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POLILAB CONSULTORIA Espectroscopia de Infravermelho é hoje no Brasil uma ferramenta pouco usada no dia a dia e avaliação de problemas, homologações e identificação de materiais na industria de transformação de plásticos. Fernando J. Novaes * Espectroscopia de Infra-Vermelho – FTIR, é hoje no Brasil uma ferramenta pouco usada no dia a dia na avaliação de problemas, análise de contaminação, homologações e identificação de materiais na industria de transformação de plásticos e sua relação com sistemistas, montadoras e na produção seriada em geral. Restrita às Universidade e aos fabricantes de polímeros rotineiramente, embora varias montadoras e sistemistas possuam o equipamento, a espectrofotometria de infravermelho, é o método mais sensível e versátil para acompanhar modificações químicas em um material polimérico. Este método detecta os movimentos vibracionais das ligações químicas do composto que está sendo analisado. Como cada grupo químico absorve a energia vibracional de um valor específico, é possível diferenciá-los pelo espectro de infravermelho. Além disso a técnica fornece informações sobre as interações entre esses grupos químicos. Dessa maneira a espectroscopia no infra-vermelho via FTIR oferece uma gama de recursos para ensaios não-destrutivos de polímeros bastante interessante. Esta técnica permite ao usuário uma flexibilidade de uso abrangente, pois pode utilizar a própria peça ou material com problema diretamente ou imediatamente seu processamento, ou seja a caracterização em situ e em tempo real. Aliado a isso existem variações da técnica, como ATR que permite a caracterização imediata para evitar contaminações, uso em separações de materiais na industria de reciclagem, etc, ou seja uma solução de teste verdadeiramente não-destrutiva, alem das avaliações para acompanhamento de degradação oxidativa, que em uma das técnicas, usa-se o índice de carbonila ou hidroperóxidos, fundamental para avaliar a eficiência de estabilização de polímeros e suas consequências na solidez da cor a luz por exemplo e envelhecimento natural. Alem de associações a outras técnicas como DSC/TGA e/ou a espectrometria de massa. O seu cálculo é simples e está baseado no fato que a absorbância é proporcional à concentração da espécie que absorve, segundo a Lei de Beer. Dessa maneira quando eu digo que é pouco usada no dia a dia, reflito que na preparação ou desenvolvimento de materiais para projetos e desenvolvimentos, os materiais são caracterizados, em geral pelos fabricantes de polímeros, raramente algumas normas de montadoras exigem a caracterização via Espectroscopia no Infra-Vermelho, o que na prática implica que a amostra original no desenvolvimento nem sempre se mantém com o passar dos lotes, exemplos disso podem ser dados quando acontecem: mudança no fabricante de aditivo quer seja primário ou secundário ou estabilização UV, etc., mudança de fabricante de master batch, mudança no pigmento da cor, até o próprio fornecedor da resina base, quer por razões econômicas, quer por razões técnicas, enfim. Assim, talvez nas relações já conturbadas pelo viés econômico, com constantes reajustes que não são digeridos pelas montadoras, possam se estabilizar as relações técnicas advindas de chamados de problemas de que material “não esta bom”! A simples apresentação da “impressão digital” do material já iria dirimir uma parcela considerável da “culpa” do material da razão da suspeita do problema, ou seja o que foi homologado é o que esta sendo fornecido. Pode parecer um tiro no pé aos fabricantes de compostos e afins, mas os gastos com viagens, almoços, testes e re-testes, discussões internas, discussões com o cliente, etc., tentando mostrar que o material “não foi modificado”, não compensa e é superior a usar o material homologado como foi especificado, testado e aprovado. * Polilab Consultoria Empresarial - www.polilab.com.br - [email protected]

Espectroscopia de infravermelho ferramenta pouco usada

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POLILAB CONSULTORIA

Espectroscopia de Infravermelho é hoje no Brasil uma ferramenta pouco usada no

dia a dia e avaliação de problemas, homologações e identificação de materiais na industria de transformação de plásticos.

Fernando J. Novaes *

Espectroscopia de Infra-Vermelho – FTIR, é hoje no Brasil uma ferramenta pouco usada no dia a dia na avaliação de problemas, análise de contaminação, homologações e identificação de materiais na industria de transformação de plásticos e sua relação com sistemistas, montadoras e na produção seriada em geral. Restrita às Universidade e aos fabricantes de polímeros rotineiramente, embora varias montadoras e sistemistas possuam o equipamento, a espectrofotometria de infravermelho, é o método mais sensível e versátil para acompanhar modificações químicas em um material polimérico. Este método detecta os movimentos vibracionais das ligações químicas do composto que está sendo analisado. Como cada grupo químico absorve a energia vibracional de um valor específico, é possível diferenciá-los pelo espectro de infravermelho. Além disso a técnica fornece informações sobre as interações entre esses grupos químicos. Dessa maneira a espectroscopia no infra-vermelho via FTIR oferece uma gama de recursos para ensaios não-destrutivos de polímeros bastante interessante. Esta técnica permite ao usuário uma flexibilidade de uso abrangente, pois pode utilizar a própria peça ou material com problema diretamente ou imediatamente seu processamento, ou seja a caracterização em situ e em tempo real. Aliado a isso existem variações da técnica, como ATR que permite a caracterização imediata para evitar contaminações, uso em separações de materiais na industria de reciclagem, etc, ou seja uma solução de teste verdadeiramente não-destrutiva, alem das avaliações para acompanhamento de degradação oxidativa, que em uma das técnicas, usa-se o índice de carbonila ou hidroperóxidos, fundamental para avaliar a eficiência de estabilização de polímeros e suas consequências na solidez da cor a luz por exemplo e envelhecimento natural. Alem de associações a outras técnicas como DSC/TGA e/ou a espectrometria de massa. O seu cálculo é simples e está baseado no fato que a absorbância é proporcional à concentração da espécie que absorve, segundo a Lei de Beer. Dessa maneira quando eu digo que é pouco usada no dia a dia, reflito que na preparação ou desenvolvimento de materiais para projetos e desenvolvimentos, os materiais são caracterizados, em geral pelos fabricantes de polímeros, raramente algumas normas de montadoras exigem a caracterização via Espectroscopia no Infra-Vermelho, o que na prática implica que a amostra original no desenvolvimento nem sempre se mantém com o passar dos lotes, exemplos disso podem ser dados quando acontecem: mudança no fabricante de aditivo quer seja primário ou secundário ou estabilização UV, etc., mudança de fabricante de master batch, mudança no pigmento da cor, até o próprio fornecedor da resina base, quer por razões econômicas, quer por razões técnicas, enfim. Assim, talvez nas relações já conturbadas pelo viés econômico, com constantes reajustes que não são digeridos pelas montadoras, possam se estabilizar as relações técnicas advindas de chamados de problemas de que material “não esta bom”! A simples apresentação da “impressão digital” do material já iria dirimir uma parcela considerável da “culpa” do material da razão da suspeita do problema, ou seja o que foi homologado é o que esta sendo fornecido. Pode parecer um tiro no pé aos fabricantes de compostos e afins, mas os gastos com viagens, almoços, testes e re-testes, discussões internas, discussões com o cliente, etc., tentando mostrar que o material “não foi modificado”, não compensa e é superior a usar o material homologado como foi especificado, testado e aprovado. * Polilab Consultoria Empresarial - www.polilab.com.br - [email protected]