Upload
lyngoc
View
219
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
ESTÁGIO ITE 2015 NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
E ADUANEIRO
DSF 2015
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO
TRIBUTÁRIO
Estágio
Inspectores Tributários
2015
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
ORGÃOS DE SOBERANIA
3
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Assembleia da República
Presidente da República
Governo
Tribunais
Art.º 120.º da CRP
Art.º 147.º da CRP
Art.º 182.º da CRP
Art.º 202.º da CRP
Art.º 110 da CRP
A formação, a composição, a competência
e o funcionamento dos órgãos de
soberania são os definidos na
Constituição
ORGÃOS DE SOBERANIA
4
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Assembleia da República
Presidente da República
Governo
Tribunais
Art.º 134.º da CRP
Art.º 165.º da CRP
Art.º 198.º da CRP
Art.º 202.º da CRP
Função Política
Função Legislativa
Art.º 199.º da CRP Função jurisdicional
Função Legislativa
Função Administrativa
Art.º 161.º da CRP Função Política
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
ÓRGÃOS DE SOBERANIA
5
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Assembleia da República
Art.º 161.º da CRP
• Fazer leis sobre todas as
matérias
• Conferir ao Governo
autorizações legislativas
• Aprovar as leis das grandes
opções dos planos nacionais e o
Orçamento do Estado
• Criação de impostos e sistema fiscal
e regime geral das taxas e demais
contribuições financeiras a favor das
entidades públicas
al. i) do n.º 1 do art.º 165 da CRP
Competência relativa
Regime geral das taxas • O regime geral das taxas e das
contribuições financeiras consta de lei
especial – n.º 3 do art.º 3.º da LGT
REGIME GERAL DAS TAXAS DAS
AUTARQUIAS LOCAIS
- Lei n.º 53-E/2006, de 29 de Dezembro
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
ÓRGÃOS DE SOBERANIA
6
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
A concepção clássica do princípio da legalidade fiscal atribui ao
parlamento – enquanto representante dos contribuintes – uma competência
exclusiva para a aprovação das leis fiscais.
É essa tradição de auto-tributação expressa na decisão da assembleia
parlamentar em matéria fiscal que é retomada pela Constituição da
República Portuguesa quando determina que os impostos são criados por
LEI.
Quando a Assembleia da República delega no Governo a competência para
criar impostos – uma vez que estamos perante uma reserva relativa e não
perante uma reserva absoluta – deve fazê-lo mediante uma autorização
normativa que pré-determina o conteúdo fundamental da lei a criar.
Assembleia da República
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
ÓRGÃOS DE SOBERANIA
7
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Assembleia da República
Leis de autorização legislativa ao Governo
• Devem definir o objecto, o sentido, a extensão e a duração da
autorização, a qual pode ser prorrogada.
• Não podem ser utilizadas mais de uma vez, sem prejuízo da sua execução
parcelada.
• As autorizações caducam com a demissão do Governo a que tiverem sido
concedidas, com o termo da legislatura ou com a dissolução da Assembleia da
República.
• As autorizações concedidas ao Governo na lei do Orçamento quando incidam
sobre matéria fiscal, só caducam no termo do ano económico a que
respeitam.
n.ºs 2 a 5 do art.º 165.º da CRP
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
ÓRGÃOS DE SOBERANIA
8
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Governo É o órgão de condução da política geral do país e o
órgão superior da administração pública.
Art.º 182.º da CRP
Lei orgânica do Governo - Decreto-Lei n.º 86-A/2011, de 12 de
Julho
Compete ao Governo, no exercício de funções legislativas:
• Fazer decretos-leis em matérias não reservadas à Assembleia da República
• Fazer decretos-leis em matérias de reserva relativa da Assembleia da
República, mediante Lei de autorização legislativa
• Fazer decretos-leis de desenvolvimento dos princípios ou das bases gerais dos
regimes jurídicos contidos em leis que a eles se circunscrevam.
É da exclusiva competência legislativa do Governo a matéria respeitante à sua
própria organização e funcionamento.
Art.º 198.º da CRP
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
ÓRGÃOS DE SOBERANIA
9
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Governo É o órgão de condução da política geral do país e o
órgão superior da administração pública.
Art.º 182.º da CRP
Art.º 199.º da CRP
Compete ao Governo, no exercício de funções administrativas:
• Fazer executar o Orçamento do Estado
• Fazer os regulamentos necessários à boa execução das leis
• Dirigir os serviços e a actividade da administração directa do
Estado , superintender na administração indirecta e exercer a
tutela sobre esta e sobre a administração autónoma;
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
ÓRGÃOS DE SOBERANIA
10
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Presidente da República Art.º 120.º da CRP
Representa a República Portuguesa, garante a independência nacional, a
unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas e é,
por inerência, Comandante Supremo das Forças Armadas.
Art.º 134.º da CRP
• Promulgar e mandar publicar as leis, os decretos-leis e os decretos regulamentares,
assinar as resoluções da Assembleia da República que aprovem acordos
internacionais e os restantes decretos do Governo
• Requerer ao Tribunal Constitucional a apreciação preventiva da constitucionalidade
de normas constantes de leis, decretos-leis e convenções internacionais
• Requerer ao Tribunal Constitucional a declaração de inconstitucionalidade de normas
jurídicas, bem como a verificação de inconstitucionalidade por omissão
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
ÓRGÃOS DE SOBERANIA
11
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Tribunais Art.º 202.º da CRP
Os tribunais são os órgãos de soberania com competência para administrar
a justiça em nome do povo.
• Na administração da justiça incumbe aos tribunais assegurar a
defesa dos direitos e interesses legalmente protegidos dos
cidadãos, reprimir a violação da legalidade democrática e dirimir os
conflitos de interesses públicos e privados.
• No exercício das suas funções os tribunais têm direito à coadjuvação
das outras autoridades.
A lei poderá institucionalizar instrumentos e formas de composição não
jurisdicional de conflitos.
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
ÓRGÃOS DE SOBERANIA
12
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Tribunais Art.º 203.º da CRP
Os tribunais são independentes e apenas estão sujeitos à lei.
Art.º 205.º da CRP
• As decisões dos tribunais que não sejam de mero expediente são
fundamentadas na forma prevista na lei.
• As decisões dos tribunais são obrigatórias para todas as entidades públicas
e privadas e prevalecem sobre as de quaisquer outras autoridades.
• A lei regula os termos da execução das decisões dos tribunais
relativamente a qualquer autoridade
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
ÓRGÃOS DE SOBERANIA
13
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Tribunais Art.º 209.º da CRP
Categoria dos tribunais:
• Tribunal Constitucional
• O Supremo Tribunal de Justiça e os tribunais judiciais de primeira
e de segunda instância
• O Supremo Tribunal Administrativo e os demais tribunais
administrativos e fiscais
• O Tribunal de Contas
n.º 2 do art.º 209.º da CRP
• Podem existir tribunais marítimos, tribunais arbitrais e julgados de paz.
DL n.º 10/2011, de 20 de Janeiro
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
ÓRGÃOS DE SOBERANIA
14
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Tribunais Art.º 210.º da CRP
O Supremo Tribunal de Justiça é o órgão superior da hierarquia
dos tribunais judiciais
Os tribunais de primeira instância são, em regra, os tribunais
de comarca
Os tribunais de segunda instância são, em regra, os tribunais
da Relação
n.º 1 do art.º 211.º da CRP
Os tribunais judiciais são os tribunais comuns em matéria cível e criminal e
exercem jurisdição em todas as áreas não atribuídas a outras ordens judiciais.
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
ÓRGÃOS DE SOBERANIA
15
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Tribunais Art.º 212.º da CRP
Tribunais administrativos e fiscais
• O Supremo Tribunal Administrativo é o órgão superior da
hierarquia dos tribunais administrativos e fiscais
• Compete aos tribunais administrativos e fiscais o julgamento
das acções e recursos contenciosos que tenham por objecto dirimir
os litígios emergentes das relações jurídicas administrativas
e fiscais
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
16
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
ÓRGÃOS DE SOBERANIA
17
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Tribunais
Art.º 214.º da CRP
Tribunal de Contas
É o órgão supremo de fiscalização da legalidade das despesas
públicas e de julgamento das contas que a lei mandar submeter-
lhe, competindo-lhe, nomeadamente:
• Dar parecer sobre a Conta Geral do Estado, incluindo a da
segurança social;
• Efectivar a responsabilidade por infracções financeiras, nos
termos da lei;
• Exercer as demais competências que lhe forem atribuídas por
lei.
