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Instáveis Proposta teórico-metodológica para construção de tipologias de ASPILs para Políticas Públicas Paulo Fernando Cavalcanti Filho Núcleo de Estudos em Tecnologia e Empresas/NETE/UFPB REDESIST Rio de Janeiro, 06 de julho de 2011

Estabilizando ASPILs Instáveis P roposta teórico-metodológica para construção de tipologias de ASPILs para Políticas Públicas Paulo Fernando Cavalcanti

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Estabilizando ASPILs InstáveisProposta teórico-metodológica para

construção de tipologias de ASPILs para Políticas Públicas

Paulo Fernando Cavalcanti FilhoNúcleo de Estudos em Tecnologia e Empresas/NETE/UFPB

REDESIST

Rio de Janeiro, 06 de julho de 2011

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Características da Definição de ASPIL Proposta Formal

para evitar-se o uso apenas da intuição. Extensiva e classificatória

contextualizando para se evitar a mera exemplificação/ostensividade.

Concatenada onde se recorre a um conjunto de definições primárias para que

sejam encontradas, em um background crescente, definições secundárias

Analítica e Intencional (ou essencial) construída por proposições intencionais, afirmando exatamente o

que se ‘é’, para evitar-se a perífrase (‘economês’)

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Definição Intencional: características

Inclui o conjunto das características que constituem o conceito

Referem-se às propriedades do objeto formal que se deseja representar pelo conceito

Referem-se às representações mentais que se combinam para formar o conceito

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Definição Extensiva: características

Nomeiam-se os elementos da classe de objetos que o compõem ou a que se refere o conceito

entende-se por classe um conjunto de elementos que possua tantas características em comum quantas foram identificadas na dimensão intencional

Casos exemplares dos tipos a serem identificados

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Descrição Lingüística e Sistema Conceitual

Uma descrição lingüística do conteúdo dos elementos que compõem o conceito de ASPIL torna-se um Sistema Conceitual quando adquire coerência, regularidade e sistematização ao definir Quais os elementos de seu domínio (o que está contido na definição de ASPIL), quais os conceitos necessários (suas características comuns) e quais as relações entre os mesmos (através dos conceitos/características).

A construção de um sistema conceitual se faz necessária para o desenvolvimento de uma teoria, pois permite construção de definições que admitem para um mesmo domínio a

ocorrência de diferentes relações (um tipo de APL pode ter diferentes características, i.e., existem formas ‘variantes’ de cada tipo)

mas garante (idealmente) que um mesmo conjunto de relações não possa pertencer a distintos domínios, ou a definição seria falha (grupo de ‘variantes’ origina-se de um mesmo ‘tipo’)

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Dimensão Extensiva da Definição do ASPIL

Qualquer organização complexa entre os subsistemas formados pelos atores: Empresas:

Da cadeia produtiva: produtores de bens/serviços, fornecedores, insumos e equipamentos; distribuidoras, transporte e comercializadoras;

Prestadoras de serviços técnicos: Contabilidade, marketing/propaganda, P&D, alimentação, segurança, capacitação, limpeza, comunicações, locação,

tecnologia da informação, serviços tecnológicos Do Sistema Financeiro:

Liquidez, capital de giro,financiamento e reestruturações financeiras

Trabalhadores: Da produção:

Operários e técnicos das linhas de produção e dos serviços tecnológicos, motoristas, telefonistas, cozinheiros Da administração e gerência:

gerentes, administradores, pesquisadores, tecnólogos, advogados, designers, vendedores, marketeiros, contadores

Usuários finais: Do Próprio ASPIL De outros ASPILs no mesmo território De outros ASPILs de outros territórios

Organizações: de capacitação de recursos humanos, informação, engenharia, P&D; apoio/promoção/financiamento; cooperativas,

associações/sindicatos e demais órgãos de representação patronal, sindical ou outras.

Governos: Local/Municipal Estadual/Regional Nacional/Multilateral/Global

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

Proposição 1) análises binárias, do tipo “presença/ausência”, se aplicadas a características intencionais (fundamentais), permitem, por construção, a classificação tipológica dos objetos reais “ASPILs” em oposição ao que não é arranjo, nem é sistema produtivo, mas não permitem sua subdivisão interna em tipos, ou seja, não permitem a distinção entre arranjos e destes em relação aos sistemas. apenas características extensivas ou classificatórias admitem este

procedimento, pois diferenciam distintas classes de objetos dentro do gênero ASPILs: arranjos ou sistemas;

Características intencionais implicam em classificações de gradação (alto/baixo, forte/fraca, etc.) e de hierarquização (desenvolvido/subdesenvolvido, centro/periferia, dinâmico/dependente, endógeno/exógeno, etc.)

