ESQUIZOFRENIA - Um drama familiar

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  • 8/2/2019 ESQUIZOFRENIA - Um drama familiar

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    ESQUIZOFRENIA Um drama familiar

    Por Fernando Ferreira Filho (1)

    A palavra esquizofrenia deriva do grego: ESQUIZO = PARTIDO / FRENOS =MENTE. Ou seja, mente partida. Quando me pedem para explicar o que esquizofrenia, digo que imaginem uma pedra pesada atingindo uma vidraa e,pergunto: Em quantas partes a vidraa vai se partir? A pessoa, um tanto confusa,diz que impossvel saber, pois no existe como prever em quantas partes avidraa vai se partir. Da mesma forma acontece na esquizofrenia, impossvelprever o "estrago", a ruptura causada na mente da pessoa atingida pelo surtoesquizofrnico.

    Apesar da exata origem da doena no estar concluda, as evidncias indicammais e mais fortemente que a esquizofrenia um severo transtorno do

    funcionamento cerebral. Segundo pesquisadores, as atuais evidncias relativas scausas da esquizofrenia so um mosaico: a nica coisa clara a constituiomultifatorial da esquizofrenia. Isso inclui mudanas na qumica cerebral, fatoresgenticos e mesmo alteraes estruturais. A origem viral e traumas enceflicos noesto descartados. A esquizofrenia provavelmente um grupo de doenasrelacionadas, algumas causadas por um fator, outras, por outros fatores.

    A questo sobre a existncia de vrias esquizofrenias e no apenas uma nicadoena no um assunto novo. Primeiro, pela diversidade de manifestaes comoos subtipos paranide, hebefrnico e catatnico alm das formas atpicas, que soconhecidas h dcadas. Pouco se sabe sobre essa doena. O mximo que se

    consegue obter controle dos sintomas com os antipsicticos. Nem suaclassificao, que um dos aspectos fundamentais da pesquisa, foi devidamenteconcluda.

    Comeo da doena

    A esquizofrenia uma doena incapacitante e crnica que ceifa a juventude eimpede o desenvolvimento natural. Geralmente essa doena comea durante aadolescncia ou no adulto jovem. Os sintomas aparecem gradualmente ao longode meses e a famlia e os amigos que mantm contato frequente no notam nada. mais comum que uma pessoa, fora da famlia, perceba melhor a esquizofrenia se

    desenvolvendo.

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    Por outro lado h pessoas que desenvolvem esquizofrenia rapidamente, emquesto de poucas semanas ou mesmo de dias. A pessoa muda seucomportamento e entra no mundo esquizofrnico, o que geralmente alarma eassusta muito os parentes e amigos.

    No h uma regra fixa quanto ao modo de incio: tanto pode comearrepentinamente e eclodir numa crise exuberante, como comear lentamente semapresentar mudanas extraordinrias, e somente depois de anos surgir uma crisecaracterstica.

    Geralmente os primeiros sintomas so a dificuldade de concentrao, prejudicandoo rendimento nos estudos; estados de tenso de origem desconhecida mesmo pelaprpria pessoa e insnia e desinteresse pelas atividades sociais com conseqenteisolamento. A partir de certo momento, mesmo antes da esquizofrenia serdeflagrada, as pessoas prximas se do conta de que algo errado estacontecendo. Nos dias de hoje os pais podero pensar que se trata de uso de

    drogas, os amigos podem achar que so dvidas quanto sexualidade, outrosjulgaro serem dvidas existenciais prprias da idade. A psicoterapia contra avontade do doente ser indicada e muitas vezes, realizada sem nenhum melhorada pessoa. A permanncia da dificuldade de concentrao levar interrupo dosestudos e perda do trabalho. Aqueles que no sabem o que est acontecendo,comeam a cobrar e at hostilizar o doente. Ele, por sua vez, tambm no entendeo que est acontecendo, e sofre pela doena iniciante e pela ignorncia da famlia. comum nessas fases o desleixo com a aparncia ou mudanas no visual emrelao ao modo de ser, como a realizao de tatuagens, colocao de piercings,cortes de cabelo estranhos, indumentrias ridculas e descuido com a higienepessoal.