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
O PODER TRIBUTÁRIO
18
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
É a atribuição legalmente conferida ao Estado ou a outros entes
de direito público, em regra, com carácter de exclusividade, para
criar, aumentar, diminuir ou extinguir tributos, de forma a
arrecadar recursos financeiros para a consecução das suas
atribuições.
É a repartição do poder de tributar, constitucionalmente
atribuído aos diversos entes públicos, de modo que cada um
tenha o poder de instituir e arrecadar os tributos de sua
exclusiva responsabilidade.
Envolve o poder de fiscalizar e cobrar tributos e o de legislar.
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
PODER TRIBUTÁRIO
19
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Do Estado Central ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
al. i) do n.º 1 do Art.º 165.º da CRP
(reserva relativa de competência)
Criação de impostos e sistema fiscal e regime geral das
taxas e demais contribuições
financeiras a favor das entidades públicas
GOVERNO
Mediante autorização legislativa da AR – al.a) do
n.º 1 do Art.º 198º da CRP
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
PODER TRIBUTÁRIO
20
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Das Regiões Autónomas
REGIÕES AUTÓNOMAS
al. i) do n.º 1 do Art.º 227.º da CRP
Exercer poder tributário próprio, nos termos da lei, bem como
adaptar o sistema fiscal nacional às especificidades regionais,
nos termos de lei-quadro da Assembleia da República
Nos termos dos estatutos e da lei de finanças das regiões autónomas, as regiões podem dispor
das receitas fiscais nelas cobradas ou geradas, bem como de uma participação nas receitas tributárias
do Estado, estabelecida de acordo com um princípio que assegure a efectiva solidariedade nacional, e
de outras receitas que lhes sejam atribuídas e afectá-las às suas despesas.
Lei das Finanças das Regiões
Autónomas • Lei Orgânica n.º 2/2013,de 2
de Setembro
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Receitas Regionais
Receitas Fiscais
Art.ºs 23.º a 32.º
Outras receitas
Art.ºs 33.º a 36.º
PODER TRIBUTÁRIO
21
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Das Autarquias Locais
As autarquias locais podem dispor de poderes tributários, nos
casos e nos termos previstos na lei.
AUTARQUIAS LOCAIS
n.º 4 do Art.º 238.º da CRP
As autarquias locais têm património e finanças próprios.
O regime das finanças locais será estabelecido por lei e visará a justa repartição dos
recursos públicos pelo Estado e pelas autarquias e a necessária correcção de
desigualdades entre autarquias do mesmo grau.
As receitas próprias das autarquias locais incluem obrigatoriamente as provenientes da
gestão do seu património e as cobradas pela utilização dos seus serviços.
Regime financeiro das autarquias locais e das
entidades intermunicipais
Lei n.º 73/2013, de 3 de Setembro
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
PODER TRIBUTÁRIO
22
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Das Autarquias Locais
Regime financeiro das autarquias locais e das
entidades intermunicipais
Lei n.º 73/2013, de 3 de Setembro
Artigo 15.º da Lei n.º 73/2013
Poderes tributários
Os municípios dispõem de poderes tributários
relativamente a impostos e outros tributos a
cuja receita tenham direito
Receitas dos municípios
Artigo 14.º - Receitas municipais
Artigo 16.º - Isenções e benefícios
fiscais
Artigo 17.º - Liquidação e
cobrança dos impostos
Artigo 18.º - Derrama
Artigo 19.º - Informação a transmitir
pela Autoridade Tributária e Aduaneira
Artigo 20.º - Taxas dos municípios
Artigo 21.º - Preços Artigo 24.º - Taxas das freguesias As freguesias podem criar taxas nos termos do
regime geral das taxas das autarquias locais. Artigo 23.º - Receitas das freguesias
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
AS FONTES DE DIREITO
23
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
As fontes de direito são as formas de expressão do direito positivo,
sendo caracterizadas como meios de exteriorização e reconhecimento
das normas jurídicas.
A expressão fonte do direito ainda pode ser entendida como
(i) a origem ou causa do direito ou
(ii) repositório de onde é possível extrair informações e o
próprio conhecimento sobre o direito.
Sentido político: órgãos de onde emanam as normas jurídicas
Sentido técnico-jurídico ou formal: modos de formação e de revelação das
normas jurídicas
Sentido material: textos ou diplomas que contêm normas jurídicas
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
FONTES DE DIREITO
24
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Constituição – Nela estão consagrados os princípios constitucionais de tributação, ou seja, o
legislador ao criar as normas jurídicas de direito fiscal a eles lhe deve obediência.
Principio da legalidade tributária :
Princípios da Preeminência da lei - Os impostos só podem ser criados por lei.
Princípio de reserva de lei – A lei criadora dos impostos deve emanar necessariamente de um
órgão com competência legislativa.
Reserva de lei formal
Reserva de lei material.
Principio da segurança jurídica:
Permite aos cidadãos tomarem as suas decisões com a possibilidade de previsão das consequências que
delas resultam. Impõe-se ao legislador, limitando-o na elaboração de normas retroactivas
(desfavoráveis), e na revogabilidade das leis fiscais (favoráveis).
Principio da igualdade tributária:
Tributar de forma desigual o que não é igual
A proibição de discriminação entre contribuintes casados e solteiros:
Principio do Estado Social
AS FONTES DE DIREITO
25
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Jurisprudência
A orientação geral seguida pelos tribunais nos
diversos casos concretos da vida social
O conjunto das decisões dos tribunais sobre os
litígios que lhe são submetidos
• Despacho
• Sentença
• Acórdão Doutrina
Compreende as opiniões ou pareceres dos
jurisconsultos sobre a regulamentação adequada
das diversas relações sociais, que pode atingir
uma relevância tanto maior, quanto maior for o
mérito reconhecido dos autores.
Tratado, Convenção
Acordo de vontades, em forma
escrita, entre sujeitos de Direito
internacional, agindo nessa
qualidade, de que resulta a
produção
LEI
• Constitucionais: as que se
encontram contidas na Constituição
• Ordinárias: são todas as restantes
leis e podem agrupar-se em
leis ou normas ordinárias reforçadas
leis ou normas ordinárias comuns
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
AS FONTES DE DIREITO
26
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
A lei constitucional ocupa um lugar de particular relevo na hierarquia
das fontes de Direito em geral.
No campo do Direito Tributário, para além da sua função comum de
supremacia relativamente à lei ordinária, tem ainda a definir a zona
reservada à lei em sentido formal, em obediência ao princípio da
legalidade do imposto. Assim, na Constituição, o princípio da
legalidade do imposto, conjugado com o da anualidade, reflecte-se nos
preceitos contidos nos art.ºs 103.º, n.º 2, 104.º, 165.º, n.º 1, al) i.
Também poderá entender-se que o princípio da igualdade fiscal tem
acolhimento na Constituição, através do art.º 13.º e do art.º 104.º, n.º 1.
Lei Constitucional
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
AS FONTES DO DIREITO
27
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
O princípio da legalidade não é exclusivo do Direito Fiscal, mas apresenta à face deste um significado
mais rigoroso e exigente.
Com efeito, o princípio da legalidade desdobra-se em dois aspectos: o da preeminência da lei e o da
reserva da lei.
Quanto à preeminência da lei, ele domina toda a ordem jurídica, se algum modo excluir o Direito
Privado, não obstante o princípio da autonomia da vontade.
Em qualquer sector do Direito, só se pode agir validamente em subordinação à lei, aceitando a sua
preeminência. Mesmo quando as partes interessadas decidem, preferem, optam livremente, de harmonia
com a sua vontade, fazem-no na medida em que a lei ou o costume com relevância de lei assim o admite.
Quanto à reserva de lei, trata-se de um aspecto menos amplo e menos extenso; mas mesmo assim,
atinge sectores do Direito Privado, designadamente os institutos respeitantes ao estado e á capacidade
das pessoas (art.º 165.º, n.º 1, al. a) da CRP).
Este mesmo aspecto de reserva de lei ganha particular relevo no campo do Direito Fiscal, porquanto os
impostos só podem ser criados e estruturados por lei.
E trata-se de uma reserva de lei em sentido formal, posto que a lei criadora dos impostos deve provir de
um órgão com competência legislativa normal (art.ºs 103.º, 165.º, n.º 1, al. i) da CRP).
