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*ip*s*™iSps5s: 9-__~ 8 i ESTADO DE MlfíAS GERAES COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL REVISTA GERAL TRABALHOS Publicação periódica, descriptiva e estatística, feita com autorisação do Governo do Estado SOJi A DIRECÇÃO DO Engenheiro Chefe -a rão Si eis ABRIL IDE 1895 **', RIO DE JANEIRO 11. Lornbaerts & C, nia dos Qttrives n. 7 i8i)5 .-

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*ip*s*™iSps5s:

9-__~ 8 i

ESTADO DE MlfíAS GERAES

COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

REVISTA GERALTRABALHOS

Publicação periódica, descriptiva e estatística, feita comautorisação do Governo do Estado

SOJi A DIRECÇÃO DO

Engenheiro Chefe

-a rão Si eis

ABRIL IDE 1895

**' ,

RIO DE JANEIRO11. Lornbaerts & C, nia dos Qttrives n. 7

i8i)5

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Page 2: ESTADO DE MlfíAS GERAES - memoria.bn.br

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UR. AFFONSO AUGUSTO MOREIRA PENNAPRESIDENTE DO ESTADO DE MINAS GERAES,»« =Sptdio 0 Dccrct#n. 68o ,e M .e pevereirü man -

Capilalen, Be„0 Horison./ *' »»*»í*"ta «va

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REVISTA GERAL DOS TRABALHOS

EXPLICAÇÃO

Intimado, pelo meu illustre amigo o Sr.Dr. Affonso Penna, a assumir a direeçaogeral—technica e administrativa-dos vastose variadissimos trabalhos referentes á edifi-cação da nova Capital do Estado dc MinasGeraes em Bello Horisonte, —nem um só ins-tante me illudi quanto ás sérias dificuldades,dc toda a sorte, que me seria mister supperarpara desempenhar-me satisfatoriamente detão árdua e espinhosa tarefa, nem quanto atremenda responsabilidade, pessoal e pro-fissional, que me teria dé assoberbar.

Vi bem claro, desde logo, diante de mim ;mas, expondo a S. Ex., com inteira fran-queza, as condições especialissimas do pro-blema a resolver praticamente, tive a fortunade encontrar o lúcido espirito de S. Ex.jápreparado, por séria meditação sobre a quês-tão, a encaminhal-a pelo único traço queofferecia seguras probabilidades de bom êxito.

A elaboração do Regulamento de 14 deFevereiro do corrente anno—que constiluioa Commissão Constructora da Nova Capital e es-tabeleceo-lhe o regimen de organização e deacção— obedeceo a taes vistas e intuitos,dando ao respectivo Chefe larga esphera deattribuições, quer quanto ao modo de enca-minhar os trabalhos, quer quanto a escolhade seus collaboradorcs e auxiüares.

E é de justiça que, incidentemente, euconfesse que, até a presente data, tenho en-contrado, da parte do Governo do Estado,a mais absoluta decisão de não contrariar,nem perturbar, o desinvolvimento que vamtendo, sob minha direeçao, os trabalhos ; demodo que, si não tenho conseguido mais,nem melhor correspondido á espectativa doEstado, cabe-me por inteiro a responsabi-lidade, e só posso appellar para a malha in-trincada de sérias dificuldades que me in-volve, e para a deficiência própria, —do quepoetem dar testemunho seguro tod,os quantosme cercam, e em meio dos quaes trabalhosem reservas, nem subterfúgios, a que nãose adaptam o meu espirito e o meu carac-ter.

Tratando-se de obras, serviços e trabalhosos mais variados, pareceo-me indispensável,para dar-lhes, desde o principio, organizaçãomethodica e proficiente, destribuil-os em divi-sõís de serviço, bem distinetas e especialisadas,á frente de cada uma das quaes ficasse collo-cado um Chefe, que, por sua competência,tinoadministrativo e zelo, podesse dar-me arrhasde efficaz collaboração.

Foram, por isso, todos os trabalhos daCommissão distribuídos pelas 6 seguintesdivisões de serviço :

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COMMISSÀO CONSTRUCTORA DA ÍJOVA CAPITAL

l." — Administração Central, comprehen-

dendo—como duas secções—a Secretaria e o Al-

moxarifado, e collocada sob a direcção imme*

diata do próprio Engenheiro Chefe;2,a — Contabilidade, comprehendendo —

como ires secções—n Escrituração geral, a Th-

somaria e o Tonibamento, è agindo sob adirec-

ção de um Chefe da Contabilidade;3 a — Escriptorio Technico, comprehen-

dendo—como /ra secções—os Cálculos, os J^ro/í-

nta «« i'í)'fl?e uArchitechtra,e agindo sob a

chefia do Primeiro Engenheiro;

4.» — Estudo e preparo do solo, compre-

hendendo—como duas secções— os trabalhos

geodesicos e topographicos, a -Aisão « demarcação

dos lotes, as termplcnagens, os calçamentos, os

ajarãinamentos. etc, e agindo sob a direcção de

um Engenheiro chefe de serviço:5.a _ Estudo e preparo do sub-sólo, com-

prèhendendo—- como duas secções—os trabalhos

de abastecimento d'agua e dc exgotios, c «WM

««nacos rorrelatos, e agindo tambem sob a

direcção de um Engenheiro chefe de serviço;(_,:, —Viação e edificações, comprehen-

dendo—como duas secções—os trabalhos refe-

rentes á construcção cias vias férreas, feirocarris, edifícios públicos e particulares, e installaçõesclect ricas.

Obtida essa distribuição, foi minha preoc-cupação cercar-me de companheiros nos

quaes podesse encontrar verdadeiros colla-boradores; e, ainda desta vez—graças á des-

prcoecupação pessoal com que procuro agir

nas emergências difficeis de minha vida pro-fissional - tive a fortuna de poder attrahir parajunto de mim os mens illustres collegasDrs. Hermillo Alves, como Primeiro Enge-nheiro, e Samuel Gomes Pereira, CaetanoCésar de Campos e José de Carvalho Almeida,comoCliefes, respectivamente, das 4.", 5." e 6.»divisões de serviços.

As secções technicas se acham actualmente,confiadas aos seguintes profissionaes:

Dr. Adolpho Pereira,—a i.a (Cálculos) da 3.adivisão;

Dr. Bernardo de Figuerêdo,—a 2.» {Projeclosem geral) da 3 a divisão;

Dr. José de Magalhães,—a 3." (Archi/c-dura) da 3.a divisão;

Dr. Ludgero Dollabella,— a 1.9 (Trabalhos

geodesicos) da 4." divisão;

Dr. Américo <le Macedo, — a 2.» (Trabalhos topographicos) da 4." divisão;

Dr. Saturnino de Britto, — a 1.» (Abasteci-mento d'agua) da 5.» divisão;

Dr. Eugênio Gabaglia, — a 2.a {Exgoítos) da

5.a divisão;Dr. Manoel da Silva Couto, - a i.i (Viação

férrea) da .."¦ divisão ;Dr. Martinho de Moraes, —a _." {Edifica-

ções) da 6.a divisão.E as secções administrativas aos seguintes ca-

valheiros:Dr. Adalberto Ferraz,—consultor jurídico ;Dr. Fábio Nunes Leal,—secretario ;BenjamimCònstantQuadros,—chefe da con-

labilidade;Annibal Pedro dos Símios, — almoxarife ;Leopoldo C. Gomes Teixeira,—thesoureiro ;Francisco da Silva Lobo, -guarda livros ;

José Joaquim do Amarante Netto, — escri-vão do tombainento.

E' com o efficaz concurso destes collabo-radores,e de seus excellentes auxiliares—queseria fastidioso ennumerar neste logar,—quevou me desempenhando do compromissoassumido para com o eminente estadista queacaba de organizar, sob os novos moldes doregimen republicano federativo, o grande,vasto c riquíssimo Estado de Minas Geraes.

E, do modo porque o vamos desempe-nhando dará publico testemunho, d'óraem diante, a Revista Geral dos trabalhos d'estaCommissào, que, despretenciosamente, appre-sento ao publico illusírado do meu paiz,certo de que não me faltarão, nem a justiçapara os meus leaes esforços no fiel cumpri-mento de árduos deveres, nem a animaçãoe os conselhos dos entendidos.

Bello Horizonte, em3i de Dezembro dc 1894.

Aarão Reis.

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Historia, clescripção, estatística e liygiene

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HISTORIADA

Fundação da Nova Capital

A publicação da presente Revista dos Ira-lallios da Commissão Covstntctora da Nova Ca-

¦pitai do Estado de Minas Geraes é dc evi.dente utilidade e importância, pois será a his.toria, por assim dizer, éscripta dia a dia, dafundação da Capital dc um dos mais impor-tantes Estados da União Brazileira,- historiaque, sem duvida, continuará a ser feita pelaAdministração Municipal da nova cidade, demodo a termos sempre mcthodicamentc or-ganizados os dados estatísticos referentes ásua vida, em todas as suas manifestações.

A oceasião se apresenta propicia para umestudo da decretação da mudança da Capi-tal, comprehendidos os seus antecedenteshistóricos. O facto da transferencia da sedede um Governo é por si só tão grave, affectaa interesses de ordem tão elevada, que só ra-zões de alto valor político, administrativoou econômico c accentuada aspiração doPovo Mineiro podem justificar o acto doCongresso Mineiro, que abalançou-se a in-cluir em sua Lei Básica a disposição que re-tirou a sede do Governo do Estado da velhac histórica cidade de Ouro Preto, quandotodo o Paiz achava-se ainda abalado em suaorganização politica pela Revolução de i5

Revista Geral—2

de Novembro e que,insistentemente, persistiuno cumprimento dessa disposição constitu-cional apezar das graves circumstancias que,então, assoberbavam a Republica.

Esse estudo, pois, ainda que alheio aos en-cargos da Commissão Consiructora é imprescin-divel e a sua falta constituiria grave lacuna,tendo-se em vista um dos fins propostos coma publicação da presente Revista. Trabalho aque deve presidir inteiro espirito de impar-cialidade, necessitando de tempo para serconfeccionado, pois precisam ser estudadosdocumentos antigos e ouvidos os depoimen-tos dc pessoas conhecedsras do assumpto,deveria ser confiado a quem, por mais com-petente, pudesse fazei-o completo e perfeito.Sendo-me dada, porém, essa incumbênciaprocurarei descmpenhal-a com inteira verda-de, estudando o assumpto sob tres aspectos :

i°,— em seus antecedentes históricos, com-prehendendo as causas justificativas da mu-dança; as manifestações do Povo Mineirofeitas quer pela imprensa, quer por meio derepresentações suas ou de suas corporaçõesadministrativas; o appareciraento e desenvol-vimento da questão na antiga AssembléaProvincial, e, por ultimo, o scu desenvolvi-

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10 COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

metífo durante o período do governo ditacto-

rial ;

a°, - propositura e gestação legislativa

terminada pela lei n. 3 de 17 de Dezembro

de 1893 — addicional á Constituição do Es-

tado, — que designou Bello Horizonte para

ahi ser levantada a cidade de Minas, onde

será installada a séde do Governo do Es-

tado ;

3o,— acção do Poder Executivo Mineiro

até a publicação do decreto n. 680' de 14 de

Fevereiro de 1894 que organizou a Commissão

Constructora da Nova Capital.

Sirva esta explicação, que vae d guisa de

prologo, para justificar a falta desse estudo,

que, naturalmente, deveria Hparecer no i°

fasciculo da Revista.

Adaliiiirto Fkühaz,

Auxiliar juridico.

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ESTADO DE MINAS GERAES

COlvIIIVEISSÃO CONSTRUCTORA _OA. IsTO^TJ-. CAPITAIj

BELLO HORIZONTE EM 1894

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GABINETE PHOTOGRAPHICO LARGO DA MATRIZ AGOSTO DE 1894

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O ARRAIAL DO BELLO HORIZONTE

Uma dessas luctas politicas, que tantas ve-zes traz á successão dos factos históricos,acontecimentos imprevistos, na oceasião,designou o arraial do — Bello Horisonte —

para o local onde devera este grandioso Es-tado levantar a sua nova capital, formosa,quanto lhe pedem as suas riquezas, extensa,quanto comporte a sua crescida população, ccapaz de ser o centro dos variissimos interessesdos seus habitantes, gasalhado ameno echeio de confortos aos que fogem ás asperida-des do clima da capital brazileira e attractivoaos touristes, que atravessam já o paiz intei-ro, ávidos de novas sensações ao insaciávele sôfrego espirito, que a pródiga natureza nãoembota com os multiplicados encantos espar-zidos, em variados painéis,pelo mundo inteiro.

O espirito pratico dos entendidos lançaraas seguras vistas á—Várzea do Marcai,—vasta campina brandamente reclinada sobreos dous rios, pela ventura, mais bellos deMinas, que á um vértice, em feliz aecaso,formam um angulo de bellissimas proporçõespara assento de uma grande cidade, offere-cendo extensa planura, limpa de posseiros esem os detalhes de curvas e ondulações, quepudessem perturbar a execução de umaplanta, ideal mesmo, para a nova cidade,creada pela fértil imaginação da pleiade bri-

lhante de engenheiros brazileiros, incumbidada construcção da capital de Minas ; mas asrivalidades locaes, os pequenos interessespolíticos crearam o — Bello Horisonte— co-mo que em supremo esforço para abafar asublimada idéa da mudança da capital da ve-tusta Ouro Preto, que se apinacula, tristo-nha, nos beiraes do caldeirão formado pelosserros do Itacolomy, sem horisontes, semluz, sem espaço, nem ar para a acanhadapopulação, que se atrophia naqueíles ladei-raes quasi inaccessiveis.

Acaso feliz. A lueta de resultados tão lar-gos e tão benéficos, quanto desconhecidos einapreciados, no momento, trouxe, como con-seqüência derradeira e não prevista, a esco-lha deste arraial para a fundação da gran-diosa capital, sem (pie houvesse entrado nascogitações da porfiada preferencia a realidadeda situação especial em que se achou desdelego em relação a sua posição geographica eeconômica, lançado, como fica, no ápice doencruzamento das duas mais extensas viasférreas do Brazil: — a Central, que atravessao Estado de Minas, de sul a norte, e a doEspirito-Santo e Minas, que o corta de leste -oeste, em demanda do triângulo mineiro, ter-çando-se as duas entre Sabará e Santa Luzia,nas proximidades da nova Capital.

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COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

Preferido o modesto arraial, que sc estendeem bellissimo planalto, circumdado de pit-torescas monlanhas a rcflectir em variegâdàscambiantes a luz brilhantíssima de um solesplendido, e bafejado por brisa amena e se-gura que lhe accentúa um clima de primor,, ovigoroso impulso da administração do Dr.Affonso Penna fez -se logo sentir na execu-ção da alcvantada empreza, e os primeirosfiioniers da grandiosa obra enveredaram pelapoenta estrada do Sabará, em demanda danova ofíicina de trabalho.

Não primam as cidades e povoados deMinas por bellezas artísticas dc qualquer es-pecie: o homem parece até hoje alheio aoinsüncto do bello, não aproveitando siqucros encantos de uma natureza tão rica de su-blimes, no assentamento dos seus lares: aveia de ouro ou de qualquer iiiinereo indus-trial, a queda d'agua, como força motriz, ospastaes espontâneos, o húmus cafeeirò ou aterra sã de milho, eis as balisas únicas daspreferencias de sua localisação no solo ferti-lissimo de Minas. O conforto ao corpo e oencanto ao espirito não tinham até hoje aindaentrado como factores nestes problemas davida; a preoccupação até estes últimos tem-pos limitava-se á garantia daqueüa e á inde-pendência individual.

Eram, porém, em todo caso, forças que,chegadas a um certo gráo de desenvolu-ção, produziriam todas as grandes aspiraçõesda civilisação moderna. A principal atrophiafora sanada pela lei de i3 de Maio; a repu-blica entregara cada Estado aos própriosimpulsos, e os que se sentiram fortes e ricos,como Minas, atiraram-se ás amplas vias doprogresso com desconhecida força, e, nãoraro, com tão segura c penetrante vista, queperde-se a imaginação cm conjecturas de fa-bulosos gosos perdidos, antecipando o movi-mento libertador de alguns annos.

A creação do arraial do Bello Horisontebusca sua origem nas mesmas fontes: pia-nalto abrigado das ventanias cortantes dosul, que tanto minguam as vantagens saluti-feras da encantadora Barbacena, coberto dericos pastaes, circumdado de trechos fertilis-simos de terras lavradias, com quedas d'aguanaturacs, ao impulso das quaes rolam as pe-dras moedoras cüo succulento milho, e comveias de bom metal férreo, para a fabricação

dos rudes instrumentos dos nossos campos,não podia deixar de ser aproveitado para acollocação de um arraial, e o antigo nome deCurral d'El-Rey_ mostra a sua primitiva âp ¦

plicação.A' oito kilometros, pouco mais ou menos,

do caminho que de Sabará vem ao arraial, aomontar o viandante um dos mais extensos ealevantados serros, cançado e coberto de es-pessa camada de um pó alvacento e fino quelhe penetra os pulmões e muda as tintas dovestuário em indecisas cores, cambiandonuances ao apanhar de soslaio o sol poente,se avista ao longe, entre as ondulações dosj-stema de cordilheiras que fecham o hori-sonte, o bello arraial, formado dc pequenascasinhas baixas, na mór parte caiadas e di-vididas por extensos muros de adobes, semjunteiras de cal e pela simples argamassa devisguento barro vermelho, que cobre quasitodo o solo do povoado.

A impressão é sublime. Ao contemplar oBello Horisonte aquella distancia, encimadopor um céu puríssimo, circumdado de serrasverdej antes de coloração caprichosa e de va-riados tons, onde o sol projecta as cores doiris no esbatimento da refracção diurna,com suas casinhas derramadas pelas encos-tas das ultimas ondulações do planalto, soce-gadas e mudas, sente-se a paz no espirito e afelicidade na terra, e assalta ao espirito logoesta interjeição—por que trocar a paz destearraial pelos arruidos e bulicio incontinente-das grandes cidades ?!...

D'ahi, com pequena inclinação do terreno,vae-se ao derradeiro valle para subir brandamente ao planalto, onde se estende o povoadoque demora mais de 800 metros sobre o niveldo mar. Muda então a cor do solo, para a dasterras roxas caféeiras, e em pó, ás nuvens le-vantado pela brisa, purpurêa andartes e ca-valleiros.

O arraial é pequeno. A terra, debôa qualidade e fértil, offerece luxuriantevegetação até ás encostas da Serra do Curral,onde o solo é quasi constituído por mineraesde ferro ou calcareo.

A pouca permeabilidade do solo e a suaaccentuada inclinação facilitam o escoamentosuperficial das águas pluviaes, tornando-oseceo e saudável.

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ESTADO DE MINAS GERAES

C03VLMISSA.0 COüsTSTRXJCTORA. T~) /y 3NJ"0~V_A_ O APIT A T.

BF.LLO HORIZONTE EM 1894

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GABINETE PHOTOGRAPHICO PANORAMA GERAL DO ARRAIAL AGOSTO DE 1894

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REVISTA GERAL DOS TRABALHOS i3

A povoação, que sc estende na forma deum T em projccção horisontal, é pittoresca ealegre, tomada a vista do local da' futura esla-ção central do ramal-ferrco: é como se tivesseo observador diante de si aberto um leque dccaprichosas paizágens, constelladas de casi-nhas brancas, seus modestos campanários,entremeados de vegetação colorida em todosos tons do iris e rematado por lindíssimo ceuazul de uma pureza ideal e sonhadora, ebas-tando-Ihe aquelle horisonle para toda a suacontemplação.

Sente-se a alma satisfeita.

Alargando, porém, o horisonte, a área des-tinada á grande cidade apresenta-se comovasto e elegante amphitheatro, cujo accessoestá voltado ao Oriente e cujo âmbito é for-mado pelas duas serras do Curral e da Conta-gem, oceasionando esta providencial disposi-ção as exccllentes condições climatologicasdo local, protegido assim dos ventos frios chumidos do Sul c dos ventos quentes doNorte e apenas arejado pelas amenas brisasdo Oriente, que sopram do lado da Serra daPiedade e das extensas e fertillissimas maltasdo Occidente, do formoso valledo Paraopeba.

Cortado o arraial de ribeirões c outros pc-quenos veios d'agua crystalina e pura, facilitaesta abundância o abastecimento da novacapital, e embellesará as futuras construc-ções, entremeando a cidade de parques ejardins, onde as fontes e os repúdios dêemdonaires, bellezas e frescura que só a posode ouro se conseguem em outras localidades,garantindo ao mesmo tempo uma abundantevegetação, tão recommendada á salubridáde,quanto própria ao enfeite e ornamento.

Esses ribeirões e nascentes são hoje apro-veitados pela população, já para a sua pe.quena industria, já para a distribuição daagua pelo arraial todo, sendo poucas as casasque não têm bicame próprio nos quintaes.Aqui são os moinhos tocados por turbinas ourodas hydraulicas primitivas, alli uma fabricade ferro de um systema inteiramente colonial,que nem procurou arremedar o catalão, tendocomo modelo, na espécie, um martello decomplicadas engrenagens e tirantesde effeitosnullos, com acção insufliciente e impotentepara a abundância e facilidade do trabalho,que desafia a qualidade do minério e suapureza.

Nos quintaes, caféeiros e grandes laran.jaes e outras muitas variedades de fruetas,tudo plantado sem ordem nem methodo, comintervallos quasi nullos, que atrophiam asarvores e fazem-lhes perder a belleza e aforça.

Ao penetrar-se no arraial pela extensa ruade Sabará, uma das mais rectas e largas, en-frenta-se, ao transpor uma tosca ponte demadeira sobre o riacho Acaba-Mmulo, com aEgreja Matriz, erguida no encruzamenlo dasruas de Sabará, do Capão e do General Deo •doro, formando estas ultimas como (pie o se-gundo plano do povoado, com mais de quatrometros de elevação sobre o nivel da primeira.

A pequena Egreja fica assim como que soferrada pelo lado da rua do General Deodoro,que um muro do adro anima, apoiando-se dolado opposto na declividade suave de um pc-queno largo, que vaa em rasteiro grammadomorrer á rua de Sabará c hoje conta entreas casas circumdantes a da Bibliotheca, fun-dada pelos membros da Commissào.

Sem elegância nenhuma no exterior, aca-capada e tosca no systema dc sua archite-ctura, toda portugúeza no pesado das pro-porções e incorrecções das linhas, sem ornatoexterno, nem ponto por onde se prenda aattenção, por este monumento de mau gostoe unico do povoado passaria o viandante semum reparo, a não ser os despertados pelosattractivos da alma religiosa, si não fossealgumas das suas portas de valor artisticoincontestável.

Na frente fica-lhe um cemitério, fechandoum pequeno adro, de ro metros em quadro,cuja terra empapassada de oleo humano centremeada de ossos, está aceusando a ex-cessiva quantidade de cadáveres, que temrecebido, em desmarcada proporção com suacapacidade. Ahi a abertura de uma covatornára-se um espectaculo á desoecupadoscuriosos para triste contemplação de quatroou cinco ossadas juntas,ao que poz logo termoa Commissào construindo um cemitério pro-visorio em logar afastado, pouco depois dasua installação.

Pondo de lado as linhas geraes da archite-ctura do interior do templo, que acompanhamas incorrecções e desproporções das do exte-rior, só desperta a admiraçãS do observadora frescura das tintas que lhe adereçam o-

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14 COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

teclo, quando a data da construcção, gravada em lettras douradas, aos lados do altar-mór, dão o anno de 1788, mais de um século !

A ornamentação interna é em geral pesadae sobrecarregada de tintas douradas, quefatigam a vista, sem deslumbrar o visitante.

Producto da imaginação chata dc algumparodio provinciano da antiga metrópole, nãopreciàa indagar do director desta obra, parasaber que não entrou n'ella o dedo atilado dosantigos jesuítas, quer na escolha do local,quer no estylo da. construcção, quando é oarraial cercado por elevações de grande bel-loza, pontos de vista dominantes, sempreaproveitados pelos habillissimos freires, e—apopulação extremamente religiosa.

As outras ruas do arraial são em geral es-treitas e tortuosas, com construcção de ta-pume as casas, sem elegância, nem alturasufiíciente, inteiramente desabrigadas dasintempéries e frios, que fazem, por vezes,descer o thermometro abaixo de zero. Apenasduas têm, na frente, vidraças, o que forçouos membros da Commissão a improvisar em-pannadas para o resguardo das suas famílias.

