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Escola Estadual deEducação Profissional - EEEPEnsino Médio Integrado à Educação Profissional
Curso Técnico em Transações Imobiliárias
Ética e Cenáriosda Profissão
Governador
Vice Governador
Secretária da Educação
Secretário Adjunto
Secretário Executivo
Assessora Institucional do Gabinete da Seduc
Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC
Cid Ferreira Gomes
Domingos Gomes de Aguiar Filho
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Maurício Holanda Maia
Antônio Idilvan de Lima Alencar
Cristiane Carvalho Holanda
Andréa Araújo Rocha
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Transações Imobiliárias – Ética e Cenários da Profissão 1
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 2
VARIÁVEIS PSICOSSOCIAIS 3
MOTIVAÇÃO 12
MARKETING PESSOAL 17
ÉTICA 19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 23
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Transações Imobiliárias – Ética e Cenários da Profissão 2
INTRODUÇÃO
Caro (a) aluno (a),
A apostila de Ética e Cenários da Profissão aborda temas como variáveis psicossociais,
marketing pessoal, motivação e ética objetivando o desenvolvimento de uma imagem
positiva que se faz necessária para um Corretor de imóveis.
Uma postura desprovida de radicalismos assim como uma postura ecumênica dá ao
profissional de transações imobiliárias a chance de circular livremente entre distintos
grupos de pessoas eliminando barreiras frente ao relacionamento positivo.
Lidar com pessoas não é uma tarefa fácil, mas esta apostila foi escrita para facilitar seus
relacionamentos profissionais com uma imagem positiva e neutra.
Bom curso!
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Transações Imobiliárias – Ética e Cenários da Profissão 3
VARIÁVEIS PSICOSSOCIAIS
A teoria do desenvolvimento psicossocial de Erik Erikson prediz que o crescimento psicológico ocorre através de estágios e fases, não ocorre ao acaso e depende da interacção da pessoa com o
meio que a rodeia. Cada estágio é atravessado por uma crise psicossocial entre uma vertente
positiva e uma vertente negativa. As duas vertentes são necessárias mas é essencial que se sobreponha a positiva. A forma como cada crise é ultrapassada ao longo de todos os estágios irá
influenciar a capacidade para se resolverem conflitos inerentes à vida. Esta teoria concebe o
desenvolvimento em 8 estágios, um dos quais se situa no período da adolescência:
Estágios de desenvolvimento
O primeiro estágio – confiança/desconfiança – ocorre aproximadamente durante o
primeiro ano de vida (0 - 18 meses). A criança adquire ou não uma segurança e confiança em relação a si próprio e em relação ao mundo que a rodeia, através da relação que tem com a mãe.
Se a mãe não lhe der amor e não responde às suas necessidades, a criança pode desenvolver
medos, receios, sentimentos de desconfiança que poderão vir a reflectir-se nas relações futuras. Se a relação é de segurança, a criança recebe amor e as suas necessidades são satisfeitas, a
criança vai ter melhor capacidade de adaptação às situações futuras, às pessoas e aos papéis
socialmente requeridos, ganhando assim confiança.
O segundo estágio – autonomia/dúvida e vergonha – (aproximadamente entre os 18 meses
e os 3 anos). É caracterizado por uma contradição entre a vontade própria (os impulsos) e as normas e regras sociais que a criança tem que começar a integrar. É altura de explorar o mundo
e o seu corpo e o meio deve estimular a criança a fazer as coisas de forma autónoma, não sendo
alvo de extrema rigidez, que deixará a criança com sentimentos de vergonha. A atitude dos pais aqui é importante, eles devem dosear de forma equilibrada a assistência às crianças, o que vai
contribuir para elas terem força de vontade de fazer melhor. De facto, afirmar uma vontade é um
passo importante na construção de uma identidade. -Manifesta-se nas "birras"; nos porquês;
querer fazer as coisas sozinho.
O terceiro estágio – iniciativa/culpa – (aproximadamente entre os 3 e 6 anos) é o prolongamento da fase anterior mas de forma mais amadurecida: a criança já deve ter
capacidade de distinguir entre o que pode fazer e o que não pode fazer. Este estágio marca a
possibilidade de tomar iniciativas sem que se adquire o sentimento de culpa: a criança experimenta diferentes papéis nas brincadeiras em grupo, imita os adultos, têm consciência de
ser “outro” que não “os outros”, de individualidade. Deve-se estimular a criança no sentido de
que pode ser aquilo que imagina ser, sem sentir culpa. Neste estádio a criança tem uma
preocupação com a aceitabilidade dos seus comportamentos, desenvolve capacidades motoras,
de linguagem, pensamento, imaginação e curiosidade. Questão chave: serei bom ou mau?
O quarto estágio – indústria/inferioridade – decorre na idade escolar antes da
adolescência (6 - 12 anos). A criança percebe-se como pessoa trabalhadora, capaz de produzir,
sente-se competente. Neste estágio, a resolução positiva dos anteriores tem especial relevância: sem confiança, autonomia e iniciativa, a criança não poderá afirmar-se nem sentir-se capaz. O
sentimento de inferioridade pode levar a bloqueios cognitivos, descrença quanto às suas
capacidades e a atitudes regressivas: a criança deverá conseguir sentir-se integrada na escola, uma vez que este é um momento de novos relacionamentos interpessoais importantes. Questão
chave: Serei competente ou incompetente?
O quinto estágio – identidade/confusão de identidade – marca o período da adolescência. É
neste estágio que se adquire uma identidade psicossocial: o adolescente precisa de entender o
seu papel no mundo e tem consciência da sua singularidade. Há uma recapitulação e redefinição
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dos elementos de identidade já adquiridos – esta é a chamada crise da adolescência. Factores
que contribuem para a confusão da identidade são: perda de laços familiares e falta de apoio no
crescimento; expectativas parentais e sociais divergentes do grupo de pares; dificuldades em lidar com a mudança; falta de laços sociais exteriores à família (que permitem o reconhecimento
de outras perspectivas) e o insucesso no processo de separação emocional entre a criança e as
figuras de ligação. Neste estágio a questão chave é: Quem sou eu?
O sexto estágio – intimidade/isolamento – ocorre entre os 20 e os 35 anos, aproximadamente. A tarefa essencial deste estágio é o estabelecimento de relações íntimas
(amorosas, e de amizade) duráveis com outras pessoas. A vertente negativa é o isolamento, pela
parte dos que não conseguem estabelecer compromissos nem troca de afectos com intimidade.
Questão chave deste estágio: Deverei partilhar a minha vida ou viverei sozinho?
O sétimo estágio – generatividade/estagnação – (35 - 60 anos) é caracterizado pela necessidade em orientar a geração seguinte, em investir na sociedade em que se está inserido. É
uma fase de afirmação pessoal no mundo do trabalho e da família. Há a possibilidade do sujeito
ser criativo e produtivo em várias áreas. Existe a preocupação com as gerações vindouras; produção de ideais; obras de arte; participação política e cultural; educação e criação dos filhos.
A vertente negativa leva o indivíduo à estagnação nos compromissos sociais, à falta de relações
exteriores, à preocupação exclusiva com o seu bem estar, posse de bens materiais e egoismo.
