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Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de Santa Catarina | Filiado à CUT e à Condsef Ano 13 | Edição 135 Janeiro - 2012 Média de homicídios no Brasil é superior a de guerras 2012 vai exigir pressão dos movimentos sociais LEIA NESTA EDIÇÃO 24 de janeiro é o Dia do Aposentado O desequilíbrio entre ricos e pobres CDE debate ações para Campanha Salarial 2012 Ministros embolsam megassalários Usamos papel reciclado. Respeitamos a natureza p.3 p.5 p.7 p.8 p.10 p.12 A CONDSEF E SINDICATOS LANÇAM EM FEVEREIRO A CAMPANHA SALARIAL 2012 Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal – Cond- sef – e os sindicatos filiados se reu- niram no dia 20 de janeiro em Brasília, no Conselho Deliberativo de Entidades (CDE). O encontro discutiu a pau- ta de reivindicações dos servidores e apontou um calendário de atividades até março. As propostas serão levadas ao fórum nacional de entidades unidas em torno da Cam- panha Salarial 2012 em defesa dos servidores e serviços públicos. O lançamento da campanha será no dia 15 de fevereiro. Representaram o Sintrafesc na reunião do CDE, em Brasília, a presidenta Maria das Graças Gomes Albert, o secretário Ge- ral Sebastião Ferreira Nunes e o secretá- rio de Finanças Francisco Carlos Nolasco Pereira. Entre as atividades aprovadas pelo CDE está a realização de uma jornada de lutas nos estados entre os dias 13 e 16 de março. Assembleias e atos unificados de- vem marcar essas atividades que vão cul- minar em uma grande marcha a Brasília no dia 28 de março. O objetivo é cobrar resposta do governo para a pauta unifi- cada dos federais e pautas específicas dos setores da base da Condsef. Para fortale- cer ainda mais a luta da categoria, a Con- dsef também propôs à CUT Nacional que divulgue amplamente uma campanha de valorização dos servidores públicos com o mote “Servidor público: Todos precisam. Precisamos de todos. Valorize”. Os servidores também deverão pressio- nar contra os projetos que podem preju- dicar o setor público e lutar em defesa de outras propostas necessárias para evolu- ção do atendimento à população e melho- res condições de trabalho para o funcio- nalismo público federal. Enquanto isso, pelo segundo ano con- secutivo, os gastos com o funcionalismo público federal diminuíram. Em 2009 representavam 4,76% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de tudo o que o país produz. Em 2010 caiu para 4,55. O per- centual de 2011 só será conhecido no fim do mês e revisado quando o Instituto Bra- sileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar, em março, o crescimento do PIB no ano passado. A proporção, no entanto, deverá ficar próxima de 4,5%. Leia mais na página 6 O Sintrafesc - Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de Santa Catarina - comunica a seus filiados e filiadas a mudança da sede do Núcleo Regional de Base do Planalto. Desde o dia 23 de janeiro o atendimento é feito na Rua João de Castro, 68, no Centro de La- ges (telefone: 3224-4537). A mudança de endereço, para uma sala mais ampla e confortável, tem por objeti- vo melhor atender os filiados e filiadas do Sintrafesc da região do Planalto Serrano. “SERVIDOR PÚBLICO: TODOS PRECISAM. PRECISAMOS DE TODOS. VALORIZE”

Estampa janeiro 2012

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Jornal Estampa de janeiro de 2012

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Page 1: Estampa janeiro 2012

Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de Santa Catarina | Filiado à CUT e à Condsef Ano 13 | Edição 135Janeiro - 2012

Média de homicídios no Brasil é superior a de guerras

2012 vai exigir pressão dos movimentos sociais

Leia nesta edição

24 de janeiroé o Dia doAposentado

O desequilíbrioentre ricose pobres

CDE debate ações para Campanha Salarial 2012

Ministrosembolsammegassalários

Usamos papel

reciclado.

Respeitamos

a natureza

p.3

p.5

p.7

p.8

p.10

p.12

a

Condsef e sindiCatos Lançam em fevereiro a Campanha saLariaL 2012

Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal – Cond-sef – e os sindicatos filiados se reu-

niram no dia 20 de janeiro em Brasília, no Conselho Deliberativo de Entidades (CDE). O encontro discutiu a pau-ta de reivindicações dos servidores e apontou um calendário de atividades até março. As propostas serão levadas ao fórum nacional de entidades unidas em torno da Cam-panha Salarial 2012 em

defesa dos servidores e serviços públicos. O lançamento da campanha será no dia 15 de fevereiro.

Representaram o Sintrafesc na reunião do CDE, em Brasília, a presidenta Maria das Graças Gomes Albert, o secretário Ge-ral Sebastião Ferreira Nunes e o secretá-rio de Finanças Francisco Carlos Nolasco Pereira.

Entre as atividades aprovadas pelo CDE está a realização de uma jornada de lutas nos estados entre os dias 13 e 16 de março. Assembleias e atos unificados de-vem marcar essas atividades que vão cul-minar em uma grande marcha a Brasília

no dia 28 de março. O objetivo é cobrar resposta do governo para a pauta unifi-cada dos federais e pautas específicas dos setores da base da Condsef. Para fortale-cer ainda mais a luta da categoria, a Con-dsef também propôs à CUT Nacional que divulgue amplamente uma campanha de valorização dos servidores públicos com o mote “Servidor público: Todos precisam. Precisamos de todos. Valorize”.

Os servidores também deverão pressio-nar contra os projetos que podem preju-dicar o setor público e lutar em defesa de outras propostas necessárias para evolu-ção do atendimento à população e melho-res condições de trabalho para o funcio-nalismo público federal.

Enquanto isso, pelo segundo ano con-secutivo, os gastos com o funcionalismo público federal diminuíram. Em 2009 representavam 4,76% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de tudo o que o país produz. Em 2010 caiu para 4,55. O per-centual de 2011 só será conhecido no fim do mês e revisado quando o Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar, em março, o crescimento do PIB no ano passado. A proporção, no entanto, deverá ficar próxima de 4,5%.

Leia mais na página 6

O Sintrafesc - Sindicato dos Trabalhadores

no Serviço Público Federal no Estado de

Santa Catarina - comunica a seus filiados

e filiadas a mudança da sede do Núcleo

Regional de Base do Planalto. Desde o dia

23 de janeiro o atendimento é feito na

Rua João de Castro, 68, no Centro de La-

ges (telefone: 3224-4537).

A mudança de endereço, para uma sala

mais ampla e confortável, tem por objeti-

vo melhor atender os filiados e filiadas do

Sintrafesc da região do Planalto Serrano.