Duas únicas casas são assobradadas, cmuma das quaes foi installado o escriptorio daCommissão, sondo digno de notar-se (pie oproprietário morava em um quartozinhoescuro c fétido, 110 desvão da escada, talvezcomo penitencia, ou—quem sabe ? para guar-dar á visla algum pequeno thesouro, productoda crendice das horisontenses.

Subindo pela rua do Rosário, para o ladoda Boavista, encontra-se o pequeno largo doRosário, onde existe uma capellinha dc que éorago o santo d'aquelle nome, sem belleza,nem gosto, mas collòcada cm excellenfe pontode vista do arraial, apenas excedido peloCruzeiro, que fica na eminência de um morro,e fechará, com a bellissima agulha do novotemplo, a prpjectáda grande avenida - Af-fonso-Penna- e donde se domina todo o ar-raiai, com um horisonte formosíssimo e ex-tenso.

A população indígena é toda ella atrophiadae fraca, sem cores, nem alegrias. Parece quefora transplantada, na véspera da chegadada Commissão, para este arraial, vinda demargens pouco salubres do S. Francisco,onde as cachexiac paluclosas imperam semrespeito, nem temor á quinina.

Não se concebe, á primeira vista, como,em logar tão salubre, com todas as condiçõeshygienicas de primeira ordem, possa ter de-generado uma população destas, superiortalvez a duas mil almas, com tão fortes ele-mentos de vida, tão excellente clima e solotão fértil!

Analysando, porém, mais detidamente ofacto e conhecendo os hábitos e costumesdella,a sordidez da vida, a penúria extremada sua alimentação, a falta de resguardo dashabitações e o desasseio geral, e isso nospróprios abastados do logar, se chega á evi-dencia dc que a depauperação é simples-mente o producto da falta de alimentação edos cuidados hjrgienicos, commum, em geral,ás classes menos favorecidas da fortuna, portodo o Brazil.

Não eram com certeza dignos deste torrãode primor, pelo clima, pela posição, pelabelleza os seus possuidores em 1894 ¦ • • ¦

Aqui encontra-se um, á aquecer-se ao sol,em cócoras, no batente da ] iorta,vestido dc Irimnacional ou riscadinho dc algodão, sem umaflanella a resguardar os membros hirtos defrio, com os pés descalços, as unhas roxas eavermelhadas do pó do solo, o cabello preto,mas desgrenhado e sem cultura. Aphysiono-mia é triste, o rosto encovado, as faces fundase chupadas para dentro, uns dentes irregu-lares e amarellcntos por entre as falhas dosquaes sybilla as demoradas phrases incor-rectas e cantadas, como de quem imploraprotecção ou teme desagradar; a barba poucalimitando-se á um bigode irregular e espe-tadiço, única distinção d'aquelle semblantepálido e sem expressão alguma. Dir-se-hia áprimeira vista um engeitado da fortuna eentretanto está alii um proprietário e aueto-ridade local.

Ali, como (pie impollida pelo vento, quea verga para traz, caminha uma figura alta,clara, corada, com a cabeça afunilar-se parao cocuruto, donde descem esgrouviadas me-lcnas ruivas, sempre grudadas ás têmporasfundas e de um roxo esverdeado, com rarosfios de barba no comprido rosto, onde a du-vida se pinta em todos os tons da quasi imbe-cilidade—-é outro ricaço.

Não sahirá do arraial por força alguma, querapanhar a civilisação, que irrompe neste

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ESTADO DE MINAS GERAES

COMMISSÀO C03STSTE1JCTOEA _T}J_. ISTOA^-A. CAPITAL

BELLO HORISONTE EM 1894

GABINETE PHOTOGRAPHICO PANORAMA GERAL DO ARRAIAL AC OSTO DE 1894

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REVISTA GERAL DOS TRABALHOS i5

planalto bello, quo o viu pequenino c aug-mentar o pecúlio suculento.

Eis alli um plano, nm ideal digno de nota,e que o registro para conhecimento dos por-vindouros

Mas a civilisação sobe e monta mesmoentre a, greys primitivas e por isso folgueiencontrando o tjpo da felicidade entre estepovo todo triste.

A intelligencia nada como o azeite, e é porisso que este outro tem o corpo sacudido e deforte arcabouço, tez morena e carregada,modos discretos e insinuantes, e uns olho-sinhos bregeiros, pequenos mas vivos e bri-lhantes a farejar os bons negócios que afortunadescobre em toda a parte e principalmenteoutre a pobreza e a necessidade. Persegue-oa desfortana, desahjando-o de suas numerosas pro-prieãaâes, que entrega a contragosto por ninhariasque o arruinam, e sente não se achar prepa-rado para a nova habitação, que entretantoprocura em uns pequenos lotes de terrenoscom que braganha valiosas propriedades ac-tuaes. Não se envolve nas pequenas questõesda localidade, mas vae dominando o povosem impor-se á sua confiança.

Não tem saliência os outros typos, queainda poderia descrever, mas os englobon'um só conceito, que os pinta : esgrouviados,pálidos, anêmicos, e tristes como doentes;sem alegrias, nem folguedos próprios e na-turaes, tendo por único consolo as rezas nasEgrejas, os terços e procissões pelas ruas.

A litteratura não andava por estes sertõestratada com muito carinho, havendo apenas

tres professoras, duas para o sexo masculinoeuma para o feminino, a dar toda a ins.trucção aos habitantes do logar pelo systemaantigo: leitura dos livros da primeira ins-trucção, ligações, bastardinho e cursivo;a cartilha e a leitura difficü de cartas velhasdo archivo pouco abundante do arraial, coma taboada e as quatro operações.

D'ahi a pouca sciencia da mocidade hori-sontense, cpie, entretanto, honra lhe sejaprestada, é morigerada e trabalhadora, nãovivendo cm vadiações pelas ruas, nem in-vadindo os quintaes dos visinhos, apesar deandarem descalços os meninos na quasi to-talidade.

Eis em traços largos o que é physica e mo-ralmente, o arraial do Bello Horizonte, an-tigo ("urrai il'El-Rcy.

Quem, no futuro, cortado já o arraial delargas avenidas, de espaçosas e bellas ruas,ornadas de palacetes dos mármores do Gan-darella, de ajardinamentos de luxo, chácarasde primor, formoso parque, etc. ficará, tendolido esta pequena descripção, surprehendidode ter habitado n'ella uma população tão mes-quinha, e não haver, ha muitos annos, sidoescolhido este arraial para a construcção deuma grande cidade.

Bello Horisonte, 3i de Outubro de 1894.

Fakio Nunes Leal,Secretario da Commissão.

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BELLO HORIZONTEsob o ponto de vista hygienico

I. - O SOLO

Na luta pela vida que se mostra tão in-teressante e encarniçada em todos os seresda creação, acha-se implicitamente contido oaphorismo que empresta sempre a victoriaaquelles que dispõe de recursos mais pode-rosos, e emquanto, para os que occupam osdegraos inferiores da escala zoológica, essesrecursos se traduzem pela maior vitalidadephysica, nascida de uma selecção natural einconsciente, para o homem, elles se achamIntimamente ligados ás medidas conscientesque elle adopta para seu fortalecimento, aosmeios intelligentes por elle escolhidos paramostrar-se mais bem apparelhado n'essecertaraen sem tréguas.

E' por isso tambem que vè-se elle na con-tingencia necessária de registrar leis e factosque sirvam de bússola para sua orientação eo autorisem a prever as conseqüências doseu modus vivendi, os successos de sua con-ducta e os pontos vulneráveis que exigemreparos mais sérios. Nasce d'ahi a hygiene'código de medidas prophylacticas, onde seacham compendiadas todas as causas ca.pazes de enfraquecer o organismo humanoItheatro incontestável de lutas incessantesentre os infinitamente pequenos e o homem;

Rsvista Geral—3

e simultaneamente as medidas necessáriaspara entorpecer-lhes a acção. Comprehende-se perfeitamente que, á medida que nossosconhecimentos médicos vão-se tornando maisaperfeiçoados, á medida que novas dou-trinas vão obtendo a sancção dos factos e daexperiência, a etiologia, alargando seus limites, obriga a hygiene a pôr-se de accordocom evolução da sciencia contemporânea;d'ahi a razão porque, com as novas desço-bertas bacteriológicas, passou ella por umametamorphose radical, alvejando hoje umamira certa e determinada, quando ainda, habem pouco, esse ponto de ataque se achavaeclipsado em um mundo nebuloso de mias-mas e virus.

No conjuncto de preceitos registrados pelahygiene, portanto, alguns ha que são con-cernentes a fortificar o nosso organismo,preparando-lhe a superioridade, e, quandonos submettemos a esses diflerentes regimensdieteticos de aeração e de todas as fôrmas deaerotherapia, de balneação e de todos osmodos de balneotherapia, de fricções, demassagens gymnastic a, nada mais fazemo sdo que adquirir elementos de'resistência aosprocessos morbigcnicos, nada mais fazemos

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i8 COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

que adquirir maiores direitos a longevidade.De outro lado, porém, quando nos entrega-mos a analyse succinta das diversas circums-tancias telluricas e mesologicas em que vi-vemos, nós, trabalhando para o mesmo fim,Seguimos outra ordem de estudos tendentestodos a nos mostrar quaes as medidas que de-vemos adoptar para corrig.ro que nos prejudicae quaes os elementos que devemos procurarcomo mais compativeiscom a nossa vitalidade.

No estudo de Bello Horizonte, sob o pontode vista hygienico, aquella ordem de facto-res que constitue um assumpto mais especial,mais individual, não será levada em linha deconta, devendo nos cingir exclusivamenteaquillo que se prende mais de perto a colle"etividade e que interessa ao solo, ao ar e aságuas, no intuito de, verificando quaes asmedidas prophylacticas reclamadas pelo bemestar da futura população da Nova Capital,

proporcionar aos que aqui desejarem esta-belecer sua residência, elementos segurossobre a salubridade local.

Solo.—-Os estudos feitos pelo Dr. SamuelGomes Pereira sobre o solo de Bello lio-rizonte foram perfeitamente resumidos peloSr. Dr. Aarão Reis nos seguintes termos :

«O solo, n'esta localidade, é, em geral,constituído por terra argillosa misturada aconsiderável quantidade de oxydos dc ferro

que lhe dão intensa cór vermelha e. em al-

guns pontos, roxa, muito semelhante á dosterrenos do Ribeirão Prelo, no Estado dcS. Paulo.

r( Na parte ora habitada, ha bòa camadade húmus, que permitte pujante vegetação;fórada povoacão, para o sul, vae escasseandoa vegetação, até dcsapparecer nas encostase pincaros da Serra do Curral, onde o solo é

quasi totalmente constituído por mineraes deIerro ou calcareo. Nos valles, porém, doscórregos Cercadinho, Leitão, Ilha, Cardoso,Taqúaril c na margem esquerda do Arrudas,reapparece o mcsiro solo fértil de todo ovalle d'este ribeirão.

(( Em alguns pontos o ferro emerge á flordo solo, e, em outros, o granito.

a Pouco permeável e bastante inclinado

para facilitar o escoamento superficial daságuas, é, em geral, seceo, não dando logara formação de frrejos e alagados; e apenasduas insignificantes lagoas — as do Sapé e

Secca — notam-se em toda a bacia do Arru-das, e nem uma pôde prejudicar a salubri-dade da localidade. Tanto ü Ribeirão do Ar-rudas, como os córregos que n'ellc affluem,correm por leitos de pedra, cascalhos e areias.

(r O sub-sólo é constituído por compactacamada de argilla vermelha, misturada deoxydos e carbonatos de ferro ; sobreposta arochas vivas, ou já em decomposição, gra-niticas, calcarcas ou férreas, em alguns

pontos, porém, ha bancos de argilla plásticada mesma côr, e, nas várzeas a margem doArrudas, próximo ao córrego do Leitão, osha de areia, com um metro de espessura.»

Este estudo já se presta a consideraçõeshygienicas, porém, para melhor saliental-as,vamos fazer um ligeiro parallelo com as dif-ferentes espécies de terrenos, de modo a po-der-se apreciar bem as vantagens c incon-venientes apresentados pelo solo de BelloHorizonte.

Deixando de parte as estratificações geo-lógicas da terra, póde-se dizer que, sob oponto de vista hygienico, os terrenos que aconstituem podem se referir a tres typosprincipaes, conforme se comportam elles de-fronte de uma das tres condições seguintes :ou não admittem agua nem ar, como o gra-nito, ou recebem uma e outro, porém dei-xam-sc atravessar por estes fluidos em todaa sua profundidade, a areia, por exemplo,ou emfim acceitam mais ou menos lenta-mente, em quantidade maior ou menor, aagua e o ar e os retém energicamente, detal sorte que não ha mais accesso para outraproporção de liquido ou de gaz, a argillaestá neste caso. Em outros termos, o granitoé impermeável e não é poroso, a areia épermeável c não é porosa, a argilla é poucopermeável e é porosa.

Se é evidente que a insalubridade do solocresce, em geral, mais ou menos como a ca-pacidade de absorpção, o granito, que não épermeável e nem poroso, constitue o melhorterreno sob o ponto de vista hygienico, porque não só-não permitte a existência de hu-midadeem sua superfície, como tambem nãose deixa impregnar pelos detritos orgânicos

que, por ventura, ahi fossem lançados; alémdisso, o granitoofferecc ordinariamente decli-ves muito fortes, de sorte que é perfeitamentevarrido pelas águas pluviaes. A areia parti-

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REVISTA GERAL DOS TRABALHOS 19

cipa d'csta salubridade do granito pela suafalta de porosidade; c sua grande permea-bilidade concorre tambem para o mesmo fim,não retendo em sou seio os elementos pro-prios para entretenimento das putrefacções,este facto, porém, depende de sua espessura,pois comprehende-se perfeitamente que oc"cupando ella, ordinariamente, uma dispo-sição horisontal, se estiver cm camada poucoespessa e constantemente embebida de hu-midade proveniente do lençol d'agua sub-terranea, acha-se assim constituído um con-juneto de eircumstancias eminentemente fa-voraveis a decomposição das matérias or-ganicas que sc acharem em sua superfície.

A argilla, pouco permeável o muito porosa,temo grave inconveniente de deixar-se im -pregnar pela humidade, dc modo que assisteinteira razão aos que afErmam que todos ossolos argillosos são suspeitos, e, por essemotivo, parece que o Bello Horisonte nãofoi bem fadado pela natureza c que a hy-giene muito tem que trabalhar para collocaresta localidade em eircumstancias lison-jeiras.

Sem duvida as cousas passar-se-iam con-forme o que fica exposto, se a salubridade deuma localidade qualquer dependesse exclu-sivamente de um factor unico; deve-se, entre-tanto, comprehender que é esse um pheno-meno complexo, resultante do concurso deum certo numero de elementos, muitos dosquaes intervém corrigindo ou aggravando aseircumstancias primitivas ; assim é, porexemplo, que em relação mesmo ao solo, osterrenos onde predomina o ralcareo frag-mentado são muito permeáveis e medíocre-mente porosos, o húmus é ao mesmo tempomuito permeável e muito poroso; isto querdizer que, entre os extremos, ha gradaçõesintermediárias; porque raro se encontra umsolo constituído por um unico elemento.

Os estudos feitos n'esta localidade provamque o solo aqui é constituído por argilla mis-turada com grande quantidade dc oxydos deferro, húmus, calcareos e granito, elementosesses que vêm, não somente corrigir a im-permeabilidade da substancia argillosa, comotambem diminuir sua capacidade de ab-sorção. Além d'isso é facto conhecido quea salubridade de um solo impermeável de-pende essencialmente do declive de suas

camadas, e o mau nome quo se liga aosterrenos de argilla é porque esta é princi-palmente disposta em camadas horisontaes.Ora, esta circumstancia, que reputamos comocapital, não se verifica.em Bello Horizonte,cuja disposição topographica empresta-lhena phrase do Dr. Pires de Almeida, a formadn um amphitheatro, constituído por doistaboleiros, um post-posto ao outro, o queimporta dizer (pie, o solo offerece declivebastante suave para fazel-o muitíssimo pitto-resco e bastante sensível para facilitar o es-coamento das águas e não permittir a per-manencia de matérias orgânicas em sua superficie. N'esta ordem de motivos não sepode deixar tambem de assignalar um factode observação do Sr. Dr. Cezar de Campos(pie vem dar ao terreno de Bello Horizonteas propriedades salubres do granito.

Notou este distineto engenheiro que acamada superficial do solo, até a profundi-dade de 3o centímetros, mais ou menos,é tãó compacta que nenhum trabalho ahi sepode realisar senão a poder de picareta; osolo é como que revestido de uma couraçaimpermeável e indemne portanto da accãodas águas subterrâneas. Abaixo d'essa pro-fundidade o sub-solo é de fraca cohesão emuito poroso.

Comprehende-se as vantagens d'esta dis-posição, se nos lembrarmos que nas cidadesinsalubres procura-se proteger a populaçãopor meio de calçamento estanque.

A thermalidade do solo, em Bello Horisontenão se salienta por motivo algum que devamerecer menção especial, devendo-se cal-cular que a sua faculdade de reter o calorseja, mais ou menos equivalente a da argilla,avaliada em 70 por cento, tomando-se, comotermo de comparação a areia calcarea queretém 100 por 100,

De maior importância é o estudo que me-rece a circulação gazosa do solo, principal-mente no qué diz respeito a dosagem do gazcarbônico, produeto ultimo das decompo-sições de matérias orgânicas e que, Nichols.hygienista de Boston, America do Norte, oconsidera como o mais seguro indicio da im-pureza do solo. Pcttenkofer suppõe que o gazcarbônico, que é, não a causa absoluta, maso criterium da insalubridade da atmosphéra,pelo menos habitualmente, pode servir tam-

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COMMISSÃO CONSTPUCTORA DA NOVA CAPITAL

bem para construir a escala da insalubridadedo solo, desde o momento que este gaz re-sulta, incontestavehnente da evolução dosprocessos de putrefacção. Suas pesquizasdemonstram que, na propagação das epide-mias, havia uma testemunha das operaçõesperigosas, espontaneamente effcctuadas, noseio do solo que supporta nossas moradas e otorna apto para favorecer o progresso dosflagellos epidêmicos ; esta testemunha, é o

gaz carbônico. A dosagem do gaz carbônicodo solo, constitue objecto de estudos muitodetidos e criteriosos c]a parte dos hygienistasallemães, porque effectivamente estão con-vencidos que representa elle, quando emquantidade anormal, influencia nefasta sobrea localidade.

Em Bello Horizonte este factor não po-deria ser esquecido, e, comquanto ainda nãose tenha feito estudos n'este particular, póde-se afoitamente avançar qüe sua quantidadenã o é maior do que aquella que circula no aratmospherico. Ha para isso rasões poderosasresultantes mesmo dos trabalhos aqui rea-lisados pela Commissão de estudos, que ve-riíioou tratar-se de um solo declive, enxutoe sem matérias orgânicas em decomposiçãoem sua superfície; ora, se o gaz carbônicodo solo é, em sua quasi totalidade, comoacabamos de ver, procedente de processospútridos, não precisa-se entregar a grandestrabalhos analyticos para dizer-se que, fal-tando aqui o foco gerador, este elemento,necessária e fatalmente, não pôde existir emquantidade superior á que existe na atmos-

phera que, por sua vez, o colhe nas exha-lações dos vegetaes

Este raciocínio a priori é ainda robuste-cido; porque na historia que temos colhidod'aquelles que, ha longos annos, habitam estalocalidade, nâo encontramos assignalada epi-demi a de espécie alguma, a ponto de que sóde nome conhecem o que seja o typho, a va-riola, a diphtheria, a escarlatina, etc, o quedepõe de modo muitíssimo lisongeiro a favorda salubridade de Bello Horizonte.

Se, os estudos que se tem feito em relaçãoaos gazes que circulam no seio do solo, nãosão de data muito remota, os que são concer-nentes ao lençol cVagua subterrânea são maiscompletos e mais conhecidos. Representaelle, talvez, um papel de primeira ordem nas

qualidades hygienicas do solo, porque é umafonte perenne dc humidade, um dos factoresesseuciaes para os processos fermentativos;tanto é certo que, os trabalhos de drainagemnão podem absolutamente ser despresados,

quando se trata do saneamento de qualquerlocalidade em que a disposição do lençold'agua subterrânea ameaça constantementeas camadas superficiaes. Esta verdade estáhoje pór tal forma generalisada que, repu-tar-se-hia falta imperdoável, o escolher-seum local para novas construcções, sem veri-ficar-se de modo preciso, qual a linha de fluo-tuação de Grundwasser; porquanto, quandoessa linha pôde subir bastante para trazerfortemente humedecida a camada superficial,é immenso o perigo que correm os seus ha-bitantes, porque logo que esse nível venha adescer, as substancias orgânicas expostas aocalor e a humidade entram em activa fermen-tação e dão logar ao apparecimento e desen-volvimento de epidemias diversas. O solonessas condicções constitue um meio admi-ravel para a pullulação de germens patho-genicos e não seria para admirar-se quetodos esses flagellos pestilentos, que, detempos em tempos, assolam o mundo fazendomilheiros de victimas, estabelecessem ah1direitos de residência, adquirindo caracterendêmico.

Comprehende-se perfeitamente a transcen-dencia da questão e os hygienistas procuraramfixar os limites que seriam mais vantajosos

para o nível do lençol d'agua subterrânea,chegando a conclusão que o melhor seriaachar-se elle na profundidade de 4 a 6 metrosParis, que é considerada como cidade quedispõe de excellente clima e onde a hygieneestá em plena actividade, procurando re-mover tudo quanto é incompatível com avitalidade de seus habitantes, tem o seulençol d'agua subterrânea a uma profundi-dade de 6 a 7 metros.

Em Bello Horizonte, os trabalhos reali-sados pelo Dr. Samuel Gomes Pereira de-monstraram que o sub-sólo é enxuto, poden-do-se mesmo notar que, nas partes altas,onde existem barrocas formadas pelas enxur-radas e cuja profundidade attinge até 10metros, o terreno é completamente secco.A abertura de vários poços deixou ver que,nas regiões mais elevadas, o lençol d'agua

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REVISTA GERAL DOS TRABALHOS 21

subterrânea deve existir a uma profundidademaior de 5 metros, não tendo sido possíveln'eses pontos chegar se a um resultado maispositivo; porque encontrava-se nas perfura-ções rochas que impediam o trabalho, ameiaencosta, porém, um poço de 4 metros de pro-fundidade forneceu agua que, captada em umtubo vertical, jorrou á mais de um metroacima do solo, apresentando-se com todasae qualidades de excellente agua potável.Confrontando os resultados obtidos com ospreceitos estatuídos pelos hygicnistas, pen-samos que não pôde ser mais vantajosa aconstituição do sub-sólo n'esta localidade,porque dispensa todos esses onerosos c diffi-ceis trabalhos de drenagem, colloca seus ha-bitantes ao abrigo dos perniciosos effeitos deum terreno alternativamente humido e secco,estando seu lençol cVagua subterrânea collo-cado a uma p rofundidade considerada comodas mais lisongeiras.

A posição topographica de Bello Hori-zonte; assim como sua luminosidade, sãoelementos que não podem deixar de ser le-vados em linha de conta, quando se procedeao estudo de suas condições hygienicas,porque tambem influem poderosamente nodesenvolvimento do organismo d'aquelle queahi vive, c, sob esse ponto de vista o BelloHorizonte foi perfeitamente contempladopela natureza, bastando para nos justificar,transcrever aqui o que em seu relatório nosdiz o Dr. Aarão Reis:

«Situada na encosta occidental do valle doRio das Velhas, em altitude superior demais de 100 metros á cidade de Sabará, da

qual sc afasta cerca de 18 kilometros paraoeste demora esta localidade quasi no pia-nalto divisor das águas d'esse grande rio dasdo Paraopeba, confluentes ambos 110 SãoFrancisco, dominando, em esplendido hori-sonte, a maior parte do chapadão que seestende para o norte.

«A essa vantajosa posição local, e a sua

posição geographica a r9°55'2_" de lat. sul,i°io'6" de long. occ. do meridiano do Riode Janeiro e á mais de 800 metros acima donivel do mar,— aceresce ainda a circums-tancia de, assente sobre a bacia do Ribeirãodo Arrudas, apresentar a localidade, emseus principaes lineamentos topographicos, abella forma de um vasto e amplo amphi-

theatro, aberto para o oriente, como parureceber desde cedo os benéficos raios solarese encostando-se ao Sul, á Serra do Curral,que a protege contra os ventos frios e hti-midos que n'essa direcção, atravessam asserras do Ouro Branco e da Moeda, e, aonorte, á Serra da Contagem que attenúa oseffeitos dos ventos calidos que, atravessandoas margens pouco salubres do S. Francisco,sopram n'essa direcção; ficando, porém, in-teiramente desafogada para os ventos—antesbrisas — de leste, que a bafejam constante-mente, e, tambem, para os do oeste, quesopram algumas vezes do valle de Paraopeba,mais elevado que o do Rio das Velhas e co-berto de extensas mattas fortemente regadaspor abundantes córregos e ribeirões.»

