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MAIO DE 2013 ESPECIAL EXPOINGÁ Cooperativas superam orçamento de municípios ricos Página 10 Agropecuária sustentável pauta feira de Maringá Páginas 6 e 7 INTEGRAR PARA DESENVOLVER Páginas 14 a 17 O gado se rende aos grãos e agora divide espaço com a soja no Arenito Caiuá, a última grande fronteira agrícola do Paraná. Apesar das resistências, o sistema de integração dobra a produtividade da pecuária e confere às lavouras do Noroeste rendimento similar ao das regiões de excelência em produção.

Especial Expoingá 2013

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Revista editada pela equipe de Agronegócio da Gazeta do Povo.

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Page 1: Especial Expoingá 2013

MAIO DE 2013eSpeCiaL eXpoingÁ

Cooperativas superam orçamento de municípios ricos página 10

Agropecuária sustentável pauta feira de Maringá páginas 6 e 7

INTEGRAR PARADESENVOLVER

Páginas 14 a 17

o gado se rende aos grãos e agora divide espaço com a soja no arenito Caiuá, a última grande fronteira agrícola do paraná. apesar das resistências, o sistema de integração dobra a produtividade da pecuária e confere às lavouras do noroeste rendimento similar ao das regiões de excelência em produção.

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4 GAZETA DO POVO Maio de 2013AGRONegócio

[editorial

Sejam todos bem-vindos a mais uma feira agropecuária, comercial e industrial do Paraná. Um evento realizado em Maringá, que é do Norte e Noroeste do estado, mas que também é do Paraná e do Brasil. Não é a maior, nem

a menor, é a Expoingá, com identidade e personalidade que dis-pensam comparações. Ela é única e singular, o que não tem nada a ver com vaidade ou pretensão. São atributos e características regionais que a Sociedade Rural de Maringá (SRM) se esforça para traduzir em 11 dias de programação.

A exposição tem um pouco do que pensa, faz, vive e planeja não apenas a diretoria ou então os associados da SRM, mas a sociedade organizada onde a feira está inserida. E quem diz isso não sou eu ou o presidente da entidade. É a programação técnica, política, social, cultural e de entretenimento, que envolve o público e o pri-vado, o campo e a cidade, a região, o estado e o país. Porque o agronegócio é assim, agregador, otimista por natureza, um instru-mento nato e cada vez mais imprescindível ao desenvolvimento sustentável da atividade, do negócio e do cidadão.

Uma diversidade de abordagens que o próprio tema, “Semeando Sustentabilidade”, tem dificuldade de abraçar. E nem poderia. Até porque, a ideia é provocar, envolver, ditar tendências e, principalmente, inovar. Um conceito e estratégia que de certa forma estão implícitos à feira, de que ser sustentável não é apenas, mas também preservar o meio ambiente. O mundo demanda, sim, preservação e consciência ambiental. A interpretação, porém, requer uma análise mais ampla e ainda mais responsável, que está na sustentabilidade econômica e ambiental.

E é na tentativa de agregar ao debate e à mobilização em torno do tema que o Agronegócio Gazeta do Povo lança a revista Especial Expoingá. Entre outros assuntos pertinentes à feira e ao agronegócio, a publicação traz uma reportagem especial sobre o Arenito Caiuá, região que se transformou em um ícone de persistên-cia, superação e renovação da agricultura, da pecuária e da economia do Noroeste do estado, a última e grande fronteira agrícola do Paraná.

Boa leitura! Boa feira! Bons negócios!

Giovani Ferreira, Coordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do [email protected]

Dispensa comparações[expoingá [índice

eXpediente

A revista Agronegócio é uma publicação da Editora Gazeta do Povo. Diretora de

Redação: Maria Sandra Gonçalves. Edito r Execu tivo: Giovani Ferreira. Edição: José Rocher.

Edito r Execu tivo de Imagem: Marcos Tavares. Edito res de Arte: Alexandre L. De Mari,

Carlos Bovo e Dino R. Pezzole. Projeto Gráfico: Dino R. Pezzole, Joana dos Anjos e Marcos

Tavares. Diagra ma ção: Renata Silveira. Tratamento de Imagem: Edilson de Freitas. Foto

Capa: Ivonaldo Alexandre. Re da ção: (41) 3321-5050. Fax: (41) 3321-5472. Co mer cial: (41)

3321-5904. Fax: (41) 3321-5300. E-mail: [email protected] Site: www.agrogp.

com.br. Endereço: R. Pedro Ivo, 459. Curitiba-PR. CEP: 80.010-020. Não pode ser vendido

separadamente. Impressão e acabamento: Gráfica Serzegraf

cia, superação e renovação da agricultura, da pecuária e da economia do Noroeste do estado, a última e grande fronteira agrícola do Paraná.

FeIra e otIMIsMo

MaIs Potentes Que MunIcÍPIos

etanol lucratIVo

janela PortuÁrIa

MarIngÁ InterlIgada

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22

A exposição agropecuária de Maringá deve refletir o bom momento da produção de grãos no Noroeste

Cinco cooperativas arrecadam mais que o dobro do orçamento das cinco prefeituras mais ricas do Paraná

A safra de cana está crescendo e a indústria deve elevar bem mais a produção de combustível do que a de açúcar

As obras nos portos do Arco Norte vão aliviar, a partir de 2014, a carga de grãos escoada por Paranaguá e Santos

Investimentos em rodovias e em terminal de transbordo ferroviário prometem reforçar vantagens logísticas

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5GAZETA DO POVO AGRONegócio

Integração atestada Dez anos de experiências bem-sucedidas dão respaldo ao cultivo de grãos no Arenito Caiuá14 a 17

FrutIcultura Laranja atravessa fase difícil, mas com promessa de reação

Palco sertanejo Confira atrações que sustentam previsão de 500 mil visitas à Expoingá

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Christian Rizzi/Gazeta do Povo

Osmar Nunes/Gazeta do Povo

[destaques

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6 GAZETA DO POVO Maio de 2013AGRONegócio

Cassiano RibeiRo

:: A colheita da supersafra de grãos chegou ao fim nos campos da região de Maringá, com média de 3,2 mil qui-los por hectare de soja e avanço de 35% em relação à produtividade do ano passado. Mas, para os setores da economia que têm seu desempenho definido pelos resultados do agrone-gócio, o trabalho está apenas come-çando, e em clima de otimismo. A alta produtividade das lavouras e os pre-ços estáveis dos grãos prometem con-tagiar os negócios na 41.ª edição da Expoingá, que ocorre de 9 a 19 de maio no Parque Francisco Feio Ribeiro.

O evento funciona como turbina para a economia do Noroeste parana-ense. Em onze dias, mais de 900 expositores estarão mobilizados para prospectar clientes, estreitar relacio-namentos e fechar negócios. A expec-tativa é que mais de 500 mil pessoas marquem presença na feira, que pre-tende pensar e planejar o futuro da cidade e do campo. O tema deste ano é Semeando Sustentabilidade (leia entrevista na próxima página).

A feira deve movimentar R$ 260 milhões, com aumento de R$ 50 milhões em dois anos, segundo a Sociedade Rural de Maringá (SRM). “O momento é oportuno para inves-timentos em novas tecnologias, para quem quer conhecer o que há de ponta no mercado”, avalia Wilson

Entre os dias 9 e 19, feira de Maringá deve movimentar R$ 260 milhões

em negócios. Edição número 41 ocorre em ano de safra cheia no Noroeste

Em cartaz, a agropecuária revigorada

[expoingá

35% maissoja. Esse foi o incremento nos 230 mil hectares cultivados na região de Maringá nesta temporada, depois da quebra climática de 2011/12.

