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Escola Superior de Saúde - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/1944/1/F EP2_ Ana I S Lima.pdf · ... Zona destinada à preparação de formas farmacêuticas orais

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Escola Superior de Saúde

Instituto Politécnico da Guarda

R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O

ANA ISABEL DOS SANTOS LIMA

RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO EM FARMÁCIA

maio/2014

Escola Superior de Saúde

Instituto Politécnico da Guarda

CURSO FARMÁCIA - 1º CICLO

4º ANO / 2º SEMESTRE

RELATÓRIO DE ESTÁGIO II

ESTÁGIO EM FARMÁCIA HOSPITALAR

ANA ISABEL DOS SANTOS LIMA

ORIENTADOR: SANDRA CRISTINA VENTURA

SUPERVISOR: MARIA DO CARMO

maio|2014

Agradecimentos

Em primeiro lugar quero agradecer à instituição de ensino que frequento pela oportunidade

de realizar este estágio, permitindo a consolidação dos conhecimentos adquiridos ao longo

do plano de estudos do curso.

Queria agradecer ao Centro Hospitalar de São João, EPE que disponibilizou as suas

instalações, bem como, a toda a equipa dos Serviços Farmacêuticos, que se demonstrou

sempre disponível a ajudar, transmitindo-me os seus conhecimentos.

Igualmente agradeço à Técnica de Farmácia Maria do Carmo que orientou o meu estágio,

bem como à professora Sandra Ventura que acompanhou este percurso mostrando-se sempre

disponível.

Pensamento

O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos.

(Elleanor Roosevelt)

ABREVIATURAS/SIGLAS

AO: Assistente Operacional

CHNM: Código Hospitalar Nacional do Medicamento

CHSJ, EPE: Centro Hospitalar de São João, Entidade Pública Empresarial

DC: Distribuição Clássica de Medicamentos

DCI: Denominação Comum Internacional

DIDDU: Distribuição Individual Diária em Dose Unitária

DRSN: Distribuição por Reposição de Stocks Nivelados

EPI: Equipamento de Proteção Individual

FDS: “Fast Dispensing System”

FEFO: First Expire First Out

FH: Farmácia Hospitalar

FHNM: Formulário Hospitalar Nacional de Medicamentos

INFARMED: Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P

SC: Serviço Clínico

SFH: Serviços Farmacêuticos Hospitalares

TF: Técnico de Farmácia

UAG: Unidades Autónomas de Gestão

UCPC: Unidade Centralizada de Preparação de Medicamentos Citotóxicos

UFA: Unidade de Farmácia de Ambulatório

UMCMNE: Unidade de Manipulação Clínica de Medicamentos Não Estéreis

UMCME: Unidade de Manipulação Clinica de Medicamentos Estéreis

UR: Unidade de Reembalagem de medicamentos

ZIRS: Zona de Individualização de reposição de stocks

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Armazém de grandes volumes ................................................................................. 20

Figura 2 - Cofre ........................................................................................................................ 22

Figura 3 - Hotte da UMCNE .................................................................................................... 25

Figura 4 - Zona destinada à preparação de formas farmacêuticas orais líquidas ..................... 25

Figura 5 - Zona destinada à preparação de formas farmacêuticas sólidas e semi-sólidas ........ 25

Figura 6 - Zona de fraccionamento de formas orais sólidas ..................................................... 34

Figura 7 - Auto Print™ Packaging System – Grifols® ............................................................ 35

Figura 8 - Invólucro do medicamento reembalado na Grifolds® ........................................... 36

Figura 9 - Invólucro do medicamento reembalado no FDS® .................................................. 36

Figura 10 - FDS® "Fast Dispensing System" .......................................................................... 36

Figura 11 - Cartão sistema Kanban .......................................................................................... 38

Figura 12 - Verso do cartão kanban.......................................................................................... 38

Figura 13 - Estante contendo os contentores para os diferentes SC ......................................... 40

Figura 14 - Etiqueta identificativa do SC ................................................................................. 40

Figura 16 - Etiqueta informativa para medicamentos que requerem congelação..................... 40

Figura 15 - Etiqueta informativa para medicamentos que necessitam de refrigeração ............ 40

Figura 17 - Balcão de atendimento dos SFH ............................................................................ 41

Figura 18 - Gaveta do serviço de Psiquiatria e Hospital de Dia de Psiquiatria ........................ 43

ÍNDICE DE ESQUEMAS

Esquema 1 - Circuito geral do Medicamento ........................................................................... 15

Esquema 2 - Armazéns dos SFH do CHSJ, EPE ...................................................................... 21

Esquema 3 - Setores da Farmacotecnia no CHSJ, EPE ............................................................ 24

Esquema 4 - Sistemas de Distribuição de Medicamentos nos SFH do CHSJ, EPE ................. 39

Esquema 5 - Circuito da DIDDU ............................................................................................. 42

Esquema 6 - Vantagens e Desvantagens do Pyxis® ................................................................ 48

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 7

1. O PAPEL DO TÉCNICO EM FARMÁCIA HOSPITALAR ....................................... 9

2. CENTRO HOSPITALAR SÃO JOÃO, EPE ............................................................... 10

3. CARACTERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS ................................. 12

3.1. ESTRUTURA FÍSICA .................................................................................................. 13

3.2. RECURSOS HUMANOS ............................................................................................. 13

3.3. HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO ........................................................................... 14

3.4. SISTEMA INFORMÁTICO ......................................................................................... 14

4. CIRCUITO DO MEDICAMENTO ............................................................................... 15

4.1. SELEÇÃO E AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS, PRODUTOS FARMACêUTICOS

E DISPOSITIVOS MÉDICOS ................................................................................................. 15

4.2. RECEÇÃO DE MEDICAMENTOS, PRODUTOS FARMACÊUTICOS E

DISPOSITIVOS MÉDICOS .................................................................................................... 16

4.3. ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS, PRODUTOS DE SAÚDE E

DISPOSITIVOS MÉDICOS .................................................................................................... 20

4.4. FARMACOTECNIA ..................................................................................................... 23

4.4.1. Unidade de Manipulação Clínica de Medicamentos Não Estéreis (UMCMNE) 24

4.4.2. Unidade de Manipulação Clínica de Medicamentos Estéreis (UMCME) .......... 27

4.4.3. Unidade Centralizada de Preparação de Medicamentos Citotóxicos ................. 30

4.4.4. Unidade de Reembalagem de medicamentos ........................................................ 32

4.4.4.1. Zona individualizada de reposição de stocks ..................................................... 37

4.5. DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS ................................................................... 38

4.5.1. Distribuição a doentes em regime de internamento.............................................. 39

4.5.1.1. Distribuição Clássica/Tradicional ....................................................................... 39

4.5.1.2. Distribuição de Medicamentos em Dose Individual Unitária e Unidose ......... 42

4.5.1.3. Distribuição de Medicamentos por Reposição de Níveis .................................. 46

4.5.2. Distribuição de Medicamentos a doentes em Regime de Ambulatório ............... 48

4.5.3. Medicamentos Sujeitos a Legislação Restritiva .................................................... 50

4.5.3.1. Medicamentos Estupefacientes e Psicotrópicos ................................................. 50

4.5.3.2. Medicamentos Hemoderivados ........................................................................... 50

5. ANÁLISE CRÍTICA/CONCLUSÃO ............................................................................ 52

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 53

ÍNDICE DE ANEXOS

ANEXO A – Fatura .................................................................................................................. 56

ANEXO B – Ficha Técnica de Preparação .............................................................................. 57

ANEXO C – Verso da Ficha Técnica de Preparação ............................................................... 58

ANEXO D – Rótulo do Manipulado ........................................................................................ 59

ANEXO E – Reposição do Kardex a mínimos ........................................................................ 60

ANEXO F – Satisfação de Pedido ............................................................................................ 61

ANEXO G – Folha de Requisição De Antimicrobianos ......................................................... 62

ANEXO H – Modelo de Hemoderivados via Farmácia ........................................................... 63

ANEXO I – Verso do modelo de requisição de Hemoderivados ............................................. 64

ANEXO J – Requisição de Estupefacientes ............................................................................. 65

ANEXO K – Listagem de “Produtos Externos” ....................................................................... 66

ANEXO L – Listagem de “Incidências” .................................................................................. 67

ANEXO M – Ficha de atendimento geral da DIDDU.............................................................. 68

ANEXO N – Mapa de distribuição de Medicamentos por doente ........................................... 69

ANEXO O – Mapa de Alterações da Terapêutica .................................................................... 70

ANEXO P – Folha do Sistema de Distribuição Pyxis .............................................................. 71

7

INTRODUÇÃO

O presente relatório surge no âmbito da unidade curricular de Estágio Profissional II,

tendo este sido efetuado nos Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar São João, EPE

(CHSJ, EPE), sendo esta unidade curricular inserida no plano de estudos do Curso de 1ºciclo

de Farmácia do Instituto Politécnico da Guarda – Escola Superior de Saúde. O estágio decorreu

entre os dias 10 de Fevereiro e 16 de Maio de 2014, tendo num total de 500 horas.

O Estágio Profissional II é subjacente a um regulamento específico e, a sua coordenação

e supervisão ficou ao cargo da docente Sandra Cristina Ventura e pela orientação na instituição

a Técnica de Farmácia Maria do Carmo.

O estágio é uma vertente muito importante de aprendizagem, uma vez que permite ao

aluno o contato direto com a realidade profissional, complementando a sua aprendizagem

teórica com as práticas da sua profissão, podendo relacioná-las e conjugá-las como um

verdadeiro profissional.

Deste modo um Estágio é definido como o período de trabalho por tempo

determinado para formação e aprendizagem de uma prática profissional (1).

O Estágio Profissional II é uma unidade curricular sujeita a frequência e realização

obrigatória, pois neste a aprendizagem decorre em contexto real. Neste o estagiário deve

demonstrar as competências adquiridas em diferentes áreas de atuação.

De acordo com o Regulamento Específico do Estágio Profissional II – Estágio de

Integração à Vida Profissional, este estágio apresenta os seguintes objetivos gerais (2):

- Favorecer, em contexto real, a integração das aprendizagens que vão sendo

desenvolvidas ao longo do curso, de modo que o perfil do estudante vá ao encontro das

competências necessárias no âmbito da sua formação;

- Preparar o estudante para dar resposta às exigências da sociedade, promovendo a

socialização e integração profissional.

O presente relatório pretende elucidar as competências técnico-científicas adquiridas, as

metodologias observadas e as atividades desenvolvidas ao longo do estágio em farmácia

hospitalar.

Desta forma, segundo o Regulamento Específico do Estágio Profissional II – Estágio de

Integração à Vida Profissional, os objetivos específicos definidos para este estágio são (2):

8

- O desenvolvimento de competências científicas e técnicas, a aplicação de princípios

éticos e deontológicos na realização de atividades subjacentes à profissão do Técnico de

Farmácia, no enquadramento das várias áreas de intervenção profissional;

- O desenvolvimento e avaliação de planos de intervenção adequadamente integrados

numa equipa multidisciplinar;

- A resposta aos desafios profissionais com inovação, criatividade e flexibilidade.

Assim este relatório foi elaborado com o objetivo de descrever todas as atividades

realizadas ao longo do estágio. Este documento está organizado em vários capítulos que seguem

o circuito do medicamento, para que este seja mais facilmente analisado. Por fim será dada a

minha opinião na análise critica.

Para a sua realização foram usadas as experiências adquiridas, os conhecimentos

teóricos e teórico-práticos que ao longo dos três últimos anos assimilei.

9

1. O PAPEL DO TÉCNICO EM FARMÁCIA HOSPITALAR

O estatuto legal da carreira de Técnico de Farmácia (TF) refere que este pode

“desenvolver atividades no circuito do medicamento, análises e ensaios farmacológicos,

interpretação da prescrição terapêutica e de fórmulas farmacêuticas, sua preparação,

identificação, controlo da conservação, distribuição e stocks de medicamentos e outros

produtos, informação e aconselhamento sobre o uso de medicamentos” (3).

Desta forma, o TF desenvolve um conjunto diversificado de tarefas relacionadas com a

prevenção, diagnóstico, terapia e reabilitação pelo uso de medicamentos. Estes profissionais,

normalmente integrados em equipas de saúde multidisciplinares, desenvolvem o seu trabalho

com autonomia técnica, que varia segundo o contexto profissional em que estão inseridos.

