 bilhões) aumentou, nominalmente,17,8% em relação ao exercício de 2007 (R$16,9 bilhões), sendo que a despesa com pessoal eencargos aumentou 16,0% (R$9,4 bilhões em 2008 e R$8,1 bilhões em 2007), os gastos comoutras despesas de custeio cresceram 17,2% (R$4,1 bilhões em 2008 e R$3,5 bilhões em2007), e as despesas com investimentos cresceram 45,5% (R$1,2 bilhão em 2008 e R$825milhões em 2007);

7. Despesas criadas pelas Leis Estaduais n.os 11.042/2008, 11.050/2008, 11.051/2008,11.055/2008, 11.056/2008, que tratam do aumento nos vencimentos/vantagens, com acriação de gratificação e/ou de cargo para determinadas categorias de servidores públicos, oudo aumento de seus valores. Nesses casos, impõe-se ao ente público a obediência dasdeterminações contidas nos artigos 16 e 17 da LRF, sob pena de nulidade do ato que deucausa ao aumento de despesa com pessoal, nos termos do art. 15 e 21, I da referida Lei.

A Secretaria da Administração do Estado da Bahia (SAEB) foi notificada por este Tribunal(Ofício Gabinete 01/09, datado de 28/05/2009) para que apresentasse “documentos e/oujustificativas de que houve a elaboração da estimativa do impacto orçamentário-financeiro noexercício em que a despesa entrou em vigor e nos dois subseqüentes; da declaração doordenador da despesa acerca da compatibilidade da despesa com a LOA, LDO e PPA; e dacomprovação de não afetação das metas de resultados fiscais, bem como se a publicação dossupracitados atos normativos foram acompanhadas das peças anteriormente mencionadas”

Em 01/06/2009, através do Ofício GASEC no 287/2009, a Secretaria da Administração doEstado da Bahia (SAEB), afirma que as citadas leis “atenderam as exigências previstas na LRFe LOA”, sem, contudo, apresentar documentação que sustentasse tal assertiva.

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8. Realização, em 2008, de despesas com pessoal contratado através do Regime Especial deDireito Administrativo (REDA), no âmbito de diversas Secretarias e órgãos diretamentevinculados ao Governador, no montante anual de R$352.655.343,35, representandoincremento de 28% em relação a gastos nessa rubrica no exercício de 2007.

9. O déficit atuarial do FUNPREV, em 2008, cresceu cerca de 10% em relação ao ano anterior,tendo sido apurado o déficit técnico, com data-base agosto/2008, no montante deR$37.528.635.638,98. A cobertura desse déficit vem sendo feita com recursos orçamentáriosdo Tesouro estadual, tendo sido destinados ao Fundo, em 2008, recursos orçamentários naordem de cerca de R$557 milhões.

10. O Poder Executivo, no exercício de 2008, descumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal, notocante a Precatórios, especialmente quanto a:

• sentenças judiciais pendentes de pagamento no montante de R$233.832.470,63;

• ausência de evidências de registro, nos controles da Secretaria da Fazenda doEstado da Bahia (SEFAZ), de débitos judiciais relativos a sentenças apresentadaspara pagamento em 2008, que totalizam R$42.456.855,83;

• subavaliação do Passivo Permanente do Estado em, pelo menos,R$42.456.855,83, em face da não incorporação de precatórios e requisições depequeno valor à dívida consolidada do Estado.

11. Em 2008, o Estado promoveu o pagamento, com sentenças judiciais da administração diretado Poder Executivo estadual, apenas do valor de R$25.435.163,46, que corresponde a cercade 11% da dotação orçamentária de R$228.194.000,00, fixada pela LOA do exercício,desobedecendo o disposto no art. 100, § 1º, da Constituição Federal.

12. O Passivo Permanente do Estado encontra-se subavaliado em, pelo menos, R$1.206.952milhões, em face do não reconhecimento do passivo da DESENVALE (entidade extinta) novalor de R$1.014.142.503,21 e da URBIS (empresa em liquidação), no valor deR$143.481.099,41, da não contabilização de precatórios no montante de R$42.456.855,83, edo valor do saldo da dívida da URBIS, referente a parcelamentos de tributos federais, novalor de R$6.871.883,33.

13. Apesar das reiteradas recomendações que vêm sendo feitas por este Tribunal, inclusive emRelatórios sobre as Contas de Governo, a estrutura do sistema de controle interno do PoderExecutivo estadual permanece sem produzir informações adequadas, tempestivas esuficientes para a apresentação, junto aos processos de prestações de contas, dos respectivosCertificados de Auditoria, previstos na Resolução TCE no 63/2003, fato indicativo dadebilidade dos controles internos do Estado e que tem repercutido nos trabalhos auditoriais acargo deste Tribunal quando da instrução, para julgamento, das contas dos ordenadores eadministradores dos órgãos e entidades do Poder Executivo estadual.

14. A Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (SEFAZ) permaneceu, no exercício de 2008,sem segregar, no Sistema de Caixa Único do Estado, as aplicações dos recursos doFUNDEB, prejudicando a identificação dos valores provenientes dos rendimentos dasaplicações financeiras desses recursos, que devem ser apropriados ao mencionado Fundo, nostermos da Constituição Federal e da legislação específica aplicável.

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15. A Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (SEFAZ) manteve, em 2008, como vem sendoverificado pelos auditores do TCE em anos anteriores, saldo significativo de recursos semutilização na conta “Recursos Disponíveis – Royalties”, provenientes da receita auferida peloEstado como compensação financeira pela exploração, em seu território, de petróleo, gásnatural, recursos hídricos e minerais. O saldo inicial dessa conta em 2008 foi deR$282.775.575,32, tendo ingressado no período recursos na ordem de R$264.110.772,37 esaído da conta o valor de R$215.989.129,51, gerando o saldo, ao final do exercício, deR$330.897.218,18.

16. Deficiências nos controles da Dívida Ativa do Estado, que atingiu o valor de R$39.013.424,59no exercício de 2008. Segundo informa a auditoria deste TCE, em 14/04/2009 a Secretaria daFazenda do Estado da Bahia (SEFAZ) encaminhou ao Tribunal de Contas plano de açãocom as providências adotadas e a adotar, destinadas a sanar os pontos destacados a seguir:

• processos fiscais extraviados com risco de prescrição;

• morosidade na inscrição dos processos fiscais em situação de revelia, com risco deprescrição;

• morosidade no atendimento de diligências;

• processos administrativos fiscais sem identificação do contribuinte e sem data deciência da lavratura do auto.

Quanto à morosidade no ajuizamento de execuções fiscais, a Secretaria da Fazenda doEstado da Bahia (SEFAZ) não apresentou informação.

17. Em 2008, a despesa realizada pelo Poder Executivo estadual com propaganda, promoção edivulgação das ações do Estado foi da ordem de R$65,767 milhões, representando acréscimode cerca de 78% em relação aos gastos efetuados nessa rubrica no exercício anterior.

18. O Estado realizou pagamentos, com recursos do FUNDEB, de despesas inelegíveis aoFundo, no montante de, pelo menos, R$27.042.649,84, o que interfere na apuração do cálculodo limite mínimo de 60% para aplicação dos recursos do Fundo na remuneração domagistério do ensino fundamental e médio.

19. A Empresa Baiana de Alimentos S.A. (EBAL) permanece não sendo reconhecida peloEstado como empresa estatal dependente, apesar de ter recebido em 2008 recursos doTesouro estadual na ordem de R$94.425.204,46, destinados ao atendimento das despesas como custeio da entidade.

