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Estatuto da Polícia Militar de Mato Grosso do

Sul (Lei Complementar nº 053, de 30 de agosto de 1990.)

ANOTADO

Fevereiro, 2016

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

Reinaldo Azambuja Silva

Governador

Silvio César Maluf

Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública

CEL QOPM Deusdete Souza de Oliveira Filho

Comandante-Geral da PMMS

CEL QOPM Jorge Edgard Judice Teixeira

Subcomandante-Geral da PMMS

Cláudia Elaine Novaes Assumpção Paniago1

Organizadora

Ten Cel QOPM Marcelo Cansanção Silveira

Revisor

Sd PM Kelton Henrique Miranda

Capa e design

1 Procuradora do Estado de Mato Grosso do Sul.

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APRESENTAÇÃO

Um propósito estabelecido por este Comando foi disponibilizar o “Estatuto da PMMS

comentado”, visto a escassez de obras nesse sentido. O número cada vez mais crescente de

demandas direcionadas a Administração Pública Militar e a preocupação em tornar pública de

que forma tem se pautado as ações da administração, bem como as tendências do judiciário,

apresentando apontamentos acerca de nosso Estatuto, dentre os quais as jurisprudências dos

Tribunais Superiores e do Tribunal do Estado de Mato Grosso do Sul.

Destarte, o presente trabalho servirá de fonte de consulta para os Policiais Militares,

a Administração Pública e aos demais interessados, de forma a acompanharem os

posicionamentos emanados do Poder Judiciário, que vão nortear os requerimentos no âmbito

administrativo, bem como a resposta da Administração frente à essas demandas.

Longe da pretensão de esta obra seja um fim em si mesma, um aspecto muito

importante nela contido é de que poderá receber sugestões e acréscimos, a fim de proporcionar

melhorias, mostrando um dinamismo característico da era do avanço tecnológico e digital.

Parafraseando o ilustre jurista brasileiro Rui Barbosa, “o homem que não luta pelos

seus direitos não merece viver.”

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NOTA DA ORGANIZADORA E DO REVISOR

A edição da obra Estatuto da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul Anotado (Estatuto da PMMS)

tem como objetivo principal facilitar a compreensão e aplicação da Lei Complementar nº 053, de

30 de agosto de 1990, que regula a situação, obrigações, deveres, direitos e prerrogativas dos

policiais-militares do Estado de Mato Grosso do Sul, por todos os interessados.

Nesse sentido, é essencial o conhecimento da jurisprudência e da legislação de referência. Por

meio da jurisprudência, tem-se uma visão mais clara da maneira pela qual o Poder Judiciário

analisa e aplica o Estatuto, permitindo-nos acompanhar sua evolução.

Concebida com caráter eminentemente prático, esta obra visa facilitar a compreensão do

Estatuto por todos que dele se utilizem, notadamente os servidores por ele regidos. Pois, de fato,

o conhecimento é um importante instrumento de pacificação social, e de redução de conflitos

judiciais.

Sob este aspecto, a sistemática adotada consiste em associar a cada artigo, parágrafo, inciso

ou alínea da Lei, a jurisprudência e a legislação de referência, quando houver; além de notas,

caso seja necessária à realização de algum esclarecimento complementar.

Nesta versão, a jurisprudência encontra-se anotada na cor azul, a legislação na cor verde e as notas na cor laranja.

A jurisprudência selecionada traz decisões do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal

de Justiça, do Tribunal Superior Eleitoral, do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul

e do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, que em sua maioria tratam da aplicação do

próprio Estatuto (jurisprudência especifica); os demais julgados foram citados em razão da

pertinência temática, ainda que digam respeito a texto normativo diverso.

A seleção da jurisprudência é feita por amostragem e buscou colacionar os acórdãos mais

recentes, relacionados aos temas que apresentam maior repercussão, relevância, ou sejam

objeto de divergência. O inteiro teor das decisões pode ser acessado por meio das ferramentas

de pesquisa jurisprudencial nos sítios dos respectivos Tribunais:

http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/pesquisarJurisprudencia.asp

http://www.stj.jus.br/SCON/

http://www.tse.jus.br/legislacao

http://www.tre-ms.jus.br/jurisprudencia/jurisprudencia

http://www.tjms.jus.br/cjsg/consultaCompleta.do

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A legislação de referência engloba a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, a

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul de 1989, e legislação federal e estadual

correlatas, podem ser acessados por meio de ferramentas de pesquisa legislativa no Portal da

Legislação do Governo Federal e nos sítios do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e

Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul nos seguintes endereços:

http://aacpdappls.net.ms.gov.br/appls/legislacao/secoge/govato.nsf

http://www.tjms.jus.br/sistemas/biblioteca/legislacao.php

http://www4.planalto.gov.br/legislacao

Importante lembrar que os textos legais citados não substituem o publicado no Diário Oficial do

Estado e no da União. Nem a jurisprudência relacionada vincula qualquer decisão, tendo

finalidade meramente informativa.

As sugestões para o aprimoramento da presente obra, as colaborações e reporte de erros nela

encontrados podem ser encaminhadas por mensagem de texto identificada a ser enviada para o

endereço eletrônico: [email protected].

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SUMÁRIO

TÍTULO I

Capítulo I - Das Generalidades

Capítulo II - Do Ingresso na Polícia Militar

Capítulo III - Da Hierarquia e da Disciplina

Capítulo IV - Do Cargo e da Função Policiais-Militares

TÍTULO II - DAS OBRIGAÇÕES E DOS DEVERES POLICIAIS-MILITARES

Capítulo I - Das Obrigações Policiais-Militares

Seção I - Do Valor Policial-Militar

Seção II - Da Ética Policial-Militar

Capítulo II

Seção I - Dos Deveres Policiais-Militares

Seção II - Do Compromisso Policial-Militar

Seção III - Das Autoridades Policiais-Militares

Subseção I - Do Comando e da Subordinação

Capítulo III

Seção I - Da Violação das Obrigações e de Outros Direitos

Seção II - Dos Crimes Militares

Seção III - Das Transgressões Disciplinares

Seção IV - Dos Conselhos de Justificação e Disciplina

TÍTULO III - DOS DIREITOS E PRERROGATIVAS DOS POLICIAIS-MILITARES

Capítulo I

Seção I - Dos Direitos

Seção II - Da Remuneração

Seção III - Da Promoção

Seção IV - Das Férias e Outros Afastamentos Temporários do Serviço

Seção V - Das Licenças

Capítulo II

Seção I - Das Prerrogativas

Seção II - Dos Uniformes da Polícia Militar

TÍTULO IV - DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS

Capítulo I - Das Situações Especiais

Seção I - Da Agregação

Seção II - Da Reversão

Seção III - Do Excedente

Seção IV - Do Ausente e do Desertor

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Seção IV - Do Desaparecimento ou Extravio

Capítulo II

Seção I - Do Desligamento ou Exclusão do Serviço Ativo

Seção II - Da Transferência Para a Reserva Remunerada

Seção III - Da Reforma

Seção IV - Da Demissão, da Perda do Posto e da Patente e da Declaração de Indignidade ou Incompatibilidade com o Oficialato

Seção V - Do Licenciamento

Seção VI - Da Exclusão da Praça a Bem da Disciplina

Seção VII - Da Deserção

Seção VIII - Do Falecimento e do Extravio

Seção IX - Da Reabilitação

Capítulo III - Do Estágio Probatório

Capítulo IV - Da Pensão Policial-Militar

Capítulo V - Do Tempo de Serviço

Capítulo VI - Da Readaptação

Capítulo VII - Das Recompensas e das Dispensas do Serviço

TÍTULO V - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

ANEXO DA LEI COMPLEMENTAR Nº 053, DE 30 DE AGOSTO DE 1990.

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LEI COMPLEMENTAR Nº 053, DE 30 DE AGOSTO DE 1990.

Dispõe sobre o Estatuto dos Policiais Militares de Mato Grosso do Sul, é dá outras providências.

Publicada no Diário Oficial do Estado nº 2.883, de 31 de agosto de 1990.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL, faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar,

Título I

Capítulo I

Das Generalidades

Art. 1º O presente Estatuto regula a situação, obrigações, deveres, direitos e prerrogativas dos policiais-militares do Estado de Mato Grosso do Sul.

JURISPRUDÊNCIA

Terceiro agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Emenda Constitucional 16/99 à Constituição do Estado de Pernambuco. 3. A iniciativa de ato legislativo relativo ao regime jurídico dos servidores militares estaduais é reservada ao Chefe do Poder Executivo estadual por força no art. 61, § 1º, II, f, da Constituição Federal, ainda que se trate de emenda à Constituição estadual. 4. Vício de iniciativa. Inexistência. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. (ARE 657984 AgR-terceiro, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 17/03/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-066 DIVULG 08-04-2015 PUBLIC 09-04-2015)

REGIME JURIDICO. MILITAR ESTADUAL. INICIATIVA LEGISLATIVA. GOVERNADOR

Terceiro agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Emenda Constitucional 16/99 à Constituição do Estado de Pernambuco. 3. A iniciativa de ato legislativo relativo ao regime jurídico dos servidores militares estaduais é reservada ao Chefe do Poder Executivo estadual por força no art. 61, § 1º, II, f, da Constituição Federal, ainda que se trate de emenda à Constituição estadual. 4. Vício de iniciativa. Inexistência. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. (ARE 657984 AgR-terceiro, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 17/03/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-066 DIVULG 08-04-2015 PUBLIC 09-04-2015)

REGIME JURIDICO. MILITAR ESTADUAL. LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL

Cabe à lei estadual, nos termos da norma constitucional do art. 142, § 3º, X, regular as disposições do art. 42, § 1º, da CF e estabelecer as condições de transferência do militar para a inatividade.” (RE 495.341-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 14-9-2010, Segunda Turma, DJE de 1º-10-2010.) No mesmo sentido: AI 562.165-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 16-52006,

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Segunda Turma, DJE de 9-6-2006; RE 226.161, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 25-6-2002, Primeira Turma, DJE de 30-8-2002.

AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA - DISPOSITIVO LEGAL DECLARADO INCONSTITUCIONAL - DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO - DIREITO LÍQUIDO E CERTO COM BASE NO DISPOSITIVO LEGAL DECLARADO INCONSTITUCIONAL - UTILIZAÇÃO DE LEGISLAÇÃO DE OUTRO ENTE FEDERATIVO PARA GARANTIR O DIREITO LÍQUIDO E CERTO - INCONSTITUCIONALIDADE - ART. 42, § 1º E 142, § 3º, X, CF - PARIDADE LEGISLATIVA - AFRONTA AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE - RECURSO NÃO PROVIDO. Dispositivo legal declarado inconstitucional, com decisão transitada em julgado, não tem eficácia perante a Administração Pública Estadual. A aplicação de legislação de outro ente federativo acarretaria afronta aos artigos 42, § 1º e 142, § 3º, X, ambos da Constituição Federal, que atribuem competência a cada Estado para legislar sobre Organização Policial Militar. (4008028-25.2013.8.12.0000 Agravo Regimental Relator(a): Des. Vladimir Abreu da Silva; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Seção Cível; Data do julgamento: 28/08/2013; Data de registro: 15/05/2014).

MILITAR ESTADUAL. INATIVIDADE

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PREVIDENCIÁRIO. MILITAR. APOSENTADORIA ESPECIAL. INAPLICABILIDADE DO ART. 40, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (ARE 870509 AgR, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 12/05/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-096 DIVULG 21-05-2015 PUBLIC 22-05-2015).

TRANSFERÊNCIA PARA RESERVA REMUNERADA. COMPETÊNCIA LOCAL.

Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Servidor militar. Negativa de prestação jurisdicional. Não ocorrência. Princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Ofensa reflexa. Competência legislativa. Transferência para a reserva remunerada. Grau hierárquico superior. Critérios. Legislação local. Preenchimento dos requisitos. Reexame de fatos e provas. Impossibilidade. Recurso extraordinário interposto com fundamento também nas alíneas c e d do art. 102, inciso III, da Constituição Federal. Não cabimento. Precedentes. 1. A jurisdição foi prestada pelo Tribunal de origem mediante decisão suficientemente motivada. 2. A afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, quando depende, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais, configura apenas ofensa indireta ou reflexa à Constituição da República. 3. No acórdão recorrido, não se divergiu da orientação assentada na Corte de que cabe à lei estadual, nos termos do art. 142, § 3º, inciso X, regulamentar as disposições do art. 42, § 1º, da Constituição Federal. 4. O Tribunal de origem concluiu que os ora agravados preenchiam os requisitos legais para sua transferência para a reserva remunerada, com proventos equivalentes à remuneração percebida no

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grau hierárquico imediatamente superior, com fundamento na Lei Complementar estadual nº 53/90 e nos fatos e nas provas dos autos. Incidência no ponto das Súmulas nºs 280 e 279/STF. 5. A Corte de origem não julgou válida lei ou ato de governo local contestados em face da Constituição Federal, tampouco em face de lei federal, razão pela qual fica igualmente inviabilizado o processamento do recurso extraordinário pelas alíneas c e d do permissivo constitucional. 6. Agravo regimental não provido. (ARE 724191 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 25/06/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-176 DIVULG 06-09-2013 PUBLIC 09-09-2013).

LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

(...)

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.

§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;

II - disponham sobre:

f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

(...)

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações

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especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 39. São servidores públicos militares os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.

§ 7º A lei disporá sobre os limites de idade, sobre a estabilidade e sobre outras condições de transferência do militar para inatividade.

(...)

Art. 41. As Polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros Militar subordinam-se à legislação especial, que definirá sua estrutura, competências, direitos, garantias, deveres, prerrogativas de seus integrantes, de maneira a assegurar a eficiência de suas atividades, baseando-se nos princípios da hierarquia e da disciplina.

(...)

Art. 49. A organização, o efetivo, o equipamento, as garantias, a convocação e a mobilização da Polícia Militar serão regulados por lei complementar.

(...)

Art. 51. (...)

Parágrafo único. Aplica-se ao Corpo de Bombeiros Militar o disposto nos artigos 48 e 49.

(...)

Art. 62. Cabe à Assembleia Legislativa, com sanção do Governador, legislar sobre todas as matérias de competência do Estado, especialmente sobre:

VIII - fixação dos efetivos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar;

(...)

Art. 67. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou comissão da Assembleia Legislativa, ao Governador do Estado, ao Tribunal de Justiça, ao Tribunal de Contas, ao Procurador-Geral de Justiça, ao Defensor Público-Geral do Estado e aos cidadãos, nos termos desta Constituição. (redação dada pela EC 68, de 15 de dezembro de 2015, publicada no D.O. 9.067, de 16 de dezembro de 2015, página 1; republicada no D.O. nº 9.068, de 17 de dezembro de 2015, página 1; republicada no D.O. 9.071, de 22 de dezembro de 2015, página 1)

§ 1º São de iniciativa do Governador do Estado as leis que:

I - fixem ou modifiquem os efetivos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar;

II - disponham sobre:

b) os servidores públicos do Estado, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria de civis, reforma e transferência de militares para a inatividade;

(...)

Art. 89. Compete privativamente ao Governador do Estado:

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VI - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;

DECRETO-LEI Nº 667, DE 2 DE JULHO DE 1969. Reorganiza as Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, dos Território e do Distrito Federal, e dá outras providências.

DECRETO N. 88.777, DE 30 DE SETEMBRO DE 1983.Aprova o regulamento para as policias militares e corpos de bombeiros militares (R-200).

Art. 1º - Este Regulamento estabelece princípios e normas para a aplicação do Decreto-lei nº 667, de 02 de julho de 1969, modificado pelo Decreto-lei nº 1.406, de 24 de junho de 1975, e pelo Decreto-lei nº 2.010, de 12 de janeiro de 1983.

Art. 2º Nos termos da Constituição Federal a Polícia Militar, instituição permanente destinada à manutenção da Ordem Pública, sendo Força Auxiliar Reserva do Exército Brasileiro, subordina-se administrativamente e operacionalmente ao Secretário de Estado de Segurança Pública.

JURISPRUDÊNCIA

POLÍCIA MILITAR. SUBORDINAÇÃO.

O § 6º do art. 144 da Constituição diz que os Delegados de Polícia são subordinados, hierarquizados administrativamente aos governadores de Estado, do Distrito Federal e dos Territórios. E uma vez que os delegados são, por expressa dicção constitucional, agentes subordinados, eu os excluiria desse foro especial, ratione personae ou intuitu personae.” (ADI 2.587, voto do Rel. p/ o ac. Min. Ayres Britto, julgamento em 1º-12-2004, Plenário, DJ de 6-11- 2006.) “Polícias estaduais: regra constitucional local que subordina diretamente ao governador a Polícia Civil e a Polícia Militar do Estado: inconstitucionalidade na medida em que, invadindo a autonomia dos Estados para dispor sobre sua organização administrativa, impõe dar a cada uma das duas corporações policiais a hierarquia de secretarias e aos seus dirigentes o status de secretários.” (ADI 132, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 30-4-2003, Plenário, DJ de 30-5-20.

SIMETRIA. SUBORDINAÇÃO.

O Pleno desta Corte pacificou jurisprudência no sentido de que os Estados-membros devem obediência às regras de iniciativa legislativa reservada, fixadas constitucionalmente. A gestão da segurança pública, como parte integrante da administração pública, é atribuição privativa do governador de Estado." (ADI 2.819, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 6-4-2005, Plenário, DJ de 2-12-2005).

POLÍCIA MILITAR. DESTINAÇÃO CONSTITUCIONAL.

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Em face do art. 144, caput, V e § 5º, da Constituição, sendo a segurança pública, dever do Estado e direito de todos, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através, entre outras, da Polícia Militar, essa atividade do Estado só pode ser sustentada pelos impostos, e não por taxa, se for solicitada por particular para a sua segurança ou para a de terceiros, a título preventivo, ainda quando essa necessidade decorra de evento aberto ao público. Ademais, o fato gerador da taxa em questão não caracteriza sequer taxa em razão do exercício do poder de polícia, mas taxa pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, o que, em exame compatível com pedido de liminar, não é admissível em se tratando de segurança pública.” (ADI 1.942-MC, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 5-5-1999, Plenário, DJ de 22-10-1999.) No mesmo sentido: RE 536.639-AgR, rel. min. Cezar Peluso, julgamento em 7-8-2012, Segunda Turma, DJE de 29-8-2012; RE 269.374-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 2-8-2011, Segunda Turma, DJE de 22-8-2011.

“RADIOPATRULHA ÁEREA”. ATRIBUIÇÃO RESIDUAL.

“Polícia Militar: atribuição de ‘radiopatrulha aérea’: constitucionalidade. O âmbito material da Polícia Aeroportuária, privativa da União, não se confunde com o do policiamento ostensivo do espaço aéreo, que – respeitados os limites das áreas constitucionais das Polícias Federal e Aeronáutica Militar – se inclui no poder residual da Polícia dos Estados.” (ADI 132, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 30-4-2003, Plenário, DJ de 30-5-2003.)

LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:

V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 40. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública, das prerrogativas da cidadania, da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos, subordinados administrativa e operacionalmente ao Secretário de Estado de Segurança Pública:

II - a Polícia Militar;

III - Corpo de Bombeiros Militar.

Parágrafo único. Aplica-se aos órgãos constantes neste artigo o disposto no § 6º do art. 144 da Constituição Federal.

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(...)

Art. 46. A Polícia Militar, instituição permanente e regular, força auxiliar e reserva do Exército, é dirigida por um comandante-geral, cargo privativo de oficial superior, de livre escolha, nomeação e exoneração do Governador do Estado.

(...)

Art. 50. Ao Corpo de Bombeiros Militar, instituição permanente, regular e autônoma, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil, de prevenção e de combate a incêndios, de busca, de salvamento e de socorro público.

(...)

Art. 89. Compete privativamente ao Governador do Estado:

XXVI - exercer o comando supremo da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, promover seus oficiais e nomeá-los para os cargos que lhe são privativos.

A LEI COMPLEMENTAR Nº 190, DE 4 DE ABRIL DE 2014, que dispõe sobre a organização, a composição e o funcionamento da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, e dá outras providências, determina que:

Art. 1º A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS) é instituição permanente e regular, força auxiliar e reserva do Exército, estruturada com base na hierarquia e na disciplina, incumbindo-lhe o exercício da polícia ostensiva e preventiva, a preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas, do patrimônio e do meio ambiente, a manutenção da segurança interna do Estado, bem como as demais atribuições constantes da Constituição Federal.

§ 1º A PMMS subordina-se ao Governador do Estado, sendo vinculada administrativa e operacionalmente ao Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública. (redação dada pela Lei Complementar nº 206, de 5 de outubro de 2015)

LEI COMPLEMENTAR Nº 188, DE 3 DE ABRIL DE 2014.Dispõe sobre a Organização Básica do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul (CBMMS), e dá outras providências.

Art. 1º O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul (CBMMS), órgão permanente, regular e autônomo, estruturado nas carreiras dos oficiais e das praças, organizado com base na hierarquia e disciplina, força auxiliar e reserva do Exército, subordinado ao Governador do Estado e vinculado operacional e administrativamente à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, tem a sua organização básica definida nos termos desta Lei Complementar. (redação dada pela Lei Complementar nº 205, de 5 de outubro de 2015)

Art. 3º O Comandante-Geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul será escolhido livremente pelo Governador do Estado, dentre os oficiais do QOPM, ocupantes do último posto da hierarquia Policial-Militar. (Alterado pelo art. 31 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.)

§ 1º Revogado pelo art. 39 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.

§ 2º Revogado pelo art. 39 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.

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LEGISLAÇÃO

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 27. Para a organização da administração pública direta, indireta ou das fundações de qualquer dos Poderes do Estado é obrigatório o cumprimento do seguinte: (redação dada pela EC nº 40, de 19 de novembro de 2008, publicada no D.O. nº 7.342, de 19 de novembro de 2008)

§ 9º É vedada a nomeação de autoridades que se enquadrem nas condições de inelegibilidade nos termos da lei complementar de que trata o § 9º do art. 14 da Constituição Federal, no que se refere à proteção da probidade administrativa e da moralidade da administração pública, considerada vida pregressa do nomeado, para os cargos de: (acrescentado pela EC nº 45, de 7 de junho de 2011, publicada no D.O. nº 7.966, de 8 de junho de 2011, página 1)

VI - Comandante-Geral da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar; (acrescentado pela EC nº 45, de 7 de junho de 2011, publicada no D.O. nº 7.966, de 8 de junho de 2011, página 1)

(...)

VIII - Comissão de assessoramento conforme determina o inciso V do art. 37 da Constituição Federal. (acrescentado pela EC nº 45, de 7 de junho de 2011, publicada no D.O. nº 7.966, de 8 de junho de 2011, página 1)

§ 9º-A. É vedada também, no serviço público da Administração Direta e Indireta do Estado de Mato Grosso do Sul, a designação para função de confiança ou a nomeação para emprego ou para cargo efetivo ou em comissão de pessoa que esteja em situação de inelegibilidade em razão de condenação ou punição de qualquer natureza, na forma da lei complementar prevista no art. 14, § 9º, da Constituição Federal, durante o prazo de duração do impedimento. (acrescentado pela EC nº 64, de 2 de junho de 2015, publicada no D.O. 8.933, de 3 de junho de 2015, página 1)

§ 10. Para aferição das condições a que se refere o § 9º, os nomeados deverão apresentar, no ato de posse, certidões de ações cíveis e criminais, emitidas: (acrescentado pela EC nº 45, de 7 de junho de 2011, publicada no D.O. nº 7.966, de 8 de junho de 2011, página 1)

I - pela Seção da Justiça Federal do Estado de Mato Grosso do Sul e pelo respectivo Tribunal Regional Federal; (acrescentado pela EC nº 45, de 7 de junho de 2011, publicada no D.O. nº 7.966, de 8 de junho de 2011, página 1)

II - pela Justiça Estadual de 1º e 2º graus; (acrescentado pela EC nº 45, de 7 de junho de 2011, publicada no D.O. nº 7.966, de 8 de junho de 2011, página 1)

III - pelos Tribunais competentes, quando o nomeado tiver exercido, nos últimos dez anos, função pública que implique foro especial por prerrogativa de função; (acrescentado pela EC nº 45, de 7 de junho de 2011, publicada no D.O. nº 7.966, de 8 de junho de 2011, página 1)

§ 11. Quando as certidões criminais previstas no § 10 forem positivas, o nomeado também deverá apresentar as respectivas certidões de objeto e pé atualizadas de cada um dos processos criminais indicados. (acrescentado pela EC nº 45, de 7 de junho de 2011, publicada no D.O. nº 7.966, de 8 de junho de 2011, página 1)

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(...)

Art. 89. Compete privativamente ao Governador do Estado:

XXV - nomear e exonerar o comandante-geral da Polícia Militar, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar e o diretor-geral da Polícia Civil;

A LEI COMPLEMENTAR Nº 190, DE 4 DE ABRIL DE 2014, que dispõe sobre a organização, a composição e o funcionamento da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, e dá outras providências, estabelece o procedimento quanto a indicação do comandante-geral:

Art. 9º O Comandante-Geral, será um oficial superior do QOPM, do Serviço Ativo e do último Posto da Corporação, sendo o responsável superior pelo comando e pela administração da Corporação.

§ 1º Sempre que a escolha não recair no Oficial mais antigo, terá ele precedência hierárquica e funcional sobre todos os demais oficiais do último posto da Corporação.

§ 2º O provimento do cargo de Comandante-Geral será feito por ato do Governador do Estado.

§ 3º Os atos de nomeação do Comandante-Geral e de exoneração do substituído devem ser simultâneos.

A LEI COMPLEMENTAR Nº 188, DE 3 DE ABRIL DE 2014, dispõe sobre a Organização Básica do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul (CBMMS), e dá outras providências, trazendo o seguinte procedimento quanto a indicação do comandante-geral:

Art. 7º O Comando Geral do CBMMS é o órgão de Direção Superior, cuja função de Comandante-Geral do CBMMS é privativa de Oficial da ativa, em efetivo exercício, do último posto do Quadro de Oficiais Combatentes BM (QOBM), detentor dos seguintes cursos:

I - Curso de Formação de Oficiais em Instituição de Ensino Militar;

II - Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais ou equivalente;

III - Curso Superior de Bombeiro Militar ou equivalente.

§ 1º O provimento da função de Comandante-Geral será feito mediante ato do Governador do Estado;

§ 2º Os atos de exoneração da função e da nomeação de um novo Comandante-Geral do CBMMS deverão ser processados simultaneamente, sendo vedada a vacância da função.

§ 3º Quando a escolha para o exercício da função de Comandante-Geral não incidir sobre o Oficial mais antigo da Corporação, terá o escolhido precedência funcional sobre os demais Oficiais.

Art. 4º Os integrantes da PMMS, em razão da destinação constitucional da Corporação e das leis vigentes, são servidores públicos militares estaduais denominados policiais-militares.

LEGISLAÇÃO

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Constituição Federal

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 39. São servidores públicos militares os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.

O DECRETO N. 88.777, DE 30 DE SETEMBRO DE 1983, que aprova o regulamento para as policias militares e corpos de bombeiros militares (R-200):

Art. 46 - Os integrantes das Polícias Militares, Corporações instituídas para a manutenção da ordem pública e da segurança interna nas respectivas Unidades da Federação, constituem uma categoria de servidores públicos dos Estados, Territórios e Distrito Federal, denominado de "policiais-militares".

§ 1º Os policiais-militares encontram-se em uma das seguintes situações:

a) Na ativa:

I - Os policiais-militares de carreira;

JURISPRUDÊNCIA

SITUAÇÃO. ATIVO. FÉRIAS. LICENÇA. FOLGA.

APELAÇÃO CRIMINAL – CRIME MILITAR – DESOBEDIÊNCIA E DESACATO – PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO POR NÃO ESTAR DE SERVIÇO – INOCORRÊNCIA – ESTATUTO DA PMMS QUE DEIXA CLARO QUE OS CRIMES MILITARES SOMENTE NÃO SE APLICAM AOS INATIVOS – PRELIMINAR AFASTADA. Nos termos do art. 9º do CPM e art. 4º da Lei Complementar Estadual nº 53/90 (Estatuto da Polícia Militar), o militar em situação de atividade envolve quem está ativo no serviço militar, ainda que em gozo de férias, folga ou licença para qualquer finalidade. APELAÇÃO CRIMINAL – CRIME MILITAR – DESOBEDIÊNCIA E DESACATO – ALEGADA AUSÊNCIA DE PROVAS A LASTREAR O ÉDITO CONDENATÓRIO – IMPROCEDENTE – PEDIDO DE REDUÇÃO DA PENA-BASE AO MÍNIMO LEGAL – IMPOSSIBILIDADE – APELANTE QUE OSTENTA MAUS ANTECEDENTES A JUSTIFICAR A ELEVAÇÃO DA PENA INICIAL – RECURSO IMPROVIDO. Não há falar em falta de provas do crime de desobediência se o recorrente não permitiu que o comandante da guarnição apreendesse seu veículo que se envolveu em um acidente e estava há quase cinco anos com o licenciamento vencido. Não há falar em falta de provas do crime de desacato se as testemunhas são uníssonas em confirmar que o apelante, superior hierárquico da vítima, e em função disso, desacatou a vítima dizendo que "...conhecia a lei, por isso era sargento enquanto que o policial era cabo...". (0044936-

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49.2013.8.12.0001 Apelação Relator(a): Desª. Maria Isabel de Matos Rocha; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 1ª Câmara Criminal; Data do julgamento: 07/07/2015; Data de registro: 10/07/2015).

II - Os incluídos na Polícia Militar, voluntariamente, durante os prazos a que se obrigarem a servir;

III - os convocados e os designados; (alterado pelo art. 1º da Lei da Lei Complementar n. 113, de 19.12.2005 — DOMS, de 20.12.2005.)

IV - Os alunos de órgãos de formação de policiais-militares.

b) Na inatividade:

I - Na reserva remunerada, quando pertencerem à reserva da Corporação e perceberem remuneração do Estado de Mato Grosso do Sul, porém sujeitos ainda, à prestação de serviços na ativa, mediante convocação;

II - Reformados, quando tendo passado por uma das situações anteriores, estão dispensados, definitivamente, da prestação de serviços na ativa mas continuam a perceber remuneração do Estado de Mato Grosso do Sul.

§ 2º Os policiais-militares de carreira são os que, no desempenho profissional e permanente do serviço policial-militar, têm estabilidade assegurada após 02 (dois) anos de efetivo serviço.

* Nota: Vide artigo 47, IV, desta Lei.

JURISPRUDÊNCIA

ESTABILIDADE PROVISÓRIA.

“A estabilidade provisória advinda de licença-maternidade decorre de proteção constitucional às trabalhadoras em geral. O direito amparado pelo art. 7º, XVIII, da CF, nos termos do art. 142, VIII, da CF/1988, alcança as militares.” (RE 523.572-AgR, rel. min. Ellen Gracie, julgamento em 6-10-2009, Segunda Turma, DJE de 29-10-2009.) No mesmo sentido: AI 811.376-AgR, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 1º-3-2011, Segunda Turma, DJE de 23-3-2011.

ESTABILIDADE. REGULAMENTAÇÃO ESPECÍFICA. LEI.

Esta Corte, recentemente, ao julgar o MI 188, decidiu por unanimidade que só tem legitimatio ad causam, em se tratando de mandado de injunção, quem pertença a categoria a que a CF haja outorgado abstratamente um direito, cujo exercício esteja obstado por omissão com mora na regulamentação daquele. Em se tratando, como se trata, de servidores públicos militares, não lhes concedeu a CF direito à estabilidade, cujo exercício dependa de regulamentação desse direito, mas, ao contrário, determinou que a lei disponha sobre a estabilidade dos servidores públicos militares, estabelecendo quais os requisitos que estes devem preencher para que adquiram tal direito.” (MI 107, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 21-11-1990, Plenário, DJ de 2-8-1991).

LEGISLAÇÃO

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Constituição Federal

Art. 42 (...)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

(...)

Art. 142. (...)

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 39. São servidores públicos militares os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.

§ 7º A lei disporá sobre os limites de idade, sobre a estabilidade e sobre outras condições de transferência do militar para inatividade.

Art. 5º O serviço policial-militar consiste no exercício de atividades inerentes à Polícia Militar e compreende todas as missões previstas em legislação pertinente, bem como relacionadas com a Manutenção da Ordem Pública e à Segurança Interna do Estado de Mato Grosso do Sul.

LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:

V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 40. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública, das prerrogativas da cidadania, da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes

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órgãos, subordinados administrativa e operacionalmente ao Secretário de Estado de Segurança Pública:

II - a Polícia Militar;

III - Corpo de Bombeiros Militar.

Parágrafo único. Aplica-se aos órgãos constantes neste artigo o disposto no § 6º do art. 144 da Constituição Federal.

(...)

Art. 47. À Polícia Militar incumbem, além de outras atribuições que a lei estabelecer:

I - policiamento ostensivo e preventivo de segurança;

II - policiamento preventivo e ostensivo para a defesa do meio ambiente;

III - policiamento do trânsito urbano e do rodoviário estadual, por delegação do Departamento Estadual de Trânsito;

IV - a guarda externa dos presídios, quando esta não for exercida por agentes penitenciários estaduais; (redação dada pela EC nº 69, de 17 de dezembro de 2015, publicada no D.O. 9.069, de 18 de dezembro de 2015, página 1)

V - as atividades de polícia judiciária militar.

(...)

Art. 50. Ao Corpo de Bombeiros Militar, instituição permanente, regular e autônoma, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil, de prevenção e de combate a incêndios, de busca, de salvamento e de socorro público.

(...)

O DECRETO-LEI Nº 667, DE 2 DE JULHO DE 1969, que reorganiza as Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, dos Território e do Distrito Federal, e dá outras providências, prescreve que:

Art. 3º - Instituídas para a manutenção da ordem pública e segurança interna nos Estados, nos Territórios e no Distrito Federal, compete às Polícias Militares, no âmbito de suas respectivas jurisdições: (Redação dada pelo Del nº 2010, de 1983)

a) executar com exclusividade, ressalvas as missões peculiares das Forças Armadas, o policiamento ostensivo, fardado, planejado pela autoridade competente, a fim de assegurar o cumprimento da lei, a manutenção da ordem pública e o exercício dos poderes constituídos; (Redação dada pelo Del nº 2010, de 1983)

b) atuar de maneira preventiva, como força de dissuasão, em locais ou áreas específicas, onde se presuma ser possível a perturbação da ordem; (Redação dada pelo Del nº 2010, de 12.1.1983)

c) atuar de maneira repressiva, em caso de perturbação da ordem, precedendo o eventual emprego das Forças Armadas; (Redação dada pelo Del nº 2010, de 1983)

d) atender à convocação, inclusive mobilização, do Governo Federal em caso de guerra externa ou para prevenir ou reprimir grave perturbação da ordem ou ameaça de sua irrupção, subordinando-se à Força Terrestre para emprego em suas atribuições específicas de polícia militar e como participante da Defesa Interna e da Defesa Territorial; (Redação dada pelo Del nº 2010, de 1983)

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e) além dos casos previstos na letra anterior, a Polícia Militar poderá ser convocada, em seu conjunto, a fim de assegurar à Corporação o nível necessário de adestramento e disciplina ou ainda para garantir o cumprimento das disposições deste Decreto-lei, na forma que dispuser o regulamento específico. (Redação dada pelo Del nº 2010, de 1983)

O DECRETO N. 88.777, DE 30 DE SETEMBRO DE 1983, que aprova o regulamento para as policias militares e corpos de bombeiros militares (R-200):

Art. 45 - A competência das Polícias Militares estabelecida no artigo 3º, alíneas a, b e c do Decreto-lei nº 667, de 02 de julho de 1969, na redação modificada pelo Decreto-lei nº 2.010, de 12 de janeiro de 1983, e na forma deste Regulamento, é intransferível, não podendo ser delegada ou objeto de acordo ou convênio.

§ 1º - No interesse da Segurança Interna e a manutenção da ordem pública, as Polícias Militares zelarão e providenciarão no sentido de que guardas ou vigilantes municipais, guardas ou serviços de segurança particulares e outras organizações similares, exceto aqueles definidos na Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983, e em sua regulamentação, executem seus serviços atendidas as prescrições deste artigo.

§ 2º - Se assim convier à Administração das Unidades Federativas e dos respectivos Municípios, as Polícias Militares poderão colaborar no preparo dos integrantes das organizações de que trata o parágrafo anterior e coordenar as atividades do policiamento ostensivo com as atividades daquelas organizações.

LEI COMPLEMENTAR Nº 190, DE 4 DE ABRIL DE 2014. Dispõe sobre a organização, a composição e o funcionamento da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, e dá outras providências.

LEI COMPLEMENTAR Nº 188, DE 3 DE ABRIL DE 2014. Dispõe sobre a Organização Básica do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul (CBMMS), e dá outras providências.

Art. 6º A carreira policial-militar é caracterizada por atividade continuada e devotada às finalidades da Polícia Militar denominada atividade policial-militar.

JURISPRUDÊNCIA

ATIVIDADE CONTINUADA. CUMULAÇÃO DE CARGOS.

DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. POSSIBILIDADE DE ACUMULAÇÃO DE DOIS CARGOS DE MÉDICO, SENDO UM MILITAR E OUTRO CIVIL. ALEGADA VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 37, § 10, E 142, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. (RE 658999 RG, Relator(a): Min. LUIZ FUX, julgado em 13/12/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-024 DIVULG 04-02-2013 PUBLIC 05-02-2013).

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ACUMULAÇÃO DE CARGOS.

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO ADMINISTRATIVO. INAPLICABILIDADE DO ART. 40, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL AOS SERVIDORES MILITARES. DIREITO À ACUMULAÇÃO DE PENSÕES PREVISTO NA LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA. SÚMULAS 279 E 280/STF. PREDEDENTES. O Supremo Tribunal Federal já assentou que não se aplica aos militares a vedação estabelecida para os servidores públicos civis constante do art. 40, § 2º, da Constituição. Precedentes. Hipótese em que a resolução da controvérsia demandaria a análise da legislação pertinente (Leis estaduais nºs 7.138/78, 7.366/80 e 10.990/97) e o reexame dos fatos e provas constantes dos autos, o que é vedado em recurso extraordinário. Incidência das Súmulas 279 e 280/STF. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. Agravo regimental a que se nega provimento. (RE 814740 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 09/09/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-192 DIVULG 01-10-2014 PUBLIC 02-10-2014).

MANDADO DE SEGURANÇA - SOLDADO POLICIAL MILITAR - ACUMULAÇÃO REMUNERADA DO CARGO COM UM CARGO DE PROFESSOR - IMPOSSIBILIDADE - SEGURANÇA DENEGADA. (Relator(a): Des. Josué de Oliveira; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 1ª Seção Cível; Data do julgamento: 07/03/2005; Data de registro: 06/04/2005).

LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001)

(...)

§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de

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livre nomeação e exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

(...)

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

(...)

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 39. São servidores públicos militares os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.

§ 3º O policial militar em atividade que aceitar cargo ou emprego público civil permanente será transferido para a reserva.

EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998.

Modifica o sistema de previdência social, estabelece normas de transição e dá outras providências:

Art. 11 - A vedação prevista no art. 37, § 10, da Constituição Federal, não se aplica aos membros de poder e aos inativos, servidores e militares, que, até a publicação desta Emenda, tenham ingressado novamente no serviço público por concurso público de provas ou de provas e títulos, e pelas demais formas previstas na Constituição Federal, sendo-lhes proibida a percepção de mais de uma aposentadoria pelo regime de previdência a que se refere o art. 40 da Constituição Federal, aplicando-se-lhes, em qualquer hipótese, o limite de que trata o § 11 deste mesmo artigo.

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O DECRETO N. 88.777, DE 30 DE SETEMBRO DE 1983, que aprova o regulamento para as policias militares e corpos de bombeiros militares (R-200) estabelece que:

Art. 16 - A carreira policial-militar é caracterizada por atividade continuada e inteiramente devotada às finalidades precípuas das Polícias Militares, denominada "Atividade Policial-Militar."

NOTA:

Apesar da redação do art. 39,§3º, da Constituição Estadual, aplica-se aos militares estaduais a ressalva prevista no art. 37,XVI, “c” ( EC 77|2014) trazida pelo art. 142, §3º, em razão de remissão expressa contida no art. 42 ,§1º; da Constituição Federal.

Art. 7° O militar da reserva remunerada poderá retornar ao serviço ativo por ato do Governador, nas seguintes condições:

JURISPRUDÊNCIA

CVMRR. POLICIAL MILITAR INATIVO. REGULARIDADE. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA.

RECURSO DE APELAÇÃO – REPERCUSSÃO GERAL – RECURSO EXTRAORDINÁRIO BAIXADO PARA FINS DO § 3º DO ART. 543-B DO CPC – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA – GUARDA CIVIL – CONVÊNIO COM A PMMS – REGULARIDADE DA CONTRATAÇÃO – RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. Conforme entendimento consolidado no Supremo Tribunal Federal "É constitucional o art. 19-A da Lei nº 8.036/90, o qual dispõe ser devido o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço na conta de trabalhador cujo contrato com a Administração Pública seja declarado nulo por ausência de prévia aprovação em concurso público, desde que mantido o seu direito ao salário. Na hipótese dos autos, a contratação temporária adveio de convênio firmado entre o Município e o Comando-Geral da Polícia Militar, de modo que a contratação ocorreu de modo regular. (0002753-68.2010.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Odemilson Roberto Castro Fassa; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 27/01/2016; Data de registro: 29/01/2016).

CVMRR. POLICIAL MILITAR INATIVO. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. RELAÇÃO DE NATUREZA ADMINISTRATIVA.

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE COBRANÇA C/C INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS – PRELIMINAR DE OFENSA AO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE, ARGUIDA EM CONTRARRAZÕES – AFASTADA – MÉRITO DO APELO – POLICIAL MILITAR INATIVO – CORPO VOLUNTÁRIO DE MILITARES ESTADUAIS INATIVOS (CVMI) – CONVÊNIO FIRMADO COM O MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE – POLICIAMENTO DE BENS MUNICIPAIS –

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RELAÇÃO DE NATUREZA JURÍDICO – ADMINISTRATIVA – INEXISTÊNCIA DE DIREITO À PERCEPÇÃO DO FGTS – DEMAIS VERBAS INDEVIDAS – PREQUESTIONAMENTO EXPRESSO – DESNECESSIDADE – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (0004047-58.2010.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Júlio Roberto Siqueira Cardoso; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 5ª Câmara Cível; Data do julgamento: 22/09/2015; Data de registro: 24/09/2015).

APELAÇÃO CÍVEL VOLUNTÁRIA - PRELIMINAR - ILEGITIMIDADE PASSIVA DO ESTADO PARA RESPONDER À AÇÃO DECLARATÓRIA E CONDENATÓRIA DE MILITAR INATIVO - REJEITADA - MÉRITO - MILITAR INATIVO QUE PASSA A INTEGRAR O CORPO VOLUNTÁRIO DE MILITARES ESTADUAIS INATIVOS (CVMI) - CONTAGEM DO PERÍODO DE ATIVIDADE COMO DE EFETIVO TEMPO DE SERVIÇO - DEVIDA - RETIFICAÇÃO DO ENQUADRAMENTO DO MILITAR NA TABELA DE SUBSÍDIOS E CONDENAÇÃO NO PAGAMENTO DE DIFERENÇAS REMUNERATÓRIAS - DIREITO RECONHECIDO - RECURSO NÃO PROVIDO. I. Se a Agência de Previdência Social do Estado de Mato Grosso do Sul - AGEPREV, administradora do fundo, é vinculada à Secretaria de Estado de Administração, consoante dispõe o art. 1º da Lei 3.545/08, não há dúvidas que é o próprio Estado de Mato Grosso do Sul o ente responsável pelo pagamento dos servidores ativos e inativos, não se justificando a suscitação da preliminar de ilegitimidade passiva. II. Para fins de enquadramento da situação funcional na tabela de subsídios prevista no Anexo I da Lei Complementar nº 127/2008, deve ser reconhecido como de efetivo tempo de serviço ativo o período em que o militar permaneceu integrando no Corpo Voluntário de Militares Estaduais Inativos - CVMI. REEXAME NECESSÁRIO - CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA - MATÉRIAS DE ORDEM PÚBLICA - POSSIBILIDADE DE REFORMA EX OFFICIO - CONDENAÇÃO DA FAZENDA PÚBLICA - JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA - INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL DO § 12, DO ART. 100 DA CF - ADI 4357 - PARCIAL INCONSTITUCIONALIDADE POR ARRASTAMENTO DO ART. 1º-F DA LEI Nº 9.494/97 - RECURSO OBRIGATÓRIO PROVIDO - SENTENÇA RETIFICADA EM PARTE. I. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADI 4357, declarou a inconstitucionalidade parcial do § 12, do artigo 100, da Constituição Federal, que, por ter redação semelhante ao aludido dispositivo legal, arrastou para a inconstitucionalidade a nova redação do artigo 1º-F da Lei 9494-97, dada pela Lei nº 11.960/2009. II. Consequentemente, na condenação imposta à Fazenda Pública, quando não for de natureza tributária, a partir da vigência da Lei 11.960/2009 os juros moratórios devem ser calculados com respaldo no índice oficial de remuneração básica e juros incidentes sobre a caderneta de poupança, nos termos da regra do art. 1º-F da Lei 9.494/1999, com redação dada pela Lei 11.960/2009. III. Por sua vez, a correção monetária deverá ser calculada com amparo no IPCA, índice que melhor reflete a inflação acumulada do período, conforme atual entendimento do STJ. IV. Antes da vigência da Lei nº 11.960/2009, sobre o valor devido deverão incidir os juros de mora de 0,5% ao mês (redação anterior do art. 1º-F da Lei 9.494 /97) e a correção monetária com base no IPCA. (0022786-16.2009.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Marco André Nogueira Hanson; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 3ª Câmara Cível; Data do julgamento: 12/11/2013; Data de registro: 04/12/2013).

LEGISLAÇÃO

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LEI COMPLEMENTAR Nº 132, DE 12 DE JANEIRO DE 2009, cria o Corpo Voluntário de Militares da Reserva Remunerada (CVMRR) na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, e dá outras providências:

Art. 1º Fica criado o Corpo Voluntário de Militares da Reserva Remunerada (CVMRR), na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, cuja atuação dar-se-á na forma disciplinada por esta Lei Complementar.

Parágrafo único. O CVMRR:

I- destina-se a atuar mediante o reaproveitamento de praças e oficiais militares estaduais em funções administrativas, operacionais ou em defesa civil, por meio da aceitação voluntária e expressa do designado;

II - será composto por praças e oficiais militares estaduais da reserva remunerada;

III - não excederá a 30% (trinta por cento) do quantitativo previsto no quadro de efetivos de cada graduação das respectivas corporações.

(...)

Art. 3º O ingresso de militares estaduais da reserva remunerada no CVMRR dar-se-á por ato do Governador do Estado.

Parágrafo único. É condição de ingresso e permanência a comprovação de aptidão em exame de saúde física e psicológica, compatíveis com a idade e a função, e parecer favorável em investigação social.

(...)

Art. 6º Poderá ingressar no CVMRR o militar transferido à reserva remunerada na condição de praça ou oficial.

(...)

Art. 10. O disposto nos §§ 3º, 4º e 5º do art. 7º da Lei Complementar nº 053, de 30 de agosto de 1990 e suas alterações, não se aplica ao CVMRR.

I - por convocação, em caráter temporário, para atender a necessidade da corporação em caso de grave perturbação da ordem, em estado de guerra, de sítio ou de defesa, para atender a Justiça Militar ou para exercer cargo em comissão ou função de direção e assessoramento superior; (alterado pelo art. 31 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.)

II - por designação, mediante reaproveitamento de praças para exercer funções operacionais ou de defesa civil, por meio da aceitação voluntária e expressa do designado.

LEGISLAÇÃO

DECRETO Nº 88.455, DE 4 DE JULHO DE 1983. Regulamenta a designação de militar da reserva remunerada das Forças Armadas para o serviço ativo prevista no Estatuto dos Militares.

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DECRETO Nº 9.659, DE 6 DE OUTUBRO DE 1999. Dispõe sobre a designação para o serviço ativo, de militares estaduais da reserva remunerada de Mato Grosso do Sul.

§ 1° O militar convocado ficará agregado ao respectivo quadro, não concorrendo à promoção, exceto por bravura ou post mortem. (Alterado pelo art. 31 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.)

JURISPRUDÊNCIA

POLICIAL MILITAR INATIVO. CONVOCAÇÃO. PROMOÇÃO. ILEGALIDADE

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR. POLICIAL MILITAR. ESTADO DO CEARÁ. RESERVA REMUNERADA. PROMOÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. RESSARCIMENTO DE PRETERIÇÃO. REQUISITOS NÃO COMPROVADOS. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. 1. Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 177, §§ 1º e 2º, da Constituição Estadual no julgamento da ADI 749/CE, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ. 25/4/2003, a norma foi expurgada do ordenamento jurídico, não servindo como parâmetro hábil a amparar o pedido de promoção. 2. De acordo com o Estatuto dos Policiais Militares do Estado do Ceará, norma que guarda paridade com a legislação federal, não há direito à promoção após a transferência do servidor para a reserva remunerada. Precedente: RMS 22242/CE, Rel. Ministro Felix Fischer, Quinta Turma, julgado em 29/11/2007, DJ 7/2/2008. 3. A reversão do policial militar à ativa, nos termos da Lei Estadual 12.098/93, ocorre por tempo determinado para o exercício de funções específicas, de cunho burocrático, mediante aceitação do servidor interessado. Ao optar por esse regime especial, o militar é remunerado por meio de pro labore, durante o período da prestação do serviço, sendo vedada a incorporação dessa parcela aos vencimentos do servidor, assim como a promoção. 4. O direito à promoção por ressarcimento de preterição é assegurado àquele que demonstre o deferimento de pleito administrativo de outro militar com tempo de serviço e qualificação inferiores aos do postulante. 5. No caso, há apenas a alegativa de que outros colegas da mesma turma do impetrante foram promovidos sem que fossem apresentados documentos que atestassem o cumprimento dos demais requisitos exigidos para a progressão na carreira, não estando comprovado o direito líquido e certo vindicado no mandamus. 6. Recurso ordinário em mandado de segurança a que se nega provimento. (RMS 44.401/CE, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 25/03/2014, DJe 10/04/2014).

APELAÇÃO CÍVEL – POLICIAL MILITAR ESTADUAL – DESIGNAÇÃO AO SERVIÇO ATIVO – PROMOÇÃO AO GRAU HIERÁRQUICO IMEDIATAMENTE SUPERIOR – INADMISSIBILIDADE – ILEGALIDADE DO ARTIGO 7.º, § 1.º, DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N.º 53/90 – CONDIÇÕES MAIS FAVORÁVEIS DO QUE EM RELAÇÃO ÀS FORÇAS ARMADAS – CONTRARIEDADE AO DECRETO-LEI N.º 667/69 E AO DECRETO FEDERAL N.º 88.777/83 – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO. (0054456-43.2007.8.12.0001 Relator(a): Des. Marcelo Câmara Rasslan; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 1ª Câmara Cível; Data do julgamento: 31/03/2015; Data de registro: 07/04/2015).

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§ 2° Revogado pelo art. 39 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.)

§ 3° O militar estadual da reserva com proventos proporcionais que retornar à atividade, nas condições deste artigo, receberá a remuneração do posto ou graduação a que teria direito se na ativa estivesse, não acumulável com os proventos. (Alterado pelo art. 31 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.)

§ 4° No caso do § 3°, o militar contribuirá para a previdência social estadual no percentual de 11% (onze por cento) sobre o valor da sua remuneração, e poderá retornar à inatividade com os proventos proporcionais ou integrais correspondentes à graduação ou posto. (Alterado pelo art. 31 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.)

JURISPRUDÊNCIA

POLICIAL MILITAR INATIVO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. CONSTITUCIONALIDADE.

“É constitucional a cobrança, anterior ao advento da EC 20/1998, de contribuição previdenciária sobre os proventos de inativos e pensionistas, conforme jurisprudência firmada neste STF, restringindo-se a devolução das parcelas indevidamente descontadas ao período posterior ao da referida emenda. Essa orientação aplica-se até o advento da EC 41/2003, cujo art. 4º foi declarado constitucional por esta Corte, no julgamento das ADIs 3.105 e 3.128.” (AI 283.491-AgR-ED, Rel. p/ o ac. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 14-3-2006, Segunda Turma, DJE de 29-5- 2009.) No mesmo sentido: AI 534.184-AgR, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 13-12-2011, Segunda turma Turma, DJE de 17-2-2012; RE 580.871-QO-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 17-11-2010, Plenário, DJE de 13-12-2010, com repercussão geral; RE 256.435-AgR-ED, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 6-4-2010, Primeira Turma, DJE de 21-5-2010; AI 742.546-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 23-6-2009, Segunda Turma, DJE de 7-8-2009; RE 592.417-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 19-5-2009, Primeira Turma, DJE de 26- 6-2009.

§ 5° O militar da reserva com proventos integrais que retornar à atividade, receberá parcela indenizatória equivalente a 20% (vinte por cento) do subsídio do seu posto ou graduação. (Acrescentado pelo art. 31 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.)

(Art. 7º alterado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 113, de 19.12.2005 — DOMS, de 20.12.2005.)

Art. 8º Para efeito da aplicação da legislação peculiar da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, serão observadas as seguintes interpretações para as expressões abaixo:

I - atividade, missão ou tarefa – é o dever emergente de uma ordem, específica de comando, direção ou chefia;

II - bases para descontos – é de cálculo para estabelecimento de desconto a ser feito em folha de pagamento;

III - cargo efetivo – é o posto ou graduação do policial-militar;

IV - cargo policial-militar – é aquele que só pode ser exercido por policial-militar em serviço ativo e que se encontre especificado nos quadros de efetivo ou tabelas de classificação da Polícia

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Militar, previsto, caracterizado, ou definido, como tal, em outras disposições legais. A cada cargo policial-militar corresponde um conjunto de atribuições, deveres, responsabilidades que se constituem em obrigações do respectivo titular;

V - comandante – é o título genérico dado ao policial-militar correspondente ao cargo de diretor, chefe ou outra denominação que venha ter, aquele que, investido de autoridade decorrente de leis e regulamentos, for responsável pela administração, instrução e disciplina de uma Organização Policial-Militar (OPM);

VI - comandante-geral – é o título genérico dado ao Oficial Superior do último posto da hierarquia policial-militar da ativa que exerce a direção-geral das atividades da Corporação;

VII - comissão – cargo policial-militar que, não constando em “Quadro de Efetivo”, “Quadro de Organização” ou outro dispositivo legal, e em razão da generalidade, peculiaridade, duração, vulto ou natureza das obrigações a ele inerentes, é provido em caráter temporário e eventual;

VIII - corporação – é a denominação dada, nesta Lei à Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul;

IX - curso de extensão – destina-se a complementar conhecimentos e técnicas já adquiridos anteriormente em curso ou estágio. O mesmo que especialização;

X - diligência – é o deslocamento do policial-militar, da guarnição em que serve, para execução de serviço específico ou cumprimento de missões que lhe forem determinadas;

XI - efetivo serviço – é o efetivo desempenho de cargo, comissão, encargo, incumbência, serviços ou atividade pelo policial-militar em serviço;

XII - encargo, incumbência, serviço ou atividade policial-militar recebem o mesmo conceito – “Comissão”;

XIII - extensão de curso – tempo de duração de curso;

XIV - função policial-militar – é o exercício das obrigações inerentes ao cargo ou comissão;

XV - jornada de trabalho – é o período de tempo, dentro do dia, em que o policial-militar desenvolve a sua atividade;

XVI - na ativa, da ativa, em serviço ativo, em serviço na ativa, em atividade – é a situação do policial-militar capacitado legalmente, para o exercício do cargo, comissão ou encargo;

XVII - Organização Policial-Militar (OPM) – é a denominação genérica dada a Corpo de Tropa, Repartição, Estabelecimento ou qualquer outra Unidade Administrativa, de apoio ou Operativa da Polícia Militar;

XVIII - PM – designação abreviada dos integrantes da Polícia Militar, independente de posto ou graduação;

XIX - sede – é o território do município ou dos municípios vizinhos quando ligados por frequentes meios de transportes dentro do qual se localiza as instalações de uma Organização Policial-Militar considerada;

XX – Revogado pelo art. 39 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.

XXI – Revogado pelo art. 39 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.

XXII – Revogado pelo art. 39 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.

XXIII – Revogado pelo art. 39 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.

XXIV - cargos de direção – são todos aqueles referentes à direção e chefia, bem como os de comandantes de unidade até nível de Destacamento;

XXV - comando – expressão que se refere ao Comandante e Chefe do Estado-Maior Geral, Pessoal ou Especial, ou Grupo de Oficiais que dirigem uma Corporação ou OPM, cujos Oficiais

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participantes respondem proporcionalmente à autoridade que detêm por todas as decisões de comando;

XXVI - junta de inspeção de saúde – junta de médicos da Corporação destinada às atividades previstas na legislação peculiar e específica;

XXVII – Revogado pelo art. 39 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.

Art. 9º A condição jurídica dos policiais-militares é definida pelos dispositivos constitucionais, normas federais e estaduais específicas.

JURISPRUDÊNCIA

ADMINISTRAÇÃO MILITAR. PRINCÍPIOS APLICÁVEIS.

"Os princípios gerais regentes da administração pública, previstos no art. 37, caput, da Constituição, são invocáveis de referência à administração de pessoal militar federal ou estadual, salvo no que tenha explícita disciplina em atenção às peculiaridades do serviço militar." (ADI 1.694-MC, Rel. Min. Néri da Silveira, julgamento em 30-10-1997, Plenário, DJ de 15-12-2000).

LEGISLAÇÃO

O DECRETO-LEI Nº 667, DE 2 DE JULHO DE 1969, reorganiza as Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, dos Território e do Distrito Federal, e dá outras providências, expressa que:

Art. 25. Aplicam-se ao pessoal das Polícias Militares:

a) as disposições constitucionais relativas ao alistamento eleitoral e condições de elegibilidade dos militares;

b) as disposições constitucionais relativas às garantias, vantagens prerrogativas e deveres, bem como todas as restrições ali expressas, ressalvado o exercício de cargos de interesse policial assim definidos em legislação própria.

Parágrafo único. A superveniência da Lei ou norma federal que estabeleça linhas gerais de organização, efetivo, condições para passagem para inatividade, material, garantias, convocação e mobilização da Polícia Militar, revogarão as leis e normas estaduais naquilo que estas forem contrárias àquelas, conforme o inciso XXI do art. 22 e §§ 3º e 4º do art. 24 da Constituição Federal.

JURISPRUDÊNCIA

ART. 24 DO DECRETO-LEI 667/1969. NÃO RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

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ADMINISTRATIVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS E DO DISTRITO FEDERAL (POLICIAIS E BOMBEIROS MILITARES). EQUIPARAÇÃO DE VENCIMENTOS. ILEGITIMIDADE. VEDAÇÃO DO ART. 37, XIII, DA CF/88. PRECEDENTES. REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA SOBRE A MATÉRIA. 1. É improcedente a demanda visando ao pagamento dos soldos dos integrantes das Forças Armadas no mesmo patamar da remuneração devida aos militares do Distrito Federal. Isto porque, a pretensão fundamenta-se no art. 24 do Decreto-Lei 667/69 que, reproduzindo vedação constante do art. 13, § 4º, da Constituição de 1967, na redação da EC 1/69, proíbe o pagamento de remuneração superior à fixada para os postos e graduações correspondentes no Exército ao pessoal das Polícias Militares e Corpo de Bombeiros Militares das Unidades da Federação. 2. Salienta-se que o impedimento do art. 13, § 4º, da Constituição de 1967, na redação da EC 1/69, não foi mantido na Constituição de 1988, cujos arts. 42, § 1º, e 142, § 3º, X, limitam-se a conferir aos Estados a competência para fixar, mediante lei estadual específica, a remuneração dos militares integrantes dos quadros das suas Polícias Militares e Corpo de Bombeiros Militares. 3. Já os arts. 42, § 1º, e 142, § 3º, X, da Carta Magna não se aplicam ao Distrito Federal, cujas Polícias Civil e Militar e Corpo de Bombeiros Militar, por disposição do art. 21, XIV, da CF/88, são organizadas e mantidas pela União, a quem compete privativamente legislar sobre o vencimento dos integrantes de seus respectivos quadros. A propósito, há entendimento sumulado: “compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das Polícias Civil e Militar do Distrito Federal” (Súmula 647/STF, cuja orientação foi recentemente adotada pela Súmula Vinculante 39). 4. O art. 37, XIII, da CF/88 coíbe a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias no âmbito do serviço público. Destarte, a pretensão dos recorrentes se afigura evidentemente incompatível com a Constituição Federal de 1988, uma vez que importa a equiparação de vencimentos entre os integrantes das Forças Armadas e os militares do Distrito Federal. Precedentes de ambas as Turmas em casos idênticos: ARE 652.202-AgR, Rel. Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, DJe de 17/9/2014; ARE 651.415-AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe de 25/4/2012. 5. Agravo conhecido para negar provimento ao recurso extraordinário, com o reconhecimento da repercussão geral do tema e a reafirmação da jurisprudência sobre a matéria. (ARE 665632 RG, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, julgado em 16/04/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-078 DIVULG 27-04-2015 PUBLIC 28-04-2015).

REMUNERAÇÃO. EQUIPARAÇÃO MILITAR ESTADUAL E MILITAR DAS FORÇAS ARMADAS. INCONSTITUCIONALIDADE.

DIREITO ADMINISTRATIVO. MILITAR. ART. 24 DO DECRETO-LEI 667/1969. EQUIPARAÇÃO. REMUNERAÇÃO. MILITAR DAS FORÇAS ARMADAS, DO CORPO DE BOMBEIROS E POLICIAL MILITAR. INVIABILIDADE. VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL. ART. 37, XIII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 02.12.2009. A questão acerca da pretendida equiparação entre a remuneração dos militares das Forças Armadas e dos policiais militares e bombeiros do Distrito Federal já foi objeto de análise por esta Corte Suprema, cuja conclusão aponta para a inviabilidade da tese, observada a vedação do art. 37, XIII, da Carta Política. Precedentes. As razões do agravo regimental não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a

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decisão agravada. Agravo regimental conhecido e não provido. (ARE 652202 AgR, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 02/09/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-180 DIVULG 16-09-2014 PUBLIC 17-09-2014)

Agravo regimental em recurso extraordinário com agravo. 2. Processual civil. Ausência de indicação do preceito constitucional supostamente violado. Incongruência entre os dispositivos mencionadas no articulado recorrente e a questão jurídica enfrentada na origem. Deficiência no fundamento recursal. Enunciado 284 da Súmula/STF. Precedentes. 3. Administrativo. Remuneração de servidor militar. Decreto-lei 667/1969. Pretensão pautada em suposta vinculação do patamar remuneratório dos militares das Forças Armadas com o dos policiais militares e bombeiros do Distrito Federal. Inviabilidade. Vedação constitucional. Artigo 37, inciso XIII, da CF/1988. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (ARE 651415 AgR, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 10/04/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-080 DIVULG 24-04-2012 PUBLIC 25-04-2012).

LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares;

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.

§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

Art. 144 (...)

§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 49. A organização, o efetivo, o equipamento, as garantias, a convocação e a mobilização da Polícia Militar serão regulados por lei complementar.

(...)

Art. 51.(...)

Parágrafo único. Aplica-se ao Corpo de Bombeiros Militar o disposto nos artigos 48 e 49.

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De acordo com o DECRETO-LEI Nº 667, DE 2 DE JULHO DE 1969, reorganiza as Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, dos Território e do Distrito Federal, e dá outras providências, a legislação estadual não poderia fixar condições superiores as que fossem atribuídas ao pessoal das Forças Armadas:

Art 24. Os direitos, vencimentos, vantagens e regalias do pessoal, em serviço ativo ou na inatividade, das Polícias Militares constarão de legislação especial de cada Unidade da Federação, não sendo permitidas condições superiores às que, por lei ou regulamento, forem atribuídas ao pessoal das Fôrças Armadas. No tocante a cabos e soldados, será permitida exceção no que se refere a vencimentos e vantagens bem como à idade-limite para permanência no serviço ativo.

A LEI Nº 6.880, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1980, que dispõe sobre o Estatuto dos Militares, servia como parâmetro para aplicação do art. 24 do Dereto-Lei n. 667\1969:

Art. 1º O presente Estatuto regula a situação, obrigações, deveres, direitos e prerrogativas dos membros das Forças Armadas.

NOTA:

O STF determinou no julgamento do ARE 665632 RG que o art. 24 do Decreto-Lei 667/69 que determinava que o regime jurídico dos militares estaduais não poderia estabelecer condições superiores às que, por lei ou regulamento, fossem atribuídas ao pessoal das Forças Armadas, não fora recepcionado pela Constituição Federal.

Portanto, competente ao Estado, mediante lei complementar estadual, fixar as condições relativas ao regime jurídico dos militares estaduais (direitos, vencimentos, vantagens e regalias do pessoal), conforme sua realidade local.

Art. 10. Revogado pela Lei Complementar n. 68, de 8.7.1993 – DOMS, de 9.7.1993.

JURISPRUDÊNCIA

SÚMULA Nº 56 DO STF

“Militar reformado não está sujeito à pena disciplinar.”

SÚMULA nº 55 DO STF

“Militar da reserva está sujeito à pena disciplinar.”

SANÇÃO DISICPLINAR. REFORMADO. PREVISÃO LEGAL.

ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. POLICIAL MILITAR REFORMADO EM RAZÃO DE INCAPACIDADE PARA O SERVIÇO. APLICAÇÃO DE

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PENALIDADE ADMINISTRATIVA ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DE SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA. POSSIBILIDADE. PUNIÇÃO APÓS A REFORMA. PREVISÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO LOCAL. NÃO INFRINGÊNCIA DA SÚMULA N.º 56 DA EXCELSA CORTE. PRERROGATIVAS DE POLICIAL-MILITAR. ROL QUE NÃO INCLUI A PERCEPÇÃO DE PROVENTOS ORIUNDOS DA REFORMA. PERDA DESSES.IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL EXPRESSA. 1. O Conselho de Disciplina da Polícia Estadual tem competência para conduzir processo administrativo disciplinar movido contra policiais reformados, tendo em vista expressa disposição no art. 48, § 3.º, da Lei n.º 8.033/75 c.c. art. 2.º, § 2.º, do Decreto 4.713/96. 2. Para a instauração do processo administrativo disciplinar, não é preciso aguardar o trânsito em julgado da sentença a ser exarada no processo penal, porquanto essa só influenciará a decisão no âmbito da Administração nos casos de absolvição por inexistência do fato ou quando concluir-se que o acusado não concorreu para a execução do delito. Precedentes. 3. A vedação de aplicação de sanção disciplinar prevista na Súmula n.º 56 do Supremo Tribunal Federal não incide nos casos em que há expressa previsão, na legislação estadual, de aplicação de sanção disciplinar aos policiais militares reformados. Precedentes desta Corte e do Excelso Pretório. 4. As leis estaduais de regência não apresentam em seus bojos qualquer previsão quanto à possibilidade de exclusão de policiais reformados, com a consequente perda dos respectivos proventos. 5. Embora o Impetrante não possa mais gozar das prerrogativas de Policial-Militar, dentre os efeitos passíveis de serem produzidos pelo ato impugnado não está a sustação do pagamento dos valores correspondentes aos seus proventos. 6. Recurso ordinário parcialmente provido. (RMS 22.161/GO, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 16/12/2010, DJe 07/02/2011).

Capítulo II

Do Ingresso na Polícia Militar

Art. 11. O ingresso na Polícia Militar é facultado a todos os brasileiros, após concurso público, mediante inclusão, matrícula ou nomeação, observadas as condições prescritas em lei e nos regulamentos da Corporação.

JURISPRUDÊNCIA

SUMULA Nº 17 DO STF

“A nomeação de funcionário sem concurso pode ser desfeita antes da posse.”

SUMULA Nº 16 DO STF

“Funcionário nomeado por concurso tem direito à posse.”

SUMULA Nº 15 DO STF

“Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem o direito à

nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação.”

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SÚMULA Nº 684 DO STF

“É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público”

SÚMULA VINCULANTE Nº 43 DO STF

“É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido”.

CLÁUSULA DE BARREIRA.

“Concurso público. Edital. Cláusulas de barreira. Alegação de violação aos arts. 5º, caput; e 37, I, da CF. Regras restritivas em editais de concurso público, quando fundadas em critérios objetivos relacionados ao desempenho meritório do candidato, não ferem o princípio da isonomia. As cláusulas de barreira em concurso público, para seleção dos candidatos mais bem classificados, têm amparo constitucional.” (RE 635.739, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 19-2-2014, Plenário, DJE de 3-10-2014, com repercussão geral).

CONCURSO PÚBLICO. TEORIA DO FATO CONSUMADO.

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. CANDIDATO REPROVADO QUE ASSUMIU O CARGO POR FORÇA DE LIMINAR. SUPERVENIENTE REVOGAÇÃO DA MEDIDA. RETORNO AO STATUS QUO ANTE. “TEORIA DO FATO CONSUMADO”, DA PROTEÇÃO DA CONFIANÇA LEGÍTIMA E DA SEGURANÇA JURÍDICA. INAPLICABILIDADE. RECURSO PROVIDO. 1. Não é compatível com o regime constitucional de acesso aos cargos públicos a manutenção no cargo, sob fundamento de fato consumado, de candidato não aprovado que nele tomou posse em decorrência de execução provisória de medida liminar ou outro provimento judicial de natureza precária, supervenientemente revogado ou modificado. 2. Igualmente incabível, em casos tais, invocar o princípio da segurança jurídica ou o da proteção da confiança legítima. É que, por imposição do sistema normativo, a execução provisória das decisões judiciais, fundadas que são em títulos de natureza precária e revogável, se dá, invariavelmente, sob a inteira responsabilidade de quem a requer, sendo certo que a sua revogação acarreta efeito ex tunc, circunstâncias que evidenciam sua inaptidão para conferir segurança ou estabilidade à situação jurídica a que se refere. 3. Recurso extraordinário provido.(RE 608482, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 07/08/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-213 DIVULG 29-10-2014 PUBLIC 30-10-2014).

POLÍCIA MILITAR. PRAÇA E OFICIAL. CARREIRAS DISTINTAS.

Agravo regimental em ação direta de inconstitucionalidade. Parágrafo único do art. 1º da Lei nº 4.377/2001 do Estado do Sergipe. Norma que repercute tão somente na carreira dos oficiais policiais militares. Associação Nacional das

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Entidades Representativas de Praças Policiais e Bombeiros Militares (ANASPRA). Entidade representativa dos interesses dos praças policiais militares. Ilegitimidade ativa. Ausência de pertinência temática. Agravo a que se nega provimento. 1. A jurisprudência do STF é firme no sentido de se exigir, para a caracterização da legitimidade ativa das entidades de classe e das confederações sindicais para as ações de controle concentrado, a existência de correlação entre o objeto do pedido de declaração de inconstitucionalidade e os objetivos institucionais da associação. 2. A categoria funcional dos policiais militares é subdividida em duas carreiras distintas, a dos oficiais policiais militares e a dos praças policiais militares, nos termos do art. 8º do Decreto-Lei nº 667/69, cujo ingresso ocorre por meio de concursos distintos, sendo também diversos os cursos de formação e as atribuições. Não há pertinência temática entre o objeto social da associação autora, que reúne as entidades de praças policiais militares dos estados e do Distrito Federal e atua na defesa dos interesses de tal categoria, e o conteúdo normativo do dispositivo legal questionado, que repercute tão somente na carreira dos oficiais policiais militares. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (ADI 4441 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 01/08/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-195 DIVULG 06-10-2014 PUBLIC 07-10-2014).

Agravo regimental no recurso extraordinário. Constitucional. Anistia. Militar. Artigo 8º do ADCT. Promoção. Observância do quadro de carreira. Necessidade. Repercussão geral reconhecida. Reafirmação da jurisprudência. Precedentes. 1. Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o art. 8º do ADCT abrange as promoções tanto por antiguidade quanto por merecimento, desde que compreendidas no quadro da carreira a que pertencia o anistiado e desde que observados os prazos de permanência em atividade previstos nas normas de regência. 2. O Plenário da Corte, no exame do ARE nº 799.908/RJ-RG, Relator o Ministro Gilmar Mendes, reafirmou a jurisprudência no sentido da impossibilidade de os anistiados políticos, nos moldes do art. 8º do ADCT, serem promovidos a carreira diversa da que pertenciam quando em atividade. 3. Agravo regimental não provido. (RE 749339 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 23/09/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-225 DIVULG 14-11-2014 PUBLIC 17-11-2014).

Recurso extraordinário. Repercussão geral da questão constitucional reconhecida. Reafirmação de jurisprudência. 2. Direito Administrativo. 3. Anistia política. Militar. Art. 8º do ADCT. Promoção. Quadro diverso. Impossibilidade. Recurso extraordinário não provido. (ARE 799908 RG, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, julgado em 01/05/2014, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-107 DIVULG 03-06-2014 PUBLIC 04-06-2014).

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. REPERCUSSÃO GERAL PRESUMIDA. ARTIGO 323, § 1º, DO RISTF. ARTIGO 8º DO ADCT. ANISTIA. MILITAR. PROMOÇÃO POR MERECIMENTO. QUADROS DA CARREIRA MILITAR. CONTROVÉRSIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA. RECURSO DESPROVIDO. 1. A repercussão geral é presumida quando o recurso versar questão cuja repercussão já houver sido reconhecida pelo Tribunal, ou quando impugnar decisão contrária a súmula ou a jurisprudência

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dominante desta Corte (artigo 323, § 1º, do RISTF). 2. Nos termos da interpretação dada por esta Corte ao disposto no artigo 8º do ADCT, incluem-se no âmbito de incidência do benefício constitucional da anistia tanto as promoções fundadas no critério de antiguidade quanto no critério de merecimento, há de exigir-se, apenas, a observância dos prazos de permanência em atividades inscritas nas leis e regulamentos vigentes, inclusive, em consequência do requisito de idade-limite para ingresso em graduações ou postos que constem de leis e regulamentos vigentes na ocasião em que o servidor seria promovido. (Precedentes: RE n. 166.791-EDv, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Plenário, DJe de 19.10.07; RE n. 628.570-ED, Relator o Ministro Gilmar Mendes, 2ª Turma, DJe de 23.03.11; RE n. 596.827-ED, 2ª Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 09.04.10). 3. Todavia, as promoções devem, necessariamente, ser feitas dentro do mesmo quadro da carreira militar (Precedente: RE 165.438, Relator o Ministro Carlos Velloso, Pleno, DJ de 05.05.06). 4. Entendimento diverso do adotado pelo acórdão recorrido sobre a estrutura dos quadros da carreira militar, demandaria, necessariamente, o reexame da legislação infraconstitucional que disciplina a espécie. Eventual ofensa à Constituição dar-se-ia de forma indireta, circunstância que impede a admissão do extraordinário (Precedente: RE 610.191-AgR, 2ª Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 7.11.11). 5. In casu, o acórdão recorrido assentou: “CONSTITUCIONAL. ANISTIA. PROMOÇÃO DE PRAÇA AOS QUADROS DE OFICIAIS DA ARMADA NOS TERMOS DO ART. 6º, § 3º, DA LEI Nº 10.559/2002. CARREIRA DIVERSA. IMPOSSÍVEL TRANSPOSIÇÃO AUTOMÁTICA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 1. Pretende o Autor, a condenação da Ré a promovê-lo na Reserva Remunerada à graduação de Capitão-Mar-e-Guerra com proventos de Contra-Almirante, na forma do art. 6º, § 3º, da Lei nº 10.559/2002, considerando cumpridos todos os requisitos exigíveis às promoções. 2. O Autor já foi declarado anistiado e promovido através da Portaria nº 233, de 29 de janeiro de 2004, com fulcro na Lei nº 10.559/2002, sendo-lhe reconhecido o direito às promoções à graduação de Suboficial com proventos de Segundo-Tenente das Forças Armadas (fls. 291). 3. A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, neste particular, agiu com acerto, eis que o Autor estava enquadrado como praça quando de sua exclusão das Forças Armadas, sendo certo que Suboficial é o ápice da carreira de praças. 4. A circunstância de o Supremo Tribunal Federal ter alterado seu posicionamento, quanto à interpretação do artigo 8º do ADCT, para afastar o critério subjetivo como condição de acesso a postos acima daquele em que se encontrava o anistiado quando de sua exclusão, com aferição de merecimento e realização de cursos e concursos (procedimentos seletivos) para promoção, não altera a conclusão. 5. As praças pertencem ao quadro de carreiras da estrutura militar, mas integram carreira distinta do oficialato. O anistiado que se encontrava no posto de marinheiro pode, independentemente de aferição de merecimento, avaliação em procedimento seletivo, ou de realização de curso, galgar promoção até o ápice da carreira das praças, qual seja, Suboficial. 6. O artigo 8º do ADCT dispõe que, para as promoções, devem ser ‘respeitadas as características e peculiaridades das carreiras dos servidores públicos civis e militares e observados os respectivos regimes jurídicos’, o que inviabiliza uma automática transposição de uma carreira para outra. Ademais, o artigo 6º da Lei 10.599/02 faz a mesma ressalva, e não poderia ser de outro modo, sob pena de inconstitucionalidade, na média em que expressamente menciona ser legislação regulamentadora do dispositivo constitucional, a exigir perfeita adequação com seu alcance em matéria de promoções. 7. Em outro julgado desta Corte, foi negada promoção semelhante à desejada nestes autos, por quem alcançou a promoção a Suboficial, onde restou consignado o ponto essencial para solução

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do litígio, qual seja, que a ‘promoção deferida pela administração, por força do reconhecimento do direito à anistia, já previa o grau hierárquico alcançável pelo militar, dentro do seu regime jurídico, que não prevê a ascensão a cargos de quadros de carreiras diversas’ (7ª Turma Especializada, AC 2007.51.01.007719-8, unânime, rel. Desembargador Sérgio Schwaitzer, julgamento em 26/03/2008). 8. No tocante à condenação de honorários advocatícios, a sentença, também não merece reparos, já que a quantia de R$ 1.000,00 (mil reais) determinada pelo magistrado a quo foi estabelecida com equidade e corresponde, praticamente, ao razoável percentual de 5% (cinco por cento) do valor da causa, previsto no art. 20, § 4º, do CPC. 9. Apelações improvidas.” 6. Agravo regimental a que se nega provimento. (RE 645084 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 26/06/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-175 DIVULG 04-09-2012 PUBLIC 05-09-2012).

RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO CPC E RESOLUÇÃO STJ 8/2008. RECURSO REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ANISTIADO POLÍTICO. MILITAR. PROMOÇÃO. QUADRO DIVERSO. IMPOSSIBILIDADE. ART.6º, §§ 3º E 4º, DA LEI 10.529/2002. 1. Na hipótese, o recorrente pretende obter promoção a partir da concessão da anistia, ocasião em que ocupava o posto de Segundo Sargento, para o posto de Capitão de Mar e Guerra, embasado no art.6º, §§ 3º e 4º, da Lei 10.529/2002. 2. No Supremo Tribunal Federal, ao se interpretar o art. 8º do ADCT, ficou estabelecido que tal preceito constitucional "exige, para a concessão de promoções, na aposentadoria ou na reserva, é a observância, apenas, dos prazos de permanência em atividade inscritos nas leis e regulamentos vigentes, inclusive, em consequência, do requisito de idade-limite para ingresso em graduações ou postos, que constem de leis e regulamentos vigentes na ocasião em que o servidor, civil ou militar, seria promovido" (RE 165.438/DF, Relator Min. Carlos Velloso, Tribunal Pleno, DJ 5.5.2006). 3. Em sintonia com a orientação acima, o STJ fixou o entendimento de que o militar anistiado tem direito a todas as promoções a que faria jus se na ativa estivesse, considerando-se a situação dos paradigmas (§ 4º do art. 6º da Lei 10.529/2002). A possibilidade de promoção, contudo, é restrita ao quadro de carreira a que o militar pertencia à época da concessão da anistia política. Precedentes do STJ e do STF. 4. No caso concreto, é impossível acolher a pretensão do recorrente, pois este pretende promoção a quadro distinto (oficiais) do que ocupava quando foi concedida a anistia política (praças). 5. Recurso Especial não provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ. (REsp 1357700/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/06/2013, DJe 28/06/2013).

POLÍCIA MILITAR. INGRESSO. CONCURSO PÚBLICO.

CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 17.882/2012 DO ESTADO DE GOIÁS. SERVIÇO DE INTERESSE MILITAR VOLUNTÁRIO (SIMVE). INOBSERVÂNCIA DA REGRA CONSTITUCIONAL IMPOSITIVA DO CONCURSO PÚBLICO. VIOLAÇÃO AOS ART. 37, II, E 144, § 5°, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PREVISÃO GENÉRICA E ABRANGENTE DE CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA: OFENSA AOS ARTS. 37, II, IX, E 144, CAPUT, DA CRFB/88. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. LEI ESTADUAL QUE CONTRARIA NORMAS GERAIS EDITADAS PELA UNIÃO.

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AÇÃO JULGADA PROCEDENTE. 1. O postulado do concurso público traduz-se na necessidade essencial de o Estado conferir efetividade a diversos princípios constitucionais, corolários do merit system, dentre eles o de que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (CRFB/88, art. 5º, caput). 2. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, conquanto instituições públicas, pressupõem o ingresso na carreira por meio de concurso público (CRFB/88, art. 37, II), ressalvadas as funções administrativas para trabalhos voluntários (Lei nº 10.029/2000), restando inconstitucional qualquer outra forma divergente de provimento. 3. À luz do conteúdo jurídico do art. 37, inciso IX, da Constituição da República e da jurisprudência firmada por esta Suprema Corte em sede de Repercussão Geral (RE 658.026, Relator Min. Dias Toffoli, Tribunal Pleno, DJe 31.10.2014), a contratação temporária reclama os seguintes requisitos para sua validade: (i) os casos excepcionais devem estar previstos em lei; (ii) o prazo de contratação precisa ser predeterminado; (iii) a necessidade deve ser temporária; (iv) o interesse público deve ser excepcional; (iv) a necessidade de contratação há de ser indispensável, sendo vedada a contratação para os serviços ordinários permanentes do Estado, e que devam estar sob o espectro das contingências normais da Administração, mormente na ausência de uma necessidade temporária. 4. No caso sub examine, não há qualquer evidência de necessidade provisória que legitime a contratação de policiais temporários para o munus da segurança pública, mercê de a lei revelar-se abrangente, não respeitando os pressupostos básicos de norma que almeja justificar a sua excepcionalidade frente à regra da Carta Magna (CRFB/88, art. 37, II e IX). 5. A competência legislativa concorrente entre a União e os Estados-membros (CRFB/88, art. 24), nos casos em que cabe àquela estabelecer normas gerais (§ 1º) e a estes normas suplementares (§ 2º), submete-se ao exame de constitucionalidade em sede de fiscalização normativa abstrata quando configurada inconstitucionalidade direta, imediata e frontal. Precedentes do Plenário:; ADI 1366 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJe 20-09-2012; ADI 2656/SP, Rel. Min. Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, DJ 01.08.2003; ADI 311 MC, Rel. Min. Carlos Velloso, Tribunal Pleno, DJ 14-09-1990. 6. É que afronta o texto maior lei estadual que regule fora das peculiaridades locais e de sua competência suplementar, atentando contra as normas gerais de competência da União em manifesta usurpação de competência (CRFB/88, arts. 22, XXI, e 24, § 2º). 7. É inconstitucional, por vício formal, lei estadual que inaugura relação jurídica contraposta à legislação federal que regula normas gerais sobre o tema, substituindo os critérios mínimos estabelecidos pela norma competente. 8. In casu, a Lei nº 17.882, de 27 de dezembro de 2012, do Estado do Goiás, ao instituir o Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual (SIMVE) na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, instituiu uma classe de policiais temporários, cujos integrantes, sem o indispensável concurso público de provas e títulos, passam a ocupar, após seleção interna, função de natureza policial militar de maneira evidentemente inconstitucional. 9. Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente. 10. Proposta a modulação temporal pelo Relator, não se obteve, no Plenário, o quorum necessário para a sua aprovação. (ADI 5163, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 08/04/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-091 DIVULG 15-05-2015 PUBLIC 18-05-2015).

REQUISITOS DE INGRESSO. PREVISÃO EM LEI.

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“Embargos de declaração acolhidos para deixar expresso que a modulação da declaração de não recepção da expressão ‘nos regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica’ do art. 10 da Lei 6.880/1980 não alcança os candidatos com ações ajuizadas nas quais se discute o mesmo objeto deste recurso extraordinário. Prorrogação da modulação dos efeitos da declaração de não recepção até 31-12-2012.” (RE 600.885-ED, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 29-6-2012, Plenário, DJE de 12-12-2012, com repercussão geral.) Vide: RE 600.885, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 9-2-2011, Plenário, DJE de 1º-7-2011, com repercussão geral.

“O art. 142, § 3º, inciso X, da Constituição da República é expresso ao atribuir exclusivamente à lei a definição dos requisitos para o ingresso nas Forças Armadas. A Constituição brasileira determina, expressamente, os requisitos para o ingresso nas Forças Armadas, previstos em lei: referência constitucional taxativa ao critério de idade. Descabimento de regulamentação por outra espécie normativa, ainda que por delegação legal. Não foi recepcionada pela Constituição da República de 1988 a expressão ‘nos regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica’ do art. 10 da Lei 6.880/1980. O princípio da segurança jurídica impõe que, mais de vinte e dois anos de vigência da Constituição, nos quais dezenas de concursos foram realizados se observando aquela regra legal, modulem-se os efeitos da não recepção: manutenção da validade dos limites de idade fixados em editais e regulamentos fundados no art. 10 da Lei 6.880/1980 até 31 de dezembro de 2011.” (RE 600.885, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 9-2-2011, Plenário, DJE de 1º-7-2011, com repercussão geral.) Vide: RE 600.885-ED, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 29-6-2012, Plenário, DJE de 12-12-2012, com repercussão geral.

