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Estética vem do grego - Antar Mikosz - Art ... · reproduzi-lo de forma realista, surgiu a teoria ... •O simbolismo: ... diziam que o que é bom é belo,

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Estética vem do grego aisthetiké. Refere-se a tudo aquilo que pode ser percebido pelos

sentidos. Kant (1724-1808): o estudo das condições da percepção

pelos sentidos. Alexander Baumgarten (1714-1762): utilizou o termo

estética pela primeira vez no sentido de teoria do belo e das suas manifestações através da arte.

A Estética parte da experiência sensorial, da sensação, da percepção sensível, para chegar a um resultado que não apresenta a mesma clareza e distinção da lógica e da matemática.

Seu principal objeto de investigação é o fenômeno artístico que se traduz na obra de arte.

Tipos de Juízo: Juízos de Fato: dizer o que são as coisas. Juízos de Valor: julgar se determinada coisa é boa,

ruim, agradável, bonita, feia etc. Juízo Moral Juízo Estético: objeto, fato, seres, etc., são belos.

De uma forma geral belo é algo que agrada, satisfaz os

sentidos, pode proporcionar prazer sensível e espiritual. A beleza é algo que está objetivamente nas coisas ou é

apenas um juízo subjetivo?

Idealismo: a beleza é algo que existe em si mesma. Para Platão (428/427–348/347 A.C) a beleza seria uma

forma ideal que subsistiria por si mesma, como um modelo, no mundo das ideias.

Materialistas-empiristas – David Hume (1711-1776) a beleza não está propriamente nos objetos, mas depende do gosto de cada um, da maneira como cada pessoa vê e valoriza o objeto.

Segundo Harold Osborne: É a ambição de colocar diante do observador uma semelhança convincente das aparências reais das coisas (mimese).

Realismo: retrata o mundo de forma real com suas imperfeições.

Idealismo: retrata o mundo de forma idealizada aperfeiçoando o real.

Dos estudos sobre o corpo humano para reproduzi-lo de forma realista, surgiu a teoria das proporções humanas.

No naturalismo grego, a obra é bela quando consegue reproduzir o mais real possível o objeto, mesmo que o objeto retratado seja algo feio.

• A arte perde a função naturalista mantendo apenas a função pragmática ou utilitária.

• A arte anterior era vista como uma má influência que podia prejudicar o fortalecimento da alma e do espírito.

• Não há a figura do artista, apenas se copiam as imagens como nas iluminuras.

Na estética medieval o conceito de belo está ligado ao divino.

Devido ao alto índice de analfabetismo, a Igreja utiliza-se da arte para difundir seus ensinamentos através da arte.

• Com o Renascimento, o trabalho do artista passa a ser dignificado e o mesmo é elevado a condição intelectual, passam a ser protegidos pela nobreza.

• A arte passa a utilizar-se de todo conhecimento científico para gerar a ilusão visual de algo real como a perspectiva de Brunelleschi (1377-1446).

• Pinturas e esculturas ainda focam a religião Cristã, porém os artistas buscam influências no naturalismo grego-romano.

• No século 17, a herança metodológica de Descartes (1596-1650) na teoria do conhecimento geral, influencia fortemente a arte.

• A arte passa a seguir normas técnicas que são vistas como “naturais” devido a natureza racional do homem.

• A estética normativa limita a criatividade e a individualidade porém, permite ser ensinada nas academias o que resulta no academismo.

Kant (1724-1808) na Crítica da Faculdade do Juízo (1790) comenta: ainda que o juízo estético seja uma capacidade subjetiva, há aspectos universais na percepção estética dos indivíduos, pois nossa estrutura sensível e a nossa imaginação, que permitem nossa percepção estética, são comuns a todos os homens.

Kant entendia que o juízo estético não é guiado pela razão e sim pela faculdade da imaginação.

Julgamos belo aquilo que nos proporciona prazer, o que não é nada lógico ou racional e sim algo subjetivo, já que se relaciona ao prazer ou desprazer individual.

Para Kant, “todos os juízos de gosto são juízos singulares”.