Por fim, o oitavo estágio – integridade/desespero – ocorre a partir dos 60 anos e é favorável
uma integração e compreensão do passado vivido. É a hora do balanço, da avaliação do que se fez na vida e sobretudo do que se fez da vida. Quando se renega a vida, se sente fracassado pela
falta de poderes físicos, sociais e cognitivos, este estágio é mal ultrapassado. Integridade -
Balanço positivo do seu percurso vital, mesmo que nem todos os sonhos e desejos se tenham realizado e esta satisfação prepara para aceitar a idade e as suas consequências. Desespero -
Sentimento nutrido por aqueles que considerem a sua vida mal sucedida, pouco produtiva e
realizadora, que lamentem as oportunidades perdidas e sentem ser já demasiado tarde para se
reconciliarem consigo mesmo e corrigir os erros anteriores. Neste estágio a questão chave é:
Valeu apena ter vivido?
Psicologia social
A psicologia social surgiu no século XX como uma área de aplicação da psicologia para
estabelecer uma ponte entre a psicologia e as ciências sociais (sociologia, antropologia, etnologia). Sua formação acompanhou os movimentos ideológicos e conflitos do século, a
ascensão do nazi-fascismo, as grandes guerras, a luta do capitalismo contra o socialismo, etc. O
seu objeto de estudo é o comportamento dos indivíduos quando estão em interação, o que ainda
hoje, é controverso e aparentemente redundante pois como se diz desde muito: o homem é um
animal social.
Mesmo antes de estabelecer-se como psicologia social as questões sobre o que é inato e o que é
adquirido no homem permeavam a filosofia mais especificamente como questões sobre a
relação entre o indivíduo e a sociedade, (pré-científicas segundo alguns autores) avaliando como as disposições psicológicas individuais produzem as instituições sociais ou como as condições
sociais influem o comportamento dos indivíduos. Segundo Jean Piaget (1970) é tarefa dessa
disciplina conhecer o patrimônio psicológico hereditário da espécie e investigar a natureza e
extensão das influencia sociais.
Enquanto área de aplicação distingue-se por tomar como objetos as massas ou multidões associada à prática jurídica de legislar sobre os processos fenômenos coletivos como
linchamento, racismo, homofobia, fanatismo, terrorismo ou utilização por profissionais do
marketing e propaganda (inclusive política) e associada aos especialistas em dinâmica de grupo
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e instituições atuando nas empresas, coletividades ou mesmo na clínica (terapia de grupos).
Nessa perspectiva poderemos estabelecer uma sinonímia ou equivalência entre as diversas
psicologias que nos apresentam como sociais: comunitária, institucional, dos povos
(etnopsicologia) das multidões, dos grupos, comparada (incluindo a sociobiologia), etc.
Segundo Aroldo Rodrigues, um dos primeiros psicólogos brasileiros a escrever sobre o tema, a
psicologia social é uma ciência básica que tem como objeto o estudo das "manifestações
comportamentais suscitadas pela interação de uma pessoa com outras pessoas, ou pela mera expectativa de tal interação". A influência dos fatores situacionais no comportamento do
indivíduo frente aos estímulos sociais. (Rodrigues , 1981)
O que precisa ser esclarecido para entender a relação do “social” com a psicologia, quer
concebida como ciência da mente (psique) quer como ciência do comportamento é como esse
“social” pode ser pensado e compreendido desde o caráter assistencialista ou gestão racional da indigência na idade média até emergência das concepções democráticas ciências humanas no
século XX passando pela formulação das questões sociais em especial os ideais de liberdade e
igualdade no século das luzes e os direitos humanos.
Categorias fundamentais da Psicologia Social
A Psicologia Social - é a ciência que procura compreender os “comos” e os “porquês” do
comportamento social. A interação social, a interdependência entre os indivíduos e o encontro
social. Seu campo de Acção é portanto o comportamento analisado em todos os contextos do
processo de influência social. Uma pesquisa nos manuais e ensino e ementas das diversas
universidades nos remetem à:
- interacção pessoa/pessoa;
- interacção pessoa/grupo (os grupos sociais)
- interacção grupo/grupo. (enfoques nacionais, regionais e locais)
Estuda as relações interpessoais:
- influências;
- conflitos; comportamento divergente
- autoridade, hierarquias, poder;
- o pai, a mãe e a família em distintos períodos históricos e culturas
- a violência doméstica, contra o idoso, a mulher e a criança
Investiga os factores psicológicos da vida social:
- sistemas motivacionais (instinto);
- estatuto (status) social;
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- liderança;
- estereótipos (estigma);
- alienação;
- Identidade, valores éticos;
Teoria das representações sociais, a Produção de Sentido, Hegemonia Dialética Exclusão
/Inclusão Social
Analisa os factores sociais da Psicologia Humana
- motivação;
- o processo de socialização
- as atitudes, as mudanças de atitudes;
- opiniões / Ideologia, moral;
- preconceitos;
- papéis sociais
- estilo de vida (way of life - modo ou gênero de vida)
Naturalmente a subdivisão dos temas acima enumerados é apenas didática os mesmos estão intrinsecamente relacionados. Observe-se também que muitos desses temas e conceitos foram
desenvolvidos ou são também abordados por outras disciplinas (e inter-disciplinas) científicas
seja das ciências sociais ou biológicas, cabe ao pesquisador na sua aproximação do problema ou delineamento da pesquisa estabelecer os limites e marco teórico de sua interpretação de
resultados. Pode-se ainda dar um destaque aos temas:
Agressão humana (violência) Trabalho e Ação Social Relações de Gênero, Raça e Idade
Psicologia das Classes Sociais – Relações de Poder Psicanálise e questões sócio-políticas
Dinâmica dos Movimentos Sociais Saúde mental e justiça: interfaces contemporâneas
Efeitos dos diferentes tipos de liderança Os diferentes tipos de liderança provocam diferentes
efeitos, quer ao nível da produtividade do grupo, quer ao nível da satisfação dos membros do
grupo.
Histórico
Em 1895, o cientista social francês Gustave Le Bon (1841-1931) apresentou, em seu pioneiro trabalho sobre a Psicologia das Multidões, a proposição básica para o entendimento de uma
psicologia social: sejam quais forem os indivíduos que compõem um grupo, por semelhantes ou
dessemelhantes que sejam seus modos de vida, suas ocupações, seu caráter ou sua inteligência,
o fato de haverem sido transformados num grupo, coloca-os na posse de uma espécie de mente coletiva que os fazem sentir, pensar e agir de maneira muito diferente daquela pela qual cada
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membro dele, tomado individualmente, sentiria, pensaria e agiria, caso se encontrasse em estado
de isolamento. Essa proposição e os argumentos de Le Bon para justificá-la, serviu de parâmetro
para o estudo sobre Psicologia de Grupo publicado por Sigmund Freud em 1921.
A questão teórica de Le Bon, com quem Freud dialogou era "massa", não "grupo". Um problema de tradução entre o alemão e o inglês fez com que surgisse o termo "grupo" em Freud,
embora não haja evidências de que o mesmo tenha se preocupado com esta questão. Contudo
essa categoria de explicação é retomada em diversos dissidentes da psicanálise como Carl Gustav Jung (1875-1961) que introduziu o conceito inconsciente coletivo - o substrato ancestral
e universal da psique humana, e surpreendeu o mundo com sua célebre interpretação do
fenômeno dos discos voadores como um mito moderno e Wilhelm Reich com sua análise da
anomia (Escutas a Zé Ninguém) e governos totalitários (Psicologia das Massas e do Fascismo). A psicanálise dos governantes ou relação entre a psique individual e a cultura ou civilização por
sua vez é um tema frequente na obra de Freud e outros psicanalistas (E. Eriksom, E. Fromm
etc.) que estudam a relação dessa ciência com a antropologia.
