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Estimativa da idade de manchas de sangue em locais de crime Dezembro/2018 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018 Estimativa da idade de manchas de sangue em locais de crime Lana Andressa Toth Fernandes - [email protected] Perícia Criminal e Ciências Forenses Instituto de Pós-Graduação - IPOG Curitiba, PR, 28 de março de 2018 Resumo As manchas de sangue são evidências de estrema importância em locais de crime. Por meio delas é possível descobrir a dinâmica de um crime e o DNA da vítima ou do agressor. E por décadas pesquisadores vem tentando extrair outro dado das manchas de sangue: a idade dessas manchas desde que elas foram depositadas no local do crime. Porém, ainda não há nenhum método sendo usado hoje na rotina das investigações forenses. Alguns métodos funcionam bem sob ambientes controlados e para manchas mais recentes, mas muitos dos parâmetros analizados pelas pesquisas são fortemente influenciados por fatores externos imprevisíveis como temperatura, luz do sol e humidade, prejudicando assim a confiabilidade dos resultados. Além disso, a maior parte das técnicas perde mais precisão com o envelhecimento das manchas e peca na praticidade das determinações para que pudessem ser aplicadas na rotina das investigações. O objetivo desse estudo foi reunir alguns dos principais métodos estudados nas ultimas décadas que concernem o assunto. Foram abordadas as técnicas por eletrodo de oxigênio, degradação do RNA, Microscopia de força atômica, espectroscopia de ressonância paramagnética eletrônica, espectroscopia de refletância e análise colorimétrica usando smartphones. Concluiu-se que mais pesquisas são necessárias envolvendo as influências dos fatores externos na estimativa da idade das manchas de sangue para que se almente a precisão dos resultados. Palavras-chave: Manchas de sangue. Estimativa da idade. Local de crime. 1. Introdução As manchas de sangue em locais de crime apresentam um dos tipos de evidência mais úteis e frequentes (LI et. al., 2011:198). Elas têm um grande valor forense, seja para fornecer perfis genéticos para verificar a identidade de um suspeito ou para analisar padrões para reconstituição de um crime. (BREMMER et. al., 2011:166). O DNA permite, por meio de ferramentas usadas em um crime ou até de insetos encontrados no local, conectar o criminoso ao crime (BUTLER, 2001:129). E “a morfologia, a hierarquia e o formato das bordas das manchas de sangue podem ser um primeiro indicativo do seu mecanismo de formação, auxiliando o perito a entender a dinâmica da ação originária e da superfície em que a mancha impactou” (VELHO; COSTA; DAMASCENO, 2013:325). É igualmente desejável que seja possível determinar precisamente a idade de uma mancha de sangue desde que ela foi formada, pois pode prover significantes informações forenses, visto que, ao estimar a idade da mancha de sangue estima-se também o tempo desde o trauma que causou o sangramento (LI et. al., 2011:198). Essa informação pode ser o primeiro indício de uma investigação quando um crime é cometido e é ainda mais útil quando as manchas de sangue são a única evidência que se tem disponível (BREMMER et. al., 2012:1).

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Estimativa da idade de manchas de sangue em locais de crime

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

Estimativa da idade de manchas de sangue em locais de crime

Lana Andressa Toth Fernandes - [email protected]

Perícia Criminal e Ciências Forenses

Instituto de Pós-Graduação - IPOG

Curitiba, PR, 28 de março de 2018

Resumo

As manchas de sangue são evidências de estrema importância em locais de crime. Por meio

delas é possível descobrir a dinâmica de um crime e o DNA da vítima ou do agressor. E por

décadas pesquisadores vem tentando extrair outro dado das manchas de sangue: a idade

dessas manchas desde que elas foram depositadas no local do crime. Porém, ainda não há

nenhum método sendo usado hoje na rotina das investigações forenses. Alguns métodos

funcionam bem sob ambientes controlados e para manchas mais recentes, mas muitos dos

