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Estágio-Considerações Gerais Comentário - Previdenciário/Trabalhista - 2005/0414 1. Conceito São considerados estágios curriculares as atividades de aprendizagem social, profissional e cultural proporcionadas ao estudante pela participação em situações reais de vida e trabalho de seu meio, sendo realizadas na comunidade em geral ou com pessoas jurídicas de direito público ou privado, sob responsabilidade e coordenação da instituição de ensino. São considerados estagiários os alunos regularmente matriculados e que estejam comprovadamente freqüentando cursos de educação superior, de ensino médio (segundo grau técnico), de educação profissional de nível médio ou superior ou escolas de educação especial, em cursos vinculados ao ensino público ou particular. 2. Regulamentação do Estágio A Lei que disciplina as atividades de estágio é a de nº 6.494, de 07.12.77 (regulamentada pelo Decreto nº87.497, de 18/08/82) alterada pela de nº8.859, de 23/03/94. Para caracterização e definição do estágio curricular, deverá ser firmado Termo de Compromisso entre o estudante, a escola e a empresa. O estagiário só deve iniciar suas atividades com o Termo de Compromisso devidamente assinado, pois é nele que estão estabelecidas as condições do seu estágio. Toda atividade de estágio desenvolvida nas empresas é acompanhada e orientada por um supervisor. A atividade de estágio não está sujeita à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mas à legislação específica (Lei nº 6.494/77 - Decreto-lei nº 87.497/82). A instituição de ensino determina para cada curso as condições em que o estágio deverá realizar-se. Como, por exemplo, a partir de que momento do curso (ano ou semestre) o estudante poderá candidatar-se a um estágio. A responsabilidade pela supervisão e pelo controle da qualidade do estágio é da escola. Isso é feito pela análise dos relatórios elaborados pelo estagiário sobre as atividades desenvolvidas no estágio. 3. Interrupção do Estágio O estágio é interrompido quando o estagiário: a) tranca a matrícula; b) muda de curso;

Estágio Considerações Gerais

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Estgio-Consideraes Gerais Comentrio - Previdencirio/Trabalhista - 2005/0414

1. Conceito So considerados estgios curriculares as atividades de aprendizagem social, profissional e cultural proporcionadas ao estudante pela participao em situaes reais de vida e trabalho de seu meio, sendo realizadas na comunidade em geral ou com pessoas jurdicas de direito pblico ou privado, sob responsabilidade e coordenao da instituio de ensino.

So considerados estagirios os alunos regularmente matriculados e que estejam comprovadamente freqentando cursos de educao superior, de ensino mdio (segundo grau tcnico), de educao profissional de nvel mdio ou superior ou escolas de educao especial, em cursos vinculados ao ensino pblico ou particular. 2. Regulamentao do Estgio A Lei que disciplina as atividades de estgio a de n 6.494, de 07.12.77 (regulamentada pelo Decreto n87.497, de 18/08/82) alterada pela de n8.859, de 23/03/94.

Para caracterizao e definio do estgio curricular, dever ser firmado Termo de Compromisso entre o estudante, a escola e a empresa. O estagirio s deve iniciar suas atividades com o Termo de Compromisso devidamente assinado, pois nele que esto estabelecidas as condies do seu estgio.

Toda atividade de estgio desenvolvida nas empresas acompanhada e orientada por um supervisor. A atividade de estgio no est sujeita Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), mas legislao especfica (Lei n 6.494/77 - Decreto-lei n 87.497/82).

A instituio de ensino determina para cada curso as condies em que o estgio dever realizar-se. Como, por exemplo, a partir de que momento do curso (ano ou semestre) o estudante poder candidatar-se a um estgio. A responsabilidade pela superviso e pelo controle da qualidade do estgio da escola. Isso feito pela anlise dos relatrios elaborados pelo estagirio sobre as atividades desenvolvidas no estgio. 3. Interrupo do Estgio O estgio interrompido quando o estagirio:

a) tranca a matrcula;

b) muda de curso;

c) deixa de freqentar o curso;

d) no freqenta regularmente o curso;

e) concluir o curso, exceto no caso de ter de completar a carga horria predeterminada do estgio obrigatrio. 4. Bolsa de estgio Estgio no emprego e bolsa no salrio. O valor determinado e pago pela empresa.

