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Especial Maio 2007 | 1

Especial Maio 2007 1 - ANABBà espera de uma reforma no custeio da entidade. Chegou a hora de o Corpo Social se pronunciar e com-parecer ao chama-do da Cassi. É ne-cessário ponderar

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Especial Maio 2007 | 2

EDITORIAL

Valmir CamiloPresidente da ANABB

2 | Especial Maio 2007

Nem tudo são rosasção, mas acho um pouco exagerado este ufanismo que corre o Brasil propagando o desempenho da Caixa de Previdência, como se fosse fruto de uma ótima gestão, quando o desempenho do fundo é apenas vegetativo. E eu também me considero gestor, por estar na Previ desde 1998.

Se tivéssemos, ao longo do governo anterior, apenas os índices de reajustes salariais pagos aos bancários da rede privada, não estaríamos discutin-do o déficit na Cassi. Se ao invés de um novo plano de cargos e salários, que cria um buraco entre os funcionários pré e pós-1998, vigorasse ainda o plano antigo, a Caixa de Assistência não teria déficit. Se o Banco não acentuasse a crise, descumprindo o estatuto da Cassi, o déficit seria bem menor. Se as mudanças de regras na Previ não provocassem perdas violentas para aposentados pós-1998, a receita da Cassi também seria muito maior.

Com todas essas considerações, a situação da nossa entidade que, ironicamente, precisa ter boa saúde financeira para cuidar da nossa saúde, estaria muito melhor. Talvez o tamanho do superávit da Previ fosse outro, mas ninguém estaria reclamando. Pode ter certeza.

Votar a favor das duas propostas – na Cassi e na Previ – é diminuir um pouco as distâncias entre as duas caixas e ganhar fôlego para conti-nuar discutindo as duas realidades. Pois nem os dirigentes da Cassi são tão incompetentes nem os dirigentes da Previ são os deuses das finanças. É bom lembrar que as duas caixas são lados de uma mesma moeda, de um mesmo banco e de um mesmo governo. Bom voto.

A edição deste especial Cassi & Previ marca dois momentos muito distintos na história do fun-cionalismo do Banco do Brasil. O encontro de duas realidades diferentes e bastante conhecidas do povo brasileiro. O que enriquece um é o que empobrece o outro. A distância entre o rico e o pobre, que nunca diminui, é potencializada por políticas públicas ou de governos que ficam apenas na intenção de que essa distância seja reduzida.

Eu estou afirmando que muito do que empo-brece a Cassi é o que enriquece a Previ. A política de reajuste zero praticada pela direção do Banco no governo anterior é, em grande medida, a razão para o descontrole das nossas duas caixas. Engana-se quem pensa que o resultado da Previ não é fruto do descontrole, pois um fundo de pensão deve manter o equilíbrio financeiro e oscilar muito pouco entre o déficit e o superávit. Muito superávit é produto de erros atuariais, de avaliação equivocada de cenários, de redução de direitos e de mudanças nas políticas de recursos humanos da patrocinadora que alteram, de forma radical, as premissas que nortearam a criação do próprio fundo. Longe de ser só comemorado, é necessário ser compreendido, sob pena de punir, definitivamente, uma geração inteira de trabalhadores.

As mudanças que criaram guetos na Previ, ajudando a produzir superávit, aprofundam o déficit na Cassi. Qualquer análise que se faz sobre a atual realidade da Cassi, por mais simplista que seja, nos dá a convicção de que aquilo que falta no bolso dos funcionários é também o que falta de recursos na Cassi e, igualmente, é o que sobra nos cofres da Previ. Não se trata de culpar a Previ por essa situa-

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Especial Maio 2007 | 3

CASSI

HORA DE VOTAR

Entre os dias 21 de maio e 1º de junho, osassociados da Cassi têm umaimportante missão: votar as alteraçõesestatutárias da Caixa de Assistência.A participação de todosé fundamental, uma vez queo momento é de definiro futuro da Cassi.

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A situação é preocupante: o Plano de Associados da Cassi encerrou o ano de 2006 com um déficit operacional de R$ 122 milhões. Esse desequilíbrio finan-ceiro é o reflexo de oito anos de salário congelado e o ingresso de 41 mil novos funcionários no Banco do Brasil com o menor salário inicial de todos os tempos. Essas variáveis consumiram todas as reservas do Plano de Associados. Para continuar honrando os seus compromis-sos, a Cassi vem consumindo provisões, à espera de uma reforma no custeio da entidade.