A relação entre a etnologia e psicologia é especialmente fecunda, inúmeros etnólogos investigaram e tomaram como ponto de partida das suas pesquisas as teorias picanalíticas e
psicológicas a exemplo de Ruth Benedict Margaret Mead Malinowski Lévi-Strauss.
Por outro lado observa-se também que psicologia desenvolveu sua notoriedade como disciplina
científica ao afirma-se como uma ciência natural em oposição às ciências sociais ou humanas
nos finais do século XIX. Crente na impossibilidade teórica da mente voltar-se sobre- se mesmo como sujeito objeto de pesquisa Wilhelm Wundt (1832-1920) propôs a psicologia como um
novo domínio da ciência em 1874 no seu livro Princípios de Psicologia Fisiológica e a criação
de um laboratório de psicologia experimental (1879) em Leipzig. Esse mesmo autor contudo suponha ser necessários estudos complementares voltados ao estudo da mente em suas
manifestações externas, a sua Völkerpsychologie - Psicologia dos povos / social ou cultural (10
volumes) escritos entre 1900 e 1920 com análises detalhadas da língua e cultura. Três dos
volumes são dedicados aos mitos e religião; dois à linguagem (hoje seria considerados como psicologia lingüística); dois à sociedade e um à cultura e história (a psicologia social de hoje);
um a lei (hoje a psicologia forense ou jurídica) e um à arte (um tópico que abrange as modernas
concepções de inteligência e criatividade).
Tal aspecto de sua obra vem sendo recuperada por sua aplicação e semelhança com os modernos estudos de psicologia cognitiva. Segundo Farr é possível perceber o desenvolvimento
posterior das idéias de Wundt na psicologia social de G. H Mead e Herbert Blumer, os criadores
do interacionismo simbólico na Universidade de Chicago e Vygotsky na Rússia.
O grupo como objeto de estudos ganhou densidade na psicologia social durante a segunda
guerra mundial, com Kurt Lewin (1890-1947), considerado por muitos autores como fundador da psicologia social. Contemporâneo dos fundadores da psicologia da gestalt e integrante dessa
teoria esse autor radicou-se nos Estados Unidos a partir de 1933 onde chefiou no MIT
Massachusetts Instituto de Tecnologia o Centro de Pesquisa de Dinâmica de Grupo junto com uma série de autores que desenvolveram a escola americana de psicologia social a exemplo de
D. Cartwright que assumiu a direção do instituto após a sua morte e Leon Festinger (1919-1979)
que desenvolveu a teoria da dissonância cognitiva explorando o desconforto da contradição dos conflitos e estado de consistência interna ainda hoje referência para os estudos de valores éticos
em psicologia social.
A Dinâmica de Grupo ou ciência dos pequenos grupos, é para alguns autores o objeto e método
da psicologia social, limita-se porém ao estudo empírico da interação dentro dos grupos. Sendo
porém relevantes as suas contribuições sobre a estrutura grupal, os estilos de liderança, os conflitos e motivações, espaço vital ou o campo de forças que determinam a conduta humana
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possuem diversas aplicações e entre elas a psicologia infantil e a modificação de
comportamentos seja para benefícios dietéticos (estudos de pesquisa – ação realizados com
Margareth Mead) seja para melhor a produtividade e desempenho nos ambientes de trabalho.
Na escola americana de psicologia social cabe ainda um destaque para William McDougall (1871-1938). Esse autor, britânico que viveu 24 anos na América, foi um dos primeiros a
utilizar o nome de psicologia social (1908) e comportamento (behavior) e representa a tendência
evolucionista americana, pós efeito da teoria da evolução de Darwin que veio a reforçar a tendência aos estudos de psicologia comparada e da abordagem comportamental apesar da
diferença essencial entre as proposições quanto utilização do conceito de “instinto” como
categoria explicativa aproximando-se portanto de um corrente representada por S. Freud e G. H.
Mead.
George Hebert Mead (1863-1931) inserido no pragmatismo James (1842-1910) Peirce (1839-1931) e Dewey (1859-1952) americano o criador da teoria do interacionismo simbólico em seu
curso de psicologia social da Universidade de Chicago do qual nos deixou o livro construído a
partir de anotações de sues alunos Mind Self and Society é bem melhor compreendido por sociólogos do que por psicólogos. Essa relação com a sociologia não vem só do fato de seu
curso e teoria ter sido continuado por um sociólogo Herbert Blumer e sua rejeição no contexto
do paradigma behaviorista mas por que os conceitos de ato, ação e ator social são
essencialmente úteis ao entendimento das políticas públicas e intervenções sociais. Sua importância vem sendo reconhecida em nossos dias pela influência da sua teoria nos estudos e
proposições Erving Goffman autor de Prisões manicômios e conventos, um livro fundamental
no processo de transformação do tratamento psiquiátrico (reforma psiquiátrica) e luta anti-
manicomial em nossos dias.
Psicologia Social no Brasil
A psicologia social no Brasil tem início nos estudos etnopsicológicos de Nina Rodrigues em 1900, O animismo feitichista dos negros africanos e As coletividades anormais, ou melhor,
como coloca Laplantine (1998) nos estudos que revelam o confronto entre a etnografia e a psicologia. Materiais etnográficos recolhidos a partir de observações muito precisas são
interpretados no âmbito da psicologia clínica da época. Nina Rodrigues considera os problemas
da integração das populações européias às advindas da diáspora africana que segundo ele
constituem o principal obstáculo para o progresso da sociedade global.
Muitos autores brasileiros seguiram essa linha de raciocínio que oscilava entre os pressupostos biológicos racistas da degenerescência racial, uma interpretação psicológica (instabilidade do
caráter resultante do choque de duas culturas) até as modernas interpretações sociológicas
iniciadas a partir de 1923 com os estudos de Gilberto Freyre autor do reconhecido
internacionalmente Casa grande e senzala.
Com o título de Psicologia Social vamos encontrar o trabalho de Arthur Ramos (1903-1949) foi
o professor convidado para ministrar o curso de psicologia social na recém criada Universidade
do Distrito Federal no Rio de Janeiro (1935) e logo desfeita pelo contexto político da época.
Não fugiu a clássica abordagem do estudo simultâneo das inter-relações psicológicas dos indivíduos na vida social e a influência dos grupos na personalidade mas face a sua experiências
anteriores nos serviços de medicina legal e médico de hospital psiquiátrico na Bahia tinha em
mente os problemas da inter-relação de culturas e saúde mental (com atenção especial aos aspectos místicos - primitivos da psicose) retomando-os a partir das proposições da psicanálise e
psicologia social americana situando-se criticamente entre as tendências de uma sociologia
psicológica e uma psicologia cultural.
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Nas últimas décadas a psicologia social brasileira, segundo Hiran Pinel (2005), foi marcada por
dois psicólogos bastante antagônicos: Aroldo Rodrigues (empirismo e que adotou uma
abordagem mais de experimental-cognitiva, por exemplo, de propagandas etc.) e, mais
recentemente Silvia Lane (marxista e sócio-histórica).
