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• Histórico da criança e adolescente
Na idade medieval a criança era vista como um adulto em miniatura. A criança não tinha relevância no mundo social até vir a ser adulto. A criança foi retratada na arte religiosa em sua forma “pura”.
Histórico da criança e adolescente
• A Infância no Brasil Colônia/ Império-
• Atenção às crianças índias
• padres jesuítas com o objetivo de batizá-las e prepará-las para o
trabalho.
• Para que pudessem alcançar esse objetivo foram construídas
Casas para meninos e para meninas que os (as) separavam de
sua tribo e incutiam os dogmas Cristãos Mortalidade infantil alta
• Lei do Ventre Livre, 1871, o senhor poderia utilizar a mão de obra
escrava na idade dos 08 aos 21 anos;
Histórico da criança e adolescente
• A Roda dos Expostos
• Ação pública de caráter assistencial/religioso.
• Público: crianças pardas e/ou brancas;
• Objetivo: “salvar a honra das famílias”
• Mortalidade em torno de 90% seja pela omissão ou falta de
condições das Santas Casas ou por desinteresse da Corte.
• A primeira Roda foi criada na Bahia em 1726 e a última em São
Paulo. Sua extinção só ocorreu na década de 1950.
Histórico LEGAL da criança e adolescente
• A Infância no Brasil – Século XX
• 1902 - Congresso Nacional já discutia a implantação de uma
política chamada “Assistência e Proteção ao Menores e
Delinquentes”;
• 1903 - Criada a Escola Correcional;
• 1923 – Foi autorizada a criação do Juizado de Menores;
• 1924 – Foram criados Conselho de Assistência e Proteção aos
Menores e o Abrigo Menores;
• 1927 – É criado o primeiro Código de Menores: que classificava
os menores em abandonados e delinquentes.
Histórico LEGAL da criança e adolescente
• Era Vargas (1930 – 1945) consolidação da política assistencialista
e repressiva para a infância e adolescência;
• •1941 até 1964 – Criação do SAM (Serviço Nacional de
Assistência aos Menores) vinculado ao Ministério da Justiça e
Negócios Interiores com o objetivo de extirpar a ameaça dos
meninos “perigosos e suspeitos
• Criação da FEBEM (Fundação de Bem Estar do Menor)- centros
de internação para os abandonados como os considerados
perigosos.
• 1979 – Novo Código de Menores com a doutrina da situação
irregular;
Histórico LEGAL da criança e adolescente
• Doutrina da Situação Irregular x Doutrina da Proteção
Integral
• A doutrina da situação irregular foi adotada antes do
estabelecimento do atual Estatuto da Criança e do
Adolescente. Ela foi sustentada pelo antigo Código de
Menores (Lei 6697/79), que admitia situações absurdas de
não proteção à criança e ao adolescente.
Doutrina da proteção integral e sistema de proteção aos direitos
da criança e adolescente
• A adoção da doutrina da proteção integral é fruto da Convenção
Internacional dos Direitos da Criança.
• Convenção Internacional dos Direitos da Criança:
• Adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 20.11.89.
• Assinada pelo governo brasileiro, em 26.01.90.
• Padrão internacional que todo menor de 18 anos é considerado
criança- permite a proteção do que chamamos de adolescente.
• A doutrina da proteção integral, juntamente aos princípios do melhor
interesse e da absoluta prioridade, faz parte da tríade principiológica
que forma o ECA.
Definição criança e adolescente (art. 2º ECA)
• Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a
pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente
aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Condição de pessoa em condição peculiar de
desenvolvimento
• O que significa isso?
• Não atingiram condições de defender seus direitos frente às omissões e
transgressões capazes de violá-los;
• Não contam com meios próprios para arcar com a satisfação de suas
necessidades básicas;
• Não têm acesso ao conhecimento pleno de seus direitos
• Não podem responder pelo cumprimento das leis e deveres e
obrigações inerentes à cidadania da mesma forma que o adulto, por se
tratar de seres em pleno desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e
social cultural , não tendo dessa forma a mesma capacidade de
autodeterminação do adulto.
Aplicação do Estatuto às pessoas entre 18 e 21 anos de idade
(art. 2º, parágrafo único)
• Com a maioridade civil e imputabilidade penal, adolescente
passa a se sujeitar as regras do Código Civil e Código Penal.
Porém pode haver exceções, onde ainda se aplica o ECA
nesta faixa de idade.
• Exemplo: desinternação compulsória aos 21 anos; dotando
deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do
pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos
adotantes .
A criança e adolescente como sujeitos de direitos
fundamentais (art. 3º e 5º)
• Passa-se a considerar criança e adolescente sujeitos de direitos e
não como objetos;
• Direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo
da proteção integral
• Não será objeto de qualquer forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão,
punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão,
aos seus direitos fundamentais.
• Titulo II do ECA trata a partir do artigo 7º ao 14 os direitos
fundamentais
Dever de efetivação de direitos de crianças e adolescentes
(art. 4º caput)
• Constituição Federal art. 227
• Art. 4º ECA- dever da:
• FAMÍLIA
• COMUNIDADE
• DA SOCIEDADE EM GERAL
• PODER PÚBLICO
• Todos juntos devem, com absoluta prioridade, buscar
efetivar direitos da criança e adolescente
Dever de efetivação de direitos de crianças e adolescentes
(art. 4º caput)
• Constituição Federal art. 227
• Art. 4º ECA- dever da:
• FAMÍLIA
• COMUNIDADE
• DA SOCIEDADE EM GERAL
• PODER PÚBLICO
• Todos juntos devem, com absoluta prioridade, buscar
efetivar direitos da criança e adolescente
Garantia da prioridade absoluta e ponderação de direitos (art.