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

Diferentes formas de organização geram distintas propriedades sistêmicas, entre as quais, o território. Exemplo 1: todas as empresas do APL interagem, de alguma forma e

em algum grau de intensidade; empresas presentes em um território, mas sem qualquer interação com os demais atores de um determinado APL, não fazem parte deste APL, por definição.

Exemplo 2: As empresas de um determinado APL integram alguma cadeia produtiva, mas nem todos os elos da cadeia produtiva precisam estar presentes em um mesmo APL.

Exemplo 3: APLs com elementos ausentes (cadeia produtiva incompleta) ou atrofiados (presença de correspondentes bancários, mas não de agências bancárias) podem apresentar propriedades distintas, mas o mais relevante são as características das interações entre seus elementos.

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

PROPOSIÇÃO 2: todos os objetos reais que pertençam ao conceito de ASPIL devem, necessariamente, possuir características comuns, fundamentais ou de 1ª ordem/primárias e, portanto, contidas na dimensão intencional da definição.

Mas, é possível separar, dentro do mesmo conceito, subclasses de objetos, com características distintas, suplementares ou de 2ª ordem, e que se referem exclusivamente a esta subclasse;

As características secundárias não podem ser contraditórias ou opostas à presença das características primárias, ou seja, os elementos e relações secundárias formam um número de subconjuntos que pode ter como interseção o conjunto vazio, mas todos devem ser deriváveis do mesmo domínio.

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

Exemplo 1: atores diferentes que interagem de forma complexa incluem

estabelecimentos industriais, bancos, universidades e governos

Exemplo 2: atores diferentes que interagem de forma complexa na produção de mercadorias incluem fornecedores de matérias-primas, produtores de máquinas e equipamentos e fabricantes de bens finais

Exemplo 3: atores diferentes que interagem de forma complexa no financiamento incluem bancos comerciais (públicos e privados), bancos de desenvolvimento, agências/fundos públicos de fomento, bolsas de valores, etc.

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

Além da hierarquização, estas subclasses podem possuir articulações que lhes dão coerência, em termos dos papéis que exercem hierarquia, isto é, um arranjo está articulado a um sistema produtivo que

apresenta maior grau de complexidade em, pelo menos, uma dimensão, e, por este motivo, se constitui no centro dinâmico, enquanto o APL possui sua evolução subordinada e periférica a este mesmo centro.

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

PROPOSIÇÃO 3: Os ASPILs podem assumir a forma de qualquer organização sistêmica entre subsistemas que contenham, em parte ou no todo, os elementos abaixo:

Empresas: Da cadeia produtiva:

produtores de bens (agrícolas ou industriais) e de serviços, fornecedores, insumos e equipamentos; distribuidoras, transporte e comercializadoras;

Prestadoras de serviços técnicos: Contabilidade, marketing/propaganda, P&D, alimentação, segurança, capacitação, limpeza, comunicações,

locação, tecnologia da informação, serviços tecnológicos Do Sistema Financeiro:

Liquidez, capital de giro, hedge, aplicações, financiamento, reestruturações financeiras Trabalhadores:

Da produção: Operários e técnicos das linhas de produção Do apoio: serviços tecnológicos, motoristas, telefonistas, serviços gerais Da administração e gerência: gerentes, administradores, Dos serviços especializados: pesquisadores, advogados, designers, vendedores, marqueteiros, contadores

Usuários finais: Do Próprio ASPIL; De outros ASPILs no mesmo território; De outros ASPILs de outros territórios

Organizações: de capacitação de recursos humanos, informação, engenharia, P&D; apoio, promoção e financiamento;

cooperativas, associações e sindicatos e demais órgãos de representação patronal, sindical ou outras. Governos:

Local/Municipal Estadual/Regional Nacional/Multilateral/Global

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

PROPOSIÇÃO 4: O objeto de análise, é um processo caracterizado por “vínculos consistentes (ou frágeis) de articulação, interação,

cooperação e aprendizagem voltadas a introdução [financiamento, produção, comercialização] de novos produtos e processos”

PROPOSIÇÃO 5: O processo possui um único conteúdo, a produção de conhecimento, fruto da atividade intelectual humana desenvolvida na produção, comercialização, financiamento e inovação, e com uma lógica imanente: a geração social, mas com apropriação privada de valor econômico.

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

PROPOSIÇÃO 6: Da presença irredutível da incerteza e do tempo histórico resultam quatro propriedades dos processos dinâmicos comuns aos ASPILs: Irreversibilidades (historicidade e custos) Não-otimalidades (comportamento adaptativo) Cumulatividades (dependência da trajetória) Conflitos (concorrência, interesses, expectativas)

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

PROPOSIÇÃO 7: A definição de ASPILs é Teoricamente restrita em sua dimensão intencional: há

um conjunto definido de características sistêmicas e um modo de análise do objeto ASPIL;

Empiricamente flexível em sua dimensão extensiva: quase qualquer forma concreta de organização econômica pode ser um arranjo ou sistema.

