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Escola Diocesana
De
Catequese
CATEQUESE DE INSPIRAÇÃO
-CATECUMENAL-
ORAÇÃO INICIAL
Oração do Espírito Santo
Leitura da Palavra: Cl 2,6-9
MISTAGOGIA
Objetivo:
Enviar para o serviço à comunidade eclesial e à sociedade, como discípulo missionário, em vista do permanente amadurecimento da fé
Viver a vida em comunidade a partir dos mistérios celebrados
EXPLICAÇÃO DO CAMINHO
SIGNIFICADO DE MISTAGOGIA É preciso internalizar bem o significado do termo “mistagogia” para
tentar efetivá-lo bem. O vocábulo é formado por duas palavras gregas: a) MISTA – termo que vem de mistério, isto é, o segredo, o presente de Deus, e que se resumiu em “mista”. b) AGOG- guia, condutor, orientador. Portanto, Mistagogia, significa processo de conduzir, guiar para dentro do mistério, dos segredos de Deus, em clima de fé portanto, de quem já passou pelo processo básico de iniciação.
CATEQUESE MISTAGÓGICA:
É um processo de Iniciação à vida cristã que começa pelo querigma
(anúncio), capaz de formar pessoas cristãs convictas do amor de
Deus; encantadas por Jesus Cristo e seu projeto de amor, através
de uma mística evangélico-missionária, orante, celebrativa,
vivencial, transformadora e comunitária.
•É um processo experiencial/ caminho formativo; verdadeiro
itinerário de formação cristã/ que conduz para dentro do mistério de
Deus e sustenta um encontro amoroso, que produz crescimento na
fé e amor aos irmãos e irmãs, especialmente os que mais
necessitam. (mediação das pessoas, da natureza e dos
acontecimentos)
Nos séculos III ao V, muitos bispos reservavam para si a tarefa de trabalhar a mistagogia com os neo-cristãos. É um tempo que se reveste de uma experiência muito especial, pois ela acontecia no tempo privilegiado do período pascal, com o objetivo de possibilitar um mergulho mais intenso nos “segredos” (mistérios) da fé cristã. Alguns dos resumos das catequeses mistagógica, foram conservadas na literatura cristã, entre os quais se destacam os de São Cirilo de Jerusalém.
QUANDO COMEÇA? O período da mistagogia começa depois da celebração
dos sacramentos da Iniciação Cristã. Esse é o último
tempo da iniciação onde o catecúmeno obtém o
conhecimento completo dos mistérios através das
explicações e da experiência dos sacramentos
recebidos.
Na linguagem dos jovens, podemos dizer que
mistagogia é o tempo em que “a ficha cai”, ou seja, em
que vamos tomando consciência aprofundada e reflexa
daquilo que já é realidade na vida cristã.
A mistagogia nos insere no mistério
de Deus, que é o mistério de nossa
própria vida e da história. É
necessário que sejamos ‘iniciados' no
mistério, não somente com palavras,
mas principalmente através de ações
simbólicas, através de ritos. No
sentido original, são os ritos (as
celebrações litúrgicas) que têm esta
função mistagógica de nos conduzir
para dentro do mistério.
Na cultura atual, chamada de pós-moderna, onde
percebemos os limites da razão, abre-se uma nova
possibilidade para a liturgia como caminho mistagógico.
Liturgia não é um tipo de execução de gestos mágicos
ou puramente estéticos ou devocionais. Cada palavra,
cada gesto, cada movimento, cada momento ‘contém' o
mistério e nos faz mergulhar nele: no mistério de Deus,
no mistério da vida, no mistério da história, em nosso
próprio mistério.
A iniciação a vida cristã tem como objetivo apresentar
às pessoas o que é precioso e que transforma a nossa
vida.
Deus nos deu algo muito bom, e, através da catequese
de iniciação cristã, queremos partilhar essa dádiva com
outras pessoas. O sentido e o valor deste tempo vêm
da experiência, pessoal e nova, tanto dos sacramentos
como da comunidade.
Devemos entender que: “ser cristão não é uma carga,
mas um dom: Deus Pai nos abençoou em Jesus
Cristo”. “A alegria do discípulo é antídoto frente a um
mundo atemorizado pelo futuro e oprimido pela violência
e pelo ódio.
A alegria do discípulo não é um sentimento de bem
estar egoísta, mas uma certeza que brota da fé, que
serena o coração e capacita para anunciar a boa
nova do amor de Deus.