4º parágrafo único)
• Elenca situações em que se deve mostrar presente a
absoluta prioridade das crianças e adolescentes, quais sejam:
• a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer
circunstâncias;
• b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de
relevância pública;
• c) preferência na formulação e na execução das políticas
sociais públicas;
• d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas
relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
• Ausência de capacidade civil- pessoas em desenvolvimento-
deverão assim ter oportunidades e faculdades para seu
completo desenvolvimento
• Lei da Primeira Infância (2016) prioridade máxima para crianças
de até 06 anos de idade.
Do direito a vida e a saúde (art. 7º)
Direito a vida e suas dimensões
• Direito absoluto a vida existe?
Direito a saúde, politicas públicas, condições dignas de existência
(art. 7º).
• A prioridade absoluta na proteção da criança e do adolescente
impõe destinação privilegiada dos recursos públicos.
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
• Saúde da mulher, planejamento reprodutivo e atendimento
adequado e humanizado (art. 8º)
• Mudança da lei em 2016, inseriu 10 parágrafos no art. 8º;
• Acesso a programas e políticas públicas de saúde e
planejamento reprodutivo
• Sobrevindo gravidez, o período do pré-natal será feito pelo
profissionais da atenção primária
• Vinculação da gestante, no último trimestre,
estabelecimento que fará o parto, garantido direito de opção
da mulher
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
• Saúde da mulher, planejamento reprodutivo e atendimento
adequado e humanizado (art. 8º)
• Orientação a gestante no pré-natal ( e pós-natal) sobre
alimentação do bebê; vínculos com a criança;
• Assistência psicologia a mãe, inclusive àquelas que querem
entregar seus filhos;
• Novidade trazida foi direito ao parto natural (normal)
cuidadoso. Cesariana e outras intervenções cirúrgicas somente
por motivos médicos;
• Prevê também a busca ativa da gestante que não iniciou ou
abandonou o pré-natal, bem como a mulher puérpera que não
compareceu a consulta pós-parto.
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
• Saúde da mulher, planejamento reprodutivo e atendimento
adequado e humanizado (art. 8º)
• Mesmo direitos a gestante e as mães privadas de liberdade
em relação a sua saúde e a do bebê.
• Preocupação do legislador com a unidade de privação de
liberdade onde se encontra a mãe e a criança;
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Aleitamento materno (art. 9º)
• Documento internacional- Declaração de Innocenti-
defensores da amamentação;
• Vantagens para criança e para mãe são inúmeras
• Direito humano especial
• Previsão na CF, art. 5º, inciso I- direito da amamentação das
mulheres presidiárias;
• Art. 9º ECA: Poder público, as instituições e os empregadores
propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno,
inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa
de liberdade
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Obrigações dos hospitais e demais estabelecimentos de
atenção à saúde da gestante (art. 10)
• Neste artigo consta um rol de obrigações que devem ser
cumpridas pelos hospitais e estabelecimentos à gestante:
• I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de
prontuários individuais, pelo PRAZO DE DEZOITO ANOS;
• II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua
impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe,
sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade
administrativa competente;
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Obrigações dos hospitais e demais estabelecimentos de
atenção à saúde da gestante (art. 10)
• III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de
anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como
prestar orientação aos pais;
• IV - fornecer declaração de nascimento onde constem
necessariamente as intercorrências do parto e do
desenvolvimento do neonato;
• V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a
permanência junto à mãe.
• VI - acompanhar a prática do processo de amamentação (...) Foi
inserido este inciso em 2017.
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
• Atendimento Sistema Único de Saúde (SUS): assistência médica e
odontológica e vacinação obrigatória. (art. 11, caput, c.c. art. 14, caput e
§ 1º a 4º).
• Acesso integral às linhas de cuidados à saúde de crianças e adolescentes
no SUS.
• Metodologia adequada para o atendimento de crianças e adolescentes
com vistas a proteção integral prevista no ECA;
• Art. 14- SUS deve promover programas de assistência médica e
odontológica
• Obrigatoriedade de vacinação
• Art. 14 § 3º: A atenção odontológica à criança terá função educativa
protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, por meio
de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no sexto e no décimo
segundo anos de vida, com orientações sobre saúde bucal
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
• Crianças com deficiência e atendimento especializado,
fornecimento de medicamentos, próteses (art. 11 §§ 1º a
3º).
• Ausência de qualquer tipo de segregação ou discriminação
• Poder Público deverá oferecer de forma gratuita
medicamentos, órteses, próteses e outras tecnologias
assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou reabilitação
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Permanência em TEMPO INTEGRAL de um dos pais ou
responsável nos casos de internação de criança ou
adolescente (art. 12)
• Em virtude da condição de pessoa em
desenvolvimento, fonte de força e acalento
• Serve também como fiscalizador do tratamento
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Castigo físico, tratamento cruel ou degradante, maus-
tratos (art. 13).
• Em caso de suspeita ou confirmação de maus-tratos
deverá OBRIGATORIAMENTE comunicado o Conselho
Tutelar
• O dever de comunicação de maus-tratos se estende aos
profissionais de saúde , bem como professores,
responsáveis por estabelecimentos de ensino, entre
outros;
• Caso não o façam podem incidir no art. 245 ECA
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Encaminhamento de mães que quiserem entregar seus
filhos para adoção (art. 13, parágrafo único).
• Mães ou gestantes devem ser encaminhadas à Justiça
da Infância e Juventude
• Assistência psicológica a estas gestante ou mães;
• Art. 258- B- infração administrativa de deixar de
encaminhar a gestante ou mãe caso saiba estar ela
interessada em entregar a criança para adoção.