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

PROPOSIÇÃO 8: Independentemente da trajetória evolutiva específica, historicamente desenvolvida, a finalidade de todo e qualquer ASPIL é definida a partir da lógica da economia capitalista: busca por acumulação de lucros Estrutura, funções e dinâmica voltadas para esta

finalidade

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

A finalidade de qualquer sistema, logo, também dos ASPILs, orienta sua lógica operativa em três níveis:

Individual: o comportamento dos atores, sejam estes públicos ou privados, produtivos ou não-produtivos, subordinado ou dominante nas decisões de consumo e investimento;

Funcional: os objetivos/finalidades, suas formas, a intensidade e eficiência das atividades desempenhadas pelos subsistemas produtivo, financeiro, comercial e inovativo;

Estrutural: Características básicas que definem dimensão e densidade (cultura, território e história), enraizamento e resiliência (dependência/endogenia e flexibilidade/fragilidade) e governança (propriedade, poder e trabalho) do ASPIL

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

PROPOSIÇÃO 9: pode-se classificar sistemas complexos (ASPILs) de acordo com duas categorias: Variáveis: características que tipificam os Arranjos e os

diferenciam do Sistema e de algo que não é arranjo nem sistema (um não-APL), pois são elementos da dimensão intencional Estruturais e funcionais

variantes: especificidades empíricas das variáveis estruturais e funcionais, de tal forma que distintas ‘famílias e espécies’ de ASPILs podem pertencer a uma mesma estrutura e funções. decorrência dos processos historicamente específicos e de sua

ocorrência em territórios caracterizados de forma particular Fruto de decisões e ações individuais

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

PROPOSIÇÃO 10: variáveis Funcionais situam-se no topo da hierarquia do processo evolutivo, pelo duplo papel de canal das ações individuais:

a) papel de mecanismo seletivo, quando a estrutura é um dado, restringindo/viabilizando formas e processos de articulação entre financiamento, inovação, comercialização e produção;

b) de mecanismo inovativo, quando a própria estrutura é alvo de transformação pela introdução de novidades financeiras, novos processos inovativos, novas formas de comercialização e de produção.

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

Proposição 11: Da posição hierárquica, definida por suas relações sistêmicas complexas, resulta e reproduz-se o território, com sua especificidade e coerência, identificando-se um ‘arranjo’ ou um ‘sistema’.

quanto maior o grau de complexidade mais elevado na hierarquia dos processos evolucionários será um sistema, logo, o território que apresentar a totalidade das relações essenciais será denominado “sistema produtivo e inovativo local”.

Posição hierárquica inferior a esta implicará na ausência de uma ou mais dimensões sistêmicas e devem ser associadas aos “arranjos produtivos locais”.

Há um número mínimo de dimensões, como limite inferior do grau de complexidade sistêmica, abaixo do qual perde-se o caráter complexo, tal que a denominação arranjo/sistema não se aplica.

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

PROPOSIÇÃO 12: Partindo-se das características fundamentais e comuns, sua dimensão intencional, tem-se que ASPILs são:

sistemas Complexos, compostos por diversos atores, diferenciados por natureza (variedades) e posição hierárquica (assimetrias),

auto-organizados em subsistemas e articulados entre si, compondo uma organização balizada por doze dimensões principais, hierarquicamente distribuídas de acordo com uma variedade de funções

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

Social Cultura (relações sociais, instituições, artefatos, manifestações artísticas,

diversidade, enraizamento, valores, natureza, burocratização e complexidade social)

História (momento e contexto de sua origem histórica, tempo cronológico de existência, personagens, fatos singulares ocorridos)

Território (fronteiras internas e externas de domínio relacional, vizinhança e exterior, elementos naturais, humanos, sociais)

Mecanismos de Distribuição Trabalho (quantidade, remuneração, qualidade, produtividade, formação

educacional e profissional, condições de reprodução, flexibilidade, inovatividade)

Propriedade (origem do capital, concentração, forma – individual, societária, coletiva, estatal – tipo –intelectual, marca, imobiliária, maquinaria, matéria-prima - formas de remuneração – royalties, aluguel, lucro, juro)

Poder (grupos sociais, instituições políticas-públicas-C&T-privadas, hierarquias, valores sociais, controle governamental, força militar, ideologia, controle midiático, conflito)

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

Formas de Apropriabilidade Consumo (público e privado; tipos de bens e serviços; formas de

financiamento; padrão de consumo básico e supérfluo; indústria cultural, influências culturais e midiáticas, consumismo e consumo excludente; consumo individual e coletivo)

Investimento (público e privado; decisão, volume, taxa, estoque de capital; especificidades do uso; financiamento; durabilidade, intensidade tecnológica, etc.)

