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Página 1 de 22 - 11/10/2018 - 10:53 PROFESSOR: EQUIPE DE PORTUGUÊS BANCO DE QUESTÕES - PORTUGUÊS - 8º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ============================================================================================== Texto 1 ESPAÇO VITAL Tão logo sentaram e afivelaram os cintos de segurança, ele sentiu que o conflito começaria a qualquer momento. O conflito pelo braço da poltrona, bem entendido, este território que, ao menos na classe econômica (para executiva ele não tinha grana), é obrigatoriamente comum. Como a mulher a seu lado, ele era corpulento; e o braço da poltrona, estreito, não acolheria os cotovelos de ambos. Breve estaria desencadeada a luta pelo espaço vital, talvez não tão sangrenta quanto a Segunda Guerra na Europa, mas mesmo assim encarniçada. Ela tomou a iniciativa. Tão logo o avião decolou, e antes mesmo que a comissária anunciasse: "Nosso tempo de voo será de...", ela abriu o jornal. Um jornal grande, não um tabloide, não uma revista. Jornalão, com muita coisa para ler, editoriais, artigos, reportagens. E, o jornal aberto, ela naturalmente ancorou o cotovelo no braço da poltrona. Ancorou-o numa posição que não permitiria o ingresso ali de qualquer outro cotovelo. Ele também tinha um jornal. Ele também era um leitor assíduo. Mas a verdade é que ela se antecipara na manobra, e agora qualquer tentativa dele no sentido de manifestar interesse nas notícias do país e do mundo não passaria de uma medíocre, e até vergonhosa, imitação. Portanto, um a zero para ela. Mas ele não desistiria. Desistir? De maneira alguma. Como se diz no Sul: "Não está morto quem peleia", e ele ainda tinha muito a pelear. Agora, porém, adotaria uma tática diversa. Uma falsa retirada, destinada a dar à dona do poderoso cotovelo uma ilusória sensação de definitiva vitória. Inclinou a poltrona, bocejou, fechou os olhos e fingiu dormir. Mas, por entre as pálpebras semicerradas, observava-a. Aparentemente, ela continuava absorvida na leitura. Ele resolveu tentar um ataque sub- reptício, tipo atentado terrorista. Como se fosse um movimento automático, colocou o cotovelo sobre o braço da poltrona. Torceu para que a aeronave entrasse numa área de turbulência, o que acabou acontecendo. No primeiro solavanco, o cotovelo dele empurrou, como que por acidente, o cotovelo dela para fora. E ali ficou triunfante, como aqueles soldados que, na batalha de Iwo Jima, desfraldaram a bandeira americana. Ela continuava lendo o jornal. Mas ele sabia que, no fundo, ela estava remoendo a raiva e planejando a vingança. Que planejasse. Ele não entregaria jamais a sua conquista. E aí o problema, o inesperado problema. De repente, sentiu vontade de urinar. Muita vontade de urinar. Que fazer? Se levantasse, perderia o braço da poltrona e nunca mais o recuperaria. Durante longos minutos, debateu-se em dúvida cruel. E aí, misericordiosamente, o comandante anunciou que estavam pousando. Ela fechou o jornal, voltou-se para ele: – Você sabe que dia é hoje? Ele não sabia. Ela sorriu, como mãe diante de filho travesso, e revelou: era o aniversário de casamento de ambos. Trinta e cinco anos de matrimônio. Trinta e cinco anos partilhando sonhos, angústias, o cuidado dos filhos. E ah, sim, braços de poltrona em aviões. (SCLIAR, Moacyr. Espaço vital. In: Histórias que os jornais não contam. 2ª ed. Rio de Janeiro: Agir, 2009. p. 71-73) Adaptado. VOCABULÁRIO: Corpulento: que tem o corpo grande. Tabloide: jornal de tamanho menor que o jornal padrão, geralmente dedicado a assuntos restritos. Assíduo: contínuo, constante; aplicado, dedicado. Pelear: lutar, combater. Sub-reptício: feito de forma disfarçada, dissimulada.

ESPAÇO VITALpessoal.educacional.com.br/up/4660001/2828831/Portugues...10- Mantendo o sentido usado no texto, reescreva os fragmentos a seguir, substituindo os termos destacados por

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PROFESSOR: EQUIPE DE PORTUGUÊS

BANCO DE QUESTÕES - PORTUGUÊS - 8º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ==============================================================================================

Texto 1

ESPAÇO VITAL

Tão logo sentaram e afivelaram os cintos de segurança, ele sentiu que o conflito começaria a qualquer momento. O conflito pelo braço da poltrona, bem entendido, este território que, ao menos na classe econômica (para executiva ele não tinha grana), é obrigatoriamente comum. Como a mulher a seu lado, ele era corpulento; e o braço da poltrona, estreito, não acolheria os cotovelos de ambos. Breve estaria desencadeada a luta pelo espaço vital, talvez não tão sangrenta quanto a Segunda Guerra na Europa, mas mesmo assim encarniçada.

Ela tomou a iniciativa. Tão logo o avião decolou, e antes mesmo que a comissária anunciasse: "Nosso tempo de voo será de...", ela abriu o jornal. Um jornal grande, não um tabloide, não uma revista. Jornalão, com muita coisa para ler, editoriais, artigos, reportagens. E, o jornal aberto, ela naturalmente ancorou o cotovelo no braço da poltrona. Ancorou-o numa posição que não permitiria o ingresso ali de qualquer outro cotovelo.

Ele também tinha um jornal. Ele também era um leitor assíduo. Mas a verdade é que ela se antecipara na manobra, e agora qualquer tentativa dele no sentido de manifestar interesse nas notícias do país e do mundo não passaria de uma medíocre, e até vergonhosa, imitação. Portanto, um a zero para ela.

Mas ele não desistiria. Desistir? De maneira alguma. Como se diz no Sul: "Não está morto quem peleia", e ele ainda tinha muito a pelear. Agora, porém, adotaria uma tática diversa. Uma falsa retirada, destinada a dar à dona do poderoso cotovelo uma ilusória sensação de definitiva vitória. Inclinou a poltrona, bocejou, fechou os olhos e fingiu dormir. Mas, por entre as pálpebras semicerradas, observava-a. Aparentemente, ela continuava absorvida na leitura. Ele resolveu tentar um ataque sub-reptício, tipo atentado terrorista. Como se fosse um movimento automático, colocou o cotovelo sobre o braço da poltrona. Torceu para que a aeronave entrasse numa área de turbulência, o que acabou acontecendo. No primeiro solavanco, o cotovelo dele empurrou, como que por acidente, o cotovelo dela para fora. E ali ficou triunfante, como aqueles soldados que, na batalha de Iwo Jima, desfraldaram a bandeira americana.