Lei ordinária formal
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
AS FONTES DE DIREITO
28
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
O Governo pode legislar, através de decretos-lei, sobre outras matérias
tributárias, alheias àquela zona reservada.
E mesmo sobre as matérias pela Constituição reservadas à lei formal, poderá o
Governo legislar, também através de decretos-lei, na base de autorizações
legislativas. Em tal caso, a Assembleia da República limita-se a “definir o objecto,
o sentido, a extensão e a duração da autorização”. Baseado nessa definição, já o
Governo poderá criar o imposto na mesma definição indicado, e formular as
respectivas normas de incidência, incluindo as que fixem taxas e estabelecem
benefícios fiscais, assim como legislar sobre garantias dos contribuintes.
Decreto-lei
Os impostos são criados por lei, que determina a incidência, a taxa, os
benefícios fiscais e as garantias dos contribuintes.
n.º 2 do art.º 103.º doa CRP
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
AS FONTES DE DIREITO
29
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Regulamento
Relativamente às matérias reservadas á lei pelo art.º 103.º CRP, só parecem admissíveis
regulamentos complementares, ou de execução. Em tais matérias não serão admissíveis
regulamentos autónomos, ou independentes.
Poderá causar estranheza a afirmação de que os regulamentos complementares contenham
normas sobre matérias reservadas à lei pelo art.º 103.º CRP.
É corrente que em decretos regulamentares se incluam normas de incidência, se fixem taxas
tributárias, se definam benefícios fiscais e garantias dos contribuintes.
Ordens internas da administração (despachos, instruções e circulares)
O carácter geral e abstracto dos chamados “despachos genéricos”, das instruções e circulares,
emanados de diversas entidades sobre matérias tributáveis, tem levado, por vezes, a considerar a
questão de saber se tais “resoluções meramente administrativas”, pois essa é a sua natureza, serão
fontes de Direito Fiscal. Não parece que o sejam porquanto a força vinculativa de tais diplomas se
acha circunscrita a um sector da ordem administrativa. E essa mesma força vinculativa resulta tão-
somente da autoridade hierárquica dos agentes onde provêm, e dos deveres de acatamento dos
subordinados as quais se dirigem.
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
FONTES DE DIREITO
30
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
À face do entendimento para o qual os destinatários das normas internacionais são os
Estados e não os indivíduos, não faria sentido a inclusão das normas internacionais entre
as fontes de Direito Fiscal.
De harmonia com o art.º 8.º CRP, “as normas e os princípios de Direito Internacional Geral
ou Comum fazem parte integrante do Direito português”; e “as normas constantes de
convenções internacionais regularmente ratificadas ou aprovadas vigoram na ordem
interna”, assim como, mesmo sem ratificação ou aprovação, as normas emanadas de
organizações internacionais de que Portugal faça parte e cujos tratados constitucionais
vinculam, pois, directamente os particulares; e quanto às normas de carácter geral ou
comum sem qualquer limitação ou resguardo, ao nível da legislação constitucional
portuguesa, e prevalecendo, por isso, sobre leis ordinárias do Direito Interno.
Normas internacionais
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Entre essas normas internacionais contam-se algumas de natureza tributária, pelo
que não poderá oferecer dúvidas, na actualidade, a inclusão das normas
internacionais entre as fontes de Direito Fiscal.
FONTES DE DIREITO
31
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Categorias de normas fiscais
• Normas de soberania fiscal: são as que definem o poder de tributar, separando a esfera patrimonial da comunidade
política e as esferas patrimoniais dos particulares, determinando até onde, dentro dos quais limites, podem
desenvolver-se as exigências do poder político quanto aos sacrifícios patrimoniais daqueles que se situam na sua
esfera de domínio político-económico. Os quadros dentro dos quais se situam os poderes tributários do Estado são
delimitados por normas de soberania fiscal.
• Normas de incidência: definem o plano de incidência, ou seja, o complexo de pressupostos de cuja conjugação
resulta o nascimento da obrigação de imposto, assim como os elementos da mesma obrigação. Determinam quem é o
sujeito activo da obrigação de imposto, quem são em abstracto, os sujeitos passivos da mesma obrigação, qual a
matéria colectável, isto é, a riqueza, os valores económicos sobre que recai a tributação, qual a taxa do imposto, quota
ou percentagem, calculada sobre aquela matéria colectável para efeitos de fixação da colecta, da prestação tributária a
pagar e qual o facto dinamizante, gerador que, reunindo, pondo em contacto, os pressupostos tributários, permitirá
que nasça, se constitua, uma obrigação de imposto.
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Normas de lançamento: consiste no conjunto de actos e operações pelos quais os serviços fazendários,
ou os contribuintes, nos casos de auto-lançamento, determinam, em concreto, os elementos da obrigação
de imposto.
Normas de liquidação: operações que consistem na aplicação da taxa de imposto à matéria
colectável, para determinação da colecta, do quantitativo da prestação tributária.
FONTES DE DIREITO
32
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Categorias de normas fiscais
• Normas de cobrança ou de pagamento: conforme a operação seja considerada do ponto de vista do
fisco ou do contribuinte, são todas aquelas que disciplinam a cobrança ou pagamento dos impostos.
• Normas de organização de serviços: são nitidamente de índole administrativa, não se podendo
razoavelmente atribuir-lhes natureza diversa daquela que corresponde às normas de organização de
outros quaisquer serviços do Estado.
• Normas de fiscalização: entre estas à a distinguir duas espécies: umas respeitam à fiscalização dos
serviços e essas são nitidamente de natureza administrativa; outras respeitam à fiscalização dos
contribuintes e de terceiros, que se julgue disporem de elementos susceptíveis de possibilitar, ou facilitar,
as operações fiscais orientadas para uma regular percepção dos impostos.
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
• Normas de sanção: destinam-se a penalizar os contribuintes e, por vezes, também terceiros, por
actos cometidos susceptíveis de comprometer as operações de lançamento, de liquidação ou de
cobrança dos impostos, participam da natureza das normas penais, ou seja, punitivas.
• Normas de contencioso: as que se encontram no CPPT.
FONTES DE DIREITO
33
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Fontes escritas
• Direito originário: são todas as normas respeitantes aos tratados, inclusive as suas alterações,
protocolos e anexos;
Direito derivado: fazem parte os regulamentos, directivas, decisões, pareceres e recomendações;
Regulamentos - Acto legislativo por excelência. Tem carácter geral, são obrigatórios e directamente
aplicáveis em todos os Estados-Membros.
Directivas - Vinculam os Estados-Membros destinatários quanto ao resultado a alcançar deixando-
lhes a competência quanto à forma e aos meios. Têm que ser obrigatoriamente
transpostas para o Direito interno de cada Estado.
Decisões - São obrigatórias em todos os seus elementos para os destinatários que designar.
Pareceres - Não têm força vinculativa, pelo que, não constituem só por si os respectivos destinatários
em qualquer obrigação jurídica. Os pareceres e recomendações não sendo actos vinculativos não
carecem de publicação.
Fontes do Direito Comunitário
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
FONTES DE DIREITO
34
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Contratos Fiscais
Artigo 37.º da LGT
1. Caso os benefícios fiscais sejam constituídos por contrato fiscal, a tributação depende
da sua caducidade ou resolução nos termos previstos na lei.
2. A lei pode prever que outros contratos sejam celebrados entre a Administração e o
contribuinte, sempre com respeito pelos princípios da legalidade, da igualdade, da
boa fé e da indisponibilidade do crédito tributário
Artigo 1.º Objecto
O presente decreto-lei aprova um novo Código Fiscal do Investimento e procede à revisão dos
regimes de benefícios fiscais ao investimento produtivo, e respectiva regulamentação, tendo em
vista a promoção da competitividade da economia portuguesa e a manutenção de um contexto fiscal
favorável ao investimento, à criação de emprego e ao reforço dos capitais próprios das empresas.
Decreto-Lei n.º 162/2014, de 31 de Outubro
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
FONTES DE DIREITO
35
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Contratos Fiscais
Artigo 1.º Objecto
1. O Código Fiscal do Investimento, doravante designado por Código, estabelece:
a) O regime de benefícios fiscais contratuais ao investimento produtivo;
b) O Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI);
c) O sistema de incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento empresarial II (SIFIDE
II); e
d) O regime de dedução por lucros retidos e reinvestidos (DLRR).