parâmetros analizados pelas pesquisas são fortemente influenciados por fatores externos

imprevisíveis como temperatura, luz do sol e humidade, prejudicando assim a confiabilidade

dos resultados. Além disso, a maior parte das técnicas perde mais precisão com o

envelhecimento das manchas e peca na praticidade das determinações para que pudessem ser

aplicadas na rotina das investigações. O objetivo desse estudo foi reunir alguns dos principais

métodos estudados nas ultimas décadas que concernem o assunto. Foram abordadas as

técnicas por eletrodo de oxigênio, degradação do RNA, Microscopia de força atômica,

espectroscopia de ressonância paramagnética eletrônica, espectroscopia de refletância e

análise colorimétrica usando smartphones. Concluiu-se que mais pesquisas são necessárias

envolvendo as influências dos fatores externos na estimativa da idade das manchas de sangue

para que se almente a precisão dos resultados.

Palavras-chave: Manchas de sangue. Estimativa da idade. Local de crime.

1. Introdução

As manchas de sangue em locais de crime apresentam um dos tipos de evidência mais úteis e

frequentes (LI et. al., 2011:198). Elas têm um grande valor forense, seja para fornecer perfis

genéticos para verificar a identidade de um suspeito ou para analisar padrões para

reconstituição de um crime. (BREMMER et. al., 2011:166). O DNA permite, por meio de

ferramentas usadas em um crime ou até de insetos encontrados no local, conectar o criminoso

ao crime (BUTLER, 2001:129). E “a morfologia, a hierarquia e o formato das bordas das

manchas de sangue podem ser um primeiro indicativo do seu mecanismo de formação,

auxiliando o perito a entender a dinâmica da ação originária e da superfície em que a mancha

impactou” (VELHO; COSTA; DAMASCENO, 2013:325).

É igualmente desejável que seja possível determinar precisamente a idade de uma mancha de

sangue desde que ela foi formada, pois pode prover significantes informações forenses, visto

que, ao estimar a idade da mancha de sangue estima-se também o tempo desde o trauma que

causou o sangramento (LI et. al., 2011:198). Essa informação pode ser o primeiro indício de

uma investigação quando um crime é cometido e é ainda mais útil quando as manchas de

sangue são a única evidência que se tem disponível (BREMMER et. al., 2012:1).

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“Numa análise de uma cena de crime, deve-se procurar obter a maior quantidade possível de

informações. São essas informações que lastrearão o conhecimento dos fatos ocorridos, sua

dinâmica e configuração” (VELHO; COSTA; DAMASCENO, 2013:12). Saber a idade de

uma mancha de sangue pode ser útil para determinar o momento que um crime foi cometido

ou se a mancha está relacionada ao crime, assim como pode permitir aos investigadores

verificarem testemunhos e ajustarem a direção da investigação (EDELMAN; LEEUWEN;

AALDERS, 2012:72).

Por mais de cem anos, pesquisadores tentam desenvolver métodos para se estimar com

precisão e rapidez a idade de manchas de sangue em locais de crime. No entanto, ainda não há

um método padrão devido a limitações práticas ou falta de precisão dos métodos publicados

(BERGMANN; HEINKE; LABUDDE, 2017:1).

O objetivo desse estudo é apresentar, por meio de revisão bibliográfica, algumas das

principais pesquisas feitas para se estimar a idade de manchas de sangue em locais de crime

assim como suas vantagens e desvantagens e, por conseguinte incentivar a pesquisa nessa

área.

2. Degradação da hemoglobina

A hemoglobina começa a decair irreversivelmente logo após o sangue ser derramado em um

local de crime. À medida que essa degradação progride, a estimativa da idade da mancha de

sangue perde a confiabilidade, a qual é crítica na determinação de quando um crime foi

cometido (SHIN et al, 2017:221).