CARREIRAS. PRAÇAS E OFICIAIS. INGRESSO POR MEIO DE CONCURSO PÚBLICO.

AGRAVO REGIMENTAL EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 1º DA LEI Nº 4.377/2001 DO ESTADO DO SERGIPE. NORMA QUE REPERCUTE TÃO SOMENTE NA CARREIRA DOS OFICIAIS POLICIAIS MILITARES. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS ENTIDADES REPRESENTATIVAS DE PRAÇAS POLICIAIS E BOMBEIROS MILITARES (ANASPRA). ENTIDADE REPRESENTATIVA DOS INTERESSES DOS PRAÇAS POLICIAIS MILITARES. ILEGITIMIDADE ATIVA. AUSÊNCIA DE PERTINÊNCIA TEMÁTICA. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. A jurisprudência do STF é firme no sentido de se exigir, para a caracterização da legitimidade ativa das entidades de classe e das confederações sindicais para as ações de controle concentrado, a existência de correlação entre o objeto do pedido de declaração de inconstitucionalidade e os objetivos institucionais da associação. 2. A categoria funcional dos policiais militares é subdividida em duas carreiras distintas, a dos oficiais policiais militares e a dos praças policiais militares, nos termos do art. 8º do Decreto-Lei nº 667/69, cujo ingresso ocorre por meio de concursos distintos, sendo também diversos os cursos de formação e as atribuições. Não há pertinência temática entre o objeto social da associação autora, que reúne as entidades de praças policiais militares dos estados e do Distrito Federal e atua na defesa dos interesses de tal categoria, e o conteúdo normativo do dispositivo legal questionado, que repercute tão somente na carreira dos oficiais policiais militares. 3. Agravo regimental a que se nega

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provimento. (ADI 4441 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 01/08/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-195 DIVULG 06-10-2014 PUBLIC 07-10-2014).

SERVIDOR MILITAR ESTADUAL. DESLIGAMENTO. RETORNO À CARREIRA MILITAR DEPENDE DE NOVO CONCURSO PÚBLICO.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 122 DA LEI ESTADUAL N. 5.346, DE 26 DE MAIO DE 1.992, DO ESTADO DE ALAGOAS. PRECEITO QUE PERMITE A REINSERÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO DO POLICIAL MILITAR LICENCIADO. DESLIGAMENTO VOLUNTÁRIO. NECESSIDADE DE NOVO CONCURSO PARA RETORNO DO SERVIDOR À CARREIRA MILITAR. VIOLAÇÃO DO DISPOSTO NOS ARTIGOS 5º, INCISO I, E 37, INCISO II, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 1. Não guarda consonância com o texto da Constituição do Brasil o preceito que dispõe sobre a possibilidade de "reinclusão" do servidor que se desligou voluntariamente do serviço público. O fato de o militar licenciado ser considerado "adido especial" não autoriza seu retorno à Corporação. 2. O licenciamento consubstancia autêntico desligamento do serviço público. O licenciado não manterá mais qualquer vínculo com a Administração. 3. O licenciamento voluntário não se confunde o retorno do militar reformado ao serviço em decorrência da cessação da incapacidade que determinou sua reforma. 4. O regresso do ex-militar ao serviço público reclama sua submissão a novo concurso público [artigo 37, inciso II, da CB/88]. O entendimento diverso importaria flagrante violação da isonomia [artigo 5º, inciso I, da CB/88]. 5. Ação direta julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade do artigo 122 da Lei n. 5.346/92 do Estado de Alagoas. (ADI 2620, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 29/11/2007, DJe-088 DIVULG 15-05-2008 PUBLIC 16-05-2008 EMENT VOL-02319-02 PP-00234).

NOMEAÇÃO TARDIA. NÃO GERA DIREITO A INDENIZAÇÃO.

ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. INVESTIDURA EM CARGO PÚBLICO POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL. 1. Tese afirmada em repercussão geral: na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o servidor não faz jus a indenização, sob fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior, salvo situação de arbitrariedade flagrante. 2. Recurso extraordinário provido. (RE 724347, Relator(a): Min. Pleno, julgado em 26/02/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-088 DIVULG 12-05-2015 PUBLIC 13-05-2015).

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO INDENIZATÓRIA - CONCURSO PÚBLICO – NOMEAÇÃO TARDIA POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL - DANOS MORAIS E MATERIAIS – IMPOSSIBILIDADE – MATÉRIA JÁ PACIFICADA TANTO NO STJ QUANTO NO STF – RECURSO DESPROVIDO. Nos termos da repercussão geral reconhecida pela Suprema Corte, na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o servidor não faz jus a indenização por dano material, sob fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior, na medida em que o reconhecimento dos correspondentes efeitos funcionais, pressupõem o efetivo exercício do cargo,

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sob pena de enriquecimento sem causa. Quanto aos danos morais, a alegada demora na nomeação do autor e o reconhecimento da ilegalidade do ato, por si só, não ensejam o pagamento de indenização, haja vista que o apelante tinha ciência de que sua aprovação dependia de exame judicial, sendo certo ainda que a parte tida por prejudicada, no caso o Estado, possui o direito de recorrer até a última instância, situação essa que não é suficiente para albergar a pretensão autoral. (0804628-47.2014.8.12.0018 Apelação Relator(a): Des. Eduardo Machado Rocha; Comarca: Paranaíba; Órgão julgador: 3ª Câmara Cível; Data do julgamento: 24/11/2015; Data de registro: 24/11/2015).

AÇÃO DE COBRANÇA – CONCURSO PÚBLICO – EXCLUSÃO DECORRENTE DE DECISÃO JUDICIAL QUE TORNOU SEM EFEITO DECISÃO ANTERIOR, PROFERIDA EM MANDADO DE SEGURANÇA, QUE HAVIA DETERMINADO A NOMEAÇÃO DO AUTOR NOS QUADROS DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL (PMMS) – DECISÃO POSTERIOR DETERMINANDO O REINGRESSO DO AUTOR NA PMMS – AUSÊNCIA DE CONDUTA ARBITRÁRIA DO ESTADO – QUESTÃO DECIDIDA EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO QUAL FOI CONFERIDA REPERCUSSÃO GERAL (RE 724347) – AUSÊNCIA DE DEVER DE INDENIZAR DO PODER PÚBLICO – RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.

A existência de litígio judicial sobre o concurso público é fato rotineiro e normal na vida em sociedade junto aos órgãos públicos, tendo o Estado direito de defender seu ponto de vista, diante dos limites da razoabilidade, como fez no caso ao defender determinado limite etário para o ingresso na PMMS, sem que isso gere dano indenizável. (0815668-77.2014.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Marco André Nogueira Hanson; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 3ª Câmara Cível; Data do julgamento: 21/07/2015; Data de registro: 27/07/2015).

CONCURSO PÚBLICO. ANULAÇÃO. INDENIZAÇÃO.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ANULAÇÃO DO CONCURSO POR ATO DA PRÓPRIA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, EM FACE DE INDÍCIOS DE FRAUDE NO CERTAME. DIREITO À INDENIZAÇÃO DE CANDIDATO PELOS DANOS MATERIAIS RELATIVOS ÀS DESPESAS DE INSCRIÇÃO E DESLOCAMENTO. APLICABILIDADE DO ART. 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. (RE 662405 RG, Relator(a): Min. LUIZ FUX, julgado em 15/12/2011, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-123 DIVULG 22-06-2012 PUBLIC 25-06-2012).

CONCURSO PÚBLICO. DIREITO A VAGA FORA DA PREVISÃO EDITALÍCIA. CADASTRO RESERVA.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. CONTROVÉRSIA SOBRE O DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO DE CANDIDATOS APROVADOS FORA DO NÚMERO DE VAGAS PREVISTAS NO EDITAL DE CONCURSO PÚBLICO NO CASO DE SURGIMENTO DE NOVAS VAGAS DURANTE O PRAZO DE VALIDADE DO CERTAME. TEMA 784. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. (RE 837311 RG, Relator(a): Min. LUIZ FUX, julgado em

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20/11/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-236 DIVULG 01-12-2014 PUBLIC 02-12-2014).

MANDADO DE SEGURANÇA – CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NA CARREIRA DE POLICIAL MILITAR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL – SURGIMENTO DE NOVA VAGA DURANTE A TRAMITAÇÃO DO CONCURSO – PREVISÃO EDITALÍCIA DE APROVEITAMENTO DO CADASTRO RESERVA – EXPECTATIVA DE DIREITO QUE SE CONVOLA EM DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO À CONVOCAÇÃO – DIREITO LÍQUIDO E CERTO DO IMPETRANTE – RECONHECIDO – ORDEM CONCEDIDA, COM O PARECER. (1413975-12.2014.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Marco André Nogueira Hanson; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Seção Cível; Data do julgamento: 09/03/2015; Data de registro: 12/03/2015).

CONCURSO PÚBLICO. NOMEAÇÃO. PRAZO DE VALIDADE ESGOTADO.

CONCURSO PÚBLICO – PRAZO DE VALIDADE – AÇÃO AJUIZADA APÓS O ESGOTAMENTO – ADMISSIBILIDADE NA ORIGEM – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia acerca da possibilidade de, esgotado o prazo de validade do concurso público, propor-se ação objetivando o reconhecimento do direito à nomeação. (RE 766304 RG, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 17/10/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-214 DIVULG 28-10-2013 PUBLIC 29-10-2013).

NOTA:

Tendo em consideração o entendimento adotado pelo STF de que “não foi recepcionada pela Constituição da República de 1988 a expressão ‘nos regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica’ do art. 10 da Lei 6.880/1980” - RE 600.885, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 9-2-2011, Plenário, DJE de 1º-7-2011, com repercussão geral, cabe a lei fixar os requisitos para ingresso nas carreiras da Policia Militar. Em âmbito estadual, encontram-se previstos na LEI Nº 3.808, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2009.

LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e

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a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 27. Para a organização da administração pública direta, indireta ou das fundações de qualquer dos Poderes do Estado é obrigatório o cumprimento do seguinte: (redação dada pela EC nº 40, de 19 de novembro de 2008, publicada no D.O. nº 7.342, de 19 de novembro de 2008) (redação dada pela EC nº 32, de 15 de dezembro de 2006, publicada no D.O. nº 6.631, de 21 de dezembro de 2005, página 1)

I - os cargos, os empregos ou as funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos por lei, assim como aos estrangeiros, na forma da legislação federal; (redação dada pela EC nº 38, de 27 de fevereiro de 2008, art. 2º, publicada no D.O. nº 7.165, de 3 de março de 2008, página 1)

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

III - o prazo de validade do concurso, as condições de sua realização, incluindo o quantitativo de vagas a serem obrigatoriamente preenchidas no prazo de validade do mesmo, serão fixadas em edital, devendo a nomeação obedecer a ordem de classificação; (redação dada pela EC nº 40, de 18 de novembro de 2008, publicada no D.O. nº 7.342, de 19 de novembro de 2008, página 1)

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, o aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre os novos concursados para assumir cargo ou emprego na carreira;

VIII - a lei reservará percentual de cargos e empregos públicos, incluídos os comissionados, de livre nomeação e exoneração, para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão; (redação dada pela EC nº 24, de 11 de dezembro de 2003, publicada no D.O. nº 6.147, de 17 de dezembro de 2003, página 33)

(...)

Art. 48. A seleção, o preparo, o aperfeiçoamento, o treinamento e a especialização dos integrantes da Polícia Militar são de competência da corporação.

(...)

Art. 51. (...)

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Parágrafo único. Aplica-se ao Corpo de Bombeiros Militar o disposto nos artigos 48 e 49.

Vide a LEI Nº 3.808, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2009, que dispõe sobre concurso público para o ingresso no Curso de Formação das Carreiras de Oficiais e Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, estabelece os requisitos indispensáveis para o exercício das funções militares, e dá outras providências:

Art. 1º O Concurso Público regulamentado por esta Lei visa a selecionar candidatos plenamente aptos para o ingresso no Curso de Formação das Carreiras de Oficiais e Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul.

Parágrafo único. O candidato, aprovado em todas as fases do concurso, inclusive na investigação social, que concluir com aproveitamento o Curso de Formação de Oficiais e Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul (CFOP-PM/CBM-MS), será incluído, promovido ou nomeado, para o exercício das respectivas funções nas instituições militares estaduais, de acordo com a ordem de classificação final e dentro do número de vagas ofertadas no edital de abertura do concurso público.

LEI Nº 4.640, DE 24 DE DEZEMBRO DE 2014. Reorganiza a Estrutura Básica do Poder Executivo do Estado de Mato Grosso do Sul, e dá outras providências.

Art. 16. À Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização compete:

IV - o planejamento, a coordenação e a execução do processo de recrutamento, seleção e de admissão de pessoal, mediante concurso público ou por excepcionalidade, na forma da Constituição Federal e da Estadual, para provimento de cargos ou de empregos públicos, integrantes dos quadros de pessoal dos órgãos e das entidades do Poder Executivo; (redação dada pela Lei nº 4.733, de 5 de outubro de 2015)

V - o controle, a coordenação e a execução de atividades relativas à posse e à lotação de candidatos nomeados ou contratados em decorrência de aprovação em concurso público; (redação dada pela Lei nº 4.733, de 5 de outubro de 2015)

(...)

Art. 72. Os servidores da administração direta, autarquias e fundações do Poder Executivo ficam submetidos, exclusivamente, ao regime jurídico estatutário.

§ 1° A admissão de servidores com vínculo permanente e por prazo indeterminado far-se-á somente após aprovação em concurso público de provas ou provas e títulos.

LEI Nº 2.557, DE 13 DE DEZEMBRO DE 2002. Institui isenção da taxa de inscrição dos concursos públicos estaduais para desempregados, e dá outras providências.

LEI Nº 2.887, DE 21 DE SETEMBRO DE 2004. Concede isenção do pagamento de taxa de inscrição em concursos públicos promovidos por quaisquer dos poderes da administração pública estadual aos doadores voluntários de sangue, e dá outras providências.

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LEI Nº 3.734, DE 9 DE SETEMBRO DE 2009. Ficam as entidades organizadoras dos concursos públicos, destinados aos provimentos de cargos na Administração Pública Estadual Direta e Indireta, obrigadas a enviar carta com aviso de recebimento (AR) aos candidatos em todas as etapas do processo seletivo. (Lei promulgada pela Assembleia Legislativa).

LEI Nº 1623, DE 7 DE NOVEMBRO DE 1995. Dispõe sobre a correspondência com Aviso de Recebimento-AR aos candidatos aprovados em concurso público.

A LEI Nº 6.880, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1980, que dispõe sobre o Estatuto dos Militares, tem seguinte redação:

Art. 10. O ingresso nas Forças Armadas é facultado, mediante incorporação, matrícula ou nomeação, a todos os brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei e nos regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

Nota: (“Não foi recepcionada pela Constituição da República de 1988 a expressão ‘nos regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica’ do art. 10 da Lei 6.880/1980” - RE 600.885, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 9-2-2011, Plenário, DJE de 1º-7-2011, com repercussão geral.)

Art. 12. Para a matrícula nos estabelecimentos de ensino policial-militar, destinados à formação de policiais-militares, além das condições relativas à nacionalidade, idade, aptidão intelectual, capacidade física e idoneidade moral, é necessário que o candidato não exerça nem tenha exercido atividades prejudiciais ou perigosas à Segurança Nacional.

JURISPRUDÊNCIA

CONCURSO PÚBLICO. CARREIRAS MILITARES. LIMITE DE IDADE. LEI.

SÚMULA Nº 683 DO STF

“O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”.

SÚMULA Nº 686 DO STF

“Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.”

CONCURSO PÚBLICO. LIMITE DE IDADE.

ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE – AGRAVO DE INSTRUMENTO – CONCURSO PÚBLICO – CARREIRA DA POLÍCIA MILITAR – MILITARES ESTADUAIS – ASCENSÃO AOS QUADROS DE OFICIAIS – LIMITAÇÃO DE

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IDADE – § 4° DO ART. 8° DA LEI ESTADUAL N° 3808/2009 – DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE – PRECEDENTE DO STF – OFENSA AO PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE – AFRONTA À CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA – ARTS. 7°, INCISO XXX, E 39, § 3° DA CF – MODULAÇÃO TEMPORAL DE EFEITOS – SEGURANÇA JURÍDICA – PRESERVAÇÃO DE RELAÇÕES JURÍDICAS PRETÉRITAS – PROCEDENTE COM O PARECER. A limitação etária prevista no § 4º do artigo 8° da Lei Estadual n° 3.808/2009, e que embasou o Edital do concurso trazido aos autos, não é consentânea com os princípios da igualdade e razoabilidade, basilares do direito e previstos também na Constituição Federal, já que os critérios de acesso aos cargos públicos só serão legítimos se constituírem requisito necessário em razão da natureza das funções a serem exercidas pelo servidor. Assim, desarrazoada a exigência imposta aos militares estaduais, que foram aprovados nas quatro primeiras fases do certame, quais sejam, prova escrita objetiva, exames psicotécnico, de saúde e de aptidão física, de que possuam 34 anos, 11 meses e 29 dias para o ingresso no Curso de Formação, pois aqueles só estão almejando a ascensão na carreira que já desempenham e atualmente demonstram estar no gozo de boa saúde física e mental. Portanto, evidenciado o desrespeito direto e indireto a artigos constitucionais (artigos 7°, inciso XXX, e 39, § 3°, da CF) e princípios constitucionais basilares de nosso ordenamento jurídico, o reconhecimento da inconstitucionalidade incidental do § 4° do artigo 8° da Lei Estadual n° 3.808/2009 é medida que se impõe. Por fim, é preciso valorar o princípio da segurança jurídica e a confiança depositada na Administração Pública, prestigiando a higidez dos certames anteriores ao veiculado pelo Edital nº 1/2012 – SAD/SEJUSP/PMMS/CFO, pois seus desdobramentos ultrapassam em muito o concurso público, afetando, inclusive, a própria atividade e organização da polícia militar. Desse modo, necessária a modulação temporal dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade. (1601131-46.2014.8.12.0000 Arguição de Inconstitucionalidade Relator(a): Des. Divoncir Schreiner Maran; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: Órgão Especial; Data do julgamento: 20/05/2015; Data de registro: 25/05/2015).

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. LIMITAÇÃO DE IDADE FIXADA EM EDITAL. POLICIAL CIVIL. ART. 7º, XXX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. AGRAVO CONHECIDO PARA NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. REAFIRMAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. (ARE 678112 RG, Relator(a): Min. LUIZ FUX, julgado em 25/04/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-093 DIVULG 16-05-2013 PUBLIC 17-05-2013).

MANDADO DE SEGURANÇA – CONCURSO PARA INGRESSO NA CARREIRA DE SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR – LIMITAÇÃO DE IDADE FIXADA NO EDITAL – NORMA ESTADUAL QUE REGE A QUESTÃO DECLARADA INCONSTITUCIONAL PELO ÓRGÃO ESPECIAL – REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA – ARE 678.112 – TEMA 646 – NOVEL LEGISLAÇÃO AMPLIANDO A IDADE LIMITE DE 24 ANOS PARA 30 ANOS – EFEITOS RETROATIVOS DA LEGISLAÇÃO – CANDIDATO COM 28 ANOS – SEGURANÇA CONCEDIDA. Durante o trâmite processual desse mandamus foi editada novel legislação ampliando a limitação etária para o ingresso no Curso de Formação da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros do Estado, que segundo a redação dada pela Lei nº 4.582, de 07.11.2014, alterou a redação da alínea 'e',

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elevando a idade máxima a 30 anos. Estabelecida pela novel Lei Estadual a alteração do limite de idade, não se encontra desproporcional tal exigência, diante das especificidades do cargo e das atribuições a serem auferidas ao servidor militar de carreira, consoante o TEMA 646 no julgamento ARE 678.112/MG que se pronunciou a sistemática da repercussão geral reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal a respeito da limitação de idade para inscrição em concurso público. Precedentes dessa Corte. (1404188-56.2014.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Fernando Mauro Moreira Marinho; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Seção Cível; Data do julgamento: 28/09/2015; Data de registro: 07/10/2015).

RECURSO OBRIGATÓRIO E APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DECLARATÓRIA – CONCURSO PMMS – MATRÍCULA NO CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADO PM – LIMITE DE IDADE – EXIGÊNCIA DO EDITAL – NECESSIDADE DE LEI QUE ESTABELEÇA O LIMITE DE IDADE – LEI POSTERIOR A PUBLICAÇÃO DO EDITAL – MATÉRIA OBJETO DE JULGAMENTO PELO STF – REPERCUSSÃO GERAL – RE. 600.855 – EFEITOS PROSPECTIVOS DOS REGULAMENTOS E EDITAIS – MULTA DIÁRIA – POSSIBILIDADE – LIMITAÇÃO TEMPORAL – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE – RECURSOS CONHECIDOS E PARCIALMENTE PROVIDOS. Inexistindo lei em sentido formal, a qual somente surgiu após a publicação do edital do certame, cujos efeitos legais não retroagem a este, para que regulamente e estabeleça limites de idade para ingresso no Curso de Formação de Soldado PM, o impedimento do candidato, constitui-se em afronta ao princípio da legalidade. Os efeitos prospectivos atribuídos aos editais e regulamentos no julgamento do RE n. 600.885, visam garantir a segurança jurídica dos concursos anteriormente realizados, bem como o direito daqueles que ingressam com ações questionando a ausência de lei prevendo tal exigência. Consoante entendimento do Superior Tribunal de Justiça, é permitido ao juízo, impor multa cominatória à Fazenda Pública nas ações de obrigação de fazer. Entretanto, sua aplicação deve ser em conformidade com o princípio da proporcionalidade, visto que será a coletividade que irá arcar com essa despesa, mediante pagamento de tributos, de modo que se justifica a limitação do prazo máximo de trinta dias para incidência. A verba honorária deve ser fixada por equidade pelo julgador, observando sempre os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, assim como o disposto nas alíneas a, b, e c do §3º do art. 20 do CPC. (0000736-62.2011.8.12.0021 Apelação Relator(a): Des. Vladimir Abreu da Silva; Comarca: Três Lagoas; Órgão julgador: 5ª Câmara Cível; Data do julgamento: 26/01/2016; Data de registro: 18/02/2016).

CONCURSO PÚBLICO. CARREIRAS MILITARES. LIMITE DE IDADE. LEI. RAZOABILIDADE.

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. CONCURSO PÚBLICO. MÉDICO MILITAR. LIMITE DE IDADE. 1. O recorrido, aprovado em concurso público para Primeiro Tenente Médico Policial Militar do Quadro de Oficiais de Saúde do Estado de São Paulo, não pôde ser empossado, sob o argumento de que, na época da inscrição para o certame, tinha mais de 35 anos de idade. 2. Edital que fixou idade máxima, em concurso para médico militar, apenas para inscrição de candidatos civis. A Corte de origem afastou

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essa diferenciação e determinou a posse do recorrido. 3. Se o bom desempenho das atividades de médico da Polícia Militar demanda a força física peculiar ao jovem, a exigência de 35 anos de idade máxima deveria ser atribuída a todo e qualquer candidato e não apenas aos civis. Fica claro que a distinção em debate foi criada para favorecer os militares. Precedente: RMS 21.046. 4. Agravo regimental improvido. (RE 215988 AgR, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 18/10/2005, DJ 18-11-2005 PP-00019 EMENT VOL-02214-02 PP-00320 RNDJ v. 6, n. 74, 2006, p. 57-59).

ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ESTADO DE SERGIPE. CONCURSO PÚBLICO. POLICIAL MILITAR. FIXAÇÃO DE IDADE LIMITE EM EDITAL. IMPOSSIBILIDADE. PREVISÃO EM LEI POSTERIOR. APLICAÇÃO RETROATIVA. DESCABIMENTO. PRECEDENTES. 1. O Supremo Tribunal Federal possui a orientação pacífica de que é legítima a limitação de idade máxima para a inscrição em concurso público, desde que instituída por lei e justificada pela natureza do cargo a ser provido. 2. Segundo o firme entendimento desta Corte, os requisitos para a inscrição em concurso público devem ser aferidos com base na legislação vigente à época de realização do certame. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (RE 595893 AgR, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 10/06/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-125 DIVULG 27-06-2014 PUBLIC 01-07-2014).

Agravo regimental no recurso extraordinário. Concurso público. Bombeiro militar. Limite de idade. Ausência de previsão em lei. Negativa de prestação jurisdicional. Não ocorrência. Princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Ofensa reflexa. Precedentes. 1. A jurisprudência desta Corte firmou entendimento no sentido de que o limite de idade para inscrição em concurso público só se legitima quando previsto em lei e quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. 2. A jurisdição foi prestada pelo Tribunal de origem mediante decisão suficientemente fundamentada. 3. A afronta aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, quando depende, para ser reconhecida como tal, da análise de normas infraconstitucionais, configura apenas ofensa indireta ou reflexa à Constituição da República. 4. Agravo regimental não provido. (RE 473593 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 24/04/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-095 DIVULG 15-05-2012 PUBLIC 16-05-2012).

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONCURSO PÚBLICO. QUADRO DE OFICIAIS DE SAÚDE DA POLÍCIA MILITAR. LIMITAÇÃO ETÁRIA. RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. SÚMULA 683/STF. 1. Conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o limite de idade como critério para ingresso no serviço público apenas se legitima quando estritamente relacionado à natureza e às atribuições inerentes ao cargo público a ser provido. 2. No caso, as atribuições a ser desempenhadas não são propriamente aquelas típicas do serviço militar. Cuida-se de vaga relacionada à área de saúde (cargo de médico, em diversas especialidades), reclamando formação específica para o seu desempenho. Pelo que, a meu sentir, não se revela razoável ou proporcional a discriminação etária (28 anos). 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (AI 720259 AgR, Relator(a): Min. AYRES

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BRITTO, Segunda Turma, julgado em 22/02/2011, DJe-078 DIVULG 27-04-2011 PUBLIC 28-04-2011 EMENT VOL-02510-02 PP-00348).

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SÚMULA 683 DO STF. ALEGADA OFENSA AO ART. 97, DA CF. INEXISTÊNCIA. AGRAVO IMPROVIDO. I – O acórdão recorrido encontra-se em consonância com a jurisprudência desta Corte, no sentido de que o limite de idade para inscrição em concurso público só se legitima quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. II – A ocupação de cargo ligado à saúde, ainda quando este componha o quadro da carreira militar, não justifica a imposição de limite máximo de idade. III – A obediência à cláusula de reserva de plenário não se faz necessária quando houver orientação consolidada do STF sobre a questão constitucional discutida. IV - Agravo regimental improvido. (RE 581251 AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 01/02/2011, DJe-035 DIVULG 21-02-2011 PUBLIC 22-02-2011 EMENT VOL-02468-02 PP-00254).

MANDADO DE SEGURANÇA – CONCURSO PÚBLICO – CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADO DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR – LIMITAÇÃO ETÁRIA – CANDIDATO COM MAIS DE 30 ANOS – LIMITAÇÃO ETÁRIA PROPORCIONAL E RAZOÁVEL FULCRADA EM LEI – AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU DA ISONOMIA – SEGURANÇA DENEGADA. Legítima a limitação etária para o exercício do cargo de soldado do Corpo de Bombeiros Militar, justificada razoavelmente em razão da natureza do cargo, diante da previsão legal e editalícia nesse sentido. (1409513-75.2015.8.12.0000.Mandado de Segurança Relator(a): Des. Marco André Nogueira Hanson; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Seção Cível; Data do julgamento: 23/11/2015; Data de registro: 15/01/2016).

CONCURSO PÚBLICO. CARREIRAS MILITARES. EXAME PSICOTÉCNICO. LEI.

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXAME PSICOTÉCNICO. NECESSIDADE DE LEI. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. PRECEDENTES. 1. A exigência do exame psicotécnico, prevista somente por Decreto, não serve como condição para negar o ingresso do servidor na carreira da Polícia Militar, 2. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal está pacificada quanto à necessidade de lei em sentido formal para exigência de exame psicotécnico. 3. Para divergir da conclusão a que chegou o Tribunal a quo, necessário se faria o exame da legislação infraconstitucional 4. Agravo regimental improvido. (AI 676675 AgR, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 08/09/2009, DJe-181 DIVULG 24-09-2009 PUBLIC 25-09-2009 EMENT VOL-02375-08 PP-02126).

CONCURSO PÚBLICO. CARREIRAS MILITARES. EXAME PSICOTÉCNICO. CRITÉRIO OBJETIVO.

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APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DECLARAÇÃO DE NULIDADE DE ATO ADMINISTRATIVO C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER. EXAME PSICOTÉCNICO – CONCURSO DE OFICIAL DA POLÍCIA MILITAR – EXAME EXPRESSAMENTE PREVISTO EM LEI E NO EDITAL – CRITÉRIO OBJETIVO – DEMONSTRADO. REMARCAÇÃO DO EXAME PSICOTÉCNICO EM RAZÃO DE DOENÇA – VEDAÇÃO NO EDITAL – CONSTITUCIONAL – NÃO VIOLA PRINCÍPIO DA ISONOMIA. RECURSO IMPROVIDO. Quando do julgamento do Agravo de Instrumento n.º 758.533/QO-RG (convertido em recurso extraordinário), sujeito ao procedimento do artigo 543-B, os ministros do Supremo Tribunal Federal, reconheceram a legalidade do exame psicotécnico como requisito ao acesso a cargos público, apenas quando existentes: a) lei em sentido material que autorize expressamente; b) previsão no edital do certame; e c) grau mínimo de objetividade e de publicidade dos atos em que se procede. A previsão do edital que não concede tratamento privilegiado nos casos de alteração fisiológica temporária, que impossibilitem a realização das provas ou diminuam a capacidade física do candidato e não permite a realização do exame psicotécnico fora da data estabelecida no edital é constitucional e não viola o princípio da isonomia, nos termos do RE 630.733/DF, que assentou jurisprudência nesse sentido, em sede de repercussão geral. (002026-46.2009.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Odemilson Roberto Castro Fassa; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 27/01/2016; Data de registro: 02/02/2016).

MANDADO DE SEGURANÇA – PRELIMINAR – INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA – AFASTADA – CONCURSO – SOLDADO POLÍCIA MILITAR – EXAME PSICOTÉCNICO – CANDIDATO CONSIDERADO INAPTO – PREVISÃO EM LEI E NO EDITAL – REQUISITOS OBJETIVOS – AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO OBJETIVA DA ELIMINAÇÃO – LAUDO PSICOLÓGICO FAVORÁVEL – TESTES APROVADOS PELO CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA ATESTAM PLENA CAPACIDADE DO IMPETRANTE PARA DESEMPENHO DO CARGO – SEGURANÇA CONCEDIDA. 1. Afasta-se a preliminar de inadequação da via eleita quando não é necessária a dilação probatória no mandamus. 2. In casu, haja vista a inexistência de motivação plausível da exclusão, afigura-se ilegal a eliminação do candidato em exame psicotécnico, máxime considerando ter sido o mesmo considerado apto no laudo psicológico de fls. 27/835, circunstância que milita em seu favor. É de se observar que o Dr. Renato Palhares Ribeiro (CRP 1404366-0) aplicou no candidato testes utilizados e aprovados pelo Conselho Federal de Psicologia, onde foi possível atestar a "ausência de quadro reconhecidamente patológico ou incapacitante" (f. 31), sendo conclusivo no sentido de que a classificação geral do perfil psicológico do candidato encontra-se dentro da média esperada para escolaridade e faixa etária exigida pelo cargo (soldado da PM). 3.De acordo com a avaliação de personalidade traçada pelo expert, o candidato foi considerado "pessoa objetiva, correspondendo aos índices esperados quanto à percepção da realidade". Quanto à capacidade de integração humana, foi atestado que possui "pensamento lógico e condições efetivas emocionais, atualmente entra-se bem e seus potencial de controle geral é adequado". 4.A segurança deve ser concedida a fim de se evitar processo seletivo discriminatório e consequente exclusão de candidato de um processo seletivo, mormente quando não demonstrada nenhuma anomalia ou patologia psicológica, ou traço negativo exacerbado na personalidade do mesmo.(1400405-56.2014.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. João Maria Lós; Comarca: Campo

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Grande; Órgão julgador: 3ª Seção Cível; Data do julgamento: 01/07/2015; Data de registro: 14/07/2015).

CONCURSO PÚBLICO. CARREIRAS MILITARES. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA.

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. RESTRIÇÃO POSTA AOS CANDITADOS QUE RESPONDEM A PROCESSO CRIMINAL (EXISTÊNCIA DE DENÚNCIA CRIMINAL). ACÓRDÃO RECORRIDO QUE AFASTA A RESTRIÇÃO, COM BASE NA PRESUNÇÃO CONSTITUCIONAL DE INOCÊNCIA. MANIFESTAÇÃO PELA CONFIGURAÇÃO DO REQUISITO DE REPERCUSSÃO GERAL, PARA CONHECIMENTO E JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. (RE 560900 RG, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, julgado em 08/02/2008, DJe-055 DIVULG 27-03-2008 PUBLIC 28-03-2008 EMENT VOL-02312-11 PP-01971).

CONCURSO PÚBLICO. RESERVA DE VAGAS.

AGRAVO REGIMENTAL. SUSPENSÃO DE LIMINAR. OFENSA AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA. GARANTIA DE IGUALDADE MATERIAL. CONCURSO PÚBLICO. RESERVA DE VAGAS PARA DEFICIENTES. NECESSIDADE DE ADAPTAÇÃO DOS TESTES FÍSICOS ÀS DEFICIÊNCIAS DOS CANDIDATOS. EDITAL EM DESACORDO COM O RE 676.335/MG. NECESSIDADE DE ANÁLISE APROFUNDADA DOS ELEMENTOS PROBATÓRIOS, O QUE É VEDADO EM PEDIDO DE SUSPENSÃO. LESÃO À ORDEM PÚBLICA NÃO EVIDENCIADA. PRECEDENTE. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – A questão controvertida refere-se à eventual ofensa ao princípio da isonomia, em razão da não adaptação de testes físicos para os candidatos com deficiência, em concurso público para agente da Polícia Militar. II – Embora a tese defendida no presente caso seja de extrema relevância, para aferir se há violação do princípio da isonomia e da autoridade da decisão proferida por esta Corte no RE 676.335/MG, é necessária a análise do edital atacado, assim como a situação concreta de cada candidato individualmente, o que não é permitido em pedido de suspensão. III – Dano inverso caracterizado pela impossibilidade de conclusão do certame e eventual nomeação dos candidatos aprovados, que já realizaram todas as provas previstas no edital, em curso há mais de 1 ano. IV – Agravo regimental a que se nega provimento. (SL 861 AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI (Presidente), Tribunal Pleno, julgado em 18/12/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-028 DIVULG 15-02-2016 PUBLIC 16-02-2016).

MANDADO DE SEGURANÇA - CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS PARA INGRESSO NO CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR - RESERVA DE VAGA PARA CANDIDATO INDÍGENA - DECRETO ESTADUAL N. 13.141/2011 - FATO NOVO - AMPLIAÇÃO DO NÚMERO DE VAGAS - CONTEMPLAÇÃO DA CANDIDATA INDÍGENA CONFORME TERMOS DO EDITAL - DIREITO LÍQUIDO E CERTO RECONHECIDO - SEGURANÇA CONCEDIDA. O reconhecimento do direito líquido e certo de candidata indígena à vaga em Concurso Público de Provas, para ingresso no Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar, é medida que se impõe, quando, em razão de fato

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novo - consistente na ampliação do número de vagas, nas quais há previsão de reserva para a candidata indígena, nos termos do Decreto n. 13.141/2011 e no edital do mencionado certame -, mormente quando preenchidos os requisitos legais para tal, sob pena de violação ao princípio da legalidade, que norteia os atos da administração pública. (1402250-26.2014.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Fernando Mauro Moreira Marinho; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Seção Cível; Data do julgamento: 18/08/2014; Data de registro: 05/09/2014).

MANDADO DE SEGURANÇA - CONCURSO PÚBLICO - REGIME DE COTAS PARA PESSOAS NEGRAS - LEI ESTADUAL N. 3.594 DE 10.12.2008 - DECRETO ESTADUAL N. 12.812 DE 08.09.2009 - NÚMERO DE VAGAS - FRAÇÃO - DIREITO LÍQUIDO E CERTO NÃO CARACTERIZADO - SEGURANÇA DENEGADA - MEDIDA LIMINAR REVOGADA. (0010727-62.2010.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Oswaldo Rodrigues de Melo; Comarca: Dourados; Órgão julgador: 2ª Seção Cível; Data do julgamento: 14/02/2011; Data de registro: 18/02/2011).

ENSINO MÉDIO.

APELAÇÃO CÍVEL – POLICIAL MILITAR – EXCLUSÃO DA CORPORAÇÃO POR TER APRESENTADO, NA ADMISSÃO, CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DE ENSINO MÉDIO INVÁLIDO – OBSERVÂNCIA, NO PROCESSO ADMINISTRATIVO, DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, DOS PRINCÍPIOS VINCULAÇÃO AO EDITAL, ISONOMIA E IMPESSOALIDADE. LEGALIDADE DO ATO. RECURSO IMPROVIDO. I) O âmbito da atuação do Judiciário, no controle dos atos administrativos, restringe-se à verificação da legalidade do ato, não podendo averiguar o seu mérito. II) Reveste-se de legalidade a exclusão do policial das fileiras da Corporação se precedida de processo administrativo realizado com observância ao devido processo legal. Ao excluir o policial que, na admissão, apresentou certificado de conclusão do Ensino Médio inválido, a Administração logra, outrossim, por observar os princípios da vinculação ao Edital do concurso, isonomia e impessoalidade. III) Verificando-se que a exclusão foi levada a efeito com observância à legalidade, devidamente motivada e isenta de qualquer arbitrariedade, encerra-se, pois, a atividade jurisdicional, devendo ser mantida a conclusão da Administração. IV) Recurso a que se nega provimento, com o parecer. (0038303-85.2014.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Dorival Renato Pavan; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 07/10/2015; Data de registro: 15/10/2015).

CONCURSO PÚBLICO. INVESTIGAÇÃO SOCIAL.

MANDADO DE SEGURANÇA – CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR – CANDIDATO REPROVADO NA FASE DE INVESTIGAÇÃO SOCIAL POR APRESENTAR CERTIDÃO CÍVEL POSITIVA – SEGURANÇA CONCEDIDA. (1411315-45.2014.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Juiz José Ale Ahmad Netto; Comarca: Não informada; Órgão julgador: 1ª Seção Cível; Data do julgamento: 02/02/2015; Data de registro: 10/02/2015).

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CONCURSO PÚBLICO. ALTURA.

DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONCURSO PÚBLICO. EXIGÊNCIA DE ALTURA MÍNIMA. LIMITAÇÃO IMPOSTA APENAS POR EDITAL. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal possui o entendimento de que a exigência de altura mínima para o cargo de policial militar é válida, desde que prevista em lei em sentido formal e material, bem como no edital que regulamente o concurso. 2. Na hipótese, apenas o edital do concurso estabelecia a exigência, de modo que tal limitação se mostra ilegítima. Precedentes. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (ARE 906295 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 24/11/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-251 DIVULG 14-12-2015 PUBLIC 15-12-2015).

CONCURSO PÚBLICO – ALTURA – LIMITE – ATRIBUIÇÕES – NATUREZA – CORRELAÇÃO LÓGICA – INEXISTÊNCIA. As limitações impostas ao acesso a cargos públicos somente são legítimas se justificadas pela natureza das atribuições a serem exercidas. (RE 595455 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 25/08/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-178 DIVULG 09-09-2015 PUBLIC 10-09-2015).

MANDADO DE SEGURANÇA – CONCURSO PÚBLICO – CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR – EDITAL QUE PREVÊ LIMITE MÍNIMO DE ALTURA DE 1,60 M – LEI ESTADUAL N. 3808/2009 QUE PREVÊ ESSA LIMITAÇÃO – ART. 32, I, DECLARADO CONSTITUCIONAL PELO ÓRGÃO ESPECIAL – NATUREZA DA ATIVIDADE QUE EXIGE TAL RESTRIÇÃO – OBSERVÂNCIA AO PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE – SEGURANÇA DENEGADA. 1. A limitação de altura para posse e exercício de determinados cargos, atendidos os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, somente pode ser aceita se prevista em lei. 2. Caso em que há previsão legal, cuja lei já foi declarada constitucional pelo Órgão Especial deste Tribunal de Justiça, ante a natureza do cargo que exige a limitação mínima de altura, sem que com tal limitação possa se falar em ofensa aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Arguição incidental de inconstitucionalidade suscitada em sustentação oral, rejeitada. 3. Segurança denegada, com o parecer. (Mandado de Segurança - Nº 1405498-97.2014.8.12.0000 Relator(a): Des. Dorival Renato Pavan; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Seção Cível; Data do julgamento: 08/09/2014; Data de registro: 10/02/2015).

MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. CURSO DE FORMAÇÃO DE BOMBEIROS. LIMITAÇÃO DE ALTURA. 1,60 CM PARA MULHERES. DISCRÍMEN JUSTIFICADO PELAS ATRIBUIÇÕES DO CARGO. LEI ESTADUAL N. 3808/2009. PREVISÃO LEGAL E EDITALÍCIA. SEGURANÇA DENEGADA. É razoável, dada a natureza e as peculiaridades do cargo, exigir-se altura mínima para o ingresso na carreira policial militar, mormente se o requisito está contido em previsão legal e não somente em Edital. (0816727-03.2014.8.12.0001 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Sérgio

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Fernandes Martins; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 1ª Seção Cível; Data do julgamento: 03/11/2014; Data de registro: 05/11/2014).

MANDADO DE SEGURANÇA - CONCURSO PÚBLICO PARA O CARGO DE SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR - EXIGÊNCIA DE ALTURA MÍNIMA - PREVISÃO LEGAL - POSSIBILIDADE - SEGURANÇA DENEGADA. A disposição editalícia que impõe requisitos de natureza psicológica, biológica e física para acesso à cargo de Soldado da Polícia Militar, não se mostra desarrazoada, nem ilegal, quando se sustenta em legislação estadual e tal exigência seja compatível com a atividade a ser exercida no respectivo cargo, conforme precedentes do STJ E STF. (1406433-40.2014.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Fernando Mauro Moreira Marinho; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Seção Cível; Data do julgamento: 20/10/2014; Data de registro: 03/11/2014).

CONCURSO PÚBLICO. CRITÉRIO DE ADMISSÃO. SEXO.

Recurso extraordinário. 2. Concurso público. Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul. 3. Edital que prevê a possibilidade de participação apenas de concorrentes do sexo masculino. Ausência de fundamento. 4. Violação ao art. 5º, I, da Constituição Federal. 5. Recurso extraordinário provido. (RE 528684, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 03/09/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-232 DIVULG 25-11-2013 PUBLIC 26-11-2013).

CONCURSO PÚBLICO - CRITÉRIO DE ADMISSAO - SEXO. A regra direciona no sentido da inconstitucionalidade da diferença de critério de admissão considerado o sexo - artigo 5., inciso I, e par. 2. do artigo 39 da Carta Federal. A exceção corre a conta das hipóteses aceitáveis, tendo em vista a ordem socio-constitucional. O concurso público para preenchimento de vagas existentes no Oficialato da Policia Militar, no Quadro de Saúde - primeiro-tenente, medico e dentista - enquadra-se na regra constitucional, no que proíbe a distinção por motivo de sexo. (RE 120305, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Segunda Turma, julgado em 08/09/1994, DJ 09-06-1995 PP-17236 EMENT VOL-01790-04 PP-00708).

CONCURSO PÚBLICO. EXAME DE SAÚDE.

Concurso público. Reprovação em exame médico. Necessidade de avaliação mediante critérios objetivos. (...) A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que devem estar previstos no edital os critérios objetivos do exame médico. (AI 850.638-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 11-10-2011, Segunda Turma, DJE de 2510-2011).

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO ANULATÓRIA, CUMULADA COM OBRIGAÇÃO DE FAZER E TUTELA ANTECIPADA – INAPTIDÃO EM PROVA DE EXAME DE SAÚDE, ANTROPOMÉTRICO E CLÍNICO – PEDIDO DE NOVO EXAME – REJEITADO – AUSÊNCIA DE UTILIZAÇÃO DO RECURSO ADMINISTRATIVO PARA COMPROVAR A BOA SAÚDE – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO

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NÃO PROVIDO. (0802304-84.2014.8.12.0018 Apelação Relator(a): Des. Marcos José de Brito Rodrigues; Comarca: Paranaíba; Órgão julgador: 2ª Câmara Cível; Data do julgamento: 12/05/2015; Data de registro: 13/05/2015).

PRELIMINAR AFASTADA – INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA NÃO CARACTERIZADA – DESNECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA – MANDADO DE SEGURANÇA – CONCURSO PÚBLICO – REPROVAÇÃO DE CANDIDATO EM DECORRÊNCIA DE IMC POUCO ABAIXO DO MINIMO EXIGIDO – AUSÊNCIA DE RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE – ALTERAÇÃO QUE SE REVELOU INCAPAZ DE IMPEDIR, LIMITAR OU DIFICULTAR AS ATIVIDADES PROFISSIONAIS A SEREM DESENVOLVIDAS – ILEGALIDADE – PROSSEGUIMENTO NO CERTAME ASSEGURADO. APROVAÇÃO EM TESTE DE APTIDÃO FÍSICA POSTERIOR E QUE DEVE PREVALECER – SEGURANÇA CONCEDIDA. (1406606-64.2014.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Juiz Jairo Roberto de Quadros; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Seção Cível; Data do julgamento: 11/05/2015; Data de registro: 12/05/2015).

PRELIMINAR AFASTADA – PROVA PRE CONSTITUIDA CARACTERIZADA – MANDADO DE SEGURANÇA – CONCURSO PÚBLICO – REPROVAÇÃO DE CANDIDATO EM DECORRÊNCIA DE DISCROMATOPSIA – AUSÊNCIA DE EMBASAMENTO LEGAL – DALTONISMO QUE NÃO GUARDA RELAÇÃO LÓGICO – RAZOÁVEL COM AS ATIVIDADES PROFISSIONAIS A SEREM DESENVOLVIDAS – ILEGALIDADE – CONTINUAÇÃO NO CERTAME ASSEGURADA. (1407203-33.2014.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Juiz Jairo Roberto de Quadros; Comarca: Não informada; Órgão julgador: 2ª Seção Cível; Data do julgamento: 09/02/2015; Data de registro: 11/02/2015).

MANDADO DE SEGURANÇA - INÉPCIA DE INICIAL E CARÊNCIA DE AÇÃO AFASTADAS - CONCURSO PÚBLICO - EXAME DE SAÚDE E ANTROPOMÉTRICO - CANDIDATO CONSIDERADO INAPTO - DESCLASSIFICAÇÃO DO CERTAME - ESCOLIOSE IDIOPÁTICA (DESVIO DE COLUNA) - DIAGNÓSTICO NÃO PREVISTO NO EDITAL COMO CAUSA DE INAPTIDÃO - VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA ESTRITA LEGALIDADE - PROBLEMA QUE NÃO AFETA A CAPACAIDADE FÍSICA E LABORATIVA DO CANDIDATO - APTIDÃO FÍSICA CONFIRMADA NAS FASES SEGUINTES DO CERTAME REALIZADOS POR FORÇA DE LIMINAR - OFENSA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO - ORDEM CONCEDIDA. (0013143-76.2005.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Paulo Alfeu Puccinelli; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Seção Cível; Data do julgamento: 13/03/2006; Data de registro: 02/05/2006).

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO CIVIL PÚBLICA AJUIZADA CONTRA O ESTADO PARA COMPELI-LO A DEIXAR DE EXIGIR APRESENTAÇÃO DE EXAME DE HIV TANTO PARA A INSCRIÇÃO NOS SEUS FUTUROS CONCURSOS PARA PROVIMENTO DO QUADRO DE SERVIDORES, QUANTO PARA A SELEÇÃO DOS CANDIDATOS INSCRITOS NOS CERTAMES EM ANDAMENTO - ASSINATURA DE TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA APÓS A PROLAÇÃO DA SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DO PEDIDO - ENTREGA DO

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BEM DA VIDA PLEITEADO NO PROCESSO - ATO INCOMPATÍVEL COM A VONTADE DE RECORRER - RECURSO DO RÉU NÃO CONHECIDO. (0076586-27.2007.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Marco André Nogueira Hanson; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 3ª Câmara Cível; Data do julgamento: 05/04/2010; Data de registro: 13/04/2010).

CONCURSO PÚBLICO. TESTE DE APTIDÃO FISICA. NÃO HÁ DIREITO REMARCAÇÃO. Recurso extraordinário. 2. Remarcação de teste de aptidão física em concurso público em razão de problema temporário de saúde. 3. Vedação expressa em edital. Constitucionalidade. 4. Violação ao princípio da isonomia. Não ocorrência. Postulado do qual não decorre, de plano, a possibilidade de realização de segunda chamada em etapa de concurso público em virtude de situações pessoais do candidato. Cláusula editalícia que confere eficácia ao princípio da isonomia à luz dos postulados da impessoalidade e da supremacia do interesse público. 5. Inexistência de direito constitucional à remarcação de provas em razão de circunstâncias pessoais dos candidatos. 6. Segurança jurídica. Validade das provas de segunda chamada realizadas até a data da conclusão do julgamento. 7. Recurso extraordinário a que se nega provimento. (RE 630733, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 15/05/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-228 DIVULG 19-11-2013 PUBLIC 20-11-2013).

MANDADO DE SEGURANÇA – CONCURSO PÚBLICO – ELIMINAÇÃO DO CANDIDATO EM TESTE FÍSICO – REPETIÇÃO DO EXAME DE CAPACITAÇÃO FÍSICA – AUSÊNCIA DE PREVISÃO NO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO – OBEDIÊNCIA AO PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO EDITAL E À LEGALIDADE – SEGURANÇA CONCEDIDA. A acessibilidade ao serviço público, nos moldes do artigo 37, inciso I, da CR, garante não apenas a isonomia do processo seletivo a todos os candidatos, como também parâmetros de normas e princípios que vinculam os órgãos administrativos, "de modo que não pode a Administração criar dificuldades maiores nem abrir ensanchas de facilidades fora das regras que compõem o sistema". As regras previstas pelo edital também vinculam o certame e as partes nele envolvidas. Trata-se do princípio da vinculação ao Edital, que nada mais ilustra que o próprio princípio da legalidade, ao qual deve a Administração plena obediência, sob pena de ferir-se a isonomia e impessoalidade. Se a demora ou ausência de convocação se deu por culpa da Administração, não é razoável que, por isto, os aprovados sejam submetidos a novas provas de aptidão, quando não há notícia dessa regra no edital de abertura que dispôs sobre as regras do certame. Segurança concedida. (1412387-33.2015.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Marcelo Câmara Rasslan; Comarca: Não informada; Órgão julgador: 2ª Seção Cível; Data do julgamento: 15/02/2016; Data de registro: 16/02/2016).

AGRAVO DE INSTRUMENTO – CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR – FREQUÊNCIA INSUFICIENTE E REPROVAÇÃO EM TESTE DE APTIDÃO FÍSICA – DESIGNAÇÃO DE NOVO CÁLCULO DE NOTAS E DE AVALIAÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA NEGADA – OFENSA AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA E PREJUÍZO PARA A ADMINISTRAÇÃO E AO INTERESSE PÚBLICO – AGRAVO IMPROVIDO. Como cediço, a enfermidade, circunstâncias pessoais, ou qualquer outro motivo de força maior não pode ser

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considerada para fins de remarcação de prova de esforço físico, tampouco para elaboração de novo cálculo de notas, sob pena de violação ao princípio da isonomia. Aliás, nesse diapasão o Plenário do Supremo Tribunal Federal, quando do julgamento do RE nº 630733/DF, de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, decidiu, em sede de repercussão geral, que os candidatos em concursos públicos não têm direito à prova de segunda chamada nos testes de aptidão física em razão de circunstâncias pessoais, ainda que de caráter fisiológico ou de força maior. Descabe o aproveitamento de notas obtidas em testes anteriores, máxime porque não há como assegurar que naquelas oportunidades fora o candidato submetido aos mesmo parâmetros e à mesma carga físico-emocional exigidos no teste destinado à ascensão profissional, tampouco que até a realização deste último tivesse mantido o mesmo condicionamento físico, mormente considerando que a manutenção física cotidiana é inerente à sua atividade e, por conseguinte, ao seu progresso funcional. Desnecessária manifestação expressa sobre dispositivos constitucionais ou legais, notadamente quando abordadas exaustivamente todas as questões suscitadas pelas partes. (1405535-90.2015.8.12.0000 Agravo de Instrumento Relator(a): Juiz Jairo Roberto de Quadros; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Câmara Cível; Data do julgamento: 23/06/2015; Data de registro: 24/06/2015).

AGRAVO REGIMENTAL EM APELAÇÃO CÍVEL – REEXAME DA QUESTÃO JULGADA NÃO EXERCIDO – RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL – ART. 543-B, § 3º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – CONCURSO PÚBLICO – CANDIDATO REPROVADO NO TESTE FÍSICO MARCADO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – REALIZAÇÃO DE NOVO EXAME FÍSICO MEDIANTE LIMINAR PROFERIDA EM MANDADO DE SEGURANÇA NO QUAL O CANDIDATO É APROVADO – SENTENÇA QUE DETERMINA A NOMEAÇÃO E POSSE NO CARGO PÚBLICO CONFIRMADA EM GRAU DE RECURSO – APLICAÇÃO DA TEORIA DO FATO CONSUMADO – PECULIARIDADES DO CASO CONCRETO – RECURSO IMPROVIDO. (0001390-58.2008.8.12.0052 Agravo Regimental Relator(a): Des. Dorival Renato Pavan; Comarca: Anastácio; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 03/02/2015; Data de registro: 11/02/2015; Outros números: 1390582008812005250003).

CONCURSO PÚBLICO. TESTE DE APTIDÃO FÍSICA. CRITÉRIOS.

DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONCURSO PÚBLICO DA POLÍCIA MILITAR. TESTE DE ESFORÇO FÍSICO POR FAIXA ETÁRIA: EXIGÊNCIA DESARRAZOADA, NO CASO. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA IGUALDADE E LEGALIDADE. 1. O Supremo Tribunal Federal entende que a restrição da admissão a cargos públicos a partir da idade somente se justifica se previsto em lei e quando situações concretas exigem um limite razoável, tendo em conta o grau de esforço a ser desenvolvido pelo ocupante do cargo ou função. No caso, se mostra desarrazoada a exigência de teste de esforço físico com critérios diferenciados em razão da faixa etária. Precedentes. 2. Agravo regimental improvido. (RE 523737 AgR, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 22/06/2010, DJe-145 DIVULG 05-08-2010 PUBLIC 06-08-2010 EMENT VOL-02409-07 PP-01500).

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AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONCURSO PÚBLICO. PROVA DE APTIDÃO FÍSICA. FAIXA ETÁRIA. CRITÉRIOS DIFERENCIADOS. INEXISTÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. IMPOSSIBILIDADE. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. 1. A realização de prova de aptidão física com base em critérios diferenciados pressupõe a existência de lei nesse sentido. 2. Para dissentir do acórdão impugnado seria necessária a análise da legislação infraconstitucional que disciplina a espécie. Eventual ofensa à Constituição somente se daria de forma indireta, circunstância que impede a admissão do agravo regimental. Agravo regimental improvido. (RE 451938 AgR, Relator(a): Min. EROS GRAU, Primeira Turma, julgado em 14/02/2006, DJ 17-03-2006 PP-00015 EMENT VOL-02225-05 PP-00862).

CONCURSO PÚBLICO. TESTE DE APTIDÃO FÍSICA. GESTANTE. DIREITO A REMARCAÇÃO.

MANDADO DE SEGURANÇA – CONCURSO PÚBLICO – PRELIMINAR DE PERDA DO OBJETO DIANTE DA HOMOLOGAÇÃO DO RESULTADO DO CONCURSO – MÉRITO – CANDIDATA GESTANTE – IMPOSSIBILIDADE DE REALIZAÇÃO DO EXAME DE CAPACIDADE FÍSICA – DIREITO À REMARCAÇÃO DO TESTE FÍSICO – OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA ISONOMIA. (1409770-37.2014.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Vilson Bertelli; Comarca: Não informada; Órgão julgador: 3ª Seção Cível; Data do julgamento: 12/02/2015; Data de registro: 06/03/2015).

AGRAVO DE INSTRUMENTO – MANDADO DE SEGURANÇA – CONCURSO PÚBLICO – CANDIDATA QUE NÃO PODE SE SUBMETER AO TESTE DE APTIDÃO FÍSICA NA DATA DESIGNADA EM RAZÃO DE SE ENCONTRAR NO OITAVO MÊS DE GESTAÇÃO – PRETENSÃO DE CONCESSÃO DE LIMINAR PARA DESIGNAÇÃO DE NOVA DATA PARA SUBMISSÃO AO REFERIDO TESTE – POSSIBILIDADE – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (1408707-40.2015.8.12.0000 Agravo de Instrumento Relator(a): Des. Júlio Roberto Siqueira Cardoso; Comarca: Três Lagoas; Órgão julgador: 5ª Câmara Cível; Data do julgamento: 06/10/2015; Data de registro: 15/10/2015).

MANDADO DE SEGURANÇA – CONCURSO PÚBLICO – CANDIDATA GESTANTE – REMARCAÇÃO DO TESTE DE APTIDÃO FÍSICA – EDITAL OMISSO QUANTO AO FATO ESPECÍFICO DA GRAVIDEZ – CANDIDATA GRÁVIDA DO NONO MÊS NA ÉPOCA DA CONVOCAÇÃO PARA AS PROVAS FÍSICAS – IMPOSSIBILIDADE ABSOLUTA DE REALIZAÇÃO DO EXAME – JUSTA CAUSA QUE DEVE SER TOMADA EM CONSIDERAÇÃO PELA BANCA EXAMINADORA E DESIGNAR NOVA DATA, CESSADO O PERÍODO DE RESGUARDO, CONTADO DA DATA DO PARTO – BANCA EXAMINADORA QUE ELIMINA A CANDIDATA – FALTA DE RAZOABILIDADE – OFENSA A DIREITO LÍQUIDO E CERTO – ADOÇÃO DE MEDIDA QUE VIOLA O ARTIGO 3º, IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, POR TER FEITO DISCRIMINAÇÃO DA CANDIDATA EM RAZÃO DO SEXO – RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL 630733/DF QUE NÃO SE APLICA AO CASO PRESENTE – SEGURANÇA CONCEDIDA – JUÍZO DE RETRATAÇÃO NÃO REALIZADO. O Supremo Tribunal Federal, no RE 630733/DF, Rel. Min. Gilmar

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Mendes, houve por bem rever seu antigo posicionamento e firmar o entendimento de que os candidatos em concurso público não têm direito à prova de segunda chamada nos testes de aptidão física em razão de circunstâncias pessoais, ainda que de caráter fisiológico ou de força maior, salvo se houver previsão no edital permitindo essa possibilidade. Essa decisão, todavia, não atinge à candidata que participa de concurso público e se encontra no nono mês de gravidez quando é feita a convocação para o teste de aptidão física, uma das etapas eliminatórias do certame, caso em que deve lhe ser oportunizada a realização do teste de aptidão física no prazo indicado em laudo médico. Ao assim não agir a Banca Examinadora não só cometeu ato ilegal e abusivo, porque ofendeu ao princípio da igualdade, dando tratamento igual a quem se encontrava em situação de desigual em relação aos demais candidatos concorrentes, mulheres não grávidas inclusive, como também promoveu discriminação quanto ao sexo da candidata que, por ser mulher e estar grávida, o que sabidamente não é uma doença, tinha justa causa para requerer e obter o adiamento do seu teste de aptidão física. Juízo de retratação não realizado, ordem mantida. (Mandado de Segurança - Nº 1403053-09.2014.8.12.0000 Relator(a): Des. Dorival Renato Pavan; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Seção Cível; Data do julgamento: 31/08/2015; Data de registro: 09/09/2015).

CONCURSO PÚBLICO. TATUAGEM.

REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. EDITAL. REQUISITOS. IMPEDIMENTO DO PROVIMENTO DE CARGO, EMPREGO OU FUNÇÃO PÚBLICA DECORRENTE DA EXISTÊNCIA DE TATUAGEM NO CORPO DO CANDIDATO. AFERIÇÃO DA CONSTITUCIONALIDADE DA EXIGÊNCIA ESTATAL DE QUE A TATUAGEM ESTEJA DENTRO DE DETERMINADOS PARÂMETROS. ARTS. 5º, I E 37, I E II DA CRFB/88. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. (RE 898450 RG, Relator(a): Min. LUIZ FUX, julgado em 27/08/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-178 DIVULG 09-09-2015 PUBLIC 10-09-2015).

MANDADO DE SEGURANÇA - CONCURSO PÚBLICO PARA CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR - TATUAGEM NO CORPO DO CANDIDATO - DIREITO À AVALIAÇÃO NOS TERMOS DAS RESTRIÇÕES POSTAS POR LEI - PRECEDENTE - SEGURANÇA CONCEDIDA. O artigo 8º, I, p, da Lei Estadual n. 3.808, de 18.12.2009, não impede o uso de tatuagem permanente de forma absoluta, mas apenas quando a tatuagem, mesmo estilizada, possa expressar ou sugerir qualquer ligação com gangues, organizações criminosas ou de estímulo à violência e ao uso de drogas; seja contrária aos princípios e aos valores da liberdade e da democracia, à moral, à lei, à ordem e aos bons costumes ou, cujo conteúdo, constitua-se em apologia à conduta delituosa ou ofenda os deveres e as obrigações militares, a ética, a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe, o que não é o caso dos autos. Segurança concedida. De acordo com o parecer. (1409950-53.2014.8.12.0000 Mandado de Segurança- Relator(a): Des. Oswaldo Rodrigues de Melo; Comarca: Não informada; Órgão julgador: 2ª Seção Cível; Data do julgamento: 13/10/2014; Data de registro: 23/10/2014).

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MANDADO DE SEGURANÇA - CONCURSO PÚBLICO PARA CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR - INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA POR AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA - PRELIMINAR REJEITADA - TATUAGENS NO CORPO DO CANDIDATO - DIREITO À AVALIAÇÃO NOS TERMOS DAS RESTRIÇÕES POSTAS POR LEI - SEGURANÇA PARCIALMENTE CONCEDIDA. Em defesa de sua tese, o impetrante trouxe para os autos cópia do edital do certame que comprova a restrição imposta pelos impetrados, de sorte que não ocorre ausência de prova pré-constituída nem há necessidade de dilação probatória, porquanto a questão litigiosa será solucionada pela comparação entre o edital do certame e a lei. O artigo 8º, I, p, da Lei Estadual n. 3.808, de 18.12.2009, não impede o uso de tatuagem permanente de forma absoluta, mas apenas quando a tatuagem, mesmo estilizada, possa expressar ou sugerir qualquer ligação com gangues, organizações criminosas ou de estímulo à violência e ao uso de drogas; seja contrária aos princípios e aos valores da liberdade e da democracia, à moral, à lei, à ordem e aos bons costumes ou, cujo conteúdo, constitua-se em apologia à conduta delituosa ou ofenda os deveres e as obrigações militares, a ética, a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe. Porém, estabelecendo critério muito mais restrito que o da própria lei estadual, o item 10.7.3.1, f, do Edital n. 1/2013 SAD/SEJUSP/PMMS, que instaurou o concurso público de provas para ingresso no Curso de Formação de Soldado da Polícia Militar/2013, veda, de maneira genérica e absoluta, a presença de tatuagem permanente em qualquer área do corpo do candidato. Logo, impõe-se assegurar ao impetrante o direito de, ao ser submetido à Fase III do concurso, de Exame de Saúde, Antropométrico e Clínico, ter a sua tatuagem avaliada nos termos do artigo 8º, I, p, da Lei Estadual n. 3.808, de 18.12.2009, e, se a imagem atender aos requisitos impostos pela mencionada lei, assegurar-lhe o direito de, na medida em que seja sucessivamente bem sucedido, participar das etapas posteriores do certame e do referido Curso de Formação, bem como de ser nomeado para tomar posse ao final, de acordo com as prescrições do edital do certame. (Mandado de Segurança - Nº 4013787-67.2013.8.12.000 Relator(a): Des. Josué de Oliveira; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 3ª Seção Cível; Data do julgamento: 17/03/2014; Data de registro: 21/03/2014).

DESLIGAMENTO.

APELAÇÃO CÍVEL EM AÇÃO EM AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO ADMINISTRATIVO C/C REINTEGRAÇÃO EM CARGO PÚBLICO COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA - AUTOR NOMEADO EM CARGO PÚBLICO SOB EFEITO DE LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA - JULGAMENTO POSTERIOR DO MANDAMUS QUE DETERMINA A EXONERAÇÃO DO SERVIDOR - EXONERAÇÃO REALIZADA SEM DEVIDO PROCESSO LEGAL ANTE SUA DESNECESSIDADE IN CASU - AUSÊNCIA DE FATO CONSUMADO - DECISÃO ADOTADA CONFORME ENTENDIMENTO DA SUPREMA CORTE E DA CORTE SUPERIOR DE NOSSO PAIS - SENTENÇA MANTIDA Não há falar portanto, em violação à ampla defesa e ao contraditório como pretende o autor, porquanto o ato reputado não está revestido de ilegalidade, uma vez que com a instauração de processo administrativo para exoneração do recorrente, referido ato exoneratório decorreu do cumprimento da decisão proferida no Mandado de Segurança, não sendo possível considerá-lo ilegal ou abusivo. Ao dar cumprimento a provimento judicial, a Administração agiu dentro do limite da lei, haja vista que a exoneração do recorrente é

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consequência lógica de sua nomeação precária (sob efeito de liminar). "Não há falar em violação ao contraditório e à ampla defesa, porquanto o ato reputado coator não está revestido de ilegalidade, uma vez que é derivado de decisão judicial de outro mandado de segurança, cujo cumprimento pela autoridade é obrigatório. 3. "O estrito cumprimento da decisão proferida por este Supremo Tribunal Federal torna desnecessária a instauração de processo administrativo prévio à exoneração dos candidatos aprovados." (Rcl 5819/TO, Rel. Min. Cármen Lúcia, Tribunal Pleno, julgado em 20.5.2009, publicado no DJe-113 em 19.6.2009, no Ementário vol. 02365-01, p. 101 e no LEXSTF v. 31, n. 367, 2009, p. 178-190). Sentença mantida. Apelo improvido. (0024769-79.2011.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. João Maria Lós; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 1ª Câmara Cível; Data do julgamento: 27/01/2015; Data de registro: 28/01/2015).

LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

(...)

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.

§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

II - disponham sobre:

f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

(...)

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

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X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 39. São servidores públicos militares os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.

§ 7º A lei disporá sobre os limites de idade, sobre a estabilidade e sobre outras condições de transferência do militar para inatividade.

(...)

Art. 41. As Polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros Militar subordinam-se à legislação especial, que definirá sua estrutura, competências, direitos, garantias, deveres, prerrogativas de seus integrantes, de maneira a assegurar a eficiência de suas atividades, baseando-se nos princípios da hierarquia e da disciplina.

(...)

Art. 49. A organização, o efetivo, o equipamento, as garantias, a convocação e a mobilização da Polícia Militar serão regulados por lei complementar.

(...)

Art. 51. (...)

Parágrafo único. Aplica-se ao Corpo de Bombeiros Militar o disposto nos artigos 48 e 49.

(...)

Art. 67. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou comissão da Assembleia Legislativa, ao Governador do Estado, ao Tribunal de Justiça, ao Tribunal de Contas, ao Procurador-Geral de Justiça, ao Defensor Público-Geral do Estado e aos cidadãos, nos termos desta Constituição. (redação dada pela EC 68, de 15 de dezembro de 2015, publicada no D.O. 9.067, de 16 de dezembro de 2015, página 1; republicada no D.O. nº 9.068, de 17 de dezembro de 2015, página 1; republicada no D.O. 9.071, de 22 de dezembro de 2015, página 1)

§ 1º São de iniciativa do Governador do Estado as leis que:

II - disponham sobre:

b) os servidores públicos do Estado, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria de civis, reforma e transferência de militares para a inatividade;

(...)

Art. 89. Compete privativamente ao Governador do Estado:

VI - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;

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No âmbito federal, o DECRETO-LEI Nº 667, DE 2 DE JULHO DE 1969, reorganiza as Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, dos Território e do Distrito Federal, e dá outras providências.

O DECRETO N. 88.777, DE 30 DE SETEMBRO DE 1983, que aprova o regulamento para as policias militares e corpos de bombeiros militares (R-200):

A LEI Nº 6.880, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1980, que dispõe sobre o Estatuto dos Militares, tem a seguinte redação:

Art. 10. O ingresso nas Forças Armadas é facultado, mediante incorporação, matrícula ou nomeação, a todos os brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei e nos regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

Nota: (“Não foi recepcionada pela Constituição da República de 1988 a expressão ‘nos regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica’ do art. 10 da Lei 6.880/1980” - RE 600.885, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 9-2-2011, Plenário, DJE de 1º-7-2011, com repercussão geral.)

Vide a LEI Nº 3.808, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2009, que dispõe sobre concurso público para o ingresso no Curso de Formação das Carreiras de Oficiais e Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, estabelece os requisitos indispensáveis para o exercício das funções militares, e dá outras providências:

Art. 1º O Concurso Público regulamentado por esta Lei visa a selecionar candidatos plenamente aptos para o ingresso no Curso de Formação das Carreiras de Oficiais e Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul.

Parágrafo único. O candidato, aprovado em todas as fases do concurso, inclusive na investigação social, que concluir com aproveitamento o Curso de Formação de Oficiais e Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul (CFOP-PM/CBM-MS), será incluído, promovido ou nomeado, para o exercício das respectivas funções nas instituições militares estaduais, de acordo com a ordem de classificação final e dentro do número de vagas ofertadas no edital de abertura do concurso público.

Art. 2º (...)

§ 1º Para o exercício das funções militares o candidato deve estar em plena aptidão, possuir perfeitas condições física e mental, com capacidade e desenvolvimento de todos os órgãos, sentidos e funções biológicas e psicológicas.

§ 2º Não haverá reserva de vagas para pessoas portadoras de deficiência, em razão da exigência de plena aptidão física para o exercício da função de policial militar e de bombeiro militar.

§ 3º Não se aplicam aos candidatos ao Concurso Público para Ingresso no Curso de Formação (CFOP-PM/CBM-MS), as normas da Lei Estadual nº 3.106, de 25 de novembro de 2005, tendo em vista que não se coadunam com o exercício das funções, em razão da:

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I - periculosidade das atividades desempenhadas pelo policial militar e pelo bombeiro militar;

II - exigência de intenso esforço, desprendido em grande parte da carga horária na fase do exame de capacitação física, nas disciplinas de educação física militar, ordem unida, tiro policial, defesa pessoal e estágios de policiamento nas diversas modalidades;

III - fadiga física e mental próprias do serviço de policial militar ou de bombeiro militar;

IV - dos riscos que envolvem a atividade policial militar, seja na fase de treinamento, seja na atuação do policiamento ostensivo, seja nas atividades de bombeiro militar combatente e na Defesa Civil.

Art. 3º Para a matrícula no Curso de Formação (CFOP-PM/CBM-MS), além das condições relativas à nacionalidade, idade, aptidão intelectual, capacidade física e idoneidade moral é necessário que o candidato não exerça e nem tenha exercido atividades prejudiciais ou perigosas à Segurança Nacional, em virtude de as funções de oficiais e praças militares serem integrantes das forças auxiliares e reserva do Exército Brasileiro.

Veja que a LEI Nº 3.106, DE 25 DE NOVEMBRO DE 2005, que dispõe sobre o combate à discriminação aos portadores do vírus HIV e dá outras providências. Traz as seguintes regras:

Art. 1º É vedada qualquer forma de discriminação aos portadores do vírus HIV e às pessoas com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se discriminação aos portadores do vírus HIV ou a pessoas com Aids:

I - solicitar exames para a detecção do vírus HIV ou da AIDS para inscrição em concurso público ou seleção para ingresso no serviço público;

A LEI Nº 4.582, DE 7 DE NOVEMBRO DE 2014, dá nova redação à alínea “e” do inciso I do art. 8º da Lei nº 3.808, de 18 de dezembro de 2009, que dispõe sobre concurso público para o ingresso no Curso de Formação das Carreiras de Oficiais e Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, estabelece os requisitos indispensáveis para o exercício das funções militares, prescreve que:

(...)

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos retroativos para alcançar as situações que se enquadram na nova redação do art. 8º, inciso I, alínea “e”, da Lei Estadual nº 3.808, de 2009, dada pelo art. 1º desta Lei, e que são objeto de demanda judicial em trâmite e não tenha transitado em julgado até o dia 7 de novembro de 2014. (redação dada pela Lei nº 4.626, de 24 de dezembro de 2014)

LEI Nº 4.626, DE 24 DE DEZEMBRO DE 2014. Altera a redação do art. 2º da Lei nº 4.582, de 7 de novembro de 2014, que dá nova redação à alínea “e” do inciso I do art. 8º da Lei nº 3.808, de 18 de dezembro de 2009.

(...)

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Art. 2º A Procuradoria-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul fica autorizada a reconhecer a procedência do pedido nas demandas judiciais deduzidas em juízo até a data de publicação desta Lei, cujo objeto se amolde ao disposto no art. 8º, inciso I, alínea “e”, da Lei Estadual nº 3.808, de 2009, observado o disposto no art. 2º da Lei Estadual nº 4.582, de 2014.

LEI Nº 3.594, DE 10 DE DEZEMBRO DE 2008. Institui, como medida de promoção da igualdade de oportunidades no mercado de trabalho, o programa de reserva de vagas, para negros, em concursos públicos para provimento de cargos no Estado de Mato Grosso do Sul, e dá outras providências.

Art. 1º O Poder Executivo do Estado de Mato Grosso do Sul promoverá ações que assegurem a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para negros e índios, reservando-lhes cota mínima de 10% (dez por cento) e de 3% (três por cento), respectivamente, das vagas oferecidas em todos os seus concursos para provimento de cargos públicos nos quadros de carreira. (redação dada pela Lei nº 3.939, de 21 de julho de 2010)

§ 1º A reserva mínima de que trata a presente Lei será disponibilizada, observada a proporcionalidade, aos negros e aos índios aprovados no processo seletivo realizado em iguais condições para todos os candidatos. (redação dada pela Lei nº 3.939, de 21 de julho de 2010)

§ 2º Dos editais dos concursos públicos deverá constar a previsão de reserva de 10% (dez por cento) e de 3% (três por cento) das vagas oferecidas para negros e índios, respectivamente, existentes entre os candidatos aprovados. (redação dada pela Lei nº 3.939, de 21 de julho de 2010)

LEI Nº 7.853, DE 24 DE OUTUBRO DE 1989.Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências.

DECRETO Nº 3.298, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1999. Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências.

DECRETO Nº 13.141, DE 31 DE MARÇO DE 2011. Regulamenta o programa de reserva de vagas em concursos públicos para provimento de cargos no Estado de Mato Grosso do Sul, e dá outras providências.

DECRETO Nº 10.015, DE 3 DE AGOSTO DE 2000. Dispõe sobre a Política Estadual para a Promoção e Integração Social da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências.

Art. 36. Fica assegurado à pessoa portadora de deficiência o direito de se inscrever em concurso público, processos seletivos ou quaisquer outros procedimentos de recrutamento de mão-de-obra, em igualdade de condições com os demais candidatos, para provimento de cargo ou emprego públicos cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que é portador.

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§ 1º O candidato portador de deficiência, em razão da necessária igualdade de condições, concorrerá a todas as vagas, sendo reservado no mínimo o percentual de cinco por cento em face da classificação obtida.

§ 2º Na aplicação do percentual estabelecido no § 1º deste artigo será desprezada a fração, se houver. (redação dada pelo Decreto nº 13.141, de 31 de março de 2011)

Art. 37. Não se aplica o disposto no artigo anterior nos casos de provimento de:

I - cargo em comissão ou função de confiança, de livre nomeação e exoneração;

II - cargo ou emprego público integrante de carreira que exija aptidão plena do candidato, auferida em parecer emitido por equipe multiprofissional.

Capítulo III

Da Hierarquia e da Disciplina

Art. 13. A hierarquia e a disciplina são bases institucionais da Polícia Militar; a autoridade e responsabilidade crescem com o grau hierárquico.

JURISPRUDÊNCIA

PRINCÍPIOS DA HIERARQUIA E DISCIPLINA. ATO LEGAL DE SUPERIOR.

“(...) reputo não haver que se falar em manifesta ilegalidade em ato emanado de superior hierárquico consistente em determinar a subordinado que se dirija à cadeia pública, a fim de reforçar a guarda do local. Por outro lado, tenho para mim que a obediência reflete um dos grandes deveres do militar, não cabendo ao subalterno recusar a obediência devida ao superior, sobretudo levando-se em conta os primados da hierarquia e da disciplina. Ademais, inviável delimitar, de forma peremptória, o que seria, dentro da organização militar, ordem legal, ilegal ou manifestamente ilegal, uma vez que não há rol taxativo a determinar as diversas atividades inerentes à função policial militar. Observo ainda que, levando-se em conta a quadra atual a envolver os presídios brasileiros, com a problemática da superpopulação carcerária em contraste com a escassez de mão de obra, entendo razoável a participação da Polícia Militar em serviços de custódia e guarda de presos, sobretudo a fim manter a ordem nos estabelecimentos prisionais. Por fim, emerge dos documentos acostados aos autos que a ordem foi dada no sentido de reforçar a guarda, temporariamente, em serviços inerentes à carceragem, e não para substituir agentes penitenciários como afirma a defesa.” (HC 101.564, voto do Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 30-11-2010, Segunda Turma, DJE de 15-12-2010).

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INCONSTITUCIONALIDADE – PROMOÇÃO DIRETA DA GRADUAÇÃO DE 1º SARGENTO PARA O POSTO DE 2º TENENTE – INCONSTITUCIONALIDADE ACOLHIDA – PROCEDENTE. Se a legalidade estrita para o militar no âmbito constitucional federal (art. 42 c.c. art. 142), estadual (art. 41) e legislação específica (Lei Complementar n. 53/90, art. 55) sustenta a promoção em obediência na hierarquia e respeitado o critério da seletividade, gradualidade e sucessividade, revela-se inconstitucional a legislação estadual que prevê a promoção do militar por saltos (inciso I do § 5º

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do art. 16 da Lei Complementar n. 53/90 e, por arrastamento, do art. 47, caput, do Decreto n. 10.768/02).” (Ação Direta de Inconstitucionalidade - N. 2008.000844-0/0000-00 – Capital, Órgão Especial, j. 8.7.2009, Rel. Des. Joenildo de Sousa Chaves).

LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 41. As Polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros Militar subordinam-se à legislação especial, que definirá sua estrutura, competências, direitos, garantias, deveres, prerrogativas de seus integrantes, de maneira a assegurar a eficiência de suas atividades, baseando-se nos princípios da hierarquia e da disciplina.

§ 1º A hierarquia policial-militar é a ordenação da autoridade em níveis diferentes. Dentro da estrutura da Polícia Militar a ordenação se faz por postos ou graduações. Dentro de um mesmo posto ou graduação se faz pela antiguidade no posto ou graduação. O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento à sequência da autoridade.

JURISPRUDÊNCIA

HIERARQUIA POLICIAL-MILITAR. NÃO VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA.

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE CONDIÇÃO ESPECIAL DE TRABALHO - GCET. ESCALONAMENTO PREVISTO EM LEI, DE ACORDO COM A HIERARQUIA DOS POSTOS E GRADUAÇÕES DAS FORÇAS ARMADAS. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. NÃO-VIOLAÇÃO. É firme no Supremo Tribunal Federal o entendimento de que o cálculo escalonado da Gratificação de Condição Especial de Trabalho (GCET), instituída pela Lei nº 9.442/97, não ofende o princípio da isonomia. Precedentes: REs 386.723, 396.602, 403.554, 409.193, 410.776, 443.457-AgR e 452.337-AgR. Agravo regimental desprovido. (RE 434388 AgR, Relator(a): Min. CARLOS BRITTO, Primeira Turma, julgado em 25/04/2006, DJ 30-06-2006 PP-00012 EMENT VOL-02239-04 PP-00757).

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. MILITAR. GRATIFICAÇÃO DE CONDIÇÃO ESPECIAL DE TRABALHO (GCET). LEI Nº 9.442/97. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. VIOLAÇÃO. AUSÊNCIA. PRECEDENTES. 1. O cálculo da Gratificação de Condição Especial de Trabalho

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(GCET), prevista na Lei nº 9.442/97, com base em índices diferenciados em razão da hierarquia da carreira militar, não ofende o princípio da isonomia. 2. Agravo regimental não provido. (AI 640915 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 02/08/2011, DJe-189 DIVULG 30-09-2011 PUBLIC 03-10-2011 EMENT VOL-02599-03 PP-00387).

RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. POLICIAL MILITAR EXCLUÍDO A BEM DA DISCIPLINA. EXTENSÃO DA JORNADA DE TRABALHO DO SERVIDOR CIVIL AOS MILITARES. IMPOSSIBILIDADE. ART. 142, § 3º, VIII, DA CF/88. REGIME DE DEDICAÇÃO INTEGRAL. ART. 30, I, LEI ESTADUAL 3.909/77. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Procedimento administrativo disciplinar motivado na recusa do ex-militar em aceitar escalas de serviços extras sob a alegação de que não pode ser submetido a uma carga de trabalho maior do que a que é exigida ao servidor público civil. 2. A Constituição Federal, no tocante aos direitos sociais, não estendeu aos militares o disposto no inc. XIII do art. 7º - que fixa a duração de trabalho normal não superior a oito diárias e quarenta e quatro semanais. Inteligência do art. 142, § 3º, VIII, CF/88. 3. A Corporação Militar à qual pretende ser reintegrado o recorrente, organizada com base na hierarquia e na disciplina, conforme estabelece o art. 42, caput, da CF/88, funciona em regime de dedicação integral, nos moldes definidos no art. 30, I, da Lei Estadual 3.909/77 - Estatuto dos Policiais Militares do Estado da Paraíba. 4. Alegação de que estava desobrigado a cumprir os serviços de natureza extraordinária que não se sustenta, porquanto escala de serviços extras não equivale a exercício de atividade voluntária. De outra parte, a norma tida pelo recorrente como garantidora do direito postulado (art. 3º da Portaria CGC/0061/2008-CG) somente dispôs sobre a percepção de gratificação do militar que, além das escalas ordinárias, serviria em policiamento ostensivo geral e escoltas, não havendo como inferir do aludido dispositivo qualquer discricionariedade, senão aquela relativa à escolha da escala de acordo com a folga do serviço ordinário. 5. Agravo regimental não provido. (AgRg no RMS 33.836/PB, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 01/09/2011, DJe 09/09/2011).

§ 2º Disciplina é a rigorosa observância e acatamento integral das leis, regulamentos, normas, disposições e ordens que fundamentam o organismo policial-militar e coordenam seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos.

§ 3º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as circunstâncias da vida, entre policiais-militares da ativa, reserva remunerada e reformados.

JURISPRUDÊNCIA

SÚMULA Nº 56 DO STF

“Militar reformado não está sujeito à pena disciplinar.”

SÚMULA Nº 55 DO STF

“Militar da reserva está sujeito à pena disciplinar.”

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SANÇÃO DISCIPLINAR. REFORMADO. PREVISÃO LEGAL.

ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. POLICIAL MILITAR REFORMADO EM RAZÃO DE INCAPACIDADE PARA O SERVIÇO. APLICAÇÃO DE PENALIDADE ADMINISTRATIVA ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DE SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA. POSSIBILIDADE. PUNIÇÃO APÓS A REFORMA. PREVISÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO LOCAL. NÃO INFRINGÊNCIA DA SÚMULA N.º 56 DA EXCELSA CORTE. PRERROGATIVAS DE POLICIAL-MILITAR. ROL QUE NÃO INCLUI A PERCEPÇÃO DE PROVENTOS ORIUNDOS DA REFORMA. PERDA DESSES. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL EXPRESSA. 1. O Conselho de Disciplina da Polícia Estadual tem competência para conduzir processo administrativo disciplinar movido contra policiais reformados, tendo em vista expressa disposição no art. 48, § 3.º, da Lei n.º 8.033/75 c.c. art. 2.º, § 2.º, do Decreto 4.713/96. 2. Para a instauração do processo administrativo disciplinar, não é preciso aguardar o trânsito em julgado da sentença a ser exarada no processo penal, porquanto essa só influenciará a decisão no âmbito da Administração nos casos de absolvição por inexistência do fato ou quando concluir-se que o acusado não concorreu para a execução do delito. Precedentes. 3. A vedação de aplicação de sanção disciplinar prevista na Súmula n.º 56 do Supremo Tribunal Federal não incide nos casos em que há expressa previsão, na legislação estadual, de aplicação de sanção disciplinar aos policiais militares reformados. Precedentes desta Corte e do Excelso Pretório. 4. As leis estaduais de regência não apresentam em seus bojos qualquer previsão quanto à possibilidade de exclusão de policiais reformados, com a consequente perda dos respectivos proventos. 5. Embora o Impetrante não possa mais gozar das prerrogativas de Policial-Militar, dentre os efeitos passíveis de serem produzidos pelo ato impugnado não está a sustação do pagamento dos valores correspondentes aos seus proventos. 6. Recurso ordinário parcialmente provido. (RMS 22.161/GO, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 16/12/2010, DJe 07/02/2011).

Art. 14. Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre os policiais-militares da mesma categoria e têm a finalidade de desenvolver o espírito de camaradagem em ambiente de estima e confiança, sem prejuízo do respeito mútuo.