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

Processos de Geração do valor Produção (processos, produtos de consumo e de capital;, escalas,

organização; padrão de especialização; divisão do trabalho, composição técnica, intensidade tecnológica)

Inovação (tipos de inovação – produto e processo; formas de difusão, aprendizado, cooperação e competição, fontes de informação, ritmo e direção do progresso tecnológico)

Mecanismo de Circulação e Aceleração Financiamento (instrumentos, produtos, mercados, regulação,

perfis de ativos/passivos, especulação) Comercialização (distribuição, transporte, armazenamento,

publicidade/propaganda, vendas, fidelização, precificação)

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Tipologia para ASPILs: conclusões

A presença de todas as dimensões caracteriza um ‘sistema produtivo e inovativo local’, tornando-o o primeiro tipo e aquele que ocupará um dos ‘extremos’ da tipologia.

No outro extremo deve-se ter aquilo que não corresponde a um sistema, nem tão pouco a um arranjo deve-se listar as dimensões ausentes que impedem

sua caracterização como arranjo ou sistema

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Dimensões Sistêmicas em um “sub-arranjo”

Presentes: Necessariamente: Cultura, território e história Possível: Produção não mercantil, poder político, trabalho não assalariado, mudança

técnica

Ausentes A) Distribuição

Propriedade empresarial Trabalho assalariado

B) Apropriação Consumo de terceiros Investimento empresarial

C) Geração Inovação Mercantil Produção Mercantil

D) Circulação Finanças Comercialização

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O que não seria APL: exemplos

manifestações culturais realizadas para usufruto próprio da localidade, mas não para motivar turismo ou comércio locais

agricultura familiar de auto-subsistência produção de artefatos para uso pessoal ou

coletivo sem transações mercantis Atividades auto-contidas, sem complexidade sistêmica

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O que não é APL

atividade produtiva não-capitalista não pode ser considerada um arranjo produtivo Falta dos elementos constituintes deste sistema de produção,

apesar de haver ocupação de recursos, produção de bens/serviços, em determinado território, ao longo de certo período de tempo e enraizado na cultura local.

Mas não se faz necessário que a atividade seja integralmente capitalista para que se constitua em um APL. Basta que a atividade seja mercantil (produção voltada para

consumo de terceiros - o ‘mercado’), mesmo que não haja trabalho assalariado

Exemplos: artesanato e agricultura familiar quando ambos direcionam sua produção para comercialização.

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O que é Arranjo e o que o diferencia do Sistema

Devido à natureza complexa dos ASPILs, não é possível a inserção isolada das dimensões ausentes do tipo ‘não-APL’ para que se defina um ‘APL’.

A interdependência lógica entre estas dimensões implica na sua inserção conjunta ou na sua ausência completa. Um ‘arranjo’ necessariamente está articulado ao conjunto de relações que definem o ‘sistema’, logo, aparentemente não seria possível sua distinção tipológica deste.

Ao mesmo tempo, sabe-se que há especificidades que permitem diferenciar ‘arranjo’ e ‘sistema’, uma vez que aquele é hierarquicamente inferior, bem como, permitirão a identificação de ‘variedades’ e ‘variantes’ entre os arranjos.

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O que é Arranjo e o que o diferencia do Sistema

A solução para este paradoxo decorre das dimensões territorial e histórica.

Uma vez que os arranjos são hierarquicamente inferiores aos sistemas, mas devem possuir as mesmas relações, isto apenas se mostra possível se todo arranjo for um subconjunto de um sistema (maior, mais complexo) dimensões ausentes do arranjo estão contidas no

sistema e operem como “o” mecanismo de articulação orgânica entre o todo (sistema) e sua parte (arranjo).

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O que é Arranjo e o que o diferencia do Sistema

Co-existência entre estes tipos sistêmicos (arranjo e sistema) não pode ocorrer na ausência desta distinção hierárquica presença de assimetrias entre atores e entre sub-

sistemas é uma característica intrínseca, fundamental, aos sistemas complexos

um sistema formado por subsistemas simétricos seria denominado de ‘simples’, não podendo ser denominado de ‘complexo’: a assimetria é condição necessária para a ocorrência de

processos evolucionários e para a complexidade sistêmica.

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O que é Arranjo e o que o diferencia do Sistema

Formas ‘arranjo’ e ‘sistema’ são necessariamente complementares, formando uma unidade, pois um não pode existir na ausência do outro

Por outro lado, são também opostos entre si, pois o conflito entre os subsistemas é característico dos sistemas complexos. conflito se manifesta na concorrência entre os atores de

um subsistema (um arranjo) e deste com os demais subsistemas, do mesmo sistema.