    Muitas vezes no h uma fronteira clara entre a fase inicial com comportamentoanormal e a esquizofrenia propriamente dita. A famlia pode considerar ocomportamento como tendo passado dos limites, mas os mecanismos de defesados pais os impede muitas vezes de verem que o que est acontecendo; no culpa ou escolha do filho, uma doena mental.

    A fase inicial pode durar meses, enquanto a famlia espera por uma recuperaodo comportamento. Enquanto o tempo passa, os sintomas se aprofundam, apessoa apresenta uma conversa estranha, irreal, passa a ter experincias

    diferentes e no usuais, o que leva as pessoas prximas a julgarem ainda mais queele est fazendo uso de drogas ilcitas. possvel que o doente j esteja tendosintomas psicticos durante algum tempo antes de ser levado a um mdico.

    Quando um fato grave acontece no h mais meios de se negar que algo erradoest acontecendo, seja por uma atitude fisicamente agressiva, seja por tentativa desuicdio, seja por manifestar seus sintomas claramente ao afirmar que JesusCristo ou que est recebendo mensagens do alm e falando com os mortos. Nesseponto a psicose est clara, o diagnstico de psicose inevitvel. Nessa fase ospais deixam de sentir raiva do filho e passam a se culpar, achando que se tivessemagido antes nada disso estaria acontecendo, o que no verdade. Infelizmente no

    existe tratamento precoce que previna a esquizofrenia, que uma doenainexorvel. As medicaes controlam parcialmente os sintomas: no normalizam o

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    doente. Quando isso acontece por remisso espontnea da doena e pornenhum outro motivo conhecido pela cincia atual.

    Diagnstico

    No h um exame que diagnostique precisamente a esquizofrenia, isto dependeexclusivamente dos conhecimentos e da experincia do mdico psiquiatra, portanto comum ver conflitos de diagnstico. O diagnstico feito pelo conjunto desintomas que o doente apresenta e a histria como esses sintomas foram surgindoe se desenvolvendo. Existem critrios estabelecidos para que o mdico e terapeutatenham um ponto de partida, uma base onde se sustentar, mas a maneira como oprofissional encara os sintomas bem pessoal. Um psiquiatra pode considerar queuma insnia apresentada no tenha maior importncia na composio do quadro;j outro pode consider-la fundamental. Assim os quadros no muito definidos ouatpicos podem gerar conflitos de diagnstico.

    Curso da doena

    A esquizofrenia doena grave, pois afeta as emoes, o pensamento, aspercepes e o comportamento. A gravidade dela no est tanto no diagnstico:est mais no curso da doena.

    Classicamente a distino que Kraepelin fez entre esquizofrenia (antigamentechamada de demncia precoce) e o transtorno bipolar (psicose cclica ou como erachamada, manaco-depressiva) foi a possibilidade de recuperao dos bipolares,enquanto os esquizofrnicos se deterioravam e no se recuperavam. Talvez apartir da criou-se uma tendncia a considerar-se a esquizofrenia irrecupervel.No resta a menor dvida de que muitos casos no se recuperam, mas hexcees (tratamentos alternativos e espirituais) e quando elas surgem, toda aregra passa a ser duvidosa, pois se perdem os limites sobre os quais se operavacom segurana.

    H dois motivos bsicos que justificam a falta de segurana sobre o curso daesquizofrenia:

    1- Falta de critrios uniformes nas pesquisas passadas sobre o assunto.

    2- Dificuldade de se acompanhar ao longo de vrios anos um grupo grande dedoentes.

    Faz apenas um pouco mais de 10 anos que a Organizao Mundial de Sade crioucritrios objetivos e claros para a realizao do diagnstico da esquizofrenia. Naverso anterior, o CID 9 (Classificao Internacional de Doenas n 9), os critrioseram "frouxos" permitindo diferenas considerveis nos parmetros adotados entreos estudos; assim as disparidades de resultados entre eles eram inaceitveisterminando com a indefinio a respeito do curso da esquizofrenia.

    Algumas psicoses so naturalmente transitrias e nicas na vida de uma pessoa.