Ela continuava lendo o jornal. Mas ele sabia que, no fundo, ela estava remoendo a raiva e planejando a vingança. Que planejasse. Ele não entregaria jamais a sua conquista.

E aí o problema, o inesperado problema. De repente, sentiu vontade de urinar. Muita vontade de urinar. Que fazer? Se levantasse, perderia o braço da poltrona e nunca mais o recuperaria. Durante longos minutos, debateu-se em dúvida cruel. E aí, misericordiosamente, o comandante anunciou que estavam pousando.

Ela fechou o jornal, voltou-se para ele: – Você sabe que dia é hoje? Ele não sabia. Ela sorriu, como mãe diante de filho travesso, e revelou: era o aniversário de

casamento de ambos. Trinta e cinco anos de matrimônio. Trinta e cinco anos partilhando sonhos, angústias, o cuidado dos filhos. E ah, sim, braços de poltrona em aviões.

(SCLIAR, Moacyr. Espaço vital. In: Histórias que os jornais não contam. 2ª ed. Rio de Janeiro: Agir, 2009. p. 71-73) Adaptado.

VOCABULÁRIO:

∗∗∗∗ Corpulento: que tem o corpo grande.

∗∗∗∗ Tabloide: jornal de tamanho menor que o jornal padrão, geralmente dedicado a assuntos restritos.

∗∗∗∗ Assíduo: contínuo, constante; aplicado, dedicado.

∗∗∗∗ Pelear: lutar, combater.

∗∗∗∗ Sub-reptício: feito de forma disfarçada, dissimulada.

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01- Observe o texto a seguir, extraído de um dicionário.

"Intertextualidade: S.f. 1. [...] Influência direta ou indireta de um ou mais textos literários preexistentes na elaboração de um novo texto: No último poema do livro nota-se intertextualidade com o primeiro. [F.: intertextual + -(i) dade.]" (Dicionário Aulete Digital)

� A partir dessa definição, podemos ainda entender a intertextualidade como um diálogo entre diferentes textos, entre diferentes histórias. Transcreva o fragmento do texto que revela intertextualidade. R.: _________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

02- Observe o fragmento a seguir.

"Ela fechou o jornal, voltou-se para ele: – Você sabe que dia é hoje?" (parágrafos 7 e 8)

� A pergunta feita pela mulher parece estar deslocada da sequência de ações. Quanto ao efeito no texto, qual é a principal ideia transmitida por esse questionamento? R.: _________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

03- Observe o fragmento a seguir.

"Uma falsa retirada, destinada a dar À DONA DO PODEROSO COTOVELO uma ilusória sensação de definitiva vitória." (parágrafo 4)

a) Indique a alternativa em que é utilizada a mesma função sintática do termo destacado no fragmento.

(A) Vou à feira logo mais. (B) Ele saiu da festa à francesa. (C) Sua frequência à aula é irregular. (D) Agradeça à moça que me atendeu. (E) Faremos uma visita à casa paterna.

b) Justifique o uso da crase no fragmento em destaque. R.: _________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

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� Observe os fragmentos a seguir.

Jornalão, com muita coisa para ler, editoriais, artigos, reportagens. (parágrafo 2) E aí, misericordiosamente, o comandante anunciou que estavam pousando. (parágrafo 6)

04- Analise sintaticamente os termos destacados a seguir. Depois, informe o motivo da pontuação adotada.

a) "Jornalão, com muita coisa para ler, EDITORIAIS, ARTIGOS, REPORTAGENS." (parágrafo 2) R.: _________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________ b) "E aí, MISERICORDIOSAMENTE, o comandante anunciou que estavam pousando." (parágrafo R.: _________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________ c) Reescreva o primeiro fragmento, utilizando-se de pontuação diferente, mas mantendo as funções sintáticas originais. R.: _________________________________________________________________________

05- Observe o fragmento a seguir.

"E, O JORNAL ABERTO, ela naturalmente ancorou o cotovelo no braço da poltrona." (parágrafo 2)

� Reescreva o fragmento, substituindo a expressão destacada por uma oração que mantenha o mesmo sentido do texto. Utilize a conjunção adequada, fazendo as alterações necessárias. R.: _________________________________________________________________________

06- Entre as alternativas a seguir, indique a opção em que a palavra SE é uma conjunção.

(A) "Mas a verdade é que ela SE antecipara na manobra [...]" (parágrafo 3) (B) "Como SE diz no Sul: ‘Não está morto quem peleia’, e ele ainda tinha muito a pelear."

(parágrafo 4) (C) "SE levantasse, perderia o braço da poltrona e nunca mais o recuperaria." (parágrafo 6) (D) "Durante longos minutos debateu-SE em dúvida cruel." (parágrafo 6) (E) "Ela fechou o jornal, voltou-SE para ele [...]" (parágrafo 7)

07- A partir de pequenas alterações em trechos do texto, justifique a falta do acento indicativo de crase.

a) O conflito pelo braço da poltrona, a princípio, é comum. R.: _________________________________________________________________________ b) Prender-se a notícias do país não passaria de uma medíocre imitação. R.: _________________________________________________________________________

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c) Ela continuava a ler o jornal. R.: _________________________________________________________________________ d) A propósito, você sabe que dia é hoje? R.: _________________________________________________________________________

08- Informe o valor semântico apresentado pelas conjunções destacadas nos fragmentos a seguir (todos retirados do 4º parágrafo).

a) Agora, PORÉM, adotaria uma tática diversa. R.: _________________________________________________________________________ b) Inclinou a poltrona, bocejou, fechou os olhos E fingiu dormir. R.: _________________________________________________________________________ c) Torceu PARA QUE a aeronave entrasse numa área de turbulência [...] R.: _________________________________________________________________________ d) E ali ficou triunfante, COMO aqueles soldados que [...] desfraldaram a bandeira americana. R.: _________________________________________________________________________

09- Leia o fragmento a seguir.

