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ESCOLA ESTADUAL COLÔNIA PARAÍSO ENSINO FUNDAMENTAL PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO BOM SUCESSO DO SUL – PR 2010

ESCOLA ESTADUAL COLÔNIA PARAÍSO ENSINO … · ENSINO FUNDAMENTAL PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ... que é a formação do cidadão participativo, responsável, crítico e ... pensar

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ESCOLA ESTADUAL COLÔNIA PARAÍSO

ENSINO FUNDAMENTAL

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

BOM SUCESSO DO SUL – PR

2010

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 04

1. IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA 07

1.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA ESCOLA 07

1.2 .1 ATIVIDADES QUE MARCARAM E MARCAM A VIDA DA ESCOLA 10

1.2 ESPAÇO FISICO 11

1.3 OFERTA DE CURSOS E TURMAS 12

1.4 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO 12

1.4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA ESCOLA 14

2. OBJETIVOS GERAIS E ESPECIFICOS 15

3. O MARCO SITUCIONAL 16

3.1 DESCRIÇÃO DA REALIDADE DO BRASIL 16

3.2 ANÁLISE DAS CONTRADIÇÕES E CONFLITOS NA PRÁTICA DOCENTE: Reflexão, Teórico e Prática

19

4. MARCO CONCEITUAL 21

4.1 CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE, HOMEM, EDUCAÇÃO, CONHECIMENTO, ESCOLA, ENSINO APRENDIZAGEM, AVALIAÇÃO E TECNOLOGIA

21

4.2 CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE 23

4.3 CONCEPÇÃO DE HOMEM 24

4.4 CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO 25

4.5 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO 27

4.6 CONCEPÇÃO ENSINO APRENDIZAGEM 28

4.7 CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA 32

4.8 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO 34

4.8.1 CRITÉRIOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO 36

4.9 RECUPERAÇÃO PARALELA 37

4.9.1 CRITÉRIOS PARA A RECUPERAÇÃO PARALELA 38

5.0 MISSÃO DA ESCOLA 38

5.1 CRITÉRIOS DE ORGANIZAÇÃO INTERNA DA ESCOLA 38

5.2 GESTÃO DEMOCRATICA 39

5.3 FORMAÇÃO CONTINUADA PARA EDUCADORES 40

5.3.1 O PAPEL DA DIREÇÃO ESCOLAR 44

5.3.2 O PAPEL DO PROFESSOR PEDAGOGO NA ESCOLA 44

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5.3.3 O PAPEL DOS DOCENTES 45

5.3.4 O PAPEL DA SECRETARIA ESCOLAR 48

5.3.5 O PAPEL DOS AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAIS 48

5.4 O CURRÍCULO DA ESCOLA PÚBLICA 49

5.4.1 DINÂMICA DO CURRÍCULO 50

5.4.2 REFLEXÃO SOBRE O TRABALHO PEDAGÓGICO 51

5.4.3 MATRIZ CURRICULAR 51

5.5 TRABALHO COLETIVO 53

5.6 PRÁTICA TRANSFORMADA 53

6. MARCO OPERACIONAL 54

6.1 REDIMENSIONAMENTO DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

54

6.2 TIPO DE GESTÃO 56

6.2.1 O PAPEL DAS INSTÂNCIAS COLEGIADAS 56

6.2.2 CONSELHO DE CLASSE 58

6.2.3 ASSOCIAÇÃO DE PAIS, MESTRES E FUNCIONÁRIOS 60

6.2.4 O CONSELHO ESCOLAR 62

6.2.5 GRÊMIO ESTUDANTIL 63

6.3 CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DO CALENDÁRIO ESCOLAR 65

6.4 CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS ESPAÇOS EDUCATIVOS

66

6.4.1 CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO DE TURMAS E DISTRIBUIÇÃO POR PROFESSOR EM RAZÃO DE ESPECIFICIDADE

66

6.5 DIRETRIZES PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO PESSOAL DOCENTE E NÃO DOCENTE; DO CURRÍCULO, DAS ATIVIDADES EXTRA-CURRÍCULARES E DO P.P.P

67

6.6 AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 68

6.7 INCLUSÃO 69

6.8 LIVRO REGISTRO DE CLASSE 70

REFERÊNCIAS 72

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APRESENTAÇÃO

O Projeto Político Pedagógico encontra amparo na Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional 9394/94, em seu artigo 12, inciso I, prevê que "os estabelecimentos de

ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, tem a incumbência de

elaborar e executar sua proposta pedagógica", deixando explícita a ideia de que a escola não

pode prescindir da reflexão sobre sua intencionalidade educativa. Assim sendo, o projeto

político pedagógico passou a ser objeto prioritário de estudo e de muita discussão.

O Projeto Pedagógico não é somente uma carta de intenções, nem apenas uma

exigência de ordem administrativa, pois deve expressar a reflexão e o trabalho realizado em

conjunto por todos os profissionais da escola, no sentido de atender às diretrizes do sistema

nacional de Educação, bem como às necessidades locais e específicas da clientela da escola;

ele é a concretização da identidade da escola e do oferecimento de garantias para um ensino

de qualidade. Segundo Libâneo, o projeto pedagógico "deve ser compreendido como

instrumento e processo de organização da escola". (2001, p. 125).

Considera-se como um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar

os desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada e

participativa. E uma metodologia de trabalho que possibilita ressignificar a ação de todos os

agentes da instituição, levando em consideração as duas dimensões do projeto, a política no

sentido do compromisso com a formação do cidadão e a pedagógica que possibilita a

efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo,

responsável, crítico e criativo.

Este projeto fundamenta as transformações internas da organização escolar e explicita

suas relações com as transformações mais amplas da sociedade sendo esta econômica, social,

política, educacional e cultural. Dentro desta proposta de difusão do conhecimento e como

mediadora entre o indivíduo e a sociedade trabalha a necessidade e a importância da

construção de ideias e concepções pedagógicas da escola, pelos educadores que nela atuam,

pais e demais membros da comunidade que indiretamente estão presentes no cotidiano

escolar, resgatando assim à escola como um espaço público com capacidade para analisar,

refletir e contribuir de forma coletiva para uma melhor difusão do saber visando construir um

espaço educativo inclusivo, que propicie condições a todos que nela ingressarem de se

tornarem cidadãos atuantes pelo exercício de seus direitos e obrigações.

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A conquista da autonomia da Escola é atingida de modo a se entender o significado de

sua proposta pedagógica que é fruto da ação de todos os envolvidos na dinâmica do ensino

aprendizagem, participantes na auto-reflexão do trabalho político coletivo, tendo em vista

uma Linha Pedagógica que se adapta ao real contendo uma versão ampla de todos os aspectos

da escola e comunidade, proporcionando aos educandos um ensino de qualidade, que os

conscientizem a serem sujeitos transformadores da realidade, dando-lhes condições de se

apropriarem do saber científico.

Sendo assim, o P.P.P surge da necessidade de provocarmos mudanças na escola,

enquanto “espaço educativo inclusivo”. O mesmo desencadeia inúmeras reações desde o

trabalho pedagógico realizado pelos docentes até o questionamento de qual linha traçarmos

para nos encaixarmos nas novas propostas educacionais e como tudo que surge para

inovar gera discussões, encontra dificuldades, para depois gerar mudanças, visando atingir

objetivos que tem por princípio básico resgatar e dar à escola a autonomia que durante

muito tempo lhe foi negada, de elaborar e implementar um projeto que seja pertinente à

comunidade e a sociedade a que serve.

Este abrange além do princípio constitucional, as dimensões administrativa,

pedagógica, financeira, e requer o enfrentamento de todas as questões que excluem e

marginalizam a criança, o jovem e o adulto. Conta com a participação coletiva dos

professores, funcionários, pais e alunos na construção, execução e avaliação desse projeto,

que se compromete com os interesses e anseios das camadas populares e pressupõe a ruptura

entre: concepção e execução; pensar e fazer; teoria e prática; ciência e cultura.

O Projeto Político Pedagógico assume papel primordial no andamento do processo

ensino-aprendizagem, pois norteia os planos, as metas e as prioridades que se pretende

alcançar no decorrer do ano letivo, é o elo entre a realidade vivida e a realidade construída

que será alicerçada pelo P.P.P que por sua vez vem articular toda uma prática pedagógica, que

anseia por mudanças, que venham gerar estímulos os quais despertem nossos alunos para o

verdadeiro sentido, que o processo ensino-aprendizagem tem no seu aprimoramento como

pessoa humana a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do

pensamento crítico.

O Projeto Político Pedagógico é concebido como sendo o cerne de nossas ações

pedagógicas e que venha contribuir para que o ambiente escolar tenha identidade como

instituição de Educação, e que esta seja diversificada em função das características do meio

social e da clientela. Diversidade no entanto, não se confunde com fragmentação, muito ao

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contrário, inspirada nos ideais de justiça a diversidade reconhece que para alcançar a

igualdade não bastam oportunidades iguais. É necessário também tratamento diferenciado.

Desta forma a diversidade da Escola é necessária para contemplar as desigualdades nos

pontos de partida de seu alunado, que requer diferença de tratamento como forma mais eficaz

de garantir a todos um patamar comum nos pontos de chegada.

Não se concebe uma educação desvinculada da comunidade é necessário envolver

pais, alunos e comunidade num processo de ir e vir reflexivo que devem atender os interesses

dos educandos, tendo em vista que ocorra uma prática de qualidade e um bom andamento

pedagógico. Para tanto falar da construção do projeto pedagógico é falar de planejamento no

contexto de um processo participativo, onde o passo inicial é a elaboração do marco

referencial, sendo este a luz que deverá iluminar o fazer das demais etapas.

INTRODUÇÃO

1 IDENTIFICAÇÃO

A Escola Estadual Colônia Paraíso - Ensino Fundamental. Código 0183, situado na

localidade de Alto Paraíso na área rural do município de Bom Sucesso do Sul, no estado do

Paraná – CEP: 85.515-000. Apresenta uma distância de 22km do NRE. Tem como entidade

mantenedora o Governo do Estado do Paraná.

Iniciou sendo extensão do Ginásio Estadual do Distrito de Bom Sucesso com a

implantação gradativa das séries, ambos estabelecimentos eram administrados pela mesma

direção. No ano de 1983 passou-se a chamar Escola Estadual Colônia Paraíso através da

resolução nº 110/83 de 16/02/1983 de que autoriza o seu funcionamento e resolução nº

2681/89 de 17/10/1989 reconhece o Estabelecimento de Ensino e o Curso, ofertando assim a

5ª a 8ª série, tendo a entidade mantenedora a Secretaria Estadual de Educação do Estado do

Paraná.

1.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA ESCOLA

A localidade Alto Paraíso, município, de Bom Sucesso do Sul, recebeu este nome

devido a vinda e permanência do primeiro casal chamado Adão e Eva Machievicz, (nome

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relacionado aos personagens bíblicos). Tendo o seu primeiro nome com Bacheiro, nome dado

a um riacho que atravessa a comunidade.

A comunidade é formada por descendentes de Ucranianos que aqui se instalaram,

tendo como pioneiros as famílias de Alexandre Say e Zacarias Dubena ambos vindos da

localidade de Antonio Olindo, no município de São Mateus do Sul – PR. Entre os anos de

1932-1935 chegaram as famílias de Vicente Dubena e João Koslinski.

A comunidade é formada por descendentes de ucranianos que aqui se instalaram,

povoando a região praticando e vivendo dentro dos costumes e tradições do Rito Ucraniano.

Foi a época de grandes dificuldades e de lutas, não havia transportes. De tempos em

tempos , um sacerdote Ucraniano cumpria seu calendário, para atender a comunidade do Alto

Paraíso, vindo de União da Vitória, para assistir o grupo de Ucranianos que começava a

formar uma pequena comunidade . Como a dificuldade de transporte era muito grande, pois o

mesmo era feito a cavalo, vendo que a comunidade necessitava de ajuda, o sacerdote foi em

busca de auxilio, uma vez que o mesmo, não podia vir com mais frequência. Sob a orientação

do Pe. Metódio Koval, conseguiu trazer em 1948, as Irmãs Catequistas de Sant’Ana para

desenvolver seu carisma : que é de lecionar, atender a saúde do povo e nos finais de semana

dedicar seu precioso tempo a catequese, fazendo serviços de pastoral em geral.

Mesmo com dificuldades as irmãs pioneiras nomeadas professora Ir. Maria Vodonis,

hoje falecida, a Irmã Marta Tlumaski iniciaram seu grande trabalho de mestras e missionárias,

em uma pequena casa de madeira, na época alugada por famílias, onde improvisaram salas de

aula, desenvolvendo ali suas atividades educativas.

Com muita luta, apoio do Poder Público, da Congregação das irmãs Catequistas de

Sant’Ana e da colaboração de famílias e boa administração, convocaram a comunidade para

uma reunião, a qual resultou numa campanha para angariar fundos com objetivo de construir

um colégio novo, de madeira, para as Irmãs a também o funcionamento de um internato para

crianças de 1ª a 4ª séries.

Graças à generosidade das famílias, doando pinheiros de araucária, em grande

abundância na região e serraria próxima, o novo colégio foi construído e inaugurado em 1962.

O colégio recebeu o nome de Nossa Senhora de Fátima, uma vez que Nossa Senhora apareceu

aos três pastorzinhos em Fátima, a escola funcionando como internato de crianças, de forma

isolada, razão pela qual o povo devoto de Maria, intercedia sua benção e proteção, escolhendo

–a como padroeira.

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Desde o inicio do desenvolvimento da comunidade até os dias e hoje as irmãs

trabalham na educação sendo responsáveis pela direção da escola. A comunidade querendo

atingir um objetivo maior para seus filhos, foi à procura de uma força política para a

implantação do Ensino de 5ª a 8ª série.

Iniciou então em 1978 o ensino de 5ª a 8ª série, com extensão do Ginásio Estadual de

Bom Sucesso do Sul sendo diretor o Professor Darci Jaime Ravanelli, funcionando assim até

16/02/1983 quando desmembrou-se do Colégio Estadual Castelo Branco sob a direção da

professora Dirce Maria Sfoggia Folle e passou a denominar-se Escola Estadual Colônia

Paraíso.

Os primeiros professores se deslocavam da localidade de Bom Sucesso do Sul para

atender os alunos. A extensão funcionava no prédio cedido ao Estado pelas Irmãs Catequistas

de Sant’Ana até 1983. A partir daí o Estado auxiliou com aluguel.

Em 1995 foi construído prédio próprio, no terreno ao lado, terreno doado pela

Congregação das Irmãs Sant’Ana. No ano de 1996 iniciou as atividades da escola nessa nova

sede construída em parceria com o Estado e Município.

Gestões administrativas

Ginásio Estadual do Distrito de Bom Sucesso do Sul

Laudires C. Ravanelli

Colégio Estadual Castelo Branco–Ensino de 1º e 2º graus – Extensão Alto Paraíso

Direção: Dirce M. Sfoggia Folle Res. Nº 2134/81 –1981 a 1983

Darci Jaime Ravanelli Res. Nº 2802/02/83 – 1984

Escola Estadual Colônia Paraíso – Ensino de 1º Grau

Margarina Oribka Res. 2718/86 – 1985 a 1986

Maria Rudek RG. 1027864 – 1987 a 1988

Natalia Bobalo Port. 0026-93 – 1989 a 1995

Waldomira Mochnacz Res. 945/97 – 1996

Escola Estadual Colônia Paraíso – Ensino Fundamental

Maria Helena Oribka Port. 98/98 – 1997 a 1999

Maria Rudek Port. 181/00 – 2000 a 2003

Maria Rudek Port. 114/04 – 2004 a 2008

Maria Helena Oribka Port. 01580/09 – 2009 a 2012

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1.1.2 ATIVIDADES QUE MARCARAM E MARCAM A VIDA DA ESCOLA

Em 1995 foi feito um vasto trabalho de resgate da “Cultura Ucraniana. Desenvolveu-

se um programa de longa duração com o título: “História de um Povo”, trilhando os caminhos

do passado. Para despertar o interesse pela arte, cultura, tradições. Foram realizadas

pesquisas, trazendo grupos folclóricos de outras cidades, promoções com pratos típicos,

exposições de bordados e pêssancas. Arte de origem histórica trazidas pelos moradores da

localidade.