A descripção que ahi fica transcriptamostra perfeitamente que é esta uma loca-lidade largamente banhada em ondas de luz,o sol apenas surge no oriente, a inunda comseus raios salutares, c, todos aquelles queaqui se tem demorado, são unanimes naadmiração das bellissimas manhãs, da trans-parencia do ar, da claridade vivida e bene-fica dos dias illuminados sempre por um solde temperatura amena e agradável.

As serras circumvisinhas não prejudicamde modo algum a luminosidade local, porquesituadas ao norte e ao sul, não põem obs-taculos aos raios solares, alem de que, aserra da Contagem acha-se um tanto afastadado ponto em que deve se assentar a futuraCapital. Os quadros comparativos levantadospelos engenheiros nos mezes de Janeiro, Fe-vereiro e Março não mostram grande diffe-rença entre Bello Horisonte, S. João d'El-Rey e Barbacena, e tambem não poderiamservir de base a qualquer argumentação,porque a media exacta de semelhantes obser-vações não se pode conseguir senão depoisde longos annos de experiências.

As conseqüências hygienicas das circums-tancias expostas acham-se ligadas a acçãobenéfica da luz sobre o nosso organismodando lhe, mais robustez, fôrmas mais har-monicas, mais vigor, e é incontestavelmentena differença de luminosidade das regiõesque se encontra uma das melhores explica-ções da predominância das affecções escro-phulosas e rachiticas dos paizes ribeirinhose brumosos em relação as regiões continen-

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COMMISSÀO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

taes, mais seccas, mais frias, porém dc atmos-

pliera límpida.Não era sem rasão que os antigos recom-

mondavam expor mis em um banho de luz,os meninos rachiticos e débeis.

A flora dc Bello Horizonte é riquíssimac variada, representada por vegetaes pro-prios da zona temperada, com tendência

para frio, dc modo que encontram-se aquiquasi os mesmos vegetaes que desenvol-vem-se na Várzea do Marcai, cujo clima dis-

pula primasia entre aquelles que mais sau-daveis sc tem mostrado.

Estudado o solo em sua constituição intima,conhecidos todos os seus elementos com-

ponentes, encarada a questão principalmentesob o ponto de vista do calor, humidade ecirculação aérea do solo, condições essen-jciáes para o entretenimento da vida dosmicroorganismos, por cuja conta corre hojea gênese da quasi totalidade dos processosmórbidos, seria lógico que apresentássemosum quadro minucioso das colônias bacterio-lógicas que aqui estabeleceram o seu habitai.

Trabalhos d'csscs, porém, não se podeoffcrecer á luz da publicidade senão depoisde longos annos de acurada e paciente obser-vação, não só, porque a microbiologia, aindacm seus inícios, não tem adquirido tamanhaprecisão nos meios práticos para a desco-berta dos infinitamente pequenos, (pie sefurtam as nossas pesquizas de mil maneirasdiversas, como porque, salvo em poucoscasos que tem obtido a saneção dò tempo,cm todas as demais modalidades mórbidas,não passam de presumpções, mais ou menosprováveis, a infectuosidade ou antes o podermorbigeno dus micro-organismos que se re-velam no decurso dc qualquer d'ellas.

Accresce ainda que nem todos os bacillose vibriões encontrados no campo do micros-copio são portadores de moléstias; ao ladodos saprogenos ha alguns que nos prestamrelevantes serviços, podendo-se mesmo affir-mar que sem elles a vida não poderia existir,outros ha perfeitamente neutros, desfarte

o estudo bacteriológico de um solo até hojeimmunc de epidemias, até hoje virgem demoléstias endêmicas, não seria simplesmentetrabalhoso, mas estéril e improficuo; tanto

mais quanto aquillo (pie nesse sentido fez oDr. Pires de Almeida, em relação ao uratmosphcrico de Bello Horizonte, veio provar(pie aqui só encontram-se colônias dc bae-terias perfeitamente innocuas.

Aguardando portanto oceasião mais oppor-tuna para essa serie dc estudos, que não

poderão ser feitos senão depois da creaçãode institutos bacteriológicos, terminaremosesta primeira parte do nosso trabalho salien-tando (pie procuramos empregar todos osesforços para mostrar o que é o Bello Hori-zonte hygienicamentc fatiando. O methodo

que adoptámos nos pareceu correspondermuito mais vantajosamente as necessidades

praticas do que se nos limitássemos a narrarsimplesmente as moléstias que aqui lem ap-

parecido, porquanto é intuitivo que, não

podendo nós conhecer a constituição medicada localidade, por não ter aqui residido um

profissional que fosse registrando o írueto desuas observações, fazer-se uma lista, mais oumenos longa, dc moléstias geralmente tra-zidas por visitantes c passageiros, seria tra-balho pouco aproveitável.

Se entretanto fizermos passar pelo cadinhoda analysc todos os elementos telluricos eclimatcricos e sc os pozermos em parallelocom outras localidades reconhecidas comosaudáveis faremos obra útil e poremos diantedos olhos do pratico os elementos que ser-virão de base para um julgamento exacto.

Foi por essa rasão que nos detivemos dc-moradamenle no estudo das diversas clr-cumstancias inherentes ao solo, e é ainda emobediência aos mesmos intuitos que faremosoutro tanto com as águas e o ar.

Bello Horizonte, Outubro de 1894.

Dk. Cícero Ferreira.

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IILegislação, regulamentação e administração

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DR. CRISPIM JAGQUES BI AS FORTESPRESIDENTE DO CONGRESSO MINEIRO

que promulgou a Lei n. 3, addicional d Constituição do Estado, de 17 de De_embro de _8g3, que transferio a Capitalpara Bello Horisonte, e actual Presidente do Estado.

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Actos legislativos

Texto constitucional

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. i3. E' decretada a mudança da capi-tal do Estado para um local que, offerecendoas precisas condições hygienicas, se preste aconstrucção de uma grande cidade.

§ Io. Encetada a primeira sessão órdina-ria, reunidas as duas câmaras em Congresso>este determinará quaes os pontos que devamser estudados e bem assim nomeará, ou re-quisitará do presidente do Estado a nomea-

ção de uma ou mais commissões de profissio-naes, de modo que estudos completos sobreos pontos indicados sejam presentes ao Con-gresso no primeiro dia da sua segunda sessãoordinária.

§ 2o. Na mesma sessão, em que o Congres-so determinar quaes os pontos a estudar, vo-tara uma verba suficiente para esses tra-balhos e estudos.

§3°. Durante a segunda sessão ordinária ,reunidas as duas câmaras em Congresso,este, á vista dos estudos, determinará o pon-

Revista Gsíal— 4

to para onde se fará a mudança e essa leifará parte da presente Constituição.

§ 40. Na mesma oceasião o Congresso re-guiará o modo de sc effectuar a construcçãodos edifícios públicos e decretará os meiosfinanceiros e providencias necessárias, mar-cando um prazo fatal para realização da mu-dança.

II

Lei n. 1

(ADDICTONAL Á CONSTITUIÇÃO)

Lei decretada e promulgada pelo Gon-

gresso Legislativo do Estado de MinasGeraes, determinando quaes os pontosque devem ser estudados para a construo

ção da nova Capital:

Nós, os representantes do povo mineiro,em Congresso Legislativo, decretamos e pro-mulgamos a seguinte lei:

Art, i°. O presidente do Estado mandarácom urgência, por uma ou mais commissõesde sua livre nomeação, proceder a estudosnos seguintes logares paia dentre elles serescolhido um para o qual seja mudada a ca-

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9b COMMISSÃO GONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

pitai do Estado: Bello Horispnte, Parauna,Barbacena, Várzea do Marrai e Juiz deFora.

Art. 2". Fica o governo autorizado a fazeroperações de credito até a quantia de cemcontos de réis para oceorrer ás necessáriasdespezas.

Art. 3°. Revogam-se as disposições emcontrario.

Mandamos, portanto, a todas as autorida-des a quem o conhecimeuto e execução destalei pertencerem que a executem e façam exe •

cular e observar fiel e inteiramente comonella se contém. Publique-se e cumpra-seem todo o território do listado de Minas Ge-raes.

Paço do Congresso Legislativo do listadodc Minas Geraes, aos 28 de Outubro de 1891.

('hrispim Jacquos Bias Fortes— OctavioOtloni—João Gomes Rebello Horta- Dr.()arlps Ferreira Alves— Manoel José da Sil-va David Moretzohn Campista.

III

Lei n. 3

ADDICIONAL Á CONSTITUIÇÃO DO ESTADO

Nós, os representantes do povo mineiro,em Congresso Legislativo, decretamos c pro-mulgamos a seguinte lei :

Art. i°. Fica designado o Bello Horizonte

para ahi se construir a Capital do Estado.Art. 2 >. Fica o Governo auetorizado :1". A mandar organizar o plano definitivo

da nova cidade sob as seguintes bases :a) divisão do terreno em lotes destinados a

edificações urbanas, a quintas ou chácaras,com determinação dos preços de cada cathe-

goria, altendendo a sua collocação, proximi •dade do centro da cidade e outras condições

que possam influir no respectivo valor ;b) determinação dos terrenos que devem

ser reservados para edifícios públicos do Es-tado, ou da União e municipalidade, praças,jardins,passeios públicos, mercados, estaçõesde estradas dc ferro e tranways, casas decaridade, hospitaes, templos e cemitérios ;

2". A proceder á desapropriação dos terre-nos particulares, comprehendidos na plantaque íôr approvada;

3o. A estabelecer ém regulamento os pia-nos, condições hygienicas e architectonicasque devem presidir ás edificações, assimcomo tempo e modo das concessões;

4U. A mandar proceder ao orçamento ciosedifícios públicos necessários, que serão fei-los por administração ou mediante concur-rencia publica, conforme julgar mais conve-niente aos intereses do Eslado;

5". A conceder a particulares ou empre-zas favores para serviço de illuminação,abastecimento d'agua, esgotos e viação ur-bana, sujeitando-os á approvação do Con-gresso, ou a realisar esse serviço por admi-nistração;

6° A estipular, nas concessões que fizer,condições para promover construcções de ca-sas destinadas aos empregados públicos dcque trata o n. 7 do art. 2", de modo a facili-(ar-lhes o pagamento em prestações, que po-derão ser deduzidas de seus vencimentos, seo requererem.

Igualmente promoverá a construcção clccasas em condições hygienicas c de aluguelbarato para operários ;

7o. A concedera titulo gratuito, aosactuaesfunecionarios estadoaes que por lei têm resi-dencia obrigatória na < 'apitai, e que o reque-rerem, um lote de terreno para construcçãode casa ou chácara, antes de serem postosem hasta publica, assim como transporte eajuda de custo;

8". A conceder a titulo gratuito a cada umdos actuaes proprietários de casas em OuroPreto, situadas no perímetro estabelecidopara cobrança do imposto predial no exerci-cio de 1890, um lote de terreno para edifi-cação.

Art. 3o. As concessões de lotes gratuitos,que não poderão ser contíguos, terão a clau-sula de fazerem os concessionários as edifi-cações dentro de dois annos, depois da ap-provação da planta da cidade, sob pena decaducidade da concessão.

Paragrapho único. Fssas concessões sópoderão ser pedidas no prazo de trinta diasdepois de approvada a planta, ao Governo,que fará a designação do lote.

Art. 4o. E' licito aos concessionários de lo-tes gratuitos cedel-os, sob as mesmas condi-ções com que os possuem.

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REVISTA GERAL DOS TRABALHOS

Art. 5". Para occorrer ás despezas com aexecução desta lei, fica aberto ao governo,desde já, um credito de cinco mil contos deréis, podendo lançar mão dos saldos da re-ceita, ou fazer as operações de credito ne-cessarias, não excedendo o juro de 6% aoanno.

Não sendo suficiente esse credito, o Presi-dente do Estado solicitará do Congresso asprovidencias qne julgar necessárias.

Art. 6o. Fica determinado o prazo máximode 14) quatro annos para definitiva transfe-rencia do Governo para a nova Capital, po-dendo, porém, o Presidente do Estado tran-sferir provisoriamente, desde já, a sédc deGoverno para qualquer ponto do Estado, seo interesse publico o exigir.

Art. 7". São declaradas sem effeito algumquaesquer concessões dc terras ou preferen-cias estipuladas para edificações, feitas atéesla dala, que tenham relação com a con-slr.icção da nova Capital.

Arl. 8». A direeçao econômica e adminis-trativa da Capital do Estado denominada -MINAS--ficará a cargo do Presidente doEstado, emquanlo o Congresso nâo delibe-rar a respeito nos termos da Constituição.

Art. 9«. Ficam revogadas as disposiçõesem contrario.

Mandamos, portanto, a todas as auetorida-a quem o conhecimento e execução desta leipertencerem, que a executem e façam execu-tar e observar fielmente como nella se con-têm.

Publique-se e cumpra-se em todo o territo-rio do Estado de Minas Geraes.

Paço do Congresso Legislativo de Estadode Minas Geraes, em Barbaccna, aos 17 deDezembro dc 1893.

Ciirispim Jacqcks Pias Fortes.Manoel Teixeira iia Costa.João Gomes Rebello Horta.

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I)Actos executivos

Decreto n. 68o

REGULA O DISPOSTO NO ART. 2° DA LEI N. 3DE 17 DE DEZEMBRO DE l8g3, ADDICTONAL ACONSTITUIÇÃO DO ESTADO.

O Dr. Presidente do Estado de Minas Ge-raes, usando da attribuição que lhe confereo artigo 57 da Constituição do Estado, re-solve approvar o regulamento que com estebaixa, para execução do artigo 2° da lei n. 3de 17 de Dezembro de 1893, addicional áConstituição do Estado, assignado pelo Dr.David Moretzohn Campista, Secretario daAgricultura, Commercio e Obras Publicas,que o fará executar.

Palácio da Presidência do Estado de MinasGeraes, Ouro Preto, 14 de Fevereiro de18Q4.

Affonso Augusto Moreira Penna.David Campista.

Regulamento a que se refere o de-creto n. 680 de 14 de Fevereirode 1894.

CAPITULO I

Organização do Serviço

Art. i°. Para a execução do disposto noart. 2» da lei n. 3, addicional á Constituiçãodo Estado, de 17 de Dezembro de 1893, ficaorganisada a Commissão Constructora- da NovaCapital, que funecionará sob a direcção geral,technica e administrativa, de um Engenheirochefe da immediata confiança, pessoal e pro-fissional, do Presidente do Estado, que livre-mente o escolherá e nomeará.

Art. 2". Os trabalhos afiectos á Commissãoabrangerão:

§ i°. Os estudos definitvos e completos,necessários á organisação dos projectos e or-çamentos de todas, as obras da nova Capital,inclusive as da via férrea que deverá ligai aá Estrada de Ferro Central do Brazil.

§ 2". A execução directa i^e todas as construcções que o Governo deliberar sejam feitasadministrativamente.

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3o COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

§ 3U. A fiscalisação dos trabalhos que foremadjudicados a empreitadas parciaes, ou fize-rem objecto dc concessões de uso e gosocontractadas com emprezas particulares.

S 4". A contabilidade geral, conveniente-mente especialisada, dc todas as despezasque forem effectuadas com os trabalhos e ser-viços da nova Capital até a conclusão com-pleta de todas as suas obras; c, bem assim,de quaesquer verbas de receita que, em vir-tude de auetorisação especial, forem arreca-dadas durante a execução dos mesmos tra-bairros e serviços-

§ 5U. A desapropriação, amigável ou judi-ciai, dos terrenos que tiverem de ser oceu-

pados pela nova Capital, dc. accôrdo com oprojecto geral que fór approvado, e, bemassim, dos prédios c bemfeitorias que tiveremde ser demolidos e intitilisados, observadasas disposições legaes.

§ 6o. O tombamento de todos os terrenosincluídos no perímetro que fôr fixado, discri-minadas as respectivas áreas, configuraçãotopographica, situação, vantagens naturaese valor relativo.

Art. 3o. 0 projecto geral da nova Capitalserá delineado sobre a base de uma popu-lação de 200.000 habitantes, e sobre estamesma base será effectuada a divisão e de-marcação dos lotes; as obras, porém, a exe-Clltar desdejá, serão projectadas e orçadassobre a base dc uma população de 3o.000habitantes; devendo, entretanto, os respec-vos projectos ser organisados de forma a per-imitirem o natural desenvolvimento das obrasexecutadas á proporção que fôr auginen-tando a população.

Art. 4". A organisação dos projectos, geralc parciaes, das obras da nova Capital, deveráobedecer ás mais severas indicações e exi-gencias modernas da hygienc, conforto, ele-gancia e embcllezamento; porém sem exa-gerada preoecupação de sumptuosidades dis-pensaveis, salvo os monumentos artísticosque o Governo deliberar sejam erigidos, epara cujos projectos poderá mandar abrirconcurrencia, estipulando, para os (pie foremacceitos, prêmios, ou preferencia aos respec-tivos auetores para a exucução das obras porempreitada. #

Art. 5o. Os projectos das obras a executarpoderão ser submettidos á approvação do

Governo parcialmente, sempre que puderemser executadas desde logo sem prejuízo parao conjunetp dos trabalhos.

Art. 6o. Os projectos, geral c parciaes,serão submettidos á approvação do Governoem originai, acompanhados das peças com-

plemcntares que forem indispensáveis paraa apreciação ejulgamento; e, depois de ap-

provados, serão devolvidos á Commissão, emcujo escriptorio technico ficarão archivados,extrahindo-se então as copias que forem ne-cessarias para os trabalhos de execução. < 'ou-

cluidas todas as obras e dissolvida a Com-missão, o archivo technico será entregueá Secretaria da Agricultura, Comrnercio eObras Publicas.

Art. 7". As obras que a Commissão fôrauetorisada a executar pelo systema de em-preitadas parciaes serão adjudicadas pormeio de concurrencia publica, annunciadapor edital firmado pelo Secretario, de ordemdo Engenheiro chefe, estipulando explicitae claramente as condições em que deverãoser executadas e fixando os pontos sujeitosao concurso.

S 1". O exame e classificação, das con-currencias será feito por uma. junta formadapelo Chefe do serviço technico a que estiveraffecta a obra e pelo Chefe da contabillidadepresididos pelo Primeiro Engenheiro; e ojulgamento proferido pelo Engenheiro chefecm despacho escripto.

S 2". Os interessados terão o prazo de oitodias, contados da data do despacho, que seráimmcdiatamenle transcripto no livro da portapara recorrerem ao Governo, poi' meio derequerimentos apresentados ao Engenheirochefe, que deverá submettel-os, informados,á apreciação do Governo.

fi 3°. Esgotado o prazo acima estipuladosem apparecer recurso algum contra seudespacho, o Engenheiro chefe mandará la-vrar o competente contracto ; e, no caso con-trario, aguardará, para mandar lavral-o, adecisão do recurso pelo Governo.

Art. S°. Nas concurrencias para a acqui-sição de materiaes c outros objectos rle con-sumo, a junta classificadora será formada porum Chefe dc secção, designado pelo Enge-nheiro chefe, c pelo Almoxarife, presididospelo Chefe da contabilidade ; c, do julga-

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REVISTA GERAL DOS TRABALHOS

mento proferido pelo Engenheiro chefe, nãopoderá haver recurso para o Governo.

CAPITULO II

Direcção gemi, Ucktdca e administrativa

Art. 9". Todos os trabalhos da Commissão,quer durante os estudos definitivos, quer du-rante a conslrucção das obras, serão distri-buídos pelas seis seguintes divisies de serviço:

Io. Administração central;2». Contabilidade;3'. Escriptorio technico;4". Estudo e preparo do solo;5". Estudo e preparo do sub-sólo;6a. Estudo e preparo da viação, das edi-

ficações, das installações electricas, c maistrabalhos accessorios.

Art. 10. O Engenheiro chefe, além de su-perintender todos os serviços, terá directa-mente a seu cargo a direcção da Ia. divisão.

capitulo 111

./"¦ divisão—Administração central

Art. 11. Será da exclusiva competência doEngenheiro chefe:

S i". A direcção geral, technica e adminis-trativa, de todos os serviços.

2°. A apresentação, ao Governo dos planosgeral e parciacs, organisados para as obrasda nova Capital, e respectivos orçamentos.

S 3o. A approvação dos planos de detalhese complementares dos parciaes.

§ 4o. A desapropriação amigável ou judi-ciai, dos terrenos, prédios e bemfcitorias,que fòr necessária para a realização do pro-jecto geral da nova Capital.

S 5". A organisação dos projectos para osregulamentos que tenham de ser expedidospelo Governo para a observância das dispo-sições dos Sg 3o, 70 e 8o do art. 20 da lei11. 3 de 17 de dezembro de i8g3.

S 6o. Apresentação das bases para os con-tractos de conces ões de uso e gozo que oGoverno delibere celebrar de conformidadecom os SS 5U e 6o do citado art. 2".

S 7o. A nomeação de todos os empregadosque, pelo presente regulamento, não compe-tir ao Governo, e admissão do pessoal auxi-

liar, operário c jornaleiro, que fôr sendo ne-cessario, e cujos salários fixará.

S 8°. A organização, ou approvação, dasinstrucções regulamentares que forem nc-cessarias para a execução dos serviços e tra-balhos a cargo de cada uma das divisões esuas diíTerentcs seccões.

S 9". A anctorisação das despezas que tive-rem de ser effectuadas, de conformidade comas disposições do presente regulamento.

S 10. A celebração dos contractos de em-preitadas das obras que fòr auetorisado aadjudicar a particulares.

S 11. A acquisição dos instrumentos, mo-veis e mais objectos necessários aos diversosserviços da Commissão; e, bem assim, dosmateriaes que forem necessários para a exe-cução das obras que tiverem de ser feitas ad-ministrati vãmente.

S 12. A requisição,por intermédio daSecre-taria da Agricultura, das quantias necessáriaspara as despezas trimensaes da Commissão.

S i3. A imposição de penas ao pessoal doconformidade com as disposições do presenteregulamento,

S 14. A direcção do trafego da via-ferreaque fòr construída para ligação da nova Ca-pitai á Estrada de Ferro Central do Brazil,fixando o horário, numero e velocidade dostrens, e, bem assim, o respectivo pessoal esuas remunerações, cujas tabellas serão pré-viamente submettidas á approvação do Go-verno.

S iS. A adopção de quaesquer medidastendentes á disciplina do pessoal e á segu-rança, economia e desenvolvimento das obras,e, bem assim, de providencias provisórias,nos casos omissos no presente regulamento,quando exigidas pela urgência do serviço,devendo em taes casos representar immedia-tamente ao Governo para que este providen-cie de modo definitivo.

S 16. Porpôr ao Governo os quadros, pro-visorio c definitivo, do pessoal a que se rc-fere o art. 39 do presente regulamento.

Art. 12. Toda a correspondência offtcialcom o Governo será dirigida directamenteao Secretario da Agricultura, Commercio oObras Publicas.

Art. i3. Os serviços da administração cen-trai são distribuídos pelas duas seguintessocròes:

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32 COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

Ia. Secretaria, á qual competirá o expedien-te geral da Commissão ;

2a. Almomrijado, ao qual competirão a ae-quisição, arrecadação, guarda e distribuiçãodos instrumentos, moveis, materiaes e maisobjectos da Commissão.

§ i°. A Secretaria funecionará sob a direc-

ção do secretario, e o Almoxarifado sob a doalmoxarifc, auxiliados pelo pessoal que fôrfixado pelo Governo de conformidade com oart. 39 do presente Regulamento, c os respe-ctivos serviços serão executados de accordocom as instrucções que forem expedidas peloEngenheiro chefe.

§ _.". Emquanto o Engenheiro chefe julgarpossível, sem sacrifício da boa marcha e re-gularidade dos trabalhos, poderá ficar o Al-moxarifado a cargo do fiel.