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O que é Arranjo e o que o diferencia do Sistema

Identificar um APL necessariamente implica identificar quais dimensões sistêmicas estão ausentes do território e serão, então, aquelas que o articularão ao sistema maior que o integra. Deriva-se daí que políticas que objetivem internalizar

estas dimensões estarão, necessariamente, reduzindo o grau de dependência sistêmica do APL e amplificando seu enraizamento local, reforçando seu dinamismo endógeno.

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O que é Arranjo e o que o diferencia do Sistema

Além da diferenciação territorial entre arranjo e sistema, um APL surge e existe em momento histórico distinto dos demais subsistemas, quando o sistema maior se expande e incorpora novos territórios ao seu domínio.

A análise histórica é inseparável da explicação, pois todo arranjo é historicamente posterior, em sua constituição enquanto ‘parte de um sistema’, à formação do próprio sistema que o contém

Isto não impede que as raízes históricas do APL, quando ainda era um ‘não-arranjo’ (ou um APL de outro sistema), antecedam, cronologicamente, a constituição do sistema produtivo que, agora, o contém.

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O que é Arranjo e o que o diferencia do Sistema

Exemplo: uma manifestação cultural típica de um território, com origens seculares (festa junina em CG), sem finalidade econômica (um ‘não-APL’) é incorporada, em 1982, ao roteiro turístico paraibano, como mecanismo de geração de emprego e renda para uma microrregião estagnada, utilizada como marketing cultural de grandes empresas externas (do sistema), espaço e momento de comercialização intensa de bens e serviços (gastronomia, vestuário, hospedagem, transporte, espetáculos, etc.).

As atividades eram antecedentes ao surgimento do APL do São João de Campina Grande e estavam articuladas a vários outros APLs e alguns sistemas (transporte nacional e internacional, hotelaria, comércio de bens de consumo produzidos em centenas de localidades do Brasil e do Mundo, etc.).

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O que é Arranjo e o que o diferencia do Sistema

As relações complexas que impedem a separação lógica das diferentes dimensões de um sistema ou arranjo, não impedem sua distinção analítica é possível circunscrever os limites do território de ação dos atores

de um arranjo. Diferenciação entre ‘tipos’ de APLs dependerá da combinação

particular de dimensões sistêmicas que estejam fora dos limites de seus territórios Mudanças de combinações originam novos arranjos

Embora seja possível um grande número de combinações, o conjunto completo de ‘variantes’ de arranjos pode ser organizado em subclasses, de tal forma que surjam “tipos de arranjos” de maior estabilidade.

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O que é Arranjo e o que o diferencia do Sistema

Condição mínima para ser APL está definida pelas dimensões sociais (cultura, território e história) presença local de, ao menos, uma das demais

dimensões (na forma mercantil/empresarial) quaisquer que estas sejam, desde que cumpra o papel de

‘elo’ de comunicação desta atividade local com um sistema pré-existente e externamente localizado, que passa a englobar aquela, como um de seus subsistemas, ou ‘arranjo’

Qualquer das dimensões econômicas presentes implicará nas dimensões de distribuição e apropriação

Assim, são as dimensões econômicas de geração e circulação de valor que estabelecem os critérios tipológicos

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O que é Arranjo e o que o diferencia do Sistema

i) geração de valor econômico (produção ou inovação)

ii) circulação das mercadorias (comercialização ou financiamento)

LOGO, iii) forma de apropriação (investimento ou

consumo) iv) forma de distribuição local do valor (trabalho

assalariado, propriedade ou poder político)

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Quais os tipos de APL

Portanto, há um total de quatro dimensões possíveis para conectar-se à história, à cultura e ao território, e, então, às demais dimensões tem-se um conjunto total de doze tipos de APLs, a

depender da combinação particular destas dimensões

Há dois tipos que não são APLs O ‘sub-APL’, por insuficiência dimensional O ‘sistema’, por completude dimensional

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Tipos de APLs: Variáveis

APLs-Especializados – APL-E

APLs-Dependentes – APL-D

APLs-Endogenamente Dinâmicos – APL-ED

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Tipos de APLs Especializados: Variantes

APLs-Especializados

APL – Comercial

APL – Financeiro

APL – Inovativo

APL – Produtivo ou ‘Enclave’

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Tipo de APL: a variante enclave a) a sua fonte de financiamento é de origem externa b) comercialização é estabelecida fora do território do APL

(distribuidoras, marketing, pontos de venda, etc.); c) Direção do progresso tecnológico é definida por

fornecedores ou centros de pesquisa externos ao arranjo; d) a propriedade dos ativos críticos para a distribuição de

renda está sob controle de não-residentes no território; e) os grupos de poder não possuem raízes locais; f) a localização dos consumidores é integralmente externa; g) decisão de investimento formulada em centros de decisão

localizados em outro território e obedecendo estratégias coerentes com a lógica do sistema maior e não do arranjo.