Este trabalho trouxe a conscientização do povo para viver sua origem trazida dos

antepassados. Iniciou-se a formação de grupos de danças ucranianas, aula de língua ucraniana

e outras atividades desenvolvidas pelos antepassados, tentando desta forma dar incentivo aos

mais jovens, mostrando a riqueza da cultura ucraniana.

• Desfiles Semana da Pátria – A escola promoveu todas as atividades referentes aos desfiles,

até a emancipação do município, a partir dessa data a Prefeitura Municipal ficou encarregadas

de promover as atividades comemorativas referentes à semana da Pátria. Fanfarra marcha,

carros alegóricos (apresentavam as culturas típicas e folclóricas.)

• Gincanas Culturais e Recreativas - Promovidas para todos os alunos, tais como: Dia do

índio, dia do estudante, mini festivais, poesias, Karaokê....

• Festas Juninas - Tradicional por suas danças: quadrilhas, country, gauchescas, valorizando

as diversas etnias.

• Jogos Inter-sala - Jogos de diversas modalidades que tem por finalidade promover a

integração entre alunos e professores.

• Horta – Como Escola do Campo, nos preocupamos em motivar, incentivar e fornecer

adaptações curriculares com vistas a atender nossa demanda estritamente agrícola. O cultivo

da horta faz parte dessas adaptações para nossa realidade escolar. Uma vez por semana cada

turma com o professor de ciências faz sua hora atividade na horta, onde se produz alimentos

( cenoura, repolho, couve, temperos) e jardinagem para o embelezamento da escola.

• Viagens – Sempre que possível ocorre vigem e visitas de estudo, com o objetivo de

aproximar teoria e prática.

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1.2- ESPAÇO FÍSICO

A escola dispõe de espaço físico adequado para laboratório de informática e vídeo

compartilhado. A biblioteca possui um espaço próprio; para sala de recursos provisoriamente

será utilizado a sala de vídeo. As aulas de Educação Física quando praticado alguma

modalidade do esporte, são feitas em uma quadra precária e sem cobertura para os dias de

chuva.

Possuímos um saguão coberto, com mesas e cadeiras para os alunos lancharem. As

salas de aula estão compatíveis com a demanda de alunos, sendo que no período da manhã

funciona o Ensino Fundamental Séries Finais e no período da tarde o Ensino Fundamental

Séries Iniciais. Os recursos áudio visuais são boa qualidade (tv, dvd, vhs, retroprojetor,

microsystem, tvmultimídia nas quatro salas de aula e um laboratório de informática com

acesso a internet – Programa Paraná Digital).

A utilização da biblioteca, sala de vídeo, laboratório de informática e outros espaços

escolares ficam a cargo das propostas de trabalho de cada docente que irá utilizá-lo, pois no

decorrer do ano trabalhá-se formas de conscientização para a máxima utilização desses

espaços de forma que a parte pedagógica seja beneficiada com a diversificação dos recursos

para as aulas tornando-as mais atrativas e com maior profundidade pedagógica.

1.3 OFERTA DE CURSOS E TURMAS

Temos como modalidade de ensino: O ensino Fundamental de 5ª a 8ª série. Contamos

com 04 turmas, que se encontram distribuídas no período da manhã: sendo 01 turma de 5ª

série, 01 turma de 6ª série, 01 turma de 7ª a série e 01 turma de 8ª série.

1.4 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO

A escola tem hoje um total de 38 alunos. Temos vários alunos carentes financeira e

afetivamente, alguns pais com vícios como o álcool, consequentemente muitos alunos não

encontram em seus lares incentivos para discernirem seus objetivos, refletindo em uma

aprendizagem mais lenta e pouco compromisso com a escola e com os estudos.

Todos os nossos alunos residem na zona rural e são filhos de pequenos agricultores,

boias frias e alguns comerciantes.

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A fonte principal de renda dos agricultores é o cultivo de soja e milho, principal

atividade econômica da região e do município. Mas há presença de pequenas áreas onde se

pratica a pecuária extensiva com objetivos de subsistência. A outra parte de nossos alunos são

filhos de pequenos comerciantes e a grande maioria são filhos de trabalhadores diaristas e

recebem Bolsa Família.

O nível de formação dos pais é na maioria ensino fundamental. Os lares se constituem

em 80% de pais legalmente casados e com filhos morando juntos. Os pais que trabalham fora

compreendem 45% e as mães que trabalham fora são 26%. A formação étnica é composta por

descendentes de italianos, ucranianos, poloneses, alemães e brasileiros. Prevalece a religião

católica rito ucraniano em 90% das famílias.

A ocupação dos alunos, além do horário escolar, constitui-se em frequentar a

catequese, ajudar os pais nos afazeres da casa e da lavoura, alguns frequentam a escolinha de

futebol do município, também se reúnem na casa dos colegas para confraternização e

participam de eventos na comunidade junto com os familiares.

Um grande número de alunos utilizam o transporte escolar, devido a isto em dias de

chuva temos um número ainda mais reduzido de alunos na escola, pois as estradas que dão

acesso à escola são, em sua maioria, de chão e pouco cascalhadas.

No levantamento realizado observamos as localidades de onde provem nossos alunos :

• LINHA SALTO GAVIÃO

• LINHA TIRADENTES

• LINHA NOSSA SENHORA APARECIDA

• LINHA SÃO SEBASTIAO DO PARAISO

• LINHA VILA BONITA

• LINHA ALTO PARAISO

• LINHA TEOLANDIA

• LINHA BELA VISTA

• LINHA INDEPENDENCIA

• LINHA GAVIAO

1.4.1- CARACTERIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA ESCOLA

Os nossos professores e funcionários têm a função de contribuir para a formação de

cidadãos críticos e de valores éticos e morais.

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A formação dos profissionais da educação é amparada na LDB 9394/96 no Título VI,

que conforme dispõe seus artigos de 61 a 67, essa formação deve atender aos objetivos dos

diferentes níveis e modalidades de ensino e as características de cada fase do desenvolvimento

do educando, terá como fundamentos, a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante

a capacitação em serviço.

Atualmente nossa equipe de funcionários é composta de 13 pessoas, sendo que desses

11 compõem o corpo docente e pedagógico, 01 da área administrativa e 01 pertencem ao

quadro de serviços gerais. A formação oscila de ensino fundamental a especialização.

Representando a direção deste estabelecimento temos a Irmã Maria Helena Oribka,

graduada em Filosofia especialização em Administração Escolar. Na equipe pedagógica

temos a professora pedagoga Luciandra Molinete com Especialização em Atendimento as

Necessidades Especiais. Em Língua Portuguesa a professora Maria Ini Munzlinger, graduada

em Letras-Português e especialista em Psicopedagogia com ênfase em Educação Especial. Na

área de Matemática Marivone Terezinha de Vargas Pereira graduada em Ciências com

habilitação em Matemática e pós-graduação em Educação Matemática. O professor Celso

Antonio Conte graduado em Ciências/Matemática e Biológia. Professora Deliana Gemmi

graduada em Educação Artística e especialista em Artes plásticas, pós gaduação em Arte-

educação. História a professora Dulcineia Gemmi graduada em Historia e Geografia,

especialista em Supervisão de Ensino. Educação Física a professora Eneida Rigon graduada

em Educação Física e especialista em Supervisão de Ensino, Dirce M S Folle professora de

LEM – Inglês, Geografia o professor Roberto Carlos de Freitas graduação em Geografia e

Ensino Religioso Professor André Ricardo Bonin, graduado em Filosofia.

Na área administrativa temos: Alex Sandro Pinheiro.

Nos Serviços Gerais temos: Irondina Antonio Paz, Roseli B. Slomszynski, Maria

Slomszynski e Benta Gomes

2. OBJETIVOS GERAIS E ESPECIFICOS DA EDUCAÇÃO DO CAMPO

Formação integral do cidadão, nas dimensões: física, intelectual, cultural, social e

religiosa, sem exclusões, pois a nossa prioridade é educar com “ternura e firmeza”.

2.1 GERAIS:

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• Preparar o educando para o exercício da cidadania, bem como a formação e o

desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

• Reconhecer e valorizar a diversidade cultural, os direitos humanos na busca da equidade

promovendo a igualdade;

• Possibilitar ao aluno o pleno domínio da leitura e do cálculo;

• Reconhecer e valorizar a diversidade cultural dos direitos humanos na busca da equidade

promovendo a igualdade entre os desiguais;

• Promover o conhecimento e a valorização da vida no campo.

2.2 ESPECIFICOS:

• Compreender o ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos

valores em que se fundamenta a sociedade;

• Permitir que a escola, como espaço democrático possa reelaborar quando necessário, o seu

Projeto Político-Pedagógico;

• Assegurar condições de infra-estrutura adequadas ao ensino e a permanência do aluno na

escola;

• Fortalecer os vínculos de família, os laços de solidariedade humana e de tolerância

recíproca em que se assenta a vida social;

• Desenvolver o educando, assegurando-lhe a formação comum indispensável para o

exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos

posteriores;

• Envolver os educadores da educação especial e da educação regular, na garantia ao acesso e

a permanência das crianças e adolescentes no interior da escola, na construção de uma

sociedade inclusiva comprometida com as minorias;

• Aprimorar o educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o

desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

• Efetivar a ação educacional através de práticas que priorizem o desenvolvimento afetivo,

intelectual e moral do educando;

• Preparar o aluno para um mundo em constante mudança;

• Tomar conhecimento dos recursos históricos, científicos e tecnológicos;

• Preservar o patrimônio cultural e natural;

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• Propiciar que o educando se perceba como agente do processo cultural, social, político e

econômico;

• Utilizar os recursos científicos e tecnológicos que favoreçam sua atuação na sociedade;

• Valorizar o trabalho como forma de realização humana;

• Possibilitar atitudes que expressem a consciência dos valores universais;

• Estimular o exercício do pensamento e do raciocínio, inclusive para que a comunicação

ocorra de forma clara e precisa;

• Proporcionar a participação democrática de todos os envolvidos com o trabalho em

educação;

• Incentivar a integração da família e da comunidade junto à instituição educacional, tendo em

vista a importância de um trabalho coletivo.

3- MARCO SITUACIONAL

3.1 DESCRIÇÃO DA REALIDADE BRASILEIRA

Em nosso país, aliado aos Jesuítas, ao coronelismo, ao patrimonialismo, ao

conservadorismo, à concentração de renda, historicamente temos sofrido as consequências da

imitação, do transplante de modelos produtivos, educacionais e culturais de outros países e

continentes, contribuindo decisivamente para a produção da pobreza, desemprego,

marginalidade e analfabetismo.

A educação formal, seu tipo, sua forma e qualidade têm estado diretamente

relacionadas a estas condições históricas e sociais. No Brasil, como bem de consumo e

também de produção, a educação nunca foi universalizada. Mesmo sem considerarmos sua

qualidade, a média de analfabetos é alarmante, apenas 80% das pessoas são alfabetizadas. Se

sairmos da média e observamos casos particulares, veremos Estados com até 45% de

analfabetos. Esta realidade certamente está ligada à concentração de renda, que é uma das

piores do mundo.

De acordo com a Constituição Brasileira, o Ensino Fundamental é obrigatório e

gratuito. O art. 208 preconiza a garantia de sua oferta, inclusive para todos os que a ele não

tiveram acesso na idade própria. É básico na formação do cidadão, pois de acordo com a Lei

de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu art. 32, garante o pleno domínio da

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leitura, da escrita e do cálculo, que constituem meios para o desenvolvimento da capacidade

de aprender e de se relacionar no meio social e político.

O art.208, § 1º, da Constituição Federal afirma: O acesso ao ensino obrigatório e

gratuito é direito público subjetivo, e seu não oferecimento pelo Poder Público ou sua oferta

irregular implica responsabilidade da autoridade competente.

Atualmente no Brasil, existe um amplo consenso sobre a situação e os problemas do

Ensino Fundamental. As matrículas desta modalidade de ensino superam a casa dos 35

milhões, número superior ao de crianças de 7 a 14 anos representando 116% dessa faixa

etária. Isto significa que há muitas crianças matriculadas no ensino fundamental com idade

acima de 14 anos.

A exclusão da escola de crianças na idade própria, seja por incúria do poder público,

seja por omissão da família e da sociedade, é a forma mais perversa e irremediável de

exclusão social, pois nega o direito elementar de cidadania, reproduzindo o círculo da pobreza

e da marginalidade e alienando milhões de brasileiros de qualquer perspectiva de futuro.

A crescente presença da ciência e da tecnologia nas atividades produtivas e nas

relações sociais tem produzido o sistema de ensino a uma crescente demanda por patamares

mais alcançados. Este quadro decorre principalmente de uma elevada valorização da

educação, como estratégia para a melhoria de vida, visto a elevação do grau de escolaridade

que está sendo exigida nos vários ramos de ocupação. Dessa forma, o Ensino Médio se torna

uma necessidade para a conquista dos direitos de cidadania e inclusão social e há uma procura

cada vez maior dos estudantes por este nível de ensino.

A Educação Básica no Paraná vem apresentando melhora nos indicadores de

eficiência, no entanto, ainda apresenta índices bastante preocupante, principalmente relativos

á repetência e evasão.

As pesquisas nos mostram que apesar de todas as políticas adotadas pelo governo do

Estado do Paraná, ainda é preciso imprimir mais esforços, principalmente para o Ensino

Médio. Acreditamos que as elevadas taxas de evasão apresentadas por este nível de ensino

decorrem de sucessivas repetências dos alunos na mesma série e da necessidade dos jovens de

ingressar precocemente no mundo do trabalho.

Na atual realidade da educação no Estado do Paraná constata-se objetivos que

impulsionam o processo ensino-aprendizagem a avanços realmente significativos. Percebe-se

um certo esforço sendo realizado por parte dos professores, com o apoio do governo, para

construir uma educação pública de qualidade no Paraná.

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O abandono afetivo em uma minoria a que os filhos são submetidos ocasiona

problemas de relacionamento em sala de aula, onde os alunos exigem atenção total dos

professores desrespeitando os limites deste profissional da educação.

O corpo docente de forma unânime sente dificuldade no aspecto disciplinar, pois nossa

legislação protege na maioria das vezes o menor. Frente ao desinteresse dos alunos o

professor tem se frustrado no resultado, ainda não totalmente satisfatório, do trabalho

realizado.

A escola busca dar respostas às necessidades dos educandos, na situação de vida em

que se encontram. Isto requer uma capacidade de adaptação, tanto ao nível dos conteúdos

como da metodologia, para oferecer-lhes os instrumentos necessários, evitando uma

aprendizagem distante da realidade.