2. O regime de benefícios fiscais contratuais ao investimento produtivo e o RFAI constituem regimes de
auxílios com finalidade regional aprovados nos termos do Regulamento (UE) n.º 651/2014 da Comissão,
de 16 de Junho de 2014, que declara certas categorias de auxílio compatíveis com o mercado interno,
em aplicação dos artigos 107.º e 108.º do Tratado, publicado no Jornal Oficial da União Europeia, n.º L
187, de 26 de Junho de 2014 (adiante Regulamento Geral de Isenção por Categoria ou RGIC).
3. O DLRR constitui um regime de incentivos fiscais ao investimento em favor de micro, pequenas e
médias empresas aprovado nos termos do RGIC.
CÓDIGO FISCAL DO INVESTIMENTO
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
36
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
PROCESSO LEGISLATIVO
FONTES DE DIREITO
37
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
1. São actos legislativos as leis, os decretos-leis e os decretos legislativos
regionais.
2. As leis e os decretos-leis têm igual valor, sem prejuízo da subordinação às
correspondentes leis dos decretos-leis publicados no uso de autorização legislativa
e dos que desenvolvam as bases gerais dos regimes jurídicos.
3. Têm valor reforçado, além das leis orgânicas, as leis que carecem de aprovação por
maioria de dois terços, bem como aquelas que, por força da Constituição, sejam
pressuposto normativo necessário de outras leis ou que por outras devam ser
respeitadas.
4. Os decretos legislativos têm âmbito regional e versam sobre matérias enunciadas no
estatuto político-administrativo da respectiva região autónoma que não estejam
reservadas aos órgãos de soberania, sem prejuízo do disposto nas alíneas b) e c) do n.º
1 do artigo 227.º.
Art.º 112.º da CRP - Actos normativos
FONTES DE DIREITO
38
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Art.º 112.º da CRP - Actos normativos
5. Nenhuma lei pode criar outras categorias de actos legislativos ou conferir a actos
de outra natureza o poder de, com eficácia externa, interpretar, integrar,
modificar, suspender ou revogar qualquer dos seus preceitos.
6. Os regulamentos do Governo revestem a forma de decreto regulamentar quando
tal seja determinado pela lei que regulamentam, bem como no caso de
regulamentos independentes.
7. Os regulamentos devem indicar expressamente as leis que visam
regulamentar ou que definem a competência subjectiva e objectiva para a sua
emissão;
8. A transposição de actos jurídicos da União Europeia para a ordem jurídica interna
assume a forma de lei, decreto-lei ou, nos termos do disposto no n.º 4, decreto
legislativo regional.
FONTES DE DIREITO
39
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Publicação, Identificação e Formulário dos
Diplomas
Lei n.º 74/98, de 11 de Novembro, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 2/2005, de 24
de Janeiro, Lei n.º 26/2006, de 30 de Junho, Lei n.º 42/2007, de 24 de Agosto, e Lei n.º
43/2014, de 11 de Julho
Artigo 1.º - Publicação e registo da distribuição
• A eficácia jurídica dos actos a que se refere a presente lei depende da sua publicação no Diário da
República.
• A data do diploma é a da sua publicação, entendendo-se como tal a data do dia em que o Diário da
República se torna disponível no sítio da Internet gerido pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda, S. A.
Artigo 2.º - Vigência
• Os actos legislativos e os outros actos de conteúdo genérico entram em vigor no dia neles
fixado, não podendo, em caso algum, o início da vigência verificar-se no próprio dia da publicação.
• Na falta de fixação do dia, os diplomas referidos no número anterior entram em vigor, em todo o
território nacional e no estrangeiro, no 5.º dia após a publicação.
• O prazo referido no n.º 2 deste artigo conta-se a partir do dia imediato ao da sua
disponibilização no sítio da Internet gerido pela INCM.
DIREITO TRIBUTÁRIO
40
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
É o ramo do direito que se ocupa das relações entre o fisco e as pessoas sujeitas a
obrigações tributárias de qualquer espécie.
É a disciplina jurídica dos tributos.
Conceito de Direito Tributário
É obrigacional; é a relação jurídica entre um sujeito activo (fisco) e um
sujeito passivo (contribuinte ou responsável), envolvendo uma prestação
(tributo).
Natureza jurídica do Direito Tributário
Regular as relações fisco-contribuinte; regular o poder de tributar do Estado
Objecto do Direito Tributário
Fisco: É a denominação dada ao Estado enquanto desenvolve actividade de tributação.
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
AS REGRAS DE INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS TRIBUTÁRIAS
41
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Artigo 11.º da LGT
1. Na determinação do sentido das normas fiscais e na qualificação dos
factos a que as mesmas se aplicam são observadas as regras e
princípios gerais de interpretação e aplicação das leis.
2. Sempre que, nas normas fiscais, se empreguem termos próprios de
outros ramos de direito, devem os mesmos ser interpretados no mesmo
sentido daquele que aí têm, salvo se outro decorrer directamente da lei.
3. Persistindo a dúvida sobre o sentido das normas de incidência a aplicar,
deve atender-se à substância económica dos factos tributários.
4. As lacunas resultantes de normas tributárias abrangidas na reserva de
lei da Assembleia da República não são susceptíveis de
integração analógica.
Interpretação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
AS REGRAS DE INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS TRIBUTÁRIAS
42
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Interpretação in dúbio pro fisco – Na duvida a favor do fisco.
Estando no imposto em causa um interesse público que deve prevalecer sobre o interesse egoístico do
particular, entre duas interpretações possíveis da mesma norma jurídica fiscal, deve optar-se por
aquela que, em concreto, se revele mais favorável à defesa daquele primeiro interesse, em detrimento
deste último. Não foi aceite no nosso ordenamento jurídico.
Interpretação in dúbio contra fisco – Na dúvida a favor do contribuinte
Traduzindo-se sempre o imposto numa agressão ao direito de propriedade dos contribuintes e sendo
este um direito fundamental constitucionalmente consagrado, as restrições ao mesmo devem ser
apenas as estritamente necessárias e legalmente previstas, pelo que, entre duas interpretações
possíveis da mesma norma jurídica fiscal, deve sempre optar-se por aquela que, em concreto, se
revele mais favorável aos interesses do contribuinte.
Não foi aceite no nosso ordenamento jurídico.
A interpretação consiste na fixação do sentido e do alcance das normas que o
legislador quis ao criar a lei.
Tipos de interpretação:
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
AS REGRAS DE INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS TRIBUTÁRIAS
43
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Interpretação económica - Consiste na maximização de receitas
(produzir um numero maior de receitas) para fazer face às
necessidades públicas.
Interpretação funcional - Primeiro há que ver qual a função para qual
esta lei foi criada.
vg. função económica, função social, etc.
Em razão da função para que foi criada a lei fazia-se a interpretação a favor
ou contra o fisco.
Interpretação literal, autêntica ou gramatical - Assenta na
seguinte teoria:
A interpretação das normas de direito fiscal é aquele que resulta do texto da lei.
A interpretação baseia-se na letra da lei.
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
AS REGRAS DE INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS TRIBUTÁRIAS
44
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Interpretação extensiva - resulta da análise entre a letra da lei e os
trabalhos preparatórios que lhe deram lugar. Então dos trabalhos preparatórios pode-
se concluir que a letra da lei ficou aquém do espírito do legislador (mais curta). Como
tal é necessário estender a letra da lei, ou seja, têm de ser igual ao espírito do
legislador.
Interpretação restritiva - A letra da lei ficou além do espírito do legislador.
Então é necessário encurtar-se a letra da lei fazendo-se assim uma interpretação
restritiva
Interpretação analógica - Consiste em aplicar a um caso em preço (que
esta a ser decidido) e que não tem lei que se lhe plique, uma lei que foi aplicada
anteriormente a um caso análogo (semelhante, o mesmo conflito de interesses)
decidido anteriormente.
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
AS REGRAS DE INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS TRIBUTÁRIAS
45
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
As normas jurídico-fiscais devem ser interpretadas como quaisquer outras normas
jurídicas, seguindo as regras gerais de interpretação que estão previstas no artigo 11 n.º
1 da LGT.
E o n.º 3 deste artigo diz que após a interpretação, se houverem ainda dúvidas sobre o
sentido e alcance das normas, deve efectuar-se a interpretação com um sentido
económico das mesmas. Parece que o n.º 3 deste artigo nos remete para a interpretação
económica das leis fiscais, no entanto isto não é verdade.