Kant: “belo é o que apraz universalmente sem conceito”. Ele afirma que é impossível conceituar, definir

racionalmente o belo, pois “quando se julgam objetos simplesmente segundo conceitos, toda a representação da beleza é perdida”.

Quando dizemos que algo é belo, pretendemos que esse juízo esteja afirmando algo que pertence ao objeto realmente. Não dizemos “isto é belo para mim”, mas sim “isto é belo”, esperando que os outros concordem com esse julgamento.

Portanto esse julgamento pretende ser voz universal, pois contém uma expectativa de que aquilo que julgamos belo seja, de fato, belo.

Essa expectativa se torna possível, para Kant, devido ao fundamento do juízo de gosto, que seria a vinculação universal entre o belo e o sentimento de prazer.

Como determinados objetos despertam em grande quantidade de pessoas o mesmo sentimento de prazer, é possível supor a existência de certa universalidade nos juízos estéticos.

Hegel trabalhou a questão da beleza numa perspectiva histórica.

Para ele, o relativo consenso acerca de quais são as coisas belas mostra apenas que o entendimento do que é belo depende do momento histórico e do desenvolvimento cultural.

Esses dois fatores determinariam certa visão de mundo, a partir da qual algumas coisas seriam consideradas belas e outras não.

Em Hegel, a beleza artística não diz respeito apenas à sensação de prazer que determinada obra possa proporcionar, mas à capacidade que ela tem de sintetizar um dado conteúdo cultural de um momento histórico.

A arte não é apenas fruição, mas tem como função mostrar, de modo sensível, a evolução espiritual dos homens ao longo da história.

Hegel diz que a percepção da beleza é uma construção social que depende do alargamento da capacidade de recepção do indivíduo, ou seja, da sua capacidade de ver, ouvir, sentir.

A capacidade estética, que é subjetiva, seria formada a partir das relações objetivas da vivência social de cada um.

Para Hegel, tanto a definição do que é beleza quanto a capacidade individual de percebê-la são construções histórico-sociais.

• O romantismo foi um movimento artístico, político e filosófico surgido nas últimas décadas do século 17 na Europa que perdurou por grande parte do século 19.

As ideias do romantismo: • O gênio: o artista • A imaginação: faculdade captadora da

verdade • O simbolismo: a obra a encarnação

material de um significado espiritual.

O assunto ou tema das obras são menosprezados em contrapartida a valorização do fazer a obra. A arte pela arte.

Não existe um estilo único.

Conjunto de coisas que se distinguem por revelar talento, perícia, habilidade e beleza.

Tipos de Obras de Arte: música, literatura, pintura, dança, poesia.

O que é arte? Para Susanne K. Langer (1895-1985), a arte pode ser entendida

como a prática de criar formas perceptíveis expressivas do sentimento humano.

Para Omar Calabrese (1949-2012), é uma qualidade intrínseca de certas obras produzidas pela inteligência humana, isto é, constituídas em geral só por materiais visuais, que manifeste um efeito estético, conduza a um juízo de valor sobre as obras em si ou sobre os seus conjuntos ou sobre os seus autores, e que dependa de técnicas específicas ou de modalidades de produção das próprias obras.

Enfim, como conceituar ARTE de modo que atenda todas as manifestações atuais e do passado?

Segundo Michel Dufrenne (1910-1995) para que um obra seja considerada obra de arte terá de ser analisada segundo os seguintes pontos de vista: a) Material: qualquer obra de arte é construída de um material próprio

que lhe dá a sua diferença especifica e que o artista escolheu como veículo de comunicação da sua obra de arte;

b) Sensível: ao escolher um determinado suporte físico para construir a sua obra de arte, o artista está também a determinar um tipo próprio de sensibilidade para comunicar o que pretende, para criar o efeito desejado;

c) Representativo: estes dois primeiros aspectos fazem com que a obra de arte ganhe dinamismo, comunique algo, adquira significado (para quem produz e para quem o recebe);

d) Expressivo: criação do artista, após estar realizada, ganha uma pluralidade de significados e de interpretações possíveis…. É este o carácter aberto da obra de arte, permitindo sempre uma multiplicidade de interpretações possíveis.