    Se por engano essas so consideradas como esquizofrnicas gera-se conflito aose comparar com estudos cujos critrios exigiam um perodo mnimo de meses na

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    durao da psicose. Mesmo que durem muitos anos as psicoses no podem serconfundidas com a personalidade esquizide. Assim, devido falta de rigor narealizao dos diagnsticos no podemos ter segurana nos estudos anteriores aoCID 10 ou ao DSM-III (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disordersnumber 3) para os estudos que se basearam nos critrios americanos; assim, as

    concluses desses estudos no podem determinar nossa conduta atual. Apesar doCID 10 ter criado uma tcnica comprovadamente mais confivel e precisa de sediagnosticar a esquizofrenia, o problema no est resolvido. Somente com o tempoe com mais pesquisas saberemos se os critrios hoje adotados esto corretos, secorrespondem realidade. Caso no futuro se constate que ainda so insuficientes,as pesquisas feitas com os critrios do CID 10 tambm sero desacreditadas. Aspesquisas precisam dizer se o que estamos diagnosticando uma doena comvrios cursos naturais ou se so na verdade vrias doenas cada qual com seucurso prprio. Perante essas dificuldades entendemos por que so to almejadastcnicas biolgicas, como as de imagem da tomografia por emisso de psitrons,para se estudar as esquizofrenias.

    Segundo alguns estudos, mesmo em casos de remisso completa, no h garantiade cura. Esse dado aparentemente banal importantssimo no relacionamento como doente e sua famlia por que 100% deles perguntam se ficaro bem, se voltaro aser o que eram. No atual momento nenhum profissional da sade mental podeafirmar o que acontecer. Dizer que no vai melhorar provocar umadesesperana, dizer que vai ficar bom pode ser ilusrio, o que posteriormentecustar a confiana no profissional.

    Causas

    Sobre a causa da esquizofrenia s sabemos duas coisas: complexa emultifatorial. O crebro, por si, possui um funcionamento extremamente complexo eem grande parte desconhecido. Essa complexidade aumenta se considerarmos, etemos de considerar, que o funcionamento do crebro depende do funcionamentode outras partes do corpo como os vasos sangneos, o metabolismo do fgado, afiltragem do rim, a absoro do intestino etc. Por fim, ao considerar outras variveisnada desprezveis como o ambiente social e familiar, a complexidade se tornainatingvel para os recursos da Cincia. Provavelmente a esquizofrenia resultadodisso tudo. Na histria da Medicina as doenas foram descobertas muitas vezespelos grupos ou atividades de risco. As pessoas que passavam em determinado

    local e contraam doenas comuns quela regio abriam precedentes naspesquisas. Locais onde o solo era pobre em iodo, as pessoas adquiriam bcio;locais onde havia certos mosquitos as pessoas podiam adquirir malria, dengue,febre amarela. Locais infestados por ratos, adquiriam leptospirose. Com aesquizofrenia, nunca se conseguiu identificar fatores de risco, exceto o parentescocom algum esquizofrnico. Este fato dificulta as investigaes porque no forneceas pistas nas quais os pesquisadores mdicos precisam se basear para pesquisar.Como no h pistas, os profissionais so obrigados a escolher um tema, que porintuio, pode se relacionar esquizofrenia e investig-lo. isto que tem sido feito.

    Teoria Bioqumica

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    A mais aceita em parte devido ao sucesso das medicaes: as pessoas comesquizofrenia sofrem de um desequilbrio neuroqumico, portanto falhas nacomunicao celular do grupo de neurnios envolvidos no comportamento,pensamento e senso-percepo.

    Teoria do Fluxo Sangneo Cerebral

    Com as modernas tcnicas de investigao das imagens cerebrais (Tomografia porEmisso de Psitrons- TEP) os pesquisadores esto descobrindo reas que soativadas durante o processamento de imagens sejam elas normais ou patolgicas.As pessoas com esquizofrenia parecem ter dificuldade na "coordenao" dasatividades entre diferentes reas cerebrais. Por exemplo, ao se pensar ou falar, amaioria das pessoas mostra aumento da atividade nos lobos frontais, juntamente adiminuio da atividade de reas no relacionadas a este foco, como a da audio.Nos esquizofrnicos observa-se anomalias dessas ativaes. Por exemplo,ativao da rea auditiva quando no h sons (possivelmente devido a alucinaes

    auditivas), ausncia de inibio da atividade de reas fora do foco principal,incapacidade de ativar como a maioria das pessoas, certas reas cerebrais.