O amor e o conhecimento devem andar juntos.
Conhecer Jesus é o melhor
presente que qualquer
pessoa pode receber e dar;
tê-lo encontrado foi o melhor
que ocorreu em nossas
vidas, e fazê-lo conhecido
com nossa palavra e obras é
nossa alegria” (DAp, 29).
Mais do que síntese existencial de todo o processo
catecumenal percorrido até este momento, é um
tempo, um saborear do Período Pascal, para uma
compreensão mais profunda, sobretudo, do Mistério
da Páscoa, dos Sacramentos da Iniciação e dos
compromissos de ser discípulo missionário, tanto com
Jesus Cristo, como com a Igreja e a missão.
Não há uma duração determinada para este tempo.
Em algumas tradições limitava-se a quinze dias e em
outras ia-se até a Festa de Pentecostes ou a Festa da
Santíssima Trindade.
CONTEÚDOS E ALCANCE DA MISTAGOGIA
Não há uma celebração ou Etapa, expressando uma
transição para outro tempo, porque, segundo a
organização catecumenal, o fiel já passava, na noite
pascal, a ser considerado suficientemente iniciado,
cabendo-lhe continuar o processo formativo como
membro pleno da Comunidade Cristã, responsável
por si, pela Igreja e pela Missão.
AMPLIAÇÃO DOS CONTEÚDOS
Aconselha-se, então, que
se adapte este tempo da
Mistagogia para uma
formação referente à
vocação, a ministérios na
Igreja, ao projeto de vida
à luz da fé, para
compromissos concretos
com pastorais e com a
missão e para orientações
quanto à formação
continuada.
A formação Iniciática de Catequistas, sem dúvida,
possibilita grandes vantagens, em comparação dos
cursos, geralmente carregados do estilo escolar.
Mas o bom senso, sempre nos leva a não sermos
fundamentalistas e adaptar, inculturar este importante
e rico itinerário, desde que o fundamental seja
preservado, isto é, a busca de oferta de um processo
de “encontro pessoal e intransferível com Jesus Cristo”
e, obviamente, de conversão e compromisso
existencial com ele, sua Igreja e a missão.
Portanto: ao tratarmos de
mistagogia e catequese, não
estamos falando de um tempo
determinado, pois todo o processo
catequético, tem a finalidade de
levar Deus ao coração e à vida dos
interlocutores, percorrendo três
caminhos: a Palavra-orante, a
liturgia- celebrada e a ação-
transformadora.
Não se pode falar de mistagogia sem abordar o
processo catecumenal. O catecumenato foi resgatado
como forma ordinária de iniciação de adultos, seguindo
a metodologia do RICA. Sua eficácia evangelizadora fez
dele um modelo inspirador para outros processos
catequéticos, como afirma o Diretório Geral para a
Catequese: “Dado que a missão ad gentes é o
paradigma de toda a missão evangelizadora da Igreja, o
Catecumenato batismal, que lhe é inerente, é o modelo
inspirador da sua ação catequizadora” (DGC 90).
Elementos para uma catequese mistagógica
O Diretório Nacional também afirma: “é a inspiração
catecumenal que deve iluminar qualquer processo
catequético” (DNC 45). Assim, é nossa missão
construir itinerários de educação na fé de inspiração
catecumenal. Deste modo, estaremos favorecendo uma
catequese mistagógica. Para alcançar este objetivo, é
preciso conhecer a metodologia catecumenal. São
características essenciais da metodologia catecumenal:
seu caráter cristocêntrico e gradual, a função eclesial,
a centralidade do mistério pascal, a inculturação, a
formação intensa e integral vinculada a ritos e
símbolos (IVC 72-73).
Portanto, um itinerário catequético catecumenal e,
consequentemente mistagógico, não é uma repetição
do que nos é proposto pelo RICA, mas a aplicação
criativa da metodologia catecumenal. Seguem algumas
pistas que podem nos ajudar.
- Realizar encontros celebrativos: os gestos, os
ritos, os sinais da liturgia são bem vindos na
catequese. Comunicamos mais dos mistérios divinos
pelo uso de sinais do que pelo enunciado de teorias.
-Aproximar os catequizandos da liturgia: é preciso
que compreendam e se apaixonem pela liturgia,
sobretudo pela participação ativa das celebrações
eucarísticas.