“servidor púbLiCo: todos preCisam. preCisamos de

todos. vaLorize”

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2 Estampa | Janeiro | 2012

Sede Florianópolis

Presidente: Maria das Graças Gomes Albert Vice-presidente: Hercílio da Silva Secretário Geral: Sebastião Ferreira Nunes 1º Secretário: Lírio José Téo Secretário de Finanças: Francisco Carlos Nolasco Pereira Secretário de Finanças Adjunto: Vitoriano de Souza Secretária de Organização Sindical: Marlete Conceição Pinto de Oliveira Secretário de Organização Sindical Adjunto: Valdecir Dal Puppo Secretária de Políticas de Comunicação: Elizabeth Adorno Araújo Coimbra Secretário de Políticas de Comunicação Adjunto: Walterdes Bento da Silva Secretário de Assuntos Jurídicos: Valdocir Noé ZanardiSecretário de Assuntos Jurídicos Adjunto: Júlio Werner Peres Secretária de Formação Sindical: Ester Bertoncini Secretário de Formação Sindical Adjunto: Nereu Gomes da Silva Secretário de Assuntos de Aposentadorias e Pensões: Dérmio Antônio FilippiSecretário de Assuntos de Aposentadorias e Pensões Adjunto: Clair Bez Secretário de Saúde do Trabalhador: Mário Sérgio dos Santos Secretária de Saúde do Trabalhador Adjunta: Nádia Maria Elias Secretário de Raça, Gênero e Etnia: Flávio Roberto Pilar Secretária de Raça, Gênero e Etnia Adjunta: Vera Maiorka Sassi

Núcleo Regional de Base do Planalto Serrano

Pedro Edegar Foragato, Valdomiro Milesi de Souza, Geraldo Iran da Rosa e Manoel Gama de Oliveira

Núcleo Regional de Base do Oeste

Pedro Vilmar Padilha dos Anjos, João Claudir Marchioro, Aberrioni Dal Piaz Moreira e Valdecir Cezar Marcon

Conselho Fiscal

Osni Francisco Tavares, Tânia Lindner, Vlander Luiz Pacheco, Edson Gonçalves e Plácido Simas

Diretoria - Gestão 2010-2013

Umas e Outras |

operações suspeitas de juízes e servidores do judiCiário Chegam

a r$ 855 miLhões

a vida seCreta dos fiLhos na internet

é uma publicação mensal do Sintrafesc.

Cartas, textos, críticas e sugestões podem ser enviados para a Rua Nereu Ramos, 19, sala 609 – CEP 88015-010, Florianópolis/SC.Fone/fax (48) 3223-6452.

sede – florianópolisRua Nereu Ramos, 19 – sala 609Centro – 88015-010 – Florianópolis/SC

dro - delegacia regional do oesteRua Benjamin Constant, 363 ECentro - 89801-070 - Chapecó/SC

drp - delegacia regional do planaltoAv. 2º Batalhão Ferroviário, 483 sala 1Bairro Conta Dinheiro - 88520-100 - Lages/SC

site: www.sintrafesc.org.bre-mail: [email protected]: Celso Vicenzi (MTb/SC 274 JP).editoração: Cristiane Cardoso (MTb/SC 634 JP).tiragem: 4.300 exemplares.impressão: Gráfica Agnus.fechamento desta edição: 26/1/2012

ConCurso abre 1.200 vagas para a poLíCia federaLO Ministério do Planejamento autorizou a realização de do concurso público para provimento de cargos na Polícia Fe-deral. No total foram autorizadas 1.200 vagas, sendo 500 para agente de Polícia Federal, 100 para papiloscopista, 150 para delegado, 100 para perito e 350 para escrivão.

Segundo o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, os ser-vidores que ingressarem a partir de agora na PF serão lotados nas fronteiras. Os estados participantes do Plano Estratégico de Fronteiras são além de Mato Grosso do Sul, o Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Uma análise sobre as movimentações financeiras de juízes e servidores do Judiciário mostrou que há R$ 855,7 milhões em operações suspeitas entre 2000 e 2010, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Fi-nanceiras (Coaf). O órgão fez uma varredura nos dados financeiros de um universo de mais de 216 mil pessoas ligadas ao Judiciário, sendo que 3.426 pessoas tiveram movimentação considerada fora da rotina, as chamadas operações atípicas. O relatório foi solicitado pela Corregedoria Nacional de Justiça, em julho de 2010, e passou a integrar o processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) para sustar as investigações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre os ganhos de magistrados e servidores.

Estudos mostram que os pais pensam que sabem, mas não têm ideia do que os filhos fazem quando estão conectados à internet. Em uma das pesquisas, 33% das crianças confessaram que já fizeram compras virtuais, e 24% delas foram realizadas sem o consentimento de um responsável. Por outro lado, segundo o relatório Norton Online Family, somente 17% dos pais pensam que seus filhos

compram na rede.

Outra pesquisa mostra que 88% dos jovens de 12 a 17 anos já presenciaram alguma situação de cruel-dade na internet, enquanto 21% já praticaram um ato de humilhação a pessoas que estão nas redes. Esses dados estão no relatório Teens, Kindness and Cruelty on Social Network Sites. A última pes-quisa TIC Crianças, do Comitê Gestor da Internet no Brasil, também indica que os pais conectados são

os que mais controlam o acesso.

O psicólogo Cristiano Nabuco alerta que os riscos para as crianças que usam a internet vão desde conver-

sar com estranhos até a possibilidade de de-senvolver uma dependência ao ambiente

virtual.http://impressoesdigitadas.wordpress.com

Fontes: Agência Brasil; Folha de S. Paulo; www.correiodoestado.com.br

Page 3: Estampa janeiro 2012

3 2012 | Janeiro | Estampa

Jurídico |

demonstrativo do pagamento de ações judiciais em novembro e dezembro

O valor da maior ação paga individualmente foi de R$ 26.932,98.Total de 56 servidores que, juntos, receberam R$ 388.428,32. Média de R$ 6.936,22 por servidor.

servidores ação Órgão vaLores - r$

20 Gratificações Funasa 201.858,66

20 Anuênio; Gdata SFA/Mapa 69.930,65

10 Reajuste 3,17%; Gratificações SRTE 13.638,72

1 Gratificações Escola Aprendizes de Marinheiro 20.325,02

2 Gratificações Ibama 28.091,31

1 Gratificações Min. Comunicações 12.583,72

2 Gratificações SAMF 42.000,24

56 388.428,32

Com 1,09 milhão de homicídios entre 1980 e 2010, o Brasil tem uma média anual de mortes violentas superior à de diversos conflitos armados internacionais, apontam cálculos do “Mapa da Violência 2012″, produzido pelo Ins-tituto Sangari. O estudo também conclui que, apesar da re-dução das mortes violentas em diversas capitais do país, o Brasil mantém um índice epidêmico de homicídios – 26,2 por 100 mil habitantes -, que têm crescido sobretudo no interior do país e em locais antes considerados “seguros”.