Nossos alunos de forma geral, são oriundos da área agrícola. Com nível sócio-

econômico-cultural baixo. As famílias ainda cultivam os devidos princípios e valores,

elementos essenciais para a formação educativa, e como consequência a comunidade escolar

só tem a ganhar, com pais participativos e presentes, favorecendo um clima que contribui para

o desenvolvimento do educando.

Expõem-se aqui, que os problemas da escola estão em igual teor quanto às relações

humanas versus espaço físico e a falta de material, em alguns momentos um sobressai-se ao

outro, mas pela característica rural da escola a convivência é salutar e muito tradicional pela

característica da étnica ucraniana e sua cultura religiosa tradicionalista, que objetiva conservar

valores éticos/religiosos e morais.

3.2 ANÁLISE DAS CONTRADIÇÕES E CONFLITOS PRESENTES NA PRÁTICA

DOCENTE: REFLEXÃO TEÓRICO-PRÁTICA

Necessitamos de uma proposta pedagógica que tenha como referencial básico o aluno,

o professor, enfim, o grupo social concreto em interseção com o saber, elaborado e que

necessita ser dominada. Uma coordenação e uma liderança seguras, competentes e criaturas

que incentivem a participação e unifiquem as ações dos professores, favorecendo o

crescimento do grupo e da escola. Esse trabalho implica obviamente na capacidade de

desenvolver a competência técnica, política e humana dos educadores na construção de um

projeto de escola autônoma.

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O trabalho escolar deve dirigir-se no sentido de estimular o aluno a ser dirigente, o que

exige esforço e disciplina. As normas devem ser estabelecidas pela coletividade e a escola

define sua caminhada. Esta ideia é o cerne da construção coletiva que deve permear as ações

da escola, enfocando a concepção transformadora e dialógica, na qual o aluno deixa de ser

agente para assumir papel de autor de sua história.

Devemos nos conscientizar que a qualidade da escola passa a interessar na medida em

que a estrutura social necessita de mais habilidades do profissional como capacidade de

abstrações para certas decisões, raciocínio matemático. Por outro lado a educação é temida

pelo grupo que detém o poder porque gera conscientização e busca de autonomia. Segundo

Arendt (1972):

“Educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele, e com tal gesto, salvá-lo da ruína que seria inevitável não fossem a renovação e a vinda dos novos e dos jovens. A educação é também, onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo e abandoná-las a seus próprios recursos, e tampouco arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevista para nós, preparando-os em vez disto com antecedência para a tarefa de renovar um mundo comum.”

Buscando superar nossos entraves, partimos para a ideologia de uma escola

democrática que venha desenvolver uma educação escolar, compreendendo os diversos

interesses que perpassam a sociedade e que organiza o ensino de forma a levar o educando a

compreende-los. Nesse sentido não se desenvolve nela atos que abalam ou eliminam

diferenças existentes, mas sim, um espaço onde deve haver reuniões, debates, discussões e

trabalho em conjunto, sendo também a escola uma instituição de cultura devendo socializar o

saber, a ciência, a técnica e artes produzidas socialmente para que todos possam ter acesso a

estes bens culturais, como consequência todos nós, de uma ou de outra forma participamos

desse processo histórico. Assim temos o direito de ter acesso ao conhecimento daquilo que é

socialmente produzido.

Devemos ressaltar a exigência de contemporaneidade da escola quando aberta à

realidade social de um determinado momento ela capacita aos seus educandos o

desenvolvimento de sua compreensão e entendimento da realidade vivida. A escola deve

permitir que o educando seja capaz de entrar no mundo dessa realidade para entendê-la, com

o objetivo de atuar na sociedade.

As mudanças importantes no comportamento humano, não são produzidas de um dia

para o outro. Nenhuma experiência isolada de aprendizagem tem uma influência muito

profunda sobre o aluno. As modificações na maneira de pensar, nos hábitos fundamentais, nos

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grandes conceitos operantes, nas atitudes, nos interesses perduráveis e coisas semelhantes,

desenvolvem-se vagarosamente. Só depois de meses e anos é que podemos ver objetivos

educacionais importantes assumirem uma forma concreta. Correspondentemente, pela

acumulação de experiências educacionais, profundas mudanças são produzidas no aluno.

Além disso, a escola precisa ter comprometimento no preparo do educando para o

exercício da cidadania a qual compreende a totalidade dos direitos que o indivíduo tem de

desempenhar nas mais diversas áreas de atuação social. A escola necessária é aquela

comprometida politicamente com esse processo, capaz de preparar o aluno para esse

conhecimento e ação de cidadania, através de atos pedagógico e educativo.

4. MARCO CONCEITUAL

4.1 CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE, HOMEM, EDUCAÇÃO, CONHECIMENTO -

ENSINO-APRENDIZAGEM, AVALIAÇÃO E TECNOLOGIA.

Um dos elementos para compreendermos o processo de mudança que vivemos é o

aumento progressivo da dependência dos países, dos governos, das empresas e dos indivíduos

em relação ao conhecimento. Países e pessoas percebem melhor sua condição de dependência

uns dos outros e o papel central que o conhecimento possui nessa dependência ou pensando

numa forma mais positiva, nessa partilha.

A maneira como os homens partilham o conhecimento, criando outros, é facilitada

pela sua rápida divulgação pelos meios de comunicação e pela tecnologia da informática.

Também identificando essas especificidades da nova civilização, o Papa João Paulo II

preconiza na encíclica Centésimus Annus, de 1991: “se antes a terra e depois o capital eram

os favores decisivos da produção (..) hoje o fator decisivo é, cada vez mais o homem em si, ou

seja, seu conhecimento.”

Essa nova relação com o conhecimento traz duas consequências para a escola

brasileira. A primeira delas é o reforço de sua importância social, já que ela ainda é a porta de

entrada da maior parte da população para acesso ao mundo do conhecimento. De fato,

vivemos um período no qual a informação está, a um só tempo disponível como nunca esteve,

e contraditoriamente, inacessível a grandes parcelas da nossa população.

A Segunda consequência, aliada à perspectiva democratizadora já considerada é a

necessidade de a escola repensar profundamente sua organização, sua gestão, sua maneira de

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definir os tempos, os espaços, os meios e as formas de ensinar – ou seja, o seu jeito de ser

escola. Sua função social: o conhecimento historicamente construído e a construção de novos

saberes, ensinar bem e preparar os indivíduos para exercer a cidadania e o trabalho, no

contexto de uma sociedade complexa, enquanto se realizam como pessoas.

Para a escola pública, tais reflexões representam uma oportunidade para reconhecer

que as mudanças necessárias no sistema educacional são urgentes e demandam esforço

coletivo de todos que fazem educação, (profissionais, governos e sindicatos) assim como da

sociedade como um todo.

4.2 CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE

Quando se questiona o próprio sentido da escola, a sua função social e a natureza do

trabalho educativo, enquanto docentes, precisamos entender em que tipo de sociedade

estamos inseridos.

O ser humano é sujeito de sua história, não está simplesmente inserido na sociedade,

mas faz a sociedade, a cultura. O homem do campo não é atrasado ou submisso. Possui seu

jeito de ser e pode desenvolver suas atividades pelo controle do relógio mecânico ou pela

observação no movimento da Terra, pelo posicionamento do sol. Ele cria alternativas de

sobrevivência, pode estar organizado em movimentos sociais, ou atuar de forma isolada, mas

sem perder seu vínculo produtivo com a terra.

A sociedade é mediadora do saber e da educação presente no trabalho concreto dos

homens, que criam novas possibilidades de cultura e de agir social a partir das contradições

geridas no processo de transformação da base econômica.

Segundo Demerval Saviani, o entendimento do modo como funciona a sociedade não

pode se limitar as aparências. É necessário compreender as leis que regem o desenvolvimento

da sociedade. Obviamente que não se trata de leis naturais, mas de leis históricas, de leis que

se constituem historicamente.

Atilio Boron, 1986, questiona, que tipo de sociedade deixa como legado estes quinze

anos de hegemonia ideológica do neoliberalismo? Uma sociedade hegemônica e fragmentada,

marcadas por profundas desigualdades de todo o tipo, que foram exacerbadas com a aplicação

das políticas neoliberais, e o camponês sofreu e sofre essa crescente fragmentação do social,

que potencializaram as políticas conservadoras, foi por sua vez reforçada pelo excepcional

avanço tecnológico e científico e seu impacto sobre o paradigma produtivo contemporâneo,

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no campo isso se dá por meio da produção em escala, chamada de monocultura, o

agronegócio.

Inês B. de Oliveira diz que uma sociedade democrática não é, portanto, aquela que na

qual os governantes são eleitos pelo voto. A democracia pressupõe uma possibilidade de

participação do conjunto dos membros da sociedade em todos os processos decisório que

dizem respeito á sua vida, em casa, na escola, no bairro.

Raul Pont, no texto sobre democracia representativa e democracia participativa conclui

que nossa convicção funda-se no processo histórico que nos ensinou que não há verdades

eternas e absolutas nas relações entre sociedade e o Estado e que estas se fazem e se refazem

pelo protagonismo dos seres sociais e que a busca de uma democracia substantiva,

participante, regida por princípios éticos de liberdade e igualdade social, continua sendo um

horizonte histórico, em suma, nossa utopia para a humanidade.

4.3 CONCEPÇÃO DE HOMEM

A explosão demográfica e a crescente urbanização são fatores que desencadeiam

transformações nos estilos de vida do homem do campo e alteram suas expectativas de

educação. O mundo contemporâneo tem deixado o homem perplexo a respeito de seus valores

e das categorias que utiliza para compreender o mundo e a si mesmo, alterando-lhe de forma

contundente as maneiras de pensar, sentir e agir. Ou seja, poucas vezes na história os homens

se defrontaram com uma crise de paradigma, o qual é um modelo, um conjunto de ideias e

valores capaz de situar os membros de uma comunidade em determinado contexto, de

maneira a possibilitar a compreensão da realidade e a atuação a partir de valores comuns. Essa

nova racionalidade vai se configurar nos mais diversos aspectos:

• Valorização da subjetividade, garantia da autonomia do sujeito, tolerância religiosa e

ética.

• Valorização da ciência como forma privilegiada de conhecimento, resultando no

desenvolvimento da tecnologia; pretende-se assim expulsar as crendices, superstições e

levar em consideração que “saber é poder”, expressão das promessas de modernidade.

• Formação do conceito de Estado, que se sustenta nas noções de cidadania e participação;

estas ideias frutificam no anseio de ampliar as noções de liberdade e igualdade, caras a

democracia.

• Valorização do homem do campo e seu meio.

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O camponês é um ser natural e social, ele age na natureza transformando-a segundo

suas necessidades. Nesse processo de transformação, ele envolve múltiplas relações em

determinado momento histórico, assim, acumula experiências e em decorrência destas, ele

produz conhecimentos. Sua ação é intencional e planejada, mediada pelo trabalho, produzindo

bens materiais, que são apropriados de diferentes formas.

Considerando o camponês um ser social, ele atua e interfere na sociedade, se encontra

com o outro nas relações familiares, comunitárias, produtivas e também na organização

política, garantindo assim sua participação ativa e criativa nas diversas esferas da sociedade.

O homem, como sujeito de sua história, segundo Santoro “... é aquele que na sua convivência

coletiva compreende suas condições existenciais transcende-as e reorganiza-as, superando a

condição de objeto, caminhando na direção de sua emancipação participante da história

coletiva”

Partindo do pressuposto que o homem do campo constitui-se um ser histórico, faz-se

necessário compreendê-lo em suas relações inerentes a natureza humana. O homem é, antes

de tudo, um ser de vontade, um ser que se pronuncia sobre a realidade.

4.4 CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO

O Conhecimento é uma atividade humana que busca explicitar as relações entre os

homens e a natureza. Desta forma, o conhecimento é produzido nas relações sociais medidas

pelo trabalho.

Para Andery (1988, p.15) confirma que “Nesse processo do desenvolvimento humano

multideterminado e que envolve inter-relações e interferências recíprocas entre ideias e

condições materiais, a base econômica será o determinante fundamental”. Assim, sendo, o

conhecimento humano adquire diferentes formas: senso comum, científico, tecnológico e

estético, pressupondo diferentes concepções, muitas vezes antagônicas que o homem tem

sobre si, sobre o mundo e sobre o conhecimento.

O conhecimento pressupõe as concepções de homem, de mundo e das condições

sociais que o geram configurando as dinâmicas históricas que representam as necessidades do

homem de cada momento, implicando necessariamente nova forma de ver a realidade, novo

modo de atuação para obtenção do conhecimento, mudando portanto a forma de interferir na

realidade. Essa interferência traz consequências para a escola, cabendo a ela garantir a

socialização do conhecimento que foi historicamente construído. Dessa forma, o

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conhecimento escolar é resultado de fatos, conceitos e generalizações, sendo, portanto, o

objeto de trabalho do professor.

Cabe ressaltar a importância dos movimentos sociais no Brasil na década de 80, os

camponeses conseguiram avançar no debate por uma educação no campo e para o campo,

dando impulso à ampliação das escolas públicas. Temos que resgatar as lutas por direitos

civis, políticos e sociais, pois é um debate sobre a construção da cidadania.

Para Boff (2000, p. 82) “Conhecer implica em pois, fazer uma experiência e a partir

dela ganhar consciência e capacidade de conceptualização. O ato de conhecer, portanto,

representa um caminho privilegiado para a compreensão da realidade, o conhecimento

sozinho não transforma a realidade; transforma a realidade somente a conversão do

conhecimento em ação”.

O conhecimento não ocorre individualmente. Ele acontece no social gerando

mudanças internas e externas no cidadão e nas relações sociais, tendo sempre uma

intencionalidade.

Nesse sentido a Escola Estadual Colônia Paraíso prima pelo desenvolvimento integral

do homem do campo, valorizando sua cultura, suas lutas, suas conquistas e respeitando o

meio em que vive. Buscando através da educação dar condições para que o sujeito busque sua

emancipação e atue de forma efetiva na sociedade, minimizando os efeitos das injustiças e

desigualdades presentes no campo. Oportunizando a reflexão do atual sistema capitalista que

tem abocanhado as pequenas propriedades em função do agronegócio e do lucro a qualquer

custo.

4.5 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO

Caracterizada como o resgate de uma dívida histórica do estado aos sujeitos do campo,

que tiveram negado o direito a uma educação de qualidade, uma vez que os modelos

pedagógicos ora marginalizavam os sujeitos do campo, ora vinculavam-se ao mundo urbano,

ignorando a diversidade sociocultural.

Mesmo sendo um país essencialmente agrário, historicamente não havia sido citada a

educação do campo nas constituições anteriores. Com a constituição de 1988 a educação se

destaca como um direito de todos e com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº

9394/96, há o reconhecimento da diversidade do campo.

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O sistema de ensino deverá adaptar a sua organização, funcionamento e atendimento

para adequar-se à realidade do campo, sem perder a dimensão universal do conhecimento e da

educação.

A concepção de educação do campo refere-se a identidade e cultura, valorizando os

sujeitos que possuem laços culturais e valores relacionados a vida na terra. Trata o campo

como lugar de trabalho, cultura e produção de conhecimento.

O que caracteriza o povo do campo é a maneira de se relacionarem com a natureza,

com o trabalho na terra, a organização de atividades produtivas mediante trabalho dos

membros da família. Cultura e valores que enfatizam as relações familiares e de vizinhança,

que valorizam festas comunitárias e celebração de colheitas, a rotina de trabalho que nem

sempre segue o relógio mecânico.