20. O Plano Plurianual (PPA) elaborado para o quadriênio 2008-2011 prevê gastos orçamentáriosno montante de aproximadamente R$18,9 bilhões para os projetos e atividades finalísticos,tendo sido priorizada a área social: educação, saúde e ações de combate à pobreza epromoção de emprego e renda.

21. Da análise do desempenho físico-financeiro dos programas finalísticos constantes do PPA,verifica-se que a execução orçamentária (despesas liquidadas) desses programas foi de cercade 59%.

Estão demonstrados a seguir os programas finalísticos que apresentaram, no exercício de2008, desempenho financeiro abaixo de 30% de execução dos créditos orçamentáriosfixados na LOA:

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PROGRAMAS FINALÍSTICOS DE GOVERNO COM EXECUÇÃO ABAIXO DE 30%Em R$1,00

COD NOME DO PROGRAMAORÇADOINICIAL

ORÇADOFINAL

LIQUIDADO%

EXECUTADO

246 Inpactur: Infra-estrutura para Aceleraçãodo Crescimento do Turismo 14.450.001,00 7.440.751,00 5.400,00 0,07%

282 Desenvolvimento Ambiental - PDA 12.968.000,00 7.449.252,00 104.849,45 1,41%

279 Gerenciamento Integrado de RecursosHídricos - PGRH II 11.500.000,00 7.800.000,00 214.721,45 2,75%

249 Interiorização e Regionalização doTurismo 3.355.689,00 6.757.248,00 221.159,09 3,27%

146 Esporte de Alto Rendimento 18.483.000,00 15.770.000,00 602.189,47 3,82%

273 Conquistando Horizontes: Restauração eManutenção de Rodovias - Premar 56.711.590,00 32.442.968,00 1.435.832,91 4,43%

229 Gestão das Políticas de DesenvolvimentoRegional 862.000,00 1.008.896,00 60.650,00 6,01%

288 Velho Chico Vivo 7.955.873,00 6.248.118,00 433.227,83 6,93%

296 Biossustentável: Produção e Uso deBiocombustíveis da Bahia 18.140.000,00 8.403.391,00 598.518,37 7,12%

163Dias Melhores: Urbanização eDesenvolvimento Integrado em ÁreasCarentes

38.547.000,00 28.857.000,00 2.695.718,23 9,34%

169 Regularização Jurídico-fundiária em ÁreasUrbanas 1.950.000,00 656.000,00 64.645,21 9,85%

294 Energia Alternativa Renovável 1.712.000,00 1.143.326,00 118.515,68 10,37%

187 Gestão da Política de Cidadania eDireitos Humanos 1.594.000,00 1.372.917,00 161.627,52 11,77%

248 Qualidade dos Serviços Turísticos 5.407.953,00 3.357.062,00 438.311,55 13,06%

245 Prodetur: Fortalecimento das ZonasTurísticas 18.907.000,00 37.432.342,00 5.548.147,63 14,82%

227 Gestão de Compras Públicas, Logística ede Patrimônio 4.587.000,00 1.078.459,00 162.831,81 15,10%

226 Apoio à Modernização da Gestão e doPlanejamento dos Estados: Pnage-BA 8.736.555,00 7.576.733,00 1.338.226,52 17,66%

295 TecnoVia: Parque Tecnológico deSalvador 29.691.254,00 28.448.819,00 5.555.008,59 19,53%

199 Expansão e Modernização do Sistema deSegurança Pública 76.606.033,00 100.104.054,00 22.450.930,11 22,43%

232Qualidade na Gestão da Tecnologia daInformação e Comunicação - TIC para aAdministração Pública

486.000,00 160.445,00 37.196,46 23,18%

274Encurtando Distâncias: Logística deTransporte e Infra-estrutura para aIntermodalidade

36.669.969,00 17.695.265,00 4.322.332,50 24,43%

218 Regulação e Fiscalização dos ServiçosPúblicos Delegados 11.912.495,00 12.440.710,00 3.191.237,42 25,65%

243 Fomento e Desenvolvimento do SetorMineral com Inclusão Social 6.150.000,00 4.714.189,00 1.227.206,64 26,03%

303 Desenvolvimento do Empreendedorismoe da Inovação Tecnológica 873.000,00 748.275,00 209.102,83 27,94%

247 Dinamização da Cadeia Produtiva doTurismo 2.991.200,00 1.717.242,00 482.499,53 28,10%

Fonte: Sistema de Planejamento (SIPLAN).

22. O desempenho, em 2008, dos programas integrantes das áreas indicadas como prioritárias noPPA 2008-2011 está comentado a seguir, por Secretaria responsável pelas respectivas açõesde gerenciamento e operacionalização:

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIA38

TCE Versão Simplificada do Relatório e Parecer Prévio

Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

EDUCAÇÃO

A Secretaria da Educação (SEC) teve sob sua responsabilidade dotação orçamentária deR$522.735.652,00, materializada através de 14 programas contemplados no PPA, 5 dos quaisincluíam metas consideradas prioritárias na LOA/2008, envolvendo 236 projetos e atividadesfinalísticos. A SEC executou cerca de 68,7% do seu orçamento (R$359.055.762,54), sem quenenhum dos programas previstos tenham sido integralmente executados, até mesmo osconsiderados prioritários pelo Governo, a exemplo do “Todos pela Alfabetização (TOPA)”,que concentra dez projetos, muitos deles sequer iniciados no exercício.

Dos 14 programas em que a SEC participou, a maioria com metas consideradas prioritárias, 9tiveram execução orçamentária inferior a 70% e apenas 2 alcançaram percentuais acima de90% em relação à execução do Orçamento.

No que diz respeito às 236 ações (projetos e atividades finalísticas), 141 (59,7%) cumpriramintegralmente as metas físicas previstas, 38 alcançaram parcialmente suas metas e 57 ações nãoapresentaram qualquer nível de realização. Dessas ações não iniciadas, 8 tiveram suas dotaçõesorçamentárias retiradas integralmente, embora contemplassem diretrizes consideradasprioritárias, como no caso das metas “Implementação da Educação em Tempo Integral” e“Adequação de Unidades Escolares da Rede Física do Ensino Fundamental – Fundescola”.

SAÚDE

No exercício de 2008, a Secretaria da Saúde (SESAB) foi responsável pela aplicação derecursos, em programas finalísticos, da ordem de R$1.508.356.346,00, que se materializaramatravés de 25 programas contemplados no PPA, 8 dos quais incluíam metas consideradasprioritárias na LOA/2008, compreendendo 155 projetos e atividades finalísticos. A SESABexecutou 84,4% do seu Orçamento, isto é, R$1.273.320.126,53.

Mesmo apresentando desempenhos acima da média das demais secretarias, no que dizrespeito ao cumprimento das metas, a SESAB não conseguiu atingir a totalidade das propostasfixadas para o exercício de 2008. Dos 25 programas em que a SESAB participou da execução,10 apresentaram realização financeira abaixo de 70%.

Quanto às 155 ações (projetos e atividades finalísticos) à cargo da SESAB incluídas no PPA2008-2011, 90 (58%) alcançaram a totalidade das metas físicas previstas. Das 65 restantes, 20foram cumpridas parcialmente e 45 (29%) não obtiveram qualquer nível de realização.

