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 O jovem busca o convívio em grupos e experimenta diferentes papéis até encontrar sua personalidade  Palavras-chave Cadastre-se e fique atualizado diariamente com nosso conteúdo.  Seu e-mail  Loja Escala  Assine  An un cie SA C - 55 11 38 55- 1000  PERSONALIDADE Erik Erikson e a visão psicossocial da adolescência Como funciona o modelo de desnvolvimento da pers onalidade proposto pelo psicanalista e ex-retratista, amigo de Freud, que criou o c onceito da crise de identidade o adolescente Por Denise D´Aurea Tardeli  Quanto mais desenvolvido chega a ser o sentido da identidade, mais os valores são estabelecidos e mais claramente podem reconhecer suas limitações e capacidades. Da mesma forma que, quanto menos a identidade é desenvolvida, menos podem compreender as pessoas e suas diferenças e mais necessitam se apoiar nas opiniões externas para a avaliação própria.  No geral, as pessoas que têm um sentido claro de sua identidade se sentem bem consigo mesmas, esforçam-se de modo construtivo para alcançar objetivos bem definidos, procuram ter relações íntimas com os demais e sentem-se confortáveis com eles, além de permanecerem relativamente livres de ansiedade, depressão e outros sintomas de mal-estar emocional. Já a identidade confusa se associa à baixa auto-estima, às dificuldades em estabelecer objetivos realistas e trabalhar eficazmente para alcançá-los, a suscetibilidade para ter problemas emocionais e as relações interpessoais inconsistentes.  Ainda que a realização da identidade confira continuidade e estabilidade à vida das pessoas, na realidade o processo de formação da identidade nunca termina. A adolescência termina com o estabelecimento de compromissos bastante firmes com atitudes ideológicas, ocupacionais e interpessoais. É comum a maioria dos adultos revisar suas identidades periodicamente à medida em que enfrentam experiências novas e papéis diferentes.  Edição nº 56 SUMÁRIO DA EDIÇÃO MATÉRIA DE CAPA REPORTAGENS CONSULTÓRIO EDIÇÕES ANTERIORES EXPEDIENTE FILOSOFIA LEITURAS DA HISTÓRIA PSIQUE SOCIOLOGIA  AGENDA  ARTI GOS  Port al Ciência & V ida - Filosof ia, Histó ria, Psicolog ia e Sociolog ia - E... ht tp://leitu rasdah istoria. uol. com .br/ESPS/Edicoes/23/artigo69939-2.asp 1 de 4 6/9/2010 21:20

Erik Erikson e a visão psicossocial da adolescência

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PERSONALIDADE

Erik Erikson e a viso psicossocial da adolescnciaPor Denise DAurea Tardeli

Edio n 56

Como funciona o modelo de desnvolvimento da personalidade proposto pelo psicanalista e ex-retratista, amigo de Freud, que criou o conceito da crise de identidade o adolescente

SUMRIO DA EDIO

Quanto mais desenvolvido chega a ser o sentido da identidade, mais os valores so estabelecidos e mais claramente podem reconhecer suas limitaes e capacidades. Da mesma forma que, quanto menos a identidade desenvolvida, menos podem compreender as pessoas e suas diferenas e mais necessitam se apoiar nas opinies externas para a avaliao prpria. No geral, as pessoas que tm um sentido claro de sua identidade se sentem bem consigo mesmas, esforam-se de modo construtivo para alcanar objetivos bem definidos, procuram ter relaes ntimas com os demais e sentem-se confortveis com eles, alm de permanecerem O jovem busca o convvio em grupos e experimenta diferentes papis at relativamente livres de ansiedade, depresso e outros encontrar sua personalidade sintomas de mal-estar emocional. J a identidade confusa se associa baixa auto-estima, s dificuldades em estabelecer objetivos realistas e trabalhar eficazmente para alcan-los, a suscetibilidade para ter problemas emocionais e as relaes interpessoais inconsistentes. Ainda que a realizao da identidade confira continuidade e estabilidade vida das pessoas, na realidade o processo de formao da identidade nunca termina. A adolescncia termina com o estabelecimento de compromissos bastante firmes com atitudes ideolgicas, ocupacionais e interpessoais. comum a maioria dos adultos revisar suas identidades periodicamente medida em que enfrentam experincias novas e papis diferentes.

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A ADOLESCNCIAErikson destacou que a adolescncia uma crise normativa, uma fase normal de conflito incrementado caracterizada por uma flutuao na fora do EGO. O indivduo que a experimenta vtima de uma conscincia de identidade que a base da autoconscincia da juventude. Durante este tempo, o indivduo deve estabelecer um sentido para a identidade pessoal; a maneira como os jovens podem se explicar em funo da formao de sua personalidade chamada de estado de identidade. No geral, a adolescncia comea com a instncia de identidade difusa, que segundo Erikson (1968) um estado de coisas em que o sujeito no estabelece compromissos firmes com nenhuma atitude ideolgica, ocupacional ou interpessoal, nem est vislumbrando tal possibilidade. Qualquer compromisso que possa ocorrer tende a ser efmero e a ser substitudo com rapidez por outros, igualmente provisrios.