Ensinar exige pesquisa, paciência e respeito. Na educação do campo a pesquisa é

essencial para que se desvelem as relações sociais de produção, os saberes que estão presentes

no cotidiano do trabalho, da organização política, da negociação econômica dos produtos.

Portanto é preciso ter clareza das possibilidades do campo, ter compromisso com o

trabalho que realiza, ter conhecimento de causa. Conhecer onde se trabalha e o que se

trabalha.

A educação é intencional, pretende formar um homem com um conceito prévio de

homem. É libertadora porque se faz necessário desenvolver uma educação que nos abra para

uma democracia integral, capaz de produzir um tipo de desenvolvimento socialmente justo e

ecologicamente sustentado.

4.6 CONCEPÇÃO DE ENSINO APRENDIZAGEM

A escola é local de apropriação de conhecimentos científicos construídos

historicamente pela humanidade. É local de produção de conhecimento entre as relações do

científico com o cotidiano.

A escola do campo possibilita a ampliação dos conhecimentos. Os aspectos da

realidade são o ponto de partida do processo pedagógico. Ao professor da escola de campo

compete definir os conhecimentos locais e aqueles historicamente acumulados que devem ser

trabalhados nos diferentes momentos pedagógicos.

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Os conteúdos escolares são selecionados a partir do significado que têm para a

comunidade escolar, contribuindo para a ampliação dos conhecimentos dos educandos e

possibilitando relacionar os conteúdos científicos aos que o aluno traz para a sala de aula.

O papel da escola visa adequar os conteúdos ao momento histórico, para que haja

uma participação ativa e crítica do cidadão na sociedade. Faz-se necessário propor atividades

dinâmicas e envolventes, que provoquem a reconstrução crítica do pensamento e da ação, bem

como a interação em diferentes situações. Os professores devem ser questionadores concretos

da realidade. Juntamente com seus alunos precisam desvelar os acontecimentos da sociedade

para que o sujeito do campo não mais seja um ser oprimido. Dependendo do planejamento, da

metodologia usada pelos professores, este sujeito que hoje esta nos bancos escolares poderá

tornar-se passivo, submisso, incapaz de agir para transformar a sociedade e compreende-la,

como também pode tornar-se um cidadão crítico, criativo, preocupado com o bem comum e

apto a transformar para melhor o seu meio.

Ao definirmos o papel da escola do campo precisamos acreditá-la como um dos

instrumentos da realidade global, capaz de interferir na modificação dos seres humanos, não

perdendo de vista os objetivos mais amplos da educação, que é a transmissão e construção de

conhecimento, desenvolvendo um ser integral nas suas possibilidades cognitivas, afetivas,

psicomotoras e sociais, dando oportunidade de delinear o seu papel como ser pensante,

consciente, criador, livre e participante da sua realidade.

A educação como transformação da sociedade, visa compreender a educação como

mediação de um projeto social. A educação é crítica e luta pela transformação da sociedade

com perspectivas de democratização concreta atingindo os aspectos políticos, sociais e

econômicos. A escola deve estruturar-se de maneira a possibilitar a construção do

conhecimento e a formação da pessoa humana.

A educação é a atividade mediadora pela qual a sociedade prepara seus membros para

viverem nela mesma. Neste sentido, pode-se dizer que a educação tem um caráter histórico –

antropológico - produz o homem necessário a cada local e época, de acordo com o processo

de transformação gestado no tempo e no espaço.

Partindo deste pressuposto, entendemos a educação como um processo da formação do

homem, como um fato existencial (processo que configura a realidade humana, que constitui

o homem), como fato social (refere-se à totalidade das relações da sociedade), como um

fenômeno cultural (que abrange o conjunto de transformações realizadas historicamente pelo

homem), como uma atividade teológica (que está sempre voltada para a preparação dos

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indivíduos para determinados fins), como uma modalidade de trabalho social (trata-se de um

trabalho que visa preparar os membros de uma comunidade para desempenhar funções de

trabalho no âmbito da atividade geral), como uma atividade que envolve o grau de

consciência social de cada momento, que visa a realização objetiva, concreta. Por ser

portadora de todos esses predicativos, a educação é contraditória: implica simultaneamente na

assimilação e conservação sintéticas da história anterior e transformação, criação de novos

saberes, de novas formas de ser; se realiza nas condições de uma sociedade de classes; e , é

contraditória também, porque no intuito de transmitir o saber acumulado para se reproduzir e

perpetuar ela possibilita a crítica, a negação e a superação do saber e das condições existentes.

Nesta perspectiva as ações e relações do homem com o meio e deste em relação

aquele, e dos homens entre si, em situações históricas concretas, resultaram em experiências,

em aprendizagem, em conhecimentos, em saberes, em ciências, que são assimilados,

elaborados, reelaborados, transmitidos e transformados, tornando-se condição existencial do

homem.

Em uma sociedade, na qual a base da existência está radicada na exploração do

homem pelo homem, na alienação da força de trabalho, dos produtos do trabalho, a educação

tende a refletir, reforçar e reproduzir esta realidade. Por isso, nas condições da educação

enquanto atividade ou trabalho contraditório importa nos apropriarmos da cultura existente,

reelaborá-la, analisá-la criticamente para servir de instrumento de transformação.

Como dizia Karl Marx: (...) “mais do que interpretarmos o mundo importa é

transformá-lo”. Isto significa que o conhecimento não serve apenas de enfeite, de adorno, de

trabalho aos gênios. A educação não deve se ocupar com qualquer conteúdo, de qualquer

forma. Para se chegar a isto é insuficiente a posição metodológica que privilegie apenas a

prática, o hábito ou o bom senso e despreze uma sólida formação filosófica, uma reflexão

teórica, a busca dos princípios lógicos e as bases epistemológicas para constituir a prática

educativa.

O professor mediador deve planejar sua ação de ensinar, estabelecendo, com precisão

e clareza, os objetivos de ensino, criando condições favoráveis para que o aluno do campo se

aproprie e construa conhecimentos.

Cabe ao papel do educador :

• Ser comprometido politicamente com a socialização do conhecimento cientifico e

cultural;

• Buscar sua competência técnico-pedagógica;

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• Tem consciência de sua historicidade;

• Saber-se mediador ou facilitador entre as experiências trazidas pelos alunos e o

conteúdo de ensino;

• Buscar a superação do imperialismo pedagógico(escola tradicional), da crença na

impossibilidades de que o professor possa ensinar alguma coisa (escola nova) e da

negação da necessidade do professor ( escola tecnicista).

• Acreditar na recuperação do papel do professor como de fundamental importância

para auxiliar o aluno a se apropriar dos conteúdos;

• Saber que sua autoridade, firmada na competência e no compromisso, se constrói

numa relação democrática;

• Não se envergonhar nem se omitir de sua autoridade, muito menos utiliza-la como

instrumento arbitrário de dominação e poder;

• Assumir papel de desestabilizador, ou seja, desencadear situações de desequilíbrio de

forma a desafiar os alunos para que estes busquem nova equilibração;

Papel do aluno construtor do conhecimento

• Ressignificar continuamente os objetos de conhecimento propostos pelo professor e

pelos colegas.

• Estabelecer relações significativas entre os elementos de um universo simbólico

proposto.

• Exercitar as operações mentais exigidas no estabelecimento das relações.

• Aprender significativamente e manifestar esta aprendizagem nos instrumentos de

avaliação.

4.7 CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA

No senso comum, a tecnologia é vista como a expressão material de um processo que

se manifesta através de instrumentos, máquinas, dentre outros, cuja suposta finalidade é

melhorar a vida humana. Esta visão vem sendo bastante difundida principalmente através dos

meios de comunicação que constantemente divulgam produtos e serviços tecnológicos que

vieram para facilitar o cotidiano das pessoas, tornando-o mais confortável, mais rápido, mais

eficiente e mais ágil. Não se pode negar que os atuais alunos, sem que se deem conta,

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aprendem a todo instante, com ou sem uma educação formal. Principalmente quando as

informações chegam a eles de forma mais lúdica, atrativa, informal , e muitas vezes fazendo

uso de tecnologias, como os vídeos games, acesso a internet, revistas, jornais, CD ROM, entre

outros.

É preciso pensar em uma pedagogia mediadora, a qual facilite a aprendizagem

utilizando a tecnologia como mais uma forma de selecionar, organizar e tratar

metodologicamente os conteúdos. Utilizar a tecnologia como ferramenta pedagógica que vem

auxiliar o processo de ensino aprendizagem.

As novas tecnologias podem trazer benefícios como o aceleramento do

desenvolvimento cognitivo, o uso da curiosidade para aprender novos conteúdos, aumento da

criatividade, auxílio na aprendizagem.

Atualmente a escola pública do Paraná tem condições de assumir o papel de integrar

os alunos a esse mundo digital, pois recebeu recursos tecnológicos que auxiliam o dia a dia do

professor e dos alunos, contribuindo para aulas mais atrativas e dinâmicas. No entanto o

educador precisa estar atento as influências negativas do uso da internet e estar em constante

capacitação e atualização quanto ao melhor uso dessas tecnologias.

Embora existam riscos, é de vital importância que os alunos entrem em contato com

novas formas de comunicação e interação dentro da escola, pois em caso contrário serão

excluídos de grande parte da sociedade. Na escola terão a oportunidade de desenvolver uma

visão crítica referente ao uso desses recursos, minimizando a manipulação dos meios sobre o

indivíduo.

4.8 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO

Mariano Enguita preconiza que:

As funções da avaliação são potencialmente duas: o diagnóstico e a classificação. Da primeira supõe-se que permite ao professor e ao aluno detectar os pontos fracos deste e extrair as consequências pertinentes sobre onde colocar posteriormente a ênfase no ensino e na aprendizagem. A Segunda tem por efeito hierarquizar e classificar os alunos. A escola prega em parte a avaliação com base na primeira função, mas a emprega fundamentalmente para a Segunda.

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A avaliação deve ser concebida como um instrumento para ajudar o aluno a aprender e

faz parte integrante do trabalho realizado em sala de aula para, a partir dela, o professor rever

os procedimentos que vem utilizando e replanejar o seu trabalho. Para o aluno, ela permite ver

os avanços e as dificuldades. Tem a função permanente de diagnóstico e acompanhamento do

processo ensino - aprendizagem.

É processo contínuo e realizado em função dos objetivos pedagógicos propostos em

cada bimestre. Deve ser realizada de maneira diversificada. Mais que uma verificação de

notas, a avaliação é um diagnóstico do processo pedagógico, da apropriação e produção de

conhecimentos. É também um diagnóstico dos aspectos que precisam ser modificados na

prática pedagógica.

O professor assume um papel de pesquisador que investiga quais os problemas que os

alunos enfrentam e o por quê. Estudando com cuidado as produções realizadas, conversando

com os alunos sobre elas, considerando as razões que levaram a produzi-las de uma

determinada maneira e não de outra, ouvindo suas justificativas, detectando o “nó” que

emperra o processo.

Só assim, a avaliação é um instrumento de aprendizagem: quando o professor utiliza

as informações conseguidas para planejar suas intervenções, propondo procedimentos que

levem os alunos a atingir novos patamares e conhecimento.

A avaliação acontece vinculada às atividades do dia-a-dia da sala de aula,

possibilitando a reflexão contínua sobre o processo de aprendizagem. Porém, é necessário

também momentos específicos, previstos no calendário, para fazer um balanço geral do

trabalho, uma síntese do desempenho dos alunos e do professor. Mas a análise deve ser do

conjunto. Após esse balanço percebe-se que enfrentou dificuldades, mas também fez muitas

conquistas e isso deve ser registrado como um fator relevante, pois leva o aluno e o professor

a perceber a evolução e melhorar a sua auto-estima.

A escola tem um processo de avaliação bem definido e fundamentado, com bases na

avaliação formativa. Levando em conta o desenvolvimento do aluno e do próprio professor.

Enquanto instituição o papel que se espera da escola é que possa colaborar na

formação do cidadão pela mediação do conhecimento científico, estético e filosófico. O

conhecimento deve ajudar a compreender o mundo e a nele intervir. Garantindo a formação

integral do sujeito pela mediação da efetiva construção do saber.

Segundo Luckesi (2005, p.166), a avaliação deve deixar de ser utilizada como um

recurso de autoridade que decide sobre o destino do educando e passar a assumir um papel de

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auxiliar o crescimento. Dessa forma o caráter educacional da avaliação sobrepõe-se ao seu

caráter eventualmente punitivo e de controle, se constituindo assim a avaliação como um

instrumento facilitador na busca de orientações e intervenções pedagógicas. A proposta é de

superar o viés positivista e classificatório das práticas avaliativas escolares, retomando-as em

seu sentido ético, de juízo de valor, de respeito as diferenças, de compromisso com a

aprendizagem para todos e formação da cidadania.

5. CRITÉRIOS DE ORGANIZAÇÃO INTERNA DA ESCOLA

A Escola Colônia Paraíso oferece aos seus alunos as seguintes modalidades de ensino:

Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série e organização por séries e regime anual. Possui um total

de quarenta e dois alunos, distribuídos em quatro turmas de 5ª a 8ª séries.

5.1 GESTÃO DEMOCRÁTICA

A democratização econômica e política, a democratização da educação e da escola,

através da universalização, da gratuidade e da permanência é uma exigência para a

emancipação da classe trabalhadora. Neste sentido a participação de toda a comunidade

escolar não é uma concessão, mas uma prática que expressa princípios, que influencia na

qualidade da educação e está vinculada a um projeto coletivo por uma sociedade não

excludente.

A democratização da gestão do sistema educativo e da escola é um processo articulado

ao caráter público dessa atividade, que deve ser mantida pelo estado. Isto implica na

democratização do próprio estado, na desprivatização da educação ocorrida na última década

e na efetivação de mecanismos de acompanhamento, controle e definição das políticas

educacionais, bem como da organização do trabalho educativo na escola com a participação

de todos e todas.

Abrindo os portões e muros escolares como um exercício para a efetivação da

participação popular no interior da escola e desta na comunidade é que vamos superar a lógica

burocrática, fragmentada e autoritária que ainda permeia o cotidiano da escola. Neste sentido

a gestão democrática é uma prática cotidiana que contém o princípio da reflexão, da

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compreensão e da transformação que envolve necessariamente, a formulação de um Projeto

Político Pedagógico libertador.

Os conceitos de democracia e prática democrática precisam ser compreendidos e

interpretados no interior da escola, para a partir daí, esclarecer um processo de gestão que seja

vinculado aos objetivos pedagógicos, políticos e culturais da escola. Tanto o conceito de

gestão como os de democracia não se originaram no interior da escola. No entanto a escola,

como campo privilegiado de intervenção política e ideológica traz na sua essência pedagógica

a possibilidade de construção de novos paradigmas e práticas que priorizem a via democrática

na escola e na sociedade. Não se pode desvincular a gestão democrática do processo

pedagógico educativo mais amplo. Pois, a escola educa e forma o cidadão por suas relações

pedagógicas.

A construção de um processo de gestão centrado nos valores e princípios democráticos

é tarefa política e educativa da escola, que representa uma das mais importantes e essenciais

atividades públicas e constitui lócus da formação do cidadão como um ser social histórico e

sujeito de relações.

A gestão democrática não se limita ao administrativo. Pressupõe a autonomia

administrativa e financeira, assim como a autonomia para que a escola possa construir seu

próprio projeto pedagógico e estabelecer seu próprio sistema de avaliação. Nesse sentido a

escola torna-se democrática na sua essência pedagógica, traduzida por seu caráter público,

pelas novas relações sociais que estabelece pela democratização das decisões, e

essencialmente pela formação para a cidadania. Assim, a escola não é democrática só por sua

prática administrativa, ela se torna democrática por toda a sua ação pedagógica e

essencialmente educativa.

