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Escoamento permanente de fluido incompressível em condutos forçados PLT: PORTO DE MELO, Rodrigo. Hidráulica Básica. Capítulo 2 Prof. Bruno Scuracchio

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Escoamento permanente de fluido incompressível em condutos forçados

• PLT: PORTO DE MELO, Rodrigo. Hidráulica Básica. Capítulo 2

• Prof. Bruno Scuracchio

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Revisão de conceitos e Objetivo

• A equação da energia para fluidos incompressíveis em regime permanente é dada por:

• Nos problemas em instalações hidráulicas, vale a equação anterior, sabendo que teremos que determinar uma de suas parcelas a partir das outras 3;

• Mas muitas vezes teremos que calcular e não sabemos o valor de ;

• Objetivo: calcular as perdas de carga e assim resolver a equação acima.

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O que é um conduto?

• “conduto é qualquer estrutura sólida, destinada ao transporte de fluidos” (BRUNETTI, 2010);

• Os condutos de seção circular são também conhecidos como tubos ou tubulações;

• Elemento linear que liga duas conexões;

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O que é um conduto forçado?• É um conduto onde o fluido escoa a plena seção, ou seja,

ele ocupa toda a seção do conduto;

• Ou de outra forma, “um conduto é dito forçado quando o fluído que nele escoa, o preenche totalmente, estando em contato com toda a sua parede interna, não apresentando nenhuma superfície livre (BRUNETTI, 2010);

• Neste caso, nos cálculos de tubulações, o fator de perda de carga é importante;

• Ocorrem perdas de carga devido ao atrito do fluido com a parede do conduto e também devido à viscosidade do líquido escando;

• Figura (a)

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O que é um conduto livre?

• O que é um conduto livre?

• É um conduto onde o fluído que escoa por ele apresenta uma superfície livre.

• Figura (b)

• Exemplos na prática? Canais de irrigação, rio Tietê, outros???

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Raio e Diâmetro Hidráulico

• Raio hidráulico:

• Diâmetro hidráulico:

• A é a área transversal de escoamento do fluído;

• 𝜎 é o perímetro (ou trecho do perímetro) molhado, referente à seção da área A, em que o fluído está em contato com a parede do tubo;

• Dedução dos valores de A, , e para alguns exemplos 𝜎de seção transversal;

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Raio e Diâmetro Hidráulico

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Rugosidade• “Os condutos apresentam asperezas que influem na perda de

carga dos fluidos em escoamento” (BRUNETTI, 2010);

• Podem apresentar disposição aleatória de altura e disposição;

• Podemos supor distribuição uniforme para efeito de estudo;

• 𝜀 é denominada rugosidade uniforme;

• é denominada rugosidade relativa.

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Classificação das perdas de carga• Perdas de carga distribuídas (): ocorre ao longo de tubos retos, de

seção constante, devido ao atrito das próprias partículas do fluído entre si. A perda de carga neste caso só é considerável em trechos relativamente longos, pois o atrito acontecerá de forma distribuida ao longo deles;

• Perdas de cargas locais ou singulares (): ocorre em trechos onde o fluído sofre perturbações bruscas em seu escoamento. Os locais onde ocorrem esses tipos de perda de carga (estreitamento brusco (1), estreitamento (4) cotovelos (2) e (3), alargamentos bruscos, válvulas (5), obstruções) são chamadas de singularidades;

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Classificação das perdas de carga

• Perda de carga total (): em uma instalação completa, a perda de carga total é dada pela equação:

• O termo é o termo da equação:

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Estudo da perda de carga distribuída(1) Condições de validade do estudo:

• Regime permanente, fluido incompressível;

• Condutos longos;

• Condutos cilíndricos de seção transversal constante;

• Diagrama de velocidades deve ser o mesmo em cada seção;

• Rugosidade uniforme;

• Trecho sem máquinas

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Estudo da perda de carga distribuída(2) Considerando as hipóteses acima, pela equação da continuidade pode-se provar que

(3) Da equação da energia em um trecho sem máquinas:

(4) Como não temos perda de carga singular no trecho, a perda de carga total será igual a perda de carga distribuída:

(5) Então podemos escrever que:

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Estudo da perda de carga distribuída(6) Pode-se então concluir (BRUNETTI, 2010):

“a perda de carga distribuída entre duas seções de um conduto é igual à diferença entre as cargas totais das duas seções, se mantidas as hipóteses descritas em (1).”