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Tipos de APLs Dependentes: Variantes

APLs - Dependentes APL – D na Circulação

Comercialização e Financiamento APL – D na Geração

Produção e Inovação APL – D na Geração e Circulação

Produção e Comercialização Produção e Financiamento Inovação e Comercialização Inovação e Financiamento

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Tipo de APL: a variante dependente

a) a propriedade de, pelo menos, um ativo crítico está sob controle de residentes do APL;

b) ao menos um grupo de poder possui raízes locais; c) decisão de investimento é formulada a partir de centros de

decisão localizados no APL e obedecendo estratégias coerentes com a lógica interna.

d) a definição do padrão de consumo é estabelecida pelos proprietários e grupos de poder locais e reproduzida a partir dos rendimentos locais.

e) sua dinâmica for exogenamente dependente de, pelo menos, uma duas das seguintes dimensões:

i) produção; ii) comercialização; iii) inovação; iv) financiamento.

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Tipos de APLs Endógenos: as variantes

APL – Dinamicamente Endógeno

APL – DE sem Finanças

APL – DE sem Comercialização

APL – DE sem Produção

APL – DE sem Inovação

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Tipo de Apl: a variante dinâmica Arranjo internaliza três das dimensões funcionais:

i) suas fontes de financiamento decisão de expansão da capacidade não limitada por dificuldades no acesso

a recursos pela falta de relações próximas com os atores financeiros

ii) a direção do progresso tecnológico esforço inovativo no interior do arranjo na fronteira de uma das trajetórias

tecnológicas favorecidas pelo paradigma, em sua atividade principal;

iii) o controle sobre os mecanismos e processos que constituem o padrão de comercialização em sua atividade principal, de tal forma que suas margens de lucro e participação nos mercados não sejam restringidas por intermediários externos ao APL;

iv) a produção de ao menos uma linha de produtos entre as mais dinâmicas, de tal forma que possa usufruir das vantagens territoriais (identidade geográfica dos produtos).

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

O grau de endogenia dos ASPILs é afetado pelo território

No NE, como regra, há ausência: NA PRODUÇÃO: de ASPILs que contenham produtores de máquinas

especializadAs de média/alta tecnologia Em geral, há representantes comerciais

NA INOVAÇÃO: de atividades inovativas de alta sofisticação e trabalhadores especializados nestas atividades nos ASPIL Aqueles formados localmente, tendem a migrar

NO FINANCIAMENTO: de empresas financeiras sediadas nos ASPILs No máximo, agências ou correspondentes bancários

NA COMERCIALIZAÇÃO: de estruturas de distribuição e densos mercados consumidores sofisticados

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obrigado

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

Irreversibilidades Alto custo, parciais ou impossíveis Escolhas, características e estados Tecnologias, investimentos, estratégias, políticas

Não-otimalidades Resultados não-previsíveis (sistema aberto/inergodicidade) Limitações cognitivas

Cumulatividades Durabilidade das escolhas e características Relevância dos Estoques (riqueza, conhecimentos), aprendizados, produção

Conflito de percepções, estratégias, interesses Empresas x empresas

Do mesmo ASPIL Mesmo setor, mesma cadeia, outras cadeias/setores do mesmo ASPIL

De outros ASPILs do mesmo território ou de outros territórios Empresas x trabalhadores; Empresas x governos; Empresas x usuários finais Trabalhadores x governos; trabalhadores x trabalhadores; etc.

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

vi) pode-se classificar sistemas complexos de acordo com 3 dimensões: a composição de sua estrutura, sua lógica de funcionamento e processo histórico de sua evolução em dado território Para entender a organização dos sistemas complexos,

então, três níveis de análise, são realizados: a) estrutural – sua flexibilidade/fragilidade b) funcional – suas formas, intensidade c) histórico/espacial – um processo concreto e

específico a um território em um período histórico

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

vii) A Análise Estrutural,identifica: As fronteiras entre o sistema e seu ambiente externo:

o ASPIL: seu território, definido por suas atividades econômicas (principal e complementares) Aspectos físicos, humanos, sociais, culturais, políticos, históricos

seu entorno: outros ASPILs no mesmo território outros ASPILs concorrentes ou complementares Condições macrorregionais, macroeconômicas, globais Aspectos físicos, humanos, sociais, culturais, políticos, históricos

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

elementos constitutivos (dimensão extensiva) Atores produtivos:

Trabalhadores: quantidade, diversidade e nível de formação e capacitação, cultura, condições sociais

Empresas: número e idade, nível e distribuição por porte, concentração dos mercados e nas etapas produtivas da cadeia, origem do capital

Empresários: diversidade e nível de formação e capacitação, cultura, condições sociais, origem, idade

Atores não-produtivos: Governamentais: esfera (municipal, estadual, federal, internacional),

atividades e instrumentos (secretarias, órgãos, etc.), pervasividade, representatividade, legitimidade, interesses, poder.