Filho, presidente da entidade.A feira é uma das maiores e mais

abrangentes do país, aponta. “Temos desde curso de enfeite de compotas até um seminário que debate a inte-gração de lavoura com pecuária e f lorestas, além de workshop para discutir a participação do nosso seg-mento dentro de países como os Estados Unidos e a China.”

Ao todo serão 60 eventos técnicos (41 cursos e palestras, além de encon-tros setoriais e seminários) – grande parte voltada à pecuária, atividade forte na região. Animais de genética de ponta serão julgados na Expoingá, que terá ainda 13 leilões, incluindo gado de elite.

Andy Iore/Arquivo/Gazeta do Povo

Walter Fernandes/Gazeta do Povo

Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Divulgação

Serviço

Leia sobre agenda técnica na página 26 e sobre

entretenimento nas páginas 28 e 29.

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7GAZETA DO POVO AGRONegócio

Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

:: A sustentabilidade, tema central da Expoingá neste ano, exige mais atitude e compromisso do agronegó-cio e da comunidade urbana. A ava-liação é de Wilson de Matos Silva Filho, presidente da Sociedade Rural de Maringá (SRM), organizadora do evento. O desenvolvimento econô-mico está diretamente ligado a ações práticas de preservação do ambiente, defende. Há dez anos fomentando discussões internas, ele assumiu a presidência da entidade disposto a ampliar o debate sobre o assunto, num projeto pessoal que envolve a formação de novos líderes entre os filhos dos agropecuaristas.

Como a expoingá vai trabalhar com o tema Semeando Sustentabilidade?Sabemos que é um desafio e tanto, mas compensador ao final. É plantar um presente que garanta a subsistência das novas gerações. A Exposição incentiva a conscientização de expositores, colaboradores, visitantes e todos os envolvidos na realização da feira, através dos três R’s da sustentabilidade [Reduzir; Reutilizar e Reciclar]. Isto é, desenvolver ações para reduzir o consumo de papel, água e energia, promover e despertar medidas eficientes para reutilização e reciclagem dos materiais. A gente sabe que haverá uma economia na utilização desses recursos naturais.

Como a feira vai abordar a expan-são dos grãos e da pecuária?Nós procuramos valorizar todos os segmentos do agronegócio, seja pecuária ou agricultura. Historicamente as sociedades rurais se fortaleceram com a presença dos pecuaristas, mas nossa região é mista e está investindo muito na agricultura. Entendemos que a feira tem o papel de ajudar no fomento de todo o setor. A gente evidencia o que tem de última tecnologia em maquinários agrícolas,

Feira propõe engajamento com o meio ambiente

“Agora a questão é o compromisso social. O agronegócio está comprometido com a sustentabilidade. Cabe à minha geração dar continuidade a este processo.”Wilson de Matos Silva Filho, presidente da Sociedade Rural de Maringá.

raças da pecuária. O Paraná é referência em integração lavoura, pecuária e f loresta. Temos o maior número de experiências que estão dando certo. É uma escola para o Brasil. Estamos voltando a discutir esse tema.

Qual a participação do cooperati-vismo nesse cenário da região?O diferencial de Maringá se deu por uma questão histórica, em que se preservou cooperativismo e o associativismo. Temos uma das maiores associações comerciais do Brasil, com mais de 5 mil membros. Temos a segunda maior cooperativa agrícola do Brasil [Cocamar] – um

exemplo do potencial do setor. Se nossa região conta com o potencial econômico que tem hoje, o setor rural contribuiu de forma decisiva.

Qual o papel da geração atual?O desafio nosso é fazermos por Maringá, pelo Norte do Paraná, o que os desbravadores fizeram. Transformaram um espaço de difícil acesso numa potência, uma referência nacional. Agora a questão é o compromisso social. O agronegócio está comprometido com essa realidade, tem investido nessa visão da sustentabilidade. Cabe à minha geração dar continuidade a este processo.

ENTREVISTA

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8 GAZETA DO POVO Maio de 2013AGRONegócio

passado. Com ampla oferta, a cadeia produtiva teve de suportar a alta nos custos da ração. Somente após o mês de agosto, com ajustes na produção, o mercado voltou a se equilibrar. No balanço de 2012, o valor das exporta-ções de carne de frango in natura caiu 4,7% em relação a 2011 (de US$ 7 bilhões para US$ 6,7 bi), mas houve alta de 10,4% no valor dos embar-ques de produtos industrializados (US$ 433 milhões para US$ 478 mi), conforme a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

O movimento, que indicava uma retomada, mudou de direção. No pri-meiro trimestre desse ano, as expor-tações totais recuaram 7,9% em volu-me na comparação com 2012. E ape-sar do valor dos embarques ter subi-do 2,6% no período, a remuneração vem caindo. “As exportações não estão tão boas. O Japão, que é um importante importador, está em recessão e isso reflete no resultado do setor”, afirma Fernando Iglesias,

analista da Safras & Mercado.No Paraná, o preço médio de R$

2,46 pelo quilo do frango vivo conso-lidado em dezembro animou a avi-cultura. Porém, as baixas chegaram a 20%. O recuo médio de março é de 5%, considerando as cotações da vira-da do ano. Segundo Heloísa Xavier, analista de mercado da Jox Assessoria, parte dessa queda é explicada pelo excesso de oferta. “Há fragilidade nos preços e o mercado ainda não encon-trou um ponto de equilíbrio.”

No curto prazo, Iglesias avalia que os preços devem continuar caindo, com possibilidade de recuperação no segundo semestre, mas não nos mes-mos níveis do fim de 2012. Apesar disso, ele destaca que, se a oferta con-tinuar crescendo, há risco mais sério no longo prazo. “Se a safra nos Estados Unidos e no Brasil for boa, com disponibilidade de grãos a custo baixo, pode haver um estímulo a aumentar a produção, o que pode ser um erro”, aponta.

Após ano crítico, a queda nas

exportações registrada no primeiro

trimestre e as cotações em baixa

redobram desafio do setor

Mercado adia recuperação da avicultura

[vendas contidas

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igoR Castanho

::A avicultura está levando mais tem-po que o previsto para voltar à linha de crescimento. Após um 2012 críti-co, com alta nos custos e queda nos preços, o setor começou a se recupe-rar no final do ano passado. Mas, nos primeiros meses deste ano, o merca-do perdeu fôlego. O preço médio pago pela carne vem caindo, acom-panhado de uma redução no volume de exportações. O cenário invoca as lições aprendidas com a última crise e põe o setor em estado de alerta.

O excesso de carne no mercado foi o grande vilão do mercado no ano

Crescimento na produção de grãos reduz custos da cadeia de carnes e estimula aumento na oferta de frangos.

Jona

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Gaz

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do P

ovo Indústria de carne

ainda não recuperou ponto de equilíbrio entre oferta e demanda, afirmam os especialistas.

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10 GAZETA DO POVO Maio de 2013AGRONegócio

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Industrialização amplia área geográfica de atuação do cooperativismo.

Luana gomes

:: Coração do agronegócio no Paraná, o cooperativismo mostra sua força também fora do campo. Crescendo a taxas chinesas, o sistema forma empre-sas multibilionárias cujo faturamento supera não apenas a arrecadação dos municípios em que estão instaladas, mas também o orçamento da própria capital do estado.

Em 2012, ano de quebra de safra e crise na pecuária, a receita bruta das cooperativas agropecuárias do Paraná deu um salto de 19% e alcançou a R$ 38,5 bilhões. Para 2013, considerando avanço similar, pode chegar a R$ 45 bilhões. Juntas, as cinco maiores coo-perativas faturaram US$ 17,2 bilhões no ano passado, mais do que o dobro da receita das cinco prefeituras que detêm os maiores orçamentos do estado.