    A TEP (Tomografia por Emisso de Psitrons) mede a intensidade da atividadepelo fluxo sangneo: uma regio cerebral se ativa, recebendo mais aportesangneo, o que pode ser captado pelo fluxo sangneo local. Ela mostrou umfuncionamento anormal, mas por enquanto no temos a relao de causa e efeitoentre o que as imagens revelam e a doena: ou seja, no sabemos se asanomalias, o dficit do fluxo sangneo em certas reas, so a causa da doena oua conseqncia da doena.

    Teoria Biolgica Molecular

    Especula-se a respeito de anomalias no padro de certas clulas cerebrais na suaformao antes do nascimento. Esse padro irregular pode direcionar para umapossvel causa pr-natal da esquizofrenia ou indicar fatores predisponentes aodesenvolvimento da doena.

    Teoria Gentica

    Talvez essa seja a mais aceita de todas as teorias. Nas dcadas passadas vrios

    estudos feitos com familiares mostrou uma correlao linear e direta entre o graude parentesco e as chances de surgimento da esquizofrenia. Pessoas sem nenhumparente esquizofrnico tm 1% de chances de virem a desenvolver esquizofrenia;com algum parente distante essa chance aumenta para 3 a 5%. Com um pai oume aumenta para 10 a 15%, com um irmo esquizofrnico as chances aumentampara aproximadamente 20%, quando o irmo possui o mesmo cdigo gentico(gmeo idntico) as chances de o outro irmo vir a ter esquizofrenia so de 50 a60%.A teoria gentica, portanto explica em boa parte de onde vem a doena. Seexplicasse tudo, a incidncia de esquizofrenia entre os gmeos idnticos seria de100%.

    Teoria do Estresse

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    O estresse no causa esquizofrenia, no entanto o estresse pode agravar ossintomas. Situaes extremas como guerras, epidemias, calamidades pblicas nofazem com que as pessoas que passaram por tais situaes tenham maisesquizofrenia do que aquelas que no passaram.

    Teoria das Drogas

    No h provas de que drogas lcitas ou ilcitas causem esquizofrenia. Elas podem,contudo, agravar os sintomas de quem j tem a doena. Certas drogas comococana ou estimulantes podem provocar sintomas semelhantes aos daesquizofrenia, mas no h evidncias que cheguem a caus-la.

    Teoria Nutricional

    A alimentao balanceada recomendvel a todos, mas no h provas de que afalta de certas vitaminas desencadeie esquizofrenia nas pessoas predispostas. As

    tcnicas de tratamento por megadoses de vitaminas no tm fundamentoestabelecido por enquanto.

    Teoria Viral

    A teoria de que a infeco por um vrus conhecido ou desconhecido desencadeie aesquizofrenia em pessoas predispostas foi muito estudada. Hoje essa teoria vemsendo abandonada por falta de evidncias embora muitos autores continuemconsiderando-a como possvel fator causal.

    Teoria Social

    Fatores sociais como desencadeantes da esquizofrenia sempre so levantados,mas pela impossibilidade de estud-los pelos mtodos hoje disponveis, nada sepode afirmar a seu respeito. Toda pesquisa cientfica precisa isolar a varivel emestudo. No caso do ambiente social no h como fazer isso sem ferirprofundamente a tica.

    Minha opinio a respeito da esquizofrenia

    Com todo o meu respeito Cincia, aos pesquisadores e autores, como seguidor

    da Doutrina Esprita, no posso esquecer que a esquizofrenia, como toda doenasria e incapacitante, uma consequncia de desvarios e crimes cometidos peloser humano, em suas pregressas existncias. E, como dizia meu sogro, Dr. EliasBarbosa, professor e mdico psiquiatra esprita, com mais de quarenta anos deexperincia clnica: Os esquizofrnicos so espritos de inteligncia brilhante, queprejudicaram muitas pessoas em existncias passadas e, que, na presenteexistncia, sofrem uma ferrenha e metdica perseguio de obsessoresdesencarnados - suas antigas vtimas que ainda no o perdoaram. Por isso,quando atendo pais espritas, cujos filhos so esquizofrnicos, digo a eles que adoena por si s j a prpria cura do doente. Que sigam risca o tratamentomdico convencional, mas que levem o doente, tanto quanto possvel, ao Centro

    Esprita, para ele tomar passes e gua fluidificada. Os pais do doente devemfrequentar sesses de desobsesso semanais, com muita disciplina. E em casa,

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    fazer o Culto do Evangelho no Lar, todos os dias e, durante as preces, semprepedir perdo aos perseguidores do filho esquizofrnico.