Ato de Criação: produto do fazer humano (prática + criatividade – Processo Criativo – Poética).

Formas Perceptíveis: a arte se concretiza em formas capazes de serem percebidas por nossa mente. Essas formas podem ser estáticas ou dinâmicas.

Expressão do Sentimento Humano: a arte pode ser uma manifestação dos sentimos humanos. Esses sentimentos podem ser positivos ou negativos.

A função primordial da arte seria “objetivar o sentimento de modo que possamos contemplá-lo e entendê-lo”.

Há estudiosos que veem na obra de arte uma manifestação pura e simples da sensibilidade individual do artista.

Outros a encaram como uma atividade plenamente lúdica, gratuita, livre de quaisquer preocupações utilitárias ou condicionamentos exteriores à sua própria criação.

Outra característica importante: o fato de que a arte é um fenômeno social.

A arte é fenômeno social porque: O artista é um ser social, reflete na obra de arte sua

maneira de sentir o mundo em que vive, as alegrias e as angústias, os problemas e as esperanças de seu momento histórico.

A obra de arte é percebida socialmente pelo público: por mais íntima e subjetiva que seja a experiência do artista deixada em sua obra, esta será sempre percebida de alguma maneira pelas pessoas. A obra de arte será um elemento social de comunicação da mensagem de seu criador.

Essas relações são dinâmicas, modificando-se conforme o contexto histórico. E envolvem 3 elementos fundamentais: A obra de arte O seu autor E o público.

No que diz respeito ao artista, as relações da sua arte com a sociedade podem ser de paz e harmonia, de fuga e ilusão, de protestos e revolta.

Quanto à sociedade, seu relacionamento com determinada arte pode ser de ajuda e incentivo ou de censura e limitação à atividade criadora.

Afirmar que a arte é um fenômeno social não significa reduzi-la a mero produto de condicionamentos históricos e ideológicos.

Na realização da obra de arte, todos os elementos que a envolvem precisam ser resolvidos artisticamente, isto é, precisam ser traduzidos em termos de criação estética.

Nessa criação é que reside o valor essencial de toda grande obra de arte.

Ocorre nela uma espécie de rompimento com o tempo imediato e um encontro do homem com a eternidade.

Muitas especulações tomaram o rumo de associar o belo ao bom, entrelaçando os campos filosóficos da estética e da ética.

Sócrates (469-399 a.C.) e Platão (428/427-348/347 a.C.) já diziam que o que é bom é belo, e o que é belo é bom.

Também se verifica um entrelaçamento entre estética e ética quando se constata que o belo pode despertar o bom no indivíduo e que por isso, deve fazer parte de sua educação.

Friedrich von Schiller (1759-1805) propôs a educação estética, além da educação ética, como forma de harmonizar e aperfeiçoar o mundo e de o indivíduo alcançar a sua liberdade.

Schiller (1759-1805) considera que exista uma arte ideal, cuja função seria servir à necessidade do espírito humano e não ao “mercado do século”, ou seja, aos interesses econômicos que determinam o que pode e deve ser feito para atender à demanda de mercado.

De acordo com Adorno (1903-1969), a arte e os bens culturais estão submetidos aos interesses do mercado e, dessa forma, não passam de negócios, como qualquer outro produto.

A indústria de lazer e divertimento investe em determinados produtos culturais que agradam às massas de forma imediata.

A indústria cultural lucra mais com investimentos baratos e com produções artísticas de pouca qualidade e de entretenimento fácil, que não trazem para o público nenhum enriquecimento pessoal e nenhuma contribuição ao questionamento das coisas, à reflexão.

É a indústria do simples divertimento, da distração e, por isso mesmo, da perpetuação das atuais condições de existência.

Indústria que pela difusão de suas “mercadorias culturais” vendem os valores dominantes do capitalismo, promovendo uma “colonização do capitalismo” dos consumidores desses produtos.