Em caso de estgio remunerado, a empresa, alm de conceder a possibilidade do aprendizado na prpria empresa, atribui ao estagirio, espontaneamente, um pagamento em dinheiro, cujo valor livremente fixado entre as partes.

Na hiptese de estgio no remunerado, a empresa oferece apenas o treinamento.

Remunerado ou no, o contrato de estgio, legalmente firmado, no cria vnculo empregatcio entre empresa e estagirio, conseqentemente este no ter direito a:

- cadastramento no PIS;

- registro em livro ou ficha de registro;

- ter seu nome inserido na RAIS e no Cadastro de Admitidos e Demitidos.

Quanto aos encargos sociais, sobre o pagamento realizado ao estagirio, no estgio remunerado, haver apenas a incidncia do Imposto de Renda Fonte, quando o valor pago a ttulo de bolsa atingir limites mnimos de reteno, conforme tabela vigente na ocasio. 5. Durao do Estgio O perodo de durao do estgio varivel. Ele pode ser prorrogado ou interrompido. A prorrogao pode ocorrer conforme interesse das partes, desde que esteja dentro das condies estabelecidas na legislao e tenha a aprovao da escola. Entretanto, no poder ser inferior a um semestre letivo. 6. Resciso do Estgio Na resciso ou no trmino do Termo de Compromisso, o estagirio no ter direito (ou obrigao) de:

a) receber ou conceder aviso prvio;

b) frias;

c) 1/3 constitucional;

d) 13 salrio;

e) seguro-desemprego;

f) homologao.

A resciso do Termo de Compromisso s implica o pagamento referente ao saldo dos dias correspondentes bolsa paga no ms.

Por fim, a empresa no estar obrigada, no curso do estgio, a conceder ao estagirio:

- vale-transporte;

- cesta bsica;

- assistncia mdica;

- vale-alimentao. 7. Seguro de Acidentes Pessoais Compete instituio de ensino, diretamente ou por meio de atuao conjunta com agentes de integrao, providenciar seguro de Acidentes Pessoais em favor do estudante. 8. Dispensa de anotao na CTPS Quanto obrigatoriedade de anotar a realizao do estgio na Carteira de Trabalho e Previdncia Social (CTPS), apesar de nada constar em lei ou decreto regulamentador, o Ministrio do Trabalho e Emprego, por meio do Ofcio-Circular n02/ CIRP/SPES/MTE, de 08.01.99, manifestou entendimento no sentido de que no h obrigatoriedade de a empresa cedente do estgio ou os agentes de integrao efetuarem a anotao do estgio na CTPS dos estagirios contratados.

Em caso de dvida conveniente consultar o rgo do Ministrio do Trabalho e Emprego para dirimir a questo. 9. Filiao como facultativo ao RGPS O estagirio que, de acordo com a Lei n 6.494/77, estiver prestando servios empresa, pode filiar-se facultativamente ao Regime Geral de Previdncia Social, mediante contribuio, desde que seja maior de 16 anos e no esteja exercendo atividade remunerada que o enquadre como segurado obrigatrio do RGPS. (Caput e inciso VII do 1 do art. 11 do RPS). 10. Consideraes Finais Finalmente, deve-se considerar que, se o estgio no for regulado pela Lei n 6.494/77, o contrato ser regido pela Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), gerando, assim, vnculo empregatcio.

Ressalta-se, ainda, que o disposto neste trabalho no se aplica ao menor aprendiz, sujeito formao profissional metdica do ofcio em que exera seu trabalho e vinculado empresa por contrato de aprendizagem, nos termos da legislao trabalhista (CLT, arts 429 a 432). 11. Legislao Citada no texto 12. Modelos de convnio para concesso de estgio e de termo de compromisso.

Dra. Lris Silvia Zoega Tognoli do AmaralConsultora FISCOSoft On Line Advogada; Ps-graduada em Direito do Trabalho e Previdncia Social; Experincia de mais de 13 anos nas reas de direito do trabalho, previdencirio e FGTS.E-mail: [email protected]

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Este Comentrio, publicado em 12/04/2005, foi produzido pela equipe tcnica da FISCOSoft. proibida sua reproduo para fins comerciais, sem permisso expressa da Editora, bem assim sua publicao em qualquer mdia, sem meno fonte (FISCOSoft www.fiscosoft.com.br). Os infratores esto sujeitos s penas da Lei n 9.610/98, que rege os direitos autorais no Brasil.

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