    Sintomas da esquizofrenia

    Alucinaes - as mais comuns nos esquizofrnicos so as auditivas. O doentegeralmente ouve vozes depreciativas que o humilham, falam palavres, ordenamatos que os doentes reprovam, ameaam, conversam entre si falando mal doprprio esquizofrnico. Pode ser sempre a mesma voz, podem ser de vriaspessoas, podem ser vozes de pessoas conhecidas ou desconhecidas, podem sermurmrios e vozes incompreensveis, ou claras e compreensveis. Da mesmamaneira que qualquer pessoa se aborrece em ouvir tais coisas, os doentes tambmse afligem com o contedo do que ouvem, ainda mais por no conseguirem fugirdas vozes. Alucinaes visuais so raras na esquizofrenia, sempre que surgemdevem pr em dvida o diagnstico, favorecendo perturbaes orgnicas docrebro.

    Delrios - Os delrios de longe mais comuns na esquizofrenia so os deperseguio. So as ideias falsas que os doentes tm de que esto sendoperseguidos, que querem mat-lo ou fazer-lhe algum mal. Os delrios podemtambm ser bizarros como achar que est sendo controlado por extraterrestres queenviam ondas de rdio para o seu crebro. O delrio de identidade (achar que outra pessoa) a marca tpica do doente mental que se considera Napoleo. NoBrasil o mais comum considerar-se Deus ou Jesus Cristo e outros Santos daIgreja Catlica.

    Perturbaes do Pensamento - Estes sintomas so difceis para o leigo identificar:mesmos os mdicos no psiquiatras no conseguem perceb-los, no porquesejam discretos, mas porque a confuso tamanha que nem se conseguedenominar o que se v. H vrios tipos de perturbaes do pensamento, odiagnstico tem que ser preciso porque a conduta distinta entre o esquizofrnicoque apresenta esse sintoma e um doente com confuso mental, que pode ser umaemergncia neurolgica.

    Alterao da sensao do eu - Assim como os delrios, esses sintomas sodiferentes de qualquer coisa que possamos experimentar, exceto em estadosmentais patolgicos. Os doentes com essas alteraes dizem que no so elas

    mesmas, que outra entidade apoderou-se de seu corpo e que j no ela mesma,ou simplesmente que no existe que seu corpo no existe.

    Falta de motivao e apatia - Esse estado muito comum, praticamente umaunanimidade nos doentes depois que as crises cessaram. O doente no temvontade de fazer nada, fica deitado ou vendo TV o tempo todo, frequentemente anica coisa que faz fumar, comer e dormir. Descuida-se da higiene e aparnciapessoal. Os doentes apticos no se interessam por nada, nem pelo quecostumavam gostar.

    Embotamento afetivo - As emoes no so sentidas como antes. Normalmente

    uma pessoa se alegra ou se entristece com coisas boas ou ruins respectivamente.Esses doentes so incapazes de sentir como antes. Podem at perceber isso

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    racionalmente e relatar aos outros, mas de forma alguma podem mudar essasituao. A indiferena dos doentes pode gerar raiva pela apatia consequente, masos doentes no tm culpa disso e muitas vezes so incompreendidos.

    Isolamento social - O isolamento praticamente uma consequncia dos sintomas

    acima. Uma pessoa que no consegue sentir nem se interessar por nada, cujospensamentos esto prejudicados e no consegue diferenciar bem o mundo real doirreal no consegue viver normalmente na sociedade.

    Estes trs ltimos sintomas no devem ser confundidos com depresso. Adepresso tratvel e costuma responder s medicaes, j esses sintomascitados da esquizofrenia no melhoram com nenhum tipo de antipsictico. A grandeesperana dos novos antipsicticos de atuarem sobre os sintomas depressivos nose concretizou, contudo esses sintomas podem melhorar espontaneamente. Porisso que, hoje em dia, os mdicos esto associando medicamentos antidepressivoscom antipsicticos, no tratamento da esquizofrenia.