Em Farmácia Hospitalar (FH), os TF participam em todo o circuito do medicamento de

forma a que os medicamentos sejam utilizados da forma mais correta e racional possível. O seu

trabalho abrange tarefas como a aquisição de novos produtos, a gestão de stocks, controlo dos

prazos de validade, as condições de armazenamento, entre outras (4).

O TF intervém desde a prescrição, identificando possíveis erros na prescrição médica,

validação por parte dos farmacêuticos nos diferentes serviços hospitalares, para que estes sejam

utilizados de uma forma mais correta e racional possível evitando erros de administração.

Devido à complexidade das suas funções o TF deve realizar o seu trabalho de modo

preciso e cauteloso, devendo ter sempre presente que o uso de medicamentos interfere com a

saúde e a vida de quem os utiliza.

10

2. CENTRO HOSPITALAR SÃO JOÃO, EPE

O Centro Hospitalar de São João, EPE (CHSJ, EPE) fica localizado na cidade do Porto

e é o maior hospital do Norte e o segundo maior do país, ao qual fazem parte dois hospitais

nomeadamente, o Hospital de São João e o Hospital de Valongo. É um hospital universitário

ligado à Faculdade de Medicina do Porto, a qual ocupa o mesmo edifício em regime de

condomínio.

O CHSJ, EPE tem como missão prestar os melhores cuidados de saúde, com elevados

níveis de competência, excelência e rigor, fomentando a formação pré e pós-graduada e a

investigação, respeitando sempre o princípio da humanização e promovendo o orgulho e

sentimento de pertença de todos os profissionais.

O CHSJ, EPE é uma instituição primordial na sua região, uma vez que presta assistência

direta à população a uma grande parte da cidade do Porto (freguesias do Bonfim, Paranhos,

Campanhã e Aldoar), bem como, a concelhos da Maia e Valongo. Atua como centro de

referência em vários distritos adjacentes ao Porto (excetuando Baião, Amarante e Marco de

Canaveses), nomeadamente Braga e Viana do Castelo, abrangendo assim, uma grande área

geográfica e uma população de cerca de três milhões de pessoas.

Em 31 de dezembro de 2005, o CHSJ, EPE passou a Entidade Pública Empresarial

(EPE) que se traduziu num processo de reorganização interna e de investimento em melhores

condições para os seus doentes.

O CHSJ, EPE é constituído por um edifício de 11 pisos, 2 dos quais se localizam no

subsolo e por um conjunto satélite de edifícios dispondo neste momento de uma lotação de

cerca de 1124 camas e várias especialidades médicas e cirúrgicas, meios complementares de

diagnóstico e terapêutica como suporte à prestação de cuidados.

Assim, no CHSJ, EPE todos os Serviços Clínicos (SC) estão agrupados em seis

Unidades Autónomas de Gestão (UAG), nomeadamente: Medicina, Cirurgia, Mulher e Criança,

Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica, Urgência e Cuidados Intensivos e Saúde

Mental.

No edifício principal estão presentes os serviços de urgência, internamento, laboratórios

e imagiologia, hoteleiros e a maioria dos serviços administrativos e de gestão. O serviço de

urgência divide-se em pediátrico e adultos. Contudo, em algumas das especialidades médicas

11

os serviços são comuns, como é o caso da estomatologia, oftalmologia e otorrinolaringologia

que realizam o atendimento urgente num espaço físico externo à área de urgência.

O CHSJ, EPE possui várias especialidades médicas e cirúrgicas, nomeadamente:

anestesiologia, cardiologia, cardiologia pediátrica, cirurgia geral, cirurgia pediátrica, cirurgia

plástica e maxilo-facial, cirurgia vascular, cirurgia cardiotorácica, cuidados intensivos,

cuidados paliativos, dermatologia, doenças infeciosas, endocrinologia, gastrenterologia,

ginecologia e obstetrícia, hematologia clínica, hematologia e oncologia pediátrica, imuno-

alergologia, medicina interna, nefrologia, neonatologia, neurocirurgia, neurologia,

oftalmologia, oncologia, ortopedia e traumatologia, otorrinolaringologia, pediatria médica,

pneumologia, psiquiatria, reumatologia e urologia.

Para além destes, o CHSJ, EPE possui vários serviços de diagnóstico e terapêutica

nomeadamente: anatomia patológica, patologia clínica, imunohematoterapia, radioterapia,

radiologia, medicina nuclear, medicina fisica e reabilitação, neuroradiologia e neurofisiologia.

Nos edifícios externos estão presentes: o centro de ambulatório (inclui as consultas

externas, os hospitais de dia e a unidade de cirurgia do ambulatório), o serviço de instalações e

equipamentos e também o serviço de pediatria.

12

3. CARATERIZAÇÃO DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS

Os Serviços Farmacêuticos Hospitalares (SFH) são departamentos com autonomia

técnica e científica que constituem uma estrutura de elevada importância relativamente aos

cuidados de saúde dispensados em meio hospitalar, já que, são o serviço que nos hospitais

assegura a terapêutica medicamentosa aos doentes, a qualidade, eficácia e segurança dos

medicamentos, integra as equipas de cuidados de saúde e promove ações de investigação

científica e de ensino (5).

Desta forma, são várias as funções que os SFH estão responsáveis (5), nomeadamente:

A seleção e aquisição de medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos

médicos;

O aprovisionamento, armazenamento e distribuição de medicamentos experimentais

e dispositivos usados na sua administração, bem como, medicamentos já autorizados

eventualmente necessários ou complementares à realização dos ensaios clínicos;

A produção de medicamentos;

A análise de matérias-primas e produtos acabados;

A distribuição de medicamentos e outros produtos de saúde;

A participação em Comissões Técnicas (Farmácia e Terapêutica, Infeção Hospitalar,

Higiene e outras);

A Farmácia Clínica, Farmacocinética, Farmacovigilância e a prestação de Cuidados

Farmacêuticos;

A colaboração na elaboração de protocolos terapêuticos;

A participação em Ensaios Clínicos;

A colaboração na prescrição de Nutrição Parentérica e sua preparação;

A informação de medicamentos;

O desenvolvimento de ações de formação.

Os SFH têm assim por objeto um conjunto de atividades farmacêuticas exercidas em

organismos hospitalares ou serviços a eles ligados, designados por “atividades de Farmácia

Hospitalar” (5).

13

Estes são departamentos com autonomia técnica e científica, sujeitos à orientação geral

dos Órgãos de Administração dos Hospitais, perante os quais respondem pelos resultados do

seu exercício (5).

3.1. ESTRUTURA FÍSICA

No CHSJ, EPE, os SFH encontram-se distribuídos por vários pisos distintos, já que não

é possível centralizá-los apenas num local, uma vez que as dimensões do hospital não o

permitem.

Sendo assim, estes estão distribuídos por quatro pisos: 02, 01, 1 e 2. No piso 02 encontra-

se o armazém e a zona de receção de encomendas; no piso 01 estão situados vários setores

nomeadamente: os setores de Distribuição Clássica de Medicamentos (DC), o balcão de

atendimento, o centro de validação farmacêutica, a Unidade de Ensaios Clínicos, os serviços

administrativos, a Distribuição Individual Diária e a Distribuição Individual Diária em Dose

Unitária (DIDDU), a Distribuição por Reposição de Stocks Nivelados (DRSN) e a Unidade de

Reembalagem de Medicamentos (UR). No piso 1 localiza-se a Unidade de Manipulação Clínica

de Medicamentos Estéreis (UMCME) e Não Estéreis (UMCMNE) e, por fim, no piso 2

encontram-se a Unidade de Farmácia de Ambulatório (UFA) e a Unidade Centralizada de

Preparação de Medicamentos Citotóxicos (UCPC), próximos das consultas externas e do

Hospital de Dia (HDI).

3.2. RECURSOS HUMANOS

Os recursos humanos são a base essencial dos SFH, pelo que a dotação destes serviços

em meios humanos adequados, quer em número, quer em qualidade, assume especial relevo no

contexto da reorganização da FH (5).

Os SFH do CHSJ, EPE têm ao seu dispor uma grande equipa devidamente qualificada

para as suas funções de forma a que haja um bom funcionamento da farmácia tendo em conta

os horários de trabalho e as limitações dos trabalhadores e da instituição. Fazem parte dos SFH

cerca de 89 trabalhadores nomeadamente: TF, farmacêuticos, Assistentes Operacionais (AO) e

administrativos.

14

3.3. HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO

Os SFH estão permanentemente disponíveis face a qualquer alteração da terapêutica ou

situação de emergência que poderá ocorrer. Assim, o horário de funcionamento dos SFHH do

CHSJ, EPE é de 24 horas por dia, sendo que depois das 20 horas a equipa é apenas constituída

por um farmacêutico e um TF. No entanto, a UMCME e/UMCMNE e a UFA têm horários

distintos.

A UMCME e/ UMCMNE estão em funcionamento das 9 horas até às 17 horas e a UFA

das 8 horas até às 17 horas.

3.4. SISTEMA INFORMÁTICO

O sistema informático utilizado nos SFH do CHSJ, EPE é o CPC Health Solutions (CPC

HS). Este programa possui várias potencialidades que facilitam a executação de várias tarefas

em todo o circuito do medicamento, desde a gestão de stocks, interface entre a farmácia e SC

ao nível da prescrição, pedidos de reposição pela enfermagem, conhecimento do histórico de

consumos e de prescrição, execução de devoluções, entre outros.

A CPC Informática consiste numa indústria de Software que desenvolve soluções

corporativas otimizando a produtividade reduzindo os custos e integrando informações das

diferentes áreas de uma empresa, e uma das suas criações é o CPC HS (6).

Através deste sistema, os processos têm a possibilidade de se desenvolverem com maior

rapidez, eficácia e segurança. Além disso, os profissionais de saúde podem dedicar-se mais às

suas tarefas, perdendo menos tempo com funções de caráter mais administrativo.

15

4. CIRCUITO DO MEDICAMENTO

Atualmente, o medicamento detém um valor indiscutível na sociedade, sendo este valor

traduzido por inúmeros benefícios nomeadamente: uma vida humana mais longa e de maior

qualidade e, consequentemente, uma maior capacidade para exercer uma atividade profissional

e produtiva de maior duração, com benefícios para as pessoas, para os países e para a sociedade

em geral (7).

O circuito do medicamento a nível hospitalar tem de ser visto como uma forma integrada

dos processos de seleção, aquisição, prescrição, administração e monitorização após a

administração dos medicamentos (8).

Deste modo, é crucial a participação de todos os profissionais (TF, farmacêuticos, AO,

enfermeiros e médicos) neste circuito de forma a garantir uma qualidade crescente na prestação

de serviços, já que, cada um desempenhando a sua função contribui para que ocorram menos

erros e, consequentemente, uma melhoria na eficácia e eficiência na terapêutica dos utentes.

O esquema 1 representa o circuito geral do medicamento desempenhado pelos SFH do

CHSJ, EPE.

Esquema 1 - Circuito geral do Medicamento

4.1. SELEÇÃO E AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS, PRODUTOS

FARMACÊUTICOS E DISPOSITIVOS MÉDICOS

A gestão de medicamentos é o conjunto de procedimentos realizados pelos SFH, que

garantem o bom uso e dispensa dos medicamentos em perfeitas condições aos doentes do

16

hospital. A gestão de medicamentos compreende várias fases, nomeadamente: seleção,

aquisição, armazenagem, distribuição e administração do medicamento ao doente (5).

É uma seção dos SFH muito importante, principalmente na redução de custos para o

hospital e na harmonização de uma melhor gestão de recursos económicos com o que é de facto

melhor para os utentes.

Numa FH, uma gestão correta passa também por saber seleccionar e adquirir os

medicamentos tendo em conta determinados fatores como a qualidade, as necessidades do

Hospital, os custos associados, a sua segurança e controlo.

No CHSJ, EPE esta gestão é realizada informaticamente, sendo todas as entradas e

saídas de medicamentos registadas no programa informático CPC referido anteriormente.