Calculando a média anual de homicídios do país em 30 anos, Julio Jacobo Waisefisz, pesquisador do Sangari, che-gou ao número de 36,3 mil mortos no ano – o que, em nú-meros absolutos, é superior à média anual de conflitos co-mo o da Chechênia (25 mil), entre 1994 e 1996, e da guerra civil de Angola (1975-2002), com 20,3 mil mortos ao ano.

A média também é superior as 13 mil mortes por ano registradas na Guerra do Iraque desde 2003 (a partir de números dos sites iCasualties.org e Iraq Body Count, que calculam as mortes civis e militares do conflito).

“O número de homicídios no Brasil é tão grande que fi-ca fácil banalizá-lo”, disse Waisefisz à BBC Brasil. “Segun-do essas mesmas estatísticas (feitas a partir de dados do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde), ocorreram, em 2010, quase 50 mil assassinatos no país, com um ritmo de 137 homicídios diários, número bem superior ao de um massacre do Carandiru por dia”, diz o estudo, em referência à morte de 111 presos no centro de detenção do Carandiru (SP), em 1992.

Fonte: Paula Adamo Idoeta - BBC Brasil.

atenção: não Caia no goLpe da ação judiCiaL

O Sintrafesc alerta seus filiados e filiadas sobre um golpe que vem

sendo aplicado com bastan-te frequência. Os golpistas ligam para os servidores e avisam sobre o resultado positivo de uma ação ju-dicial.

Informam o valor da ação – sempre uma quan-

tia alta, em torno de R$ 30 mil – e em seguida solicitam o

depósito de um valor menor para arcar com custas judiciais. É GOLPE.

Sempre que um(a) filiado(a) ganha uma ação judicial, o Sindicato entra em contato por telefone, e-mail ou carta, informando os dados necessários para o saque do valor li-berado (o que nunca inclui uma antecipação em dinheiro). Os depósitos são feitos pela Justiça diretamente na Caixa Econômica Federal, em conta criada especificamente para o recebimento do total da ação. Os honorários advocatícios são descontados automaticamente desse valor. Portanto, o servidor não precisa fazer depósito algum em outra conta.

Orientamos a todos que liguem para o Sindicato para es-clarecer dúvidas e se certificarem de resultados de ações ju-diciais, após receberem ligações desse tipo.

Fonte: Sintrafesc – Assessoria de Imprensa.

média de homicídios no brasil é superior a de guerras, diz estudo

Nunca faça um depósito em dinheiro antes de receber os valores da ação

Page 4: Estampa janeiro 2012

4 Estampa | Janeiro | 2012

Faleceu de enfarte fulminante do miocárdio, na madrugada do dia 19 de janeiro, o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Plane-jamento, Duvanier Paiva Ferreira. Desde 2007, ele estava à frente do processo de negociações com repre-sentantes dos servidores federais.

Apesar de e s t a r e m em lados o p o s t o s ,

até nos momentos mais difíceis e acalorados, os processos de negocia-ção com o secretário sempre foram pautados por muito respeito.

A Condsef avalia que a retomada dos processos de negociação deve ser delicada. Já havia um importante acúmulo no debate entre servidores e governo que agora pode sofrer com a ausência do secretário que há cinco anos estava à frente dos processos de negociação com as diversas catego-

rias do setor público federal. Muitos representantes sindicais estiveram presentes ao velório.

Em seu currículo, Paiva tinha um histórico que o ligava à luta dos tra-balhadores, tendo exercido, entre outros cargos, o de assessor político da Executiva Nacional da CUT e se-cretário de Formação da CUT Esta-dual em São Paulo. O enterro foi re-alizado no dia 19 de janeiro, em São Paulo.

servidores já podem transferir Conta-saLário para banCo de sua preferênCia

partir deste ano o ser-vidor público que rece-be pagamento em con-ta-salário poderá pedir

a transferência automática do dinheiro para o banco que es-colher. Esses trabalhadores foram os últimos a ter acesso ao benefício, uma vez que os da iniciativa privada têm esse

Fonte: Kelly Oliveira - Agência Brasil.

a

morre duvanier paiva, responsável pelas negociações com servidores desde 2007

Fonte: Condsef.FOTO: DIVULGAçãO / MPOG / ANTôNIO CUNHA

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Serviço Público |

Os servidores que desejarem mudar devem fazer o pedido por escrito ao banco

direito desde 2009.Com o prazo maior para a

entrada em vigor do benefício ao funcionalismo público, os estados e municípios pude-ram oferecer por mais tempo o atrativo dos pagamentos aos servidores na hora de leiloar as folhas às instituições finan-ceiras.

De acordo com as regras estabelecidas pe-lo governo, para transferir o sa-lário para outra conta diferente da aberta pelo em-pregador, é preci-so que a indicação seja feita por es-

crito à instituição financeira. O banco é obrigado a aceitar a ordem no prazo de até cinco dias úteis e os recursos devem ser transferidos para o banco escolhido pelo empregado no mesmo dia do crédito do salá-rio, até as 12 horas.

DiferençaA conta-salário é diferente

da conta-corrente por ser des-tinada ao pagamento de salá-rios, aposentadorias e pensões e por se tratar de um contrato firmado entre a instituição fi-nanceira e a empresa empre-gadora e não entre o banco e o empregado. Na conta-salário, o cliente não tem direito a ta-

lão de cheques e não pode re-ceber outros depósitos além do salário. No site do Banco Central (BC), há uma série de perguntas e respostas sobre a conta-salário.

A instituição que processa o maior número de folhas de pagamento de servidores pú-blicos no país é o Banco do Brasil (BB). Segundo o diretor de Clientes Pessoa Física do BB, Sérgio Nazaré, são 1,5 mi-lhão de servidores federais, o que representa 71% dos paga-mentos a esses trabalhadores. No caso dos servidores esta-duais, são 3,1 milhões (59%), e dos municipais, o número chega a 2 milhões (27%).

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5 2012 | Janeiro | Estampa

o

Ação e Mobilização |

servidores públicosPara a entidade, também prioridade será a luta

pela redução da jornada de trabalho de 44 horas pa-ra 40 horas semanais. Na Câmara, já existe um pro-jeto pronto para ser votado, e a CUT tem esperança que Maia, ex-dirigente da CUT, facilite a votação.