EMPREGO, RENDA E ESPORTE

A dotação orçamentária da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE) foida ordem de R$58.828.791,00, materializada através de 8 programas contemplados no PPA, 4dos quais incluíam metas consideradas prioritárias na LOA/2008, envolvendo 71 projetos eatividades finalísticos. A Secretaria executou 51,7% do seu Orçamento (R$30.423.057,18), semque qualquer dos programas previstos tenha sido integralmente executado.

Dos 8 Programas em que a SEDES participou, 6 tiveram realização acima de 70%, a maioriacom metas consideradas prioritárias, 2 tiveram realização abaixo de 34%, casos dos Programas“Bahia Jovem: Oportunidades e Direitos” e “Esporte de Alto Rendimento”, que apresentaramexecução de 33,3% e 3,8%, respectivamente.

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIA 39

TCE Versão Simplificada do Relatório e Parecer Prévio

Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

Quanto às 71 ações (projetos e atividades finalísticos), inicialmente contempladas no PPA2008-2011 da Secretaria, 35 (49,3%) tiveram 100% de suas metas físicas alcançadas. Das 36restantes, 20 foram cumpridas parcialmente e 16 (22,5%) não obtiveram qualquer nível derealização.

COMBATE À POBREZA

No exercício de 2008, a Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (SEDES)foi responsável por dotação orçamentária da ordem de R$217.543.689,00, alocados em 15programas contemplados no PPA, 7 dos quais incluíam metas consideradas prioritárias naLOA/2008, envolvendo 119 projetos e atividades finalísticos.

A SEDES cumpriu apenas 58% do seu Orçamento (R$126.112.509,96), sem que qualquer dosprogramas previstos tenha sido integralmente executado.

Dos 15 programas em que a SEDES participou, 9 tiveram o percentual de realizaçãofinanceira abaixo de 70%, quase todos com metas consideradas prioritárias na LOA/2008, eapenas 3 alcançaram patamar de realização acima de 90%: os Programas de “Gestão doSistema Único de Assistência Social”, de “Gestão da Política de Comunicação do Governo” eo de “Integração e Fortalecimento da Gestão de Pessoas”.

Quanto às 119 ações (projetos e atividades finalísticos), inicialmente contempladas no PPA,apenas 25 (21%) tiveram 100% de suas metas físicas alcançadas. Das 94 restantes, 36 foramcumpridas parcialmente e 58 não obtiveram qualquer nível de realização.

Dentre as 58 metas não iniciadas, observa-se que 5 faziam parte de diretrizes consideradasprioritárias, como no caso das metas “Construção de Unidades de AtendimentoSocioeducativo” e “Co-Financiamento das Medidas Socioeducativas de Meio Aberto”(R$1.000.000,00), relativas ao “Programa de Atendimento e Ressocialização de Criança eAdolescente”.

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIA 43

TCE Versão Simplificada do Relatório e Parecer Prévio

Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

VOTO DO CONSELHEIRO RELATOR

Inicialmente, quero evitar a repetição da ladainha, a mesmice de todos os anos, e não começareireclamando da falta de tempo para a preparação do Relatório, até porque, cada dia mais, estouconvencido de que o problema não está nas disposições constitucionais, na exigüidade dos“únicos” 60 dias, cada vez mais curtos, e sim na falta de decisão, de vontade de dar solução paratal problema, deixando para fazer somente nesse período a análise do exercício findo que passouna janela do ano e só o TCE não viu...Até porque “cego é o que só vê até onde a vista alcança”.

Procurarei, aqui, ater- me à análise, sobretudo jurídica, (ou jus política), e buscar, a partir deagora, apenas, enquadramento legal ao pouco (embora não tenha faltado trabalho extenuante aboa parte da equipe que desenvolveu esse Relatório) que, diante do muito, se conseguiu realizar,especialmente porque, no presente caso, as dificuldades foram aumentadas em face de um graveacidente de percurso, que, ao depois, se vai relatar.

Comecemos, porém, informando que, prima facie, as contas, como recebidas da égregiaAssembléia Legislativa, em seus grandes números, retratavam um Estado superavitário, cofrescheios, dinheiro farto, com grandes disponibilidades financeiras, superiores ao bilhão e meio...

Nessa ótica, entendi - e assim orientei a diligente equipe de assessoramento - necessário começaremprestando ênfase ao acompanhamento do Planejamento Governamental, e à realização, nesseviés, da execução orçamentária e aplicação dos recursos – e seus resultados mensuráveis - na áreados investimentos estatais.

Essa seria (assim entendo e tenho colocado isso em inúmeros votos), dentro da moderna teoriaconstitucional, a obrigação primeira de um “Estado Democrático de Direito”, com objetivosagendados e qualificados fundamentais, de, entre outros, garantir o desenvolvimento e erradicar apobreza (artigos 1º e 3º da CF).

Nesse exercício, mais se afigurava primordial tal tarefa, especialmente porque no ano que seiniciava, o Plano Plurianual de uma nova – e eleita- administração, que afirmava, estava adjetivadopela participação da própria população na escolha e decisão das políticas públicas, que teve comopremissa, segundo o Governador Jaques Wagner, “a síntese de um esforço coletivo que envolveutanto o conhecimento técnico dos servidores públicos de todas as Secretarias do Estado quantoas demandas e propostas apresentadas pelos representantes dos diversos segmentos da sociedadeque estiveram presentes nas plenárias do PPA Participativo”.

Analisar isso tudo, verificar se o ato de governar estava em conformidade com os anseioscoletivos, a plena realização de um Estado Democrático, alinhado com o Direito, essa a linhainicial do trabalho.

E a partir dos instrumentos legais de planejamento (PPA, LDO, a mensagem do Sr. Governadore a LOA) e utilizando os sistemas corporativos disponibilizados, em nome de tão propalada eimpositiva transparência, iniciou-se a análise dos instrumentos que o próprio governo houveraqualificado como prioritários, primeiro do ponto de vista financeiro e depois das metas físicasalcançadas.

Realizados os exames e levantamentos iniciais, antes de se começar a extrair conclusões, dessetrabalho, foi notificada cada uma das Secretarias para que se pudesse escoimar eventuaisinconsistências e incongruências, assinalando-se, para as respostas e contraditas, prazo razoável,sempre dentro dos limites da Constituição.

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIA44

TCE Versão Simplificada do Relatório e Parecer Prévio

Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

Disso tudo resultou a clara percepção de que a execução orçamentária, em 2008 dos programasgovernamentais do Poder Executivo, inseridos no PPA e qualificados jurídica e legalmente comoprioritários, a cargo dos órgãos e entidades do Poder Executivo, constantes no PPA 2008-2011,foi bastante baixa, incipiente até, diria, porquanto alcançou, percentuais muito baixos, tudoconsoante lançado nos dois Relatórios produzidos, seja no simplificado – objeto da leitura – sejano outro, mais completo, e distribuído. .

Por si só, em face dos números tabulados, das metas físicas inalcançadas, o implemento daatividade governativa já se apresentava, no mínimo, insuficiente para merecer o conceito de“gestão pública responsável”, ao menos conforme o conteúdo jurídico dado pela LeiComplementar 101.

Mas, não apenas. Por si só, o problema assume maior gravidade jurídica quando se constata que,por imposição normativa (parágrafo único do art. 2º da Lei 10.648/2007 de DiretrizesOrçamentárias), “as prioridades e metas de que trata este artigo” (constantes da LOA) “terãoprecedência na alocação dos recursos na Lei Orçamentária de 2008 e na sua execução, não seconstituindo em limite à programação da despesa, respeitado o atendimento das despesas queconstituem obrigação constitucional ou legal”.