O ato pedagógico e o ensino aprendizagem implicam colaboração, co-responsabilidade

e solidariedade, o que torna a participação coletiva essencial. A organização e o

funcionamento da escola, as relações e a organização do trabalho escolar não podem

prescindir da competente participação de todos os envolvidos.

5.2 FORMAÇÃO CONTINUADA

O processo de análise da formação do educador do campo passa pela compreensão do

contexto sócio-histórico-cultural, no qual sua educação como profissional se forja, bem como

nos diferentes espaços que o formam na medida em que exerce seu papel de educador, dentre

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eles a própria escola que, “fazendo parte do movimento histórico-social, ela deve ser vista

como palco da dimensão da luta de classes. E nesse processo de engajamento e de luta no

interior da própria escola burguesa que o educador se educa”. (VIEIRA PINTO, 2000).

Ao analisar a formação do educador, a partir de um olhar sócio-antropológico, Vieira

Pinto discute o papel da sociedade que dita a concepção que cada educador tem do papel, do

modo de executa-lo, das finalidades de sua função, tudo isso de acordo com a posição que o

próprio educador ocupa na sociedade. A noção de posição está tomada aqui no sentido

histórico-dialético amplo e indica por isso não só os fundamentos materiais da realidade social

do educador, mas igualmente o conjunto de suas ideias em todos os terrenos, e muito

particularmente da própria educação.

Desse modo podemos afirmar que o trabalho educativo desenvolvido pelo educador na

sua prática político-pedagógica manifesta uma concepção de homem nos diferentes espaços

formativos. O modo como o educador se posiciona diante da realidade, como concebe o saber,

a relação que estabelece com o seu educando na prática pedagógica, refletem seus saberes,

sua cultura, adquiridos ao longo de sua história de vida, a partir da influência da família, da

escola, da igreja, do trabalho, do sindicato, do partido político, enfim, de uma determinada

sociedade num determinado tempo e espaço.

O educador como um ser incluso, inacabado, está em constante processo de formação.

Este processo, segundo Vieira Pinto (2000, p. 110), se dá por duas vias: uma externa, através

das condições que os capacitam profissionalmente e a outra interna, que se dá pela própria

consciência do educador, ao indagar sua prática, seu papel que exerce na sociedade.

Mascelani (1988, p. 123) diz: “ a educação do educador não se dá por acaso, ocorre

dentro de determinantes da política educacional, num quadro complexo de relações, que se

dão tanto no plano nacional, quanto no plano internacional”. Assim, a discussão sobre o

processo de formação do educador deve estar articulada a análise de sua função social. Mas

afinal, qual é a função social do educador?

No contexto da educação escolar, situada no movimento mais amplo da prática

política, os educadores começam, a assumir funções que extrapolam as que lhes são atribuídas

por uma concepção estritamente pedagógica da prática educativa. Há toda uma redefinição do

seu papel político-pedagógico na sociedade, o que incide no seu processo de formação e na

sua atuação como educador.

Buscamos discutir a função social do educador a partir da categoria de intelectual, o

que permite compreender suas responsabilidades pedagógicas e políticas. Permite

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compreender suas responsabilidades pedagógicas e políticas. Permite clarear sua participação

na produção de legitimação de interesses políticos, sociais, econômicos, pedagógicos, e ainda

compreender o seu papel como dirigente, como organizador do saber e da cultura, a partir de

determinadas opções, que revelam a possibilidade de uma educação neutra, pois se colocam a

favor da manutenção ou da transformação da sociedade.

Quando se fala em formação continuada, refere-se aos profissionais que estejam em

pleno exercício de sua atividade, buscando inovações em sua forma de trabalho direcionado

para o campo, precisa-se achar formas de continuar aprendendo diariamente, para um bom

desempenho profissional.

Base legal para a instituição da formação continuada:

• A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), art. 63, inciso III, e art. 67, inciso II;

• A Lei nº 9424/96 que instituiu o FUNDEF (40% para manutenção e formação);

• A Resolução 03/97 do CNE, art. 5º;

• PNE (Lei 10.172/2001)

A proposta da Escola Colônia Paraíso, para a formação continuada dos professores da

Educação Básica – Ensino Fundamental 5ª a 8ª série, baseia-se no reconhecimento e na

valorização dos conhecimentos e práticas dos quais o professor é portador. Assim as ações

organizadas, pretendem promover um diálogo constante com os professores, por meio do qual

a Equipe Pedagógica, contribua para o redirecionamento das práticas educacionais, a partir

das necessidades e interesses dos próprios docentes.

Diante de tais princípios, a formação continuada dos professores que atuam nesse

nível de ensino deve ser estruturada de forma a criar oportunidades para o docente repensar

criticamente sua atuação profissional, em suas diferentes dimensões, redefini-la e/ou

consolidá-la, com base na oferta de tempos e espaços nos quais se realize o diálogo entre

teoria e prática, por meio de um percurso no qual ações reflexão sejam atitudes

intercomunicantes que se iluminam e se alteram mutuamente.

Objetivos da formação:

• Contribuir com a qualificação da ação docente no sentido de garantir uma aprendizagem

efetiva e uma escola de qualidade para todos;

• Contribuir com o desenvolvimento da autonomia intelectual e profissional dos docentes;

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• Transmudar o quadro educativo-pedagógico, que passa a acolher o questionamento e

ressignificar a verdade, encontrando e construindo caminhos para a autonomia;

• Subsidiar a reflexão permanente sobre a prática docente, com o exercício da crítica do

sentido e da gênese da cultura, da educação e do conhecimento e subsidiar o

aprofundamento da articulação dos componentes curriculares;

• Institucionalizar e fortalecer o trabalho coletivo como meio de reflexão teórica e

construção da prática pedagógica para a educação do campo.

Atividades a desenvolver:

• Programas de formação direcionada as áreas latentes dentro do estabelecimento.

• Promover Encontro Pedagógico: duas vezes por bimestre os quais sirvam para troca de

experiências bem sucedidas e para montagem de atividades, bem como familiarizarem

com novas propostas de trabalhos que chegam;

• Mobilização corpo docente e dos órgãos colegiados para que participem de

seminários, debates, cursos capacitação (desenvolvido por instituições parceiras e pelo

Governo do Estado);

• Hora atividade, participação: encontros, simpósios ou seminários em todas as

disciplinas do ensino fundamental e da educação do campo.

• Promover encontros educativos: palestras com os pais com tema “Família e Escola”.

5.3 O CURRÍCULO DA ESCOLA PÚBLICA

Afirma-se que o currículo escolar é o resultado de escolhas intencionais que fazemos

dentro do imenso conjunto de conhecimentos produzidos pela humanidade. A dificuldade

reside em saber o que escolher, o que implica conhecer, em primeiro lugar, o que norteia

nossas escolhas. Queremos que este currículo resulte numa seleção de conteúdos essenciais na

formação da consciência de classe e para a construção de uma nova hegemonia, tendo como

objetivo a luta cotidiana contra o capitalismo e cultivando os valores de uma sociedade

socialista.

O currículo deve conter adaptações dos conteúdos para a formação de cidadãos do

campo. Os conteúdos metodológicos e tecnológicos de ensino devem levar em consideração o

sujeito do campo e sua realidade. É um instrumento político, cultural e científico concebido a

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partir da construção coletiva. É preciso romper com conteúdo restrito de currículo

considerado como grade curricular. O currículo deve ser expressão de um projeto pedagógico.

É o conjunto de atividades, de experiências, de situações de ensino-aprendizagem vivenciadas

pelo aluno no seu tempo de formação.

O currículo assegura a formação para uma competente intervenção profissional, na

totalidade de suas dimensões: técnica, política e ética. Cabe lembrar que o currículo não é

apenas a distribuição de conteúdos por disciplina em uma dada seriação escolar, mas sim um

instrumento de ação pedagógica com objetivos definidos para maximizar a efetiva

aprendizagem do aluno. Sendo assim, seu papel deve ser o norteador das abordagens e ações

no processo de ensino e aprendizagem.

A definição do perfil do cidadão que se quer formar é tarefa crucial. Dessa visão é que

deriva a concepção do currículo ideal e do grau desejado de flexibilidade e de

interdisciplinaridade para sua integralização.

5.3.1 DINÂMICA DO CURRÍCULO

Para a construção do currículo é necessário ter em vista:

• Flexibilidade curricular;

• Visão interdisciplinar;

• Formação global (um equilíbrio entre o global e o especifico);

• Predomínio da formação sobre a informação;

• Articulação entre a teoria e a prática;

• Capacidade de lidar com a construção do conhecimento de forma crítica;

• Desenvolvimento de conteúdos, habilidades e atitudes formativas;

• A formação humanística no contexto social, possibilitando uma base sólida no

conhecimento da cidadania;

• Uma visão ampliada do conceito de sala de aula, que deve superar a conformação de

professores x aprendiz. O aluno deve participar efetivamente de um processo de aprender;

• Conhecer os sujeitos escolares e o meio onde a escola está inserida;

Resultados Esperados

A partir da aplicação desses princípios norteadores, espera-se que o aluno formado por

essa nova concepção de currículo possa ser um cidadão altamente qualificado, capaz de

interagir não só no mercado de trabalho, mas em sua comunidade e sociedade, de

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modo a transformá-la de maneira crítica e construtiva dentro de uma visão mais integrada de

cidadania.

Também deve ser capaz de transformar a aprendizagem em um processo contínuo ao

longo de sua existência, de maneira a incorporar, reestruturar e criar, novos conhecimentos. É

necessário instituir mecanismos para a adequação das escolas, aperfeiçoamento de seus

docentes e técnicos administrativos, frente às exigências impostas pelos novos paradigmas.

5.3.2 REFLEXÃO SOBRE O TRABALHO PEDAGÓGICO

Vivemos em uma sociedade cercada de mudanças. E neste contexto está inserido a

educação e esta a mercê de inúmeras modificações. Sendo assim se torna necessário fazer

uma reflexão do ato pedagógico. O trabalho pedagógico é que integra toda a comunidade

escolar onde esta precisa se adaptar ás novas mudanças que ocorrem no interior da escola.

Não basta refletir e analisar é preciso construir critérios de adaptações e mudanças

coerentes em todos os âmbitos. Pois o comportamento humano não se altera

momentaneamente, ou meramente de um dia para o outro, mas sim, através de uma seqüência

de intervenções no processo educativo contínuo de forma visível e concreta.

Essa continuidade exige um fazer pedagógico, com experiências relevantes, onde as

disciplinas devem se entrelaçarem, trazendo significação aos conteúdos. Tais elementos

exigem a elaboração de um plano de ação, que vise um currículo com seqüência e

continuidade, respeitando a dignidade e o valor do ser humano, independente de sua raça,

nacionalidade, ocupação, rendimentos ou classe social.

5.3.3 MATRIZ CURRICULAR

A organização da matriz curricular, para o ano de 2010 está organizada de forma a

atender os 75% do núcleo comum e 25% da parte diversificada, que visa atingir as

necessidades regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela sendo

organicamente integrado à base nacional comum. (Parecer 15/98).

O Ensino Fundamental (5ª a 8ª séries) dispõe de uma carga horária mínima 3.600

horas para o período diurno previsto no art. 24 da Lei 9394/96. O Ensino Fundamental é

ofertado no turno matutino.

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A Estrutura Curricular organizada da seguinte forma: Ensino Fundamental: por área de

conhecimento. / Seriação Anual.

ESTABELECIMENTO: ESCOLA ESTADUAL COLONIA PARAÍSO – EF

MATRIZ CURRICULAR – ENSINO FUNDAMENTAL –

ANO LETIVO 2009

ENSINO FUNDAMENTAL 5ª A 8ª SÉRIESEstabelecimento: Escola Estadual Colônia Paraíso – EFEntidade Mantenedora: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁMunicípio: Bom Sucesso do Sul NRE: Pato BrancoDISCIPLINAS DIURNOB

A

S

E

N

A

C.

C

O

M

U

M

5ª 6ª 7ª 8ªCIÊNCIAS 3 3 4 4EDUCAÇÃO ARTÍSTICA 2 2 2 2EDUCAÇÃO FÍSICA 3 3 3 3ENSINO RELIGIOSO 1 1 0 0GEOGRAFIA 3 3 3 3HISTÓRIA 3 3 3 3LÍNGUA PORTUGUESA 4 4 4 4MATEMÁTICA 4 4 4 4

SUB-TOTAL 22 22 22P

D

I

V

LE -INGLES 2 2 2 2

SUB-TOTAL 2 2 2 26

TOTAL 24 24 25 25

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5.4 TRABALHO COLETIVO

A participação possibilita a reflexão coletiva que favorece o diálogo, o respeito e a

autocrítica, a descentralização do poder, criando uma forma de comunicação horizontal, que

elimina o controle hierárquico e desenvolve a autonomia, bem como a construção de práticas

coletiva de avaliação contínua dos processos de organização do trabalho pedagógico e da

aprendizagem.

O trabalho coletivo favorece o entendimento das diferentes visões de mundo e de

formas possíveis para criar o novo, a partir do que já existe de condições reais e de práticas

dos sujeitos do processo educativo, como também a necessária organização do trabalho

educativo com todos os sujeitos do processo, articulando as especificidades das diferentes

funções.

5.5 PRÁTICA TRANSFORMADORA

Por meio de uma ação planejada e refletiva do professor no dia-a-dia da sala de aula, a

escola realiza seu maior objetivo: fazer com que os alunos aprendam e adquiram o desejo de

aprender cada vez mais e com autonomia. Para atingir esse objetivo, é preciso focar a prática

pedagógica no desenvolvimento dos alunos, o que significa observá-los de perto,

compreender suas diferenças, demonstrar interesse por eles, conhecer suas dificuldades e

incentivar suas potencialidades. Crianças, adolescentes, jovens e adultos vivem num mundo

cheio de informação, o que reforça a necessidade de planejar as aulas com base em um

conhecimento sobre o que eles já sabem e o precisam e desejam saber.

A Escola Estadual Colônia Paraíso tem sua concepção pedagógica pautada na

pedagogia progressista, busca uma educação crítica a serviço das transformações sociais,

econômicas e políticas, tendo em vista a superação das desigualdades existentes na sociedade.

A pedagogia progressista não tem como institucionalizar-se numa sociedade capitalista,

porém, ela se torna instrumento de luta dos educadores contra o capitalismo exacerbado que

enfrentamos e contra o qual temos que orientar nossos alunos. Não basta formar indivíduos, é

preciso saber para que tipo de sociedade e como eles atuarão nessa sociedade.

O professor é o mediador entre os conteúdos e o aluno, sendo um sujeito ativo no

direcionamento do processo pedagógico, interferindo e criando condições necessárias à

apropriação do conhecimento.

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Segundo Libâneo (2002), a atuação da escola consiste na preparação do aluno para o

mundo adulto e as exigências do mercado de trabalho, fornecendo-lhe um instrumental, por

meio da aquisição de conteúdos e da socialização, para participação organizada e ativa na

democratização da sociedade.

O papel da escola dentro dessa concepção é transmitir o saber universal acumulado

durante os séculos, socializando o saber elaborado para a classe trabalhadora, entendendo a

apropriação crítica e histórica do conhecimento enquanto instrumento de compreensão da

realidade social e atuação crítica e democrática para a transformação dessa realidade.