Depois de ter chegado ao autoconhecimento os adolescentes comeam a refletir sobre os tipos de compromissos que gostariam de assumirEstabelecer uma identidade requer do indivduo um esforo para avaliar os recursos e as responsabilidades pessoais e aprender como utiliz-las para obter um conceito mais claro de quem e o que quer ser. Mas os adolescentes que se envolvem de forma exageradamente ativa na explorao da identidade tm mais tendncia a mostrar um padro de personalidade caracterizado pela insegurana, confuso e pensamento perturbado, impulsividade, conflito com os pais e com

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outras figuras de autoridade e fora do EGO reduzida. Erikson (1968) acreditava que durante a adolescncia deve ocorrer uma integrao de todos os elementos de identidade convergentes e uma resoluo de conflito, que ele dividiu em sete momentos fundamentais. (Acompanhe no quadro Sete conflitos da adolescncia). Se o sujeito for capaz de resolver estes sete conflitos ter uma identidade firme segundo a teoria. A crise estar superada quando ele j no tiver mais que se questionar a cada momento e quando a identidade infantil se incorporar a uma nova auto-identificao. (Erikson, 1995). Encontrar uma identidade satisfatria, no entanto, muito mais difcil durante um perodo de rpidas mudanas sociais porque as geraes mais velhas no so capazes de proporcionar modelos significativos s geraes mais novas. Erikson j apontava para esta questo na dcada de 1950.

O adolescente que fracassa na busca da identidade experimentar insegurana; poder tornar-se preocupado em exagero ou autodestrutivo MORATRIA PSICOSSOCIALUm aspecto interessante da teoria de Erikson o conceito da adolescncia como uma moratria psicossocial, ou melhor, como um perodo intermedirio admitido socialmente, durante o qual o indivduo pode encontrar uma posio na sociedade por meio da livre experimentao de funes (Erikson, 1968). Depois de ter chegado ao autoconhecimento nos aspectos fsicos, cognitivo, interpessoal, social e sexual, os adolescentes comeam a refletir sobre os tipos de compromissos que gostariam de assumir, o que seria o estado da identidade em fase de moratria. A adolescncia se converte, ento, em um perodo para analisar e provar vrios papis sem a responsabilidade de assumir nenhum deles. s vezes, os adolescentes percebem que a incerteza diante de alternativas variadas provoca um retardamento nas decises sobre o futuro e causa mais ansiedade do que esto aptos a suportar. Ento podem escolher entre no fazer nada e continuar com a incerteza, regressando a um estado de identidade difusa no qual abandonam os pensamentos sobre escolhas e compromissos ou podem optar pelo que Erikson denominou de identidade emprestada. Neste estado, o sujeito se prende a vrias crenas e objetivos vitais que aparecem prontos para ele, normalmente modelados por outro sujeito, sem a possibilidade de se envolver num processo que lhe permita considerar outras alternativas.Crises de identidade podem surgir em outros perodos da vida, quando assumimos novos papis (pai ou me), ocorrendo uma redefinio da Os adolescentes que so capazes de livrar- se da personalidade identidade difusa e de evitar a identidade emprestada iniciam lentamente um perodo no qual a identidade demora a estabelecer compromissos relativamente estveis que se constitui como a realizao da identidade. Em comparao com as pessoas que se encontram na condio da identidade emprestada e que tenham adquirido compromissos pertencentes a outros, os que realizam a identidade tm mais probabilidade de experimentar um sentido de propriedade com respeito s decises tomadas.

Completamos ainda as explicaes dizendo que Erikson sabia que a durao e a intensidade da adolescncia variam nas diferentes sociedades, mas em todas elas a idia de no ter formado a prpria identidade ao final da adolescncia produz um profundo sofrimento para o adolescente por causa da difuso de papis. Tal confuso pode ser responsvel pela apario de problemas psicolgicos previamente latentes. O adolescente que fracassa na busca da identidade experimentar insegurana e poder ficar preso a uma preocupao constante ou numa atividade autodestrutiva. Poder ter uma tendncia a preocupar-se em demasia com as opinies de outros ou cair no plo oposto, no se importar em absoluto com o que os outros pensam. A aproximao com a drogadio pode ser uma forma de descarregar a ansiedade que gera esta difuso de papis . Erikson destacou que ainda que a crise de identidade seja mais pronunciada na adolescncia, durante outros perodos da vida tambm pode ter lugar uma redefinio da identidade individual: quando os indivduos abandonam os lares, casam-se, so pais pela primeira vez, divorciam-se ou mudam de trabalho. O xito com que enfrentam tais mudanas de identidade est determinado parcialmente pela capacidade para superar as crises de identidade adolescentes (Erikson, 1959, 1968).

Denise DAurea Tardeli professora universitria com formao em Psicologia e Pedagogia, mestrado em Educao pela USP, doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP e membro do conselho editorial desta revista.

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