Jamais restou evidenciada tal precedência, cogente por disposição normativa, especialmentequando se constata que o governo, no exercício financeiro de 2008, e em relação ao anterior,elevou as despesas de custeio em – números aproximados – 15 % ou 1 bilhão e trezentos milhõesou as de pessoal em igual percentual e cifra de um bilhão, valores em real.

Dessa forma, sérias dúvidas começaram a ocorrer no espírito do pareceirista, ora votante, que,aliás, não se restringiriam ao “ser ou não ser” aprovativo ou reprovativo das contas..a perguntahaveria de ser inevitável: afinal, ao agir (ou não agir), assim ou assado, não teria o governadorinfringido, “patentemente, e de qualquer modo, dispositivo da lei orçamentária” conformecapitulado no item 4 do art. 10 da Lei 10.956/2007 Felizmente, essa última é questão e respostada exclusiva competência da douta Assembléia Legislativa.

Em tema de descumprimento ou desatenção ao direito, entretanto, o pior estava por vir.

Até porque, evidentemente, não poderia esse TCE afastar-se do seu costumeiro e correto –porque constitucional - caminho de analisar também o balanço, as contas apresentadas pelopróprio Chefe do Poder Executivo. E aí, onde jamais se podia esperar, problemas de imensarelevância foram constatados.

É que a disponibilidade financeira do Estado, em 31/12/2008, foi publicada pela SEFAZ noRelatório de Gestão Fiscal (RGF) do 3º quadrimestre de 2008 como sendo de R$844.129milhões. Entretanto, se forem excluídos dessa disponibilidade os valores relativos às receitas detransferência da União, incorporadas ao ativo financeiro do Estado em 2008 (R$253.049milhões), cujos recolhimentos efetivos ao Tesouro estadual somente ocorreram em 2009, osrecursos vinculados calculados pelos auditores deste TCE (R$714.221 milhões), bem como osempenhos realizados e liquidados por diversas unidades orçamentárias do Estado e anulados (sic)pela SEFAZ, com data de movimento (sic) de 30 e 31.12.2008 (R$251.701 milhões), tem-se umadisponibilidade financeira líquida efetiva negativa de R$374.842 milhões, como já demonstradonas conclusões do Relatório.

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TCE Versão Simplificada do Relatório e Parecer Prévio

Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

Assim, confrontando-se a cifra de R$844.129 milhões publicada como disponibilidade financeirado Estado no RGF do 3º quadrimestre, com o valor disponível líquido negativo de R$374.842milhões, calculado por este TCE, verifica-se redução, em termos nominais, de cerca deR$1.218.971, entre o valor divulgado e a disponibilidade efetiva do Tesouro estadual, implicando,conseqüentemente, em forte contração da capacidade de o Estado honrar seus compromissos decurto prazo.

Em suma, o Estado houvera empenhado e liquidado valores muito acima das suasdisponibilidades, conduta, implícita, mas indiscutivelmente vedada pela Lei de ResponsabilidadeFiscal, consoante muitos o afirmam e especialmente a própria Secretaria da Fazenda napublicação por ela própria patrocinada “Parâmetros para uma Gestão Fiscal responsável”, verbis:“Restos a pagar, assim entendidos como despesas empenhadas e não pagas, constituem-se, defato, em dívidas de curto prazo e como tais precisam de cobertura de caixa. Assim, no final decada exercício, as despesas inscritas em restos a pagar deverão estar, todas elas, cobertas peladisponibilidade constante nas contas de caixas e bancos”.

E mais: “[...] De nada adiantariam os mecanismos de avaliação bimestral e de limitação deempenho, que objetivam a adequação das despesas à efetiva capacidade de geração de caixa, sefosse admitida a existência de restos a pagar sem a necessária disponibilidade de recursos para asua cobertura”.

O fato é que, apesar dos limites – implícitos é certo, mas sempre limites – impostos pela LRF,ainda assim, o somatório dos empenhos liquidados, ultrapassavam, no mínimo, em bem mais deduas centenas de milhões de reais as verdadeiras disponibilidades, isso porque o Poder Executivofalhou na avaliação bimestral e não se utilizou, tempestivamente, do mecanismo da limitação deempenho.

Inevitavelmente, a partir disso, fosse proceder a obrigatória inscrição em restos a pagar, e estariapraticando ato impróprio, ilegal, conduta que, até mesmo, poderia ser exaustivamentequestionada, até porque aparentemente criminalizada, a teor do art. 359B do Código Penal, com aredação dada pelo art. 1º da Lei 10.028/2000, textualmente: “Ordenar ou autorizar a inscrição emrestos a pagar, de despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limiteestabelecido em lei”

E agora vem o mais grave: Certamente que, tentando evitar a inscrição em restos a pagar, ouobstruir, obstaculizar, esconder esse imperdoável desvio, o incontrolado excesso de gastos (tudoo que já narrado), e antes do encerramento dos balanços do Estado do exercício de 2008, agentesda SEFAZ excluíram, indevidamente, dos sistemas informatizados da Administração Pública,registros de empenhos inquestionavelmente legais, já anteriormente liquidados por diversassecretarias, órgãos e entidades do Poder Executivo estadual, formalmente, nas datas de 30 e31/12/2008 (embora evidências em poder do relator demonstrem que a exclusão se deu em dataposterior), em valores que somam, pelo menos, R$251.701.171,74.

O Excelentíssimo Senhor Secretário da Fazenda foi notificado pela Relatoria para informar“sobre a competência do(s) agente(s) responsável(is), o fundamento legal, motivos de fato e dedireito e demais razões técnico-jurídicas que levaram essa Secretaria a promover os atos, acimamencionados [...]” (oficio 020/2009).

Em resposta, a SEFAZ, através ofício no 088/2009, considerando “se tratar de ajustes deencerramento de exercício” (sic), apresentou comentários sobre os procedimentos adotados,tendo sustentado sua argumentação, inclusive, em análise comparada de manuais e normas

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editadas pelos Governos dos Estados de Sergipe, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Piauí, e deexperiências supostamente similares adotadas pelo próprio Estado da Bahia em anos anteriores,quando despesas deixavam de ser empenhadas em um exercício para serem empenhadas noexercício subseqüente, como Despesas de Exercícios Anteriores (DEA), sem, contudo, responderàs questões formuladas pela Relatoria.

(Antes de prosseguir, impõe-se um esclarecimento pelo bem da verdade. Assim é que o meuGabinete, em pesquisa realizada, não encontrou evidências, pelo menos nos últimos 10 anos, deque o Estado da Bahia tenha adotado o procedimento, descrito acima, de cancelar maciçamente,em final de exercício financeiro, empenhos liquidados e não pagos, deixando de registrar adespesa como Restos a Pagar Processados, produzindo graves irregularidades e distorções nãoredutíveis às encontradas nas práticas – também censuráveis –, mencionadas no ofício 020/2009da SEFAZ, relacionadas ao reconhecimento, no ano seguinte, de Despesas de ExercíciosAnteriores).

Prosseguindo. O procedimento adotado por agentes da SEFAZ – que o qualificou ora como“empenhos anulados após a liquidação” (sic), ora como “estorno” (sic) sobre ser verdadeira umateratologia jurídica, é irrito e nulo – e, pois, legalmente inexistente - por muitos motivos ecircunstâncias.