Entidades representativas: categoria/grupo/classe, esfera (municipal, estadual, federal, internacional), atividades e instrumentos, pervasividade, representatividade, legitimidade, interesses, poder.

Terceiro setor: categoria/grupo/classe, esfera (municipal, estadual, federal, internacional), atividades e instrumentos, pervasividade, representatividade, legitimidade, interesses, poder

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

as variáveis de estado do sistema: Estoques:

Conhecimento: experiência dos trabalhadores e empresários, inovações, patentes, etc.

Riqueza: recursos financeiros e materiais Mercadorias: elenco de bens/serviços já produzidos, estoques de

matérias-primas/bens finais Hierarquias:

Governos e demais instituições (sindicatos, federações, OSCIPs, ONGs, universidades, etc.)

Empresas: por tipo (financeiras, industriais, agrícolas, comerciais, serviços) e porte (grandes e MPES)

Trabalhadores: de chão-de-fábrica, da administração/gerência, especializados (advogados, contadores, engenheiros, publicitários, etc.)

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

Cada ASPIL possui uma Estrutura específica, a qual admite ao sistema realizar certos tipos de função, mas inviabiliza outras funções

Exemplos: um APL confeccionista, com uma cadeia produtiva incompleta em seu

território de domínio (sem a etapa do setor têxtil – fiação/tecelagem), pode enfrentar barreiras para a formação de parcerias estratégicas (inovativas/produtivas/comerciais/financeiras) com seus fornecedores (pela distância), e, por este motivo, induzir comportamentos como: Manter estoques elevados, com altos custos financeiros Reduzir o esforço inovativo, comprometendo competitividade Reduzir os investimentos, comprometendo crescimento e modernização Reduzir esforço de vendas, logo, produção e faturamento

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

viii) A Análise Funcional identifica as formas e intensidade de articulação entre atores:

Internas Governança: vertical ou horizontal, empresarial ou coletiva Nível e Distribuição dos Fluxos: informação, produção, renda Compras e vendas intra-ASPIL Cooperação: inovativa, produtiva, comercial, financeira, política

Externas Esfera política e macroeconômica, Fluxos de informação, produção, renda fora do ASPIL Vendas finais e compras de outros ASPILs

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

Os objetivos/finalidades Dos atores

empresas: lucro e crescimento Trabalhadores: emprego, salários, seguridade, consumo Governos: poder, popularidade, enriquecimento, bem-estar Terceiro setor: poder, popularidade, progresso do público-alvo

Do sistema e seus subsistemas: Produtivo: produção, vendas, lucratividade, acumulação,

crescimento Financeiro: empréstimos, juros, crescimento Comercial: vendas, faturamento, crescimento Político: poder, popularidade, representatividade

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

Os objetivos dos atores e as finalidades do sistema podem promover/estimular processos que alterem a própria estrutura do sistema Em busca de lucros, empresas elevam produtividade:

redução no emprego, alteração na qualificação do trabalho, substituição de fornecedores, alteração no público-alvo e na cultura local

Em busca de poder/popularidade, governos alteram legislação: Restringem atividades e fomentam outras, promovem grandes empresas

ou favorecem pequenas, capacitam trabalhadores, financiam consumo Expansão das empresas do APL :

demanda crescente atrai fornecedores para adensamento da cadeia produtiva, produção maior produz danos ambientais, maior emprego fortalece sindicatos, pressão por qualificação viabiliza cursos técnicos e superiores das instituições de ensino

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

ix) Análise Histórica, reconstrói origem e evolução Origem

Momento histórico nacional/global Vetores de transformação: ideologias, valores, tecnologias,

convenções Território e seus atores-chave

Periferia/centro, geografia, personalidades/lideranças Contexto econômico, político, social, cultural local

Crise/expansão, hegemonia/disputa, estagnação/dinamismo, conservadorismo/criativida

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

Mecanismos Geradores e o Processo Evolutivo Mecanismos promotores de inovações

Políticas, instituições, cultura, regulação, competição Mecanismos operadores de seleção

Usuários, governos, cultura, ambiente natural, econômico e institucional

Diversidade de Comportamentos e Desempenhos Expectativas positivas/negativas Estratégias/Políticas arrojadas/conservadoras Crescimento lento/acelerado Inovatividade incremental/radical Lucratividade estagnada/crescente Interação concorrencial/cooperativa

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

O Território “forma e deforma” a estrutura e as funções no interior dos ASPILs, afetando sua trajetória histórica Afeta suas fronteiras e elementos constitutivos