A interpretação das leis fiscais deve obedecer às regras gerais de interpretação do
direito, ou seja, deve efectuar-se:
• A interpretação literal, autentica ou gramatical e / ou a interpretação restritiva
Qual a solução no nosso direito fiscal?
Se o direito versar sobre matéria dos elementos essenciais, então, Não possível o
recurso à analogia
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
AS REGRAS DE INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS TRIBUTÁRIAS
46
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
PRINCIPAIS PRINCÍPIOS
CONCEITO
Legalidade tributária
Todos os elementos essenciais do tributo devem estar
definidos em lei
Anterioridade da lei tributária
(não retroactividade)
Antes do inicio do exercício financeiro, lei tributária e lei
orçamentária devem estar em vigência
Definição legal do facto
gerador
Deve ser interpretada com abstracção da validade jurídica dos
actos efectivamente praticados pelo contribuinte, bem como
da natureza do seu objecto ou dos seus efeitos
Responsabilidade Tributária
A responsabilidade pelo pagamento de tributos, não pode ser
oposta à Fazenda Pública para alterar a definição legal do
sujeito passivo tributário
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
AS REGRAS DE INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS TRIBUTÁRIAS
47
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
NORMAS JURÍDICAS TRIBUTÁRIAS
48
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NORMAS DE INCIDÊNCIA
INCIDÊNCIA REAL OU
OBJECTIVA
Definem a realidade do imposto, ou
seja, o que está sujeito a imposto
INCIDÊNCIA PESSOAL OU
SUBJECTIVA
Definem quem é que está sujeito a
imposto
O facto tributário ou o facto gerador do imposto ocorre quando se verificam
cumulativamente os pressupostos da incidência real e os pressupostos da incidência
pessoal.
Princípio da tipicidade
tributária
Normas de delimitação negativa
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
NORMAS JURÍDICAS TRIBUTÁRIAS
49
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
ESTRUTURA DA CODIFICAÇÃO TRIBUTÁRIA
NORMAS DE INCIDÊNCIA
ISENÇÕES
DETERMINAÇÃO DA MATÉRIA TRIBUTÁVEL
TAXAS
LIQUIDAÇÃO
PAGAMENTO
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS E FISCALIZAÇÃO
GARANTIAS DOS CONTRIBUINTES
DISPOSIÇÕES FINAIS
NORMAS
SANCIONATÓRIAS
RGIT
RELAÇÃO JURÍDUICA TRIBUTÁRIA
50
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
RELAÇÃO JURÍDUICA TRIBUTÁRIA
51
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
• Os Sujeitos
• O Objecto
• O Facto Jurídico
• A Garantia
Elementos da Relação Jurídica Tributária:
O Sujeito Activo
Tem a titularidade activa da relação jurídica
tributária, que em sentido amplo comporta
diversas situações:
• O poder tributário
• A competência tributária
• A capacidade tributária activa
• A titularidade da receita fiscal O Sujeito Passivo
• Contribuinte
O sujeito activo da relação tributária é a
entidade de direito público titular do direito
de exigir o cumprimento das obrigações
tributárias, quer directamente quer através de
representante - n.º do art.º 18.º da LGT
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Devedor do imposto
Repercussão
Substituição tributária
RELAÇÃO JURÍDUICA TRIBUTÁRIA
52
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Contribuinte - É a pessoa (singular ou colectiva) relativamente à qual se verifica o
facto tributário, os pressuposto legais (o facto gerador) do imposto.
É o titular das manifestações da capacidade contributiva que a lei tem em vista
atingir e que deve suportar o ónus patrimonial que o imposto acarreta.
Contribuinte de direito - é o contribuinte em relação ao qual se verifica
o pressuposto de facto do imposto.
Contribuinte de facto - (Paga mas o imposto não é dele) O contribuinte que em
virtude da repercussão do imposto suporta economicamente o imposto. A repercussão
é a regra dos impostos sobre o consumo. Vg. o art.º 3.º n.º 1 (imposto do selo), o art.º 18
n.º 4 da LGT fala em repercussão legal.
Devedor de imposto - (Aquele que paga) É o sujeito passivo em sentido restrito
que deve satisfazer perante o credor tributário a obrigação principal do imposto.
Aquele que tem de cumprir a prestação em que o imposto se concretiza.
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
RELAÇÃO JURÍDUICA TRIBUTÁRIA
53
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Objecto
A obrigação tributária é composta por:
• Obrigação ou prestação principal
• Obrigações ou prestações acessórias
Art.º 31.º da LGT
O facto jurídico tributário consiste na verificação, na ocorrência
de factos (rendimento, património, despesa e/ou consumo) que a
verificarem-se são subsumidos (enquadrados) nos códigos fiscais
(normas de incidência). E nasce a obrigação tributária.
FACTO JURIDICO
A relação
jurídica
tributária
constitui-se
com o facto
tributário –
n.º 1 do art.º
36.º da LGT
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
RELAÇÃO JURÍDUICA TRIBUTÁRIA
54
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Garantias do sujeito activo (credor tributário): (art.50 nº1 LGT)
• Garantia geral – consiste no património do devedor tributário.
• Garantias especiais:
Privilégios creditórios
Penhor e a Hipoteca
Direito de retenção
Prestação de caução
GARANTIA
A garantia verifica-se quanto ao sujeito activo (credor tributário) e também quanto ao
sujeito passivo (contribuintes)
Garantias a favor do sujeito passivo (contribuinte)
As garantias do contribuinte são de dois tipos:
• Meios não impugnatórios
• Meios impugnatórios
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
RELAÇÃO JURÍDUICA TRIBUTÁRIA
55
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Transmissão da obrigação tributária
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Os créditos tributários não são susceptíveis de cessão a terceiros,
salvo nos casos previstos na lei.
As obrigações tributárias originárias e subsidiárias
transmitem-se, mesmo que não tenham sido ainda liquidadas, em
caso de sucessão universal por morte, sem prejuízo do benefício
do inventário.
As obrigações tributárias não são susceptíveis de
transmissão inter vivos, salvo nos casos previstos na lei.
RELAÇÃO JURÍDUICA TRIBUTÁRIA
56
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Modificação da obrigação tributária
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Sub-rogação
Responsabilidade
Subsidiária
Alteração subjectiva
Sujeito activo
Sujeito passivo
RELAÇÃO JURÍDUICA TRIBUTÁRIA
57
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
A forma normal é pela via do cumprimento
• Pagamento voluntário
• Cobrança Coerciva (art.º 40.º LGT e 84.º e segs. CPPT)
• Pagamento em prestações – (art. 29.º e segs. do Decreto-Lei n.º 492/88, de 30.12 e
art.º 196.º e segs. do CPPT).
• Prescrição (art.º 48.º e 49.º da LGT)
• Dação em Cumprimento ou Pagamento (art.º 40.º da LGT e art.ºs 87.º e 201.º do
CPPT
• Compensação. (art. 40.º da LGT e art.ºs 89.º e segs. do CPPT).
• Confusão – a confusão verifica-se quando na mesma pessoa se reúne a qualidade de
sujeito activo e sujeito passivo (credor e devedor da dívida)
Formas de extinção da obrigação jurídica tributária
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
FINS DO SISTEMA FISCAL
58
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
O sistema fiscal visa a satisfação das necessidades financeiras do
Estado e outras entidades públicas e uma repartição justa dos rendimentos e
da riqueza.
Artigo 103.º da CRP - Sistema fiscal
1. O sistema fiscal visa a satisfação das necessidades financeiras do Estado e outras
entidades públicas e uma repartição justa dos rendimentos e da riqueza.
2. Os impostos são criados por lei, que determina a incidência, a taxa, os
benefícios fiscais e as garantias dos contribuintes.
3. Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam sido criados nos
termos da Constituição, que tenham natureza retroactiva ou cuja liquidação e
cobrança se não façam nos termos da lei.
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
FINS DO SISTEMA FISCAL
59
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
JUSTIÇA - De modo a assegurar a igualdade perante o imposto
CERTEZA - De forma a eliminar o arbítrio no lançamento do imposto
SIMPLICIDADE - Tendo em vista simplificar as obrigações a cumprir pelos
contribuintes (Custos de Administração/Custos de cumprimento)
ECONOMIA - Com o objectivo de obter as maiores receitas possíveis com o menor
custo
EQUIDADE - Exige que o impostos sejam estabelecidos de uma forma justa (critério
da capacidade contributiva)
A EQUIDADE tem duas dimensões: Horizontal e Vertical
A equidade horizontal impõe que se tributem de forma idêntica as pessoas que têm igual
capacidade contributiva
A equidade vertical exige que as pessoas que têm diferente capacidade sejam tributadas de forma
desigual.
