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ESTÁTISTICAS SOCIAIS E RACIAIS O mito de que há uma democracia racial ainda permanece no imaginário brasileiro. Cabe ressaltar, que o termo mito é aqui utilizado com o significado de idéia falsa, que distorce a realidade ou não corresponde a ela. Segundo dados da 4ª edição do Retrato de Gênero e Raça, produzido pelo IPEA, no ano de 2011, enquanto que 47,2% da população branca utilizam o Sistema Único de Saúde, entre os negros, o percentual é de 67%. Esta estatística se inverte quando se analisa o acesso aos planos de saúde privados, 17,2% da população negra contra 34,9% entre os brancos que possuem plano de saúde privado. Nesta pesquisa, o IPEA afirma que a população negra é SUS - dependente, por não ter outras opções de acesso à saúde. No que se refere à educação, o panorama não é muito diferente. Mesmo com as políticas públicas implantadas para reduzir as disparidades educacionais entre negros e brancos, ainda em 2009 os brancos apresentaram 8,4 anos de média de estudo em detrimento aos negros que estudaram em media 6,7 anos. No entanto, cabe ressaltar que, mesmo equalizando a questão da escolaridade, a população negra segue em desvantagem. Ainda que comparem trabalhadores com mais de 12 anos de estudo, o rendimento médio dos homens negros equivale a 66% daquele auferido por homens brancos com a mesma escolaridade. No caso das mulheres negras, com este mesmo nível educacional, percebem rendimentos equivalentes a apenas 40% do rendimento dos homens brancos (PNAD, 2012). Esta diferença explica-se pelo fato de que a segregação racial nos papéis relativos às carreiras, posição na ocupação, setor de atividade e nível hierárquico reflete-se na desigualdade salarial entre negros e brancos, mesmo entre aqueles com igual nível de escolaridade. No curso de medicina, apenas 2,7% dos formandos são negros

estátisticas Sociais e Raciais

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Page 1: estátisticas Sociais e Raciais

ESTÁTISTICAS SOCIAIS E RACIAIS

O mito de que há uma democracia racial ainda permanece no imaginário brasileiro. Cabe ressaltar, que o termo mito é aqui utilizado com o significado de idéia falsa, que distorce a realidade ou não corresponde a ela. Segundo dados da 4ª edição do Retrato de Gênero e Raça, produzido pelo IPEA, no ano de 2011, enquanto que 47,2% da população branca utilizam o Sistema Único de Saúde, entre os negros, o percentual é de 67%. Esta estatística se inverte quando se analisa o acesso aos planos de saúde privados, 17,2% da população negra contra 34,9% entre os brancos que possuem plano de saúde privado. Nesta pesquisa, o IPEA afirma que a população negra é SUS - dependente, por não ter outras opções de acesso à saúde. No que se refere à educação, o panorama não é muito diferente. Mesmo com as políticas públicas implantadas para reduzir as disparidades educacionais entre negros e brancos, ainda em 2009 os brancos apresentaram 8,4 anos de média de estudo em detrimento aos negros que estudaram em media 6,7 anos. No entanto, cabe ressaltar que, mesmo equalizando a questão da escolaridade, a população negra segue em desvantagem. Ainda que comparem trabalhadores com mais de 12 anos de estudo, o rendimento médio dos homens negros equivale a 66% daquele auferido por homens brancos com a mesma escolaridade. No caso das mulheres negras, com este mesmo nível educacional, percebem rendimentos equivalentes a apenas 40% do rendimento dos homens brancos (PNAD, 2012). Esta diferença explica-se pelo fato de que a segregação racial nos papéis relativos às carreiras, posição na ocupação, setor de atividade e nível hierárquico reflete-se na desigualdade salarial entre negros e brancos, mesmo entre aqueles com igual nível de escolaridade.

No curso de medicina, apenas 2,7% dos formandos são negros

Apesar de formarem 50,7% da população brasileiro, os autodeclarados negros ainda são minoria entre os formados no ensino superior. Na carreira de medicina, apenas 2,66% dos concluintes em 2010 eram pardos ou negros. O estudo foi realizado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), com as informações dos alunos que fizeram Enade.

Dos universitários que fizeram Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) em 2010, apenas 6,13% se declaravam negros ou pardos. Em 2009, o índice foi ainda menor: 5,41%.

PERCENTUAL DE NEGROS E PARDOS ENTRE CONCLUINTES

Medicina 2,66%

Design 3,58%

Page 2: estátisticas Sociais e Raciais

Odontologia 3,8%

Medicina Veterinária 4,26%

Farmácia 5,02%

Direito 5,03%

Comunicação Social 5,11%

Administração 5,26%

Psicologia 5,38%

Ciências Econômicas 5,5%

Fonte: Dados do Enade 2009 e 2010; Inep

Em 2010, somente 16.418 estudantes concluintes que prestaram o Enade se declararam negros, de um total de 267.823 universitários.

Desempenho

Quando comparado o desempenho entre universitários negros e brancos, nota-se que os resultados são muito próximos; os estudantes negros têm nota 1,7% menor dos que os alunos não negros. Isso mostra que eles superam as dificuldades que tiveram no ensino básico. A diferença entre alunos negros e não negros é maior na educação básica, mas tem diminuído. "Isso se explica por uma série de razões. Há uma grande correlação entre alunos negros e escola pública. Às vezes a educação é de baixa qualidade, existe a defasagem idade série, muitas vezes esse estudante tem que trabalhar e estudar", lista o presidente do Inep.

No caso das universidades públicas que adotam cotas, é preciso um trabalho paralelo da instituição para que o estudante possa superar completamente as diferenças em relação a alunos de boas escolas particulares.

Referências Bibliográficas

Martins Quirino, Kelly Tatiane. Mito da democracia racial: a relação entre imaginário e a aceitação das cotas raciais como política pública no Brasil, a partir da análise de posts no site da UOL

http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/05/20/negros-ainda-sao-minoria-entre-formados-no-ensino-superior