CAPITULO IV

3a Divisão.—Contabilidade

Art. 14. A 2a divisão, que funecionará soba direeçao de um chefe, immediatamente sub-ordinado ao Engenheiro chefe, terá a seucargo todos os serviços financeiros e de con-tabilidade da Commissão, distribuídos pelasseguintes secções:

i°. Escripturação geral.2a. Thesouraria.3a. Tombamento.§ i°. A' ia. secção, a cargo do guarda-livros,

competirão todos os trabalhos relativos á es-cripturação geral especialisada das despezase receita eventual da Commissão, verificand oos respectivos documentos, processando ascontas e folhas do pagamento, etc.

§ 2°. A' 2". secção, a cargo do Thesoureiro ,competirão o recebimento e guarda das quan-tias que forem requisitadas para as despesa sda Commissão, a arrecadação dos impostosde sello descontados aos empregados nas fo-lhas de pagamento, e de quaesquer outrasverbas de receita eventual, a prestação dasrespectivas contas, etc.

§ 3o. A' 3a secção, a cargo de um Escri-vão, competirá o tombamento dos terrenosda nova Capital, a que se refere o § 6o doart. 2° do presente regulamento.

Esta secção só será organizada depois que,approvado o projecto geral da nova Capital,

tiver sido encetado o trabalho da divisãoe demarcação dos lotes urbanos e subur-banos.

§ 4o. O chefe de cada uma dessas secçõesserá auxiliado pelo pessoal que fôr fixado

pelo Governo na fôrma do art. 39 do presenteregulamento, e os respectivos serviços serãoexecutados de accordo com as instrucçõesque, organizadas pelo chefe da contabili-dade, forem approvadas pelo Engenheirochefe.

Art. i5. As despezas affecvuadas com ostrabalhos e serviços da Commissão, quer depessoal, quer de material, serão pagas peloThesoureiro, á vista de ordem escripta doEngenheiro chefe. Para isso fará o Governosupprimentos trimensaes, mediante requisi-ções escriptas do Engenheiro chefe.

§ r°. Taes supprimentos serão effectuadospor meio de ordens contra o Banco ^da Repu-blica do Brazil, que creditará as respectivasquantias, em conta corrente de movimento,á Commissão, para serem retiradas, no todoou por parte, mediante cheques firmadospelo Thesoureiro e visados pelo Chefe dacontabilidade c pelo Engenheiro chefe.

S a". As contas de empreitadas, executadasem virtude de contractos, serão pagas, dire-ctamente pela Secretaria das Finanças, ávista de certificados explícitos, passados peloChefe da contabilidade c visados pelo Erige-nheiro chefe, que deverá remetter ao Gover.no segundas vias de taes certificados, devida-mente documentados. Paga a conta e reco-lhida á Secretaria das Finanças a primeiravia do certificado, a segunda via, em que oempreiteiro também passará recibo, será de-volvida á Commissão para servir de base aolançamento, na escripturação geral das des-pezas, da respectiva quantia.

Art. 16. Os pagamentos ao pessoal serãofeitos mensalmente, pelo Thesoureiro ou seufiel, nos logares dos trabalhos, mediante fo-lhas organisadas em duplicata 110 escriptoriode cada secção) á vista dos livros e cadernetasde ponto. Táes folhas conferidas e rubricadaspelo Chefe da secção e visadas pelo Chefedo serviço, serão processadas, pa ra verifica-cação dos cálculos, pela r" secção da conta-bilidade; e, só depois da competente aueto-risação escripta do Engenheiro chefe, seráeffectuado o respectivo pagamento.

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PEVISTA GERAL DOS TRABALHOS 33

Paragrapho único. Os pagamentos das fo-lhas do pessoal technico, administrativo eauxiliar serão effectuados mediante recibosem duplicata passados nas próprias folhaspelos empregados; e os das folhas do pes-soai operário e jornaleiro serão eftectuadosna presença do Engenheiro e do Apontadordécada turma, certificando este, nas respe-ctivas folhas, os pagamentos rèalisados comO visto do Engenheiro.

Art. 17 Os fornecimentos e as contas serãopagos na Tliesouraria depois de processadosna 1" secção da contabilidade, visados peloChefe e auctorizado o pagamento pelo Enge-nheiro chefe.

Art 18. 0 Engenheiro chefe providenciarácomo mais acertado julgar sobre o modo pra-tico de ser effectuada a acquisição dos insíru-mentos, moveis, materiaes e mais objectosnecessários ao inicio dos trabalhos; e, bemassnn, para o daquelles que, cm pequenasquantidades, forem necessários no correr dostrabalhos.

Art. 19. Todos os fornecimentos serão fei-tos mediante pedidos assignados pelos Che-fes de secção, visados pelos Chefes dc ser-viço c auetorisados pelo Engenheiro chefe.

! Taes pedidos deverão documentar as con-tas apresentadas pelos fornecedores

Art. 20. A prestação de contas ao Gover-no das despezas effectuadas pela Thesoura-ria será trimcnsal.

Art. 21. Emquanto não estiver definitiva-mente installada a Commissão e organizadosregularmente todos os serviços, as despezas.quer do pessoal, quer da acquisição dos ins-trumentos, moveis, materiaes o mais objectosnecessários para os trabalhos iniciaes, serãoeffectuadas directamente pelo Engenheirochefe, mediante adiantamentos que lhe serãofeitos á. proporção que os fôr requisitando edos quaes prestará contas mensalmente.

capitulo v

3a Divisão —Escriptorio technico

Art. 22. O escriptorio technico, que func-cionará sob a direcção do Primeiro Enge-nheiro, terá a seu cargo todos os trabalhostechnicos dc escriptorio, relativos :t. organi-zaçãodos projectos e planos geraes, parciaese de detalhes, dos orçamentos e das especifi-

R3Vista Geral — 5.

cações e condições geraes, e, bem assim, asmedições provisórias e finaes, o archivo te-clinico e a expedição das ordens de serviço.

§ 1°. Nesses trabalhos o Primeiro Enge--nheiro será auxiliado pelo pessoal que forfixado pelo Governo na forma do art 3g dopresente regulamento

S 2". Instrucções especiaes serã > approva-das pelo Engenheiro chefe para a boa mar-cha e regularidade dos serviços affectos aoescriptorio technico, distribuindo-os cm tantasturmas de serviço quantas forem necessárias.

S 3°. Desde o inicio dos trabalhos da Oom-missão, será installado, no local mais conve-mente, um observatório meteorológico cujoserviço ficará a cargo de um conduetor dciN classe sob a direcção do Primeiro Enge-nheiro.

capitulo vi

4a .->'« c 6<t Divisões-Trabalhos technicosile campo

Art. 23. Os trabalhos technicos dc camposerão executados, quer durante os estudosdefinitivos, quer durante a execução dasobras, pelas 4.1, 5" e 6 divisões de serviçomencionadas no art 9» do presente regula-mento, dirigida cada uma dellas por um En-genheiro Chefe de serviço, immediatamentesubordinado ao Engenheiro Chefe.

Art 24. A 411 divisão terá a seu cargo todosos trabalhos e serviços de geodesia, topo-graphia e nivelamento necessários para odelineamento cio projecto geral da nova ca-pitai; e, posteriormente, todos os concernen-tes á terraplenagem, armamento, divisão edemarcação de lotes, pontes, calçamentos,ajardinamentos, arborisação, etc

Art. 2S. A 5a divisão terá a seu cargo to-dos os trabalhos, quer de estudos definitivos,quer de construcção, relativos ao abasteci-mento d'agua, aos esgotos, á canalisaçãodas águas pluviaes, á modificação do regi-men dos cursos d'agua e ás drenagens.

Art. 26. A 6a divisão terá a seu cargo todosos trabalhos, quer dc estudos definitivos,quer de construcção, relativos á viação fer-rea e urbana, á construcção dos edifícios pu-blicos c particulares, ás installaçòes electri-cas e mais trabalhos accessorios que lhe fò-rem commettidos pelo Engenheiro chefe.

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34 COMMIbSAO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

Art. 27. Todos os trabalhos de cada umad'estas tres divisões de serviço, serão dislri-buidos, (incr durante os estudos definitivos,quer durante a execução das obras, porduas secções, dirigida cada uma por um Fnge-nheiro chefe de secção, auxiliado pelo pes-soai que fôr fixado pelo Governo,na forma doart. 39 do presente regulamento.

Art. 28. O Engenheiro chefe expediráinstrucções especiaes para a execução dosserviços affectos a cada uma d'estas tres di-visões.

capitulo yii

Do fessoal

Art. 29. Serão nomeados:£ 1". Pelo Presidente do Estado, livre-

mente, o Engenheiro chefe.fj 2°. Pelo Presidente do Estado, sob pro-

posta do Engenheiro chefe: o Primeiro En-genheiro, os Engenheiros chefes de serviçoe o Chefe da contabilidade.

?! 3" Pelo Secretario da Agricultura, sobproposta do lin^enheiro cheie, o Thcsou-reiro, o Almoxarife, o Guarda livros, o Agen-te e os escrivães

S 4o. Pelo Engenheiro chefe, sob propostado Thesoureiro e do Almoxarife, os respe-ctivos fieis.

§ 5o. Pelo Engenheiro chefe, livremente,o Secretario, os Chefes de secção e todos osdemais funecionarios não mencionados nosparagraphos anteriores.

Art. 3o. A admissão e dispensa dos fei-tores, operários, guardas, serventes e maisjornaleiros, serão da competência dos Che-fes de serviço, sendo previamente fixadospelo Engenheiro chefe o numero e os sala-rios; a admissão, dispensa, fixação das dia-rias dos auxiliares, mestres c apontadores,será da exclusiva competência do Engenheirochefe, sob proposta dos chefes de serviço.

Art. 3i. Nas faltas e impedimentos serãosubstituídos:

§ i°. O Engenheiro chefe pelo PrimeiroEngenheiro, e na falta deste, por um dosEngenheiros chefes de serviço previamentedesignado.

§ 2o. O Primeiro Engenheiro, por um doschefes de serviço, ou por um dos engenheirosdo próprio escriptorio technico. conforme me-

lhor attender ;'is conveniências do serviço, ájuizo do Engenheiro chefe.

§ 3o. Os Chefes de serviço pelos Chefes de-secção,e estespelos Engenheiros de r" classe,conforme designação do Engenheiro chefe.

§ 4o. O Chefe da contabilidade pelo empre-gado que fôr designado pelo Engenheirochefe.

§ 5o. O Thesoureiro e o Almoxarife pelosseus respectivos fieis, conservando, porém, aresponsabilidade que lhes cabe.

Art. 32. As demais substituições serão re-guiadas pelas instrucções que forem expedi-das pelo Engenheiro chefe.

Art. 33. Nos vencimentos mensaes fixadosna tabeliã annexa, será sempre considerada,para os efiéitos dos impedimentos e licenças,metade como fixa e outra metade como gratifi-cação.

S 1". O empregado que faltar sem justifica-ção perderá os vencimentos totaes.

§ 2o. O empregado impedido ou licenciadoperderá sempre a parte dos vencimentosconsiderada como gratificação, embora justi-fique as faltas.

Art. 34. Nas substituições temporárias comaccumulação de funeções, o substituto 'per-

ceberá a terça parte dos vencimenios totaesdo substituído, sem prejuízo dos seus própriosvencimentos; e, nas substituições têmpora-rias sem accumulação de funeções, o substi-luto perderá os vencimentos totaes do seucargo e perceberá os do cargo substituído.

Art. 35. Todos os empregados da Commis-são serão considerados em mera commissàotemporária

Art. 36. As licenças até 3o dias serão con-cedidas pelo Engenheiro chefe, e as de maiorprazo pelo Governo, sob informação do En-genheiro chefe.

S Io Só por motivo de moléstia poderãoser concedidas licenças com parte dos venci-mentos.

§ _". Por motivo nenhum, o prazo de licença poderá exceder de 6 mezes, mesmo semvencimentos.

§ 3o. Nenhum vencimento será pago aoempregado licenciado sem que tenha regis"trado a licença na Secretaria da Commissão,com declaração do dia em que começou agozal-a e provando ter já satisfeito as exi-gencias prescriptas nas leis fiscaes.

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REVISTA GERAL DOS TRABALHOS 35

§ 4o. O empregado que, qualquer queseja sua cathegoria, faltar sem causa justifi-cada mais de quinze dias, seguidamente,será considerado desligado da Commissão.

Art. 37. Todo o trabalho do pessoal jorna-leiro, executado além das horas fixadas nasinstrucções será retribuído com um accresci-mo que será arbitrado pelo Engenheirochefe, sob proposta dos chefes de serviço.

Art. 38. As penas disciplinares serão:Io. Simples advertência.2o. Reprehensão cm ordem de serviço.3o. Multa até quinze dias de vencimentos.4o. Suspensão até 3o dias.5o. Demissão simples.6o. Demissão a bem do serviço.

§ i°. Aos empregados de sua nomeaçãopoderá o Engenheiro chefe applicar qual-quer destas penas ; e aos de nomeação doGoverno as quatro primeiras, propondo aapplicação de qualquer das outras duas.

e§ 2o. Os chefes de serviço poderão appli-car ao pessoal sob sua jurisdicção as duasprimeiras penas, propondo ao Engenheirochefe a applicação de qualquer das outras.

Art. 3g. O pessoal technico e administra-tivo da Commissão perceberá os vencimen-tos mensaes estipulados na tabeliã anne.xa.Para o inicio dos trabalhos será admittido opessoal de conformidade com um quadroprovisório que, proposto pelo Engenheirochefe, fõr approvado pelo Governo; e, de-pois de installados os serviços e encetadosregularmente os trabalhos, o Governo de-cretará, sob proposta do Engenheiro chefe,o quadro definitivo, que, em caso algum, po-dera ser excedido, e só poderá ser reforma-do, ou reorganisado, por novo decreto doPresidente do Estado.

§ Io. Além dos vencimentos estipulados natabeliã annexa, terão mais, quando em effe-ctivo exercício dos seus respectivos cargos, oEngenheiro chefe uma diária de quinze milreis; e os demais funecionarios do quadrodiárias, de dous a doze mil reis, arbitradaspelo Engenheiro chefe de accôrdo com acathegoria e a responsabilidade de cada um

§ 2o. Nenhum abono mais especial terãoos engenheiros e conduetores para montaria,aluguel de casa, criados, etc.

§ 3o. Ao Thesoureiro será abonada, paraquebras, a quantia mensal de cincoenta mil

réis e ao respectivo fiel a de vinte e cincomil réis.

capitulo vm

Disposições geraes

Art. 40. A sede des trabalhos da Commis-são será na própria localidade (Bello Hori-sonte) escolhida para a edificação da novaCapital.

Art. 41. O Engenheiro chefe deverá verifi-car, uma vez por mez e em dias indetermi-nados, o estado da caixa e a escripturaçãogerai, em presença do Chefe da contabili-dade, do Guarda-livros e do Thesoureiro',mandando lavrar termo que assignará comos funecionarios mencionados.

Art. 42- Semestralmente deverá também oEngenheiro chefe examinar, por si ou dele-gado de sua confiança, a escripturação do Al-moxarifado, balanceando o material existen-te e providenciando sobre o destino que devater o imprestável, encerrando as contas atéa data em que se ultimar o mesmo exame.Nessas mesmas condições e fôrma, deverámandar proceder a exame nos armazéns decada uma das divisões de serviço.

Art. 43. Os empregados que tiverem sobsua guarda valores cu objectos prestarãofiança, sendo:

Para o thesoureiro 15 :oooíoooPara o fiel do thesoureiro S:ooo.}oooPara o almoxarife 5:ooojoooPara o fiel do almoxarife 2:000*000Para o armazenista i:ooo$ooo

Paragrapho único. As fianças até 5:ooo.;ooopoderão ser prestadas em dinheiro na The-souraria da própria Commissão.

Art. 44. A cada funecionario, technico ouadministrativo, serão abonadas de uma sóvez, quando nomeado, as seguintes quan-tias:

§ i°. Uma ajuda de custo, equivalente aosrespectivos vencimentos de um mez, paraoceorrer ás despesas de sua installação nasede dos trabalhos da Commissão;

§2°. A quantia que se verificar ser indis-pensavel para os transportes (seu, de sua fa-milia e respectivas bagagens) desde a Capi-tal Federal, ou localidade ejn que estiver noEstado de Minas Geraes, até a sede dos tra-balhos da Commissão;

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36 COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

Paragrapho único. Caso os transportes, aquc se refere este artigo, não sejam feitos di-rectamente pela Commissão mediante pas-ses nas Estradas da União e do Estado, opagamento das despezas effectuadas peloempregado será satisfeito á vista de reciboem duplicata com o competente pague-se lan-çado pelo Engenheiro chefe.

Art. 45. As despezas de viagens que íòremeffectuadas a serviço e de ordem superior porqualquer funecionario, technico ou admi-nistrativo, correrão por conta da Commissão.

Art 46. Até o dia 3i de janeiro de cadaanno, deverão Engenheiro chefe apresentar

ao Governo o relatório geral do anno ante-rior, expondo o estado dos differentes traba-lhos e serviços a cargo da Commissão,

Art. 47. O presente regulamento entraráem vigor desde a data de sua publicação.

Secretaria de Estado dos Negócios daAgricultura, Commercio e Obras Publicas deMinas Geraes, em Ouro Preto, aos r4 de fe-vereiro de 1894 —David Moretzsolm Campista.

Dado e publicado nesta Secretaria, nosr4 de fevereiro de 1894.

Cypkiano di; Carvalho,Director.

Tabeliã

DOS VENCIMENTOS M1ÍNSAES DO PESSOAL DA COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL, A QUE SEREFERE O REGULAMENTO EXPEDIDO PELO DECRETO N, 680 DE r4 DE FEVEREIRO DE 181)4

/. Pessoal technico:

Engenheiro chefe Primeiro engenheiro Engenheiro chefe de serviço.Dito dito de secç Engenheiro architectoKngenheiro de Ia classeEngenheiro de 211 classeEngenheiro de 3a classe. . ..Conductorcs de Ia classeConductor de 2" classePrimeiro desenhistaDesenhista de Ia classeDesenhista de 2a classe... ..Desenhista de 3a classe

II. Pessoal administrativo :Chefe da contabilidade.Secretario ThesoureiroGuarda-livrosAlmoxarifeFielEscrivãoAgentePrimeiro escripturario..Segundo dito.Terceiro dito. ,Amanuense... Armazenista

Vencimentosmensaes

5oo$ooo3oo.$ooo200§00D75o$ooo75o$oco(icogooo5oo$ooo400S0003oc$coo25ojooo5oo;:ooo4oo$ooo3:o$ooo2 5o$coo

6 >o$ooo400$COO400.J000400.J000400$oco3co$ooo3co$ooo3oo$ooo3oo$ooo2 5o$ooo200$00015o$coo200.S000

Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Commercio e Obras Publicas deMinas-Geraes, em Ouro-Preto, aos r4 de Fevereiro de 1894. — David Campista.Dado e publicada nesta Secretaria de Estado, aos 14 de Fevereiro de íZqí. — Cvtriano deCarvalho, director.

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IIIEstudo e preparo do solo

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ESTADO DE MINAS GERAES

COMIYIISSAO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

_ 5.5 PONTA DA SERRA

rrojecto da "rede

de briantjnjlagff lV -^boa-vista

tracadaljsobre aplantaprimitiva sfhhK ^

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Escala = i: 2*000 ftp VHn|HiEl \

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GEODESÍA E TOPOGRAPHÍATrabalhos da ia e 2a secçòes da 4a divisão

bUMMAIUO :—Aren estudada—Rede Ja triangulação—Poly-gonos cadastroes—Escolha e medição da base da trian-pulada— Processo eapparelhos empregados—Formulase tabcllasapplicadns— Resultados obtidos—Observaçãoconveniente—Medição dos ângulos—Signacs, instru-mentos e apparelhos adoptados— Resultados que teemsido_ obtidos—Pessoal da secção— Planta cadastral doarraial—Processo adoptado—Plantas dos prédios, ter-renos e benfeitorias á desapropriar—Typo das cader-netas dc alinhamentos—Nivelamentos—Altitudes deter-minadas — Unhas aüxiliares e seccoes transversaeaTypo das cadernetas dc nivelamento—Resultados ge-raes obtidos—Pessoal da secção.

Sobre a região esboçada na planta n. 2annexa ao relatório da Commissão de estudo daslocalidades indicadas para a Nova Capital do Esrtado de Minas Geraes, c sobre a base de umapopulação de 200.000 habitantes (art. 3o doRegulamento que baixou com o Decreton. 680 de 14 dc Fevereiro dc 1S94) tem de serdelineado o projecto geral da futura cidadeque, portanto, abrangerá uma área de 2.000hectarios, correspondente á 100 ;»* por habi-tante, área .média mais folgada que as dasprincipaes cidades européas e americanasedificadas em vantajosas condições sani-tarias e hygienicás, e estatuída pelo illus-trado Engenheiro Dr. Aarão Reis ás paginas19 d'aquelle relatório, apresentado á S Ex.o Sr. Dr. Affonso Penna, quando Presidentedo Estado.

Exigindo a execução do projecto geral umaplanta detalhada e um plano rigorosamente cotado,foi para esse fim, envolvido o perímetro indi-cado na citada planta n. 2 em uma rede de içi

triângulos; e levantada a planta cadastral daparte edificada do arraial de Bello Horisontepor meio dc: quatro polygonos ligados aos trian-gulos ns. 3, 5, 7 e S d'aquella rede.

TRABALHOS GEODKSICOS

Os trabalhos geodesicos ficaram confiados áIa secção, sob a chefia do Dr. Eugênio Ga-baglia, que já procedeu á medida rigorosada base c tem adiantada a medição dos an-gulos dos triângulos.

Medição da base. - Para o calculo da rede datriangulada escolheu-se uma linha de base comum kihmetvo de extensão approximadamente, emterreno de inclinação sensivelmente uniformee suave (i35 millimetros por metro, emmédia!. Para medir esta linha serviu de<toi-metro uma fita de aço dos fabricantes G. \V.Eddy & C, de Brooklin, pesando gr o.orrõjapor metro corrente, tendo de comprimento2911.9962 na temperatura de 3a° cent. quandoesticada de modo a não fazer catenaria, se-gundo o documento da aferição que foi feitapela Commissão da Carta Cadastral do DistrictoFederal, sendo seu co-efficiente de dilataçãoigual á 0.0000126 para 1». %entigrado.

Nos extremos da base construiram-se douspilares de alvenaria de tijolo de secção

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40 COMMISSÀO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

quadrada (o'".40 X O™.40) de i'».20 de altura(Fíg. 1) e capeados por pedras de cantariacom as dimensões o"'.45 X om4S X om.io,sobre as quaes soldaram-se duas aranhas debronze polido.

Nos círculos centraes das duas aranhas tra-çaram-se á buril finíssimo tres diâmetros,ficando assim assignalados e rigorosamentedeterminados, por um ponto, cada um dosextremos da linha de base.

1

I

Fie. t

Procedeu-se, depois, para determinar oalinhamento geral, á um estaqueamento de3o em 3o metros, installando-sc, sobre o pilardo extremo S da fase, um theodolito bem rc-grado, com o auxilio do qual fincaram-se as

estacas-mesas destinadas a receber os extremosda fita.

Estas estacas foram feitas de madeira delei, com a secção de 0.10 X 0.10; sobre seustopos aparafusaram-se placas de metal polidas

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REVISTA GERAL DOS TRABALHOS4i

e se lhes adaptava, na oceasião da medição,dous apparelhos especiaes: um, munido de

um parafuso de chamada, para a coincidênciado traço O da fita; e o outro, destinado a re-

lí\

\

!E_M-ceber um peso de 6kg.8o25, para dar-lhe umatensão igual aquella a que fora sujeita quandocomparada. (Figs. 2 e 3).

Estes apparelhos foram imaginados peloDr. Adolpho Radice, engenheiro de Ia classe

Revista Geral. — 6

direcção,da secção, e construídos, sob suenas Oficinas d'esta Commissão.

Entre as astacas-mesas foram alinhadas, de5 em 5 metros, outras estacas bem firmes,e munidas de cruzetas movediças tendo, para

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43 COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAI.

apoio da fita, um cylindro ôco de latão, gi-rando livremente em torno de um eixo hori-sontal.

Por meio (Testas cruzetas, idealisadas peloDr. Augusto de Abreu Lacerda, EngenheiroChefe da Commissão Geographica . Geológica doEslado de Minas Gemes, se consegue cóllocar

a fita, quando esticada, no plano indicadopelos topos das estacas mesas parallelo ao ter-reno natural, e evitar a caténaria que se for-maria, em cada trenada, em virtude dopróprio peso da ¦fita. Chega-se facilmente aeste resultado esticando um cordão entn-duas estacas-mesas consecutivas c abaixando

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i j\wí\\JffV ]

Fie. 3

011 elevando, cada uma das cruzetas, até queos cylindros de metal tangenciem o cordãoque é, depois, substituído pela fita de aço.