Sediada em um município de 87 mil habitantes, a Coamo ostenta fatu-ramento 35 vezes superior ao da prefei-tura de Campo Mourão. No ano passa-do, arrecadou R$ 7,15 bilhões – 40% mais do que a prefeitura de Curitiba. Para fazer frente à maior cooperativa da América Latina, seria preciso somar ao orçamento da capital a receita de Londrina, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa. Quase sete vezes mais potente que a prefeitura de Palotina, a C.Vale, a segunda do ranking bilionário, tem arrecadação que encobre o saldo das prefeituras de Londrina, Maringá, Araucária e Cascavel.

O segredo do sucesso começa no campo, mas vai muito além da portei-ra. Passa pelas linhas de produção das agroindústrias e acaba na mesa do con-sumidor. “Querendo ou não, tudo vai desembocar no varejo. É um ramo de

Cinco maiores cooperativas

agropecuárias arrecadam mais

que o dobro do orçamento das

cinco prefeituras mais ricas no PR

Cooperativas desbancam prefeituras[faturamento

atuação que não estava, originalmen-te, no nosso DNA, mas que tem sido fundamental”, pontua Robson Mafioletti, assessor técnico e econômi-co da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).

“No varejo, diferente das outras áre-as em que atuamos, não há limitação geográfica. E tem outra virtude muito

grande, que é a constância na comer-cialização”, diz o superintendente da área de Negócios da Cocamar, José Cícero Aderaldo. “Nas commodities, a margem bruta às vezes é até superior, mas o faturamento com a venda de grãos fica sujeito à sazonalidade da produção agrícola, o que não ocorre no varejo”, reforça Mafioletti.

lídERES Em RENdA

veja comparação entre as cinco cooperativas que mais faturam e as cinco prefeituras com maior orçamento no paraná:

Orçamento 2012 Faturamento 2012

Curitiba R$5,11 Coamo R$7,15 Londrina R$1,10 C.Vale R$3,26 Maringá R$0,77 Cocamar R$2,36 Araucária R$0,73 Lar R$2,29 Cascavel R$0,62 Agrária R$2,10 Total R$8,34 Total R$17,16 em bilhões de reaisFonte: Prefeituras e cooperativas.

“O varejo tem sido funda-mental para apoiar o crescimento sustentável do cooperativismo. É um nicho de mercado que as nossas coope-rativas estão aprendendo a explorar muito bem.”

robson Mafioletti, assessor técnico e econômico da Ocepar.

17%de aumento no faturamento em 2012 foram registrados pela Cocamar, que está completando 50 anos. Dos R$ 2,3 bilhões arrecadados, 28% vieram do varejo, com ampliação e sofisticação dos produtos disponíveis nos supermercados.

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Jona

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Equipe avalia lavouras com viagens às regiões produtoras.

SondageM

Os desafios e oportunidades do mercado de milho estão sendo discutidos

pela Expedição Milho Brasil 2013. Idealizado pelo Núcleo de Agronegócio

da Gazeta do Povo em parceria com a consultoria INTL FCStone e o

Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o projeto

conta com o apoio do Sicredi, Montana e Perfipar. Técnicos e jornalistas

pecorreram cinco estados e o resultado da sondagem pode ser acompa-

nhado em www.agrogp.com.br.

ExpEdIção mIlho bRASIl

Safrinha ameaça agravar a pressão sobre os preços

Luana gomes

A colheita da maior safra de milho da história brasileira em 2012/13 (com saldo estimado em 77 milhões de toneladas) amplia as sobras no mercado interno. Com o consumo doméstico estabilizado em 52 milhões de toneladas, as exportações serão a principal válvula de escape da pressão sobre os preços, que deve se agravar a partir de agosto. Os embarques, no entanto, estão perdendo ritmo em pleno escoamento da safra de verão. E, quanto maior a colheita de inverno, mais difícil será equilibrar oferta e demanda nesta temporada.

“Não há outra alternativa. Vamos ter boa produção interna e há necessidade de exportação para enxugar o excedente. Mas embarcar 15 milhões de toneladas, só com muito PEP [Prêmio de Escoamento da Produção]”, crava o analista da FCStone Étore Boroni. O setor teve maior espaço no mercado internacional no último ano devido à quebra registrada nos EUA, mas não pode contar com nova catástrofe climática. “Se colherem uma safra normal, entre 330 milhões e 350 milhões de toneladas, os EUA conseguem dobrar seus estoques, e isso vai derrubar os preços no segundo semestre”, sentencia Boroni.

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[lavoura e pecuária

Lavouras de até 4 mil quilos por

hectare de soja e 8 mil quilos por

hectare de milho, pastagens com

até quatro bois de corte por

hectare, além de laranja, café e

mandioca. São números,

rendimentos e diversidade de dar

inveja, resultado de experiências

bem-sucedidas no Arenito Cauiá,

no Noroeste do Paraná. Região de

solo arenoso, a última fronteira

agrícola do estado atesta seu

potencial na produção agrícola

Década de testes aprova integração

Chr

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O agropecuarista Gérson Magnoni Bortoli com seu neto Gabriel, de 3 anos: pecuária bem casada com agricultura fez do produtor o campeão de produtividade na soja em pleno Arenito Caiuá, com rendimento monitorado de 4,47 mil quilos por hectare.

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15GAZETA DO POVO AGRONegócio

Plantio de grãos sobre pastagem rende aos criadores de gado até três “safras” ao ano.

José RoCheR

:: O Arenito Caiuá não tem mais dúvi-da. Depois de uma década de experi-mentos, o cultivo integrado de pasta-gens, grãos e florestas tem aval de téc-nicos e produtores. Os resultados de áreas que renderam mais de 4 mil quilos de soja por hectare nesta safra prometem estimular a adoção do siste-ma. A renda com a produção de grãos representa um bônus para quem faz o rodízio com a intenção de renovar o pasto – as áreas degradadas ainda representam dois terços das pastagens.

A marca atingida pelo produtor Gérson Magnoni Bortoli – 4,47 mil quilos por hectare – vem sendo consi-derada a prova definitiva da viabilida-de da integração. Ele venceu concurso de produtividade na microrregião de Umuarama com marca superior à do grupo que concorria no entorno de Maringá, onde há solos mais argilosos e naturalmente mais férteis.

“Na área de 6 hectares que inscrevi no concurso da Cocamar não faltou chuva, o que ajudou”, relata. A média dos 365 hectares dedicados à oleagino-sa ficou em 3,2 mil quilos por hectare, duas sacas a mais do que a média esta-

AbRANGÊNCIA

Área integrada está crescendo, mas tem tamanho desconhecido

Pelo menos 1 milhão de hectares de pastagens da região do Arenito Caiuá podem ser renovadas com o cultivo de grãos, que deixa o solo mais fértil para as gramíneas que alimentam o gado. Essa área é imensamente maior que a usada atualmente na produção integrada. Os projetos consolidados pela cooperativa Cocamar somam 13 mil hectares (5 mil de lavouras e o restante de pastagem e florestas) e estão em expansão. Os órgãos do governo não arriscam projeções para as áreas que alternam pecuária e agricultura. (JR)

dual. Agora, 55% dessa área estão virando pastagem e 45% são dedicados ao milho. O agropecuarista engorda 300 bois ao ano.