O princípio da equidade tem sido considerado como prioritário na hierarquia dos requisitos a
satisfazer pelos impostos.
Este princípio está enunciado nos art.ºs 103.º e 104.º da CRP
Princípios Fundamentais do Sistema Fiscal
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
FINS DO SISTEMA FISCAL
60
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
O conceito de sistema fiscal é tradicionalmente usado para
designar o conjunto de impostos existentes num certo espaço,
reportando-se, sobretudo, ao domínio normativo, ou seja à
legislação fiscal existente.
Podem distinguir-se quatro domínios complementares de análise
de um sistema fiscal:
• normativo,
• económico,
• organizacional
• psicossociológico.
Noção de sistema Fiscal
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
FINS DO SISTEMA FISCAL
61
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Domínio normativo: É constituído pela legislação que regula as matérias
relacionadas com o imposto, constituindo um subsistema do sistema legislativo mais geral.
Embora se aceita hoje com uma certa que o direito fiscal se integra no direito público, é-lhe
reconhecida uma certa especificidade – que para grande parte dos autores se traduz mesmo na sua
autonomia – mas são profundas as suas relações com outros ramos de direito: o direito civil, o
direito comercial, o direito administrativo, o direito penal, etc.
Domínio económico: Estuda as relações entre o sistema fiscal (e cada um dos
impostos que o integram) e o sistema económico, as quais se estabelecem nos dois sentidos: os
impostos dão influenciados pela realidade económica a que se aplicam, mas são também
instrumento de intervenção sobre essa mesma realidade.
A base do imposto tem sempre como suporte uma realidade económica, que a lei recorta na base de
incidência, e por essa forma são transferidos recursos dos particulares para os entes públicos.
Noção de sistema Fiscal
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
FINS DO SISTEMA FISCAL
62
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Noção de sistema Fiscal
Aspecto organizacional: É constituído pelos serviços centrais ou periféricos
(regionais ou locais) encarregados de administrar os impostos, que estão eles próprios
inseridos num sistema mais vasto – o da administração pública.
O aspecto organizacional comporta igualmente a análise da estrutura e
funcionamento dos tribunais tributários, que estão inseridos num outro sistema – o
sistema judicial.
Domínio psicossociológico: Assume cada vez maior importância, dele
dependendo, em grande medida, a aceitação do sistema fiscal pelos sujeitos passivos
sobre que incide.
O estudo dos impostos deve tomar em conta os factores sócio-psicológicos que
determinam o comportamento dos indivíduos e dos grupos de pressão, de modo a ter
em conta as reacções que são suscitadas e as interacções que se estabelecem entre
aqueles e os subsistemas normativo e organizacional.
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
FINS DO SISTEMA FISCAL
63
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Além da grande importância no financiamento das despesas públicas, os impostos são também muito
importantes na prossecução de outras finalidades, a que a doutrina chama de finalidades extrafiscais.
São algumas dessas finalidades:
• Redistribuição da riqueza
• Estabilização macro-económica
• Influência na afectação de recursos
Nos termos da al. b) do Art.º 81º da CRP constitui uma incumbência prioritária do Estado as
“correcções das desigualdades na distribuição da riqueza e do rendimento, nomeadamente através da
política fiscal”.
Os particulares (pessoas singulares ou pessoas colectivas) com maior capacidade económica devem
contribuir mais do que os de menor capacidade para o financiamento dos bens públicos ao dispor de
todos e para a concessão de subsídios aos de baixo ou nenhum rendimento.
A função redistributiva do imposto também poderá ser exercida através da concessão de benefícios
fiscais a contribuintes com menores níveis de riqueza.
FINALIDADES EXTRAS FISCAIS DOS IMPOSTOS
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
FINS DO SISTEMA FISCAL
64
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Os impostos também podem ser utilizados como um instumento de
estabilização macro-económica, orientado para o combate ao
desemprego ou à estagnação económica, bem como para o controlo da
infracção e para o equilíbrio da balança de pagamento, através da
variação dos impostos para estimular ou refrear o consumo ou o
investimento.
Esta estabilização pode ter de verificar: num contexto de depressão
económica ou de elevado desemprego.
Num contexto de inflação
FINALIDADE EXTRAFISCAL – ESTABILIZAÇÃO MACRO ECONÓMICA
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
FINS DO SISTEMA FISCAL
65
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
Através dos impostos o Estado condiciona o modo como os indivíduos e empresas
afectam os seus recursos.
Para além dos objectivos de arrecadação de receitas, redistribuição e de
estabilização macro-económica, o Estado visa prosseguir outros objectivos,
integrados no quadro da sua escolha política, nomeadamente de emprego, de
poupança das famílias, de apoio social, de desenvolvimento regional, de
competitividade empresarial, de saúde, de protecção do ambiente ou de promoção
da cultura.
Estes objectivos podem prosseguir-se beneficiando ou onerando determinados
comportamentos dos particulares.
Quando pretende incentivar um comportamento, com o fundamento de que há um
interesse público superior ao da tributação, o Estado estabelece benefícios fiscais.
FINALIDADE EXTRAFISCAL: Influência na afectação dos recursos
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
A ESTRUTURA DO SISTEMA FISCAL/TRIBUTÁRIO
66
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
1. O imposto sobre o rendimento pessoal visa a diminuição das
desigualdades e será único e progressivo, tendo em conta as
necessidades e os rendimentos do agregado familiar.
2. A tributação das empresas incide fundamentalmente sobre o seu
rendimento real.
3. A tributação do património deve contribuir para a igualdade entre os
cidadãos.
4. A tributação do consumo visa adaptar a estrutura do consumo à
evolução das necessidades do desenvolvimento económico e da justiça
social, devendo onerar os consumos de luxo.
Artigo 104.º da CRP - Impostos
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
A CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS
67
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
• Impostos – tributos unilaterais
• Taxas – tributos bilaterais (recebe uma contrapartida quando efectua o seu
respectivo pagamento).
• Contribuições especiais: (enquadram-se nos impostos)
Para maior despesa: exemplo: impostos de circulação e camionagem (na estrada um camião gasta
mais do que uma pessoa a pé). De melhoria: exemplo: licenças de construção.
• Tributos Especiais:
Tarifas/Preços Públicos: (Fazem parte do grupo das taxas) São valores a pagar por cada um de nós
ou pelas empresas quando recebem um serviço da entidade colaboradora destas taxas. Exemplo:
passe social, tarifas pagas na drenagem de água, resíduos, tratamento de lixo, tarifas dos contadores
da luz.
TIPOS DE TRIBUTOS
• Receitas Parafiscais: (Fazem parte do grupo dos impostos)
Aqueles valores que se pagam aos organismos de coordenação económica. Exemplo: Para licenciar
uma indústria é necessário um parecer do ministério da indústria.
A mais conhecida destas prestações é a “Taxa Social Única” – contribuição para o regime de
Segurança Social
A CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS
68
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
IMPOSTO É uma prestação pecuniária unilateral,
definitiva e coactiva, fixada por lei e
exigida às pessoas com capacidade
contributiva, a favor de entidades que
desenvolvem ou exercem funções públicas.
Tem em vista à satisfação de necessidades
colectivas e que não tem carácter de
sanção de acto ilícito
Elemento objectivo: É uma
prestação. Esta prestação tem
determinadas características, a
saber:
Pecuniária - Entrega de dinheiro.
Unilateral - Sem
contraprestação imediata e
individualizada.
Definitiva - Não dá direito a
reembolso.
Coactiva - Imposta por lei.
Elemento Teleológico: destina-se à realização de finalidades públicas
Elemento Subjectivo: exigido a
detentores de capacidade contributiva, a favor
de entidades que exercem funções públicas
A CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS
69
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
TAXA Taxa ≠ Taxa do imposto – É a percentagem que
vai incidir sobre a matéria colectável
Tem todas as características do imposto excepto a unilateralidade, ou
seja, a taxa é bilateral.