Para que a seleção e aquisição de medicamentos e outros produtos farmacêuticos ocorra

da melhor forma, os SFH necessitam de estabelecer uma boa comunicação com os serviços

administrativos, tendo por objetivo adquirir os medicamentos mais adequados às necessidades

farmacoterapêuticas dos utentes do CHSJ, EPE, quer de internamento como de ambulatório.

Este é um processo dinâmico, contínuo, multidisciplinar e participativo, em que vários

profissionais de saúde desempenham, de forma direta ou indireta, um papel fulcral na prestação

de assistência ao utente, devendo ser realizada de forma a satisfazer os interesses do utente bem

como da instituição. Desta forma, a seleção e aquisição de medicamentos são fatores integrantes

e primordiais levados a cabo na atividade hospitalar.

A seleção de medicamentos para o hospital deve ter por base o Formulário Hospitalar

Nacional de Medicamentos (FHNM) e as necessidades terapêuticas dos utentes do hospital. A

adenda ao FHNM do hospital deverá estar permanentemente disponível para consulta (5).

No CHSJ, EPE, a aquisição de determinados medicamentos ou produtos, bem como a

quantidade a adquirir destes, é baseada no consumo anual de cada medicamento, permitindo

desta forma efetuar um pedido adequado e razoável para a satisfação das necessidades dos

utentes.

4.2. RECEÇÃO DE MEDICAMENTOS, PRODUTOS FARMACÊUTICOS E

DISPOSITIVOS MÉDICOS

Os medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos, depois de

devidamente requisitados pelos SFH, serão entregues nesses serviços (5), na área de receção de

encomendas.

17

No CHSJ, EPE, a zona de receção de encomendas está localizada no piso 02, o que

dificulta o acesso ao armazém de especialidades farmacêuticas que se encontra num piso

distinto (piso 01), sendo este o destino principal de armazenamento da grande maioria dos

produtos rececionados.

Dadas as dimensões do Hospital, a FH, diariamente, recebe inúmeras encomendas ao

longo do dia. Assim, estas são conferidas, rececionadas e, posteriormente, armazenadas nos

respetivos locais. Nesta área estão assim um TF e dois AO responsáveis por esta seção.

Uma vez chegadas as encomendas, é fundamental que estas sejam acompanhadas pelos

seguintes documentos:

Guia de transporte: serve como prova de entrega da encomenda pelo transportador,

mencionando qual o número de volumes transportados e respetivo peso, a

procedência e o destinatário;

Guia de Remessa: Contém as informações sobre o produto, como Denominação

Comum Internacional (DCI) da substância ativa, código do produto, a dosagem, a

forma farmacêutica, a quantidade, o lote e o prazo de validade;

Fatura: bastante semelhante à guia de remessa, a fatura é arquivada como prova de

pagamento. É também utilizada para conferência dos produtos quando não existe

guia de remessa, devendo, neste caso, o registo ser efetuado no duplicado.

Na zona de receção de encomendas, as funções mais relevantes passam, principalmente,

pela correta conferência de todos os documentos e compará-los com a encomenda respetiva,

verificando se os produtos mencionados correspondem aos enviados.

No CHSJ, EPE, a receção e conferência dos produtos é realizada por um TF de acordo

com os seguintes parâmetros:

- Confirmar os produtos enviados com a nota de encomenda realizada;

- Confirmar se os produtos apresentam como destinatário os SFH do CHSJ, EPE, de

forma a evitar a abertura de encomendas que se destinam a outras entidades;

- Verificar o número da encomenda, averiguando se é o algarismo característico das

encomendas destinadas aos SFH do CHSJ, EPE. Este modo de identificação é particularmente

útil nas situações em que não é possível identificar o destinatário;

- Observar como é mencionado o produto. Se for identificado pelo seu nome comercial,

o TF deve escrever no duplicado da guia de remessa/fatura a DCI, de forma a facilitar a tarefa

18

do administrativo no momento da entrada do produto no sistema informático e diminuindo

eventuais erros;

- Confirmar a dosagem e forma farmacêutica;

- Verificar o número de unidades rececionadas, sendo que no duplicado da guia de

remessa/fatura, o TF deverá descriminar o número exato de unidades uma vez que, em algumas

faturas mencionam apenas o número de caixas enviadas;

- No duplicado da guia de remessa/fatura, também o TF coloca qual o prazo de validade

e o lote respetivo dos produtos, para o administrativo inserir estes dados informaticamente,

permitindo controlar da melhor forma todos os produtos.

Uma vez conferidos e recebidos todos os produtos, o documento é carimbado e assinado

pelo TF, sendo encaminhado para o administrativo dar entrada no sistema informático (9).

Se, eventualmente, alguma encomenda não estiver em concordância com a guia de

remessa/fatura ou se a encomenda não pertence a nenhum pedido realizado pelo CHSJ, EPE,

elabora-se uma devolução aos respetivos laboratórios. As devoluções devem sempre fazer-se

acompanhar pela respetiva guia de devolução elaborada pelo administrativo, o qual deverá

mencionar sempre qual o motivo da devolução.

Para além de todos estes parâmetros, o TF deve também ter especial atençao aquando

da receção de medicamentos termolábeis, matérias primas, hemoderivados ou citotóxicos.

Receção de Medicamentos Termolábeis

Nos produtos sujeitos a refrigeração, deve-se averiguar se o transporte destes foi

realizado nas condições de temperatura adequadas, isto é, se estes produtos foram transportados

em malas térmicas ou em caixas de esferovite com acumuladores térmicos que mantêm

efetivamente o produto refrigerado.

No CHSJ, EPE, estes produtos são os primeiros a serem rececionados devido às suas

condições de temperatura, sendo imediatamente encaminhados para a câmara frigorífica.

Também se aplica o mesma prioridade aos produtos que requerem congelação, no entanto, estes

são armazenados num congelador com a devida temperatura.

Receção de Matérias Primas

Todas as matérias primas adquiridas têm como destino a Unidade de Farmacotecnia.

Estas devem fazer-se sempre acompanhar por boletins de análise emitidos pelos laboratórios

19

fornecedores. Aquando da sua receção, o TF deve verificar se os dados estão em concordância

com o referido produto, nomeadamente o respetivo lote e prazo de validade.

Receção de Medicamentos Hemoderivados

A conferência de medicamentos derivados do plasma ou Hemoderivados exige ainda a

conferência dos boletins de análise e dos certificados de aprovação emitidos pelo INFARMED

(Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P) (5).

O original dos certificados é arquivado com a respetiva fatura em dossiers específicos,

por ordem de entrada (5) no centro de validação e, uma cópia permanece junto ao seu local de

armazenamento.

Receção de Medicamentos destinados a Ensaios Clínicos

Todos os medicamentos referentes a Ensaios Clínicos são exclusivamente da

responsabilidade do farmacêutico deste setor, sendo que este tipo de encomendas só são

conferidas e rececionadas pelo mesmo dada a informação confidencial a que estes

medicamentos estão sujeitos, devendo o conhecimento dos seus procedimentos ser o mais

restrito possível, para não comprometer os resultados dos próprios Ensaios Clínicos.

Receção de Medicamentos Citostáticos e Citotóxicos

Na receção deste tipo de medicamentos é fundamental verificar se o contentor que os

transporta contém o dístico de alerta para – Risco Biológico/Manusear com cuidado.

Devido à grande toxicidade que apresentam, este tipo de medicamentos devem ser

manuseados com muito cuidado e, idealmente, para o fazer deveria-se usar equipamento de

proteção individual.

Receção de Medicamentos com destino à Unidade de Farmácia de Ambulatório (UFA)

Os medicamentos desta unidade são excluvivamente da responsabilidade da equipa de

farmacêuticos que dela fazem parte.

Estes, são rececionados e conferidos na zona de receção de encomendas e,

posteriormente, são entregues à unidade por um AO responsável por este serviço, devendo a

encomenda ser acompanhada por uma guia interna, gerada pelo administrativo responsável.

20

Receção de Medicamentos Estupefacientes ou Psicotrópicos

Devido ao rigoroso controlo a que estão sujeitos os estupefacientes ou psicotrópicos,

estes sofrem uma dupla conferência. Primeiramente são rececionados e conferidos pelo TF da

zona de receção e, de seguida, são novamente conferidos no local de armazenamento pelo TF

responsável.

Receção de Soluções de Antisséticos, Desinfetantes, Corretivos de Volémia e Hemodiálise

A receção deste tipo de produtos é

realizada por um AO e ficam armazenados neste

local.

Para além disto, este setor apresenta ainda

como função a dispensa de produtos de grandes

volumes como suplementos nutricionais, soluções

de administração parentérica e soluções de

antisséticos e desinfetantes para os diversos SC

que fazem parte do CHSJ, EPE (Figura 1).

4.3. ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS, PRODUTOS DE SAÚDE E

DISPOSITIVOS MÉDICOS

Finalizada a receção, é necessário armazenar os medicamentos, produtos farmacêuticos

e dispositivos médicos. Para isso, devem criar-se condições de armazenameno de forma a

garantir uma conservação correta.

Nos SFH do CHSJ, EPE o armazenamento é feito segundo as condições de iluminação,

temperatura (máxima de 25ºC) e humidade (inferior a 60%) (5), de forma a respeitar as

exigências específicas dos medicamentos e outros produtos farmacêuticos, garantindo a sua

estabilidade e qualidade.

De acordo com o Manual de Farmácia Hospitalar, o armazém deve obedecer aos

seguintes critérios:

Os parâmetros de temperatura e humidade devem ser monitorizados continuamente

e registados;

Figura 1 - Armazém de grandes volumes

21

Os medicamentos devem ser arrumados nas prateleiras ou gavetas (nunca em

contato direto com o chão), de modo a haver circulação de ar entre eles;

Todos os medicamentos devem estar devidamente rotulados (nas prateleiras ou

gavetas) e arrumados segundo a classificação do FHNM ou por ordem alfabética de

DCI da substância ativa;

Os prazos de validade dos medicamentos devem estar devidamente verificados e

controlados, preferencialmente por via informática para permitir a sua

traceabilidade;

Os medicamentos deverão ser armazenados segundo o princípio de “primeiro

chegado- primeiro saído” ou pelo prazo de validade (5), segundo a prática do FEFO

(“First Expired, First Out”).

Nos SFH do CHSJ, EPE, todos os produtos após rececionados corretamente são

armazenados por um AO, em que o primeiro medicamento a expirar o seu prazo de validade é

o primeiro a sair. Desta forma, independentemente do momento de entrada do produto nos SFH

deve-se sempre verificar o prazo de validade, de forma a que os primeiros medicamentos a

saírem são aqueles que apresentam um prazo de validade mais curto. Assim, para facilitar o

processo, todos os produtos que apresentam um prazo de validade mais curto são colocados nas

prateleiras à frente e à direita.

Para além do prazo de validade, o AO no armazenamento dos medicamentos, produtos

farmacêuticos têm em consideração outros parâmetros, como DCI, a dosagem e a forma

farmacêutica. Assim, todos os produtos encontram-se armazenados por ordem alfabética de

DCI da substância ativa, dispostos da dosagem mais baixa para a dosagem mais elevada e,

ainda, por forma farmacêutica, por exemplo, os comprimidos são separados dos injetáveis.

Em relação aos locais de armazenamento, nos SFH do CHSJ, EPE os diversos produtos

farmacêuticos encontram-se distribuídos por vários armazéns (Esquema 2), sendo que a maioria

das especialidades farmacêuticas é armazenada no armazém da DC.

Esquema 2 - Armazéns dos SFH do CHSJ, EPE

Armazém 11

Armazém 13

Armazém 20

Armazém 21

Distribuição Clássica e Distribuição Individual Diária Dose Unitária

Unidade de Farmácia de Ambulatório (UFA)

Armazém Grandes volumes

Unidade Clínica de Preparação de Medicamentos Citotóxicos (UCPC)

22

No armazém de grandes volumes, armazém 13, são armazenados corretivos de volémia,

soluções de diálise, desinfetantes, entre outros. Para além destes, existem ainda outro tipo de

medicamentos que exigem um armazenamento especial, nomeadamente: medicamentos

termolábeis, estupefacientes e psicotrópicos e citotóxicos, citostáticos e imunomoduladores.

Medicamentos Termolábeis

Os medicamentos termolábeis são produtos que necessitam de refrigeração, ou seja,

devem estar a uma temperatura compreendida entre os 2ºC e os 8ºC. Para além disto, o local

onde se encontram armazenados deve possuir um sistema de controlo, registo de temperatura e

sistema de alarme automático (5).

