5
Estil´ ıstica www.grupoexatas.com.br grupoexatas.wordpress.com Exerc´ ıcios Objetivos Texto para a quest˜ ao 1 As duas manas Lousadas! Secas, escuras e g´ arrulas como cigarras, desde longos anos, em Oliveira, eram elas as esquadrinhadoras de todas as vidas, as espa- lhadoras de todas as maledicˆ encias, as tecedeiras de todas as intrigas. E na desditosa cidade, n˜ ao exis- tia n´ odoa, pecha, bule rachado, cora¸ ao dorido, algi- beira arrasada, janela entreaberta, poeira a um canto, vulto a uma esquina, bolo encomendado nas Matil- des, que seus olhinhos furantes de azeviche sujo n˜ ao descortinassem e que sua solta l´ ıngua, entre os dentes ralos, n˜ ao comentasse com mal´ ıcia estridente. (E¸ca de Queir´ os, A ilustre Casa de Ramires) 1. (2000) No texto, o emprego de artigos defini- dos e a omiss˜ ao de artigos indefinidos tˆ em como efeito, respectivamente, (a) atribuir ` as personagens tra¸cos negativos de car´ ater; apontar Oliveira como cidade onde tudo acontece. (b) acentuar a exclusividade do comporta- mento t´ ıpico das personagens; marcar a generalidade das situa¸c˜ oes que s˜ ao objeto de seus coment´ arios. (c) definir a conduta das duas irm˜ as como cri- tic´ avel; coloc´ a-las como respons´ aveis pela maioria dos acontecimentos na cidade. (d) particularizar a maneira de ser das manas Lousadas; situ´ a-las numa cidade onde s˜ ao famosas pela maledicˆ encia. (e) associar as a¸c˜ oes das duas irm˜ as; enfatizar seu livre acesso a qualquer ambiente na ci- dade. 2. (2000) Um dos recursos expressivos de Gui- mar˜ aes Rosa consiste em deslocar palavras da classe gramatical a que elas pertencem. Destas frases de “Sorˆ oco, sua m˜ ae, sua filha”, a ´ unica em que isso N ˜ AO ocorre ´ e: (a) “...os mais detr´ as quase que corriam. Foi o de n˜ ao sair mais da mem´ oria”. (b) “...n˜ ao queria dar-se em espet´ aculo, mas representava de outroras grandezas”. (c) “...mas depois puxando pela voz ela pegou a cantar”. (d) “...sem jurisprudˆ encia, de motivo nem lu- gar, nenhum, mas pelo antes, pelo depois”. (e) “...ela batia com a cabe¸ ca, nos docemen- tes”. Texto para a quest˜ ao 3 Sinha Vit´ oria falou assim, mas Fabiano resmun- gou, franziu a testa, achando a frase extrava- gante. Aves matarem bois e cabras, que lem- bran¸ ca! Olhou a mulher, desconfiado, julgou que ela estivesse tresvariando. (Graciliano Ramos, Vidas secas) 3. (2000) Uma das caracter´ ısticas do estilo de Vi- das secas ´ e o uso do discurso indireto livre, que ocorre no trecho (a) “Sinha Vit´ oria falou assim”. (b) “Fabiano resmungou”. (c) “franziu a testa”. (d) “que lembran¸ ca”. (e) “olhou a mulher”. Texto para a quest˜ ao 4 Business Intercontinental da Iberia. Mais espa¸co entre as poltronas. Viajar virou sinˆ onimo de relaxar. Principal- mente quando vocˆ e tem ` a sua disposi¸ ao uma poltrona de design ergonˆ omico com maior capa- cidade para reclinar e 132 cm de espa¸ co entre a sua poltrona e a da frente. Al´ em disso, vocˆ e conta com mais de 300 salas VIP em aeropor- tos no mundo todo e pode acumular e utilizar pontos no seu programa de milhagens voando com qualquer linha a´ erea da alian¸ca oneworld. Business Intercontinental da Iberia. Sorria. Grupo Exatas FUVEST contato: [email protected]

ESTILÍSTICA

Embed Size (px)

DESCRIPTION

matéria de português.