Silvia Tatiana Maurer Lane e Aniela Ginsberg foram professoras fundadoras do Programa de
Estudos Pós-Graduados em Psicologia Social da PUC-SP o primeiro curso de mestrado e
doutorado da área a funcionar no Brasil, entre 1972 e 1983. Onde psicologia social é uma disciplina (teórica/prática) referendada em pesquisas empíricas sobre os problemas sociais
brasileiros. Os textos desenvolvidos por professores e autores escolhidos são adotados como
bibliografia básica na maioria dos cursos de Psicologia do Brasil e, também, em concursos
públicos na área da saúde e educação. Receberam o prêmio outorgado pela Sociedade
Interamericana de Psicologia (SIP), em julho de 2001.
Lane fez seguidores famosos e muito estudados na atualidade: Ana Bock e outros (mais ligados
a Vigotski), como Bader Sawaia (que descreve minuciosamente as artimanhas da Exclusão
social e o quanto é falso e hipócrita a inclusão, encarada como "maquiagem" que cala a voz do oprimido); Wanderley Codo (que estuda grupos minoritários, sofrimentos e as questões de
saúde dos professores e professoras); Maria Elizabeth Barros de Barros e Alex Sandro C.
Sant'Ana (que se associam as idéias de Foucault, Deleuze, Guattari entre outros); Carlos
Eduardo Ferraço (que se associa com Boaventura de Sousa Santos e Michel de Certeau); Hiran
Pinel (que resgata tanto o existencialismo quanto o marxismo de Paulo Freire) etc.
O psicólogo bielorrusso Vygotsky - um fervoroso marxista sem perder a qualidade de psicólogo
e educador - foi resgatado por Alexander Luria em parceria com Jerome Bruner nos Estados
Unidos da América, país que marcou - e marca - a psicologia brasileira. Em 1962 é publicado nos EUA, e após a saída dos militares do governo brasileiro, tornou-se inevitável sua publicação
no Brasil.
Os psicólogos sociais sócio-históricos, produzem artigos criticando o Estado e o modo neo-
liberal de produção que tem um forte impacto na produção de subjetividades. As práticas são
mais ativas e menos desenvolvidas em consultórios, e a noção de psicopatologia mudou bastante, reconhecendo como saudáveis as táticas e estratégias de enfrentamento da classe
proletária.
Críticas à Psicologia Social
Hoje em dia, a teoria da psicologia social tem recebido inúmeras críticas. Apontamos agora as
principais:
a) Baseia-se num método descritivo, ou seja, um método que se propõe a descrever aquilo que é observável, fatual. É uma psicologia que organiza e dá nome aos processos observáveis dos
encontros sociais.
b) Tem seu desenvolvimento comprometido com os objetivos da sociedade norte-americana do
pós-guerra, que precisava de conhecimentos e de instrumentos que possibilitassem a intervenção
na realidade, de forma a obter resultados imediatos, com a intenção de recuperar a nação, garantindo o aumento da produtividade econômica. Não é para menos que os temas mais
desenvolvidos foram a comunicação persuasiva, a mudança de atitudes, a dinâmica grupal etc.,
voltados sempre para a procura de "fórmulas de ajustamento e adequação de comportamentos
individuais ao contexto social".
c) Parte de uma noção estreita do social. Este é considerado apenas como a relação entre
pessoas – a interação pessoal -, e não como um conjunto de produções humanas capazes de, ao
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mesmo tempo em que vão construindo a realidade social, construir também o indivíduo. Esta
concepção será a referência para a construção de uma nova psicologia social.
Uma nova Psicologia Social e Institucional
Com uma posição mais crítica em relação à realidade social e à contribuição da ciência para a
transformação da sociedade, vem sendo desenvolvida uma nova psicologia social, buscando a
superação das limitações apontadas anteriormente,
A psicologia social mantém-se aqui como uma área de conhecimento da psicologia, que procura
aprofundar o conhecimento da natureza social do fenômeno psíquico.
O que quer dizer isso?
A subjetividade humana, isto é, esse mundo interno que possuímos e suas expressões, são
construídas nas relações sociais, ou seja, surge do contato entre os homens e dos homens com a
Natureza.
Assim, a psicologia social, como área de conhecimento, passa a estudar o psiquismo humano, objeto da psicologia, buscando compreender como se dá a construção deste mundo interno a
partir das relações sociais vividas pelo homem. O mundo objetivo passa a ser visto, não como
fator de influência para o desenvolvimento da subjetividade, mas como fator constitutivo.
Numa concepção como essa, o comportamento deixa de ser "o objeto de estudo", para ser uma
das expressões do mundo psíquico e fonte importante de dados para compreensão da subjetividade, pois ele se encontra no nível do empírico e pode ser observado; no entanto, essa
nova psicologia social pretende ir além do que é observável, ou seja, além do comportamento,
buscando compreender o mundo invisível do homem.
Além disso, essa psicologia social abandona por completo a diferença entre comportamento em situação de interação ou não interação. Aqui o homem é um ser social por natureza. Entende-se
aqui cada indivíduo aprende a ser um homem nas relações com os outros homens, quando se
apropria da realidade criada pelas gerações anteriores, apropriação essa que se dá pelo manuseio
dos instrumentos e aprendizado da cultura humana.
O homem como ser social, como um ser de relações sociais, está em permanente movimento. Estamos sempre nos transformando, apesar de aparentemente nos mantermos iguais. Isso
porque nosso mundo interno se alimenta dos conteúdos que vêm do mundo externo e, como
nossa relação com esse mundo externo não cessa, estamos sempre como que fazendo a
"digestão" desses alimentos e, portanto, sempre em movimento, em processo de transformação.
Ora, se estamos em permanente movimento, não podemos ter um conjunto teórico onde os
conceitos paralisam nosso objeto de estudo. Se nos limitarmos a falar das atitudes, da
percepção, dos papéis sociais e acreditarmos que com isso compreendemos o homem, não estaremos percebendo que, ao desempenhar esse papel, ao perceber o outro e ao desenvolver ou
falar sobre sua atitude, o homem estará em movimento, Por isso, nossa metodologia e nosso
corpo teórico devem ser capazes de captar esse homem em movimento e intervir nas políticas
públicas que organizam e re-organizam a vida social aumentando ou diminuindo os efeitos da
desigualdade social e miséria do mundo.
E, superando esse conceitual da antiga psicologia social, a nova irá propor, como conceitos
básicos de análise, a atividade, a consciência e a identidade, modo de vida que são as
propriedades ou características essenciais dos homens e expressam o movimento humano. Esses conceitos e concepções foram e vêm sendo desenvolvidos por vários autores soviéticos que
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produziram até a década de 1960: Silvia Lane e Antônio Ciampa, que são brasileiros e
trabalhavam ativamente na PUC-SP. Silvia Lane faleceu em 2006.
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MOTIVAÇÃO
Motivação (do Latim movere, mover) designa em psicologia, em etologia e em outras ciências humanas a condição do organismo que influencia a direção (orientação para um objetivo) do
comportamento. Em outras palavras é o impulso interno que leva à ação. Assim a principal questão da psicologia da motivação é "por que o indivíduo se comporta da maneira como ele o
faz?". "O estudo da motivação comporta a busca de princípios (gerais) que nos auxiliem a
compreender, por que seres humanos e animais em determinadas situações específicas
escolhem, iniciam e mantém determinadas ações".
Conceitos básicos
Motivação é um construto e se refere ao direcionamento momentâneo do pensamento, da atenção, da ação a um objetivo visto pelo indivíduo como positivo. Esse direcionamento ativa o
comportamento e engloba conceitos tão diversos como anseio, desejo, vontade, esforço, sonho,
esperança entre outros.