Art. 15. Os círculos hierárquicos e a escala hierárquica da Polícia Militar são fixados no quadro e parágrafos seguintes:

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P CORONEL

CÍRCULO OFICIAIS SUPERIORES O TENENTE CORONEL

DOS S MAJOR PM

OFICIAIS OFICIAIS INTERMEDIÁRIOS T CAPITÃO PM

OFICIAIS SUBALTERNOS

O PRIMEIRO-TENENTE PM

S SEGUNDO-TENENTE PM

CÍRCULO DE

PRAÇAS

SUBTENENTE E SARGENTOS

SUBTENETE PM

GRA PRIMEIRO-SARGENTO PM

DUA SEGUNDO-SARGENTO PM

ÇÕES TERCEIRO-SARGENTO PM

CABOS E SOLDADOS

CABO PM

SOLDADO PM

PRAÇAS ESPECIAIS

FREQUENTA O CÍRCULO DE OFICIAIS SUBALTENOS

ASPIRANTE-A-OFICIAL PM

EXCEPCIONALMENTE OU EM REUNIÕES SOCIAIS TEM ACESSO AO CÍRCULO DE OFICIAIS

ALUNO-OFICIAL PM

PRAÇAS EM

SITUAÇÃO ESPECIAL

EXCEPCIONALMENTE OU EM REUNIÕES SOCIAIS TEM ACESSO AO CÍRCULO DE SUBTENENTES E SARGENTOS

ALUNO DO CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS PM

FREQUENTA O CÍRCULO DE CABOS E SOLDADOS

ALUNO DO CURSO DE FORMAÇÃO DE CABO E SOLDADO PM

LEGISLAÇÃO

Vide o DECRETO-LEI Nº 667, DE 2 DE JULHO DE 1969, que reorganiza as Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, dos Território e do Distrito Federal, e dá outras providências.

Vide o DECRETO N. 88.777, DE 30 DE SETEMBRO DE 1983, que aprova o regulamento para as policias militares e corpos de bombeiros militares (R-200):

A LEI COMPLEMENTAR Nº 190, DE 4 DE ABRIL DE 2014, que dispõe sobre a organização, a composição e o funcionamento da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, e dá outras providências, estabelece o procedimento quanto ao pessoal da Policia Militar que:

Art. 43. O pessoal da PMMS compõe-se de militares estaduais ativos e inativos:

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I - Pessoal da Ativa:

a) Oficiais, constituindo os seguintes quadros:

1. Quadro de Oficiais Policiais-Militares (QOPM);

2. Quadro Auxiliar de Oficiais Militares (QAO);

3. Quadro de Oficiais Especialistas (QOE);

4. Quadro de Oficiais de Saúde (QOS);

b) Praças, compreendendo:

1. Quadro de Praças Policiais-Militares (QPPM);

2. Quadro de Praças Especialistas Policiais Militares (QPE);

3. Quadro de Praças de Saúde (QPS);

c) Praças Especiais, compreendendo:

1. Aspirantes a Oficiais Policiais Militares;

2. Cadetes dos Cursos de Formação de Oficiais Policiais Militares;

d) Praças em situação Especial:

1. Aluno do curso de formação de sargentos;

2. Aluno de formação do curso de cabo e soldado;

e) policiais militares convocados e designados;

II - Pessoal Inativo:

a) Pessoal da Reserva Remunerada: Oficiais e Praças transferidos para a reserva remunerada;

b) Pessoal Reformado: Oficiais e Praças reformados.

Vide também a LEI COMPLEMENTAR Nº 188, DE 3 DE ABRIL DE 2014, dispõe sobre a Organização Básica do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul (CBMMS), e dá outras providências.

(...)

Art. 44. As praças policiais-militares serão grupadas em qualificações policiais-militares gerais e particulares (QPMG e QPMP).

§ 1° A diversificação das qualificações previstas neste artigo será a mínima indispensável, de modo a possibilitar uma ampla utilização das Praças nelas incluídas.

§ 2° Ato do Governador do Estado baixará as normas para a qualificação policial-militar das Praças, mediante proposta do Comandante-Geral.

§ 1º Posto é o grau hierárquico do Oficial, conferido por ato do Governador do Estado de Mato Grosso do Sul.

LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

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Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

(...)

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 39. São servidores públicos militares os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.

§ 2º As patentes dos oficiais militares do Estado são conferidas pelo Governador do Estado.

§ 7º A lei disporá sobre os limites de idade, sobre a estabilidade e sobre outras condições de transferência do militar para inatividade.

§ 2º Graduação é o grau hierárquico da Praça, conferido pelo Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul.

§ 3º Os Asp Of PM e os Al Of PM são denominados Praças Especiais.

§ 4º Os alunos dos Cursos de Formação de Sargento, Cabo e Soldado são considerados praças em situação especial e transitória durante o curso.

§ 5º Os graus hierárquicos iniciais e finais dos diversos Quadros são fixados, separadamente, para cada caso, em Lei de Fixação dos Efetivos.

§ 6º Sempre que o policial-militar da reserva remunerada ou reformado fizer uso do posto ou graduação, deverá fazê-lo mediante o esclarecimento dessa situação.

§ 7º Revogado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 168, de 20.12.2012 – DOMS, de 21.12.2012.

§ 8º Revogado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 168, de 20.12.2012 – DOMS, de 21.12.2012.

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JURISPRUDÊNCIA

PROMOÇÃO. REQUISITOS.

APELAÇÃO CÍVEL – PROMOÇÃO A 3º SARGENTO DA PMMS – PRETERIÇÃO DE HIERARQUIA E ANTIGUIDADE – REQUISITO DE 12 ANOS DE EFETIVO SERVIÇO – ARTIGO 15, § 8.º, II, DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N.º 53/90 – ALTERAÇÃO PELA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N.º 113/2005 – EXIGÊNCIA LEGAL E CONSTITUCIONAL – AUSÊNCIA DE CUMPRIMENTO DAS EXIGÊNCIAS NECESSÁRIAS PARA A PROMOÇÃO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO. A administração pública, ao estabelecer as regras e critérios para a promoção na carreira dos militares, observou devidamente os princípios da legalidade, razoabilidade e isonomia, não havendo que se falar em inconstitucionalidade da referida legislação. Se não se preenchida uma das condições estabelecidas pela legislação vigente para promoção, não há que se falar em preterição. Sentença mantida. Recurso improvido. (0046781-58.2009.8.12.0001 - Apelação Relator(a): Des. Marcelo Câmara Rasslan; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 1ª Câmara Cível; Data do julgamento: 24/11/2015; Data de registro: 26/11/2015).

§ 9º Revogado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 168, de 20.12.2012 – DOMS, de 21.12.2012.

Art. 15-A. Art. 15-A. O acesso do Soldado à graduação de Cabo QPPM dar-se-á mediante processo seletivo interno pelo critério de antiguidade, cujas vagas serão disponibilizadas pelo Comandante-Geral mediante edital, com a devida aprovação em curso de formação de cabos, e que atenda aos seguintes requisitos: (redação dada pela Lei Complementar nº 157, de 19 de dezembro de 2011)

JURISPRUDÊNCIA

PROMOÇÃO. REQUISITO.

AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA – INDEFERIMENTO DA INICIAL – INSCRIÇÃO NO CONCURSO PARA FORMAÇÃO DE CABO BOMBEIRO MILITAR – AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO – SERVIDOR NÃO ESTÁVEL – FALTA DE ARGUMENTOS NOVOS – DECISÃO MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO. (1413921-12.2015.8.12.0000 Agravo Regimental Relator(a): Juiz José Ale Ahmad Netto; Comarca: Não informada; Órgão julgador: 1ª Seção Cível; Data do julgamento: 01/02/2016; Data de registro: 03/02/2016).

MANDADO DE SEGURANÇA – PROCESSO SELETIVO INTERNO PARA INGRESSO NO CURSO DE FORMAÇÃO DE CABOS DO QUADRO DE PRAÇAS DE CORPO DE BOMBEIROS MILITAR – EDITAL QUE EXIGE TRÊS ANOS DE EFETIVO SERVIÇO PARA CANDIDATAR-SE À VAGA DE CABO – LEGISLAÇÃO ESTADUAL SILENTE QUANTO AO MOMENTO PARA AFERIÇÃO DA ESTABILIDADE – PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE – PRESENÇA DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO –

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SEGURANÇA CONCEDIDA. Não se mostra razoável e proporcional impedir a inscrição do candidato que não preencheu um dos requisitos exigidos pelo Edital (estabilidade), quando a lei não preconiza que ela deve ser aferida no momento da inscrição. (1413870-98.2015.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Eduardo Machado Rocha; Comarca: Não informada; Órgão julgador: 3ª Seção Cível; Data do julgamento: 15/02/2016; Data de registro: 16/02/2016).

Art. 15-A. O acesso do Soldado à graduação de Cabo QPPM dar-se-á mediante aprovação em Curso de Formação de Cabos. (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

§ 1º O ingresso no Curso de Formação de Cabos dar-se-á por intermédio de processo seletivo interno pelo critério de antiguidade, no qual o Soldado será selecionado de acordo com a sua precedência na graduação, atendidos aos seguintes requisitos: (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

I - contar, no mínimo, com seis anos de efetivo serviço na graduação de Soldado; (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

II - possuir o ensino médio; (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

III - não estar licenciado para tratar de interesse particular; (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

IV - estar classificado, no mínimo, no comportamento “BOM”; (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

V - ter sido julgado apto em inspeção de saúde para fins de curso; (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

VI - ter sido julgado apto em teste de aptidão física, específico no processo seletivo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

VII - possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH), no mínimo, de categoria “B”. (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

JURISPRUDÊNCIA

PROMOÇÃO. REQUISITO.

AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA – INDEFERIMENTO DA INICIAL – INSCRIÇÃO NO CONCURSO PARA FORMAÇÃO DE CABO BOMBEIRO MILITAR –REEXAME NECESSÁRIO E APELAÇÃO CÍVEL - MANDADO DE SEGURANÇA - INSCRIÇÃO EM CURSO DE FORMAÇÃO DE CABOS DA POLÍCIA MILITAR MS - REQUISITOS DO CERTAME PREVISTOS EM LEI E NO EDITAL - RAZOABILIDADE DAS EXIGÊNCIAS DE CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO E DO TESTE DE APTIDÃO FÍSICA DE ACORDO COM AS ATRIBUIÇÕES DO CARGO - NÃO APRESENTAÇÃO DO TAF 2013 POR IMPEDIMENTO DE SAÚDE - PRESSÃO ARTERIAL ALTERADA - IMPOSSIBILIDADE DE SEGUNDA CHAMADA - AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE - SEGURANÇA DENEGADA. (0831243-62.2013.8.12.0001 Apelação Relator(a): Juiz José Ale Ahmad Netto; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Câmara Cível; Data do julgamento: 27/01/2015; Data de registro: 30/01/2015).

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§ 2º O Curso de Formação de Cabos QPPM terá por base o total de vagas disponibilizadas pelo Comandante-Geral, após aprovação do Governador do Estado. (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

§ 3º Considera-se como total de vagas disponibilizadas aquelas fixadas, exclusivamente, em edital pelo Comandante-Geral para o processo seletivo do Curso de Formação de Cabos, observados a necessidade e o interesse da Corporação. (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

JURISPRUDÊNCIA

PROMOÇÃO. VAGAS. QUANTIDADE. DISCRICIONARIEDADE.

MANDADO DE SEGURANÇA – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR – CONCURSO DE PROMOÇÃO À GRADUAÇÃO DE CABO – APROVAÇÃO FORA DO NÚMERO DE VAGAS PREVISTAS – INDEFERIMENTO DA AMPLIAÇÃO DAS VAGAS – PODER DISCRICIONÁRIO – AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE – AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO – TEORIA DO FATO CONSUMADO – INAPLICABILIDADE – REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA RECONHECIDA – SEGURANÇA DENEGADA. Além de não ser possível vislumbrar qualquer ilegalidade ou abuso de poder no ato atacado, o impetrante não logrou demonstrar qual seria seu direito líquido e certo na realização de matrícula e frequência no CFC, tendo em vista que se inscreveu em processo seletivo que previa apenas 40 vagas e obteve a 91ª colocação. É cediço que a ampliação das vagas previstas em edital de concurso deve ficar a critério da Administração Pública, que dentro de seu poder discricionário avalia a conveniência e oportunidade do ato, incluindo aí a necessidade de pessoal e impacto financeiro. Assim, considerando que o impetrante tinha conhecimento do caráter precário de sua matrícula no Curso de Formação, não há que se alegar a Teoria do Fato Consumado, diante do posicionamento adotado pelo STF após o reconhecimento da Repercussão Geral da matéria, no sentido de ser incompatível "com o regime constitucional de acesso aos cargos públicos a manutenção no cargo, sob fundamento de fato consumado, de candidato não aprovado que nele tomou posse em decorrência de execução provisória de medida liminar ou outro provimento judicial de natureza precária, supervenientemente revogado ou modificado" (RE 608482/RN).Ordem denegada. (1403118-67.2015.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Desª. Tânia Garcia de Freitas Borges; Comarca: Não informada; Órgão julgador: 3ª Seção Cível; Data do julgamento: 16/11/2015; Data de registro: 18/11/2015).

MANDADO DE SEGURANÇA – PROCESSO SELETIVO INTERNO PARA INGRESSO NO CURSO DE FORMAÇÃO DE CABOS DA POLÍCIA MILITAR – EDITAL QUE OFERECEU 40 (QUARENTA) VAGAS – BOLETIM DO COMANDO GERAL QUE DISPONIBILIZOU 406 VAGAS – CANDIDATA APROVADA FORA DO NÚMERO DE VAGAS – PREENCHIMENTO DAS DEMAIS VAGAS EM CLARO EXISTENTES NA CORPORAÇÃO – CONVENIÊNCIA E OPORTUNIDADE DA ADMINISTRAÇÃO – AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO – SEGURANÇA DENEGADA. (1403114-30.2015.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Eduardo Machado

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Rocha; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 3ª Seção Cível; Data do julgamento: 18/05/2015; Data de registro: 21/05/2015).

§ 4º As promoções à graduação de Cabo serão realizadas na data de conclusão do curso, de acordo com a ordem de classificação intelectual obtida ao final do respectivo curso de formação de Cabo, concluído com aproveitamento. (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

§ 5º (Revogado pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

(Art. 15-A alterado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 210, de 2015.)

Art. 15-B. O acesso do Cabo à graduação de 3º Sargento QPPM dar-se-á mediante aprovação em Curso de Formação de Sargentos. (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

JURISPRUDÊNCIA

PROMOÇÃO. TEORIA DO FATO CONSUMADO.

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. CANDIDATO REPROVADO QUE ASSUMIU O CARGO POR FORÇA DE LIMINAR. SUPERVENIENTE REVOGAÇÃO DA MEDIDA. RETORNO AO STATUS QUO ANTE. “TEORIA DO FATO CONSUMADO”, DA PROTEÇÃO DA CONFIANÇA LEGÍTIMA E DA SEGURANÇA JURÍDICA. INAPLICABILIDADE. RECURSO PROVIDO. 1. Não é compatível com o regime constitucional de acesso aos cargos públicos a manutenção no cargo, sob fundamento de fato consumado, de candidato não aprovado que nele tomou posse em decorrência de execução provisória de medida liminar ou outro provimento judicial de natureza precária, supervenientemente revogado ou modificado. 2. Igualmente incabível, em casos tais, invocar o princípio da segurança jurídica ou o da proteção da confiança legítima. É que, por imposição do sistema normativo, a execução provisória das decisões judiciais, fundadas que são em títulos de natureza precária e revogável, se dá, invariavelmente, sob a inteira responsabilidade de quem a requer, sendo certo que a sua revogação acarreta efeito ex tunc, circunstâncias que evidenciam sua inaptidão para conferir segurança ou estabilidade à situação jurídica a que se refere. 3. Recurso extraordinário provido.(RE 608482, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 07/08/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-213 DIVULG 29-10-2014 PUBLIC 30-10-2014).

ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART.535 DO CPC. POLICIAL MILITAR. PARTICIPAÇÃO EM CURSO DE FORMAÇÃO POR FORÇA DE LIMINAR. APROVAÇÃO. PROMOÇÃO PARA 3º SARGENTO ASSEGURADA EM DECISÃO TRANSITADO EM JULGADO. APLICAÇÃO DA TEORIA DO FATO CONSUMADO. CARÁTER EXCEPCIONAL. 1. Inexiste violação do art. 535 do CPC quando a prestação jurisdicional é dada na medida da pretensão deduzida, com enfrentamento e resolução das questões abordadas no recurso. 2. No caso dos autos, os agravados, policiais militares, ingressaram no curso de formação de 3º Sargento por meio de liminar deferida em Mandado de Segurança e, após a conclusão do

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curso, tiveram reconhecido, por preencherem todos os requisitos legais, o direito à promoção assegurado por decisão judicial transitada em julgado, em acórdão exarado em outro Mandado de Segurança. Ocorre que, após vários anos da promoção, o primeiro mandamus que assegurou a participação no curso de formação foi extinto por ter sido verificada a decadência. Por consequência, determinou-se o retorno dos policiais às suas graduações iniciais. 3. Em casos excepcionais, em que a restauração da estrita legalidade ocasionaria mais danos sociais que a manutenção da situação consolidada pelo decurso do tempo, como no presente caso, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça tem-se firmado no sentido de admitir a aplicação da teoria do fato consumado. Precedentes: AgRg no RMS 28.346/GO, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, DJe 03/08/2015; AgRg no REsp 1.478.224/SE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 02/03/2015; AgRg no REsp 1.416.078/PE, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 02/12/2014; REsp 1.172.660/DF, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 25/09/2014; AgRg no REsp 1.465.543/SC, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 16/09/2014; AgRg no AgRg no REsp 1.192.881/MS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, DJe 29/03/2012. 4. Ressalte-se que a Corte a quo, ao aplicar a teoria do fato consumado na espécie, pautou-se pelo princípio da eficiência - diante da necessidade administrativa de sargentos nas corporações -, além dos princípios da segurança jurídica, da hierarquia e da irredutibilidade de vencimentos. E, ainda, registrou a peculiaridade de que a promoção dos agravados está assegurada por outra decisão judicial transitada em julgado, pelo reconhecimento do preenchimento dos requisitos legais, inclusive a aprovação no curso de formação. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1535240/MS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/11/2015, DJe 13/11/2015).

ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. SOLDADOS E CABOS DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL. MATRÍCULA E CONCLUSÃO DO CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS AO ABRIGO DE TUTELA JUDICIAL LIMINAR. PROMOÇÃO AO POSTO DE 3o. SARGENTO. ATOS DECORRENTES DO DITO PROVIMENTO LIMINAR DEFERIDO EM 2005 E NÃO IMPUGNADO, OPORTUNAMENTE, PELO ESTADO. APLICAÇÃO DA TEORIA DO FATO CONSUMADO. SITUAÇÃO CONSOLIDADA PELO DECURSO DO TEMPO. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. No caso dos autos a Corte a quo, ao solver a contenda, asseverou que se os Policiais Militares, por força de tutela liminar, não impugnada, oportunamente, pela Administração, frequentaram e foram aprovados no Curso de Formação de Sargentos, tendo como consequência as suas respectivas promoções; cabe a aplicação da teoria do fato consumado para ratificar a situação jurídica sedimentada, há mais de sete anos. 2. A orientação jurisprudencial desta Corte Superior, quanto à inaplicabilidade da teoria do fato consumado, diante da ciência do candidato empossado, precariamente, em cargo público, da possibilidade de reversão do julgamento, não se aplica ao caso em exame, em face de suas peculiaridades fáticas; tal entendimento não incide, pois, conforme destaca o acórdão recorrido, a situação restou definitivamente consolidada pelo decurso do tempo, inclusive diante da inércia da Administração Estadual, que se resignou com o provimento judicial. 3. Apesar de respeitáveis pronunciamentos em contrário, deve-se prestigiar a conservação de situações jurídicas que o fluir irreparável do tempo produz, inclusive pelos seus efeitos favoráveis à pacificação das relações sociais; se essas situações permanecessem sempre modificáveis, se implantaria o reino de

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insegurança e da intranquilidade, com prejuízos visíveis à própria ordem pública. 4. O decurso de tempo consolida fatos jurídicos que devem ser respeitados, sob pena de causar à parte desnecessário prejuízo e afronta ao disposto no art. 462 do CPC. Teoria do fato consumado. (REsp. 900.263/RO, Rel. Min. LUIZ FUX, DJU 12.12.2007). 5. Agravo Regimental do ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL desprovido. (AgRg no AgRg no REsp 1192881/MS, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 27/03/2012, DJe 29/03/2012).

PROMOÇÃO. SARGENTO. NOVO CERTAME. HOMOLOGAÇÃO.

ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. POLICIAL MILITAR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL. CURSO DE FORMAÇÃO. MATRÍCULA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO. INEXISTÊNCIA. 1. Não há direito líquido e certo de candidato aprovado fora do número de vagas à convocação para matrícula na fase de curso de formação quando expirado o prazo de validade da seleção, ainda que outro certame seja aberto pela Administração Pública. 2. A validade improrrogável de 60 (sessenta) dias foi contada, por disposição expressa no edital, a partir da data de matrícula no curso de formação (item 13.3). 3. Validade e prorrogabilidade inserem-se no âmbito do poder discricionário da Administração, que, diante da especificidade e complexidade do concurso pode fixar em edital prazo de validade que melhor lhe convir. O art. 37, inciso III, da Constituição Federal estipula que "o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável por igual período", ou seja, o prazo de validade do certame é de no máximo dois anos, podendo a Administração fixar prazo de validade inferior a dois anos, mas não ultrapassá-lo. 4. Apenas há de se pensar em homologação após a classificação final dos candidatos aprovados no Curso de Formação de Sargentos PM/2013, a qual deve ser divulgada ao final do curso mediante ato do comandante do CFAP (item 12.1). 5. Se é verdade que as normas editalícias específicas estabelecem que a validade do processo seletivo aconteça em momento anterior à classificação final, e portanto, antes da homologação do certame, não é menos certo que a Administração deve se ater a tais regramentos, ex vi do artigo 41, caput, da Lei nº 8.666/93: "A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada". 6. Recurso em mandado de segurança não provido. (RMS 48.326/MS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/08/2015, DJe 12/08/2015).

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO SELETIVO INTERNO PARA CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTO. CANDIDATO APROVADO FORA DO NÚMERO DE VAGAS. HOMOLOGAÇÃO PUBLICADA. CERTAME ENCERRADO. 1. Trata-se, na origem, de Mandado de Segurança, com pedido de liminar, impetrado contra ato da Comissão Organizadora do Processo Seletivo interno para ingresso no Curso de Formação de Sargentos do Quadro da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. 2. Caso em que o ora recorrente foi aprovado em 113º lugar no Processo Seletivo Interno por Mérito Intelectual para Graduação de 3º Sargento da Polícia Militar (Edital 1/2013/SAD/SEJUSP/PM3/PMMS - oferta de 40 vagas). Afirma preterição em virtude de abertura de um novo certame (Edital 1/2014/SAD/SEJUSP/PM3/PMMS - oferta de 28 vagas), supostamente durante o prazo de validade da seleção interna anterior. 3. O impetrante não foi

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classificado dentro do número de vagas do Processo Seletivo de 2013, em que foram oferecidas 40 vagas, e, mesmo com a abertura de um novo certame, que disponibilizou 28 novas vagas, não seria contemplado com a nomeação (classificação 113º). A expectativa de direito só pode ser convertida em direito subjetivo à posse se os candidatos são classificados dentro do número de vagas previstas em edital, o que não é o caso dos autos. 4. Ademais, o edital da seleção interna previa a validade improrrogável de 60 (sessenta) dias, contados a partir da data de matrícula no curso de formação. A homologação da Ata de Matrícula (2/CFS/2013 Mérito Intelectual, de 2.10. 2013), foi promovida por meio do Edital 15/2013/PM3 CFS, de 9.10.2013, publicado no DOE 8.534, de 10.10.2013. Por força dessa homologação, verifica-se que o prazo sexagesimal de validade do processo seletivo teve início no dia 10.10.2013, e se encerrou aos 9.12.2013. Assim, a seleção interna de 2013 já se encontrava encerrada e homologada quando da abertura de novo edital (1/2014/SAD/SEJUSP/PM3/PMMS Mérito Intelectual), não havendo preterição ou ofensa a direito líquido e certo do demandante a ser nomeado a participar do Curso de Formação de Sargento. 5. Recurso Ordinário não provido. (RMS 47.927/MS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 09/06/2015, DJe 30/06/2015).

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO ORDINÁRIA – SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR – ALEGADA PRETERIÇÃO PELA ABERTURA DE NOVO PROCESSO SELETIVO ENQUANTO VIGENTE CONCURSO ANTERIOR – REQUERENTE QUE POSSUI GRADUAÇÃO DE SOLDADO – NOVO PROCESSO SELETIVO ABERTO EXCLUSIVAMENTE PARA CABOS – AUSÊNCIA DE PROVA DA PRETERIÇÃO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO NÃO PROVIDO. Se o novo processo seletivo é destinado a Cabos PM, situação diversa da do autor e do certame que prestou, não há se falar em preterição e, portanto, o pedido inicial é improcedente. (0815853-18.2014.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Marcos José de Brito Rodrigues; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Câmara Cível; Data do julgamento: 15/09/2015; Data de registro: 16/09/2015).

MANDADO DE SEGURANÇA – CONCURSO PÚBLICO – SARGENTO – PRELIMINAR DE DECADÊNCIA – ACOLHIDA – TERMO INICIAL – PUBLICAÇÃO DO NOVO EDITAL SEM HOMOLOGAÇÃO DO ANTERIOR – EXTINTO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO – COM O PARECER. No caso de abertura de processo seletivo sem homologação do anterior, o prazo decadencial para impetração de mandado de segurança contra eventual preterição de candidato inicia-se a partir da publicação do edital do novo certame. (1406737-05.2015.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Divoncir Schreiner Maran; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 1ª Seção Cível; Data do julgamento: 10/09/2015; Data de registro: 14/09/2015).

APELAÇÃO CÍVEL – PROCESSO SELETIVO INTERNO PARA CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTO – HOMOLOGAÇÃO PUBLICADA – CERTAME ENCERRADO – REINÍCIO DE CONTAGEM DO PRAZO IMPRORROGÁVEL – INADMISSIBILIDADE – CANDIDATO APROVADO FORA DO NÚMERO DE VAGAS – RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. Durante o período de validade do concurso público, o candidato aprovado dentro do número de vagas oferecidas no edital possui direito líquido e certo à nomeação, esclarecendo-se que a "homologação do resultado final é o ato por meio do qual a Administração conclui a análise do processo seletivo" (STJ, AgRg no RMS 24.122/DF), e que o

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termo inicial do prazo de validade do certame é a data publicação do ato de homologação do resultado final do concurso público, ficando os processos seletivos internos sujeitos a essas mesmas diretrizes. No período improrrogável de validade do certame, a Administração Pública está autorizada a realizar convocações de candidatos aprovados em todas as fases, de acordo com as posições alcançadas na classificação, e até mesmo a ampliar o número de vagas, sem que tais eventos tenham força para acarretar o reinício da contagem do prazo improrrogável. (0829180-30.2014.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Vladimir Abreu da Silva; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 5ª Câmara Cível; Data do julgamento: 25/08/2015; Data de registro: 03/09/2015).

AGRAVO DE INSTRUMENTO – CONCURSO PÚBLICO – CANDIDATO QUE ALEGA PRETERIÇÃO NA CONVOCAÇÃO PARA MATRÍCULA EM CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR – AUSÊNCIA DOS REQUISITOS PREVISTOS NO ART. 273 DO CPC – CANDIDATOS CLASSIFICADOS EM COLOCAÇÃO QUE NÃO CONDIZ COM A TESE DESENVOLVIDA – PRETERIÇÃO NÃO OCORRIDA – DECISÃO MANTIDA – RECURSO DESPROVIDO. O art. 273 do Código de Processo Civil, por prever medida excepcional de urgência, exige a presença cumulativa de dois requisitos para a concessão da antecipação dos efeitos da tutela de mérito, de modo que, constatando-se a ausência da prova inequívoca da verossimilhança das alegações do requerente e o periculum in mora, a medida deve ser denegada.

Não existe direito do candidato de ser convocado para matrícula em Curso de Formação de Sargentos da Polícia Militar, se alega preterição na ordem de convocação pela abertura de novo certame sem a homologação do certame anterior, com o oferecimento de 28 (vinte e oito) vagas para a modalidade mérito intelectual, sendo que estava ele classificado na lista de espera do certame anterior em colocação muito desvantajosa, não atingida pelo número de vagas disponibilizadas. (1412774-48.2015.8.12.0000 Agravo de Instrumento Relator(a): Des. Fernando Mauro Moreira Marinho; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 3ª Câmara Cível; Data do julgamento: 26/01/2016; Data de registro: 29/01/2016).

PROMOÇÃO. VAGAS. SEXO.

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR ESTADUAL. MILITAR. REQUISITOS PARA SELEÇÃO AO CURSO DE FORMAÇÃO. PROMOÇÃO.DIFERENÇA ENTRE HOMENS E MULHERES. QUADRO DE VAGAS APARTADO.POSSIBILIDADE DE PRETERIÇÃO. INEXISTÊNCIA. AMPARO LEGAL.COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL. DIFERENCIAÇÃO POSITIVA ENTRE HOMENS E MULHERES.CONCRETIZAÇÃO DA IGUALDADE. PRECEDENTES DO STF. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. 1. Cuida-se de recurso ordinário interposto contra acórdão que denegou a segurança ao mandamus ajuizado contra o Edital n. 01/2013, que fixa regras ao processo seletivo para o curso de formação de sargentos da Política Militar do Estado do Mato Grosso do Sul. O recorrente alega que o item III violaria o princípio da igualdade entre homens e mulheres, fixada no art. 5º, I, da Constituição Federal, uma vez que requer menor tempo de serviço às últimas para inscrição. 2. O próprio Edital n. 01/2013 fixa quantitativo diferenciado de vagas para homens e para mulheres no seu item 1.3, apartando, portanto, dois conjuntos para o curso, não havendo como

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aventar, em qualquer hipótese, possível preterição de homens por mulheres. 3. Ainda que não fosse assim, a Constituição Federal autoriza - por meio do art. 42, § 1º, e do seu art. 142, § 3º, que os Estados e o Distrito Federal fixem normas locais sobre carreira e sistemas de promoção, o que, no caso, foi feito pela Lei Complementar n. 53/90, na redação dada pela Lei Complementar n. 157/2011, cujo art. 15-B estabelece requisitos diferenciados de promoção para militares homens e mulheres. 4. O Supremo Tribunal Federal já apreciou matéria similar e concluiu que o estabelecimento de critérios diferenciados para promoção de militares, em razão das peculiaridades de gênero, não ofende o princípio da igualdade. Precedentes: ED no AI 786.568/RJ, Relator Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, publicado no DJe em 16.9.2011 e no Ementário vol. 2588-02, p. 286; AgR no RE 597.539/RJ, Relator Min. Eros Grau, Segunda Turma, publicado no DJe em 29.5.2009 e no Ementário vol. 2362-09, p. 1729; AgR no AI 586.621/RJ, Relator Min. Celso de Mello, Segunda Turma, publicado no DJe em 12.12.2008 e no Ementário vol. 2345-05, p. 957. Recurso ordinário improvido. (RMS 44.576/MS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/02/2014, DJe 24/02/2014).

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER E PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. PROCESSO SELETIVO INTERNO DE PROMOÇÃO DE MILITARES. DIFERENCIAÇÃO DE PROMOÇÃO PARA OS SEXOS FEMININO E MASCULINO – POSSIBILIDADE. ACESSO À GRADUAÇÃO DE 3º SARGENTO – PRETERIÇÃO DO CRITÉRIO DE ANTIGUIDADE – AUSÊNCIA DE PROVA DO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. INCONSTITUCIONALIDADE DA PROMOÇÃO DE SOLDADO – AUSÊNCIA DE INTERESSE. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. "Não viola o princípio da isonomia a adoção de critérios diferenciados de promoção para os sexos masculino e feminino no âmbito da carreira militar." (STF; AI 518858 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 04/08/2015).

APELAÇÃO CÍVEL – MANDADO DE SEGURANÇA – CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS – VAGAS DIVIDIDAS POR GÊNERO – POSSIBILIDADE – INDEFERIMENTO LIMINAR DA INICIAL – INEXISTÊNCIA DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO – EDITAL DE ACORDO COM AS NORMAS LEGAIS APLICÁVEIS AO CASO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA. (0028210-97.2013.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Amaury da Silva Kuklinski; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 10/02/2015; Data de registro: 11/02/2015).

CURSO FORMAÇÃO. SARGENTO. CLÁUSULA DE BARREIRA.

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DECLARATÓRIA – PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA – MATÉRIA QUE SE CONFUNDE COM O MÉRITO – APROVAÇÃO EM PROCESSO SELETIVO INTERNO PARA INGRESSO NO CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS DA PMMS – CLÁUSULA DE BARREIRA DELIMITANDO O NÚMERO DE CANDIDATOS HABILITADOS A PARTICIPAREM DA FASE SEGUINTE DO CERTAME – VALIDADE DA CLÁUSULA DE BARREIRA PRONUNCIADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – ABERTURA DE NOVO PROCESSO SELETIVO – INEXISTÊNCIA

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DE DIREITO DE PREFERÊNCIA EM RELAÇÃO AOS CANDIDATOS APROVADOS EM CERTAME POSTERIOR – RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. Consoante entendimento do Supremo Tribunal Federal, firmado no julgamento do RE 635.739/RS, é válida a cláusula de barreira que restringe a participação nas fases posteriores do concurso aos candidatos melhores classificados na prova objetiva. Assim, os candidatos que não alcançaram a classificação mínima para prosseguimento no certame, não têm direito de serem convocados com prioridade sobre os aprovados em novo processo seletivo, ainda que este haja sido iniciado na vigência do certame anterior. (0812087-20.2015.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Luiz Tadeu Barbosa Silva; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 5ª Câmara Cível; Data do julgamento: 17/11/2015; Data de registro: 23/11/2015).

AÇÃO DECLARATÓRIA COM PEDIDO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER – CURSO DE FORMAÇÃO DE 3º SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL DO ANO DE 2013 – PRETENSÃO DE SER CONVOCADO PARA SEGUNDA ETAPA DO CERTAME EM RAZÃO DA CRIAÇÃO DE NOVAS VAGAS ALÉM DAS PREVISTAS EM EDITAL – CANDIDATO ELIMINADO POR FORÇA DA CLÁUSULA DE BARREIRA – IRRELEVÂNCIA DO SURGIMENTO DAS NOVAS VAGAS – INEXISTÊNCIA DE PRETERIÇÃO DA ORDEM CLASSIFICATÓRIA COM ABERTURA DE NOVO CERTAME EM 2014 – PEDIDO IMPROCEDENTE – RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. I. O concurso público em geral, seja para provimento via nomeação originária, seja para promoção após processo seletivo, representa um procedimento complexo, regido por uma concatenação lógica de atos singulares, objetivando a seleção dos candidatos mais bem preparados para o desempenho das atribuições do cargo disponibilizado, sendo inadmissível, em flagrante prejuízo à sua regular tramitação, admitir que fatos posteriores ao encerramento de determinada fase, alheios ao certame em questão, pudessem repercutir nos atos já acobertados pela conclusão, concedendo-se ao fato novo um efeito retroativo, indiscutivelmente deletério à segurança jurídica dos participantes, tornando infindável tal processo de seleção. II. Se o edital do processo seletivo estipulou uma cláusula de barreira, estabelecendo a exclusão daqueles que não se enquadrassem no quantitativo de 3 vezes o número de vagas oferecidas, e, ao mesmo tempo, prescreveu o quantitativo destas vagas, que estariam em disputa, o posterior surgimento de novas vagas, quando já encerrada uma fase eliminatória, não pode obrigar o certame a dar marcha ré, visando reativar a candidatura de participantes já eliminados. III. Se no processo seletivo em questão não restaram ociosas qualquer das 40 vagas disponibilizadas no próprio certame, a regra geral de eliminação pela cláusula de barreira emerge, tornando definitiva a exclusão daquele que não logrou transpassar para a 2ª fase. IV. O prazo sexagesimal de validade do processo seletivo em apreço (ano de 2013), previsto no item 13.3 do respectivo edital, teve início no dia 02/12/2013 (matrícula das novas vagas) e encerrou-se em 02/02/2014, a tornar ineludível que a abertura de novo processo seletivo, inaugurado em 02/04/2014, nem sequer representou preterição àqueles aprovados em todas as fases. Se assim o é para os candidatos aprovados em todas as fases do certame de 2013, com maior razão não se haveria de acolher a tese de preterição daqueles que sequer ultrapassaram a cláusula de barreira. (0801498-15.2015.8.12.0018 Apelação Relator(a): Des. Marco André Nogueira Hanson; Comarca: Paranaíba; Órgão julgador: 3ª Câmara Cível; Data do julgamento: 15/12/2015; Data de registro: 16/12/2015).

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MANDADO DE SEGURANÇA – PROCESSO SELETIVO INTERNO – CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS DA PM/MS – PRIMEIRA FASE – PROVA OBJETIVA – NOTA DE CORTE – CANDIDATO NÃO CLASSIFICADO – ABERTURA DE NOVO CERTAME SEM HOMOLOGAÇÃO DO ANTERIOR – IRRELEVÂNCIA – AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO – SEGURANÇA DENEGADA. Quando o concurso adota a chamada cláusula de barreira ("nota de corte"), tão conhecida e adotada atualmente, em razão da grande quantidade de candidatos inscritos, e o candidato não atinge a classificação mínima necessária para o prosseguimento no certame, ou seja, não passa da primeira fase, a abertura de novo certame, mesmo sem a homologação do anterior, não é capaz de beneficiar o candidato e afastar a sua eliminação. (406716-29.2015.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Eduardo Machado Rocha; Comarca: Não informada; Órgão julgador: 3ª Seção Cível; Data do julgamento: 17/08/2015; Data de registro: 18/08/2015).

CURSO DE FORMAÇÃO. CANDIDATOS REMANESCENTES. APROVEITAMENTO.

MANDADO DE SEGURANÇA – PROCESSO SELETIVO INTERNO – POLÍCIA MILITAR – CONCURSO NÃO HOMOLOGADO – PRAZO DE VALIDADE NÃO INICIADO – ALTERAÇÃO DA LEI – EXCLUSÃO DE SOLDADOS – ABERTURA DE NOVO CONCURSO – APROVEITAMENTO DE APROVADO REMANESCENTE, QUE NÃO É ATINGIDO PELA ALTERAÇÃO LEGAL, DADA A SITUAÇÃO ANTERIOR CONSOLIDADA. A contagem do prazo de validade do concurso se inicia com a sua homologação. Inexistente esta, o seu resultado deve ser respeitado pela Administração Pública para o preenchimento de novas vagas que surgirem, de tal sorte que devem ser convocados os aprovados remanescentes. A abertura de novo concurso corresponde à abertura de novas vagas, que devem ser aproveitadas com os candidatos remanescentes do concurso anterior para os mesmos cargos, se ainda pendente de homologação. A alteração legislativa posterior à realização do concurso, não atinge aqueles que classificar-se-iam com a abertura de novas vagas antes da homologação do concurso. (Mandado de Segurança - Nº 1409546-02.2014.8.12.0000 Relator(a): Des. Marcelo Câmara Rasslan; Comarca: Não informada; Órgão julgador: 2ª Seção Cível; Data do julgamento: 09/03/2015; Data de registro: 30/03/2015).

CURSO FORMAÇÃO. SARGENTO. ALTERAÇÃO REQUISITO LEGAL.

MANDADO DE SEGURANÇA. POLÍCIA MILITAR. SELEÇÃO INTERNA PARA INGRESSO NO CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS. ALEGAÇÃO DE ABERTURA DE NOVA ESCOLHA DURANTE O PERÍODO DE VALIDADE DE CERTAME REALIZADO ANTERIORMENTE. OFERTA DE VAGAS PARA OCUPANTES DE CARGO DIVERSO (CABO PMMS) DAQUELE OCUPADO PELO IMPETRANTE (SOLDADO PMMS). AUSÊNCIA DE PRETERIÇÃO. SEGURANÇA DENEGADA. A abertura de novo certame durante o prazo de validade do concurso anterior, mas para cargo diverso, não implica em preterição dos candidatos aprovados no referido concurso, mesmo que aquele esteja ainda em vigor. Com as alterações promovidas pela Lei Complementar Estadual 181/2013, apenas os Cabos PM podem candidatar-se à promoção relativa à graduação de Sargento PM, razão pela qual inexiste direito líquido e certo do

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Soldado PM à matrícula em Curso de Formação de Sargentos. (1411369-74.2015.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Sérgio Fernandes Martins; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 1ª Seção Cível; Data do julgamento: 01/02/2016; Data de registro: 15/02/2016).

§ 1º O ingresso no Curso de Formação de Sargentos dar-se-á por intermédio de processo seletivo interno pelo critério de antiguidade, no qual o Cabo será selecionado de acordo com a sua precedência na graduação, atendidos aos seguintes requisitos: (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

I - contar, no mínimo, com dez anos de efetivo serviço e interstício de quatro anos na graduação de Cabo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

II - possuir o ensino médio; (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

III - não estar licenciado para tratar de interesse particular; (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

IV - estar classificado, no mínimo, no comportamento “BOM”; (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

V - ter sido julgado apto em inspeção de saúde para fins de curso; (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

VI - ter sido julgado apto em teste de aptidão física, específico no processo seletivo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

VII - possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH), no mínimo, de categoria “B”; (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

VIII - possuir o Curso de Formação de Cabo PM (CFC) ou equivalente. (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

JURISPRUDÊNCIA

PROMOÇÃO. REQUISITO.

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE COBRANÇA – POLICIAL MILITAR – PROMOÇÃO A TERCEIRO SARGENTO – REQUISITOS NÃO PREENCHIDOS – LEI COMPLEMENTAR Nº 53/1990, COM REDAÇÃO DADA PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 113/2005 – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO. Para que ocorra a promoção de cabo para 3ª Sargento, todos os requisitos legais devem estar preenchidos concomitantemente e, não tendo o autor os demonstrado, a improcedência do pedido é medida que se impõe. (0801821-42.2013.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Claudionor Miguel Abss Duarte; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 16/12/2015; Data de registro: 17/12/2015).

§ 2º O Curso de Formação de Sargentos QPPM terá por base o total de vagas disponibilizadas pelo Comandante-Geral, após aprovação do Governador do Estado. (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

§ 3º Considera-se como total de vagas disponibilizadas aquelas fixadas exclusivamente em edital pelo Comandante-Geral, para o processo seletivo do Curso de Formação de Sargentos,

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observados a necessidade e o interesse da Corporação. (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

§ 4º As promoções à graduação de 3º Sargento serão realizadas na data de conclusão do curso, de acordo com a ordem de classificação intelectual obtida ao final do respectivo Curso de Formação de Sargentos, concluído com aproveitamento. (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

§ 5º (Revogado pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

§ 6º (Revogado pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

§ 7º (Revogado pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

§ 8º (Revogado pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

§ 9º (Revogado pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

§ 10 (Revogado pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

(Art. 15-B alterado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 210, de 2015.)

JURISPRUDÊNCIA

CURSO DE FORMAÇÃO. SARGENTO. MODALIDADE.

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DECLARATÓRIA DE DIREITO CUMULADA COM PEDIDO DE LIMINAR – SELEÇÃO INTERNA – CURSO DE FORMAÇÃO DE TERCEIRO SARGENTO PM – QUANTITATIVO DE VAGAS NO MESMO PERCENTUAL DE 50% PARA PROMOÇÃO POR MERECIMENTO INTELECTUAL E PARA ANTIGUIDADE – AUSÊNCIA DE DISPOSIÇÃO LEGAL – JUÍZO DE CONVENIÊNCIA E OPORTUNIDADE – SENTENÇA MANTIDA RECURSO IMPROVIDO. A Lei Complementar nº 53/90 (Estatuto dos policiais Militares de Mato Grosso do Sul) reserva para a modalidade tempo de serviço/antiguidade 50% das vagas previstas nos respectivos quadros para a graduação de Terceiro Sargento. Entretanto, não há disposição legal estabelecendo que os outros 50% serão destinados aos candidatos que concorrem às vagas previstas no processo seletivo (modalidade de habilitação por processo de seleção), não havendo como presumir que os outros 50% restantes seriam destinados apenas para as promoções de merecimento, uma vez que, além do fato de existirem outras formas de promoções previstas em Lei (por bravura e a post-mortem). A disponibilização de vagas para Curso de Formação de Sargentos é ato que depende, exclusivamente, de juízo de oportunidade e conveniência da Administração Pública, ato discricionário; portanto, não cabe ao Poder Judiciário adentrar no juízo da oportunidade e conveniência de outros poderes. (0049619-03.2011.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Claudionor Miguel Abss Duarte; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 02/09/2015; Data de registro: 04/09/2015).

Ainda que a não disponibilização de processo seletivo pelo critério antiguidade à graduação a 3º Sargento ofenda o princípio da legalidade, não há falar-se em direito adquirido do requerente, o qual não comprova o preenchimento de todos os requisitos legais para tanto. Carece de interesse processual a demanda que não apresenta utilidade ao fim proposto. (800608-64.2014.8.12.0001 Apelação

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Relator(a): Des. Odemilson Roberto Castro Fassa; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 27/01/2016; Data de registro: 02/02/2016).

APELAÇÃO CÍVEL – MANDADO DE SEGURANÇA – CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS DA PMMS – REQUISITO – TEMPO DE SERVIÇO MILITAR – DIFERENCIAÇÃO ENTRE SEXOS – ALEGADA OFENSA À ISONOMIA – INOCORRÊNCIA – SEGURANÇA DENEGADA – RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (0026642-46.2013.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Luiz Tadeu Barbosa Silva; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 5ª Câmara Cível; Data do julgamento: 26/05/2015; Data de registro: 27/05/2015).

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DECLARATÓRIA – PROCESSO SELETIVO PARA PROMOÇÃO A 3º SARGENTO DA PMMS – MODALIDADE TEMPO DE SERVIÇO E MERECIMENTO INTELECTUAL – EQUIVALÊNCIA – PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE – AUTOR APROVADO EM CLASSIFICAÇÃO MUITO ALÉM DAS VAGAS OFERTADAS – DIREITO INEXISTENTE - RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. (0057346-13.2011.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Dorival Renato Pavan; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 31/03/2015; Data de registro: 31/03/2015).

Art. 15-C. Por decisão do Comandante-Geral poderá ser utilizado, para fins de seleção para os cursos aplicados pela Instituição, o resultado do teste de aptidão física semestral, realizado na OPM. (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

JURISPRUDÊNCIA

CURSO DE FORMAÇÃO. TESTE DE APTIDÃO FÍSICA. EXIGÊNCIA.

MANDADO DE SEGURANÇA – TESTE DE APTIDÃO FÍSICA EM CONCURSO INTERNO – BOMBEIRO – AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE – EXPRESSA PREVISÃO LEGAL – EXIGÊNCIA RAZOÁVEL – FACULDADE ALUSIVA À DISPENSA DO TESTE NÃO CONCRETIZADA – IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DE TESTE ANTERIOR, PORQUANTO NÃO OBSERVADAS SEMELHANTES FINALIDADES E CIRCUNSTÂNCIAS – APLICAÇÃO DA TEORIA DO FATO CONSUMADO. SEGURANÇA CONCEDIDA. Inexiste ilegalidade a ser reconhecida quanto à exigência de aprovação em teste de aptidão física, independentemente do critério intelectual utilizado para aprovação no processo seletivo, seja porque há expressa previsão legal a respeito, consoante emerge da Lei Complementar Estadual nº 53/190, assim como da Lei Estadual nº 3.808/209 e Decreto Estadual 9.954/200, ou seja porque, obviamente, é natural que aos integrantes do corpo de bombeiros se possa exigir vigor físico imprescindível ao sucesso e ao êxito das atividades inerentes. O argumento de que o artigo 15-C da Lei Complementar nº 53/90 possibilita a dispensa administrativa do teste de aptidão física em concurso interno por promoção, não se apresenta suficiente ao fim a que se pretende destiná-lo, na medida em que, no caso concreto, tal faculdade não foi utilizada. E não seria justo que a dispensa contemplasse apenas algum candidato, afrontando-se,

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como corolário, a isonomia e a livre concorrência que devem imperar em situações desse naipe. Inadmissível, igualmente, o aproveitamento do resultado que a impetrante possa ter obtido em teste semestral anterior, notadamente porque possuía finalidade diversa daquele em que foi reprovada. Estando demonstrado no mandamus, porém, uma situação fática consolidada pelo lapso temporal e que deve ser respeitada, está delineado o campo de incidência da teoria do fato consumado autorizadora da confirmação da segurança concedida.(4011260-45.2013.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Juiz Jairo Roberto de Quadros; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Seção Cível; Data do julgamento: 09/03/2015; Data de registro: 19/08/2015).

Art. 15-D. A precedência entre soldados incluídos no estado efetivo na mesma data é estabelecida pelo grau de conclusão de curso.

(Art. 15-D acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 157, de 19.12.2011 – DOMS, de 20.12.2011.)

Art. 15-E. As promoções na carreira dos Sargentos do Quadro QPPM estão submetidas à existência de vagas, ao preenchimento de interstício mínimo e a outros requisitos previstos na lei, concorrendo os 3º, 2º e 1º Sargentos QPPM, que não possuam impedimentos de ordem legal, pelos seguintes critérios:

I - para 2º Sargento, por antiguidade ou merecimento, o 3º Sargento QPPM que contar, no mínimo, com quatro anos de efetivo serviço na graduação e comportamento “bom”;

II - para 1º Sargento, por antiguidade ou por merecimento, o 2º Sargento QPPM que contar, no mínimo, com dois anos de efetivo serviço na graduação, comportamento “bom” e aprovação em curso de aperfeiçoamento de Sargento;

III - para Subtenente, por antiguidade ou por merecimento, o 1º Sargento QPPM que contar, no mínimo, com dois anos de efetivo serviço na graduação e comportamento “bom”.

(Art. 15-E acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 157, de 19.12.2011 – DOMS, de 20.12.2011.)

Art. 16. A precedência entre policiais-militares da ativa, do mesmo grau hierárquico, é assegurada pela antiguidade no posto ou na graduação, salvo nos casos de precedência funcional estabelecida em lei ou regulamento e o previsto no § 3º deste artigo.

§ 1º A antiguidade em cada posto ou graduação, no mesmo quadro, é contada a partir da data da assinatura do ato da respectiva promoção, nomeação, declaração ou inclusão, salvo quando estiver fixada em outra data.

§ 2º No caso de ser igual à antiguidade referida no parágrafo anterior, a antiguidade é estabelecida:

a) pela posição nas respectivas escalas numéricas ou registros de que trata o art. 18 deste Estatuto;

b) pela antiguidade no posto ou graduação anterior, se ainda assim, subsistir a igualdade, recorrer-se-á aos graus hierárquicos anteriores, à data de inclusão e a data de nascimento para definir a precedência. Neste último caso o mais velho será considerado mais antigo.

c) pelo regulamento do órgão de formação e aperfeiçoamento a que pertençam os militares se não tiverem enquadrados nas alíneas anteriores.

§ 3º A antiguidade entre policiais-militares do mesmo posto ou graduação, mas de quadros distintos, será definida pela antiguidade dos quadros a que pertençam os policiais-militares.

§ 4º A antiguidade entre os Quadros da Polícia Militar é a seguinte:

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a) Quadro de Oficiais:

1. Quadro de Oficiais Policiais-Militares (QOPM);

2. Quadro Auxiliara de Oficiais Militares (QAO); (alterado pelo art. 2º da Lei Complementar n. 96, de 26.12.2001 — DOMS, de 27.12.2001.)

3. Quadro de Oficiais Especialistas (QOE);

4. Quadro de Oficiais de Saúde (QOS).

b) Quadro de Praças:

1. Quadro de Praças Policiais-Militares (QPPM);

2. Quadro de Praças Especialistas (QPE);

3. Quadro de Praças de Saúde (QPS).

JURISPRUDÊNCIA

QUALIFICAÇÃO. DISTINÇÃO.

MANDADO DE SEGURANÇA – POLICIAL MILITAR MÚSICO – 3º SARGENTO MÚSICO DA POLÍCIA MILITAR – PRETENSÃO DE TRANSFERÊNCIA DO QUADRO DE MÚSICO PARA O CARGO DE COMBATENTE – PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO PARA PARTICIPAÇÃO DO CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTO – INEXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO – ORDEM DENEGADA. Há legislação específica quanto aos critérios legais de promoção, cargo especializado, etapas da formação da carreira militar, progressão funcional que deve ser obedecida sob pena de violação ao princípio da legalidade. Inexiste regra permissiva do Policial Militar Músico ao retorno à fileira de Policial Militar Combatente, visto o ingresso no quadro de Músicos com o preenchimento dos requisitos legais e participação de processo seletivo interno. Como também a promoção do Quadro de Músicos deve seguir aos parâmetros estabelecidos na legislação específica regulamentadora, sendo imprescindível à participação em outro processo seletivo interno para a graduação superior e desde que haja vaga no Quadro de Praças Policiais Militares Músicos, observando as normas contidas nos artigos 2º, 8º, 9º e 17 do Decreto Estadual nº 1.258/81, bem como dos artigos 26 e 27 do Decreto 10.769/2002. A discussão de eventual direito de transferência de quadro deve ser em ação própria por não haver direito líquido e certo que ampara a pretensão por meio de mandado de segurança. (1413923-16.2014.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Fernando Mauro Moreira Marinho; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Seção Cível; Data do julgamento: 22/06/2015; Data de registro: 25/06/2015).

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA COM TUTELA ANTECIPADA - CABO BOMBEIRO MILITAR - PRETENSÃO DE INGRESSAR NO CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - SELEÇÃO DE BOMBEIRO MILITAR CONDUTOR DE VIATURA E COMBATENTE - PRINCÍPIO DA ISONOMIA - CATEGORIAS DISTINTAS - POSSIBILIDADE - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - REDUÇÃO - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. A progressão funcional é assegurada a todos os servidores públicos militares, no interesse da Administração Pública, pelo que é lícita a distinção entre Bombeiro

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Militar Combatente e Bombeiro Militar Condutor de Viaturas, tendo em vista as funções desempenhadas por cada qual. Na espécie, analisando o grau de zelo, o trabalho desenvolvido pelo advogado e o tempo exigido para os seus serviços e, ainda, atento aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, concluo que os honorários advocatícios devem ser reduzidos, nos termos do artigo 20, § 4º, Código de Processo Civil. (0031832-92.2010.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Claudionor Miguel Abss Duarte; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 29/07/2014; Data de registro: 05/09/2014).

LEGISLAÇÃO

LEI COMPLEMENTAR N. 190, DE 4 DE ABRIL DE 2014. Dispõe sobre a organização, a composição e o funcionamento da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, e dá outras providências.

Art. 44. As praças policiais-militares serão grupadas em qualificações policiais-militares gerais e particulares (QPMG e QPMP).

§ 1° A diversificação das qualificações previstas neste artigo será a mínima indispensável, de modo a possibilitar uma ampla utilização das Praças nelas incluídas.

§ 2° Ato do Governador do Estado baixará as normas para a qualificação policial-militar das Praças, mediante proposta do Comandante-Geral.

§ 5º O Quadro Auxiliar de Oficiais Militares abrangerá os postos de Segundo e Primeiro Tenente, Capitão e Major, concorrendo:

JURISPRUDÊNCIA

QUADRO AUXILIAR. REQUISITOS.

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. REPERCUSSÃO GERAL PRESUMIDA. ARTIGO 323, § 1º, DO RISTF. ARTIGO 8º DO ADCT. ANISTIA. MILITAR. PROMOÇÃO POR MERECIMENTO. QUADROS DA CARREIRA MILITAR. CONTROVÉRSIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA. RECURSO DESPROVIDO. 1. A repercussão geral é presumida quando o recurso versar questão cuja repercussão já houver sido reconhecida pelo Tribunal, ou quando impugnar decisão contrária a súmula ou a jurisprudência dominante desta Corte (artigo 323, § 1º, do RISTF). 2. Nos termos da interpretação dada por esta Corte ao disposto no artigo 8º do ADCT, incluem-se no âmbito de incidência do benefício constitucional da anistia tanto as promoções fundadas no critério de antiguidade quanto no critério de merecimento, há de exigir-se, apenas, a observância dos prazos de permanência em atividades inscritas nas leis e regulamentos vigentes, inclusive, em consequência do requisito de idade-limite para ingresso em graduações ou postos que constem de leis e regulamentos vigentes na ocasião em que o servidor seria promovido. (Precedentes: RE n. 166.791-EDv, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Plenário, DJe de 19.10.07; RE n. 628.570-ED, Relator o Ministro Gilmar Mendes, 2ª

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Turma, DJe de 23.03.11; RE n. 596.827-ED, 2ª Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 09.04.10). 3. Todavia, as promoções devem, necessariamente, ser feitas dentro do mesmo quadro da carreira militar (Precedente: RE 165.438, Relator o Ministro Carlos Velloso, Pleno, DJ de 05.05.06). 4. Entendimento diverso do adotado pelo acórdão recorrido sobre a estrutura dos quadros da carreira militar, demandaria, necessariamente, o reexame da legislação infraconstitucional que disciplina a espécie. Eventual ofensa à Constituição dar-se-ia de forma indireta, circunstância que impede a admissão do extraordinário (Precedente: RE 610.191-AgR, 2ª Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 7.11.11). 5. In casu, o acórdão recorrido assentou: “CONSTITUCIONAL. ANISTIA. PROMOÇÃO DE PRAÇA AOS QUADROS DE OFICIAIS DA ARMADA NOS TERMOS DO ART. 6º, § 3º, DA LEI Nº 10.559/2002. CARREIRA DIVERSA. IMPOSSÍVEL TRANSPOSIÇÃO AUTOMÁTICA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 1. Pretende o Autor, a condenação da Ré a promovê-lo na Reserva Remunerada à graduação de Capitão-Mar-e-Guerra com proventos de Contra-Almirante, na forma do art. 6º, § 3º, da Lei nº 10.559/2002, considerando cumpridos todos os requisitos exigíveis às promoções. 2. O Autor já foi declarado anistiado e promovido através da Portaria nº 233, de 29 de janeiro de 2004, com fulcro na Lei nº 10.559/2002, sendo-lhe reconhecido o direito às promoções à graduação de Suboficial com proventos de Segundo-Tenente das Forças Armadas (fls. 291). 3. A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, neste particular, agiu com acerto, eis que o Autor estava enquadrado como praça quando de sua exclusão das Forças Armadas, sendo certo que Suboficial é o ápice da carreira de praças. 4. A circunstância de o Supremo Tribunal Federal ter alterado seu posicionamento, quanto à interpretação do artigo 8º do ADCT, para afastar o critério subjetivo como condição de acesso a postos acima daquele em que se encontrava o anistiado quando de sua exclusão, com aferição de merecimento e realização de cursos e concursos (procedimentos seletivos) para promoção, não altera a conclusão. 5. As praças pertencem ao quadro de carreiras da estrutura militar, mas integram carreira distinta do oficialato. O anistiado que se encontrava no posto de marinheiro pode, independentemente de aferição de merecimento, avaliação em procedimento seletivo, ou de realização de curso, galgar promoção até o ápice da carreira das praças, qual seja, Suboficial. 6. O artigo 8º do ADCT dispõe que, para as promoções, devem ser ‘respeitadas as características e peculiaridades das carreiras dos servidores públicos civis e militares e observados os respectivos regimes jurídicos’, o que inviabiliza uma automática transposição de uma carreira para outra. Ademais, o artigo 6º da Lei 10.599/02 faz a mesma ressalva, e não poderia ser de outro modo, sob pena de inconstitucionalidade, na medida em que expressamente menciona ser legislação regulamentadora do dispositivo constitucional, a exigir perfeita adequação com seu alcance em matéria de promoções. 7. Em outro julgado desta Corte, foi negada promoção semelhante à desejada nestes autos, por quem alcançou a promoção a Suboficial, onde restou consignado o ponto essencial para solução do litígio, qual seja, que a ‘promoção deferida pela administração, por força do reconhecimento do direito à anistia, já previa o grau hierárquico alcançável pelo militar, dentro do seu regime jurídico, que não prevê a ascensão a cargos de quadros de carreiras diversas’ (7ª Turma Especializada, AC 2007.51.01.007719-8, unânime, rel. Desembargador Sérgio Schwaitzer, julgamento em 26/03/2008). 8. No tocante à condenação de honorários advocatícios, a sentença, também não merece reparos, já que a quantia de R$ 1.000,00 (mil reais) determinada pelo magistrado a quo foi estabelecida com equidade e corresponde, praticamente, ao razoável percentual de 5% (cinco por cento) do valor da causa, previsto no art. 20, § 4º, do CPC. 9. Apelações

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improvidas.” 6. Agravo regimental a que se nega provimento.(RE 645084 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 26/06/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-175 DIVULG 04-09-2012 PUBLIC 05-09-2012).

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO CIVIL PÚBLICA – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – PRELIMINAR DE NÃO CONHECIMENTO – VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE – ACOLHIMENTO QUANTO A UMA PARTE DO RECURSO – MÉRITO – PRESCRIÇÃO RECONHECIDA QUANTO A UM DOS APELADOS – AFASTADA – APRECIAÇÃO QUANTO AO RECEBIMENTO DA AÇÃO – ATOS ADMINISTRATIVOS RELATIVOS À PROMOÇÃO DE POLICIAIS MILITARES EM DESACORDO COM O PRINCÍPIO DA HIERARQUIA – CONDUTAS LASTREADAS EM LEI E REGULAMENTOS INVALIDADOS POSTERIORMENTE – ILICITUDE DESPROVIDA DE DOLO – AÇÃO REJEITADA COM FUNDAMENTO NO ARTIGO 17, §8º, DA LEI Nº 8.429/92 – RECURSO PROVIDO PARCIALMENTE. O recorrente tem o dever de impugnar os fundamentos pelos quais o pedido foi julgado, insurgindo-se contra a sentença naquilo que seja passível de contraste, ou seja, sobre a configuração ou não de dolo do agente. Se o apelante (Ministério Público Estadual), ao apresentar suas razões recursais, impugna a caracterização de ilicitude da conduta, diversamente do que foi enfrentado na sentença, caracteriza-se a ofensa ao princípio da dialeticidade. Nos termos dos artigos 23, II, da Lei nº 8.492/92, e 18, da Lei Complementar Estadual nº 105/1980, o prazo prescricional na hipótese de aplicação de sanções que tenham por base alegação de faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, é de 06 anos. Considerando-se que o referido lapso não foi atingido, a prescrição deve ser afastada. O reconhecimento da inconstitucionalidade da Lei Complementar Estadual nº 96/2001 e da ilegalidade do Decreto Estadual nº 10.768/2002, posteriormente à prática dos atos administrativos lastreados nas referidas normas, evidenciam apenas a desconformidade com o sistema jurídico, em face da qual podem ser tomadas outras medidas judiciais que não seja a ação de improbidade. Demonstrada a inexistência de dolo, a solução mais acertada é a rejeição da inicial, com fundamento no artigo 17, §8º, da Lei nº 8.429/92. Isso porque, sem a caracterização do dolo, não há se falar em ato de improbidade. Apelação - Nº 0036954-52.2011.8.12.000 (Relator(a): Des. Claudionor Miguel Abss Duarte; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 26/05/2015; Data de registro: 27/05/2015).

MANDADO DE SEGURANÇA – MATRÍCULA DE MILITAR EM CURSO DE HABILITAÇÃO DE OFICIAIS – CHO – SUPERVENIENTE ATO DE PROMOÇÃO DE DOIS MILITARES MATRICULADOS NO CURSO – ABERTURA DE VAGAS A FAVOR DO IMPETRANTE – PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE DO SECRETÁRIO DE ESTADO DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA AFASTADA – MÉRITO – ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO E REQUISITOS COMPROVADOS – DIREITO LÍQUIDO E CERTO – SEGURANÇA CONCEDIDA COM O PARECER DA PGJ. I - Em razão da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul estar vinculada à Secretaria de Segurança Pública, o Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública possui legitimidade para figurar no pólo passivo deste mandado de segurança, impetrado contra ato consistente na ausência de inclusão do impetrante para frequentar curso de formação, a despeito da superveniente promoção de dois militares convocados, que disponibilizou duas novas vagas. II - Plausível apresenta-se a tese de que o impetrante poderia frequentar o Curso de

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Habilitação de Oficiais – CHO, critério antiguidade, em função da subsequente abertura de vagas, diante da promoção que agraciou dois militares previamente convocados, à luz do que dispõe o §7º do art. 15 da Lei Complementar 53/90 e os arts. 4º e 5º do Decreto nº 10.769/2002, supra transcritos. III - O processo de seleção interna deve também sujeitar-se às mesma regras gerais e comuns a todos os concursos públicos de admissão de pessoal ao serviço público, dentre os quais se insere a homologação do resultado final, para, assim, poder iniciar-se o prazo de validade. (1405656-55.2014.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Marco André Nogueira Hanson; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Seção Cível; Data do julgamento: 14/07/2014; Data de registro: 16/07/2014).

APELAÇÕES CÍVEIS E REEXAME NECESSÁRIO – PRELIMINAR EXTRA PETITA – REJEITADA – COISA JULGADA – INEXISTÊNCIA – NÃO IDENTIDADE DE PARTES – PROMOÇÃO DE MILITARES – RESSARCIMENTO POR PRETERIÇÃO – CURSO DE HABILITAÇÃO REALIZADO EM ESTADO DIVERSO – NÃO COMPROVAÇÃO DOS REQUISITOS EXIGIDOS PARA COMPLEMENTAÇÃO DO CURSO – INEFICÁCIA DO ATO DE PROMOÇÃO EM RELAÇÃO AOS AUTORES QUE COMPROVARAM EFETIVO CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS PARA A PROMOÇÃO – IMPOSSIBILIDADE DE DECLARAÇÃO DE NULIDADE – ATOS COMPLEXOS – SENTENÇA MANTIDA E ACRESCIDA DE NOVOS FUNDAMENTOS POR FORÇA DO EFEITO TRANSLATIVO – RECURSOS IMPROVIDOS. Embora não haja no pedido inicial a denominação expressa de ineficácia da promoção dos litisconsortes, tal decisão se refere expressamente ao reconhecimento da procedência parcial do pedido de declaração da antiguidade dos autores em detrimento dos litisconsortes, contido na inicial, para que a decisão apenas não produza eficácia em relação aos requerentes, de forma que ainda que não se tenha utilizado a mesma denominação, não se vislumbra a ocorrência de julgamento extra petita. Não obstante se tratar de situação exatamente semelhante em relação a processo já transitado em julgado, se não há identidade de partes, obsta-se o reconhecimento da coisa julgada, conforme o disposto no artigo 301, §§ 1º e 2º, do CPC. Não comprovado o cumprimento de exigência legal para a promoção por ressarcimento de preterição, relacionada à complementação da carga horária do curso de habilitação, em detrimento aos autores que demonstraram o cumprimento dos requisitos exigidos para suas promoções, impõe-se reconhecer a ineficácia daquele ato em relação aos autores, assegurando-os a preferência de posição hierárquica em relação aos litisconsortes passivos. Não há como declarar a nulidade do ato que promoveu os litisconsortes passivos por ressarcimento de preterição, como pretendem os autores, por tratarem-se de atos administrativos complexos que exigiriam procedimento próprio para tal fim, além de que, tal condição ofenderia as promoções galgadas por algumas das partes, obtidas inclusive por força de decisões judiciais. Por força do denominado efeito translativo, o tribunal está autorizado a apreciar matérias de ordem pública, questões que, suscitadas e discutidas no processo não foram julgadas por inteiro pela sentença e os fundamentos do pedido da defesa não acolhidos pelo juiz de primeiro grau de jurisdição. (Apelação Cível - Ordinário - N. 2010.038500-2/0000-00 Relator(a): Des. Rêmolo Letteriello; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 08/02/2011; Data de registro: 14/02/2011).

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I – os Primeiros Sargentos que contarem, no mínimo, dois anos na respectiva graduação e possuírem habilitação de nível superior; (declarado inconstitucional pela Ação Direta de Inconstitucionalidade - N. 2008.000844-0/0000-00)

JURISPRUDÊNCIA:

PROMOÇÃO POR SALTOS. INCONSTITUCIONALIDADE.

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INCONSTITUCIONALIDADE – PROMOÇÃO DIRETA DA GRADUAÇÃO DE 1º SARGENTO PARA O POSTO DE 2º TENENTE – INCONSTITUCIONALIDADE ACOLHIDA – PROCEDENTE.

Se a legalidade estrita para o militar no âmbito constitucional federal (art. 42 c.c. art. 142), estadual (art. 41) e legislação específica (Lei Complementar n. 53/90, art. 55) sustenta a promoção em obediência na hierarquia e respeitado o critério da seletividade, gradualidade e sucessividade, revela-se inconstitucional a legislação estadual que prevê a promoção do militar por saltos (inciso I do § 5º do art. 16 da Lei Complementar n. 53/90 e, por arrastamento, do art. 47, caput, do Decreto n. 10.768/02).” (Ação Direta de Inconstitucionalidade - N. 2008.000844-0/0000-00 – Capital, Órgão Especial, j. 8.7.2009, Rel. Des. Joenildo de Sousa Chaves).

LEGISLAÇÃO

LEI COMPLEMENTAR Nº 96, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2001. Dispõe sobre a fixação dos efetivos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar; altera dispositivos da Lei Complementar nº53, de 30 de agosto de 1990, e dá outras providências, determina que:

Art. 5º A escolaridade de nível superior prevista no inciso 1 do § 5º do art. 16 da Lei Complementar nº 53, de 30 de agosto de 1990, conforme redação dada nesta Lei Complementar, passará a ser exigida após dez anos da sua vigência.

II – os Subtenentes;

III – para Major, o Capitão com curso de aperfeiçoamento de Oficiais e nível superior completo. (§ 5º alterado pelo art. 2º da Lei Complementar n. 96, de 26.12.2001 — DOMS, de 27.12.2001.)

§ 6º Em igualdade de posto ou graduação, os policiais-militares da carreira da ativa e os da reserva remunerada que estiverem convocados é definida pelo tempo de efetivo serviço no posto ou graduação.

§ 7º Em igualdade de posto ou graduação, os militares da ativa têm precedência sobre os que estão na inatividade. (Acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 113, de 19.12.2005 — DOMS, de 20.12.2005.)

LEGISLAÇÃO

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No âmbito federal, o DECRETO-LEI Nº 667, DE 2 DE JULHO DE 1969, reorganiza as Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, dos Território e do Distrito Federal, e dá outras providências, determina que:

At 27. Em igualdade de posto e graduação os militares das Forças Armadas em serviço ativo e da reserva remunerada têm precedência hierárquica sobre o pessoal das Polícias Militares.

Art. 17. A precedência entre as Praças Especiais e as demais praças é assim regulada:

I - os Asp Of PM serão hierarquicamente superiores às demais praças.

II - os Al Of PM serão hierarquicamente superiores aos Subten PM.

Parágrafo único. Os policiais-militares em curso para graduação de Sargento ou Cabo PM terão a seguinte precedência no tocante à antigüidade:

I - os alunos do Curso de Sargento terão precedência sobre os Cabos PM;

II - os alunos do Curso de Cabo PM terão precedência sobre os Soldados PM.

Art. 18. A Polícia Militar manterá um registro de todos os dados referentes ao seu pessoal da ativa e também dos inativos, dentro das respectivas escalas numéricas, segundo as instruções baixadas pelo Comandante-Geral da Corporação.

LEGISLAÇÃO

O DECRETO N. 88.777, DE 30 DE SETEMBRO DE 1983, que aprova o regulamento para as policias militares e corpos de bombeiros militares (R-200):

Art. 25 - As Polícias Militares manterão atualizada uma relação nominal de todos os policiais-militares, agregados ou não, no exercício de cargo ou função em órgão não pertencente à estrutura da Corporação.

Parágrafo único - A relação nominal será semestralmente publicada em Boletim Interno da Corporação e deverá especificar a data de apresentação do serviço e a natureza da função ou cargo exercido, nos termos deste Regulamento.

(...)

Art. 39 - O controle da organização e dos efetivos das Polícias Militares será feito mediante o exame da legislação peculiar em vigor nas Polícias Militares e pela verificação, dos seus efetivos, previstos e existentes, inclusive em situações especiais, de forma a mantê-los em perfeita adequabilidade ao cumprimento das missões de Defesa Interna e Defesa Territorial, sem prejuízos para a atividade policial prioritária.

Parágrafo único - O registro dos dados concernentes à organização e aos efetivos das Polícias Militares será feito com a remessa periódica de documentos pertinentes à Inspetoria-Geral das Polícias Militares.

LEI COMPLEMENTAR N. 190, DE 4 DE ABRIL DE 2014. Dispõe sobre a organização, a composição e o funcionamento da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, e dá outras providências.

Art. 45. Os atos referentes à vida funcional dos integrantes da Polícia Militar, de interesse interno, serão publicados no Boletim do Comando-Geral (BCG) e no

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Boletim Reservado (BR), e se constituem em meio de divulgação de atos oficiais da Instituição.

§ 1º Nenhum policial-militar poderá alegar desconhecimento dos atos publicados nos boletins internos ou no Diário Oficial do Estado (DOE).

§ 2º Toda documentação pessoal, bem como qualquer alteração ocorrida na vida funcional do policial-militar, serão registrados em seus assentamentos, depois de publicados em boletins internos ou no DOE.

Art. 19. Os Al Of PM são declarados Asp Of PM, pelo Comandante-Geral da Corporação, na data da conclusão do Curso de Formação em Academia de Polícia Militar ou outro estabelecimento semelhante.

Parágrafo único. Os Asp Of PM formados num mesmo trimestre, constituirão uma turma única e terão suas antiguidades definidas por normas baixadas pelo Comandante-Geral, utilizando-se os seguintes critérios:

a) média final obtida;

JURISPRUDÊNCIA

CURSO DE FORMAÇÃO. ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO. ANTIGUIDADE.

MANDADO DE SEGURANÇA - PRELIMINAR - FORMAÇÃO DE LITISCONSORTES PASSIVO NECESSÁRIO - REJEIÇÃO - MÉRITO - POLICIAL MILITAR - CRITÉRIO PARA CLASSIFICAÇÃO DOS APROVADOS NO CURSO DE HABILITAÇÃO DE OFICIAIS - ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO NO CURSO - MUDANÇA DE PRAÇA PARA OFICIAL - PROVIMENTO DE CARGO ORIGINÁRIO - ILEGALIDADE NÃO DEMONSTRADA - ORDEM DENEGADA. Desnecessária a citação dos demais oficiais militares nomeados por conclusão de curso ao posto de segundo tenente QAQPM, na condição de litisconsorte passivo necessário, eis que a eficácia do julgado a ser proferido nestes autos não interfere na relação jurídica de todos eles. A nomeação dos policiais segundo a nota final de aprovação no Curso de Habilitação de Oficiais tem como escopo obedecer a forma de investidura na carreira de oficial, caracterizada como modalidade de provimento originário, submetida à exigência de prévia aprovação em processo seletivo específico. (1408157-79.2014.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Júlio Roberto Siqueira Cardoso; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: Órgão Especial; Data do julgamento: 18/03/2015; Data de registro: 19/03/2015).

b) data de formatura;

c) idade.

Capítulo IV

Do Cargo e da Função Policiais-Militares

Art. 20. Cargo policial-militar é aquele que só pode ser exercido por policial-militar em serviço ativo.

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§ 1º O cargo policial-militar a que se refere o caput deste artigo é o que se encontra especificado nos quadros de organização.

§ 2º A cada cargo policial-militar corresponde um conjunto de atribuições, deveres e responsabilidades que se constituem em obrigações do respectivo titular.

§ 3º As obrigações inerentes ao cargo policial-militar devem ser compatíveis com o correspondente grau hierárquico e a qualificação profissional definidos em legislação específica.

Art. 21. Os cargos policiais-militares são providos com pessoal que satisfaça aos requisitos de grau hierárquico e de qualificação exigidos para o seu desempenho, observada a antiguidade, nos seguintes termos:

LEGISLAÇÃO

DECRETO N. 88.777, DE 30 DE SETEMBRO DE 1983, que aprova o regulamento para as policias militares e corpos de bombeiros militares (R-200):

Art. 11 - Consideradas as exigências de formação profissional, o cargo de Comandante-Geral da Corporação, de Chefe do Estado-Maior Geral e de Diretor, Comandante ou Chefe de Organização Policial-Militar (OPM) de nível Diretoria, Batalhão PM ou equivalente, serão exercidos por Oficiais PM, de preferência com o Curso Superior de Polícia, realizado na própria Polícia Militar ou na de outro Estado.

Parágrafo único - Os Oficiais policiais-militares já diplomados pelos Cursos Superiores de Polícia do Departamento de Policia Federal e de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército terão, para todos os efeitos, o amparo legal assegurado aos que tenham concluído o curso correspondente nas Polícias Militares.

Art. 12 - A exigência dos Cursos de Aperfeiçoamento de Oficiais e Superior de Polícia para Oficiais Médicos, Dentistas, Farmacêuticos e Veterinários, ficará a critério da respectiva Unidade Federativa e será regulada mediante legislação peculiar, ouvido o Estado-Maior do Exército

LEI COMPLEMENTAR Nº 190, DE 4 DE ABRIL DE 2014. Dispõe sobre a organização, a composição e o funcionamento da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, e dá outras providências.

Art. 53. Todas as funções ou cargos policiais-militares cujo exercício seja privativo de Oficiais Combatentes (QOPM), só poderão ser exercidas, no impedimento do titular, por Oficial do mesmo círculo hierárquico e do mesmo quadro, salvo por necessidade do serviço devidamente comprovada.

Parágrafo único. Na inexistência na Organização Policial Militar (OPM) ou na indisponibilidade de policial-militar detentor do cargo estabelecido para o exercício da função prevista nesta Lei, excepcionalmente, esta função poderá ser exercida por policial-militar possuidor de hierarquia imediatamente inferior à do titular, desde que consultado, previamente, o Comandante-Geral da PMMS, quando não for por este designado. (acrescentado pela Lei Complementar nº 206, de 5 de outubro de 2015)

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I - para os cargos previstos para o posto de Coronel PM: serão providos, em princípio, no mínimo por Tenentes-Coronéis PM com Curso Superior de Polícia;

II - para os cargos previstos para os postos de Oficiais Superiores, exceto os anteriormente estabelecidos: serão providos, em princípio, no mínimo por Capitães PM, com Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais;

III - para os cargos previstos para os postos de Oficias Intermediários e Subalternos: serão providos no mínimo por Segundos-Tenentes PM;

IV - para os cargos previstos para Subtenente PM e 1º Sargento PM: serão providos, em princípio, no mínimo por 2º Sargento PM com Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos;

V - para os cargos previstos para 3º Sargento PM: serão providos, no mínimo, por policiais-militares, com Curso de Formação de Sargentos PM.

Art. 22. O cargo policial-militar é considerado vago a partir de sua criação e até que um policial-militar tome posse ou desde que o policial-militar exonerado, dispensado ou que tenha recebido determinação expressa da autoridade competente o deixe.

Parágrafo único. Consideram-se também vagos os cargos policiais-militares cujos ocupantes:

a) tenham falecido;

b) tenham sido considerados extraviados;

c) tenham sido considerados desertores.

Art. 23. O policial-militar, ocupante de cargo provido em caráter efetivo ou interino, fará jus a todos os direitos e prerrogativas inerentes ao cargo.

Art. 24. As obrigações que, pela generalidade, peculiaridade, duração, vulto ou natureza não são previstas em Quadro de Organização (QO) ou dispositivo legal, são cumpridas como encargo, incumbência, comissão, serviço, ou atividade policial-militar ou de natureza policial-militar.

Parágrafo único. Aplica-se no que couber, ao encargo, incumbência, comissão, serviço ou atividade-militar, o disposto neste capítulo para cargo policial-militar.

Título II

Das Obrigações e dos Deveres Policiais-Militares

Capítulo I

Das Obrigações Policiais-Militares

Seção I

Do Valor Policial Militar

Art. 25. São manifestações essenciais do valor policial-militar:

I - o sentimento de servir à comunidade estadual, traduzido pela vontade inabalável de cumprir o dever policial-militar e pelo devotamento à manutenção da ordem pública, mesmo com o risco da própria vida;

II - a fé na elevada missão da Polícia Militar;

III - o civismo e o culto das tradições históricas;

IV - o espírito de corpo, orgulho do policial-militar pela Organização onde serve;

V - o amor à profissão policial-militar e o entusiasmo com que é exercida;

VI - o aprimoramento técnico-profissional.

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Seção II

Da Ética Policial-Militar

Art. 26. O sentimento do dever, o pundonor policial-militar e o decoro da classe impõem, a cada um dos integrantes da Polícia Militar conduta moral e profissional irrepreensível, com observância dos seguintes preceitos da ética policial-militar:

I - amar a verdade e a responsabilidade com fundamento da dignidade pessoal;

II - exercer com autoridade, eficiência e probidade as funções que lhe couberem em decorrência do cargo;

III - respeitar a dignidade da pessoa humana;

IV - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades competentes;

V - ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação dos méritos dos subordinados;

VI - zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual, físico e também pelo dos subordinados tendo em vista o cumprimento da missão comum;

VII - empregar todas as suas energias em benefício do serviço;

VIII - praticar a camaradagem e desenvolver o espírito de cooperação permanentemente;

IX - ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua linguagem escrita e falada;

X - abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de matéria sigilosa relativa à Segurança Nacional ou matéria interna da Corporação;

XI - respeitar os representantes dos Poderes Constituídos, acatando suas orientações sempre que tal procedimento não acarrete prejuízo para o serviço da Corporação;

XII - cumprir seus deveres de cidadão;

XIII - proceder de maneira ilibada na vida pública e particular;

XIV - observar as normas da boa educação;

XV - garantir assistência moral e material ao seu lar e conduzir-se como chefe de família modelar;

XVI - conduzir-se mesmo fora do serviço ou na inatividade, de modo que não sejam prejudicados os princípios da disciplina, do respeito e do decoro policial-militar;

XVII - abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros;

XVIII - zelar pelo bom nome da Polícia Militar e de cada um dos seus integrantes, obedecendo e fazendo obedecer aos preceitos da ética policial-militar.

Art. 27. O Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, juntamente com todo o seu Estado Maior, bem como os detentores de cargos de Chefia, Direção e Comando de Unidade são responsáveis diretos pela preservação da imagem digna e íntegra de todos os componentes da instituição quando acusados por qualquer cidadão ou órgão da imprensa por ato atentatório da ética policial-militar.

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Capítulo II

Seção I

Dos Deveres Policiais-Militares

Art. 28. Os deveres policiais-militares emanam de vínculos racionais e morais que ligam o policial-militar à comunidade e a sua segurança, e compreendem essencialmente:

I - a dedicação ao serviço policial-militar e a fidelidade à instituição a que pertencem, mesmo com o sacrifício da própria vida;

II - o culto aos símbolos nacionais;

III - a probidade e a lealdade em todas as circunstâncias;

IV - a disciplina e o respeito à hierarquia;

V - o rigoroso cumprimento das leis e ordens;

VI - a obrigação de tratar o subordinado com dignidade e urbanidade.

Seção II

Do Compromisso Policial-Militar

Art. 29. Todo cidadão, após ingressar na Polícia Militar mediante inclusão, matrícula ou nomeação, prestará compromisso de honra, no qual firmará sua aceitação consciente das obrigações e dos deveres policiais-militares e manifestará a sua firme disposição de bem cumpri-los.

Art. 30. O compromisso a que se refere o artigo anterior terá caráter solene e será prestado na presença da Tropa tão logo o policial-militar tenha adquirido um grau de instrução compatível com o perfeito entendimento de seus deveres como integrante da Polícia Militar, conforme os seguintes dizeres: “Ao ingressar na Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, prometo regular a minha conduta pelos preceitos da moral, cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado e dedicar-me inteiramente ao serviço policial-militar, à manutenção da ordem pública, e a segurança da comunidade, mesmo com o risco da própria vida”.

§ 1º O compromisso do Aspirante-a-Oficial PM, será prestado em solenidade policial-militar especialmente programada, e obedecerá aos seguintes dizeres: “Ao ser declarado Aspirante-a-Oficial da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, assumo o compromisso de cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a que estiver subordinado e dedicar-me inteiramente ao serviço policial-militar, à manutenção da ordem pública, e à segurança da comunidade, mesmo com o risco da própria vida”.

§ 2º Ao ser promovido ao primeiro posto, o Oficial PM prestará o compromisso de Oficial, em solenidade especialmente programada, de acordo com os seguintes dizeres: “Perante a Bandeira do Brasil e pela minha honra, prometo cumprir os deveres de Oficial da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul e dedicar-me inteiramente ao serviço, mesmo com o risco da própria vida”.

Seção III

Das Autoridades Policiais-Militares

Art. 31. São autoridades policiais-militares na função exclusiva de preservação da ordem pública os oficiais da Polícia Militar, os comandantes de frações de tropa e os demais policiais-militares quando em serviço.

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LEGISLAÇÃO

LEI COMPLEMENTAR Nº 190, DE 4 DE ABRIL DE 2014. Dispõe sobre a organização, a composição e o funcionamento da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, e dá outras providências.

Art. 1 (...)

§ 2º São autoridades militares os Oficiais e os Praças da Polícia Militar no exercício regular das atividades de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública, com as prerrogativas e as garantias estabelecidas na forma da lei.

Subseção I

Do Comando e da Subordinação

Art. 32. Comando é a soma das autoridades e responsabilidades de que os policiais-militares são investidos legalmente, quando conduzem homens ou dirigem uma Organização Policial-Militar, sendo vinculada ao grau hierárquico constituindo prerrogativas impessoais.

Parágrafo único. Aplica-se à direção e à chefia de Organização Policial-Militar, no que couber, o estabelecido para o Comando.

Art. 33. A subordinação não afeta, de modo algum a dignidade pessoal do policial-militar e decorre, exclusivamente, da estrutura hierárquica da Polícia Militar.