Chegou a hora de o Corpo Social se pronunciar e com-parecer ao chama-do da Cassi. É ne-cessário ponderar e escolher o rumo que será dado à nossa Caixa de Assistência.

A continuidade da Cassi, nos mol-des em que existe hoje, vai depender da aprovação de seus associados. É de suma importân-cia a manifestação de todos sobre a alteração do esta-tuto, que está dis-ponível na íntegra no site da ANABB (www.anabb.org.br).

CONTRATO FINANCEIROO Conselho Deliberativo da Cassi e

os membros da comissão de negociação também aprovaram a minuta de um docu-mento que vai ser assinado entre o Banco e a Caixa de Assistência. Esse contra-to definirá as cláusulas financeiras que não estão previstas no estatuto, como o aporte de R$ 300 milhões do Banco do Brasil para a Cassi e a as condições de pagamento do déficit do grupamento de dependentes indiretos. O grupamento será extinto quando não houver, no Plano de Associados, mais nenhum dependente indireto.

Cassi hoje:

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Co-participação em exames e even-tos realizados no mês, fora do am-

biente hospitalar, no percentual de 10% do valor do exame e/ou evento. A co-par-ticipação será limitada a 1/24 do salário mensal, em valor não-cumulativo. Serão excluídos os eventos de quimioterapia, hemodiálise, diálise, transfusão de sangue e radioterapia. A co-participação repre-sentará um adicional de aproximadamente R$ 15 milhões anuais;

Pagamento à Cassi de 3% sobre o 13º salário, o que representará cerca de R$ 24 milhões anuais para a Caixa de

Assistência.

DA RESPONSABILIDADE DO ASSOCIADO:

1 1 2 2

Proposta Financeira

Aporte de R$ 150 milhões na Cassi, imediatamente após a aprovação do

acordo;

Aporte de três parcelas anuais e con-secutivas de R$ 50 milhões, corrigi-

das pelo INPC;

Cobertura dos déficits mensais com o grupamento dos dependentes in-

diretos, com valor aproximado de R$ 14 milhões anuais;

Pagamento de 4,5% sobre o total dos recursos do 13º salário, o que vai re-

presentar uma receita aproximada de R$ 37 milhões anuais;

Pagamento de 4,5% sobre o salário dos associados que tomaram posse

no Banco após 1998 e não mais apenas 3%, representando uma receita adicional à Cassi de aproximadamente R$ 16 mi-lhões anuais.

DA RESPONSABILIDADE DO BANCO:

5 5

4 4

3 3

2 2

1 1

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1) O Banco do Brasil passa a ter paridade nos conselhos Fiscal e Deliberativo. No to-tal, serão oito conselheiros deliberativos e seis conselheiros fiscais;

2) A participação do Banco no custeio da Cassi foi limitada ao percentual de 4,5% sobre o salário dos associados e pensio-nistas, inclusive sobre o 13º salário;

3) A participação dos associados no cus-teio da Cassi foi limitada ao percentual de 3% de contribuição sobre o salário, inclusi-ve 13º salário, acrescido da co-participa-ção acordada;

4) O associado que sair na aposentado-

ria incentivada será obrigado a contribuir sobre a parcela do INSS recebida fora do convênio da Previ;

5) Quem puder ser associado da Cassi não poderá ser dependente (a mulher não po-derá ser dependente do marido, por exem-plo, quando os dois trabalharem no Banco do Brasil). Desta forma, os dois devem ser associados da Cassi;

6) Os funcionários que optarem por não fa-zer parte do Plano de Associados, no prazo de 30 dias após a sua posse no Banco do Brasil, não poderão fazê-lo mais tarde. Eles poderão participar, no entanto, do plano Cassi Família;

Outros pontos modificados no estatuto:

Os funcionários da ativa pode-

rão votar diretamente no SISBB,

utilizando a matrícula antece-

dida pela letra F e a senha

habitual. O acesso será

feito pelo aplicativo

“pessoal”, opção 41

– Votação Previ/Cassi,

seguindo as instruções

contidas nas

telas.