Para cada uma trenada collocavase a fita,munida de 3 thermometros igualmente espa-çados, sobre os cylindros moveis e, no mo-mento preciso em que um dos engenheirosverificava, por meio de uma lupa, a coinci-dericia do traço O da fita cotn o do pilar, ouesiaça-mesa, dado pelo ponto inicial, ou pelaultima trenada, ?-nm outro engenheiro mar-cava, no topo da esiaça-mesa seguinte, com umalamina de aço pontuda, ti posição do ponto

extremo da fita, e os coriduetores faziam aleitura simultânea dos tres thermometros,destinados a indicar à temperatura média dobasimetro na oceasião da operação.

Sobre o pilar do extremo N da base mar-cou-se, como ficou dito acima, a ultima divi-são exacta da fita, e o espaço comprehendidoentre ella e o ponto extremo da linha de base,mareado no centro da aranha, foi medido porcomparação com o metro padrão, ao qual seadaptou uma escala de marfim de o'n.3o4 décomprimento, dividida em 760 partes, corres-pondendo, portanto, cada divisão á o'".ooo4.

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REVISTA GERAL DOS TRABALHOSIOS

Calculo do comprimento verdadeiro da base

CORKECÇÃO DA TEMPERATURA

C eeeeeeee C [ I + K (?—«') ]C e== comprimento da fita.C'ee= comprimento corrigido da fita.K = coeficiente de dilatação da fita./ = temperatura média, da fila.I' ¦= temperatura da fita quando comparada com o aferidor.

CORRECÇÃO 1)0 SACC0 DA FITA

O sacco é considerado um arco de parábola.

C" e= comprimento corrigido,* ¦ = Peso da file, em kilogrammas e por melro corrente.d e= distancia em metros, entre supportes.P — tensão em kilogrammas.

CORRECÇÃO DA INCLINAÇÃO DE mIA TRENADA

V~ [ a -f- l) {a — b),comprimento exacto da. trenada reduzido ao horisontecomprimento da trenada corrigido da temperatura'e do saecob = chfferença do nível dos extremos da fita.

a -=

CORRECÇÃO DA ALTITUDE

B _ 1±R

P = comprimento da base, reduzido ao nível do marB = comprimento verdadeiro da base,/; == altitude do meio da baseR = raio médio da terra.

43

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44 COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

TABELLASPARA O CALCULO DO COMPRIMENTO DA BASE

Tabeliã A

Numerodas

estacas

Comprimentoda

t rena <. ki

Temperatura

média da fita

Corrccçãoda

temperatura

Comprimentoda

trenada cor-rigido da

temperatura

Correcçãoda

catenaria

Comprimentoexacto

da trenada

Tabeliã B

a -\-b Log.

{a + b)Log.

Log. z .2 g'3 ge.ís-ã'E

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REVISTA GERAL DOS TRABALHOS

Depois da medição, que foi sempre feitanos dias calmos e nas horas mais frescas dodia (das 5 ás 8 horas da manhã), procedeu-seá um nivellamento cuidadoso das estacas-mesas,ligando-o, depois, á um ponto próximo, dealtitude já conhecida.

45

Pelo processo acima descripto, e medindoa base duas vezes, a segunda no sentido in-verso da primeira, — obteve-se, para o valordo comprimento total, corrigido da tempera-tura, único factor variável em uma e outramedição, os seguintes resultados :

Ia medição.2« medição.Differença,.

Í"-A&H <-.À&___!

-Ll gí-VlO-i 14T

- li 1I _] gk"*S^-» I

100411.669072100410.660373

A => o™.00269-)

Flg. A

Este excellente resultado muito abona emfavor do processo applicado por esta Com-missão, que á elle recorreu por ser absolutamente impossível, na occasião, obter umbasimetro de reguas no Rio de Janeiro, e ocurto praso marcado pelo Congresso do Esta

dopara a construcçào da Nova Capitalnão permitiu- que se pudesse fazer aacquisição d'esse apparelho em paizestrangeiro, além das difficuldades,que haveria, para a respectiva remes-sa e desembarque no porto da CapitalFederal, n'aquella epocha em poderdos revoltosos.

Apezar porém, dos resultados ohti-dos, forçoso é confessar que os enge-nheiros d'estaCommissão não tinhamabsoluta confiança nos processos que ¦iam ser applicados para a medição dabase; e, para acobertar nossa responsa-bilidade profissional, estudamos todasas causas de erro, fizemos numerosasexperiências, imaginamos e construi-mos apparelhos especiaes e não nospoupamos á esforços de toda a natu-reza para obter um resultado apro-veitavel.

Felizmente todos estes esforços fo-ram exhuberantcmen*e recompensadosa linha da base foi medida com a ap-proximação de om.oo2699, o que abonaa competência technica, a perícia e ozelo dos engenheiros Drs. Adolpho Ra-dice c Nuno Alves Duarte Silva, deseus auxiüares os Srs. ConductoresHenrique Burnier, Luiz de OliveiraCantanhede Almeida e Honorio daSilva Gandra, e do illustrado Chefe daIa secção Dr. Eugênio de Barros RajaGabaglía.

Medição de ângulos.— Nos vérticesde todos os triângulos que formam a rè-de da triangulada, construiram-se pe-— quenos pilares de alvenaria de tijolo,iguaes aos que se construíram nos dousextremos da b .«.Estes pilares servem,

nas medições dos ângulos, de supporte aostheodolitos que são assim, installados emperfeitas condições de estabilidade. As pon-tarias fazem-se para tres espécies de signaes:de alvenaria, de madeira c illDminados, os quaessão empregados segundo as exigências de

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46 COMMiSSÃO CONSTRl.CTOl.A DA NOVA CAPITALfostçao, hora de trabalho e importância ào vérticede angulo que a.signalam. 'Os

.dous primeirostypos servem para a medição de ângulos dr-rante o dia, e o ultimo para a medição durantea noite.Os primeiros, construídos de alvenaria dotijolo, são formados por dous pilares ligados

por um arco pleno (Fig. 4) c estão empregadosno extremo N da .... e nos vértices Cunha,Cruzeiro e Barroca. O arco é atravessado por

uma haste de ferro com i">.5o de compri-mento, supportando, na parte superior, umcylindro dc folha de Flandres de 0">.2o dediâmetro e o'".3o de altura, pintado dc brancoe vermelho, installado em perfeitas condiçõesde estabilidade e de modo que seu eixo pro-longado vae passar exactamente pelo centrodo pilar supporte do theodolito.

Os de madeira são formados por uma pyra-í mide triangular de pinho de riga, pintada de

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•g. 5

Preto (Fig. 5) e supportando, verticalmenteno vértice, o mesmo apparelho já descriptonos de alvenaria de tijolo.

Os .Iluminados são formados por quadrosde madeira perfurados no centro, que seadaptam á um supporte vertical. Os diame-tros dos círculos affertos nos diversos quadros,

'le que fazemos uso, variam de o™.o2 a o» 11(Fig. 6).

Sobre o pilar construído no ponto de vi-sada, colloca-se o supporte vertical do appa-relho, e dopois de bem centrado, illumina-sepela parte posterior com uma lanterna dereflector e vão se applicando diversos qua-

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REVISTA GERAL DOS TRABALHOS

dros até que o disco illuminaclo se apresente"" campo da luneta como uma estrella deprimeira grandeza.

O systema de medição com os signaes illu-minados tem dado muito bons resultados ;mas, só pode ser applicad,, quando de umpilar se avista perfeitamente o outro.

Os theodolitos, de que dispõe actualmênteesta Commissào, são os de Casella, que medemângulos com a approximação dc 20" (segun-dos), de modo que, cm cada vértice, é neces-s nio fazer um grando numero de repetições,para chegar á uma medula convenientementeapproximada. Trabalhando com os signaesde alvenaria o com os de madeira, durante odia, tem-se medido ângulos eom _ approxi-mação de 5 décimos de segundo, o com os illu-

ninados, tem-se chegado á approximação de>' décimos do segundo. Os ângulos são todosmedidos mais de uma vez, de dia e de noite,mudando de operadores e empregando osdous systemas da repetição e da reiteração.

Apezar dos resultados obtidos, a medidade todos os ângulos da rede da trianguladaha de ser verificada quando chegarem, daEuropa, os theodolitos de precisão encommen-dados desde Fevereiro, para. os trabalhos deastronomia.

11

TRABALHOS TOPOGKAPHIC0S

Os trabalhos topographicos ficaram confiadosá _" secção, sob a chefia do Dr. Américo deMacedo, (pie já concluiu todos os trabalhosde campo referentes, quer á carta cadastraldo arraial, quer . planhnetriae uivellamentode toda a área comprehendida dentro doperímetro polygonal formado pelos vérticesexteriores da rede da triangulação, e trata,presentemente, do levantamento das plantasAz* fazendas em que teem de ser captados osmanailciaes que podem ser aproveitados parao abastecimento d'agua á cidade.

Cadastro.—Para o levantamento da cartacadastral do arraial foram descriptos, comodissemos, 4 polygonos, que íoram designadospelos números 1, 2, 3 o 4. O perímetro do

47

poiygono 11. í abrange a rua de Sabará e obecco da Pon/e-Crande; o de n. 2, as ruas dcSabará (continuação), Dètran n. 1, Detrás n. 2,becco da Chácara, rua Marechal Deodoro e largotia. Matriz ; o dc 11. 3, as ruas do Capão, Con-gonlias e Carlota Dias ; e o de 11. 4, a rua daSoa-Vista, largo do Rosário, ruas do Commercioou Capim, SanfAnna, Rosário, estrada doMorro-Redondo, beccos do Gervasio, da Barroca,Major Cândido, João Lelis, Francisco Cândido erua do Aqueduclo.

Para organisação da planta, tendo emvista as futuras desapropriações, foram descri-minados iodos os terrenos, públicos c particulares,determinada a fosição de todos os prédios e suas di-visões interiores, com a declaração de seu estado deconservação e natureza dos materiaes empregadoscm sua construcção, assim como notas de/a-lhadas das benfeitorias existentes nos respectivosterrenos adjacentes; e de cada propriedade fez-se,no escriptorio teolmico (3** divisão) uma planta'especial.

Os caminhamentos foram classificados emtres cathegorias '.-linhas do perímetro, linhasauxiliares e secções transversais.

Chamamos linhas auxiliares as que, partindode um pont . do perímetro, vão se ligar á umoutro ponto do mesmo perímetro e que teempor fun auxiliar, servindo de base, o levanta-mento dos detalhes. As secções iransversaes sãolinhas (pie partem de pontos do perímetro,011 das linhas auxiliares. tendo por fim assi-gnalar minuciosamente todos os detalhes quenão convenha levantar pelas auxiliares porcausa dc obstáculos .casas, muros, etc, etc.)ou por ficarem á uma distancia inconveniente(Vaquellas primeiras linhas.

Nos quatro polygonos, todos os caminha,mentos foram esfaqueados de 10 em 10 metros,e, nos triângulos da rede, de 20 em 20 metros ;empregando-se, como goniometro, o transitode Guriey, e, como diastrimetro, as fitas dcaço.

Estas foram todas aferidas, servindo dep.drão uma outra fita, tambem de aço, dosfabricantes ChesUrman, de Sheffield, aferidana Casa da Moeda do Rio de Janeiro.

Para medir, estendia-se a fita sobre cavai-letes de madeira espaçados de 5 metros eesticava-se, com um dynamoníetro, até sujei-tal-a á uma tensão de 10 kilogrammas ; nestaposição, a fila era sensivelmente parallela a

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48 COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITALinclinação do terreno e marcavam-se ont-in ' _, tos seus extremos sobre o solo, m£££ _$£_ Z

»*"**»» ^ fi~ »-Por meio de prumos, sobre as cabras das | Todas as iilL <UtM0) amtliayes . de

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' mentos (Figs. 8 e8 A).Damos em seguida os dous typos de cader-

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REVISTA GERAL DOS TRABALHOS

Registro dos caminhamentos

PERÍMETROS E LINHAS AUXILIARES

Estaca: DeílexÕcíAZIMUTHS

Lidos Calculados

i53

+ 7

152

i5i

+ ío

i5o

CERCA/

20° D N 70 w N 7° W

N 27" W N 27" W

Obseervaçoes _ croqui;

49

Fig.

Ano '

Registro dos caminhamentos

SECÇÕES TRANSVERSAES

Fig. 8 AUeflex.es Estacas DirecçSo I „.

Observações c croquis

4) /eiioTA / / / li I I /

90° E 152e=o / / / / /* / v/ ^^K—y ¦ / /¦•y ' ___\, I j 2/3 // / / l~ *-Yt=0 ' /¦*' /"

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Revista Geral—-7

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COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

Nivelamento.— Todas as linhas mencio-nadas anteriormente foram cotadas tomandopara plano de comparação o nivel médio domar. Partiu-se, com o primeiro nivelamento,da soleira da ponte da E. F. Central do Brazilsobre o ribeirão dos Arrudas, cuja altitude é de692'tt.346 ; e subindo pela estrada dc rodagemde Sabará até Bello Horisonte, firmou-se o p,-i.meiro marco de referencia, no Largo da Matriz,na cota de SÍ9T.953.

Dentro do perímetro indicado na plantan. 2, acima referida, a altitude varia de 800metros alé 1000 metros, approximadamente ;ao sul, o terreno vae-se elevando rápida-mente, pela encosta da Serra th Curral, atéattingir á altitude de i3Sgm.64i. no vérticedenominado Pico da Serra.

O instrumento empregado no nivelamentode todas as linhas de .erimetro. aüxiliares e sec-ções trausversaes foi o nivel dc Gurley.

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Fig- i)

A'principio, pensou-se em levantar as sec-ções trausversaes com reguas de 3 metros decomprimento graduadas em centímetros enivel de pedreiro ; semelhante idéa foi, po-rém, abandonada antes de dar-se principio

aos trabalhos, por ser esse processo muitodeficiente para a orgauisaçào do piano cotadosobre o qual tem de ser projectada a futuracidade ; e ficou decidida, então, a adopção.'para o nivelamento de todas as linhas, do

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REVISTA GERAL DOS TRABALHOS•«vel de Gurley e da mira de Casella. Em se-gu da, damos um croquis representativo dasunhas que se estaquearam cm cada triângulo1'ara a representação do terreno na plantageral por meio das curvas de nível iFig n g)A tolerância estabelecida para os nivela-mentos foi de o».oo5 por küometro, havendo

5i

compensações, e sendo regeitado todo o nive-lamento cuja verificação accusassc, em qual-quer estaca de ligação, ou marco de referen.cia, erro superior aquelle máximo.

Damos em seguida o typo de cadernetapara registro dos nivelamentos, adoptado nasecção de topographia (Fig. n. io).

Registro dos nivelamentos

j Kstacas -L. ^|

R N o.'4; Soo.142

: O.9S0o.o3o 795.95_ 4.M0

22.2.0

í + 8j.922

aux 0.044 791.806 4.^0

2.5o6

4 1.209

Fig. ,_

Na ia columna registram-se os númerosdas estacas dos alinhamentos ; na 3*, as vi-sadas á ré ; na 3», a alUlra cIo instru^ento .na 4n, as visadas avante sobre as estacas démudança, ou auxiliares ; „a S«, as visadasavante sobre as estacas dos alinhamentos • efinalmente, na 6», as altitudes dos diversospontos do terreno.

A separação das visadas avante em duascolumnas tem a grande vantagem de facilitaro calculo da caderneta feito no campo peloobservador.

Os processos topographicos empregadospor esta Commissão teem dado muito bonsresultados, fechando todos os perímetros comcxactidão e ligando-se sempre os nivelamen-tos dentro do limite da tolerância. Este ex-cellente resultado, obtido nas operações decampo, é, sem duvida alguma, devido á peri-cia dos operadores e ao zelo e actividade comque o chefe da secção sabe dirigir e fiscalisartodos os trabalhos que lhe são confiados.

Cotas

Soo.000

799-I62

795.92;

793.732

792.o3o

791.762

789.300

787.776

78(1.6-8

Obs

Soo 000

Soo.3^ /12.440

787-ss7

Quasi todos os engenheiros e eonduetoresda Commissão teem passado por esta secçãoennumerar, portanto, o pessoal technicod'ella importaria ennumerar, por bem dizero pessoal technico da Commissão.

As médias diárias obtidas nos trabalhos,quer de alinhamentos, quer de nivelamentos,'e o modo por (pie os resultados topographicosse estão ajustando, nos desenhos dos trian-gulos, aos geodesicos,-dâo a medida domérito, da proficiência e do zelo com quetem sido servida, cm geral, esta secção, diri-gida, desde o principio, com exemplar me-thodo, pelo Dr. Américo de Macedo.

Gabinete do Engenheiro Chefe dos servi-ços da 4» divisão, cm 6 de Outubro de 1894

O Engenheiro Chefe da .,' Divisiio

Samuel Gomes Pereira,Engenheiro civil.

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IVAbastecimento dágua, exgottos, canalisação de águas pluviaes,

modificação dos cursos d'agua e drenagem

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ABASTECIMENTO D'AGUAe exgottos

Projecto para 3o.ooo habitantes

SÜMMARIOi-Estudo* c reconhecimentos -Traçados ein

¦' Syph5o t cm calho -Medi .So do, mnnanci«M.-3i3 li-

tr05 ror habitante no tempo frio o 600 no vcrío.-PUno

das cartalisaçáes serões c disposiçSo dos reservatórios.

—Elementos da cnnalisaçSu,

O local escolhido para a nova Capital as-

senta ás fraldas da Serra do Curral, em espi-

gõesmais ou menos perpendiculares a essa

Unha de cumiadas e em declive para o ribtf

rão dos Arrudas, thalwegg collector das verteu-

tes da serra e a ella proxlmamehte parallelo.

Fica-lhe a. 5 kilometros a L Q Pico do C ru-

aáro, cume da serra com i3S9 metros de ai-

I itu de.Entre esses espigões correm, como se ve

da planta annexa, em direeçao e sentido quasi

N, e a contar de. L, os córregos da Serra,

Aatba-Mundo. Leilão e Pinto, dentro do per,-

metro, c, fora delle, de um lado os córregos

Cardoso e Taqnaril e, do outro, os Cevcadwlw,

Ponte Queimada, Bom Suecas* e CapSo da Posse,

affluentes todos do Arrudas e com águas, avo.

lumadas ou mesquinhas ainda, acima da st-

tuação geral da futura cidade.

Das elevações secundarias, a mais saliente

em altura, dentro do perímetro, é a da Bòa

Vista,.-e fica entre os córregos Acaba-Mundo o

Leitão. Confirmando-lhe o nome, um largo ho-

risonte, aberto a X e NE, descortina-se puramuito além da Serra da Piedade, que demora

á direita do Elo dns Velhas. Antes de alcançar

a maior altura ao descer da Serra, o seu dor-

so abate-se formando garganta entre a lln-

costa do Illydio e o Alto da Boa Vista: por modo

que, esse espigão, de todos os lados despren-

dido. senhorèa a região circumvisinha em

assentada longa dc uns 600 metros por lar-

gura de 3oo a 400, entre as cotas 890 e 901

metros.Avulta ainda, dentro do perímetro, o morro

da Santa Crua, quc, á maneira dc ilha, campèa

entre o Serra e o Acaba-Mundo, com arredon-

dado cimo á altitude de 961 metros no limita-

do âmbito de cerca de 100 metros por 40.

O aspecto da região, cm grande parte des-

andada dO arvoredo, benéfico regulador do re-

gimen hydraulico, reduzida a pastos em lar-

ga extensão da sua área, deixa, ao primeiro

lance, de olhos, antever para os cursos d'a-

"•ua regimen torrencial. •

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56 COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

0 programma da Commissão, uo tocanteao abastecimento d'agua, está contido noseguinte artigo do seu regulamento:

«Art. 3o.—O projecto geral da nova Capi-tal será delineado sobre a base de uma po -

pulação de 200,000 habitantes e sobre estamesma base será effectuada a divisão e de-marcação dos lotes; as obras, porém, a exe-cutar desde já, serão projectadas e orçadassobre a base de uma população de 3o.000 ha-bitantes, devendo, entretanto, os respectivosprojectos ser organisados de forma a permit-tirem o natural desenvolvimento das obrasexecutadas á proporção que fôr augnrentandoa população.»

Os primeiros estudos para reconhecimentodos recursos da região em mananciaes indi-caiam, como aproveitáveis para o abasteci-mento, as fontes e volumes seguintes:

A caha-Mundo 'reunião

do Acaba Mundo,Ilha e Gentio) go litros por segundo.

Serra [Serra, Manga-beira e Botina) 140 >• »

jLeiiâo 90 )> .> ..Cardoso ,... 3o jj »Cercadinhoe Cercado.. 3go »Capão da Posse 5oo >,Bom Successo íoo »Taquaril 20 »Caracará 20 »

Era,' pois, natural, assim pela sua menordistancia ao núcleo inicial da povoacão,como por nascerem c fazerem grande trechode seu curso em terras devolutas, começar oestudo definitivo de acquisição pelos córregosSerra e Acaba-Mundo.

Para conhecer, tanto o volume disponívelcomo a altura da captação, linhas foramcorridas desde o Largo do Rozario, no extre-mo do Alto da Boa-Vista, até o ponto conve-niente no Acaba-Mundo, servindo de base atransversaes, cujo nivelamento desse a cotamáxima a attingir-se na zona mais provável-mente afferente a esse córrego.

Esse ponto de captação foi, depois, ligado,com o desenvolvimento de 1200 metros pelafralda da serra, ao reservatório do Encosta doJtlrdio.

Entroncando nessa base de operações,traçaram-se vários ramaes de ensaio. O pri-meiro determinou a situação mais accommo-dada ao reservatório, na Encosta do I/tydio,superior ao plano geral da futura cidade; osegundo, a altitude exacta do Morro da SantaCruz, e depois, prolongando-se valle do cor-rego Serra acima em demanda do ponto con-veniente á captação destas águas, ligou essemanancial aquelle morro, que melhor lhecabia pela correspondência de alturas.

Para abastecel-o, uma caixa poderá estabe-lecer-se no morro visinho, que lhe fica se-nhoril, e cujas sobras reforçarão as caixas doplano inferior.

O estudo dos córregos Gentio tllha, affluente sdo Acaba-Mundo, mostrou aquelle baixo e esteinaceitável por brejado desde grande altura,e por somenos ás despezas da captação assuas minúsculas e espalhadas origens. O Bo-Una já não encheria um tubo dc pollegada dediâmetro e mais tarde seccou.

Logo ás medições provisórias, por ffuetua-dor e secção, e antes mesmo, á simples vista,accuSavam o Serra e o Acaba-Mundo notávelinsufficiencia para o supprimento á futura ci-dade

O Serra, com o seu affluente Mangabeiras emais o Botina, que uo anno anterior davam,segundo o relatório dos primeiros estudos,140 litros por segundo, indicavam agoraapenas de 36 litros; e o Acaba-Mundo, aliinotado com o Gentio, quasi seu par, e com oIlha, como dando 90 litros, somente alcan -cava 25 litros e com o Ilha 32. A reducçãoera notável.

O anno das avaliações do relatório é tidopelos moradores do lugar como estivo; masa sècca continuou desse para o anno presen-te, que os mesmos habitantes consideram deauge da escassez e minima rara. Melhorescondições não podia a Commissão encontrara tal respeito.

Fez-se, pois,de mister buscar outras fontes.O córrego do Leitão, de pouco volume, bai-

xo, e com as nascentes muito disseminadaspor um amplo amphitheatro de propriedadeparticular, não era o que mais quadrava aoplano do abastecimento inaugural.

Entre o Taquaril, a cerca de 8 kilometros enotado com 20 litros, e o Cercadinho, a 7 kilo-metros e indicado com 25o litros, não havia

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COMMISSÃO CONSTRTOtÔkI~DA NOVA CAPITALESBOÇO DOS

ESTUDOS PARA 0 ABASTECIMENTO D'AGUA

Escala-1 60,000

TiA.V ^' Ul 1/*^-^ T\ •*.£_ tr, ¦ Vf 9 & j//.e ce fi K^ Cl J Ç>! . t [3 -Viu _/ .

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Pro/eclo de. Ca-lfoa^

J7sUi^*o.t pctr-cL. CcrÃhtztrSEsiUiclos jycwcts Syphon

Page 55: ESTADO DE MlfíAS GERAES - memoria.bn.br

REVISTA GERAL DOS TRABALHOS

hesitar, visto a insignificancia do Cardoso(medido com 3 litros na cota 95o).