(dimensão, número e características) Afeta objetivos e estratégias, transformando funções e

formas de interação ASPILs em territórios distintos articulam-se de

forma a Organizar suas estruturas Desenvolver funções de forma eficaz Alcançar seus objetivos/finalidade

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Figura 2: APLS do Nordeste

Figura 1: APLS do Sul

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Proposições para construção de Tipologia para ASPILs

xi) Capital (físico e financeiro) e tecnologia (materializada ou tácita) situam-se, assim, no topo da hierarquia do processo evolutivo do sistema complexo chamado APL, e assumem dois papéis:

a) de mecanismo seletivo, quando a estrutura é um dado do sistema e sua função é promover a articulação entre fontes de financiamento e formas de produção;

b) de mecanismo inovativo, quando a própria estrutura é alvo de transformação pela introdução de novidades financeiras e tecnológicas.

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TIPOLOGIA DE ASPILsDimensão decadente consolidado expansivo inicianteEstrutural Fronteiras retraídas diluidas

Subpopulações homogêneas

Interações internas enfraquecidas/novas externas/outros ASPILs

fraca inovatividade e imitação (+diferenciação)

Fronteiras técnico/financeiras definidas e resistentes

grande população e tendência à estratificação (shake-out)

Muitas interações rotineiras

Finanças estabilizadas, mas mais internas que externas

Inovatividade estabilizada, imitação/diferenciação priorizada

Fronteiras técnico/financeiras definidas, mas maleáveis

População crescente e diversificada

Novas/crescentes interações mais internas que externas

Finanças crescentes, mas mais externas que internas

Inovatividade/imitação endógena

Fronteiras técnico-financeiras indefinidas/outro ASPIL

População reduzida e homogênea

poucas Interações, mais externas que internas

Finanças e tecnologias individuais/outro ASPIL

Funcional Enfraquecimento/perda de governança

Busca pela sobrevivência e alternativas

Relações financeiras priorizadas

Governança vertical; busca-se estabilidade e defesa dos lucros;

Relações financeiras e distribuição/comerciais priorizadas

Governança em rede; busca-se crescimento e lucro rápido; relações produtivas, comerciais, tecnológicas, financeiras

Sem governança; busca-se experimentar e firmar-se; relações produtivas priorizadas

Histórico Um ciclo kondratiev/+ 40 anos

2ª geração

falências, F&A externas/outros ASPILs

Três ou mais ciclos econômicos/25-40 anos;

Transição geracional

fusões/aquisições/falências intra-ASPIL

De um a três ciclos econômico/10-25 anos;

Sócios experientes

Menos de um ciclo econômico/até10 anos;

Jovens sócios

definido/outro ASPIL

Território Desenv.

Território fragmentado Território demarcado Território reconhecido, mas em expansão conflituosa sobre outros ASPILs

Rec. Próprios

Máquinas usadas/genéricas

Sem território próprio

Território Subdes.

Território fragmentado Território fragmentado Território fragmentado

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Dimensão Sucro-alcooleira Calçados/CG Audiovisual/RE Fotônica/REEstrutural Fronteiras

retraídas/desfeitas

Subpopulações homogêneas

Interações internas enfraquecidas/novas externas/outros ASPILs

fraca inovatividade e imitação, apenas diferenciação

Fronteiras técnico/financeiras definidas e resistentes

grande população e tendência à estratificação (shake-out)

Muitas interações rotineiras

Finanças estabilizadas, mas mais internas que externas

Inovatividade estabilizada, imitação/diferenciação priorizada

Fronteiras técnico/financeiras definidas, mas maleáveis

População crescente e diversificada (dezenas)

Novas/crescentes interações mais internas que externas

Finanças crescentes, mas mais externas que internas

Inovatividade e imitação endógena

Fronteiras indefinidas/ASPILeletrônico

População reduzida e homogênea (10 empresas)

poucas Interações, mais externas que internas

Finanças e tecnologias individuais/ASPIL eletrônica

Funcional Enfraquecimento/perda de governança

Busca pela sobrevivência e alternativas

Relações financeiras priorizadas

Governança vertical; busca-se estabilidade e defesa dos lucros;

Relações financeiras e distribuição/comerciais priorizadas

Governança em rede; busca-se crescimento e lucro rápido; relações produtivas, comerciais, tecnológicas, financeiras

Sem governança; busca-se experimentar e firmar-se; relações produtivas priorizadas

Histórico/

espacial

Anos 1960

Final da 2ª geração

Retração da área e perda de mercados, usinas fechadas, fusões, aquisições externas/ASPILs

anos 1970;

Segunda geração

Mercado regional

anos 1980;

Sócios experientes

Território reconhecido, mas em expansão conflituosa sobre outros ASPILs

2003;

Jovens sócios

Sem território próprio definido/outro ASPIL