COMO VOTAR ASSOCIADO DA ATIVA

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Os aposentados vão participar da vota-

ção pelo telefone da Central Cassi (0800

729 0808). O sistema estará disponível,

inclusive, durante o fim de semana. Para

votar, é necessário ter em mãos a matrícula

(sem o dígito verificador), a senha de seis

dígitos da Previ, o ano de posse no Banco

do Brasil, o ano de nascimento e os quatro

primeiros dígitos do CPF. Caso o aposen-

tado não tenha recebido a senha da Previ,

pode solicitá-la pela Central Cassi.

7) As receitas da Cassi com convênios ou prestação de serviços serão direcionadas à formação de um fundo de reserva do Pla-no de Associados, e não mais para reduzir a contribuição do Banco, como está pre-visto no atual estatuto;

8) Extinção da Assembléia de Represen-tantes, com eleição direta para os cargos de diretores e conselheiros;

9) Inclusão, no corpo estatutário, das atri-buições de todas as diretorias da Cassi.

10) Obrigatoriedade de curso superior para ser conselheiro deliberativo, conse-lheiro fiscal e diretor-executivo da Cassi;

11) Previsão de penalidade para os as-sociados que causarem prejuízos à Cassi. O associado também será considerado responsável pelos prejuízos causados por seus dependentes.

ASSOCIADO APOSENTADO COMO VOTAR

O futuro

da Cassi

depende

de você

ALTERAÇÕES

ESTATUTÁRIAS

DA CASSI

VOTAÇÃO: 21 DE MAIO

A 1º DE JUNHO

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O Banco e os representantes dos associados da Previ chegaram a um acordo referente à bilio-nária reserva especial da Caixa de Previdência. Dos cerca de R$ 20 bilhões que compõem a reserva, serão utilizados inicialmente cerca de R$ 8 bilhões, sendo R$ 5,4 bilhões em benefício dos associados e R$ 2,7 bilhões a critério do BB. Com essas mudanças, o número de participantes que receberão o benefício mínimo da Caixa de Previdência deverá ser bastante reduzido.

“Mexemos na coluna vertebral do Plano de Benefícios 1”, afirma o presidente da ANABB e conselheiro deliberativo da Previ, Valmir Camilo. A maior parte das mudanças está concentrada em modificações estruturais desse plano, com o obje-tivo de corrigir injustiças nas regras atuais. Entre os destaques do acordo está a melhoria de benefícios e a isenção de contribuições durante um ano.

O conselheiro consultivo do Plano de Bene-

fícios 1 e conselheiro deliberativo da ANABB, Romildo Gouveia, disse que o acordo é um passo importante para os associados da Previ. “O Plano de Benefícios 1 é construído com base em contri-buições que todos fazem da mesma forma, mas a percepção dos benefícios não ocorre da mesma maneira, seja por mudanças no estatuto da Previ ou na política salarial do Banco. O acordo corrige várias injustiças”, avalia.

Os dirigentes da Previ e do BB têm nas mãos uma situação atípica, se comparada à da maioria dos demais fundos de pensão: sobra dinheiro. Para se ter uma idéia, antes de formar a reserva especial, a Previ seleciona recursos para a reserva matemática (responsável pelo pagamento das aposentadorias e pensões) e para a reserva de contingência (destinada à segurança financeira do fundo de pensão). Sobrando dinheiro, constitui-se a reserva especial.

Definido o destino das sobrasbilionárias da PreviO acordo sobre a utilização da reserva especial da Caixa de Previdência prevê que a contribuição dos associados seja suspensa por um ano. Já o teto de benefício aumentará de 75% para 90% dos proventos.

PREVI

O acordo sobre a utilização da reserva especial da Caixa de Previdência prevê que a contribuição dos associados seja suspensa por um ano. Já o teto de benefício aumentará de 75% para 90% dos proventos.

Definido o destino das sobrasbilionárias da Previ

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Caso o fundo feche três anos conse-cutivos de superávit, a lei determina que a reserva especial seja utilizada para reduzir contribuições e melhorar benefícios. Daí começam as discussões sobre o que fazer com tanto dinheiro.