Nos SFH do CHSJ, EPE, os produtos que requerem refrigeração encontram-se

armazenados no kardex® refrigerado, permitindo assim maior controlo da temperatura e

garantindo uma refrigeração mais eficaz.

O Kardex® refrigerado é um sistema semi-automático de dispensa de medicamentos

que necessitam de permanente refrigeração. Quando as temperaturas não se encontram em

conformidade, este sistema lança um alerta que permite rapidamente detetar e resolucionar o

problema. Para além disto, este dispositivo dispõe ainda de uma câmara frigorífica anexa, na

qual são armazenados diversos produtos como por exemplo fatores de coagulação humano.

Também se encontram nesta área medicamentos que aguardam a reposição no próprio kardex®

ou medicamentos que aguardam pela transferência para a UFA.

Medicamentos Estupefacientes e Psicotrópicos

Os medicamentos estupefacientes ou psicotrópicos

são medicamentos que necessitam de condições especiais

de segurança devido às suas características particulares,

dado que, tanto os psicofármacos como os estupefacientes

são passivos a dependência e serem alvo de uso abusivo e

indevido.

Este tipo de substâncias no CHSJ, EPE encontram-

se armazenadas num cofre (Figura 2) existente no armazém

da DC em que o acesso é limitado e todas as movimentações

são registadas, sendo o TF responsável por este e por todas as movimentações que ocorram.

Figura 2 - Cofre

23

Para além disto, todos os dias é realizado um inventário dos produtos existentes no cofre

de forma a controlar o stock deste.

Medicamentos Citotóxicos, Citostáticos e Imunomoduladores

Nos SFH do CHSJ, EPE, este tipo de medicamentos encontra-se armazenado numa

seção específica para os mesmos, devido à sua relevância e toxicidade para todos os

profissionais que estão envolvidos no manuseamento destes medicamentos, desde a sua receção

até à administração.

Existe neste local um estojo de emergência em local visível e assinalado se,

eventualmente, ocorrer algum derrame (5).

Tal como os outros medicamentos, encontram-se armazenados por ordem alfabética de

DCI da substância ativa, por dosagem e forma farmcêutica.

4.4. FARMACOTECNIA

A Farmacotecnia é o setor dos SFH destinado à produção de medicamentos necessários

ao hospital e que não se encontram disponíveis no mercado (10).

O setor de Farmacotecnia nos hospitais permite (10):

Maior qualidade e segurança na preparação de medicamentos para posterior

administração aos doentes;

Resposta a necessidades específicas de certos doentes e às quais o mercado

fornecedor não consegue responder;

Redução do desperdício referente à preparação de medicamentos;

Gestão racional de recursos.

No setor de Farmacotecnia do CHSJ, EPE as preparações efetuadas destinam-se a recém

nascidos, doentes pediátricos, idosos e doentes com patologias especiais que, pelo seu perfil

farmacoterapêutico ser tão específico, exigem uma personalização terapêutica, pela adaptação

do medicamento ao perfil fisiopatológico do doente. Desta forma, o setor de Farmacotecnia do

CHSJ, EPE está dividida em vários setores como se pode observar no esquema seguinte (Esquema

3).

24

Esquema 3 - Setores da Farmacotecnia no CHSJ, EPE

4.4.1. Unidade de Manipulação Clínica de Medicamentos Não Estéreis (UMCMNE)

Segundo o Decreto-Lei nº. 95/2004 de 22 de abril, um medicamento manipulado pode

ser definido como qualquer fórmula magistral ou preparado oficinal preparado e dispensado

sob a responsabilidade de um farmacêutico (11).

O mesmo Decreto-Lei (11) define como fórmula magistral o medicamento preparado

em farmácia de oficina ou nos serviços farmacêuticos hospitalares segundo receita médica que

especifica o doente a quem o medicamento se destina e define como fórmula oficinal qualquer

medicamento preparado segundo as indicações compendiais, de uma farmacopeia ou de um

formulário, em farmácia de oficina ou nos serviços farmacêuticos hospitalares, destinado a ser

dispensado diretamente aos doentes assistidos por essa farmácia ou serviço.

Na UMCMNE todos os profissionais que trabalham nesta unidade sempre que iniciam

o seu trabalho têm de trocar a sua roupa exterior e vestir um fato apropriado, bem como proteger

o seu calçado com protetores elásticos. Para além disto, usam também uma touca durante todo

o período que se encontram na unidade, utilizam máscara aquando da preparação das

formulações e utilizam luvas, sendo que o seu uso e troca é obrigatório entre preparações.

Fazem parte desta Unidade Clínica um farmacêutico, dois TF e um AO.

Farmacotecnia

Unidade de Manipulação

Clínica

Unidade de Manipulação

Clínica de Não Estéreis

Unidade de ManipulaçãoClínica de Estéreis

Unidade Centralizada de Preparação de

Citotóxicos

Unidade de Rembalagem

25

Esta unidade é constituída por uma zona destinada à preparação de formas farmacêuticas

orais líquidas (Figura 3), uma zona destinada à preparação de formas farmacêuticas sólidas e

semi-sólidas (Figura 4) e uma hotte (Figura 5) (permitindo que a segurança do manipulador

seja salvaguardada nas situações em que é necessário manipular substâncias que libertam gases

ou poeiras tóxicas ou que coloquem em perigo a sua saúde).

Tanto a zona destinada à preparação de formas farmacêuticas orais líquidas como a de

sólidas e semi-sólidas, possuem bancadas lisas de superfície lisa e por baixo destas, possuem

armários devidamente identificados que contém o material necessário para a realização das

diferentes formulações.

Ainda na mesma seção, existem três armários onde se encontram armazenadas as

diferentes matérias primas utilizadas nas preparações, dispostas por ordem alfabética e também

algum material de acondicionamento apropriado que garante a máxima estabilidade.

Existe neste setor um frigorífico para armazenamento de matérias primas e produtos

estéreis e vários equipamentos indispensáveis na execução das preparações, tais como:

balanças, banho-maria com termostato, misturador de pós, placa de aquecimento, entre outros.

Junto a este, existe uma sala de lavagem onde se encontram as estufas, o autoclave e uma

máquina de lavar. Esta sala está também ligada à sala de câmara de Nutrição Parentérica (NP).

Existe ainda uma sala de pesagem e de preparação de papéis medicamentosos

constituída por duas balanças de precisão. Nesta sala, efetua-se principalmente a pesagem de

papéis medicamentosos que permitem ajustar as doses a administrar e preparar formas

farmacêuticas mais adequadas para a administração em pediatria, dado número reduzido de

especialidades farmacêuticas disponíveis para uso pediátrico.

Antes e após se efetuar qualquer manipulação, procede-se à limpeza da bancada de

trabalho com alcool a 70º, e retira-se todo o material para a zona de lavagem de forma a não

Figura 4 - Zona destinada à preparação

de formas farmacêuticas orais líquidas

Figura 5 - Zona destinada à preparação

de formas farmacêuticas sólidas e semi-

sólidas

Figura 3 - Hotte da UMCNE

26

comprometer possíveis contaminações do medicamento manipulado. Na bancada será

delimitado o campo de trabalho com papel vegetal e, no momento da preparação, apenas o

material necessário encontrar-se-á na zona de trabalho, previamente desinfetado.

No CHSJ, EPE, as formas farmacêuticas mais preparadas são soluções, suspensões e

papéis medicamentosos. Contudo, também se preparam pomadas, pérolas e ainda cápsulas.

Todas as manipulações efetuadas são registadas no “Registo Diário de Produção”

permitindo um maior controlo de manipulações realizadas e, também, permite prever quando

determinado utente virá buscar novamente a medicação, no caso de tratamentos específicos.

O circuito nesta unidade inicia-se com a receção, através do sistema informático, do

pedido de um manipulado, no qual poderá ser feito através de uma prescrição médica ou por

um pedido de reposição de stock. Seguidamente, o farmacêutico responsável analisa o

medicamento no que diz respeito às dosagens das substâncias ativas e à inexistência de

incompatibilidades e interações que coloquem em causa a ação do medicamento e a segurança

do utente. Terminada a análise, o farmacêutico emite a Ficha Técnica de Preparação (Anexo B

C) e o respetivo rótulo em duplicado, um para colocar no verso da ficha de preparação e outro

para colocar na embalagem de acondicionamento.

Na ficha de preparação devem constar os seguintes dados: nome da preparação

(substância ativa, dosagem, concentração e forma farmacêutica), número da guia, quantidade a

preparar, data, matérias primas, procedimento, embalagem, prazo de validade e condições de

conservação, ensaios de verificação, aprovação ou rejeição e assinatura do supervisor, número

de observação, nome do doente, serviço, nome do prescritor e rótulo. Também nesta ficha

devem constar todos os materiais a utilizar, de forma a que não ocorram interrupções que podem

condicionar erros.

No Rótulo do manipulado (Anexo D), também devem constar um conjunto de

informações, tais como: nome do manipulado (substância ativa, concentração e forma

farmacêutica), constituintes e suas quantidades, via de administração, posologia, nome do

doente, nome do prescritor, serviço, número de lote, data de preparação, prazo de validade,

condições de conservação e observações.

Finalizada a preparação, o operador preenche e rubrica todos os campos necessários da

ficha técnica de preparação e procede ao acondicionamento e rotulagem da preparação. É de

salientar que, no caso da preparação ser uma suspensão ou emulsão , o frasco de

acondicionamento deve ter sempre um volume superior ao da preparação de forma a ser

27

possível agitar na altura da administração. Por fim, o farmacêutico verifica e valida todas as

informações transcritas para a ficha técnica de preparação em conjunto com o manipulado, de

modo a assegurar a qualidade e a segurança no processo.

O farmacêutico, com base nas prescrições recebidas, deve planear o serviço dando a

seguinte ordem de prioridade:

1.º Pedidos Urgentes;

2.º Manipulados para Ambulatório;

3.º Manipulados solicitados para o próprio dia;

4.º Manipulados agendados para outros dias e para reposição de stocks.

Ao londo das duas semanas em que estive na UMCMNE, muitos eram os manipulados

e papéis medicamentosos requeridos diariamente pelos vários SC. Tive a oportunidade de

realizar várias preparações como suspensões (sildenafil, clonidina, omeprazol) pérolas e lápis

de prata, papéis medicamentosos de várias substâncias ativas e, ainda, soluções (Hipoclorito de

sódio a 1%).

4.4.2. Unidade de Manipulação Clínica de Medicamentos Estéreis (UMCME)

Na UMCME acrescem as questões relacionadas com os problemas de estabilidade e

esterilidade associados à preparação e manipulação de grupos específicos de medicamentos,

nomeadamente medicamentos antineoplásicos, biológicos, radiofármacos, misturas para NP e

colírios (12).

A sua manipulação, em ambientes controlados, obrigatoriamente sob supervisão

farmacêutica, tem como objetivo a minimização dos riscos potenciais de contaminação

microbiológica e erros de preparação, a garantia de proteção do meio ambiente e

simultaneamente a redução de custos (12).

Nesta unidade são preparadas essencialmente, bolsas de NP e alguns colírios.

A NP (alimentação artificial por via intravenosa) consiste no fornecimento de nutrientes

vitais (proteínas, hidratos de carbono, lípidos, vitaminas, minerais, electrólitos e

oligoelementos) necessários para a manutenção ou restauração do equilíbrio metabólico e

nutricional do indivíduo, através da corrente sanguínea (13) (14). Este tipo de alimentação é

28

necessário quando não é possível administrar os nutrientes necessários por via oral ou entérica

(14).

As formulações para NP apresentam-se como preparações injetáveis, prontas ou de

preparação extemporânea (15).

No CHSJ, EPE, a UMCME é constituída por três zonas distintas com diferentes graus

de contaminação (5) nomeadamente: zona suja ou negra, zona cinzenta ou antecêmara e zona

branca ou limpa.

Zona suja ou negra

Nesta zona faz-se a lavagem asséptica das mãos e o manipulador equipa-se com todo o

equipamento de proteção individual apropriado (bata, touca, luvas, máscara e protetores de

calçado).