As lavouras do sistema de integra-ção que enfrentaram seca renderam até o dobro das áreas dedicadas apenas ao cultivo de grãos, relata o agropecu-arista Cesar Formighieri, referência na adoção do sistema. Ele registrou médias de 2,47 mil e 2,6 mil kg/ha em

lavouras de Douradina e Maria Helena, respectivamente. O Noroeste cultivou 190 mil hectares de soja na temporada 2012/13 e alcançou 2,8 mil quilos por hectare em média, conforme o Departamento de Economia Rural (Deral). A área cresceu 4% e a produti-vidade foi 50% maior, na comparação com 2011/12, quando as zonas com estiagem não foram exceção, mas sim a regra.

Hugo Harada/Gazeta do Povo

TERRA DO PASTOO Arenito Caiuá abrange 107 municípios e tem 76% desua área com pastagens, 16% com lavouras, 6% comflorestas e 6% com outros usos.

Fonte: Seab. Infografia: Gazeta do Povo.

3,2 milhões de hectaresde solo arenoso. Aspastagens cobrem 2,3milhões de hectares, masdois terços são áreasdegradadas.

200 km

Abrangência:107 municípios

Curitiba

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16 GAZETA DO POVO Maio de 2013AGRONegócio

:: A integração lavoura-pecuária-flo-resta (ILPF), que renova o Noroeste do Paraná, vai além da alternância de culturas e exige avaliação de cada pro-priedade, explica o agrônomo Rafael Franciscatti dos Reis, da cooperativa Cocamar. Experiências como a do pro-dutor Cesar Formighieri – que culti-va grãos dois anos seguidos depois de dedicar igual período à pecuária– são indicadas para parte das fazendas.

O produtor Gérson Bortoli Magnoni faz alternância assimétrica, mas diz que o sistema é mais simples do que parece. Na fazenda Flamboyant, no verão, cultiva 375 hectares de soja e 60 de pasto. No inverno, a área da oleagi-nosa recebe milho (160 hectares) e pas-tagem (215 hectares). No meio do milho, é semeada braquiária, que cres-ce após a colheita do cereal. Os 60 hec-

Sistema tem receita diferente para cada fazenda

Hugo Harada/Gazeta do PovoChristian Rizzi/Gazeta do Povo

Da lavoura, sai alimento para o gado...

Demanda urbanaA integração da pecuária com lavouras e florestas melhora a distribuição de renda nas cidades, avaliam os técnicos da região de Umuarama. A escassez de mão de obra para trabalhar na produção de mandioca, de café e para pilotar máquinas da agricultura de precisão, por exemplo, é indício de que os resultados do sistema chegam à zona urbana, aponta o secretário municipal de Agricultura, Antonio Carlos Fávaro. O município tem registrado abertura de até 400 vagas ao mês, quarto maior índice do estado, atrás apenas das marcas de Curitiba, Maringá e Cascavel. O aumento da demanda por trabalhadores especificamente nas áreas de intregração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) não vem sendo monitorado. A mandioca e a soja estão se expandindo em áreas de pastagens, mas nem todas as fazendas adotam as orientações que configuram a ILPF.

Resistência ao custoApesar da série de vantagens da produção integrada de gado e grãos, a adoção do sistema evolui lentamente. “O pecuarista não questiona tecnicamente o sistema. Resiste porque a mudança exige um investimento alto”, afirma o agrônomo Rafael Franciscatti dos Reis, que coordena o programa de integração na cooperativa Cocamar. Em muitos casos, partir de áreas degradas para a produção de grãos é como começar do zero. É necessário avaliar o solo, corrigir, adubar, comprar máquinas, contratar mão de obra. Quando vêm de anos de crise na pecuária, os pecuaristas não têm recursos para bancar esse processo. Por outro lado, podem acessar linhas de crédito como a do programa Agricultura Baixo Carbono (ABC), com juros de 5% ao ano. O ABC tem meta de recuperar 15 mil hectares de pasto degradado e financiar 4 milhões de hectares de intregração lavoura-pecuária-floresta.

tares de pastagem do verão, dependen-do de seu rendimento, continuam com gramíneas no inverno, mas entram na escala da soja no ano seguin-te sempre que perdem rendimento.

A integração com f lorestas em áreas menos adequadas para lavou-ras e pastos permite autossuficiência de combustível para secagem de grãos, nos sistemas de integração mais avançados. Nada impede que o eucalipto seja vendido para a indús-tria de madeira. (JR)

Christian Rizzi/Gazeta do Povo

Lavouras cercam regiões urbanas e exigem qualificação dos trabalhadores.

R$ 2,3 milpor hectare é a renda bruta da soja no Arenito Caiuá em áreas que atingiram a média de 2,8 mil quilos por hectare. O desembolso necessário foi de R$ 1,2 mil/ha.

e da madeira, combustível para secar grãos.

Page 17: Especial Expoingá 2013

17GAZETA DO POVO AGRONegócio

Hugo Harada/Gazeta do Povo

Mário Wolf: proximidade com a pesquisa para intervenção imediata em pastagens.

:: As experiências que introduzem lavoura em áreas da pecuária e apro-veitam espaço para o cultivo de flo-resta criaram precedente. Novos siste-mas de integração estão sendo desen-volvidos no Centro-Oeste e aperfeiço-ados no Sul do país. O esforço resulta em modelos capazes de tornar mais rentáveis fazendas de grãos que já são tecnicamente viáveis.

Enquanto o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) testa o desempenho de novas variedades de gramíneas e tenta chegar a diretrizes aplicáveis a um grande número de propriedades no estado, a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa) concentra-se em estados como Mato Grosso e Goiás. O desafio é mostrar ao setor produtivo que os resultados da integração não se limitam às áreas de pastagens degradadas, defende o diretor-geral da Embrapa Agros-silvipastoril, João Flávio Veloso.

Essa unidade da Embrapa, espe-

Modelo se renova no Sul e no Centro-Oeste

cializada em sistemas integrados, funciona em Sinop, no Médio-Norte de Mato Grosso. Entrou em ativida-de no último ano e assume a missão de tornar a integração um passo tão importante quando o dado pelas pesquisas que viabilizaram o culti-vo de soja no Cerrado, quatro déca-das atrás.

Por enquanto, experiências con-solidadas como a do produtor Mário Wolf, em Nova Canaã do Norte, qua-se na divisa de Mato Grosso com o Pará, servem de laboratório para os pesquisadores. Na mesma fazenda em que cultiva 1,4 mil hectares de soja, ele cria gado e tem uma fábrica de ração animal. Com produtividade acima 3,5 mil quilos por hectare, faz questão de manter proximidade com os técnicos, para garantir interven-ção imediata em áreas de pasto que apresentam queda repentina na pro-dutividade. “As primeiras áreas de pastagens são de 1983. Temos que providenciar renovação em áreas que perdem rendimento ou apresen-tam problemas como ‘morte súbita’ das gramíneas.” Em sua avaliação, o aperfeiçoamento do sistema de inte-gração será constante. (JR)

REVIRAVolTA

Seca interrompeu plano de expansão

giovani FeRReiRa e José RoCheR

No início da década passada, a notícia de que a soja havia se tornardo viável no Arenito Caiuá levou incontáveis investidores à região. Muitos arrendaram e outros compraram terras, que na época custavam menos da metade dos preços atuais. Porém, a quebra de 2004/05 forçou o setor a recuar. “As dívidas impediram que a integração da pecuária com a lavoura se expandisse”, afirma o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Umuarama, Antonio Carlos Fávaro. Em sua avaliação, nesta década

os preços internacionais das commodities dão novo impulso às iniciativas, que agora incluem o cultivo de florestas.

“A pecuária precisa melhorar em termos de eficiência produtiva e a integração é o melhor caminho para isso”, aponta. A microrregião de Umuarama concentra um terço das experiências consolidadas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) do Noroeste. Ainda assim, as pastagens com menos de dois bovinos por hectare são comuns. Na ILPF, essa concentração é dobrada.