"Ancorou-O numa posição que não permitiria o ingresso ali de qualquer outro cotovelo." (parágrafo 2)

a) No texto, a quem se refere o pronome oblíquo "o", destacado no fragmento? R.: _________________________________________________________________________ b) Qual a função sintática de "o ingresso"? R.: _________________________________________________________________________ c) Qual a função sintática de "de qualquer outro cotovelo"? R.: _________________________________________________________________________

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10- Mantendo o sentido usado no texto, reescreva os fragmentos a seguir, substituindo os termos destacados por outros de sentido equivalente. Faça as adaptações necessárias.

a) "[...] e o braço da poltrona, estreito, não ACOLHERIA os cotovelos de ambos." (parágrafo 1) R.: _________________________________________________________________________ b) "Mas, por entre as pálpebras SEMICERRADAS, observava-a." (parágrafo 4) R.: _________________________________________________________________________ c) "Mas ele sabia que, no fundo, ela estava REMOENDO a raiva [...]" (parágrafo 5) R.: _________________________________________________________________________

11- Observe o fragmento a seguir.

Ela tomou a iniciativa. Tão logo o avião decolou, e antes mesmo que a comissária anunciasse: "NOSSO TEMPO DE VOO SERÁ DE...", ela abriu o jornal.

No termo em destaque, justifique o uso de:

a) aspas.

R.: ___________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________ b) reticências.

R.: ___________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

���� As questões a seguir se referem ao conto "A Cartomante", de Machado de Assis.

12- Leia o fragmento abaixo e responda às questões.

"Não queria arrancar-lhe as ilusões. Também ele, em criança, e ainda depois, foi supersticioso, teve um arsenal inteiro de crendices, que a mãe lhe incutiu e que aos vinte anos desapareceram. No dia em que deixou cair toda essa vegetação parasita, e ficou só o tronco da religião, ele, como tivesse recebido da mãe ambos os ensinos, envolveu-os na mesma dúvida, e logo depois em uma só negação total. Camilo não acreditava em nada. Por quê? Não poderia dizê-lo, não possuía um só argumento; limitava-se a negar tudo. E digo mal, porque negar é ainda afirmar, e ele não formulava incredulidade; diante do mistério, contentou-se em levantar os ombros, e foi andando".

(ASSIS, Machado de. A cartomante. In: Machado de Assis: seis contos escolhidos e comentados por José Mindlin. Rio de Janeiro: José Olympio, 2008. p. 46-47)

a) O que significa "um arsenal inteiro de crendices"?

R.: ___________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

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b) Explique a diferença na grafia das ocorrências "Por quê?" e "porque" destacadas no texto.

R.: ___________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

13- Indique a alternativa em que a pontuação adotada não alterará o sentido do fragmento:

Aparentemente ela continuava absorvida na leitura.

(A) Aparentemente ela continuava, absorvida, na leitura. (B) Aparentemente ela continuava, absorvida na leitura. (C) Aparentemente ela continuava absorvida, na leitura. (D) Aparentemente, ela continuava absorvida na leitura. (E) Aparentemente ela, continuava absorvida na leitura.

Texto 2

UNS BRAÇOS (fragmento)

Não foi; sentiu-se agarrado e acorrentado pelos braços de D. Severina. Nunca vira outros tão bonitos e tão frescos. A educação que tivera não lhe permitia encará-los logo abertamente, parece até que a princípio afastava os olhos, VEXADO. Encarou-os pouco a pouco, ao ver que eles não tinham outras mangas, e assim os foi descobrindo, mirando e amando. No fim de três semanas eram eles, moralmente falando, as suas TENDAS DE REPOUSO. Aguentava toda a trabalheira de fora, toda a melancolia da solidão e do silêncio, toda a grosseria do patrão, pela única PAGA de ver, três vezes por dia, o famoso par de braços.

(ASSIS, Machado de. Uns braços. In: Contos de Machado de Assis. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2012. p. 189.)

14- No fragmento, o que significa "vexado"?

R.: _______________________________________________________________

15- Por que o fragmento fala em "tendas de repouso" e "paga"?

R.: ___________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

16- O que esse fragmento revela em relação ao enredo?

R.: ___________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

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17- Justifique o uso da vírgula em: a) "Aguentava toda a trabalheira de fora, toda a melancolia da solidão e do silêncio, toda a

grosseria do patrão [...]

R.: ___________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________ b) "[...] pela única paga de ver, três vezes por dia, o famoso par de braços."

R.: ___________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Texto 3

MARESIA

O meu amor me deixou levou minha identidade não sei mais bem onde estou nem onde a realidade.

Ah, se eu fosse marinheiro 5 era eu quem tinha partido mas meu coração ligeiro não se teria partido

ou se partisse colava com cola de maresia 10 eu amava e desamava sem peso e com poesia.

Ah, se eu fosse marinheiro seria doce meu lar não só o Rio de Janeiro 15 a imensidão e o mar

leste oeste norte sul onde um homem se situa quando o Sol sobre o azul ou quando no mar a Lua 20

Não buscaria conforto nem juntaria dinheiro um amor em cada porto Ah, se eu fosse marinheiro.

CICERO, Antonio. Maresia. In: A lua no cinema e outros poemas / organização Eucanaã Ferraz.

São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 62.

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18- No fragmento "não sei mais bem onde estou / nem onde a realidade" (versos 3 e 4), que termo está omitido?

R.: ___________________________________________________________________________

19- Utilizando trechos do poema, explique o duplo sentido do verbo "partir" na segunda estrofe.

R.: ___________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

20- O que significa "colar com cola de maresia" (semelhante aos versos 9 e 10)?

R.: ___________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

21- Que verso do poema parece reforçar a hipótese levantada pelo eu-lírico em "eu amava e desamava/ sem peso e com poesia" (versos 11 e 12)?

R.: ___________________________________________________________________________

22- Que marca textual garante que a continuidade lógica da estrofe 4 é marcada pela estrofe 6?

R.: ___________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

23- Explique a relação existente entre os versos "mas meu coração ligeiro" (v. 7) e "eu amava e desamava" (v. 11).

R.: ___________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

24- Reescreva o verso 17 com sinais de pontuação adequados segundo a gramática normativa. Em seguida, justifique a pontuação adotada.

R.: ___________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

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25- A alternativa que mais se aproxima do sentido da última estrofe é:

(A) Buscaria um amor em cada porto porque não buscaria conforto, nem juntaria dinheiro. (B) Não buscaria conforto, nem juntaria dinheiro. Pelo contrário, buscaria um amor em cada porto. (C) Buscaria um amor em cada porto, já que não buscaria conforto, nem juntaria dinheiro. (D) Não buscaria conforto, nem juntaria dinheiro. Por isso, buscaria um amor em cada porto. (E) Buscaria um amor em cada porto, enquanto não buscaria conforto, nem juntaria dinheiro.