Primeiramente, empenho da despesa, na sua mais precisa definição dada, aliás, pela Lei Estadual2.322/1966, “é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação depagamento, pendente ou não de implemento de condição”. Imperioso assim concluir, é atoadministrativo praticado por agentes, “órgãos a que forem consignadas dotações” e que,portanto, são “os competentes para administrá-las, o que “implica também na (competência) deempenhar, autorizar despesa, promover liquidação, requisitar adiantamentos, ordenar pagamentose praticar todos os outros atos necessários a realização da despesa”.

Demais disso, implementada a condição, in casu, a liquidação, o ato, está aperfeiçoado, sendo“específico, só operando efeitos jurídicos entre as partes – Administração e administradorequerente – impondo a ambos a observância de seu conteúdo e o respeito às condições de suaexecução”, sendo pois definitivo porque embasado no reconhecimento de crédito individual deum administrado que passa a ser detentor de um direito subjetivo em face do Estado.

Assim, tudo bem praticado, em curso o procedimento da despesa pública, nota de empenhoemitida, registrada e sobretudo liquidada, estamos em face de um “ato jurídico perfeito” amerecer garantia da própria Constituição Federal, a teor do seu art. 5º (inciso XXXVI), capítulo“Dos Direitos e Garantias Individuais”.

Daí, esses empenhos, aperfeiçoados pela liquidação, não poderiam, sob nenhuma hipótese, serinvalidados, impossível sua revogação, anulação, muito menos “seu estorno”, como, inusitadadesfaçatez, singelamente declarou a SEFAZ. E, grife-se, mesmo a anulação, somente seriapossível, se procedida antes da liquidação (tendo em vista que esta “consiste na verificação dodireito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios dorespectivo crédito”) e a teor do art. 37 da Lei Estadual 2.322/1966, se não tivesse sido prestado“o serviço nem realizado o fornecimento do material”.

E, sobretudo, exclusivamente – repete-se a dicção da norma: exclusivamente - nos casosprevistos na Lei – mediante ato praticado pela autoridade emitente do empenho é que se poderiaproceder tal anulação, possibilidade, portanto, taxativamente negada a qualquer outro agente,

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Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

inclusive, claro, os da SEFAZ, que, aliás, não portam, nem poderiam portar, regimentalmente,competência para isso.

Nesse passo, vale registrar a preciosa lição do saudoso Hely Lopes Meirelles (na 18º edição doseu insuperável “Direito Administrativo Brasileiro”, pag 134):

Todo o ato emanado de agente incompetente, ou realizado além do limite deque dispõe a autoridade incumbida de sua prática, é inválido por lhe faltarelemento básico de sua perfeição, qual seja, o poder jurídico para manifestar avontade da Administração. Daí a oportuna advertência de Caio Tácito de quenão é competente quem quer, mas quem pode, segundo a norma dodireito. (Grifou-se)

Inexiste, assim, qualquer pressuposto fático ou legal para o ato de “estorno” (sic), procedido pelaSEFAZ, até porque a palavra – estorno – tem conteúdo jurídico próprio, consistindo, naspalavras da sempre mencionada e aparentemente esquecida Lei nº 2.322/1966 – embora complena vigência naquilo que não foi, expressamente, revogada –“Compreende-se por estorno deverba a imputação imprópria de despesa a elemento ou a unidade orçamentária”

Grife-se, ademais, que sem evidência da existência de justificativa legal e decisão de autoridadecompetente, o processamento de despesas regularmente executadas por diversas unidadesorçamentárias do Estado, que obrigatoriamente deveriam ser registradas como Restos a PagarProcessados - e não o foram - subavaliaram em mais de R$251 milhões a Despesa Orçamentária,a disponibilidade financeira líquida do Estado e o resultado do exercício de 2008.

Mas não apenas. A decisão de agentes da Secretaria da Fazenda (SEFAZ) “estornar empenhosliquidados” (sic), retirando injustificadamente da contabilidade do Estado os registros dessasdespesas regularmente realizadas, em prejuízo do interesse público e de credores daAdministração, não apenas fere os princípios constitucionais - legalidade, economicidade, boa fé,transparência e razoabilidade – como, indo além, parece também estar circunscrito no tipoprevisto no art. 313A (incluído pela Lei nº 9.983/2000) do Código Penal in verbis:

Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterarou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados oubancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagemindevida para si ou para outrem ou para causar dano.

(Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa, que será aumentada deum terço até a metade, se da modificação ou alteração resultar dano para aAdministração Pública ou para o administrado).

O que, aliás, no meu entendimento, parece ter ocorrido, sendo de salientar, ademais, que taisexclusões foram produto da deliberada vontade de agente ou agentes.

Nesse passo, impossível deixar de mencionar fato que, embora ocorrido no exercício de 2009,está inteiramente imbricado com tudo o que vem sendo desenvolvido e serve para bemdemonstrar esse raciocínio.

É que veio ter às mãos do Relator, no curso desse trabalho, documento onde se demonstra opagamento de R$2.114.568,68 para alguns credores, dentre esses a Júlio Simões Logística (R$1.654.550,70), diretamente efetuado pelo Depat (Departamento do Tesouro) da Secretaria daFazenda.

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIA48

TCE Versão Simplificada do Relatório e Parecer Prévio

Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

O curioso é que, embora fosse esse um dentre tantos empenhos ilegalmente “estornados” (sic),era, provavelmente, um dos únicos, talvez o único, que legalmente pudesse ter sidoverdadeiramente anulado (se procedido por agente competente claro), vez que, por causa docontrato que lhe deu origem, dos valores nele envolvidos, que dizem, foram superfaturados, dasdenúncias de corrupção ativa e passiva noticiados, pois, contaminado pela suspeita demalversação do dinheiro público ou dano ao erário, está sendo objeto de investigações einquéritos, seja na área administrativa, seja na policial e certamente criminal.

Pagamento efetuado, agente da SEFAZ encaminha ofício ao ordenador da PM – legalmente ogestor responsável –, pedindo, singelamente, a regularização do pagamento já feito,inexplicavelmente, pelo próprio DEPAT, in casu manifestamente incompetente para procedê-lo.

Lógico, tal fato causa profunda estranheza e mesmo perplexa incredulidade, até porque, nem seconsegue compreender a manutenção de uma relação obrigacional se – acusa-se, prende-se,demite-se, abrem-se inquéritos – eivada, no mínimo, de má-fé procedimental, quanto mais esseespúrio e injustificado pagamento realizado. E quem estaria interessado nele? Qual a suamotivação? São perguntas que ficam para a resposta de auditoria especial já determinada, aliás,pela Presidência deste Tribunal de Contas do Estado da Bahia.

Tamanha imprudência – para dizer o menos – com o dinheiro público, serve, entretanto, para ofim de demonstrar que a SEFAZ, embora o infirme, sempre soube que os tais “estornos” nãoeram sérios, não eram legais, não eram verdadeiros. Até porque, se procedido esse pagamento(cujas fotocópias evidenciadores fiz anexar ao presente processo), sem base legal, sem empenho,sem liquidação, sem o devido processo legal, e estaríamos em face de fatos mais uma vez insertosna moldura de outro tipo penal, porquanto isso representaria, entendo, despesa não autorizadapor Lei, tipo penal insculpido, agora, no art. 359 do Código Penal, com a redação que lhe foidada pela Lei 10.028/2000.Do ponto de vista das Contas apresentadas pelo Exmo. Sr. Governador do Estado,evidentemente que a antijurídica exclusão dos dados, como relatado, modifica inteiramente arealidade contábil dos balanços, que perderam sua fidedignidade, a partir mesmo dadisponibilidade financeira do Estado, que, informada na prestação como sendo de R$844.129milhões, é, entretanto, “indisponibilidade financeira”, vez que se apresenta efetiva e negativa emmais de R$374 milhões, consoante demonstrado no nosso Relatório.