Uma das maiores funções do sangue é assegurar o provimento de oxigênio para as células. O

transporte de oxigênio é realizado pela hemoglobina, uma cromoproteína localizada na

superfície celular dos glóbulos vermelhos (eritrócitos). Cada molécula de hemoglobina

consiste de duas cadeias de polipeptídios α e duas β formando quatro subunidades globulares

simetricamente arranjadas. A fixação do oxigênio da hemoglobina é realizada pelo complexo

de ferro II, grupo prostético heme. Quatro desses complexos são não-covalentemente ligados

a quatro subunidades de hemoglobina. Uma ilustração da molécula da hemoglobina e dos

grupos heme ligados encontra-se na Figura 1. Ligações não covalentes de oxigênio são

realizadas predominantemente pelo átomo de ferro central, este não sofre nenhuma mudança

de carga durante o processo de ligação. Por isso, ele é capaz de doar oxigênios ligados e assim

realizar o transporte deste (BERGMANN; HEINKE; LABUDDE, 2017:2-3).

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Figura 1 – Estrutura do grupo heme e hemoglobina. (a) Fórmula esquelética do grupo heme consistindo de uma

porfirina e um átomo de ferro central carregado com uma molécula de oxigênio. (b) Representação esquemática

do arranjo das subunidades da hemoglobina. Quatro grupos heme (retratados pelos segmentos laranja) estão

ligados a quatro cadeias de peptídeos (duas cadeias α e duas β) abrangendo a molécula de hemoglobina. (c)

Estrutura experimental da hemoglobina (PDB Id: 2h35) com quatro grupos ligados (representados em palito). O

destaque das cores é análogo ao (b). Uma das cadeias de peptídeo em (b) e (c) está destacada em azul para

melhor visualização.

Fonte: BERGMANN; HEINKE; LABUDDE (2017).

A hemoglobina é o principal cromóforo no sangue, representa mais de 97% do conteúdo seco

do sangue. Ela pode aparecer de diversas formas, chamadas de derivados da hemoglobina. A

conversão entre vários derivados da hemoglobina é diferente dentro e fora do corpo. Dentro

de um corpo humano saudável, as moléculas de hemoglobina são apresentadas principalmente

em duas formas, sendo uma sem oxigênio: desoxihemoglobina (Hb); e outra saturada com

oxigênio: oxihemoglobina (HbO2). O nível de saturação médio do sangue arterial está acima

de 90% e do sangue venoso está acima de 70%. Apenas uma pequena parte (~1%) de HbO2 é

auto oxidada em uma terceira forma, metahemoglobina (MHb), que é reduzida novamente a

Hb pela proteína citocromo b5 redutase. Fora do corpo, o sangue satura totalmente para HbO2

assim que entra em contato com o oxigênio na atmosfera. No entanto, devido a diminuição da

disponibilidade de citocromo b5, necessário para a redução da MHb, a transição de HbO2 em

MHb não será mais reversível. Uma vez que a hemoglobina é auto oxidada a MHb, ela será

desnaturarada para hemicromo (HC). O HC é formado por meio de mudanças da conformação

da proteína para que átomos endógenos a esta fiquem ligados ao ferro na sexta ligação

(BREMMER et. al., 2011:167). Isso faz com que o grupo heme se torne completamente

inativo. Essa conversão em hemicromo é lenta e as taxas de reação dependem de fatores

externos como umidade (BERGMANN; HEINKE; LABUDDE, 2017:3). A Figura 2 mostra a

visão geral das reações da hemoglobina dentro (in vivo) e fora (ex vivo) do corpo.

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Figura 2 – Esquema mostrando a degradação da hemoglobina (azul: cadeia de peptídeos da hemoglobina,

laranja: Grupos heme ligados).

Fonte: Adaptado de BERGMANN; HEINKE; LABUDDE (2017).