Os preços das terras na região de Umuarama dobraram na última década. Segundo a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento, estão em R$ 12

mil (áreas mecanizadas) e R$ 10 (mecanizável) por hectare. Ainda assim, no caso das áreas prontas para a produção de grãos, correspondem à metade dos valores praticados em polos agrícolas como o de Cascavel, Guarapuava ou Ponta Grossa.

A criação extensiva de gado de corte perpetua problemas da década de 70, limitando a produção pecuária e impedido avanço na produção de grãos no Arenito Caiuá, onde concentra-se a maior parte das terras agrícolas subaproveitadas do Paraná. A falta de atenção e de investimentos em manejo e tecnologia empobrecem o solo e a agricultura. A integração, que nos anos 90 prometia estancar o êxodo rural e reduzir a pobreza, ainda não foi bem aproveitada.

Page 18: Especial Expoingá 2013

18 GAZETA DO POVO Maio de 2013AGRONegócio

Luana gomes

:: Depois de registrar, em 2011, o pri-meiro recuo em uma década, a produ-ção brasileira de cana-de-açúcar voltou a crescer no último ano e vai ultrapas-sar pela primeira vez a marca de 600 milhões de toneladas na temporada 2013/14. Segundo a Datagro, consulto-ria especializada no mercado sucroe-nergético, a indústria terá à disposição neste ano 635 milhões de toneladas de cana, com incremento de cerca de 45 milhões de toneladas sobre 2012.

Para dar conta da produção extra, usinas do Centro-Sul, que costumam abrir os trabalhos apenas em abril, ini-ciaram as atividades com pelo menos um mês de antecedência. A largada da temporada 2013/14 foi dada em feve-reiro pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, em Jussara (Noroeste).

Focada na fabricação de etanol para o mercado interno, a destilaria aumen-tou em 30% a área de plantio e preten-de ampliar em quase 60% a produção. “A chuva atrapalhou no começo, mas agora o ATR [quantidade de açúcar na matéria-prima] começou a melhorar e as perspectivas para a temporada são boas”, conta o gerente de produção da unidade, João Teodorinho Luiz Coelho. A meta é ampliar em 800 mil toneladas o processamento neste ano, para 2,2 milhões de toneladas, e chegar a 2,8 milhões de toneladas moídas em 2014.

No início da moagem, quando a cana ainda tem baixo teor de sacarose pela umidade, é comum as empresas optarem pelo etanol. Neste ano, contu-do, o combustível deve ter preferência por mais tempo. Entre 50% e 55% da

Produção brasileira de cana-de-açúcar retoma ciclo de expansão e

ultrapassa, pela primeira vez, a marca de 600 milhões de toneladas.

Indústria deve privilegiar produção de combustível

Preços dão vez ao etanol[agroenergia

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39,2 milhões de toneladas de açúcar estão sendo produzidas no Brasil, 3% a mais do que no ciclo anterior. Com avanço de 10%, o etanol deve atingir 25,7 bilhões de litros, estima a Datagro.

produção nacional de cana devem ter essa destinação, estima o setor.

Com maior produção de açúcar em importadores como Índia, Austrália, Rússia e União Europeia, os preços do alimento estão em baixa. “Há dois anos a cotação na Bolsa de Nova York estava acima de US$ 0,30 por libra-peso. Hoje não chega a US$ 0,18”, compara o superintendente da Associação de Produtores de Bioenergia do Paraná (Alcopar), José Adriano Dias. Dois ter-ços da produção brasileira de açúcar são destinados à exportação.

“Já etanol, que até o ano passado era o patinho feio do setor, agora é mais rentável”, afirma o dirigente. O pacote de incentivos anunciado pelo governo federal no final do mês passado (leia na próxima página), cotações cerca de 8% superiores às do açúcar e um reaqueci-mento do consumo doméstico incenti-vam a produção do combustível.

Se esse cenário se confirmar, a pro-dução de açúcar terá crescimento de apenas 3%, bem aquém do salto previs-to para a produção de etanol, que deve aumentar 10% no Brasil em 2013.

Moagem começou um mês mais cedo que o normal neste ano.

Page 19: Especial Expoingá 2013

19GAZETA DO POVO AGRONegócio

ESTímulo

o governo federal lançou medidas para estimular o setor sucroenergético:

anidro O porcentual de etanol misturado à gasolina, reduzido a 20% em 2011, passou novamente para 25% no início de mês e promete aquecer a demanda pelo combustível.

iMpoStoS Sem a cobrança de PIS/Cofins, que oneravam o etanol em R$ 0,12/litro, o governo abre mão de arrecadar R$ 970 milhões em 2013. O setor passa a contar R$ 2 bilhões para investimentos e R$ 4 bilhões para plantio e replantio.

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Para a Alcopar, “mecanização forçada” reduziu a longevidade dos canaviais no Paraná.

:: As estradas rurais do Norte e Noroeste do Paraná serão reformadas com a ajuda do setor privado. Usinas dessas regiões decidiram se unir ao governo estadual para melhorar o flu-xo da cana do campo até as indústrias. O governo entrará com R$ 104 milhões e as usinas com outros R$ 64 milhões. O setor produtivo irá elaborar os pro-jetos e ajudar o governo no custeio das obras. As prefeituras ficarão responsá-veis pela manutenção das vias. Até o final de 2014, o programa prevê a recuperação de 1,5 mil quilômetros de estradas e a construção de 151 pontes e de 49 trincheiras. Na primeira etapa do projeto, devem ser atendidas 25 usi-nas. Nos próximos dois anos, 73 muni-cípios do Noroeste e Norte Pioneiro devem ser beneficiados. (LG)

:: Depois de enfrentar complicações climáticas com lavouras envelheci-das nos últimos dois anos, o setor sucroenergético vem se reestruturan-do e tomando o fôlego. Em 2011/12, a produção do Centro-Sul caiu abaixo das 500 milhões de toneladas, recu-ando dois anos na linha de crescimen-to. Investimentos industriais que foram suspensos na época começam a ser revistos e devem ocorrer parale-lamente à renovação dos canaviais.

Sem conseguir renovar 20% das plantações ao ano, a indústria brasi-leira chegou a trabalhar com 20% de sua capacidade produtiva ociosa. O replantio ganhou força no último ciclo, mas ainda estaria abaixo do ideal. “Vínhamos com taxas de zero a 8%. No último ano, o índice foi de 20,5%”, relata o superintendente da Associação de Produtores de Bioenergia do Paraná (Alcopar), José Adriano Dias. No Paraná, as lavouras envelhecidas, que em 2011 eram 300 mil hectares (40% das plantações de cana paranaenses), hoje somam 60 mil hectares, segundo a Alcopar. “Estamos tirando o atraso”, declara.

Nas projeções da temporada atual, a Alcopar adota postura cautelosa e trabalha com os números do ano pas-sado: moagem de 39,7 milhões de toneladas de cana e produção de 3,1 milhões toneladas de açúcar e de1,3 bilhão de litros de etanol. (LG)

R$ 168 milhões nas estradas

Superação começa no campo

LOGÍSTICA CANAVIEIRAPrograma Caminhos do Desenvolvimento – Sucroalcooleiro vai melhorar a infraestruturanas estradas rurais entre as áreas de plantio da cana-de-açúcar e as unidades deprocessamento.

Fonte: Secretaria de Estado da Infraestrutura e Logística e Alcopar. Infografia: Gazeta do Povo.