Relação obrigacional bilateral ou sinalagmática
Obrigação do credor da taxa:
• A prestação concreta de um serviço público
• A permissão de utilização de bens do domínio público
• A remoção de um obstáculo legal a um comportamento dos
particulares
A CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS
70
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Tem todas as características do imposto, com
excepção do que toca ao carácter sancionatório.
A Coima/Multa é uma sanção.
COIMA /MULTA
MOMENTOS DA VIDA
DO MPOSTO
1ª Fase → Fase da criação e do estabelecimento das regras da incidência
do imposto.
• Incidência
2ª Fase → Fase da aplicação, administração e gestão do imposto.
• Lançamento
• Liquidação
• Cobrança
A CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS
71
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
LIQUIDAÇÃO → Determinação/apuramento do montante do imposto a
pagar ou a receber.
Liquidação administrativa: Efectuada pelosa serviços da AT
AUTO-LIQUIDAÇÃO → O apuramento do imposto é da responsabilidade
do próprio contribuinte (sujeito passivo)
Liquidação normal – Quando a liquidação se faz dentro dos prazos estabelecidos nos códigos
fiscais
Liquidação adicional – Dá-se quando a liquidação normal é efectuada por um valor inferior.
O imposto apurado na liquidação normal foi menor do que o que devia ser.
Anulação da Liquidação – Quando a liquidação normal tem um erro no apuramento para
valores superiores.
Reforma da liquidação – Quando a liquidação do imposto está completamente errada. Logo
é necessário reformar a liquidação, cabendo à administração fiscal fazê-lo.
A CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS
72
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Cobrança Voluntária: Pagamento realizado nos prazos fixados nas leis
e nos Códigos tributários
Cobrança Coerciva: Efectuada através de processo de execução fiscal.
É da iniciativa Administração Tributária.
TIPOS DE COBRANÇA
TIPOS DE JUROS
Juros compensatórios → Art.º 35.º da LGT
Juros de mora → Art.º 44.º da LGT
Juros indemnizatórios → Art.º 35.º
da LGT
A FAVOR DO
CREDOR
TRIBUTÁRIO
A FAVOR DO
CONTRIBUINTE
A CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS
73
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
CADUCIDADE
Prazo que o sujeito activo da relação jurídica
tributária tem para exercer o direito à
liquidação do tributo.
A liquidação em sentido amplo e não em
sentido restrito, porquanto, o que está em
causa é apurar o valor do imposto a pagar
pelo contribuinte, tendo este de ser, no prazo
de caducidade, validamente notificado.
O prazo geral de
caducidade é de 4 anos.
Art.º 45.º da LGT
PRESCRIÇÃO
Art.º 48.º da LGT
O prazo geral de
prescrição é de 8 anos.
Prazo que o sujeito activo da relação
jurídica tributária tem para exercer o
direito à cobrança do tributo.
A CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA E ECONÓMICA DOS TRIBUTOS
74
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Critério do lançamento administrativo – Processo administrativo, acto administrativo de
lançamento e liquidação do imposto.
Imposto directo – Se o imposto tem este lançamento administrativo
Imposto indirecto – Se o imposto não tem este lançamento administrativo
Critério do rol normativo – Dá-se quando a administração tributária tem uma relação dos
contribuintes daquele imposto
Imposto directo – Se o imposto, na fase de lançamento se baseia na existência duma lista ou rol
normativo dos contribuintes.
Imposto indirecto – Se o imposto, na fase de lançamento não se baseia na existência duma lista
ou rol normativo dos contribuintes.
Critério do tipo de relação jurídica base de imposto
Imposto directo – Se o imposto é resultado de situações estáveis que se prolongam no tempo,
mantendo-se ano após ano.
Imposto indirecto – Se o imposto é desencadeado por um facto ou acto isolado, sem continuidade
ou de carácter instantâneo.
Pelo Critério Jurídico Impostos Directos / Impostos Indirectos
A CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA E ECONÓMICA DOS TRIBUTOS
75
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos Directos / Impostos Indirectos Pelo Critério Económico
Critério financeiro – atende ao objecto do imposto
Imposto directo – Se o imposto tributa o rendimento e/ou património
Imposto indirecto – Se o imposto tributa a despesa e/ou consumo
Critério económico propriamente dito
Imposto directo – Se os impostos não constituem custos de produção para o
contribuinte/empresa.
Imposto indirecto – Se os impostos constituem custos de produção para o
contribuinte/empresa.
Critério da repercussão económica
Imposto directo – Se o imposto não repercute ao consumidor
Imposto indirecto – Se o imposto repercute ao consumidor
A CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA E ECONÓMICA DOS TRIBUTOS
76
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos periódicos / Impostos de obrigação única
São impostos que têm por base factos ou situações estáveis, de continuidade, duradouros,
que se sucedem ano após ano e cujo período de tributação é em regra 1 ano, ou seja, o ano
fiscal. Em Portugal o ano fiscal coincide com o ano civil (1 Janeiro de N a 31 Dezembro
de N). Mas pode ser um período diferente do ano civil, por exemplo, o IRC – n.º 9 do art.º
8.º do CIRC
Impostos periódicos
Impostos de obrigação única – Impostos cujos factos que lhe dão origem, esgotam-se
num só momento/acto
Na LGT foi a classificação de Impostos periódicos / Impostos de obrigação única que o
legislador adoptou para determinar o prazo de caducidade e de prescrição – Vd.
Art.ºs 45.º e 48.º da LGT
Impostos de obrigação única
A CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA E ECONÓMICA DOS TRIBUTOS
77
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos Reais / Impostos Pessoais
Quando a matéria colectável ou o lucro tributável é objectivamente determinado
abstraindo-se da situação económica e social do contribuinte.
Impostos Reais
Aqueles que observam as características pessoais do contribuinte quando
determinam/ fixam a matéria tributável ou o lucro tributável.
As características são :
• Atendem ao rendimento global do contribuinte
• Excluem da tributação o mínimo de existência (os rendimentos necessários a
satisfação das necessidades essenciais do contribuinte e da sua família).
• Leva em consideração os encargos com a família, abatendo-os à matéria tributável
ou tendo-os em conta através das deduções à colecta.
• Sujeitam a matéria tributável a uma taxa progressiva.
Impostos Pessoais
A CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA E ECONÓMICA DOS TRIBUTOS
78
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos de Quota Fixa / Impostos Quota Variável
Quota Fixa – Quando o valor a pagar é uma importância fixa para todos os
contribuintes.
Quota Variável – O valor do imposto a pagar varia de contribuinte para contribuinte.
Esta divide-se em:
• Quota variável proporcional – O imposto a pagar varia em função da
matéria tributável na medida em que a taxa é sempre a mesma.
• Quota variável Progressiva – À medida que a matéria tributável aumenta,
aumenta também a taxa de imposto e consequentemente o montante de imposto a pagar.
Quota variável Degressiva – Quando à medida que a matéria tributável
aumenta a taxa de imposto diminui. Não há no nosso ordenamento jurídico nenhum
imposto deste tipo.
A CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA E ECONÓMICA DOS TRIBUTOS
79
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos Estaduais / Impostos não Estaduais
Atende à titularidade da qualidade do sujeito activo do imposto (art.º 18 nº 2 LGT).
O sujeito activo do imposto pode ser:
• O Estado;
• Outros Entes Públicos Territoriais (regiões autónomas, autarquias, o centro regional
segurança social e os organismos de coordenação económica)
Impostos Estaduais – Quando o sujeito activo é o Estado (Administração
Centrar) Exemplo: IRS, IRC, Imposto de Selo, IVA
Impostos não Estaduais – Quando o Sujeito Activo são os outros entes
públicos territoriais.
Exemplo: IMI (Autarquias Locais), IMT, Taxa da Segurança Social (Centro Regional
de Segurança Social)
A CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA E ECONÓMICA DOS TRIBUTOS
80
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos Gerais / Impostos Especiais
Impostos Gerais – Aqueles impostos que se aplicam a toda uma categoria de
situações homogéneas. Estes podem ser:
• Impostos Gerais sobre o Rendimento - Exemplo: IRS, IRC
• Impostos Gerais sobre o Consumo - Exemplo: IVA
Impostos Especiais – Aqueles que são objecto de uma regulamentação
jurídica especial (tem 1 código próprio, especifico)
Exemplo:
• Impostos especiais sobre o consumo (IEC´s)
Exemplo:
• Impostos sobre o tabaco (IT)
• Impostos sobre os produtos petrolíferos (ISP)
• Impostos sobre as bebidas alcoólicas (IABA)
• Impostos sobre os veículos (IUC´s)
A CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA E ECONÓMICA DOS TRIBUTOS
81
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos Principais / Impostos Acessórios
Impostos Principais – quando existem por si, não necessitam de outros para
tributarem os contribuintes. Exemplo: IRS, IRC, IVA,
IMT, IEC,
Impostos Acessórios – quando dependem na sua existência ou nos seus
elementos da previa existência de outros impostos,
seguindo as regras do imposto principal de que depende.