Zona cinzenta ou antecêmara

Esta zona funciona como uma sala de apoio e é onde se encontra todo o material clínico,

bem como todas os medicamentos necessários para a preparação das bolsas. Nesta sala existe

um TF responsável por descontaminar todo o material que através do tranSFHer passa para a

zona limpa. Assim, o tranSFHer funciona como meio de comunicação entre as duas salas.

Zona branca ou limpa

A zona branca ou limpa corresponde à zona de preparação e é onde se encontra a Câmara

de Fluxo de Ar Laminar Horizontal (CFALH), cujo fluxo de ar opõe-se à entrada de ar exterior

protegendo a preparação. O operador neste tipo de preparações não é protegido, uma vez que

estas não provocam riscos para o mesmo. Nesta sala existe ainda uma pressão positiva, de forma

a evitar a entrada de ar contaminado e, consequentemente, a contaminação da preparação. Nesta

zona encontram-se dois manipuladores (um farmacêutico e um TF) e um TF a dar apoio às

preparações.

O circuito nesta unidade inicia-se com a chegada dos pedidos por via informática, ao

qual o farmacêutico é responsável pela validação da prescrição médica, devendo comprovar a

concentração final da mistura, a estabilidade e incompatibilidades, a posologia e volume

prescrito, de acordo com as características de cada utente (sexo, idade, peso, altura, entre outros)

29

condições de administração, duração do tratamento, data da prescrição, dados do utente e dados

de cada componente da mistura (5).

Os profissionais destinados para este tipo de preparações devem ter formação e treino

adequados e devem estar equipados de acordo com o trabalho em condições assépticas (5),

como acontece com a equipa de TF e farmacêuticos desta unidade do CHSJ, EPE.

Antes de se iniciar a manipulação, a CFALH deve ser ligada, pelo menos, trinta minutos

antes e deve-se averiguar se existe todo o material necessário e, se este encontra-se em boas

condições.

Na preparação das bolsas de NP, todo o material é desinfetado com álcool a 70% e

colocado em tabuleiros, em que cada tabuleiro corresponde a um determinado utente.

Nesta unidade, são preparadas bolsas de NP para os serviços de Neonatologia, Pediatria

(ambulatório ou internamento) e ainda para determinados SC de adultos. No caso das bolsas

serem destinadas a ambulatório, existe um registo diário de utentes que indica em que dia

recebem as bolsas e o dia em que virão buscar a próxima.

Em Neonatologia, as bolsas de NP são padronizadas, ou seja, existem quatro tipos

padrão em que o médico consoante as características do recém-nascido escolhe aquela que

melhor se adapta às suas necessidades. No entanto, existem outro tipo de bolsas, bolsas

personalizadas, dispensadas para vários SC, efetuadas de acordo com as necessidades

nutricionais de cada indivíduo, ou seja, são exclusivas para cada doente. Este tipo de bolsas

possui um prazo de validade de 4 dias ou cinco dias dependendo da aditivação ou não de lípidos,

respetivamente.

Na preparação das bolsas de NP, a aditivação dos diversos componentes têm de seguir,

obrigatoriamente, uma ordem. Desta forma, primeiramente são adicionados os macronutrientes,

depois os micronutrientes e, por fim, os lípidos, de forma a que seja possível observar se ocorre

reação ou não. No entanto, nos casos em que é necessário adicionar antibióticos, estes são os

últimos a serem adicionados à bolsa.

Nas bolsas de Pediatria, o enchimento é realizado com recurso a um sistema automático,

através do vácuo. Por outro lado, nas bolsas da Neonatologia o sistema utilizado é automático

tendo acopolado uma seringa em que as quantidades de micronutrientes pretendidas são

digitadas na máquina. Este tipo de bolsas apresenta um prazo de validade de vinte e quatro

horas quando se encontram presentes vitaminas e oligoelementos, caso contrário possuem um

prazo de validade de seis dias no frigorífico.

30

. Uma vez finalizadas, as preparações devem ser devidamente rotuladas contendo as

seguintes informações: identificação do serviço, identificação do doente, descrição qualitativa

e quantitativa dos componentes da bolsa de NP, data e hora de preparação, prazo de validade,

condições de conservação e rubrica do operador.

Dado que as bolsas de NP são soluções sensíveis à luz, deverão ser acondicionadas em

sacos de alumínio fotoprotetores selados termicamente e, dentro destes, deve conter o sistema

de administração que, posteriormente, é colocado pelo enfermeiro no SC, exceto em

Neonatologia que este sistema já vai colocado e encontra-se devidamente esterilizado.

Esta unidade de manipulação clínica está sujeita a um controlo microbiológico em que

de cinco em cinco bolsas preparadas, à preparação final é retirada uma amostra de 5ml e enviada

para o laboratório, de modo a garantir sempre a qualidade das preparações.

É de salientar que na antecâmara está instalada uma Câmara de Fluxo de Ar Laminar

Vertical (CFALV) onde se procede à manipulação de soro autólogo, produzido a partir do

plasma sanguíneo utilizado na lubrificação ocular sob a forma de colírio.

Durante o estágio, não foi possível realizar este tipo de manipulação, apenas pude

observar durante um dia, todos os procedimentos efetuados na realização deste tipo de

preparações. Assim, consegui aprofundar e consolidar mais os meus conhecimentos em relação

à preparação de bolsas de NP, bem como, todas as técnicas e procedimentos de qualidade,

esterilidade e segurança necessários.

4.4.3. Unidade Centralizada de Preparação de Medicamentos Citotóxicos (UCPC)

O aumento do número de casos de cancro chegados aos hospitais nos últimos anos

obrigou à criação de infra-estruturas, a especialização de profissionais e o desenvolvimento de

tratamentos eficazes para impedir esta epidemia e assegurar o máximo de qualidade de vida ao

doente oncológico. A Quimioterapia, um tratamento com recurso a antineoplásicos,

medicamentos que destroem as células cancerígenas, tornou-se numa mais-valia para os utentes

com cancro.

No CHSJ, EPE, a UCPC está localizada junto ao Hospital de Dia de Quimioterapia, de

forma a que estes medicamentos não tenham de sofrer grandes transportes, aumentando assim

a estabilidade e segurança dos medicamentos manipulados.

31

Em termos de espaço físico, esta unidade é bastante semelhante à UMCME, diferindo

apenas na pressão de ar das salas e do tipo de câmara utilizado. Desta forma, a UCPC possui

uma pressão negativa, evitando a contaminação do utilizador e das preparações. Relativamente

ao tipo de câmara utilizado, esta unidade é constituída por uma CFALV, classe II B2,

protegendo o operador, o produto e o ambiente. É um equipamento de exaustão total, isto é, não

há recirculação do ar no interior da câmara ou no laboratório (16).

A CFALV e a CFALH possuem algumas normas de utilização, nomeadamente (5): ligar

a CFALV pelo menos 30 minutos antes da manipulaçao, limpar e desinfetar as superfícies com

álcool a 70%, manipular os produtos com técnica asséptica, no fim do trabalho voltar a limpar

as superficies com álcool a 70%, a câmara deverá permanecer ligada 15 a 20 minutos depois de

concluído o trabalho, a superfície da CFALV deve ser protegida com um campo estéril e

substituído sempre que contaminado, a câmara deve ser revista tecnicamente por empresas

certificadas e devem existir normas escritas sobre medidas a tomar em caso de acidente ou

derrame do produto citotóxico.

A UCPC é constituída por três zonas, nomeadamente: zona suja ou preta, zona cinzenta

ou intermédia e zona branca ou limpa.

Zona suja ou preta

A zona suja ou preta destina-se à preparação do vestuário do manipulador, devendo esta

estar delimitada, por um banco corrido onde são colocadas as proteções para o calçado , tendo

cuidado para que estes apenas entrem em contato com o pavimento da zona intermédia.

É neste local onde são rececionadas e validadas as prescrições médicas pelo

farmacêutico responsável.

Zona cinzenta ou intermédia

Como o próprio nome indica, esta zona encontra-se entre a zona suja e a zona limpa.

Nesta área existe um lavatório accionado por um pedal para a lavagem e desinfeção das mãos,

bem como um chuveiro de emergência.

Aquando da lavagem das mãos, o manipulador coloca a máscara de proteção, veste a

bata esterilizada e o primeiro par de luvas, cobrindo completamente o pulso e estende-se por

cima do punho da bata (5).

32

Zona branca ou limpa

Nesta zona é onde se procede à manipulação propriamente dita e é onde se encontra a

CFALV, de forma a garantir a proteção do manipulador, do produto final e do ambiente (5). No

interior da câmara, o manipulador coloca o segundo par de luvas, evitando a absorção do

fármaco, em caso de derramamento (5).

Esta zona dispõe ainda de um pequeno stock de material clínico que serve de apoio à

manipulação e um transfer que possibilita a comunicação com o exterior.

O reconhecimento dos potenciais efeitos carcinogénicos, mutagénicos e teratogénicos

para os profissionais de saúde envolvidos neste tipo de preparações, levou-os a adotar um

conjunto de condições de trabalho adequadas e regras de conduta que possibilitem uma maior

segurança para o operador e minimizem o risco de contaminação da preparação.

O circuito deste tipo de medicamentos inicia-se com a receção da prescrição médica.

Esta é efetuada num modelo próprio em que constam as seguintes informações: dose de cada

citostático, o tempo previsto para a perfusão, o solvente de diluição e respetivo volume a utilizr,

via de administração e os dados do utente. Uma vez elaborado o rótulo, o TF prepara o tabuleiro

com todo o material necessário para a sua realização e através do transfer passa para a zona

limpa, onde o TF inica a manipulação.

Esta unidade é constituída por três farmacêuticos e dois TF que encontram-se em

rotatividade com outros setores dos SFH do CHSJ, EPE.

Durante o período de estágio, apenas foi feita uma breve introdução e apresentação a

este setor, no entanto, foi possível estar em contato com as inúmeras precauções que se deve

ter aquando da preparação, bem como, das técnicas a utilizar durante a sua manipulação.

4.4.4. Unidade de Reembalagem de Medicamentos

A reembalagem e rotulagem de medicamentos unidose deve ser efetuada de maneira a

assegurar a segurança e a qualidade do medicamento.

Esta área dos SFH, quando devidamente equipada, consegue cumprir os seus objetivos

principais, nomeadamente (5):

Permitir aos SFH disporem do medicamento, na dose prescrita, de forma

individualizada (dose unitária - dose de medicamento que não necessita de mais

manipulações para ser administrada aos doentes), permitindo assim, reduzir o tempo

33

de enfermagem dedicado à preparação da medicação a administrar, reduzir os riscos

de contaminação do medicamento, reduzir os erros de administração e uma maior

economia;

Garantir a identificação do medicamento reembalado (nome da substância ativa,

dose, lote, prazo de validade);

Proteger o medicamento reembalado dos agentes ambientais;

Assegurar que o medicamento reembalado pode ser utilizado com segurança, rpidez

e comodidade.

A UR deve obedecer a determinadas normas e procedimentos (5), nomeadamente:

A quantidade de medicamentos a reembalar deverá ser inferior ao consumo de 6

meses;

O prazo de validade do medicamento reembalado tem de ter em conta o prazo de

validade inicial desse medicamento;

Cada linha de reembalagem de um medicamento deverá estar perfeitamente

separada das outras;

Da identificação do medicamento reembalado deve constar obrigatoriamente, em

cada embalagem: DCI da substância ativa, dosagem, prazo de validade e lote de

fabrico.

No CHSJ, EPE, a UR apesar de ser uma unidade pertencente à Farmacotecnia, esta

encontra-se próxima do setor da dose unitária, o que permite responder de forma mais rapida

aos diferentes tipos de distribuição praticadas pelos SFH, especialmente à DIDDU e aos

Pyxis®.

A UR é constituída assim por três zonas: zona suja, zona intermédia e zona limpa.

Zona Suja

A zona suja corresponde à área situada entre a sala da dose unitária e a área de

reembalagem. Nesta zona procede-se à preparação da medicação para reposição dos stocks da

dose unitária, ou seja, é a zona de individualização de reposição de stocks (ZIRS).

34

Zona intermédia

A zona intermédia corresponde à área de reembalamento de medicamentos através de

dois equipamentos diferentes, nomedamente: Grifolds – AutoPrint II Medical Packaging®

(Figura 9) e FDS® - Fast Dispensing System. Nesta zona existe também um pequeno stock de

apoio de reembalamento de formas orais sólidas.