É bem provável, segundo a CUT, que o fun-cionalismo público, em especial o federal, trave grandes batalhas, que envolverão protestos, ocu-pações, paralisações e greves. “O fato do gover-no ter defendido e aprovado no Congresso a não previsão de reajuste para a categoria no Orça-mento 2012 gerou um descontentamento muito grande”, justifica Severo.

O sindicalista ressalta, ainda, no centro dos embates previstos para 2012, a batalha pelo fim do fator previdenciário, que vem dificultando o acesso à aposentadoria justa para milhões de brasileiros. No campo sindical, a principal ban-deira é o fim do imposto sindical que, segundo ele, atrela a luta dos trabalhadores ao estado.

estudantesA União Nacional dos Estudantes (UNE), mais

tradicional representante do movimento estu-dantil, promete fazer novas manifestações para garantir que o governo recue e aceite que o Con-gresso aprove uma lei destinando 10% do Produ-to Interno Bruto (PIB) à educação. A bandeira é uma daquelas raras reivindicações que conquis-tam aprovação unânime entre os movimentos sociais e sindicais do país.

A destinação de 50% do fundo do pré-sal pa-ra a educação não é uma bandeira tão unânime quanto a primeira, mas agrada boa parte da so-ciedade civil organizada e já foi aprovada pela Comissão de Educação do Senado. A primeira grande ação da UNE em 2012, em que comple-ta 75 anos, ocorrerá entre abril e julho, quando a Caravana UNE + 10 visitará cem municípios

brasileiros promovendo debates sobre o Plano Nacional de Educação, a Reforma Universitária e outros nove temas de interesse geral.

reforma agráriaJá o Movimento dos Trabalhadores Rurais

Sem-Terra (MST), maior movimento social bra-sileiro, afirma que não poupará esforços para colocar a reforma agrária na agenda do governo Dilma, após a frustração de um ano em que o as-sentamento das famílias sem-terra não saiu do papel, e só na última semana do ano a presidenta baixou decretos de desapropriação.

A entidade cobra um plano de assentamento para 180 mil famílias acampadas pelo país. Rei-vindica também políticas públicas para o desen-volvimento do assentamentos já existentes, com o objetivo de melhorar as condições de vida das 500 mil famílias que deles dependem.

E, também, a superação do analfabetismo no campo.

“Uma vez que o governo não assenta as famí-lias acampadas nem implementa as políticas pa-ra garantir os direitos sociais, a produção agrícola e a geração de renda nos assentamentos, vamos intensificar as lutas e pressionar por avanços na reforma agrária”, afirma José Batista Oliveira, da coordenação-geral do Movimento.

Segundo ele, os sem-terra também participa-rão das batalhas que movem o conjunto da classe trabalhadora, como as já citadas lutas pela redu-ção da jornada de trabalho e pela destinação dos 10% do PIB para a educação.

“A proibição do uso de agrotóxicos, uma refor-ma urbana que garanta moradia e a reorganização do sistema de transporte e melhores condições de vida nas grandes metrópoles, uma reforma tribu-tária progressiva para taxar aqueles que concen-tram a renda, a riqueza e o lucro e a democratiza-ção dos meios de comunicação de massa também estão na nossa pauta”, complementa.

vai exigir pressão e mobiLização dos movimentos soCiais

2012ano mal começou

e os principais movimentos

sociais brasileiros já antevêem a necessidade de grandes mobilizações

populares. Seja para resistir ao que consideram

ameaças, seja para lutar por novas conquistas,

sindicalistas, estudantes e sem-terra preparam-se

para sair às ruas.Para a Central Única

dos Trabalhadores (CUT), maior central sindical do

país, a primeira grande batalha será contra

a votação de uma lei da terceirização com mecanismos que, na

prática, estimulam aquele expediente.

O projeto do deputado-empresário Sandro Mabel (PMDB-GO)

recebeu parecer favorável do relator, Roberto

Santiago (PSD-SP), que é sindicalista, e é uma das

prioridades do presidente da Câmara, Marco Maia

(PT-RS), em 2012.“O parecer é um

grande golpe contra os direitos históricos dos

trabalhadores”, afirma o secretário-geral da CUT,

Quintino Severo.

Fonte: Najla Passos - Carta Maior (matéria condensada).

Servidores públicos, estudantes e movimentos sociais irão às ruas para pressionar o governo

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6 Estampa | Janeiro | 2012

Frente à forte mobilização dos ser-vidores federais em torno da Cam-panha Salarial 2012, o Ministério do Planejamento está se valendo de discursos para intimidar e retaliar o movimento de pressão da categoria em defesa de suas principais reivin-dicações. Para a Condsef, essas inti-midações colocam mais combustível na fogueira da mobilização em defesa dos servidores e serviços públicos. “A categoria não vai se intimidar com as retaliações”, disse Sérgio Ronaldo da

Silva, diretor da entidade, acrescen-tando que irrecuperável é a falta de atenção do governo ao setor público que gera má qualidade na prestação de serviços à população.

“Congelar investimentos públicos, isso sim é terrível. Não há serviço ir-recuperável pior que esse”, destacou Silva. A Condsef pondera que se o governo tivesse tratado com respei-to e a atenção devida os processos de negociação feitos com servidores, cumprindo e respeitando acordos não

haveria necessidade de tantas mobi-lizações. Entretanto, o que impera é um tratamento distante do governo aliado a constantes problemas liga-dos a processos de negociação exaus-tivos que nunca contemplam tudo o que foi acordado. Pior, traz por vezes - caso de alterações nas regras envol-vendo gratificação de insalubridade e periculosidade o projeto de lei (PL) 2.203/11 - temas que prejudicam os servidores e sequer fizeram parte dos debates com os trabalhadores.

disCurso de retaLiação não vai intimidar servidores

Fonte: Condsef.

ais de 20 entidades na-cionais que represen-tam servidores do Exe-

cutivo, Legislativo e Judiciário confirmaram o lançamento da campanha salarial unifica-da em defesa dos servidores e serviços públicos para o dia 15 de fevereiro a partir das 9 horas. A data foi definida em uma reunião no dia 24 de ja-neiro, que também apontou outras atividades de mobili-zação dos servidores federais. Representantes de todas as entidades foram ao Ministério do Planejamento, Secretaria Geral da Presidência da Repú-blica, Supremo Tribunal Fede-ral (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Legislativo onde protocolaram documen-to com as reivindicações da categoria. Na Secretaria Geral da Presidência as entidades fo-ram recebidas por José Feijó,

assessor do ministro Gilberto Carvalho. Na oportunidade foi solicitada uma reunião com o ministro na mesma data do lançamento da campanha dos federais.