Alto Alegre Alto Alegre

Alto Alegre

AmericanaUsiban

Casquel

Central do Paraná

Clarion

Coopcana

Cooperval

Copagra

Corol

Costa

Dacalda

Goioerê

Nova Produtiva

Sabarálcool

Santa TerezinhaSanta TerezinhaSanta Terezinha

Santa Terezinha

Santa Terezinha

Santa Terezinha

Santa Terezinha

Santa Terezinha

Renuka Vale do Ivaí

Renuka Vale do Ivaí

Jacarezinho

Melhoramentos

ColoradoFlorestópolis

Santo Inácio

CornélioProcópio

Cambará

Porecatu

Ibaiti

São Carlos do Ivaí

Jandaia do Sul

NovaLondrina

Rolândia

Umuarama

Jacarezinho

Moreira Sales

Jussara

Astorga

Marialva

São Pedro do IvaíPerobal

CidadeGaúcha

Ivaté

Maringá

Paranacity

Rondon São Tomé

Tapejara

Terra Rica

Bandeirantes

Londrina

PARANÁ

UsinasProdução e açúcar e etanol

DestilariasProdução de etanol

Municípiosbeneficiados

Page 20: Especial Expoingá 2013

20 GAZETA DO POVO Maio de 2013AGRONegócio

Agricultura do Paraná (Faep), “é inevi-tável que ocorra desenvolvimento em várias regiões. Mas longe de pensar que [os portos do Arco Norte] vão substituir Paranaguá e Santos. Sempre terão espa-ço por vários fatores, como localização geográfica, que permite ao caminho-neiro voltar cheio”.

De acordo com a Confederação Nacional de Agricultura (CNA), os seis terminais da região irão atingir a capa-cidade operacional de 50 milhões de toneladas até 2020. Atualmente, ape-nas três unidades – Itacoatiara, no Amazonas, Santarém, no Pará, e Itaqui, no Maranhão – estão em atividade, operando 10,8 milhões de toneladas. Com o início das atividades dos termi-nais de Outeiro e Terfron, em Belém, e Santana, no Amapá, ainda este ano, a capacidade para safra 2014/15 deve

Portos do Arco Norte devem

escoar parte da produção do

Centro-Norte e podem

desafogar, mas não substituir

Paranaguá e Santos

Exportação com fôlego nordestino

[portos

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Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Depois de quase uma década , Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), no Porto do Itaqui, começa a sair do papel.

Porto Velho (RO) movi-menta 4,5 milhões de toneladas ao ano. Ampli-ação promete duplicar o fluxo.

CaRLos guimaRães FiLho

:: Durante mais de uma década, o setor portuário brasileiro não realizou os investimentos em modernização para acompanhar o ritmo frenético de cres-cimento da produção de grãos no país. Os resultados desta inércia são as exten-sas filas de caminhões, os engarrafa-mentos de navios e a baixa capacidade de exportação da maioria dos terminais públicos do Centro-Sul.

Apesar dos pacotes emergenciais do governo para combater os gargalos logísticos, são os terminais do Arco Norte – portos desde Porto Velho (RO) até São Luís (MA) – que devem fazer a diferença nas próximas safras.

“A tendência é que a safra do Centro-Norte saia por lá mesmo e desafogue as exportações do Centro-Sul”, ressalta o consultor Luiz Antonio Fayet. Para Nilson Hanke, assessor da Federação da

chegar aos 23 milhões de toneladas. No mês passado, o governo federal

instituiu uma série de medidas na ten-tativa de melhorar o desempenho dos terminais. A Secretaria Especial de Portos (SEP) determinou que os serviços federais instalados em oito portos, como Anvisa, Vigilância Sanitária, Polícia Federal e Ministério da Agricultura, entre outros, operem 24 horas durante os sete dias da semana. Antes, esses órgãos funcionavam ape-nas em horário comercial.

A lista inclui Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES), Paranaguá (PR), Suape (PE), Rio Grande (RS), Itajaí (SC) e Fortaleza (CE). A medida já está valendo desde o final de abril para os três pri-meiros e desde o último dia 3 para os demais. “O setor portuário deve ficar 5% mais ágil”, enfatiza Fayet.

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21GAZETA DO POVO AGRONegócio

Pecuária resiste ao cenário adverso[gado

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Antonio More/Gazeta do Povo

13 leilõese 13 julgamentos integram a programação da Expoingá 2013. A venda de animais com genética de ponta é responsável pela maior parte da comercialização da feira, que, entre os setores indústria, comércio e pecuária, deve somar R$ 260 milhões. Para este ano, estão programados leilões das raças bovinas Nelore, Angus, Holandesa, Girolanda, Brahman, Touros Nelore PO.

CaRLos guimaRães FiLho e maRCos siLva, espeCiaL paRa a gazeta do povo

:: A pecuária bovina está longe de atin-gir o status de excelência no Paraná. Nos últimos anos, a atividade enfrenta o avanço das lavouras sobre o pasto, os embargos de diversos países em virtude da vaca louca – um animal com o prí-on da doença foi identificado no estado no ano passado – e as incertezas rela-cionadas à demanda internacional. Mesmo diante de tantos obstáculos, o setor tem dado sinais de melhora.

Nos última década, mesmo com a redução no número de animais (-5,7%) e da área destinada ao pasto (-18%), a

atividade registrou aumento de 15% na produtividade. Em 2002, a média era de 1,59 animal por hectare. No ano pas-sado, saltou para 1,83. Atualmente, o rebanho estadual soma 9,46 milhões de cabeças espalhadas em 5,15 milhões de hectares.

“Os pecuaristas estão conseguindo produzir mais em áreas menores. Sinal de que o setor está se profissionalizan-do”, afirma Péricles Salazar, presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados (Sindicarne). “A produção em outros estados é superior em volu-me, mas o Paraná quer ser reconhecido pela excelência na produção, conquis-tando mercados mais exigentes”, com-

plementa Fábio Mezzadri, veterinário da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

Outra preocupação é a retomada das exportações de carne bovina. No ano passado, o estado exportou apenas 18,4 mil toneladas. Desde o fechamen-to da JBS Friboi de Maringá, no final de 2011, os embarques despencaram, che-gando a zero em outubro daquele ano. “Se tiver boi, a planta se estabelece. Por isso precisamos aumentar o nosso rebanho de corte para 12 milhões de cabeças”, explica o presidente do Sindicarne. Segundo o zootecnista Luiz Fernando Brondani, há um déficit de 500 mil bezerros ao ano.

Atividade registrou aumento da produtividade, mesmo com o avanço das lavouras de soja e milho sobre o

pasto e o embargo internacional após a notificação de vaca louca

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22 GAZETA DO POVO Maio de 2013AGRONegócio

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Centro de Armazenagem e Distribuição (CAD) do Grupo Unifrango em Apucarana: capacidade para 8,4 mil toneladas na primeira fase.

igoR Castanho

:: Num ano em que a safra recorde de grãos testa os limites da infraestrutura brasileira, a região de Maringá confir-ma investimentos e entra num ciclo de expansão logística. A localização privi-legiada e o fato de a cidade ser cortada por ferrovias e rodovias atrai o setor privado, enquanto o governo direcio-na recursos específicos para ampliar o potencial do Norte. “A situação da região não é ideal, mas é confortável em relação a outros estados”, sintetiza Domingos Martins, presidente do Grupo Unifrango. O entrave, diz, fica no custo do pedágio e das dificuldades no acesso ao modal ferroviário.