Essa transição é acompanhada por uma mudança de cor de vermelho escuro para marrom

escuro (BREMMER et. al., 2011:167). A cor de manchas de sangue frescas mudam com o

tempo como resultado das mudanças na razão da concentração da hemoglobina e de seus

derivados HbO2, MHb, e HC. Este ultimo, por exemplo, da ao sangue envelhecido uma

característica de cor quase preta. Isso é causado pelos processos de auto oxidação e

desnaturação mencionados anteriormente. Devido à relação dessas mudanças com o tempo, a

cor do sangue proporciona uma fonte de informação valiosa para se estimar a idade de

manchas de sangue. (BERGMANN; HEINKE; LABUDDE, 2017:3-4).

3. Pesquisas pioneiras na estimativa da idade de manchas de sangue.

Cientistas começaram a lidar com o desafio de se estimar a idade de uma mancha de sangue já

no começo do século 20. Em 1901, Ziemke e Franz Müller estudaram as diferentes bandas de

absorção dos derivados da hemoglobina (MÜLLER, Z.; MÜLLER, F., 1901). Seis anos

depois, Louis Tomellini (universidade de Genoa, Itália) desenvolveu uma tabela com 12

figuras para ilustrar as mudanças de cor de uma mancha de sangue do momento de deposição

até um ano (TOMELLINI, 1907:2). Três anos depois, Leers descreveu uma mudança

significativa no espectro visível do sangue causada pela hemoglobina. Após comparar os

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espectros de manchas de sangue com os espectros da hemoglobina de Ziemke e Franz Müller,

Leers concluiu que quando uma mancha de sangue seca não há mais um espectro puro da

HbO2, há um espectro da MHb ou uma combinação de ambas (LEERS, 1910).

No entanto, Schwarzacher (1930:374-375) achava que nenhuma dessas investigações poderia

ser usada para fins práticos para se determinar a idade de uma mancha de sangue. Não era

possível levar em consideração todas as possíveis influências que uma mancha poderia ser

submetida e relacioná-las com o tempo. Há vários fatores que determinam as alterações de

uma mancha de sangue com o tempo, o tipo de formação da mancha, a quantidade de sangue,

a espessura da mancha e a natureza física da superfície onde ela foi depositada (se lisa ou

porosa), assim como reações físicas e químicas por influência de ferrugem e gesso. Entre

outros fatores externos decisivos, estão o calor, a luz e a humidade. Além disso, há a

influência de microrganismos, mofo e da tentativa mal sucedida de remover a mancha. Seria

experimentalmente e estatisticamente impossível relacionar os efeitos de todos esses fatores

(SCHWARZACHER, 1930:374-375).

Então, em 1930, considerando somente as manchas de sangue que se encontram em

temperatura mediana, em uma camada não tão fina, em uma superfície quimicamente

indiferente e que estão preservadas da humidade e livres de microrganismos e mofo,

Schwarzacher correlacionou a idade da mancha de sangue com a taxa de solubilidade desta

em água. A solubilidade do sangue fresco é alta e diminui lentamente à medida que a mancha

envelhece. Isso acontece devido à transformação contínua da hemoglobina nos seus

subprodutos de decomposição. No entanto, a determinação da idade da mancha de sangue só

seria possível sob condições favoráveis, e se esse fosse o caso, o método iria revelar um

intervalo limite da idade aproximada da mancha desconhecida. Esse intervalo, por exemplo,

seria mais estreito se a mancha tivesse sido exposta a luz do sol direta e bem menos estreito se

ela tivesse em quase total restrição de luz (SCHWARZACHER, 1930:375-380).

O primeiro estudo do sangue baseado em espectrometria foi trazido por Patterson em 1960.

Era sabido que o sangue mudava de vermelho para marrom à medida que envelhecia. Mas a

taxa na qual isso acontecia e os fatores que a influenciavam não eram tão bem estabelecidos.

