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escola rural
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08/05/2015 Educação do Campo | escolas
http://escolas.educacao.ba.gov.br/educacaodocampo/contextualizacao 1/2
escolas.educacao.ba.gov.br
Contextualização
A construção da política de Educação do Campo diz respeito às lutas históricas dos
movimentos sociais em prol de uma escola no e do campo que fortaleça a identidade
e a diversidade dos povos que ali vivem e trabalham. Traduz o resultado de um pro-jeto educativo que revela os princípios, a luta, os desejos, as experiências dos di-versos sujeitos, que vislumbra uma educação que supere o modelo desigual e exclu-dente que ainda permeia no cenário da educação brasileira.
A concepção de Educação do Campo nasce a partir da ação dos sujeitos coletivos, or-ganizados em movimentos sociais do campo e que se apresenta com o propósito de
resistir às intensas transformações ocorridas no campo, em função da expansão do
capitalismo e da modernização da agricultura. Nessa perspectiva, a educação do
campo é concebida como ação política que entende que os povos do campo têm o di-reito de serem educados nos lugares onde vivem e que eles são sujeitos que com sua
participação demandam e propõem um projeto de educação vinculado à sua cultura e
às necessidades humanas e sociais.
As identidades dos sujeitos do Campo, na Bahia, integram a diversidade sociocultural
e política da constituição do próprio espaço rural que compõe o Estado. A partir das
diversas formas de produção de vida no campo, os sujeitos do campo constituem ca-tegorias sociais como agricultores familiares camponeses, arrendatários, pescadores,
ribeirinhos, assentados e acampados da Reforma Agrária, quilombolas, indígenas,
atingidos por barragens, fundo e fecho de pasto, entre outros. Estas identidades são
reconfiguradas coletivamente na produção política destes sujeitos a partir das orga-nizações em segmentos sociais organizados.
O Estado da Bahia possui 27,93% da população residente em espaços rurais. Segundo
Censo Escolar INE/2010, o Estado da Bahia possui um quantitativo de matrículas nas
escolas em áreas rurais correspondente a 1.017.551, sendo 159.818 da Educação in-fantil, 744.019 do Ensino Fundamental e 28.984 do Ensino Médio. Destes, a taxa de
distorção idade-série varia de 33,53 a 75,37%.
Em relação ao diagnóstico das escolas do campo no Estado da Bahia , temos 12.875
estabelecimentos escolares distribuídos em áreas rurais dos territórios de identidade
que compõe o Estado. Destes, 114 são estaduais, 4 federais, 12.696 municipais e 60
privados. Dados que nos remete a uma reflexão sobre o reconhecimento das escolas
do campo, com base nos marcos legais e políticos da educação do campo construídos
ao longo da sua trajetória.
Recomenda-se, portanto, que sejam consideradas escolas do campo no Estado da
Bahia:
Escolas que compreendam a Educação Básica em suas etapas de Educação In-fantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação Profissional Técnico de
nível médio integrada com Ensino Médio destinadas ao atendimento às popula-ções rurais em suas mais variadas formas de produção de vida (Resolução
CBE/CNE nº02/2008).
Escolas situadas em áreas rurais, conforme definição dada pela Fundação Insti-tuto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, ou aquelas situadas em área ur-bana que atenda predominantemente a população do campo. Alem disto, serão
consideradas do campo as turmas anexas vinculadas a escolas com sede em área
urbana que funcionem conforme condições específicas para as escolas do campo
(Decreto nº 7.352/2010).
Escolas fundamentadas nos princípios pedagógicos voltados para a formação de
sujeitos articulada a um projeto de emancipação humana; valorização dos dife-rentes saberes no processo educativo; formação dos sujeitos da aprendizagem
em diferentes espaços e tempos; vinculação da escola à realidade dos sujeitos
;reconhecimento da educação como recurso para o desenvolvimento susten-tável;autonomia e colaboração entre os sujeitos do campo e o sistema nacional
de ensino. (Plano Estadual de Educação, 2006)
Escola construída de acordo com a realidade, que atue de acordo com as necessi-dades e as peculiaridades do grupo a que se destina. Busca-se, então, construir
uma escola enquanto espaço de convivência e diálogo cultural, no qual os
modos, os valores, as normas, os conceitos e formas de conviver se inter-relaci-onem, numa perspectiva de continuidade e mudança. (Plano Estadual de Edu-cação, 2006).
Educação do Campo
08/05/2015 Educação do Campo | escolas
http://escolas.educacao.ba.gov.br/educacaodocampo/contextualizacao 2/2
Junto a este movimento de reconhecimento da identidade das escolas do campo,
alguns princípios devem nortear a Educação do Campo na Bahia:
Respeito à diversidade em seus aspectos sociais, culturais, ambientais, políticos,
econômicos, de gênero, geracional e de raça e etnia;
Incentivo à formulação de projetos político-pedagógicos específicos para as es-colas do campo, estimulando o desenvolvimento das unidades escolares como
espaços públicos de investigação e articulação de experiências e estudos direcio-nados para o desenvolvimento social, economicamente justo e ambientalmente
sustentável, em articulação com o mundo do trabalho;
Desenvolvimento de políticas de formação de profissionais da educação para o
atendimento da especificidade das escolas do campo, considerando-se as condi-ções concretas da produção e reprodução social da vida no campo;
Valorização da identidade da escola do campo por meio de projetos pedagógicos
com conteúdos curriculares e metodologias adequadas às reais necessidades dos
alunos do campo, bem como flexibilidade na organização escolar, incluindo ade-quação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e ás condições climáticas;
Controle social da qualidade da educação escolar, mediante a efetiva partici-pação da comunidade e dos movimentos sociais do campo.
Por fim, falar da Educação do Campo, segundo Jesus (2010), sem dúvida, é entrelaçar
a história de vida e trajetórias de muitos sujeitos sociais que nasceram e vivem no
campo ou aqueles e aquelas que dele precisou sair em busca de uma vida melhor. É
pensar numa escola que respeite a diversidade cultural e as realidades de todos os
sujeitos que fazem parte de cada comunidade, suas dificuldades e potencialidades,
seus processos de organização, anseios e necessidades, reeducando os olhares em re-lação ao percurso formativo de cada criança, jovem e adulto com uma matriz pedagó-gica que valorize os diferentes saberes, espaços e vidas.
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