As entidades também es-peram que o lançamento da campanha coincida com o lançamento da Frente em De-fesa dos Serviços Públicos na Câmara Federal. A expecta-tiva é de que haja um ato no auditório Nereu Ramos com a presença de parlamentares defensores de melhorias e in-vestimentos urgentes para os serviços públicos voltados à população.

Outras atividadesO fórum nacional de en-

tidades também confirmou uma nova reunião para o dia 31 deste mês. No encontro as entidades pretendem consoli-

dar novas ideias que reforcem a mobilização dos servidores em todo o Brasil. Já faz par-te do calendário de ativida-des uma jornada de lutas em todos os estados que aconte-cerá entre os dias 13 e 16 de março. O objetivo dessa jor-nada é debater o processo de negociações com o governo, avaliar avanços e necessidade de pressão. A jornada de mo-bilização culmina com uma

grande marcha a Brasília no dia 28 de março.

A participação em massa dos servidores de todas as es-feras (Executivo, Legislativo e Judiciário) em todo o Brasil será a chave para o sucesso da campanha que busca aten-dimento de reivindicações urgentes que garantam servi-dores valorizados e serviços públicos de qualidade, um di-reito de todos os brasileiros.

Campanha saLariaL 2012Lançamento de campanha unificada em defesa dos servidores e serviços públicos será dia 15 de fevereiro

31/1 - Reunião fórum nacional de entidades.

15/2 - Lançamento Campanha Salarial 2012 em defesa dos servidores e serviços públicos.

13 a 16/3 - Jornada de lutas em todos os estados brasileiros.

28/3 - Grande marcha unificada em Brasília.

m

Ação e Mobilização |

Page 7: Estampa janeiro 2012

7 2012 | Janeiro | Estampa

Ação e Mobilização |

Condsef realizou no dia 20 de janeiro a primeira reunião do

ano de seu Conselho Delibe-rativo de Entidades (CDE). Representaram o Sintrafesc a presidenta Maria das Graças Gomes Albert, o secretário Geral Sebastião Ferreira Nu-nes e o secretário de Finan-ças Francisco Carlos Nolasco Pereira. O tema central do encontro foi a Campanha Sa-larial 2012, com o objetivo de organizar agendas e definir ações estratégicas com todos os sindicatos da base, em tor-no dos eixos e bandeiras de luta que fazem parte da cam-panha em defesa dos servido-res e serviços públicos.

Mais de 20 entidades na-cionais já compõem um fó-rum unido em torno desta campanha. O fórum protoco-lou documento com os eixos da campanha junto ao Minis-tério do Planejamento, Se-cretaria Geral da República, Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Legislativo. A

implantação de uma política salarial com reposição infla-cionária e valorização do sa-lário base segue em destaque na luta dos servidores.

Outro carro-chefe continua sendo o trabalho de pressão contra projetos que podem prejudicar o setor público e em defesa de outras propos-tas necessárias para evolução do atendimento à população e melhores condições de tra-balho para os servidores.

greveNo CDE a Condsef também

debateu com os representan-tes sindicais detalhes para a realização de uma jornada de lutas de 13 a 16 de março, que deve culminar com uma grande marcha a Brasília. O objetivo é trabalhar a mobili-zação nos estados e preparar a categoria para um indica-tivo de greve na 2ª quinzena de abril, caso o governo não apresente propostas concre-tas para o setor até o mês de março.

primeiro Cde do ano ConCentra debates em ações para a Campanha

eixos da Campanha saLariaL 2012- Contra qualquer reforma que retire direitos dos

trabalhadores.

- Política Salarial permanente com reposição

inflacionária, valorização do salário base e incorporação

das gratificações.

- Retirada dos PLP’s, MP’s, Decretos contrários aos

interesses dos servidores públicos (PLP 549/09, PLP

248/98, PLP 92/07, MP 520/10 e demais proposições.

Supressão do Artigo 78, da LDO, que define o prazo

até 31 de agosto, para encaminhar Projetos de Lei que

reestrutura carreira e concede qualquer tipo de reajuste

aos trabalhadores.

- Supressão do artigo que trata da mudança de indenizar

a insalubridade/periculosidade no PL 2.203/11 e

supressão do artigo que trata da redução remuneratória

aos médicos que têm sua carga horária regulamentada

por lei no PL 2.203/11)

- Cumprimento por parte do governo dos acordos e

protocolos de intenções firmados.

- Paridade entre ativos, aposentados e pensionistas.

- Definição de data-base (1º de maio).

CON

DSE

F

aMais de 20 entiddes compõem o fórum de servidores federais que fará uma campanha salarial unificada

Servidores vão retomar as grandes manifestações

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8 Estampa | Janeiro | 2012

poca de mesas fartas, o Natal foi indigesto para uma parcela dos servidores públicos do Executivo e do Judiciário, incluindo juízes e

ministros de tribunais superiores. Eles viram ir para o ralo a esperança de rece-ber do governo um bom aumento salarial em 2012, após a aprovação do Orçamen-to Geral da União em dezembro. Entre-tanto, a guilhotina nas emendas de par-lamentares prevendo recursos para os reajustes e a economia de gastos públicos nem passaram perto das remunerações e benesses recebidas pelas cabeças coroa-das da equipe econômica, que viraram o ano liderando o bloco de uma turma sele-ta do funcionalismo que embolsa super-salários acima do limite constitucional de R$ 26,7 mil pagos a ministros do Supre-mo Tribunal Federal (STF). Donas das chaves dos cofres públicos, essas autori-dades estão recebendo entre R$ 32 mil e R$ 41,1 mil por mês.

Grana fácilOcupantes do primeiro e do segundo

escalão na Esplanada estão engordando os altos salários com participações, tam-bém conhecidas como jetons, em conse-lhos administrativos e fiscais de empre-sas estatais e até privadas.

Os extras para comparecer, em geral, a cada dois meses às reuniões dessas companhias vão de R$ 2,1 mil a R$ 23 mil por mês. Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Mi-riam Belchior, participam dos conselhos da Petrobras e da BR Distribuidora, que rendem, cada um, R$ 7 mil mensais, em média. Com tudo somado, o chefe da equipe econômica e sua colega vêm em-bolsando, atualmente, R$ 40,9 mil bru-tos todo mês.

enquanto servidores brigam por reajustes, ministros emboLsam megassaLários

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Ministros e servidores engordam salários com participações em conselhos de empresas estatais e privadas

Miriam ainda tem assento no conse-lho do Banco Nacional de Desenvolvi-mento Econômico e Social (BNDES), mas não recebe o jeton de R$ 5,5 mil da instituição. O decreto presidencial pro-íbe que membros do governo sejam re-munerados por mais de dois conselhos.

