Escola - Uma Máquina de Moer Gente

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  • 7/24/2019 Escola - Uma Mquina de Moer Gente

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    Uma mquina de moer gente?

    18 Quadrinhos Contundentes Para EntenderPor que Colocar uma Criana em uma Escola

    Tradicional um Desastre.

    porAndr Camargo

    .

    .Para quem s tem um martelo, todo problema parece um prego.- autoria desconhecida

    .

    .

    https://medium.com/@andrcamargohttps://medium.com/@andrcamargo
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    1. A Escola como a conhecemos uma estratgia de instruo emmassa.A ideia otimizar a produo e reduzir os custos.

    Apenas um funcionrio para um bando de aluno.

    Funciona bem para produzir clipes de papel ou automveis. Mas seres humanos no so clipes depapel nem automveis.

    Tratarpessoas como coisasj em si uma forma de viol!ncia.

    "o tem como fazer bem para a vida emocional de uma criana novinha em formao serinserida em um sistema #ue para funcionar sup$e #ue ela no diferente de um objeto.

    A criana vira aluno. % alunos viram n&meros.

    A %scola lana as bases para vivermos em um mundo em #ue pessoas so tratadas como coisas ecoisas t!m mais valor #ue pessoas.

    2. A instruo em massa opera pela lgica da homogeneizao.A'rupamos crianas por idade sries e classes.

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    (bri'amos as crianas a estudar os mesmos tpicos ao mesmo tempo no mesmo ritmo. A fazeros mesmos e)ames e dar as mesmas respostas.

    *epois de passarem pelo lon'o processo de escolarizao elas ficam treinadas para valorizar osi'uais. % sentem medo e intoler+ncia diante de #uem diferente.

    ( #ue tambm acontece em i'rejas e #uartis por e)emplo.

    % assim

    ,

    por no aprendermos a conviver com o diferente

    ,

    se produzem as variadas formascontempor+neas de viol!ncia como o bull-in' o racismo a miso'inia a homofobia a )enofobiaos olsonaros /unhas Malafaias (lavos e Felicianos.

    3. Para crianas saudveis o con!namento e as rotinas escolares

    so uma viol"ncia.( protesto sinal de sa&de. Todo or'anismo saudvel rejeita espontaneamente o #ue no fazbem.

    0uando um adulto des#ualifica o protesto afirmando #ue isso tudo necessrio #ue no temjeito o mundo assim mesmo e coisas do '!nero no se trata de ponderao mas de cinismo.

    (u de identificao com o a'ressor1 ( adulto adota o discurso de #uem o violentou.

    (u de uma e)presso de dio deslocada para a criana1 %u passei por isso a'ora voc! vai ter #uepassar tambm2

    Mas a vida j carre'a uma dose mais do #ue suficiente de sofrimento e e)i'!ncias com #ue cadaum de ns vai ter de aprender a lidar para amadurecer.

    A 'ente no precisa do 'i'antesco arsenal adicional de cobranas e frustra$es 3perfeitamenteevitveis4 #ue a %scola imp$e.

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    #. A Escola pretende preparar o ser humano para a vida e omundo.

    /omo5

    6etirando a criana da vida e do mundo. 324

    *epositando ela em um ambiente artificial e estril 3a sala de aula4.

    Trancando a porta.

    % tratando todo movimento da criana em direo 7 vida e ao mundo como desvio e distrao ,pass8veis de punio.

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    $. %oda criana saudvel chega ao mundo com um graaaandecorao.9 s observar um ser de fraldas.

    Amorosa compassiva criativa espont+nea ousada curiosa arrojada vibrante 8nte'ra'enerosa empreendedora interessada divertida corajosa cheia de ener'ia.

    A8 comea a conviver com adultos escolarizados. % a fre#uentar a escola. % a ser bombardeadacom mensa'ens publicitrias #ue insistem #ue ela no boa o suficiente. 0ue ela precisa demais mais mais.

    % o corao vai murchando fica contra8do r8'ido apertado. *o8do.

    :s vezes at para de bater.

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    &. ' Escola %radicional s interessa uma (uantidade limitada detalentos humanos.9 uma verdadeira tra'dia.

    Talentos e pai)$es massacrados pelo tribunal do ;aber Formal ,associado aos imperativos doMercado.

    ;ilenciados.

    ;eres com potenciais e)traordinrios atrofiados convencidos de #ue no t!m valor.

    Auto

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    ). Pessoas escolarizadas vivem uma descone*o entre a realidadee +mapas, da realidade.% mal percebem a contradio.

    >assam a vida se preparando por meio de livros pro'ramas manuais cursos e instru$es.Fazendo planos.