Zona Branca

A zona branca corresponde à zona de fraccionamento de medicamentos (Figura 6),

permitindo o ajuste de dosagens que não se encontram disponíveis no mercado.

Para realizar o fraccionamento, o TF deve equipar-se

com EPI garantindo, desta forma, a segurança e a

estabilidade do medicamento.

Os comprimidos que não estejam devidamente

fracionados serão rejeitados e registados na tabela de

inutilizações onde são colocados alguns dados como a

DCI, quantidade e o motivo da inutilização.

O prazo de validade dos medicamentos pode sofrer alterações ou não, dependendo do

tipo de procedimento realizado durante o reembalamento. Assim o prazo de validade dos

medicamentos é calculado da seguinte forma:

- Se o medicamento não for retirado do blister: o prazo de validade a adotar é o

mesmo do medicamento no blister de origem.

- Se o medicamento for fraccionado: o prazo de validade a atribuir é 25% entre o dia

de reembalamento e o prazo inicial sendo no máximo atribuído 6 meses.

Todos os medicamentos manipulados são registados informaticamente, possibilitando

um controlo diário da medicação manipulada e dos TF e Ao envolvidos em todo o processo.

Apesar da importância reconhecida da dispensa de medicamentos em unidose a nível

hospitalar, em determinadas situações as apresentações comerciais disponíveis não oferecem

alternativa à terapêutica desejada. Deste modo, surge por parte dos SFH a necessidade de

proceder à manipulação de alguns medicamentos. Uma dessas situações prende-se com a

Figura 6 - Zona de fraccionamento de formas orais sólidas

35

necessidade de fracionamento de algumas formas orais sólidas. Todavia, embora o

fracionamento de comprimidos seja uma prática frequente, não só para obter doses não

comercializadas como também para permitir titular o regime posológico ou facilitar a

deglutição, este nem sempre é recomendável.

O fracionamento e reembalamento de formas orais sólidas apenas é permitido quando

não se verificam alterações nas propriedades, tanto na formulação como no fármaco. Assim,

podem ser reembalados medicamentos orais sólidos fornecidos pela Indústria Farmacêutica nas

doses prescritas, em embalagens múltiplas (sendo necessário reembalá-los individualmente) e

outros medicamentos orais sólidos não fotossensíveis.

Cada especialidade farmacêutica é fracionada isoladamente e o seu

reembalamento deve ser realizado logo que possível, de forma a evitar contaminações

garantindo que a estabilidade do medicamento seja assegurada.

A máquina de reembalamento da Grifolds® (Figura 7) é uma impressora térmica que

possibilita o reembalamento de formas orais sólidas fracionadas, medicamentos que se

encontram ainda no seu blister e cuja embalagem não possua as informações necessárias para

serem dispensado em unidose e, ainda, para medicamentos que não se encontram

parametrizados para o FDS®. Permite ainda o reeembalamento de medicamentos fotossensíveis

já que, estes são envoltos num papel fotoprotetor (Figura 8)

Figura 7 - Auto Print™ Packaging System – Grifols®

36

Outro tipo de sistema de reembalamento utilizado nos SFH do CHSJ, EPE é o FDS® -

Fast Dispensing System (Figura 9) que, como o nome indica, possibilita a rápida dispensa de

medicamentos. O FDS® é constituído por 520 cassetes parametrizadas para diferentes

medicamentos e, padronizado para reembalar um medicamento por invólucro sendo atribuído

um código de barras (Figura 10).

A implementação deste tipo de sistema de reembalamento é bastante vantajoso uma vez

que, permite uma distribuição mais rápida e segura de formas orais sólidas, reembalamento

mais rápido e identificação completa dos medicamentos, incluíndo código de barras. Por outro

lado, apresenta algumas desvantagens como o elevado investimento inicial e a diminuição

significativa do prazo de validade por terem sido retiradadas do blister de origem.

Figura 8 - Invólucro do medicamento

reembalado na Grifolds®

Figura 10 - FDS® "Fast Dispensing

System"

Figura 9 - Invólucro do medicamento

reembalado no FDS®

37

O circuito na UR inicia-se com a prescrição do médico que, posteriormente validada

pelo farmacêutico e, de seguida, pelo TF do setor da dose unitária, é transferido para todos os

sistemas semi automáticos, são eles: FDS®, KARDEX® e KARDEX® refrigerado.

O FDS® é extremamente útil na dispensa dos medicamentos dos SC da DIDDU, já que,

emite uma “manga” em que os medicamentos são reembalados por SC e por doente. Na

“manga”, os três invólucros iniciais vazios constituem a “manga de segurança”.

Durante as duas semanas que estive nesta unidade, tive a oportunidade de realizar as

várias atividades deste setor, nomeadamente o fracionamento de formas farmacêuticas orais

sólidas e o reembalamento de medicamentos quer na Grifolds® quer no FDS®, atendendo às

regras de higiene e segurança adequadas.

4.4.4.1. Zona individualizada de reposição de stocks

O ZIRS, situada na UR tem como principal objetivo assegurar todos os stocks de apoio

à DID, ao sistema Pyxis® e kardex®.

O trabalho realizado nesta área é extremamente relevante uma vez que, permite a

dispensa de medicamentos em unidose com as devidas identificações do medicamento,

garantindo que as suas condições especiais de armazenamento sejam asseguradas.

Nesta área, os AO estao responsáveis por realizar todos os processos de individualização

e identificação dos medicamentos.

Todos os medicamentos manipulados são alvo de registo, num documento “Registo

Diário de Preparação de Stocks” que, posteriormente, é verificado pelo TF responsável por esta

área, permitindo controlar os movimentos dos produtos manipulados e também avaliar os

consumos da farmácia.

Uma vez que se trata de um setor responsável pela gestão de stocks do setor da dose

unitária, de forma a facilitar este processo, foi implementado nos SFH o sistema Kanban na

gestão do stock das diversas especialidades farmacêuticas.

O sistema kanban consiste na existência de cartões (Figura 11 e 12) que identificam o

produto em questão (DCI, forma farmacêutica, dosagem, Código Hospitalar Nacional do

Medicamento (CHNM), stock mínimo e condições especiais de armazenamento e proteção).

Quando esta quantidade mínima é atingida, o cartão é colocado num quadro para que o TF,

assim que necessário, reponha o stock do produto. Assim, cada vez que um saco contendo um

38

cartão kanban é aberto, imediatamente se inicia uma nova preparação de forma a não haver

rupturas de stocks.

4.5. DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS

A distribuição de medicamentos é a atividade dos SFH com mais visibilidade (5)

representando um processo essencial no circuito do medicamento. Este processo permite

assegurar uma utilização segura, eficaz e racional do medicamento quer para utentes em regime

de internamento como de ambulatório.

Assim, a distribuição de medicamentos têm como objetivo (5):

Garantir o cumprimento da prescrição;

Racionalizar a distribuição de medicamentos;

Garantir a administração correta do medicamento;

Diminuir os erros relacionados com a medicação (administração de medicamentos

não prescritos, troca da via de administração, erros de dose, entre outros);

Monitorizar a terapêutica;

Racionalizar os custos com a terapêutica.

Durante o estágio tive a oportunidade de observar e participar ativamente nos diversos

tipos de distribuição dos SFH (Esquema 4) do CHSJ, EPE pelo que passo a descreve-los.

Figura 11 - Cartão sistema

Kanban Figura 12 - Verso do cartão

kanban

39

Esquema 4 - Sistemas de Distribuição de Medicamentos nos SFH do CHSJ, EPE

4.5.1. Distribuição a doentes em regime de internamento

4.5.1.1. Distribuição Clássica/Tradicional

A DC ou Tradicional foi o primeiro sistema a ser implementado nas unidades

hospitalares portuguesas.

Este sistema consiste na dispensa de medicamentos por SC, tendo em conta uma

requisição feita pela enfermagem. Cada SC possui um pequeno stock, sendo que este é reposto

com alguma periodicidade. Os medicamentos que fazem parte deste são característicos dos

utentes de acordo com o SC em questão.

A existência deste stock previamente definido nos SC permite a administração quase

imediata da medicação prescrita. No entanto, uma má gestão do stock poderá originar uma

acumulação excessiva e indevida de medicamentos, levando a um aumento dos custos e o

controlo dos prazos de validade torna-se mais difícil.

Uma vez rececionadas as requisições dos diversos SC, procede-se à sua preparação. Esta

é efetuada por TF através de uma guia de “SatiSFHação de Pedido” (Anexo E) emitida em

duplicado, sendo que o duplicado fica na Farmácia e o original segue anexado ao contentor.

Distribuição

Distribuição em regime de internamento

Distribuição Clássica

Sistema de Reposição de

Stocks Nivelados

Sistema de Distribuição em Dose Unitária

e/ou Individual

Distribuição em regime de ambulatório

Medicação sujeita a

Legislação Restritiva

Estupefacientes e Psicotrópicos

Hemoderivados

40

Este documento indica qual o SC requisitante, a quantidade pretendida e servida de cada

produto e, ainda, a quantidade pendente caso o pedido não seja totalmente satisfeito.

Os pedidos de requisição são preparados em

caixas específicas, podendo variar de tamanho

consoante a quantidade de produtos constantes no

pedido que, depois de seladas, são colocadas numa

estante para que o estafeta possa levar (Figura 13).

O armazém da DC é o armazém principal e

os medicamentos e produtos farmacêuticos são na

maioria armazenados neste local.

Desta forma, neste armazém os produtos encontram-se armazenados por ordem

alfabética de DCI, dosagem e forma farmacêutica ao longo das prateleiras. No entanto, existem

determinados medicamentos que possuem uma zona própria, por exemplo, os antimicrobianos,

os colírios e preparações oftálmicas, os imunomoduladores, citotóxicos , benzodizepinas,

estupefacientes e psicotrópicos (cofre), material de penso e dietas.

Após a preparação dos pedidos, os

contentores são devidamente identificados com uma

etiqueta de cor verde (Figura 14), ao qual o TF

deverá mencionar qual o SC correspondente. Além

disso, se existir algum medicamento com algum tipo

de acondicionamento especial, como é o caso dos

medicamentos que requerem refrigeração ou

conservação em congelador. Nestes casos, na guia

deve-se colocar uma etiqueta laranja (Figura 15) ou

vermelha (Figura 16), dependendo das condições de

conservação do medicamento em questão e, também,

no saco térmico onde vai ser transportado,

identificando o SC a que se destina. Os medicamentos que requerem refrigeração de 2-8ºC são

retirados do Kardex® refrigerado e, os que requerem congelação, devem permanecer no

congelador até serem transportados para o SC.

Figura 13 - Estante contendo os contentores para

os diferentes SC

Figura 14 - Etiqueta identificativa do SC

Figura 15 - Etiqueta informativa para

medicamentos que necessitam de refrigeração

Figura 16 - Etiqueta informativa para

medicamentos que requerem congelação

41

Os medicamentos que exigem uma justificação ou prescrição médica como os

medicamentos hemoderivados, psicofármacos e os antimicrobianos são requisitados

manualmente, em modelos próprios. Assim, a distribuição deste tipo de medicamentos divide-

se em três classes, nomeadamente, clássica, mista e personalizada.

Clássica

Neste tipo de distribuição, o pedido e a dispensa são efetuados por medicamento.

Recorrem este tipo de distribuição os setores internos da farmácia (UFA, UMCME, UMCMNE

e UCPC), os serviços de Valongo e, ainda, os pedidos eletrónicos efetuados pelos diversos SC.

Mista

Na distribuição mista, o pedido é feito por doente e a cedência é feita por medicamento,

como os antimicrobianos (Anexo F) e dos estupefacientes (Anexo G).

Personalizada

Na distribuição personalizada, o pedido e a cedência são realizados por doente, um

exemplo deste tipo de distribuição são os hemoderivados (Anexo H) e os psicofármacos.

A dispensa de hemoderivados está ao encargo de um TF, assim como a de

psicofármacos, por um outro TF. Todas as atividades referentes à requisição, distribuição e

administração de hemoderivados têm de ser registadas no Modelo Nº 1804, exclusivo da

Imprensa Nacional - Casa da Moeda, SA (INCM, SA), intitulado de “Medicamentos

Hemoderivados – Requisição/Distribuição/Administração”.