Na proporção deduzida das medições fei-tas em outros, deviam-se esperar d'aquellescórregos as despezas de i5 (Taqitaril) e lôoli-tros (Cercadinho), respectivamente.

Explorada a região e feito um reconheci-menro á tacheometro, verificou-ss a neces-sidade de fazer alta a presa d'agua por cairsa da elevação dos pontos intermediáriosmais deprimidos do terreno, no percursomais curto. Medido cuidadosamente o ma-nancial por fluctuador, deu a descarga de n3litros por segundo ou 9.763.000 litros dia-rios.

Aquelle percurso, todavia, obrigado a contornar, até a sua ponta no Pinto, o espigão,de grande altura, que separa o Cercadinho dolocal da iutura cidade, chegava quasi aodobro da distancia que une os seus pontosterminaes,—pouco menos de 4 kilometros.

Passando nos pontos obrigados pela linhade carga, a polygonal de ensaio, corrida parasyphão, deu o desenvolvimento de 6.600 me-tros, a perda de carga de o.oo3 e carga es-tática máxima de 8 atmospheras até o sitioescolhido provisoriamente para o reservato-rio principal, na Encosta do lllydio.

O diâmetro de 40 a 45 centímetros de tubodaria curso ao volume d'agua achado.

Resultando, porém, do primeiro reconheci-mento e outros subsequentes, a possibilidadede sensível encurtamento da linha fazendo-a

passar pela garganta entre os morros das Pe-dras e das Taloas, embora em túnel, com avantagem á maior de poder ser feita pormeio de calha a conducção das águas; e nointuito, muito recommendado pelo Enge-nheiro-Chefe, dc evitar quanto possivel as

grandes difficuldades com que tem de luetara Commissão para os transportes até aqui daenorme massa de materiaes de toda a sorte,de que terá de precisar ; outra linha foi cor-rida pela encosta do espigão, depois de va-rias tentativas por outras encostas, de pri-meiro aspecto promettedoras de bom traçadoe para travessia em túnel. Esse traçado deencosta, que se antolhava muito mais curtoque o de syphão, á vista de seu giro assazinterior aquelle, deu em resultado uma linhamixta, cuja extensão excedeu, por causa docollear do terreno, de 2:0 metros á primeira.

Revista Garal—8.

Vindo em calha desde o Cercadinho até aotúnel, transpõe, ao sahir deste, o valle doLeilão em syphão (em qualquer caso obri-gado) para chegar ao reservatório.

O túnel teria de comprimento cerca de 260metros em recta aberta em rocha granitica,jà descoberta e á vista na bocea de mon-tante.

Atravessando-se, porém, a grota do pe-queno lagrimal da Chácara por meio de umsyphão de 205 metros de extensão, em vez decircumdal-a, poder-se-ha encurtar de unsSoo metros o percurso da linha.

Igual solução poderá ser applicada nabaixa do córrego do Aleixo, pouco depois datomada d'agua no Cercadinho, com encurta-mento de 5oo metros em 8oo, para não pas-sal-a sobre arcada.

Esses syphões poderão ser duplos paraficar ahi o abastecimento em condição deigualdade, quanto á interrupções possíveis,ao serviço em calha 'Dupuit—pg. 254), fa-cilitando o transporte.

O desenvolvimento da linha, em todo ocaso, só poderá resultar do projecto defini-tivo que óra se elabora no Escriptorio Te-chnico, assim como da construcção a ex-tensão exacta do túnel.

A escolha final da linha e natureza docondueto a adoptar-se ficou dependente deestudos mais detidos de escriptorio, emborapara o critério não lhe faltem desde jáum certo numero de bases indicativas dasuperioridade da calha *.

A conveniência, aconselhada pelos pro-prios Srs. Drs. Affonso Penna e Bias Fortes,de serem adquiridos desde já todos os manan-ciaes de que possa vir a carecer a cidadequando elevar-se até 200.000 habitantes, eli-mina da questão a consideração attinente aosônus da acquisição de terras.

Quanto á duração, arejamento da agua econservação, a linha de calha é tão superior,que não admitte hesitações; quanto ao trans-porte e manejo, assim pelas difficuldades,como pelo custo e risco de quebras, bastarálembrar que aquella é composta de materiaesque podem ser transportados a salvo, até emcargueiros, para o lugar do emprego, e os

* Bechman:— Distribui ions d'cau.— Paladini, do Inst.Teclin. Sup dc Milão ; — Condottura delle acque. — Tu-ra"{\a : — Conduttura forzata delle acque. — Dupuit ,\ —Conduite ct disliibution des eaux —-a" edition.

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ss COMMISSÀO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPIRAL

tubos de ferro são peças longas de 4 metros1: do peso de meia tonelada proximamente; equanto á acquisição, os tubos terão de vir doestrangeiro, co Rio de Janeiro a Sabará porestrada de ferro, d'alli ao Bello Horisonte natu-ralmente pelo ramal férreo, por que deveriamesperar á vista do preço e riscos do seu trans-porte por outro modo, e, finalmente, seremde Bello Horisonte transportados para o localdo assentamento; ao passo que, para a calha,ha, ao lado da linha, cxcellente e abundantepedra para a construcção c o próprio túnelfornecel-a-ha já quebrada, para abobadas,etc.

A secção do túnel, cujas dimensões regu-lam-se antes pela necessidade do espaço

para o trabalho de excavaçâo e da conser-vação, será de cerca de 3.00 metros cúbicos

por metro corrente.Satisfaz-se a calha com escassa decli-

vidade; por isso a agua chegará ao túnel comcarga mais que sufficiente para, por meio de

pequena derivação, abastecer a zona doPinto, podendo ainda ser aproveitada, maistarde, para o abastecimento dos núcleos de

população que sc hão de formar naturalmentena convidativa faixa superior de terreno, queconterá a futura cidade.

E, tambem, como* de futuro a linha doCercadinho poderá tornar-se, ao menos em

parte, um tronco para adducção das águas,

que volumosas ha desse mesmo lado da lo-calklado, poderá o aquedueto ser, desde já,construído, com pequeno acerescimo de des-peza de estabelecimento, em condições detransportar muito maior volume d'agua.

E', quiçá, vantagem para não ser despre-sada, tanto mais quanto elimina, de um sófeito, o principal motivo da preferencia devarias linhas de encanamentos a um, tron.co só'.

Para abastecer o bairro do Pinto, poderápartir da boca do túnel uma derivante emcommunicação com caixa especial. Bairrosni geueris pelo terreno que constitue o fundodo seu valle, não parece que desde principiohaja de ser desejado para habitação, sinão nachapada que o precede, e isso mesmo naparte voltada para o centro da cidade. Pro-vavel é que seja procurado por alguma in-dustrla, nomeadamente a oleira, para quepossue regular matéria prima. Mas, não é ra-

* liechman:— Dislributions d'eau pag. 202.

soavcl, que a agua, com difficuldade c alto

preço buscada para satisfazer ás necessida-des da alimentação e hygiene publica, sejadistrahida para industria que não a mi-nima, que se exercita dentro das casas demoradia. Accresce, ainda, a sabida inconve-niencia das agglomcrações operárias cmum centro populoso e governativo.

Para completar o estudo da circumvizi-nhança, quanto aos volumes c alturas dosmananciaes, fizeram-se tambem exploraçõesá margem esquerda do ribeirão dos Arrudas,desde as proximidades da estação do ramal-férreo ao córrego do Caracará.lisic, o da La-goinha e o do Meneses, são as fontes explora-das c niveladas.

Nenhum frueto se colheu, porém, de taes

pesquizas, em beneficio do abastecimento;pois, ou os volumes são minúsculos, ou asalturas incompatíveis com as da área emque tem de ficar a futura cidade, ou aqualidade das águas má para a alimentação.

O córrego do Menezes aceusou na cota 85i,apenas 4.73 litros por segundo.

Ao mesmo passo que se faziam os estudos,cujos resultados vão consignados até aqui,a outra pesquiza, nada inferior em impor-tancia, procedia-se: da quantidade mínimade agua fornecida pelos mananciaes.

O processo empregado, directo, consistiusimplesmente na collecta da agua de cadacórrego em caixões de forma geométricasimples, rapidamente mensurável, marcadoo tempo de fluxo por um ou mais chrono-graphos á cotejo, em séries de dez operaçõesconcordes, diariamente.

Para isso, foram os córregos devidamentebarrados, correndo a agua em calha de ma-deira encaixada no alto da própria barragemou no desvio, conforme pareceu melhor. Asbarragens foram feitas de barro apropriadocom sapé de permeio, soecado em camadasentre duas filas serradas de paus fincados etravados, de modo a constituírem um açuda-mento perfeitamente estanque, firme e infle-xivel.

Foi preferida a calha, em vez de orifíciosou de vertedouro simples, quando coubesse,no intuito de servir, ao mesmo tempo, a

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RETISTA GERAL DOS TRABALHOS 5y

outras experiências; e, para isso, foi ella

provida dc uma comporta de movimento

gradual á vontade.A entrada da agua no caixão collector era

permittida, ou obstada, pela chegada, ou re-

tirada súbita da tampa obturando-o ou abriu-

do-o.Essas medições, acompanhando a oscil-

lação anima dos dispeudios de estiagem,

deram para mínima, em cada córrego, arre-

dondados para menos os resultados, os se-

guintes volumes.-

Serra e seu afluenteMangabeiras

Acaba MundoCercadinho

28 lit. por I seyi5 » »

111 ji »

1S4 >< »Ao todo ¦

o que mostra, cm relação ao relatório dos

Estudos, uma grande diminuição nos manan-

ciaes.Já do sècca fora o anno das medições

ultimo citadas, segundo é unanime dizer dos

moradores da localidade. O corrente, em quevamos fazendo as medições, é por elles con-

siderado excepcionalmente rigoroso e as obser-

vacões anteriores o confirmam.Temes, pois, por seguro o calculo em taes

bases, tanto mais quanto, appropriadas as

cabeceiras e coberta de arvoredo a des-

mattada região, como vai ser, oulro será

necessariamente o rendimento das fontes.

Insuficiente per si cada um dos córregos

para fornecer a quantidade de agua exigida

aos 3o.ooo habitantes, para (pie é projectadaa cidade inicial, dão juntas i3.3o5.6oo litros

diários, ou o necessário a 44.350 habitantes

á razão de 3oo litros diários por habitante.

Ainda mesmo abatendo 25 ",'„, o volume

de agua medido fica superior ao limite de

9.000.000 marcado para os 3o.000 habitantes

da cidade inaugural.Devido á natureza do terreno, granitico e

suas decomposições mais ou menos profun-das, intercalado de rochas calcareas ou ferri-

feras, e ao forte pendor das encostas da

serra, faz se em geral rápido o escoamento

das águas cabidas. Ao longo dos pegos dos

córregos, onde ainda algum arvoredo se con-

serva, é elle mais demorado e a evaporação

menor ; e — para nada omittir — em muitos

accklentes, onde,porexistência de camada al

luvial antiga, por menor inclinação, porvegetação rasteira ou outras resistências, a

velocidade diminue, absorve o terreno al-

guma agua em razão da sua constituição e

disposição.Com effeito, a terra peroxidada superior,

extrahtda e logo soecada com varas grossas,reduz-se á cerca de metade do volume que

primitivamente oecupava.Por tal complexo de factos, acontece coin-

cidir a epocha do calor e de maior dispendio áe

agua com um abundante rendimento das fontes,sem que estas em tempo algum se exgotem ; e

dá-se a mínima pelo tempo do maior frio,

quando menos a agita é necessária, — frio assa/,

moderado c acima do zero do thermometro

centígrado em mínima de inverno.Admittiremos, pelo certo, como superiores

ás médias, os volumes medidos para o rela-

torio de i^jj. Separando, proporcionalmenteaos volumes actuaès, os que alli se acham

englobados, teremos:

Acaba MundoSerra e Mangabeiras¦Cercadinho

38 litros125 »25o »

Contaremos, somente, que o máximo a re-1 colher das fontes venha a ser :

Acaba-Muudo.. 25 lit. por I seg.

I Serra e Mangabeiras 40 » » >>

Cercadinho l6° >' "

ou total. 225

isto é, por dia, 19 440.000 litros.Tomaremos apenas 18.000.000 ; com isso

teremos em tempo quente, para 3o.000 habitan-

tes, 600 litros por dia, o dobro do requerido.Ainda mesmo reduzindo esses 19.440.000

a 15.000.000 apenas, teremos para cada habi-

tante 5oo litros por dia.

Conhecidas as fontes e suas despesas, os

meios de conduzir as águas á cidade, a confi-

guração do solo, e a distribuição do povoado

e juntamente as suas alturas máximas, resta

assignalar definitivamente a posição mais ade-

.piada ao reservatório, ou reservatórios.

A razão capital da prefeAncia está na ele-

vação do sitio acima dos pontos principaes ;

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6o COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

vem depois a consideração das manobrase a economia da distribuição.

Os pontos edificaveis mais altos, a (pie temde satisfazer o abastecimento para 3o.ooo ha-bitantes, são o Alto da Boa-Vista, na rota goie o Morro da Santa Crus a _5i.

Ajuntadas á essas cotas, respectivamente,as alturas dos mais altos edifícios, a constantede resalva ou segurança e a perda de cargado encanamento desde o reservatório, con-forme a distribuição no percurso, o diâmetroe a natureza do tubo, etc,— obtem-se a cotado nivel inferior da agua no reservatório, oumelhor, do inicio da canalisação distribui-dora.

Sendo qualquer dos alludidos ápices si-tuado em eminências separadas dc todo ocontorno por depressão do terreno, só nasencostas fraldcantes da Serra visinha, ou emalgum morro não destinado á habitação nocimo, era possível encontrar altura satisfacto-ria sem construcção especial elevada.

O Morro da Porteira dc Taboas. ultima verte-bra do espigão comprehendido entre o Leitãoe o Chácara e que, alcançando a cota i.oio,domina o Pinto e o local da cidade, affastariademasiado o alimentador da distribuição in-terna do centro a abastecer, com dispensávelacerescimo de despeza durante os primeirostempos.

Consideremos conjunetamente a divisãodas águas.

O Morro da Santa Cruz abrange pequenasuperfície, ao passo que o Alto da Boa-Vista éextenso. Natural é, pois, destinar aquelle ummanancial de menos águas, e tanto mais con-forme, quanto lhe está mais perto e é o quemais alto vantajosamente pode ser captado.Quadra-lhe, pois, o córrego da Serra.

Mais próximo da Boa Vista fica o córregoAcaba Mundo, que já a abastece por meio deum vailo em terra. Mais próximo tambem, omanancial mais importante. Notando se maisque—em prolongamento desse espigão e dc-pois da depressão, '

que já descrevemos,—vai-se erguendo para a Serra, entre os vallesdo Leitão e do Acaba-Mundo, a Encosta do Illy-dio, comprehende-se quão apropriada estáella para, por sua situação dominante á cota901, receber, por um lado o Acaba-Mundo,e, pelo outro o Cercaãinho, em o mesmo de-posito.

Com o subir ás fontes de um rio mingua oseu caudal, escasseando a área de infiltraçãoque o alimenta. Assás pronunciado é no cor-rego Serra esse facto, e dá azo a que, maistarde, quando a necessidade de captar o Ta-quaril apparecer, esse córrego possa, aindacom proveito, ser de novo captado em cotamais baixa e concorrer com aquelle a umoutro deposito, completando-se de tal arteum triângulo proximamente equilatero nasencostas circumdantes da cidade, de cujosvértices manará a agua para o centro, infe-rior em altura.

De um lado o ondeado do terreno em umsentido e o seu declive desde 960 até 835, deoutro a existência de um thalwegg cortando emduas partes a cidade, que para elle se derramavalles abaixo, — estão aconselhando, paramais regular distribuição interior, assim amultiplicação dos abastecedores, como a di-visão da altura em zonas de abastecimento.

O estabelecimento de um terceiro reserva-torio, que funecionará como de extremidadena encosta fronteira do ribeirão dos Arrudas,fazendo 2° vértice ao triângulo já referido,virá de molde fechar o perímetro da zonaaffcrente ao plano do limite inferior.

Não permittiram as fontes da encosta res-pectiva que á alimentação deste terceiro re-servatorio concorressem tambem águas a ellepeculiares. Ficará, pois, apenas adstricto ássobras e producto da noite.

Assim pois, tres reservatórios 110 peri-metro da cidade constituirão as fontes da suacanalisação interna : — o principal, na En-costado Iltydio e na cota g33, recebendo oAcaba-Mundo e o Cercaãinho com capacidaderelativa aos 18.000.000 que deve colligir nomáximo; — o da Santa Cruz, na elevação vi-sinha ao morro c na cota 976, alimentado pelocórrego da Serra e capaz de receber-lhe os3.5oo.ooode máxima; — e, finalmente, o daestação, atraz desse edificio, na vertente op-posta do ribeirão dos Arrudas, em cota aindapor fixar, com capacidade para as sobrase recepção nocturna.

Para o caso da linha mixta, estão estu-dados tres typos de aqueduetos,—dous visitaveisc um não.

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REVISTA GERAL DOS TRABALHOS 61

Dos visiiaveis, que terão cabida si estudosem execução mostrarem conveniência em seressa linha reservada desde já para tronco dafutura captação das águas do córrego Capãoda Posse, — um adapta-se melhor ás condi-ções do serviço por empreitada e o outro ásda execução administrativa. O primeiro, tra-pezoidal coberto de abobada e com soleiraem arco invertido, pôde dar vazão á 320litros por segundo com declive de o"'.ooo5á altura d'gua de o"'.5o; e o segundo, oval,com igual soleira, dará vasão, para a mesmaaltura d'agua e declividade de om.ooo4, á 340litros por segundo.

O não visitavel tem o fundo cm semi-circulode o111 60 de diâmetro, com paredes verticaesde o. 2S de altura e coberto por abobada emarco de circulo. Pode dar vazão, com om.i2d'agua acima do diâmetro do fundo, á 160litros por segundo em declive de om.ooo5.

Os seus volumes são respectivamente:— para o oval, o111.28 de alvenaria ordinária

e o"'3.62 de alvenaria dc abobada; — para otrapesoidal, im\o6 de alvenaria ordinária eom".25 de alvenaria de abobada;—e, para ocircular, o'11"'.64 alvenaria ordinária e om''.o8de alvenaria de abobada.

A secção do túnel (2m.o sobre ini.70 proxi-mamente) dará cerca de 3nl1.5 por metrocorrente. A calha interna, de o"1.70 de largurae constituída por um muretc de om.S de altura,dará vazão, só com om.3i dc altura d'agua,a l54 litros por segundo no declive de 0.002,

podendo escoar 3SG litros com o»1.60 de alturad'agua.

Para o syphão dc travessia do valle do

Leitão e conduetor da água ao poço de che-

gada com—i.25o metros de desenvolvimentoe 7 atmospheras de carga estática, está caleu-

lado o diâmetro do o''m5 que produzirá a

velocidade de cerca de o'».93.

No projecto definitivo poderá esse syphão

ser constituído por linha dupla, de menor dia-

metro cada uma, satisfazendo juntas á des-

carga nas epochas dc máxima da fonte, assim

assegurando a continuidade do serviço e fa-

cilitando o transporte para o lugar do em-

prego, etc, com sobrada compensação ao

excesso de despeza pela substituição de doUsa um só tubo.

O muro de contorno do reservatório, estu-dado com 5m.5 de altura, cuba iom'04 pormetro corrente e o muro divisor nm'. 275;trabalhando ambos com pressão, na base,nunca maior de 2.5 kg. por centímetro qua-drado.

Creio ter dado, com a exposição que deixofeita, resumida, mas completa, noticia dostrabalhos que tem sido realisados pela 5a di-visão, á meu cargo, para o preparo dos ele-mentos indispensáveis á organisação do pro-jteto definitivo para o abastecimento iVagua á fu-tura capital do Estado de Minas Geraes, óraem construcção.

Tendo perdido, muito ainda em principio,a coadjuvação efficaz doDr. LuizMartinho deMoraes, que era o chefe da secção respectiva,cargo que deixou por ter sido convidado paradirigir os trabalhos de um dos portos mari-timos da Republica,—não pude ter o auxilioseguido de um bom chefe de secção; pois, aoDr. Marünho de Moraes suecedeu, apóz umapequena interinidade do Dr. Eduardo deCampos Mello, o Dr. Recemvindo RodriguesPereira, pouco depois chamado, pela Presi-dencia do Eslado, para o cargo de Directorda Secretaria da Agricultura, Commercio eObras Publicas; e, só ha poucos dias, as-sumio a direcção da secção o Sr. Dr. Satur-nino de Britto, ultimamente nomeado.

Graças, porém, ao concurso desses col-legas, que acabo de nomear, e dos Srs. Drs.Francisco de Paula Oliveira, João JulioProença e Lucas Bicalho, que mais demora-damente têm-me auxiliado, e de alguns bonsconduetores e auxiliares, consegui realizaros trabalhos que acabo de expor, senãocompletos, pelo menos suficientes para basedo projecto definitivo que está sendo elaborado.

Gabinete do Engenheiro Chefe da 5« di-visão, em 6 de Outubro de 1894

O Engenheiro Chefe da divisão,

C. César de Campos.

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VViação férrea e urbana, edificações, instaliações electricas,

officinas, etc.

Page 61: ESTADO DE MlfíAS GERAES - memoria.bn.br

ESTAB;,Qr DK WINArS OERAE.S

COMMISSAO CONSTKUCTORA DA NOVA CAPITAI.

Linhas esludadas para

kjsi#*í*. wmmmmB-COM OS RESPECTIVOS ENTRONCAMENTOS

Estrada de Ferro Central do Brazu.

Escala-1 : 30000.

189 4.

yy

Legenda

fla/md Férreo de Bello Ifeirtsozile em coslriçcc&ó.

¦— F.t/rada de Ferro CmIrai do Braxü'.

-—— Linha abandonada do Ra?tud

) V^—A—ir

I iy'"-^.y +>C

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~s°fwa/s nM*/^ '"^\\,; >. mss^ _/¦ \ «i

-Aà/^ \ \ESTAÇÃO ?|(;KN".L CARNEIRO \ \ _J'"'/'J 1_# \ / M: C*V# YáíS* a0* i-

yjt7\ v . &\V v^C"i/><^ N*_ Vr~-- -,!# ^/-l A

x'' ^»*_r j»,—f. / \\ f» .^Z _<_r/j^0 ^*Y Y— í I '' ' Jt\a Ji 'I o /JT•i %_.* ""'^-'(éP JS ¦' _s^^__' "',£% ^^ %, \ ^ÍS*_f í D H_

i/ ''-YY. -* i" ___! . "¦ ri*1 »»N%_aJJ \f ' , **mS*J , . A r r u <l 4\\S ¦><"% <¦ , ,¦ „ ~o cL « " /-iriunredZo ^<V»v

•VESTAÇAO EM BELI.O HORISONTE './ ' ^Ç***?

Cn\ ,'¦? J-J^S*5*. CIDADE*-*52i;í—- ^_ Sts£^~\

&/ ^*^°%.S ABARÁ

^***»YY/*^*^ sííj^K ^*\y<>^~* estacAí) de smAíÚLmÊr i-,

________________ l'r""0 CARNEIRO.

Page 62: ESTADO DE MlfíAS GERAES - memoria.bn.br

RAMAL FÉRREO-Jstudos definitivos e traçado adoptado

' A ligação da nova Capital do Estacio deMinas Geraes com o plano geral da viação

• do listado e Federal foi o primeiro problema-que se impo. á Commissão Consiructòra.

Apenas installacla, no dia i° de Março docorrente anno, tratou de examinar os traça-dos explorados pela Commissão de Estudos men-cionados no bem elaborado relatório do Dr.Samuel Gomes Pereira, incumbido do estudode Bello Horismite, como membro cV aquellaCommissão.

Por sua situação no valle do Rio das Velhas,a novas/ia de communicação não podia dei-xar de ser tributaria da Estrada de Ferro Ctn-trai ão Brasil, e o ribeirão dos Arrudas, que,nascendo na Serra do Curral, a 3o kilome-tros de Bello Horisonte, corre na direcção doW-ENE, atravessando a povoação, era otraçado natural do ramal projectado.

O traçado pela Garganta do Taquaril, en-troncando na Central, entre as estações deRaposos e Sabará, appresentava o desenvolvi-mento de 23.000 metros, sendo a maior parteem rampas e contra-rampas de 2.5 % no mi-nimo, todo em serra, e exigindo, para vencera garganta, a construcçào de um túnel decerca de 400 metros.