Citation preview

Page 1: ESTILÍSTICA

Estilısticawww.grupoexatas.com.br

grupoexatas.wordpress.com

Exercıcios Objetivos

Texto para a questao 1

As duas manas Lousadas! Secas, escuras e garrulascomo cigarras, desde longos anos, em Oliveira, eramelas as esquadrinhadoras de todas as vidas, as espa-lhadoras de todas as maledicencias, as tecedeiras detodas as intrigas. E na desditosa cidade, nao exis-tia nodoa, pecha, bule rachado, coracao dorido, algi-beira arrasada, janela entreaberta, poeira a um canto,vulto a uma esquina, bolo encomendado nas Matil-des, que seus olhinhos furantes de azeviche sujo naodescortinassem e que sua solta lıngua, entre os dentesralos, nao comentasse com malıcia estridente.

(Eca de Queiros, A ilustre Casa de Ramires)

1. (2000) No texto, o emprego de artigos defini-dos e a omissao de artigos indefinidos tem comoefeito, respectivamente,

(a) atribuir as personagens tracos negativosde carater; apontar Oliveira como cidadeonde tudo acontece.

(b) acentuar a exclusividade do comporta-mento tıpico das personagens; marcar ageneralidade das situacoes que sao objetode seus comentarios.

(c) definir a conduta das duas irmas como cri-ticavel; coloca-las como responsaveis pelamaioria dos acontecimentos na cidade.

(d) particularizar a maneira de ser das manasLousadas; situa-las numa cidade onde saofamosas pela maledicencia.

(e) associar as acoes das duas irmas; enfatizarseu livre acesso a qualquer ambiente na ci-dade.

2. (2000) Um dos recursos expressivos de Gui-maraes Rosa consiste em deslocar palavras daclasse gramatical a que elas pertencem.Destas frases de “Soroco, sua mae, sua filha”, aunica em que isso NAO ocorre e:

(a) “...os mais detras quase que corriam. Foi ode nao sair mais da memoria”.

(b) “...nao queria dar-se em espetaculo, masrepresentava de outroras grandezas”.

(c) “...mas depois puxando pela voz ela pegoua cantar”.

(d) “...sem jurisprudencia, de motivo nem lu-gar, nenhum, mas pelo antes, pelo depois”.

(e) “...ela batia com a cabeca, nos docemen-tes”.

Texto para a questao 3

Sinha Vitoria falou assim, mas Fabiano resmun-gou, franziu a testa, achando a frase extrava-gante. Aves matarem bois e cabras, que lem-branca! Olhou a mulher, desconfiado, julgouque ela estivesse tresvariando.

(Graciliano Ramos, Vidas secas)

3. (2000) Uma das caracterısticas do estilo de Vi-das secas e o uso do discurso indireto livre, queocorre no trecho

(a) “Sinha Vitoria falou assim”.

(b) “Fabiano resmungou”.

(c) “franziu a testa”.

(d) “que lembranca”.

(e) “olhou a mulher”.

Texto para a questao 4

Business Intercontinental da Iberia.Mais espaco entre as poltronas.

Viajar virou sinonimo de relaxar. Principal-mente quando voce tem a sua disposicao umapoltrona de design ergonomico com maior capa-cidade para reclinar e 132 cm de espaco entrea sua poltrona e a da frente. Alem disso, voceconta com mais de 300 salas VIP em aeropor-tos no mundo todo e pode acumular e utilizarpontos no seu programa de milhagens voandocom qualquer linha aerea da alianca oneworld.Business Intercontinental da Iberia. Sorria.

Grupo Exatas FUVEST contato: [email protected]

Page 2: ESTILÍSTICA

Estilısticawww.grupoexatas.com.br

grupoexatas.wordpress.com

4. (2001) Entre os recursos de persuasao emprega-dos no texto verbal do anuncio, so NAO ocorreo uso de

(a) termos tecnicos.

(b) trocadilhos.

(c) apelo direto ao leitor.

(d) enumeracao acumulativa de vantagens.

(e) expressoes em ingles.