Art. 34. O Oficial do Quadro de Oficiais Policiais Militares (QOPM) é formado para assessoramento superior e o exercício de Comando, Chefia ou Direção das OPM.

§ 1º Os Oficiais dos demais Quadros serão formados para emprego de acordo com a peculiaridade de sua habilitação profissional.

§ 2º Os Oficiais da Polícia Militar, exceto do Quadro de Oficiais de Saúde, concorrerão às escalas de serviço destinado aos Oficiais do Quadro de Oficiais da Polícia Militar (QOPM).

§ 3º As Praças da Polícia Militar, exceto do Quadro de Saúde, concorrerão às escalas de serviço destinadas ao Quadro de Praças Policiais-Militares.

§ 4º Os Oficiais e Praças do Quadro de Saúde concorrerão normalmente às escalas de serviço específico às suas atividades.

§ 5º Os Oficiais Subalternos do QOPM e os Aspirantes-a-Oficiais PM devem ser empregados em comando de tropa destinada às atividades-fim da Corporação, salvo em situações especiais e em caráter temporário.

Art. 35. Os Subtenentes PM e os 1º Sargentos PM auxiliam e complementam as atividades dos Oficiais, quer no adestramento, no emprego dos meios, na instrução e na administração.

Parágrafo único. Os Subtenentes PM e os 1º Sargentos PM poderão ser empregados excepcionalmente e em caráter temporário, na execução de atividade de policiamento ostensivo peculiar à Polícia Militar.

Art. 36. Os 2º Sargentos PM e 3º Sargentos PM devem ser empregados na atividade-fim da Polícia Militar.

Parágrafo único. Os graduados citados no caput deste artigo poderão, excepcionalmente e em caráter temporário, exercer funções atinentes a atividade-meio da Corporação.

Art. 37. Os cabos e soldados PM são elementos de execução e devem ser empregados na atividade-fim da Corporação, excepcionalmente em caráter temporário, poderão ser empregados na atividade-meio.

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Art. 38. Aos alunos dos órgãos de formação e aperfeiçoamento de policiais-militares cabem a inteira dedicação ao estudo e ao aprendizado técnico-profissional, bem como a rigorosa observância de todos os preceitos aplicáveis aos integrantes da Polícia Militar.

Capítulo III

Seção I

Da Violação das Obrigações e dos Direitos

Art. 39. A violação das obrigações ou dos deveres policiais-militares constituirá crime ou transgressão disciplinar, conforme disser a legislação ou regulamento específico.

JURISPRUDÊNCIA

SUMULA Nº 18 DO STF

"Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível a punição administrativa do servidor público."

SUMULA Nº 673 DO STF

"O art. 125, § 4º, da Constituição não impede a perda da graduação de militar mediante procedimento administrativo."

LEGISLAÇÃO

LEI Nº 2.214, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2001. Define a prática de assédio sexual como exercício abusivo de cargo, emprego ou função pública, e estabelece as punições cabíveis e regras de procedimento administrativo para sua aplicação.

§ 1º A violação dos preceitos da ética policial-militar é tida grave quanto mais elevado for o grau hierárquico de quem a cometer.

§ 2º No caso de concurso de crime militar e transgressão disciplinar será aplicada a pena desta independentemente daquela.

JURISPRUDÊNCIA

INDEPENDÊNCIA DAS INSTÂNCIAS. JUDICIAL E ADMINISTRATIVA.

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR. EXCLUSÃO DA CORPORAÇÃO MEDIANTE PROCESSO ADMINISTRATIVO MILITAR. SÚMULA 673/STF. 1. A decisão agravada alinha-se à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que a competência conferida à Justiça militar pelo art. 125, § 4º, da Constituição é relativa à perda da graduação com pena acessória criminal, e não à sanção disciplinar, que pode decorrer de adequado processo administrativo (Súmula 673/STF). Precedentes. 2. Agravo regimental a que se nega

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provimento. (RE 693087 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 07/04/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-075 DIVULG 22-04-2015 PUBLIC 23-04-2015).

SEGUNDO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIME DE TORTURA. POLICIAIS MILITARES. PERDA DO POSTO E DA PATENTE COMO CONSEQUÊNCIA DA CONDENAÇÃO. APLICABILIDADE DO ARTIGO 1º, § 5º, DA LEI 9.455/1997. ALEGADA VIOLAÇÃO DO ARTIGO 125, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INOCORRÊNCIA. PRECEDENTE. 1. A condenação de policiais militares pela prática do crime de tortura, por ser crime comum, tem como efeito automático a perda do cargo, função ou emprego público, por força do disposto no artigo 1º, § 5º, da Lei 9.455/1997. É inaplicável a regra do artigo 125, § 4º, da Carta Magna, por não se tratar de crime militar. Precedentes. 2. In casu, o acórdão recorrido assentou: “PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. TORTURA. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS QUANTUM SATIS. CONDENAÇÃO DOS APELADOS QUE SE IMPÕE. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA, MODALIDADE RETROATIVA, ARTIGO 109, INCISO V, C/C ARTIGO 110, AMBOS DO CÓDIGO PENAL, EM RELAÇÃO AOS APELANTES ANTÔNIO MARCOS DE FRANÇA E ELENILSON NUNES DA SILVA. CONHECIMENTO E PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO.” 3. Agravo regimental DESPROVIDO. (ARE 799102 AgR-segundo, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 09/12/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-026 DIVULG 06-02-2015 PUBLIC 09-02-2015).

Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Prequestionamento. Ausência. Administrativo. Servidor público militar. Instauração de conselho de disciplina. Possibilidade. Esferas penal e administrativa. Independência. Legislação infraconstitucional. Ofensa reflexa. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Precedentes. 1. Não se admite o recurso extraordinário quando os dispositivos constitucionais que nele se alega violados não estão devidamente prequestionados. Incidência das Súmulas nºs 282 e 356/STF. 2. A Corte já assentou a independência entre as esferas penal e administrativa. 3. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise da legislação infraconstitucional e o reexame de fatos e provas dos autos. Incidência das Súmulas nºs 280 e 279/STF. 4. Agravo regimental não provido. (ARE 813895 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 23/09/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-227 DIVULG 18-11-2014 PUBLIC 19-11-2014).

SERVIDOR PÚBLICO. Policial Militar. Processo administrativo. Falta disciplinar. Exclusão da corporação. Ação penal em curso, para apurar a mesma conduta. Possibilidade. Independência relativa das instâncias jurisdicional e administrativa. Precedentes do Pleno do STF. Repercussão geral reconhecida. Jurisprudência reafirmada. Recurso extraordinário a que se nega provimento. Apresenta repercussão geral o recurso que versa sobre a possibilidade de exclusão, em processo administrativo, de policial militar que comete faltas disciplinares, independentemente do curso de ação penal instaurada em razão da mesma conduta. (ARE 691306 RG, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, julgado em 23/08/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-178 DIVULG 10-09-2012 PUBLIC 11-09-2012).

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SERVIDOR PÚBLICO. Policial Militar. Processo administrativo. Falta disciplinar. Exclusão da corporação. Ação penal em curso, para apurar a mesma conduta. Possibilidade. Independência relativa das instâncias jurisdicional e administrativa. Precedentes do Pleno do STF. Repercussão geral reconhecida. Jurisprudência reafirmada. Recurso extraordinário a que se nega provimento. Apresenta repercussão geral o recurso que versa sobre a possibilidade de exclusão, em processo administrativo, de policial militar que comete faltas disciplinares, independentemente do curso de ação penal instaurada em razão da mesma conduta. (ARE 691306 RG, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, julgado em 23/08/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-178 DIVULG 10-09-2012 PUBLIC 11-09-2012).

SERVIDOR PÚBLICO. Policial Militar. Processo administrativo. Falta disciplinar. Exclusão da corporação. Ação penal em curso, para apurar a mesma conduta. Possibilidade. Independência relativa das instâncias jurisdicional e administrativa. Precedentes do Pleno do STF. Repercussão geral reconhecida. Jurisprudência reafirmada. Recurso extraordinário a que se nega provimento. Apresenta repercussão geral o recurso que versa sobre a possibilidade de exclusão, em processo administrativo, de policial militar que comete faltas disciplinares, independentemente do curso de ação penal instaurada em razão da mesma conduta. (ARE 691306 RG, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, julgado em 23/08/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-178 DIVULG 10-09-2012 PUBLIC 11-09-2012).

"Não há dúvida de que são independentes as instâncias penal e administrativa, só repercutindo aquela nesta quando ela se manifesta pela inexistência material do fato ou pela negativa de sua autoria." (MS 21.545, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 11-3-1993, Plenário, DJ de 2-4-1993.) No mesmo sentido: ARE 691.306-RG, rel. min. Cezar Peluso, julgamento em 23-8-2012, Plenário, DJE de 11-9-2012; AI 807.190-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 2-12-2010, Primeira Turma, DJE de 1º-2-2011; RMS 26.510, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 17-2-2010, Plenário, DJE de 26-3-2010.

APELAÇÃO CÍVEL DO AUTOR – SUPOSTA CALÚNIA POR COMUNICAÇÃO DE CRIME DE NATUREZA COMUM OU MILITAR E TRANSGRESSÃO DE DISCIPLINA MILITAR – SINDICÂNCIA IMPROCEDENTE – EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO A DESAUTORIZAR RESPONSABILIZAÇÃO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. I - A simples reclamação efetuada pelo réu a respeito da atuação do autor, no exercício de função pública, aos órgãos encarregados da apuração dos fatos, com narrativa de episódios concretos e sem conotação ofensiva, não constitui, em si, abuso de direito ou ato ilícito, de modo que não pode embasar pleito de reparação por danos morais, ainda que a final a sindicância instaurada em face do autor tenha concluído pela inexistência de indícios acerca dos fatos narrados. II - Não sendo comprovada a repercussão dos fatos ou que tenham atingindo a imagem e a honra da parte autora, evidentemente inviável o dever de indenizar. Fato constitutivo do direito do autor não demonstrado, segundo ônus que lhe competia, a teor do art. 333, I, do CPC. Dano moral não configurado. Sentença mantida. (0801447-29.2014.8.12.0021 Apelação Relator(a): Des. Marco André Nogueira Hanson; Comarca: Três Lagoas; Órgão julgador: 3ª Câmara Cível; Data do julgamento: 29/09/2015; Data de registro: 02/10/2015).

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§ 3º Qualquer manifestação de caráter coletivo e público, sobre atos de superiores hierárquicos ou reivindicatórios será considerada transgressão disciplinar de natureza grave, sem prejuízo da aplicação da Lei Penal.

Art. 40. A inobservância dos deveres especificados nas leis e regulamentos ou a falta de exação ao cumprimento dos mesmos acarretará o policial-militar responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar ou penal, consoante a legislação específica.

JURISPRUDÊNCIA

PERDA DE CARGO. LICENÇA. POSSIBILIDADE.

“Não é obstáculo à aplicação da pena de demissão, a circunstância de achar-se o servidor em gozo de licença especial. No amplo conceito de "agente público" (art. 2º da Lei nº 8.429-92), compreende-se o titular de cargo de provimento efetivo. Pretensão de reexame da prova de fatos controvertidos, inconciliável com o rito do mandado de segurança.(MS 23034, Relator(a): Min. OCTAVIO GALLOTTI, Tribunal Pleno, julgado em 29/03/1999, DJ 18-06-1999 PP-00003 EMENT VOL-01955-01 PP-00084).

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. PROCESSO ADMINSITRATIVO DISCIPLINAR. DEMISSÃO. SERVIDORES PÚBLICOS. CONCESSÃO INDEVIDA DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS. AFASTAMENTO PREVENTIVO. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. ARTIGO 5º, LV E ARTIGO 37, CAPUT DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. INOCORRÊNCIA. AUDITORIA. MERA SINDICÂNCIA. CÓPIAS REPROGRÁFICAS. AUTENTICIDADE. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DAS DISPARIDADES E DOS PREJUÍZOS ADVINDOS. ACAREAÇÃO. JUÍZO EXCLUSIVO DA AUTORIDADE RESPONSÁVEL. DEMISSÃO DE SERVIDOR EM GOZO DE LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. INEXISTÊNCIA DE ÓBICES. ORDEM DENEGADA. 1. Auditoria realizada pela Superintendência Estadual do INSS no Rio de Janeiro apurou que servidores daquela autarquia haviam cadastrado "senhas fantasmas" nos sistemas de informática e, utilizando-se dessas matrículas, autorizaram a concessão indevida de benefícios previdenciários, gerando prejuízos ao erário. O Superintende Estadual determinou, a partir dessas informações, a instauração de sindicância, destituindo os servidores das funções comissionadas que exerciam e afastando- os preventivamente de suas atividades. 2. O afastamento preventivo dos impetrantes não lhes cerceou a defesa no processo disciplinar. Trata-se aí de medida prevista no artigo 147 da Lei n. 8.112/90, permitindo maior liberdade e isenção da comissão de inquérito em suas atividades, principalmente no que tange à instrução probatória. O afastamento, em situações graves, tem por objetivo ainda restaurar a regularidade da atividade administrativa, reafirmando os princípios do caput do artigo 37 da Constituição. Resguarda-se, igualmente, a integridade do servidor público durante as investigações. 3. Não se deu, no caso, qualquer violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa (artigo 5º, LV da CB) na auditoria que levou à instauração do processo administrativo disciplinar. O procedimento que antecedeu a instauração do PAD, independentemente do nome que lhe seja dado, nada mais é do que uma sindicância, cujo objetivo é o de colher indícios sobre a existência da infração

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funcional e sua autoria. Trata-se de procedimento preparatório, não litigioso, em que o princípio da publicidade é atenuado. A demissão dos impetrantes não resultou da auditoria, tendo sido consumada ao final de processo administrativo disciplinar regularmente instaurado. 4. A manifestação dos impetrantes à Comissão de Inquérito, quando ainda não discriminados todos os fatos pelos quais estavam sendo investigados, não consubstancia impedimento ao exercício do direito de defesa. É que, verificada a existência de irregularidades a autoridade competente deve, pena de agir de modo condescendente, determinar a instauração do processo administrativo. Se as investigações indicarem a existência de ato definido como ilícito disciplinar praticado por servidor, será este indiciado e citado para apresentar a sua defesa, dando-se início ao processo administrativo disciplinar [artigo 161 da Lei 8.112/90]. 5. Quanto à questão da autenticidade das cópias reprográficas, os impetrantes não demonstraram disparidade entre as cópias fornecidas e o conteúdo dos autos originais, bem como quais os efetivos prejuízos advindos desse fato. 6. O fato de a comissão não se ter utilizado da faculdade do parágrafo 1º do art. 159 da Lei n. 8.112/90, que diz da possibilidade de acareação entre depoentes, não afeta a legalidade do feito. O juízo sobre a necessidade da acareação é exclusivo da autoridade responsável pela direção do inquérito disciplinar. Não cabe ao Poder Judiciário reexaminar as razões que levaram a autoridade impetrada a concluir pela desnecessidade daquele procedimento. 7. Não há previsão legal que ampare a pretensão da impossibilidade de demissão de servidor por estar gozando de licença para tratamento de saúde. Segurança denegada. (MS 23187, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 27/05/2010, DJe-145 DIVULG 05-08-2010 PUBLIC 06-08-2010 EMENT VOL-02409-03 PP-00534).

Parágrafo único. A apuração da responsabilidade funcional, pecuniária ou penal, poderá concluir pela incompatibilidade do policial militar com o cargo ou pela incapacidade para o exercício das funções policiais-militares a ele inerentes.

Art. 41. O policial-militar que através de sindicância, sumária se for o caso, tiver provada a sua incapacidade ou incompatibilidade para o exercício das funções relativas ao cargo ou a ele inerentes será afastado do cargo imediatamente, sem prejuízo de outras providências legais cabíveis.

JURISPRUDÊNCIA

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. AMPLA DEFESA. CONTRADITÓRIO.

“A jurisprudência desta Corte tem se fixado no sentido de que a ausência de processo administrativo ou a inobservância aos princípios do contraditório e da ampla defesa tornam nulo o ato de demissão de servidor público, seja ele civil ou militar, estável ou não.” (RE 513.585-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 17-6-2008, Segunda Turma, DJE de 1º-8-2008.) No mesmo sentido: RE 594.040-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 6-4-2010, Primeira Turma, DJE de 23-4-2010; RE 562.602-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 24-11-2009, Segunda Turma, DJE de 18-12-2009. Vide: RE 217.579-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 16-12-2004, Primeira Turma, DJ de 4-3-2005.

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AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR. DEMISSÃO RESULTANTE DE PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. FALTA DE DEFESA TÉCNICA POR ADVOGADO: AUSÊNCIA DE CONTRARIEDADE À CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. ALEGADA AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO. IMPOSSIBIDADE DE ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DE REEXAME DE PROVAS. SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (ARE 759614 AgR, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 29/10/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-217 DIVULG 30-10-2013 PUBLIC 04-11-2013).

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. RECURSO QUE NÃO ATACA TODOS OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. POLICIAL MILITAR. EXCLUSÃO. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. AUSÊNCIA. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que a ausência de processo administrativo ou a inobservância aos princípios do contraditório e da ampla defesa torna nulo o ato de demissão de servidor público, seja ele civil ou militar, estável ou não. Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento. (RE 433239 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 26/08/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-175 DIVULG 09-09-2014 PUBLIC 10-09-2014).

Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Servidor público. Militar. Negativa de prestação jurisdicional. Não ocorrência. Justiça Militar. Julgamento colegiado. Composição. Processo administrativo disciplinar. Advogado. Ausência. Súmula Vinculante nº 5. Precedentes. 1. A jurisdição foi prestada pelo Tribunal de origem mediante decisão suficientemente motivada (AI nº 791.292-QO-RG, Relator o Ministro Gilmar Mendes). 2. O art. 125, § 5º, da Constituição Federal contém exigência de que as demandas que tenham por objeto ato disciplinar cometido por militar sejam julgadas em primeiro grau por juiz de direito, não fazendo, entretanto, nenhuma menção acerca dos julgamentos colegiados de tais demandas. 3. É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de que não ofende a Constituição Federal a ausência de defesa técnica em processo administrativo disciplinar. Incidência da Súmula Vinculante nº 5. 4. Agravo regimental não provido. (ARE 755412 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 07/10/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-229 DIVULG 20-11-2014 PUBLIC 21-11-2014).

Parágrafo único. São competentes para determinar o afastamento do cargo ou o impedimento do exercício da função:

a) O Governador do Estado;

b) O Secretário de Estado de Segurança Pública;

c) O Comandante-Geral da Polícia Militar;

d) Os Comandantes, Chefes e Diretores na conformidade da legislação da Corporação.

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Seção II

Dos Crimes Militares

Art. 42. A Justiça Militar Estadual, constituída em primeira instância pelos Conselhos de Justiça, e, em segunda pelo Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, é competente para processar e julgar, nos crimes militares definidos em lei, os integrantes da Polícia Militar.

JURISPRUDÊNCIA

JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL

SUMULA Nº 673 DO STF

"O art. 125, § 4º, da Constituição não impede a perda da graduação de militar mediante procedimento administrativo."

“O art. 125, § 5º, da CF contém exigência de que as demandas que tenham por objeto ato disciplinar cometido por militar sejam julgadas em primeiro grau por juiz de direito, não fazendo, entretanto, nenhuma menção acerca dos julgamentos colegiados de tais demandas.” (ARE 807.649-AgR, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 2-9-2014, Primeira Turma, DJE de 9-10-2014).

“A competência prevista no § 5º do art. 125 da CF sobre a atuação do juízo militar presentes ações judiciais contra atos disciplinares militares apanha questões ligadas não só ao mérito do ato como também a aspectos formais.” (RE 552.790-AgR, rel. min. Marco Aurélio, julgamento em 8-10-2013, Primeira Turma, DJE de 4-11-2013.

AÇÃO DECLARATÓRIA DE PERDA DE POSTO E PATENTE DOS OFICIAIS E GRADUAÇÕES DAS PRAÇAS – CONDENAÇÃO TRANSITADA EM JULGADO – POSSIBILIDADE DE TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA – ARTIGO 125, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Possui repercussão geral a controvérsia sobre a possibilidade de, ajuizada ação declaratória de perda de posto e patente dos oficiais e graduações das praças, haver um meio-termo para, ante condenação criminal transitada em julgado e conclusão de não ter o servidor militar condições de continuar a integrar o quadro da corporação, adotar-se a transferência para a reserva, consoante o disposto no artigo 125, § 4º, da Constituição da República. (RE 601146 RG, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 16/12/2010, DJe-034 DIVULG 18-02-2011 PUBLIC 21-02-2011 EMENT VOL-02467-02 PP-00428).

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PENAL E PROCESSUAL PENAL. MILITAR. EXCLUSÃO DA CORPORAÇÃO. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE DE 12 (DOZE) ANOS DE RECLUSÃO PELA PRÁTICA DO CRIME DE HOMICÍDIO QUALIFICADO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM. 1. Compete à Justiça Militar Estadual decidir sobre a perda da graduação de praças somente quando se tratar de crimes militares. 2. No caso sub examine, o recorrente foi condenado à pena de 12 (doze) anos de

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reclusão, pela prática do crime homicídio qualificado, e como efeito secundário dessa condenação, perdeu a função de policial militar, sem a necessidade de instauração de procedimento específico para esse fim. Precedente: RE 605.917-ED/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 22/6/2012. 3. In casu, o acórdão originariamente recorrido assentou: “CRIMINAL – HOMICÍDIO QUALIFICADO – DECISÃO QUE NÃO SE APRESENTA MANIFESTAMENTE CONTRÁRIA À PROVA DOS AUTOS – CONDENAÇÃO MANTIDA – PERDA DO CARGO PÚBLICO – MANUTENÇÃO. Encontrando o veredicto apoio no conjunto probatório, a sentença deve ser confirmada, não havendo falar-se em decisão manifestamente contrária à prova dos autos. A perda do cargo público constitui efeito da condenação, quando a pena privativa de liberdade é superior a 04 (quatro) anos de reclusão, sendo decidida tal questão – Perda do cargo público -, pelo Tribunal Militar apenas em caso de cometimento de crime militar, o que não se verifica na espécie. Desprovimento ao recurso que se impõe” (fl. 132 do volume 3 dos autos eletrônicos). 4. Agravo regimental DESPROVIDO.(ARE 742879 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 08/10/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-209 DIVULG 21-10-2013 PUBLIC 22-10-2013).

"O art. 146 do CPPM, que prevê o julgamento pelo STM de recurso interposto pelo Parquet em arguição de incompetência, aplica-se exclusivamente aos processos em curso perante a Justiça Militar federal. O julgamento de tais recursos, quando interpostos em processos sujeitos à Justiça Militar estadual, são da competência do Tribunal de Justiça, ou do Tribunal de Justiça Militar estadual quando existente na unidade federada (art. 125 da Constituição)." (CC 7.086, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 13-9-2000, Plenário, DJ de 27-10-2000).

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. OFENSA REFLEXA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 636 DO STF. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. OFENSA REFLEXA. ARGUIÇÃO DE AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA PARA REAFIRMAR A JURISPRUDÊNCIA DA CORTE. COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DE RECURSOS INTERPOSTOS NO BOJO DE AÇÕES JUDICIAIS CONTRA ATOS DISCIPLINARES MILITARES. A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL DEVE SER FIXADA NO ÂMBITO DOS ESTADOS. INDEPENDÊNCIA DAS INSTÂNCIAS PENAL E ADMINISTRATIVA. FALTA RESIDUAL. SÚMULA 18 DO STF. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A repercussão geral pressupõe recurso admissível sob o crivo dos demais requisitos constitucionais e processuais de admissibilidade (art. 323 do RISTF). Consectariamente, se inexiste questão constitucional, não há como se pretender seja reconhecida a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso (art. 102, III, § 3º, da Constituição Federal). 2. Os princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, da motivação das decisões judiciais, bem como os limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, quando a verificação de sua ofensa dependa do reexame prévio de normas infraconstitucionais, revelam ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal, o que, por si só, não desafia a abertura da instância extraordinária. Precedentes. 3. A matéria relativa à nulidade por negativa de prestação jurisdicional por ausência de fundamentação teve repercussão geral reconhecida pelo Plenário, no julgamento do AI 791.292 QO-RG, Rel. Min.

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Gilmar Mendes, DJe de 12/08/2010. Naquela assentada, reafirmou-se a jurisprudência desta Suprema Corte, no sentido de que o art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. O princípio da legalidade e sua eventual ofensa não desafiam o recurso extraordinário quando sua verificação demanda a análise de normas de natureza infraconstitucional. 5. A Súmula 636 do STF dispõe: “Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida”. 6. A Constituição Federal prevê em seu artigo 125, § 5º, a competência singular para julgamento das ações judiciais contra atos disciplinares militares, nada disciplinando em relação ao julgamento em segundo grau. A propósito, destaco que a competência da Justiça Militar estadual é de ser fixada no âmbito estadual, a teor da Carta Magna. 7. É admissível a punição administrativa do servidor público pela falta residual não compreendida na absolvição do juízo criminal. Inteligência da Súmula 18 do STF. 8. In casu, o acórdão originariamente recorrido assentou: “Direito constitucional, administrativo e processual civil. Policial Militar. Demissão. Anulação de Ato Administrativo. Apelação Cível. Recurso improvido. A absolvição na esfera criminal, não traz consequências ao âmbito administrativo, porque o fato que não constitui infração penal, pode perfeitamente constituir infração administrativo-disciplinar. Atendidos os pressupostos de competência, finalidade, forma, motivo e objeto, tem-se por garantia a validade e eficácia do ato administrativo.” 9. Agravo regimental desprovido. (ARE 664930 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 16/10/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-221 DIVULG 08-11-2012 PUBLIC 09-11-2012).

LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

Art. 125 (...)

§ 3º - A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. (Redação da EC 45/2004)

§ 4º - Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação da EC 45/2004

§ 5º - Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares. (Incluído pela EC 45/200

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

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Art. 97. O Poder Judiciário do Estado é exercido pelos seguintes órgãos:

VI - a Auditoria Militar;

Art. 119. A Auditoria Militar, com sede na capital do Estado, competente para processar e julgar o pessoal da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, nos crimes militares definidos em lei, terá como órgãos de primeiro grau de jurisdição o Juiz Auditor e os Conselhos de Justiça Militar.

§ 1º A função de Juiz Auditor Militar será exercida por Juiz de Direito de entrância especial, integrante do quadro da magistratura de carreira do Estado de Mato Grosso do Sul, e será provido na forma prevista no art. 102 desta Constituição. (redação dada pela EC nº 33, de 28 de junho de 2006, republicada no D.O. 6.761, de 6 de julho de 2006, página 1)

§ 2º Em suas faltas ou impedimentos, o Juiz Auditor Militar será substituído por Juiz Substituto indicado pelo Conselho Superior da Magistratura e, na sua falta, por um dos Juízes das Varas Criminais da Capital, de acordo com o que for estabelecido por ato do Tribunal de Justiça. (redação dada pela EC nº 33, de 28 de junho de 2006, republicada no D.O. 6.761, de 6 de julho de 2006, página 1)

LEI N. 1.511, DE 5 DE JULHO DE 1994. Institui o Código de Organização e Divisão Judiciárias do Estado de Mato Grosso do Sul e dá outras providências.

Art. 43. Aplicam-se aos policiais-militares, no que couber, as disposições estabelecidas no Código Penal Militar e Processual Penal Militar.

JURISPRUDÊNCIA

APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO PENAL MILITAR.

MÉRITO – AÇÃO DE REVISÃO CRIMINAL – POLICIAL MILITAR CONDENADO PELO CRIME DE CONCUSSÃO – ESTABELECIDA PENA ACESSÓRIA DE EXCLUSÃO DA POLÍCIA MILITAR – CONDENAÇÃO SUPERIOR A DOIS ANOS – PEDIDO DE AFASTAMENTO DA CONDENAÇÃO PENAL – APLICAÇÃO DO ART. 102 DO CPM – A PENA ACESSÓRIA DE PERDA DE CARGO, APLICADA A PRAÇAS DA PM PRESCINDE DE PROCEDIMENTO ESPECÍFICO PARA SER IMPOSTA – NEGADO – CONTRA O PARECER, AÇÃO JULGADA PROCEDENTE. I - Consoante precedentes das Cortes Superiores e deste Tribunal de Justiça, no caso de condenação proferida pela Justiça Militar Estadual, a imposição da pena acessória de perda da graduação do praça condenado criminalmente a pena superior a dois (2) anos deve ser decidida pelo Tribunal de Justiça ou, onde existir, pelo Tribunal de Justiça Militar, não mais se aplicando o artigo 102 do Código Penal Militar. (405914-31.2015.8.12.0000 Revisão Criminal Relator(a): Des. Luiz Gonzaga Mendes Marques; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: Seção Criminal; Data do julgamento: 25/11/2015; Data de registro: 11/12/2015).

RECURSO ESPECIAL. PENAL. CRIME DE TORTURA. POLICIAL MILITAR REFORMADO. CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA. EFEITO EXTRA-PENAL DA SENTENÇA CONDENATÓRIA. INAPLICABILIDADE DO ART. 92, INCISO I,

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ALÍNEA B, DO CÓDIGO PENAL. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA PENALIDADE DE CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA NA ESFERA ADMINISTRATIVA, NOS TERMOS LEGALMENTE PREVISTOS. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO. 1. O efeito da condenação relativo à perda de cargo público, previsto no art. 92, inciso I, alínea b, do Código Penal, não se aplica ao servidor público inativo, uma vez que ele não ocupa cargo e nem exerce função pública. 2. O rol do art. 92 do Código Penal é taxativo, não sendo possível a ampliação ou flexibilização da norma, em evidente prejuízo do réu, restando vedada qualquer interpretação extensiva ou analógica dos efeitos da condenação nele previstos. 3. Configurando a aposentadoria ato jurídico perfeito, com preenchimento dos requisitos legais, é descabida sua desconstituição, desde logo, como efeito extrapenal específico da sentença condenatória; não se excluindo, todavia, a possibilidade de cassação da aposentadoria nas vias administrativas, em procedimento próprio, conforme estabelecido em lei. 4. Recurso especial desprovido. (REsp 1317487/MT, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 07/08/2014, DJe 22/08/2014).

"Refere-se à perda de graduação como pena acessória criminal e não à sanção disciplinar administrativa a competência conferida à Justiça Militar estadual pelo § 4º do art. 125 da Constituição (RE 199.800, Tribunal Pleno)." (AI 210.220- AgR, Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em 19-5-1998, Primeira Turma, DJ de 18-9-1998.) No mesmo sentido: 596.982-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 8-6-2010, Segunda Turma, DJE de 25-6-2010.

Seção III

Das Transgressões Disciplinares

Art. 44. O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar especificará as transgressões disciplinares e estabelecerá as normas relativas à amplitude e aplicação das penas disciplinares, à classificação do comportamento policial-militar e à interposição de recursos contra as penas disciplinares.

JURISPRUDÊNCIA

REGULAMENTO DISCIPLINAR. CONSTITUCIONALIDADE. DECRETO REGULAMENTAR.

CONSTITUCIONAL. ESTATUTO DOS MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS. CONTRAVENÇÕES E TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES. ACÓRDÃO QUE DECLAROU NÃO RECEPCIONADO O ARTIGO 47 DA LEI Nº 6.880/80 PELO ORDENAMENTO CONSTITUCIONAL VIGENTE À LUZ DO ART. 5º, INCISO LXI, DA CF. TEMA EMINENTEMENTE CONSTITUCIONAL E QUE NÃO SE CONFUNDE COM A AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL FIXADA NO RE Nº 610.218/RS-RG (TEMA 270). REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA.(RE 603116 RG, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 06/03/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-053 DIVULG 17-03-2014 PUBLIC 18-03-2014). TEMA 703 - Reserva de lei para instituir sanções de detenção e prisão disciplinares aplicáveis aos militares. Relator: MIN. DIAS TOFFOLI Leading Case: RE 603116.

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Recurso extraordinário em que se discute, à luz do art. 5º, LXI, da Constituição federal, a recepção do art. 47 da Lei 6.880/1980, que possibilita a definição, por meio de decreto regulamentar, dos casos de prisão e detenção disciplinares por transgressão militar. Em consequência, discute-se também a validade das disposições contidas no Decreto 4.346/2002 (Regulamento Disciplinar do Exército) pertinentes à aplicação das referidas penalidades.

Ação Direta de Inconstitucionalidade contra o Decreto no 4.346/2002 e seu Anexo I, que estabelecem o Regulamento Disciplinar do Exército Brasileiro e versam sobre as transgressões disciplinares. 2. Alegada violação ao art. 5o, LXI, da Constituição Federal. 3. Voto vencido (Rel. Min. Marco Aurélio): a expressão ("definidos em lei") contida no art. 5o, LXI, refere-se propriamente a crimes militares. 4. A Lei no 6.880/1980 que dispõe sobre o Estatuto dos Militares, no seu art. 47, delegou ao Chefe do Poder Executivo a competência para regulamentar transgressões militares. Lei recepcionada pela Constituição Federal de 1988. Improcedência da presente ação. 5. Voto vencedor (divergência iniciada pelo Min. Gilmar Mendes): cabe ao requerente demonstrar, no mérito, cada um dos casos de violação. Incabível a análise tão-somente do vício formal alegado a partir da formulação vaga contida na ADI. 6. Ausência de exatidão na formulação da ADI quanto às disposições e normas violadoras deste regime de reserva legal estrita. 7. Dada a ausência de indicação pelo decreto e, sobretudo, pelo Anexo, penalidade específica para as transgressões (a serem graduadas, no caso concreto) não é possível cotejar eventuais vícios de constitucionalidade com relação a cada uma de suas disposições. Ainda que as infrações estivessem enunciadas na lei, estas deveriam ser devidamente atacadas na inicial. 8. Não conhecimento da ADI na forma do artigo 3º da Lei no 9.868/1999. 9. Ação Direta de Inconstitucionalidade não-conhecida.(ADI 3340, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 03/11/2005, DJ 09-03-2007 PP-00025 EMENT VOL-02267-01 PP-00089).

LEGISLAÇÃO

DECRETO-LEI Nº 667, DE 2 DE JULHO DE 1969. Reorganiza as Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, dos Território e do Distrito Federal, e dá outras providências.

Art. 18. As Polícias Militares serão regidas por Regulamento Disciplinar redigido à semelhança do Regulamento Disciplinar do Exército e adaptado às condições especiais de cada Corporação.

LEI Nº 6.880, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1980. Dispõe sobre o Estatuto dos Militares.

Art. 47. Os regulamentos disciplinares das Forças Armadas especificarão e classificarão as contravenções ou transgressões disciplinares e estabelecerão as normas relativas à amplitude e aplicação das penas disciplinares, à classificação do comportamento militar e à interposição de recursos contra as penas disciplinares.

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§ 1º As penas disciplinares de impedimento, detenção ou prisão não podem ultrapassar 30 (trinta) dias.

§ 2º À praça especial aplicam-se, também, as disposições disciplinares previstas no regulamento do estabelecimento de ensino onde estiver matriculada.

DECRETO Nº 1.260, DE 2 DE OUTUBRO DE 1981. Dispõe sobre o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, e dá outras providências.

§ 1º As penas disciplinares de detenção ou prisão não podem ultrapassar a trinta dias.

JURISPRUDÊNCIA

PRISÃO DISCIPLINAR.

"A legalidade da imposição de punição constritiva da liberdade, em procedimento administrativo castrense, pode ser discutida por meio de habeas corpus. Precedentes." (RHC 88.543, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 3- 4-2007, Primeira Turma, DJ de 27-4-2007). "Não há que se falar em violação ao art. 142, § 2º, da CF, se a concessão de habeas corpus, impetrado contra punição disciplinar militar, volta-se tão somente para os pressupostos de sua legalidade, excluindo a apreciação de questões referentes ao mérito." (RE 338.840, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 19-8-2003, Segunda Turma, DJ de 12-9- 2003). "O sentido da restrição dele quanto às punições disciplinares militares (art. 142, § 2º, da CF). (...) O entendimento relativo ao § 2º do art. 153 da EC 1/1969, segundo o qual o princípio de que nas transgressões disciplinares não cabia habeas corpus, não impedia que se examinasse, nele, a ocorrência dos quatro pressupostos de legalidade dessas transgressões (a hierarquia, o poder disciplinar, o ato ligado à função e a pena susceptível de ser aplicada disciplinarmente), continua válido para o disposto no § 2º do art. 142 da atual Constituição que é apenas mais restritivo quanto ao âmbito dessas transgressões disciplinares, pois a limita às de natureza militar." (HC 70.648, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 9-11-1993, Primeira Turma, DJ de 4-3-1994).

LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

§ 2º - Não caberá "habeas-corpus" em relação a punições disciplinares militares.

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§ 2º Aos policiais-militares em curso de formação, especialização ou aperfeiçoamento aplicam-se também as penas disciplinares previstas no estabelecimento de ensino onde estiverem matriculados.

Seção IV

Dos Conselhos de Justificação e Disciplina

Art. 45. O Oficial, presumivelmente, incapaz de permanecer como policial-militar da ativa será submetido ao Conselho de Justificação na forma da legislação específica e observado o art. 41.

JURISPRUDÊNCIA

SÚMULA Nº 673 DO STF

"O art. 125, § 4º, da Constituição não impede a perda da graduação de militar mediante procedimento administrativo."

SÚMULA Nº 20 DO STF

“É necessário processo administrativo com ampla defesa, para demissão de funcionário admitido por concurso”.

DISCIPLINAR. PROCESSO ADMINISTRATIVO. PRINCÍPIOS.

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. RECURSO QUE NÃO ATACA TODOS OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. POLICIAL MILITAR. EXCLUSÃO. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. AUSÊNCIA. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que a ausência de processo administrativo ou a inobservância aos princípios do contraditório e da ampla defesa torna nulo o ato de demissão de servidor público, seja ele civil ou militar, estável ou não. Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento. (RE 433239 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 26/08/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-175 DIVULG 09-09-2014 PUBLIC 10-09-2014).

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. NECESSÁRIA OBSERVÂNCIA DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA NOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (RE 597148 AgR, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 13/05/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-105 DIVULG 30-05-2014 PUBLIC 02-06-2014).

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. NECESSÁRIA OBSERVÂNCIA DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA NOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS. PRECEDENTES. AGRAVO

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REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (RE 597148 AgR, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 13/05/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-105 DIVULG 30-05-2014 PUBLIC 02-06-2014). A decisão determinou a nulidade de sessão secreta em procedimento disciplinar, verbis:” Pelo exposto, dou parcial provimento ao recurso extraordinário (art. 557, 1º-A, do Código de Processo Civil e art. 21, § 2º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal), para declarar nula a sessão secreta de julgamento realizada pelo Conselho de Disciplina e determinar novo julgamento do processo administrativo, com a prévia ciência do Recorrente e seu advogado, que poderão exercer o seu direito constitucional, assentado por este Supremo Tribunal Federal, de estarem presentes ao ato”.

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO JURÍDICO (SANÇÃO DISCIPLINAR) – PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR – SESSÃO SECRETA – DELIBERAÇÃO DO RELATÓRIO – PREVISÃO LEGAL – RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (0813918-0.2014.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Luiz Tadeu Barbosa Silva; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 5ª Câmara Cível; Data do julgamento: 12/05/2015; Data de registro: 14/05/2015).

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL – ALEGAÇÃO DE NULIDADE DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DE IMPOSIÇÃO DE PERDA DO POSTO – ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA NO CURSO DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E FALTA DE MOTIVAÇÃO DA AUTORIDADE MILITAR – REQUERIMENTO DE PROVA TESTEMUNHAL PARA PROVA DE FATO RELEVANTE – DISPENSA – JULGAMENTO ANTECIPADO – CERCEAMENTO DE DEFESA – RECURSO PROVIDO. Se o autor, na ação, alega a existência de nulidade do procedimento administrativo onde sofreu a pena de perda do posto na polícia militar, apontando fatos e fundamentos que não teriam sido apreciados pela autoridade administrativa, ao juiz cabe examinar se a nulidade simplesmente existiu, ou não, bastando, para tanto, o cotejo entre o que foi decidido e o que foi deduzido pelo policial militar no bojo do procedimento administrativo, para se concluir pela existência da alentada nulidade, ou não. Consequentemente, aferida a nulidade, ao juiz caberá simplesmente pronuncia-la por ofensa ao devido processo legal, cabendo à autoridade administrativa sanar as irregularidades que foram apontadas na ação, refazendo o procedimento e reexaminando a questão sob os argumentos da defesa oposta pelo policial. Não poderá o juiz, em tal hipótese, substituir-se à autoridade administrativa e passar ele próprio a apontar os motivos da rejeição dos fundamentos da defesa administrativa, que ensejou a propositura da ação, como se assim tivessem sido decididos pela autoridade administrativa, por não poder fazer um juízo de mérito que sequer teria sido exercido, primariamente, pela autoridade administrativa. Além disso, tendo o autor apelante invocado nulidade no procedimento administrativo, para além da ausência de análise de sua defesa, ali oposta, consistente também na inobservância do disposto no art. 226 do CPP, requerendo produção de prova testemunhal para tal fim, ao juiz não era lícito dispensá-las, ocorrendo cerceamento de defesa. Recurso provido. (0817855-58.2014.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Dorival Renato Pavan; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 30/06/2015; Data de registro: 09/09/2015).

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LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

(...)

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 39. São servidores públicos militares os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.

§ 6º O oficial da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão do Tribunal de Justiça, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra.

LEI Nº 105, DE 1 DE JULHO DE 1980. Dispõe, na Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, sobre o Conselho de Justificação, e dá outras providências.

§ 1º Compete ao Tribunal de Justiça julgar os processos oriundos do Conselho de Justificação na forma da legislação peculiar.

JURISPRUDÊNCIA

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CONSELHO DE JUSTIFICAÇÃO. ENCAMINHAMENTO TRIBUNAL DE JUSTIÇA.

RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. INOVAÇÃO NAS RAZÕES RECURSAIS. IMPOSSIBILIDADE. OFICIAL DA AERONÁUTICA. CONSELHO DE JUSTIFICAÇÃO. LEI 5.836/1972. ENCAMINHAMENTO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO, PELO COMANDANTE DA AERONÁUTICA, ANTES DA PUBLICAÇÃO DA SUA DECISÃO. AO SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR, PARA JULGAMENTO. POSSIBILIDADE. I. O recorrente não pode, nesse momento processual, deduzir matéria estranha aos argumentos arrolados na inicial do mandado de segurança. II. O órgão competente para julgar o processo administrativo denominado Conselho de Justificação, no caso, é o Superior Tribunal Militar, conforme arts. 13, V, a, e 14 da Lei 5.836/1972, não havendo previsão legal de recurso contra o despacho do Comandante da Aeronáutica que aceita o julgamento do Conselho de Justificação (comissão processante) e determina a remessa do processo àquela Corte Militar. III. O art. 15 da Lei 5.836/1972 garante ao oficial das Forças Armadas o direito à ampla defesa e ao contraditório antes do julgamento do processo administrativo (Conselho de Justificação) pelo Superior Tribunal Militar. IV. Não se aplica ao caso o Decreto 76.322/1975 tampouco as Leis 6.880/1980 e 9.784/1999, uma vez que a Lei 5.836/1972, que dispõe sobre o Conselho de Justificação, é específica. V. Recurso ordinário em mandado de segurança a que se nega provimento. (RMS 32645, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 22/04/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-085 DIVULG 06-05-2014 PUBLIC 07-05-2014).

CRIME DE TORTURA – CONDENAÇÃO PENAL IMPOSTA A OFICIAL DA POLÍCIA MILITAR – PERDA DO POSTO E DA PATENTE COMO CONSEQUÊNCIA NATURAL DESSA CONDENAÇÃO (LEI Nº 9.455/97, ART. 1º, § 5º) – INAPLICABILIDADE DA REGRA INSCRITA NO ART. 125, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO, PELO FATO DE O CRIME DE TORTURA NÃO SE QUALIFICAR COMO DELITO MILITAR – PRECEDENTES – SEGUNDOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INOCORRÊNCIA DE CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE OU OMISSÃO – PRETENSÃO RECURSAL QUE VISA, NA REALIDADE, A UM NOVO JULGAMENTO DA CAUSA – CARÁTER INFRINGENTE – INADMISSIBILIDADE – PRONTO CUMPRIMENTO DO JULGADO DESTA SUPREMA CORTE, INDEPENDENTEMENTE DA PUBLICAÇÃO DO RESPECTIVO ACÓRDÃO, PARA EFEITO DE IMEDIATA EXECUÇÃO DAS DECISÕES EMANADAS DO TRIBUNAL LOCAL – POSSIBILIDADE – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO CONHECIDOS. TORTURA – COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM – PERDA DO CARGO COMO EFEITO AUTOMÁTICO E NECESSÁRIO DA CONDENAÇÃO PENAL. - O crime de tortura, tipificado na Lei nº 9.455/97, não se qualifica como delito de natureza castrense, achando-se incluído, por isso mesmo, na esfera de competência penal da Justiça comum (federal ou local, conforme o caso), ainda que praticado por membro das Forças Armadas ou por integrante da Polícia Militar. Doutrina. Precedentes. - A perda do cargo, função ou emprego público – que configura efeito extrapenal secundário – constitui consequência necessária que resulta, automaticamente, de pleno direito, da condenação penal imposta ao agente público pela prática do crime de tortura, ainda que se cuide de integrante da Polícia Militar, não se lhe aplicando, a despeito de tratar-se de Oficial da Corporação, a cláusula inscrita no art. 125, § 4º, da Constituição da República.

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Doutrina. Precedentes. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – UTILIZAÇÃO PROCRASTINATÓRIA – EXECUÇÃO IMEDIATA – POSSIBILIDADE. - A reiteração de embargos de declaração, sem que se registre qualquer dos pressupostos legais de embargabilidade (CPP, art. 620), reveste-se de caráter abusivo e evidencia o intuito protelatório que anima a conduta processual da parte recorrente. - O propósito revelado pelo embargante, de impedir a consumação do trânsito em julgado de decisão que lhe foi desfavorável – valendo-se, para esse efeito, da utilização sucessiva e procrastinatória de embargos declaratórios incabíveis –, constitui fim que desqualifica o comportamento processual da parte recorrente e que autoriza, em consequência, o imediato cumprimento da decisão emanada desta Suprema Corte, independentemente da publicação do acórdão consubstanciador do respectivo julgamento. Precedentes. (AI 769637 AgR-ED-ED, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 25/06/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-205 DIVULG 15-10-2013 PUBLIC 16-10-2013).

SEGUNDO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIME DE TORTURA. POLICIAIS MILITARES. PERDA DO POSTO E DA PATENTE COMO CONSEQUÊNCIA DA CONDENAÇÃO. APLICABILIDADE DO ARTIGO 1º, § 5º, DA LEI 9.455/1997. ALEGADA VIOLAÇÃO DO ARTIGO 125, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INOCORRÊNCIA. PRECEDENTE. 1. A condenação de policiais militares pela prática do crime de tortura, por ser crime comum, tem como efeito automático a perda do cargo, função ou emprego público, por força do disposto no artigo 1º, § 5º, da Lei 9.455/1997. É inaplicável a regra do artigo 125, § 4º, da Carta Magna, por não se tratar de crime militar. Precedentes. 2. In casu, o acórdão recorrido assentou: “PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. TORTURA. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS QUANTUM SATIS. CONDENAÇÃO DOS APELADOS QUE SE IMPÕE. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA, MODALIDADE RETROATIVA, ARTIGO 109, INCISO V, C/C ARTIGO 110, AMBOS DO CÓDIGO PENAL, EM RELAÇÃO AOS APELANTES ANTÔNIO MARCOS DE FRANÇA E ELENILSON NUNES DA SILVA. CONHECIMENTO E PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO.” 3. Agravo regimental DESPROVIDO. (ARE 799102 AgR-segundo, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 09/12/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-026 DIVULG 06-02-2015 PUBLIC 09-02-2015).

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. MILITAR ESTADUAL. DECRETAÇÃO DE INCOMPATIBILIDADE COM O OFICIALATO POR DECISÃO PROFERIDA PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA MILITAR. PERDA DE POSTO E PATENTE E CASSAÇÃO DE PROVENTOS DE INATIVIDADE. MANDAMUS IMPETRADO PERANTE O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO. AUTORIDADE COATORA. GOVERNADOR. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O impetrante ajuizou, na origem, mandado de segurança, perante o Tribunal de Justiça de São Paulo, contra ato de decretação da perda dos proventos de inatividade, atribuindo a mencionada ilegalidade ao Governador do Estado de São Paulo. 2. As decisões emanadas do Tribunal de Justiça Militar, de cassação dos proventos de inatividade de policiais militares em virtude de condenação à perda de posto e patente, não são passíveis de reexame pelo Governador do Estado. 3. Nos termos dos arts. 125, § 4º, e 142, § 3º, VI, da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional n. 45/2004, é da Justiça Militar a competência

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para decidir sobre indignidade do oficialato e a perda de posto e patente. 4. Por consequência, não se podendo atribuir ao Governador do Estado o ato administrativo que decretou a perda do posto e patente, bem como cassação dos proventos, há de se reconhecer a ilegitimidade passiva, nos termos do acórdão recorrido. 5. Recurso ordinário a que se nega provimento. (RMS 44.456/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 25/08/2015, DJe 11/09/2015).

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. POLICIAL MILITAR. RESERVA REMUNERADA. CONDENAÇÃO PENAL POSTERIOR. CRIME OCORRIDO QUANDO EM ATIVIDADE DO CARGO. CASSAÇÃO DA APOSENTADORIA (RESERVA) E CESSAÇÃO DO PAGAMENTO DE PROVENTOS. PREVISÃO EXPRESSA NA LEGISLAÇÃO ESTADUAL. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. DECISÃO MONOCRÁTICA FUNDAMENTADA EM JURISPRUDÊNCIA DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. A legislação estadual prevê expressamente possibilidade de cessação do pagamento dos proventos de inatividade no caso de exclusão a bem da disciplina das Forças Armadas, de acordo com o disposto no art. 9º c/c arts. 41, 48, § 3º, e 112 da Lei n° 6.783/74. 2. A jurisprudência do STJ é clara, no sentido de que, se a legislação estadual prevê a possibilidade de cancelamento da inscrição de segurado, não há direito líquido e certo a ser amparado, já que os atos que ensejaram o cancelamento da inscrição foram praticados pelo recorrente quando ele se encontrava na ativa. Ademais, tendo sido condenado o impetrante penalmente, é possível a comunicação das esferas criminal e administrativa. 3. A decisão monocrática ora agravada baseou-se em jurisprudência do STJ, razão pela qual não merece reforma. 4. Agravo regimental não provido. (AgRg no RMS 45.324/PE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/12/2014, DJe 19/12/2014).

"Também os oficiais das polícias militares só perdem o posto e a patente se forem julgados indignos do oficialato ou com ele incompatíveis por decisão do tribunal competente em tempo de paz. Esse processo não tem natureza de procedimento 'para-jurisdicional', mas, sim, natureza de processo judicial, caracterizando, assim, causa que pode dar margem à interposição de recurso extraordinário." (RE 186.116, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 25-8- 1998, Primeira Turma, DJ de 3-9-1999).

§ 2º Ao Conselho de Justificação também poderão ser submetidos os Oficiais reformados e da reserva remunerada.

JURISPRUDÊNCIA

SÚMULA 56 DO STF

Militar reformado não está sujeito à pena disciplinar.

SÚMULA 55 DO STF

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Militar da reserva está sujeito à pena disciplinar.

CONSELHO JUSTIFICAÇÃO. MILITAR DEMITIDO.

SEGUNDO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. DECLARAÇÃO DE INDIGNIDADE DE OFICIAL PERTECENTE À RESERVA NÃO REMUNERADA. PERDA DO POSTO SOMENTE COM DECISÃO DO TRIBUNAL MILITAR. CONSTITUCIONALIDADE. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. A Constituição da República prevê em seu art. 142, § 3º, II, que “o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente, será transferido para a reserva, nos termos da lei;” 2. O Estatuto do Militar, Lei nº 6.880/1980, em seu artigo 117, determina que, nessas ocasiões, o oficial da ativa é demitido ex officio e transferido para reserva remunerada, onde ingressará com posto que possuía na ativa e, tendo, inclusive determinadas obrigações. 3. A Constituição determina também, art. 142, § 3º, IV, que “o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;” 4. A Lei nº 5.836/1972, que regulamenta a instauração do Conselho de Justificação, em seu art. 16, dispõe que “O Superior Tribunal Militar, caso julgue provado que o oficial é culpado de ato ou fato previsto nos itens I, III e V, do artigo 2º ou que, pelo crime cometido, previsto no item IV, do artigo 2º, é incapaz de permanecer na ativa ou na inatividade, deve, conforme o caso: I - declará-lo indigno do oficialato ou com ele incompatível, determinando a perda de seu posto e patente; ou II - determinar sua reforma. 5. In casu, já tendo sido demitido o agravante por ter assumido cargo público de natureza civil, somente era possível a declaração de indignidade, o que restou consagrado no acórdão do STM. 6. Agravo regimental a que se nega provimento. (RMS 27889 AgR-segundo, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 24/11/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-251 DIVULG 14-12-2015 PUBLIC 15-12-2015).

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO ADMINISTRATIVO COM PEDIDO DE RESTABELECIMENTO DO PAGAMENTO DE PROVENTOS DE APOSENTADORIA – RECURSO INTERPOSTO PELA RÉ – MILITAR EXCLUÍDO DAS FILEIRAS DA PM/MS POR CRIME PRATICADO DEPOIS DA TRANSFERÊNCIA PARA A INATIVIDADE – AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL DE PERDA DE APOSENTADORIA COMO SIMPLES EFEITO AUTOMÁTICO DA PERDA DE CARGO – NECESSIDADE DE A EXCLUSÃO OCORRER EM PROCESSO ADMINISTRATIVO EM QUE SEJA ASSEGURADO O CONTRADITÓRIO E O DIREITO A AMPLA DEFESA – PRECEDENTES DO STJ – MANUTENÇÃO DA SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DO PEDIDO DO AUTOR – RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. O Superior Tribunal de Justiça, em vários precedentes, exige que ocorra duas situações para que seja considerado legítimo o ato que cessa o pagamento dos proventos da aposentadoria de militar excluído das fileiras da polícia militar: 1) que o crime atribuído ao militar aposentado tenha sido cometido quando ele estava na ativa; e 2) que tenha sido assegurado ao militar o contraditório e ampla defesa no processo administrativo instaurado especificamente para a cassação da aposentadoria. Considerando que no caso dos autos as condições acima mencionadas não foram implementadas, deve ser mantida a sentença que

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considerou ilegal o cancelamento automático dos proventos da aposentadoria recebidos pelo apelado, ocorrida por tempo de contribuição.

RECURSO ADESIVO INTERPOSTO PELO AUTOR – PEDIDO DE FIXAÇÃO DO VALOR DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS COM BASE EM 10 A 20% SOBRE O VALOR ATRIBUÍDO À CAUSA – IMPOSSIBILIDADE – SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DO PEDIDO FORMULADO CONTRA AUTARQUIA – HONORÁRIOS QUE SE FIXA COM BASE NA EQUIDADE, COM APLICAÇÃO DO § 4º DO ARTIGO 20 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – VALOR MAJORADO – RECURSO PROVIDO. Nas ações em que a fazenda pública é vencida os honorários são fixados por equidade (§ 4º, art. 20, CPC) com análise dos requisitos das alíneas 'a' a 'c" do § 3º do art. 20 do CPC, preservando-se o fixado já que se trata de matéria destituída de complexidade. No caso há de se majorar os honorários, para compatibilizá-los à razoabilidade. (Apelação - Nº 0807680-02.2014.8.12.0002 Relator(a): Des. Luiz Tadeu Barbosa Silva; Comarca: Dourados; Órgão julgador: 5ª Câmara Cível; Data do julgamento: 07/07/2015; Data de registro: 08/07/2015).

APELAÇÃO CÍVEL - MANDADO DE SEGURANÇA - POLICIAL MILITAR - PRELIMINAR DE COISA JULGADA - EXISTÊNCIA DE DECISÃO REFERENTE À DECLARAÇÃO DE PERDA DE CARGO - INOCORRÊNCIA - DISPOSITIVO QUE NÃO SE REFER AO OBJETO DO PRESENTE MANDAMUS - REJEITADA - MÉRITO - EXCLUSÃO DE POLICIAL MILITAR DAS FILEIRAS DA PM/MS POR CRIME PRATICADO DEPOIS DA TRANSFERÊNCIA PARA A INATIVIDADE - OFICIAL - SÚMULA 56, DO STF - AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL DE PERDA DE APOSENTADORIA COMO SIMPLES EFEITO AUTOMÁTICO DA PERDA DE CARGO - IMPOSSIBILIDADE - SENTENÇA REFORMADA - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. Havendo distinção entre o pedido formulado nesta demanda (restabelecimento de aposentadoria) e o dispositivo proferido no julgamento da Declaração de Patente nº 2009.006030-2 (somente a perda de cargo), não se constata a ocorrência de coisa julgada. Com aposentadoria, há a extinção da relação estatutária; por isso, pode-se afirmar que o cargo não se confunde com aposentadoria, apesar desta ser uma consequência do exercício das funções inerentes àquela. Assim, a perda de posto e patente de oficial da Polícia Militar, por crime cometido após a aposentadoria, não pode gerar, como consequência automática, a suspensão o cancelamento dos proventos, em razão de inexistente previsão legal e do respeito ao direito adquirido. (0020913-10.2011.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Claudionor Miguel Abss Duarte; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 18/11/2014; Data de registro: 18/11/2014).

Art. 46. Os Aspirantes-a-Oficial PM e as Praças com estabilidade assegurada, presumivelmente incapazes de permanecerem como policiais-militares da ativa, serão submetidos ao Conselho de Disciplina na forma da legislação peculiar.

JURISPRUDÊNCIA

PROCEDIMENTO.

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AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. NECESSÁRIA OBSERVÂNCIA DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA NOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.(RE 597148 AgR, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 13/05/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-105 DIVULG 30-05-2014 PUBLIC 02-06-2014) A decisão determinou a nulidade de sessão secreta em procedimento disciplinar, verbis:” Pelo exposto, dou parcial provimento ao recurso extraordinário (art. 557, 1º-A, do Código de Processo Civil e art. 21, § 2º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal), para declarar nula a sessão secreta de julgamento realizada pelo Conselho de Disciplina e determinar novo julgamento do processo administrativo, com a prévia ciência do Recorrente e seu advogado, que poderão exercer o seu direito constitucional, assentado por este Supremo Tribunal Federal, de estarem presentes ao ato”.

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. RECURSO QUE NÃO ATACA TODOS OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. POLICIAL MILITAR. EXCLUSÃO. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. AUSÊNCIA. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que a ausência de processo administrativo ou a inobservância aos princípios do contraditório e da ampla defesa torna nulo o ato de demissão de servidor público, seja ele civil ou militar, estável ou não. Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento.(RE 433239 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 26/08/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-175 DIVULG 09-09-2014 PUBLIC 10-09-2014).

RECURSO ORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR. EXCLUSÃO DA CORPORAÇÃO. SESSÃO SECRETA DE JULGAMENTO DO CONSELHO DE DISCIPLINA.AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DO ACUSADO E DE SEU DEFENSOR. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. 1. "É ilegal a ausência de intimação do acusado e de seu defensor para acompanhamento da sessão secreta do Conselho de Disciplina que deliberou sobre a exclusão daquele dos quadros da Polícia Militar, em razão dos princípios do contraditório e da ampla defesa, assegurados pela Constituição Federal" (RMS 19.141/GO, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, DJe 7.12.2009). No mesmo sentido: AgRg no RMS 25.414/PB, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 6.9.2012. 2. Agravo Regimental não provido.(AgRg no RMS 44.461/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/08/2015, DJe 17/11/2015).

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO JURÍDICO (SANÇÃO DISCIPLINAR) – PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR – SESSÃO SECRETA – DELIBERAÇÃO DO RELATÓRIO – PREVISÃO LEGAL – RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.( 0813918-0.2014.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Luiz Tadeu Barbosa Silva; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 5ª Câmara Cível; Data do julgamento: 12/05/2015; Data de registro: 14/05/2015).

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LEGISLAÇÃO

DECRETO Nº 1.261, DE 2 DE OUTUBRO DE 1981. Dispõe, na Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, sobre o Conselho de Disciplina, e dá outras providências.

§ 1º Compete ao Comandante-Geral da Polícia Militar julgar em última instância administrativa, os processos oriundos do Conselho de Disciplina convocados no âmbito da Corporação.

JURISPRUDÊNCIA

COMPETÊNCIA. COMANDANTE.

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA PACIFICADA NO SENTIDO DO ACÓRDÃO PARADIGMA. PRAÇA DA POLÍCIA MILITAR. PERDA DA GRADUAÇÃO. SANÇÃO ADMINISTRATIVA. AUSÊNCIA DE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL. ART. 125, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA CONHECIDOS E PROVIDOS PARA NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. I – A jurisprudência deste Tribunal acerca da interpretação do art. 125, § 4º, da Constituição pacificou-se no sentido do aresto paradigma indicado pelo embargante – RE 197.649/SP, Plenário –, segundo o qual o aludido dispositivo constitucional não restringiu a tarefa da Administração Pública de gerir o seu próprio corpo de funcionários; desse modo, não afastou a competência administrativa do Comandante da Polícia Militar para repreender, advertir ou expulsar os policiais militares incursos em falta grave. II – A Justiça Militar estadual tem competência para decidir a respeito da perda da graduação dos praças apenas como pena acessória de crime de sua respectiva competência, sendo-lhe estranha a aplicação de sanção disciplinar administrativa. III – Embargos de divergência conhecidos e providos para negar provimento ao recurso extraordinário. (RE 140466 ED-EDv, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 25/11/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-245 DIVULG 03-12-2015 PUBLIC 04-12-2015).

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. POLICIAL MILITAR. INVALIDAÇÃO DE DEMISSÃO. COMPETÊNCIA. INAPLICABILIDADE DO ART. 125, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (RE 630076 AgR, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 01/04/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-109 DIVULG 05-06-2014 PUBLIC 06-06-2014).

"Esta Corte já firmou o entendimento de que a perda de graduação de praça da polícia militar, como sanção disciplinar administrativa, não se dá por meio de julgamento da Justiça Militar estadual, mas mediante processo administrativo na própria corporação, assegurando-se direito de defesa e o contraditório (assim, a título exemplificativo nos RE 199.600, RE 197.649 e RE 223.744)." (RE 206.971, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 18-4-2000, Primeira Turma, DJ de 9-6-

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2000.) No mesmo sentido: RE 646.360, Rel. Min. Celso de Mello, decisão monocrática, julgamento em 1º-3- 2012, DJE de 13-3-2012; AI 760.320-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 1º-3-2011, Segunda Turma, DJE de 23-3-2011; RE 470.546-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 26-5-2009, Primeira Turma, DJE de 1º-7- 2009.

DIREITO ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR – PAD. EXCLUSÃO DA CORPORAÇÃO. DECISÃO DO COMANDANTE-GERAL DA CORPORAÇÃO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL NÃO CONFIGURADA. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. PROVA EMPRESTADA. AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 05.9.2012. Inexiste violação do artigo 93, IX, da Constituição Federal de 1988. Na compreensão desta Suprema Corte, o texto constitucional exige que o órgão jurisdicional explicite as razões de seu convencimento, sem necessidade, contudo, do exame detalhado de cada argumento esgrimido pelas partes. Precedentes. O Tribunal a quo julgou harmônico, ao ordenamento jurídico infraconstitucional, o procedimento administrativo disciplinar que resultou na exclusão do agravante dos quadros da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Solvida a controvérsia com base no Estatuto dos Policiais Militares do Estado do Rio de Janeiro (Lei Estadual nº 433/81) e no Decreto Estadual nº 2.155/1978, que dispõe sobre o Conselho de Disciplina da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, não se mostra viável, na espécie, concluir pela afronta à literalidade dos preceitos constitucionais veiculados nas razões do extraordinário (arts. 1º, III, e 5º, XII, XXXV, LIV, LV e LVI, da Carta Política). Agravo regimental conhecido e não provido. (ARE 768633 AgR, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 11/03/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-060 DIVULG 26-03-2014 PUBLIC 27-03-2014).

§ 2º Ao Conselho de Disciplina também poderão ser submetidas as Praças reformadas e da reserva remunerada.

JURISPRUDÊNCIA

SÚMULA Nº 56 DO STF

“Militar reformado não está sujeito à pena disciplinar”.

SÚMULA Nº 55 DO STF

“Militar da reserva está sujeito à pena disciplinar.”

SANÇAO DISCIPLINAR. REFORMADO. PREVISÃO LEGAL.

ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. POLICIAL MILITAR REFORMADO EM RAZÃO DE INCAPACIDADE PARA O SERVIÇO. APLICAÇÃO DE PENALIDADE ADMINISTRATIVA ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DE SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA. POSSIBILIDADE. PUNIÇÃO APÓS A REFORMA. PREVISÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO LOCAL. NÃO

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INFRINGÊNCIA DA SÚMULA N.º 56 DA EXCELSA CORTE. PRERROGATIVAS DE POLICIAL-MILITAR. ROL QUE NÃO INCLUI A PERCEPÇÃO DE PROVENTOS ORIUNDOS DA REFORMA. PERDA DESSES. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL EXPRESSA. 1. O Conselho de Disciplina da Polícia Estadual tem competência para conduzir processo administrativo disciplinar movido contra policiais reformados, tendo em vista expressa disposição no art. 48, § 3.º, da Lei n.º 8.033/75 c.c. art. 2.º, § 2.º, do Decreto 4.713/96. 2. Para a instauração do processo administrativo disciplinar, não é preciso aguardar o trânsito em julgado da sentença a ser exarada no processo penal, porquanto essa só influenciará a decisão no âmbito da Administração nos casos de absolvição por inexistência do fato ou quando concluir-se que o acusado não concorreu para a execução do delito. Precedentes. 3. A vedação de aplicação de sanção disciplinar prevista na Súmula n.º 56 do Supremo Tribunal Federal não incide nos casos em que há expressa previsão, na legislação estadual, de aplicação de sanção disciplinar aos policiais militares reformados. Precedentes desta Corte e do Excelso Pretório. 4. As leis estaduais de regência não apresentam em seus bojos qualquer previsão quanto à possibilidade de exclusão de policiais reformados, com a consequente perda dos respectivos proventos. 5. Embora o Impetrante não possa mais gozar das prerrogativas de Policial-Militar, dentre os efeitos passíveis de serem produzidos pelo ato impugnado não está a sustação do pagamento dos valores correspondentes aos seus proventos. 6. Recurso ordinário parcialmente provido.(RMS 22.161/GO, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 16/12/2010, DJe 07/02/2011).

AGRAVO REGIMENTAL EM APELAÇÃO CÍVEL EM MANDADO DE SEGURANÇA - PRELIMINAR DE LITISPENDÊNCIA SUSCITADA EM CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO - REJEITADA - CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA DE POLICIAL MILITAR EXCLUÍDO DA RESERVA REMUNERADA A BEM DA DISCIPLINA - POSSIBILIDADE - LC 53/90 - RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. Rejeita-se a preliminar de litispendência quando verificada a ausência de identidade de partes, pedido ou causa de pedir entre as ações. Demonstrada que a cassação de aposentadoria é decorrência da exclusão de policial militar da reserva remunerada a "bem da disciplina", conforme art. 115, § único, da Lei Complementar Estadual nº 53/90, uma vez excluído, o policial militar não terá direito a qualquer remuneração ou indenização. Recurso conhecido e não provido. (0365423-40.2008.8.12.0001 Agravo RegimentalRelator(a): Des. Vilson Bertelli; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Câmara Cível; Data do julgamento: 26/03/2013; Data de registro: 10/04/2013; Outros números: 365423402008812000150000).

§ 3º Compete ao Tribunal de Justiça, em instância judicial, julgar os processos oriundos do Conselho de Disciplina, na forma da legislação.

JURISPRUDÊNCIA

INEXIGIBILIDADE. ENCAMINHAMENTO AO TRIBUNAL.

FORÇA MILITAR – PRAÇA – PERDA DO POSTO. Relativamente a praça, é inexigível pronunciamento de Tribunal, em processo específico, para que se

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tenha a perda do posto. (RE 447859, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 21/05/2015, DJe-163 DIVULG 19-08-2015 PUBLIC 20-08-2015 EMENT VOL-03994-01 PP-00001).

"Por outro lado, o Plenário desta Corte, ao julgar o RE 199.800, apreciando caso análogo ao presente, decidiu, quanto à alegação de ofensa ao art. 125, § 4º, da Constituição, que a prática de ato incompatível com a função militar pode implicar a perda da graduação como sanção administrativa, não se havendo de invocar julgamento pela Justiça Militar estadual, porquanto a esta compete decidir sobre a perda da graduação das praças somente como pena acessória dos crimes que a ela coube decidir." (RE 283.393, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 20-3-1991, Primeira Turma, DJ de 11-5-2001.) No mesmo sentido: ARE 643.815-AgR, rel. min. Luiz Fux, julgamento em 26-6-2012, Primeira Turma, DJE de 14-8-2012, RE 602.280-AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 8-2-2011, Primeira Turma, DJE de 10-3-2011.

Título III

Dos Direitos e das Prerrogativas dos Policiais-Militares

Capítulo I

Seção I

Dos Direitos

Art. 47.São direitos dos policiais-militares:

JURISPRUDÊNCIA

SUMULA VINCULANTE Nº 4 DO STF

“Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.”

ART. 24 DO DECRETO-LEI 667/69. NÃO RECEPÇÃO.

ADMINISTRATIVO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS E DO DISTRITO FEDERAL (POLICIAIS E BOMBEIROS MILITARES). EQUIPARAÇÃO DE VENCIMENTOS. ILEGITIMIDADE. VEDAÇÃO DO ART. 37, XIII, DA CF/88. PRECEDENTES. REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA SOBRE A MATÉRIA. 1. É improcedente a demanda visando ao pagamento dos soldos dos integrantes das Forças Armadas no mesmo patamar da remuneração devida aos militares do Distrito Federal. Isto porque, a pretensão fundamenta-se no art. 24 do Decreto-Lei 667/69 que, reproduzindo vedação constante do art. 13, § 4º, da Constituição de 1967, na redação da EC 1/69, proíbe o pagamento de remuneração superior à fixada para os postos e graduações correspondentes no Exército ao pessoal das Polícias Militares e Corpo de Bombeiros Militares das Unidades da Federação. 2. Salienta-se que o impedimento do art. 13, § 4º, da Constituição de 1967, na redação da EC 1/69,

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não foi mantido na Constituição de 1988, cujos arts. 42, § 1º, e 142, § 3º, X, limitam-se a conferir aos Estados a competência para fixar, mediante lei estadual específica, a remuneração dos militares integrantes dos quadros das suas Polícias Militares e Corpo de Bombeiros Militares. 3. Já os arts. 42, § 1º, e 142, § 3º, X, da Carta Magna não se aplicam ao Distrito Federal, cujas Polícias Civil e Militar e Corpo de Bombeiros Militar, por disposição do art. 21, XIV, da CF/88, são organizadas e mantidas pela União, a quem compete privativamente legislar sobre o vencimento dos integrantes de seus respectivos quadros. A propósito, há entendimento sumulado: “compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das Polícias Civil e Militar do Distrito Federal” (Súmula 647/STF, cuja orientação foi recentemente adotada pela Súmula Vinculante 39). 4. O art. 37, XIII, da CF/88 coíbe a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias no âmbito do serviço público. Destarte, a pretensão dos recorrentes se afigura evidentemente incompatível com a Constituição Federal de 1988, uma vez que importa a equiparação de vencimentos entre os integrantes das Forças Armadas e os militares do Distrito Federal. Precedentes de ambas as Turmas em casos idênticos: ARE 652.202-AgR, Rel. Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, DJe de 17/9/2014; ARE 651.415-AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe de 25/4/2012. 5. Agravo conhecido para negar provimento ao recurso extraordinário, com o reconhecimento da repercussão geral do tema e a reafirmação da jurisprudência sobre a matéria. (ARE 665632 RG, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, julgado em 16/04/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-078 DIVULG 27-04-2015 PUBLIC 28-04-2015).

SUBSÍDIO. REAJUSTE SETORIAL.

CONSTITUCIONAL. MILITAR. SOLDO INFERIOR A UM SALÁRIO MÍNIMO. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. Questão relevante EMENTA DIREITO ADMINISTRATIVO. MILITAR. LEI 11.784/2008. CONCESSÃO DE REAJUSTES SETORIAIS. CORREÇÃO DE DISTORÇÕES. POSSIBILIDADE. ALEGADA VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ISONOMIA. NÃO OCORRÊNCIA. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 30.9.2010. A concessão de reajustes setoriais com a finalidade de corrigir distorções remuneratórias existentes no padrão remuneratório da carreira militar e em seus diferentes postos não ocasiona ofensa aos princípios da isonomia ou do reajuste geral de vencimentos. Precedentes. Agravo regimental conhecido e não provido.(ARE 672428 AgR, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 15/10/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-214 DIVULG 28-10-2013 PUBLIC 29-10-2013).

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR. REAJUSTE SETORIAL DE VENCIMENTOS. POSSIBILIDADE. CONTROVÉRSIA QUE ENVOLVE A ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULA 280/STF. PRECEDENTES. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que não viola o princípio constitucional da isonomia, nem da revisão geral anual a concessão de reajustes salariais setoriais com o fim de corrigir eventuais distorções remuneratórias. Precedentes. Ademais, esta Corte afasta o cabimento de recurso extraordinário para o questionamento de alegadas violações à legislação local sem que se discuta o seu sentido à luz da

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Constituição (Súmula 280/STF). Agravo regimental a que se nega provimento. (ARE 765304 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 10/06/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-151 DIVULG 05-08-2014 PUBLIC 06-08-2014)

REVISÃO GERAL. SEM DIFERENCIAÇÃO.

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDORES MILITARES. INCISO X DO ART. 37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (REDAÇÃO ANTERIOR À EC 19/98). DIREITO À REVISÃO GERAL DE 28,86%, DECORRENTE DAS LEIS NºS 8.622/93 E 8.627/93. COMPENSAÇÃO DOS ÍNDICES JÁ CONCEDIDOS PELA PRÓPRIA LEI Nº 8.627/93. INTERPRETAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Ao julgar o RMS 22.307, o Plenário desta Corte decidiu, por maioria, que as Leis nºs 8.622/93 e 8.627/93 concederam revisão geral de vencimentos aos servidores públicos, da ordem de 28,86%, nos termos do inciso X do art. 37 da Constituição Federal (redação anterior à EC 19/98). Posteriormente, ao apreciar os embargos de declaração opostos (RMS 22.307-ED), entendeu, também por maioria, que deveriam ser compensados, em cada caso, os índices eventualmente concedidos pela própria Lei nº 8.627/93. Tal decisão autoriza concluir que a citada revisão, sendo geral, na forma do dispositivo constitucional em apreço (cuja redação originária não comportava distinção entre civis e militares), é devida, por igual, aos servidores militares, também com a mencionada compensação. Precedentes. Agravo regimental provido para, de logo, dar provimento ao recurso extraordinário. (RE 428708 AgR, Relator(a): Min. EROS GRAU, Relator(a) p/ Acórdão: Min. CARLOS BRITTO, Primeira Turma, julgado em 29/06/2005, DJe-131 DIVULG 25-10-2007 PUBLIC 26-10-2007 DJ 26-10-2007 PP-00063 EMENT VOL-02295-07 PP-01380.

REMUNERAÇÃO - REAJUSTE DE 28,86% - LEIS Nºs 8.622/93 E 8.627/93 - ISONOMIA - MILITARES - PRECEDENTE. Tratando-se da reposição do poder aquisitivo da remuneração dos servidores, cumpre observar o idêntico tratamento com relação a civis e militares. A inflação é linear, apanhando vencimentos e subsídios. Precedente: Recurso Ordinário em Mandado de Segurança nº 22.307-7/DF. Extensão à isonomia no âmbito do quadro militar. Inteligência do inciso X do artigo 37 da Constituição Federal. (RE 419075, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 24/05/2005, DJ 18-11-2005 PP-00011 EMENT VOL-02214-04 PP-00644).

AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. PREVISÃO EM LEI. NÃO EXTENSÃO.

AGRAVO REGIMENTAL EM APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DECLARATÓRIA C.C. COBRANÇA – ASSOCIAÇÃO DE MILITARES – PRETENSÃO DE IMPLEMENTAÇÃO DE AUXÍLIO – ALIMENTAÇÃO SOB FUNDAMENTO DE ISONOMIA – IMPOSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. Não havendo previsão na lei da carreira de pagamento do auxílio-alimentação, é vedado ao Judiciário determinar o pagamento, sob pena de ofensa à Súmula Vinculante n. 37 do STF.(0834279-15.2013.8.12.0001 Agravo Regimental Relator(a): Des. Odemilson Roberto Castro Fassa; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª

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Câmara Cível; Data do julgamento: 05/08/2015; Data de registro: 06/08/2015; Outros números: 834279152013812000150000).

TRANSFERÊNCIA. CURSO SUPERIOR FREQUÊNCIA. EXISTÊNCIA DE DIREITO.

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR ESTADUAL MILITAR. TRANSFERÊNCIA DE OFÍCIO. INEXISTÊNCIA DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR CONGÊNERE À DE ORIGEM. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. Questão relevante do ponto de vista social e jurídico. (RE 576464 RG, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em 03/04/2008, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-038 DIVULG 26-02-2009 PUBLIC 27-02-2009).

HORA EXTRA. AUSENCIA DE PREVISÃO LEGAL.

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO CONDENATÓRIA COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA - POLICIAIS MILITARES ESTADUAIS - PRETENSÃO DE RECEBER VERBAS DE HORAS EXTRAS - REPOUSO SEMANAL REMUNERADO E REMUNERAÇÃO DO TRABALHO NOTURNO SUPERIOR AO DIURNO - IMPOSSIBILIDADE - APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 42, §1º E 142, §3º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - REGIME ESTATUTÁRIO PRÓPRIO - AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL ESTADUAL PARA O PAGAMENTO DAS VERBAS PRETENDIDAS PELOS AUTORES - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO NÃO PROVIDO. (Relator(a): Desª. Tânia Garcia de Freitas Borges; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Câmara Cível; Data do julgamento: 12/04/2011; Data de registro: 18/04/2011).

Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Servidor público. Militar. Horas extras. Base de cálculo. Discussão. Ausência de repercussão geral. Precedentes. 1. O Plenário da Corte, no exame do RE nº 728.428/SC-RG, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, concluiu que não possui repercussão geral a questão relativa à definição da base de cálculo das horas extras prestadas por servidor policial estadual, dado o caráter infraconstitucional da matéria. 2. Agravo regimental não provido. (ARE 866847 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 28/04/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-108 DIVULG 05-06-2015 PUBLIC 08-06-2015).

Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Servidor público. Militar. Regime de turnos (12/36). Horas extras. Percepção. Discussão. Legislação local. Ofensa reflexa. Precedentes. 1. Não se abre a via do recurso extraordinário para a análise de matéria ínsita ao plano normativo local. Incidência da Súmula nº 280/STF. 2. Agravo regimental não provido.(ARE 765724 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 22/04/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-105 DIVULG 30-05-2014 PUBLIC 02-06-2014).

LEGISLAÇÃO

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Constituição Federal

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

(...)

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea "c"; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

(...)

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do

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Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(...)

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 39. São servidores públicos militares os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.

§ 5º São vedadas ao servidor público militar a sindicalização, a greve e, enquanto em efetivo serviço, a filiação a partido político.

§ 9º Aplica-se aos servidores a que se refere este artigo o disposto no art. 7º, VIII, XII, XVIII e XIX, da Constituição Federal.

Art. 27. Para a organização da administração pública direta, indireta ou das fundações de qualquer dos Poderes do Estado é obrigatório o cumprimento do seguinte: (redação dada pela EC nº 40, de 19 de novembro de 2008, publicada no D.O. nº 7.342, de 19 de novembro de 2008)

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X - a revisão geral da remuneração dos servidores públicos civis e militares e membros dos três Poderes, sem distinção de índices, far-se-á sempre na mesma data;

XI - a lei fixará o limite máximo e a relação de valores entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, observados, como limites máximos, no âmbito dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, os valores percebidos como remuneração em espécie, a qualquer título, respectivamente, pelos Deputados, pelos Secretários de Estado e pelos Desembargadores;

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo, assegurada a isonomia de vencimentos para os cargos de atribuições iguais ou assemelhados do mesmo Poder;

XV - os vencimentos dos servidores públicos, civis e militares, são irredutíveis e a remuneração observará o que dispõem os incisos XI e XII deste e os artigos 150, II, 153, III, § 2º, I, da Constituição Federal

LEI Nº 2.076, DE 10 DE JANEIRO DE 2000. Torna obrigatória a avaliação e acompanhamento médico, psicológico e social, aos policiais civil, militar e bombeiro militar, em atividade no Estado de Mato Grosso do Sul.

LEI Nº 4.509, DE 3 DE ABRIL DE 2014. Cria o Programa de Avaliação de Eficiência da Polícia Militar (PAE/PMMS) e o Prêmio por Eficiência de Desempenho Profissional, e dá outras providências.

Art. 1º Fica instituído o Programa de Avaliação de Eficiência da Polícia Militar (PAE/PMMS) com o objetivo de valorização do servidor policial militar que no desempenho de suas atribuições funcionais contribua para a eficiência, eficácia e efetividade das ações institucionais da Corporação.

Art. 12. Fica instituído o Prêmio por Eficiência de Desempenho Profissional no âmbito da Polícia Militar a ser concedido às praças policiais militares com a finalidade de incentivar a melhoria de desempenho das atribuições funcionais que contribua concretamente para a eficiência, eficácia e efetividade das ações institucionais da Corporação, notadamente no aspecto operacional.

I - garantia da patente, em toda a sua plenitude, com as vantagens, prerrogativas e deveres a ela inerentes, quando Oficial;

LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as

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matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

(...)

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 39. São servidores públicos militares os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.

§ 1º As patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado, sendo-lhes privativos os títulos, postos e uniformes militares.

II - percepção de subsídio, correspondente ao posto ou graduação que possuir quando da transferência para a inatividade remunerada, se contar com 30 (trinta) ou mais anos de contribuição; (alterado pelo art. 31 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.)

JURISPRUDÊNCIA

PROVENTOS. PROMOÇÃO. CONTRIBUIÇÃO.

“A CF não exige que os cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se dará a aposentadoria sejam ininterruptos.” (RE 591.467-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 10-4-2012, Segunda Turma, DJE de 25-4-2012.

“(...) reconhece-se o direito aos proventos referentes à promoção por acesso, mesmo em período posterior à aposentadoria, uma vez que a servidora não foi promovida a cargo diverso daquele que já exercia efetivamente; não se aplicando ao presente caso o prazo de cinco anos de efetivo exercício no cargo para o cálculo dos proventos de aposentadoria, nos termos do art. 40, § 1º, III, da CF. (AI 768.536-AgR, voto do Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 16-11-2010, Segunda Turma, DJE de 30-11-2010.) No mesmo sentido: AI 824.964-

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AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 8-2-2011, Primeira Turma, DJE de 3-3-2011; AI 801.015-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 2-12-2010, Primeira Turma, DJE de 1º-2-2011.

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. MILITAR INATIVO. REGIME PREVIDENCIÁRIO APLICÁVEL. COBRANÇA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. RELEVÂNCIA JURÍDICA E ECONÔMICA DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. (RE 596701 RG, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em 23/04/2009, DJe-113 DIVULG 18-06-2009 PUBLIC 19-06-2009 EMENT VOL-02365-08 PP-01610).

III - subsídio calculado de acordo com o posto ou graduação, quando tiver atingido a idade limite; (alterado pelo art. 31 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.)

IV - estabilidade, quando praça com três anos de tempo de efetivo serviço na carreira, não computados os cursos de formação para esse fim; (alterado pelo art. 3º da Lei Complementar n. 96, de 26.12.2001 — DOMS, de 27.12.2001.) Vide artigo 4º, § 2º desta Lei.

JURISPRUDÊNCIA

ESTABILIDADE PROVISÓRIA.

“A estabilidade provisória advinda de licença-maternidade decorre de proteção constitucional às trabalhadoras em geral. O direito amparado pelo art. 7º, XVIII, da CF, nos termos do art. 142, VIII, da CF/1988, alcança as militares.” (RE 523.572-AgR, rel. min. Ellen Gracie, julgamento em 6-10-2009, Segunda Turma, DJE de 29-10-2009.) No mesmo sentido: AI 811.376-AgR, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 1º-3-2011, Segunda Turma, DJE de 23-3-2011.

ESTABILIDADE. REGULAMENTAÇÃO ESPECÍFICA. LEI.

Esta Corte, recentemente, ao julgar o MI 188, decidiu por unanimidade que só tem legitimatio ad causam, em se tratando de mandado de injunção, quem pertença a categoria a que a CF haja outorgado abstratamente um direito, cujo exercício esteja obstado por omissão com mora na regulamentação daquele. Em se tratando, como se trata, de servidores públicos militares, não lhes concedeu a CF direito à estabilidade, cujo exercício dependa de regulamentação desse direito, mas, ao contrário, determinou que a lei disponha sobre a estabilidade dos servidores públicos militares, estabelecendo quais os requisitos que estes devem preencher para que adquiram tal direito.” (MI 107, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 21-11-1990, Plenário, DJ de 2-8-1991).

LEGISLAÇÃO

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Constituição Federal

Art. 42 (...)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

(...)

Art. 142. (...)

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 39. São servidores públicos militares os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.

§ 7º A lei disporá sobre os limites de idade, sobre a estabilidade e sobre outras condições de transferência do militar para inatividade.

V - o uso de designações hierárquicas;

VI - a promoção e o direito de frequentar cursos e estágios de formação e aperfeiçoamento, exceto se for réu em ação penal comum pela prática de crime doloso; (alterado pelo art. 31 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.)