26- Tomando por base o contexto, qual a função sintática do termo destacado no verso "UM AMOR

em cada porto" (v. 23)?

R.: ___________________________________________________________________________

27- A construção "Ah, se eu fosse marinheiro" se repete em alguns versos. O sentido dessa construção nos diferentes momentos do texto é de:

(A) surpresa. (B) explicação. (C) lamento. (D) tristeza. (E) indignação.

28- A única alternativa que, se fosse usada para substituir o termo destacado no verso "eu amava e

DESAMAVA" (v. 11), alteraria significativamente o sentido usado no texto é:

(A) odiava a pessoa. (B) deixava de amar. (C) não mais amava. (D) abandonava o amor. (E) perdia a afeição.

29- Reescreva o fragmento, substituindo o termo em destaque por outro de sentido equivalente. Faça

as adaptações necessárias.

Ah, se eu fosse marinheiro / seria DOCE meu lar [...]

R.: ___________________________________________________________________________

30- Reescreva o último verso do poema, alterando os sinais de pontuação, mas mantendo o mesmo sentido usado no texto.

R.: ___________________________________________________________________________

Texto 4

NA CONTRAMÃO DA HISTÓRIA

Ao entrar na rodovia ficou surpreso em ver um carro vindo em sua direção – e aquela era uma pista de mão única. Acenou nervosamente para o motorista para que desviasse, e aí nova surpresa: o homem também lhe acenava, com o mesmo propósito. Passaram um ao lado do outro, de raspão. "Contramão!", ele gritou indignado. O motorista do outro carro também gritou: "Contramão!"

Ele mal se refizera do susto quando, de novo, avistou um veículo – um caminhão – igualmente em sentido contrário ao seu. E logo uma moto, uma van, e carros de passeio, e um ônibus – todos na contramão. Meu Deus, ele se perguntava, o que estará acontecendo? Será que todo mundo enlouqueceu nesta rodovia, neste estado, neste país? A dúvida então lhe ocorreu: não seria ele o errado? Não estaria ele na contramão?

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Não. Ele não estava na contramão, disso tinha absoluta certeza. Conhecia bem aquela rodovia, era um caminho habitual para ele. Teria havido, sem que ele soubesse, uma inversão de pistas? Talvez, mas isso não lhe tirava a razão. Uma alteração tão significativa deveria ter sido previamente divulgada; e teria sido necessário colocar avisos na rodovia.

Não. Ele estava certo, e continuaria em seu rumo, mesmo que todos os outros fizessem o contrário. Não seria a primeira vez na História que tal aconteceria. Afinal, Galileu Galilei tinha sido condenado pela Inquisição por dizer que a Terra girava em torno do Sol, quando todos afirmavam o contrário. Enfrentara corajosamente o julgamento, sem mudar de opinião. E ele não mudaria de pista. Continuaria dirigindo e fazendo sinais para os imprudentes até que todos se dessem conta da verdade.

Não demorou muito e foi detido pela polícia. O que ele aceitou com resignação. A conspiração não era só dos motoristas, era das autoridades, dos seres humanos em geral. Um dia, porém, a Verdade apareceria naquela estrada. Avançando celeremente, e na mesma mão em que ele estava.

(SCLIAR, Moacyr. Na contramão da História. In: Histórias que os jornais não contam. 2ª ed. Rio de Janeiro: Agir, 2009. p. 13-14.) (Adaptado)

31- A alternativa que melhor garante, no texto, o objetivo do fragmento "Uma alteração tão significativa

deveria ter sido previamente divulgada; e teria sido necessário colocar avisos na rodovia" (parágrafo 3) é:

(A) as autoridades sempre agem de maneira inadequada. (B) os demais motoristas correm considerável perigo. (C) um acidente é, inevitavelmente, o resultado da falta de aviso nas vias. (D) o homem busca isentar-se de uma eventual culpa. (E) a chance de acidentes diminuírem está na correta informação em uma via.

32- No 4º parágrafo, qual a estratégia do homem para afirmar que estava certo?

R.: ___________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

33- No 5º parágrafo, qual o efeito de sentido causado pelo fragmento "Não demorou muito e foi detido pela polícia" em relação ao parágrafo anterior?

R.: ___________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

34- No fragmento "O que ele aceitou COM RESIGNAÇÃO", a alternativa que substitui o termo em destaque mantendo o contexto apresentado é:

(A) conformado. (B) incomodado. (C) preocupado. (D) questionado. (E) enojado.

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35- Reescreva o fragmento, substituindo o termo em destaque por outro de sentido equivalente. Faça as adaptações necessárias.

Ele MAL se refizera do susto quando, de novo, avistou um veículo [...] R.: ___________________________________________________________________________

36- Observe o fragmento a seguir, extraído do 5º parágrafo.

Um dia, porém, a Verdade apareceria naquela estrada. Avançando CELEREMENTE, e na mesma mão em que ele estava.

a) O que o uso de maiúscula na palavra "Verdade" sugere? R.: ___________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________ b) Reescreva o fragmento, substituindo o termo em destaque por outro de sentido equivalente.

Faça as adaptações necessárias. R.: ___________________________________________________________________________

c) O que significa "na mesma mão em que ele estava"? R.: ___________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

37- Para cada um dos fragmentos a seguir, explique o emprego de:

a) aspas e ponto de exclamação em "Contramão!", ele gritou indignado (parágrafo 1). R.: ___________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________ b) travessões em avistou um veículo – um caminhão – igualmente em sentido contrário ao seu.

(parágrafo 2).