Apostando na demanda crescente das ferrovias, a Seara, de Sertanópolis (Norte), está construindo um terminal de transbordo em Maringá com capa-cidade de carregar até 120 vagões de trem em 5 horas. O investimento é de R$ 55 milhões. “A ideia é utilizar o caminhão para os trajetos mais curtos e o trem para os mais longos”, explica Victor Goltz, gerente da companhia. A empresa construiu um terminal seme-

lhante em Itiquira (MT) e também investiu em uma estrutura para agili-zar o fluxo no Porto de Paranaguá.

Para o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, os investimentos marcam uma corrida contra o tempo perdido. “O Brasil deveria ter 52 mil quilômetros de malha, o dobro do que existe hoje”, aponta.

Novos investimentos prometem gerar avanços também nas estradas próximas a Maringá. O governo esta-dual está articulando a duplicação de partes da PR-323 até Guaíra (Oeste). Segundo Rejane Karam diretora Secretaria de Infraestrutura e Logística (Seil), a rodovia não será totalmente duplicada, mas o projeto prevê a pre-paração dos trechos não duplicados para intervenções futuras. As obras devem começar no ano que vem.

FerroviasA construção de novos ramais ferro-

viários e a reforma dos atuais come-çam a sair do papel no Norte do estado. Em Maringá, a ligação até Cianorte

Investimentos privados ampliam infraestrutura da região e podem ser capilarizados com projetos

governamentais. País ainda tem somente metade da malha ferroviária considerada ideal

Maringá no centro da logística[transporte

deve entrar em obras neste esse ano. A América Latina Logística (ALL), deten-tora da concessão, informa que os tra-balhos devem começar em junho, com previsão de conclusão em maio de 2014. O fluxo médio de 10 trens/dia. As principais cargas carregadas são de soja, farelo, açúcar e combustível.

Rejane Karam, da Secretaria de Infraestrutura e Logística (Seil), destaca que os avanços marcam a melhor rela-ção entre o governo e a iniciativa priva-da. Segundo ela, a integração entre os setores será importante no controver-so tema da ferrovia Norte-Sul, planeja-da para ligar os dois extremos do país. No projeto mais recente, o trajeto não passaria pelo Norte do Paraná. As nego-ciações com o governo federal têm avançado pouco. “Há uma dificuldade de interlocução”, sustenta.

Para Rodrigo Vilaça, da ANTF, caso as obras estivessem avançadas, as difi-culdades de escoamento seriam meno-res. “Se a Norte-Sul já estivesse pronta até onde ela estava determinada, em Anápolis [Goiás], certamente os pro-blemas logísticos seriam minimiza-dos”, diz. (IC)

Page 23: Especial Expoingá 2013
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24 GAZETA DO POVO Maio de 2013AGRONegócio

Oportunidade na fruticultura[diversificação

Quem atravessar época de

preços reduzidos sem desmontar

pomares terá recompensa na

próxima temporada de altas

Ivan Amorim/Gazeta do Povo

Daniel Castellano/Gazeta do Povo

INVESTIMENTOMaior fazenda de laranja no estado, a Urupês fica em Cruzeiro do Oeste e tem 400 mil pés em produção. O prefeito Valter Pereira da Rocha (foto), parceiro no negócio, informou que os proprietários vão investir numa unidade beneficiamento neste ano e numa unidade de esmagamento em 2014.

CESTA DE FRUTASO Noroeste é o pomar do Paraná. Com duas safras ao ano, os parreirais de Marialva são responsáveis por metade da uva que sai de 3,8 mil hectares. A região colhe ainda 83% das 15 mil toneladas de abacaxis e 98% dos 2 milhões de cocos verdes paranaenses. A lista abrange limão (40%) e a melancia (36%). Cruzeiro do Oeste aposta agora no romã, com 40 hectares.

UMUaraMaosmaR nunes, CoRRespondente

:: O cultivo de laranja do Noroeste do Paraná – aposta de peso para diversi-ficação da renda – esbarra nos preços limitados, mas está diante da oportuni-dade de ganhar espaço neste mercado, dominado por São Paulo. A juventude das laranjeiras se tornou uma vanta-gem estratégica para quem enxerga uma reviravolta no longo prazo.

A região é responsável por 72,4% da produção de frutas do Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral). E a laranja – que chegou há duas décadas para substituir o algodão – é o carro-chefe do setor. O Noroeste possui 25,5 mil hectares dedicados à fruta, que rendem 770 mil toneladas ao ano (74% da produção estadual).

As indústrias Citri Agro indus trial, Louis Dreyfus Commodities (com duas plantas na região) e Integrada recebem de 80 a 85% da safra estadual, que che-ga a 20 milhões de caixas de 40,8 quilos ao ano, e produzem suco concentrado -- 95% para Estados Unidos e Europa.

Apesar da importância da laranja em sua cesta de frutas, o Paraná ainda é responsável por menos de 5% dos pomares da região que abrange São Paulo e o Triângulo Mineiro. Os paulis-tas estão reduzindo a produção em 15%, de 428 milhões de caixas (2011/12) para 364 milhões (2012/13), com os pre-ços em queda e os ataques de greening, doença sem cura temida nos laranjais.

Com pomares mais jovens e um rigoroso controle de pragas, o Noroeste

pode aproveitar o clima tropical e o solo arenoso para avançar na ativida-de, que divide espaço com a pecuária e as lavouras de grãos e mandioca. Para isso, terá de suportar preços pratica-mente “congelados”. Segundo o pro-dutor e um dos diretores da indústria Citri, Gilberto Pratinha, os R$ 9 por caixa do último ano correspondem à mesma cotação de 2001. Há expectati-va de melhora para a próxima colheita, mas poucos arriscam projeções.

Dono de viveiro de mudas, Pratinha afirma que há cinco anos o Paraná

erradica mais do que semeia. No ano passado, por exemplo, foram cortados 357 mil pés e plantados 187 mil. Ele prevê uma reação do preço a partir de 2015. “Quem se mantiver na atividade e investir nos pomares vai ganhar dinheiro em poucos anos.” Os produ-tores precisam se estruturar para não ficarem tão sujeitos ao mercado, apon-ta o ex-presidente das Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa) Antonio Comparsi de Mello, que defende a instalação de uma unidade da rede atacadista em Umuarama.

Osmar Nunes/Gazeta do Povo

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25GAZETA DO POVO AGRONegócio

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26 GAZETA DO POVO Maio de 2013AGRONegócio

CaRLos guimaRães FiLho e maRCos siLva, espeCiaL paRa a gazeta do povo

:: A demanda crescente por mão de obra qualificada fez da bovinocultu-ra a área mais concorrida na progra-mação de cursos e palestras da Expoingá. Os profissionais da pecuá-ria de corte e leite não perderam tem-po após a abertura das inscrições e há inclusive fila de espera.

O curso de manejo de bovinos de corte teve as 15 vagas preenchidas três semanas antes da abertura do Parque Internacional de Exposições Francisco Feio Ribeiro ao público. De acordo com a coordenadora dos cur-sos do Serviço Nacional de Apren_dizagem Rural (Senar) para Maringá e região, Angélica Pelisson, existe uma demanda crescente por esse tipo de qualificação. “Só não aumen-tamos o número de turmas por falta de estrutura física e de instrutores”, disse.

Ela atribui o interesse à força da bovinocultura na economia regio-

Manejo de gado de corte tem

até fila de espera. Com 41 eventos

técnicos, feira deve qualificar

mais de mil pessoas

Pecuária disputa vagas de cursos

[expoingá

Serviço

Veja a programação completa de

cursos em www.expoinga.com.br.

Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Ainda há vagas nos cursos sobre rendimento do gado de leite.