JURISPRUDÊNCIA

PROMOÇÃO. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO – POLÍCIA MILITAR DE MATO GROSSO DO SUL – PROMOÇÃO DE POLICIAL MILITAR INDEFERIDA, PELO FATO DE EXISTIR, CONTRA ELE, PROCEDIMENTO PENAL EM FASE DE TRAMITAÇÃO JUDICIAL – IMPOSSIBILIDADE – TRANSGRESSÃO AO POSTULADO CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA (CF, ART. 5º, LVII) – RECURSO EXTRAORDINÁRIO IMPROVIDO – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. - A recusa administrativa de promover policial militar, motivada, unicamente, pelo fato de haver sido instaurado, contra ele, procedimento penal, inexistindo, contudo, condenação criminal transitada em julgado, transgride, de modo direto, a presunção constitucional de inocência, consagrada no art. 5º, inciso LVII, da Lei Fundamental da República.

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Precedentes. - O postulado constitucional da presunção de inocência impede que o Poder Público trate, como se culpado fosse, aquele que ainda não sofreu condenação penal irrecorrível. Precedentes. (RE 782649 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 11/03/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-068 DIVULG 04-04-2014 PUBLIC 07-04-2014).

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. MILITAR. NÃO INCLUSÃO NO QUADRO DE ACESSO À PROMOÇÃO QUANDO DENUNCIADO EM PROCESSO CRIMINAL. PREVISÃO DE RESSARCIMENTO DA PRETERIÇÃO. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA NÃO CONFIGURADA. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Não há direito líquido e certo a ser amparado em mandado de segurança quando a pretensão veiculada está condicionada ao êxito no mandado de segurança anterior. 2. Não viola o princípio da presunção de inocência a previsão normativa que não permite a inclusão de oficial militar no quadro de acesso à promoção quando denunciado em processo criminal, desde que haja previsão de ressarcimento da preterição. 3. Agravo regimental não provido. (RMS 31750 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 22/04/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-105 DIVULG 30-05-2014 PUBLIC 02-06-2014).

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. RESTRIÇÃO POSTA AOS CANDITADOS QUE RESPONDEM A PROCESSO CRIMINAL (EXISTÊNCIA DE DENÚNCIA CRIMINAL). ACÓRDÃO RECORRIDO QUE AFASTA A RESTRIÇÃO, COM BASE NA PRESUNÇÃO CONSTITUCIONAL DE INOCÊNCIA. MANIFESTAÇÃO PELA CONFIGURAÇÃO DO REQUISITO DE REPERCUSSÃO GERAL, PARA CONHECIMENTO E JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.(RE 560900 RG, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, julgado em 08/02/2008, DJe-055 DIVULG 27-03-2008 PUBLIC 28-03-2008 EMENT VOL-02312-11 PP-01971).

VII - a ocupação de cargo correspondente, no mínimo, ao posto ou graduação;

VIII - ser reformado com proventos integrais ao tornar-se inválido para o serviço policial-militar em decorrência de acidente ou acontecimento que tenha nexo causal com o serviço;

JURISPRUDÊNCIA

NEXO CAUSAL. SERVIÇO.

AGRAVO REGIMENTAL EM APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA E COBRANÇA - APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE - POLICIAL MILITAR - DESNECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO NEXO DE CAUSALIDADE DA DOENÇA COM A ATIVIDADE EXERCIDA - REFORMA COM BASE NO SOLDO DO GRAU HIERÁRQUICO SUPERIOR - MANUTENÇÃO DA DECISÃO RECORRIDA - RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. Consoante entendimento consolidado no Superior Tribunal de Justiça, é desnecessária a comprovação do nexo de causalidade da doença que incapacitou policial militar,

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com o exercício de sua atividade. A reforma deve ser realizada com base no soldo do grau hierárquico imediatamente superior. (0056784-77.2006.8.12.0001 Agravo Regimental Relator(a): Des. Vilson Bertelli; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Câmara Cível; Data do julgamento: 30/04/2013; Data de registro: 15/05/2013; Outros números: 56784772006812000150000).

MANDADO DE SEGURANÇA - POLICIAL MILITAR - INCAPACIDADE PERMANENTE PARA OS SERVIÇOS MILITARES - PRETENSÃO DE QUE OS PROVENTOS SEJAM FIXADOS COM BASE NO SOLDO DE UM GRAU HIERARQUICAMENTE SUPERIOR - DECADÊNCIA - INOCORRÊNCIA - PRELIMINAR REJEITADA - INCAPACIDADE NÃO DECORRENTE DAS ATIVIDADES PRESTADAS - PARECER DE PERITO MÉDICO - AUSÊNCIA DE NEXO ENTRE CAUSA E FEITO - SEGURANÇA DENEGADA. A data inicial para a contagem do prazo prescricional para o mandado de segurança, em caso de fixação de proventos para o policial militar, conta-se a partir da publicação da aposentadoria e não da data do exame pericial que determinou a sua incapacidade. Para que o policial militar considerado incapaz definitivamente aos serviços militares receba remuneração calculada com base no soldo de um grau hierarquicamente superior, faz-se necessário comprovar que a enfermidade tenha relação de causa e efeito com a atividade exercida, nos termos do Estatuto dos Policiais Militares. (0601530-63.2012.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. João Carlos Brandes Garcia; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: Órgão Especial; Data do julgamento: 23/01/2013; Data de registro: 29/01/2013).

IX - a percepção de subsídio condigno que permita ao militar estadual de qualquer grau hierárquico atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social; (alterado pelo art. 31 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.)

JURISPRUDÊNCIA

DESCONTO EM FOLHA.

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONTRATO BANCÁRIO. DESCONTOS EM FOLHA DE PAGAMENTO. LIMITE DE 30% (TRINTA POR CENTO) DA REMUNERAÇÃO BRUTA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280/STF. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. No tocante aos empréstimos consignados em folha de pagamento, a Segunda Seção desta col. Corte Superior, na assentada do dia 8 de junho de 2005, julgando o Recurso Especial nº 728.563/RS, da relatoria do em. Min. Aldir Passarinho Junior, pacificou o entendimento de que a autorização para o desconto na folha de pagamento de prestação de empréstimo contratado não constitui cláusula abusiva, porquanto se trata de circunstância que facilita a obtenção do crédito com condições mais vantajosas, de modo que inadmitida sua supressão por vontade unilateral do devedor. 2. Essa orientação vem sendo seguida por ambas as Turmas componentes da Segunda Seção, entendendo-se, todavia, que os descontos contratados devem observar o limite de 30% da remuneração bruta, subtraídos o Imposto de Renda e os descontos previdenciários. 3. Agravo

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regimental a que se nega provimento. (AgRg no AREsp 66.002/RS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 21/08/2014, DJe 24/09/2014).

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO – LIMITAÇÃO DE DESCONTOS EM FOLHA DE PAGAMENTO – POLICIAL MILITAR – 30% SOBRE A REMUNERAÇÃO MENSAL – PRECEDENTES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – DECISÃO MANTIDA – IMPROVIDO. (1401553-68.2015.8.12.0000 Agravo Regimental Relator(a): Des. Divoncir Schreiner Maran; Comarca: Corumbá; Órgão julgador: 1ª Câmara Cível; Data do julgamento: 31/03/2015; Data de registro: 04/05/2015).

AÇÃO ORDINÁRIA DE LIMITAÇÕES DE DESCONTOS EM FOLHA DE PAGAMENTO COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA – LIMITE SOBRE A REMUNERAÇÃO BRUTA PARA EFEITO DE DESCONTO DE PARCELAS DE FINANCIAMENTOS BANCÁRIOS EM FOLHA DE PAGAMENTO – SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL – SOLDADO CABO POLÍCIA MILITAR – LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA – APLICABILIDADE – PACTA SUNT SERVANDA – RELATIVIZAÇÃO – INDIVIDUALIZAÇÃO DOS VALORES A SEREM DESCONTADOS POR CADA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA A SEREM APURADOS EM LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA – PREQUESTIONAMENTO EXPRESSO – DESNECESSÁRIO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (0800962-34.2015.8.12.0008 Apelação Relator(a): Des. Júlio Roberto Siqueira Cardoso; Comarca: Corumbá; Órgão julgador: 5ª Câmara Cível; Data do julgamento: 17/11/2015; Data de registro: 19/11/2015).

LEGISLAÇÃO

LEI Nº 2.062, DE 23 DE DEZEMBRO DE 1999. Altera a Lei nº 411, de 5 de dezembro de 1983, reorganizando o Fundo Especial de Reequipamento da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Estado de Mato Grosso do Sul – FUNRESP-MS, e dá outras providências.

Art. 1º O Fundo Especial de Reequipamento da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública - FUNRESP/MS, criado pela Lei nº 411, de 5 de dezembro de 1983, tem por finalidade prover recursos financeiros para aplicação na operacionalização, manutenção, modernização, reequipamento e valorização do desempenho operacional dos serviços de competência dos órgãos e entidades da área de segurança pública. (redação dada pela Lei nº 3.246, de 14 de agosto de 2006)

§ 1º Constitui ainda finalidade do FUNRESP, prover os recursos financeiros necessários à construção de imóveis residenciais oficiais, destinados a abrigar os servidores de carreira da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar e Polícia Civil. (incluído pela Lei nº 2.266, de 24 de junho de 2001)

§ 2º O servidor que ocupar imóvel residencial oficial, sofrerá a retenção da parcela remuneratória correspondente ao auxílio ou indenização de moradia, sendo a mesma destinada à constituição de fundo para manutenção dos imóveis residenciais mencionados no parágrafo anterior, a ser gerido pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública. (incluído pela Lei nº 2.266, de 24 de junho de 2001)

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§ 3º A construção de imóveis prevista no § 1º deverá ser realizada, prioritariamente, nas cidades onde o efetivo policial seja inferior ou igual a 30 homens. (Veto rejeitado pela Assembléia Legislativa. Publicado no Diário Oficial nº 5.657, de 20 de dezembro de 2001, pág. 1) (Referente Lei nº 2.266, de 24 de junho de 2001)

I - a construção de imóveis, conforme disposto no § 1º, em cidades com efetivo superior a 30 homens somente poderá ser realizada em estrita observância à regra do § 3º. (Veto rejeitado pela Assembléia Legislativa. Publicada no Diário Oficial nº 5.657, de 20 de dezembro de 2001, pág. 1) (Referente Lei nº 2.266, de 24 de junho de 2001)

DECRETO Nº 12.796, DE 3 DE AGOSTO DE 2009. Dispõe sobre a averbação de consignações em folha de pagamento de servidores públicos civis e militares da administração direta, autarquias, fundações e empresas públicas do Poder Executivo, e dá outras providências.

X - outros direitos previstos em legislação específica e peculiar que trate da remuneração dos policiais-militares do Estado;

JURISPRUDÊNCIA

PREVISÃO EM LEI.

Possibilidade de legislação infraconstitucional dispor sobre vantagem ou garantia não vedada ou não disciplinada pela CR.” (AI 784.572-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 8-2-2011, Primeira Turma, DJE de 25-3-2011).

INDENIZAÇÃO DE FUNÇÃO.

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER – EXERCÍCIO DA FUNÇÃO DE "MOTORISTA DE VIATURA" – DECRETO ESTADUAL Nº 12.560/08 – EXCESSO DO PODER REGULAMENTAR – REQUISITO NÃO PREVISTO NA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL 127/2008 - PREQUESTIONAMENTO- RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. A Lei Complementar nº 127/08 não limitou a obtenção da indenização pelo exercício de atribuições inerentes ao cargo de motorista de viatura somente às hipóteses de designações provenientes de ato do Governador do Estado, de modo que o Decreto Estadual nº 12.560/2008, ao fazê-lo, extrapolou o poder regulamentar do Executivo. Considerando a constitucionalidade da norma que prevê o adicional de 10% pelo exercício da função de motorista de viatura (art. 23 da Lei Complementar nº 127/08) e devidamente comprovada a designação do autor para a referida função, deve-se condenar o Estado ao pagamento do adicional. Recurso conhecido e provido.(0802073-71.2015.8.12.0002 Apelação Relator(a): Des. Dorival Renato Pavan; Comarca: Dourados; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 03/02/2016; Data de registro: 11/02/2016).

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APELAÇÃO CÍVEL E RECURSO OBRIGATÓRIO – MILITAR – LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL 127/2008 – ALEGADA INCONSTITUCIONALIDADE DA PARTE FINAL DO ARTIGO 23, V – MOTORISTA DE VIATURA – ATIVIDADE ELENCADA PELO LEGISLADOR COMO SENDO EXCEPCIONAL – EXERCÍCIO DA FUNÇÃO – ATO DE DESIGNAÇÃO REALIZADO PELO COMANDANTE-GERAL – DECRETO ESTADUAL Nº 12.560/08 – EXCESSO DO PODER REGULAMENTAR – REQUISITO NÃO PREVISTO NA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL 127/2008 – JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA – RECURSOS IMPROVIDOS. Satisfeitos os pressupostos legais (previstos na Lei Complementar nº 127/2008), o servidor público faz jus ao recebimento de vantagem pecuniária, sendo que isso não importa a majoração da remuneração de maneira irregular, em afronta ao disposto no artigo 37, X da Constituição Federal, uma vez que o legislador decidiu que certas atividades, dentre todas as realizadas pelos policiais militares, não se enquadram como ordinárias, merecendo uma contraprestação especial em razão do seu desempenho. A designação de policial militar para exercer determinada função pelo Comandante-Geral possui respaldo no artigo 1º do Decreto Estadual nº 11.148/81 c/c letra "d", I, do artigo 12 do Decreto nº 1.093/81, tendo direito à percepção de indenização, nos termos do artigo 23, inciso, da Lei Complementar Estadual nº 12.560/2008 de que a indenização só caberá para a designação de função proveniente do Governador do estado representa trespasse ilegal do poder regulamentar conferido ao poder Executivo, uma vez que cria requisito não previsto na Lei Complementar Estadual nº 127/2008. Nos termos do entendimento adotado por este Tribunal, "A controvérsia acerca do artigo 1º-F da Lei 9.494/97, com redação da Lei 11.960/2009, foi solucionada pelo Supremo Tribunal Federal em 25.03.2015 com a modulação dos efeitos das ações diretas de inconstitucionalidade nº 4357 e nº 4425, de forma que, em resumo, i) até 29.06.2009 a atualização monetária dava-se pelos índices fornecidos pelos Tribunais e os juros de mora.(800856-42.2015.8.12.0018 Apelação Relator(a): Des. Claudionor Miguel Abss Duarte; Comarca: Paranaíba; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 27/01/2016; Data de registro: 29/01/2016).

APELAÇÃO CÍVEL – MILITAR QUE EXERCE A FUNÇÃO DE MOTORISTA DE VIATURA – PEDIDOS DE DANOS MORAIS E DE CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO DE 10% PREVISTA NO INCISO V, DO ARTIGO 23 DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL 127/2008 – SENTENÇA QUE JULGA IMPROCEDENTE OS PEDIDOS COM FUNDAMENTO NO DECRETO ESTADUAL Nº 12.560/08, HAJA VISTA NÃO TER O APELANTE SIDO DESIGNADO POR ATO DO GOVERNADOR DO ESTADO – DECRETO QUE CARACTERIZA EXCESSO DO PODER REGULAMENTAR – PEDIDO DE INDENIZAÇÃO JULGADO PROCEDENTE – ATIVIDADE INDICADA PELO LEGISLADOR COMO SENDO EXCEPCIONAL – DANO MORAL INDEVIDO – RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. A Lei Complementar nº 127/08 não limitou o direito à retribuição pelo exercício de funções inerentes aos cargos de comando, chefia, direção e coordenação somente aos casos de designações provenientes de ato do Governador do Estado, de modo que o Decreto Estadual nº 12.560/2008, ao fazê-lo, atuou de maneira ilegal, extrapolando o poder regulamentar do Executivo. Satisfeitos os pressupostos previstos na Lei Complementar nº 127/2008, o servidor público faz jus ao recebimento de vantagem pecuniária, sendo que isso não importa em majoração da remuneração de maneira irregular, em afronta ao disposto no artigo 37, X da Constituição Federal, uma vez que o legislador decidiu que certas atividades,

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dentre todas as realizadas pelos policiais militares, não se enquadram como ordinárias, merecendo uma contraprestação especial em razão do seu desempenho. O não pagamento do adicional de função não enseja o pagamento de indenização por danos morais, haja vista que tal expediente não passa de mero dissabor e teve por justificativa a inconstitucionalidade de lei, ainda que tal justificativa não foi aceita pelo Poder Judiciário. (0802076-26.2015.8.12.0002 Apelação Relator(a): Des. Fernando Mauro Moreira Marinho; Comarca: Dourados; Órgão julgador: 3ª Câmara Cível; Data do julgamento: 26/01/2016; Data de registro: 29/01/2016).

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE COBRANÇA DE DIFERENÇAS SALARIAIS – CONVERSÃO EM URV – LIMITE TEMPORAL DO DIREITO – REESTRUTURAÇÃO REMUNERATÓRIA – LEI ESTADUAL N. 3.519/2008 – PRESCRIÇÃO QUINQUENAL CONFIGURADA – PREQUESTIONAMENTO – RECURSO DESPROVIDO. As diferenças remuneratórias decorrentes da conversão de proventos de servidores em URV admitem limitação temporal nas hipóteses de reestruturação da carreira com instituição de novo regime jurídico remuneratório. A prescrição atinge toda a diferença salarial vindicada quando o ajuizamento da ação ocorre após mais de cinco anos da data em que houve a reestruturação da carreira do servidor. Torna-se desnecessária a manifestação expressa a respeito dos dispositivos legais, porquanto, não está o magistrado obrigado a abordar artigo por artigo de lei, mas tão somente a apreciar os pedidos e a causa de pedir, fundamentando a matéria que interessa ao correto julgamento da lide.(0840307-62.2014.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Eduardo Machado Rocha; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 3ª Câmara Cível; Data do julgamento: 02/02/2016; Data de registro: 03/02/2016).

APELAÇÃO CÍVEL – MILITAR – DESIGNAÇÃO PARA EXERCER FUNÇÃO ELENCADA EM LEI COMPLEMENTAR – CARÁTER INDENIZÁVEL – ATO DE DESIGNAÇÃO REALIZADO PELO COMANDANTE-GERAL – DECRETO ESTADUAL N.º 12.560/08 – EXCESSO DO PODER REGULAMENTAR – REQUISITO NÃO PREVISTO NA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N.º 127/2008 – RECURSO IMPROVIDO – JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA – RECURSO OBRIGATÓRIO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Satisfeitos os pressupostos legais (previstos na Lei Complementar n.º 127/2008), o servidor público faz jus ao recebimento de vantagem pecuniária, sendo que isso não importa a majoração da remuneração de maneira irregular. 2. A determinação contida no art. 1.º, do Decreto Estadual n.º 12.560/08, de que só cabe indenização pelo exercício de função se a designação se der por ato do Governador do Estado, representa o trespasse ilegal do poder regulamentar conferido ao Poder Executivo, uma vez que cria requisito não previsto na Lei Complementar Estadual n.º 127/2008. 3. Em razão da modulação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade nas ADI's n.º 4357 e 4425, promovida pelo Supremo Tribunal Federal, deve ser mantida a aplicação integral da regra prevista no art. 1.º-F, da Lei n.º 9.494/97, até 25.03.2015, seja em relação aos juros, seja em relação à correção monetária, a qual passará a incidir pelo IPCA somente depois dessa data. (0803421-16.2014.8.12.0017 Apelação Relator(a): Des. Marcelo Câmara Rasslan; Comarca: Nova Andradina; Órgão julgador: 1ª Câmara Cível; Data do julgamento: 24/11/2015; Data de registro: 30/11/2015).

URV.

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APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DECLARATÓRIA C/C COBRANÇA DE DIFERENÇAS SALARIAIS RETROATIVAS – PRETENSÃO DE CONDENAÇÃO DO APELADO AO PAGAMENTO DAS DIFERENÇAS DE 11,98% SOBRE OS VENCIMENTOS INTEGRAIS DA AUTORA – MANTIDA A PREJUDICIAL DE PRESCRIÇÃO – RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. As diferenças remuneratórias decorrentes da conversão dos proventos dos servidores em URV, embora não possam ser compensadas com reajustes posteriores, ficam limitadas no tempo quando houver ocorrido a reestruturação da carreira, com a instituição de um novo regime remuneratório. Precedentes. Assim, tendo sido a ação ajuizada mais de cinco anos após a reestruturação da carreira dos servidores que serviu de limitador temporal para as diferenças remuneratórias cobradas, a manutenção da sentença que acolheu a prejudicial de prescrição é medida que se impõe. (0839533-32.2014.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Luiz Tadeu Barbosa Silva; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 5ª Câmara Cível; Data do julgamento: 02/02/2016; Data de registro: 03/02/2016).

SUBSÍDIO. ACORDO JUDICIAL. DIFERENCIAÇÃO.

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DECLARATÓRIA CUMULADA COM REVISÃO DE REMUNERAÇÃO E COBRANÇA – TRATAMENTO REMUNERATÓRIO DESIGUAL NÃO CONFIGURADO – LEI COMPLEMENTAR QUE SOMENTE RESPEITA SITUAÇÃO DE FATO CONSOLIDADA EM RAZÃO DE ACORDOS JUDICIAIS HOMOLOGADOS POR SENTENÇA – RECURSO IMPROVIDO.

1. A diferença remuneratória a que o apelante alega fazer jus trata-se, na verdade, de valores decorrentes de acordo judicial firmado por alguns policiais militares com o Estado de Mato Groso do Sul. 2. A Lei Complementar n.º 127/208, que instituiu o sistema remuneratório dos policiais militares por meio de subsídio, não violou o princípio da isonomia, mas respeitou a condição individual dos servidores que haviam ou não efetuado transação judicial anterior, respeitando-a, conforme expressa previsão legal.(0831265-23.2013.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Marcelo Câmara Rasslan; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 1ª Câmara Cível; Data do julgamento: 24/11/2015; Data de registro: 26/11/2015).

SUBSÍDIO. EXTENSÃO.

Agravo regimental em agravo de instrumento. 2. Gratificação de encargos especiais concedida aos coronéis da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. Extensão a militar de outra patente. Impossibilidade. Precedentes. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (AI 646525 AgR, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 11/03/2008, DJe-060 DIVULG 03-04-2008 PUBLIC 04-04-2008 EMENT VOL-02313-09 PP-01875).

PROGRESSÃO FUNCIONAL. VALIDADE.

RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. POLICIAL MILITAR. REMUNERAÇÃO. REESTRUTURAÇÃO. LEI COMPLEMENTAR

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ESTADUAL Nº 127/08 DO MATO GROSO DO SUL. SUBSÍDIO. FIXAÇÃO. VANTAGEM DENOMINADA INCORPORAÇÃO PM/BM. PAGAMENTO. IRREDUTIBILIDADE DE VENCIMENTOS. OBSERVÂNCIA. VALIDADE. PROGRESSÃO FUNCIONAL. TEMPO DE SERVIÇO NO POSTO OU GRADUAÇÃO. NÃO PREENCHIMENTO. RECURSO DESPROVIDO. I - A jurisprudência deste e. STJ é uníssona em reconhecer não existir direito adquirido do servidor a regime jurídico, sendo-lhe assegurada, tão-somente, a irredutibilidade de vencimentos. II - Observada essa condição, é possível que se altere sua composição remuneratória, retirando ou alterando a fórmula do cálculo de vantagens, gratificações, reajustes etc. III - A Lei Complementar nº 127/08 do Mato Grosso do Sul determinou o pagamento de subsídio aos integrantes da Polícia Militar, reunindo em uma só parcela a sua remuneração. IV - Nada obstante, para assegurar a irredutibilidade vencimental dos servidores, validamente previu, a título de complementação, a possibilidade da manutenção do pagamento de parcela intitulada "Incorporação PM / BM", antes recebida pelos militares. V - O reenquadramento dos militares do Estado do Mato Grosso do Sul, conforme os níveis de subsídios fixados pela LC nº 127/08, está condicionado ao tempo de efetivo exercício na corporação, não se computando, para essa finalidade, tempo exercido em outras carreiras. Recurso ordinário desprovido.

(RMS 30.118/MS, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 29/10/2009, DJe 23/11/2009)

NÃO HÁ DIREITO ADQUIRIDO A REGIME JURÍDICO.

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DECLARATÓRIA – MILITARES ESTADUAIS – ADVENTO DA LEI COMPLEMENTAR Nº 127/2008 – REESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA REMUNERATÓRIO – VANTAGEM PECUNIÁRIA MANTIDA PELO NOVO PADRÃO DE VENCIMENTO – MODIFICAÇÃO NA BASE DE CÁLCULO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. I – A Lei Complementar nº 127/2008, que dispõe sobre a reestruturação total do sistema remuneratório da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado, fixou novo padrão de vencimentos, alterando a remuneração básica dos servidores. II – É firme o entendimento no sentido de que a lei nova pode regular as relações jurídicas havidas entre os servidores públicos e a Administração, extinguindo, reduzindo ou criando vantagens, bem como determinando reenquadramentos, transformações ou reclassificações de cargos, não havendo falar em direito adquirido a regime jurídico, desde que observada a garantia à irredutibilidade de vencimentos. III - Não há que se falar em pagamento "a menor" da indenização pleiteada, eis que pelo princípio da legalidade que vincula toda a atividade administrativa, o pagamento da vantagem pecuniária denominada "horas de voo" sequer era devida por ausência de lei específica determinando as bases para seu pagamento. Impõe-se, pois, a improcedência do pedido, porquanto o art. 5º Lei Complementar nº 127/2008, não é auto aplicável e somente com a edição do Decreto n. 12.938/2010 é que se estabeleceu os parâmetros necessários ao pagamento da indenização perseguida pelos autores. (0080440-58.2009.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Marco André Nogueira Hanson; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 3ª Câmara Cível; Data do julgamento: 17/11/2015; Data de registro: 20/11/2015).

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APELAÇÃO CÍVEL – ADICIONAL DE PERICULOSIDADE – BOMBEIRO MILITAR – AUSÊNCIA DE LEI ESPECÍFICA REGULAMENTADORA – POSTERIOR MUDANÇA DE REGIME REMUNERATÓRIO – SUBSÍDIO – INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO – MANTIDA A CONDENAÇÃO DA PARTE VENCIDA AO PAGAMENTO DE HONORÁRIOS, NA FORMA DO ART. 12 DA LAJ – RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA. I) Se a legislação não prevê o valor ou índice do adicional de periculosidade, remetendo a matéria para lei específica, a verba a este título não pode ser exigida enquanto esta não for não editada. Ausente o elemento normativo necessário de que dependia a lei para ter eficácia plena, não há que se reconhecer o direito à percepção almejada. II) Instituído regime remuneratório de subsídio, com a extinção da possibilidade de pagamento do adicional, não há que se falar em ofensa a direito adquirido, porquanto, segundo pacífica orientação da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o servidor publico não possui direito adquirido à manutenção de determinado regime jurídico ou remuneratório. III) Se vencido for na demanda, a condenação é imposta mesmo à parte que litiga amparada pelo referido benefício, ficando sobrestada apenas a correspondente cobrança ou execução. (0808035-17.2011.8.12.0002 Apelação Relator(a): Juiz Jairo Roberto de Quadros; Comarca: Dourados; Órgão julgador: 2ª Câmara Cível; Data do julgamento: 30/06/2015; Data de registro: 01/07/2015).

LEGISLAÇÃO

LEI COMPLEMENTAR Nº 127, DE 15 DE MAIO DE 2008. Institui o sistema remuneratório, por meio de subsídio, para os servidores públicos integrantes das carreiras Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar, altera, acrescenta e revoga dispositivos da Lei Complementar nº 053, de 30 de agosto de 1990, e dá outras providências.

DECRETO Nº 12.588, DE 24 DE JULHO DE 2008. Regulamenta a vantagem pecuniária prevista no art. 12 da Lei nº 3.519, de 15 de maio de 2008, a ser paga aos militares estaduais que especifica, e dá outras providências.

Art. 1º A vantagem pecuniária de natureza indenizatória prevista no art. 12 da Lei nº 3.519, de 15 de maio de 2008, será paga aos militares estaduais nos termos deste Decreto, em retribuição ao exercício de atividades especiais.

Art. 2º A vantagem pecuniária mensal de que trata o art. 1º, observado o limite de noventa por cento do valor do vencimento do cargo DGA-1, será devida ao militar estadual:

II - em retribuição à prestação de serviço na Casa Militar, no exercício das funções de: (redação dada pelo Decreto nº 14.296, de 29 de outubro de 2015)

DECRETO Nº 12.638, DE 24 DE OUTUBRO DE 2008. Dispõe sobre vantagem pecuniária de natureza indenizatória aos policiais militares do Estado pelo exercício de atividades de ensino e instrução.

Art. 1º Ao policial militar ou bombeiro militar que ministrar aulas em cursos de formação ou aperfeiçoamento em organizações da segurança pública do Estado, para servidores da carreira militar, será paga vantagem indenizatória pelo exercício de atividades de ensino, de acordo com as disposições do art. 5º, inciso III e do art. 13 da Lei Complementar nº 127, de 15 de maio de 2008.

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DECRETO Nº 12.796, DE 3 DE AGOSTO DE 2009. Dispõe sobre a averbação de consignações em folha de pagamento de servidores públicos civis e militares da administração direta, autarquias, fundações e empresas públicas do Poder Executivo, e dá outras providências.

DECRETO Nº 12.938, DE 25 DE FEVEREIRO DE 2010. Dispõe sobre o pagamento da vantagem pecuniária de natureza indenizatória de que trata o inciso X do art. 5º da Lei Complementar nº 127, de 15 de maio de 2008.

Art. 1º A vantagem pecuniária de natureza indenizatória de que trata o art. 5º, inciso X da Lei Complementar nº 127, de 15 de maio de 2008, será paga aos integrantes dos Órgãos de Operações Aéreas de Segurança Pública e ou de Defesa Civil do Estado de Mato Grosso do Sul.

XI - fundo assistencial por tempo de serviço prestado;

XII - a transferência para a reserva remunerada, proporcional ou integral, a pedido ou reforma;

JURISPRUDÊNCIA

INDENIZAÇÃO. ATRASO NA CONCESSÃO. TRANSFERÊNCIA PARA A INATIVIDADE.

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO – MILITAR – DEMORA NA CONCESSÃO DA APOSENTADORIA EX OFFICIO – RESPONSABILIDADE DO ESTADO – AUSÊNCIA DE JUSTIFICATIVA PLAUSÍVEL – CULPA DEMONSTRADA – INDENIZAÇÃO DEVIDA – PROPORCIONAL AO TEMPO INDEVIDAMENTE LABORADO, COM BASE NO VENCIMENTO DA ÉPOCA DA PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE POLICIAL – JUROS DE MORA E CORREÇÃO – HONORÁRIOS – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. I - A demora na concessão de aposentadoria ex officio do servidor público gera responsabilidade civil do Estado, apto a gerar indenização em favor do militar compelido a trabalhar, quando já poderia fazer jus à mesma renda na inatividade, por proventos de aposentadoria. II - O montante indenizatório deve corresponder ao valor de um mês de vencimentos para cada mês efetivamente trabalhado pelo servidor, observando-se, de forma gradativa, as tabelas remuneratórias do cargo, a fim de compensar-lhe o tempo em que deveria estar em gozo do merecido descanso, ou seja, aposentado. III. O valor total da indenização deverá ser apurado em liquidação de sentença, devendo incidir, desde o momento em que deveriam ter sido pagas as remunerações (Súmula de n. 54 do STJ), os seguintes encargos acessórios de atualização da dívida: (a) até a entrada em vigor da Lei nº 11.960/09 os juros moratórios deverão ser de 6% (seis por cento) ao ano, com correção monetária pelo IPCA; (b) depois da entrada em vigor da Lei 11.960/09 a correção monetária e os juros de mora deverão ser computados de acordo com a redação original do art. 1º-F da Lei 9.494/1997; (c) a partir de 25.03.2015, a correção monetária deverá ser calculada pelo IPCA, mantendo-se os juros de mora na forma estabelecida no art. 1º-F da Lei 9.494/97. IV. Os honorários advocatícios devem ser arbitrados com moderação e justeza, mas sem caracterizar retribuição ínfima, de certa forma desestimulante e

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incompatível com a dignidade da profissão. Devem ser arbitrados com vistas ao caso concreto, de molde a que representem adequada remuneração ao trabalho profissional. (0004478-92.2010.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Marco André Nogueira Hanson; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 3ª Câmara Cível; Data do julgamento: 03/11/2015; Data de registro: 04/11/2015).

PROVENTOS. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. MILITAR INATIVO. REGIME PREVIDENCIÁRIO APLICÁVEL. COBRANÇA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. RELEVÂNCIA JURÍDICA E ECONÔMICA DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. (RE 596701 RG, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em 23/04/2009, DJe-113 DIVULG 18-06-2009 PUBLIC 19-06-2009 EMENT VOL-02365-08 PP-01610).

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ACUMULAÇÃO DE DOIS CARGOS DE MÉDICO POR MILITAR. IMPOSSIBILIDADE. ARTS. 42, § 1º, e 142, § 3º, II, da CONSTITUIÇÃO. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I - Com efeito, o art. 42, § 1º, combinado com o art. 142, § 3º, II, da Constituição, estabelece que o militar da ativa que tomar posse em cargo ou emprego civil permanente será transferido para a reserva. Assim, diante do caráter específico e restritivo da norma supracitada, não se justifica a interpretação extensiva conferida pelo acórdão recorrido no sentido de que o militar pode acumular dois cargos, ainda que se refiram a cargos de profissionais de saúde. Precedentes. II – Agravo regimental a que se nega provimento. (RE 741304 AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 03/12/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-250 DIVULG 17-12-2013 PUBLIC 18-12-2013).

RECURSO EXTRAORDINÁRIO – APOSENTADORIA – ACUMULAÇÃO. VALORES ORIUNDOS DE REFORMA MILITAR E PROVENTOS – POSSIBILIDADE. A ressalva contida no artigo 11 da Emenda Constitucional nº 20/1998 não exclui o recebimento simultâneo de valores relativos a reforma militar e proventos de aposentadoria de servidor que retornou ao serviço público antes da promulgação da referida Emenda.(AI 747057 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 20/08/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-181 DIVULG 13-09-2013 PUBLIC 16-09-2013).

ACUMULAÇÃO DE APOSENTADORIAS MILITAR E CIVIL. INGRESSO NO SERVIÇO PÚBLICO ANTES DA EDIÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20 DE 1998. POSSIBILIDADE. HIPÓTESE PREVISTA NA RESSALVA DETERMINADA PELO ART. 11 DA REFERIDA EMENDA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A restrição inaugurada pelo art. 11 da EC nº 20/98, no que pertine à impossibilidade de acumulação de proventos de aposentadoria dos servidores civis e dos militares, não se aplicam àqueles que tenham retornado ao serviço público antes da edição da referida emenda, ressalvado, em qualquer caso, o limite do teto remuneratório previsto no art. 37, XI, da CF. Precedentes: ADI 1.328, Plenário, Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJ 18.6.2004; AI 483.076-AgR-AgR, rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe 1º.12.2010; RE 382.389-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJe de 10.11.2006. 2. In casu, o acórdão recorrido assentou:

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“ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL MILITAR E CIVIL. APOSENTADORIA COMPULSÓRIA ESTATUTÁRIA. LEI N. 8.112/90. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS DE APOSENTADORIA CIVIL E DE REFORMA MILITAR. POSSIBILIDADE. RESSALVA DO ART. 11 DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/98. PRECEDENTES DO STF E DESTA CORTE. SENTENÇA MANTIDA. APELAÇÃO E REMESSA OFICIAL DESPROVIDAS. 1. O impetrante foi transferido para a reserva remunerada do Exército pelo Decreto de 09.04.1980, publicado em 10.04.1980 e em 15 de abril de 1980 foi contratado pela Presidência da República (Secretaria de Assuntos Estratégicos), sendo posteriormente lotado no Comando do Exército, tendo sido aberto processo administrativo para aposentadoria compulsória no cargo civil de analista de informações quando completou 70 anos de idade em 05.09.2004, no qual lhe foi exigida a opção pelos proventos da reserva remunerada ou pela aposentadoria civil. 2. A Emenda Constitucional nº 20/98 disciplinou a acumulação de proventos e vencimentos a partir da data de sua publicação, acrescentando o §10 ao art. 37 da CF/88, que vedou expressamente a cumulação de proventos civis e militares com vencimentos de cargo, emprego ou função pública, mas ressalvou, no seu art. 11, a percepção de proventos civis ou militares cumulada com a remuneração do serviço público para aqueles que tenham ingressado novamente no serviço público até a data da publicação da Emenda. 3. O impetrante ingressou no serviço público civil sob o regime celetista, e quando da promulgação da Constituição em 1988 havia implementado o requisito temporal de 5 (cinco) anos exigido pelo art. 19 do ADCT da CF/88, tendo, portanto, adquirido a estabilidade no emprego. Com o advento da Lei 8.112/90, foi transposto para o regime jurídico estatutário, nos termos do seu art. 243, com a conversão dos empregos em cargos públicos. Assim, como era estável no serviço público e estava amparado pela ressalva contida no art. 11 da EC 20/98, acumulou os proventos decorrentes da reforma militar e os vencimentos correspondentes ao cargo civil até a data da sua aposentadoria compulsória em 2004, quando passou a fazer jus aos respectivos proventos civis. 4. O art. 11 da Emenda Constitucional nº 20/98, em sua segunda parte, vedou expressamente a concessão de mais de uma aposentadoria pelo regime de previdência dos servidores civis previsto no art. 40 da Constituição Federal de 1988. No entanto, não há qualquer referência à concessão de proventos militares, estes previstos nos arts. 42 e 142 da CF/88. 5. Como o impetrante foi reformado na carreira militar em 1980 e ingressou no serviço público civil no mesmo ano, ou seja, antes da edição da EC 20/98, não ocorreu a acumulação de proventos decorrentes do art. 40 da CF/88 típica de servidores civis, vedada pelo art. 11 da EC 20/98, fazendo jus o mesmo à percepção de provento civil cumulado com provento militar, situação não alcançada pela proibição da referida Emenda. Precedentes do STF e desta Corte (STF, MS 25.192/DF, Plenário, Rel. Min. Eros Grau, DJ. 06/05/2005, p. 08; MS 24.958/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, Plenário, DJ. 01/04/2005, p. 06; AMS 2003.34.00.024321-5/DF, Rel. Juiz Federal Miguel Ângelo De Alvarenga Lopes (conv), Primeira Turma, DJ p.49 de 21/01/2008). 6. Sendo legal a acumulação de proventos civis de aposentadoria com proventos militares de reforma na forma pretendida, não pode prevalecer o procedimento da Administração no sentido de exigir a opção pelos proventos da reserva remunerada ou pela aposentadoria civil, e muito menos de exonerá-lo em caso de recusa, uma vez que o impetrante faz jus à percepção de sua aposentadoria compulsória no cargo civil cumulativamente com os proventos militares de reforma, nos termos do art. 40, §1º, II, da CF/88 c/c art. 11 da EC nº 20/98 e do art. 186, II, c/c art. 187, da Lei nº 8.112/90.” (grifos nossos).” 3. Agravo regimental desprovido. (AI 801096 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado

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em 06/12/2011, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-239 DIVULG 16-12-2011 PUBLIC 19-12-2011).

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. SERVIDOR MILITAR. TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA REMUNERADA. GRAU HIERÁRQUICO SUPERIOR. CÁLCULO DOS PROVENTOS. LEGISLAÇÃO LOCAL. REEXAME DE FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise da legislação local e o reexame do conjunto fático-probatório dos autos. Incidência das Súmulas nºs 280 e 279/STF. 2. Agravo regimental não provido. (ARE 863350 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 14/04/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-099 DIVULG 26-05-2015 PUBLIC 27-05-2015).

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. SERVIDOR MILITAR. FORMA DE CÁLCULO DOS PROVENTOS. MANUTENÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. DIREITO ADQUIRIDO A REGIME JURÍDICO. INEXISTÊNCIA. LEGISLAÇÃO LOCAL. FATOS E PROVAS. REEXAME. INADMISSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. É pacífica a jurisprudência da Corte de que não há direito adquirido à manutenção da forma de cálculo da remuneração do servidor, o que importaria em direito adquirido a regime jurídico, ficando assegurada, entretanto, a irredutibilidade de vencimentos. 2. Para dissentir do acórdão recorrido e acolher a tese do agravante de que teria havido decesso remuneratório, seria necessário analisar a legislação local e reexaminar os fatos e as provas dos autos, o que é inadmissível em recurso extraordinário. Incidência das Súmulas nºs 280 e 279/STF. 3. Agravo regimental não provido. (ARE 743072 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 27/05/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-122 DIVULG 23-06-2014 PUBLIC 24-06-2014).

ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. POLICIAL MILITAR. TRANSFERÊNCIA PARA RESERVA REMUNERADA COM PROVENTOS PROPORCIONAIS. LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL 53/90. POSSIBILIDADE. INTERPOSIÇÃO DO RECURSO PELA ALÍNEA D DO INC. III DO ART. 102 DA CONSTITUIÇÃO. DEFICIÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. (RE 576789 AgR, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 22/04/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-086 DIVULG 07-05-2014 PUBLIC 08-05-2014).

AGRAVO REGIMENTAL – PENSÃO-PECÚLIO – § 2º DO ARTIGO 117 DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N. 53/90 – PAGAMENTO AOS DEPENDENTES DO POLICIAL MILITAR – ARTIGO 23, II, "c" DA LEI N. 2.2072000 – PARÂMETRO A SER ADOTADO PARA O CÁLCULO E PAGAMENTO DO SUBSÍDIO – DÚVIDA ENTRE A APLICAÇÃO DA TABELA "A" OU A TABELA "B" DO ANEXO I DA LEI Nº 4.351/2003, QUE EQUIVALEM ÀS TABELAS I E II DA LEI COMPLEMENTAR 127/08 – APLICAÇÃO DA TABELA QUE ASSEGURA PARIDADE DE VENCIMENTOS E TRATAMENTO ISONÔMICO – RECURSO PROVIDO. (0019576-28.2007.8.12.0000 Agravo Regimental Relator(a): Des. Dorival Renato Pavan; Comarca: Campo Grande;

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Órgão julgador: Vice Presidência; Data do julgamento: 25/02/2015; Data de registro: 13/03/2015; Outros números: 19576282007812000050003).

Agravo regimental no recurso extraordinário. Servidor militar. Artigo 40, § 2º, da Constituição Federal. Inaplicabilidade. Pensão infortunística. Pensão previdenciária. Acumulação. Diferentes fundamentos legais. Preenchimento dos requisitos. Legislação local. Reexame de fatos e provas. Impossibilidade. Precedentes. 1. A Corte já se manifestou no sentido de que não se aplica aos militares a vedação imposta aos servidores públicos civis constante do art. 40, § 2º, da Constituição Federal. 2. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise da legislação local e o reexame de fatos e provas dos autos. Incidência das Súmulas nºs 280 e 279/STF. 3. Agravo regimental não provido. (RE 901844 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 27/10/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-250 DIVULG 11-12-2015 PUBLIC 14-12-2015).

XIII - as férias anuais remuneradas com adicional de 1/3 (um terço) da remuneração de seu posto ou de sua graduação; (alterado pelo art. 31 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.)

JURISPRUDÊNCIA

FÉRIAS. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. IMPOSTO DE RENDA.

“Impossibilidade da incidência de contribuição previdenciária sobre o terço constitucional de férias. A jurisprudência do STF firmou-se no sentido de que somente as parcelas que podem ser incorporadas à remuneração do servidor para fins de aposentadoria podem sofrer a incidência da contribuição previdenciária.” (AI 710.361-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 7-4-2009, Primeira Turma, DJE de 8-5-2009.) No mesmo sentido: AI 712.880-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 26-5-2009, Primeira Turma, DJE de 11-9-2009.

TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE RENDA. ADICIONAL DE 1/3 (UM TERÇO) DE FÉRIAS GOZADAS. INCIDÊNCIA DA EXAÇÃO. 1. A jurisprudência tradicional do STJ é pacífica quanto à incidência do imposto de renda sobre o adicional (1/3) de férias gozadas. Precedentes: Pet 6.243/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, Primeira Seção, DJe 13/10/2008; AgRg no AREsp 450.899/MS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 11/03/2014; AgRg no AREsp 367.144/MG, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 28/02/2014; AgRg no REsp 1.112.877/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 03/12/2010; REsp 891.794/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe 30/03/2009; entre outros. 2. A conclusão acerca da natureza do terço constitucional de férias gozadas nos julgamentos da Pet 7.296/PE e do REsp 1.230.957/RS, por si só, não infirma a hipótese de incidência do imposto de renda, cujo fato gerador não está relacionado com a composição do salário de contribuição para fins previdenciários ou com a habitualidade de percepção dessa verba, mas, sim, com a existência, ou não, de acréscimo patrimonial, que, como visto, é patente quando do recebimento do adicional de férias gozadas. 3. Recurso especial provido, divergindo do voto do

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Sr. Ministro Relator. (REsp 1459779/MA, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Rel. p/ Acórdão Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/04/2015, DJe 18/11/2015).

PROCESSUAL CIVIL. RECURSOS ESPECIAIS. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA A CARGO DA EMPRESA. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. DISCUSSÃO A RESPEITO DA INCIDÊNCIA OU NÃO SOBRE AS SEGUINTES VERBAS: TERÇO CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS; SALÁRIO MATERNIDADE; SALÁRIO PATERNIDADE; AVISO PRÉVIO INDENIZADO; IMPORTÂNCIA PAGA NOS QUINZE DIAS QUE ANTECEDEM O AUXÍLIO-DOENÇA. 1. Recurso especial de HIDRO JET EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOS LTDA. 1.1 Prescrição. O Supremo Tribunal Federal ao apreciar o RE 566.621/RS, Tribunal Pleno, Rel. Min. Ellen Gracie, DJe de 11.10.2011), no regime dos arts. 543-A e 543-B do CPC (repercussão geral), pacificou entendimento no sentido de que, "reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerando-se válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005". No âmbito desta Corte, a questão em comento foi apreciada no REsp 1.269.570/MG (1ª Seção, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe de 4.6.2012), submetido ao regime do art. 543-C do CPC, ficando consignado que, "para as ações ajuizadas a partir de 9.6.2005, aplica-se o art. 3º, da Lei Complementar n. 118/2005, contando-se o prazo prescricional dos tributos sujeitos a lançamento por homologação em cinco anos a partir do pagamento antecipado de que trata o art. 150, § 1º, do CTN". 1.2 Terço constitucional de férias. No que se refere ao adicional de férias relativo às férias indenizadas, a não incidência de contribuição previdenciária decorre de expressa previsão legal (art. 28, § 9º, "d", da Lei 8.212/91 - redação dada pela Lei 9.528/97). Em relação ao adicional de férias concernente às férias gozadas, tal importância possui natureza indenizatória/compensatória, e não constitui ganho habitual do empregado, razão pela qual sobre ela não é possível a incidência de contribuição previdenciária (a cargo da empresa). A Primeira Seção/STJ, no julgamento do AgRg nos EREsp 957.719/SC (Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, DJe de 16.11.2010), ratificando entendimento das Turmas de Direito Público deste Tribunal, adotou a seguinte orientação: "Jurisprudência das Turmas que compõem a Primeira Seção desta Corte consolidada no sentido de afastar a contribuição previdenciária do terço de férias também de empregados celetistas contratados por empresas privadas". 1.3 Salário maternidade. O salário maternidade tem natureza salarial e a transferência do encargo à Previdência Social (pela Lei 6.136/74) não tem o condão de mudar sua natureza. Nos termos do art. 3º da Lei 8.212/91, "a Previdência Social tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada, tempo de serviço, desemprego involuntário, encargos de família e reclusão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente". O fato de não haver prestação de trabalho durante o período de afastamento da segurada empregada, associado à circunstância de a maternidade ser amparada por um benefício previdenciário, não autoriza conclusão no sentido de que o valor recebido tenha natureza indenizatória ou compensatória, ou seja, em razão de uma contingência (maternidade), paga-se à segurada empregada benefício previdenciário correspondente ao seu salário, possuindo a verba evidente natureza salarial. Não é por outra razão que, atualmente, o art. 28, § 2º, da Lei 8.212/91 dispõe expressamente que o salário maternidade é considerado salário de contribuição. Nesse contexto, a incidência de contribuição previdenciária

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sobre o salário maternidade, no Regime Geral da Previdência Social, decorre de expressa previsão legal. Sem embargo das posições em sentido contrário, não há indício de incompatibilidade entre a incidência da contribuição previdenciária sobre o salário maternidade e a Constituição Federal. A Constituição Federal, em seus termos, assegura a igualdade entre homens e mulheres em direitos e obrigações (art. 5º, I). O art. 7º, XX, da CF/88 assegura proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei. No que se refere ao salário maternidade, por opção do legislador infraconstitucional, a transferência do ônus referente ao pagamento dos salários, durante o período de afastamento, constitui incentivo suficiente para assegurar a proteção ao mercado de trabalho da mulher. Não é dado ao Poder Judiciário, a título de interpretação, atuar como legislador positivo, a fim estabelecer política protetiva mais ampla e, desse modo, desincumbir o empregador do ônus referente à contribuição previdenciária incidente sobre o salário maternidade, quando não foi esta a política legislativa. A incidência de contribuição previdenciária sobre salário maternidade encontra sólido amparo na jurisprudência deste Tribunal, sendo oportuna a citação dos seguintes precedentes: REsp 572.626/BA, 1ª Turma, Rel. Min. José Delgado, DJ de 20.9.2004; REsp 641.227/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 29.11.2004; REsp 803.708/CE, 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 2.10.2007; REsp 886.954/RS, 1ª Turma, Rel. Min. Denise Arruda, DJ de 29.6.2007; AgRg no REsp 901.398/SC, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 19.12.2008; REsp 891.602/PR, 1ª Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe de 21.8.2008; AgRg no REsp 1.115.172/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJe de 25.9.2009; AgRg no Ag 1.424.039/DF, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJe de 21.10.2011; AgRg nos EDcl no REsp 1.040.653/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJe de 15.9.2011; AgRg no REsp 1.107.898/PR, 1ª Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe de 17.3.2010. 1.4 Salário paternidade. O salário paternidade refere-se ao valor recebido pelo empregado durante os cinco dias de afastamento em razão do nascimento de filho (art. 7º, XIX, da CF/88, c/c o art. 473, III, da CLT e o art. 10, § 1º, do ADCT). Ao contrário do que ocorre com o salário maternidade, o salário paternidade constitui ônus da empresa, ou seja, não se trata de benefício previdenciário. Desse modo, em se tratando de verba de natureza salarial, é legítima a incidência de contribuição previdenciária sobre o salário paternidade. Ressalte-se que "o salário-paternidade deve ser tributado, por se tratar de licença remunerada prevista constitucionalmente, não se incluindo no rol dos benefícios previdenciários" (AgRg nos EDcl no REsp 1.098.218/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 9.11.2009). 2. Recurso especial da Fazenda Nacional. 2.1 Preliminar de ofensa ao art. 535 do CPC. Não havendo no acórdão recorrido omissão, obscuridade ou contradição, não fica caracterizada ofensa ao art. 535 do CPC. 2.2 Aviso prévio indenizado. A despeito da atual moldura legislativa (Lei 9.528/97 e Decreto 6.727/2009), as importâncias pagas a título de indenização, que não correspondam a serviços prestados nem a tempo à disposição do empregador, não ensejam a incidência de contribuição previdenciária. A CLT estabelece que, em se tratando de contrato de trabalho por prazo indeterminado, a parte que, sem justo motivo, quiser a sua rescisão, deverá comunicar a outra a sua intenção com a devida antecedência. Não concedido o aviso prévio pelo empregador, nasce para o empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço (art. 487, § 1º, da CLT). Desse modo, o pagamento decorrente da falta de aviso prévio, isto é, o aviso prévio indenizado, visa a reparar o dano causado ao trabalhador que não fora alertado sobre a futura rescisão contratual com a antecedência mínima estipulada na Constituição Federal (atualmente regulamentada pela Lei

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12.506/2011). Dessarte, não há como se conferir à referida verba o caráter remuneratório pretendido pela Fazenda Nacional, por não retribuir o trabalho, mas sim reparar um dano. Ressalte-se que, "se o aviso prévio é indenizado, no período que lhe corresponderia o empregado não presta trabalho algum, nem fica à disposição do empregador. Assim, por ser ela estranha à hipótese de incidência, é irrelevante a circunstância de não haver previsão legal de isenção em relação a tal verba" (REsp 1.221.665/PR, 1ª Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe de 23.2.2011). A corroborar a tese sobre a natureza indenizatória do aviso prévio indenizado, destacam-se, na doutrina, as lições de Maurício Godinho Delgado e Amauri Mascaro Nascimento. Precedentes: REsp 1.198.964/PR, 2ª Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe de 4.10.2010; REsp 1.213.133/SC, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJe de 1º.12.2010; AgRg no REsp 1.205.593/PR, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 4.2.2011; AgRg no REsp 1.218.883/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe de 22.2.2011; AgRg no REsp 1.220.119/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, DJe de 29.11.2011. 2.3 Importância paga nos quinze dias que antecedem o auxílio-doença. No que se refere ao segurado empregado, durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doença, incumbe ao empregador efetuar o pagamento do seu salário integral (art. 60, § 3º, da Lei 8.213/91 com redação dada pela Lei 9.876/99). Não obstante nesse período haja o pagamento efetuado pelo empregador, a importância paga não é destinada a retribuir o trabalho, sobretudo porque no intervalo dos quinze dias consecutivos ocorre a interrupção do contrato de trabalho, ou seja, nenhum serviço é prestado pelo empregado. Nesse contexto, a orientação das Turmas que integram a Primeira Seção/STJ firmou-se no sentido de que sobre a importância paga pelo empregador ao empregado durante os primeiros quinze dias de afastamento por motivo de doença não incide a contribuição previdenciária, por não se enquadrar na hipótese de incidência da exação, que exige verba de natureza remuneratória. Nesse sentido: AgRg no REsp 1.100.424/PR, 2ª Turma, Rel. Min.Herman Benjamin, DJe 18.3.2010; AgRg no REsp 1074103/SP, 2ª Turma, Rel.Min. Castro Meira, DJe 16.4.2009; AgRg no REsp 957.719/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 2.12.2009; REsp 836.531/SC, 1ª Turma, Rel.Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 17.8.2006. 2.4 Terço constitucional de férias. O tema foi exaustivamente enfrentado no recurso especial da empresa (contribuinte), levando em consideração os argumentos apresentados pela Fazenda Nacional em todas as suas manifestações. Por tal razão, no ponto, fica prejudicado o recurso especial da Fazenda Nacional. 3. Conclusão. Recurso especial de HIDRO JET EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOS LTDA parcialmente provido, apenas para afastar a incidência de contribuição previdenciária sobre o adicional de férias (terço constitucional) concernente às férias gozadas. Recurso especial da Fazenda Nacional não provido. Acórdão sujeito ao regime previsto no art. 543-C do CPC, c/c a Resolução 8/2008 - Presidência/STJ. (REsp 1230957/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 26/02/2014, DJe 18/03/2014).

XIV - afastamento temporário do serviço e as licenças;

XV - a demissão e o licenciamento a pedido;

XVI - o porte de arma quando Oficial, em serviço ativo ou na inatividade, salvo aqueles que sofram de qualquer alienação mental comprovada ou que tenham sido condenados por crime que desaconselhe o porte;

XVII - o porte de arma para as Praças com estabilidade assegurada, salvo aqueles que sofram de qualquer alienação mental comprovada ou que tenham sido condenados por crime ou

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procedimento administrativo que desaconselhe o porte, no último caso por decisão fundamentada do Comandante-Geral;

XVIII - o porte de arma para as demais Praças com as restrições impostas pela Polícia Militar;

XIX - receber do Estado, arma, munição e algema, quando de serviço;

XX - pensão militar e auxílio funeral;

JURISPRUDÊNCIA

PENSÃO MILITAR.

“Compete aos Estados-Membros dispor sobre os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, inclusive quanto aos direitos previdenciários. O benefício previdenciário instituído em favor dos dependentes de policial militar excluído da corporação representa uma contraprestação às contribuições previdenciárias pagas durante o período efetivamente trabalhado.” (RE 610.290, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 25-6-2013, Segunda Turma, DJE de 15-8-2013).

“O valor da pensão deixada por militar corresponde à totalidade dos vencimentos ou proventos por ele percebidos.” (RE 602.201-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 24-11-2009, Segunda Turma, DJE de 18-12-2009.) Vide: AI 548.235-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 16-5-2006, Segunda Turma, DJ de 9-6-2006.

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. SUPOSTA OFENSA AOS ARTS. 475 E 730 DO CPC. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO DO PLANO DE SEGURIDADE DO SERVIDOR PÚBLICO (PSS). RETENÇÃO. VALORES PAGOS EM CUMPRIMENTO DE DECISÃO JUDICIAL. INEXIGIBILIDADE DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE PROVENTOS E PENSÕES MILITARES. 1. O recurso especial não merece ser conhecido em relação a questão que não foi tratada no acórdão recorrido, sobre a qual nem sequer foram apresentados embargos de declaração, ante a ausência do indispensável prequestionamento (Súmulas 282 e 356 do STF, por analogia). 2. Após a vigência da EC 18/98, não há mais dúvida de que os militares não se caracterizam como servidores públicos, de modo que estão sujeitos a um regime jurídico próprio (dos militares). Como bem explica Lucas Rocha Furtado, "os militares são agentes públicos, mas não pertencem à categoria dos servidores públicos". Ressalte-se que "o regime a que submetem os militares não se confunde com aquele aplicável aos servidores civis, visto que têm direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos próprios" (RE 551.531/MG, Tribunal Pleno, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 27.6.2008). 3. A análise da legislação de regência autoriza conclusão no sentido de que a distinção de regimes entre os servidores públicos civis e os militares alcança o plano previdenciário, bem como as respectivas contribuições. Em se tratando de sistemas com regras diferenciadas, não é possível impor a retenção de contribuição ao PSS, na forma do art. 16-A da Lei 10.887/2004, sobre proventos ou pensões militares, em razão da ausência de previsão legal específica. 4. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido. (REsp

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1369575/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/12/2014, DJe 19/12/2014).

LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do respectivo ente estatal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003).

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 39. São servidores públicos militares os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.

§ 8º Aplica-se aos servidores a que se refere este artigo e a seus pensionistas o disposto no art. 40, §§ 4º e 5º, da Constituição Federal.

XXI - diárias de serviço;

XXII – Revogado pelo art. 39 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.

XXIII – Revogado pelo art. 39 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.

XXIV - creches para os filhos das policiais-militares, nos mesmos termos estabelecidos para os funcionários civis do Estado;

XXV - fardamento por conta do Estado;

JURISPRUDÊNCIA

APELAÇÃO CÍVEL – FARDAMENTO GRATUITO FORNECIDO AOS ALUNOS, SOLDADOS E CABOS PM/BM – REQUERIMENTO DE EXTENSÃO DA VANTAGEM A TODOS OS POLICIAIS MILITARES COM FUNDAMENTO NO PRINCÍPIO DA ISONOMIA – IMPOSSIBILIDADE – JUDICIÁRIO NÃO PODE REGULAMENTAR MATÉRIA RESERVADA A ELABORAÇÃO DE LEI – APLICAÇÃO DA SÚMULA 37 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – COMPLEMENTAÇÃO – REGULAR APLICAÇÃO DA IGUALDADE MATERIAL PELA NORMA. 01. O fardamento gratuito ou auxílio fardamento, apesar de não ser verba salarial, configura vantagem de caráter patrimonial conferida aos policiais e bombeiros militares. E a concessão de vantagens, assim como a alteração do subsídio, depende de Lei para ser concedida, nos termos do art. 37, X, da Constituição Federal. 02. Consoante disposição contida na Súmula Vinculante n. 37 do Supremo Tribunal Federal, o Poder Judiciário não pode atuar como legislador positivo a pretexto de fazer observar o princípio da isonomia, de modo que não é possível estender o fornecimento de fardamento gratuito aos policiais militares, sob o fundamento da isonomia. 03. A título de

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complementação, tendo em vista que não há isonomia hierárquica ou remuneratória entre oficiais, subtenentes e sargentos com alunos-oficiais, soldados e cabos, se justifica o tratamento normativo desigual na concessão de vantagens para aquisição de uniformes, com base na igualdade material. 04. Recurso provido para julgar improcedente o pedido. (0815826-35.2014.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Vilson Bertelli; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Câmara Cível; Data do julgamento: 15/09/2015; Data de registro: 22/09/2015).

XXVI - ao desagravo público;

XXVII - aplica-se aos policiais-militares o disposto nos artigos 37 e 38 da Constituição Estadual.

§ 1º Revogado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 123, de 20.12.2007 – DOMS, de 21.12.2007.

§ 2º São considerados dependentes do policial-militar:

a) o cônjuge, desde que não receba remuneração;

b) o filho menor de 21 anos;

c) a filha solteira, desde que não receba remuneração;

d) o filho inválido ou interdito;

e) o filho estudante até 24 anos, se universitário, que não receba remuneração;

JURISPRUDÊNCIA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL – PREVIDENCIÁRIO – PAGAMENTO DE PENSÃO À FILHA DE POLICIAL MILITAR – LEI COMPLEMENTAR N. 53/1990 – POSSIBILIDADE DE RECEBIMENTO ATÉ QUE O BENEFICIÁRIO COMPLETE 24 ANOS, OU ATÉ A COLAÇÃO DE GRAU, O QUE OCORRER PRIMEIRO – MANTIDA A SENTENÇA A QUO – EMBARGOS ACOLHIDOS SEM ALTERAÇÃO DO JULGADO. Acolhem-se os declaratórios para sanar a omissão quanto aos dispositivos constitucionais e legais prequestionados e não debatidos na decisão, mantendo, contudo, o resultado do acórdão objurgado, que negou provimento ao recurso. (0800059-63.2012.8.12.0053 Embargos de Declaração Relator(a): Des. Amaury da Silva Kuklinski; Comarca: Dois Irmãos do Buriti; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 05/08/2015; Data de registro: 07/08/2015; Outros números: 800059632012812005350000).

f) a mãe viúva, desde que não receba remuneração;

g) o enteado, o filho adotivo e o tutelado nas mesmas condições das alíneas “b”, “c”, “d” e “e”;

h) a viúva do policial-militar e os demais dependentes mencionados nas alíneas “b”, “c”, “d” e “g” deste parágrafo, desde que vivam sob a responsabilidade da viúva.

§ 3º São ainda considerados dependentes do policial-militar, desde que vivam sob a sua dependência econômica e quando expressamente declarados na organização policial-militar competente:

a) a filha, a enteada e a tutelada, na condição de viúva, separada judicialmente ou divorciada, desde que não receba remuneração;

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b) a mãe solteira, a madrasta viúva, a sogra viúva ou solteira bem como a separada judicialmente ou divorciada, desde que em qualquer dessas situações, não receba remuneração;

c) os avós e os pais, quando inválidos ou interditos, e respectivos cônjuges, estes desde que não recebam remuneração;

d) o pai maior de cinquenta anos e seu respectivo cônjuge, desde que não recebam remuneração;

e) o irmão, o cunhado e o sobrinho, quando menores, inválidos ou interditos, sem arrimo;

f) a irmã, a cunhada e as sobrinhas solteiras, viúvas, separadas judicialmente ou divorciadas, desde que não recebam remuneração;

g) o neto, órfão menor, inválido ou interdito;

h) a pessoa que viva, no mínimo, há cinco anos, sob exclusiva dependência econômica do policial-militar, comprovada mediante justificação judicial;

i) a companheira, desde que viva em sua companhia há mais de 02 (dois) anos comprovados por justificação judicial;

j) o menor que esteja sob sua guarda, sustento e responsabilidade mediante autorização judicial.

§ 4º Para efeito do disposto no parágrafo anterior deste artigo não serão considerados como remuneração os rendimentos não provenientes de trabalho assalariado, ainda que recebidos dos cofres públicos, ou a remuneração que, mesmo resultante de relação de trabalho, não enseje ao dependente do policial-militar qualquer direito à assistência previdenciária oficial.

JURISPRUDÊNCIA

Agravo regimental no agravo de instrumento. Previdenciário. Servidor público militar. Pensão por morte. Integralidade. Autoaplicabilidade do art. 40, § 5º, da CF (redação original). Benefícios concedidos antes da Constituição Federal de 1988. Extensão. Precedentes. 1. A norma inserta no art. 40, § 5º, da Constituição Federal, que, em sua redação original, previa a percepção por inativos e pensionistas da totalidade dos vencimentos ou proventos a que fariam jus os servidores se em atividade estivessem, tinha aplicabilidade imediata, inclusive com relação às pensões estatutárias concedidas antes da promulgação da Constituição atual. 2. Agravo regimental não provido. (AI 747121 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 22/04/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-104 DIVULG 29-05-2014 PUBLIC 30-05-2014).

ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. POLICIAL MILITAR EXCLUÍDO DA CORPORAÇÃO. MORTE FICTA. CONCESSSÃO DE PENSÃO AOS SEUS DEPENDENTES. LEI DISTRITAL 3.765/60. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. IMPOSSIBILIDADE. OFENSA MERAMENTE REFLEXA À CF/88. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. (RE 633677 AgR, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 12/05/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-098 DIVULG 25-05-2015 PUBLIC 26-05-2015).

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO ADMINISTRATIVO. INAPLICABILIDADE DO ART. 40, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO

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FEDERAL AOS SERVIDORES MILITARES. DIREITO À ACUMULAÇÃO DE PENSÕES PREVISTO NA LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA. SÚMULAS 279 E 280/STF. PREDEDENTES. O Supremo Tribunal Federal já assentou que não se aplica aos militares a vedação estabelecida para os servidores públicos civis constante do art. 40, § 2º, da Constituição. Precedentes. Hipótese em que a resolução da controvérsia demandaria a análise da legislação pertinente (Leis estaduais nºs 7.138/78, 7.366/80 e 10.990/97) e o reexame dos fatos e provas constantes dos autos, o que é vedado em recurso extraordinário. Incidência das Súmulas 279 e 280/STF. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. Agravo regimental a que se nega provimento. (RE 814740 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 09/09/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-192 DIVULG 01-10-2014 PUBLIC 02-10-2014).

§ 5º O servidor militar que, em razão da função, envolver-se no atendimento de ocorrência em defesa da sociedade, mesmo não estando de serviço, será considerado para todos os efeitos legais como se em serviço estivesse. (Acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 157, de 19.12.2011 – DOMS, de 20.12.2011.)

§ 6º A situação que possa configurar a hipótese prevista no § 5º deste artigo deverá ser, devidamente, analisada pela Corregedoria da Corporação, com base em processo administrativo autuado para este fim. (Acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 157, de 19.12.2011 – DOMS, de 20.12.2011.)

§ 7º O relatório fundamentado da Corregedoria será submetido à decisão do Comandante-Geral, que não estará vinculada ao relatório apresentado. (Acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 157, de 19.12.2011 – DOMS, de 20.12.2011.)

Art. 48. O policial-militar que se julgue prejudicado ou ofendido por qualquer ato administrativo ou disciplinar de superior hierárquico poderá recorrer, segundo a legislação vigente na Corporação.

§ 1º O policial-militar, da ativa ou da inatividade, deverá sempre esgotar a via administrativa antes de submeter qualquer demanda à apreciação do Poder Judiciário, sem prejuízo dos prazos da Justiça.

JURISPRUDÊNCIA

RECURSO ORDINÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. ART. 51, § 3º, DO ESTATUTO DO MILITAR. EXAURIMENTO DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS PARA EVENTUAL ACESSO À VIA JUDICIAL. DECADÊNCIA DA IMPETRAÇÃO. OCORRÊNCIA. SÚMULA 430/STF. 1. O artigo 51, § 3º, do Estatuto dos Militares (Lei nº 6.880/80) distingue expressamente o recurso administrativo do pedido de reconsideração, estabelecendo a necessidade de exaurimento apenas dos recursos administrativos para eventual acesso do militar à via judicial. Precedente do Supremo Tribunal Federal. 2. Recurso improvido. (RMS 10.603/AC, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 03/05/2007, DJ 21/05/2007, p. 616).

§ 2º O direito de recorrer na esfera administrativa prescreverá:

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a) em 15 (quinze) dias corridos, a contar do recebimento da comunicação oficial, quanto ao ato que decorra da composição de quadro de acesso;

b) em 120 (cento e vinte) dias corridos nos demais casos.

JURISPRUDÊNCIA

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. PRESCRIÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA – QUINQUENAL – DECRETO 20.910/32 – PEDIDO ADMINISTRATIVO FORMULADO DEPOIS DO PRAZO DE CINCO ANOS – AUSÊNCIA DE RESTITUIÇÃO DO PRAZO PARA O AJUIZAMENTO DA AÇÃO – RECURSO CONHECIDO e DESPROVIDO. De acordo com o art. 1º, do Decreto n. 20.910/32, é quinquenal a prescrição das ações contra a Fazenda Pública. O pedido administrativo só suspende o prazo prescricional se formulado dentro do quinquênio previsto no Decreto n. 20.910/32. (062009-05.2011.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Odemilson Roberto Castro Fassa; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 27/01/2016; Data de registro: 29/01/2016): Portaria n. 08/PM-3/04, em 25.03.2004, que dispõe que "a recompensa concedida no § 1º retroagirá para o Curso de Formação de Soldados concluído a partir de 1985 e a do Curso de Formação de Cabos concluídos a contar de 1993".

§ 3º O pedido de reconsideração, a queixa e a representação não podem ser feitos coletivamente.

§ 4º O policial-militar da ativa que, nos casos cabíveis se dirigir ao Poder Judiciário, deverá participar, antecipadamente informando à autoridade a que estiver subordinado.

Art. 49. O policial-militar, quando ofendido no exercício do cargo, ou em razão dele, será publicamente desagravado.

Parágrafo único. O desagravo será promovido:

I - de ofício:

a) pelo Comandante-Geral da PMMS;

b) pelo Comandante, Chefe ou Diretor do policial-militar agravado.

II - mediante representação:

a) do ofendido ou seu procurador, e, no caso de morte, pelo cônjuge, ascendente ou descendente;

b) nos termos do item XXI do art. 5º da Constituição Federal.

Seção II

Da Remuneração

Art. 50. Revogado pela Lei Complementar n. 68, de 8.7.1993 – DOMS, de 9.7.1993.

Art. 51. Revogado pelo art. 39 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.

Art. 52. Revogado pelo art. 39 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.

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Art. 53. O policial-militar que se encontre na reserva remunerado ou reformado poderá desempenhar qualquer atividade remunerada sem prejuízo de sua remuneração de inatividade.

JURISPRUDÊNCIA

CUMULAÇÃO. CARGO CIVIL.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS DE MILITAR COM APOSENTADORIA CIVIL. EMENDA CONSTITUCIONAL N. 20/1998. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. A acumulação de proventos oriundos de reforma de militar com aqueles decorrentes do exercício de cargo civil somente é possível se a reforma ocorreu ainda na vigência da Carta de 1967 e a aposentadoria civil se deu antes da Emenda Constitucional n. 20/1998. (RE 577184 ED, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, julgado em 01/02/2011, DJe-083 DIVULG 04-05-2011 PUBLIC 05-05-2011 EMENT VOL-02515-01 PP-00140).

Art. 54. Os proventos da inatividade serão revistos e reajustados nos mesmos índices, sempre que se modificarem os vencimentos dos policiais-militares em serviço ativo.

JURISPRUDÊNCIA

PROVENTOS. REVISÃO.

“O sistema público de previdência social é fundamentado no princípio da solidariedade (art. 3º, I, da CB/1988), contribuindo os ativos para financiar os benefícios pagos aos inativos. Se todos, inclusive inativos e pensionistas, estão sujeitos ao pagamento das contribuições, bem como aos aumentos de suas alíquotas, seria flagrante a afronta ao princípio da isonomia se o legislador distinguisse, entre os beneficiários, alguns mais e outros menos privilegiados, eis que todos contribuem, conforme as mesmas regras, para financiar o sistema. Se as alterações na legislação sobre custeio atingem a todos, indiscriminadamente, já que as contribuições previdenciárias têm natureza tributária, não há que se estabelecer discriminação entre os beneficiários, sob pena de violação do princípio constitucional da isonomia.” (RE 450.855-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 23-8-2005, Primeira Turma, DJ de 9-12-2005).

PROVENTOS. INATIVIDADE.EXTENSÃO.

RECURSO. Extraordinário. Adicional de insalubridade. Lei Complementar Estadual nº 432/1985. Extensão. Policiais militares inativos. Precedentes. Repercussão geral reconhecida. Reafirmação da jurisprudência. Recurso improvido. É incompatível com a Constituição a extensão, aos policiais militares inativos e pensionistas, do adicional de insalubridade instituído pela Lei Complementar 432/1985 do Estado de São Paulo. (RE 642682 RG, Relator(a):

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Min. MINISTRO PRESIDENTE, julgado em 23/06/2011, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-171 DIVULG 05-09-2011 PUBLIC 06-09-2011 EMENT VOL-02581-02 PP-00370).

É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de que as vantagens remuneratórias denominadas ‘diárias operacionais’ e ‘abono policial’, concedidas aos militares em atividade do Estado do Ceará, de forma geral, são extensíveis aos militares aposentados e aos pensionistas, sob pena de violação do art. 40, § 8º, da CF.” (RE 389.213- AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 2-8-2011, Primeira Turma, DJE de 19-9-2011.) No mesmo sentido: RE 418.379-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 5-6-2012, Segunda Turma, DJE de 22-6-2012.

“A gratificação de comando, instituída pela Lei 6.403/1992, não é extensível aos policias militares da reserva.” (AI 682.394-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 28-4-2009, Primeira Turma, DJE de 22-5-2009).

Seção III

Da Promoção

Art. 55. O acesso da hierarquia policial-militar é seletivo, gradual e sucessivo, e será feito mediante promoções, de conformidade com o disposto na legislação e regulamentação de promoções de Oficiais e Praças, de modo a obter-se um fluxo regular e equilíbrio de carreira para os policiais-militares a que esses dispositivos se referem.

JURISPRUDÊNCIA

PROMOÇÃO.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL RECONHECIDA. REAFIRMAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. 2. Direito Administrativo. 3. Anistia política. Militar. Art. 8º do ADCT. Promoção. Quadro diverso. Impossibilidade. Recurso extraordinário não provido. (ARE 799908 RG, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, julgado em 01/05/2014, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-107 DIVULG 03-06-2014 PUBLIC 04-06-2014).

RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. MILITAR ANISTIADO. PRAÇA DA MARINHA. PROMOÇÃO POR MERECIMENTO E ANTIGUIDADE: GRADUAÇÃO DE SUBOFICIAL. PRETENSÃO DE PROMOÇÃO AO OFICIALATO (CAPITÃO-DE-FRAGATA). SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: DENEGAÇÃO. ORIENTAÇÃO EM CONSONÂNCIA COM A JURISPRUDÊNCIA DESTE SUPREMO TRIBUNAL. PRECEDENTES. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. (RMS 32076, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 13/08/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-170 DIVULG 29-08-2013 PUBLIC 30-08-2013).

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DIREITO ADMINISTRATIVO. 1. PROMOÇÃO DE POLICIAL MILITAR A POSTO DE HIERARQUIA SUPERIOR QUANDO DE SUA PASSAGEM PARA A INATIVIDADE. 2. LEIS ESTADUAIS DE REGÊNCIA DOS SERVIDORES MILITARES DEVEM SER SIMILARES ÀS DISPOSIÇÕES FEDERAIS SOBRE O TEMA. 3. MATÉRIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. PRECEDENTES. 4. INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.(ARE 717898 RG, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, julgado em 17/10/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-214 DIVULG 28-10-2013 PUBLIC 29-10-2013).

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356/STF. As questões constitucionais alegadas no recurso extraordinário não foram objeto de análise pelo Tribunal de origem. Incidência das Súmulas 282 e 356/STF. De todo modo, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 633.244-RG, Rel. Min. Gilmar Mendes, considerou que não há repercussão geral em processo que busca a análise de condições para a promoção de policial militar definidas em legislação local. Agravo regimental a que se nega provimento. (AI 536038 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 17/09/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-199 DIVULG 08-10-2013 PUBLIC 09-10-2013).

[...] 2. No Supremo Tribunal Federal, ao se interpretar o art. 8º do ADCT, ficou estabelecido que tal preceito constitucional "exige, para a concessão de promoções, na aposentadoria ou na reserva, é a observância, apenas, dos prazos de permanência em atividade inscritos nas leis e regulamentos vigentes, inclusive, em consequência, do requisito de idade-limite para ingresso em graduações ou postos, que constem de leis e regulamentos vigentes na ocasião em que o servidor, civil ou militar, seria promovido" (RE 165.438/DF, Relator Min. Carlos Velloso, Tribunal Pleno, DJ 5.5.2006). 3. Em sintonia com a orientação acima, o STJ fixou o entendimento de que o militar anistiado tem direito a todas as promoções a que faria jus se na ativa estivesse, considerando-se a situação dos paradigmas (§ 4º do art. 6º da Lei 10.529/2002). A possibilidade de promoção, contudo, é restrita ao quadro de carreira a que o militar pertencia à época da concessão da anistia política. Precedentes do STJ e do STF. [...] 5. Recurso Especial não provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ. (REsp 1357700 RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO,Julgado em 12/06/2013, DJE 28/06/2013).

PROMOÇÃO. ANTIGUIDADE. FUNÇÃO CIVIL.

ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. PROMOÇÃO DE MILITAR DA ATIVA DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. POSTO DE CORONEL. SOMENTE PELO CRITÉRIO DE MERECIMENTO. DECRETO-LEI 216/75. REVOGAÇÃO PELA LEI 443/81. INOCORRÊNCIA. ART. 142, § 3º, INCISO III, DA CF/88. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. I - Publicado o ato impugnado no Diário Oficial de 14/01/2002 e ajuizado o presente mandamus em 04/04/2002, não há que se falar em decadência do direito à impetração. II - Se o Decreto-lei nº 216/75, que dispõe sobre as promoções dos Oficiais da ativa da Polícia Militar do Estado do Rio de

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Janeiro, estabelece em seu art. 10 que a promoção para a vaga de Coronel da PM somente se dará pelo critério de merecimento, não há que se falar em direito líquido e certo à promoção para aquele posto pelo critério de antiguidade. III - Inconsistentes as alegações do recorrente no sentido de que o DL 216/75 teria sido revogado pela Lei 443/81 (Estatuto dos Policiais Militares do Estado do Rio de Janeiro), na medida em que não se pode cogitar em revogação de lei especial por lei geral de mesma hierarquia que não tenha regulado a matéria específica ali tratada. IV - O art. 142, § 3º, inciso III, da CF/88 não assegurou ao militar da ativa, enquanto agregado no exercício de cargo comissionado, o direito à promoção por antiguidade, mas tão-somente dispôs que o mesmo somente poderá ser promovido, enquanto permanecer nessa situação, segundo aquele critério. Recurso desprovido. (RMS 15.934/RJ, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 07/08/2003, DJ 08/09/2003, p. 343).

AGRAVO REGIMENTAL NOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. ANISTIA. MILITAR. ART. 8º DO ADCT. PROMOÇÃO RESTRITA AO POSTO QUE O MILITAR ALCANÇARIA SE TIVESSE SIDO REFORMADO PELOS TRÂMITES LEGAIS. PROMOÇÃO A CARREIRA DIVERSA. IMPOSSIBILIDADE. INADMISSIBILIDADE DO RE CONTRA ACÓRDÃO DO STJ. CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL SURGIDA NA INSTÂNCIA ORDINÁRIA. 1. As promoções concedidas na forma do artigo 8º do ADCT devem ser realizadas dentro da mesma carreira a que pertence o militar anistiado, nos termos da jurisprudência firmada pelo Plenário desta Corte. Precedentes: ARE 718.938-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 21/5/2013 e RE 630.868-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe 28/8/2012. 2. O recurso extraordinário contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça proferido em recurso especial só é cabível quando a questão constitucional objeto da controvérsia for diversa da decidida pela instância ordinária. Nesses casos, só é admissível o apelo extremo que a suposta violação constitucional tiver sido, originariamente, apreciada pela Corte Especial. Precedentes: AI 718.334-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 12/11/2012 e AI 761.983-AgR, Rel. Min. Ayres Britto, Segunda Turma, DJe 17/12/2010. 3. In casu, os acórdãos recorridos restaram assim assentados, in verbis: “AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL. ANISTIA. ART. 8º DO ADCT. INTERPRETAÇÃO. PROMOÇÕES. OBSERVÂNCIA DOS CRITÉRIOS LEGAIS. NECESSIDADE. LEI Nº 10.559/2002. NORMA REGULAMENTADORA. LIMITES” e "ADMINISTRATIVO. MILITAR. ANISTIA POLÍTICA. ART. 8.º DO ADCT. PROMOÇÃO. PRAÇA. SUBOFICIAL. CARREIRA DIVERSA. IMPOSSIBILIDADE”. 4. Agravo regimental DESPROVIDO. (ARE 740554 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 11/02/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-039 DIVULG 24-02-2014 PUBLIC 25-02-2014).

DIREITO – ORGANICIDADE E DINÂMICA. O Direito, especialmente o instrumental, é orgânico e dinâmico, não se podendo, sem previsão normativa, voltar a fase ultrapassada. MANDADO DE SEGURANÇA – PROVA. O mandado de segurança pressupõe a prova dos fatos articulados na inicial, descabendo abrir fase de instrução. ANISTIA POLÍTICA – PRAÇA – DESLIGAMENTO. O fato de a praça estar sujeita a desligamento e ser impossível a mesclagem de carreiras consubstancia óbice a que se chegue ao posto de Tenente-Coronel. Mostra-se inviável emprestar enfoque à anistia que acabe por assegurar ao beneficiário situação superior àquela não alcançada por ato político. (RMS

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28758, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 22/11/2011, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-231 DIVULG 05-12-2011 PUBLIC 06-12-2011).

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. REPERCUSSÃO GERAL PRESUMIDA. ARTIGO 323, § 1º, DO RISTF. ARTIGO 8º DO ADCT. ANISTIA. MILITAR. PROMOÇÃO POR MERECIMENTO. QUADROS DA CARREIRA MILITAR. CONTROVÉRSIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA. RECURSO DESPROVIDO. 1. A repercussão geral é presumida quando o recurso versar questão cuja repercussão já houver sido reconhecida pelo Tribunal, ou quando impugnar decisão contrária a súmula ou a jurisprudência dominante desta Corte (artigo 323, § 1º, do RISTF). 2. Nos termos da interpretação dada por esta Corte ao disposto no artigo 8º do ADCT, incluem-se no âmbito de incidência do benefício constitucional da anistia tanto as promoções fundadas no critério de antiguidade quanto no critério de merecimento, há de exigir-se, apenas, a observância dos prazos de permanência em atividades inscritas nas leis e regulamentos vigentes, inclusive, em consequência do requisito de idade-limite para ingresso em graduações ou postos que constem de leis e regulamentos vigentes na ocasião em que o servidor seria promovido. (Precedentes: RE n. 166.791-EDv, Relator o Ministro Gilmar Mendes, Plenário, DJe de 19.10.07; RE n. 628.570-ED, Relator o Ministro Gilmar Mendes, 2ª Turma, DJe de 23.03.11; RE n. 596.827-ED, 2ª Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 09.04.10). 3. Todavia, as promoções devem, necessariamente, ser feitas dentro do mesmo quadro da carreira militar (Precedente: RE 165.438, Relator o Ministro Carlos Velloso, Pleno, DJ de 05.05.06). 4. Entendimento diverso do adotado pelo acórdão recorrido sobre a estrutura dos quadros da carreira militar, demandaria, necessariamente, o reexame da legislação infraconstitucional que disciplina a espécie. Eventual ofensa à Constituição dar-se-ia de forma indireta, circunstância que impede a admissão do extraordinário (Precedente: RE 610.191-AgR, 2ª Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 7.11.11). 5. In casu, o acórdão recorrido assentou: “CONSTITUCIONAL. ANISTIA. PROMOÇÃO DE PRAÇA AOS QUADROS DE OFICIAIS DA ARMADA NOS TERMOS DO ART. 6º, § 3º, DA LEI Nº 10.559/2002. CARREIRA DIVERSA. IMPOSSÍVEL TRANSPOSIÇÃO AUTOMÁTICA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 1. Pretende o Autor, a condenação da Ré a promovê-lo na Reserva Remunerada à graduação de Capitão-Mar-e-Guerra com proventos de Contra-Almirante, na forma do art. 6º, § 3º, da Lei nº 10.559/2002, considerando cumpridos todos os requisitos exigíveis às promoções. 2. O Autor já foi declarado anistiado e promovido através da Portaria nº 233, de 29 de janeiro de 2004, com fulcro na Lei nº 10.559/2002, sendo-lhe reconhecido o direito às promoções à graduação de Suboficial com proventos de Segundo-Tenente das Forças Armadas (fls. 291). 3. A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, neste particular, agiu com acerto, eis que o Autor estava enquadrado como praça quando de sua exclusão das Forças Armadas, sendo certo que Suboficial é o ápice da carreira de praças. 4. A circunstância de o Supremo Tribunal Federal ter alterado seu posicionamento, quanto à interpretação do artigo 8º do ADCT, para afastar o critério subjetivo como condição de acesso a postos acima daquele em que se encontrava o anistiado quando de sua exclusão, com aferição de merecimento e realização de cursos e concursos (procedimentos seletivos) para promoção, não altera a conclusão. 5. As praças pertencem ao quadro de carreiras da estrutura militar, mas integram carreira distinta do oficialato. O anistiado que se encontrava no

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posto de marinheiro pode, independentemente de aferição de merecimento, avaliação em procedimento seletivo, ou de realização de curso, galgar promoção até o ápice da carreira das praças, qual seja, Suboficial. 6. O artigo 8º do ADCT dispõe que, para as promoções, devem ser ‘respeitadas as características e peculiaridades das carreiras dos servidores públicos civis e militares e observados os respectivos regimes jurídicos’, o que inviabiliza uma automática transposição de uma carreira para outra. Ademais, o artigo 6º da Lei 10.599/02 faz a mesma ressalva, e não poderia ser de outro modo, sob pena de inconstitucionalidade, na media em que expressamente menciona ser legislação regulamentadora do dispositivo constitucional, a exigir perfeita adequação com seu alcance em matéria de promoções. 7. Em outro julgado desta Corte, foi negada promoção semelhante à desejada nestes autos, por quem alcançou a promoção a Suboficial, onde restou consignado o ponto essencial para solução do litígio, qual seja, que a ‘promoção deferida pela administração, por força do reconhecimento do direito à anistia, já previa o grau hierárquico alcançável pelo militar, dentro do seu regime jurídico, que não prevê a ascensão a cargos de quadros de carreiras diversas’ (7ª Turma Especializada, AC 2007.51.01.007719-8, unânime, rel. Desembargador Sérgio Schwaitzer, julgamento em 26/03/2008). 8. No tocante à condenação de honorários advocatícios, a sentença, também não merece reparos, já que a quantia de R$ 1.000,00 (mil reais) determinada pelo magistrado a quo foi estabelecida com equidade e corresponde, praticamente, ao razoável percentual de 5% (cinco por cento) do valor da causa, previsto no art. 20, § 4º, do CPC. 9. Apelações improvidas.” 6. Agravo regimental a que se nega provimento. (RE 645084 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 26/06/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-175 DIVULG 04-09-2012 PUBLIC 05-09-2012).