Impulso e atração
A motivação pode ser analisada a partir de duas perspectivas diferentes: como impulso e como
atração. Ver o processo motivacional como impulso significa dizer que instintos e pulsões são a força propulsora da ação. Assim necessidades internas geram no indivíduo uma tensão que
exige ser resolvida. Exemplo desse tipo de motivação é a fome: a necessidade de alimento gera
a fome que exige uma resolução através do comer. Apesar de importantes teorias da motivação, como a de Freud e a de Hull, basearem-se nessa perspectiva e de ela explicar muitos fenômenos
do comportamento, suas limitações são patentes: a fome em si, para manter-se o exemplo, não
determina se o indivíduo vai escolher comer arroz com feijão ou lasanha; outras forças estão em jogo aí: o ambiente. E outras formas de comportamento mais complexas, como o jejum ou ainda
o desejo de aprender, entre tantos outros, não se deixam explicar simplesmente pela resolução
de tensões internas. No caso do aprendizado, por exemplo, o objetivo se encontra num estado
futuro, em que o indivíduo possui determinado saber. Esse estado final como que atrai o indivíduo - a motivação como atração, como força que puxa, atrai. Não se pode negar que
ambas as perspectivas se complementam e ajudam a explicar a complexidade do
comportamento humano; no entanto, devido às suas limitações no esclarecer comportamentos mais complexos, grande parte da pesquisa científica atual se desenvolve no âmbito da
motivação como atração.
Uma compreensão da motivação como força atratora não pode deixar de levar em conta
as preferências individuais, uma vez que diferentes pessoas vêm diferentes objetivos
como mais ou menos desejáveis. Um mesmo objetivo pode ser buscado por diferentes
pessoas por diferentes razões: uma deseja mostrar seu desempenho, outra anseia ter
influência sobre outras pessoas (poder), etc. A essas preferências relativamente estáveis
no tempo dá-se o nome de motivos.
Hedonismo psicológico
O hedonismo, enquanto doutrina teórica, teve grande influência sobre a psicologia da
motivação. Assim, a maior parte das teorias parte do princípio de que a ação humana é
sobretudo motivada pela busca ativa de situações positivas (prazer) e pela evitação de
situações negativas (dor). As teorias que afirmam que o ser humano busca a
homeostase, ou seja, o equilíbrio provocado pela resolução de tensões internas - como é
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o caso das teorias das pulsões - são teorias hedonistas. Exceção a essa regra são as
teorias que ligam a motivação à atribuição. Tais teorias vêm o ser humano como uma
espécie de pequeno cientista, que deseja compreender o mundo em que vive. Nesse
processo ele gera teorias a respeito da causa dos fenômenos observados, sobretudo do
comportamento tanto alheio como o próprio. O comportamento real depende de como a
pessoa explica tais fenômenos. Essas teorias enfatizam, assim, processos cognitivos em
detrimento do simples hedonismo.
Motivação intrínseca e motivação extrínseca
Outro conceito que influenciou o estudo da motivação foi a diferenciação entre motivação
intrínseca e extrínseca. Enquanto a primeira refere-se à motivação gerada por necessidades e motivos da pessoa, a motivação extrínseca refere-se à motivação gerada por processos de
reforço e punição. No entanto é falso dizer, que a motivação extrínseca é fruto da ação do
ambiente e a intrínseca à da pessoa, porque, como se verá, a motivação é sempre fruto de uma
interação entre a pessoa e o ambiente. Importante também é observar que os dois tipos de motivação podem aparecer mesclados, como, por exemplo, quando a pessoa estuda um tema
que a interessa (motivação intrínseca) e consegue com isso uma boa nota (reforço: motivação
extrínseca)]. Outro aspecto da relação entre motivação intrínseca e reforço é o chamado efeito de
superjustificação ou de corrupção da motivação. Sob esse nome entende-se o fenômeno de que
a motivação intrínseca do indivíduo em determinadas situações diminui, em que ele é
recompensado pelo comportamento apresentado. Em um experimento clássico, Lepper e seus colaboradores (1973) dividiram um grupo de crianças em três grupos menores: cada um dos
grupos recebeu a tarefa de desenhar com canetas coloridas; o primeiro grupo foi informado de
que ganhariam um brinde de reconhecimento pelo trabalho, o segundo recebeu um brinde
surpresa, sem ter sido informado e o terceiro não recebeu nada. Os autores observaram que todas as crianças desenharam com as canetas - atividade apreciada pelas crianças - mas as
crianças a quem havia sido prometido um brinde desenharam muito menos e com menos
entusiasmo do que as outras, o que os levou à conclusão de que a promessa de uma recompensa
pelo trabalho diminuiu a motivação intrínseca das crianças em fazer algo que elas gostam.
Teorias da motivação
A motivação como impulso
Instintos e pulsões
Como se viu acima, as primeiras teorias da motivação consideram a ação humana como
movida por forças interiores que desencadeiam reações automáticas (instintos) ou que
geram uma tensão interna que precisa ser descarregada (pulsões). Em psicologia as
teorias sobre os instintos, como a de McDougall, têm sobretudo um significado
histórico. Essa teoria é sobretudo interessante por sugerir uma ligação entre instintos,
emoções e motivação.
Provavelmente a teoria das pulsões mais conhecida e mais influente é a teoria
psicanalítica de Sigmund Freud. Segundo ela o ser humano possui duas pulsões básicas,
eros (pulsão de vida, sexual) e tânatos (pulsão de morte, agressiva). Essas pulsões,
originadas da estrutura biológica do homem, são a fonte de toda a energia psíquica; essa
energia se concentra no indivíduo, gerando tensão e exigindo ser descarregada. Com a
função de dirigir o descarregamento dessa energia, o aparelho psíquico é dotado de três
estruturas (id, ego e super ego) que regulam esse descarregamento de acordo com
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diferentes leis, de forma que diferentes tipos de comportamento podem servir à mesma
função de descarregar a tensão gerada por essas duas pulsões básicas.
Um outra teoria menos conhecida é a do comportamentalista Clark L. Hull. O
comportamentalismo dedicou-se sobretudo ao estudo dos processos elementares de
aprendizagem (condicionamento), ou seja, de como, com o auxílio de reforços e
punições, um indivíduo é capaz de aprender determinado comportamento
(condicionamento operante). O problema é que o condicionamento operante não é capaz
de exlicar o que move o indivíduo a realizar o ato aprendido. De onde vem tal energia?
Hull propôs que a tendência para um determinado comportamento é o produto do hábito
(ou seja, do aprendizado por condicionamento) e das pulsões e definiu-as como a parte
motivacional (energética) das necessidades biológicas (fome, cansaço, sede, etc.). Essas
pulsões primárias podem gerar outras pulsões secundárias (ex. medo) através dos
processos de condicionamento (pulsões aprendidas). A teoria de Hull sofreu várias
modificações por apresentar muitas limitações e tem hoje sobretudo um caráter
histórico. A importância da teoria de Hull reside, sobretudo, no fato de ter enfatizado a
importância do aprendizado sobre a motivação.