Patterson (1960:688) achava que isso se devia ao uso de análises visuais subjetivas das

manchas. O desenvolvimento de colorímetros fotoelétricos de alta sensibilidade e precisão,

que já permitiam uma leitura que podia ser prontamente convertida para o sistema CIE

(Commission Internationale de l'Eclairage) de representação das cores, oferecia um método de

teste não-destrutivo e livre de julgamentos subjetivos. Com isso, ele mediu a coordenada

cromática CIE das manchas de sangue em papel filtro e conclui que as mudanças de cor são

mais pronunciadas na coordenada cromática x e a maioria dessas mudanças acontecem dentro

de três dias, a partir disso a taxa em que elas ocorrem é tão pequena ao ponto de serem

praticamente imperceptíveis de um dia para outro. Ele também observou que a mudança de

cor da mancha de sangue depende das condições do ambiente como temperatura, humidade e

luz (PATTERSON, 1960:688-689).

Doze anos depois, Kind, Patterson e Owen (1972) conseguiram quantificar bandas de

absorção em manchas de sangue para melhorar a determinação da idade da mancha. Eles

examinaram o espectro de absorção visível do sangue seco e apresentaram e discutiram um

parâmetro chamado razão α como uma característica descritiva do tempo e independente da

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quantidade de sangue presente (KIND; PATTERSON; OWEN, 1972:27-54).

4. Métodos para se estimar a idade de manchas de sangue em locais de crime

4.1. Eletrodo de oxigênio

A quantidade de HbO2 em uma mancha de sangue diminui e é oxidada a MHb quase que

estequiometricamente ao passar do tempo e com elevação da temperatura. Então Matsuoka,

Taguchi e Okuda (1995:1031) supuseram que a idade da mancha de sangue poderia ser

estimada pela medida da porcentagem da HbO2 em relação ao total de hemoglobina (fração de

HbO2) na mancha de sangue, se a temperatura que esta tinha sido mantida fosse conhecida. A

HbO2 pode ser determinada com um eletrodo de oxigênio imerso em água na qual o oxigênio

tenha sido esgotado, e o total de hemoglobina pode ser determinado pela colorimetria

convencional (método da cianometahemoglobina). As Figuras 3A e B mostram a fração de

HbO2 obtida por Matsuoka, Taguchi e Okuda (1995:1034) em manchas de sangue no período

de 0 a 20 horas e de 20 a 216 horas. A Hb é convertida a HbO2 assim que a amostra é exposta

ao ar e assim a HbO2 formada é oxidada a MHb o que começou a partir de 20, 3, 2 e 2h para

as manchas de sangue mantidas a 5, 14, 24 e 37ºC, respectivamente, em um lugar escuro. Isso

indica que essa conversão é mais rápida para temperaturas mais altas. O método em questão

usando eletrodo de oxigênio requer 15μL de sangue sem monóxido de carbono e de 4 a 6

minutos de análise (MATSUOKA; TAGUCHI; OKUDA, 1995:1031-1035).

Figura 3 – Mudanças na fração de HbO2 em manchas de sangue (200μL) mantidos a 5,14,24 e 37ºC para um

curto (A) e longo (B) período. 5ºC (-o-), 14ºC (-□-), 24ºC (-∆-), 37ºC (▪▪o▪▪).

Fonte: MATSUOKA; TAGUCHI; OKUDA (1995).

4.2. Degradação do RNA

Bauer, Polzin e Patzelt (2003:94-103) investigaram sistematicamente o grau de degradação do

RNA em manchas secas de sangue armazenadas por períodos de tempo mais longos. Um dos

objetivos desse estudo era mostrar que o RNA, adequado para transição reversa seguida da

reação em cadeia pela polimerase (RT-PCR “reverse transcription-polymerase chain

reaction”), podia ser extraído de manchas de sangue armazenadas por vários anos. O outro

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objetivo era que o nível de degradação podia ser usado como indicador da idade de manchas

de sangue. Para esse propósito, era necessário quantificar RNA com uma técnica confiável e

reprodutível. Assim sendo, eles tiveram que desenvolver e avaliar testes quantitativos da RT-