LEGISLAÇÃO

DECRETO Nº 10.769, DE 9 DE MAIO DE 2002. Dispõe sobre a regulamentação de promoções de praças das Corporações Militares do Estado de Mato Grosso do Sul, e dá outras providências.

LEI Nº 61, DE 7 DE MAIO DE 1980. Dispõe sobre os critérios e as condições que asseguram aos Oficiais da Ativa da Policia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul o acesso na hierarquia policial-militar, mediante promoção, de forma seletiva, gradual e sucessiva e dá outras providências.

§ 1º O planejamento da carreira dos Oficiais e das Praças, obedecidas as disposições da legislação e regulamentação a que se refere este artigo, é atribuição do Comandante-Geral da Corporação, não podendo em cada posto ou graduação os claros excederem a 80% (oitenta por cento).

§ 2º A promoção é um ato administrativo e tem como finalidade básica à seleção dos policiais-militares para o exercício de funções pertinentes ao grau hierárquico superior.

JURISPRUDÊNCIA

PROMOÇÃO. CRITÉRIOS. SEXO.

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"Promoção de militares dos sexos masculino e feminino: critérios diferenciados: carreiras regidas por legislação específica: ausência de violação ao princípio da isonomia: precedente (RE 225.721, Ilmar Galvão, DJ de 24-4-2000.)" (AI 511.131-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 22-3-2005, Plenário, DJ de 15-4-2005.) No mesmo sentido: RE 523.317-ED, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 1º-2-2011, Primeira Turma, DJE de 3-3-2011; RE 597.539-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 12-5-2009, Segunda Turma, DJE de 29-5-2009. Vide: RE 489.064- ED, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 8-9-2009, Segunda Turma, DJE de 25-9-2009.

DIREITO ADMINISTRATIVO. 1. PROMOÇÃO DE POLICIAL MILITAR A POSTO DE HIERARQUIA SUPERIOR QUANDO DE SUA PASSAGEM PARA A INATIVIDADE. 2. LEIS ESTADUAIS DE REGÊNCIA DOS SERVIDORES MILITARES DEVEM SER SIMILARES ÀS DISPOSIÇÕES FEDERAIS SOBRE O TEMA. 3. MATÉRIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. PRECEDENTES. 4. INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. (ARE 717898 RG, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, julgado em 17/10/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-214 DIVULG 28-10-2013 PUBLIC 29-10-2013 ).

§ 3º Revogado pela Lei Complementar n. 143, de 31.3.10 – DO-MS, de 1º.4.10.

§ 4º O policial militar que entrar no quadro de acesso para a promoção, também é corresponsável juntamente com o seu comandante, chefe ou diretor, pelo cumprimento dos prazos, bem como pela remessa dos documentos exigidos para sua promoção, exceto se comunicar por escrito o superior responsável, no mínimo 15 (quinze) dias antes de findar os prazos previstos para remessa da documentação ao órgão competente. (Acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 157, de 19.12.2011 – DOMS, de 20.12.2011.)

Art. 55-A. Para ser promovido, é necessário que o policial militar satisfaça os requisitos essenciais estabelecidos nesta Lei, para cada posto ou graduação e em legislação específica, se houver, e que esteja em pleno exercício de seus direitos e não possua impedimentos de ordem legal.

(Art. 55-A acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 157, de 19.12.2011 – DOMS, de 20.12.2011.)

JURISPRUDÊNCIA

PROMOÇÃO. REQUISITOS. CUMPRIMENTO.

Recurso extraordinário. Repercussão geral da questão constitucional reconhecida. Reafirmação de jurisprudência. 2. Direito Administrativo. 3. Anistia política. Militar. Art. 8º do ADCT. Promoção. Quadro diverso. Impossibilidade. Recurso extraordinário não provido. (ARE 799908 RG, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, julgado em 01/05/2014, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-107 DIVULG 03-06-2014 PUBLIC 04-06-2014).

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RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA LEGAL – REPERCUSSÃO GERAL – INEXISTÊNCIA – POLICIAL MILITAR – PROMOÇÃO. O Supremo, consignando a natureza infraconstitucional da matéria, concluiu não ter repercussão geral o tema relativo à necessidade de cumprimento dos requisitos impostos por legislação estadual para a promoção de Policial Militar a graduação posterior. (ARE 856642 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 12/05/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-099 DIVULG 26-05-2015 PUBLIC 27-05-2015).

Agravo regimental no recurso extraordinário. Constitucional. Anistia. Militar. Artigo 8º do ADCT. Promoção. Observância do quadro de carreira. Necessidade. Repercussão geral reconhecida. Reafirmação da jurisprudência. Precedentes. 1. Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o art. 8º do ADCT abrange as promoções tanto por antiguidade quanto por merecimento, desde que compreendidas no quadro da carreira a que pertencia o anistiado e desde que observados os prazos de permanência em atividade previstos nas normas de regência. 2. O Plenário da Corte, no exame do ARE nº 799.908/RJ-RG, Relator o Ministro Gilmar Mendes, reafirmou a jurisprudência no sentido da impossibilidade de os anistiados políticos, nos moldes do art. 8º do ADCT, serem promovidos a carreira diversa da que pertenciam quando em atividade. 3. Agravo regimental não provido. (RE 749339 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 23/09/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-225 DIVULG 14-11-2014 PUBLIC 17-11-2014).

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. MILITAR DA AERONÁUTICA. CRITÉRIOS DIFERENCIADOS DE PROMOÇÃO PARA OS SEXOS MASCULINO E FEMININO. POSSIBILIDADE. NÃO VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA. PRECEDENTES. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pacífica no sentido de que não viola o princípio da isonomia a adoção, pela Aeronáutica, de critérios diferenciados de promoção para os sexos masculino e feminino. Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento. (RE 445999 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 05/08/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-163 DIVULG 22-08-2014 PUBLIC 25-08-2014).

MANDADO DE SEGURANÇA – PROMOÇÃO POR MERECIMENTO AO POSTO DE CORONEL DA PMMS – TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO NA CONDIÇÃO DE PRAÇA – COMPUTO – IMPOSSIBILIDADE – ESCOLHA DO MILITAR – JUÍZO DISCRICIONÁRIO DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO EXERCIDO A PARTIR DA LISTA DE PROMOÇÃO POR MERECIMENTO – LEGALIDADE – DENEGAÇÃO DA SEGURANÇA – MEDIDA QUE SE IMPÕE. A carreira de oficial do quadro auxiliar da PMMS não é uma continuidade da carreira de praças da PMMS, apesar de comporem a estrutura hierárquica militar, devendo para efeitos de promoção ser calculado o tempo de serviço no oficialato e não na carreira militar. Uma vez definidos os candidatos aptos a integrarem a lista para promoção ao cargo de Coronel, a escolha será feita livremente pelo Chefe do Poder Executivo Estadual por intermédio do critério de conveniência e oportunidade da administração. (1409624-59.2015.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Júlio Roberto Siqueira Cardoso; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: Órgão Especial; Data do julgamento: 25/11/2015; Data de registro: 14/01/2016). EXTRATO DO VOTO VENCEDOR

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DO RELATOR: (...) No que tange, a segunda alegação do impetrante de que inexiste previsão na legislação estadual para que ocorra a escolha discricionária do nome dos militares contidos na Lista de Promoção por Merecimento por parte do Governador, tenho que não merece guarida. É certo que o Colegiado do Órgão Especial já enfrentou a questão quando do julgamento do Mandado de Segurança n.º 1415796-51.2014.8.12.0000, sendo que na ocasião duas teses foram albergadas. Segue a ementa do julgado: EMENTA - MANDADO DE SEGURANÇA - PROMOÇÃO POR MERECIMENTO AO POSTO DE CORONEL DA PM - MILITAR QUE SE ENCONTRAVA EM DISPONIBILIDADE NO MINISTÉRIO PÚBLICO - LC 53/90 - IMPETRANTES PRETERIDOS NA PROMOÇÃO - DIREITO LÍQUIDO E CERTO - SEGURANÇA CONCEDIDA. A promoção na carreira militar é ato administrativo vinculado. Não obstante a abertura de vagas para a promoção de militar federal seja um ato administrativo discricionário, a partir do momento em que o edital é publicado, o administrador fica vinculado a todos os termos ali consignados. A primeira corrente, encampada pelo e. Des. Relator Claudionor Miguel Abss Duarte, relator do feito e voto vencido na ocasião, sustenta em apertada síntese que “ (...) as promoções funcionais respeitaram fielmente as normas federais e especialmente o regramento estadual, na medida em que a promoção por merecimento constitui ato administrativo que depende intrinsecamente da discricionariedade do Chefe do Poder Executivo, posto que, além de critérios objetivos, envolve escolhas subjetivas. (...)” O segundo entendimento que restou vencedor naquele julgamento partiu do e. Des. Divoncir Schreiner Maran, no sentido de que: “(...) elaborada uma lista entre os candidatos que preencham os requisitos acima e em seguida enviada ao Governador para que este efetive a promoção, porém neste momento não lhe é autorizado "fugir" da ordem de classificação, ou seja, não é um ato discricionário, mas vinculado, em que deve respeitar a ordem de merecimento. (...)” Data vênia ao entendimento majoritário adotado pelo Colegiado naquele julgamento, ouso divergir para acompanhar os fundamentos acolhidos pela minoria. (...) Nesse desiderato, resta límpido, no meu sentir, que a promoção por merecimento do militar é direito que pressupõe a verificação das condições e limitações impostas na legislação e regulamentação específicas, fato esse bem observado pela Comissão de Promoção de Oficiais, tanto que não há insurgência a respeito dos nomes que compõem a lista mas, tão-somente, na disposição dos nomes, pois o impetrante sustenta que com o tempo de serviço prestado na condição de praça seria o primeiro da lista. Continuando o raciocínio, se a própria Comissão, após análise dos critérios legais, promove a classificação dos militares por ordem de merecimento e, nenhuma irregularidade é demonstrada no procedimento, por certo que a escolha realizada pelo Chefe do Poder Executivo de um dos nomes não extrapola a previsão legal. Isso porque, a escolha da graduação dos militares que poderão ser promovidos insere-se no poder discricionário da Administração Pública, que pode exercer livremente a escolha, de acordo com critérios de conveniência e oportunidade. (...) Outrossim, a promoção constitui ato discricionário da Administração, sendo cediço que é vedado ao judiciário interferir no mérito de tais atos sem aparente ilegalidade, salvo nas hipóteses em que apresentem vício de legalidade, o que não se vislumbra na hipótese dos autos.

MANDADO DE SEGURANÇA – CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO – PROMOÇÃO POR MERECIMENTO AO POSTO DE CORONEL DA POLÍCIA MILITAR – AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR E DECADÊNCIA – OCORRÊNCIAS NÃO DEMONSTRADAS – INEXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO – NÃO CONCESSÃO. Não há obrigação ao policial militar

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de esgotamento das vias administrativas antes de submeter demanda à apreciação do Poder Judiciário. Sendo a irresignação do mandamus direcionada ao Decreto "P" n.º 4.749, de 14 de novembro de 2014, este é o termo inicial para a contagem do prazo estabelecido pela Lei n.º 12.016/2009, e uma vez verificado que na data da impetração não havia transcorrido mais de 120 (cento e vinte) da publicação do ato, não há falar em decadência do direito. A função exercida por policial militar agregado ao Ministério Público Estadual possui natureza militar, conforme expressa definição do art. 76, § 1º, "a", da Lei Complementar Estadual n.º 53/90, e art. 2º, IV, da Lei Estadual n.º 2.280/01. Para fins de promoção ao posto de Coronel mostra-se incabível o cômputo de período em que o impetrante ainda não pertencia ao quadro de oficial da Polícia Militar. As vagas ao posto de Coronel serão de livre escolha do Governador, dentre os candidatos integrantes da "Lista de Escolha", que conterá o número de Tenentes-Coronéis equivalente a 50% (cinquenta por cento) do número total de componentes do Quadro de Acesso por Merecimento. Diferente do que ocorre ao posto de Tenente-Coronel, não existe na promoção ao último posto (Coronel) vinculação do Governador à ordem de classificação. Se o processo de escolha se deu com base em critérios legais, não há falar em violação ao direito líquido e certo. Mandado de Segurança que se nega concessão, em face da inocorrência de direito líquido e certo a ser tutelado.(1415730-71.2014.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Carlos Eduardo Contar; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: Órgão Especial; Data do julgamento: 28/10/2015; Data de registro: 10/12/2015).

CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO – MANDADO DE SEGURANÇA – POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL – EXPECTATIVA DE PROMOÇÃO – MAJOR – TENENTE-CORONEL – DISTRIBUIÇÃO DO EFETIVO (DECRETO ESTADUAL Nº 13.584/2013) QUE LIMITOU POSSIBILIDADE DE ASCENSÃO – PRELIMINAR DE INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA – INEXISTÊNCIA DE LEI EM TESE (SÚMULA 266 STF) – DECADÊNCIA NÃO CONFIGURADA – MUDANÇA DE REGIME JURÍDICO – INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO – AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO – SEGURANÇA DENEGADA. (1414588-32.2014.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Claudionor Miguel Abss Duarte; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: Órgão Especial; Data do julgamento: 25/02/2015; Data de registro: 03/03/2015).

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER – BOMBEIRO MILITAR – PROMOÇÃO – CLAROS EM ABERTO – REQUISITOS DA LC 53/90 NÃO PREENCHIDOS – RECURSO DESPROVIDO. 1. Nos termos da LC n. 53/90, cinco são os requisitos imprescindíveis à promoção dos militares: (a) existência de vaga na graduação pretendida; (b) interstício mínimo; (c) habilitação por curso de capacitação ou de formação específica; (d) ter um comportamento avaliado 'bom'; e (e) estar apto para o desempenho das atividades de acordo com atestado da Junta de Inspeção de Saúde da Corporação. 2. Ausente comprovação de preenchimento do interstício mínimo exigido para a graduação pretendida, não há se falar em promoção. (0011325-13.2010.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Fernando Mauro Moreira Marinho; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 3ª Câmara Cível; Data do julgamento: 06/10/2015; Data de registro: 21/10/2015).

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APELAÇÃO CÍVEL – MANDADO DE SEGURANÇA – PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA – JULGAMENTO CITRA PETITA – AFASTADA – FALTA DE INTERESSE DE AGIR SUPERVENIENTE – INOCORRÊNCIA – MÉRITO – ATO DE DESPROMOÇÃO DE POLICIAL MILITAR – ERRO NA APLICAÇÃO DE DECISÃO DENEGATÓRIA DE SEGURANÇA – EFEITOS DA TUTELA DE URGÊNCIA – RESTITUIÇÃO AO STATUS QUO ANTE – ATO ADMINISTRATIVO QUE A PRETEXTO DE DAR CUMPRIMENTO A ORDEM JUDICIAL CAUSA PREJUÍZO AO SERVIDOR – SEGURANÇA CONCEDIDA – RECURSO PROVIDO. Se as razões e motivos que levaram o magistrado singular a decidir da forma como decidiu estão delineadas nos autos, não há o que se falar em negativa de prestação jurisdicional pelo não preenchimento dos requisitos essenciais da sentença elencados no art. 458 do Código de Processo Civil. A Administração Pública apenas publicou a portaria do ato de promoção do apelante ao posto de 1ª Sargento da PMMS em cumprimento de ordem judicial, pelo que não há falta de interesse de agir superveniente. Inarredável o reconhecimento ao direito líquido e certo à anulação do ato administrativo que, a pretexto de aplicar decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça ("Não se aplica a teoria do fato consumado em casos de situações amparadas por medidas de natureza precária, como liminar e antecipação do efeito da tutela, não havendo que se falar em situação consolidada pelo decurso do tempo "), torna sem efeito a movimentação sub judice na carreira realizada pelo impetrante, desprezando a progressão a que faria jus caso não houvesse ajuizado a ação. (0027621-08.2013.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Sideni Soncini Pimentel; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 5ª Câmara Cível; Data do julgamento: 30/06/2015; Data de registro: 09/09/2015).

APELAÇÃO CÍVEL – DECLARATÓRIA – POLICIAL MILITAR – PROMOÇÃO EM RAZÃO DE LIMINAR CONCEDIDA EM MANDADO DE SEGURANÇA – DECISÃO PRECÁRIA – POSTERIOR REVOGAÇÃO DA MEDIDA – TEORIA DO FATO CONSUMADO – INAPLICABILIDADE.(0025870-59.2008.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Vilson Bertelli; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Câmara Cível; Data do julgamento: 10/02/2015; Data de registro: 26/02/2015).

APELAÇÃO CÍVEL - DECLARATÓRIA - PRELIMINARES DE FALTA DE INTERESSE DE AGIR E DE PERDA DO OBJETO AFASTADAS - POLICIAIS MILITARES - EXISTÊNCIA DE VAGAS PARA PROMOÇÃO EM FACE DO INSTITUTO DA AGREGAÇÃO - ART. 76 DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N. 53/90 - SENTENÇA MANTIDA. 01. A pretensão para que seja declarada a existência de vagas para o posto de Coronel da Polícia Militar prescinde da análise dos requisitos para a promoção. Preliminar de falta de interesse de agir afastada. 02. Ainda que tenham sido promovidos ao cargo de Tenente, posteriormente ao ajuizamento desta ação, não há perda do objeto, porquanto a declaração da existência de vagas para a promoção pode constituir fundamento para posterior requerimento de ressarcimento de preterição. Preliminar de perda do objeto afastada. 03. Nos termos dos artigos 76, 79, caput, e 81, I, todos da Lei Complementar n. 53/90, considera-se vacante o cargo ocupado por servidor militar agregado, permitindo que os militares mais antigos nos respectivos postos concorram à promoção ao respectivo cargo. Recurso não provido. (0124838-32.2005.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Vilson Bertelli; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Câmara Cível; Data do julgamento: 27/01/2015; Data de registro: 02/02/2015).

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Art. 55-B. A matrícula nos cursos de formação, de habilitação e de aperfeiçoamento das carreiras de Oficial e de Praça depende da comprovação dos requisitos essenciais estabelecidos nesta Lei, para cada posto ou graduação, e em legislação especifica, se houver.

Parágrafo único. O candidato que atenda às exigências previstas na legislação e na regulamentação vigentes, se for convocado para matricular-se no Curso de Formação, de Habilitação e de Aperfeiçoamento para o qual fora aprovado, deve comprovar até a data de encerramento da matrícula que preenche todos os requisitos legais, mediante apresentação da documentação constante no edital do concurso.

(Art. 55-B acrescentado pelo art. 3º da Lei Complementar n. 182, de 19.12.2013 – DOMS, de 23.12.2013.)

Art. 56. As promoções serão efetuadas pelo critério de antiguidade, de merecimento, de tempo de serviço, ou ainda, por bravura e “post-mortem”. (Caput alterado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 157, de 19.12.2011 – DOMS, de 20.12.2011.)

JURISPRUDÊNCIA

INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Lei complementar estadual. LC nº 206, de 26.06.2001, do Estado do Espírito Santo. Servidor público. Polícia militar e corpo de bombeiros. Praças. Promoção dita "peculiar". Necessidade da existência de cargo vago na classe ou nível superior da carreira. Interpretação conforme à Constituição, para esse fim. Ação julgada, em parte, procedente. É constitucional lei estadual que regule promoção, dita "peculiar", de praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, desde que se lhe subentenda, por interpretação conforme à Constituição, que cada promoção só pode efetivar-se quando exista, na classe ou nível superior, cargo vago. (ADI 2979, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 15/04/2004, DJ 04-06-2004 PP-00028 EMENT VOL-02154-02 PP-00203).

Art. 56. As promoções serão efetuadas pelo critério de antiguidade, de merecimento, ou ainda, por bravura e “post-mortem”. (Redação dada pela Lei Complementar nº 210, de 30 de novembro de 2015)

JURISPRUDÊNCIA

ATO DE BRAVURA.

REEXAME NECESSÁRIO E APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO JURÍDICO ADMINISTRATIVO C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER – POLICIAL MILITAR – PEDIDO DE PROMOÇÃO POR ATO DE BRAVURA – ATO DISCRICIONÁRIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – POSSIBILIDADE DO JUDICIÁRIO INTERVIR E ANALISAR O ATO ADMINISTRATIVO – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE – POLICIAL MILITAR QUE PREENCHEU OS REQUISITOS NECESSÁRIOS À CONCESSÃO – PROMOÇÃO DEVIDA – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS MANTIDOS – ISENÇÃO DAS CUSTAS – PREQUESTIONAMENTO – RECURSOS DESPROVIDOS. A promoção de policiais militares por ato de bravura decorre de natureza discricionária da

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administração pública, cabendo ao judiciário, portanto, a análise da legalidade e legitimidade do ato administrativo. Para que ocorra a promoção por ato de bravura, a ação praticada pelo policial militar deverá ultrapassar os limites normais do cumprimento do seu dever, representar feito indispensável ou útil às corporações militares pelos resultados alcançados, situações comprovadas nos autos. Nas ações em que for sucumbente a Fazenda Pública o juiz pode fixar os honorários advocatícios em um valor fixo ou em percentual incidente sobre o valor da causa ou da condenação, sempre de forma equitativa, nos termos dos §§ 3º e 4º do art. 20 do CPC. A Fazenda Pública Estadual e Municipal são isentas do pagamento das custas processuais remanescentes, nos termos do art. 24, inciso I, da Lei Estadual n. 3.779, de 11 de novembro de 2009 (Regimento de Custas Judiciais Estadual). Torna-se desnecessária a manifestação expressa a respeito dos dispositivos legais, porquanto, não está o magistrado obrigado a abordar artigo por artigo de lei, mas tão somente a apreciar os pedidos e a causa de pedir, fundamentando a matéria que interessa ao correto julgamento da lide. (0800425-29.2015.8.12.0011 Apelação Relator(a): Des. Eduardo Machado Rocha; Comarca: Coxim; Órgão julgador: 3ª Câmara Cível; Data do julgamento: 02/02/2016; Data de registro: 12/02/2016).

AGRAVO REGIMENTAL EM APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE NULIDADE DE ATO ADMINISTRATIVO C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER – PROMOÇÃO POR ATO DE BRAVURA – PRESCRIÇÃO QUINQUENAL – A PARTIR DA OCORRÊNCIA DO ATO NASCE O DIREITO PARA POSTULAR A PROMOÇÃO – RECURSO IMPROVIDO. (0832665-38.2014.8.12.0001 Agravo Regimental Relator(a): Juiz José Ale Ahmad Netto; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Câmara Cível; Data do julgamento: 26/01/2016; Data de registro: 27/01/2016; Outros números: 832665382014812000150000).

MANDADO DE SEGURANÇA – PRELIMINAR DE INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA – REJEITADA – MÉRITO – ATO DE BRAVURA – POLICIAL MILITAR – ATO DISCRICIONÁRIO DA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA – INTERVENÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO NO MÉRITO ADMINISTRATIVO – POSSIBILIDADE – INÉRCIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE – PROMOÇÃO AUTORIZADA – ORDEM CONCEDIDA COM O PARECER. O exame do ato administrativo realizado pelo Judiciário abrange o princípio da legalidade em sentido amplo, envolvendo a análise dos motivos determinantes para a omissão do ato, evitando-se abusos, arbitrariedades, incongruências entre a razão e a conclusão ou a finalidade da manifestação de vontade estatal. Demonstrado nos autos a situação fática vivida pelos policiais que, no exercício de suas atividades, agiram com audácia e bravura, sem titubear no estrito cumprimento do seu dever legal, têm eles a garantia de serem promovidos, nos termos da conclusão emanada pelo Conselho Especial que conduziu os trabalhos do processo administrativo. (1415729-86.2014.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Divoncir Schreiner Maran; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: Órgão Especial; Data do julgamento: 15/07/2015; Data de registro: 27/07/2015).

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO ORDINÁRIA – DIREITO ADMINISTRATIVO – POLICIAL MILITAR – PEDIDO DE PROMOÇÃO POR ATO DE BRAVURA – PARECER NEGATIVO DO CONSELHO ESPECIAL – AUSÊNCIA DE AÇÃO MERITÓRIA – ATO DISCRICIONÁRIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA –

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IMPOSSIBILIDADE DO PODER JUDICIÁRIO ANALISAR O MÉRITO ADMINISTRATIVO – IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. Sendo negativo o parecer do Conselho Especial acerca do pedido de promoção por ato de bravura, face a constatação de que não houve a ação meritória, não é permitido ao Poder Judiciário a análise da questão, uma vez que a concessão da referida promoção está adstrita à discricionariedade do administrador, estando referido ato submetido exclusivamente à conveniência e oportunidade da administração pública. Inviável, portanto, qualquer manifestação do Poder Judiciário quanto ao direito à concessão da promoção por ato de bravura, sob pena de invasão do espaço reservado pela lei à administração pública, imiscuindo-se no mérito administrativo. (0813657-75.2014.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Luiz Tadeu Barbosa Silva; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 5ª Câmara Cível; Data do julgamento: 07/07/2015; Data de registro: 08/07/2015).

MANDADO DE SEGURANÇA – PROMOÇÃO DE POLICIAL MILITAR À GRADUAÇÃO DE SARGENTO POR ATO DE BRAVURA – ATO NORMATIVO CONSTITUTIVO DO GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL – RECONHECIMENTO DO ATO DE BRAVURA MEDIANTE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DO CONSELHO ESPECIAL. IMPOSSIBILIDADE DE RETROATIVIDADE DOS EFEITOS À DATA DO FATO. PROMOÇÃO DEVIDA COM EFEITOS A PARTIR DA PUBLICAÇÃO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL – SEGURANÇA DENEGADA. (1414246-21.2014.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Fernando Mauro Moreira Marinho; Comarca: Não informada; Órgão julgador: Órgão Especial; Data do julgamento: 15/04/2015; Data de registro: 24/04/2015).

MANDADO DE SEGURANÇA – MILITAR APOSENTADO PROMOVIDO POR ATO DE BRAVURA – PEDIDO DE REAJUSTE PROVENTOS CONFORME NOVA GRADUAÇÃO – ATO DISCRICIONÁRIO DE RECOMPENSA E ESTÍMULO – DEVIDO O PAGAMENTO CONFORME A NOVA GRADUAÇÃO – REAJUSTE A PARTIR DA DATA DA PROMOÇÃO. (1414716-52.2014.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Vilson Bertelli; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 3ª Seção Cível; Data do julgamento: 16/03/2015; Data de registro: 19/03/2015).

MANDADO DE SEGURANÇA – ADMINISTRATIVO – PROMOÇÃO DE POLICIAL MILITAR POR ATO DE BRAVURA – DECADÊNCIA – PREFACIAL REJEITADA – IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO DO MÉRITO ADMINISTRATIVO – DECISÃO QUE SE ENCONTRA SUJEITA AOS CRITÉRIOS DE CONVENIÊNCIA E OPORTUNIDADE DA ADMINISTRAÇÃO – NÃO CONCESSÃO. (1410326-39.2014.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Carlos Eduardo Contar; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: Órgão Especial; Data do julgamento: 11/03/2015; Data de registro: 12/03/2015).

PROMOÇÃO. MILITAR AGREGADO.

MANDADO DE SEGURANÇA – PROMOÇÃO POR MERECIMENTO AO POSTO DE CORONEL DA PM – MILITAR QUE SE ENCONTRAVA EM

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DISPONIBILIDADE NO MINISTÉRIO PÚBLICO – LC 53/90 – IMPETRANTES PRETERIDOS NA PROMOÇÃO – DIREITO LÍQUIDO E CERTO – SEGURANÇA CONCEDIDA. A promoção na carreira militar é ato administrativo vinculado. Não obstante a abertura de vagas para a promoção de militar federal seja um ato administrativo discricionário, a partir do momento em que o edital é publicado, o administrador fica vinculado a todos os termos ali consignados.(1415796-51.2014.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Divoncir Schreiner Maran; Comarca: Não informada; Órgão julgador: Órgão Especial; Data do julgamento: 15/07/2015; Data de registro: 28/07/2015).

ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. PROMOÇÃO DE MILITAR DA ATIVA DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. POSTO DE CORONEL. SOMENTE PELO CRITÉRIO DE MERECIMENTO. DECRETO-LEI 216/75. REVOGAÇÃO PELA LEI 443/81. INOCORRÊNCIA. ART. 142, § 3º, INCISO III, DA CF/88. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. I - Publicado o ato impugnado no Diário Oficial de 14/01/2002 e ajuizado o presente mandamus em 04/04/2002, não há que se falar em decadência do direito à impetração. II - Se o Decreto-lei nº 216/75, que dispõe sobre as promoções dos Oficiais da ativa da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, estabelece em seu art. 10 que a promoção para a vaga de Coronel da PM somente se dará pelo critério de merecimento, não há que se falar em direito líquido e certo à promoção para aquele posto pelo critério de antiguidade. III - Inconsistentes as alegações do recorrente no sentido de que o DL 216/75 teria sido revogado pela Lei 443/81 (Estatuto dos Policiais Militares do Estado do Rio de Janeiro), na medida em que não se pode cogitar em revogação de lei especial por lei geral de mesma hierarquia que não tenha regulado a matéria específica ali tratada. IV - O art. 142, § 3º, inciso III, da CF/88 não assegurou ao militar da ativa, enquanto agregado no exercício de cargo comissionado, o direito à promoção por antiguidade, mas tão-somente dispôs que o mesmo somente poderá ser promovido, enquanto permanecer nessa situação, segundo aquele critério. Recurso desprovido. (RMS 15.934/RJ, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 07/08/2003, DJ 08/09/2003, p. 343).

PROMOÇÃO. NECESSIDADE DE VAGA.

INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Lei complementar estadual. LC nº 206, de 26.06.2001, do Estado do Espírito Santo. Servidor público. Polícia militar e corpo de bombeiros. Praças. Promoção dita "peculiar". Necessidade da existência de cargo vago na classe ou nível superior da carreira. Interpretação conforme à Constituição, para esse fim. Ação julgada, em parte, procedente. É constitucional lei estadual que regule promoção, dita "peculiar", de praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, desde que se lhe subentenda, por interpretação conforme à Constituição, que cada promoção só pode efetivar-se quando exista, na classe ou nível superior, cargo vago. (ADI 2979, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 15/04/2004, DJ 04-06-2004 PP-00028 EMENT VOL-02154-02 PP-00203).

§ 1º Em casos extraordinários, poderá haver promoção em ressarcimento de preterição.

JURISPRUDÊNCIA

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RESSARCIMENTO DE PRETERIÇÃO.

Agravo regimental em recurso ordinário em mandado de segurança. Ausência de direito líquido e certo. Militar. Não inclusão no quadro de acesso à promoção quando denunciado em processo criminal. Previsão de ressarcimento da preterição. Violação do princípio da presunção de inocência não configurada. Agravo regimental a que se nega provimento. 1. Não há direito líquido e certo a ser amparado em mandado de segurança quando a pretensão veiculada está condicionada ao êxito no mandado de segurança anterior. 2. Não viola o princípio da presunção de inocência a previsão normativa que não permite a inclusão de oficial militar no quadro de acesso à promoção quando denunciado em processo criminal, desde que haja previsão de ressarcimento da preterição. 3. Agravo regimental não provido. (RMS 31750 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 22/04/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-105 DIVULG 30-05-2014 PUBLIC 02-06-2014).

ADMINISTRATIVO. PROMOÇÃO. SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR. LEI N. 6652/79. ATO ADMINISTRATIVO VINCULADO. 1. Determina o art. 60, § 2º, da Lei n. 6652/79 que "a promoção de Policial-Militar feita em ressarcimento de preterição será efetuada segundo os princípios de antiguidade ou merecimento, recebendo ele o número que lhe competir na escala hierárquica, como se houvesse sido promovido, na época devida, pelo princípio em que ora é feita sua promoção". 2. A promoção na carreira militar é ato administrativo vinculado. Não obstante a abertura de vagas para a promoção de militar federal seja um ato administrativo discricionário, a partir do momento em que o edital é publicado, o administrador fica vinculado a todos os termos ali consignados. 3. Restando comprovado que o impetrante foi preterido em sua promoção originária, fato inconteste nos autos, as demais promoções por tempo de serviço deverão ser efetuadas automaticamente em efeito cascata, aplicando a ficção jurídica de que o impetrante foi promovido como se tivesse participado do concurso de promoção por antiguidade. Recurso ordinário provido. (RMS 33.656/RR, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/04/2011, DJe 14/04/2011).

§ 2º A promoção do policial militar feita em ressarcimento de preterição será efetuada segundo os princípios de antiguidade, de merecimento intelectual e de tempo de serviço, recebendo ele o número que lhe competir na escala hierárquica, como se houvesse sido promovido na época pelo princípio que ora é feita sua promoção. (Alterado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 157, de 19.12.2011 – DOMS, de 20.12.2011.)

JURISPRUDÊNCIA

PROMOÇÃO. NECESSIDADE DE VAGA.

INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Lei complementar estadual. LC nº 206, de 26.06.2001, do Estado do Espírito Santo. Servidor público. Polícia militar e corpo de bombeiros. Praças. Promoção dita "peculiar". Necessidade da

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existência de cargo vago na classe ou nível superior da carreira. Interpretação conforme à Constituição, para esse fim. Ação julgada, em parte, procedente. É constitucional lei estadual que regule promoção, dita "peculiar", de praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, desde que se lhe subentenda, por interpretação conforme à Constituição, que cada promoção só pode efetivar-se quando exista, na classe ou nível superior, cargo vago. (ADI 2979, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 15/04/2004, DJ 04-06-2004 PP-00028 EMENT VOL-02154-02 PP-00203).

§ 3º O policial-militar só poderá ser promovido após inspeção feita em Junta de Inspeção de Saúde da Corporação, que deverá atestar a aptidão para o desempenho das atividades policiais-militares, inclusive opinando sobre sua readaptação.

§ 4º O policial-militar que vier a falecer em consequência de ferimento recebido em serviço, comprovado mediante inquérito sanitário de origem, será promovido post mortem, à data do falecimento, ao posto ou graduação imediatamente superior. (Alterado pela Lei Complementar n. 68, de 8.7.1993 – DOMS, de 9.7.1993.)

JURISPRUDÊNCIA

PENSÃO POST MORTEM.

DIREITO ADMINISTRATIVO E DIREITO PROCESSUAL CIVIL. POLICIAL MILITAR. PROMOÇÃO POST MORTEM. EFEITOS FINANCEIROS. PENSÃO. LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 53/90. APLICAÇÃO DA SÚMULA 280/STF. DEBATE DE ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA NÃO ENSEJA RECURSO EXTRAORDINÁRIO. MANEJO PELA ALÍNEA “C” DO ART. 102, III, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INADEQUAÇÃO. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 09.8.2012. A suposta ofensa aos postulados constitucionais somente poderia ser constatada a partir da análise da legislação infraconstitucional local apontada no apelo extremo, o que torna oblíqua e reflexa eventual ofensa, insuscetível, portanto, de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. Aplicação do óbice da Súmula 280/STF: “Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário”. Divergir do entendimento do acórdão recorrido quanto ao pagamento da diferença de pensão por morte a ora agravada - cuja complementação se refere aos estipêndios relativos a promoção post mortem, prevista no art. 56, § 4º, da Lei Complementar Estadual nº 53/90 -, exigiria a análise da legislação infraconstitucional aplicável à espécie e o reexame da moldura fática constante no acórdão regional, a inviabilizar o trânsito do recurso extraordinário. O Tribunal de origem não julgou válida lei local contestada em face da Constituição Federal, inviável a interposição do recurso extraordinário com fundamento no art. 102, III, “c”, da Constituição Federal. Agravo regimental conhecido e não provido. (ARE 760164 AgR, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Primeira Turma, julgado em 05/08/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-172 DIVULG 04-09-2014 PUBLIC 05-09-2014).

APELAÇÕES CÍVEIS - AÇÃO DECLARATÓRIA C/C COBRANÇA - PRELIMINARES - ILEGITIMIDADE PASSIVA DO ESTADO - PRESCRIÇÃO TRIENAL - AFASTADAS - MÉRITO - PENSÃO POR MORTE - PROMOÇÃO

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POST MORTEM DE MILITAR - PREVISÃO LEGAL - ART. 56, § 4°, LC 53/90 - INCONSTITUCIONALIDADE - NÃO OCORRÊNCIA - ISONOMIA - DIREITO DE RECEBIMENTO DA PENSÃO COM BASE NO SOLDO DO CARGO SUPERIOR - JUROS E CORREÇÃO - ÍNDICE DA POUPANÇA - RECURSO DO ESTADO PARCIALMENTE PROVIDO - RECURSO DA AGEPREV IMPROVIDO.' (0001516-84.2010.8.12.0005 Apelação Relator(a): Des. Paschoal Carmello Leandro; Comarca: Aquidauana; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 25/10/2011; Data de registro: 04/11/2011).

Art. 57. Revogado pelo art. 39 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.

JURISPRUDÊNCIA

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR. PROMOÇÃO. TRANSFERÊNCIA PARA RESERVA REMUNERADA. ART. 57 DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL 53/90. REPERCUSSÃO GERAL REJEITADA PELO PLENÁRIO DO STF NO ARE 717.898. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. 1. A promoção de Policial Militar a posto hierarquicamente superior quando da sua passagem para a Reserva Remunerada, posto controvérsia de natureza infraconstitucional, não revela repercussão geral apta a tornar o apelo extremo admissível, consoante decidido pelo Plenário Virtual do STF, na análise do ARE nº 717.898, da Relatoria do Min. Gilmar Mendes. 2. In casu, o acórdão extraordinariamente recorrido assentou: “APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER – PROMOÇÃO DE POLICIAL MILITAR AO GRAU HIERARQUICAMENTE SUPERIOR EM RAZÃO DE TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA REMUNERADA – ILEGALIDADE DO ARTIGO 57 DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N. 53/90 POR AFRONTA A LEI FEDERAL – ACRÉSCIMO PECUNIÁRIO AO MILITAR OCUPANTE DO ÚLTIMO POSTO DA HIERARQUIA QUANDO TRANSFERIDO PARA A INATIVIDADE – PRECEDENTES – SENTENÇA REFORMADA – RECURSO PROVIDO.” 3. Agravo regimental DESPROVIDO. (ARE 748830 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 26/08/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-175 DIVULG 09-09-2014 PUBLIC 10-09-2014).

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. MILITAR. REFORMA. PROMOÇÃO AO POSTO IMEDIATAMENTE SUPERIOR. INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO. ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO LOCAL. DL Nº 260/70 E LC Nº 5.451/86. SÚMULA 280 DO STF. PRECEDENTES. 1. A ofensa ao direito local não viabiliza o apelo extremo (Súmula 280 do STF). Precedentes: AI n. 646.866-AgR, Relator Ministro Ayres Britto, Segunda Turma, DJe de 20.4.2012 e AI n. 822.804-AgR, Relator Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 20.6.2012. 2. Inexiste direito adquirido à promoção ao posto imediatamente superior quando o preenchimento das condições para a aposentadoria ocorre e já existe norma legal e constitucional que não mais a admite. Precedente: RE n. 114.282, Relator Ministro Menezes Direito, Primeira Turma, DJe de 6.11.2009. 3. Os princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, da motivação das decisões judiciais, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, quando a verificação de sua ofensa dependa do reexame prévio de normas

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infraconstitucionais, revelam ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal, o que, por si só, não desafia a abertura da instância extraordinária. Precedentes: AI 804.854-AgR, 1ª Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 24/11/2010 e AI 756.336-AgR, 2ª Turma, Rel. Min. Ellen Gracie, DJe de 22/10/2010. 4. In casu, a sentença foi mantida por seus próprios fundamentos: “Na situação em exame, o autor entrou para a inatividade em 1999 e sua situação não se amolda à previsão da Constituição Estadual. O artigo 30 do ADCT da Constituição Estadual de 1989 conferiu mais um grau ou posto aos que se inativaram e não foram beneficiados por lei posterior a 15.03.68. A questão já foi apreciada pelo Tribunal de Justiça, em desfavor da pretensão do requerente: ‘Policial militar – Art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Estadual – DL n. 260/70, art. 29, III, ‘a’ e Lei Complementar n. 5.451/88 – Promoção na inatividade – O art. 30 do ADCT aplica-se somente aos que já estavam na inatividade ao tempo de sua promulgação, não aos que se inativaram posteriormente, pois outra interpretação transformaria em disposição permanente o que o legislador pretendeu fosse transitório – Os policiais militares que estavam na ativa quando promulgada a Constituição Estadual e/ou foram beneficiados por uma promoção após 15.03.68, não atendem os requisitos dessa disposição excepcional – O autor inativou-se após a Constituição Estadual e foi promovido a cabo quando inativado – Sentença que negou a promoção, mantida. Recurso voluntário improvido.’ (Apelação Cível n. 094.807-5/ 4-00 Sétima Câmara de Direito Público, vu j. 23.04.2001, Relator Des. TORRES DE CARVALHO). 5. Agravo regimental a que se nega provimento. (ARE 697008 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 11/09/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-188 DIVULG 24-09-2012 PUBLIC 25-09-2012).

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR. POLICIAL MILITAR. ESTADO DO CEARÁ. RESERVA REMUNERADA. PROMOÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. RESSARCIMENTO DE PRETERIÇÃO. REQUISITOS NÃO COMPROVADOS. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. 1. Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 177, §§ 1º e 2º, da Constituição Estadual no julgamento da ADI 749/CE, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ. 25/4/2003, a norma foi expurgada do ordenamento jurídico, não servindo como parâmetro hábil a amparar o pedido de promoção. 2. De acordo com o Estatuto dos Policiais Militares do Estado do Ceará, norma que guarda paridade com a legislação federal, não há direito à promoção após a transferência do servidor para a reserva remunerada. Precedente: RMS 22242/CE, Rel. Ministro Felix Fischer, Quinta Turma, julgado em 29/11/2007, DJ 7/2/2008. 3. A reversão do policial militar à ativa, nos termos da Lei Estadual 12.098/93, ocorre por tempo determinado para o exercício de funções específicas, de cunho burocrático, mediante aceitação do servidor interessado. Ao optar por esse regime especial, o militar é remunerado por meio de pro labore, durante o período da prestação do serviço, sendo vedada a incorporação dessa parcela aos vencimentos do servidor, assim como a promoção. 4. O direito à promoção por ressarcimento de preterição é assegurado àquele que demonstre o deferimento de pleito administrativo de outro militar com tempo de serviço e qualificação inferiores aos do postulante. 5. No caso, há apenas a alegativa de que outros colegas da mesma turma do impetrante foram promovidos sem que fossem apresentados documentos que atestassem o cumprimento dos demais requisitos exigidos para a progressão na carreira, não estando comprovado o direito líquido e certo vindicado no mandamus. 6. Recurso ordinário em mandado de segurança a que se nega provimento. (RMS 44.401/CE, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 25/03/2014, DJe 10/04/2014).

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APELAÇÃO CÍVEL – SENTENÇA EXTINTIVA – COISA JULGADA – POLICIAL MILITAR ESTADUAL – TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA REMUNERADA – PLEITO PARA A PERCEPÇÃO DE PROVENTOS CORRESPONDENTES AO GRAU HIERÁRQUICO IMEDIATAMENTE SUPERIOR – INTERPRETAÇÃO DECORRENTE DO ARTIGO 24, ÚLTIMA PARTE, DO DECRETO FEDERAL N.º 667/69 – INADMISSIBILIDADE – PLEITO QUE INDIRETAMENTE REPERCUTE NA PROMOÇÃO AO GRAU HIERÁRQUICO SUPERIOR – OFENSA À COISA JULGADA – ILEGALIDADE DO ARTIGO 57, DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N.º 53/90, RECONHECIDA POR MEIO DE MANDADO DE SEGURANÇA ANTERIOR – MULTAS POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ E POR RECURSO PROTELATÓRIO AFASTADAS – SENTENÇA EXTINTIVA PARCIALMENTE REFORMADA – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.(0067893-83.2009.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Marcelo Câmara Rasslan; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 1ª Câmara Cível; Data do julgamento: 31/03/2015; Data de registro: 07/04/2015).

Seção IV

Das Férias e outros Afastamentos Temporários do Serviço

Art. 58. As férias são afastamentos totais do serviço concedidos, obrigatoriamente, aos policiais-militares.

JURISPRUDÊNCIA

PERÍODO AQUISITIVO.

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE COBRANÇA AJUIZADA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA – MILITAR DA RESERVA REMUNERADA – PRETENSÃO DE RECEBIMENTO DE INDENIZAÇÃO POR FÉRIAS NÃO GOZADAS – MANUTENÇÃO DA SENTENÇA QUE DECRETOU A PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO DE RECEBIMENTO DE INDENIZAÇÃO POR FÉRIAS NÃO GOZADAS E VENCIDAS ANTES DO QUINQUÊNIO ANTERIOR AO AJUIZAMENTO DA AÇÃO – APLICAÇÃO DA SÚMULA N. 85 DO STJ – IMPOSSIBILIDADE DE DIREITO A FÉRIAS PARA O SERVIDOR QUE, NO CURSO DO PERÍODO AQUISITIVO, TIROU LICENÇA MÉDICA POR MAIS DE SEIS MESES – APLICAÇÃO DO ART. 123, § 3º, INCISO II, DA LEI 1102/90 – RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. (Relator(a): Des. Luiz Tadeu Barbosa Silva; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 5ª Câmara Cível; Data do julgamento: 12/05/2015; Data de registro: 14/05/2015).

§ 1º As férias deverão ser gozadas até o vigésimo quarto mês subsequente ao período aquisitivo.

§ 2º Caso ocorra impossibilidade do gozo de férias ou haja interrupção pelos motivos previstos, o período de férias não gozadas será computado dia-a-dia, em dobro no momento da passagem do policial-militar para a inatividade.

JURISPRUDÊNCIA

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FÉRIAS. CONTAGEM.

PROCESSUAL CIVIL. MILITAR. PROVENTOS DO POSTO SUPERIOR. ART. 34 DA MEDIDA PROVISÓRIA 2.215-10/2001. CONTAGEM EM DOBRO DO PERÍODO DE FÉRIAS NÃO GOZADAS. NECESSIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 7/STJ. 1. O Tribunal de origem foi enfático ao assentar que não há provas de que o militar teria deixado de gozar férias em decorrência "de interesse da segurança nacional, de manutenção da ordem, de extrema necessidade do serviço, de transferência para a inatividade, ou para cumprimento de punição decorrente de contravenção ou de transgressão disciplinar de natureza grave", situações estas que justificariam a contagem em dobro do período para fins de transferência remunerada. Nessas circunstâncias, não há como acolher alegação em sentido diverso, o que demandaria reexame do conteúdo fático-probatório dos autos, vedado pela Súmula 7/STJ. 2. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1396075/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/09/2013, DJe 27/09/2013).

FÉRIAS. INDENIZAÇÃO.

AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL E REEXAME NECESSÁRIO - FÉRIAS DE POLICIAL MILITAR NÃO USUFRUÍDAS POR NECESSIDADE DO SERVIÇO - NÃO COMPUTADAS EM DOBRO POR OCASIÃO DA PASSAGEM PARA A RESERVA REMUNERADA, CONFORME PREVISÃO LEGAL - INDENIZAÇÃO CABÍVEL - IMPOSSIBILIDADE DE PAGAMENTO EM DOBRO. É de ser mantida a decisão monocrática que negou provimento ao recurso de apelação e manteve a sentença em apelação e reexame necessário, quando as razões expostas no recurso de agravo interno são insuficientes para alterar o entendimento nela exposto. Provimento negado. (0030595-57.2009.8.12.0001 Relator(a): Des. Vilson Bertelli; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Câmara Cível; Data do julgamento: 16/09/2014; Data de registro: 18/09/2014; Outros números: 30595572009812000150000).

SERVIÇO - PREVISÃO LEGAL DE CÔMPUTO EM DOBRO DO PERÍODO NO MOMENTO DA PASSAGEM PARA A RESERVA REMUNERADA - DIREITO AO RECEBIMENTO DE INDENIZAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE DE PAGAMENTO EM DOBRO. Férias com respectiva indenização é um direito assegurado pela Constituição Federal (art. 142, VIII) e, ao existir previsão legal expressa do cômputo em dobro do período de férias não gozadas, evidencia-se o direito ao recebimento da quantia referente ao pagamento das férias não usufruídas por necessidade do serviço, uma vez que é vedado à Administração Pública o enriquecimento sem causa. Embora inexistente vedação, para a percepção do valor em dobro seria necessário expressa previsão legal, de modo que, em sua ausência, há apenas direito constitucional ao recebimento de indenização equivalente ao valor que receberia, caso houvesse usufruído suas férias, conforme estabelecido na sentença. Recursos conhecidos e não providos. Em sede de reexame de sentença, mantém-se a sentença proferida. (0003968-79.2010.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Vilson Bertelli; Comarca: Campo

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Grande; Órgão julgador: 2ª Câmara Cível; Data do julgamento: 22/10/2013; Data de registro: 04/12/2013).

AGRAVO REGIMENTAL EM REEXAME NECESSÁRIO - PRESCRIÇÃO AFASTADA - DEVER DE INDENIZAR SERVIDOR QUE NÃO GOZOU FÉRIAS - PRECEDENTES - DECISÃO DE ACORDO COM ENTENDIMENTO DA CORTE SUPERIOR DE JUSTIÇA - REGIMENTAL QUE NÃO ACRESCENTA NENHUM ELEMENTO NOVO AOS AUTOS - AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO "(...) O Superior Tribunal de Justiça já assentou entendimento, segundo o qual o termo inicial da prescrição do direito de pleitear a indenização referente às férias não gozadas, tem início com a impossibilidade de não mais usufruí-las. Precedente: AgRg no Ag 515.611/BA, Rel. Ministro Gilson Dipp, Quinta Turma, DJ 25/2/2004 (...) Contando-se o prazo prescricional de 5 (cinco) anos, previsto no art. 1º do Decreto 20.910/32,(...)" (STJ, AgRg no REsp 1199081/SC) A ausência de previsão legal nas leis estaduais sobre a impossibilidade de indenizar as férias não gozadas não se sustenta diante da égide da Carta Magna, que sacramenta o direito social dos trabalhadores e servidores ocupantes de cargos públicos. Regimental que não acrescenta nenhum elemento novo aos autos. Agravo improvido (Relator(a): Des. João Maria Lós; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 1ª Câmara Cível; Data do julgamento: 21/10/2014; Data de registro: 27/10/2014; Outros números: 28466452010812000150000).

PRESCRIÇÃO

ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. MILITAR. REFORMA. CÔMPUTO EM DOBRO DE FÉRIAS NÃO GOZADAS. PRESCRIÇÃO INEXISTENTE. 1. O Superior Tribunal de Justiça já assentou entendimento, segundo o qual o termo inicial da prescrição do direito de pleitear a indenização referente a férias não gozadas tem início com a impossibilidade de não mais usufruí-las. 2. In casu, passando o autor a ser inativo em 26.10.2003, e a ação ordinária proposta em 17.1.2007, o direito pleiteado permanece intocável pela prescrição. Agravo regimental improvido. (AgRg no AREsp 255.215/BA, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/12/2012, DJe 17/12/2012).

§ 3º Compete ao Comandante-Geral da Polícia Militar a orientação para que os Comandantes, Chefes ou Diretores de Unidades concedam as férias anuais.

§ 4º Somente em casos de interesse da segurança nacional, grave perturbação da ordem, de extrema necessidade do serviço, do estado de sítio ou de defesa, os policiais-militares terão interrompido ou deixarão de gozar, na época prevista, o período de férias a que tiverem direito, registrando-se então o fato em seus assentamentos.

JURISPRUDÊNCIA

SÚMULA Nº 125 DO STJ

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“O pagamento de ferias não gozadas por necessidade do serviço não esta sujeito a incidência do imposto de renda. (PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 06/12/1994, DJ 15/12/1994, p. 34815).

INTERRUPÇÃO.

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. INÍCIO DE LICENÇA À GESTANTE. INTERRUPÇÃO DE FÉRIAS. NÃO OCORRÊNCIA.APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO ART. 80 DA LEI N° 8.112/90. 1. Hipótese em que servidora pretende excluir das férias que gozava, o período coincidente com a licença-gestante. 2. Ausente norma específica na legislação própria da magistratura e no Estatuto dos Servidores estaduais, aplicável à espécie a regra geral de interrupção das férias prevista no artigo 80 da Lei n° 8.112/90. 3. A interrupção de férias ocorre somente por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade de serviço. 4. A palavra "somente" no comando estrito do artigo 80 da Lei n° 8.112/90 limita a consideração de outras hipóteses de interrupção, e não possibilita eventuais aplicações extensivas. Precedente. 5. Agravo regimental não provido. (AgRg no RMS 39.563/PE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/08/2015, DJe 18/08/2015).

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO COBRANÇA – FÉRIAS NÃO GOZADAS – ÔNUS QUE CABIA AO AUTOR – SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. O fato de não constar da certidão emitida pelo departamento pessoal ter o apelante efetivamente saído de férias, por si só não comprova que não as gozou. Cabia ao autor juntar ou requerer a juntada de outros documentos, arrolando, inclusive, testemunhas no sentido de corroborar a assertiva de que prestou serviço durante seu período de férias, o que efetivamente não ocorreu. Os documentos anexados com a contestação, não só confirmam o pagamento das férias referente ao mesmo período objeto de cobrança, como também traz a expressa indicação da situação "GOZADO". Portanto, por não ter o apelante se desincumbido do ônus probatório do direito alegado (art. 333,I, do CPC), a manutenção da sentença de improcedência é medida que se impõe. (0007801-42.2009.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Sideni Soncini Pimentel; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 5ª Câmara Cível; Data do julgamento: 10/11/2015; Data de registro: 26/11/2015).

Art. 59. Os policiais-militares têm direito, ainda, aos seguintes períodos de afastamento total do serviço, obedecidas as disposições legais e regulamentares, por motivo de:

I - núpcias: 08 (oito) dias;

II - luto: 08 (oito) dias;

III - instalação: 10 (dez) dias;

IV - trânsito: 30 (trinta) dias.

Parágrafo único. O afastamento previsto no inciso II será concedido, tão logo a autoridade a que estiver subordinado o policial-militar tome conhecimento do ocorrido, nos demais casos deverão ser requeridos antecipadamente.

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Art. 60. As férias e outros afastamentos relacionados nesta seção são concedidos com a remuneração prevista na legislação específica e computados como tempo de efetivo serviço para todos os efeitos legais.

Seção V

Das Licenças

Art. 61. Licença é a autorização para o afastamento total do serviço, em caráter temporário, concedida ao policial-militar obedecidas as disposições legais e regulamentares.

Parágrafo único. A licença pode ser:

a) Revogado pelo art. 39 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.

b) para tratar de interesse particular (LTIP);

c) para tratar de saúde de pessoa da família (LTSPF);

d) para tratar de saúde (LTS);

e) para gestantes (LG);

f) paternidade (LP).

Art. 62. Revogado pelo art. 39 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.

JURISPRUDÊNCIA

LICENÇA ESPECIAL. NÃO GOZADA

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE COBRANÇA - LICENÇA-PRÊMIO NÃO GOZADA – INDENIZAÇÃO – POLICIAL MILITAR EXCLUÍDO DA CORPORAÇÃO – POSSIBILIDADE – CORREÇÃO MONETÁRIA A PARTIR DA DATA DO DESLIGAMENTO PELO INPC/IBGE ATÉ A DATA DE ENTRADA EM VIGOR DA LEI 11.929/2009 – MESMOS ÍNDICES APLICADOS À POUPANÇA – JUROS A PARTIR DA CITAÇÃO 0,5% ATÉ A DATA DA ENTRADA EM VIGÊNCIA DA LEI 11.929/2009 – MESMOS JUROS APLICADOS À CADERNETA DE POUPANÇA - RECURSO DESPROVIDO. O Policial Militar excluído da Corporação faz jus à indenização pela licença-prêmio não gozada, consoante interpretação conforme a Constituição e ao art. 63 da Lei Complementar Estadual n. 53/90 e em homenagem ao direito adquirido e ao preceito geral de direito que veda o enriquecimento sem causa. Aplica-se o art. 1º-F, da Lei 9.494/97, que fixa os juros moratórios no patamar de 6% (seis por cento) ao ano às ações ajuizadas após a sua entrada em vigor, até a data do começo da vigência da Lei n. 11.960/09, quando a partir de então, tanto para a correção, quanto para os juros moratórios, deverão incidir os mesmos índices da caderneta de poupança. Nas condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança, nos termos do art. 1º-F, da Lei Federal n. 9.494/97, com a redação dada pela Lei Federal n. 11.960, de 29 de junho de 2009. (0000015-44.2009.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Vladimir Abreu da Silva; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 5ª Câmara Cível; Data do julgamento: 20/10/2015; Data de registro: 22/10/2015).

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APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE COBRANÇA - PRELIMINAR DE NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO POR VIOLAÇÃO AO ARTIGO 514 DO CPC - AFASTADA - PRELIMINARES - ILETIMIDADE ATIVA DO ESPÓLIO - PRESCRIÇÃO - AFASTADAS - MÉRITO - SERVIDOR FALECIDO - PAGAMENTO DE FERIAS ACRESCIDAS DE 1/3 - PREQUESTIONAMENTO - RECURSO DESPROVIDO. Conforme se verifica das razões, o apelante apontou os motivos pelos quais não concorda com a sentença proferida, insistindo pela inexistência de direito ao recebimento de tais verbas, já que trata de caráter personalíssimo do falecido. As férias-prêmio não gozadas pelo servidor falecido retratam benefício que se incorporou ao seu patrimônio jurídico e por esta razão, é transmissível aos seus herdeiros A prescrição do direito de pleitear a conversão em espécie das férias-prêmio não gozadas tem início com a data de falecimento do servidor. Por força da Súmula n. 383 do STF, a prescrição em favor da Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e meio, a partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco anos. Se não houve possibilidade de fruição daqueles períodos de férias, tanto regulamentares quanto compensatórias, nada mais justo que haja o recebimento do equivalente em dinheiro. Não incide imposto de renda sobre as verbas recebidas a título de férias vencidas. Se a questão já foi suficientemente debatida, é desnecessária a manifestação expressa do acórdão sobre dispositivos legais. (Relator(a): Des. Fernando Mauro Moreira Marinho; Comarca: Dourados; Órgão julgador: 3ª Câmara Cível; Data do julgamento: 27/01/2015; Data de registro: 02/02/2015).

Art. 63. Revogado pelo art. 39 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.

JURISPRUDÊNCIA

LICENÇA ESPECIAL. CONVERSÃO.

APELAÇÃO CÍVEL E REEXAME NECESSÁRIO – AÇÃO DE COBRANÇA – MILITAR TRANSFERIDO PARA A RESERVA – PRESCRIÇÃO – AFASTADA – MÉRITO – LICENÇA ESPECIAL NÃO GOZADA – CONVERSÃO EM PECÚNIA – POSSIBILIDADE – RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. O termo inicial para o ajuizamento da ação de cobrança de licença especial não gozada é a data da aposentadoria. De acordo com o parágrafo único, do art. 4º, do Decreto n. 20.910/32, o requerimento administrativo suspende o prazo prescricional para o ajuizamento da ação de cobrança. É devida a indenização da licença especial não gozada pelo militar transferido para a reserva, evitando-se o enriquecimento sem causa do Estado. (052427-78.2011.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Odemilson Roberto Castro Fassa; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 27/01/2016; Data de registro: 29/01/2016).

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE COBRANÇA – POLICIAL MILITAR EXCLUÍDO DA CORPORAÇÃO – CONVERSÃO EM PECÚNIA DE LICENÇA ESPECIAL NÃO GOZADA – DIREITO ADQUIRIDO – VEDAÇÃO DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA. (007603-34.2011.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Dorival Renato Pavan; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 24/02/2015; Data de registro: 25/02/2015).

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Art. 64. A licença para tratar de interesse particular é a autorização para o afastamento total do serviço, concedida pelo Comandante-Geral da Polícia Militar, aos policiais-militares com mais de 05 (cinco) anos de efetivo serviço, que requererem com aquela finalidade.

Parágrafo único. A licença será sempre concedida com prejuízo da remuneração e de contagem de tempo de serviço.

JURISPRUDÊNCIA

OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS.

AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDORA PÚBLICA DO QUADRO DE BOMBEIRO MILITAR. REQUERIMENTO DE LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSE PARTICULAR CONDICIONADA À JUNTADA DE DECLARAÇÃO DE RECOLHIMENTO MENSAL À AGEPREV. FUMUS BONI IURIS E PERICULUM IN MORA EFETIVAMENTE DEMONSTRADOS. ADEQUADA CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR. RECURSO NÃO PROVIDO. Demonstrada a presença da fumaça do bom direito e do perigo da demora, o deferimento da liminar a fim de isentar e não exigir o comparecimento da impetrante ao quartel, bem como não exigir como requisito para concessão da Licença para Tratamento de Assunto Particular (LTIP) as contribuições mensais para a AGEPREV referente à cota da impetrante e à cota patronal, até o julgamento de mérito do presente mandamus, é medida que se impõe. (412084-19.2015.8.12.0000 Agravo Regimental Relator(a): Des. Sérgio Fernandes Martins; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 1ª Seção Cível; Data do julgamento: 07/12/2015; Data de registro: 09/12/2015).

Art. 65. A interrupção da Licença Especial ou licença para tratar de assunto de interesse particular poderá ocorrer:

I - a pedido;

II - em caso de mobilização ou estado de guerra;

III - caso de estado de sítio ou do estado de defesa;

IV - para cumprimento de sentença que importe em restrição de liberdade individual;

V - para cumprimento de punição disciplinar, se a transgressão se verificar durante o curso da licença, determinada pelo Comandante-Geral, Chefe ou Diretor do transgressor;

VI - em caso de pronúncia em processo criminal e a juízo da autoridade que decretá-la.

Art. 66. A licença para tratamento da saúde de pessoa da família será concedida ao policial-militar, a pedido e será homologada pelo Comandante, Chefe ou Diretor da OPM em que sirva o interessado.

§ 1º A licença para tratamento de saúde em pessoa da família será concedida se demonstrada que esta assistência não possa ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo.

§ 2º Provar-se-á a doença mediante atestado médico.

§ 3° A licença de que trata este artigo será concedida com a remuneração integral do posto ou graduação. (Alterado pelo art. 31 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.)

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§ 4º A licença para tratamento de saúde de pessoa da família será concedida somente se a pessoa doente for considerada dependente do policial-militar nos temos deste Estatuto.

Art. 67. A licença para tratamento de saúde será concedida ao militar estadual a pedido ou ex offício, pelo Comandante, Chefe ou Diretor, sem prejuízo de nenhuma natureza a sua remuneração. (Alterado pelo art. 31 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.)

JURISPRUDÊNCIA

LICENÇA EX OFFICIO. DESERÇÃO.

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE COBRANÇA - VENCIMENTOS RELATIVOS AOS MESES EM QUE O POLICIAL FOI CONSIDERADO DESERTOR - DECLARAÇÃO DE DESERÇÃO ABUSIVA E ILEGAL - VENCIMENTOS DEVIDOS - ART. 67 DA LEI COMPLEMENTAR 53/90 - LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ CARACTERIZADA. 1. A declaração ilegal e abusiva de deserção de policial comprovadamente inimputável a época dos fatos, não gera qualquer efeito, sendo-lhe devido o valor correspondente aos seus vencimentos pela época em que foi equivocadamente declarado desertor. 2. A licença para tratamento de saúde deverá ser concedida, inclusive ex officio, sem prejuízo de qualquer natureza à remuneração do policial, ex vi do art. 67 da Lei Complementar 53/90. 3. Litiga de má-fé aquele que deduz defesa contra texto expresso de lei e contra fato incontroverso, assim como aquele que interpõe recurso com intuito meramente protelatório, ex vi do art. 17 do CPC. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS QUANTUM FIXADO EM OBSERVÂNCIA AO ART. 20, § 4º, DO CPC HONORÁRIOS MANTIDOS. O art. 20, § 4º, do Código de Processo Civil, determina a fixação equitativa dos honorários advocatícios através de ponderação e razoabilidade, pelos serviços desenvolvidos pelo profissional da advocacia e o interesse econômico em disputa, não devendo ser reduzida a verba fixada em consonância com essa regra. Recurso conhecido e improvido, com aplicação das penalidades pela litigância de má-fé. (0016750-50.2012.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Dorival Renato Pavan; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 08/04/2014; Data de registro: 22/04/2014).

PERDA DO CARGO. LICENÇA. POSSIBILIDADE.

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. PROCESSO ADMINSITRATIVO DISCIPLINAR. DEMISSÃO. SERVIDORES PÚBLICOS. CONCESSÃO INDEVIDA DE BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS. AFASTAMENTO PREVENTIVO. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. ARTIGO 5º, LV E ARTIGO 37, CAPUT DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. INOCORRÊNCIA. AUDITORIA. MERA SINDICÂNCIA. CÓPIAS REPROGRÁFICAS. AUTENTICIDADE. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DAS DISPARIDADES E DOS PREJUÍZOS ADVINDOS. ACAREAÇÃO. JUÍZO EXCLUSIVO DA AUTORIDADE RESPONSÁVEL. DEMISSÃO DE SERVIDOR EM GOZO DE LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE. INEXISTÊNCIA DE ÓBICES. ORDEM DENEGADA. 1. Auditoria realizada pela Superintendência Estadual do INSS no Rio de Janeiro apurou que servidores daquela autarquia

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haviam cadastrado "senhas fantasmas" nos sistemas de informática e, utilizando-se dessas matrículas, autorizaram a concessão indevida de benefícios previdenciários, gerando prejuízos ao erário. O Superintende Estadual determinou, a partir dessas informações, a instauração de sindicância, destituindo os servidores das funções comissionadas que exerciam e afastando-os preventivamente de suas atividades. 2. O afastamento preventivo dos impetrantes não lhes cerceou a defesa no processo disciplinar. Trata-se aí de medida prevista no artigo 147 da Lei n. 8.112/90, permitindo maior liberdade e isenção da comissão de inquérito em suas atividades, principalmente no que tange à instrução probatória. O afastamento, em situações graves, tem por objetivo ainda restaurar a regularidade da atividade administrativa, reafirmando os princípios do caput do artigo 37 da Constituição. Resguarda-se, igualmente, a integridade do servidor público durante as investigações. 3. Não se deu, no caso, qualquer violação dos princípios do contraditório e da ampla defesa (artigo 5º, LV da CB) na auditoria que levou à instauração do processo administrativo disciplinar. O procedimento que antecedeu a instauração do PAD, independentemente do nome que lhe seja dado, nada mais é do que uma sindicância, cujo objetivo é o de colher indícios sobre a existência da infração funcional e sua autoria. Trata-se de procedimento preparatório, não litigioso, em que o princípio da publicidade é atenuado. A demissão dos impetrantes não resultou da auditoria, tendo sido consumada ao final de processo administrativo disciplinar regularmente instaurado. 4. A manifestação dos impetrantes à Comissão de Inquérito, quando ainda não discriminados todos os fatos pelos quais estavam sendo investigados, não consubstancia impedimento ao exercício do direito de defesa. É que, verificada a existência de irregularidades a autoridade competente deve, pena de agir de modo condescendente, determinar a instauração do processo administrativo. Se as investigações indicarem a existência de ato definido como ilícito disciplinar praticado por servidor, será este indiciado e citado para apresentar a sua defesa, dando-se início ao processo administrativo disciplinar [artigo 161 da Lei 8.112/90]. 5. Quanto à questão da autenticidade das cópias reprográficas, os impetrantes não demonstraram disparidade entre as cópias fornecidas e o conteúdo dos autos originais, bem como quais os efetivos prejuízos advindos desse fato. 6. O fato de a comissão não se ter utilizado da faculdade do parágrafo 1º do art. 159 da Lei n. 8.112/90, que diz da possibilidade de acareação entre depoentes, não afeta a legalidade do feito. O juízo sobre a necessidade da acareação é exclusivo da autoridade responsável pela direção do inquérito disciplinar. Não cabe ao Poder Judiciário reexaminar as razões que levaram a autoridade impetrada a concluir pela desnecessidade daquele procedimento. 7. Não há previsão legal que ampare a pretensão da impossibilidade de demissão de servidor por estar gozando de licença para tratamento de saúde. Segurança denegada. (MS 23187, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 27/05/2010, DJe-145 DIVULG 05-08-2010 PUBLIC 06-08-2010 EMENT VOL-02409-03 PP-00534).

§ 1º Quando o policial-militar não puder fazer o pedido, o Comandante, Chefe ou Diretor, providenciará de ofício, sob pena de responsabilizar-se pelas consequências danosas à saúde do interessado.

§ 2º Em todos os casos é indispensável à inspeção médica que será realizada pelo Órgão de Saúde da Polícia Militar e, quando necessário no local onde se encontrar o policial-militar.

§ 3º Incumbe ao Comandante, Chefe ou Diretor imediato do policial-militar a apresentação do mesmo à Junta de Inspeção de Saúde (JIS).

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§ 4º Nos casos em que o policial-militar esteja ausente do Estado de Mato Grosso do Sul e absolutamente impossibilitado de locomover-se por motivo de saúde, poderá ser admitido laudo médico particular, desde que o prazo de licença não ultrapasse a 30 (trinta) dias.

§ 5º A licença para tratar de saúde superior a 15 (quinze) dias, obrigará a realização de Junta de Inspeção de Saúde (JIS).

§ 6º O policial-militar não poderá deixar de comparecer à inspeção médica, sob pena de ser responsabilizado disciplinarmente.

§ 7º No caso de pedido de prorrogação da licença, a JIS dará parecer favorável à prorrogação pretendida ou pode denegá-la para que a autoridade competente homologue a decisão da Junta.

§ 8º Considerado apto em inspeção médica o policial-militar reassumirá suas funções.

Art. 68. A licença para gestante será concedida mediante inspeção médica, com os vencimentos integrais, pelo prazo de 04 (quatro) meses.

JURISPRUDÊNCIA

PERÍODO DE LICENÇA-MATERNIDADE. SERVIDORAS PÚBLICAS. EQUIPARAÇÃO ENTRE GESTANTES E ADOTANTES. PRESENÇA DE REPERCUSSÃO GERAL. 1. Constitui questão constitucional saber se a lei pode ou não instituir prazos diferenciados para a licença-maternidade concedida às servidoras gestantes e às adotantes, especialmente à luz do art. 227, § 6º, da CF/88. 2. Repercussão geral reconhecida. (RE 778889 RG, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, julgado em 20/11/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-046 DIVULG 10-03-2015 PUBLIC 11-03-2015 )

LEGISLAÇÃO

LEI Nº 3.855, DE 30 DE MARÇO DE 2010. Concede às servidoras públicas civis e militares do Poder Executivo Estadual, das suas autarquias e das suas fundações, a prorrogação, por sessenta dias, da licença-maternidade.

§ 1º A licença será concedida a partir do 8º mês de gestação, salvo prescrição médica diversa.

§ 2º No caso de parto anterior à concessão, o prazo da licença se contará a partir desse evento.

§ 3º A policial-militar gestante será empregada, mediante laudo médico em funções administrativas compatíveis com seu estado, sem prejuízo da licença citada no caput deste artigo.

Art. 69. A licença-paternidade será concedida ao policial-militar pelo nascimento de um descendente.

Parágrafo único. Será concedida a contar do dia em que a autoridade competente tomar conhecimento do evento.

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Capítulo II

Seção I

Das Prerrogativas

Art. 70. As prerrogativas dos policiais-militares são constituídas por honrarias e distinções aos graus hierárquicos e cargos.

LEGISLAÇÃO

DECRETO Nº 14.192, DE 21 DE MAIO DE 2015. Dispõe sobre a Carteira de Identidade Funcional dos integrantes da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul.

Parágrafo único. São prerrogativas dos policiais-militares:

a) uso de títulos, uniformes, distintivos e emblemas policiais-militares correspondentes ao posto ou graduação;

LEGISLAÇÃO

SÚMULA Nº 57 DO STF.

Militar inativo não tem direito ao uso do uniforme fora dos casos previstos em lei ou regulamento.

b) honrarias, tratamento e sinais de respeito que lhes sejam assegurados em leis e regulamentos;

c) cumprir qualquer pena restritiva de liberdade, superior a 02 (dois) anos, em Estabelecimento Penal Militar, ou na falta deste, em Unidade de Polícia Militar, determinada pelo Juiz competente, desde que haja parecer favorável do Comandante-Geral da Corporação;

JURISPRUDÊNCIA

POLICIAL MILITAR. RESERVA REMUNERADA. PRISÃO.

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DETENÇÃO INDEVIDA EM RAZÃO DE MANDADO DE PRISÃO – PRISÃO PRIVATIVA DE LIBERDADE CONVERTIDA EM MEDIDA DE SEGURANÇA – DETENÇÃO QUE ULTRAPASSA A RAZOABILIDADE – POLICIAL MILITAR DETIDO EM CELA COMUM - ABALO PSICOLÓGICO PRESUMIDO – DANO IN RE IPSA – FIXAÇÃO DO QUANTUM DE ACORDO COM CRITÉRIOS DE RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE – JUROS DE MORA A PARTIR DO EVENTO DANOSO – CORREÇÃO MONETÁRIA A PARTIR DO ARBITRAMENTO – JUROS – ART. 1º-F DA LEI 9.494/97 – CORREÇÃO MONETÁRIA – TAXA REFERENCIAL (TR) ATÉ 25/03/2015 – APÓS IPCA-E - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO EM PARTE - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS ALTERADOS POR NÃO OBSERVAR A EQUIDADE – ART.

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20, § 4º, DO CPC – PREQUESTIONAMENTO – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. É cabível a indenização por danos morais em caso de prisão indevida quando o erro por parte do Estado ultrapassa os limites do razoável. No caso dos autos, além da abordagem ter sido realizada equivocadamente, o autor foi encaminhado para o Estabelecimento Penal de Regime Semiaberto em cela comum, mesmo sendo Policial Militar da Reserva, lá permanecendo de um dia para o outro, o que agrava demasiadamente a situação, sobretudo em razão da notória precariedade do nosso sistema carcerário. Para a fixação do quantum da indenização pelo dano moral causado, o julgador deve aproximar-se criteriosamente do necessário a compensar a vítima pelo abalo sofrido e do valor adequado ao desestímulo da conduta ilícita, atendendo sempre aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Consoante a Súmula 54 do STJ, nas indenizações por danos morais decorrentes de responsabilidade extracontratual, os juros moratórios incidem desde o evento danoso. Nos termos da Súmula nº 362 do Superior Tribunal de Justiça, a correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do arbitramento. Os honorários advocatícios devem ser fixados por equidade quando for vencida a Fazenda Pública, nos (0064693-34.2010.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Eduardo Machado Rocha; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 3ª Câmara Cível; Data do julgamento: 02/02/2016; Data de registro: 03/02/2016).

d) ser o Oficial submetido obrigatoriamente ao Conselho de Justificação para ter comprovado a sua indignidade ou incompatibilidade;

JURISPRUDÊNCIA

"Também os oficiais das polícias militares só perdem o posto e a patente se forem julgados indignos do oficialato ou com ele incompatíveis por decisão do tribunal competente em tempo de paz. Esse processo não tem natureza de procedimento 'para-jurisdicional', mas, sim, natureza de processo judicial, caracterizando, assim, causa que pode dar margem à interposição de recurso extraordinário." (RE 186.116, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 25-8- 1998, Primeira Turma, DJ de 3-9-1999.)

VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; (Incluído pela EC 18/1998) "A EC 18/1998, ao cuidar exclusivamente da perda do posto e da patente do oficial (CF, art. 142, VII), não revogou o art. 125, § 4º, do texto constitucional originário, regra especial nela atinente à situação das praças." (RE 358.961, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 10-2-2004, Primeira Turma, DJ de 12-3-2004.)

LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

art. 142

§3º

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VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra; (Incluído pela EC 18/1998)

e) ser o Aspirante-a-Oficial PM e as demais praças submetidas obrigatoriamente a Conselho de Disciplina a fim de terem comprovado a falta de condições para continuarem a pertencer à Polícia Militar.

Art. 71. Somente em caso de flagrante delito, o policial-militar poderá ser preso por outra autoridade policial civil, ficando esta obrigada a entregá-lo, imediatamente, à autoridade policial-militar mais próxima, só podendo retê-lo na delegacia ou em outro local, devidamente escoltado por policiais-militares escalados para tal fim, durante o tempo necessário à lavratura do flagrante;

§ 1º Cabe ao Comandante, Chefe ou Diretor da Unidade em que serve o policial-militar, a iniciativa de responsabilizar a autoridade civil que não cumprir o disposto neste artigo, e, que maltratar ou permitir que seja maltratado qualquer preso policial-militar.

§ 2º Se, durante o processo em julgamento no foro comum, houver perigo de vida para qualquer preso policial-militar, seu Comandante, Chefe ou Diretor providenciará, a escolta, junto às autoridades judiciárias, visando à guarda dos pretórios ou tribunais por força policial-militar.

Seção II

Dos Uniformes da Polícia Militar

Art. 72. Os uniformes da Polícia Militar com seus distintivos, insígnias e emblemas, são privativos dos policiais-militares, sendo o símbolo da autoridade policial-militar.

Art. 73. O uso dos uniformes com seus distintivos, insígnias e emblemas, bem como os modelos, descrição, composição, peças e acessórios e outras disposições, são estabelecidas na regulamentação específica da Polícia Militar.

§ 1º É proibido ao policial-militar o uso de uniformes:

a) em reuniões, propaganda ou qualquer outra manifestação de caráter político-partidário;

b) na inatividade, salvo para comparecer a solenidades militares, e, quando autorizado a cerimônias cívicas comemorativas de datas nacionais ou a atos sociais de caráter particular;

c) no estrangeiro, quando em atividades não relacionadas com a missão policial-militar, salvo expressamente determinado ou autorizado.

§ 2º Os policiais-militares na inatividade, cuja conduta possa ser considerada como ofensiva à dignidade da classe, poderão ser definitivamente proibidos de usar uniformes em processo administrativo do qual não caiba mais recurso.

LEGISLAÇÃO

SÚMULA Nº 57 DO STF.

Militar inativo não tem direito ao uso do uniforme fora dos casos previstos em lei ou regulamento.

Art. 74. O policial-militar fardado tem as obrigações correspondentes ao uniforme que usa e aos distintivos, emblemas ou às insígnias que ostente.

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Art. 75. É vedado a qualquer elemento civil ou organizações civis usar uniformes ou ostentar distintivos ou emblemas que possam ser confundidos com os adotados pela Polícia Militar.

LEGISLAÇÃO

LEI Nº 13.022, DE 8 DE AGOSTO DE 2014. Dispõe sobre o Estatuto Geral das Guardas Municipais.

Art. 19. A estrutura hierárquica da guarda municipal não pode utilizar denominação idêntica à das forças militares, quanto aos postos e graduações, títulos, uniformes, distintivos e condecorações.

§ 1º São responsáveis pela infração das disposições deste artigo os Diretores ou Chefes de repartições, organizações de qualquer natureza, firma ou empregadores, empresas e institutos que tenham adotado ou consentido que sejam usados uniformes ou ostentados distintivos, insígnias ou emblemas que possam ser confundidos com os adotados pela Polícia Militar.

§ 2º Compete à autoridade policial-militar a rigorosa observância para o cumprimento deste artigo.

Título IV

Das Disposições Diversas

Capítulo I

Das Situações Especiais

Seção I

Da Agregação

Art. 76. A agregação é a situação na qual o policial-militar da ativa deixa de ocupar vaga na escala hierárquica de seu quadro, nele permanecendo sem número.

JURISPRUDÊNCIA.

AGREGAÇÃO.

MANDADO DE SEGURANÇA. MILITAR. DEMISSÃO. EXERCÍCIO DE CARGO PÚBLICO ESTRANHO À CARREIRA. REVERSÃO. DESCABIMENTO. CONDIÇÃO DE AGREGADO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. 1. A Agregação é a situação na qual o militar da ativa deixa de ocupar vaga na escala hierárquica da Corporação nela permanecendo sem número, e ocorre em qualquer das hipóteses legais expressamente previstas, dentre as quais não se inclui o exercício de cargo público estranho à carreira militar, para o qual há expressa previsão no artigo 117 do Estatuto dos Militares de exclusão do serviço ativo por meio de demissão. 2. Nos termos do artigo 85 do Estatuto dos Militares, a Agregação se faz por ato expresso do Presidente da República ou autoridade delegada, não havendo falar em direito líquido e certo se o impetrante não demonstrou que possuía a condição de Agregado, de modo a viabilizar seu pedido de Reversão às fileiras da Corporação. 3. Ordem denegada. (MS

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14.535/DF, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 10/08/2011, DJe 18/08/2011).

APELAÇÃO CÍVEL - DECLARATÓRIA - PRELIMINARES DE FALTA DE INTERESSE DE AGIR E DE PERDA DO OBJETO AFASTADAS - POLICIAIS MILITARES - EXISTÊNCIA DE VAGAS PARA PROMOÇÃO EM FACE DO INSTITUTO DA AGREGAÇÃO - ART. 76 DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N. 53/90 - SENTENÇA MANTIDA. 01. A pretensão para que seja declarada a existência de vagas para o posto de Coronel da Polícia Militar prescinde da análise dos requisitos para a promoção. Preliminar de falta de interesse de agir afastada. 02. Ainda que tenham sido promovidos ao cargo de Tenente, posteriormente ao ajuizamento desta ação, não há perda do objeto, porquanto a declaração da existência de vagas para a promoção pode constituir fundamento para posterior requerimento de ressarcimento de preterição. Preliminar de perda do objeto afastada. 03. Nos termos dos artigos 76, 79, caput, e 81, I, todos da Lei Complementar n. 53/90, considera-se vacante o cargo ocupado por servidor militar agregado, permitindo que os militares mais antigos nos respectivos postos concorram à promoção ao respectivo cargo. Recurso não provido. (0124838-32.2005.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Vilson Bertelli; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Câmara Cível; Data do julgamento: 27/01/2015; Data de registro: 02/02/2015).

LEGISLAÇÃO

DECRETO Nº 1.093, DE 12 DE JUNHO DE 1981. Dispõe sobre a Regulamentação da Movimentação de Oficiais e Praças da Polícia "Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, e dá outras providências.

§ 1º O policial-militar deve ser agregado quando:

JURISPRUDÊNCIA

AGREGAÇÃO. CURSO DE FORMAÇÃO.

AGRAVO REGIMENTAL. ADMINISTRATIVO. MILITAR. CONCURSO PÚBLICO. PARTICIPAÇÃO EM CURSO DE FORMAÇÃO. HIPÓTESE DE AGREGAÇÃO CONFIGURADA. DIREITO DE OPÇÃO PELA REMUNERAÇÃO. 1. A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que o militar aprovado em concurso público tem direito a ser agregado durante o prazo de conclusão de curso de formação, com direito à opção pela respectiva remuneração. Precedentes: AgRg no REsp 1.007.130/RJ, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, DJe 21/2/2011; AgRg no AREsp 134.481/BA, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 2/5/2012; e AgRg no AREsp 172.343/RO, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 1/8/2012). 2. Agravo Regimental não provido. (AgRg no REsp 1470618/RN, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/10/2014, DJe 31/10/2014).

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ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. CONCURSO PÚBLICO. MILITAR. APROVAÇÃO PARA O CURSO DE FORMAÇÃO. AGREGAÇÃO. DIREITO. LEITURA DO ART. 80 E 82, XII DA LEI 6.880/80. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. PRECEDENTES DO STJ. EXISTÊNCIA DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO. 1. Cuida-se de mandado de segurança preventivo impetrado por militar, candidato em concurso público para outro cargo, que alega estar na iminência de ser excluído do Exército em razão da negativa - fixada em portaria do Comandante da Força - de possibilidade de outorga da agregação para realização do curso de formação do certame. 2. A leitura sistemática do art. 80 e do inciso XII, do art. 82 - ambos da Lei Federal n. 6.880/80 - permite o pleiteado direito à agregação e se traduz na necessidade de isonomia, ou seja, da efetiva aplicação do princípio constitucional da igualdade de condições que deve ser outorgado para todos os candidatos. Afinal, caso fosse dado entendimento diverso, o militar seria prejudicado em detrimento dos demais concorrentes. 3. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça está firmada no sentido de que os militares, quando candidatos em outros concursos públicos, possuem direito à agregação para que seja possibilitada a participação nos cursos de formação, quando fazem parte do certame. Precedentes: AgRg no REsp 1.404.735/RN, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 10.2.2014; AgRg no AREsp 172.343/RO, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 1º.8.2012; AgRg no AREsp 134.481/BA, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 2.5.2012; AgRg no REsp 1.007.130/RJ, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, DJe 21.2.2011; e REsp 840.171/RJ, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, DJe 17.12.2010. Segurança concedida. (MS 17.400/DF, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/09/2014, DJe 29/09/2014).