Conforme Libâneo (2002), a escola como parte integrante da sociedade deve agir com

o intuito de transformação desta mesma sociedade e não como adaptadora do indivíduo à

sociedade ou mera reprodutora da ordem social instituída.

Precisamos superar o imperialismo pedagógico (escola tradicional), a crença na

impossibilidade de que o professor possa ensinar (escola nova) e da negação da necessidade

do professor (escola tecnicista). O professor é de fundamental importância para que o aluno se

aproprie do saber elaborado, sua autoridade é firmada na competência e no compromisso,

construindo uma relaçã

5.6 DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS

Pelo efeito do capitalismo surge no contexto da educação temas sociais. Precisamos

compreender que as relações a partir das novas configurações do capital se tornam

competitivas e por consequência mais agravantes serão os problemas sociais, econômicos e

ambientais gerados por essas relações.

A escola na angústia em enfrentar estes problemas que não são genuínos dela, mas que

incidem sobre ela, abarca para si mais demandas. O que precisa ficar claro é que o papel da

escola é o compromisso com a emancipação humana através da apropriação dos

conhecimentos produzidos historicamente.

Nesta perspectiva de currículo de conteúdos e conhecimentos, é preciso situar que

alguns desafios educacionais contemporâneos postos à escola hoje, enquanto leis, têm sua

origem na cobrança da sociedade civil organizada. Nesse sentido, o professor, ao abordar o

conteúdo da disciplina precisa analisar suas várias determinações. Remetendo a uma visão de

totalidade as questões sociais, ambientais, econômicas, políticas e culturais que podem e

devem ser tratadas no âmbito do conteúdo.

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Os desafios educacionais no currículo devem fazer parte da totalidade dos conteúdos,

não podendo se impor a disciplinas e sim trabalhados em seu contexto. Portanto, os desafios

educacionais contemporâneos devem ser compreendidos como parte da realidade que

produzem e explicam os fatos sociais. Cabe aos professores e a escola como um todo não

secundarizar sua função social na socialização do conteúdo historicamente produzido pela

humanidade e não negar situações postas pelo cotidiano, devemos enfrentar para não

reproduzir ou contribuir para as práticas de preconceito, discriminação, racismo e desrespeito

ao meio ambiente e aos sujeitos em nossa sociedade.

A escola não dá conta de tudo, mas de forma consciente e fundamentada pode e deve

discutir esses desafios como expressões históricas, políticas e econômicas da realidade.

6- MARCO OPERACIONAL

6.1 REDIMENCIONAMENTO DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

PEDAGÓGICO

Não basta definir uma escola é preciso oportunizar condições de trabalho, que se faz

necessário um compromisso efetivo tanto das esferas mais altas do poder, como também

daqueles que atuam diretamente na escola. Necessitamos de um projeto pedagógico que tenha

como referencial básico o aluno, o professor enfim, o grupo social concreto em interseção

com o saber, elaborado e que necessita ser dominado. Esse trabalho implica obviamente na

capacidade de desenvolver a competência técnica, política e humana dos educadores na

construção de um projeto de escola autônoma.

O trabalho pedagógico escolar deve dirigir-se no sentido de estimular no aluno a ser

dirigente, pesquisador o que exige esforço e disciplina. As normas devem ser estabelecidas

pela coletividade e a escola redefine sua caminhada conforme a necessidade da sua clientela.

Esta ideia é o cerne da construção coletiva que deve permear as ações pedagógicas da escola,

enfocando a concepção transformadora e dialógica na qual o aluno deixa de ser domesticado

para assumir papel de autor de sua história.

Devemos nos conscientizar que a qualidade da escola passa a interessar na medida em

que a estrutura social necessita de mais habilidades do profissional como capacidade de

abstrações para certas decisões, raciocínio matemático e outras. Por outro lado a educação é

temida pelo grupo que detém o poder porque gera conscientização e busca de autonomia.

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Educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele, e com tal gesto, salvá-lo da ruína que seria inevitável não fossem a renovação e a vinda dos novos e dos jovens. A educação é também, onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-los de nosso mundo e abandoná-los a seus próprios recursos, e tampouco arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevista para nós, preparando-os em vez disto com antecedência para a tarefa de renova um mundo comum. (Arendt.1972)

Buscando superar nossos entraves, partimos para a ideologia de uma escola

democrática que venha desenvolver uma educação escolar que compreenda os diversos

interesses que perpassam a sociedade e que organiza o ensino de forma a levar o educando a

compreende-los. Nesse sentido não se desenvolve nela atos que abalam ou eliminam

diferenças existentes, mas sim um espaço onde deve haver reuniões, debates, discussões e

trabalho em conjunto, sendo também a escola uma instituição de cultura que deve socializar o

saber, a ciência, a técnica e artes produzidas socialmente para que todos possam ter acesso a

estes bens culturais, como consequência todos nós, de uma ou de outra forma participamos

desse processo, porque é um processo histórico. Assim todos temos o direito de ter acesso ao

conhecimento do que é socialmente produzido.

Devemos ressaltar a exigência de contemporaneidade da escola quando aberto à

realidade social de um determinado momento ela capacita aos seus educandos o

desenvolvimento de sua compreensão e entendimento da realidade vivida. A escola necessária

deve permitir que o educando seja capaz de entrar no mundo dessa realidade para entende-la.

A escola deve estar comprometida politicamente preparando o educando para o

exercício da cidadania a qual compreende a totalidade dos direitos que o indivíduo tem de

desempenhar nas mais diversas áreas de atuações sociais. A escola necessária é aquela

comprometida politicamente com esse processo, capaz de preparar o educando para esse

conhecimento e para a ação de cidadania numa sociedade moderna através de suas ações

educativas, da totalidade e de suas ações pedagógicas.

6.2 TIPO DE GESTÃO

A nova ordem mundial se reflete diretamente no sistema educacional, em especial na

gestão da educação, no contexto de novas exigências de recursos humanos qualificados e

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sintonizados com a necessidade da democratização da sociedade. Nesse processo, não se pode

desvincular a gestão democrática da escola e um projeto pedagógico mais amplo.

A Constituição Federal de 1988, artigo 206, inciso VI, ao indicar a gestão democrática

entre os princípios do ensino, não o fez de forma a assegurar um entendimento mínimo em

torno do tema, o qual vem constituindo um campo aberto a várias interpretações e aplicações.

No artigo 249 diz: “A gestão do ensino público será exercida de forma democrática,

garantindo-se a representação de todos os segmentos envolvidos na ação educativa, na

concepção, controle e avaliação dos processos educativos e pedagógicos”.

6.2.1 O PAPEL DA DIREÇÃO ESCOLAR

• Presidir a todos os atos escolares

• Tomar medidas administrativas e pedagógicas a serem adotadas para melhor

organização e funcionamento do estabelecimento de ensino.

• Determinar as aplicações das penalidades disciplinares conforme a disposição vigente.

• Tomar providências necessárias para manter segurança no âmbito escolar.

• Planejar juntamente com a APMF e equipe pedagógica promoções e eventos escolares

anuais.

• Aprovar planos de ação anual do serviço de coordenação pedagógica.

• Prestigiar e incentivar a participação dos alunos nas atividades escolares e extra-

escolares.

6.2.2 O PAPEL DO PROFESSOR PEDAGOGO NA ESCOLA

A equipe pedagógica é responsável pela coordenação das ações didáticas pedagógicas,

é uma fonte de recursos de um trabalho de liderança que ajuda a escola a desempenhar melhor

o seu processo de treinamento e compreensão em função de uma educação de qualidade.

• Planejar com os professores;

• Analisar a escolha do livro didático;

• Discutir e organizar ações para alunos que encontram dificuldades de aprendizagem;

• Realizar diagnóstico da comunidade escolar;

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• Organizar turmas dos alunos;

• Atender professores;

• Atender pais;

• Atender alunos;

• Acompanhar e organizar junto a direção a avaliação institucional e conselho de classe;

• Planejar e coordenar reuniões e encontros pedagógicos;

• Acompanhar o rendimento escolar dos alunos pesquisando as causas do

aproveitamento insuficiente, estudando medidas de ordem pedagógica que devem ser

adotadas;

• Participar juntamente com a Direção dos trabalhos e organização escolar, envolvendo

e integrando a comunidade;

• Elaborar juntamente com o corpo docente planos de recuperação paralela a serem

oferecidos aos alunos que obtiverem resultados de aprendizagem abaixo dos

desejados.

6.2.3 O PAPEL DOS DOCENTES

O professor é o mediador do conhecimento que deve estar em constante formação e

atualização. Deve cooperar com o corpo administrativo da escola nas atividades visando

melhorar o desempenho do aluno. Cada professor trabalha utilizando metodologias próprias

aprofundadas dentro da proposta pedagógica da Escola.

Ao professor compete:

• Participar de reuniões de estudo, encontros, cursos, seminários e outros eventos tendo

em vista o seu aperfeiçoamento.

• Assegurar que no âmbito da comunidade educativa “sala de aula” não ocorra

discriminação. Respeitar o aluno como ser humano mantendo um relacionamento

cooperativo de trabalho entre colegas e comunidade escolar.

• Observar os aluno nos trabalhos. Avaliar os alunos de forma diagnostica e formativa.

• Cooperar com os colegas, os pais e demais agentes que de alguma forma influenciam

no trabalho pedagógico.

• Cooperar com a equipe pedagógica na disciplina geral dentro da linha de trabalho

proposta. No que se refere ao tratamento disciplinar do corpo discente ponderar

sempre o que rege o estatuto da criança e do adolescente.

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• Manter uma postura firme e terna em sala de aula;

• Colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.

• Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidas além de participar integralmente

dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e o desenvolvimento

profissional.

O professor e os alunos devem propor, analisar e discutir, em conjunto, os padrões de

comportamento e normas de conduta, pois quando o aluno participa da elaboração de um

“código” de comportamento, tende a assumir o que propôs e a adotá-lo, na prática cotidiana

de sala de aula, mais facilmente do que se fosse imposto. Assim, quando o aluno pode

discutir ou elaborar as regras coletivamente, ele se sente mais motivado para respeitá-las.

O professor tem sua personalidade orientada por valores e princípios de vida, e

consciente ou inconsciente, ele veicula esses valores em sala de aula, manifestando-os a seus

alunos. Assim, ao interagir com cada aluno em particular e se relacionar com a classe como

um todo, o professor não apenas transmite conhecimentos em forma de informações, conceito

e ideias (aspecto cognitivo), mas também facilita a veiculação de valores e princípios de vida

(elementos do domínio afetivo), ajudando a formar a personalidade do educando. Por isso, o

professor deve ter claro que, antes de ser um professor, ele é um educador, ele é exemplo,

deve ter postura ética e comprometida, tendo como base o respeito e a justiça.

A educação seja ela escolar ou “do mundo”, é fenômeno que só ocorre em razão de

um processo básico de interação entre pessoas, porque as relações entre quem ensina e quem

aprende, repercutem sempre na aprendizagem. O ponto principal desse processo é a relação

educando-educador. O diálogo é a própria essência da relação professor-aluno, que é uma

relação de reciprocidade.

Hora Atividade:

• Planejamento das aulas (adaptações para a escola do campo);

• Desenvolver Atividades com vistas a trabalhar os desafios educacionais contemporâneos:

meio ambiente, sexualidade, enfrentamento a violência, cultura Afro-Brasileira e

Africana, etc);

• Correção de trabalhos, cadernos e provas;

• Trocar ideias, sanar dúvidas, pedir auxilio, ou auxiliar a equipe pedagógica no

desenvolvimento de atividades pedagógicas;

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• Confeccionar materiais didáticos;

• Oportunizar momentos para troca de experiências com colegas do trabalho;

• Atender alunos e pais;

• Sempre que possível relatar experiências bem sucedidas em sala de aula, para os colegas,

numa contante troca de experiências;

• Recuperar alunos;

• Leitura e análise de materiais e documentos pertinentes ao dia a dia escolar. (Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Diretrizes Estaduais de Educação, Regimento

Interno, Projeto Político Pedagógico, entre outros).

6.2.4 O PAPEL DA SECRETARIA ESCOLAR

Compete:

• O respeito como principal norma de convivência;

• Contribuir para um bom relacionamento o que favorece um maior rendimento no

trabalho;

• Organização e trabalho em equipe;

• Selecionar metas e planejar para atingir os objetivos;

• Zelar pela documentação escolar;

• Participar das reuniões e cursos;

• Atender pais e alunos, quando de transferências, matrículas e qualquer documentação

escolar;

• Auxiliar a direção, equipe pedagógica e professores sempre que necessário;

• Manter atualizadas as informações no sistema SERE e pastas individuais de alunos,

professores e funcionários.

6.2.5 O PAPEL DOS AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAIS

Os serviços gerais têm a seu encargo o serviço de manutenção, preservação, segurança

e merenda escolar do estabelecimento, sendo supervisionado e coordenador pela Direção e

ficando a ela subordinado.

Os membros que compõe os serviços gerais são: zeladoras e merendeiras.

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Zeladora:

• Manutenção da limpeza e higiene interna da escola;

• Conservação da limpeza externa da escola;

• Colaborar sempre que necessário com a direção e equipe pedagógica;

• Participar de reuniões e eventos de capacitação;

• Respeito entre colegas, alunos e demais comunidade escolar;

• Construir um ambiente de trabalho agradável e de harmonia;

Merendeira:

• Preparar e servir merenda de qualidade conservando e mantendo o ambiente em higiene

adequada;

• Controlar o estoque de merenda escolar.

6.3 O PAPEL DAS INSTÂNCIAS COLEGIADAS

A instituição possui como membros da comunidade escolar, a direção, equipe

pedagógica, equipe administrativa, professores, pais e alunos, onde cada um representa o seu

papel dentro de uma visão participativa.

Neste sentido, numa proposta de administração democrática, o estabelecimento de

ensino será dirigido por um educador qualificado legalmente habilitado, eleito por meio de

votação direta de pais, professores e alunos maiores de dezesseis anos, que terá o papel de

responder por todos as atividades escolares e as relações da escola com a comunidade e os

demais profissionais, que serão designados e contratados pelo Núcleo Regional de Educação.

A equipe pedagógica é responsável pela coordenação das ações didáticas –

pedagógicas, que acontecem na instituição escolar. É um trabalho de liderança que ajuda a

escola a desempenhar melhor o seu processo de ensino-aprendizagem, em função de uma

educação de qualidade oferecida aos alunos.

O papel do professor é ser o mediador do conhecimento para com o aluno e deve estar

em constante formação e atualização. Deve cooperar com o corpo administrativo da escola

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nas atividades visando melhorar o desempenho do aluno. Cada professor trabalha utilizando

metodologias próprias aprofundadas dentro da proposta pedagógica da Escola.

Aos alunos cabe o papel de desenvolver o trabalho em grupo buscando a organização

estudantil através da identidade, que lhe garanta amadurecimento, buscando aprimoramento

pessoal nas tarefas, atividades que são de sua competência.

Aos pais cabe o papel de serem parceiros da escola em todos os sentidos,

principalmente em orientar seus filhos para um maior aproveitamento de tempo que passa no

ambiente escolar, e mesmo fora dele dedicando-se ás atividades escolares complementares

como: horários de estudo pesquisas e leituras. Bem como participar das reuniões de pais,

opinando, e representando seus segmentos.

Podemos considerar que a escola é uma instituição na medida em que a concebemos

como a organização das relações sociais entre os indivíduos dos diferentes segmentos, ou

então como o conjunto de normas e orientações que regem essa organização.