R.: ___________________________________________________________________________ c) vírgula em Meu Deus, [...] o que estará acontecendo? (parágrafo 2). R.: ___________________________________________________________________________

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38- Indique a função sintática dos termos destacados nos fragmentos a seguir, todos extraídos do 3º

parágrafo.

a) "Ele não estava NA CONTRAMÃO, disso tinha absoluta certeza." R.: ___________________________________________________________________________ b) "Conhecia bem AQUELA rodovia, era um caminho habitual para ele." R.: ___________________________________________________________________________ c) "Teria havido, sem que ele soubesse, uma inversão DE PISTAS?" R.: ___________________________________________________________________________ d) "Talvez, mas isso não lhe tirava A RAZÃO." R.: ___________________________________________________________________________ e) UMA ALTERAÇÃO TÃO SIGNIFICATIVA deveria ter sido previamente divulgada; e teria sido R.: ___________________________________________________________________________

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GABARITO

Texto 1 Espaço Vital

Tão logo sentaram e afivelaram os cintos de segurança, ele sentiu que o conflito começaria a qualquer momento. O conflito pelo braço da poltrona, bem entendido, este território que, ao menos na classe econômica (para executiva ele não tinha grana), é obrigatoriamente comum. Como a mulher a seu lado, ele era corpulento; e o braço da poltrona, estreito, não acolheria os cotovelos de ambos. Breve estaria desencadeada a luta pelo espaço vital, talvez não tão sangrenta quanto a Segunda Guerra na Europa, mas mesmo assim encarniçada.

Ela tomou a iniciativa. Tão logo o avião decolou, e antes mesmo que a comissária anunciasse: "Nosso tempo de voo será de...", ela abriu o jornal. Um jornal grande, não um tabloide, não uma revista. Jornalão, com muita coisa para ler, editoriais, artigos, reportagens. E, o jornal aberto, ela naturalmente ancorou o cotovelo no braço da poltrona. Ancorou-o numa posição que não permitiria o ingresso ali de qualquer outro cotovelo.

Ele também tinha um jornal. Ele também era um leitor assíduo. Mas a verdade é que ela se antecipara na manobra, e agora qualquer tentativa dele no sentido de manifestar interesse nas notícias do país e do mundo não passaria de uma medíocre, e até vergonhosa, imitação. Portanto, um a zero para ela.

Mas ele não desistiria. Desistir? De maneira alguma. Como se diz no Sul: "Não está morto quem peleia", e ele ainda tinha muito a pelear. Agora, porém, adotaria uma tática diversa. Uma falsa retirada, destinada a dar à dona do poderoso cotovelo uma ilusória sensação de definitiva vitória. Inclinou a poltrona, bocejou, fechou os olhos e fingiu dormir. Mas, por entre as pálpebras semicerradas, observava-a. Aparentemente, ela continuava absorvida na leitura. Ele resolveu tentar um ataque sub-reptício, tipo atentado terrorista. Como se fosse um movimento automático, colocou o cotovelo sobre o braço da poltrona. Torceu para que a aeronave entrasse numa área de turbulência, o que acabou acontecendo. No primeiro solavanco, o cotovelo dele empurrou, como que por acidente, o cotovelo dela para fora. E ali ficou triunfante, como aqueles soldados que, na batalha de Iwo Jima, desfraldaram a bandeira americana.

Ela continuava lendo o jornal. Mas ele sabia que, no fundo, ela estava remoendo a raiva e planejando a vingança. Que planejasse. Ele não entregaria jamais a sua conquista.

E aí o problema, o inesperado problema. De repente, sentiu vontade de urinar. Muita vontade de urinar. Que fazer? Se levantasse, perderia o braço da poltrona e nunca mais o recuperaria. Durante longos minutos, debateu-se em dúvida cruel. E aí, misericordiosamente, o comandante anunciou que estavam pousando.

Ela fechou o jornal, voltou-se para ele: – Você sabe que dia é hoje? Ele não sabia. Ela sorriu, como mãe diante de filho travesso, e revelou: era o aniversário de

casamento de ambos. Trinta e cinco anos de matrimônio. Trinta e cinco anos partilhando sonhos, angústias, o cuidado dos filhos. E ah, sim, braços de poltrona em aviões.

(SCLIAR, Moacyr. Espaço vital. In: Histórias que os jornais não contam. 2ª ed. Rio de Janeiro: Agir, 2009. p. 71-73) Adaptado.

Vocabulário:

∗∗∗∗ Corpulento: que tem o corpo grande.

∗∗∗∗ Tabloide: jornal de tamanho menor que o jornal padrão, geralmente dedicado a assuntos restritos.

∗∗∗∗ Assíduo: contínuo, constante; aplicado, dedicado.

∗∗∗∗ Pelear: lutar, combater.

∗∗∗∗ Sub-reptício: feito de forma disfarçada, dissimulada.

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01- Observe o texto a seguir, extraído de um dicionário. "Intertextualidade: S.f. 1. [...] Influência direta ou indireta de um ou mais textos literários preexistentes na elaboração de um novo texto: No último poema do livro nota-se intertextualidade com o primeiro. [F.: intertextual + -(i) dade.]" (Dicionário Aulete Digital)

� A partir dessa definição, podemos ainda entender a intertextualidade como um diálogo entre diferentes textos, entre diferentes histórias. Transcreva o fragmento do texto que revela intertextualidade.

R.: E ali ficou triunfante, como aqueles soldados que, na batalha de Iwo Jima, desfraldaram a bandeira americana.

02- Observe o fragmento a seguir.

"Ela fechou o jornal, voltou-se para ele: – Você sabe que dia é hoje?" (parágrafos 7 e 8)

� A pergunta feita pela mulher parece estar deslocada da sequência de ações. Quanto ao efeito no texto, qual é a principal ideia transmitida por esse questionamento?

R.: Espera-se que o aluno mencione surpresa, reviravolta, revelação, quebra de expectativa ou semelhante.

03- Observe o fragmento a seguir.

"Uma falsa retirada, destinada a dar À DONA DO PODEROSO COTOVELO uma ilusória sensação de definitiva vitória." (parágrafo 4)

a) Indique a alternativa em que é utilizada a mesma função sintática do termo destacado no fragmento.

(A) Vou à feira logo mais. (B) Ele saiu da festa à francesa. (C) Sua frequência à aula é irregular. (D) Agradeça à moça que me atendeu. (E) Faremos uma visita à casa paterna.

b) Justifique o uso da crase no fragmento em destaque.

R.: Espera-se que o aluno mencione o objeto indireto (portanto, preposicionado) formado por um nome feminino (ou seja, que admite o artigo "a"); ou semelhante.

� Observe os fragmentos a seguir.

Jornalão, com muita coisa para ler, editoriais, artigos, reportagens. (parágrafo 2) E aí, misericordiosamente, o comandante anunciou que estavam pousando. (parágrafo 6)

04- Analise sintaticamente os termos destacados a seguir. Depois, informe o motivo da pontuação adotada.

a) "Jornalão, com muita coisa para ler, EDITORIAIS, ARTIGOS, REPORTAGENS." (parágrafo 2) R.: Aposto (enumerativo). A vírgula se justifica por separar os itens de uma enumeração. b) "E aí, MISERICORDIOSAMENTE, o comandante anunciou que estavam pousando." (parágrafo

R.: Adjunto adverbial. A vírgula se justifica por isolar um adjunto adverbial deslocado.