O modelo comportamental de Skinner
B. F. Skinner, outro grande expoente do behaviorismo propôs um modelo da motivação
baseado somente no condicionamento, sem recurso ao conceito de pulsão. Segundo ele,
a frequência de um comportamento é determinada por suas consequências: um
comportamento que traz consequências positivas será repetido com mais frequência e
outro que traz consequências negativas será mostrado mais raramente. Maiores detalhes
sobre esses processos no artigo "condicionamento operante". Apesar de o sistema de
Skinner ser empiricamente comprovado e ser amplamente utilizado em pedagogia e
psicoterapia, ele apresenta o problema de não explicar toda a gama do comportamento
humano e desprezar completamente a parte emocional-cognitiva da mente humana.
A atração do ambiente e sua relação com a motivação
A teoria de campo de Kurt Lewin
O psicólogo da gestalt Kurt Lewin foi um dos primeiros teóricos a propor que o
comportamento humano é uma função da pessoa e do ambiente. Segundo Lewin, o fim
ou objetivo de um comportamento possui para a pessoa uma determinada valência ou
caráter de apelo (al. Aufforderungscharakter), que desenvolve a partir da tensão interna
gerada por uma necessidade e de qualidades do objeto ou da atividade ligadas a esse
fim. Esse sistema de forças pode ser representado por vetores correspondentes à força
de atração ou repulsa que determinados objetos do ambiente ou atividades têm para o
indivíduo. Baseando-se nas diferentes forças que podem agir sobre o indivíduo, Lewin
desenvolveu uma taxonomia de conflitos, que influenciou fortemente a pesquisa
posterior, e formulou a primeira teoria do produto-valor-expectativa.
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Murray: necessidades e motivos
Henry Murray descreveu dois tipos de necessidades: as necessidades primárias,
fisiológicas, e as secundárias, aprendidas no decorrer da vida, de acordo com estruturas
físicas, sociais e culturais do ambiente. As necessidades secundárias são definidas
apenas pelo fim a que elas se direcionam e não por características superficiais do
comportamento observável. Correspondente às necessidades, que são internas, Murray
postula a existência de uma pressão do lado do ambiente ou da situação: é a atração ou
repulsa geradas pelo ambiente no indivíduo. De uma maneira fenomenológica ele
diferencia dois tipos de pressão: a pressão alfa é a exercida objetivamente pela situação,
pressão beta é a exercida pela situação tal qual o indivíduo a percebe. Por dar às
necessidades secundárias (muitas vezes chamadas de motivos) um caráter disposicional,
a teoria de Murray faz ponte entre a psicologia da personalidade e a motivação.
Maslow e a pirâmide das necessidades
A hierarquia de necessidades de Maslow
Abraham Maslow, psicólogo humanista, propôs uma classificação diferente das
necessidades. Para ele há cinco tipos de necessidades: necessidades fisiológicas,
necessidades de segurança íntima (física e psíquica), necessidades de amor e
relacionamentos (participação), as necessidades de estima (autoconfiança) e
necessidades de autorrealização. Essa nova classificação permitiu uma nova visão sobre
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o comportamento humano, que não busca apenas saciar necessidades físicas, mas
crescer e se desenvolver.
Maslow organizou as necessidades em uma pirâmide, colocando em sua base as
necessidades mais primitivas e básicas. O autor descreve uma diferença qualitativa entre
as necessidades básicas e mais elevadas: as primeiras são necessidades defectivas ou
deficitárias, ou seja, baseadas na falta e devem, assim, ser saciadas para evitar um
estado indesejável, enquanto as necessidades dos níveis mais altos da pirâmide são
necessidades de crescimento. Estas necessidades não buscam ser saciadas para se
evitar algo indesejável, mas para se alcançar algo mais desejável.
A organização piramidal das necessidades implica, em primeiro lugar, que as
necessidades mais embaixo são mais primitivas e urgentes do que as mais de cima; ao
mesmo tempo, à medida que sobem na hierarquia as necessidades tornam-se menos
animalescas (mais distantes do instinto) e mais humanas (mais próximas da razão).
Assim, ao mesmo tempo em que é desejável atingir os níveis mais altos da pirâmide, as
necessidades mais básicas são mais poderosas. Somente quando necessidades mais
básicas estão saciadas - total ou parcialmente - torna-se possível partir para o próximo
nível - ou melhor, o próximo nível se torna perceptível.
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MARKETING PESSOAL
Marketing pessoal é uma nova aplicação do Marketing. A expressão já havia sido utilizada por alguns dos principais autores na área como Philip Kotler, Jerome McCarthy e J. Roberto
Penteado. O primeiro livro a tratar exclusivamente do assunto foi escrito em Português, no
Brasil, por Pedro Carvalho Neto intitulado Marketing Pessoal - O posicionamento pessoal
através do marketing em 1993.
O Marketing Pessoal valoriza o ser humano em todos os seus atributos e características.
Inclusive em sua complexa estrutura física, intelectual e espiritual. Visa possibilitar a utilização
plena das capacidades e potencialidades humanas na área profissional e na da vida pessoal.
Um dos fatores que facilitam esse processo é que os talentos e dons que uma pessoa possua
podem ser comparados a produtos e serviços sobre os quais se pode aplicar todas as técnicas e
processos de Marketing.
Para compreender isso primeiro é necessário entender que Marketing é um processo que catalisa
todas as ações necessárias para que se produzam idéias, conceitos, produtos e serviços e depois
os torna disponíveis ao mercado. É, sob outro aspecto, também, uma forma de exercer poder porque através dele os comportamentos podem, até certo ponto, ser modificados e direcionados.
Nesse processo empresas, organizações e indivíduos obtêm o que necessitam através da criação,
oferta e troca de idéias, produtos e serviços. Numa ação que satisfaz suas respectivas
expectativas - tanto as de fornecedores como a dos consumidores.
Marketing Pessoal pode ser descrito como o processo, encetado por um indivíduo ou uma organização, envolvendo a concepção, planejamento e execução de ações que contribuirão para:
a formação profissional e pessoal de alguém, a atribuição de um valor, que não necessita ser
exclusivamente monetário, justo e compatível com o posicionamento de mercado que se queira adquirir, a execução de ações promocionais de valorização pessoal que o coloquem no lugar
certo na hora certa, de tal maneira que as organizações ou pessoas para quem trabalhe ou exerça
influência, e ele próprio, se sintam satisfeitos.
A cada dia o tema ganha mais importância. Sua capacidade de auxiliar a inserção de profissionais no mercado é efetivamente uma vantagem competitiva que deve ser buscada numa
economia em que o verdadeiro diferencial competitivo das organizações é a natureza, a
qualidade e a capacidade dos homens e mulheres que as fazem. Entretanto obter um bom
posicionamento de mercado, embora seja relativamente simples, não é fácil para quem não conhece os processos sob os quais atua o Marketing. Uma das causas que facilitam ou
dificultam a consecução de um adequado posicionamento, por exemplo, advém da cristalização
de alguns conceitos já ultrapassados.
Sobrevalorização do Produto
No início, a partir da Revolução Industrial, era suficiente produzir bem um bom produto pois os
mercados eram demandantes. Com a globalização das economias nacionais, a maior efetividade dos meios de comunicação e a abertura das fronteiras para o capital, empresas e produtos isso
mudou. Descobriu-se que antes de fabricá-los é necessário perscrutar a mente dos consumidores
para discernir-lhes as expectativas de satisfação de suas necessidades. Esta concepção, no entanto, ainda não está suficientemente disseminada, principalmente em se tratando de
Marketing Pessoal.