Texto para a questao 5

Historia estranha

Um homem vem caminhando por um parquequando de repente se ve com sete anos de idade.Esta com quarenta, quarenta e poucos. De re-pente da com ele mesmo chutando uma bolaperto de um banco onde esta a sua baba fa-zendo trico. Nao tem a menor duvida de que eele mesmo. Reconhece a sua propria cara, re-conhece o banco e a baba. Tem uma vaga lem-branca daquela cena. Um dia ele estava jogandobola no parque quando de repente aproximou-se um homem e... O homem aproxima-se delemesmo. Ajoelha-se, poe as maos nos seus om-bros e olha nos seus olhos. Seus olhos se en-chem de lagrimas. Sente uma coisa no peito.Que coisa e a vida. Que coisa pior ainda e otempo. Como eu era inocente. Como os meusolhos eram limpos. O homem tenta dizer al-guma coisa, mas nao encontra o que dizer. Ape-nas abraca a si mesmo, longamente. Depois saicaminhando, chorando, sem olhar para tras.O garoto fica olhando para a sua figura que seafasta. Tambem se reconheceu. E fica pen-sando, aborrecido: quando eu tiver quarenta,quarenta e poucos anos, como eu vou ser senti-mental!

(Luis Fernando Verissimo, Comedias parase ler na escola)

5. (2003) O discurso indireto livre e empregado naseguinte passagem:

(a) Que coisa e a vida. Que coisa pior ainda eo tempo.

(b) Reconhece a sua propria cara, reconhece obanco e a baba. Tem uma vaga lembrancadaquela cena.

(c) Um homem vem caminhando por um par-que quando de repente se ve com sete anosde idade.

(d) O homem tenta dizer alguma coisa, masnao encontra o que dizer. Apenas abracaa si mesmo, longamente.

(e) O garoto fica olhando para a sua figura quese afasta.

Texto para a questao 6

ESCREVO-LHE ESTA CARTA...

Um ano depois, programa dealfabetizacao no Acre apresenta

resultados acima da media e, comoprova final, bilhetes comoventes

Repleto de adultos recem-alfabetizados, o Te-atro Placido de Castro, na capital do Acre,Rio Branco, quase veio abaixo com a leiturado bilhete escrito pela dona de casa Sebasti-ana Costa para o marido: “Manoel, eu fui paraaula. Se quiser comida esquente. Foi eu queescrevi.”Atordoada com os aplausos, a franzinaSebastiana desceu do palco com a cabeca baixae os ombros encurvados.Casada ha trinta anos e mae de oito filhos, elaso descontraiu um pouco quando a ministra doMeio Ambiente, Marina Silva, comentou que obilhete nao precisava ser interpretado como umdesaforo, embora passasse um sentimento delibertacao. Alfabetizada apenas aos dezesseteanos, a ministra Marina conhece como poucoso drama daqueles que nao sao capazes de deci-frar o letreiro de um onibus ou de rabiscar umasimples mensagem.

(Revista ISTOE)

6. (2005) O tıtulo “Escrevo-lhe esta carta...”

(a) contem ironia, uma vez que o bilhete citadono texto nao e propriamente uma carta.

(b) resulta de um procedimento intertextual,pois retoma uma expressao frequente nalinguagem das cartas.

(c) refere-se tambem ao texto do autor da re-portagem, redigido por ele como se fosseuma carta.

(d) termina com reticencias para deixar suben-tendido o sarcasmo do autor da reporta-gem.

(e) imita a variedade linguıstica que caracte-riza o bilhete reproduzido na reportagem.

Grupo Exatas FUVEST contato: [email protected]

Page 3: ESTILÍSTICA

Estilısticawww.grupoexatas.com.br

grupoexatas.wordpress.com

Texto para a questao 7

Ele se aproximou e com voz cantante de nor-destino que a emocionou, perguntou-lhe:- E se me desculpe, senhorinha, posso convidara passear?- Sim, respondeu atabalhoadamente com pressaantes que ele mudasse de ideia.- E, se me permite, qual e mesmo a sua graca?- Macabea.- Maca - o que?- Bea, foi ela obrigada a completar.- Me desculpe mas ate parece doenca, doencade pele.- Eu tambem acho esquisito mas minha mae bo-tou ele por promessa a Nossa Senhora da BoaMorte se eu vingasse, ate um ano de idade eunao era chamada porque nao tinha nome, eupreferia continuar a nunca ser chamada em vezde ter um nome que ninguem tem mas pareceque deu certo - parou um instante retomando ofolego perdido e acrescentou desanimada e compudor - pois como o senhor ve eu vinguei... poise...- Tambem no sertao da Paraıba promessa equestao de grande dıvida de honra. Eles naosabiam como se passeia. Andaram sob a chuvagrossa e pararam diante da vitrine de uma lojade ferragem onde estavam expostos atras do vi-dro canos, latas, parafusos grandes e pregos. EMacabea, com medo de que o silencio ja signi-ficasse uma ruptura, disse ao recem-namorado:- Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o se-nhor?Da segunda vez em que se encontraram caıauma chuva fininha que ensopava os ossos. Semnem ao menos se darem as maos caminha-vam na chuva que na cara de Macabea parecialagrimas escorrendo.