Impostos acessórios de adicionamento – Se incidem sobre a
Matéria Colectável do imposto principal
Impostos acessórios adicionais – Se incidem sobre a colecta do
imposto principal
A CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA E ECONÓMICA DOS TRIBUTOS
82
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos sobre o Rendimento / Impostos sobre o Património / Impostos sobre o Consumo
Impostos sobre o Rendimento – São aqueles que tributam:
• O rendimento produto (rendimento em sentido restrito; aqueles que advêm do
trabalho ou produção) Exemplo: IRS, IRC
• O rendimento acréscimo (rendimento em sentido lato (amplo); engloba
os rendimentos provenientes dos jogos de fortuna ou azar, as mais valias
resultantes de venda dos bens móveis e imóveis e os incrementos patrimoniais
Exemplo: donativos, gratificações e subsídios
Impostos sobre o Património – São aqueles que tributam a titularidade
ou a transmissão de valores pecuniários líquidos (valores activos - valores
passivos), constituindo os mesmos capital produtivo, lucrativo ou bem de consumo
duradouro. Exemplo: IMI, IMT, Imposto do selo sobre as transmissões gratuitas.
Impostos sobre o Consumo – São aqueles que tributam:
• O rendimento ou o património utilizado no consumo.
Exemplo: IVA, IEC, ISP, IT (imposto sobre o tabaco), IABA
A CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA E ECONÓMICA DOS TRIBUTOS
83
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos Fiscais /Impostos Extra Fiscais
Impostos Fiscais – Quando fazem parte do direito fiscal
propriamente dito.
Exemplo: são a grande maioria
Impostos Extra Fiscais – São aqueles que prosseguem
predominantemente objectivos de
natureza económica e social, não
integram o Direito Fiscal, mas sim o
Direito Económico.
A CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA E ECONÓMICA DOS TRIBUTOS
84
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Impostos Ordinários /Impostos Extraordinários
Impostos Ordinários – quando foi consagrada no
Orçamento do Estado (votado uma
vez por ano para vigorar no ano
fiscal seguinte)
Impostos Extraordinários – Quando são criados ou
alterados fora do Orçamento
do Estado, sendo aprovado por
orçamento extraordinário.
A RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
85
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Abrange o Imposto, os juros e acréscimos legais
ORIGINÁRIA
SOLIDÁRIA
SUBSIDIÁRIA
Sujeito passivo da Relação jurídica
Tributária
Quando os pressupostos do facto
tributário se verificam em relação
a mais de uma pessoa
Em caso de fundada insuficiência
de bens patrimoniais do devedor
originário
Art.º 22.º da LGT
A ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA NO CONTEXTO DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
86
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Art.º 266.º da CRP - Princípios fundamentais
Administração Pública
• A Administração Pública visa a prossecução do interesse
público, no respeito pelos direitos e interesses legalmente
protegidos dos cidadãos.
• Os órgãos e agentes administrativos estão subordinados à
Constituição e à lei e devem actuar, no exercício das suas
funções, com respeito pelos princípios da igualdade, da
proporcionalidade, da justiça, da imparcialidade e da
boa-fé.
A ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA NO CONTEXTO DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
87
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
O processamento da actividade administrativa será
objecto de lei especial, que assegurará a
racionalização dos meios a utilizar pelos serviços e a
participação dos cidadãos na formação
das decisões ou deliberações que lhes disserem
respeito.
Administração Pública
Art.º 267.º da CRP -Estrutura da Administração
Decreto-Lei n.º 4/2015, de 7 de Janeiro Novo CPA
A ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA NO CONTEXTO DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
88
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Administração Pública
Art.º 268.º da CRP - Direitos e garantias dos administrados
• Os cidadãos têm o direito de ser informados pela Administração, sempre que o requeiram, sobre o andamento
dos processos em que sejam directamente interessados, bem como o de conhecer as resoluções definitivas que
sobre eles forem tomadas.
• Os cidadãos têm também o direito de acesso aos arquivos e registos administrativos, sem prejuízo do
disposto na lei em matérias relativas à segurança interna e externa, à investigação criminal e à intimidade
das pessoas.
• Os actos administrativos estão sujeitos a notificação aos interessados, na forma prevista na lei, e carecem de
fundamentação expressa e acessível quando afectem direitos ou interesses legalmente protegidos.
• É garantido aos administrados tutela jurisdicional efectiva dos seus direitos ou interesses legalmente
protegidos, incluindo, nomeadamente, o reconhecimento desses direitos ou interesses, a impugnação de
quaisquer actos administrativos que os lesem, independentemente da sua forma, a determinação da
prática de actos administrativos legalmente devidos e a adopção de medidas cautelares adequadas.
O EXERCÍCIO DA ACTIVIDADE TRIBUTÁRIA
89
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
A Relação Jurídica Tributária: SA → FT ← SP
Área da Gestão
Tributária
Área da Inspecção
Tributária e Aduaneira
Área da
Cobrança
Contencioso:
• Administrativo
• Judicial Área da Justiça Tributária e
Aduaneira
Assegurar o controlo
da fronteira externa
da União Europeia e
o licenciamento do
comércio externo dos
produtos tipificados Área Aduaneira
A relevância do combate à fraude e evasão fiscais
90
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
A Inspecção Tributária desempenha um papel fundamental no
combate à fraude e evasão fiscais e aduaneiras, garantindo uma
equitativa aplicação das leis tributárias e promovendo o
cumprimento voluntário das obrigações tributárias.
É vector prioritário da política fiscal o reforço significativo do
combate à fraude e evasão fiscais e aduaneiras, como forma de
garantir uma justa repartição do esforço fiscal e sancionar de
uma forma mais efectiva as situações de incumprimento fiscal.
A intervenção da Inspecção Tributária é fundamental para o
aumento da eficácia e da eficiência da Administração
Tributária e Aduaneira
A relevância do combate à fraude e evasão fiscais
91
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
As cláusulas anti-abuso destinam-se a prevenir e a reprimir as crescentes praticas de
evasão e fraude fiscais.
Exemplo:
• Clausulas especiais anti-abuso - CIRC
• Clausulas geral anti-abuso - art.º 38 nº 2 LGT
CLAUSULAS ANTI-ABUSO
São ineficazes no âmbito tributário os actos ou negócios jurídicos essencial ou
principalmente dirigidos, por meios artificiosos ou fraudulentos e com abuso das formas
jurídicas, à redução, eliminação ou diferimento temporal de impostos que seriam devidos
em resultado de factos, actos ou negócios jurídicos de idêntico fim económico, ou à
obtenção de vantagens fiscais que não seriam alcançadas, total ou parcialmente, sem
utilização desses meios, efectuando-se então a tributação de acordo com as normas
aplicáveis na sua ausência e não se produzindo as vantagens fiscais referidas.
INEFICÁCIA DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
LITIGIOSIDADE TRIBUTÁRIA
92
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Procedimento Tributário
Administrativo
Processo Judicial
Órgãos da Administração
Tributária
• Reclamação graciosa
• Recurso hierárquico
• Pedido de revisão do acto
tributário
• Pedido de revisão da matéria
colectável
Tribunais Tributários
• Impugnação judicial
• Acção Administrativa Judicial
• Oposição judicial, etc.
Duplo grau de decisão
Duplo grau de jurisdição
LITIGIOSIDADE TRIBUTÁRIA
93
Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins DSF - Direcção de Serviços de Formação
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
TRIBUNAIS TRIBUTÁRIOS
TRIBUNAIS JUDICIAIS
Representação dos interesses da
Administração Tributária e Aduaneira
Representante da Fazenda
Pública
Ministério Público
Ministério Público
A defesa da legalidade, a promoção do interesse público
MUITO OBRIGADO
PELA VOSSA ATENÇÃO
94
DSF - Direcção de Serviços de Formação Elaborado por Jesuíno Alcântara Martins
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO