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escola inglesa ri
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BRI 009 – Teorias Clássicas das RI
Ordem Internacional e a
Escola Inglesa das RI
Janina Onuki
23 e 24 de setembro de 2015
ESCOLA INGLESA
Abordagem que busca se diferenciar do debate clássico
das RI – do ponto de vista metodológico
– do ponto de vista do conteúdo
“Realismo mitigado por aspectos idealistas”
Proposta de uma nova forma de analisar as RI:
Maior objetividade na análise
Evidencia limitações conceituais do Realismo e Idealismo
Abordagem racionalista das RI (objetividade e subjetividade)
ESCOLA INGLESA
Hedley Bull – A sociedade anárquica (1977)
Contexto: Guerra Fria = equilíbrio de poder
Ampliação da interdependência
Questionamento do papel das OIs
Interpretação diferente (dos institucionalistas liberais)
sobre o papel das instituições internacionais
Compreender como se estabelece a cooperação entre
estados soberanos
ASPECTOS METODOLÓGICOS
Crítica à RI como “ciência americana”
Resposta aos neoclássicos – crítica ao método
científico (cientista social deve saber como lidar com
valores na sua análise).
Proposta de abordagem “clássica” ou “tradicional”
RI se diferencia por questões substantivas
Crítica à teoria da escolha racional – RI deve se
preocupar com definições conceituais para melhor
explicar a realidade.
Thinking is also research
ASPECTOS METODOLÓGICOS
Bull começa estruturando as perguntas
consideradas essenciais para compreender as
relações internacionais: questões que relacionam a
sociedade com seus aspectos culturais.
Ênfase nos significados distintos de justiça, de
guerra, da necessidade de intervenção,
desigualdade, diferentes tipos de equilíbrio de
poder.
Busca de resposta para o que os Estados querem
ter preservados, o que eles se dispõem a ceder.
SOCIEDADE INTERNACIONAL
Conceito de ordem na política internacional
Ordem não é entendida como um objetivo das RI
Mas como um instrumento para garantir a relação
entre Estados soberanos
A “solução” para a anarquia só pode ser buscada na
relação entre os estados
Propor maneiras de articular instituições que superem
o estado de natureza, sem que a soberania seja
diminuída
SOCIEDADE INTERNACIONAL
Escola racionalista: tenta dar objetividade à
análise, sem descartar conceitos subjetivos –
como justiça, ideologia, etc. – que estão presentes
na formação de interesses dos Estados.
Hedley Bull questiona a inevitabilidade do conflito
Busca pontos de convergência (focados na
sobrevivência dos estados) que expliquem a
construção de instituições internacionais.
O sistema internacional é “aperfeiçoável”.
SOCIEDADE INTERNACIONAL
Estado é o ator central, mas não é movido
exclusivamente por preocupações com segurança.
Questões econômicas, jurídicas, valores – podem
mudar a relação entre os Estados e gerar modos reais
de cooperação.
Ordem – fica entre a anarquia (dada a ênfase na
preservação da soberania) e o governo mundial (busca
de melhores padrões de convivência internacional)
Política Internacional – nem é completo conflito, nem
absoluta identidade de interesses.
RACIONALIDADE
Objetividade dos valores morais – é possível identificar
um denominador comum a todas as criaturas racionais:
todos os Estados têm o direito de se proteger, e
nenhum Estado tem o direito de molestar gratuitamente
o outro.
Base conceitual da construção da ordem –
sociabilidade dos Estados
Estado é racional e a razão aconselha a implantação do
direito como instrumento para reger a vida das nações.
SOCIEDADE INTERNACIONAL
Sistema internacional (sistema de estados) – dois ou
mais estados em contato entre si, cujas ações têm
impacto recíproco (conflito-cooperação)
Sociedade internacional (sociedade de estados) –
avanço no modelo de sistema
“Grupo de estados, conscientes de certos valores e
interesses comuns, formam uma sociedade, no sentido
de se considerarem ligados por um conjunto de regras e
instituições comuns”.