Saliente-se, ademais, que, certamente por conta disso tudo, a meta de redução da Dívida FiscalLíquida (DFL) do Estado, em R$694.991.000,00 (Resultado Nominal), conforme fixado noAnexo de Metas Fiscais da LDO/2008, não foi atingida, tendo sido a dívida pública estadual, aocontrário, nominalmente aumentada no exercício em, pelo menos, R$162.425.072,63,representando, portanto, desvio da meta em, no mínimo, R$857.416.072,63.

Por seu turno, também a meta de Resultado Primário, fixada pela LDO/2008, que previaReceitas Fiscais do Estado maiores que suas Despesas Fiscais em, pelo menos,R$1.342.402.000,00, equivalente a 1,13% do PIB baiano, também não foi atingida, na medida emque essa diferença foi de, no máximo, R$1.185.644.445,09, abaixo do previsto emR$156.757.554,91, correspondendo a, aproximadamente, 11,7% abaixo da meta legal fixada.

Antes de encerrar, vale ressaltar que o Poder Executivo não demonstrou o implemento dospressupostos para os aumentos da despesa de pessoal estabelecidos pelas leis estaduais11.042/2008, 11.050/2008, 11.051/2008, 11.055/2008, 11.056/2008, constantes dos arts. 16 e 17da LRF, o que traz graves questionamentos quanto à legalidade e validade dessas despesas.

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIA 49

TCE Versão Simplificada do Relatório e Parecer Prévio

Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

Quanto ao impressionante aumento das despesas de custeio, o TCE, embora devesse, nãoprocedeu à tempestiva análise do cumprimento dos antes citados artigos da LRF.

Tudo posto, tantos problemas encontrados, parece-me inconteste que as Contas apresentadas, daresponsabilidade constitucional do Exmo. Sr. Governador do Estado, não representam,adequadamente, a gestão financeira do exercício de 2008.

Demais disso, tais contas não evidenciam a responsabilidade da gestão fiscal, que deveriacompreender uma ação planejada e transparente, mediante o acesso público às informaçõesrelativas ao Orçamento anual, inclusive por meios eletrônicos, pois, antes, ao contrário, frustam atransparência, mediante a subtração antijurídica de dados do sistema.

Por todo o exposto, VOTO pela desaprovação das presentes Contas, na forma do Projeto deParecer em anexo.

É o voto.

Sala das Sessões, em 02 de junho de 2009.

Conselheiro Pedro Henrique Lino de SouzaRelator das Contas

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIA 53

TCE Versão Simplificada do Relatório e Parecer Prévio

Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

PROJETO DE PARECER PRÉVIO SOBRE AS CONTAS DO CHEFE DO PODEREXECUTIVO DO ESTADO DA BAHIA

À

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA BAHIA

O TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIA, reunido em Tribunal Pleno,observando o disposto no art. 71, inciso I, da Constituição Federal, no art. 91, inciso I, daConstituição do Estado da Bahia e no art. 1º, inciso I, da Lei Complementar n.º 005/1991,Orgânica do Tribunal, e

CONSIDERANDO que as Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia, relativasao exercício financeiro de 2008, foram prestadas pelo Excelentíssimo Senhor GovernadorJAQUES WAGNER à Assembléia Legislativa do Estado no prazo constitucional, tendo sidoencaminhadas a este Tribunal, pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembléia Legislativa,Deputado MARCELO NILO, para os fins previstos no art. 91, inciso I, da Constituição doEstado da Bahia;

CONSIDERANDO que foi suspenso, em face de liminar concedida em 09/08/2007, peloSupremo Tribunal Federal (STF), na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) n.º 2.238, odisposto no art. 56 da Lei Complementar n.º 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), queestabelece a emissão, pelos Tribunais de Contas, de Parecer Prévio, separadamente, em relação àsContas prestadas pelos Chefes dos Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo e do MinistérioPúblico, estando o presente exame circunscrito, portanto, a emissão de Relatório e Parecer Préviosobre as Contas do Chefe do Poder Executivo, relativas ao exercício encerrado em 31/12/2008;

CONSIDERANDO que a presente prestação de contas do Chefe do Poder Executivo do Estadoda Bahia, ingressou nesta Casa em 31/03/2009, contendo relatórios, balanços e demonstrativoscontábeis e outros documentos previstos em Lei e no Regimento Interno deste Tribunal deContas, constituindo-se no processo protocolado sob nº TCE/001023/2009;

CONSIDERANDO que as irregularidades e ressalvas indicadas na conclusão do Relatório e doVoto do Relator requerem a adoção de medidas de apuração de responsabilidade de agentes eautoridades públicas pela própria Administração e pelo Ministério Público;

CONSIDERANDO que os exames realizados nas presentes Contas, bem como a emissão desteParecer Prévio, por sua própria natureza e extensão, não constituem em revisão sistemática ecompleta da gestão dos órgãos, entidades e fundos da Administração direta e indireta do PoderExecutivo do Estado da Bahia, cujas prestações de contas – observadas as normas legais epráticas contábeis vigentes – serão objeto de exames auditoriais e julgamentos próprios eespecíficos por este Tribunal de Contas;

CONSIDERANDO que a meta de redução da Dívida Fiscal Líquida (DFL) do Estado em R$695milhões (Resultado Nominal), fixada no Anexo de Metas Fiscais da LDO/2008, não foi atingida,tendo sido a dívida pública estadual, ao contrário, nominalmente aumentada no exercício em,pelo menos, R$162 milhões, representando, portanto, desvio da meta em, no mínimo, R$857milhões;

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TCE Versão Simplificada do Relatório e Parecer Prévio

Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

CONSIDERANDO que a meta de Resultado Primário fixada pela LDO/2008, prevendo que asReceitas Fiscais do Estado fossem maiores que suas Despesas Fiscais em, pelo menos, R$1,3bilhão, equivalente a 1,13% do PIB baiano, também não foi atingida, na medida em que essadiferença foi de, no máximo, R$1,2 bilhão, abaixo do previsto em R$157 milhões,correspondendo a aproximadamente 11,7% abaixo da meta legal fixada;

CONSIDERANDO que antes do encerramento dos balanços do Estado da Bahia do exercíciode 2008, a Secretaria da Fazenda do Estado (SEFAZ) promoveu a retirada irregular dos registroscontábeis do Estado, de empenhos liquidados por diversas secretarias, órgãos e entidades doPoder Executivo estadual, identificados como “empenhos anulados após a liquidação” (sic), com“datas de estorno da liquidação” (sic) de 30 e 31/12/2008, em valores que somam, pelo menos,R$252 milhões, alterando artificialmente, por conseguinte, o resultado orçamentário, financeiro epatrimonial do exercício, subavaliando a Despesa Orçamentária, o montante inscrito em Restos aPagar e a disponibilidade financeira líquida efetiva do Estado em 31/12/2008;

CONSIDERANDO que a decisão da Secretaria da Fazenda (SEFAZ) de anular empenhosliquidados (sic), retirando da contabilidade do Estado os registros dessas despesas realizadas pordiversas unidades orçamentárias, sem evidência da existência de justificativa legal e de decisão deautoridade competente, em prejuízo do interesse público e de credores da Administração, feriu osprincípios da legalidade, economicidade, eficiência, boa fé, transparência e razoabilidade;