ADMINISTRATIVO. INTEMPESTIVIDADE DO AGRAVO REGIMENTAL. SUSPENSÃO DOS PRAZOS NO STJ NO PERÍODO DE 2.7.2012 E 31.7.2012. INTEMPESTIVIDADE AFASTADA. EMBARGOS ACOLHIDOS. EXAME DO AGRAVO REGIMENTAL. SERVIDOR PÚBLICO MILITAR. CONCURSO PÚBLICO. PARTICIPAÇÃO EM CURSO DE FORMAÇÃO. HIPÓTESE DE AGREGAÇÃO CONFIGURADA. ART. 82, XII, DO ESTATUTO DOS MILITARES. 1. Procede a afirmação da embargante acerca da existência de erro quanto à aferição da intempestividade, uma vez que a Resolução 321/2012 determina a suspensão dos prazos processuais nesta Corte Superior no período compreendido entre os dias 2.7.2012 e 31.7.2012. 2. Intempestividade do agravo regimental afastada. 3. Exame do agravo regimental. 4. Esta Corte Superior já decidiu que o militar aprovado em concurso público e convocado para a realização de curso de formação, etapa obrigatória do certame, tem o direito ao afastamento temporário do serviço ativo na qualidade de agregado, a teor do que dispõe o art. 82, XII, da Lei n. 6.880/80. Embargos de Declaração acolhidos, para conhecer do agravo regimental e negar-lhe provimento. (EDcl no AgRg no AREsp 152.259/RN, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/09/2012, DJe 28/09/2012).

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. MILITAR. CONCURSO PÚBLICO. PARTICIPAÇÃO EM CURSO DE FORMAÇÃO. HIPÓTESE DE AGREGAÇÃO CONFIGURADA. ART. 82, XII, DO ESTATUTO DOS MILITARES. 1. Nos termos do art. art. 82, XII, da Lei n.º 8.880/80, o militar

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aprovado em concurso público e convocado para realização de curso de formação, etapa obrigatória do certame, tem direito ao afastamento temporário do serviço ativo, na qualidade de agregado. Só após a efetiva investidura do militar no cargo postulado é que se dá seu licenciamento ex officio do serviço ativo. 2. Caso se conclua de forma diversa, estaríamos admitindo que o militar, para participar de uma fase de um concurso público, deveria pedir seu desligamento da corporação, antes mesmo de saber se será aprovado no referido certame, circunstância que, a toda evidência, violaria a oportunidade de acesso do militar aos cargos públicos em igualdade de condições com os demais candidatos. 3. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1007130/RJ, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 03/02/2011, DJe 21/02/2011).

a) for nomeado ou colocado à disposição para exercer cargo policial-militar ou considerado de natureza policial-militar, estabelecido em lei, decreto ou regulamento, não previsto nos quadros de organização da Polícia Militar;

JURISPRUDÊNCIA

MANDADO DE SEGURANÇA – CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO – PROMOÇÃO POR MERECIMENTO AO POSTO DE CORONEL DA POLÍCIA MILITAR – AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR E DECADÊNCIA – OCORRÊNCIAS NÃO DEMONSTRADAS – INEXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO – NÃO CONCESSÃO. Não há obrigação ao policial militar de esgotamento das vias administrativas antes de submeter demanda à apreciação do Poder Judiciário. Sendo a irresignação do mandamus direcionada ao Decreto "P" n.º 4.749, de 14 de novembro de 2014, este é o termo inicial para a contagem do prazo estabelecido pela Lei n.º 12.016/2009, e uma vez verificado que na data da impetração não havia transcorrido mais de 120 (cento e vinte) da publicação do ato, não há falar em decadência do direito. A função exercida por policial militar agregado ao Ministério Público Estadual possui natureza militar, conforme expressa definição do art. 76, § 1º, "a", da Lei Complementar Estadual n.º 53/90, e art. 2º, IV, da Lei Estadual n.º 2.280/01. Para fins de promoção ao posto de Coronel mostra-se incabível o cômputo de período em que o impetrante ainda não pertencia ao quadro de oficial da Polícia Militar. As vagas ao posto de Coronel serão de livre escolha do Governador, dentre os candidatos integrantes da "Lista de Escolha", que conterá o número de Tenentes-Coronéis equivalente a 50% (cinquenta por cento) do número total de componentes do Quadro de Acesso por Merecimento. Diferente do que ocorre ao posto de Tenente-Coronel, não existe na promoção ao último posto (Coronel) vinculação do Governador à ordem de classificação. Se o processo de escolha se deu com base em critérios legais, não há falar em violação ao direito líquido e certo. Mandado de Segurança que se nega concessão, em face da inocorrência de direito líquido e certo a ser tutelado.(1415730-71.2014.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Carlos Eduardo Contar; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: Órgão Especial; Data do julgamento: 28/10/2015; Data de registro: 10/12/2015).

LEGISLAÇÃO

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

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Art. 10. O Estado assegurará ampla assistência técnica e financeira, com base em programas especiais, aos Municípios de escassas condições de desenvolvimento.

§ 2º A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar poderão, por solicitação do Município, incumbir-se da orientação e treinamento às guardas municipais, quando instituídas por lei, para a proteção de seus bens, serviços e instalações.

No âmbito federal, o DECRETO-LEI Nº 667, DE 2 DE JULHO DE 1969, reorganiza as Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, dos Território e do Distrito Federal, e dá outras providências.

Art. 6º - O Comando das Polícias Militares será exercido, em princípio, por oficial da ativa, do último posto, da própria Corporação. (Redação dada pelo Del nº 2010, de 1983)

§ 8º - São considerados no exercício de função policial-militar os policiais-militares ocupantes dos seguintes cargos: (Incluído pelo Del nº 2010, de 1983)

a) os especificados no Quadro de Organização ou de lotação da Corporação a que pertencem; (Incluído pelo Del nº 2010, de 1983)

b) os de instrutor ou aluno de estabelecimento de ensino das Forças Armadas ou de outra Corporação Policial-Militar, no país ou no exterior; e (Incluído pelo Del nº 2010, de 1983)

c) os de instrutor ou aluno de estabelecimentos oficiais federais e, particularmente, os de interesse para as Polícias Militares, na forma prevista em Regulamento deste Decreto-lei. (Incluído pelo Del nº 2010, de 1983)

§ 9º - São considerados também no exercício de função policial-militar os policiais-militares colocados à disposição de outra corporação Policial-Militar. (Incluído pelo Del nº 2010, de 1983)

§ 10º - São considerados no exercício da função de natureza policial-militar ou de interesse policial-militar, os policiais-militares colocados à disposição do Governo Federal, para exercerem cargos ou funções em órgãos federais, indicados em regulamento deste Decreto-lei. (Incluído pelo Del nº 2010, de 1983)

§ 11 - São ainda considerados no exercício de função de natureza policial-militar ou de interesse policial-militar, os policiais-militares nomeados ou designados para: (Incluído pelo Del nº 2010, de 1983)

a) Casa Militar de Governador; (Incluído pelo Del nº 2010, de 1983)

b) Gabinete do Vice-Governador; (Incluído pelo Del nº 2010, de 1983)

c) Órgãos da Justiça Militar Estadual. (Incluído pelo Del nº 2010, de 1983)

§ 12 - O período passado pelo policial-militar em cargo ou função de natureza civil temporário somente poderá ser computado como tempo de serviço para promoção por antiguidade e transferência para a inatividade. (Incluído pelo Del nº 2010, de 1983)

§ 13 - O período a que se refere o parágrafo anterior não poderá ser computado como tempo de serviço arregimentado. (Incluído pelo Del nº 2010, de 1983)

O DECRETO N. 88.777, DE 30 DE SETEMBRO DE 1983, que aprova o regulamento para as policias militares e corpos de bombeiros militares (R-200):

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Art. 20 - São considerados no exercício de função policial-militar os policiais-militares da ativa ocupantes dos seguintes cargos:

1) os especificados nos Quadros de Organização da Corporação a que pertencem;

2) os de instrutor ou aluno de estabelecimento de ensino das Forças Armadas ou de outra Corporação Policial-Militar, no país e no exterior; e

3) os de instrutor ou aluno da Escola Nacional de Informações e da Academia Nacional de Polícia da Polícia Federal.

Parágrafo único - São considerados também no exercício de função policial-militar os policiais-militares colocados à disposição de outra Corporação Policial-Militar.

Art. 21. São considerados no exercício de função de natureza policial-militar ou de interesse policial-militar ou de bombeiro-militar, os militares dos Estados, do Distrito Federal ou dos Territórios, da ativa, colocados à disposição do Governo Federal para exercerem cargo ou função nos seguintes órgãos: (Redação dada pelo Decreto nº 5.896, de 2006)

I - da Presidência e da Vice-Presidência da República; (Redação dada pelo Decreto nº 8.377, de 2014)

II - Ministério da Defesa; (Redação dada pelo Decreto nº 8.377, de 2014)

III - Secretaria Nacional de Segurança Pública, Secretaria Nacional de Justiça, Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos e Conselho Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça; (Redação dada pelo Decreto nº 8.377, de 2014)

IV - Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional; (Redação dada pelo Decreto nº 8.377, de 2014)

V - Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores e Conselho Nacional de Justiça; (Redação dada pelo Decreto nº 8.377, de 2014)

VI - Ministério Público da União e Conselho Nacional do Ministério Público; (Redação dada pelo Decreto nº 8.377, de 2014)

VII - Ministério da Fazenda; (Redação dada pelo Decreto nº 8.406, de 2015)

VIII - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; e (Redação dada pelo Decreto nº 8.406, de 2015)

IX - Ministério das Cidades. (Incluído pelo Decreto nº 8.406, de 2015)

§ 1º São ainda considerados no exercício de função de natureza policial-militar ou bombeiro-militar ou de interesse policial-militar ou bombeiro-militar, os policiais-militares e bombeiros-militares da ativa nomeados ou designados para: (Redação dada pelo Decreto nº 4.531, de 2002)

1) o Gabinete Militar, a Casa Militar ou o Gabinete de Segurança Institucional, ou órgão equivalente, dos Governos dos Estados e do Distrito Federal; (Redação dada pelo Decreto nº 4.531, de 2002)

2) o Gabinete do Vice-Governador; (Redação dada pelo Decreto nº 4.531, de 2002)

3) a Secretaria de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal, ou órgão equivalente; (Redação dada pelo Decreto nº 4.531, de 2002)

4) órgãos da Justiça Militar Estadual e do Distrito Federal; e (Incluído pelo Decreto nº 4.531, de 2002)

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5) a Secretaria de Defesa Civil dos Estados e do Distrito Federal, ou órgão equivalente. (Incluído pelo Decreto nº 4.531, de 2002)

6) órgãos policiais de segurança parlamentar da Câmara Legislativa do Distrito Federal. (Incluído pelo Decreto nº 5.416, de 2005)

7) Administrador Regional e Secretário de Estado do Governo do Distrito Federal, ou equivalente, e cargos de Natureza Especial níveis DF-14 ou CNE-7 e superiores nas Secretarias e Administrações Regionais de interesse da segurança pública, definidos em ato do Governador do Distrito Federal; e (Incluído pelo Decreto nº 6.745, de 2009)

8) Diretor de unidade da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, em áreas de risco ou de interesse da segurança pública definidas em ato do Governador do Distrito Federal. (Incluído pelo Decreto nº 6.745, de 2009)

9) a Secretaria de Estado de Ordem Pública e Social do Distrito Federal. (Incluído pelo Decreto nº 7.292, de 2010)

§ 2º Os policiais-militares e bombeiros-militares da ativa só poderão ser nomeados ou designados para exercerem cargo ou função nos órgãos constantes dos itens 1 a 6 do § 1º na conformidade de vagas e cargos nos respectivos órgãos cessionários. (Redação dada pelo Decreto nº 6.745, de 2009)

Art. 22 - Os policiais-militares da ativa, enquanto nomeados ou designados para exercerem cargo ou função em qualquer dos órgãos relacionados nos Art 20 e 21, não poderão passar à disposição de outro órgão.

Por sua vez, o artigo 2º da Lei n. 2.280 , de 6 de setembro de 2001, considera como cargo ou função policial-militar ou de natureza policial-militar aqueles ocupados por policiais militares nos seguintes órgãos:

Art. 2º São considerados, para fins do disposto na alínea “a” do § 1º do art. 76 da Lei Complementar nº 53, de 30 de agosto de 1990, como cargo ou função policial-militar ou de natureza policial-militar:

I - os ocupados por nomeação do Governador do Estado para exercer comando de Corporação Militar; Ajudante de Ordens do Governador, coordenação das atividades de Segurança de Dignitários ou equivalente, de Policiamentos Especiais, de Operação de Fronteira e de Inteligência da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública;

II - a direção superior da entidade responsável pela administração do Sistema Penitenciário do Estado;

III - o comando de guarda municipal, por autorização do Governador do Estado e solicitação do respectivo Prefeito Municipal;

IV - o assessoramento direto e especial à Presidência de outro Poder Estadual, do Tribunal de Contas e do Ministério Público;

V - a designação pelo Presidente da República ou por titular de órgão das Forças Armadas, mediante autorização do Governador do Estado.

Ademais, sobreveio a Lei n. 4.134, de 6 de dezembro de 2011, que trata do cargo de natureza militar no âmbito do Ministério Público:

Art. 4º Integram o Quadro de Servidores do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul os cargos em comissão e as funções de confiança constantes dos

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Anexos II e III desta Lei, para o exercício de atribuições de direção, chefia e assessoramento.

§ 3º Os cargos que compõem o grupo da Assessoria Militar constantes do Anexo II desta Lei, privativos de militares do Estado de Mato Grosso do Sul, são destinados a integrar a Assessoria Militar do Ministério Público, na forma disciplinada por ato do Procurador-Geral de Justiça, que disporá sobre as respectivas atribuições, funções e responsabilidades.

§ 4º Na hipótese do § 3º, recaindo a nomeação em servidor militar da ativa, este fará jus à remuneração percebida na origem, acrescida do valor da gratificação constante do Anexo II desta Lei.

(...)

Art. 39. Ficam criados, no âmbito do quadro de Servidores do Ministério Público, 3 cargos de Assessor Militar, símbolo MPAM- 201; 1 cargo de Adjunto da Assessoria Militar, símbolo MPAM- 202; e 30 cargos de Assistente Militar, símbolo MPAM - 203, todos de provimento em comissão e privativos de servidor da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, destinados a integrar a Assessoria Militar do Ministério Público.

LEI COMPLEMENTAR Nº 190, DE 4 DE ABRIL DE 2014. Dispõe sobre a organização, a composição e o funcionamento da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, e dá outras providências.

Art. 26. A Coordenadoria Militar, considerada como Unidade Administrativa, subordina-se administrativamente ao Chefe do Estado-Maior e destina-se a prestar assessoria militar e de interesse ou de natureza policial-militar, estritamente, aos seguintes órgãos públicos: (redação dada pela Lei Complementar nº 206, de 5 de outubro de 2015)

I - Governadoria: (redação dada pela Lei Complementar nº 206, de 5 de outubro de 2015)

a) Gabinete do Governador; (redação dada pela Lei Complementar nº 206, de 5 de outubro de 2015)

b) Gabinete do Vice-Governador; (redação dada pela Lei Complementar nº 206, de 5 de outubro de 2015)

c) Governadoria Regional; (redação dada pela Lei Complementar nº 206, de 5 de outubro de 2015)

d) Casa Militar; (redação dada pela Lei Complementar nº 206, de 5 de outubro de 2015)

II - Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, inclusive aos órgãos a ela vinculados; (redação dada pela Lei Complementar nº 206, de 5 de outubro de 2015)

III - Secretaria de Estado da Casa Civil, inclusive aos órgãos a ela vinculados. (redação dada pela Lei Complementar nº 206, de 5 de outubro de 2015)

§ 1º O efetivo de oficiais e de praças da ativa, à disposição dos órgãos vinculados à Coordenadoria Militar, será estabelecido no Quadro de Distribuição de Efetivo, por ato do Comandante-Geral da Corporação. (redação dada pela Lei Complementar nº 206, de 5 de outubro de 2015)

§ 2º O controle e o registro funcional dos militares que compõem a Coordenadoria Militar, enquanto lei ou norma específica não dispuser em

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contrário, ficará sob o encargo do Oficial Superior designado para exercer o cargo de Coordenador Militar. (redação dada pela Lei Complementar nº 206, de 5 de outubro de 2015)

§ 3º O Coordenador Militar será um Oficial Superior da ativa do último posto do QOPM, designado pelo Comandante-Geral, e o Coordenador Militar Adjunto será um oficial da ativa do posto de Tenente-Coronel QOPM. (redação dada pela Lei Complementar nº 206, de 5 de outubro de 2015)

§ 4º O funcionamento, as competências e as demais atribuições da Coordenadoria Militar serão fixados mediante portaria do Comandante-Geral, no Regulamento Geral da Corporação. (redação dada pela Lei Complementar nº 206, de 5 de outubro de 2015)

LEI Nº 3.580, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2008. Cria a Assessoria Militar do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul; estabelece vantagem ao pessoal lotado na Assessoria Militar, e dá outras providências.

LEI Nº 2.354, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2001. Cria e transforma cargos para a estrutura funcional da Secretaria do Tribunal de Justiça, estabelece vantagem ao pessoal destacado para atuar no cerimonial do Gabinete da Presidência, na Escola do Servidor Público e na comissão de licitação e dá outras providências.

LEI Nº 3.219, DE 25 DE MAIO DE 2006. Dispõe sobre o pagamento de auxílio-alimentação e de auxílio-transporte aos policiais e aos bombeiros militares cedidos para zelar pela segurança, no âmbito do Poder Judiciário.

LEI Nº 3.687, DE 9 DE JUNHO DE 2009. Dispõe sobre o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração do Quadro de Pessoal do Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso do Sul.

LEI Nº 4.134, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2011. Dispõe sobre o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração dos Servidores do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, e dá outras providências.

DECRETO Nº 9.717, DE 1 DE DEZEMBRO DE 1999. Cria a Assessoria Policial Militar na estrutura administrativa da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, e dá outras providências.

DECRETO Nº 10.159, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2000. Dispõe sobre a colocação de Policial Militar e Bombeiro Militar à disposição de Municípios, nos termos do § 2º do artigo 10 da Constituição Estadual.

Já o Decreto n. 11.826 , de 1 de abril de 2005, que cria, na estrutura operacional da Polícia Civil, a Delegacia que menciona e dá outras providências, prescreve que:

Art. 3º Poderão ser firmados convênios ou acordos de mútua cooperação com instituições públicas ou privadas e organismos policiais para o combate

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específico de crimes que exijam repressão uniforme e dependam de informações e auxílio de outras instituições.

b) aguardar transferência ex officio para a reserva remunerada por ter sido enquadrado em qualquer dos requisitos que a motivem;

c) for afastado, temporariamente, do serviço por motivo de:

1. ter sido julgado incapaz, temporariamente, por tempo superior a 06 (seis) meses;

2. ter sido julgado incapaz definitivamente, enquanto tramita o processo de reforma;

3. houver entrado em gozo de licença para tratar de assunto de interesse particular;

4. houver ultrapassado 06 (seis) meses de licença para tratamento de saúde de pessoa da família;

5. ter sido considerado oficialmente, extraviado ou desertor;

6. como desertor, ter se apresentado voluntariamente, ou ter sido capturado e reincluído ou readmitido a fim de se ver processar;

7. ter sido condenado a pena restritiva de liberdade superior a 06 (seis) meses, em sentença passada em julgado, enquanto durar a execução ou até ser declarado indigno de pertencer à Polícia Militar ou com ela incompatível;

8. ter passado à disposição da Secretaria de Governo, de outro Órgão do Estado de Mato Grosso do Sul, da União, dos Estados, dos Territórios, do Distrito Federal ou Municípios para exercer função de natureza civil, ressalvado o que preceitua a legislação federal;

9. ter sido nomeado para qualquer cargo público civil temporário não eletivo, inclusive da administração indireta;

10. ter sido condenado a pena de suspensão de exercício do posto, graduação, cargo ou função, prevista na legislação penal;

11. ter se candidatado a cargo eletivo, desde que conte 05 (cinco) ou mais anos de efetivo serviço.

JURISPRUDÊNCIA

CANDIDATO. CARGO ELETIVO. AGREGAÇÃO.

SERVIDOR PÚBLICO. Militar alistável. Elegibilidade. Policial da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, com menos de 10 (dez) anos de serviço. Candidatura a mandato eletivo. Demissão oficial por conveniência do serviço. Necessidade de afastamento definitivo, ou exclusão do serviço ativo. Pretensão de reintegração no posto de que foi exonerado. Inadmissibilidade. Situação diversa daquela ostentada por militar com mais de 10 (dez) anos de efetivo exercício. Mandado de segurança indeferido. Recurso extraordinário provido para esse fim. Interpretação das disposições do art. 14, § 8º, incs. I e II, da CF. Voto vencido. Diversamente do que sucede ao militar com mais de dez anos de serviço, deve afastar-se definitivamente da atividade, o servidor militar que, contando menos de dez anos de serviço, pretenda candidatar-se a cargo eletivo.(RE 279469, Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA, Relator(a) p/ Acórdão: Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 16/03/2011, DJe-117 DIVULG 17-06-2011

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PUBLIC 20-06-2011 EMENT VOL-02547-01 PP-00045 RTJ VOL-00218- PP-00443).

CONSTITUCIONAL. ELEITORAL. MILITAR DA ATIVA (SARGENTO) COM MAIS DE DEZ ANOS DE SERVIÇO. ELEGIBILIDADE. FILIAÇÃO PARTIDARIA. CF, ART. 14, PAR. 3., V; ART. 14, PAR. 8., II, ART. 42, PAR. 6.. CÓDIGO ELEITORAL, ART. 5., PARAGRAFO ÚNICO. LEI 6.880/80, ART. 82, XIV, PAR. 4.. I) Se o militar da ativa e alistavel, e ele elegivel (CF, art. 14, par. 8.). Porque não pode ele filiar-se a partido político (CF, art 42, par. 6.), a filiação partidaria não lhe e exigivel como condição de elegibilidade, certo que somente a partir do registro da candidatura e que será agregado (CF, art. 14, par. 8., II; Cod. Eleitoral, art. 5., parag. único; Lei n. 6.880, de 1980, art. 82, XIV, par. 4.). II) Recurso Extraordinário conhecido e provido. (AI 135452, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno, julgado em 20/09/1990, DJ 14-06-1991 PP-08085 EMENT VOL-01624-02 PP-00292).

RECURSO ELEITORAL. REGISTRO DE CANDIDATURA. IMPUGNACAO. CANCELAMENTO DE FILIACAO PARTIDARIA. POLICIAL MILITAR COM MAIS DE 10 ANOS DE SERVICO. DESINCOMPATIBILIZACAO. PRAZO. LEI COMPLEMENTAR 64/90. 1. A FILIACAO PARTIDARIA, MESMO ESTANDO NO EXERCICIO DE SUAS FUNCOES, NAO CONSTITUI OBICE A CANDIDATURA DO MILITAR, POIS O PEDIDO DE REGISTRO DESTA, APRESENTADO PELO PARTIDO E AUTORIZADO PELO CANDIDATO, CONVALIDA A FILIACAO. 2. SE CONTAR COM MAIS DE 10 ANOS DE SERVICO, O POLICIAL MILITAR SERA AGREGADO PELA AUTORIDADE SUPERIOR, PASSANDO AUTOMAITCAMENTE PARA A INATIVIDADE, SE ELEITO, A PARTIR DA DIPLOMACAO. 3. O PRAZO DE DESINCOMPATIBILIZACAO PARA O POLICIAL MILITAR CANDIDATAR-SE AO LEGISLATIVO MUNICIPAL E DE 4 MESES, CONSOANTE DETERMINADO PELA LEI COMPLEMENTAR 64/90, ART. 1, INCISO VII, ALINEA "B", C.C. O INCISO IV, ALINEA "C\", E RESOLUCAO 19491/96-TSE. (RECURSO ORDINARIO nº 76/96, Acórdão nº 2406 de 13/08/1996, Relator(a) EDSON MACARI, Publicação: DJ - Diário de Justiça, Data 16/08/1996, Página 20).

REGISTRO DE CANDIDATURA. DEPUTADO ESTADUAL ELEIÇÕES 2006. COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MILITAR. PRAZO DE DESINCOMPATIBILIZAÇÃO. IMPUGNAÇÃO. IMPROCEDÊNCIA. REQUERIMENTO DEVIDAMENTE INSTRUÍDO. REGULARIDADE DA COLIGAÇÃO. REQUISITOS LEGAIS PREENCHIDOS. DEFERIMENTO. Aplica-se ao Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado que exerce cargo em comissão mas não possui status de secretário de estado, o art. 1.º, inciso II, alínea l, da Lei Complementar n.º 64/90, que exige do candidato a deputado estadual o afastamento dele de forma definitiva no prazo de três meses antes do pleito. Verificando-se, pela documentação relativa ao candidato, o preenchimento dos requisitos legais (Resolução TSE n.º 22156/06 e Lei n.° 9504/97), deve ser deferido o pedido de registro de candidatura conforme requerido, mormente quando o partido/coligação foi regularmente habilitada a participar do pleito em decisão transitada em julgado em sede de DRAP (art. 23 da resolução citada). (REGISTRO DE CANDIDATO nº 1, Acórdão nº 5303 de 09/08/2006, Relator(a) DORIVAL MOREIRA DOS SANTOS, Publicação: DJ - DIÁRIO DA JUSTIÇA - 1330, Data 14/08/2006, Página 123).

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LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

Art.14(...)

§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade

§ 2º O policial-militar, agregado de conformidade com as alíneas “a” e “b” do parágrafo anterior, continua a ser considerado, para todos os efeitos, em serviço ativo.

JURISPRUDÊNCIA

PROMOÇÃO. AGREGADO.

MANDADO DE SEGURANÇA – POLICIAL MILITAR AGREGADO – AGUARDANDO TRANSFERÊNCIA, EX OFFICIO, PARA A RESERVA REMUNERADA – SITUAÇÃO CONSIDERADA COMO SERVIÇO ATIVO – AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL EXPRESSO, NESTE INTERREGNO, PARA A FIGURAÇÃO EM QUADRO DE ACESSO À PROMOÇÃO POR ANTIGUIDADE – VEDAÇÃO PREVISTA EM DECRETO REGULAMENTAR – PODER REGULAMENTAR EXERCIDO COM EXCESSO – ORDEM CONCEDIDA. Segundo dispõe o art. 76, § 2º, da Lei Complementar Estadual nº 53/90, o policial militar, quando agregado, continua a ser considerado, para todos os efeitos, em serviço ativo, de sorte que não há impedimento para a sua figuração em Quadro de Acesso à Promoção por antiguidade. Se a Lei Estadual nº 61/80 prevê, nos artigos 15 e 29, § 3º, que o policial militar não poderá integrar os quadros de acesso da PM/MS, dentre várias hipóteses, por haver sido transferido para a reserva renumerada (situação definitiva), é ilegal a previsão dessa situação no art. 25, § 4º, do Decreto Estadual nº 10.768/2002, que veda a inclusão em quadros de acesso aos policiais que devem ser transferidos para a reserva (situação provisória). (1400654-70.2015.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Marco André Nogueira Hanson; Comarca: Não informada; Órgão julgador: 2ª Seção Cível; Data do julgamento: 13/04/2015; Data de registro: 14/07/2015).

§ 3º A agregação do policial-militar, a que se refere os itens 8 e 9 da alínea “c” do § 1º, é contada a partir da data de posse no novo cargo até o regresso à Corporação ou transferência, ex officio, para a reserva remunerada.

§ 4º A agregação do policial-militar, a que se refere o item 4 da alínea “c” do § 1º, é contada a partir do primeiro dia após o respectivo prazo e enquanto durar o respectivo evento.

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§ 5º A agregação do policial-militar a que se refere o item 11 da alínea “c” do § 1º, é contada a partir da data de registro do candidato até a sua diplomação ou regresso à Corporação.

§ 6º A agregação do policial-militar a que se referem às alíneas “a”, “b” e os demais itens da alínea “c” do § 1º, é contada a partir da data indicada no ato que torna público o respectivo evento.

§ 7º O policial-militar agregado fica sujeito às obrigações disciplinares concernentes às suas relações com outros policiais-militares e autoridades civis, salvo quando titular de cargo que dê precedência funcional sobre outros policiais-militares superiores ou mais antigos.

Art. 77. O policial-militar ficará adido para efeito de alterações e remuneração, a OPM que lhe for designada, continuando a figurar no respectivo registro, no lugar que até então ocupava, com a abreviatura “ag” e anotações esclarecedoras de sua situação, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 64.

Art. 78. A agregação se faz por ato do Comandante-Geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul ou de autoridades às quais tenham sido delegados poderes para tal.

Art. 78-A. O efetivo máximo de servidores militares estaduais da ativa disponíveis para exercer cargo policial-militar ou considerado de natureza policial-militar, estabelecido em lei ou em decreto, não previsto nos quadros de organização da Polícia Militar, e os de natureza civil, obedecerão aos percentuais estabelecidos no Anexo desta Lei Complementar, em relação ao posto ou à graduação. (Alterado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 187, de 3.4.2014 – DOMS, de 4.4.2014.)

§ 1º Quando a aplicação do percentual estabelecido no Anexo desta Lei Complementar resultar número fracionário, será considerado o número inteiro imediatamente anterior.

§ 2º A agregação realizada em descumprimento ao limitador estabelecido no Anexo desta Lei Complementar implicará a não abertura de vaga, inclusive para fins de promoção.

§ 3º Os servidores militares da ativa agregados em razão de exercer cargo policial-militar ou considerado de natureza policial-militar, estabelecido em lei ou em decreto, não previsto nos quadros de organização da Polícia Militar, somente poderão permanecer nessa situação por período de, no máximo, 2 (dois) anos, contínuos ou não, e ao término desse período o servidor militar terá de retornar à Corporação, devendo aguardar, no mínimo, para efeito de novo afastamento, no mínimo, o prazo de 2 (dois) anos.

(Art. 78-A acrescentado pelo art. 3º da Lei Complementar n. 182, de 19.12.2013 – DOMS, de 23.12.2013.)

Seção II

Da Reversão

Art. 79. A reversão é o ato administrativo pelo qual o policial-militar retorna ao respectivo quadro, tão logo cesse o motivo que determinou sua agregação, voltando a ocupar o lugar que lhe competir na respectiva escala numérica na primeira vaga que ocorrer.

Parágrafo único. A qualquer tempo poderá ser determinada a reversão do policial-militar agregado, exceto os previstos nos itens 2, 3, 5, 6, 7 e 10 da alínea c do § 1º do art. 76.

Art. 80. A reversão será efetuada mediante ato do Comandante-Geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, ou de autoridades às quais tenham sido delegados poderes para isso.

Seção III

Do Excedente

Art. 81. Excedente é a situação transitória a que automaticamente, passa o policial-militar que:

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I - tendo cessado o motivo que determinou a sua agregação, reverte ao respectivo quadro, que esteja com seu efetivo completo;

II - aguarda a colocação a que faz jus na escala hierárquica após haver sido transferido de quadro, que esteja com seu efetivo completo;

III - é promovido por bravura sem que haja vaga;

IV - sendo o mais moderno de sua respectiva escala hierárquica, ultrapassa o efetivo de seu quadro, em virtude de promoção de outro policial-militar, em ressarcimento de preterição.

§ 1º O policial-militar, cuja situação é a de excedente, ocupa a mesma posição relativa em igualdade, que lhe cabe, na escala hierárquica, com a abreviatura “Excd” e receberá o número que lhe competir em consequência da primeira vaga que se verificar.

§ 2º O policial-militar cuja situação é a de excedente, é considerado como em efetivo serviço, para todos os efeitos e concorre, respeitados os requisitos legais, em igualdade de condições e sem nenhuma restrição, a qualquer cargo policial-militar e à promoção.

§ 3º O policial-militar promovido por bravura, sem que haja vaga, ocupará a primeira vaga aberta, observando-se o princípio de promoção a ser seguido para a vaga seguinte.

Seção IV

Do Ausente e do Desertor

Art. 82. É considerado ausente o policial-militar que por mais de vinte e quatro horas consecutivas:

I - deixe de comparecer à Organização Policial Militar onde serve, ou local onde deve permanecer;

II - ausente-se, sem licença, da Organização Policial Militar onde sirva, ou local onde deva permanecer.

Parágrafo único. Decorrido o prazo mencionado neste artigo, serão observadas as formalidades previstas em legislação específica.

Art. 83. O policial-militar é considerado desertor nos casos previstos na legislação penal militar.

Seção V

Do Desaparecimento ou Extravio

Art. 84. É considerado desaparecido o policial-militar da ativa que no desempenho de qualquer serviço, em viagem, em operações policiais-militares ou em caso de calamidade pública, tiver paradeiro ignorado por mais de 08 (oito) dias.

Parágrafo único. A situação de desaparecido só será considerada quando não houver indício de deserção.

Art. 85. O policial-militar que, na forma do artigo anterior, permanecer desaparecido por mais de 30 (trinta) dias, será considerado extraviado oficialmente, após diligências no sentido de elucidar os fatos ocorridos, atestadas em boletim.

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Capítulo II

Seção I

Do Desligamento ou Exclusão do Serviço Ativo

Art. 86. O desligamento ou exclusão do serviço ativo da Polícia Militar é feito em consequência de:

LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

(...)

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.

§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

II - disponham sobre:

f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

(...)

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

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Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 39. São servidores públicos militares os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.

§ 7º A lei disporá sobre os limites de idade, sobre a estabilidade e sobre outras condições de transferência do militar para inatividade.

(...)

Art. 41. As Polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros Militar subordinam-se à legislação especial, que definirá sua estrutura, competências, direitos, garantias, deveres, prerrogativas de seus integrantes, de maneira a assegurar a eficiência de suas atividades, baseando-se nos princípios da hierarquia e da disciplina.

(...)

Art. 67. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou comissão da Assembleia Legislativa, ao Governador do Estado, ao Tribunal de Justiça, ao Tribunal de Contas, ao Procurador-Geral de Justiça, ao Defensor Público-Geral do Estado e aos cidadãos, nos termos desta Constituição. (redação dada pela EC 68, de 15 de dezembro de 2015, publicada no D.O. 9.067, de 16 de dezembro de 2015, página 1; republicada no D.O. nº 9.068, de 17 de dezembro de 2015, página 1; republicada no D.O. 9.071, de 22 de dezembro de 2015, página 1)

§ 1º São de iniciativa do Governador do Estado as leis que:

II - disponham sobre:

b) os servidores públicos do Estado, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria de civis, reforma e transferência de militares para a inatividade;

(...)

LEI Nº 3.150, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005. Consolida e atualiza a Lei n° 2.207, de 29 de dezembro de 2000, que instituiu o Regime de Previdência Social do Estado de Mato Grosso do Sul - MSPREV.

I - transferência para a reserva remunerada;

II - reforma;

III - demissão;

IV - perda de posto e patente;

V - licenciamento;

VI - exclusão a bem da disciplina;

VII - deserção;

VIII - falecimento;

IX - extravio.

Parágrafo único. O desligamento do serviço ativo será processado após a expedição de ato do Governador do Estado de Mato Grosso do Sul ou da autoridade à qual tenham sido delegados poderes para isso.

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JURISPRUDÊNCIA

"O ato de aposentadoria configura ato administrativo complexo, aperfeiçoando-se somente com o registro perante o Tribunal de Contas. Submetido a condição resolutiva, não se operam os efeitos da decadência antes da vontade final da administração." (MS 24.997, MS 25.015, MS 25.036, MS 25.037, MS 25.090 e MS 25.095, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 2-2-2005, Plenário, DJ de 1º-4-2005.) No mesmo sentido: AI 844.718-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 22-11-2011, Primeira Turma, DJE de 13-12-2011; MS 26.320, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 2-8-2011, Primeira Turma, DJE de 17-8-2011. Vide: MS 24.781, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 2- 3-2011, Plenário, DJE de 9-6-2011.

Art. 87. A transferência para a reserva remunerada ou a reforma não isenta o policial-militar de indenização dos prejuízos causados à Fazenda Estadual ou a terceiros, nem ao pagamento de pensões decorrentes de sentença judicial.

Art. 88. O policial-militar da ativa, enquadrado em um dos incisos I, II e V do art. 86 ou demissionário, a pedido, continuará no exercício de suas funções até ser desligado da OPM em que sirva.

Parágrafo único. O desligamento da OPM, deverá ser feito após a publicação em Diário Oficial do Estado ou em boletim da corporação do ato oficial correspondente, que não poderá exceder a 45 dias da data da primeira publicação oficial.

Seção II

Da Transferência para a Reserva Remunerada

JURISPRUDÊNCIA

ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. SERVIDOR PÚBLICO MILITAR REFORMADO SOB A ÉGIDE DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1967. REINGRESSO NO SERVIÇO PÚBLICO ANTES DA VIGÊNCIA DA EC 20/98. APOSENTADORIA COMPULSÓRIA EM 2004. CUMULAÇÃO DE PROVENTOS CIVIS E MILITARES. LEGITIMIDADE. ART. 11 DA EC 20/98. 1. Segundo a pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é legítima a acumulação de proventos civis e militares quando a reforma se deu sob a égide da Constituição Federal de 1967 e a aposentadoria ocorreu antes da vigência da EC 20/98. 2. É irrelevante, entretanto, que a aposentadoria civil tenha acontecido na vigência da EC 20/98, bastando que o reingresso no serviço público tenha ocorrido antes do advento da alteração constitucional, de forma a ensejar a incidência da ressalva do art. 11 da EC 20/98, cuja aplicação se dá “(…) aos membros de poder e aos inativos, servidores e militares, que, até a publicação desta Emenda, tenham ingressado novamente no serviço público (…)”. 3. Embargos de divergência a que se nega provimento. (AI 801096 AgR-EDv, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 22/04/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-126 DIVULG 29-06-2015 PUBLIC 30-06-2015).

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Art. 89. A passagem do policial-militar à situação de inatividade mediante transferência para a reserva remunerada, se efetua:

JURISPRUDÊNCIA

INATIVIDADE POLICIAL MILITAR. REGRAS PRÓPRIAS.

“De acordo com o art. 42 da CF, cabe à lei própria fixar o regime jurídico de aposentadoria dos servidores militares, de modo que, existindo norma específica (LC 51/1985 ou DL estadual 260/1970), não há que se falar em aplicação da regra prevista aos trabalhadores em geral.” (Lei 8.213/1991). (ARE 818.547-AgR, rel. min. Roberto Barroso, julgamento em 30-9-2014, Primeira Turma, DJE de 15-10-2014).

“Cabe à lei estadual, nos termos da norma constitucional do art. 142, § 3º, X, regular as disposições do art. 42, § 1º, da CF e estabelecer as condições de transferência do militar para a inatividade.”(RE 495.341-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 14-9-2010, Segunda Turma, DJE de 1º-10-2010.) No mesmo sentido: AI 562.165-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 16-5-2006, Segunda Turma, DJE de 9-6-2006; RE 226.161, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 25-6-2002, Primeira Turma, DJE de 30-8-2002.

“A CF não exige que os cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se dará a aposentadoria sejam ininterruptos.” (RE 591.467-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 10-4-2012, Segunda Turma, DJE de 25-4-2012.

“(...) reconhece-se o direito aos proventos referentes à promoção por acesso, mesmo em período posterior à aposentadoria, uma vez que a servidora não foi promovida a cargo diverso daquele que já exercia efetivamente; não se aplicando ao presente caso o prazo de cinco anos de efetivo exercício no cargo para o cálculo dos proventos de aposentadoria, nos termos do art. 40, § 1º, III, da CF. (AI 768.536-AgR, voto do Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 16-11-2010, Segunda Turma, DJE de 30-11-2010.) No mesmo sentido: AI 824.964-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 8-2-2011, Primeira Turma, DJE de 3-3-2011; AI 801.015-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 2-12-2010, Primeira Turma, DJE de 1º-2-2011.

AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO ADMINISTRATIVO. INAPLICABILIDADE DO ART. 40, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL AOS SERVIDORES MILITARES. DIREITO À ACUMULAÇÃO DE PENSÕES PREVISTO NA LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA. SÚMULAS 279 E 280/STF. PREDEDENTES. O Supremo Tribunal Federal já assentou que não se aplica aos militares a vedação estabelecida para os servidores públicos civis constante do art. 40, § 2º, da Constituição. Precedentes. Hipótese em que a resolução da controvérsia demandaria a análise da legislação pertinente (Leis estaduais nºs 7.138/78, 7.366/80 e 10.990/97) e o reexame dos fatos e provas constantes dos autos, o que é vedado em recurso extraordinário. Incidência das Súmulas 279 e 280/STF. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão

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agravada. Agravo regimental a que se nega provimento. (RE 814740 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 09/09/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-192 DIVULG 01-10-2014 PUBLIC 02-10-2014).

I - a pedido;

II - ex officio.

JURISPRUDÊNCIA

AGRAVO REGIMENTAL EM APELAÇÃO CÍVEL - DECLARATÓRIA DE ISENÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA EM RAZÃO DE CARDIOPATIA GRAVE - ALTERAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – PRELIMINARES DE ILEGITIMIDADE PASSIVA E INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO – AFASTADAS. Os Estados da Federação e, por consequência, suas autarquias, são partes legítimas para figurar no polo passivo das ações propostas por servidores públicos estaduais que visam o reconhecimento do direito à isenção ou à repetição do indébito relativo ao imposto de renda retido na fonte, e, por consequência, é a Justiça Estadual a competente para o julgamento de tais lides. Preliminares afastadas.

POLICIAL DA RESERVA REMUNERADA – INATIVIDADE E MOLÉSTIA GRAVE – REQUISITOS COMPROVADOS – DESNECESSIDADE DE LAUDO MÉDICO OFICIAL. Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, a reserva remunerada equivale à inatividade, assim, convencido o magistrado da existência da moléstia grave, desnecessária a realização de perícia médica oficial e impositiva a declaração do direito à isenção prevista em lei.

Recurso conhecido, mas improvido. (0800288-39.2014.8.12.0025 Agravo Regimental Relator(a): Des. Dorival Renato Pavan; Comarca: Bandeirantes; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 21/07/2015; Data de registro: 24/07/2015; Outros números: 800288392014812002550000).

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DECLARATÓRIA E CONDENATÓRIA – IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA – RETENÇÃO INDEVIDA – ISENÇÃO – ART. 6º, XIV, DA LEI FEDERAL N. 7.713, DE 22.12.1988 – POLICIAL MILITAR NA RESERVA REMUNERADA – ART. 6º, XIV, DA LEI FEDERAL N. 7.713, de 22.12.1988 MOLÉSTIA PROFISSIONAL – SENTENÇA REFORMA – RECURSO PROVIDO. (0807287-77.2014.8.12.0002 Apelação Relator(a): Des. Claudionor Miguel Abss Duarte; Comarca: Dourados; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 23/04/2015; Data de registro: 24/04/2015).

Art. 90. A transferência para reserva remunerada a pedido, será concedida ao policial-militar nas seguintes condições:

I - com os proventos integrais:

a) para os policiais-militares com 30 (trinta) anos de serviço para os homens e 25 (vinte e cinco) anos para as mulheres;

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b) Revogada pelo art. 39 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.

II - com os proventos proporcionais, por ano de serviço, para os militares estaduais que contem, no mínimo 20 (vinte) anos de efetivo serviço. (Alterado pelo art. 31 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.)

§ 1º Revogado pelo art. 39 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.

JURISPRUDÊNCIA

“Recurso ordinário em mandado de segurança. Aeronáutica. Militar excluído do serviço ativo. Inclusão em quota compulsória por implemento de idade. Art. 99 da Lei 6.880/1980. Rejeitada a alegação de ofensa ao princípio constitucional da isonomia, pois a autoridade impetrada demonstrou que, com base na legislação vigente, o implemento de idade não foi o único, mas apenas o último critério de desempate entre oficiais na elaboração da lista da ‘quota compulsória’.” (RMS 25.159, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 8-11-2005, Segunda Turma, DJ de 2-6- 2006).

AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE INJUNÇÃO – INDEFERIMENTO LIMINAR DA INICIAL – CARÊNCIA DA AÇÃO – FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL – INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA – EXISTÊNCIA DE LEI QUE ABARCA A APOSENTADORIA DO MILITAR, LEVANDO EM CONTA OS RISCOS DA PROFISSÃO – NÃO-CABIMENTO DA VIA INJUNTIVA QUE PRESSUPÕE A AUSÊNCIA DE INSTRUMENTO NORMATIVO PARA SUA UTILIZAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO LEGAL PARA FUNDIR OU MESCLAR REGIME PREVIDENCIÁRIO CIVIL COM O REGIME PREVIDENCIÁRIO MILITAR – EXTINÇÃO DO PROCESSO – RECURSO DESPROVIDO. Existindo lei estadual que trata da aposentadoria do militar, levando em conta os riscos da profissão, o provimento injuntivo é inadequado, visto que o cabimento do remédio constitucional pressupõe a ausência de instrumento normativo para regular o direito insculpido no art. 5º, LXXI, da Constituição Federal. (1412470-49.2015.8.12.0000 Agravo Regimental Relator(a): Des. Claudionor Miguel Abss Duarte; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 1ª Seção Cível; Data do julgamento: 07/12/2015; Data de registro: 09/12/2015).

§ 2º No caso do policial-militar haver realizado qualquer curso ou estágio de duração superior a 06 (seis) meses, por conta do Estado de Mato Grosso do Sul, ou em outro Estado da Federação ou no Exterior, sem que haja decorrido 01 (um) ano de seu término, a transferência para a reserva remunerada só será concedida mediante indenização de todas as despesas decorrentes da realização do referido curso ou estágio, inclusive as diferenças de vencimentos, salvo nos casos do inciso I, deste artigo.

Art. 91. A transferência ex officio para reserva remunerada, verificar-se-á sempre que o policial-militar incidir nos seguintes casos:

I - atingir a idade limite:

JURISPRUDÊNCIA

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CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. MILITAR ESTADUAL. TRANSFERÊNCIA PARA A INATIVIDADE. MATÉRIA REGULADA POR LEI ESTADUAL ESPECÍFICA, CONFORME O DISPOSTO NOS ARTIGOS 42, § 1º, E 142, § 3º, INCISO X, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. LEI COMPLEMENTAR N.º 16/96 DO ESTADO DO AMAZONAS. INCIDÊNCIA. 1. Conforme dispõe a Constituição Federal em seus artigos 42, § 1º, e 142, § 3º, inciso X, cabe a Lei Estadual específica dispor sobre a transferência do militar para a inatividade. 2. O Estado do Amazonas editou a Lei Estadual n.º 1.154/75 (Estatuto dos Policiais Militares), cujo artigo 90, com redação dada pela Lei Complementar n.º 16/96, determina que "A transferência 'ex-offício' para a reserva remunerada, verificar-se-á sempre que o policial-militar incidir nos seguintes casos: [...] II - Completar o Policial Militar 30 (trinta) anos de efetivo serviço." 3. Na hipótese, tendo o Recorrente atingido o tempo de serviço previsto na lei de regência (30 anos), que tem respaldo constitucional, não prevalece a pretensão de que a autoridade coatora o reintegre e se abstenha de aposentá-lo, sob o argumento de que deve ser observado o limite de 70 (setenta) anos de idade previsto para a aposentadoria compulsória. 4. Recurso desprovido. (RMS 27.555/AM, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 28/10/2008, DJe 17/11/2008).

a) Oficiais do sexo masculino, aos 60 anos; (alterada pelo art. 1º da Lei Complementar n. 123, de 20.12.2007 – DOMS, de 21.12.2007.)

b) Oficiais do sexo feminino, aos 55 anos; (alterada pelo art. 1º da Lei Complementar n. 123, de 20.12.2007 – DOMS, de 21.12.2007.)

c) Praças do sexo masculino, aos 55 anos; (alterada pelo art. 1º da Lei Complementar n. 123, de 20.12.2007 – DOMS, de 21.12.2007.)

d) Praças do sexo feminino, aos 50 anos. (Alterada pelo art. 1º da Lei Complementar n. 123, de 20.12.2007 – DOMS, de 21.12.2007.)

II - ter ultrapassado ou vier a ultrapassar:

a) 30 anos de efetivo serviço; (alterada pelo art. 1º da Lei Complementar n. 123, de 20.12.2007 – DOMS, de 21.12.2007.)

JURISPRUDÊNCIA

“Recurso ordinário em mandado de segurança. Aeronáutica. Militar excluído do serviço ativo. Inclusão em quota compulsória por implemento de idade. Art. 99 da Lei 6.880/1980. Rejeitada a alegação de ofensa ao princípio constitucional da isonomia, pois a autoridade impetrada demonstrou que, com base na legislação vigente, o implemento de idade não foi o único, mas apenas o último critério de desempate entre oficiais na elaboração da lista da ‘quota compulsória’.” (RMS 25.159, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 8-11-2005, Segunda Turma, DJ de 2-6- 2006).

b) o oficial, 5 anos de permanência no último posto previsto na hierarquia de seu Quadro, desde que, também conte ou venha a contar com 30 ou mais anos de efetivo serviço. (Alterada pelo art. 1º da Lei Complementar n. 123, de 20.12.2007 – DOMS, de 21.12.2007.)

c) Revogada pelo art. 4º da Lei Complementar n. 123, de 20.12.2007 – DOMS, de 21.12.2007.

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III - for Oficial considerado não habilitado para o acesso à carreira em caráter definitivo, no momento em que vier a ser objeto de apreciação para ingresso em quadro de acesso;

IV - ultrapassar 02 (dois) anos contínuos de licença para tratamento de saúde de pessoa da família;

V - ultrapassar 02 (dois) anos contínuos de licença para tratar de interesse particular;

VI - ser empossado em cargo público permanente, estranho à sua carreira, cuja função não seja a de magistério; (Declarado Inconstitucional pela Adin STF n. 1.541-9 – DOU, de 23.10.02, p. 1).

JURISPRUDÊNCIA

TRANSFERÊNCIA PARA RESERVA. APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO.

"A jurisprudência consolidada desta Corte já assentou que a transferência para a reserva remunerada de militar aprovado em concurso público, subordina-se à autorização do presidente da República ou à do respectivo ministro." (AI 453.424-AgR, rel. min. Ellen Gracie, julgamento em 29-11-2005, Segunda Turma, DJ de 10-2-2006.) No mesmo sentido: RE 601.148-AgR, rel. min. Eros Grau, julgamento em 29-9-2009, Segunda Turma, DJE de 23-10-2009.

"Cabe exclusivamente ao presidente da República, dentro do princípio da discricionariedade que a lei lhe outorga para avaliar e decidir segundo seus próprios critérios de conveniência e oportunidade, autorizar ou não a nomeação ou admissão de oficial militar para cargo ou emprego público. A autorização do presidente da República é requisito essencial à passagem de oficial das Forças Armadas para a reserva remunerada." (MS 22.431, rel. min. Maurício Corrêa, julgamento em 2-10-1996, Plenário, DJ de 22-11-1996.) No mesmo sentido: MS 22.530, rel. min. Sydney Sanches, julgamento em 18-2-98, Plenário, DJ de 4-5-2001; MS 22.506, rel. min. Moreira Alves, julgamento em 12-9- 1996, Plenário, DJ de 29-11-1996; MS 22.402, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 14-8-1996, Plenário, DJ de 19-12-1996; MS 22.416, rel. min. Octavio Gallotti, julgamento em 1º-8-1996, Plenário, DJ de 6-12-1996.

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ACUMULAÇÃO DE DOIS CARGOS DE MÉDICO POR MILITAR. IMPOSSIBILIDADE. ARTS. 42, § 1º, e 142, § 3º, II, da CONSTITUIÇÃO. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I - Com efeito, o art. 42, § 1º, combinado com o art. 142, § 3º, II, da Constituição, estabelece que o militar da ativa que tomar posse em cargo ou emprego civil permanente será transferido para a reserva. Assim, diante do caráter específico e restritivo da norma supracitada, não se justifica a interpretação extensiva conferida pelo acórdão recorrido no sentido de que o militar pode acumular dois cargos, ainda que se refiram a cargos de profissionais de saúde. Precedentes. II – Agravo regimental a que se nega provimento.(RE 741304 AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 03/12/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-250 DIVULG 17-12-2013 PUBLIC 18-12-2013).

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AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI COMPLEMENTAR Nº 53, DE 30/08/90. ESTATUTO DOS POLICIAIS MILITARES DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL. ART. 91, INC. VI E § 2º. RESERVA REMUNERADA E EXERCÍCIO DE CARGO PÚBLICO QUE NÃO O MAGISTÉRIO. ART. 37, XVI DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Os dispositivos impugnados, pelo simples fato de possibilitarem ao policial militar - agente público - o acúmulo remunerado deste cargo (ainda que transferido para a reserva) com outro que não seja o de professor, afrontam visivelmente o art. 37, XVI da Constituição. Impossibilidade de acumulação de proventos com vencimentos quando envolvidos cargos inacumuláveis na atividade. Precedentes: RE nº 163 .204, Rel. Min. Carlos Velloso, RE nº 197.699, Rel. Min. Marco Aurélio e AGRRE nº 245 .200, Rel. Min. Maurício Corrêa. Este entendimento foi revigorado com a inserção do parágrafo 10 no art. 37 pela EC nº 20/98, que trouxe para o texto constitucional a vedação à acumulação retro mencionada. Vale destacar que esta mesma Emenda, em seu art. 11, excetuou da referida proibição os membros de poder e os inativos, servidores e militares, que, até a publicação da Emenda, tenham ingressado novamente no serviço público por concurso público de provas ou de provas e títulos, ou pelas demais formas previstas pela Constituição Federal. Ação direta de inconstitucionalidade que se julga procedente para, ressalvadas as hipóteses previstas na norma transitória do art. 11 da EC nº 20, de 15/12/1998, declarar a inconstitucionalidade do inc. VI e do § 2º do art. 91 da Lei Complementar nº 53, de 30/08/90, do Estado do Mato Grosso do Sul. (ADI 1541, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 05/09/2002, DJ 04-10-2002 PP-00091 EMENT VOL-02085-02 PP-00237).

LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

(...)

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será

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transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 39. São servidores públicos militares os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.

§ 3º O policial militar em atividade que aceitar cargo ou emprego público civil permanente será transferido para a reserva.

VII - ultrapassar 02 (dois) anos de afastamento, num mesmo posto ou graduação, contínuos ou não, agregado em virtude de ter sido empossado em cargo público civil temporário, inclusive da administração indireta;

LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

Art.14 (...)

§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

(...)

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

(...)

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", ficará

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agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 39. São servidores públicos militares os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.

§ 4º O policial militar da ativa que aceitar cargo, emprego ou função pública temporária, não-eletiva, ainda que da administração indireta, ficará agregado ao respectivo quadro enquanto permanecer nessa situação e só poderá ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para promoção e transferência para a reserva, sendo, depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para inatividade.

VIII - for diplomado em cargo eletivo;

JURISPRUDÊNCIA

ELEITORAL.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI ESTADUAL Nº 5.729/95. REGIME JURÍDICO DO POLICIAL MILITAR. VÍCIO DE INICIATIVA (CF, ART. 61, § 1º, II, C E F). ELEGIBILIDADE DO POLICIAL MILITAR. MATÉRIA DE DIREITO ELEITORAL. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DA UNIÃO (CF, ART. 22, I, E ART. 14, § 8º). DIREITO DE OPÇÃO PELA FONTE DA QUAL DEVERÁ RECEBER SUA REMUNERAÇÃO. VIOLAÇÃO AO ART. 38 DA CARTA FUNDAMENTAL. 1. É inconstitucional, por afronta à iniciativa privativa prevista no art. 61, § 1º, II, c e f, da Constituição, a Lei nº 5.729/95 do Estado de Alagoas, que dispõe sobre a transferência para a reserva e a reforma do policial militar, por se tratar de matérias afetas ao seu regime jurídico. 2. Ao dispor sobre o regime jurídico a que o policial militar estaria sujeito em caso de eleição para cargo público, a Lei estadual nº 5.729/95 invadiu competência legislativa da União, prevista no art. 22, I, da Constituição. 3. A Lei estadual nº 5.729/95 ofendeu, ainda, o conteúdo material do art. 14, § 8º, da Constituição, quando previu hipóteses i) de retorno ao serviço de policial militar que tenha assumido cargo público eletivo e ii) de opção pela fonte de remuneração. 4. A autorização, ao militar eleito, de optar pela fonte de pagamento, qualquer que seja a natureza do mandato, destoa do regramento constitucional disposto no art. 38 da Carta Fundamental, que somente permite o direito de opção nas estritas hipóteses de vereador e de prefeito municipal. 5. Ausência de prejuízo da ação no que se refere ao art. 3º, incisos V e VI, da Lei estadual nº 5.729/95. O vício de iniciativa é suficiente para configurar a inconstitucionalidade do dispositivo, o que dispensa maiores considerações acerca da alteração de parâmetro promovida pela Emenda Constitucional nº 18/98. 6. Ação direta julgada procedente. (ADI 1381, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 21/08/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-197 DIVULG 08-10-2014 PUBLIC 09-10-2014).

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ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. POLICIAL MILITAR. COM MENOS DE 10 (DEZ) ANOS DE SERVIÇO EFETIVO. LICENÇA PARA CONCORRER A CARGO ELETIVO. MANUTENÇÃO DA REMUNERAÇÃO. INTERPRETAÇÃO DO ART. 14, § 8.º, INCISO I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. DESLIGAMENTO DEFINITIVO DA CORPORAÇÃO. NECESSIDADE. PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA NON REFORMATIO IN PEJUS. 1. O Pleno do Supremo Tribunal Federal, ao interpretar o art. 14, § 8.º, incisos I e II, firmou o entendimento de que a Carta da República autorizou tratamento diferenciado aos servidores militares, que intentem candidatar-se a cargo eletivo, lastreado no tempo de serviço, estabelecendo o seguinte discrímen: (a) se contarem com mais de 10 (dez) anos de efetivo exercício na corporação, serão "agregados", mantendo a remuneração, e, se eleitos, no ato da diplomação, deverão passar para a inatividade; (b) se ainda não tiverem alcançado o interstício de um decênio, deverão ser definitivamente afastados do serviço ativo. 2. A jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, na esteira da do Supremo Tribunal Federal, firmou-se no sentido de que o afastamento do militar, que contava com menos de 10 (dez) anos de atividade, para candidatar-se a cargo eletivo é definitiva e deve se dar por demissão ou licenciamento ex officio, sendo exigível após o deferimento do registro da candidatura. 3. Nos termos do art. 14, § 8.º, inciso II, da Carta Magna, apenas o militar que conte com mais de 10 (dez) anos de serviço tem direito à licença remunerada para concorrer a cargo eletivo. Precedentes do STF e do STJ. 4. No caso, tratando-se de militar com menos de 10 (dez) anos na corporação, inexiste direito líquido e certo a ser amparado na via mandamental no sentido de ser remunerado no período em que foi licenciado a concorrer a cargo eletivo. 5. Recurso ordinário em mandado de segurança conhecido e desprovido. (RMS 30.041/MT, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 13/12/2011, DJe 01/02/2012).

RECURSO ESPECIAL. REGISTRO DE CANDIDATO. MILITAR. DESINCOMPATIBILIZAÇÃO. ART. 1º, II, l DA LC Nº 64/90. INAPLICABILIDADE. 1. O militar elegível, que não ocupe função de comando, não se submete ao prazo de desincompatibilização previsto no art. 1º, II, l da LC nº 64/90, devendo se afastar após o deferimento do seu registro de candidatura, consoante o disposto nos arts. 14, § 8º, da CF, 98, parágrafo único, do CE e 16, § 4º, da Res.-TSE nº 22.717/2008. Precedentes. 2. Agravo regimental desprovido. (Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral nº 30182, Acórdão de 29/09/2008, Relator(a) Min. MARCELO HENRIQUES RIBEIRO DE OLIVEIRA, Publicação: PSESS - Publicado em Sessão, Data 29/09/2008 RJTSE - Revista de jurisprudência do TSE, Volume 19, Tomo 3, Página 372).

Consulta. Recebimento. Petição. Art. 73, V, Lei nº 9.504/97. Disposições. Aplicação. Circunscrição do pleito. Concurso público. Realização. Período eleitoral. Possibilidade. Nomeação. Proibição. Ressalvas legais. 1. As disposições contidas no art. 73, V, Lei nº 9.504/97 somente são aplicáveis à circunscrição do pleito. 2. Essa norma não proíbe a realização de concurso público, mas, sim, a ocorrência de nomeações, contratações e outras movimentações funcionais desde os três meses que antecedem as eleições até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de pleno direito. 3. A restrição imposta pela Lei nº 9.504/97 refere-se à nomeação de servidor, ato da administração de investidura do cidadão no cargo público, não se levando em conta a posse, ato

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subsequente à nomeação e que diz respeito à aceitação expressa pelo nomeado das atribuições, deveres e responsabilidades inerentes ao cargo. 4. A data limite para a posse de novos servidores da administração pública ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento, nos termos do art. 13, § 1º, Lei nº 8.112/90, desde que o concurso tenha sido homologado até três meses antes do pleito conforme ressalva da alínea c do inciso V do art. 73 da Lei das Eleições. 5. A lei admite a nomeação em concursos públicos e a consequente posse dos aprovados, dentro do prazo vedado por lei, considerando-se a ressalva apontada. Caso isso não ocorra, a nomeação e consequente posse dos aprovados somente poderão acontecer após a posse dos eleitos. 6. Pode acontecer que a nomeação dos aprovados ocorra muito próxima ao início do período vedado pela Lei Eleitoral, e a posse poderá perfeitamente ocorrer durante esse período. 7. Consoante exceções enumeradas no inciso V, art. 73, as proibições da Lei nº 9.504/97 não atingem as nomeações ou exonerações de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções de confiança; as nomeações para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República; as nomeações ou contratações necessárias à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do chefe do Poder Executivo e as transferências ou remoções ex officio de militares, de policiais civis e de agentes penitenciários. (CONSULTA nº 1065, Resolução nº 21806 de 08/06/2004, Relator(a) Min. FERNANDO NEVES DA SILVA, Publicação: DJ - Diário de Justiça, Volume 1, Data 12/07/2004, Página 02 RJTSE - Revista de Jurisprudência do TSE, Volume 15, Tomo 2, Página 393).

Militar: elegibilidade (CF, art. 14, § 8º, e Res./TSE 20.993/2002), independentemente da desincompatibilização reclamada pelo art. 1º, II, l, da LC 64/90, pois só com o deferimento do registro de candidatura é que se dará, conforme o caso, a transferência para a inatividade ou a agregação (cf. REspe 8.963). (RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 20169, Acórdão nº 20169 de 12/09/2002, Relator(a) Min. JOSÉ PAULO SEPÚLVEDA PERTENCE, Publicação: PSESS - Publicado em Sessão, Data 10/09/2002 RJTSE - Revista de Jurisprudência do TSE, Volume 13, Tomo 4, Página 385).

Comandante de Companhia da Polícia Militar - Candidatura a vereador - Desincompatibilização - Prazo de seis meses - Art. 1º, VII, "b", c/c IV, "c", da Lei Complementar nº 64/90 - Transferência de circunscrição dentro do período de seis meses - Irrelevância - Inelegibilidade configurada. Recurso não conhecido. (RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 16743, Acórdão nº 16743 de 21/09/2000, Relator(a) Min. WALDEMAR ZVEITER, Relator(a) designado(a) Min. FERNANDO NEVES DA SILVA, Publicação: PSESS - Publicado em Sessão, Data 21/09/2000 RJTSE - Revista de Jurisprudência do TSE, Volume 12, Tomo 2, Página 344).

RECURSO. INELEGIBILIDADE. FILIACAO PARTIDARIA. EXIGENCIA. POLICIAL MILITAR NA RESERVA. APELO NAO CONHECIDO. (RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 13891, Acórdão nº 13891 de 08/10/1996, Relator(a) Min. JOSÉ BONIFÁCIO DINIZ DE ANDRADA, Publicação: RJTSE - Revista de Jurisprudência do TSE, Volume 8, Tomo 3, Página 219 PSESS - Publicado em Sessão, Data 08/10/1996).

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RECURSO ESPECIAL, TRE/RS. DECISÃO QUE NEGOU PROVIMENTO AO RECURSO. REGISTRO DE CANDIDATO. MILITAR. DESINCOMPATIBILIZAÇÃO. INELEGIBILIDADE. MILITAR QUE NUNCA EXERCEU FUNÇÃO DE COMANDO NÃO É CONSIDERADO "AUTORIDADE MILITAR", PARA FINS DA LEI COMPLEMENTAR Nº 64/90. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (RECURSO ESPECIAL ELEITORAL nº 10666, Acórdão nº 12916 de 30/09/1992, Relator(a) Min. AMÉRICO LUZ, Publicação: RJTSE - Revista de Jurisprudência do TSE, Volume 5, Tomo 2, Página 138 PSESS - Publicado em Sessão, Data 30/09/1992).

IX - Revogado pela Lei Complementar n. 68, de 8.7.1993 – DOMS, de 9.7.1993.

§ 1º A transferência para a reserva remunerada processar-se-á sempre que o policial-militar for enquadrado em um dos incisos deste artigo.

§ 2º Revogado pelo art. 39 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.

§ 3º A nomeação do policial-militar para os cargos de que tratam os incisos VI e VII somente poderá ser feita:

a) pela autoridade federal competente, mediante requisição ao Governador do Estado de Mato Grosso do Sul, quando o cargo for da alçada federal;

b) pelo Governador do Estado de Mato Grosso do Sul ou mediante sua autorização, nos demais casos.

§ 4º Enquanto permanecer no cargo de que trata o inciso VII:

a) é-lhe assegurada à opção entre a remuneração do cargo e a do posto ou graduação;

b) somente poderá ser promovido por antiguidade;

c) o tempo de serviço é contado apenas para aquela promoção e para a transferência para a inatividade.

(Ver Parecer/PGE/n. 23/95, DO-MS, de 7.8.95.)

§ 5º Revogado pelo art. 39 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.

Art. 92. A transferência do policial-militar para a reserva remunerada poderá ser suspensa na vigência do estado de guerra, estado de sítio, estado de emergência ou em caso de mobilização.

Art. 93. O oficial da reserva remunerada será convocado para o serviço ativo para compor o Conselho de Justificação, o Conselho Especial de Justiça, ser encarregado de Inquérito Policial-Militar ou ser incumbido de outros procedimentos administrativos na falta de oficial da ativa em situação hierárquica, compatível com a do oficial envolvido. (Alterado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 113, de 19.12.2005 — DOMS, de 20.12.2005.)

§ 1º O oficial convocado nos termos deste artigo terá direitos e deveres idênticos aos da ativa de igual situação hierárquica, exceto quanto à promoção a que não concorrerá, e contará, como acréscimo, esse tempo de serviço.

§ 2º A convocação, de que trata este artigo, terá a duração necessária ao cumprimento da atividade que ela deu origem, não devendo ser superior ao prazo de 12 (doze) meses; dependerá da anuência do convocado e será precedida de inspeção de saúde.

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Seção III

Da Reforma

Art. 94. A passagem do policial-militar à situação de inatividade mediante reforma, se efetua ex officio.

Art. 95. A reforma de que trata o artigo anterior será aplicada ao policial-militar que:

I - atingir a idade limite de permanência na reserva remunerada:

a) para oficiais do sexo masculino, 65 anos; (alterada pelo art. 1º da Lei Complementar n. 123, de 20.12.2007 – DOMS, de 21.12.2007.)

b) para oficiais do sexo feminino, 60 anos; (alterada pelo art. 1º da Lei Complementar n. 123, de 20.12.2007 – DOMS, de 21.12.2007.)

c) para praças do sexo masculino, 60 anos; (alterada pelo art. 1º da Lei Complementar n. 123, de 20.12.2007 – DOMS, de 21.12.2007.)

d) para praças do sexo feminino, 55 anos. (Acrescentada pelo art. 1º da Lei Complementar n. 123, de 20.12.2007 – DOMS, de 21.12.2007.)

II - for julgado incapaz, definitivamente, para o serviço da Polícia Militar;

III - estiver agregado por mais de dois anos, por ter sido julgado incapaz temporariamente, mediante homologação da Junta de Inspeção de Saúde da Corporação, mesmo que se trate de moléstia curável;

JURISPRUDÊNCIA

REFORMA. MILITAR AGREGADO. TRATAMENTO DE SAÚDE. RECUPERAÇÃO.

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. MILITAR TEMPORÁRIO. AGREGADO. CAPACIDADE PARA O TRABALHO RESTABELECIDA. PRETENSÃO DE REFORMA EM RAZÃO DO DECURSO DO PRAZO MÁXIMO PARA AGREGAÇÃO. ART. 106, III, DA LEI 6.880/1980. IMPOSSIBILIDADE. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADO. DECISÃO MONOCRÁTICA. IMPRESTABILIDADE. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. 1. Cinge-se a controvérsia em exame acerca da possibilidade de concessão de reforma ex offício prevista no art. 106, III, da Lei 6.880/1980, ao militar temporário que a despeito de ter permanecido agregado por mais de 02 (dois) anos para tratamento de saúde, recupera a sua higidez, não estando mais incapacitado para o serviço castrense. 2. O instituto da agregação, previsto na Lei 6.880/1980, busca, entre outras hipóteses, assegurar ao militar acometido de moléstia incapacitante temporária o direito ao devido tratamento médico-hospital, no intuito de restabelecer sua plena capacidade laborativa e, naqueles casos em que não seja possível a recuperação, a o direito à reforma ex offício (art. 106, III, da Lei 6.880/1980: "A reforma ex officio será aplicada ao militar que: [...] III - estiver agregado por mais de 2 (dois) anos por ter sido julgado incapaz, temporariamente, mediante homologação de Junta Superior de Saúde, ainda que se trate de moléstia curável"). 3. Da interpretação do dispositivo legal, percebe-se tratar-se de espécie de reforma ex officio por incapacidade de militar agregado por mais de dois anos, ainda que se trate de moléstia curável, ou seja, o reconhecimento do direito do militar agregado à reforma pressupõe que, ao tempo da inspeção de saúde, seja verificada a permanência da incapacidade

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laboral, ainda que se trate de moléstia que no futuro posso vir a ser curada. Assim, o militar agregado que venha a se recuperar da moléstia incapacitante, restabelecendo a sua condição laboral, não fará jus à reforma, nos moldes do art. 106, III, da Lei 6.880/1980, porquanto não está mais incapacitado. 4. "A outra espécie de reforma de ofício por incapacidade está no artigo 106, III, o qual trás a situação do agregado, a abranger tanto estáveis como temporários, e prevê reforma de ofício ao militar agregado por mais de dois anos, e que esteja temporariamente incapaz. [...] Nos termos deste artigo 106, III, cabe reforma de ofício se o militar estiver agregado por mais de dois anos, por ter sido julgado incapaz temporariamente, ainda que se trate de moléstia curável. Porém, também aqui a lei deve ser corretamente interpretada: em qualquer dos dois casos de reforma de ofício por incapacidade (art. 106, II - incapacidade definitiva - e III - incapacidade temporária, agregação), a incapacidade definitiva dada pelos artigos 108 e 109 deverá ser exigida, até mesmo em homenagem ao Princípio da Isonomia Constitucional. Caso contrário, o agregado, bastando-lhe a incapacidade temporária, terá um tratamento mais benéfico do que o incapaz definitivamente do artigo 106, II. Por isso, os artigos 108 e 109 devem ser aplicados a ambos. E, repita-se, naquele sentido antes exposto, ou seja, a incapacidade definitiva dos artigos 108 e 109 é mais do que a mera incapacidade para o serviço ativo das Forças Armadas, insculpida no artigo 106, II (eis que atinge também a capacidade laboral civil), embora não chegue a ser a invalidez dos artigos 110§ 1º e 111, II. [...] Concluindo, se o militar fica mais de dois anos agregado, por motivo de saúde que o incapacitou temporariamente, ele será reformado nos termos do artigo 106, III, mas em combinação com os artigos 108 e 109 do Estatuto, sendo inclusive necessária a incapacidade tanto para os atos da vida militar como civil; assim, tal situação irá, na prática, desembocar na mesma disciplina da incapacidade definitiva, portanto (que é a do 106, II c/c 108 e 109), em se interpretando o Estatuto de acordo com a isonomia constitucional, como aqui se propõe" (KAYAT, Roberto Carlos Rocha, Forças Armadas: Reforma, Licenciamento e Reserva Remunerada. In: Publicações da Escola da AGU: Direito Militar, 2010, p. 161-192). 5. Não havendo a incapacidade laboral não há o direito à reforma ex offício, não se podendo estender tal benefício àqueles que possuem incapacidade temporária e/ou parcial e ainda existe uma real possibilidade de recuperação da doença e da capacidade laboral, e muito menos àqueles que, mesmo estando agregado há mais de 02 anos, verifica-se o restabelecimento da sua capacidade plena por meio de posterior prova técnica. 6. A lógica por trás do art. 106, III, da Lei 6.880/1980 busca amparar o militar que, "diante do alargamento do período que possa se encontrar incapacitado para as atividades laborais, tenha uma fonte de subsistência segura e permanente, já que, afinal, os egressos na atividades militares não podem ser devolvidos à vida civil em condições diversas daquelas ostentadas no momento de ingresso na caserna. [...] Nesse norte, entendo que a aplicabilidade do art. 106, III, da Lei 6.880/80 deve ter sua abrangência restrita às hipóteses em que não atestada a plena capacidade posterior do militar, sob pena de por em xeque a racionalidade por trás do diploma legal em referência. Ao prevalecer entendimento inverso, estar-se-ia autorizando, por via oblíqua, que pessoas no auge de sua capacidade laborativa, possam passar à inatividade, recebendo proventos, onerando sobremaneira toda a sociedade brasileira" (acórdão regional). 7. O STJ já decidiu que o militar da ativa tem direito à agregação quando incapacitado temporariamente para o serviço castrense, e de, nessa condição, receber o adequado tratamento médico-hospitalar até a sua cura e, caso apurada, posteriormente, a incapacidade definitiva, o direito a reforma ex officio. Precedentes: REsp 1265429/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/02/2012, DJe 06/03/2012; REsp

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1195149/RS, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/04/2011, DJe 14/04/2011. 8. No caso ora em apreço, o Tribunal de origem, com base na análise das provas colhidas nos autos, consignou que o Autor teve sua capacidade física reestabelecida integralmente no período que permaneceu agregado, se encontrando plenamente apto ao serviço castrense. Desta forma, inexistindo qualquer incapacidade do autor para o trabalho civil ou militar, não merece prosperar o seu pedido para a reforma, sob pena de estabelecer-se tratamento diferenciado para a concessão desse instituto que tem como pressuposto básico a impossibilidade laborativa do militar, sob pena de violação ao princípio da isonomia. 9. É pacífico o entendimento no âmbito do STJ no sentido de que decisão monocrática não serve como paradigma para fins de demonstração de dissídio jurisprudencial, porquanto se trata de manifestação unipessoal do relator, não compreende o conceito coletivo de "Tribunal" almejado pelo art. 105, III, "c", da Constituição Federal ("der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal"). Precedentes. 10. Recurso especial parcialmente conhecido e não provido. (REsp 1506737/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/11/2015, DJe 27/11/2015).

IV - for condenado à pena de reforma, prevista no Código Penal Militar, por sentença transitada em julgado;

V - sendo Oficial, for julgado e condenado à pena de reforma pelo Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, após ter sido procedido o Conselho de Justificação;

JURISPRUDÊNCIA

CONDENAÇÃO. TRANSFERÊNCIA PARA RESERVA.

AÇÃO DECLARATÓRIA DE PERDA DE POSTO E PATENTE DOS OFICIAIS E GRADUAÇÕES DAS PRAÇAS – CONDENAÇÃO TRANSITADA EM JULGADO – POSSIBILIDADE DE TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA – ARTIGO 125, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Possui repercussão geral a controvérsia sobre a possibilidade de, ajuizada ação declaratória de perda de posto e patente dos oficiais e graduações das praças, haver um meio-termo para, ante condenação criminal transitada em julgado e conclusão de não ter o servidor militar condições de continuar a integrar o quadro da corporação, adotar-se a transferência para a reserva, consoante o disposto no artigo 125, § 4º, da Constituição da República. (RE 601146 RG, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 16/12/2010, DJe-034 DIVULG 18-02-2011 PUBLIC 21-02-2011 EMENT VOL-02467-02 PP-00428).

VI - sendo Aspirante-a-Oficial ou Praça com estabilidade assegurada, for para tal indicado ao Comandante-Geral da Polícia Militar em julgamento do Conselho de Disciplina.

Parágrafo único. O policial-militar reformado, na forma dos incisos V e VI, só poderá readquirir a situação policial-militar anterior, respectivamente, por outra sentença do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, e nas condições nela estabelecidas.

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Art. 96. Anualmente, no mês de fevereiro o órgão de pessoal da Corporação organizará a relação dos policiais-militares que houverem atingido a idade limite de permanência na reserva remunerada.

Art. 97. A incapacidade definitiva pode sobrevir em consequência de:

JURISPRUDÊNCIA

INDENIZAÇÃO.

APELAÇÃO CÍVEL – POLICIAL MILITAR APOSENTADO POR ter sido considerado incapaz definitivamente para o serviço de policial militar, com relação de causa e efeito com este – CONSTITUCIONALIDADE DA INDENIZAÇÃO PREVISTA NO ART. 8º DA LEI ESTADUAL nº 2.590/2002 – RECONHECIMENTO ANTERIOR DO DIREITO DO AUTOR.(0360269-41.2008.8.12.0001 Apelação Relator(a): Juiz José Ale Ahmad Netto; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Câmara Cível; Data do julgamento: 24/02/2015; Data de registro: 17/03/2015).

I - ferimento recebido em serviço ou na manutenção da ordem pública, bem como enfermidade nessa situação ou que nela tenha sua causa ou efeito;

II - acidente de serviço;

JURISPRUDÊNCIA

REFORMA. ACIDENTE EM SERVIÇO.

ADMINISTRATIVO. MILITAR INCORPORADO. ACIDENTE DE SERVIÇO. ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR. REFORMA. DIREITO RECONHECIDO. HONORÁRIOS. REEXAME. INVIABILIDADE. 1. Hipótese em que se discute a situação de militar incorporado para o serviço obrigatório que se acidentou no percurso entre sua residência e a unidade militar. Como estava dirigindo motocicleta sem possuir habilitação, o Exército considerou que houve transgressão militar (art. 14 e item 82 do Anexo I do Decreto 4.346/2002), o que afastava a figura do acidente em serviço (art. 1º, § 2º, do Decreto 57.272/1965). Por essa razão, houve a desincorporação (art. 140, 6, do Decreto 57.654/1966), sem direito à assistência médico-hospitalar prestada pelas Forças Armadas. 2. As instâncias de origem reconheceram ser incontroverso o acidente de trânsito entre a residência do autor e sua unidade militar. Ademais, não se comprovou culpa do militar, ou relação entre a ausência de habilitação e o infortúnio. A partir desses fatos, analisaram a legislação citada para concluir pela invalidade da desincorporação, devendo o recorrido permanecer no Exército, na qualidade de adido, até sua recuperação ou posterior reforma. Foi acolhido também o pleito de pagamento dos soldos em atraso. 3. A solução integral da controvérsia, com fundamento suficiente, não caracteriza ofensa ao art. 535 do CPC. 4. Inviável o reexame fático-probatório relativo à ocorrência do acidente entre a residência e a unidade militar e à incapacidade para o serviço, nos termos da Súmula 7/STJ. 5. A ofensa à legislação de trânsito (condução da motocicleta sem habilitação

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para isso) pode implicar transgressão disciplinar, conforme o art. 14 e o item 82 do Anexo I do Decreto 4.346/2002. Ocorre que, para descaracterização do acidente de serviço, seria necessário que o infortúnio fosse causado pela transgressão, nos termos do art. 1º, § 2º, do Decreto 57.272/1965. 6. No caso dos autos, as instâncias de origem apuraram que não se comprovou relação entre a inabilitação do militar para conduzir motocicleta e o acidente, o que leva ao reconhecimento do acidente de serviço descrito no art. 1º, "f", do Decreto 57.272/1965. 7. Havendo acidente em serviço que cause incapacidade temporária, o militar da ativa tem direito à agregação, nos termos dos arts. 80 e 82, I, da Lei 6.880/1980 (Estatuto dos Militares) e, nessa condição, a receber o adequado tratamento médico-hospitalar oferecido pelas Forças Armadas aos seus quadros. Caso seja apurada, posteriormente, a incapacidade definitiva, o militar deverá ser reformado, nos termos do art. 109 c/c o art. 108, III, da mesma lei. 8. O militar incorporado para o serviço obrigatório é considerado da ativa, para fins do Estatuto dos Militares, conforme o art. 3º da Lei 6.880/1980. Nessa qualidade, quando vítima de acidente de serviço, faz jus à assistência médico-hospitalar até a cura ou, em caso de incapacidade permanente, à reforma. Precedentes do STJ. 9. Sendo indevida a desincorporação do militar, o pagamento dos soldos no período de afastamento é conclusão lógica. Não procede o argumento da União, contrária ao pedido por inexistir contraprestação pelo trabalho, já que isso seria impossível, não apenas por conta do afastamento determinado pela própria recorrente, mas também pela incapacidade física decorrente do acidente. 10. Quanto aos honorários, fixados em 10% sobre o valor da condenação, não foi demonstrada a exorbitância que autorizaria sua revisão em Recurso Especial, incidindo o disposto na Súmula 7/STJ. 11. Recurso Especial não provido. (REsp 1265429/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/02/2012, DJe 06/03/2012).

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. ADMINISTRATIVO. ALUNO DE ACADEMIA MILITAR. ACIDENTE IN ITINERE. CONFIGURAÇÃO DE DANO MORAL. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279/STF. PROMOÇÃO. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. PREQUESTIONAMENTO. ALEGAÇÃO TARDIA. 1. O dano moral, quando aferido pelas instâncias ordinárias, não pode ser revisto pela E. Suprema Corte, em face da incidência da Súmula 279/STF que dispõe, verbis: ‘Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário’. 2. O recurso extraordinário não se presta ao exame de questões que demandam revolvimento do contexto fático-probatório dos autos, adstringindo-se à análise da violação direta da ordem constitucional. 3. O prequestionamento da questão constitucional é requisito indispensável à admissão do recurso extraordinário. A Súmula 282 do STF dispõe, verbis: “É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada”. 4. A alegação tardia da matéria constitucional, só suscitada em sede de embargos de declaração, não supre o requisito do prequestionamento. Precedentes: RE 598.123-AgR/PI, Rel. Min. Cármen Lúcia, Primeira Turma, e AI 521.577-AgR/PE, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma. 5. In casu, o acórdão recorrido assentou: “Administrativo. Polícia Militar. Aluno de Academia. Acidente in itinere. 1. A circunstância do aluno de academia militar estar submetido a um regime de internato obrigatório permite considerar como acidente de percurso aquele que ocorre quando, em sua folga, se dirige para sua residência ou volte para o quartel mesmo que seja no interior do Estado para a visita dos familiares. 2. O exercício da função policial, para os fins do art. 1º da Lei nº 5.451/86, pressupõe estar o policial militar executando as ações previstas nos artigos 2º e 3º da Lei nº 616/74,

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o que incorre na hipótese de acidente in itinere. 3. Direito a aposentadoria com vencimentos integrais. 4. Dano moral manifestamente inexistente”. 6. Agravo regimental DESPROVIDO. (ARE 682516 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 10/12/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-022 DIVULG 31-01-2014 PUBLIC 03-02-2014).

LEGISLAÇÃO

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 41. (...)

Parágrafo único. Aos policiais civis, militares e do Corpo de Bombeiros Militar e aos agentes penitenciários, vítimas de acidentes em decorrência da atividade profissional de confronto, salvamento ou treinamento, será garantida pela administração pública estadual, a cobertura integral das despesas hospitalares e do tratamento médico necessários para o restabelecimento da saúde. (redação dada pela EC nº 61, de 2 de setembro de 2014, publicada no D.O. nº 8.749, de 3 de setembro de 2014, página 1)

III - doença, moléstia ou enfermidade adquirida, com relação de causa e efeito de condições inerentes ao serviço;

JURISPRUDÊNCIA

RESERVA. INCAPACIDADE DEFINITIVA.

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. POLICIAL MILITAR. NÃO OCORRÊNCIA DE OFENSA AOS ARTS. 458 E 535, II DO CPC. TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA REMUNERADA.NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE A ENFERMIDADE E O EXERCÍCIO DA FUNÇÃO.INCAPACIDADE TOTAL E DEFINITIVA. REFORMA. PROVENTOS CORRESPONDENTES AO SOLDO DA GRADUAÇÃO HIERÁRQUICA SUPERIOR. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Não configurada a violação dos arts. 458 e 535, I e II do CPC, visto que o Tribunal de origem resolveu a lide com a devida fundamentação, ainda que sob ótica diversa daquela almejada pelo ora agravante. Todas as questões postas em debate foram efetivamente decididas, não tendo havido vício algum que justificasse o manejo dos Embargos Declaratórios. Observe-se, ademais, que julgamento diverso do pretendido, como na espécie, não implica ofensa às normas ora invocadas. 2. No mérito, o agravante defende que a Lei Complementar Sul-matogrossense 53/90 não pode dispor contrariamente à orientação dada pela Lei Federal 6.880/80, que veda expressamente a promoção de Militar por ocasião de sua transferência para a reserva remunerada ou reforma, sendo ilegal, assim, a promoção concedida ao autor. 3. Entretanto, no caso dos autos, não há que se falar em promoção do Militar quando da passagem para a inatividade, pois o que foi reconhecido pelas instâncias originárias foi o direito do Militar ao recebimento do soldo com base em grau hierárquico imediatamente superior, em razão da sua incapacidade permanente com relação de causa e efeito com o exercício da função, atestada

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por junta médica da Polícia Militar em inspeção de saúde realizada, nos termos do art. 97 e 99 da Lei Complementar 53/1990, medida que, no âmbito Federal, encontra previsão nos arts. 108, I e 110 da Lei Federal 6.880/80. Não há, portanto, falar em violação ao princípio da simetria, pelo qual o Estado-membro não pode estabelecer direitos a seus Policiais e Bombeiros Militares de modo mais favorável que o garantido aos Militares das Forças Armadas. 4. Agravo Regimental do ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL a que se nega provimento. (AgRg no AREsp 382.490/MS, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 03/11/2015, DJe 16/11/2015).