No mesmo sector da DC existe o Balcão de Atendimento

dos SFH (Figura 17). É a partir deste espaço que qualquer

pessoa pode comunicar com a farmácia, sendo muito utilizado

por fornecedores e auxiliares de acção médica. É utilizado para

levantar medicamentos de pedidos urgentes, cedência de

empréstimos a outros Hospitais, apoio a estafetas, entre outros.

Figura 17 - Balcão de atendimento

dos SFH

42

Durante as duas semanas de estágio neste setor tive a oportunidade de satisfazer as várias

requisições de especialidades farmacêuticas dos diversos SC que fazem parte do CHSJ, EPE.

4.5.1.2. Distribuição de Medicamentos em Dose Individual Unitária e Unidose

A distribuição de medicamentos em sistema de dose unitária surge como um imperativo

de (5):

Aumentar a segurança no circuito do medicamento;

Conhecer melhor o perfil farmacoterapêutico do utente;

Diminuir os riscos das interações;

Racionalizar melhor a terapêutica;

Os enfermeiros podem dedicar mais do seu tempo ao cuidado dos doentes;

Redução dos desperdícios.

Este tipo de distribuição tem em conta um circuito que começa na prescrição médica em

que a medicação é dispensada por cada doente por um período de 24 horas, de acordo com o

esquema 5.

Esquema 5 - Circuito da DIDDU Contudo, ao fim de semana este tipo de distribuição é preparado para um período de 48 horas.

A DIDDU dos SFH do CHSJ, EPE abrange cerca de trinta SC.

A sala da DIDDU é um espaço amplo constituído por vários stocks necessários para a

dispensa, armazenados em gavetas grandes e pequenas por ordem alfabética de DCI e de acordo

com a sua rotatividade e volume. Existe também um armário onde estão armazenadas as várias

dietas entéricas, um armário contendo xaropes, colírios, pomadas, entre outros e, ainda, um

armário destinado ao armazenamento de material de penso. Num armário fechado, separado

dos restantes, encontram-se armazenadas as benzodiazepinas, imunomoduladores e anti-

retrovirais, dispostos da mesma forma que os outros medicamentos.

Médico avalia o doente e efetua a

prescrição

Farmacêutico interpreta e

valida a prescrição

TF dispensa a medicação

AO faz o transporte e

a

troca de malas nos

SC

Enfermeiro prepara e

admnistra a medicação e procede ao seu registo

43

Este setor é constituído por dois sistemas semi-automáticos, o kardex® e o kardex®

refrigerado que permitem uma redução dos erros associados à dispensa, uma redução do tempo

destinado a esta tarefa, uma melhoria na qualidade do trabalho executado e a racionalização dos

diversos stocks (5).

No Kardex®, a distribuição de cada medicamento é feita por doente. Inicialmente, este

sistema emite uma listagem de “Pedidos Externos” (Anexo I), isto é, produtos que não se

encontram no Kardex®, devido às suas características. Finalizada a dispensa do SC, é emitida

uma listagem de “Incidências” (Anexo J), isto é, são medicamentos que durante a dispensa não

havia no sistema.

Quando se efetua um SC com a manga do FDS®, é feito o destacamento dos

medicamentos orais sólidos para cada doente, na respetiva gaveta. Durante a utilização da

manga, verifica-se sempre se ocorreu alguma falha na medicação, como sacos sem

medicamento, ou dois contidos no mesmo saco, medicamentos triturados, entre outros. Se

ocorrer alguma falha, o TF é responsável por corrigi-las e dispensar a medicação em falta

recorrendo ao stock físico.

As malas da DIDDU são preparadas tendo em conta a hora de saída do SC e, o TF tem

de efetuar sempre o registo da dispensa do SC que efetuou (Anexo K).

Para a preparação de um SC, primeiramente é gerado o mapa de distribuição de

medicamentos (Anexo L), escolhendo se será por doente, o qual apresenta todos os

medicamentos para cada utente, permitindo ao TF ter uma

noção do perfil farmacoterapêutico, ou por medicamento,

surgindo cada medicamento e os nomes dos utentes para

quem o medicamento é dispensado. Este processo é mais

rápido, no entanto, não permite a visualização do perfil

farmacoterapêutico do utente. De seguida verifica-se se os

utentes internados coincidem com os identificados nas

gavetas. Se existirem alterações, procede-se à identificação

das gavetas com as etiquetas próprias da “Dose Unitária”

contendo o nome e número da cama do doente e o respetivo

serviço. Posteriormente, procede-se à preparação das malas, em

que os medicamentos são colocados todos juntos por cada gaveta, não sendo realizada a divisão

pela hora de administração, exceto no serviço de psiquiatria e do hospital de dia de psiquiatria

Figura 18 - Gaveta do serviço de

Psiquiatria e Hospital de Dia de

Psiquiatria

44

que é processada de acordo com a Figura 18. O primeiro compartimento corresponde ao

pequeno almoço (7-11 horas), de seguida o almoço (12-18 horas), o lanche e jantar (19-21

horas) e, por fim, no último compartimento é colocada toda a medicação a administrar em SOS.

A preparação de produtos termolábeis é realizada com recurso ao KARDEX®

refrigerado, sendo colocada a medicação num saco térmico com a devida sinalização de

conservação no frio através de uma etiqueta, bem como, a identificação do serviço. Além disto

a medicação é colocada já com a devida individualização por doente, identificando o mesmo,

bem como o número da cama e o SC.

Alterações na terapêutica

Ao longo de cada dia, ocorrem alterações da prescrição de medicamentos de alguns

utentes, após serem reavaliados por parte dos médicos. Estas alterações surgem como ―Mapa

de Distribuição de Alteradas (Anexo M) e podem ser consequência de altas, entradas no SC,

transferências de SC ou de cama, bem como, mudança de medicação. Durante a sua preparação,

TF pode ter que adicionar e/ou remover medicamentos.

Após as 17 horas, como as malas já se encontram nos SC, todas as alterações na

terapêutica que surjam são preparadas manualmente em envelopes, cada um respectivo a um

doente, e agrupadas por SC.

Devolução dos medicamentos

As devoluções constituem, também, uma das várias funções do sector de Dose Unitária.

Constituem, basicamente, o registo de todos os medicamentos que foram devolvidos pelos SC

que não foram administrados aos utentes devido a alta dos doentes ou pelo seu falecimento.

Desta forma, o TF através sistema informático procede à devolução de todos os medicamenos

por cada SC, dando assim a entrada dos medicamentos no stock da farmácia. Após o seu registo

informático procede-se ao armazenamento dos produtos no respetivo local.

Armários de Urgência

Em cada SC existe um pequeno stock de produtos farmacêuticos, destinado para

situações particulares, como por exemplo, situações de emergência ou casos pontuais de

diversas causas, complementando a DIDDU.

45

Estes armários de urgência são característicos de cada SC, uma vez que, os seus produtos

são limitados, em termos de quantidade e diversidade, atendendo às características e

necessidades do serviço. A definição da sua composição qualitativa e quantitativa é da

responsabilidade do Director de Serviço, Enfermeiro-Chefe e Director dos SFH.

À medida que o stock vai sendo consumido, vão sendo registados os respetivos

consumos, enviando uma requisição à Farmácia, em dias estipulados, para que seja feita a sua

reposição. Elabora-se então a satisfação dos pedidos pelos TF em contentores, sendo o seu

transporte realizado por estafetas até aos serviços.

Carros de Urgência

Os Carros de Urgência possuem todos os produtos farmacêuticos, eventualmente,

necessários numa situação de emergência, como por exemplo numa reanimação. Os carros

encontram-se sempre selados e, após a sua abertura, o enfermeiro responsável faz o seu registo

e solicita reposição imediata do mesmo. Na Farmácia, procede-se à sua preparação com a

devida prioridade.

As três últimas semanas de estágio foram realizadas na DIDDU. Esta é sem dúvida uma

área dos SFH bastante interessante e enriquecedora. Participei de forma ativa em todas as

tarefas nomeadamente na preparação de malas manualmente ou recorrendo a sistemas semi-

automáticos como o FDS® e o Kardex®. Também preparei carros e armários de urgência,

efetuei devoluções dos diversos SC e posterior armazenamento, e também realizei algumas

alterações à terapêutica de certos SC.

46

4.5.1.3. Distribuição de Medicamentos por Reposição de Níveis

Neste sistema de distribuição de medicamentos, há a reposição de stocks nivelados de

medicamentos de acordo com o estabelecido com o Diretor do SC, o enfermeiro chefe e o

farmacêutico, atendendo às características dos utentes residentes nesta unidade (5).

A reposição dos stocks é feita de acordo com a periodicidade previamente definida pela

Farmácia e pelo respetivo SC (5).

À semelhança do que acontece na DC, cada SC possui um stock de especialidades

farmacêuticas específicas, de acordo com as características do serviço em questão.

No CHSJ, EPE, este tipo de distribuição é realizado através do sistema Pyxis®, o

Pyxis® MedStation 3500.

O sistema Pyxis® é um sistema semi-automático que permite a gestão, armazenamento

e dispensa de medicamentos e produtos farmacêuticos. Este é constituído por uma consola

central, localizada no armazém da DC e possui cerca de 16 estações distribuídas por cada SC.

Cada estação funciona como um stock em cada SC e, permite, que a equipa de enfermagem

tenha acesso aos medicamentos prescritos a cada doente, sendo todas as entradas e saídas

registadas, na Consola Central.

Todas estas estações possuem gavetas, divididas em diferentes secções, com os

diferentes tipos de medicação, correspondendo cada secção a um medicamento específico.

Estas possuem diferentes tamanhos e graus de segurança consoante o tipo de medicamentos

que contêm, podendo ser classificadas em gavetas de segurança máxima, segurança média e

segurança mínima.

Segurança Máxima: destina-se a medicamentos que requerem um controlo

rigoroso, como estupefacientes e psicotrópicos. Nesta situação, apenas é aberto um

compartimento relativo a uma unidade do medicamento a administrar, o que permite

que haja uma correta dispensa da quantidade a administrar;

Segurança Média: as gavetas de cada prateleira possuem uma proteção, que apenas

é aberta se pertencer ao medicamento que vai ser dispensado. Assim, apenas é

possível retirar a especialidade farmacêutica prescrita. No entanto, não se

salvaguarda que a quantidade retirada é a correta;

47

Segurança Mínima: a prateleira, onde se encontra a gaveta com a medicação que é

necessária, é aberta na totalidade, tendo-se acesso a todo tipo de medicação aí

existente.

Relativamente ao circuito do medicamento, a grande diferença do Pyxis® relativamente

a outros sistemas de distribuição de reposição de stocks nivelados tradicionais, prende-se com

o facto de não existirem dois armários de medicação, um que permanece nos SC a ser utilizado

e outro que está na Farmácia a ser reposto.

Sempre que algum profissional de um SC precise de algum medicamento, este terá de

introduzir as suas credenciais, bem como, a sua impressão digital, permitindo um maior

controlo de quem está em contacto com os produtos farmacêuticos.

No CHSJ, EPE, a reposição a mínimos das estações é efectuada diariamente, excepto

aos domingos. Neste tipo de reposição, a quantidade a repor é o resultado entre o stock actual e

o stock máximo estipulado. Nas reposições a máximos, pouco frequente, são repostos todos os

medicamentos cujo stock seja inferior ao stock máximo.

Um dos inconvenientes que pode ocorrer neste sistema é existir uma diferença entre as

quantidades reais e as quantidades existentes informaticamente, uma vez que nas gavetas de

segurança mínima e média não são salvaguardadas as unidades retiradas. Para evitar esta

situação, o TF responsável pela reposição, aquando desta tarefa, deve confirmar se as

quantidades existentes no sistema informático são concordantes com as do stock real,

procedendo às retificações necessárias. A par disto, a cada três meses são inventariadas as

estações. Uma vez que os produtos farmacêuticos ficam armazenados nas estações e são

dispensados por doente, é necessário garantir que todos se encontram em unidose, devidamente

identificados e que possuem prazos de validade prolongados.