Revista Geral,- 9,

Pela Garganta do Rabello, para entronçarna Central entre Bouorio Bicálko e Raposos, otraçado offerecia peiores condições technicasque o precedente; pois, teria de transpor aSerra do Curral, pelo alto da Lagoa Secca, pas-sando por Villa 'Nova de Lima, com rampasmáximas em grandes extensões, e com o des-envolvimento total de cerca de 3a.ooo me-tros.

Demais, a transposição do Rio das Velhasexigia a construcção de uma grande pontede custo elevado.

Desprezando-se esses dois traçados, dispu-tavam ainda preferencia as linhas pela Gar-gania de João Alves e pelo valle do ribeirão dosArrudas, que offereciam, ambas, probabilida-des de- êxito.

, Afim de estabelecer-se o parallelo entretaes linhas, foram ellas estudadas simulta-neamente.

Sendo a margem direita do Arrudas a maisaccidentada pelos contra-fortes das Serra doCurral e do Marzagão, que vão mbrrer nàmar-gem do ribeirão, separadas entre si por pro-fundos valles que dão leito aos córregosAcaba-Mundo, Serra, Taquaril, Tombador, Frei-tas, Manoel Luiz & Marianno Alves, assentou-se

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66 COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

a linha de estudos na margem esquerda, quenão exige obras d'arte além de boeiros e dre-

nos communs.

Teve começo a exploração dos duas linhas

junto á ponte da Estrada da Venda Nova e ter-

minaram: a do Arrudas, junto á ponte so-

bre o mesmo ribeirão na Estrada de Ferro Cen-

trai do Brasil, no kilometro 589 4- 700, com a

extensão de 16.475Á45; e a linha da Garganta

de João Alves no kilometro 5q5 + 3oo, com o•desenvolvimento de i8.252m 00.

Desenhados os dois traçados no Escriptorio

Technico, verificou-se — como bem o dc-

monstra a planta comparativa, que vae jun-

ta, — a superioridade da linha do Arrudas,

pelo que foi ella proposta e approvada pelo

Governo do Estado.

O ramal, de bitola de um metro entre trilhos,

vence, entre Bello Horisonte e a Estrada de

Ferro Central do Brasil, a differença dc nível

dc 142"».25, desenvolvendo-se na extensão de

14.852 metros.

As condições technicas do traçado adopta-

do são, como mostra o perfil a este annexo,

as seguintes:

Alinhamento rc 6.758.80

Alinhamento curvo, sendo de.

Total.

101.25 de raio.. 1.807.00104.33 » .• 17S.40

114.74 » •• 1.J98.80

132.35 » ¦¦ 184.60

I4J.36 » . 966.20

I52.QO »¦¦ 132.20i63.8o >> . 490-60

176.39 » •• 649.70

191.07 » ... 397.10

229.26 »'.'. 820.20

286.54 !>".. 89.OO

382.02 » .. 782.4O 8.093.20

14.852.00

A porcentagem entre os dous alinhamentos é, pois, de :

Em curva 5^5 °/°

Em recta.. &} "

100.o »

Quanto ao perfil, offerece o traçado as seguintes condições technicas :

Extensão em nivel 5.453,oo

Extensão cm rampas, sendo dc...

Total.

0.00811..o.o)85..0.010 .0.017 .0.019 ..0.020 .-

A porcentagem de declividade é, pois, de :

Em rampa

750.008;0.0i>

2.020.001.853.coI.5i6.002.460.00 9.399.00

14.852.00

Em nivel.

63.3 o/o36.7 »

Page 64: ESTADO DE MlfíAS GERAES - memoria.bn.br

66 COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

a linha de estudos na margem esquerda, quenão exige obras d'arte além de boeiros e dre-nos communs.

Teve começo a exploração dos duas linhas

junto á ponte da Estrada da Venda Nova e ter-minaram: a do Arrudas, junto á ponte so-bre o mesmo ribeirão na Estrada de Ferro Cen-trai do Brazil, no kilometro 589 +700, com aextensão dc i6.47Sm.45; c a linha da Gargantade João Alves no kilometro 5ij5 + 3oo, com o¦desenvolvimento de i8.252m 00.

Desenhados os dois traçados 110 EscriptorioTechnico, verificou-se — como bem o de-

monstra a planta comparativa, que vae jun-ta, — a superioridade da linha do Arrudas,

pelo cpie foi ella proposta e approvada peloGoverno do Estado.

O ramal, de bitola de mu- metro entre trilhos,vence, entre Bello Horisonte e a Estrada de

Ferro Central do Brazil, a differença de nivelde 142™ 25, desenvolvendo-se na extensão de

14.852 metros.

As condições technicas do traçado adopta-do são, como mostra o perfil a este annexo,as seguintes:

Alinhamento recto. 6.758.8o

Alinhamento curvo, sendo de.

Total.

101.28 de raio.. 1.807.00104.33 .• 175.40114.74 >' -• 1.598.80i32.35 ¦• 184.60143.36 •• 966.20l52.Q0 .. 132.20i63.So ». ... 490.60176.39 '» .. 649.70191.07 )) .. 397.10229.26 .. 820.20286.54 .. 89.00382.02 ... 782.40 S.003.20

14. S5'2.oo

A porcentagem entre os dous alinhamentos é, pois, de :

Em curva 5.4.5 <>/o

Em recta 45.5»

Quanto ao perfil, oferece o traçado as seguintes condições technicas :

Extensão em nivel 5.453.00

Extensão em rampas, sendo de.. ..

Total.

750.008:0.OO

2.020.00. 1.853.co

o.otg i.Siô.oo0.020 2.460.00

0.0080.o.oj85.o.oio .0.017 .

9.399.00

14.852.00

A porcentagem de declividade é, pois, de :

Em rampa 53.3 °/o

Em nivel. 36.7 »

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REVISTA GERAL DOS TRABALHOS 67

Com o intuito de abreviar a execução dostrabalhos da construcçào do ramal, do qualdependem todas as obras da futura Capitaldo Estado dc Minas, abrio-se, por edital de26 de Junho do corrente anno, concurrencia

para empreitadas, sendo a preparação doleito dividida em tres empreitadas e consti-tuindo a construcçào das Estações em BelloHoriscmte e no Arruda, c as casas de residen-cias outras tres empreitadas.

Todos esses serviços estão contractados eem andamento.

Por accordo firmado com a Directoria da

E. F. Central do Brasil, em 3i de Agosto findo,ficou estabelecido que o entroncamento do

ramal nessa estrada será feito de conformi-dade com a planta junta.

Os trabalhos desta divisão teem sido reali-sados todos, até o presente, pela sua i:> sec-

ção, única organisada, de que é chefe o Sr.Dr. Manoel da Silva Couto, estando as 4 resi-

dências da construcçào do ramal e suas de-

pendências a cargo dos Srs. Drs. JúlioCésar Ferreira dc Souza, Eduardo de Cam-

¦ pós Mello, Olympio Camillo de Assis e Sin-vai de Sá e Silva; e de todos só tenho louvo-res a informar.

As oficinas, também a cargo desta divi-são, teem siclo dirigidas, com muita habili-dade e zelo, pelo Sr. Jacintho Vieira, erige-nheiro de 3a classe, que tem prestado muitobons serviços na installação de todos osescriptorios da Commissão em prédios aca-nhados, velhos c sujos, (pie tem sido misterapropriar convenientemente, mas sem des-

pezas avultadas.Nos conduetores e auxiüares, bem como'

no pessoal administrativo, a serviço nesta di-visão, tenho encontrado sempre a melhordisposição para o trabalho.

Gabinete do Engenheiro chefe da 6» divi-

são, em 3r de Dezembro de 1894.

Ü EngenVcirü chefe do .serviço,

José de Carvalho Almeida.

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MINAS GERAES. RAMAL FÉRREO

Commissào Coristructora da Nova Capital

ESÍXLÇ4X.0

Per/i I. lona. Atu. dina l.

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xU. Minas k,

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Escala

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Horizontal J ¦' 20000Vertical 12000

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Eslff'GenfOzmein.

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S.uj-ícTu.fV

Page 67: ESTADO DE MlfíAS GERAES - memoria.bn.br

KS-_~_®® ©S M.IHAH ©Eiy-SSCOMMISSÃO CONSTRUOTORA DA NOVA CAPITAL

PLANTAd.0 eixlronc ameitto cora a E.F Cenlral.

S^P^^^^^S^S^ -^^^^^^^^^^i^^^^^^^—^Wx\2 V\\\\Sk Linha e desvios do R^cm^rJ. cie. _Be.lío Hoj-ixonie.-

^22^r~~-r2*^7^~-12r^ts!l2~—_r__s\\ I\\\\\ \a\ \\vV3^!_ Lrjitirj di-j C7etLÍi'a.l o- zajadz/icajt..-^^-^^r^S^jg.,^^ W\^SSNr_iC^rV^^sW JLriziita. da. Cen tirai-, c^iL-foi-irte. ci&ae. ftocLrv.

VISTOt_3fa -.fwrT/t-e/x.

JCAKXEIXO . DES.

Page 68: ESTADO DE MlfíAS GERAES - memoria.bn.br

VIProjectos approvados para execução

Page 69: ESTADO DE MlfíAS GERAES - memoria.bn.br

_ -.tí,.!,.,...

EGTADDDEMÍNASGERAES

COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

PONTE SOBRE O CANaL NA PRAÇA BA.ESTACA0

ELEVACÃD

•¦¦''¦' ¦• %Tr£'í,vt^WM"fr^^

'-!""*¦'' '"'•%& ^^P'l.'v:-"'-.'"': '¦'•'''¦'

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'•-' v'1*^ A_rmh'"'- ' '/¦" ~rvk'-.''

METADE DA PLANTA

Page 70: ESTADO DE MlfíAS GERAES - memoria.bn.br

PONTE "DAV1D CAMP1STA "

Construcçào no centro da Praça da Estação

A canalisação do ribeirão do Arrudas paraembellesamento da cidade, formando uma

avenida de rua dupla, obrigará a construcçàode varias pontes, a primeira das quaes será

lançada em frente á Estação Central, no cen-

tro da praça, que será cortada pelo canal.

Esta ponte-que lembrará os esforços que,

para a mudança da capital, desenvolveu o

illustré ex-Sccretario da Agricultura, Com-

mercio e Obras Publicas-foi projectada com

economia, talvez excessiva, tratando-se cie

uma obra que se tornará tão saliente pela

posição que vai occüpar na futura Capital.

Essa economia é, entretanto, justificada,pela urgência que lia cm concluir-se aquella

ponte pela qual deverá transitar todo o ma-

teria, de construcçào, e cargas de toda natu-reza, que tiverem de se utilizar do ramal fer-reo.

A abobada, os muros lateraes e os parapei-tos, deveriam ser de cantaria, si não hou-vesse essa urgência; pois, esse trabalho, mo-roso por sua natureza, exigiria alguns me-

ses para ser concluído, especialmente sendoo primeiro desse gênero feito na localidade,onde ainda não ha pedreiras de granito, ou

gncis, em franca exploração, nem o pessoalde canteiros necessário.

Enr cerca de 65o metros cúbicos, que re-

presentam a cubação desta ponte, somente 6serão de cantaria, devendo ser essa, emp e-

gada na ornamentação dos parapeitos.

A abobada foi projectada com alvenariade tijolos, e os encontros e os muros dasfaces, com alvenaria ordinária de pedra.

Os muros dos parapeitos serão de alvena-ria de tijolos com argamassa c reboco de ci-mento.

' O projecto desta obra, esboçado na 3a sec-

ção desta divisão, foi concluído já pela 2a sec-

ção a cargo do Dr. Bernardo de Figueiredo.

Escriptorio technico, 3a divisão, em io deNovembro dc 1894.

Hermillo Alves,iü Engenheiro.

Page 71: ESTADO DE MlfíAS GERAES - memoria.bn.br

ESTADO DE MINAS GERAES

COMMISSÃO CONSTBUCTOEA X3A. 3XTO^.A- CJ_PTrCJ_Ca

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GABINETE PHOTOGRAPHICO ESTAÇÃO GENERAL CARNEIROroncamento com a Estrada de Ferro Central do Brazil

AGOSTO DE 1894

Page 72: ESTADO DE MlfíAS GERAES - memoria.bn.br

ESTAÇÃO "GENERAL CARNEIRO"

EM

Construcção no entroncamento do ramal férreo da nova Capitalcom a Estrada de Ferro Central do Brazil

As estações dos caminhos de ferro do

Brazil são, em geral, construídas com tantasimplicidade de fôrmas e de detalhes, quedificilmente se encontrariam semelhantesnos paizes da Europa.

Nenhuma outra justificativa se descobre

para essa simplicidade, além da economia

com que as companhias teem desenvolvido a

rede da viação férrea brasileira; pois, é certo

que, nas estradas do Governo, únicas queteem dispendido realmente o capital que re-

presentam, encontram-se algumas estações

elegantes e de valor artístico.A estação do entroncamento do ramal

férreo da nova Capital Mineira não podiaser projectada como uma simples estação de

companhia. Ella representa o pórtico de en-

trada para a grandiqsa Capital que o Estado

de Minas entendeu erigir, como testemunho

da opulencia do seu solo e do desenvolvi-

mento incontestável e progressivo das suas

fontes de renda.Revista Geral,-io.

A sua fôrma especial, em triângulo curvilineo, fôrma obrigada pela conformação acci-dentada do terreno em que era forçoso fazero entroncamento, foi tambem um motivo dealta importância para afaslal-a dos estyloscommuns, adoptando-se um typo original,novo, como nova é a idéa da planta geral doentroncamento no centro da qual foi collo-cada.

O grande triângulo de reversão que se ve-rifica do conjuneto das 3 curvas de raioseguaes, que envolvem a estação, supprirá afalta do gyrador, que seria indispensável emum entroncamento commum Na elaboraçãodo projecto, nada de supérfluo se empregou;de sorte que o orçamento não representa maisdo que o estrictamente necessário ás commo-didades bem entendidas dos passageiros e ásfacilidades do movimento de mercadorias,aliadas á um conjuneto harmônico de ele-mentos que pareceram indispensáveis aotypo especial do edifício.

Page 73: ESTADO DE MlfíAS GERAES - memoria.bn.br

74 COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

A distribuição interna é das mais simples :— além dos commodos necessários á agenciae ao telegrapho, encontram-se dois armazénspara encommcndas e mercadorias, um salãocircular, central, que se communica com astres plataformas, por outros tantos vesti-bulos, e, directamente, com um salão de espera contíguo a um botequim

O salão central é coberto por uma vastacúpula de forma original, que realça o as-pecto geral do edificio.

A cobertura é de zinco e se prolonga pelasplataformas, sustentada por consolos dcferro fundido.

Na construcção do edificio serão empre-iradas as melhores madeiras de lei da loca-

lidade, a par das differentes qualidades de

pinho estrangeiro.As alvenarias serão de pedra para as fun-

dações e baldrames e de tijolo para as

paredes.Nas plataformas e armazéns serão em-

pregados ladrilhos de pedra plástica-, ou con-creto de cimento rebocado.

O projecto foi elaborado pelo Sr. Dr. Joséde Magalhães, engenheiro architecto da Com-missão, e, como tal, Chefe da 3a secção do Es-criplorio technico.

Hermillo Alves,.'> Engenheiro.

Page 74: ESTADO DE MlfíAS GERAES - memoria.bn.br

ESTADO DE MINAS GERAES

COMMISSÃO CONSTRTJCTOBA IDA. 3SrO"VA- CAPITAL

BELLO HORIZONTE EM 1894

aaA.ü 'ri'1-MiEBTALVsG CENTRAL

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GABINETE PHOTOGRAPHICO ESTAÇÃO CENTRAL AGOSTO DE 1894

Page 75: ESTADO DE MlfíAS GERAES - memoria.bn.br

ESTAÇÃO CENTRAL "MINAS"

Em Bello Horisonte

A Estação Central do ramal férreo da novaCapital de Minas será construída em terrenosuavemente inclinado á margem esquerdado ribeirão do Arrudas.

A situação escolhida acha-se proximamentesobre uma linha que divide em duas parteseguaes a área destinada á construcçào da fu-tura cidade, c muito próxima de um doslados do polygono que fecha essa área.

Esta circumstancia offcrccerá as vantagensde uma estação verdadeiramente central,sem cauzar os graves inconvenientes dastravessias e manobras de. trens dentro decentros populosos ; pois (pie os armamentosregulares da cidade terminarão em uma praçade 200 por T70 metros, no fundo da qual, serálevantada a grande fachada do edificio prin-cipal da Estação.

Além dos trilhos só correrão ruas de cha-caras, nas quaes os moradores sc acharãodisseminados, sendo assim diminuto o tran-sito atravéz da linha.

O edificio principal da Estação terá 58metros de frente com r6 metros de altura,até o cimo das balaustradas da platibanda,sendo a parte central coroada por um relógio,

que dará realce ao aspecto geral.Na parte posterior d'este edificio, e em dis-

tancia bastante para o assentamento de quatro

vias, será construído o armazém, que rece-berá as extremidades das arcadas de ferro dagrande cobertura da gare da Estação.

Esta vasta construcçào, dc ferro e zinco,assentará sobre quatro ordens de columnãsde ferro fundido, dispostas nas duas plata-fôrmas fronteiras, de 7 metros de largura cadauma, ficando a nascença dos arcos a 6 metrosacima das plataformas, e a linha do rematesuperior a 17 metros acima dos trilhos.

Na parte central da frente haverá um por-tico rematado por um terraço e com entradaslateraes, em rampa, para carros.

A distribuição interna do edificio compre-henderá, além dos commodos necessários áadministração, telegrapho e bagagens, vastose confortáveis salões de espera, sendo sepa-radas as classes por uma elegante escadariade ferro e madeira, que dará accesso para osegundo pavimento, reservado á adminis-tração superior do ramal férreo.

O armazém, oecupando uma área de 58ometros quadrados, deverá comportar o mo-vimento de mercadorias da Estação, em-quanto a cidade não tiver grande desenvol-vimento.

Mais tarde, porém, será preciso construirnovos armazéns, nos espaços lateraes doedificio principal da Estação, com as fa-

Page 76: ESTADO DE MlfíAS GERAES - memoria.bn.br

76 COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

chadas principaes dando para a Praça da Es-tação, cujo fundo ficará, assim, todo reser-vado ao ramal férreo.

Além destes edifícios, serão construídos,como dependências da estação, um vastodeposito de material roclante, uma carvoeiracom capacidade para 1.000 toneladas decarvão de pedra, um gyrador, uma caixad'agua e uma casa para residência doAgente.

Não tendo ainda assumido o exercicio docargo de Engenheiro architecto o Sr. Dr. Joséde Magalhães, quando projectou-se o ramal,

foi o projecto deste edifício desenhado, sobminhas vistas e indicações do próprio Sr.Dr. Engenheiro Chefe, pelos Srs. EdgarCoelho, primeiro desenhista, e José Ver-dussen, desenhista de Ia classe. »

Os detalhes, porém, entre os quaes sobresahe a escadaria principal, já teem sido pro-jectados pelo illustre architecto da Com-

Hermillo Alves,i'> liniíenhiMro,

Page 77: ESTADO DE MlfíAS GERAES - memoria.bn.br

Estação_) Am.tCLX.emcc Hotel (Terreno Uesttivu-clo pctrct)

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PLANO GERAL

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VIIContabilidade e tombamento

Page 79: ESTADO DE MlfíAS GERAES - memoria.bn.br

Commissão Constructora da Nova Capital do Estado de Minas Getaes22 DE FEVEREIRO A 3i DE DEZEMBRO DE 1894

Visto ~ Bello Horisonte, 3i de Dezembro de 1894.— O chefe da contabilidade, B. C. Oitaâros.Visto.—3i de Dezembro de 1894.- O engenli-iro-clieíe, Aarão Reis.

BECEITASecretaria de Fi-

Imposto de sel!o i fianças

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2005000 1.761:6705756

RECAPITULACAOReceita..Despeza.,

2.788:49788,61.761:6705756

SaM° ,.026^

CoOTEBE.-Bello Horizonte, Si de Dezembro de 1894.-0 guarda-livros, Francisco da Silva Ulo. Bello Horisonte, 3i do Dezembro de 1894.—O r° escripüirario, Luis Comes

Page 80: ESTADO DE MlfíAS GERAES - memoria.bn.br

Relação das propriedades adquiridas pelo Estado de Minas Geraes, em Bello Horizonte

N. deordem

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Ex-p rop ri etários

João Carvalho de AguiarAntônio Baptista Vieira Herdeiros de Antônio Alexandrino da Cunha.Francisco uMexandre da CunhaPadre Francisco de Souza Machado Simphronio José dos Santos BrochadoFrancisco Antônio Vaz de MelloCândido Lúcio da SilveiraAntônio Simões da SilvaJosé Francisco Corrêa Antônio Gonçalves de Oliveira . Guilherme Ricardo Vaz de Mello.. Modestino Rocha

Antônio Joaquim da Silveira. ...Manoel Alves Ferreira de Mello.

Henrique Gomes da RochaJoaquim Ferreira da LuzGuilherme Ricardo Vaz de Mello.

Francisco Vaz de Mello Netto..Maximiano Baptista Vieira.. ..

Propriedades

Casa e quintal

Sitio-Barro-pretoCasa e quintal

Chácara ...TerrenoCasa e quintal

Terreno..3) grande | Antônio Pedro Martins ; Casa e quintal

Sítuaçõe:

Rua do Rosário.» Capão.. . . .

Deodoro...Gervasio ..Deodoro .

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» Deodoro . .» do Rosário...» Deodoro.» Felippe da Costa» Deodoro. ...

Largo da Matriz..

Rua do Rosário.

Becco DesdoroRua Deodoro . .

» Capim. . .» Deodoro ..» Sabará ..

de Traz..Arrudas ..Sabará ...

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Observações

Permutado por 1 lote.

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8a COMMISSAO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

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REVISTA GERAL DOS TRABALHOS 83

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84 COMMISSAO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

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REVISTA GERAL DOS TRABALHOS 85

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86 COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

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REVISTA GERAL DOS TRABALHOS 87

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EVAPORAÇÃO

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("aítoéumitoO encarregado do posto

Ac^L/ZãQ

Page 97: ESTADO DE MlfíAS GERAES - memoria.bn.br

A NOVA CAPITAL

DO

Estado de Minas Geraes, em Bello Horisonte

i

A Constituição do Estado de Minas Geraes,promulgada a i5 de junho de 1891, determi-nára, em uma de suas disposições geraes, que acapital seria mudada para a localidade

que,após estudos comparativos feitos em diversospontos préviamente designados, o Congressoescolhesse.

As localidades indicadas.pelo Congresso fo-ram -.-Barbacena,

Bello Horisonte, Varsca doMarçal, Juiz de Fora e Paraúna; e feitos osestudos, foi escolhida e designada a de BelloHorisonte, situada nas fraldas da Serra do Cur-ral, a 3 léguas da cidade de Sabará e a 4 dade Santa Luzia, e mais de Soo metros ácimado nivel do mar. •»

A Jei n. 3, addieional á Constituição, promul-gada pelo Congresso, em 17 de dezembro de1893, determinou que o Poder Executivo man"dasse proceder aos trabalhos necessários

pa-ra a edificação da nova capital, de modo quea mudança, se realise dentro de 4 annos, istoé, até 17 de dezembro de 1897,

Da direcção geral, technica e administra-tivade tão importantes trabalhos, foi incum-bido,pelo presidente do Estado-Dr. Affonso

Revista Gera],-13.

Penna, - o Dr. Aarão Reis, engenheiro civil,ao qual C0l»béra por convite do mesmo

| estadista a tarefa da direcção dos trabalhos

| da commissão que estudára as cinco lo-

j calidades indicadas para sede da nova

| capital.

O Dr. Aarão Heis não é um homem novo1 no seu paiz, onde é bem conhecido. Como

| professor, que foi desde muito moço até 1882.firmou reputação que ainda hoje perdura, eem 1S93 publicou excellente tratado sobre

I A rithmetica, sendo certo que tem prom pto ainda

j

inedit0 outro sol>re A Igebra,—como jornalista,

I collaborou activamente 11a imprensa do Rio deJaneiro, desde o seu tenlpo de estudante; —

j como propagandista abolicionista e republicano, pu-

j blicou vários pamphletos; e como profissionali distindo, tem exercido as mais elevadas func-

j ções administrativas, como chefe de vários

j serviços technicos, director e engenheiro-chefe das estradas de ferro de Pernambucodirector das obras civis e hydraulicas do Mi-nisterio da Marinha, director geral na Secre-taria da Industria, Viação e Obras Publicas econsultor technico do Governo Provisorio.