IV - invalidez decorrente de moléstia incurável ou doença grave, bem como acidente ou moléstia que a medicina especializada indicar e que não tenham relação de causa e efeito com o serviço militar. (Alterado pela Lei Complementar n. 68, de 8.7.1993 – DOMS, de 9.7.1993.)

§ 1º Os casos de que tratam os incisos I, II e III deste artigo serão provados por Atestado de Origem ou Inquérito Sanitário de Origem, sendo os termos do acidente, baixa hospitalar, papeletas de tratamento das enfermidades e hospitais, e os registros de baixa, utilizados como meios subsidiários para esclarecer a situação.

§ 2º Nos casos de doença, moléstia ou enfermidade adquirida, a reforma será sugerida por Junta de Inspeção de Saúde da Corporação à autoridade competente, a quem caberá acatar a decisão da Junta.

Art. 98. O policial-militar da ativa, julgado incapaz, definitivamente, por um dos motivos estabelecidos nos incisos I, II e III do art. 97, será reformado com qualquer tempo de serviço.

JURISPRUDÊNCIA

INCAPACIDADE DEFINITIVA. QUALQUER TEMPO.

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. MILITAR TEMPORÁRIO.ACIDENTE COM ARMA DE FOGO. ATROFIA DA PERNA ESQUERDA. PERDA DE MOVIMENTOS. INCAPACIDADE TOTAL E DEFINITIVA. REFORMA. PROVENTOS CORRESPONDENTES AO SOLDO DA GRADUAÇÃO HIERÁRQUICA SUPERIOR.PRECEDENTES DO STJ. REVOLVIMENTO DE MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA 7/STJ. 1. O acórdão recorrido não destoa da orientação jurisprudencial deste STJ que assentou entendimento no sentido de que o militar, temporário ou de carreira, que se torna definitivamente incapacitado para o serviço ativo das Forças Armadas em decorrência das causas elencadas nos incisos I a V do art. 108 da Lei n. 6.880/80, faz jus à reforma, independentemente de seu tempo de serviço, conforme determina o art. 109 do Estatuto Militar. A incapacidade total e definitiva para qualquer trabalho somente é exigida do temporário quando o acidente ou doença, moléstia ou enfermidade, não tenha relação de causa e efeito com o serviço (art. 108, VI, da Lei n. 6.880/80), hipótese diversa à dos autos, em que reconhecido o nexo de causalidade entre o acidente ocorrido e a doença que acomete o militar (Resp 1328915/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/4/2013, DJe 10/4/2013) (AgRg no AREsp 498.944/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe 27/6/2014). 2. Com base na prova técnica produzida, o Tribunal de origem concluiu que o autor/recorrido está incapacitado total e permanente para qualquer atividade laboral, sendo que a inversão desse

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entendimento, de modo a reconhecer que a doença não é geradora de invalidez para qualquer trabalho, exigiria o reexame do conjunto fático-probatório, procedimento que, em sede especial, encontra óbice na Súmula 7/STJ. 3. Agravo regimental a que se nega provimento.(AgRg no AREsp 581.764/MS, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 11/11/2014, DJe 14/11/2014).

Art. 99. O militar estadual da ativa que for julgado incapaz, definitivamente, pelos motivos constantes do inciso I do art. 97, será reformado com proventos calculados com base no subsídio de grau hierárquico imediatamente superior ao que possuía na ativa.

JURISPRUDÊNCIA

INCAPACIDADE DEFINITIVA. PROVENTOS GRAU HIERARQUICO SUPERIOR

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. MILITAR. INCAPACIDADE TOTAL E DEFINITIVA. REFORMA. PROVENTOS CORRESPONDENTES AO SOLDO DA GRADUAÇÃO HIERÁRQUICA SUPERIOR. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.

1. O agravante alega violação ao Princípio da Simetria, defendendo que a Lei Complementar Sul-Matogrossense 53/90 não pode dispor contrariamente à orientação dada pela Lei Federal 6.880/80, que veda expressamente a promoção de militar por ocasião de sua transferência para a reserva remunerada ou reforma, sendo ilegal, assim, a promoção concedida ao autor. 2. Entretanto, no caso dos autos, não há que se falar em promoção do militar quando da passagem para a inatividade, o que foi reconhecido pelas instâncias originárias foi o direito do militar ao recebimento do soldo com base em grau hierárquico imediatamente superior, em razão da sua incapacidade, atestada por junta médica da Polícia Militar em inspeção de saúde realizada, medida que, no âmbito Federal, encontra previsão no art. 110 da Lei 6.880/80. 3. Agravo Regimental do ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL a que se nega provimento. (AgRg no REsp 1212252/MS, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 22/09/2015, DJe 30/09/2015).

NEXO CAUSAL. SERVIÇO.

AGRAVO REGIMENTAL EM APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA E COBRANÇA - APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE - POLICIAL MILITAR - DESNECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO NEXO DE CAUSALIDADE DA DOENÇA COM A ATIVIDADE EXERCIDA - REFORMA COM BASE NO SOLDO DO GRAU HIERÁRQUICO SUPERIOR - MANUTENÇÃO DA DECISÃO RECORRIDA - RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. Consoante entendimento consolidado no Superior Tribunal de Justiça, é desnecessária a comprovação do nexo de causalidade da doença que incapacitou policial militar, com o exercício de sua atividade. A reforma deve ser realizada com base no soldo do grau hierárquico imediatamente superior. (0056784-77.2006.8.12.0001 Agravo RegimentalRelator(a): Des. Vilson Bertelli; Comarca: Campo Grande;

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Órgão julgador: 2ª Câmara Cível; Data do julgamento: 30/04/2013; Data de registro: 15/05/2013; Outros números: 56784772006812000150000).

MANDADO DE SEGURANÇA - POLICIAL MILITAR - INCAPACIDADE PERMANENTE PARA OS SERVIÇOS MILITARES - PRETENSÃO DE QUE OS PROVENTOS SEJAM FIXADOS COM BASE NO SOLDO DE UM GRAU HIERARQUICAMENTE SUPERIOR - DECADÊNCIA - INOCORRÊNCIA - PRELIMINAR REJEITADA - INCAPACIDADE NÃO DECORRENTE DAS ATIVIDADES PRESTADAS - PARECER DE PERITO MÉDICO - AUSÊNCIA DE NEXO ENTRE CAUSA E FEITO - SEGURANÇA DENEGADA. A data inicial para a contagem do prazo prescricional para o mandado de segurança, em caso de fixação de proventos para o policial militar, conta-se a partir da publicação da aposentadoria e não da data do exame pericial que determinou a sua incapacidade. Para que o policial militar considerado incapaz definitivamente aos serviços militares receba remuneração calculada com base no soldo de um grau hierarquicamente superior, faz-se necessário comprovar que a enfermidade tenha relação de causa e efeito com a atividade exercida, nos termos do Estatuto dos Policiais Militares. (0601530-63.2012.8.12.0000 Mandado de SegurançaRelator(a): Des. João Carlos Brandes Garcia; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: Órgão Especial; Data do julgamento: 23/01/2013; Data de registro: 29/01/2013).

§ 1° Aplica-se o disposto neste artigo aos casos previstos nos incisos II e III do art. 97 quando verificada a incapacidade definitiva, for o militar considerado impossibilitado total e permanentemente para qualquer trabalho.

§ 2° Considera-se para efeito deste artigo, grau hierárquico imediato, os de:

I - Primeiro Tenente para Aspirante-a-Oficial e Subtenente;

II - Segundo Tenente para 1°, 2° e 3° Sargentos;

III - Segundo Sargento para Cabo e Soldado.

(Art. 99 alterado pelo art. 31 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.)

Art. 100. O policial-militar da ativa, julgado incapaz definitivamente, por um dos motivos constantes no inciso IV do art. 97, será reformado:

I - com proventos proporcionais ao tempo de serviço; (alterado pelo art. 31 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.)

II - com proventos calculados com base no subsídio do posto ou da graduação desde que, com qualquer tempo de serviço seja considerado impossibilitado total e permanentemente para qualquer trabalho. (Alterado pelo art. 31 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.)

Art. 101. O policial-militar reformado por incapacidade física definitiva, e que for julgado apto em inspeção de saúde por junta superior, em grau de recurso ou revisão, poderá retornar ao serviço ativo ou ser transferido para a reserva remunerada, conforme dispuser a regulamentação específica.

Parágrafo único. O retorno ao serviço ativo ocorrerá se o tempo decorrido na situação de reformado não ultrapassar 02 (dois) anos e na forma do disposto no § 1º do art. 81.

Art. 102. O policial-militar reformado por alienação mental, enquanto não ocorrer à designação judicial do curador, terá sua remuneração paga aos seus beneficiários, desde que os tenham sob sua guarda e responsabilidade e lhe dispensem tratamento humano e condigno.

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§ 1º A interdição judicial do policial-militar e seu internamento em instituição apropriada deverá ser providenciada pelo seu Comandante, Chefe ou Diretor quando:

a) não houver beneficiários, parentes ou responsáveis;

b) não forem satisfeitas as condições de tratamento exigidas neste artigo.

§ 2º Os processos e os atos de registros de internação do policial-militar terão andamento sumário, serão instruídos com laudo por Junta de Inspeção de Saúde da Corporação e isento de custas.

Art. 103. Para fins do previsto na presente seção os policiais-militares abaixo relacionados serão considerados:

I - Segundo-Tenente: os Aspirantes-a-Oficial PM;

II - Aspirante-a-Oficial PM: os Alunos do Curso de Formação de Oficiais PM;

III - Terceiro-Sargento PM: os Alunos do Curso de Formação de Sargento PM;

IV - Cabos PM: os Alunos do Curso de Formação de Cabos PM e Curso de Formação de Soldados PM;

Seção IV

Da Demissão, da Perda do Posto e da Patente e da Declaração de Indignidade ou Incompatibilidade com o Oficialato

Art. 104. A demissão da Polícia Militar aplicada, exclusivamente, aos oficiais, se efetua:

I - a pedido;

JURISPRUDÊNCIA

DEMISSÃO VOLUNTÁRIA.

DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. DEMISSÃO VOLUNTÁRIA DO SERVIÇO MILITAR. OFICIAIS. LAPSO TEMPORAL NÃO CUMPRIDO. INDENIZAÇÃO. INTERESSE PÚBLICO VERSUS INTERESSE PARTICULAR. ARTIGO 5º, XV, DA CF. MANIFESTAÇÃO PELA REPERCUSSÃO GERAL.(RE 680871 RG, Relator(a): Min. LUIZ FUX, julgado em 30/08/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-178 DIVULG 10-09-2012 PUBLIC 11-09-2012).

II - ex officio.

Art. 105. A demissão, a pedido, será concedida mediante requerimento do interessado:

I - sem indenização aos cofres públicos, quando contar com mais de 05 (cinco) anos de oficialato;

II - com indenização das despesas feitas pelo Estado de Mato Grosso do Sul, com a sua preparação e formação, quando contar com menos de 05 (cinco) anos de oficialato.

§ 1º No caso do Oficial ter feito qualquer curso ou estágio de duração igual ou superior a 06 (seis) meses e inferior ou igual a 18 (dezoito) meses, por conta do Estado de Mato Grosso do Sul, e não tendo decorrido mais de 01 (um) ano de seu término, a demissão só será concedida mediante indenização de todas as despesas correspondentes ao referido curso ou estágio.

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§ 2º No caso do oficial ter feito qualquer curso ou estágio de duração superior a 18 (dezoito) meses, por conta do Estado de Mato Grosso do Sul, aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior, se ainda não houverem decorridos mais de 03 (três) anos de seu término.

§ 3º O direito à demissão pode ser suspenso na vigência de estado de guerra, calamidade pública, perturbação da ordem interna, estado de sítio ou em caso de mobilização.

§ 4º O policial-militar aprovado em concurso público no Estado de Mato Grosso do Sul, poderá ser demitido, independentemente de ressarcimento aos cofres públicos, se ainda não houver atendido os requisitos dos §§ 1º e 2º deste artigo.

§ 5º O oficial demissionário, a pedido, não terá direito a qualquer remuneração, sendo sua situação definida pela Lei do Serviço Militar.

Art. 106. O Oficial da ativa empossado em cargo público permanente, estranho à sua carreira e cuja função não seja de magistério, será imediatamente, mediante demissão ex officio por esse motivo, transferido para a reserva, onde ingressará com o posto que possuía na ativa, não podendo acumular qualquer provento de inatividade com a remuneração do cargo público permanente. (Declarado Inconstitucional pela Adin STF n. 1.541-9 – DOU, de 23.10.02, p. 1).

JURISPRUDÊNCIA

CUMULAÇÃO. MAGISTÉRIO. INCONSTITUCIONAL.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI COMPLEMENTAR Nº 53, DE 30/08/90. ESTATUTO DOS POLICIAIS MILITARES DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL. ART. 91, INC. VI E § 2º. RESERVA REMUNERADA E EXERCÍCIO DE CARGO PÚBLICO QUE NÃO O MAGISTÉRIO. ART. 37, XVI DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Os dispositivos impugnados, pelo simples fato de possibilitarem ao policial militar - agente público - o acúmulo remunerado deste cargo (ainda que transferido para a reserva) com outro que não seja o de professor, afrontam visivelmente o art. 37, XVI da Constituição. Impossibilidade de acumulação de proventos com vencimentos quando envolvidos cargos inacumuláveis na atividade. Precedentes: RE nº 163 .204, Rel. Min. Carlos Velloso, RE nº 197.699, Rel. Min. Marco Aurélio e AGRRE nº 245 .200, Rel. Min. Maurício Corrêa. Este entendimento foi revigorado com a inserção do parágrafo 10 no art. 37 pela EC nº 20/98, que trouxe para o texto constitucional a vedação à acumulação retro mencionada. Vale destacar que esta mesma Emenda, em seu art. 11, excetuou da referida proibição os membros de poder e os inativos, servidores e militares, que, até a publicação da Emenda, tenham ingressado novamente no serviço público por concurso público de provas ou de provas e títulos, ou pelas demais formas previstas pela Constituição Federal. Ação direta de inconstitucionalidade que se julga procedente para, ressalvadas as hipóteses previstas na norma transitória do art. 11 da EC nº 20, de 15/12/1998, declarar a inconstitucionalidade do inc. VI e do § 2º do art. 91 da Lei Complementar nº 53, de 30/08/90, do Estado do Mato Grosso do Sul. (ADI 1541, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 05/09/2002, DJ 04-10-2002 PP-00091 EMENT VOL-02085-02 PP-00237).

Nota: Observar que a expressão “cuja função não seja de magistério” foi reconhecida inconstitucional na Adin STF nº 1.541-9.

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Art. 107. O Oficial que tiver perdido o posto e a patente será demitido ex officio sem direito a nenhuma remuneração ou indenização, e terá sua situação definida pela lei do serviço militar (LSM), preservando-se o tempo de contribuição à previdência. (Alterado pelo art. 31 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.)

JURISPRUDÊNCIA

REINCLUSÃO. INDENIZAÇÃO.

REEXAME NECESSÁRIO E APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE COBRANÇA – DECISÃO QUE DECLAROU A PERDA DE POSTO E PATENTE E ACARRETOU A EXCLUSÃO DO AUTOR DAS FILEIRAS DA CORPORAÇÃO – DECISÃO POSTERIORMENTE ANULADA EM REVISÃO CRIMINAL – RECEBIMENTO DE VERBAS DO PERÍODO QUE FICOU AFASTADO – JUROS E CORREÇÃO - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. Se o autor foi excluído das fileiras da Polícia Militar, cujo ato foi posteriormente anulado em decisão judicial, deve ser restaurado os direitos de que foi privado, pois permaneceu indevidamente afastado das funções, sem receber a respectiva remuneração, por ato a que não deu causa. Juros e correção monetária: i) até 29.06.2009 a atualização monetária dava-se pelos índices fornecidos pelos Tribunais e os juros de mora eram de 0,5% até 10.01.2003 e de 1% ao mês a partir de 11.01.2003; ii) de 30.06.2009 a 25.03.2015 a correção monetária deve ser realizada pela TR e os juros nos moldes da caderneta de poupança; iii) e, a partir de 25.03.2015 a atualização monetária deve ser feita pelo IPCA-E e os juros de mora nos termos da poupança. Recurso conhecido e parcialmente provido. Reexame necessário realizado. Reforma parcial da sentença. (0070296-88.2010.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Dorival Renato Pavan; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 03/02/2016; Data de registro: 05/02/2016).

Art. 108. O Oficial para ser considerado indigno ou incompatível com o oficialato, deverá, obrigatoriamente, ser submetido a julgamento pelo Tribunal de Justiça nos termos do § 1º do art. 119 da Constituição Estadual.

LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

(...)

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Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul

Art. 39. São servidores públicos militares os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar.

§ 6º O oficial da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão do Tribunal de Justiça, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra.

Art. 109. Fica sujeito à declaração de indignidade para o oficialato o Oficial que:

I - for condenado à pena restritiva de liberdade individual superior a 02 (dois) anos, em decorrência de sentença condenatória passada em julgado;

LEGISLAÇÃO

Constituição Federal

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

(...)

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente

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da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

II - for condenado por sentença passada em julgado por crime para os quais o Código Penal Militar comine essas penas acessórias e por crimes previstos na legislação concernente à Segurança Nacional;

III - incidir nos casos previstos em lei específica, que motivem o julgamento por Conselho de Justificação e neste for considerado culpado;

IV - tiver perdido a nacionalidade brasileira.

Seção V

Do Licenciamento

Art. 110. O licenciamento do serviço ativo aplicado somente às praças, se efetua:

I - a pedido;

II - ex officio.

§ 1º O licenciamento, a pedido, só poderá ser concedido desde que não haja prejuízo para o serviço e que a praça tenha estabilidade assegurada.

§ 1º-A Se ainda não assegurada a estabilidade, o licenciamento, a pedido, poderá ser concedido às praças desde que não haja prejuízo para o serviço e com indenização das despesas feitas pelo Estado, com a sua preparação e formação. (Acrescentado pela Lei Complementar n. 146, de 1º.7.2010 – DOMS, de 2.7.2010.)

§ 1º-B O licenciamento, a pedido, será processado às Praças de acordo com as normas baixadas pelo Comandante-Geral. (Acrescentado pela Lei Complementar n. 146, de 1º.7.2010 – DOMS, de 2.7.2010.)

§ 2º O licenciamento ex officio, será feito na forma da legislação específica, exclusivamente para as praças sem estabilidade assegurada, nos seguintes casos:

a) por conveniência do serviço, ou seja, falta de compatibilidade, qualidade e desempenho profissional;

b) a bem da disciplina.

§ 3º O policial-militar licenciado não tem direito a qualquer remuneração e terá sua situação militar definida pela Lei do Serviço Militar (LSM).

JURISPRUDÊNCIA

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CASSAÇÃO DE PROVENTOS.

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. POLICIAL MILITAR. RESERVA REMUNERADA. CONDENAÇÃO PENAL POSTERIOR. CRIME OCORRIDO QUANDO EM ATIVIDADE DO CARGO. CASSAÇÃO DA APOSENTADORIA (RESERVA) E CESSAÇÃO DO PAGAMENTO DE PROVENTOS. PREVISÃO EXPRESSA NA LEGISLAÇÃO ESTADUAL. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. DECISÃO MONOCRÁTICA FUNDAMENTADA EM JURISPRUDÊNCIA DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. A legislação estadual prevê expressamente possibilidade de cessação do pagamento dos proventos de inatividade no caso de exclusão a bem da disciplina das Forças Armadas, de acordo com o disposto no art. 9º c/c arts. 41, 48, § 3º, e 112 da Lei n° 6.783/74. 2. A jurisprudência do STJ é clara, no sentido de que, se a legislação estadual prevê a possibilidade de cancelamento da inscrição de segurado, não há direito líquido e certo a ser amparado, já que os atos que ensejaram o cancelamento da inscrição foram praticados pelo recorrente quando ele se encontrava na ativa.Ademais, tendo sido condenado o impetrante penalmente, é possível a comunicação das esferas criminal e administrativa. 3. A decisão monocrática ora agravada baseou-se em jurisprudência do STJ, razão pela qual não merece reforma. 4. Agravo regimental não provido. (AgRg no RMS 45.324/PE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/12/2014, DJe 19/12/2014).

APELAÇÃO CÍVEL – EXCLUSÃO MILITAR – ATO ANULADO PELA ADMINISTRAÇÃO – REMUNERAÇÃO DEVIDA PELO PERÍODO CORRESPONDENTE – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – EQUIDADE – RECUSO CONHECIDO E PROVIDO. - Deve a Administração restituir o Militar ao status anterior ao da medida que o excluiu ilegalmente da corporação, o que reflete na sua remuneração. - Segundo o § 4º, do artigo 20, do CPC, nas causas em que for vencida a Fazenda Pública os honorários advocatícios devem ser fixados por equidade, além de serem observadas as alíneas do § 3º, do dispositivo, ou seja, o grau de zelo do profissional, o lugar de prestação do serviço e a natureza e a importância da causa, o trabalho realizado pelo patrono e o tempo exigido para o seu serviço. - Recurso conhecido e provido. (380277-39.2008.8.12.0001 Apelação Relator(a): Juiz Jairo Roberto de Quadros; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Câmara Cível; Data do julgamento: 02/02/2016; Data de registro: 03/02/2016).

§ 4º O licenciado ex officio, por conveniência do serviço e a bem da disciplina, receberá o Certificado de Isenção previsto na Lei do Serviço Militar (LSM).

Art. 110-A. As praças que passarem a exercer cargo ou emprego público permanente, estranho à sua carreira, serão imediatamente licenciadas ex offício, sem remuneração, e terão a sua situação definida pela Lei do Serviço Militar. (Acrescentado pela Lei Complementar n. 146, de 1º.7.2010 – DOMS, de 2.7.2010.)

Art. 111. Aplica-se o licenciamento ex officio, às praças sem estabilidade assegurada, após conclusão de sindicância, sumária se for o caso, ou processo administrativo, mandado instaurar pela autoridade competente, devidamente solucionados.

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JURISPRUDÊNCIA

LICENCIAMENTO. PROCEDIMENTO.

Extraordinário. Servidor público. Policial militar. Licenciamento "ex offício". A ausência de processo administrativo para a apuração da culpa ou dolo do servidor. Princípio do contraditório e da ampla defesa. Inobservância. Recurso provido. À demissão do servidor público, com ou sem estabilidade no cargo, deve preceder processo administrativo para a apuração da culpa, assegurando-lhe a ampla defesa e o contraditório. 2. RECURSO. Agravo. Regimental. Jurisprudência assentada sobre a matéria. Caráter meramente abusivo. Litigância de má-fé. Imposição de multa. Aplicação do art. 557, § 2º, cc. arts. 14, II e III, e 17, VII, do CPC. Quando abusiva a interposição de agravo, manifestamente inadmissível ou infundado, deve o Tribunal condenar o agravante a pagar multa ao agravado. (RE 217579 AgR, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Primeira Turma, julgado em 16/12/2004, DJ 04-03-2005 PP-00020 EMENT VOL-02182-04 PP-00578).

"Licenciamento de policial militar sem estabilidade pode resultar de procedimento administrativo mais simplificado, desde que respeitado o contraditório e a ampla defesa. Verificação da ocorrência do contraditório e da ampla defesa é discussão que demanda reexame de fatos e provas – vedação da Súmula 279." (AI 504.869, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 23-11-2004, Segunda Turma, DJ de 18-2-2005).

POLICIAL MILITAR. EXCLUSÃO DOS QUADROS DA CORPORAÇÃO. INOBSERVÂNCIA DAS GARANTIAS DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. CONTROLE JURISDICIONAL DOS ATOS ADMINISTRATIVOS, QUANDO ILEGAIS OU ABUSIVOS. POSSIBILIDADE. A exclusão de policial militar, mesmo que não estável, não prescinde da instauração de procedimento administrativo em que lhe sejam asseguradas as garantias do contraditório e da ampla defesa. Precedentes: REs 191.480, 241.889, 224.225 e 346.803. Não viola o princípio da separação dos Poderes a anulação de ato administrativo que fere as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Precedentes: REs 259.335-AgR, Relator o Min. Maurício Corrêa; e 170.782, Relator o Min. Moreira Alves. Agravo desprovido. (AI 509213 AgR, Relator(a): Min. CARLOS BRITTO, Primeira Turma, julgado em 09/08/2005, DJ 16-12-2005 PP-00073 EMENT VOL-02218-10 PP-02003).

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR - AUSÊNCIA DE BIS IN IDEM - REGULARIDADE DO PROCESSO - LICENCIAMENTO A BEM DA DISCIPLINA E CONSEQUENTE EXCLUSÃO DAS FILEIRAS DA POLÍCIA MILITAR - MANTIDOS - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. O Conselho de Conduta não incorreu em bis in idem, posto que não puniu o apelante novamente por infração já punida, mas sim pelo conjunto de infrações que caracterizaram seu mau comportamento. 2. Apreciar a capacidade moral do autor/apelante para continuar no Curso, que é o momento que está sendo avaliado para ingresso na carreira militar, equivale a apreciação de sua capacidade para respeitar o regime militar, às regras de disciplina e permanecer nos quadros da Polícia Militar. Destarte, como o

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Processo Administrativo Disciplinar foi regularmente instaurado e processado, observando o devido processo legal, contraditório e ampla defesa, não há nulidade a ser declarada. (029963-94.2010.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Sideni Soncini Pimentel; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: Câmara Cível I - Mutirão; Data do julgamento: 18/12/2014; Data de registro: 12/01/2015).

Art. 112. O direito de licenciamento a pedido poderá ser suspenso na vigência do estado de guerra, calamidade pública, grave perturbação da ordem interna, estado de sítio, de defesa ou em caso de mobilização.

Seção VI

Da Exclusão da Praça a Bem da Disciplina

Art. 113. A exclusão a bem da disciplina será aplicada, ex officio, aos Aspirantes-a-Oficial PM ou Praças com estabilidade assegurada:

I - sobre os quais houver sido pronunciada tal sentença pelo Conselho Permanente de Justiça, por haverem sido condenados em sentença passada em julgado por aquele ou conselho ou tribunal à pena restritiva de liberdade individual superior a 02 (dois) anos ou por crimes previstos na legislação especial concernentes à segurança nacional, à pena de qualquer duração;

JURISPRUDÊNCIA

RESERVA REMUNERADA. CONDENAÇÃO PENAL TRANSITADA EM JULGADO.

AÇÃO DECLARATÓRIA DE PERDA DE POSTO E PATENTE DOS OFICIAIS E GRADUAÇÕES DAS PRAÇAS – CONDENAÇÃO TRANSITADA EM JULGADO – POSSIBILIDADE DE TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA – ARTIGO 125, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Possui repercussão geral a controvérsia sobre a possibilidade de, ajuizada ação declaratória de perda de posto e patente dos oficiais e graduações das praças, haver um meio-termo para, ante condenação criminal transitada em julgado e conclusão de não ter o servidor militar condições de continuar a integrar o quadro da corporação, adotar-se a transferência para a reserva, consoante o disposto no artigo 125, § 4º, da Constituição da República. (RE 601146 RG, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 16/12/2010, DJe-034 DIVULG 18-02-2011 PUBLIC 21-02-2011 EMENT VOL-02467-02 PP-00428).

II - sobre os quais houver pronunciada tal sentença o Conselho Permanente de Justiça, por haverem perdido a nacionalidade brasileira;

III - que incidirem nos casos que motivarem o julgamento pelo Conselho de Disciplina a neste forem considerados culpados.

JURISPRUDÊNCIA

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ABSOLVIÇÃO PELO CONSELHO.

AÇÃO ANULATÓRIA - EXCLUSÃO ADMINISTRATIVA DOS QUADROS DA POLICIA MILITAR - COMPETÊNCIA RECURSAL - TURMA CÍVEL - COMPETÊNCIA - PEDIDO DE ANULAÇÃO DO ATO DE EXCLUSÃO E REINTEGRAÇÃO AOS QUADROS - FALTA ADMINISTRATIVA PROVENIENTE DE INFRAÇÃO CRIMINAL - INCOMPETÊNCIA DO COMANDANTE GERAL DA PMMS - DECISÃO QUE OFENDE OS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE - DECISÃO ABSOLUTÓRIA DO CONSELHO DE DISCIPLINA - EXCLUSÃO PELO COMANDANTE GERAL DA PMMS - IMPOSSIBILIDADE - NÃO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS DO ART. 113, III, DO ESTATUTO DA POLÍCIA MILITAR (LC 53/90) -- RECURSO PROVIDO.' (0058904-54.2010.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Dorival Renato Pavan; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 02/08/2011; Data de registro: 10/08/2011).

Parágrafo único. O Aspirante-a-Oficial PM ou as Praças com estabilidade assegurada que houverem sido excluídos, a bem da disciplina, só poderão readquirir a situação policial-militar por outra sentença do Poder Judiciário e nas condições nela estabelecidas.

Art. 114. É de competência do Comandante-Geral da Polícia Militar o ato de exclusão, a bem da disciplina, do Aspirante-a-Oficial PM, bem como da Praça.

JURISPRUDÊNCIA

COMPETÊNCIA.

AGRAVO REGIMENTAL – MILITAR EXCLUÍDO A BEM DA DISCIPLINA POR DECISÃO ADMINISTRATIVA – ÓBICE LEGAL – IMPOSSIBILIDADE DE TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA REMUNERADA JUDICIALMENTE. O art. 115, parágrafo único, da Lei Complementar Estadual nº 53/90 determina que, os excluídos, a bem da disciplina, não terão direito a qualquer remuneração ou indenização. Assim, diante da expulsão do agravante da Corporação a bem da disciplina, torna-se impossível a transferência para a reserva remunerada da Polícia Militar. (0004413-76.2005.8.12.0000 Agravo Regimental Relator(a): Des. Paschoal Carmello Leandro; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: Vice Presidência; Data do julgamento: 24/06/2015; Data de registro: 10/08/2015; Outros números: 4413762005812000050006).

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE ANULAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER – PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DAS CÂMARAS CÍVEIS PARA JULGAMENTO DA CAUSA – REJEITADA – NO MÉRITO – ATO ADMINISTRATIVO – DISCRICIONÁRIO – USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA PELO COMANDANTE-GERAL PARA EXCLUSÃO DE POLICIAL MILITAR DA CORPORAÇÃO POR SUPOSTA PRÁTICA DE CRIME – DESCABIMENTO – ILEGALIDADE DA EXCLUSÃO DURANTE O PERÍODO DE LICENÇA MÉDICA – INEXISTÊNCIA – TRANSFERÊNCIA PARA RESERVA REMUNERADA/REFORMA – ÓBICE LEGAL – PREQUESTIONAMENTO – DESNECESSIDADE – RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. Envolvendo

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a demanda o debate de nulidade de atos administrativos de procedimento militar, a competência para aferição do apelo é de uma das Câmaras Cíveis, nos termos do art. 133, II, "a", do RITJMS c/c o art. 125, § 4º, da CF. Reveste-se de legalidade a exclusão do policial militar das fileiras da corporação, porquanto precedida de processo administrativo realizado com atenção ao devido processo legal, não cabendo ao Judiciário imiscuir-se no mérito do ato administrativo praticado, mas apenas examinar se obedeceu, como no caso, ao devido processo legal. O Comandante-Geral da Polícia Militar é competente, nos termos do art. 114, da Lei Complementar n. 53/90, para instauração de conselho de disciplina militar e para edição de ato de exclusão de policial militar das fileiras da corporação, quando o fato apurado decorre de transgressão disciplinar-administrativa, ainda que a conduta imputada ao militar configure crime tipificado em lei. A circunstância de se encontrar o servidor público em licença médica no curso do processo disciplinar não constitui, por si só, óbice à aplicação da penalidade administrativa. A exclusão de militar da corporação, a bem da disciplina, impede qualquer análise do pedido referente à transferência remunerada ou reforma, nos termos do art. 115, parágrafo único, da Lei Complementar de n. 53/90. O órgão julgador não está obrigado a responder a todos os questionamentos nem a se pronunciar sobre todos os preceitos legais listados pelas partes se já encontrou fundamentação suficiente para embasar a conclusão do julgado.( 0842684-06.2014.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Marcos José de Brito Rodrigues; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Câmara Cível; Data do julgamento: 21/07/2015; Data de registro: 21/07/2015).

Art. 115. O policial-militar com estabilidade assegurada para ter perdida a sua graduação, será, obrigatoriamente, submetido a Conselho de Disciplina e, em instância judiciária, será submetido a julgamento pelo Tribunal de Justiça do Estado nos termos do § 1º do art. 119 da Constituição Estadual.

Parágrafo único. Praça excluída, a bem da disciplina, não terá direito a qualquer remuneração ou indenização e sua situação militar será definida pela lei do serviço militar (LSM), preservando-se o tempo de contribuição à previdência. (Alterado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 123, de 20.12.2007 – DOMS, de 21.12.2007.)

JURISPRUDÊNCIA

EXCLUSÃO. SEM PROVENTOS.

MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR NA RESERVA.EXCLUSÃO DA CORPORAÇÃO A BEM DA DISCIPLINA. TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO ASSEGURADO. ARTIGO 201, § 9º, CR/1988. LEGALIDADE DO ATO. LEI N.53/1990 E MP N. 2.215-10/2001. PERMANÊNCIA NA CONDIÇÃO DE SEGURADO DA PREVIDÊNCIA ESTADUAL. IMPOSSIBILIDADE. DIREITO LÍQUIDO E CERTO. AUSÊNCIA. 1. Nos moldes do artigo 201, § 9º, a Carta Política assegura o direito à contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na iniciativa privada. 2. Nada impede que o recorrente disponha do tempo de contribuição incorporado a seu patrimônio jurídico para utilização em regime diverso, por meio do instituto da contagem recíproca. Todavia, uma vez fora da corporação a qual esteve vinculado, por expulsão a bem da disciplina, não há como garantir-lhe a manutenção dos proventos. 3. Inexiste ilegalidade ou abuso de poder quando a

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cessação da percepção dos proventos do militar inativo se der por exclusão a bem da disciplina. Inteligência do art. 115, parágrafo único, da Lei Complementar estadual n. 53/1990 e art. 13 da MP n. 2.215-10/2001. 4. A transferência para a reserva remunerada, no curso do processo administrativo, não tem a força de impedir a aplicação da sanção de exclusão a bem da disciplina, mormente quando o Conselho de Disciplina foi instaurado antes da referida transferência e a condição de reservista adveio de forma compulsória, em razão de ter atingido a idade limite de permanência na força policial. 5. Recurso ordinário improvido.(RMS 29.142/MS, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 20/10/2009, DJe 07/12/2009).

RECURSO ESPECIAL. PENAL. CRIME DE TORTURA. POLICIAL MILITAR REFORMADO. CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA. EFEITO EXTRA-PENAL DA SENTENÇA CONDENATÓRIA. INAPLICABILIDADE DO ART. 92, INCISO I, ALÍNEA B, DO CÓDIGO PENAL. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA PENALIDADE DE CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA NA ESFERA ADMINISTRATIVA, NOS TERMOS LEGALMENTE PREVISTOS. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO. 1. O efeito da condenação relativo à perda de cargo público, previsto no art. 92, inciso I, alínea b, do Código Penal, não se aplica ao servidor público inativo, uma vez que ele não ocupa cargo e nem exerce função pública. 2. O rol do art. 92 do Código Penal é taxativo, não sendo possível a ampliação ou flexibilização da norma, em evidente prejuízo do réu, restando vedada qualquer interpretação extensiva ou analógica dos efeitos da condenação nele previstos. 3. Configurando a aposentadoria ato jurídico perfeito, com preenchimento dos requisitos legais, é descabida sua desconstituição, desde logo, como efeito extrapenal específico da sentença condenatória; não se excluindo, todavia, a possibilidade de cassação da aposentadoria nas vias administrativas, em procedimento próprio, conforme estabelecido em lei. 4. Recurso especial desprovido. (REsp 1317487/MT, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 07/08/2014, DJe 22/08/2014).

AGRAVO REGIMENTAL – MILITAR EXCLUÍDO A BEM DA DISCIPLINA POR DECISÃO ADMINISTRATIVA – ÓBICE LEGAL – IMPOSSIBILIDADE DE TRANSFERÊNCIA PARA A RESERVA REMUNERADA JUDICIALMENTE. O art. 115, parágrafo único, da Lei Complementar Estadual nº 53/90 determina que, os excluídos, a bem da disciplina, não terão direito a qualquer remuneração ou indenização. Assim, diante da expulsão do agravante da Corporação a bem da disciplina, torna-se impossível a transferência para a reserva remunerada da Polícia Militar. (0004413-76.2005.8.12.0000 Agravo Regimental Relator(a): Des. Paschoal Carmello Leandro; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: Vice Presidência; Data do julgamento: 24/06/2015; Data de registro: 10/08/2015; Outros números: 4413762005812000050006).

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE ANULAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER – PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DAS CÂMARAS CÍVEIS PARA JULGAMENTO DA CAUSA – REJEITADA – NO MÉRITO – ATO ADMINISTRATIVO – DISCRICIONÁRIO – USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA PELO COMANDANTE-GERAL PARA EXCLUSÃO DE POLICIAL MILITAR DA CORPORAÇÃO POR SUPOSTA PRÁTICA DE CRIME – DESCABIMENTO – ILEGALIDADE DA EXCLUSÃO DURANTE O PERÍODO

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DE LICENÇA MÉDICA – INEXISTÊNCIA – TRANSFERÊNCIA PARA RESERVA REMUNERADA/REFORMA – ÓBICE LEGAL – PREQUESTIONAMENTO – DESNECESSIDADE – RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. Envolvendo a demanda o debate de nulidade de atos administrativos de procedimento militar, a competência para aferição do apelo é de uma das Câmaras Cíveis, nos termos do art. 133, II, "a", do RITJMS c/c o art. 125, § 4º, da CF. Reveste-se de legalidade a exclusão do policial militar das fileiras da corporação, porquanto precedida de processo administrativo realizado com atenção ao devido processo legal, não cabendo ao Judiciário imiscuir-se no mérito do ato administrativo praticado, mas apenas examinar se obedeceu, como no caso, ao devido processo legal. O Comandante-Geral da Polícia Militar é competente, nos termos do art. 114, da Lei Complementar n. 53/90, para instauração de conselho de disciplina militar e para edição de ato de exclusão de policial militar das fileiras da corporação, quando o fato apurado decorre de transgressão disciplinar-administrativa, ainda que a conduta imputada ao militar configure crime tipificado em lei. A circunstância de se encontrar o servidor público em licença médica no curso do processo disciplinar não constitui, por si só, óbice à aplicação da penalidade administrativa. A exclusão de militar da corporação, a bem da disciplina, impede qualquer análise do pedido referente à transferência remunerada ou reforma, nos termos do art. 115, parágrafo único, da Lei Complementar de n. 53/90. O órgão julgador não está obrigado a responder a todos os questionamentos nem a se pronunciar sobre todos os preceitos legais listados pelas partes se já encontrou fundamentação suficiente para embasar a conclusão do julgado. (0842684-06.2014.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Marcos José de Brito Rodrigues; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Câmara Cível; Data do julgamento: 21/07/2015; Data de registro: 21/07/2015).

REPRESENTAÇÃO PELA PERDA DA GRADUAÇÃO DE PRAÇA – SUPERVENIÊNCIA DE DOENÇA MENTAL – SUSPENSÃO PROCESSUAL – INAPLICABILIDADE DO ART. 161, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR – CHAMAMENTO AO PROCESSO DA AGEPREV E DO INSS – DESCABIMENTO – PRESCRIÇÃO – AUSÊNCIA DE COMANDO LEGAL – HOMICÍDIO QUALIFICADO E TENTATIVA DE HOMICÍDIO QUALIFICADO – CONDENAÇÃO POR CRIME COMUM – PERDA DO CARGO – EFEITO SECUNDÁRIO DA SENTENÇA – DECLARAÇÃO FACULTATIVA AO JULGADOR SINGELO – MILITAR COM COMPORTAMENTO INSUFICIENTE – OFENSA AO PUNDONOR POLICIAL-MILITAR, À ÉTICA PROFISSIONAL E À FUNÇÃO SOCIAL – PERDA DA GRADUAÇÃO E CASSAÇÃO DOS PROVENTOS – PROCEDÊNCIA. A superveniência de doença mental somente suspende processo-crime, nos termos do art. 161, do Código de Processo Penal Militar, não atingindo provimentos meramente declaratórios. Descabido o chamamento ao processo da AGEPREV e do INSS, eis que nas representações para perda de graduação de praça não é admitida a intervenção de terceiros por ausência de previsão legal. A declaração de perda de graduação de praça não se submete a prazo prescricional criminal. O militar condenado por crime comum poderá ter decretada a perda do cargo como efeito secundário da sentença, todavia a omissão do julgador singelo em relação a tal fato não resulta na impossibilidade de manejo da representação para perda da graduação de praça pelo Parquet, mediante procedimento próprio. Se a quantidade, a espécie das penas aplicadas e os fundamentos da condenação criminal tornam evidente que a praça punida não tem mais condições para permanecer nos quadros da Corporação, visto que a sua conduta ofendeu o decoro da classe e o pundonor policial militar, decreta-se a perda da graduação, com a consequente cassação

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dos proventos recebidos em razão da passagem para a reforma, nos termos do art. 155, da Lei Complementar Estadual n.º 53/90 e art. 89, II, da Lei Estadual n.º 120/80. Declaração de Perda de Posto e Patente dos Oficiais e Graduação das Praças que se julga procedente, face a incompatibilidade do requerido para o exercício da função estatal. (4004418-49.2013.8.12.0000 Representação Criminal Relator(a): Des. Carlos Eduardo Contar; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Câmara Criminal; Data do julgamento: 17/08/2015; Data de registro: 31/08/2015).

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DECLARATÓRIA – PRETENSÃO DE TRANSFERÊNCIA PARA RESERVA REMUNERADA – MILITAR EXCLUÍDO A BEM DA DISCIPLINA – IMPOSSIBILIDADE DE REALIZAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA – ÓBICE LEGAL – DECISÃO MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO. A exclusão de militar da corporação, a bem da disciplina, impede qualquer análise do pedido referente à transferência remunerada. Isto porque, o parágrafo único do art. 115 § único da Lei Complementar Estadual n. 53/90 determina que os excluídos, a bem da disciplina, não terão direito a qualquer remuneração ou indenização, ficando assim inviabilizado o pedido de transferência para a reserva remunerada com proventos proporcionais. Decisão mantida. Recurso improvido. (0824013-66.2013.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Dorival Renato Pavan; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 24/03/2015; Data de registro: 25/03/2015).

Seção VII

Da Deserção

Art. 116. A deserção do policial-militar acarreta interrupção do serviço policial-militar, com consequente desligamento das fileiras da Corporação.

JURISPRUDÊNCIA

DESERÇÃO.

DESERÇÃO – FÉRIAS – PLANO DE FÉRIAS VERSUS CONCESSÃO. Descabe confundir plano de férias com a concessão do período alusivo à fruição. (HC 99456, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 08/11/2011, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-227 DIVULG 29-11-2011 PUBLIC 30-11-2011)

DESERÇÃO – ASSUNÇÃO DE CARGO PÚBLICO. Não descaracteriza a deserção o fato de o militar vir a tomar posse em cargo público. Cumpre observar a tramitação regular do processo visando a dispensa ou o fenômeno da agregação.(HC 106140, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 25/10/2011, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-226 DIVULG 28-11-2011 PUBLIC 29-11-2011).

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE COBRANÇA - VENCIMENTOS RELATIVOS AOS MESES EM QUE O POLICIAL FOI CONSIDERADO DESERTOR -

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DECLARAÇÃO DE DESERÇÃO ABUSIVA E ILEGAL - VENCIMENTOS DEVIDOS - ART. 67 DA LEI COMPLEMENTAR 53/90 - LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ CARACTERIZADA. 1. A declaração ilegal e abusiva de deserção de policial comprovadamente inimputável a época dos fatos, não gera qualquer efeito, sendo-lhe devido o valor correspondente aos seus vencimentos pela época em que foi equivocadamente declarado desertor. 2. A licença para tratamento de saúde deverá ser concedida, inclusive ex officio, sem prejuízo de qualquer natureza à remuneração do policial, ex vi do art. 67 da Lei Complementar 53/90. 3. Litiga de má-fé aquele que deduz defesa contra texto expresso de lei e contra fato incontroverso, assim como aquele que interpõe recurso com intuito meramente protelatório, ex vi do art. 17 do CPC. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS QUANTUM FIXADO EM OBSERVÂNCIA AO ART. 20, § 4º, DO CPC HONORÁRIOS MANTIDOS. O art. 20, § 4º, do Código de Processo Civil, determina a fixação equitativa dos honorários advocatícios através de ponderação e razoabilidade, pelos serviços desenvolvidos pelo profissional da advocacia e o interesse econômico em disputa, não devendo ser reduzida a verba fixada em consonância com essa regra. Recurso conhecido e improvido, com aplicação das penalidades pela litigância de má-fé. ( 0016750-50.2012.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Dorival Renato Pavan; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 08/04/2014; Data de registro: 22/04/2014).

Parágrafo único. O policial-militar desertor, que for capturado ou que se apresentar voluntariamente, depois de haver sido demitido ou excluído, será readmitido se Oficial, ou reincluído se Praça, ao serviço ativo e a seguir agregado para se ver processar.

Seção VIII

Do Falecimento e do Extravio

Art. 117. O falecimento do policial-militar da ativa acarreta interrupção do serviço policial-militar, com o consequente desligamento ou exclusão do serviço ativo, a partir da data da ocorrência do óbito.

§ 1º Revogado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 123, de 20.12.2007 – DOMS, de 21.12.2007.

§ 2º Revogado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 123, de 20.12.2007 – DOMS, de 21.12.2007.

JURISPRUDÊNCIA

MORTE FICTA. PENSÃO.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ART. 117 DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL 53/1990. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO INSTITUÍDO AOS DEPENDENTES DE POLICIAL MILITAR EXCLUÍDO DA CORPORAÇÃO. CONSTITUCIONALIDADE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO IMPROVIDO. I – Compete aos Estados-membros dispor sobre os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, inclusive quanto aos direitos previdenciários. II – O benefício previdenciário instituído em favor dos dependentes de policial militar excluído da corporação representa uma contraprestação às contribuições previdenciárias pagas durante o período efetivamente trabalhado. III – Recurso extraordinário ao qual se nega

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provimento, assentando-se a constitucionalidade do art. 117 da Lei Complementar Estadual 53/1990.(RE 610290, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 25/06/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-159 DIVULG 14-08-2013 PUBLIC 15-08-2013)

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MEDIDA LIMINAR. ARTIGO 117 - §§ 1º, 2º E 3º DA LEI COMPLEMENTAR Nº 53/90 DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL. POLICIAL MILITAR. SIMETRIA COM A LEGISLAÇÃO FEDERAL. LIMINAR INDEFERIDA. Ausência do aspecto de bom direito, que toda liminar reclama. A norma atacada tem, à primeira vista, simetria com o padrão federal. Liminar indeferida.(ADI 1542 MC, Relator(a): Min. FRANCISCO REZEK, Tribunal Pleno, julgado em 16/12/1996, DJ 19-12-1997 PP-00041 EMENT VOL-01896-01 PP-00119)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.EX-POLICIAL MILITAR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL. EXCLUSÃO DA CORPORAÇÃO. PAGAMENTO DE PENSÃO AOS DEPENDENTES (LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N.º 53/90). IMPOSSIBILIDADE. SUPERVENIÊNCIA DA LEI FEDERAL N.º 9.717/98. BENEFÍCIO NÃO PREVISTO NA LEI N.º 8.213/91. RECURSO DESPROVIDO. 1. Este Tribunal Superior consagrou o entendimento de que o art.117, § 2º, da Lei Complementar nº 53/90 do Estado de Mato Grosso do Sul, que assegura o pagamento de pensão pecúlio aos dependentes de ex-militar excluído das fileiras da corporação, perdeu a eficácia após o advento da Lei Federal nº 9.717/98, a qual dispõe sobre normas gerais da Previdência Social e passou a vedar a concessão de benefícios distintos daqueles previstos na Lei Federal nº 8.213/91. 2. Agravo regimental a que se nega provimento.(AgRg no RMS 23.605/MS, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), SEXTA TURMA, julgado em 06/12/2011, DJe 19/12/2011).

AGRAVO REGIMENTAL – PENSÃO-PECÚLIO – § 2º DO ARTIGO 117 DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N. 53/90 – PAGAMENTO AOS DEPENDENTES DO POLICIAL MILITAR – ARTIGO 23, II, "c" DA LEI N. 2.2072000 – PARÂMETRO A SER ADOTADO PARA O CÁLCULO E PAGAMENTO DO SUBSÍDIO – DÚVIDA ENTRE A APLICAÇÃO DA TABELA "A" OU A TABELA "B" DO ANEXO I DA LEI Nº 4.351/2003, QUE EQUIVALEM ÀS TABELAS I E II DA LEI COMPLEMENTAR 127/08 – APLICAÇÃO DA TABELA QUE ASSEGURA PARIDADE DE VENCIMENTOS E TRATAMENTO ISONÔMICO – RECURSO PROVIDO. (0019576-28.2007.8.12.0000 Agravo Regimental Relator(a): Des. Dorival Renato Pavan; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: Vice Presidência; Data do julgamento: 25/02/2015; Data de registro: 13/03/2015; Outros números: 19576282007812000050003).

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. OMISSÃO EXISTENTE. POLICIAL MILITAR EXCLUÍDO DA CORPORAÇÃO A BEM DA DISCIPLINA. MORTE FICTA. ARTIGO 117, §§ 1º, 2º E 3º DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL 53/90. PENSÃO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO DO MESMO BENEFÍCIO NO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. IMPOSSIBILIDADE. ART. 5º DA LEI 9.717/98. EMBARGOS ACOLHIDOS COM

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EFEITOS INFRINGENTES.( 0036921-07.2007.8.12.0000 Embargos de Declaração Relator(a): Des. Dorival Renato Pavan; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Seção Cível; Data do julgamento: 11/05/2015; Data de registro: 14/05/2015; Outros números: 36921072007812000050002).

MANDADO DE SEGURANÇA. PENSÃO MILITAR - ART. 117, § 2º, DA LEI COMPLEMENTAR N. 53/90 - COTAS MENSAIS QUE DEVEM CORRESPONDER AO NÚMERO DE ANOS TRABALHADOS - AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO E DE ATO ILEGAL PRATICADO PELA AUTORIDADE APONTADA COMO COATORA - SEGURANÇA DENEGADA. I) De acordo com o art. 117 da LC 53/90, no caso de demissão ou exclusão de policial militar com, no mínimo, 10 (dez) anos de serviço, em consequência de sentença transitada em julgado, seus dependentes "farão jus a tantas cotas de vencimentos quanto forem os anos de serviço trabalhados pelo policial-militar condenado". Tal dispositivo deve ser interpretado como sendo cotas mensais correspondente ao mesmo número de anos trabalhados pelo ex-policial militar até a data de seu desligamento da Corporação. II) Tendo o ex-policial prestado 14 (quatorze) anos de serviço à Corporação, a dependente deverá, então, receber 14 (quatorze) cotas mensais, findas os quais o pagamento deve cessar, sob pena de pagamento indevido e com prejuízo ao erário. III) Direito Líquido e certo inexistente. Segurança denegada. (4004451-39.2013.8.12.0000 Mandado de Segurança Relator(a): Des. Dorival Renato Pavan; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 2ª Seção Cível; Data do julgamento: 09/09/2013; Data de registro: 15/05/2014).

§ 3º Revogado pelo art. 4º da Lei Complementar n. 123, de 20.12.2007 – DOMS, de 21.12.2007.

JURISPRUDÊNCIA

MORTE FICTA. PENSÃO.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM EMBARGOS INFRINGENTES – PAGAMENTO DE PENSÃO À POLICIAL MILITAR EXCLUÍDO DA CORPORAÇÃO – ARTIGO 117, §§ 1º, 2º, E 3º, DA LEI COMPLEMENTAR N. 53/1990 – INCONSTITUCIONALIDADE – AFASTADA – EQUIPARAÇÃO AOS DEPENDENTES DE POLICIAL FALECIDO – EMBARGOS ACOLHIDOS SEM ALTERAÇÃO DO JULGADO. Acolhem-se os declaratórios para sanar as omissões apontadas pelo Superior Tribunal de Justiça, mantendo, contudo, o resultado do acórdão objurgado, que julgou procedente a ação ordinária.(0011255-40.2003.8.12.0001 Embargos de Declaração Relator(a): Des. João Maria Lós; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 3ª Seção Cível; Data do julgamento: 01/07/2015; Data de registro: 14/07/2015; Outros números: 11255402003812000150001).

Art. 118. O extravio do policial-militar da ativa acarreta interrupção do serviço policial-militar, com o consequente afastamento temporário do serviço ativo, a partir da data em que o mesmo for, oficialmente, considerado extraviado.

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§ 1º O desligamento do serviço ativo será feito 06 (seis) meses após a agregação por motivo de extravio.

§ 2º Durante o prazo a que se refere o parágrafo anterior os dependentes farão jus à remuneração do extraviado.

§ 3º Em caso de naufrágio, sinistro aéreo, catástrofe, calamidade pública ou outros acidentes, oficialmente reconhecidos, o extravio ou desaparecimento do policial-militar da ativa será considerado como falecimento, para fins deste Estatuto, tão logo sejam esgotados os prazos máximos de possível sobrevivência ou quando se deem por encerradas as providências de salvamento.

Art. 119. O reaparecimento do policial-militar extraviado ou desaparecido, já desligado do serviço ativo, resulta em sua reinclusão e nova agregação, enquanto se apurarem as causas que deram origem ao seu afastamento.

Parágrafo único. O policial-militar reaparecido será submetido à Junta de Inspeção de Saúde e, se estiver apto para o serviço policial-militar será reincluído ou readmitido devendo aguardar agregado o resultado da apuração das causas do seu extravio, através do Conselho de Justificação ou de Disciplina.

Seção IX

Da Reabilitação

Art. 120. A reabilitação do policial-militar será efetuada:

JURISPRUDÊNCIA

SUMULA Nº 9 DO TSE.

“A suspensão de direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada em julgado cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo de reabilitação ou de prova de reparação dos danos.”

I - de acordo com o Código Penal Militar e o Código de Processo Penal Militar se tiver sido condenado, por sentença definitiva, a quaisquer penas previstas no Código Penal Militar.

II - sendo medida de esfera administrativa dar-se-á após 02 (dois) anos da data do ato administrativo;

III - de acordo com o Código Penal e o Código de Processo Penal se tiver sido condenado, por sentença definitiva, a quaisquer penas previstas no Código Penal. (Acrescentado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 157, de 19.12.2011 – DOMS, de 20.12.2011.)

Parágrafo único. A reabilitação não produzirá efeitos retroativos, para quaisquer fins de direito. (Alterado pelo art. 1º da Lei Complementar n. 157, de 19.12.2011 – DOMS, de 20.12.2011.)

Art. 121. A concessão de reabilitação implica, que sejam canceladas mediante averbação, os antecedentes criminais do policial-militar e os registros constantes de seus assentamentos ou alterações, ou substituídos seus documentos comprobatórios de situação militar pelos adequados à nova situação.

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Capítulo III

Do Estágio Probatório

Art. 122. Estágio probatório é o período durante o qual são apurados os requisitos necessários à confirmação do policial-militar no serviço público, através de acompanhamento regulado pelo Comando-Geral da Corporação.

JURISPRUDÊNCIA

ESTÁGIO. EFICÁCIA RETROATIVA.

CONCURSO PÚBLICO – DIREITO À NOMEAÇÃO – EFICÁCIA RETROATIVA – PROMOÇÕES VERSUS ESTÁGIO PROBATÓRIO – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia acerca da possibilidade de, ficando reconhecida a eficácia retroativa do direito à nomeação de candidatos aprovados e classificados além do número de vagas versado no edital, serem cabíveis as promoções por tempo de serviço independentemente da apuração própria ao estágio probatório. (RE 629392 RG, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 05/08/2011, DJe-184 DIVULG 23-09-2011 PUBLIC 26-09-2011 EMENT VOL-02594-02 PP-00202 )

Nota: TEMA 454 - Direito à promoção funcional, independentemente de apuração própria ao estágio probatório, quando reconhecida eficácia retroativa do direito à nomeação. Relator: MIN. MARCO AURÉLIO Leading Case: RE 629392. Recurso extraordinário em que se discute, à luz do art. 37, caput, IV e § 6º, da Constituição Federal, a possibilidade, ou não, de promoção funcional, independentemente do transcurso de estágio probatório, a candidatos nomeados e empossados pela via judicial, quando reconhecida eficácia retroativa do direito à nomeação.

§ 1º Os requisitos de que trata este artigo são:

I - idoneidade moral;

II - assiduidade;

III - pontualidade;

IV - eficiência;

V - adaptabilidade.

§ 2º Quando o policial-militar em estágio probatório, não preencher os requisitos enumerados no § 1º deste artigo, seu Comandante, Chefe ou Diretor imediato deverá iniciar o processo para a demissão ou licenciamento, no máximo até 60 (sessenta) dias antes do término do período do estágio probatório salvo se ocorrer fato anormal que justifique tal procedimento fora do prazo citado.

JURISPRUDÊNCIA

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SÚMULA Nº 21 DO STF.

“Funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem inquérito ou sem as formalidades legais de apuração de sua capacidade.”

ESTÁGIO PROBATÓRIO. PROCEDIMENTO. POSSIBILIDADE DE DEFESA.

DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. MILITAR NÃO-ESTÁVEL. PRAÇA DA BRIGADA MILITAR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. LICENCIAMENTO EX OFFICIO. SÚMULA 21/STF. AGRAVO IMPROVIDO. 1. O Supremo Tribunal Federal, há longa data, editou a Súmula 21, que dispõe: "Funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem inquérito ou sem as formalidades legais de apuração de sua capacidade". 2. Ainda que, aparentemente, não tenha sido atribuída ao policial militar a prática de uma falta específica, como na presente hipótese, em que o licenciamento ex officio de praça não-estável da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul deu-se por conveniência, nos termos do legislação estadual, deve lhe ser assegurado o exercício do direito de defesa. Precedentes do Supremo Tribunal Federal. 3. Agravo regimental improvido. (AgRg no RMS 22.717/RS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 07/10/2008, DJe 03/11/2008).

ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. POLICIAL MILITAR. ESTÁGIO PROBATÓRIO. LICENCIAMENTO. ATO LIBIDINOSO. PRÁTICA EM LOCAL PÚBLICO. CONDUTA QUE NÃO SE COMPATIBILIZA COM A HONRA E O DECORO MILITAR. FALTA GRAVE. SINDICÂNCIA. AMPLA DEFESA ASSEGURADA. ATO ADMINISTRATIVO PRATICADO SEM EIVAS DE NULIDADE. SÚMULA 21/STF. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. "Estágio probatório é o período de exercício do servidor durante o qual é observado e apurada pela Administração a conveniência ou não de sua permanência no serviço público, mediante a verificação dos requisitos estabelecidos em lei para aquisição da estabilidade (idoneidade moral, aptidão, disciplina, assiduidade, dedicação ao serviço, eficiência etc)" (Hely Lopes Meirelles). 2. Servidor público em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem inquérito ou sem as formalidades legais de apuração da conduta supostamente ilícita, a teor do que dispõe o Enunciado da Súmula 21/STF. 3. A prática de ato libidinoso em local público não se compatibiliza com a honra e o decoro militar, ainda que o servidor não se encontre em serviço, razão por que não existe direito líquido e certo a ser amparado, em decorrência do licenciamento do impetrante, considerando, ainda, que o processo administrativo observou os princípios da ampla defesa e do contraditório. 4. Recurso ordinário conhecido e improvido. (RMS 17.354/GO, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 15/12/2005, DJ 10/04/2006, p. 230).

APELAÇÃO CÍVEL – POLICIAL MILITAR – EXCLUSÃO DA CORPORAÇÃO POR TER APRESENTADO, NA ADMISSÃO, CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DE ENSINO MÉDIO INVÁLIDO – OBSERVÂNCIA, NO PROCESSO ADMINISTRATIVO, DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, DOS PRINCÍPIOS VINCULAÇÃO AO EDITAL, ISONOMIA E IMPESSOALIDADE. LEGALIDADE

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DO ATO. RECURSO IMPROVIDO. I) O âmbito da atuação do Judiciário, no controle dos atos administrativos, restringe-se à verificação da legalidade do ato, não podendo averiguar o seu mérito. II) Reveste-se de legalidade a exclusão do policial das fileiras da Corporação se precedida de processo administrativo realizado com observância ao devido processo legal. Ao excluir o policial que, na admissão, apresentou certificado de conclusão do Ensino Médio inválido, a Administração logra, outrossim, por observar os princípios da vinculação ao Edital do concurso, isonomia e impessoalidade. III) Verificando-se que a exclusão foi levada a efeito com observância à legalidade, devidamente motivada e isenta de qualquer arbitrariedade, encerra-se, pois, a atividade jurisdicional, devendo ser mantida a conclusão da Administração. IV) Recurso a que se nega provimento, com o parecer. (0038303-85.2014.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Dorival Renato Pavan; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 07/10/2015; Data de registro: 15/10/2015).

§ 3º A demissão ou licenciamento será efetivado, no máximo, durante os últimos 30 (trinta) dias que antecedem ao término do estágio probatório.

§ 4º O período de duração do estágio probatório para o militar será de três anos de efetivo serviço. (Alterado pelo art. 2º da Lei Complementar n. 96, de 26.12.2001 — DOMS, de 27.12.2001.)

JURISPRUDÊNCIA

ESTÁGIO. TRÊS ANOS.

DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. SERVIDOR PÚBLICO. ESTABILIDADE E ESTÁGIO PROBATÓRIO. PRAZO COMUM DE TRÊS ANOS. PRECEDENTES. 1. O Supremo Tribunal Federal assentou entendimento no sentido de que “a Emenda Constitucional 19/1998, que alterou o art. 41 da Constituição Federal, elevou para três anos o prazo para a aquisição da estabilidade no serviço público e, por interpretação lógica, o prazo do estágio probatório” (STA 269, Rel. Min. Gilmar Mendes). Precedentes. 2. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (AI 744121 AgR, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 09/06/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-126 DIVULG 29-06-2015 PUBLIC 30-06-2015).

§ 5º O Aspirante-a-Oficial fará estágio probatório com 06 (seis) meses de duração devido às peculiaridades de sua formação.

§ 6º Os Oficiais nomeados farão estágio probatório de 01 (um) ano de efetivo serviço, sem contar os cursos de adaptação à Corporação.

Art. 123. Os policiais-militares licenciados ou demitidos em estágio probatório por não atenderem adequadamente as exigências inerentes à carreira, constante do § 1º do artigo anterior, deverão ressarcir ao Estado as despesas com sua formação ou adaptação.

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Capítulo IV

Da Pensão Policial-Militar

Art. 124. Aos dependentes do policial-militar falecido fica assegurada pensão especial mensal, equivalente a 70% (setenta por cento) da remuneração que serve de base de cálculo à contribuição previdenciária do servidor em atividade. (Alterado pela Lei Complementar n. 68, de 8.7.1993 – DOMS, de 9.7.1993.) (Declarado inconstitucional pela ADIn/STF n. 1543-5 (medida liminar) — DJU, de 17.4.1997, p. 13397).

JURISPRUDÊNCIA

PENSÃO. VALOR.

“O valor da pensão deixada por militar corresponde à totalidade dos vencimentos ou proventos por ele percebidos.” (RE 602.201-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 24-11-2009, Segunda Turma, DJE de 18-12-2009.) Vide: AI 548.235-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 16-5-2006, Segunda Turma, DJ de 9-6-2006.

PENSÃO - POLICIAL MILITAR - VALOR. Mostra-se conflitante com a Carta da República preceito de lei local que limita a pensão por morte de policial militar a 70% da remuneração que servia de base à contribuição previdenciária do servidor (§ 5º do artigo 40 da Constituição Federal). Isso ocorre relativamente à parte final do caput do artigo 124 da Lei Complementar nº 53/90, com a redação imprimida pela Lei Complementar nº 68, de 8 de julho de 1993, ambas do Estado do Mato Grosso do Sul. Relevância do pedido e risco de manter-se com plena eficácia a norma devidamente configurados.(ADI 1543 MC, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 19/03/1997, DJ 09-05-1997 PP-18126 EMENT VOL-01868-01 PP-00211).

§ 1º Os beneficiários do policial-militar falecido, fora do serviço poderão fazer jus à integralidade dos vencimentos ou proventos desde que, através de Sindicância ou IPM, demonstre-se que o óbito deu-se devido a fato anterior relacionado ao serviço.

§ 2º Os beneficiários do policial-militar falecido fora do serviço receberão pensão, proporcional, aos anos de serviço prestado sendo considerado como base de cálculo a totalidade dos vencimentos ou proventos que vinham recebendo.

§ 3º Para os efeitos do parágrafo anterior, considerar-se-á como limite mínimo, para pagamentos de pensão o valor equivalente, a 50% (cinquenta por cento), dos proventos ou vencimentos que o falecido vinha recebendo quando da ocorrência do óbito.

Art. 125. A pensão será concedida, automaticamente, a contar da data que a autoridade competente tiver conhecimento do óbito, responsabilizando-se, integralmente, pelos possíveis danos pecuniários que possam sofrer os beneficiários do falecido devido à ação ou omissão daquela autoridade.

Parágrafo único. Os beneficiários do policial-militar falecido serão aqueles que este Estatuto considera como dependentes.

JURISPRUDÊNCIA

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PENSÃO. LEGISLAÇÃO LOCAL.

“Compete aos Estados-Membros dispor sobre os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, inclusive quanto aos direitos previdenciários. O benefício previdenciário instituído em favor dos dependentes de policial militar excluído da corporação representa uma contraprestação às contribuições previdenciárias pagas durante o período efetivamente trabalhado.” (RE 610.290, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 25-6-2013, Segunda Turma, DJE de 15-8-2013).

Art. 126. A prova da circunstância de falecimento ocorrido durante o serviço policial-militar será feita através de Junta de Inspeção de Saúde da Corporação a qual se valerá, se necessário, de laudo médico legal ou atestado de óbito.

Art. 127. A pensão será reajustada, automaticamente, nas mesmas datas e índices do pessoal da ativa.

Capítulo V

Do Tempo de Serviço

Art. 128. Os policiais-militares começam a contar tempo de serviço na Polícia Militar a partir da data de seu ingresso na Corporação mediante matrícula em órgão de formação de Oficiais ou Praças policiais-militares ou nomeação para posto ou graduação.

JURISPRUDÊNCIA

TEMPO DE SERVIÇO. CONTAGEM.

ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. OMISSÃO SURGIDA NO ACÓRDÃO RECORRIDO. OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. POSSIBILIDADE. LIVRE CONVENCIMENTO DO JULGADOR. NÃO ADSTRITO À ARGUMENTAÇÃO DAS PARTES. POLICIAL MILITAR DO ESTADO DO AMAZONAS. PROMOÇÃO A 3.º SARGENTO. ALEGAÇÃO DE QUE A CONTAGEM DO TEMPO DE SERVIÇO NA GRADUAÇÃO DE CABO DEVE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO TAMBÉM O PERÍODO EM QUE ESTEVE LICENCIADO. INTERPRETAÇÃO DO ART. 125, § 4.º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, COM A REDAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL N.º 45/2004. INAPLICÁVEL À ESPÉCIE. LEIS ESTADUAIS N.os 1.154/75 E 3.041/06. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. PRECEDENTES. 1. A omissão quanto à análise do direito pertinente à espécie, surgida somente no bojo de provimento judicial de cunho decisório, confere à parte o direito de opor embargos declaratórios, a fim de provocar a manifestação do Tribunal de origem acerca da matéria tida por omissa. 2. O julgador não está adstrito à argumentação das partes, sendo-lhe facultado, para formar seu convencimento sobre a quaestio iuris, levar em consideração todos os elementos permitidos em direito, tais como o conjunto fático-probatório contido nos autos, bem como toda a legislação que rege a matéria posta ao crivo do Poder Judiciário. 3. A regra prevista no art. 125, § 4.º, da Constituição Federal, com

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redação dada pela Emenda Constitucional n.º 45/2004 diz respeito às sanções que devam ser aplicadas aos crimes militares e às ações judiciais contra atos disciplinares. 4. A Lei Estadual n.º 3.041/06, no que tange à promoção do Cabo da Polícia Militar do Estado do Amazonas à graduação de 3.º Sargento, exige que se perfaçam 02 (duas) condições, quais sejam: (i) 20 (vinte) anos de efetivo exercício e (ii) 10 (dez) anos na graduação. 5. O art. 119, § 2.º, da Lei Estadual n.º 1.154/75 determina que, na hipótese de reinclusão, o cômputo do tempo de serviço deve ser reiniciado na data em que foi reincluído o servidor militar. 6. Na forma do art. 122, § 1.º, da Lei Estadual n.º 1.154/75, o tempo de serviço prestado pelo servidor militar anteriormente à sua inclusão ou reinclusão "serão computados somente no momento da passagem do policial-militar para a situação de inatividade, e para esse fim." 7. Na hipótese, em tendo sido reiniciada a contagem do tempo de serviço em 01/08/1991, data da última reinclusão, é certo que em 01/08/95 ou quando impetrado o mandamus, não havia transcorrido o prazo de 20 (vinte) anos de efetivo exercício exigido pela Lei Estadual n.º 3.041/06 para a concessão da promoção a 3.º Sargento da Polícia Militar do Estado do Amazonas. 8. A Administração, por ser submissa ao princípio da legalidade, não pode levar a termo interpretação extensiva de direitos, quando a lei sobre esses dispuser de forma expressamente restritiva. 9. Recurso ordinário em mandado de segurança conhecido e desprovido. (RMS 30.056/AM, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 08/11/2011, DJe 21/11/2011).

§ 1º Considera-se como data de ingresso, para fins deste artigo:

I - a do ato em que o voluntário é incorporado ou o convocado é reincorporado em uma OPM;

II - a de matrícula em órgãos de formação de policiais-militares;

III - a do ato de nomeação.

§ 2º O policial-militar reincluído ou readmitido, recomeça a contar o tempo de serviço na data do respectivo ato.

§ 3º Quando, por motivo de força maior, oficialmente reconhecido como inundação, naufrágio, incêndio, sinistro aéreo e outras calamidades, faltarem dados para a contagem do tempo de serviço, caberá ao Comandante-Geral da Polícia Militar, arbitrar o tempo a ser computado, para cada caso particular, de acordo com os elementos disponíveis, mediante sindicância devidamente solucionada.

Art. 129. Na apuração do tempo de serviço do policial-militar, será feita a distinção entre:

I - tempo de efetivo serviço;

JURISPRUDÊNCIA

CVMI.TEMPO DE EFETIVO SERVIÇO.

APELAÇÃO CÍVEL VOLUNTÁRIA - PRELIMINAR - ILEGITIMIDADE PASSIVA DO ESTADO PARA RESPONDER À AÇÃO DECLARATÓRIA E CONDENATÓRIA DE MILITAR INATIVO - REJEITADA - MÉRITO - MILITAR INATIVO QUE PASSA A INTEGRAR O CORPO VOLUNTÁRIO DE MILITARES ESTADUAIS INATIVOS (CVMI) - CONTAGEM DO PERÍODO DE ATIVIDADE COMO DE EFETIVO TEMPO DE SERVIÇO - DEVIDA - RETIFICAÇÃO DO

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ENQUADRAMENTO DO MILITAR NA TABELA DE SUBSÍDIOS E CONDENAÇÃO NO PAGAMENTO DE DIFERENÇAS REMUNERATÓRIAS - DIREITO RECONHECIDO - RECURSO NÃO PROVIDO. I. Se a Agência de Previdência Social do Estado de Mato Grosso do Sul - AGEPREV, administradora do fundo, é vinculada à Secretaria de Estado de Administração, consoante dispõe o art. 1º da Lei 3.545/08, não há dúvidas que é o próprio Estado de Mato Grosso do Sul o ente responsável pelo pagamento dos servidores ativos e inativos, não se justificando a suscitação da preliminar de ilegitimidade passiva. II. Para fins de enquadramento da situação funcional na tabela de subsídios prevista no Anexo I da Lei Complementar nº 127/2008, deve ser reconhecido como de efetivo tempo de serviço ativo o período em que o militar permaneceu integrando no Corpo Voluntário de Militares Estaduais Inativos - CVMI. REEXAME NECESSÁRIO - CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA - MATÉRIAS DE ORDEM PÚBLICA - POSSIBILIDADE DE REFORMA EX OFFICIO - CONDENAÇÃO DA FAZENDA PÚBLICA - JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA - INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL DO § 12, DO ART. 100 DA CF - ADI 4357 - PARCIAL INCONSTITUCIONALIDADE POR ARRASTAMENTO DO ART. 1º-F DA LEI Nº 9.494/97 - RECURSO OBRIGATÓRIO PROVIDO - SENTENÇA RETIFICADA EM PARTE. I. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADI 4357, declarou a inconstitucionalidade parcial do § 12, do artigo 100, da Constituição Federal, que, por ter redação semelhante ao aludido dispositivo legal, arrastou para a inconstitucionalidade a nova redação do artigo 1º-F da Lei 9494-97, dada pela Lei nº 11.960/2009. II. Consequentemente, na condenação imposta à Fazenda Pública, quando não for de natureza tributária, a partir da vigência da Lei 11.960/2009 os juros moratórios devem ser calculados com respaldo no índice oficial de remuneração básica e juros incidentes sobre a caderneta de poupança, nos termos da regra do art. 1º-F da Lei 9.494/1999, com redação dada pela Lei 11.960/2009. III. Por sua vez, a correção monetária deverá ser calculada com amparo no IPCA, índice que melhor reflete a inflação acumulada do período, conforme atual entendimento do STJ. IV. Antes da vigência da Lei nº 11.960/2009, sobre o valor devido deverão incidir os juros de mora de 0,5% ao mês (redação anterior do art. 1º-F da Lei 9.494 /97) e a correção monetária com base no IPCA. ( 0022786-16.2009.8.12.0001 Apelação Relator(a): Des. Marco André Nogueira Hanson; Comarca: Campo Grande; Órgão julgador: 3ª Câmara Cível; Data do julgamento: 12/11/2013; Data de registro: 04/12/2013).

II - anos de serviço.

Art. 130. Tempo de efetivo serviço é o espaço de tempo computado dia-a-dia, entre a data de ingresso na Polícia Militar e a data limite estabelecida para a contagem ou a data do desligamento do serviço ativo, mesmo que tal espaço de tempo seja parcelado.

§ 1º Também, será computado como tempo de efetivo serviço, o tempo passado dia-a-dia pelo policial-militar na:

I - Polícia Militar do Estado de Mato Grosso, até 31 de dezembro de 1978;

II - reserva remunerada, que for convocado para o exercício de funções policiais-militares na ativa.

§ 2º Não serão deduzidos do tempo de efetivo serviço, os períodos em que o policial-militar estiver em gozo de licença especial.

§ 3º O tempo de serviço em campanha ou operação de guerra é computado em dobro, como tempo de efetivo serviço, para todos os efeitos.

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JURISPRUDÊNCIA

SÚMULA Nº 567 DO STF.

"A Constituição, ao assegurar, no § 3º do art. 102, a contagem integral do tempo de serviço público federal, estadual ou municipal para os efeitos de aposentadoria e disponibilidade não proíbe à União, aos Estados e aos Municípios mandarem contar, mediante lei, para efeito diverso, tempo de serviço prestado a outra pessoa de direito público interno."

§ 4º Ao tempo de efetivo serviço de que trata este artigo e os parágrafos anteriores, apurado e totalizado em dias, será aplicado o divisor 365, para a correspondente obtenção dos anos de efetivo serviço.

Art. 131. Anos de serviço é a expressão que designa o tempo de serviço com os seguintes acréscimos:

I - tempo de serviço público federal, estadual, municipal e privado, prestado pelo policial-militar anteriormente ao seu ingresso, através de matrícula, nomeação, reinclusão ou readmissão na Polícia Militar;

II - 01 (um) ano cada 05 (cinco) anos de tempo de serviço efetivo prestado pelo policial-militar possuidor de curso superior reconhecido oficialmente, que seja requisito essencial para seu ingresso na carreira policial-militar, sem superposição a qualquer tempo de serviço público ou privado eventualmente prestado durante a realização do mesmo;

III - tempo relativo a cada licença especial e férias não gozadas, contado em dobro;

IV - um terço para o período, consecutivo ou não, de 01 (um) ano de efetivo serviço passado pelo servidor público militar em Organização Policial Militar (OPM) e Organização Bombeiro Militar (OBM), sediada em localidades especial para tais corporações. (Alterado pela Lei Complementar n. 73, de 17.5.1994 – DOMS, de 18.5.1994.)

§ 1º Os acréscimos a que se referem os incisos II e III serão computados somente no momento da passagem do policial-militar para a inatividade, e nessa situação, para todos os efeitos legais. (Alterado pelo art. 31 da Lei Complementar n. 127, de 15.5.2008 – DOMS, de 16.5.2008.)

§ 2º Computados o tempo de serviço e seus acréscimos, a fração de tempo igual ou superior de 180 (cento e oitenta) dias será considerada como 01 (um) ano para todos os efeitos legais.

§ 3º Não é computável para efeito algum o tempo:

a) passado em licença para tratar de assunto de interesse particular;

b) passado por desertor;

c) decorrido em cumprimento de pena de suspensão de exercício do posto ou graduação, cargo ou função por sentença passada em julgado;

d) decorrido em cumprimento de pena restritiva da liberdade, por sentença passada em julgado, desde que não tenha sido concedida suspensão condicional da pena quando, então, o tempo que exceder aos períodos da pena será computado para todos os efeitos;

JURISPRUDÊNCIA

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APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. BOMBEIRO CONDENADO A PENA RESTRITIVA DE LIBERDADE. SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. PRETENSÃO DE CÔMPUTO DO PERÍODO DE DURAÇÃO DA PENA RESTRITIVA DE LIBERDADE NO TEMPO DE SERVIÇO – IMPOSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. A Lei Complementar Estadual n. 53/90 prevê que quando concedida ao militar a suspensão condicional da pena privativa de liberdade, é computado como tempo de serviço o período excedente ao da condenação. (802267-71.2015.8.12.0002 Apelação Relator(a): Des. Odemilson Roberto Castro Fassa; Comarca: Dourados; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 27/01/2016; Data de registro: 29/01/2016).

e) que ultrapassar de 01 (um) ano contínuo em licença para tratamento de saúde de pessoa da família.

§ 4º O tempo de serviço do policial-militar, constará dos almanaques previstos nos respectivos regulamentos de promoções.

JURISPRUDÊNCIA

TEMPO DE SERVIÇO. AVERBAÇÃO. IMPRESCRITÍVEL.

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO. AÇÕES DECLARATÓRIAS – IMPRESCRITÍVEIS – DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA. RECURSO PROVIDO. A pretensão de contagem de tempo de serviço é puramente declaratória, não se sujeitando a prazo prescricional. (Relator(a): Des. Odemilson Roberto Castro Fassa; Comarca: Dourados; Órgão julgador: 4ª Câmara Cível; Data do julgamento: 17/02/2016; Data de registro: 19/02/2016).

§ 5º O Governador do Estado deverá, no prazo de 30 (trinta) dias, a partir da publicação desta Lei Complementar, definir e regulamentar as localidades especiais para a Polícia Militar e Corpo de Bombeiro Militar, mencionadas no inciso IV deste artigo. (Acrescentado pela Lei Complementar n. 73, de 17.5.1994 – DOMS, de 18.5.1994.)

Art. 132. O tempo de serviço privado prestado pelo policial-militar anteriormente ao seu ingresso ou reingresso na Corporação será computado:

I - desde que a empresa privada, onde tal serviço foi prestado à época estivesse vinculada à previdência Federal, Estadual ou Municipal;

II - se o policial-militar contar, no mínimo, com 02 (dois) anos de efetivo serviço prestado à Corporação.

Art. 133. O tempo de serviço dos policiais-militares beneficiados por anistia será contado como estabelecer o ato legal que a conceder.

Art. 134. A data-limite estabelecida para contagem final dos anos de serviço, para fins de passagem para a inatividade, será a do desligamento do serviço ativo.

Parágrafo único. A data-limite não poderá exceder de 45 (quarenta e cinco) dias dos quais um máximo de 15 (quinze) dias no órgão encarregado de efetivar a transferência, da data da

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publicação do ato da transferência para a reserva remunerada ou reforma, em Diário Oficial ou Boletim da Corporação, considerada sempre a primeira publicação oficial.

Art. 135. Na contagem dos anos de serviço não poderá ser computada qualquer superposição dos tempos de serviço público Federal, Estadual e Municipal, ou passado em órgão da administração indireta, entre si, nem com os acréscimos de tempo, para os possuidores de curso universitário, nem com o tempo de serviço computável após o ingresso na Polícia Militar, através de matrícula em órgão de formação de policial-militar ou nomeação para posto ou graduação na Corporação.

Capítulo VI

Da Readaptação

Art. 136. O policial-militar estável poderá ser readaptado ex officio ou a pedido, em função mais compatível, por motivo de saúde.

Art. 137. A readaptação de que trata o artigo anterior se fará para:

I - redução ou cometimento de encargos diversos daqueles que o policial-militar estiver exercendo, respeitadas as atribuições do grau hierárquico a que pertence;

II - provimento em outro cargo ou função;

§ 1º A readaptação dependerá, sempre de prévia inspeção de saúde realizada por Junta Médica da Corporação.

§ 2º A readaptação referida neste artigo não acarretará descenso nem elevação de vencimentos do policial-militar.

Art. 138. A readaptação será processada pelo Comandante-Geral, através de movimentação do readaptado para outro quadro ou qualificação consideradas a hierarquia e as funções de seu cargo.

Art. 139. O readaptado não poderá ser promovido, salvo se atender todos os requisitos legais para o seu quadro.

Capítulo VII

Das Recompensas e das Dispensas do Serviço

Art. 140. As recompensas constituem reconhecimentos dos serviços prestados pelos policiais-militares.

§ 1º São recompensas policiais-militares:

a) prêmios de honra ao mérito;

b) condecorações por serviços prestados;

c) elogios, louvores e referências elogiosas;

d) dispensa do serviço.

§ 2º As recompensas serão concedidas de acordo com as normas estabelecidas nas leis e nos regulamentos da Polícia Militar.

Art. 141. As dispensas do serviço são autorizadas aos policiais-militares, pelos seus Comandantes, Chefes ou Diretores, para afastamento total do serviço, em caráter temporário.

Art. 142. As dispensas do serviço podem ser concedidas aos policiais-militares:

I - como recompensa;

II - para desconto em férias;

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III - em decorrência de prescrição médica.

Parágrafo único. As dispensas de serviço serão concedidas com a remuneração integral e computadas como tempo de serviço.

Título V

Das Disposições Finais e Transitórias

Art. 143. A Assistência Religiosa à Polícia Militar será regulada por lei específica.

LEGISLAÇÃO

DECRETO Nº 11.500, DE 9 DE DEZEMBRO DE 2003. Dispõe sobre o Serviço de Assistência Religiosa da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, e dá outras providências.

Art. 144. É vedado o uso, por parte de organização civil, de designação que possa sugerir sua vinculação à Polícia Militar.

LEGISLAÇÃO

LEI Nº 3.521, DE 20 DE MAIO DE 2008. Dispõe sobre a proibição, no âmbito do Estado de Mato Grosso do Sul, da venda de fardas, coletes e qualquer tipo de vestuário, bem como de distintivos e de acessórios dos órgãos de segurança pública e dá outras providências.

Parágrafo único. Excetuam-se das disposições deste artigo as associações, clubes, círculos e outros que congregam membros da Polícia Militar e que se destinam a defender o interesse de seus associados, a promover o intercâmbio social, cultural e assistencial entre policiais-militares e seus familiares e entre estes e todos os segmentos da sociedade.

Art. 145. Fica o Secretário Estadual de Segurança Pública autorizada a efetuar a transferência de policiais-militares, para o Corpo de Bombeiros Militar, e deste para a Polícia Militar, até aprovação da Legislação peculiar do Corpo de Bombeiros Militar respeitando-se a opção de seus integrantes.

Parágrafo único. Fica assegurado a todos os policiais-militares transferidos para o Corpo de Bombeiros Militar, os mesmos direitos e garantias adquiridos na Polícia Militar.

Art. 146. Revogado pela Lei Complementar n. 68, de 8.7.1993 – DOMS, de 9.7.1993.

Art. 147. O fundo assistencial por tempo de serviço prestado será regulado por decreto do executivo até a publicação da Lei de Remuneração da PMMS.

Art. 148. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação, revogadas a Lei Complementar n. 05, de 23 de setembro de 1981 e demais disposições em contrário.

Campo Grande, 30 de agosto de 1990.

Marcelo Miranda Soares

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Governador

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ANEXO DA LEI COMPLEMENTAR Nº 053, DE 30 DE AGOSTO DE 1990.

Acrescentado pelo Anexo III da Lei Complementar nº 182, de 19 de dezembro de 2013

POSTOS PERCENTUAL (%)

Coronel 10

Tenente-Coronel 9

Major 8

Capitão 7

Primeiro Tenente 6

Segundo Tenente 5

PRAÇAS

GRADUAÇÕES PERCENTUAL (%)

Subtenente 3

Primeiro Sargento 3

Segundo Sargento 3

Terceiro Sargento 3

Cabo 2

Soldado 2