SuSTENTAbIlIdAdE

Feira quer influir em políticas públicas

Na escolha do tema central – Semeando Sustentabilidade –, a Expoingá direcionou o foco dos cursos, palestras e debates. A geração de renda não se contrapõe à preservação ambiental, defende o presidente da Sociedade Rural de Maringá, Wilson de Matos Silva Filho. A feira tenta influir nas políticas públicas. O plano de desenvolvimento do “macronoroeste” será discutido com representantes do governo do estado (dia 14, às 9 horas, Restaurante Central). Haverá ainda encontro sobre as relações do Brasil com EUA e China (dia 15, 18h30, Auditório Luiz A. Penha).

nal. O curso de manejo de bovinos é requisito para o curso de insemina-ção artificial, oferecido pelo Hospital Veterinário de Castelo Branco, fator que amplia a disputa por vagas.

Além de manejo e inseminação, as discussões abrangem reprodução, ganho de peso, casqueamento, rendi-mento de leite, avaliação de vacas leiteiras. A pecuária é assunto tam-bém de eventos sobre ovinocultura e de integração de pastagens, lavouras e f lorestas.

Os cursos da Expoingá são ofereci-dos por meio da parceria entre Sociedade Rural de Maringá, o Sindicato Rural de Maringá e o Senar. Ao todo, a feira oferece 22 cursos, que somam 350 vagas, e 19 palestras, que reúnem de 30 a 250 pessoas. A maior parte desses eventos ainda tem vagas. Entre os inscritos, os produtores e tra-balhadores ocupam 60% das vagas, preenchidas também por estudantes e técnicos.

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máquinas agrícolas combinam com botas, chapéu e camisa xadrez. E tudo isso combina com música sertaneja. A escolha das atrações capazes de empolgar o público e lotar o espaço para 14 mil pessoas na plateia, ainda assim, exige cuidado. Depois de enquetes e pesquisas em redes sociais, os organizadores da Expoingá confir-maram o que já previam: as duplas de sertanejo universitário ainda agra-

dam a maioria. E vão comandar a fes-ta em sete das nove noites de shows.

A agenda de shows começou a ser preparada quatro meses antes da fei-ra. Depois da negociação dos contra-tos com os artistas, os nomes foram confirmados. O perfil de Maringá e da própria feira deram peso maior ao sertanejo, informam os organizado-res. Aos que preferem outros estilos, foi reservado o show do Roupa Nova.

Enquetes em redes sociais

confirmaram preferência por

atrações que dão perfil à feira

Sertanejo, sem dúvida[música

NoVE NoITES SERTANEjAS

programação só não tem show quinta-feira (16) e no domingo do encerramento:

09/05 (quinta-feira): Gusttavo Lima | Maria Cecília & Rodolfo10/05 (sexta-feira): Munhoz & Mariano | Jaime Jr.11/05 (sábado): Humberto & Ronaldo | Israel Novaes12/05 (domingo): Jorge & Mateus13/05 (segunda-feira): Rionegro & Solimões14/05 (terça-feira): Padre Robson15/05 (quarta-feira): Roupa Nova17/05 (sexta-feira): Fernando & Sorocaba18/05 (sábado): Thaeme & Thiago | Rodeio

ingresso: a entrada na expoingá custa r$ 6 e r$ 3 (meia entrada). os shows, cobrados separadamente, saem por r$ 40 e r$ 20 (meia), com exceção dos shows de Jorge & Mateus (r$ 50 e r$ 25); padre robson (um agasalho ou produto de higiene); e rionegro & Solimões (1 quilo de alimento).

eLise Yoshida, espeCiaL paRa a gazeta do povo

:: Leilão de gado, rodeio, exposição de

Dupla festeira agora é atração

ENTREVISTA

Div

ulga

ção

Qual a expectativa de tocar na expoingá, para um público de conterrâneos?Thaeme: Tocar na Expoingá é uma grande honra. Estamos muito contentes, o público do Paraná sempre nos acolheu e nos apoiou.

vocês já conheciam ou frequen-tavam a expoingá antes de serem uma das atrações?Thiago: Claro, a gente já frequentou muito a Expoingá. O ano passado já foi uma realização tocar na Barraca Universitária, estava lotado. Acreditamos que este ano será melhor ainda.

vocês vão aproveitar a passagem pela região para fazer visitas?Thaeme: Nós fazemos uma média de 18 shows ao mês. Normalmente viajamos de quinta a domingo para fazer os nossos shows e de segunda a quarta temos compromissos profissionais e pessoais. Ficar longe da família é uma consequência. Sim, se tivermos uma folguinha na agenda vamos aproveitar para visitar amigos e familiares.

:: Thaeme e Thiago (foto) são natu-rais do Paraná, ela de Jaguapitã e ele de Maringá. Eles se conheceram em uma cantoria informal entre amigos e a sintonia deu origem à dupla, que está na estrada há pou-co mais de dois anos. Antigos fre-quentadores da Expoingá, hoje percorrem o Brasil com a turnê do terceiro álbum – Perto de Mim. Já passaram por Guarujá (SP), Limeira (SP), São Bernardo do Campo (SP), Poços de Caldas (MG), Bom Despacho (MG), Apucarana (PR) e Criciúma (SC). Na Expoingá, têm um reencontro com o público.

Page 29: Especial Expoingá 2013

As opções de entretenimento direcionadas aos jovens criam uma feira à parte na Expoingá. Shows, rodeios e espaços especiais, como a Barraca Universitária, tentam agra-dar aos estudantes ou universitá-rios, responsáveis por metade das 500 mil visitações.

Na edição de 2012, 65% dos ingres-sos vendidos foram de meia-entrada. A estudante de zootecnia Pamela Roberta de Souza, 22, conta que, além de ir à Expoingá para visitar a

Universitários têm feira à parte

Div

ulga

ção

exposição de animais, por ser algo ligado à sua área de estudo, busca entretenimento. “Gosto bastante dos rodeios. São animados! Os shows e a Barraca também motivam a visita.”

Diversão parece ser o motivo para a reunião de jovens de diferentes turmas, como Renan Sanches, Gustavo Ramari, Guilherme Silveira, Jhonny de Oliveira e Harrison Zequine, que têm entre 21 e 25 anos e cursam educação física, zootecnia, administração e enge-nharia ambiental. “Gente bonita”, “movimentação” e “shows” são os atrativos mais citados por eles para o encontro do grupo na feira. (EY)

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restaurante-bar fisga novo público

A Expoingá abriu caminho para a instalação, em Maringá, de um Taj Bar, como os de Curitiba, Foz do Iguaçu e Balneário Camboriú (SC). A empresa montou um restaurante-bar dentro da feira no ano passado, frequentado por 8 mil pessoas. Agora com ponto fixo na cidade, o Taj continua na exposição agropecuária. Segundo Valter Gulino, sócio-proprietário da casa, o espaço é usado também para reuniões da Sociedade Rural de Maringá e para gravações de tevê.

Para a estudante de administração Daniele Kreb Sevilheri, 21, o ambiente “é uma das melhores atrações da Expoingá”. Música eletrônica e cardápio renovado são atrações neste ano. A empresa gastou R$ 100 mil para montar o estabelecimento temporário. Mas, no ano passado, faturou o dobro desse valor, numa experiência que não tinha o objetivo de lucro.

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Barraca vira danceteria

• Shows de sertanejo, samba e pagode levam 30 mil pessoas ao ano à Barraca Universitária (foto), que terá nove noites de festa nesta Expoingá. O espaço coberto tem 1,7 mil m², dentro do Parque Francisco Feio Ribeiro. Ao todo, 150 artistas já se apresentaram no barracão, muitos deles antes de ficarem famosos, como Michel Teló e Luan Santana. (EY)

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Metade das mais de 500 mil visitações é de jovens, mostra venda de meias-entradas.

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