Mesmo em organizações de primeira linha a ênfase no produto ainda é a tônica do planejamento
estratégico em Marketing. Esta preferência, a ênfase no produto, perpassa de maneira mais ou
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menos perceptível diversas camadas da população e até das organizações que trabalham com a
qualificação e formação de profissionais. Nelas está, algumas vezes mais e outras menos,
implícita a noção de que a ascensão social de um indivíduo é uma conseqüência natural do aumento do grau de instrução que ele adquira. Uma analogia ao conceito antigo, e falso, de que
se uma empresa consegue produzir o melhor produto aos menores custos, certamente
conquistará o mercado.
A sociedade absorveu este conceito de tal forma que mesmo universidades e instituições especializadas em capacitação profissional tentam preparar o aluno para a vida ou o mercado de
trabalho de forma muito similar à que o empresário usa para produzir seus produtos. Ao mesmo
tempo, muitas pessoas imaginam que se seus filhos estudam numa boa escola com os melhores
professores e são os melhores alunos certamente obterão sucesso na vida profissional. Infelizmente isto simplesmente, em muitas ocasiões, não é verdade. Como mudar um conceito
arcaico?
Entendamos primeiro que o processo continua na mesma proporção em que o crescimento
financeiro exige competência e um bom posicionamento competitivo no complexo mercado de trabalho. Usar metodos ultrapassados muito pouco contribuirá para garantias reais, tanto no
desenvolvimento profissional, como lucrativo de um negócio. O marketing Pessoal não é apenas
um bom negócio com ideologias alternadas para impor negociação, mas sim trazer bons
resultados através de suas ferramentas.
Para isso porém, é preciso muito mais que conhecer como aplicar o "marketing pessoal", é preciso acima de tudo conhecer bem o que está envolvido numa venda, no produto e seu
conteúdo. Assim com ótimas empresas, ótimos produtos, têm que ter excelentes vendedores,
para que os produtos possam ser mais bem apresentados, mais bem representados. Com isso se chega em uma meta: vendas.Vendedor feliz, empresa feliz, e os clientes satisfeitos. E os clientes
mais exigentes?, eles buscarão sim o melhor. Pois é esse preço que cada um no mundo tera que
pagar; empresa, vendedores, Disrtibuidores, e tudo que cobra caro para ofereçer uma boa
prestação de mão de obra. Então quem se qualifica, vence. No entanto, sem metas, sem objetivos, não há vendas, não se fecha negócios solidos. Quem conhece o produto "Marketing
Pessoal" saberá muito bem entender o "Marketing Empresarial".
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ÉTICA
Ética (do grego ethos, que significa modo de ser, caráter, comportamento) é o ramo da filosofia que busca estudar e indicar o melhor modo de viver no cotidiano e na sociedade. Diferencia-se da moral, pois enquanto esta se fundamenta na obediência a normas, tabus, costumes ou
mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos, a ética, ao contrário, busca
fundamentar o bom modo de viver pelo pensamento humano.
Na filosofia clássica, a ética não se resume ao estudo da moral (entendida como "costume", do
latim mos, mores), mas a todo o campo do conhecimento que não é abrangido na física, metafísica, estética, na lógica e nem na retórica. Assim, a ética abrangia os campos que
atualmente são denominados antropologia, psicologia, sociologia, economia, pedagogia,
educação física, dialética e até mesmo política, em suma, campos direta ou indiretamente
ligados a maneiras de viver.
Porém, com a crescente profissionalização e especialização do conhecimento que se seguiu à
revolução industrial, a maioria dos campos que eram objeto de estudo da filosofia,
particularmente da ética, foram estabelecidos como disciplinas científicas independentes.
Assim, é comum que atualmente a ética seja definida como "a área da filosofia que se ocupa do estudo das normas morais nas sociedades humanas" e busca explicar e justificar os costumes de
um determinado agrupamento humano, bem como fornecer subsídios para a solução de seus
dilemas mais comuns. Neste sentido, ética pode ser definida como a ciência que estuda a conduta humana e a moral é a qualidade desta conduta, quando julga-se do ponto de vista do
Bem e do Mal.
A ética também não deve ser confundida com a lei, embora com certa frequência a lei tenha
como base princípios éticos. Ao contrário do que ocorre com a lei, nenhum indivíduo pode ser
compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas; por outro lado, a lei pode ser omissa quanto a
questões abrangidas no escopo da ética
Ética na filosofia clássica
Na antiguidade, todos os filósofos entendiam a ética como o estudo dos meios de se alcançar a
felicidade (eudaimonia) e investigar o que significa felicidade. Porém, durante a idade média, a filosofia foi dominada pelo cristianismo e pelo islamismo, e a ética se centralizou na moral
(interpretação dos mandamentos e preceitos religiosos). No renascimento e no século XVII, os
filósofos redescobriram os temas éticos da antiguidade, e a ética foi entendida novamente como
o estudo dos meios de se alcançar o bem estar e a felicidade.
Em seguida são descritas brevemente as teorias éticas de vários filósofos clássicos:
Para a escola cirenaica, a felicidade consistia no gozo de todo prazer imediato. Defendia, porém, um controle racional sobre o prazer para que não se desenvolvesse uma depêndencia dos
prazeres.
Demócrito de Abdera afirmava que, ao buscarmos ser felizes, devemos fazer poucas coisas a
fim de que o que fizermos não ultrapasse nossas forças e não nos leve à inquietação. Dizia que "é sábio quem não se aflige com o que lhe falta e se alegra com o que possui" e que "a
moderação aumenta o gozo e acresce o prazer". Afirmava que a agressividade é insensata
porque "enquanto se busca prejudicar o inimigo, esquecemos o nosso próprio interesse".
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Aristóteles, em sua obra Ética a Nicômaco, afirma que a felicidade (eudemonia) não consiste
nem nos prazeres, nem nas riquezas, nem nas honras, mas numa vida virtuosa. A virtude (areté),
por sua vez, se encontra num justo meio entre os extremos, que será encontrada por aquele
dotado de prudência (phronesis) e educado pelo hábito no seu exercício.
Para Epicuro a felicidade consiste na busca do prazer, que ele definia como um estado de
tranquilidade e de libertação da superstição e do medo (ataraxia), assim como a ausência de
sofrimento (aponia). Para ele, a felicidade não é a busca desenfreada de bens e prazeres corporais, mas o prazer obtido pelo conhecimento, amizade e uma vida simples. Por exemplo,
ele argumentava que ao comermos, obtemos prazer não pelo excesso ou pelo luxo culinário (que
leva a um prazer fortuito, seguido pela insatisfação), mas pela moderação, que torna o prazer um
estado de espírito constante, mesmo se nos alimentarmos simplesmente de pão e água.
Para os filósofos cínicos, a felicidade era identificada com o poder sobre si mesmo ou auto-suficiência (em grego, autárkeia) e é alcançada eliminando-se da vontade todo o supérfluo, tudo
aquilo que fosse exterior. Defendiam um retorno à vida da natureza, errante e instintiva, como a
dos cães. Desacreditavam as conquistas da civilização, suas estruturas jurídicas, religiosas e
sociais.
Para os estóicos, a felicidade consiste em viver de acordo com a lei racional da natureza e
aconselha a indiferença (apathea) em relação a tudo que é externo. O homem sábio obedece à
lei natural reconhecendo-se como uma peça na grande ordem e propósito do universo, devendo
assim manter a serenidade e indiferença perante as tragédias e alegrias.