O secretário executivo de Mantega, Nelson Barbosa, não tem o salário de R$ 26,7 mil pago a ministros de Esta-do. Ele recebe em torno de R$ 14 mil, correspondentes ao vencimento de pro-fessor cedido da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mais a gra-tificação pelo cargo, de R$ 6,8 mil. É um valor próximo da remuneração de qualquer servidor da elite do Executivo em início de carreira. Mas Barbosa tam-bém abocanhou um assento nos dois dos melhores conselhos existentes: o da mi-neradora privada Vale e o do Banco do Brasil, que lhe pagam mais R$ 27,1 mil mensais, elevando seus ganhos para R$ 41,1 mil.

FelizardoNa mineradora, o número dois do Mi-

nistério da Fazenda entrou em nome do governo de uma forma enviesada, como representante dos fundos de pensão de estatais — sócios de fato da companhia. Mas é o conselho que melhor remune-ra. Barbosa recebe R$ 23 mil por mês da empresa. Depois do cargo da Vale, o destaque é para o da Hidrelétrica Itaipu, que paga, em média, R$ 19 mil mensais. O ministro felizardo é o da Defesa, Celso Amorim, com renda total de R$ 45,7 mil.

Nem a Fazenda nem o Planejamento comentaram o fato de os jetons não in-tegrarem as remunerações sujeitas ao limite constitucional e não sofrerem o chamado abate-teto, como ocorre com os rendimentos de diversos outros servido-res do Executivo e de parte do Judiciário. Já o Planejamento informou apenas que o recebimento de verbas por participa-ção nesses conselhos está previsto na Lei nº 8.112, de 1990, e que foi considerado constitucional pelo STF.

Acima do limite constitucional |

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9 2012 | Janeiro | Estampa

Guido Mantega, ministro

da Fazenda

Salário: R$ 26,7 mil

Participação em conselhos da Petrobras (R$ 7.090,22) e da BR Distribuidora (R$ 7.071,93)

Total: R$ 40,9 mil.

Nelson Barbosa, secretário

executivo do Ministério

da Fazenda

Salário: R$ 14 mil

Participação em conselhos do Banco do Brasil (R$ 4,1 mil) e da Vale (R$ 23 mil)

Total: R$ 41,1 mil.

Miriam Belchior, ministra

do Planejamento

Salário: R$ 26,7 mil

Participação em conselhos de BR Distribuidora (R$ 7.071,93) e da Petrobras (R$7.090,22)

Total: R$ 40,9 mil.

Paulo Fontoura Valle,

secretário adjunto do

Tesouro Nacional

Salário: R$ 23,7 mil

Participação em conselhos da Caixa (R$ 3 mil) e BNDES (R$ 6.002,00)

Total: R$ 32,7 mil.

Celso Amorim, ministro

da Defesa

Salário: R$ 26,7 mil

Participação no conselho da Itaipu (R$ 19 mil)

Total: R$ 45,7 mil.

Márcio Pereira

Zimmermann, secretário

executivo do Ministério

das Minas e Energia

Salário: R$ 23 mil

Participação em conselhos da BR Distribuidora (R$ 7.071,93) e Petrobras (R$ 7.090,22)

Total: 37,1 mil.

Luís Inácio Adams,

advogado-geral da União

Salário: R$ 26,7 mil

Participação em conselhos da Brasilprev (R$ 6 mil) e da Brasilcap (R$ 6 mil)

Total: 38,7 mil.

Paulo Bernardo, ministro

das Comunicações

Salário: R$ 26,7 mil

Participação em conselhos dos Correios (R$ 3.308,75) e da Finep (R$ 3.290,70)

Total: R$ 33,3 mil.

ConflitoCom tantas autoridades recebendo aci-

ma do limite constitucional e com os prin-cipais assentos nos conselhos já ocupados por quem está em ministérios vinculados às estatais, o ministro-chefe da Advocacia--Geral da União (AGU), Luís Inácio Ada-ms, foi agraciado com dois jetons de em-presas privadas para engordar ainda mais seus rendimentos. Ele integra o conselho administrativo da Brasilprev Seguros e Previdência e o da Brasilcap. A primeira é controlada pelo grupo norte-americano Principal Financial Group, com 50,1% do capital. A segunda tem como sócias majo-ritárias as companhias Icatu Hartford, Sul América e Aliança do Brasil. O Banco do Brasil detém 49,9% do capital das duas, por isso, tem direito a indicar metade dos membros dos respectivos conselhos.

Com os dois extras, os rendimentos de Adams estão na casa dos R$ 38,7 mil brutos. Na AGU, ele, que é procurador da Fazenda Nacional de carreira, é res-ponsável por todas as ações judiciais da União contra empresas privadas, princi-

palmente aquelas que cobram impostos de devedores. Ao contrário das estatais e das demais autoridades, o advogado-ge-ral da União e as duas companhias se re-cusaram a informar o valor mensal pago para que o titular da AGU dê palpites na administração dos dois grupos privados. Pelas informações obtidas pelo Correio, essa quantia é de pelo menos R$ 6 mil, em média, por conselho.

Em nota, a assessoria de imprensa da AGU afirmou que o valor “só pode ser obtido com o ministro, que se encontra em período de férias”. O órgão negou a existência de incompatibilidade, alegan-do que Adams “já declarou à Comissão de Ética da Presidência da República seu impedimento de atuar quando presente eventual conflito de interesses”, caben-do, aí, ao seu substituto agir no caso. A direção da AGU sustentou ainda que a rotina de Adams não chega a ficar com-prometida pela atividade nos conselhos, que inclui viagens a São Paulo e ao Rio de Janeiro para a participação em reuniões que duram um dia inteiro.

Mau exemploEconomista da Tendências Consulto-

ria e especialista em finanças públicas, Felipe Salto avalia que os superssalários recebidos pelos ministros e secretários representam um entrave para o corte de gastos anunciado pelo governo. “Esses valores servem como um mau exemplo e são prejudiciais para a constituição de uma estratégia fiscal de maior austerida-de. Os funcionários que estão na base das carreiras sempre vão usar os que estão no topo como referência para pedir reajus-tes”, afirma.

Para o cientista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, além dos al-tos salários dos ministros de Estado, a atuação de Adams em empresas privadas é grave. “A AGU, em tese, defende os in-teresses da União. Na medida em que o advogado-geral está em um conselho de capital majoritariamente privado e tem acesso a informações privilegiadas, há uma confusão entre o público e o priva-do”, sustenta.