SUSPENSÃO DAS CONTRIBUIÇÕESEm 2006, a reserva especial, na

época em R$ 18,9 bilhões, foi utilizada para reduzir a contribuição em 40%. Desta vez, as negociações foram mais longe, e o acordo definiu a suspensão temporária das contribuições pelo período de um ano, retroativo a janeiro de 2007. O associado, além de não contribuir para a Previ até dezembro deste ano, vai receber de volta o que pagou, o que significa um aumento nos proventos líquidos dos participantes.

O BB também terá sua parte devolvida. A suspensão da contribuição vai consumir

cerca de R$ 770 milhões da reserva especial. Para garantir as despesas administrativas da Previ em

relação ao Plano de Benefícios 1, será criado um fundo administrativo, no qual será depositado o equivalente a 5% dos valores das contribuições suspensas.

O conselheiro Romildo Gouveia concorda com a suspensão. “Se fala muito que o BB se beneficiará dessa medida. É verdade. Mas nós, contribuintes, também nos beneficiaremos”, declara. Segundo Gouveia, a suspensão não poderia ser definitiva. “Da forma como foi feita, válida por um ano, eu considero correta. E ela deve ser reavaliada anualmente.” O conselheiro reconhece, no entanto, que outras medidas também precisam ser adotadas.

A ANABB recebeu centenas de e-mails e cartas de associados manifestando-se pela me-lhoria dos benefícios ao invés da pura e simples suspensão de contribuição.

MELHORIAS NOS BENEFÍCIOSElevação do teto do benefício para 90%Outra decisão que vai gerar impacto positivo no bolso dos participantes da Previ é o aumento do teto do benefício dos atuais 75% para 90%

do salário da ativa. Essa alteração pode representar um aumento de até 20% do complemento de aposentadoria da Previ, contemplando mais de 60% dos participantes do plano.

Os benefícios serão revistos a partir da data de assinatura do acordo. Os pensionistas dos aposentados após 1998 ou dos que faleceram no exercício de sua função daquele ano para cá também serão beneficiados, pois as pensões serão recalculadas.

Essa decisão vai corrigir uma injus-tiça com quem se aposentou a partir de 1998 ou ainda vai se aposentar. Foi

O presidente da ANABB, Valmir Camilo, afir-ma que as mudanças vão corrigir injustiças e possibilitar o início de uma nova fase de discussão sobre pontos de interesse do Corpo Social da Previ.

Keys

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após 1998 que houve alteração estatutária com mudança nas regras e no cálculo do benefício da Previ. Antes daquela data, o benefício de aposentadoria era calculado sobre o Vencimento Padrão (VP) mais o anuênio, multiplicado por 1,36. Na época, existia uma política de VP alto em detrimento da comissão, e ainda era possível melhorar a média dos últimos 12 meses anteriores à aposentadoria com a venda de licença prêmio, resultando em um benefício às vezes superior ao salário da ativa.

Em 1998, as regras mudaram. Foi criado o Fator de Referência (FR), englobando todas as verbas salariais, e estabelecido o limite de 75% desse valor como teto do benefício de aposenta-doria. Assim, foi incluída a comissão e excluída a possibilidade de utilização de vendas de licença prêmio para melhorar o teto de aposentadoria, que passou a ser calculada pela média dos últimos 36 meses.

Agora, cerca de R$ 3,1 bilhões da reserva especial da Previ serão utilizados para mudar o teto do benefício, que passará a ser de 90%. Para evitar problemas futuros em relação ao teto, o acordo prevê a criação da Reserva Matemática 2. Essa reserva será reavaliada anualmente e poderá receber recursos antes da formação da reserva de contingência e da reserva especial.

Benefício adicional para quem contribuiu por mais de 30 anos

Com as mudanças estatutárias da Previ de 1998, o funcionário que contribuiu mais de 30 anos para a Caixa de Previdência não tem direito a um benefício adicional após o 30º ano. O principal

entrave é que, apesar de a Previ garantir a integra-lidade do benefício com 30 anos de contribuição, a previdência oficial exige 35 anos de serviço para a aposentadoria. Com o novo acordo, volta a vigorar o chamado “benefício complementar”, defendido pela ANABB.

Valmir Camilo afirma que essa medida vai corrigir uma injustiça. “A legislação impõe 35 anos de trabalho, o fundo garante a integralidade com 30 anos de contribuição. Se você contribuir com mais de 30 anos, vai receber essa diferença.”