“Analisar a escola como instituição é apreender o sentido global de suas estruturas e de seu

conjunto de normas, valores e relações, numa dinâmica singular e viva. Neste sentido, cabem ao

projeto político-pedagógico os papéis de: organizador da diversidade, construtor de espaços de

autonomia, gerador da descentralização e impulsionador de uma atitude democrática e

comunicativa”. (Carvalho e Diogo 1994, p.49)

Por isso, tornam-se relevantes as discussões sobre a estrutura organizacional da escola,

geralmente composta pelo Conselho Escolar e pelos Conselhos de Classe, que condicionam

tanto sua configuração interna, como o estilo de interações que estabelece com a comunidade.

Existem, ainda, institucionalizadas ou não na escola, outras instâncias de ação colegiada, tais

como: a Associação de Pais e Mestres e Funcionários (APMF) e o Grêmio Estudantil. São

Instituições auxiliares para o aprimoramento do processo educativo.

6.3.1 CONSELHO DE CLASSE

O conselho de classe é o orgão colegiado de natureza consultiva e deliberativa em

assuntos didáticos-pedagógicos, com a responsabilidade de analisar as ações educacionais,

indicando alternativas que busquem garantir a efetivação do processo ensino e aprendizagem.

Tem como finalidade, após analisar as informações e dados apresentados, intervirem

tempo hábil no processo ensino aprendizagem, oportunizando ao aluno formas diferenciadas

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de apropriar-se em um espaço de reflexão pedagógica, onde todos os sujeitos do processo

educativo, de forma coletiva, discutem alternativas e propõem ações educativas eficazes que

possam vir a sanar necessidades e ou dificuldades apontadas no processo educativo.

O conselho de classe é constituído pelo diretor (a), diretor (a) auxiliar, pedagogos (as),

docentes e secretario (a). Os alunos são representados por meio do pré-conselho de classe,

realizado pelo professor regente.

As reuniões são lavradas em Ata específica, pelo secretário (a) da escola, como forma

de registro das decisões tomadas.

São atribuições do conselho de classe:

• analisar as informações sobre os conteúdos curriculares, encaminhamentos metodológicos

e práticas avaliativas que se referem ao processo ensino e aprendizagem;

• propor procedimentos e formas diferenciadas de ensino e de estudo para melhoria do

processo de aprendizagem;

• estabelecer mecanismos de recuperação de estudos, concomitantes ao estudo;

• acompanhar o processo de avaliação de cada turma, devendo debater e analisar os dados

qualitativos e quantitativos do método de ensino;

• atuar com co responsabilidade na decisão sobre a possibilidade de avanço do aluno para

série/etapa subsequente ou retenção, após a apuração dos resultados finais, levando-se em

consideração o desenvolvimento integral do aluno;

• analisar pedidos de revisão de resultados finais recebidos pela secretaria do

estabelecimento, no prazo de até 72 horas úteis, após sua divulgação em edital.

O que se torna importante destacar é que a tarefa central do ensino é oportunizar

situações didáticas para que a aprendizagem ocorra. A aprendizagem é a atividade do aluno e

isso exige uma disposição em querer aprender. Para Veiga (1996, p.160), o aluno presta

atenção, observa, faz anotações e exercícios, discute em grupo, estuda exemplifica , faz

síntese, expõe com as próprias palavras, toma consciência das dificuldades, usa materiais

diversos e avalia.

Nessa perspectiva, avaliar é efetivar oportunidades de ação-reflexão, num

acompanhamento contínuo dos professores que levará o aluno a novas questões. É preciso

ficar claro que o objeto de estudo do conselho de classe é o ensino e suas relações com a

avaliação e a aprendizagem.

Observando atividades do Conselho de Classe, Paro (1995, p. 162) percebeu duas

tendências a respeito do papel da avaliação na escola: uma mais tolerante, pouco exigente

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com relação ao desempenho do aluno, com decisões voltadas mais para a aprovação; outra,

mais rigorosa, que só permite a aprovação de alunos que atinjam padrões mais elevados de

desempenho. A esse respeito, afirma o autor: “o Conselho de Classe não deixa de constituir

um espaço de encontro de posições diversificadas relativas ao desempenho do aluno, que não

fica, assim, restrito à avaliação de apenas uma pessoa”.

Nessa tarefa de reconstrução da prática avaliativa, cabe ao Conselho de Classe dar

conta de importantes questões didático-pedagógicas, aproveitando seu potencial de gerador de

ideias e como um espaço educativo. É fundamental que os educadores explorem as

possibilidades educativas do Conselho de Classe, mesmo enfrentando as adversas condições

de trabalho, bem como as exigências burocráticas que tem de cumprir.

É preciso enfrentar o desafio urgente e necessário de democratizar realmente a

instituição educativa: trazer o aluno e sua família para o interior da escola, propiciando

também a democratização de sua permanência.

6.3.2 ASSOCIAÇÃO DE PAIS, MESTRES E FUNCIONÁRIOS - APMF:

APMF é composta por pais, mestres e funcionários. É uma instituição auxiliar que tem

como finalidade colaborar no aprimoramento da educação e na integração família-escola-

comunidade. A escolha dos membros da APMF é feita em assembleia com a comunidade

escolar por meio do voto.

Compete a APMF:

• Analisar e aprovar junto à Direção do estabelecimento o plano anual de ação.

• Acompanhar e avaliar o desempenho da escola face às diretrizes, prioridades e metas

estabelecidas no plano anual.

• Promover eventos culturais, esportivos e recreativos na comunidade escolar visando à

arrecadação financeira a ser revertida em benefício da escola, prestando contas a

comunidade escolar.

A APMF deverá exercer a função de sustentadora jurídica das verbas públicas

recebidas e aplicadas pela escola, com a participação dos pais no seu cotidiano em

cumplicidade com a administração. Paro (1995, p. 137) levanta duas questões norteadoras

para a escola:

A cobrança (facultativa, obviamente) de taxa não poderia conter um certo potencial de

participação.

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Em que medida a cobrança e a gerência dos recursos não poderiam ser o embrião de

uma participação mais efetiva na escola?

O que é preciso ficar claro nas discussões é que a cobrança de taxa da APMF não será

solucionada tendo em vista os múltiplos problemas da escola. É preciso também, e

principalmente, atender para o fato de que há omissão do Estado com relação à manutenção

da rede pública.

No tocante à participação, a realidade tem mostrado que a comunidade não

compartilha da vida da escola, pois essa também não comunga dos seus problemas porque não

está preparada nem pedagógica nem estruturalmente para imprimir esse direcionamento.

A escola, deve envolver pais, mães e responsáveis no seu verdadeiro objetivo que é de

formar o aluno para o exercício na cidadania. E isso se consegue também se ela desenvolve

um trabalho amplo com a família, para que esta participe das decisões e atividades

pedagógicas, acompanhando o estudo dos filhos.

A escola, por ser pública e do campo não poderá deixar de criar mecanismos para

envolver a comunidade em seu dia-a-dia. Mesmo a escola que atenda às classes menos

favorecidas pode desenvolver trabalho com os pais, levando-os a compartilhar das decisões e

compreender a importância de sua participação nas decisões em que a escola precisa de sua

presença.

Para isso, no entanto, o corpo docente, discente, administrativo e, principalmente, a

diretoria da escola têm que dar abertura para que os pais possam opinar, reivindicar e

compreender a relevância de seu papel na vida da escola. É importante mobilizar a população

para uma educação mais democrática e compromissada. Isso fará com que o Poder Público,

além de fornecer recursos, propicie as condições de execução de educação, tendo a população

como eixo propulsor de uma educação despojada do autoritarismo estatal. Gadotti (1990,

p.167) afirma que uma escola pública deverá “ter a qualidade da escola controlada pela

comunidade, cujas decisões a ela caibam, e não sejam entregues aos devaneios e ao lirismo

tecnológico dos planejadores”.

A participação de pais, professores, alunos e funcionários por meio da APMF dará

autonomia à escola, favorecendo a participação de todos na tomada de decisões do calendário

escolar, horário de aulas, enfim, a definição da política global da escola, ou seja, a construção

do seu projeto político-pedagógico.

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“A APMF, com a participação dos pais, professores, alunos e funcionários, seria o

órgão mais importante de uma escola autônoma, estando envolvido na organização do

trabalho pedagógico e no funcionamento administrativo da escola” (MINASE, 1996, p.42).

É importante salientar que a APMF não pode ser concebida como mero instrumento de

controle burocrático. Para o mesmo autor, a mudança jamais acontecerá unilateralmente, pois

“não há canal institucional que venha a ser criado no sistema público que, por si só,

transforme a qualidade da educação pública, se não estiver pressuposto a possibilidade de

redefinição e se não existir uma vontade coletiva que queira transformar a existência da

prática pedagógica concreta” (MINASI, 1996, p. 115).

6.3.3 O CONSELHO ESCOLAR: Espaço de debate e decisões:

O Conselho Escolar é a instância de caráter mais deliberativo, de tomada de decisões

sobre os assuntos substantivos da escola, proporciona momentos em que os interesses

contraditórios vêm à tona. Como espaço de debates e discussões, permite que professores,

funcionários, pais e alunos explicitem seus interesses, suas reivindicações.

Examinando com profundidade os múltiplos aspectos que envolvem a participação da

comunidade na gestão da escola pública, Paro (1995, p.154) constatou o seguinte:

Embora a participação de pais e alunos nas decisões do Conselho da Escola nem

sempre se faça de forma intensa, o fato de ser o local onde se tomam decisões de importância

para o funcionamento da unidade escolar tem feito com que este órgão se torne à instância

onde se explicitam e procuram resolver importantes contradições da vida escolar.

Essa compreensão foi importante para desvendar o papel meramente formal

desempenhado, muitas vezes, pelo Conselho Escolar e, ao mesmo tempo, vislumbrar um

avanço em termos da democratização da escola pública, o que parece importante destacar é o

papel que desempenha o Conselho Escolar no contexto das relações sociais que permeiam a

realidade da instituição educativa.

O Conselho Escolar deverá, portanto, favorecer a aproximação dos centros de decisões

dos atores, isso facilita a comunicação, pois rompendo com as relações burocráticas e formais,

permite a comunicação vertical e também horizontal. Sob essa ótica, o Conselho possibilita a

delegação de responsabilidade e o envolvimento de diversos participantes. É um gerador de

descentralização. E, como órgão máximo de decisão no interior da escola, procura defender

uma nova visão de trabalho.

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6.3.4 GRÊMIO ESTUDANTIL:

A organização estudantil é a instância onde se cultiva gradativamente o interesse do

aluno, para além da sala de aula. A consciência dos diretos individuais vem acoplada à ideia

de que estes se conquistam numa participação social solidária.

Se, por um lado, os alunos caracterizam-se pela passividade e pelo individualismo

ligados às relações de estrutura político-social em que vivem, por outro lado, vale salientar

que os movimentos estudantis foram interrompidos pela forma autoritária de gerir a sociedade

brasileira, a partir de 1964.

Isso trouxe como consequência o silenciamento da voz do aluno provocado pelo

controle, pelo cerceamento e pela desarticulação do movimento estudantil. Por pressões

externas, oriundas da Lei Suplicy de Lacerda ou Lei UNE 4.464/64, a representação nacional

dos estudantes foi eliminada, o que provocou a desarticulação dos mesmos.

O decreto-lei 252/67 vetou a ação dos órgãos estudantis em quaisquer manifestações e

movimentos (art. II). A seguir, o Ato Institucional n. º 5, de dezembro de 1968, sufocou

definitivamente os movimentos estudantis e “suspendeu o direito dos cidadãos de

equacionarem seu próprio destino, nos planos pessoal e político-social” (Jélvez 1990 a, p. 41).

Em fevereiro de 1969, foi promulgada o decreto-lei 477, decorrente do AI-5 nas suas

Portarias 149-A e 3.524, e aplicado aos professores, alunos e funcionários, proibindo qualquer

manifestação de caráter político ou de contestação no interior das instituições educativas. Foi

nesse clima de controle, ameaça e insegurança individual que se formaram profissionais de

nível superior e dentre eles, os professores.

Jélvez (1990, p. 41), ao elaborar uma visão panorâmica da ação repressiva,

ameaçadora e controladora, afirma:

“(...) o “bom comportamento”, a imposição da autocensura, o silêncio e a indiferença frente

aos problemas nacionais e educacionais, o abandono da atuação e da militância política e

social e dos movimentos da sociedade civil foram, certamente, a eficácia dessa legislação e as

marcas mais amargas na consciência e no coração dos professores e estudantes, cientes de seus

direitos e de sua dignidade, obrigados que foram a permanecer no silêncio e no imobilismo.”

Foi, portanto, nesse clima de repressão que se desencadearam as atividades de

desmobilização e dispersão de professores e alunos.

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Em 1985, foi sancionada a Lei 7.398/85, explicitando que a criação e a organização do

grêmio estudantil é um direito dos alunos. Essa legislação que institui o grêmio estudantil, de

caráter facultativo, elimina a obrigatoriedade do centro cívico, instância de caráter tutelar, a

lei Federal conferiu autonomia aos estudantes do então ensino de 1º e 2º grau, hoje educação

básica, para organizarem seus grêmios como entidades representativas de seus interesses,

“com finalidades educacionais, culturais, cívicas e sociais”(art. 1º).

O grêmio estudantil é caracterizado pelo documento legal, como órgão independente

da direção da escola ou de qualquer outra instância de controle e tutela que pode ser

reivindicada pela instituição. O parágrafo 2º define que compete aos educandos organizar o

Grêmio Estudantil, estabelecendo o seu estatuto, que será aprovado ou rejeitado por uma

assembleia geral que será convocada para esse fim específico.

O parágrafo 3º estabelece que os representantes do grêmio estudantil devem preceder

de discursos, debates, confronto de ideias e explanação de programas, gerando um saudável

hábito de reflexão e participação política visando a um amadurecimento dos estudantes frente

a sua própria problemática. Assim é preciso que cada grêmio construa sua própria identidade.

O grêmio estudantil não é um instrumento de luta contra a direção da escola e tão

pouco de anarquia, mas uma organização onde se cultiva o interesse dos estudantes, onde eles

têm possibilidade de democratizar decisões e formar o sentimento de responsabilidade.

6.4 CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DO CALENDÁRIO ESCOLAR

O Calendário Escolar é elaborado anualmente, deve estar de acordo com instrução

específica da Secretaria de Estado da Educação e segundo a LDB que determina o

cumprimento da carga horária mínima anual de oitocentos horas, distribuídas por um mínimo

de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, determina ainda o período de início e o término

do ano letivo, período de matrículas, época de planejamento, dias destinados a reuniões do

Conselho de Classe, reuniões pedagógicas, dias de comemorações estabelecidas por lei ou

próprias do estabelecimento, período de férias e recessos.

O Calendário escolar possibilita aos alunos condições para seu futuro desenvolvimento

pessoal e social, e garante a realização das atividades integradas no processo ensino

aprendizagem durante todo ano letivo, passa pela aprovação do Conselho Escolar e

posteriormente é encaminhado e aprovado pelo Núcleo Regional de Educação.