PCR ajustados para pequenas quantidades de RNA. Eles incluíram duas abordagens diferentes

nesse estudo, RT-PCR quantitativo dúplex usando um padrão interno, e RT-PCR competitiva

usando RNA mensageiro (mRNA) modificado como padrão externo. Usando esse método, os

pesquisadores investigaram 106 manchas de sangue armazenadas por até 15 anos. A

distribuição dos quocientes da área do pico do padrão e do mRNA alvo, medida por

eletroforese capilar com detecção de fluorescência induzida por laser, foi correlacionada com

a idade das amostras. Análises estatísticas adicionais mostraram que manchas de sangue com

diferenças de 5 anos ou mais exibiram variações estatísticas significativas nos quocientes da

área do pico de ambos os genes de referência incluídos no estudo, β-actina e ciclofilina. Os

valores médios e desvios padrões estão mostrados na Figura 4a para β-actina e Figura 5b para

ciclofilina (BAUER, POLZIN; PATZELT, 2003:94-103).

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Figura 4 - Barras de erro representando os valores das medias e desvios padrões dos quocientes da área do pico

para β-actina (PAact) e para ciclinina (qPAcyc).

Fonte: BAUER, POLZIN; PATZELT (2003).

4.3. Microscopia de força atômica

Strasser et. al. (2007:8-14). apresentaram uma metodologia que poderia ser usada para a

determinação da idade em manchas secas de sangue durante uma investigação de um local de

crime. Para isso, a microscopia de força atômica (MFA) foi usada como um nanoindentador

para monitorar as alterações na elasticidade de manchas de sangue, que estavam relacionadas

à sua idade, sob condições padrão. Para o procedimento analítico, eles aplicaram uma mancha

de sangue fresca em uma lâmina de vidro e iniciaram a detecção por MFA depois que as gotas

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de sangue secaram. Primeiramente foi gerada uma imagem geral mostrando a presença de

vários glóbulos vermelhos, os quais podiam ser facilmente detectados devido à aparência

característica destas células (forma de uma “rosquinha”). As investigações morfológicas

consequentes não mostraram nenhuma alteração dentro de quatro semanas. Posteriormente,

MFA por espectroscopia de força foi usada para testar a elasticidade registrando curvas força-

distância. As medidas foram feitas imediatamente após as manchas secarem, 1,5 h, 30 h e 31

dias. As condições foram mantidas constantes, temperatura ambiente (20ºC) e humidade de

30%. Os parâmetros de elasticidades obtidos foram plotados sobre uma linha de tempo e

repetidos várias vezes. O padrão de elasticidade mostrou uma diminuição com o tempo,

provavelmente pela influência da alteração do sangue quando seca e passa pelo processo de

coagulação. A Figura 5 mostra o módulo de Young calculado por Strasser et. al. para as

curvas força-distância com os desvios padrões individuais das amostras. Os valores médios

das amostras diferem significante uma da outra e isso mostra que a elasticidade do sangue

diminui com a idade da amostra. No entanto, os desvios padrões do modulo de Young são

muito similares e a extensão do erro mostra uma pequena sobreposição, principalmente nos

valores mais baixos (STRASSER et. al., 2007:8-14).

Figura 5 - Alteração da elasticidade vs. alteração do tempo com os desvios padrões. A estimativa do módulo de

Young indica uma alteração de elasticidade dependente do tempo. A mancha de sangue foi medida depois de 1,5

h, depois de 30 h e depois de 31 dias. Cada coluna foi calculada de mais de 100 curvas F-d individuais.

Fonte: STRASSER et. al. (2007).

4.4. Espectroscopia de ressonância paramagnética eletrônica

A desnaturação da hemoglobina, em manchas secas de sangue, é governada por reações

químicas e físico-químicas. Processos de decomposição enzimáticos podem ser excluídos,

pois reações enzimáticas ocorrem em meio aquoso. A aplicação da ressonância paramagnética

eletrônica (RPE) para estimar a idade de manchas de sangue humanas tem a vantagem de ser

não destrutiva. Sakurai et. al. (1989:24-25) propuseram um método para estimar a idade de

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manchas de sangue humanas usando espectroscopia de ressonância paramagnética eletrônica.