Realizar celebrações catequéticas. É muito oportuno
fazer com os catequizandos algumas celebrações da
Palavra, convidando os familiares, reunindo outras
turmas. Os próprios catequistas podem conduzir estes
momentos, inspirando-se nos conteúdos catequéticos,
valorizando e partindo sempre da Proclamação da
Palavra – da palavra brota a oração em comunidade.
Conduzir os catequizandos para a participação em
atividades evangélico-transformadoras. Não
podemos nos esquecer de que a mistagogia é uma
educação para o viver cristão. Não basta a Palavra, a
liturgia e a oração se não nos convertemos. Assim, é
muito oportuno que os catequizandos realizem
atividades que os eduquem para a caridade e o
compromisso social, como atividades em prol da
ecologia, visitas em instituições sociais, campanhas,
etc.
Gente simples, fazendo coisas pequenas, em lugares pouco importantes, realizam mudanças extraordinárias.
Provérbio africano
A catequese não tem fim. Inicia-se no ventre materno, seguindo por todas as etapas de nossa vida, e nos
acompanha até o ventre da terra!
A Catequese deve ser mistagógica por excelência. Catequista
mistagogo é aquele que testemunha a própria fé e sabe
conduzir os catequizandos a penetrarem os mistérios da
encarnação, vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, para
emergirem transformados em novas criaturas e a partir dessa
experiência viverem integralmente a fé professada no dia a dia
da existência.
Portanto, o catequista mistagogo é aquele que se encontrou
com o Senhor, assumiu o seu projeto em sua prática de vida e
deseja, por um ímpeto interno, anunciar a experiência realizada
(1Cor 9,16), além de não descuidar da formação continuada.
Não basta mudar os métodos se não houver catequistas que
transmitam a verdadeira experiência de encontro com Cristo.
JESUS DE NAZARÉ: Como Mistagogo nos revela o
PAI e como Pedagogo – é modelo perfeito de catequista.
PROCESSO DE FORMAÇÃO
UTILIZADO POR JESUS PARA FORMAR SEU DISCÍPULOS:
•Jesus utilizou o processo participativo, interativo e
progressivo – Projeto cheio de Deus.
Diante de tal realidade com a qual se
depara nossa prática pastoral,
precisamos tomar consciência de que
estamos em tempos de evangelização.
Tempos em que urge o primeiro
anúncio da alegre boa nova, levando
nossos interlocutores ao encontro
pessoal com Jesus Cristo, na adesão
ao seu Reino. É urgente uma
catequese mistagógica que resgate os
tempos áureos dos primeiros séculos
para renovar a prática catequética.
A Catequese necessita de Catequistas Mistagogos, mas
uma pessoa só se torna mistagoga quando primeiro fez a
sua própria experiência de fé para depois testemunhá-la na
vida. Não há como conduzir a outros, aquele que é cego –
“tira primeiro a trava do teu olho” (Mt 7,5). Sem um
verdadeiro e profundo mergulho nos mistérios da fé cristã,
que transforme a nossa vida e nos faça viver a conversão
cotidiana não estaremos aptos a catequizar, mas apenas a
transmitir conhecimentos, como professores de história
cristã. E isso não leva ninguém à conversão, não abre as
portas para os mistérios de Cristo.
É o sentir e provar as coisas interiormente que farta e satisfaz a alma.
Santo Inácio
Dinâmica
do
Tapete
Nós vamos pra missão, nós vamos trabalhar. É Deus quem
nos convida para a vida transformar
Desperta minha irmã desperta meu irmão. / Contempla a nossa
gente abandonada
O pobre está clamando a terra esta gritando, pois vem juntar-se a
nós nesta jornada!
O sino já tocou o galo já cantou o dia vem nascendo atrás dos
montes. / A marcha vai passando alegre eu vou cantando. Deus
vivo é água viva em nossas fontes
Se alguém você feriu se alguém o machucou. Se tudo ao seu
redor está escuro. / Perdoa o seu irmão acolhe o seu perdão. / O
amor é o segredo do futuro
Você que escutou sorriu e se encantou e firme está presente
nessa estrada. / Contigo eu vou contente Deus vai à nossa frente.
/Nós somos missionários da alvorada
Referências
universovozes.com.br/
Artigo publicado no Jornal O São Paulo 20/08/2014
http://paroquiasaposse.com.br