Deste modo, um TF com recurso à ficha processada pela Consola Central de reposição

(Anexo N) prepara a medicação, que é acondicionada por especialidade e por SC a que se

destina, sendo transportada num carro específico para os diversos SC. Um outro TF, com um

AO, desloca-se às estações procedendo à sua reposição. A existência de dois TF neste circuito

permite uma dupla conferência dos medicamentos dispensados, por profissionais de farmácia,

diminuindo os erros associados à distribuição de medicamentos.

Como todos os outros sistemas de distribuição, o sistema Pyxis® apresenta também

algumas vantagens e desvantagens, de acordo com o esquema seguinte.

48

Esquema 6 - Vantagens e Desvantagens do Pyxis®

Quando os SC necessitam de medicamentos que não se encontram nas estações do

Pyxis® são considerados como medicamentos Extra - Pyxis®. Como tal, esta é igualmente

preparada na Farmácia, por doente, sendo processada, pelo sistema informático, sob a forma de

Mapa de Distribuição de Alteradas, ficando a sua validação à responsabilidade da equipa

farmacêutica. Esta medicação é depois entregue no SC correspondente, pelo TF responsável

pela reposição das estações.

Durante o estágio estive duas semanas neste tipo de distribuições e tive a oportunidade

de preparar as requisições feitas pelos SC, inventariar alguns Pyxis e, ainda, repor este sistema

automático.

4.5.2. Distribuição de Medicamentos a doentes em Regime de Ambulatório

A dispensa de medicamentos em ambiente hospitalar para utilização em regime de

ambulatório é de extrema importância para os hospitais do Sistema Nacional de Saúde (SNS),

uma vez que permite a redução dos custos relacionados com o internamento hospitalar e a

redução dos riscos associados a estes, como é o caso das infeções nosocomiais.

- Reposição dos stocks porProfissionais de Farmácia;

- Inexistência de stocksduplos;

- Diminuição da ocorrênciade erros;

- Maior segurança econtrolo;

- Medicação correctamenteidentificada.

- Elevado custo deinvestimento inicial;

-Reposição e limpeza damáquina;

- Possibilidade de avaria dosistema;

- Dificuldade no controlodos prazos de validade.

VA

NTA

GEN

S

DESV

AN

TAG

ENS

49

A distribuição de medicamentos em regime de ambulatório, pelos SFH, resulta da

necessidade de haver um maior controlo e vigilância em determinadas terapêuticas, necessidade

de assegurar a adesão dos doentes à terapêutica e também pelo facto de a comparticipação de

certos medicamentos só ser a 100% se forem dispensados pelos SFH (5).

No CHSJ, EPE este tipo de distribuição é realizado na UFA, tendo esta unidade um

armazém próprio que vai sendo reposto a partir do armazém de DC. Todo este setor é da

responsabilidade de uma equipa de farmacêuticos.

A UFA nos SFH do CHSJ, EPE encontra-se de acordo com o Manual da Farmácia

Hospitalar, sendo acessível a todos os utentes e estando localizada próxima das consultas.

Para que este tipo de distribuição seja efetuada em condições adequadas e atinja os

objetivos pretendidos, é necessário ser feita com o auxílio de um sistema informático e em

instalações reservadas, com a finalidade de assegurar a confidencialidade dos dados do utente

e da informação ao mesmo.

Os medicamentos são cedidos aos utentes para o período de 30 dias, de forma a

assegurar a gestão de stocks e a minimizar os custos a nível monetário.

Nesta unidade, todos os medicamentos estão armazenados num sistema de dispensa

semi-automática denominado de CONSIS®, dispostos por ordem alfabética de DCI de acordo

com o princípio FEFO. Este sistema é composto por prateleiras e divisórias onde se encontram

armazenadas algumas especialidades farmacêuticas, facilitando a dispensa e diminuindo a

probabilidade de erro. Os medicamentos estão organizados por grupo farmacoterapêutico,

nomeadamente, antimicrobianos, dietas e suplementos alimentares, anti-retrovirais, hormonas

e anti-hormonas, imumodeladores, e medicamentos hemoderivados. Dispõe também de

frigoríficos destinados ao armazenamento dos medicamentos que necessitam de refrigeração.

A reposição do stock da UFA tem dias pré-definidos. Deste modo, o TF é responsável

por coordenar a preparação da medicação entre a UFA e o setor da DC, garantindo que a

medicação chega na quantidade e no tempo certo, evitando a ruptura de stock. Assim que chega,

o TF procede à sua conferência, registando o lote, a validade e a quantidade. Depois, é efetuada

a sua arrumação. O mesmo também confere e regista os medicamentos reembalados recebidos,

mencionando a quantidade, a data de envio e de receção. Também, é responsável pela receção

de encomendas, oriundas do armazém. Ainda, é realizada a preparação de stocks em prateleiras,

ajustada à dispensa mensal da medicação. Outra atividade executada pelo TF é a reposição do

50

CONSIS®. O controlo de prazos de validade e a contagem diária das epoetinas, das dietas e

dos medicamentos hemoderivados, é também da responsabilidade do TF.

Durante o estágio, tive a oportunidade de estar durante as manhãs de uma semana e

realizei algumas atividades da responsabilidade do TF como: reposição do sistema

automatizado de dispensa- CONSIS®, rececionar e conferir qualitativamente e

quantitativamente as encomendas, armazenar os medicamentos e produtos farmacêuticos,

inventariar as Darbopoetinas, entre outros.

4.5.3. Medicamentos Sujeitos a Legislação Restritiva

No caso de medicamentos sujeitos a circuito especial, como é o caso dos medicamentos

Estupefacientes, Psicotrópicos e Hemoderivados, é necessário um maior controlo na utilização

dos mesmos.

4.5.3.1. Medicamentos Estupefacientes e Psicotrópicos

Os medicamentos psicotrópicos e estupefacientes apresentam-se como substâncias

importantes para a medicina. No entanto, por serem fármacos que actuam no Sistema Nervoso

Central (SNC), causando dependência, estão normalmente associados a actos ilícitos,

nomeadamente ao consumo de drogas. Por esta razão, estes medicamentos são sujeitos a

legislação especial que prevê a sua aquisição, prescrição, dispensa e administração de forma

normalizada e controlada.

A dispensa deste tipo de medicamentos obriga a apresentação de impressos próprios

para a sua requisição, em regime de internamento.

Todos os dias, o cofre que contém este tipo de substâncias è inventariado pelo TF

responsável, como referi anteriormente.

4.5.3.2.Medicamentos Hemoderivados

Os medicamentos hemoderivados são medicamentos derivados do sangue e do plasma

humanos, preparados à base de componentes de sangue, nomeadamente a albumina,

concentrados de fatores de coagulação e as imunoglobulinas de origem humana.

51

Aquando a sua dispensa, devem ser efectuados registos obrigatórios previstos no

Despacho Conjunto n.º 1051/2000, de 14 de Setembro, 2.ª série, dos Ministérios da Defesa

Nacional e da Saúde. Todos os boletins analíticos e certificados de aprovação emitidos pelo

INFARMED, e que são exigidos em todas as aquisições, são arquivados de acordo com a

legislação.

Estes são medicamentos cuja distribuição só é passível de ser efectuada perante a

apresentação de um impresso oficializado que engloba a prescrição e a justificação médica. Na

preparação destes, este impresso deve ser devidamente preenchido com o número do lote,

número de certificado do Infarmed e laboratório fornecedor.

52

5. ANÁLISE CRÍTICA/CONCLUSÃO

Após a descrição de todas as actividades e procedimentos desenvolvidos no Centro

Hospitalar São João, EPE bem como, da minha experiência pessoal em cada um dos setores,

posso então proceder a uma conclusão de toda esta experiência, realizada no âmbito do 4º ano

de Farmácia, como Estágio Profissional II. Assim, ao longo destes meses foram desenvolvidas

muitas atividades envolventes de todo o Circuito do Medicamento numa Farmácia Hospitalar,

desde recepção e armazenamento, distribuição clássica, distribuição em dose unitária,

reembalamento e fracionamento de formas orais sólidas, preparação de manipulados não

estéreis, entre outros.

Dentro deste circuito, algumas actividades foram apenas de carácter observacional,

como é o caso da preparação de citotótoxicos, preparação de manipulados estéreis, atendimento

do balcão da farmácia e preparação das requisições dos circuitos especiais de distribuição,

nomeadamente, requisições de citotóxicos.

Os SFH do CHSJ, EPE são constituídos por uma vasta equipa de profissionais de saúde

que integram da melhor forma os estagiários, demonstrando sempre disponibilidade em ajudar

e ensinar nos diferentes setores da farmácia.

Na minha opinião, a distribuição individual diária em dose unitária é o principal sistema

de distribuição de medicamentos no Centro Hospitalar São João, EPE. No entanto, não devemos

desvalorizar os outros sistemas de distribuição de medicamentos como o sistema Pyxis que

permite, em um local reduzido, conter os medicamentos mais utilizados naquele serviço clínico.

Este estágio curricular possibilitou acompanhar a realidade do trabalho de um Técnico

de Farmácia na Farmácia Hospitalar, aplicando os conhecimentos teóricos e práticos adquiridos

ao longo do curso. Foi uma experiência muito gratificante à qual gostaria de exercer como

futura Técnica de Farmácia.

53

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Definição de estágio. [Online] http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa.

2. Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico da. Regulamento Específico de Estágio

Profissional II. 2014, Guarda

3. Decreto-lei nº564/99 de 21 de Dezembro. [Online] [Citação: 4 de Março de 2014.]

http://www.acss.min-saude.pt.

4. A profissão de Técnico de Farmácia. [Online] 15 de Setembro de 2007. [Citação: 4 de Março

de 2014.] http://www.g-sat.net.

5. Conselho Executivo da Farmácia Hospitalar. Manual da Farmácia Hospitalar. [autor do livro]

Ministério da Saúde. 2005.

6. Copyright ©. CPC Informática. [Online] 2006. [Citação: 20 de Março de 2014.]

http://www.cpcinformatica.com.br/.

7. Lopes, João Almeida. O Valor do Medicamento para Sociedade. apifarma. [Online] 2011.

[Citação: 5 de Abril de 2014.] http://www.apifarma.pt.

8. Programa do Medicamento Hospitalar. Ministério da Saúde. Março de 2007.

9. Centro Hospitalar São João, EPE. Manual de Integração no Setor de Receção de encomendas.

[autor do livro] Serviços Farmacêuticos.

10. Administração Central do Sistema de Saúde. Boas Práticas na Área do Medicamento

Hospitalar. [Online] http://www.acss.min-saude.pt.

11. Decreto-Lei n.º 95/2004 de 22 de abril Regula a prescrição e a preparação de medicamentos

manipulados. Legislação Farmacêutica Compilada.

12. Lemos, Lisete. Manipulação de Medicamentos na Farmácia Hospitalar. Boletim do Centro

de Informação do Medicamento. ROF, Janeiro/Fevereiro de 2011, Vol. 96.

13. B Braun Portugal. [Online] http://www.bbraun.pt.

14. Fresenius-kabi. [Online] http://www.fresenius-kabi.pt.

54

15. INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, IP / Ministério.

Prontuário Terapêutico. Lisboa : INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e

Produtos de Saúde, IP / Ministério, 2013.

16. American Society of Health-System Pharmacists (ASHP). ASHP guidelines on handling

hazardous . 2006.

55

ANEXOS

56

ANEXO A – Fatura

57

ANEXO B – Ficha Técnica de Preparação

58

ANEXO C – Verso da Ficha Técnica de Preparação

59

ANEXO D – Rótulo do Manipulado

60

ANEXO E – Reposição do Kardex a mínimos

61

ANEXO F – SatiSFHação de Pedido

62

ANEXO G – Folha de Requisição De Antimicrobianos

63

ANEXO H – Modelo de Hemoderivados via Farmácia

64

ANEXO I – Verso do modelo de requisição de Hemoderivados

65

ANEXO J – Requisição de Estupefacientes

66

ANEXO K – Listagem de “Produtos Externos”

67

ANEXO L – Listagem de “Incidências”

68

ANEXO M – Ficha de atendimento geral da DIDDU

69

ANEXO N – Mapa de distribuição de Medicamentos por doente

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ANEXO O – Mapa de Alterações da Terapêutica

71

ANEXO P – Folha do Sistema de Distribuição Pyxis