CONSIDERANDO que a disponibilidade financeira do Estado, em 31/12/2008, foi publicadapela Secretaria da Fazenda (SEFAZ) no Relatório de Gestão Fiscal (RGF) do 3º quadrimestre de2008 como sendo de R$844 milhões;

CONSIDERANDO, entretanto, que quando são excluídos dessa disponibilidade os valoresrelativos às receitas de transferência da União, incorporadas ao ativo financeiro do Estado em2008 (R$253 milhões), cujos recolhimentos efetivos ao Tesouro estadual somente ocorreram em2009, os recursos vinculados calculados pelos auditores deste TCE (R$714 milhões), bem comoos empenhos realizados e liquidados por diversas unidades orçamentárias do Estado e anulados(sic) pela Secretaria da Fazenda (SEFAZ), com data de movimento (sic) de 30 e 31/12/2008(R$252 milhões), têm-se uma disponibilidade financeira líquida negativa de R$375 milhões;

CONSIDERANDO que quando se confronta a cifra de R$844 milhões, publicada comodisponibilidade financeira do Estado no RGF do 3º quadrimestre de 2008, com o valordisponível líquido negativo de R$375 milhões, calculado por este TCE, verifica-se redução, emtermos nominais, de cerca de R$1,2 milhão, entre o valor divulgado e a disponibilidade efetiva doTesouro estadual, implicando, conseqüentemente, em forte contração da capacidade do Estadohonrar seus compromissos de curto prazo;

CONSIDERANDO que o resultado orçamentário do exercício de 2008, representado pelasreceitas arrecadadas menos as despesas realizadas, foi negativo em cerca de R$224 milhões,enquanto no exercício anterior esse resultado foi superavitário de R$381 milhões;

CONSIDERANDO que a receita orçamentária total arrecadada no exercício (R$19,6 bilhões)cresceu, em termos nominais, 13,7%, em relação ao ano anterior (R$17,2 bilhões), enquanto quea despesa orçamentária total realizada no ano de 2008 (R$19,9 bilhões) aumentou, nominalmente,17,8% em relação ao exercício de 2007 (R$16,9 bilhões), sendo que a despesa com pessoal eencargos aumentou 16,0% (R$9,4 bilhões em 2008 e R$8,1 bilhões em 2007), os gastos comoutras despesas de custeio cresceram 17,2% (R$4,1 bilhões em 2008 e R$3,5 bilhões em 2007), e

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIA 55

TCE Versão Simplificada do Relatório e Parecer Prévio

Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

as despesas com investimentos cresceram 45,5% (R$1,2 bilhão em 2008 e R$825 milhões em2007);

CONSIDERANDO que a geração de despesas de pessoal, decorrentes das Leis Estaduais n.os

11.042/2008, 11.050/2008, 11.051/2008, 11.055/2008 e 11.056/2008, que tratam do aumentonos vencimentos/vantagens, com a criação de gratificação e/ou de cargo para determinadascategorias de servidores públicos, ou do aumento de seus valores, impõe ao ente público aobediência das determinações contidas nos artigos 16 e 17 da LRF, sob pena de nulidade do atoque deu causa ao aumento de despesa com pessoal, nos termos do art. 15 e 21, I da referida Lei;

CONSIDERANDO que a SAEB foi notificada por este Tribunal (Ofício Gabinete 01/09,datado de 28/05/2009) para que apresentasse “documentos e/ou justificativas de que houve aelaboração da estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que a despesaentrou em vigor e nos dois subseqüentes; da declaração do ordenador da despesa acerca dacompatibilidade da despesa com a LOA, LDO e PPA; e da comprovação de não afetação dasmetas de resultados fiscais, bem como se a publicação dos supracitados atos normativos foramacompanhadas das peças anteriormente mencionadas”, tendo a SAEB (através do Ofício GASECnº 287/2009, datado de 01/06/2009) afirmado que as citadas leis “atenderam as exigênciasprevistas na LRF e LOA”, sem, contudo, apresentar documentação que sustentasse tal assertiva;

CONSIDERANDO que a realização, em 2008, de despesas com pessoal contratado através doRegime Especial de Direito Administrativo (REDA), no âmbito de diversas Secretarias e órgãosdiretamente vinculados ao Governador, no montante anual de R$353 milhões, representaramincremento de 28% em relação a gastos nessa rubrica no exercício de 2007;

CONSIDERANDO que o déficit atuarial do FUNPREV, em 2008, cresceu cerca de 10% emrelação ao ano anterior, tendo sido apurado o déficit técnico, com data-base agosto/2008, nomontante de R$38 bilhões, cuja cobertura vem sendo feita com recursos orçamentários doTesouro estadual, tendo sido destinados ao Fundo, em 2008, recursos orçamentários na ordemde cerca de R$557 milhões;

CONSIDERANDO que o Poder Executivo, no exercício de 2008, descumpriu a Lei deResponsabilidade Fiscal, no tocante a Precatórios, especialmente quanto a: (i) sentenças judiciaispendentes de pagamento no montante de R$234 milhões; (ii) ausência de evidências de registro,nos controles da Secretaria da Fazenda (SEFAZ), de débitos judiciais relativos a sentençasapresentadas para pagamento em 2008, que totalizam R$42 milhões; (iii) subavaliação do PassivoPermanente do Estado em, pelo menos, R$42 milhões, em face da não incorporação deprecatórios e requisições de pequeno valor à dívida consolidada do Estado;

CONSIDERANDO que em 2008 o Estado promoveu o pagamento, com sentenças judiciais daadministração direta do Poder Executivo estadual, apenas do valor de R$25 milhões, quecorresponde a cerca de 11% da dotação orçamentária de R$228 milhões, fixada pela LOA doexercício, desobedecendo o disposto no art. 100, § 1º, da Constituição Federal;

CONSIDERANDO que o Passivo Permanente do Estado encontra-se subavaliado em, pelomenos, R$1,2 bilhão, em face do não reconhecimento do passivo da DESENVALE (entidadeextinta) no valor de R$1,0 bilhão e da URBIS (empresa em liquidação), no valor de R$143milhões, da não contabilização de precatórios no montante de R$42 milhões, e do valor do saldoda dívida da URBIS, referente a parcelamentos de tributos federais, no valor de R$6,9 milhões;

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Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

CONSIDERANDO que apesar das reiteradas recomendações que vêm sendo feitas por esteTribunal, inclusive em Relatórios sobre as Contas de Governo, a estrutura do sistema de controleinterno do Poder Executivo estadual permanece sem produzir informações adequadas,tempestivas e suficientes para a apresentação, junto aos processos de prestações de contas, dosrespectivos Certificados de Auditoria, previstos na Resolução TCE nº 63/2003, fato indicativo dadebilidade dos controles internos do Estado e que tem repercutido nos trabalhos auditoriais acargo deste Tribunal quando da instrução, para julgamento, das contas dos ordenadores eadministradores dos órgãos e entidades do Poder Executivo estadual;

CONSIDERANDO que a Secretaria da Fazenda (SEFAZ) permaneceu, no exercício de 2008,sem segregar, no Sistema de Caixa Único do Estado, as aplicações dos recursos do FUNDEB,prejudicando a identificação dos valores provenientes dos rendimentos das aplicações financeirasdesses recursos, que devem ser apropriados ao mencionado Fundo, nos termos da ConstituiçãoFederal e da legislação específica aplicável;