    ?abitam estreitos mundos mentais en#uanto a vida vibra

    ,

    e passa

    ,

    em al'um outro lu'ar.

    "o 7 toa. Foram treinadas desde cedo para terem medo da vida e se refu'iarem nospensamentos.

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    -. A Escola uma m(uina de austamento.%sta ficou conhecida como a tirinha mais triste de todos os tempos.

    %u concordo.

    Me contaram #ue no foi ill @atterson #uem a desenhou. Aparentemente foi um f.

    A necessidade de ajustamento ao sistema brutal.

    *esvios no so tolerados.

    A criana comea a ser medicada pelos adultos #uando apresenta sintomas de inf+ncia.

    /onstru8mos coletivamente um mundo cujo bom funcionamento transforma a inf+ncia emtranstorno.

  • 7/24/2019 Escola - Uma Mquina de Moer Gente

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    Para uma seleo justa, todos devero realizar o mesmo exame: por favor, subam

    naquela rvore!

    /. A Escola de massas certi!ca por meio de testes padronizados.;o o e#uivalente do controle de #ualidade nas ind&strias.

    "otas e e)ames padronizados no e)istem na vida e na "atureza.

    ;o uma inveno perversa.

    >or #ue perversa5

    Bou citar dois motivos1

    C. Testes padronizados s fazem sentido para certificar a #ualidade de produtos produzidosem massa. %les identificam defeitos em cpias.

    D. "o sistema escolar a nota acaba ficando associada ao valor da pessoa.

    0uem tira nota bai)a Ereprovado. >unido.

    /hamam os pais para conversar. A criana sente

  • 7/24/2019 Escola - Uma Mquina de Moer Gente

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    Mas no tem como medir o valor de uma pessoa com notas e e)ames.

    39 tambm na %scola de massas #ue toma fGle'o a ideia bizarra de Meritocracia,#uedesconsidera retumbantemente as sin'ularidades e as condi$es particulares de cada pessoa.4

    Beja o #uadrinho de novo.

    10. undo do %raalho uma e*tenso do undo da Escola.:s vezes parece #ue foi Heus #uem determinou #ue temos de passar por lon'os anos de escola edepois o resto da vida em empre'os med8ocres.

    (bservar a'oniados o tempo escorrendo pelo ralo em meio a tarefas e cobranas sem sentido.

    /omo se no houvesse alternativa.

  • 7/24/2019 Escola - Uma Mquina de Moer Gente

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    Mas no. asta estudar ?istria.

    A estrat'ia de educar seres humanos por meio de instruo em massa uma inveno recente.>ela maior parte da histria da humanidade os seres humanos foram educados de outrasmaneiras.

    % portanto h alternativas.

    A ideia da escola de massas produzir um amplo contin'ente de trabalhadores domesticadossem cr8tica ou senso pol8tico.

    ;omos necessrios para operar as m#uinas nas ind&strias,ou os computadores nas empresas ,

    sem enchermos muito o saco.

    11. 4a palmatria 5 6italina./omo criamos uma sociedade hipcrita5

    ;ilenciando os impulsos naturais e saudveis de todo ser humano.

    otando

  • 7/24/2019 Escola - Uma Mquina de Moer Gente

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    Medicar as crianas #ue no se encai)am atende perfeitamente aos anseios dos pais professorese mdicos 3mas sobretudo da ind&stria farmac!utica4.

    (u seja no foram os pais os professores ou a sociedade #ue falharam por meio de um sistemaobtuso e violento,a criana #ue tem al'um defeito biol'ico #ue a leva a se comportar da#uelejeito.

    Jsso se chama Eculpabilizao da v8tima.

    12. 7omo adestrar um cavalo8A 'ente E#uebra o 8mpeto dele. %limina o #ue nele h de selva'em.

    9 o #ue a 'ente tambm faz para adestrar seres humanos. Transformamos ener'ia e vitalidadeem sono tdio e apatia.

    Assim podemos montar neles e conduzi

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    13. 9inhas uni:ormes grades curriculares.A ar#uitetura da %scola Tradicional imita uma penitenciria.

    /elas trancadas 3salas de aula4 e corredores.

    Ambiente rotinas e rela$es institucionalizadas. Im mundo 7 parte.

    "o socializao de verdade. 9 um simulacro es#ueltico de socializao.

    ( recreio e#uivale ao banho de sol dirio dos prisioneiros. ;empre curto demais e barulhento deener'ia acumulada.

    /rianas saudveis vivem a %scola como uma priso.

  • 7/24/2019 Escola - Uma Mquina de Moer Gente

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    %m n8vel sutil mais 'rave1 a colonizao do corpo e da subjetividade por pro'ramasdisciplinares funciona como uma priso invis8vel #ue acompanha a pessoa aonde ela for.