    Quando um filho tem esquizofrenia

    Quando um filho tem esquizofrenia, ele sofre e sofre tambm a famlia. Numprimeiro momento, tenta-se esconder a doena por causa do preconceito social.Quando a doena no passa os sonhos se desfazem e a preservao da imagemno tem mais sentido porque a doena mais grave do que o preconceito. Adesesperana surge junto com a tristeza e o sentimento de perda da vida, daperspectiva, do futuro daquele que adoeceu tem que ser superado. A doena nopede licena: impe e obriga-nos a mudar de postura diante da vida, diante da dor.A esquizofrenia no pode ser encarada como uma desgraa: tem que ser vistacomo uma barreira natural para nossos planos e desejos pessoais. Quando algumna famlia adquire esquizofrenia necessrio que toda a famlia mude, se adaptepara continuar sendo feliz apesar da dor. Os artigos cientficos no publicam, maso ser humano capaz de ser feliz apesar da doena.

    Como reconhecer a esquizofrenia ainda no comeo?

    O reconhecimento precoce da esquizofrenia uma tarefa difcil porque nenhumadas alteraes exclusiva da esquizofrenia incipiente; essas alteraes socomuns a outras enfermidades, e tambm a comportamentos socialmente

    desviantes, mas psicologicamente normais. Diagnosticar precocemente umainsuficincia cardaca pode salvar uma vida, j no caso da esquizofrenia a nicavantagem do diagnstico precoce poder comear logo um tratamento, o que porsi no implica em recuperao. O diagnstico precoce melhor do que odiagnstico tardio, pois tardiamente j ter sido imposto muito sofrimento ao doentee sua famlia, coisa que talvez o tratamento precoce evite. O diagnstico tarefaexclusiva do psiquiatra, mas se os pais no desconfiam de que uma consulta comeste especialista necessria nada poder ser feito at que a situao piore e abusca do profissional seja irremedivel. Qualquer pessoa est sujeita a vir a teresquizofrenia; a maioria dos casos no apresenta nenhuma histria de parentescom a doena na famlia.

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    Abaixo esto enumeradas algumas dicas - como dito acima, nenhuma delas socaractersticas, mas servem de parmetro para observao:

    Dificuldade para dormir, alternncia do dia pela noite, ficar andando pela casa anoite, ou mais raramente dormir demais

    Isolamento social, indiferena em relao aos sentimentos dos outros

    Perda das relaes sociais que mantinha

    Perodos de hiperatividade e perodos de inatividade

    Dificuldade de concentrao, chegando a impedir o prosseguimento nos estudos

    Dificuldade de tomar decises e de resolver problemas comuns

    Preocupaes no habituais com ocultismos, esoterismo e religio

    Hostilidade, desconfiana e medos injustificveis

    Reaes exageradas s reprovaes dos parentes e amigos

    Deteriorao da higiene pessoal

    Viagens ou desejo de viajar para lugares sem nenhuma ligao com a situaopessoal e sem propsitos especficos

    Envolvimento com escrita excessiva ou desenhos infantis sem um objetivodefinido

    Reaes emocionais no habituais ou caractersticas do indivduo

    Falta de expresses faciais (Rosto inexpressivo)

    Diminuio marcante do piscar de olhos ou piscar incessantemente

    Sensibilidade excessiva a barulhos e luzes

    Alterao da sensao do tato e do paladar

    Uso estranho das palavras e da construo das frases

    Afirmaes irracionais

    Comportamento estranho como recusa em tocar as pessoas, penteadosesquisitos, ameaas de automutilao e ferimentos provocados em si mesmo

    Mudanas na personalidade

    Abandono das atividades usuais

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    Incapacidade de expressar prazer, de chorar ou chorar demais injustificadamente,risos imotivados

    Abuso de lcool ou drogas

    Posturas estranhas

    Recusa em tocar outras pessoas

    Nenhum desses sinais por si comprovam doena mental, mas podem indic-la.Pela faixa etria, esses sinais podem sugerir envolvimento com drogas,personalidade patolgica ou revolta tpica da idade. Diferenciar a esquizofrenia doenvolvimento com drogas pode ser feito pela observao da preocupaoconstante com dinheiro, no caso de envolvimento com drogas, coisa rara naesquizofrenia. As personalidades patolgicas (por exemplo, a psicopatia,borderline etc) no apresentam mudanas no comportamento, so sempre

    desviantes, desde as tenras idades. Na esquizofrenia incipiente, ainda quelentamente, ocorre uma mudana no curso do comportamento da pessoa, e naspersonalidades patolgicas no. Na revolta tpica da adolescncia sempre haverum motivo razovel que justifique o comportamento, principalmente se os paistiverem muitos conflitos entre si.