(7) Escrevendo as equações completas e considerando que a velocidade não se altera entre as seções:

(8) A soma é chamada de carga piezométrica (CP), e o lugar geométrico dos pontos é denominado linha piezométrica (LP);

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Estudo da perda de carga distribuída(9) Se somarmos o termo à carga piezométrica, podemos definir linha de energia (LE), que é o lugar geométrico dos pontos:

(10) Considerando as hipóteses de (1), a linha de energia é uma reta paralela à linha piezométrica, pois a velocidade é constante no trecho:

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Cálculo da perda de carga distribuída• Por análise dimensional, a fórmula da perda de carga

distribuída é dada por:

Onde:

é um valor obtido experimentalmente através de um diagrama universal (diagrama de Moody-Rouse), a partir do número de Reynolds e da rugosidade relativa

é a velocidade, que pode ser obtido através da vazão

é o diâmetro hidráulico

é o comprimento do conduto

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• Reynolds verificou que o fato do movimento ser laminar ou turbulento depende do valor do número adimensional

, • onde D é o diâmetro do tubo, v é a velocidade do fluido,

é a viscosidade dinâmica do fluido e é a viscosidade cinemática do fluido.

• Para tubos:• escoamento laminar• escoamento de transição• escoamento turbulento

Número de Reynolds (Revisão)

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Experiência de Nikuradse• Experiência para determinar a função ;

• Condutos com rugosidade uniforme, através da colagem de areia de granulosidade uniforme dentro dos condutos;

• Fixou os valores de e fez diversas aberturas de válvula, para diversas velocidades de fluido, obtendo diversos valores de , através da leitura dos manômetros;

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Experiência de Nikuradse• Com esses dados construiu um gráfico de

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Experiência de Nikuradse(I) Corresponde a , ou seja, escoamento laminar. Neste trecho, que pode ser aproximado por uma reta, o calculo do valor de dispensa o uso do diagrama, pois é obtido por:

(II) Corresponde a , ou seja, transição entre laminar e turbulento;

(III – hidraulicamente liso), (IV) e (V – hidraulicamente rugoso), corresponde a , e neste caso, é necessário o uso do diagrama para determinar o valor de .

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Condutos Industriais• A experiência de Nikuradse baseia-se no fato de

rugosidade uniforme;

• Os condutos industriais, na prática, apresentam uma distribuição aleatória de rugosidades;

• Colebrook repetiu as experiências de Nikuradse para condutos industriais e verificou que o comportamento experimental é análogo;

• Colebrook então criou o conceito de rugosidade equivalente , que é uma rugosidade fictícia, para ser substituída no lugar da rugosidade real com o mesmo efeito em um tubo industrial;

• A partir disso, Moody e Rouse construíram um diagrama semelhante ao de Nikuradse, mas para tubos reais;

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Diagrama de Moody-Rouse

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Exercício 1

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Fonte: BRUNETTI, Franco. Mecânica dos Fluidos. 2ª ed. São Paulo: Pearson - Prentice Hall, 2008

Exercício 1

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Exercício 2

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Exercício 2

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Exercício 3

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Exercício 3

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Exercício 3

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Exercício 4

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Exercício 4

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Exercício 4 e 5

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Exercício 5

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Exercício 5

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Estudo da perda de carga singular• A perda de carga singular é produzida por uma

perturbação brusca no escoamento do fluido;

• Essas perturbações são produzidas nas singularidades, como válvulas, registros, alargamento bruscos, etc.;

• A perda de carga singular é função da velocidade, propriedades do fluido e da geometria da singularidade;

• O cálculo da perda de carga singular é feita da seguinte forma:

• Onde é o coeficiente de perda de carga singular. Os valores de podem ser obtidos em manuais de hidráulica ou catálogo de fabricantes.

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Estudo da perda de carga singular

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Estudo da perda de carga singular• A perda de carga singular também

pode ser calculada através do método dos comprimentos equivalentes.

• “Comprimento equivalente de uma singularidade é o comprimento fictício de uma tubulação de seção constante de mesmo diâmetro, que produziria uma perda distribuída igual à perda singular de uma singularidade.” (BRUNETTI, 2010);

• Na prática, os comprimentos equivalentes são tabelados.

Fonte: www.tigre.com.br, acesso em 10/05/2012

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