Fonte: Ana D’Angelo - Correio Braziliense (os intertítulos ‘Grana fácil’ e “Mau exemplo’ foram incluídos pelo Sintrafesc)

Fonte: Correio Braziliense

estourando a boca do texto Constitucional

Total da remuneração recebida por mês por ministros e secretários do Executivo

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10 Estampa | Janeiro | 2012

Sintrafesc criou, na atual gestão a Secre-taria para Assuntos

de Aposentadoria e Pen-sões, com o objetivo de pro-porcionar um atendimento ainda mais qualificado e presente aos aposentados e aposentadas, que consti-tuem uma parcela impor-tante do quadro de sócios do Sindicato. Em 2010, o Sintrafesc organizou o 5º Encontro de Aposentados e Pensionistas, com a realiza-ção de atividades sindicais, culturais, de saúde e lazer. Segundo o secretário para Assuntos de Aposentadoria e Pensões, Dérmio Antonio Filippi, “o país tem uma dí-vida de gratidão para com milhões de aposentados que trabalharam e cons-truíram o Brasil que hoje é motivo de orgulho no pla-no internacional, consti-tuindo-se em uma das seis

maiores economias do planeta”. No entanto, acrescentou, os sucessivos governos nunca trataram o aposentado com a dignidade que ele merece. “Muitos deles são obriga-dos a continuar trabalhan-do porque a aposentadoria que recebem mal dá para pagar as contas”.

Para a presidenta do Sin-trafesc, Maria das Graças Gomes Albert, “é preciso combater, também, a dis-criminação em relação ao idoso, pois no Brasil ainda existe muito preconceito, como se o aposentado fos-se uma pessoa inútil”. O Sintrafesc, na atual gestão, tem procurado destacar a importância dos aposen-tados e pensionistas nas lutas sindicais e por um Brasil melhor. “Os aposen-tados e aposentadas ainda

têm muito a con-tribuir com a sua experiên-cia e com a sua vontade de transformar a sociedade”, destacou.

Uma das lutas dos sindi-catos de servidores públicos federais é para que o Con-gresso acabe com o fator previdenciário, que dificul-ta o acesso a uma aposen-tadoria justa para milhares de servidores em vias de se aposentar e obriga-os a continuar a contribuir com a previdência mesmo após a aposentadoria. A cobran-ça do fator previdenciário foi instituída como medida provisória no governo de Fernando Henrique Cardo-so e depois transformada em lei.

O Brasil tem atualmente mais de 27 milhões de apo-sentados. A maioria, para

poder sobreviver com dig-nidade, precisa enfrentar diariamente uma série de barreiras sociais e finan-ceiras. A perda acumulada das aposentadorias e pen-sões, entre 2004 a 2009, chegou a 78,84%. A maio-ria dos aposentados recebe um salário mínimo e mes-mo assim movimentam a economia de boa parte dos pequenos municípios bra-sileiros.

O Dia do Aposenta-do foi instituído pela Lei 6.926/81, quando também é comemorado o Dia da Previdência Social. Segun-do o Ministério da Previ-dência Social, o país tem 27 milhões de aposentados e pensionistas, regidos pelo regime geral da previdên-cia, ou seja, que recebem pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

24 de janeiro, dia do aposentado

Fonte: Sintrafesc – Assessoria de Imprensa

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Data comemorativa |

O Brasil tem atualmente mais de 27 milhões de aposentados que lutam para viver com dignidade

Anualmente o Sintrafesc organiza um Encontro de Aposentados. O 5º foi realizado no município de Lages, em 2011

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11 2012 | Janeiro | Estampa

Pôr fogo em poços de pe-tróleo não seria absurdo? E queimar dinheiro? Outras atitudes insanas e semelhan-tes, no entanto, não causam estranheza. Mais importan-te que o petróleo, neste e nos próximos séculos, será a água. É preciso impedir que se transforme em mercado-ria, como querem algumas multinacionais. Mesmo que isso não ocorra, valerá ain-da mais dinheiro no futuro. Muito dinheiro! No entanto, ninguém estranha que esse patrimônio esteja sendo di-lapidado. Dinheiro e futuro desperdiçados. Não raro, de maneira irresponsável, com a poluição de rios, riachos, la-gos, oceanos e por onde mais se infiltra o líquido responsá-vel pelo surgimento e manu-tenção de todas as formas de vida. Há dinheiro de sobra para projetos que geram mais poluição. E muito pouco para saneamento básico, funda-mental para manter uma boa qualidade de vida. As esco-lhas do “inteligente” animal humano nem sempre primam pela sensatez.

Cidadãos, dirigentes de instituições e auto-ridades que deveriam zelar por cada gota as-sistem passivamente à destruição dos recur-sos naturais. No Bra-sil, a perda média nas redes urbanas chega a 40%. Depois do oxigê-nio, a água é o recurso mais importante para todos os seres vivos. É essencial na agricultura, que consome cer-ca de 70% de toda a água doce

utilizável do planeta. Isso cor-responde a “7,2 quatrilhões de litros por ano ou toda a descarga do Rio Amazonas durante 640 dias – o Amazonas despeja no mar cerca de 130 mi-lhões de litros de água doce por segundo”, informa o jornalista Washington Novaes. De toda a água no pla-neta, apenas cerca de 1% está disponível pa-ra consumo imediato. Tamanha escassez não deveria ser tratada com tan-to desdém. Cada vez mais os mananciais são degradados. A população mais pobre sofre as consequências da falta e da água sem tratamento adequa-do. Relatório da ONU infor-ma que morrem mais pesso-as por água contaminada do que por todas as formas de violência. A escassez de água “pura” mata anualmente 1,8 milhão de crianças com me-nos de cinco anos de idade. A parte mais rica da população, embora tenha água tratada,

engole agrotóxicos, metais pesados (mercúrio, chumbo, cádmio etc.) e outros elemen-tos químicos em quantidades

prejudiciais à saúde humana, pois a maioria dos processos de captação e tratamento não os eliminam. Metaforicamen-

te, bebemos câncer e outras doenças. Calcula-se que dez milhões de pessoas morram anualmente por doenças transmitidas pela água.

Nossa ignorância e irres-ponsabilidade não nos dei-xam ver que o lixo e os rejeitos que geramos nos processos industriais e no cotidiano de consumo de produtos domés-ticos retornam às nossas me-sas pela complexa cadeia ali-mentar dos seres vivos. O lixo e a poluição não ficam distan-tes, por mais que os levemos

a quilômetros de nossas casas ou fábricas. O ar circula, a água também, e tudo empesta a natu-reza numa velocidade que compromete o fu-turo da biodiversidade.