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COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

De lia muito o conhecia o Dr. Affonso Pen-na, «pie, quando ministro da agricultura cmi883, o encontrara chefe do tehgraqio na Estra-da de Ferro Central do Brazil, e, quando mi-nistro da justiça em i885, o vira escolhido pe-lo senador Saraiva, então presidente do con-selho, para ir, em missão da mais especialconfiança lechnica e pessoal, examinar asobras do Açude do Quixadá ti syndicar do mo-do por que estavam ellas sendo dirigidas pe-lo Sr. Revy, profissional estrangeiro de todaa confiança do velho imperador.

Entre os vários trabalhos impressos doDr. Aarão Reis, avultam seus pareceres so-bre as obras do novo matadouro e sobre as quês-toes do gaz do Rio de Janeiro, seu laudo desempa-tador sobre a estrada de ferro do Sobral, seu re-latono sobre o Açude do Quixadá, vários estudossobre electricidade, duas brilhantes séries deartigos sobre instrucção publica e diversas tra-ducções.

O extenso e completo relatório que apre-sentou sobre os estudos das cinco localida-des, acompanhado de mappas graphicos,esboços de projectos para os edifícios publi-cos, plantas, etc, é trabalho de real valortechnico e que satisfez por completo o illustréPresidente do Estado.

Quando, em fins de 1890, pediu exoneraçãodos cargos de director gerai c de consultortechnico, que exercia na Secretaria da Agri-cultura, junto ao Governo Provisório, o gene-ral Glicerio, então ministro, disse a seu re-speito, no despacho do requerimento, o se-guinte: - <( Devo declarar que, durante todo otempo em que exerceu perante mim a func-ção especial do primeiro d'aquelles cargos(consultor technico), conduziu-se de modoirreprehensivel sob todos os pontos de vista.Devo ás suas luzes e á sua probidade profis-sional a firmeza e -o acerto de muitos dosmeus actos mais importantes. Desde 1 de fe-vereiro, data cm que tomei conta da pastada agricultura, até hoje, jamais deixei dedepositar a mais completa e continua con-fiança em seus conselhos, em seus pare-ceres e em seus trabalhos teclmicos tantoquanto na collaboraçâo prudente, discreta emoral de seus cargos. Este despacho é menosum acto de comprimento, do que um laudode justiça.»

Tendo acceitado a nova tarefa, embora acontra gosto, porque tencionava retirar-setemporariamente para a Europa com a fami-lia,- tem-se o Dr. Aarão Reis consagradointeiramente a ella, com enthusiasmo e tena-cidade.

Organisou a Commissã. Cous'ructora distri-buindo os variados trabalhos por seis gran-des divisões de serviço, a saber:

Ia,—ADMINISTRAÇÃO CENTRAL, COITI preheiVdendo a Secretaria, o Almoxarifado, o GabinetePhotographico e o Observatório Meteorológico :

2». — Contabilidade, comprehendendo aEscripturação geral, a Thesouraria c o Tomba-¦mento dos terrenos;

3a.—Escriptouio technico, comprehenden-do os Cálculos, os Projectos em geral e a Archi-tectura ;

4.11.-Estudo ií pri-paro do solo, compre-hendo os trabalhos astronômicos, geo4e_sicos etopographicos, a locação, divisão e demarcação doslotes, os jardins e arborisação, os mercados, ce-miterios, matadouros, etc, ele.

5a.—Estudo e preparo do sub-solo, com-prehendendo o abastecimento (Vagua, os íxgot-tos, as drenagens, o regimen dos cursos -d'agua,etc.

6a.— VlAOÃO, EDIFICAÇÕES E ELECTRICIDADE,

comprehendendo os trabalhos de estudo e deconstrucção relativos a esses serviços.

E attrahiu parajunto de si,como seus presti-mosos collaboradores teclmicos, os seguin-tes distinetissimos engenheiros, já todos van-tajosamente conhecidos e reputados no paiz:

Dr. Hermillo Alves, como 1" engenheiro ;—Drs. Samuel Pereira, César de Campos e J.de Carvalho Almeida, como chefes de serviçosdas 4", 5' e 6a divisões;— o Dr. José de Maga-lhães como engenheiro architecto:—e os Drs.Bernardo de Figueiredo, Adolpho Pereira,Eugênio Gabaglia, Américo de Macedo, Sa-turnino de Brito, Manuel Couto, Martinho ¦de Moraes e Ludgero Dollabella, como fhefesde secção. ,

Na parte administrativa, tem como auxi-liares os illustres Srs. : Dr. Adalberto Fer-raz.ex-membro do Congresso Constituinte Mi-neiro e ex-chefe cie policia do Estado, comoconsultor jurídico; Dr. Fábio Nunes Leal,distineto advogado e jornalista político, como,secretario; Sr. Benjamin Quadros, republica-no da velha guarda, como chefe da contabilidade;

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REVISTA GERAL DOS TRABALHOS99

capitão Annibal Santos, como almoxarife; emuitos outros que seria impossível mençiò-nar sem enumerar todos.

A Commissão 'Constmctora foi organisada pe-

lo decreto tí. 68o de 14 de fevereiro de 1S94,expedido pelo Dr. David Campista, comosecretario da Agricultura, commercio e obraspublicas; e em 1 dc março seguinte, instai-lou o Dr. Aarão Reis. em Be/Io Horisonte os

. seus trabalhos, iniciando logo a exploraçãodo ramal férreo destinado a ligar essa locali-dade á estrada de ferro central do Brasil.

Era 12 de junho eram approvados pelogoverno os planos definitivos, não só do tra-çado do ramal, mas tambem de todas as suasdependências, inclusive a estação central e ado entroncamento, orçando tudo em pouco maisde dous mil contos de réis, tendo sido o ma-terial rodante calculado para permitir o tra-fego at£ Lafayette.

O leito - cujo preparo vai já muito adianta-do-foi traçado todo pela margem esquerdado Ribeirão do Arrudas, sem outras obras dearte além de simples bociros, desenvolvei!-do-se por pouco menos de i5 kilometros, to-do elle.em rampas descendentes para a esta-ção do entroncamento {General Carneiro), nemuma das quaes excede de 2 % e são intercal-ladas de trechos de nivel.

A estação General Carneiro já em construc-ção, terá a fôrma (pela primeira vez empre-gada em estrada de ferro) de um grande trian-guio isosceles; tendo o ediücio o aspectopittoresco dc: um imponente pavilhão pon-teagudo, gosto fira do commum, mais muitoelegante.

Espaçosas salas de espera, acommodaçõesdispostas para os trabalhos da agencia, vas-tos armazéns, largas plataformas de quatrometros de largura e cobertas, c uma bellarotunda central facilitando a passagem deumas para as outras plataformas-darão aestatíeganteepittoresca estação, todas ascondições de uma verdadeira obra de arcai-tectura, bem concebida q bem delineada.

A Estação Central será, incontestavelmentea melhor, a todos os respeitos, de quantasha nas estradas da America do Sul. Desdea imponente fachada principal, que oecupa-rá o fundo da vasta praça rectangular, cor-tada longitudinalmente pelo ribeirão do Ar-rudas, canalisado, até o vasto armazém que

completará, do lado opposto das linhas detrilhos, o corpo central da estação, tudo con-corre, n'esta construcção para constituil-auma das melhores obras que se teem construi,dó nas vias férreas brasileiras. Duas amplasplataformas de 7 metros de largura cada uma,dispostas de um e outro lado de leito, quécontará n'esse pont'0.4 linhas de trilhos, sus-tentarão, por meie-de 6obellisimas columnasde ferro, em . linhas parallelas, enorme zim-borio metallico de imponente e magníficoeffeito.

Além do corpo principal terá mais estaestação um abrigo para machinas e carros,um gyrador, carvoeira, residência para agen-te, etc, etc.

A fachada principal da estação Centraloecupará, como dissemos, toda a face do fun-do de uma grande praça de 200".>< ioo"., cor-tada, no sentido de maior eixo, pelo Ribeirãodo Arrudas, convenientemente canalisadocom seus barrancos grammados, e attraves-sado por elegantes pontes das quaes a docentro se denominará ..David Campista» emrecordação ao ex-secretario da agricultura.

A cidade será dividida em uma parte centrai, urbana, e outra contornando a primeira,suburbana. Uma extensa avenida, de 35 me-tros de largura e cerca de 10 kilometrosde desenvolvimento, separará a área urbanada suburbana.

Naquella, dividida toda em quadras ouquarteirões, de 120 metros dc face, pelasruas, de 20 metros dc largura, com um ren-que de arvores pelo centro, haverá uma gran-de avenida de 5o metros de largura, com du-pio renque central de arvores, e 3200 metrosde comprimento, ligando em linha recta obairro commercial, junto a estação, ao alto doCruzeiro, onde será edificado o magestosotemplo projectado pelo Dr, Magalhães; e va-rias outras avenidas, em.diagonaes,de 35 me-tros de largura, com duplo renque de arvo-res lateralmente.

Muitas praças de, tamanhos e fôrmas di-versos,cortarão as ruas e avenidas, dando lar-gueza para o effeito architectonico dos edifi-cios publicos, verdadeiros palácios esplen-didamente situados

Assim o Palácio Presidencial será erguido nocentro da Praça da Liberdade, para onde con-vergem cinco avenidas: os Palácios da Admi-

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COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

instrução c do Congresso ficarão frente a fronte;na esplendida Praça da Lei, circular e pontodo cruzamento de seis avenidas; o Palácio daxistiça ficará na Praça da Justiça, fronteiro tt.' área reservada para um grande hotel; o Pala-

fio da Municipalidade occupará com a bibliathecaco musa, o centro da Praça i4 dc Setembro (datada lei que organisou os municípios minei,ros), sendo triangular & fôrma dessa praça,etc , etc.

Um vasto Parque {de Soo m X Soo m. ¦ =640.000 m>.) occupará o centro,mais ou menosda cidade, abrindo para a grande avenida de5o metros dc largura, e tambem para outrastres de .15 metros de largura cada uma. Su.perficie extremamente ondulada, cujas partes mais baixas serão transformadas emgrandes lagos e rios e as mais elevadas emesplendidos pontos de vista—será este Par.que o mais importante e grandioso de quan-los ha na America, e, por si só. merecerá avisita de nacíonaes e estrangeiros e elevará anova cidade acima dc quantas ora attrahem,no Brazil, a população que deseja refazerforças, no verão em logares amenos eapra-ziveis.

Varias construcçôes ligeiras, mas de gostoartístico, enfeitarão este bello jardim, propor-cionando variados entretenimentos aos pas-seiantes. Uma pequena torre levantada nocanto mais elevado, permittirá que d'ahi sedesfruetc o bellissimo panorama de toda a ci-dade.

A agua para o abastecimento geral da ci-dade será derivada por meio de tres oaualisa-ções distinetas, das cabeceiras dos córregosSerra, Acaba-mundo, Cer cadinho, fornecendo oprimeiro 25 litros, o segundo i5 litros e o ter-ceiro 112 litros por segundo, ou, todos tresi3.i32.Soo litros diariamente, o que corres-pondera a cerca de 5o mil habitantes se tomar-mos a quota exagerada de 3oo litros diáriospor habitante, ou a cerca dc ,00 milhabitantes,se tomarmos a quota razoável de i5o litrosdiários por habitante.

A canalisação do Serra vai ser feita pormeio de uma pequena linha singela de syphàometálico de ,. 35o metros apenas de desenvol-vimento, de tubos de o"».3o de diâmetro interno; syphão que, partindo da cota 9S4 me-tros. onde serão represadas as águas do cor-rego,tral-as-ha para um pequeno reservatório

de 2.000.000 de litros de capacidade, situadona cota ySo.5, e em condições, portanto, deabastecer os pontos mais elevados do perime-tro urbano e suburbano da futura cidade.

A canalisação do Cercadinho vai ser feita porlinha mixla de cerca de 5 kilometros, consti-tituida por 3 trechos de syphõcs metálicosduplos de om,35 de diâmetro, ligados por 3outros trechos de calhas de alvenaria, descober-tas em pequena extensão e cobertas no resto,sendo que cm 3io metros atravessarão umtunnel ao sahir do qual serão as agitas areja-das, por ama pequena cascata, antes dereentrar nos tubos. A captação será feita nacota 956,6 e o grande reservatório de distri-buição, com capacidade para iS milhões delitros, ficará situado na cota <j33, e será divi-dido em 3 compartimentos.

A este mesmo reservatório serão conduzi-das as águas do córrego Acaba-Mnndo por li-nha singela de syphão metálico, de*Tfibos deo"'.3o, tendo 1.340 metros dc desenvolvi-mento.

As ruas da parte urbana da cidade terão20 metros de largura,destinados: 2m 5 de cadalado para passeios lageados, 2*'". no centropara um renque de arvores frondosas, os res-tantes 6"'.5 de cada lado entre o renque cen-trai de arvores e os passeios, para os tram.wayse os carros que deverão seguir semprepor um dos lados e voltar pelo outro, paraevitar cruzamentos.

As avenidas de 35 metros de largura, terãopasseios lateraes de 4 metros de largura, du-pio renque de arvores junto aos passeiosficando o centro todo (com 25 metros de lar-gura) para transito livre dos carros e tram-ways

A grande avenida finalmente, de 5o metrosde largura, terá: no centro,uma fachade X me-tros delargura,areiada,paraos passeios aca-vailo, dous passeios de 3 metros de largura

cada um.dispostos de um e outro lado da fachacentral e guarnecidos* dc arvores fretndosasalinhadas, duplos passeios junto aos prédios,de 3 metros de'largura cada um;, e duasfaixas de i3 metros cada uma, de largura,parti o movimento dos vehiculos.

As ruas se cruzarão em ângulos de 1 0° ee as avenidas as cortarão em ângulos de 45o.Nos arrabaldes, fora da grande avenida decontorno,as ruas deverão ter apenas 14 metros

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REVISTA GERAL DOS TRABALHOSde largura, porque tendo de ser ladeadas dechácaras, quintas e sitiou arborisados, não é mis.ter deixar, nas ruas, espaço para arvoredo

Os quarteirões urbanos, serão em geral,quadrados regalares de 120 metros de lado,'divididos em 24 lotes, dos quaes os normaesterão 10 metros de largura na frente por5o metros de comprimento para O fundo.

Os quarteirões suburbanos terão em geral.25o m. X25o m e os lotes normaes 5o metrosde largura na frente por ia5 metros de com-primento nos fundos, havendo outros muitomaiores, e alguns, nas proximidades da parteurbana, menores.

Em uma das extremidades da cidade ha-verá um cemitério, para cujo desenvolvimentofuturo será reservada área suficiente; emoutra extremidade, á margem do ribeirão (foArrudas, será disposto o matadouro; e o Dr.Aarão Reis pensa também em uma lavanderiapublica, mp-à. casa para banhos, um forno para ia-áneração do lixo, e, si os poderes do Estadoquizerem, um forno para consumpção âos cada-veres.

Em frente ao portão principal do grandeParque será reservado excellente quarteirãopara um -vasto tlieatro, que poderá ser edifi-

TOI

cado com todas as regras modernas dc segu-rança e dc cautelas.

O Palácio Presidencial, destinado á residênciado Presidente do listado, vai ser edifleado embelhssima situação, n'um alto de onde seavista quasi toda a cidade, e 6 avenidas secruzarão sobre o edificio, abrindo-lhe francoshorisontes para todos os lados.

Os Palácios de Administração e do Congressoserão erguidos frente'a frente, n'uma enormepraça circular, em qué se cruzarão também6 avenidas, sendo que uma d'cllas ligará aelles cm linha recta, o Palácio Presidencial.

O Palácio Municipal será edifi cado 110 centrode uma praça triangular, ladeado pela bibliotheca e pelo museu, sendo que ficará, tambémfronteiro a um dos portões lateraes do grandeParque.

Logares os mais apropriados estão ja mar-cadõs, na planta para os edifícios do telegra-pho, do correio, da policia, do quartel, do fórum,das escolas, dc nm Lyceu de Artes e Officios,de um vasto hospital, etc, etc.

(Extraindo da Gazeta de Noticias, de 3o deJau eivo de 1895.)

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TERMO DE INSTALLACÃO

Commissào Constructora da Nova Capital do Estado deMinas Geraes

No dia primeiro de Março de 1894, achan-do-se reunidos, neste escriptorio." á rua doGeneral Deodoro, neste Arraial do Bello Ho-risonte, os cidadãos abaixo assignados, o Sr.Dr. Aarão Reis, engenheiro civil, declaraque, tendo sido nomeado por Decreto de 14de Fevereiro lindo, do Exm. Sr. Dr. Pre-sidente do Estado de Minas Geraes, paraexercer as funeções de Engenheiro-Chefe daCommissão Constructora da Nova Capitalassume nesta «lata taes funeções e entra emexercicio dando por installada a Commissão,encetados seus trabalhos e empossado emexercicio todo o pessoal que já se acha pre-sente e subscreve o presente termo, com asdemais pessoas da localidade que o quizerem;e eu, Arthur Rodrigues Lyra, i» escriptura-

no da Commissão, na falta « Secretario, la-vrei o j$.esente termo 'que

subscrevo.—Ar-thur Rodrigues LyrL-Aarão Reis. E. C:

Samuel Comes Pereira. E. C.; CaetanoCésar de Campos, E. (J. : Américo Ma-cedo, E. C. ; Adolpho Radice, E. C. ; Hen-rique Augusto Kingston E. C. ; ManoelS. Couto, E. C. ; Luiz Martinlio dc Mo-raes, E. C. ; Eduardo Cavalcanti de Cam-pos Mello. E. C.j Luiz Eugênio Kingston;Lydio Gonçalves de Abreu ; João Carva-lho de Aguiar; João Ewerton da SÜva Cas-tro; Ernesto de Lima Santos; Francisco LopesCardim; Julio César da Silva; Nano AlvesDuarte Silva, E. C; Manoel Luiz da SilvaCordeiro; Francisco Furtado Nunes; LucasBicálho Tostes; Manoel Barroso dc Carva.lho; Julio César Ferreira de Souza,E. C ; Ben-jamin Constant Quadros; Luiz Tiburcio deFreitas; Luiz Cerqueira; Antônio Joaquim daSilveira; Francisco Caetano de Carvalho;Cândido Lúcio da Silveira: José Pedro daCosta; Eduardo Edwardes.

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PESSOAL TECHNICO

DA

Commissào Constructora

da Nova Capital

primeira divisão

administração central

Gabinete do Engenheiro Chefe:

Engenheiro Chefe:—Dr. Aaríío Rri,

Auxiliai- Jurídico: Dr. Adalberto Ferraz

Amanuense: João Furtado.

Ia seeção:—Secretaria-,

Secretario:—Dr.'Fábio Leal;

i- escripturarios: Arthur Rodrigues Lyrae Ernesto de Lima Santos:

f

esCriI,turari°:-João Delgado;

3- escripturarios ,-Julio do Egvpto Rosa

p?-« **>" £2

áasPS^^fcoláoPereira-Mnr. 1 T,

d.Lius, Jt^10 Bressane Lemesrçal Benigno de» OliVteira e Candidn 1

'

Assis Toledo > Cândido de

, 2" Seeção:—Ahnoxarifado-

>4»r,

no R,°de

Revista Geral,- l4.

Escrivão: —Alfredo Alves Pinto;

Amanuense: Joaquim de Rezende-

Armazenista:—Ewerton Castro.

Photografihia e Meteorologia:

escripturario: Dr. Cícero Ferreira;onc uctor de i. classe:- Micbel Dessens-

Conductor de classe:-João Salles.

SEGUNDA DIVISÃO

CONT ABILIDADE

Chefe * Benjamiii Quadros.

Ia secçao: Eseripturação geral;

G^rda-livros ;-_Francisco jSjlva ^' escripturarios:—João Almeida o LuizGomes Pereira;

deiro da Si^ Cor-

pÍkerrítUrarÍ0S:~HeitOr Gavillh° Lo-Pes da Costa e José Baptista Maciel-

p,u„no Joj,

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COMMISSÃO CONSTRUCTORA DA NOVA CAPITAL

2% secção:—2'hesouraria- , .

'rhesoureiro:—Leopoldo C.GomesTèixèira;

Fiel: —Pedro Joaquim de Almeida;

Amanuense:—João Baptista Gomes,

BE secção:— Tombamento:

Escrivão:—José Jiajuim Netto Amarante;

a° escripturario:—Ovidio de Souza Lopes!3» escripturario:— Antônio Baptista Vieira f-Amanuenses:—José

Júlio Santiago e Mánoel Gomes Pereira.

TERCEIRA DIVISÃO

ESCRIPTORIO TECHNICO

Gabinete do i" Engenheiro :

Primeiro Engenheiro:-Dr. I-Iermillo Al-vcs;

S®* escripturarios:—Procopio Honorio Tei-xeira e J. Gentil da Silva Moura;

Armazenista:—Antonio Corrêa de Araújo.

z" seeção: — Cálculos:

Chefe da secção:—Dr. Adolplio Pereira;Engenheiro de ia classe:—Dr. Diamantino

Lopes;

Engenheiros de 2» clasce:—Dr. Luiz Joséda Silva Júnior e Dr. Rogério Fajardo;

Engenheiros de 3 a classe:—Dr. Joaquim

Lustosa e Dr. Júlio Vidal;

Conductores de i" classe:-Leopoldino Fa-ria e Antonio de Almeida Mello;

Conductores de 2' classe:—Luiz CharaixHonorio Gandra e Julien Riant.

2' secção:—Projedos;

Chele de s;ecçao:- pr. Derriardo Joaquimde Figueiredo;

Engenheiro de iX classe :—Dr. Antoniodo Prado Lopes"; Pereira;

Engenheiro de 3a classq:—Dr. José As-

eanio Burlajjtiaqui;

Engenheiros áè?3» classe:—Dr. Erriest Aus-tin e Alberto Horta;

Conductor de 2a classe: Carlos Quadros;Primeiro desenhista : - Carlos Peyrouton;

Desenhistas de a» eiásSè:—Gustavo Dal

1'Ar.a, João Baptista Carneiro, Franciáco

Izidro Monteiro e Estevam Ne.iva;

Amanuense Francisco Furtado líunes.

3a secção:—A rchilectüra:

Engenheiro architecto:—Dr. José de Ma-

galhães ;

i<! Desenhistâí - Edgar Nascentes, Coelho;

Desenhistas de Ia classe:—José Verdussen

ç Júlio Cezar da Silva;

Desenhista de 2a classe: George Bfernet;

Desenhistas de 3» classei—Arthur Ferrari

e Eduardo Le Monnier;

Amanuense: — Francisco Alves Pi nto Junior.

QUARTA DIVISÃO

ESTUDO E .PREPARO DO SOLO

Escriptãrio da divisão:

Engenheiro chefe de serviço:—Dr. Samuel

Gomes Pereira;

3° escripturario:— Antero Adôlpho da Sil-

veira;

Armazenista:- João Carvalho de Aguiar.

Primeira secção — Giodesia, pontes, calçamento,

arborisação, etc.:

Chefe de secção:—Dr. Ludgero Dolabella;

Engenheiro de ia classe: —Dr. Adolpho

Radice ;

Engenheiro de 2» classe:—Dr. Francisco

Paula Cunha;

Engenheiros de 3< classe:—Dr. Paul Vil-

lon e Miguel Frederic 1 Presgreave;

Coilductores de 1?. classe;—Henrique Bur-

nier e Felix Pourcine; £Conductor âs

va» classe: — Alexis Morin;

Amanuense: — Oçíavio Barbosa Carneiro.

Segunda secção <-Topographia, divisão e dernar.

cação de lotes,armamentos, ierraplenttgens, etc.'.

Chefe de secção: —Dr. Américo de'Macedo;

Engenheiro.,de .ila classe :—Dr. Cândido

de Abreu j;, I , . ..

Engenheiro- de a» classe :-i-Dr. Paul Bou-

tilier;

Page 105: ESTADO DE MlfíAS GERAES - memoria.bn.br

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Ibérico Nogueira 'W:

RUA DO. ROSARIÕlNT. 58, S-° jí^líTIstAJR

Os números avulsos estarão á venda tia Thesouraria da Commissão,.em Bell1'' Jísíji-

sonte, e na. Agencia-no Rio.de Janeiro.As reclamações ^ílos subscriptores e ás relativas aos annuneios deverão ser dirigidas;

á Secretaria da Commissão, em Bello Hoiisontc,"... * '

IO Secretario : —Fábio Nunes Leal.-W'

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