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c) Reescreva o primeiro fragmento, utilizando-se de pontuação diferente, mas mantendo as funções sintáticas originais.

R.: Jornalão, com muita coisa para ler: editoriais, artigos, reportagens. 05- Observe o fragmento a seguir.

"E, O JORNAL ABERTO, ela naturalmente ancorou o cotovelo no braço da poltrona." (parágrafo 2)

� Reescreva o fragmento, substituindo a expressão destacada por uma oração que mantenha o mesmo sentido do texto. Utilize a conjunção adequada, fazendo as alterações necessárias.

R.: Depois que abriu o jornal

06- Entre as alternativas a seguir, indique a opção em que a palavra SE é uma conjunção.

(A) "Mas a verdade é que ela SE antecipara na manobra [...]" (parágrafo 3) (B) "Como SE diz no Sul: ‘Não está morto quem peleia’, e ele ainda tinha muito a pelear."

(parágrafo 4) (C) "SE levantasse, perderia o braço da poltrona e nunca mais o recuperaria." (parágrafo 6) (D) "Durante longos minutos debateu-SE em dúvida cruel." (parágrafo 6) (E) "Ela fechou o jornal, voltou-SE para ele [...]" (parágrafo 7)

07- A partir de pequenas alterações em trechos do texto, justifique a falta do acento indicativo de crase.

a) O conflito pelo braço da poltrona, a princípio, é comum.

R.: adjunto adverbial formado com nome masculino b) Prender-se a notícias do país não passaria de uma medíocre imitação.

R.: objeto indireto feminino, mas formado pelo plural, sem utilização de artigo c) Ela continuava a ler o jornal.

R.: não utilizar crase antes de verbo no infinitivo d) A propósito, você sabe que dia é hoje?

R.: adjunto adverbial formado com nome masculino

08- Informe o valor semântico apresentado pelas conjunções destacadas nos fragmentos a seguir (todos retirados do 4º parágrafo).

a) Agora, PORÉM, adotaria uma tática diversa.

R.: adversidade b) Inclinou a poltrona, bocejou, fechou os olhos E fingiu dormir.

R.: adição c) Torceu PARA QUE a aeronave entrasse numa área de turbulência [...]

R.: finalidade d) E ali ficou triunfante, COMO aqueles soldados que [...] desfraldaram a bandeira americana.

R.: comparação

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09- Leia o fragmento a seguir.

"Ancorou-O numa posição que não permitiria o ingresso ali de qualquer outro cotovelo." (parágrafo 2)

a) No texto, a quem se refere o pronome oblíquo "o", destacado no fragmento?

R.: Refere-se ao cotovelo da mulher. b) Qual a função sintática de "o ingresso"?

R.: Objeto direto] c) Qual a função sintática de "de qualquer outro cotovelo"?

R.: adjunto adnominal 10- Mantendo o sentido usado no texto, reescreva os fragmentos a seguir, substituindo os termos

destacados por outros de sentido equivalente. Faça as adaptações necessárias.

a) "[...] e o braço da poltrona, estreito, não ACOLHERIA os cotovelos de ambos." (parágrafo 1)

R.: receberia, acomodaria b) "Mas, por entre as pálpebras SEMICERRADAS, observava-a." (parágrafo 4)

R.: quase fechadas c) "Mas ele sabia que, no fundo, ela estava REMOENDO a raiva [...]" (parágrafo 5)

R.: ruminando; afligindo-se com; refletindo muito sobre

11- Observe o fragmento a seguir.

Ela tomou a iniciativa. Tão logo o avião decolou, e antes mesmo que a comissária anunciasse: "NOSSO TEMPO DE VOO SERÁ DE...", ela abriu o jornal.

No termo em destaque, justifique o uso de: a) aspas.

R.: Espera-se que o aluno mencione o emprego das aspas pelo fato de o narrador indicar uma fala de outro personagem (ou citação); ou semelhante.

b) reticências.

R.: Espera-se que o aluno mencione o emprego das reticências pelo fato de o narrador indicar uma suspensão na fala; o aluno pode mencionar ainda que o conteúdo que virá após o trecho era irrelevante; ou semelhante.

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���� As questões a seguir se referem ao conto "A Cartomante", de Machado de Assis. 12- Leia o fragmento abaixo e responda às questões.

"Não queria arrancar-lhe as ilusões. Também ele, em criança, e ainda depois, foi supersticioso, teve um arsenal inteiro de crendices, que a mãe lhe incutiu e que aos vinte anos desapareceram. No dia em que deixou cair toda essa vegetação parasita, e ficou só o tronco da religião, ele, como tivesse recebido da mãe ambos os ensinos, envolveu-os na mesma dúvida, e logo depois em uma só negação total. Camilo não acreditava em nada. Por quê? Não poderia dizê-lo, não possuía um só argumento; limitava-se a negar tudo. E digo mal, porque negar é ainda afirmar, e ele não formulava incredulidade; diante do mistério, contentou-se em levantar os ombros, e foi andando".

(ASSIS, Machado de. A cartomante. In: Machado de Assis: seis contos escolhidos e comentados por José Mindlin. Rio de Janeiro: José Olympio, 2008. p. 46-47)

a) O que significa "um arsenal inteiro de crendices"?

R.: Espera-se que o aluno mencione um conjunto de crenças e superstições que fizeram parte da vida de Camilo em sua infância; ou semelhante. b) Explique a diferença na grafia das ocorrências "Por quê?" e "porque" destacadas no texto.

R.: Espera-se que o aluno mencione que o primeiro é interrogativo localizado ao final da frase e o segundo é explicativo; ou semelhante.

13- Indique a alternativa em que a pontuação adotada não alterará o sentido do fragmento.

Aparentemente ela continuava absorvida na leitura.

(A) Aparentemente ela continuava, absorvida, na leitura. (B) Aparentemente ela continuava, absorvida na leitura. (C) Aparentemente ela continuava absorvida, na leitura. (D) Aparentemente, ela continuava absorvida na leitura. (E) Aparentemente ela, continuava absorvida na leitura.