Converse com qual-quer cidadão e, muito provavelmente, você não perceberá em seu semblante sinais de alarme ou preocupação

com o que pode acontecer a partir das mudanças climá-ticas. Dinheiro e Consumo são os deuses onipotentes da

atual civilização. Há uma con-fiança cega em que a tecnolo-gia limpará o planeta. Que a ciência – hoje quase uma re-

ligião! – terá respostas para tudo e saberá de-ter as catástrofes anun-ciadas. Comprometer o equilíbrio do planeta é apostar no caos, em situações imprevisí-veis. E fazemos isso em nome da ganância e do consumo desenfreado, viciados pelo prazer.

O planeta levou bi-lhões de anos para “acalmar” forças estupendas que pulsa-ram e ainda se movimentam desde as suas entranhas até o último limite da biosfera. Frio e calor extremos, enchentes e secas, tsunamis e furacões, doenças devastadoras... Mi-lhões de espécies que aqui viveram desapareceram pa-ra sempre. Cientistas sabem, sobretudo os biólogos, que o tipo de inteligência que per-mitiu ao Homo sapiens domi-nar vastas extensões do globo terrestre não é uma grande vantagem competitiva na lu-ta pela sobrevivência. Outras espécies dispõem de mecanis-mos muito mais úteis e adap-táveis para sobreviverem ao que – tudo indica – está a ca-minho.

Somos água. Setenta por cento do nosso peso é consti-tuído por água. Se empestar-mos a água, apodreceremos junto. Se desperdiçarmos, ha-verá mais do que sede: guer-ras, fome e doenças. Precisa-mos, urgentemente, cuidar desse patrimônio da humani-dade.

Opinião |

o futuro desperdiçadopor CeLso viCenzi

Jornalista, assessor de imprensa do Sintrafesc

Calcula-se que dez milhões de pessoas morram anualmente por doenças transmitidas pela água

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as escolhas do “inteligente” animal humano nem sempre

primam pela sensatez

Page 12: Estampa janeiro 2012

Artigo |

De acordo com David Ro-thkopf, em sua obra “Super-classe: a elite que influencia a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo” (Rio de Ja-neiro: Agir, 2008), “a riqueza somada das cerca de mil pes-soas mais ricas do mundo – os bilionários do planeta – é qua-se o dobro daquilo que têm os 2,5 bilhões de pessoas mais pobres”.

Segundo ele, em 2007, “o PIB global foi estimado em 47 trilhões de dólares”. Neste mesmo ano, “as 250 maiores empresas do mundo tiveram vendas somadas superiores a 14,87 trilhões de dólares, cor-respondendo a quase um ter-ço do PIB global e superando o PIB dos Estados Unidos ou da União Europeia (de 13,2 tri-lhões e 13,74 trilhões, respecti-vamente)”.

Ainda em 2007, “as ven-das somadas das cinco maio-

o de equiLíbrio entre riCos e pobrespor oswaLdo miqueLuzzi

Advogado

d) os bilionários do mundo, cerca de mil indivíduos, “me-nos de 0,000015% da popu-lação mundial, detêm riqueza equivalente a quase duas vezes àquela dos 50% mais pobres”;

e) “as 100 maiores institui-ções financeiras do mundo ad-ministram quase 43 trilhões de dólares, cerca de um terço do patrimônio financeiro global”;

f) as 250 maiores empre-sas do mundo respondem por “cerca de um terço do PIB glo-bal”;

g) “os países mais ricos do mundo, como os Estados Unidos, a União Européia e o Japão, são em média mais de 100 vezes mais ricos do que os mais pobres, como Etiópia, Haiti e Nepal. Há 100 anos, a taxa era perto de 9 para 1. Na verdade, a taxa entre o PIB do país mais rico de hoje em ter-mos per capita, Luxemburgo, e o mais pobre, Guiné-Bissau, é de 267 para 1”;

h) nos Estados Unidos, “em-bora o percentual de aumento médio real da renda familiar entre 1990 e 2004 tinha si-do de 2% para 90% dos lares americanos com menor renda, ela aumentou 57% para o 1% de maior renda, disparou 85% no caso de 0,1% que ganha mais, e até 112% para a cama-da mais alta de 0,01%. Ou seja, os mais ricos estão ficando ain-da mais ricos duas vezes mais rapidamente do que os ricos”; “um fenômeno semelhante po-de ser visto na Grã-Bretanha, onde os super-ricos viram sua riqueza aumentar entre 500% e 600%, enquanto os preços

médios no varejo subiram ape-nas 60% no mesmo período”.

Como se vê, os ricos - pes-soas e países - ficam cada vez mais ricos, as empresas cres-cem e aumentam seus lucros sem medidas.

A sociedade está doente, pois, como disse Plutarco, “o desequilíbrio entre ricos e po-bres é a mais antiga e fatal do-ença de todas as repúblicas”.

Como os salários são o prin-cipal componente da renda, segundo James Galbraith, da Universidade do Texas, citado por David Rothkopf, as desi-gualdades sociais e de renda também aumentarão se eles não acompanharem o cresci-mento da riqueza e dele não participarem.

Recente pesquisa realizada por Haliwell Bank, especiali-zado banco europeu em gestão de grandes fortunas, fusões e aquisições de empresa, regis-trou que Santa Catarina foi o Estado com maior crescimen-to no número de milionários no período de 2003 a 2010, apontando como razões, entre outras, o avanço da indústria, turismo, serviços, setor portu-ário e construção civil.

Políticas como as que têm si-do adotadas em relação ao re-ajuste do salário mínimo, con-templando o crescimento do PIB – Produto Interno Bruto, e dos pisos salariais estaduais, contribuem para a diminuição das desigualdades sociais, de-vendo ser incentivadas e com-plementadas em negociações coletivas de trabalho. Mas, ainda são insuficientes para di-minuir o imenso desequilíbrio entre ricos e pobres.

res (Wal-Mart, ExxonMobil, Royal Dutch Shell, BP e Gene-ral Motors) foram de quase 1,5 trilhão de dólares – superior ao PIB de todos os países, com exceção de sete”.

Eis algumas outras dispa-ridades apontadas por David Rothkopf:

a) “em 1983, as 500 maiores empresas tinham lucros equi-valentes a 15% do PIB global”; em 2008 a proporção passou “para 40%”, quase triplicando;

b) “a parcela de 10% dos americanos mais ricos deti-nha 85% de todas as ações em 2001, com o um por cento mais rico controlando um ter-ço de toda a riqueza dos Esta-dos Unidos”;

c) “10% dos adultos do mun-do detêm 85% da riqueza glo-bal, enquanto a metade mais desfavorecida da população do mundo fica com apenas 1% do total”; “os 2% superiores desse grupo detêm metade da rique-za do planeta, e o 1% mais alto possui cerca de 40%”;

Fonte: Dieese/SC.

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