A implementação do benefício complementar consumirá R$ 100 milhões da reserva especial. Cada ano trabalhado além dos 30 anos exigidos para garantir a complementação integral poderá re-sultar em uma melhoria de até 3,33% do benefício, o que a ANABB considera uma grande vitória.

Aposentadoria antecipada para mulheres aos 45 anos

As mulheres que desejarem se aposentar mais cedo também passam a ter esse direito. A Previ já oferecia aposentadoria antecipada aos 50 anos de idade. No entanto, esse benefício não atingia as mulheres, já que elas só precisam trabalhar até os 48 anos de idade para se aposentar. Com o novo acordo, a mulher poderá ter essa prerrogativa aos

O conselheiro Romildo Gouveia avalia que suspender a contribui-ção é benéfico para o Banco e para os asso-ciados da Previ. Ele re-conhece, no entanto, que outras medidas também precisam ser adotadas.

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45 anos de idade. A concessão desse benefício não vai consumir reservas, já que o valor do be-nefício é calculado proporcionalmente ao período de contribuição.

Implantação da Tábua de Mortalidade AT 83Recursos da reserva especial também serão

destinados à aplicação da nova tábua de morta-lidade (AT 83) exigida pelo Conselho de Gestão da Previdência Complementar. Os funcionários admitidos após 1967 terão R$ 900 milhões para se ajustar à tabua de mortalidade, sendo metade de responsabilidade dos associados e a outra metade do Banco. Já para os funcionários admitidos até abril de 1967, o custo deve ser totalmente atribuído ao Banco do Brasil, uma vez que, até aquele ano, o BB era o único responsável pela aposentadoria. A adequação desse grupo à AT 83 exigirá repasse de R$ 1,7 bilhão.

Equalização de valores nos balanços da Previ e do BB

O Banco contabilizou em 2006 sua dívida com a Previ referente à implantação da tábua de mortalidade GAM83. No entanto, o valor contabilizado difere do valor informado no balanço da Previ em R$ 190 milhões. Para equalizar os valores no balanço, o Banco propôs utilizar R$ 200 milhões da reserva especial, com base no acordo realizado em 1997.

Proporcionalidade da Parcela PreviA famosa Parcela Previ, que já foi motivo de

insônia de vários aposentados pós-98, que viam seus benefícios serem achatados, já não é mais um problema. No início de 2006, ela foi reduzida de R$ 2.200,02 para R$ 1.468,21. Para a situação ficar ainda melhor, o novo acordo propõe a pro-

Reserva Especial da Previ R$ 20 bilhões

Serão utilizados R$ 8 bilhões, sendo:

R$ 350milhões

R$ 200milhões

R$ 1,7bilhão

R$ 450milhões

para a suspensão dacontribuição

para a equalização de valores constantes no balanço de 2006

para a tábua de mortalidade pré-67

para a tábua de mortalidade pós-67

Banco do Brasil: R$ 2,7 bilhões

para a suspensão da contri-buição

para a tábua de mortalidade pós-67

para o benefício complementar (mais de 30 anos de contri-buição)

para o aumento do teto de 75% para 90%

para a proporcionalidade da Parcela Previ

R$ 350 milhões

R$ 450

milhões

R$ 100 milhões

R$ 3,1 bilhões

R$ 1,4 bilhão

Associados: R$ 5,4 bilhões

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porcionalidade dessa parcela. A redução será proporcional ao período de tempo que a pessoa contribuiu para a Previ, quando esse tempo é inferior a 30 anos.

A ANABB sempre defendeu o fim da Parcela Previ. “De alguma forma, conseguimos anular o que atormentava os associados pós-98. Hoje, a PP não incomoda mais”, afirma Valmir Camilo.

A proporcionalidade da Parcela Previ vai custar R$ 1,4 bilhão da reserva especial.