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6.5 CRITÉRIOS PARA A ORGANIZAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS ESPAÇOS

EDUCATIVOS

Um espaço que expresse o trabalho proposto no currículo da escola é preciso que as

salas de aulas estejam organizadas de forma à que os educandos tenham acesso aos materiais

de uso freqüente, as carteiras possam ser removidas de forma a favorecer o trabalho da turma,

as paredes sejam utilizadas para exposição de trabalhos individuais ou coletivos, desenho,

murais. Nessa organização é preciso considerar a possibilidade de os alunos assumirem a

responsabilidade pela decoração e ordem da classe. Quando o espaço é tratado dessa maneira,

passa a ser objeto de aprendizagem e respeito o que somente ocorrerá por meio de

investimentos sistemáticos ao longo da escolaridade.

É importante salientar que o espaço de aprendizagem não se restringe à escola, na

escola do campo temos a natureza a nossa disposição, sendo necessário propor atividades que

ocorram fora da sala de aula. A programação deve contar com teatro, visitas educativas,

visitas a propriedades rurais, entre outras atividades.

6.5.1 CRITÉRIOS PARA ORGANIZAÇÃO DE TURMAS E DISTRIBUIÇÃO POR

PROFESSOR, EM RAZÃO DE ESPECIFICIDADE.

As disciplinas referentes ao Ensino Fundamental estão dispostas nas Grades

Currilares, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais, contida nos pareceres Nº 02 e

04/98 – CEB/CNE para o Ensino Fundamental.

A educação neste estabelecimento é ofertada de forma presencial coletiva e individual.

6.6 DIRETRIZES PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO PESSOAL

DOCENTE E NÃO DOCENTE; DO CURRICULO, DAS ATIVIDADES EXTRA-

CURRICULARES E DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Buscando analisar a visão da instituição frente à Comunidade Escolar e aos Pais,

desenvolvemos questionamentos pertinentes a atuação deste estabelecimento, conseguindo

subsídios para um momento de reflexão e de reposicionamento, levando em conta o que deu

certo, e o que não deu e o que precisa ser mudado para melhor o andamento da Escola em

aspectos gerais e no Processo Ensino Aprendizagem.

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Questionamentos levantados com a comunidade escolar:

• Avaliação da Escola

• Sugestões dos pais

• Levantamento com o corpo discente sobre os aspectos curriculares do ensino

fundamental

É mister conscientizar o corpo docente, da necessidade de uma perspectiva avaliativa

transformadora, que atinge todo o processo educativo, e não mais apenas o corpo discente

como alvo de avaliação, mas sim como agente que subsidie informações para conseguirmos

uma melhor prática pedagógica, sendo assim, desenvolvemos um projeto de avaliação

docente.

Assim, a avaliação das políticas e das práticas educacionais, enquanto

responsabilidade coletiva, pressupõe a clareza das finalidades essenciais da educação, dos

seus impactos sociais, econômicos, culturais e políticos, bem como a reelaboração e a

implementação de novos rumos que garantam suas finalidades e impactos positivos à

população que demanda escolarização.

A mantenedora se apropriará dos resultados da implementação destes instrumentos

para avaliar e reavaliar as políticas desenvolvidas, principalmente aquelas relacionadas à

capacitação continuada dos profissionais da educação, bem como estabelecer o diálogo com

as escolas no sentido de contribuir para a reflexão e as mudanças necessárias na prática

pedagógica.

Considerando o que se afirma no Documento das Diretrizes Curriculares Estadual do

Ensino Fundamental que “... o processo avaliativo é parte integrante da práxis pedagógica e

deve estar voltado para atender as necessidades dos educandos, considerando seu perfil e a

função social da Educação básica, isto é, o seu papel na formação da cidadania e na

construção da autonomia.” (SEED, 2005, p.44), esta avaliação institucional do Projeto

Político Pedagógico implementado, deverá servir para a reflexão permanente sobre a prática

pedagógica e administrativa da escola.

Como se afirma no Caderno Temático “Avaliação Institucional: “cada escola deve ser

vista e tratada como uma totalidade, ainda que relativa, mas dinâmica, única, interdependente

e inserida num sistema maior de educação. Todo o esforço de melhoria da qualidade da

educação empreendido por cada escola deve estar conectado com o esforço empreendido pelo

sistema ao qual pertence. “(SEED, 2005, p.17)”.

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6.7 AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

A avaliação deverá ser contínua para que determinados pontos do projeto possam ser

retomados, tendo em vista os resultados obtidos no decorrer do processo, pois a avaliação é

um processo dinâmico que qualifica e oferece subsídios do Projeto Político Pedagógico.

O processo avaliativo envolverá três momentos, de acordo com VEIGA, 1995, a

descrição e a problematização da realidade escolar, a compreensão crítica da realidade

descrita e problematizada e a proposição das alternativas de ação, momento de criação

coletiva.

A construção do P.P.P requer continuidade das ações, descentralização,

democratização do processo de tomada de decisões e instalação de um processo coletivo de

avaliação de cunho emancipatório.

6.8 INCLUSÃO

Nas décadas de70 e 80, marcadas por profundas transformações nas relações sociais de

produção, com os avanços científicos e tecnológicos, fundam-se a compreensão da

diversidade como constituinte das diferentes sociedades e culturas. Tanto os avanços da

democracia, que passou a exigir um tratamento mais humanitário e proteção dos direitos das

minorias, quanto as novas possibilidades de apropriação do conhecimento oferecidos pelas

modernas tecnologias, exigiu da sociedade uma nova relação com os grupos estigmatizados

socialmente.

Passou, então, a ficar cada vez mais evidente que a segregação social de segmentos

populacionais minoritários não condizia com o respeito aos seus direitos de acesso e

participação no espaço comum da vida em sociedade, como também a impedia de aprender a

administrar a convivência respeitosa e enriquecedora, com a diversidade.

A concepção de inclusão social traz em seu bojo a mudança das representações sociais

em torno das pessoas com deficiência, evidenciando que elas podem ser participativas e

capazes. Essa concepção tem como foco a organização da sociedade para que sejam

propiciadas as condições, o respeito e a valorização das diferenças e lhes sejam oferecidas

oportunidades iguais, com equidade de condições.

Em meados da década de 90, no Brasil, passou-se a discutir a inclusão de alunos com

necessidades educacionais especiais, preferencialmente, na rede regular de ensino.

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6.9 LIVRO REGISTRO DE CLASSE

O Livro Registro de Classe é documento oficial da escola. Em seu preenchimento,

devem constar: datas de avaliações; registro de conteúdos trabalhados (conforme o Plano de

Trabalho Docente); critérios nas avaliações; recuperação paralela. Os registros devem ser

feitos com vistas a deixar claro a vida escolar do aluno em sala de aula, com integridade nas

informações contidas. O preenchimento correto é de extrema importância para garantir os

direitos do corpo docente e discente.

Torna-se imprescindível que o professor se utilize do livro Registro de Classe como

um documento oficial. Garantindo a qualquer tempo a integridade das informações, sendo

ainda, a base de pesquisa nos casos de revisão de resultados. É responsabilidade do professor

(a) em manter a fidelidade e clareza no registro das informações.

Por ser um documento da Escola deve permanecer na Escola.

Registros que não podem faltar no Livro Registro de Classe:

* Datas das avaliações;

* Forma da avaliação;

* Conteúdos trabalhados;

* Dias de capacitação;

* Mínimo de 02 avaliações;

* Recuperação paralela de conteúdos;

* Registro sempre em tinta azul ou preta;

* Anotação de aulas previstas e dadas (nem sempre será a mesma quantidade).

Registros que não devem estar no Livro Registro de Classe:

Esses tipos de registros desqualificam o documento e deixam dúvida quanto à

integridade das informações.

• Símbolos (+-);

• Espaços em branco;

• Colagens;

• Caneta colorida;

• Rasuras.

Registro da Recuperação Paralela:

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• Todos os alunos têm direito de fazer;

• A recuperação paralela terá o mesmo peso da avaliação que se está recuperando, ou

seja, a nota é cheia;

• Considera-se a maior aferição/aproveitamento entre a avaliação que esta sendo

recuperada e a recuperação paralela (não somar e dividir);

• Anotar no campo “conteúdos” o conteúdo que foi recuperado.

A instrução 14/08 regulamenta a padronização no preenchimento do Livro Registro de

Classe. Cópia dessa instrução está disponível na sala dos professores e também no site

www.diaadiaeducacao.pr.gov.br.

Importante lembrar que em caso de dúvidas devemos nos reportar sempre a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação, as instruções e resoluções, ao Regimento Interno da Escola e

ao Projeto Político Pedagógico da Escola, estes documentos, juntamente com as Diretrizes

Curriculares Estaduais, devem também servir de base para o Plano de Trabalho Docente.

7. CRITÉRIOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

A direção e equipe pedagógica da Escola Estadual Colônia Paraíso, juntamente com os

professores decidiu utilizar como critério de avaliação a “média aritmética simples”, sendo

que será atribuído valor de zero vírgula zero (0,0) a dez vírgula zero (10,0) para as avaliações

realizadas em sala de aula e extra-classe, que serão somados e divididos pelo número de

avaliações realizadas, sendo que a média mínima por bimestre é seis vírgula zero (6,0) e a

quantidade mínima de avaliações estabelecida é duas (02). Cada professor decidirá qual a

melhor metodologia a empregar, que será detalhada no planejamento de cada disciplina.

Devendo ser empregados diferentes métodos e formas de avaliar, tendo como objetivo a

avaliação formativa.

A avaliação formativa busca orientar e corrigir possíveis falhas, com o fim de facilitar

o processo de construção do conhecimento e formação cidadã. Deve ser feita sobre diferentes

situações de aprendizagem e de maneira diversificada.

A avaliação educacional, nesse Estabelecimento de Ensino, seguirá as orientações

contidas no artigo 24, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, que

compreende os seguintes princípios:

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• investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações necessárias para

propor atividades e gerar novos conhecimentos;

• contínua: permite a observação permanente do processo ensino-aprendizagem e possibilita

ao educador repensar sua prática pedagógica;

• sistêmica: acompanha o processo de aprendizagem do educando; utilizando instrumentos

diversos para o registro do processo;

• abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo-escola do educando;

• permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo educando no

decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho pedagógico da escola;

Uma avaliação que compreenda o processo pelo qual o aluno adquire conhecimentos

ao longo de sua história, formando sua estrutura e seu caráter. A avaliação deve ser formativa,

a avaliação formativa busca orientar e corrigir possíveis falhas, com o fim de facilitar o

processo de construção do conhecimento e formação cidadã. Deve ser feita sobre diferentes

situações de aprendizagem e de maneira diversificada.

É vedada a avaliação em que o educando seja submetido a uma única oportunidade de

aferição e a um único instrumento avaliativo.

O aluno deve possuir mínimo de 75% (setenta e cinco por cento) de frequência e

média final igual ou superior a 6,0 (seis virgula zero) para obter a aprovação para série/etapa

seguinte.

A média final será obtida pela seguinte fórmula:

1B + 2B + 3B + 4B = MF

-------------------------------

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7.1 RECUPERAÇÃO PARALELA

Estudos paralelos de recuperação consistem em momentos planejados e

articulados ao andamento dos estudos no cotidiano da sala de aula.

( Hoffmann, 2001).

A recuperação do conteúdo será paralela, ou seja, realizada pelo próprio professor

após cada conteúdo trabalhado e não alcançado o objetivo por todos os alunos da turma.

Através de trabalhos em sala de aula, revisão das avaliações, trabalhos extra-classe.

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A recuperação paralela será feita após cada conteúdo não assimilado, e não somente

no final do bimestre a fim de recuperar a nota do aluno. Temos como finalidade a construção

do saber e a apropriação dos conteúdos.

O professor irá verificar em quais aspectos o aluno precisa de ajuda, possibilitando

analisar o que foi realizado e o que pretendia.

7.1.1 CRITÉRIOS PARA A RECUPERAÇÃO PARALELA DE CONTEÚDOS

• Todos os alunos têm direito de fazer;

• A recuperação paralela terá o mesmo peso da avaliação que se está recuperando, ou

seja, a nota é cheia;

• Considera-se a maior aferição/aproveitamento entre a avaliação que esta sendo

recuperada e a recuperação paralela (não somar e dividir, prevalece o maior

aproveitamento/nota);

• Anotar no Livro Registro de Classe a recuperação paralela no campo “conteúdos” o

conteúdo que foi recuperado e no campo “avaliação” a nota obtida;

8. INTENÇÃO DE ACOMPANHAMENTO AOS EGRESSOS

O combate a evasão escolar é feito por meio do Programa de Mobilização para a

Inclusão Escolar e a Valorização da Vida. Seu objetivo é garantir que nenhuma criança ou

jovem fique fora da escola, impedindo a evasão escolar.

É responsabilidade dos educadores e de toda sociedade assegurar a inclusão e

permanência dos sujeitos na escola. A Escola Estadual Colônia Paraíso, por meio de seus

educadores, sensibiliza todos os educandos sobre a importância do conhecimento e de estar na

escola. Estamos sempre atentos as faltas, caso ocorram entramos em contato com a família do

educando e contamos também com a ficha “FICA” - Ficha de Comunicação do Aluno

Ausente – que se necessário é encaminhada ao Conselho Tutelar para que seja efetuada a

visita ao domicilio do aluno.

REFERÊNCIAS

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ARANHA, Maria Lucia de Arruda. História da Educação. Editora Moderna, 2ª ed. SP, 1996

PIMENTEL, Maria da Glória. O Professor em Construção. Editora Papirus. Campinas. SP,

1993

PRESTES, Naide Alves. Supervisão em Educação: Uma abordagem teórico prática. Editora

Moraes, 3ª ed. SP,1976

RODRIGUES, Neidson. Da mistificação da Escola à Escola Necessária. Editora Cortez- 6ª

edição. São Paulo,1992

SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de. SILVA, Eurides Brito da. Como entender e aplicar: A

Nova LDB. Edit. Pioneira. SP, 1997

TELES, Antonio Xavier. Introdução ao Estudo de Filosofia.Ed. Ática. 2ª ed.SP, 1991.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Escola – Espaço do projeto Político Pedagógico. Ed.

Papirus. Campinas. SP, 1998.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto Político Pedagógico da Escola. Ed. Papirus.

Campinas. SP, 1998.

VEIGA, O. C. ª Participação e qualidade de ensino. In: Revista Paixão de Apreder da

Secretaria Municipal de Educação. nº 6. Porto Alegre: Mar/1994.

TILER, Ralph. Como podem ser realizadas as experiências de aprendizagem para um ensino

eficaz? In: Princípios básicos de currículo e ensino. Ed. Globo: RJ, 1983.

VASCONCELOS, C. S. Avaliação da aprendizagem; práticas de mudança, por uma práxis

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WITTMANN, Lauro Carlos, CARDOSO, Jarbas José. Gestão Compartilhada na Escola

Pública: o especialista na construção do fazer saber fazer. Florianópolis: AAESC/ANPAE –

Sul, 1993.

SEED, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede de Educação

Básica do Estado do Paraná – Educação do Campo.

Ministério da Educação. Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do

Campo.

LEITE, S.C. Escola Rural: Urbanização e Políticas Educacionais. São Paulo: Cortez, 1999.

CALDART, Roseli S. Por uma Educação do Campo: Identidade e Políticas Públicas. Caderno

4. Brasília: Articulação.

Governo do Paraná. Cadernos Temáticos. Educação do Campo.

FICA comigo/Paraná. Secretaria de Estado da Educação. Assessoria de Relações Externas e

Interinstitucionais. - Curitiba: SEED – Pr., 2005.

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VI Simpósio de Educação do Campo. Faxinal do Céu – Pinhão – Pr.

PEP – Programa Prontidão Escolar Preventiva – Foz do Iguaçu - PR

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