    Aos pais

    Aprendam a reconhecer os sintomas iniciais, que possam indicar uma possvelrecada antes do quadro completo se instalar.

    Procurar atendimento mdico logo, sem adiamentos.

    Procurar aprender sobre a doena para melhor entender o filho em suasnecessidades.

    Estabelecer expectativas realistas para a condio individual do filho doente.

    Observar e aprender para melhor poder relatar os sintomas.

    Saber respeitar seus prprios limites: voc no poder ajudar adequadamente

    enquanto estiver precisando de ajuda.

    Tentar o mximo possvel estabelecer uma relao amistosa, com um objetivo efinalidade estabelecida.

    Estimular parentes e amigos de seu filho a estabelecerem uma relao saudvel.

    Comunicar-se de forma clara e objetiva, sem usar meias-palavras ou deixarmensagens subentendidas.

    Principalmente: ter um ambiente emocionalmente estvel em casa. Expresses

    hostis mesmo que no direcionadas para a pessoa doente afetam e prejudicam o

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    esquizofrnico. No exercer cobranas sobre ele. Expressar as emoes tantopositivas (alegria) quanto as negativas (raiva) sempre com moderao.

    Estimular a religiosidade no doente seja ela de qualquer denominao. E todo fimde noite, procurar orar junto ao filho.

    Uso dos medicamentos

    Os remdios so a nica alternativa para tratar a esquizofrenia, as outras formasde terapia complementam, mas no substituem as medicaes. H, contudo, umanatural resistncia ao uso delas e isso apenas uma conseqncia da forma comose entende a doena. Se encararmos a medicao como algo estranho ao corpo aaverso se dar inevitavelmente, mas se encararmos as medicaes comosubstncias reguladoras de atividades cerebrais desequilibradas, pode-se v-lascomo amigas. O doente no tem nenhuma culpa por uma parte do crebro estardesregulado, mas pode usar o lado saudvel (o bom senso) para tomar a deciso

    de se tratar. As medicaes, portanto, s fazem ajustar o que estava desajustado.Infelizmente no caso da esquizofrenia no se conhece medicaes que realizemessa tarefa completamente, restabelecendo a normalidade do doente. Mas porenquanto temos uma ajuda parcial.

    Fontes:

    DSM. IV, CID.10

    O Manual Diagnstico e Estatstico de Transtornos Mentais foi publicado em 1952pela Associao Americana de Psiquiatria.

    New Hope in Pharmacotherapy for Schizophrenia - Leonardo Cortese.

    Dalgalarrondo, Paulo - Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais, 2 Ed.Artemed.

    Os Demnios De Henry - Vivendo Com A Esquizofrenia: Pai E Filho Contam SuaHistria - Cockburn, Henry; Cockburn, Patrick / JORGE ZAHAR

    Ajustamento Social na Esquizofrenia - Shirakawa, Itiro / Casa Leitura Mdica - 4

    Ed. 2009

    Esquizofrenia - Adeso ao Tratamento -Shirakawa, Itiro / Casa Leitura Mdica

    Entendendo a Esquizofrenia - Geraldes, Maria Thereza de Moraes; Bezerra, AnaBeatriz Costa; Palmeira, Leonardo Figueiredo / INTERCIENCIA

    (1) Fernando Ferreira Filho psicoterapeuta /(2) www.harmoniacomflorais.com

    (3) http://harmonize-se-com-florais-de-bach.blogspot.com/(4) http://obsessaoepsicopatologias.blogspot.com/

    http://www.harmoniacomflorais.com/http://harmonize-se-com-florais-de-bach.blogspot.com/http://harmonize-se-com-florais-de-bach.blogspot.com/http://obsessaoepsicopatologias.blogspot.com/http://obsessaoepsicopatologias.blogspot.com/http://www.harmoniacomflorais.com/http://harmonize-se-com-florais-de-bach.blogspot.com/http://obsessaoepsicopatologias.blogspot.com/