O ACORDO É APENAS O INÍCIO PARADISCUTIRMOS MAIS BENEFÍCIOS

As modificações propostas no acordo podem ser conside-radas como um grande pontapé inicial. Segundo o presidente da ANABB, as mudanças propostas vão alterar a estrutura do Plano de Benefício 1, corrigir injustiças nele contidas e possibilitar o início de uma nova fase de discussão sobre outros pontos de interesse do Corpo Social da Previ. Camilo cita pontos como a melhoria das pensões, a elevação do bene-fício mínimo e a possibilidade de pagamento de um benefício adicional a todos os aposentados e pensionistas. Até o fim do

ano, serão rea-bertas as nego-ciações sobre as melhorias nos benefícios

e sobre a situação da contribuição para 2008.Com esse acordo, a distância entre os benefícios conce-

didos a quem se aposentou antes de 1998 e aos aposentados pós-1998 estará restrita apenas às diferenças salariais decorrentes, quase que totalmente, da política de reajuste zero praticada pelo Banco no governo anterior.

Apesar de não haver obrigatoriedade estatutária de consultar o Corpo Social sobre as mudanças acordadas na negociação, os representantes dos associados, com a concordância do Banco do Brasil, promoverão consul-tas aos participantes da Previ para saber se aprovam as mudanças.

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VALMIR CAMILOPresidenteWILLIAM JOSÉ ALVES BENTODiretor Administrativo e FinanceiroDENISE LOPES VIANNADiretora de Comunicação e DesenvolvimentoGRAÇA MACHADODiretora de Relações Funcionais, Aposentadoria e PrevidênciaEMÍLIO S. RIBAS RODRIGUESDiretor de Relações Externas e Parlamentares

ANTONIO GONÇALVES (Presidente)Ana Lúcia LandinAntilhon Saraiva dos SantosAugusto Silveira de CarvalhoCecília Mendes Garcez SiqueiraCláudio José ZuccoDouglas José ScortegagnaÉlcio da Motta Silveira BuenoGenildo Ferreira ReisInácio da Silva MafraIsa Musa de NoronhaJosé Antônio Diniz de OliveiraJosé Bernardo de Medeiros NetoJosé BranissoJosé Sampaio de Lacerda JúniorLuiz Antonio CareliMércia Maria Nascimento PimentelNilton Brunelli de AzevedoRomildo Gouveia PintoTereza Cristina Godoy Moreira SantosVitor Paulo Camargo Gonçalves

Humberto Eudes Vieira Diniz (Presidente)Armando César Ferreira dos SantosSaul Mário MatteiAntônia Lopes dos SantosDorilene Moreira da CostaElaine Michel

ANABB - SCRS 507, bl. A, lj. 15 CEP: 70351-510 Brasília/DFAtendimento ao associado: (61) 3442.9696 Geral: (61) 3442.9600 Site: www.anabb.org.br E-mail: [email protected] Redação: Ana Cristina Padilha, Mariana Jungmann e Priscila Mendes E-mail: [email protected] Edição e Editoração: Optare Comunicação Editores e jornalistas resp.: Pierre Triboli Revisão: Moema Muniz Perio dicidade: mensal Tiragem:105 mil Capa: Ablestock Impressão: Gráfica Positiva Fotolito: Colorpress

DIRETORES ESTADUAISPaulo Crivano de Moraes (AC)Ivan Pita de Araújo (AL)Marlene Carvalho (AM)Franz Milhomem de Siqueira (AP)Olivan de Souza Faustino (BA)Francisco Henrique Ellery (CE)Elias Kury (DF)Pedro Vilaça Neto(ES)Saulo Sartre Ubaldino (GO)Joel Duarte de Oliveira (MA)Francisco Alves e Silva - Xixico (MG)Edson Trombine Leite (MS)José Humberto Paes Carvalho (MT)José Marcos de Lima Araújo (PA)Maria Aurinete Alves de Oliveira (PB)Carolina Maria de Godoy Matos (PE)Benedito Dias Simeão da Silva (PI)Moacir Finardi(PR)Antonio Paulo Ruzzi Pedroso (RJ)Heriberto Gadê de Vasconcelos (RN)Valdenice de Souza Nunes Fernandes (RO)Robert Dagon da Silva (RR)Edmundo Velho Brandão (RS)Carlos Francisco Pamplona (SC)Emanuel Messias B. Moura Júnior (SE)Walcinyr Bragatto (SP)Saulo Antônio de Matos (TO)

CONSELHO FISCAL

CONSELHO DELIBERATIVO

DIRETORIA-EXECUTIVA

especial

Os dirigentes da Previ e do BB têm nas mãos uma situação atípica, se comparada à da maioria dos fundos de pensão: sobra dinheiro.