Essa técnica foi baseada na medida da desnaturação de hemoproteínas, e eles encontraram que

plotar logaritmos duplos da taxa de intensidade da RPE do [Ferro(III) baixo spin]/[Ferro(III)

não heme] contra o número de dias desde que o sangramento ocorreu deu uma boa correlação

linear para até 270 dias sob ambiente controlado. Entretanto, era incerto se essa técnica seria

precisa em um período de anos, e se fatores ambientais como superfícies absorventes,

oscilações de temperatura e luz do sol afetariam a precisão da estimativa. Por isso, Fujita et.

al. (2005:39-43) prolongaram o período de armazenamento para 775 dias e examinaram os

efeitos da luz, temperatura e superfícies absorventes (papel filtro e gaze) na técnica por RPE

(FUJITA et. al., 2005:39-43).

A 77 K (-196,15ºC), manchas de sangue humano deram quatro sinais marcantes no espectro

de RPE quando g = 6,2 (g6), 4,3 (g4), 2,27 (H) e 2,005 (R), que representam o ferro(III) alto

spin (g6), ferro(III) não heme (g4), ferro(III) baixo spin (H) e espécies de radicais livres (R)

respectivamente. Então, primeiramente eles examinaram qual parâmetro seria viável para

estimar a idade de manchas de sangue com mais de um ano. Como mostrado na Figura 6, a

intensidade relativa desses quatro sinais (g6, g4, H e R) mudaram com o tempo, enquanto em

temperatura ambiente por 775 dias em papel filtro. O sinal g4 aumentou com o tempo,

enquanto que o H diminuiu, sugerindo que proteínas heme foram decompostas na forma de

ferro(III) não heme durante o armazenamento por reações químicas ativadas termicamente.

Por outro lado, os sinais da RPE em g6 e R foram quase constantes no final do estágio,

sugerindo que o ferro alto spin (MHb) e radicais peróxidos lipídicos foram relativamente

estáveis durante o armazenamento comparado ao ferro baixo spin (H). Eles descobriram que a

plotagem de logaritmos duplos da taxa de intensidade da RPE do H/g4 sobre o número de dias

desde ocorrido o sangramento deu uma boa correlação linear (0,97), com um erro dentro de

25% do numero real de dias, até 432 dias, sob condições controladas. Fujita et. al. escolheram

essa combinação de log(H/g4) e log(dias) para a estimativa da idade por causa do menor

desvio desta comparado a outras combinações. Porém, fatores ambientais, como os citados

anteriormente, afetaram as mudanças desses componentes, o que resultou em um erro na

estimativa do tempo desde ocorrido o sangramento. Portanto, ao usar esse método, deve-se

levar em conta esses fatores (FUJITA et. al., 2005:39-43).

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Estimativa da idade de manchas de sangue em locais de crime

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ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

Figura 6 - Mudanças nos sinais da RPE em g6 (espécies ferro(III) alto spin, quadrados fechados), g4 (ferro(III)

não heme, círculos fechados), H (ferro(III) baixo spin, círculos abertos) e R (radicais livres, quadrados abertos)

em função do tempo a 25ºC).

Fonte: FUJITA et. al. (2005).

4.5. Espectroscopia de refletância

Bremmer et. al. (2011:166-171) propuseram a espectroscopia de refletância difusa (ERD)

para determinar a idade de manchas de sangue. A ERD é baseada na reflexão não especular da

luz para determinar propriedades ópticas de um material. A abordagem feita por eles dessa

técnica permitiu quantificar frações de relevantes cromóforos das manchas de sangue por

ajustes espectrais de vários componentes. Em seguida, essas frações, que variam com o

tempo, foram relacionadas com a idade de manchas de sangue. A aplicação da teoria do

transporte da luz permite endereçar as mudanças espectroscópicas nas manchas de sangue,