CONSIDERANDO que a Secretaria da Fazenda (SEFAZ) manteve, em 2008, como vem sendoverificado pelos auditores do TCE em anos anteriores, saldo significativo de recursos semutilização na conta “Recursos Disponíveis – Royalties”, provenientes da receita auferida peloEstado como compensação financeira pela exploração, em seu território, de petróleo, gás natural,recursos hídricos e minerais. O saldo inicial dessa conta em 2008 foi de R$283 milhões, tendoingressado no período recursos na ordem de R$264 milhões e saído da conta o valor de R$216milhões, gerando o saldo, ao final do exercício, de R$331 milhões;

CONSIDERANDO as deficiências nos controles da Dívida Ativa do Estado, que atingiu o valorde R$39 milhões no exercício de 2008, tendo sido apresentado pela Secretaria da Fazenda(SEFAZ) ao TCE, em 14/04/2009, plano de ação com as providências adotadas e a adotar,destinadas a sanar os pontos destacados a seguir: (i) processos fiscais extraviados com risco deprescrição; (ii) morosidade na inscrição dos processos fiscais em situação de revelia, com risco deprescrição; (iii) morosidade no atendimento de diligências; (iii) processos administrativos fiscaissem identificação do contribuinte e sem data de ciência da lavratura do auto; sendo informadopelos auditores do TCE que quanto à morosidade no ajuizamento de execuções fiscais, a SEFAZnão apresentou informação;

CONSIDERANDO que, em 2008, a despesa realizada pelo Poder Executivo estadual compropaganda, promoção e divulgação das ações do Estado foi da ordem de R$66 milhões,representando acréscimo de cerca de 78% em relação aos gastos efetuados nessa rubrica noexercício anterior;

CONSIDERANDO que o Estado realizou pagamentos, com recursos do FUNDEB, dedespesas inelegíveis ao Fundo, no montante de, pelo menos, R$27 milhões, o que interfere naapuração do cálculo do limite mínimo de 60% para aplicação dos recursos do Fundo naremuneração do magistério do ensino fundamental e médio;

CONSIDERANDO que a Empresa Baiana de Alimentos S.A. (EBAL) permanece não sendoreconhecida pelo Estado como empresa estatal dependente, apesar de ter recebido, em 2008,recursos do Tesouro estadual na ordem de R$94 milhões, destinados ao atendimento dasdespesas com o custeio da entidade;

CONSIDERANDO que o Plano Plurianual (PPA) elaborado para o quadriênio 2008-2011 prevêgastos orçamentários no montante de aproximadamente R$18,9 bilhões para os projetos e

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIA 57

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Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

atividades finalísticos, tendo sido priorizada a área social: educação, saúde e ações de combate àpobreza e promoção de emprego e renda;

CONSIDERANDO que a análise do desempenho físico-financeiro dos programas finalísticosconstantes do PPA, demonstrou que a execução orçamentária (despesas liquidadas) dessesprogramas foi de cerca de 59%.

CONSIDERANDO que os seguintes programas finalísticos apresentaram, no exercício de 2008,desempenho financeiro abaixo de 30% de execução dos créditos orçamentários fixados na LOA:246 - Inpactur: Infra-estrutura para Aceleração do Crescimento do Turismo, 0,07%; 282 -Desenvolvimento Ambiental – PDA, 1,41%; 279 - Gerenciamento Integrado de RecursosHídricos - PGRH II, 2,75%; 249 - Interiorização e Regionalização do Turismo, 3,27%; 146 -Esporte de Alto Rendimento, 3,82%; 273 - Conquistando Horizontes: Restauração e Manutençãode Rodovias – Premar, 4,43%; 229 - Gestão das Políticas de Desenvolvimento Regional, 6,01%;288 - Velho Chico Vivo, 6,93%; 296 - Biossustentável: Produção e Uso de Biocombustíveis daBahia, 7,12%; 163 - Dias Melhores: Urbanização e Desenvolvimento Integrado em ÁreasCarentes, 9,34%; 169 - Regularização Jurídico-fundiária em Áreas Urbanas, 9,85%; 294 - EnergiaAlternativa Renovável, 10,37%; 187 - Gestão da Política de Cidadania e Direitos Humanos,11,77%; 248 - Qualidade dos Serviços Turísticos, 13,06%; 245 - Prodetur: Fortalecimento dasZonas Turísticas, 14,82%; 227 - Gestão de Compras Públicas, Logística e de Patrimônio, 15,10%;226 - Apoio à Modernização da Gestão e do Planejamento dos Estados: Pnage-BA, 17,66%; 295- TecnoVia: Parque Tecnológico de Salvador, 19,53%; 199 - Expansão e Modernização doSistema de Segurança Pública, 22,43%; 232 - Qualidade na Gestão da Tecnologia da Informaçãoe Comunicação - TIC para a Administração Pública, 23,18%; 274 - Encurtando Distâncias:Logística de Transporte e Infra-estrutura para a Intermodalidade, 24,43%; 218 - Regulação eFiscalização dos Serviços Públicos Delegados, 25,65%; 243 - Fomento e Desenvolvimento doSetor Mineral com Inclusão Social, 26,03%; 303 - Desenvolvimento do Empreendedorismo e daInovação Tecnológica, 27,94%; 247 - Dinamização da Cadeia Produtiva do Turismo, 28,10%;

CONSIDERANDO que os exames realizados nas presentes Contas do Poder Executivo,relativas ao exercício findo em 31/12/2008, bem como a emissão deste Parecer Prévio, nãointerferem nem condicionam o posterior julgamento, pelo Tribunal, das contas dosadministradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores da Administração Públicadireta, indireta ou fundacional, dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e do MinistérioPúblico, bem como dos que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulteprejuízo ao Erário, conforme o disposto no art. 71, inciso II, da Constituição Federal e no art. 91,inciso II, da Constituição do Estado da Bahia,

É DE PARECER que as presentes Contas não representam, adequadamente, em seus aspectosrelevantes, a posição orçamentária, financeira e patrimonial do Poder Executivo do Estado daBahia em 31 de dezembro de 2008 e o resultado da execução orçamentária do exercíciofinanceiro findo naquela data, em face do disposto no Plano Plurianual (PPA 2008-2011, Lei n.º10.705 de 14/11/2007), na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO/2008, Lei n.º 10.648 de26/07/2007), na Lei Orçamentária Anual (LOA/2008, Lei n.º 10.956 de 28/12/2007), e, ainda,tendo em vista os princípios constitucionais da legalidade, economicidade, finalidade, eficiência,transparência e razoabilidade, a Lei n.º 4.320/64, a Lei Complementar n.º 101/2000, a LeiEstadual n.º 2.322/1966, e demais leis e regulamentos aplicáveis, as Contas do Chefe do PoderExecutivo do Estado da Bahia, de responsabilidade do Excelentíssimo Senhor Governador,JAQUES WAGNER, devem ser desaprovadas pela Assembléia Legislativa do Estado da Bahia.

Tribunal de Contas do Estado da Bahia, em 02 de junho de 2009.

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIA58

TCE Versão Simplificada do Relatório e Parecer Prévio

Contas do Chefe do Poder Executivo do Estado da Bahia - Exercício de 2008

Conselheiro MANOEL FIGUEIREDO CASTROPresidente

Conselheiro FILEMON NETO MATOSVice-Presidente

Conselheiro JUSTINIANO ZILTON ROCHACorregedor

Conselheiro ANTONIO FRANÇA TEIXEIRA

Conselheiro PEDRO HENRIQUE LINO DE SOUZARelator das Contas

Conselheiro ANTONIO HONORATO DE CASTRO NETO

Conselheira RIDALVA CORREA DE MELO FIGUEIREDO

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