Mudança cultural – passagem do modelo de sistema
para sociedade internacional (percepções comuns).
SOCIEDADE INTERNACIONAL
Sociedade internacional é anárquica porque não
dispõe de um poder central, nem de um governo
mundial que a regule.
Mas tem por característica a busca de um consenso
entre os estados em torno de alguns interesses
comuns, preservados por instituições internacionais.
A coexistência entre os Estados produz diferentes
percepções de interesses comuns.
Mas os Estados podem se unir em torno de um
princípio = soberania.
SOCIEDADE INTERNACIONAL
Objetivos da Sociedade Internacional:
Preservação da própria sociedade (‘união’ dos
estados na crença de que são os principais atores da
política mundial) – contraposição à teoria da
interdependência.
Estados querem manter a independência (soberania).
Querem garantir a sua segurança.
Necessidade de garantir os acordos multilaterais –
para limitar o uso da força.
ORDEM INTERNACIONAL
Equilíbrio de Poder – função importante na
preservação do sistema de estados, impede que o
sistema se transforme num Império, mas pode exigir o
uso da força em detrimento do Direito Internacional
ONU = doutrina ‘solidarista’ da ordem – preserva os
estados soberanos num mundo mais ordenado.
É preciso dar um salto qualitativo nas RI = ‘nova fase’
do sistema internacional
Segurança coletiva – uso da força é permitido desde
que seja consenso entre a sociedade internacional.
ORDEM INTERNACIONAL
Noção minimalista – ordem vista como preservação
dos estados, não deriva de soluções compartilhadas.
Mantém o equilíbrio de poder como ‘solução’ e revela
as limitações da cooperação.
Noção maximalista (solidarista) – sinais de
cooperação entre os Estados
Afirmação de organismos internacionais multilaterais,
preocupados com a discussão de novos temas, como
direitos humanos, meio ambiente, e atentos à
complexidade das RI.
ORDEM INTERNACIONAL
Racionalidade faz com que os Estados criem
normas mínimas de convivência
Instituições devem garantir o objetivo dos Estados,
de manter sua independência e soberania
Pressupõe a ordem entre e dentro dos Estados
A ordem tem de ser pensada como uma “ordem
em progresso” – é preciso identificar pontos de
harmonia que favoreçam a convivência
internacional.
ORDEM INTERNACIONAL
Ordem é uma estrutura que favorece a preservação da
soberania que é o objetivo comum dos Estados,
porque dá maior previsibilidade e estabilidade.
Tal estrutura leva a um arranjo da vida social que
promove determinados valores: procuram garantir: -
que a vida seja protegida; - que as promessas sejam
cumpridas; - que haja mais estabilidade.
Se existe um bom conjunto de regras do direito
internacional estabelecido, a conduta internacional dos
Estados é previsível (e tende à cooperação).
PERSPECTIVAS DE ORDEM
Visão otimista das relações internacionais.
Percepção sobre o uso da força tem reduzido entre as
superpotências.
Tratado de Não-Proliferação Nuclear e outros regimes
internacionais contribuem para mudar esta percepção
ONU vem reforçando normas de não-intervenção
Mistura de variáveis de poder, cultura, crenças e
noções de justiça – criam ambiguidades, mas colocam
em debate temas que amenizam a disputa pelo poder.
Gradual inclusão de países não-ocidentais.
PERSPECTIVAS DE ORDEM
Instituições efetivas da sociedade internacional são:
lei internacional, diplomacia, equilíbrio de poder,
papel (responsabilidade) das grandes potências.
Quando os Estados agem a partir de regras comuns
– isso leva a compromissos mútuos entre os Estados,
tais como respeito à interdependência, aos acordos
comuns e à limitação recíproca do uso da força.
Noção de ordem não seria função exclusiva do
equilíbrio de poder, mas influenciada pelas normas,
valores e procedimentos construídos na sociedade de
estados.