para se achar a idade, para mudanças na composição química, como por exemplo, a transição

da HbO2 em MHb e HC. Bremmer et. al. encontraram, em 20 manchas de sangue, que as

composições químicas destas relacionadas com a idade, chamadas de cinética de reação da

hemoglobina, sobre circunstâncias controladas, mostraram um distinto comportamento

dependente do tempo, com uma combinação única de três derivados da hemoglobina a todo o

momento. Por último, eles empregaram a cinética de reação da hemoglobina inversamente

para avaliar a idade de outras 20 manchas de sangue estudadas. A média das frações de

hemoglobina em função do tempo foi determinada nas manchas de sangue e estão mostradas

nas linhas da Figura 7. A estimativa satisfaz uma variedade de idades (0 - 60 dias). No

entanto, a combinação de variações biológicas e pequenas incertezas nos procedimentos de

medida causam incerteza na estimativa da idade. A discriminação de idades entre manchas de

diferentes idades é possível, quando não há nenhuma sobreposição. Por exemplo, na idade de

3 dias, a idade estimada variou entre 1,5 a 6 dias e em uma idade de 12 dias, a idade variou

entre 6 e 16 dias. Nesse caso a idade desses dois exemplos pode ser discriminada

(BREMMER et. al., 2011:166-171).

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Figura 7 - Frações médias de HbO2, MHb e HC para 20 manchas de sangue. barras de erro representam o desvio

padrão.

Fonte: BREMMER et. al. (2011).

4.6. Análise colorimétrica usando smartphones (“smart forensic phones”)

Thanakiatkrai, Yaodam e Kitpipit (2013:288-297) usaram um sensor de imagem que reflete a

luz através de filtros de cor vermelho, verde e azul (VVA) e formam imagens digitais dos

sinais coletados. Entretanto, Eles só capturaram imagens de mancha de sangue com um

smartphone e analisaram as imagens no computador. Então, Shin et. al. (2017:221-225)

decidiram combinar a análise de manchas de sangue com um aplicativo de smartphone para

que não-professionais pudessem estimar o tempo com sucesso em um local de crime (Figura

8a). Com o método desenvolvido nesse estudo, foi possível estimar a idade de manchas de

sangue colocadas em uma variedade de materiais, incluindo papel de parede, tecido, vidro,

madeira e papel A4 dentro de 10 segundos e armazenar os dados na base de dados (figura 8b).

Os valores de VVA foram convertidos em valores V de MSB (matriz, saturação e brilho). Um

rápido declínio nos valores de VVA e V foram observados nas primeiras 42 horas e depois

permaneceram relativamente sem alteração. Esse método permite a estimativa da idade de

manchas de sangue se mais novas que 42 horas (SHIN et. al., 2017:221-225).

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Figura 8 - (a) diagrama esquemático da investigação da variação de do valor VVA de manchas de sangue usando

“smart forensic phone”. (b) Usuários podem estimar a idade de manchas de sangue em 5 materiais (papel de

parede, tecido, vidro, madera e papel A4) e armazenar na base de dados.

Fonte: SHIN et. al. (2017).

5. Conclusão

Algumas das técnicas disponíveis, como as análises do RNA e espectroscopia de refletância

não são usadas na rotina de investigações de locais de crime devido às muitas desvantagens,

como o tempo requerido, baixa precisão dos métodos e os custos exorbitandes dos

equipamentos usados. As pesquisas até o momento mostraram que cada uma das abordagens é

confiável apenas a uma variedade de parametros e que as imprevisões de todos os métodos

investigados são mais altas com o avanço da idade das manchas de sangue. Para permitir uma

determinação da idade absoluta, as técnicas tem que levar em consideração a influência da

temperatura, humidade e exposição à luz do sol no envelhecimento da mancha,

principalmente nas técnicas baseadas na hemoglobina. Mais esperimentos envolvento

diferentes fatores ambientais e superfícies são necessários para se entregar resultados que

possam ser apresentados como provas no tribunal.

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