Texto 2

UNS BRAÇOS (fragmento)

Não foi; sentiu-se agarrado e acorrentado pelos braços de D. Severina. Nunca vira outros tão bonitos e tão frescos. A educação que tivera não lhe permitia encará-los logo abertamente, parece até que a princípio afastava os olhos, VEXADO. Encarou-os pouco a pouco, ao ver que eles não tinham outras mangas, e assim os foi descobrindo, mirando e amando. No fim de três semanas eram eles, moralmente falando, as suas TENDAS DE REPOUSO. Aguentava toda a trabalheira de fora, toda a melancolia da solidão e do silêncio, toda a grosseria do patrão, pela única PAGA de ver, três vezes por dia, o famoso par de braços.

(ASSIS, Machado de. Uns braços. In: Contos de Machado de Assis. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2012. p. 189.)

14- No fragmento, o que significa "vexado"?

R.: envergonhado, incomodado

15- Por que o fragmento fala em "tendas de repouso" e "paga"?

R.: Espera-se que o aluno mencione que, para Inácio, ver os braços de D. Severina era como uma recompensa, como um momento em que todo o esforço do trabalho e da submissão a Borges vale a pena; ou semelhante.

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16- O que esse fragmento revela em relação ao enredo?

R.: Espera-se que o aluno mencione que se trata do momento em que o jovem Inácio se apresenta encantado por D. Severina; ou semelhante.

17- Justifique o uso da vírgula em:

a) "Aguentava toda a trabalheira de fora, toda a melancolia da solidão e do silêncio, toda a grosseria do patrão [...]

R.: Espera-se que o aluno mencione que as vírgulas separam itens de funções sintáticas idênticas – objeto direto.

b) "[...] pela única paga de ver, três vezes por dia, o famoso par de braços."

R.: Espera-se que o aluno mencione que as vírgulas estão isolando um adjunto adverbial deslocado.

Texto 3

MARESIA

O meu amor me deixou levou minha identidade não sei mais bem onde estou nem onde a realidade. Ah, se eu fosse marinheiro 5 era eu quem tinha partido mas meu coração ligeiro não se teria partido ou se partisse colava com cola de maresia 10 eu amava e desamava sem peso e com poesia. Ah, se eu fosse marinheiro seria doce meu lar não só o Rio de Janeiro 15 a imensidão e o mar leste oeste norte sul onde um homem se situa quando o Sol sobre o azul ou quando no mar a Lua 20 Não buscaria conforto nem juntaria dinheiro um amor em cada porto Ah, se eu fosse marinheiro.

CICERO, Antonio. Maresia. In: A lua no cinema e outros poemas / organização Eucanaã Ferraz.

São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 62. 18- No fragmento "não sei mais bem onde estou / nem onde a realidade" (versos 3 e 4), que termo

está omitido?

R.: A forma verbal "está".

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19- Utilizando trechos do poema, explique o duplo sentido do verbo "partir" na segunda estrofe.

R.: Espera-se que o aluno mencione que, no verso "era eu quem tinha partido", o sentido é de fuga, saída do eu-lírico; já no verso "não se teria partido", o sentido é de um coração que se quebrara, que sofrera uma perda amorosa.

20- O que significa "colar com cola de maresia" (semelhante aos versos 9 e 10)?

R.: Espera-se que o aluno relacione o ato de colar com a resolução de um problema, em que a maresia se refere ao ambiente que o eu-lírico buscaria para "resolver" o coração partido: o mar, para onde ele teria ido se fosse marinheiro; ou que o mar cura a dor do eu-lírico, como cola juntando os pedaços (ou resposta semelhante).

21- Que verso do poema parece reforçar a hipótese levantada pelo eu-lírico em "eu amava e desamava / sem peso e com poesia" (versos 11 e 12)?

R.: "um amor em cada porto" 22- Que marca textual garante que a continuidade lógica da estrofe 4 é marcada pela estrofe 6?

R.: Espera-se que o aluno mencione o uso do futuro do pretérito ("buscaria", "juntaria"), como se apontasse a continuação de "se eu fosse marinheiro".

23- Explique a relação existente entre os versos "mas meu coração ligeiro" (v. 7) e "eu amava e

desamava" (v. 11).

R.: Espera-se que o aluno mencione o coração do eu-lírico ter a capacidade de passar rápido de um amor para outro; ou de não passar tanto tempo sofrendo por amor; ou de se recuperar rápido das dores de um amor; ou semelhante.

24- Reescreva o verso 17 com sinais de pontuação adequados segundo a gramática normativa. Em

seguida, justifique a pontuação adotada.

R.: "leste, oeste, norte e sul" ou "leste, oeste, norte, sul". Espera-se que o aluno mencione o fato de apresentar uma enumeração de itens (no caso, os pontos cardeais.

25- A alternativa que mais se aproxima do sentido da última estrofe é:

(A) Buscaria um amor em cada porto porque não buscaria conforto, nem juntaria dinheiro. (B) Não buscaria conforto, nem juntaria dinheiro. Pelo contrário, buscaria um amor em cada porto. (C) Buscaria um amor em cada porto, já que não buscaria conforto, nem juntaria dinheiro. (D) Não buscaria conforto, nem juntaria dinheiro. Por isso, buscaria um amor em cada porto. (E) Buscaria um amor em cada porto, enquanto não buscaria conforto, nem juntaria dinheiro.

26- Tomando por base o contexto, qual a função sintática do termo destacado no verso "UM AMOR

em cada porto" (v. 23)?

R.: Objeto direto 27- A construção "Ah, se eu fosse marinheiro" se repete em alguns versos. O sentido dessa construção

nos diferentes momentos do texto é de:

(A) surpresa. (B) explicação. (C) lamento. (D) tristeza. (E) indignação.

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28- A única alternativa que, se fosse usada para substituir o termo destacado no verso "eu amava e DESAMAVA" (v. 11), alteraria significativamente o sentido usado no texto é:

(A) odiava a pessoa. (B) deixava de amar. (C) não mais amava. (D) abandonava o amor. (E) perdia a afeição.

29- Reescreva o fragmento, substituindo o termo em destaque por outro de sentido equivalente. Faça

as adaptações necessárias.

Ah, se eu fosse marinheiro / seria DOCE meu lar [...]

R.: agradável; bom; ótimo, etc. 30- Reescreva o último verso do poema, alterando os sinais de pontuação, mas mantendo o mesmo

sentido usado no texto.