Clarice Lispector, A hora da estrela.

7. (2006) No trecho que vai de “Eu tambem achoesquisito”a “eu vinguei... pois e...”, o autor sevale, para traduzir o estado emocional de Ma-cabea, do seguinte recurso expressivo:

(a) omissao de vırgulas entre oracoes.

(b) emprego reiterado de frases nominais.

(c) falta de rigor na concordancia verbal.

(d) eliminacao da maioria dos conectivos entreas oracoes.

(e) uso de regencias verbais inadequadas.

Texto para a questao 8

E impossıvel colocar em serie exata os fatosda infancia porque ha aquelas que ja aconte-cem permanentes, que vem para ficar e doer,que nunca mais sao esquecidos, que sao sempretrazidos tempo afora, como se fossem dagora.E a carga. Ha os outros, miudos fatos, inco-lores e quase sem som - que mal se deram, amemoria os atira nos abismos do esquecimento.Mesmo proximos eles viram logo passado re-moto. Surgem as vezes, na lembranca, como sefossem uma incongruencia. So aparentementesem razao, porque nao ha associacao de ideiasque seja ilogica. O que assim parece, em ver-dade, liga-se e harmoniza-se no subconscientepelas raızes subterraneas - raızes logicas! - deque emergem os pequenos caules isolados - apa-rentemente ilogicos! so aparentemente! - asvezes chegados a memoria vindos do esqueci-mento, que e outra funcao ativa dessa mesmamemoria.

Pedro Nava, Bau de ossos.

8. (2006) O que Pedro Nava afirma no final dotexto ajuda a compreender o tıtulo do livro Es-quecer para lembrar, de Carlos Drummondde Andrade, tıtulo que contem

(a) um paradoxo apenas aparente, ja quedesigna uma das operacoes proprias damemoria.

(b) uma contradicao insuperavel, justificadaapenas pelo valor poetico que alcanca.

(c) uma explicacao para a dificuldade de se or-ganizar de modo sistematico os fatos lem-brados.

(d) uma fina ironia, pois a antıtese entre osdois verbos da a entender o inverso do quenele se afirma.

(e) uma metafora, ja que o tempo do esqueci-mento e o tempo da lembranca nao podemser simultaneos.

TEXTO PARA A QUESTAO 9

Como sabemos, o efeito de um livro sobre nos,mesmo no que se refere a simples informacao,depende de muita coisa alem do valor que elepossa ter. Depende do momento da vida emque o lemos, do grau do nosso conhecimento,da finalidade que temos pela frente. Para quempouco leu e pouco sabe, um compendio de

Grupo Exatas FUVEST contato: [email protected]

Page 4: ESTILÍSTICA

Estilısticawww.grupoexatas.com.br

grupoexatas.wordpress.com

ginasio pode ser a fonte reveladora. Para quemsabe muito, um livro importante nao passa dechuva no molhado. Alem disso, ha as afinidadesprofundas, que nos fazem afinar com certo au-tor (e portanto aproveita-lo ao maximo) e naocom outro, independente da valia de ambos.

Antonio Candido, “Dez livros para entender oBrasil”. Teoria e debate. Ed. 45, 01/07/2000.

9. (2015) Constitui recurso estilıstico do texto

(I) a combinacao da variedade culta da lınguaescrita, que nele e predominante, com ex-pressoes mais comuns na lıngua oral;

(II) a repeticao de estruturas sintaticas, asso-ciada ao emprego de vocabulario corrente,com feicao didatica;

(III) o emprego dominante do jargao ci-entıfico, associado a exploracao intensivada intertextualidade.

Esta correto apenas o que se indica em

(a) I.

(b) II.

(c) I e II.

(d) III.

(e) I e III.

Grupo Exatas FUVEST contato: [email protected]

Page 5: ESTILÍSTICA

Estilısticawww.grupoexatas.com.br

grupoexatas.wordpress.com

Gabarito

(1) B

(2) C

(3) D

(4) B

(5) A

(6) B

(7) A

(8) A

(9) C

Grupo Exatas FUVEST contato: [email protected]