Para os céticos da antiguidade, nada podemos saber, pois sempre há razões igualmente fortes para afirmar ou negar qualquer teoria, além do que toda teoria é indemonstrável (um dos
argumentos é que toda demonstração exige uma demonstração e assim ad infinitum). Defender
qualquer teoria, então, traz sofrimentos desnecessárias e inúteis. Assim, os céticos advogavam a "suspensão do juízo" (epokhé). Por exemplo, aquele que não imagina que a dor é um mal não
sofre senão da dor presente, enquanto que aquele que julga a dor um mal duplica seu sofrimento
e mesmo sofre sem dor presente, sendo a mera idéia do mal da dor as vezes mais dolorosa que a
própria dor.
Espinoza, em sua obra Ética, afirma que a felicidade consiste em compreender e criar as circunstâncias que aumentem nossa potência de agir e de pensar, proporcionando o afeto de
alegria e libertando-nos das determinações alheias (paixões), isto é, afirmando a necessidade de
nossa própria natureza (conatus). Unicamente a alegria nos leva ao amor ("alegria que associamos a uma causa exterior a nós") no cotidiano e na convivência com os outros, enquanto
a tristeza jamais é boa, intrinsecamente relacionada ao ódio ("tristeza que associamos a uma
causa exterior a nós"), a tristeza sempre é destrutiva. Espinosa dizia, quanto aos dominados
pelas paixões: "Não rir nem chorar, mas compreender."
Em Filosofia, o comportamento ético é aquele que é considerado bom. Os filósofos antigos adotaram diversas posições na definição do que é bom, sobre como lidar com as prioridades em
conflito dos indivíduos versus o todo, sobre a universalidade dos princípios éticos versus a
"ética de situação". Nesta, o que está certo depende das circunstâncias e não de uma qualquer lei geral. E sobre se a bondade é determinada pelos resultados da ação ou pelos meios pelos quais
os resultados são alcançados.
O homem vive em sociedade, convive com outros homens e, portanto, cabe-lhe pensar e
responder à seguinte pergunta: “Como devo agir perante os outros?”. Trata-se de uma pergunta
fácil de ser formulada, mas difícil de ser respondida. Ora, esta é a questão central da Ética.
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Como doutrina filosófica, a ética é essencialmente especulativa e, a não ser quanto ao seu
método analítico, jamais será normativa, característica esta exclusiva da moral. Portanto, a ética
mostra o que era moralmente aceito na Grécia Antiga possibilitando uma comparação com o que é moralmente aceito hoje na Europa, por exemplo, indicando através da comparação,
mudanças no comportamento humano e nas regras sociais e suas conseqüências, podendo daí,
detectar problemas e/ou indicar caminhos. Nesse sentido, a ética e a moral, corroboram para
formar subjetividades, ou seja, o modo como cada pessoa se constrói (pensa, age, fala, etc.).
Eugênio Bucci, em seu livro Sobre Ética e Imprensa, descreve a ética como um saber escolher
entre "o bem" e "o bem" (ou entre "o mal" e o mal"), levando em conta o interesse da maioria da
sociedade. Ao contrário da moral, que delimita o que é bom e o que é ruim no comportamento
dos indivíduos para uma convivência civilizada, a ética é o indicativo do que é mais justo ou
menos injusto diante de possíveis escolhas que afetam terceiros.
Visão
A ética tem sido aplicada na economia, política e ciência política, conduzindo a muitos distintos
e não-relacionados campos de ética aplicada, incluindo: ética nos negócios e Marxismo.
Também tem sido aplicada à estrutura da família, à sexualidade, e como a sociedade vê o papel
dos indivíduos, conduzindo a campos da ética muito distintos e não-relacionados, como o
feminismo e a guerra, por exemplo.
A visão descritiva da ética é moderna e, de muitas maneiras, mais empírica sob a filosofia Grega
clássica, especialmente Aristóteles.
Inicialmente, é necessário definir uma sentença ética, também conhecido como uma afirmativa
normativa. Trata-se de um juízo positivo ou negativo (em termos morais) de alguma coisa.
Sentenças éticas são frases que usam palavras como bom, mau, certo, errado, moral, imoral, etc.
Aqui vão alguns exemplos:
“Salomão é uma boa pessoa”
“As pessoas não devem roubar”
“A honestidade é uma virtude”
Em contraste, uma frase não-ética precisa ser uma sentença que não serve para uma
avaliação moral. Alguns exemplos são:
“Salomão é uma pessoa alta”
“As pessoas se deslocam nas ruas”
"João é o chefe".
Ética nas ciências
principal lei ética na robótica é:
o Um robô jamais deve ser projetado para machucar pessoas ou lhes fazer
mal.
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Na biologia:
o Um assunto que é bastante polémico é a clonagem: uma parte dos
ativistas considera que, pela ética e bom senso, a clonagem só deve ser
usada, com seu devido controle, em animais e plantas somente para
estudos biológicos - nunca para clonar seres humanos.
Na Programação :
o Nunca criar programas (softwares) para prejudicar as pessoas, como para
roubar ou espionar.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FARR, ROBERT. M. As raízes da psicologia social moderna. RJ, Vozes. 2008
FURTADO, O.; BOCK, A.M. e TEIXEIRA, M.L. Psicologias : uma introdução ao
estudo da psicologia. São Paulo, Saraiva, 2002.
MOSCOVICI, Felá. Desenvolvimento interpessoal. 11ª Edição. Rio de Janeiro. José
Olympio,2001.
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Hino do Estado do Ceará
Poesia de Thomaz LopesMúsica de Alberto NepomucenoTerra do sol, do amor, terra da luz!Soa o clarim que tua glória conta!Terra, o teu nome a fama aos céus remontaEm clarão que seduz!Nome que brilha esplêndido luzeiroNos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!Chuvas de prata rolem das estrelas...E despertando, deslumbrada, ao vê-lasRessoa a voz dos ninhos...Há de florar nas rosas e nos cravosRubros o sangue ardente dos escravos.Seja teu verbo a voz do coração,Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!Ruja teu peito em luta contra a morte,Acordando a amplidão.Peito que deu alívio a quem sofriaE foi o sol iluminando o dia!
Tua jangada afoita enfune o pano!Vento feliz conduza a vela ousada!Que importa que no seu barco seja um nadaNa vastidão do oceano,Se à proa vão heróis e marinheirosE vão no peito corações guerreiros?
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!Porque esse chão que embebe a água dos riosHá de florar em meses, nos estiosE bosques, pelas águas!Selvas e rios, serras e florestasBrotem no solo em rumorosas festas!Abra-se ao vento o teu pendão natalSobre as revoltas águas dos teus mares!E desfraldado diga aos céus e aos maresA vitória imortal!Que foi de sangue, em guerras leais e francas,E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Hino Nacional
Ouviram do Ipiranga as margens plácidasDe um povo heróico o brado retumbante,E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdadeConseguimos conquistar com braço forte,Em teu seio, ó liberdade,Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívidoDe amor e de esperança à terra desce,Se em teu formoso céu, risonho e límpido,A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,És belo, és forte, impávido colosso,E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada,Brasil!
Deitado eternamente em berço esplêndido,Ao som do mar e à luz do céu profundo,Fulguras, ó Brasil, florão da América,Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra, mais garrida,Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;"Nossos bosques têm mais vida","Nossa vida" no teu seio "mais amores."
Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símboloO lábaro que ostentas estrelado,E diga o verde-louro dessa flâmula- "Paz no futuro e glória no passado."
Mas, se ergues da justiça a clava forte,Verás que um filho teu não foge à luta,Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada, Brasil!