R.: "Ah, seu eu fosse marinheiro..." – com reticências. Texto 4

NA CONTRAMÃO DA HISTÓRIA Ao entrar na rodovia ficou surpreso em ver um carro vindo em sua direção – e aquela era uma

pista de mão única. Acenou nervosamente para o motorista para que desviasse, e aí nova surpresa: o homem também lhe acenava, com o mesmo propósito. Passaram um ao lado do outro, de raspão. "Contramão!", ele gritou indignado. O motorista do outro carro também gritou: "Contramão!"

Ele mal se refizera do susto quando, de novo, avistou um veículo – um caminhão – igualmente em sentido contrário ao seu. E logo uma moto, uma van, e carros de passeio, e um ônibus – todos na contramão. Meu Deus, ele se perguntava, o que estará acontecendo? Será que todo mundo enlouqueceu nesta rodovia, neste estado, neste país? A dúvida então lhe ocorreu: não seria ele o errado? Não estaria ele na contramão?

Não. Ele não estava na contramão, disso tinha absoluta certeza. Conhecia bem aquela rodovia, era um caminho habitual para ele. Teria havido, sem que ele soubesse, uma inversão de pistas? Talvez, mas isso não lhe tirava a razão. Uma alteração tão significativa deveria ter sido previamente divulgada; e teria sido necessário colocar avisos na rodovia.

Não. Ele estava certo, e continuaria em seu rumo, mesmo que todos os outros fizessem o contrário. Não seria a primeira vez na História que tal aconteceria. Afinal, Galileu Galilei tinha sido condenado pela Inquisição por dizer que a Terra girava em torno do Sol, quando todos afirmavam o contrário. Enfrentara corajosamente o julgamento, sem mudar de opinião. E ele não mudaria de pista. Continuaria dirigindo e fazendo sinais para os imprudentes até que todos se dessem conta da verdade.

Não demorou muito e foi detido pela polícia. O que ele aceitou com resignação. A conspiração não era só dos motoristas, era das autoridades, dos seres humanos em geral. Um dia, porém, a Verdade apareceria naquela estrada. Avançando celeremente, e na mesma mão em que ele estava.

(SCLIAR, Moacyr. Na contramão da História. In: Histórias que os jornais não contam. 2ª ed. Rio de Janeiro: Agir, 2009. p. 13-14.) (Adaptado)

31- A alternativa que melhor garante, no texto, o objetivo do fragmento "Uma alteração tão significativa

deveria ter sido previamente divulgada; e teria sido necessário colocar avisos na rodovia" (parágrafo 3) é:

(A) as autoridades sempre agem de maneira inadequada. (B) os demais motoristas correm considerável perigo. (C) um acidente é, inevitavelmente, o resultado da falta de aviso nas vias. (D) o homem busca isentar-se de uma eventual culpa. (E) a chance de acidentes diminuírem está na correta informação em uma via.

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32- No 4º parágrafo, qual a estratégia do homem para afirmar que estava certo?

R.: Espera-se que o aluno mencione o homem ter comparado seu caso ao de uma importante figura histórica, Galileu; e que em ambas as situações (ainda que de diferentes pesos para a História) teria havido injustiça.

33- No 5º parágrafo, qual o efeito de sentido causado pelo fragmento "Não demorou muito e foi detido

pela polícia" em relação ao parágrafo anterior?

R.: Espera-se que o aluno mencione que, após um discurso carregado de solenidade e importância de seu ato, há uma volta à realidade do cotidiano, aparentemente desfavorável ao homem: a detenção por parte da polícia; ou resposta semelhante.

34- No fragmento "O que ele aceitou COM RESIGNAÇÃO", a alternativa que substitui o termo em

destaque mantendo o contexto apresentado é:

(A) conformado. (B) incomodado. (C) preocupado. (D) questionado. (E) enojado.

35- Reescreva o fragmento, substituindo o termo em destaque por outro de sentido equivalente. Faça

as adaptações necessárias.

Ele MAL se refizera do susto quando, de novo, avistou um veículo [...] R.: ...se refizera há pouco tempo... 36- Observe o fragmento a seguir, extraído do 5º parágrafo.

Um dia, porém, a Verdade apareceria naquela estrada. Avançando CELEREMENTE, e na mesma mão em que ele estava.

a) O que o uso de maiúscula na palavra "Verdade" sugere?

R.: Espera-se que o aluno mencione que o termo aqui está usado como verdade absoluta, com grandiosidade, sugerido pelo uso de maiúscula; ou resposta semelhante. b) Reescreva o fragmento, substituindo o termo em destaque por outro de sentido equivalente.

Faça as adaptações necessárias.

R.: rapidamente; velozmente; ligeiramente c) O que significa "na mesma mão em que ele estava"?

R.: Espera-se que o aluno mencione que a expectativa do homem é de que, um dia, a verdade esteja ao seu lado; ou que os fatos comprovarão que ele estava certo; ou semelhante.

37- Para cada um dos fragmentos a seguir, explique o emprego de:

a) aspas e ponto de exclamação em "Contramão!", ele gritou indignado (parágrafo 1).

R.: As aspas se referem a uma fala citada pelo narrador. O ponto de exclamação se justifica porque esta fala é um grito.

b) travessões em avistou um veículo – um caminhão – igualmente em sentido contrário ao seu.

(parágrafo 2).

R.: Os travessões estão isolando o aposto explicativo "um caminhão".

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c) vírgula em Meu Deus, [...] o que estará acontecendo? (parágrafo 2).

R.: A vírgula está isolando o vocativo. 38- Indique a função sintática dos termos destacados nos fragmentos a seguir, todos extraídos do 3º

parágrafo.

a) "Ele não estava NA CONTRAMÃO, disso tinha absoluta certeza."

R.: Adjunto adverbial b) "Conhecia bem AQUELA rodovia, era um caminho habitual para ele."

R.: Adjunto adnominal c) "Teria havido, sem que ele soubesse, uma inversão DE PISTAS?"

R.: Complemento nominal d) "Talvez, mas isso não lhe tirava A RAZÃO."

R.: Objeto direto e) UMA ALTERAÇÃO TÃO SIGNIFICATIVA deveria ter sido previamente divulgada; e teria sido

necessário colocar avisos na rodovia.

R.: Sujeito simples

MCS/1809/BANCO DE QUESTOES/PORTUGUES/2018/PORTUGUES - 8o ANO - 3a ETAPA - 2018.doc