    1#. A terceirizao da in:;nciaA 'ente #uer trabalhar mais para 'anhar mais e poder comprar mais no 5

    Tem muuuita coisa le'al pra comprar e usar atualmente. Ku'ares para conhecer restaurantesfilmes e livros 'ames. M8dias sociais.

    9 bom para a empresa e para a economia do pa8s.

    Mas o #ue a 'ente faz com as crianas5 %les do trabalho e)i'em ateno.

    A 'ente precisa tirar elas do meio.

    9 s mandar para a escola em tempo inte'ral. ab. Mais aulas de judG natao teatro in'l!schin!s espanhol e informtica. (u lar'a na rua. (u dei)a na frente da televiso de repentejo'ando o dia inteiro no tablet celular ou computador.

    >ara muitas fam8lias a escola vira um depsito de crianas. 9 conveniente.

    ( problema so as frias e finais de semana #uando os adultos precisam lidar com a#uelespentelhinhos #ue eles mal conhecem. % no fazem ideia de como tratar.

    % as crianas intuem #ue esto sendo tratadas como estorvos.

  • 7/24/2019 Escola - Uma Mquina de Moer Gente

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    1$. Em poucas palavras isso mesmo 4inho.( Mercado precisa de mo de obra barata e consumidores vidos.

    % se alimenta de nossos sonhos e realiza$es.

  • 7/24/2019 Escola - Uma Mquina de Moer Gente

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    "u espero que se tornem pessoas independentes, inovadoras e #r$ti#as que faam

    exatamente o que eu mandar%!

    1&. A Escola de massas no muda.

    %la uma instituio 'uardi dostatus quo.

    (s discursos e as modas mudam.

    >ara a'radar aos clientes.

    Mas as prticas se'uem ri'orosamente as mesmas.

    (s alunos respiram hipocrisia e contradi$es. % passam a achar #ue normal.

    *epois AlcLmin recebe pr!mio por 'esto da 'ua em ;o >aulo. *ilma adota o slo'an de >tria%ducadora a8 faz um me'a corte de verbas e coloca o /id =omes na direo do M%/.

    % a 'ente aceita.

    9 eu sei este a#ui no um #uadrinho. 9 s a foto de um livro.

    Tudo bem pausei a conta'em.

    A'ora para mim no um livro #ual#uer, um livro #ue mudou a minha vida.

    Jsso faz D anos mais ou menos.

    Foi o tempo #ue levei da cr8tica 7 instituio

  • 7/24/2019 Escola - Uma Mquina de Moer Gente

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    Ker esse cara a8 foi como a primeira vez #ue um m8ope usa culos. /omecei a en)er'ar a educaoformal com uma nitidez de perder o fGle'o.

    Ah e ele todo feito com #uadrinhos e cartuns.

    /omo por e)emplo os &ltimos dois desta srie1

    1). A Escola compartimentaliza o saer.A 'ente vai de uma disciplina para outra como se fosse uma linha de monta'em.

    %u sei uma manobra epistemol'ica #ue permite a especializao. "o conjunto o avano doconhecimento maior.

    Mas o preo alto.

    "a formao da criana a compartimentalizao causa uma espcie de es#uizofrenia na relaocom o mundo. A criana substitui a e)peri!ncia direta una da realidade por frmulas erepresenta$es abstratas or'anizadas em disciplinas #ue com fre#u!ncia mal conversam entresi.

  • 7/24/2019 Escola - Uma Mquina de Moer Gente

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    1-. A Escola :oca apenas em desenvolvimento intelectual./onte&do e memorizao.

    ( resto no d para medir por meio de provas e e)ames ento dei)a pra l.

    A 'ente faz de conta #ue no e)iste.

    A conse#u!ncia1 nos tornamos seres mentais.

    /abea 'rande corao atrofiado.

    "osso intelecto funciona bem mas somos e)tremamente desajeitados para lidar com afetosemo$es e relacionamentos por e)emplo.

    ;omos desajeitados para viver uma vida com sentido e si'nificado.

    ;ofremos de bai)a auto

  • 7/24/2019 Escola - Uma Mquina de Moer Gente

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    %sses dias meses e anos

    ,

    da inf+ncia ao comeo da vida adulta

    ,

    #ue passamos na escolainfernizados por pro'ramas tarefas e avalia$es nas palavras de Tio 6ocha so como serviomilitar obri'atrio.

    % o mais 'rave1 depois #ue passam no voltam mais.

    Im desperd8cio atroz do #ue temos de mais precioso.

    A vida leve despreocupada e apai)onante #ue podia ter sido.

    % #ue no foi.