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Estradas

POESIAS

ESTRADAS

GILSON LIRA

1.995

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Estradas

DEDICATÓRIA A DEUS, pela graça de viver, pelo dom de escrever. Ao meu pai: João Bezerra de Lyra À minha querida mãe: Maria José À esposa: Martha Eliani Aos filhos: Bárbara, Diego e Ígor Aos irmãos: Jefferson, Maryland, Marilene Gilvanilton, Gilvanete, Wellington e Márcia Maria. Aos colegas professores da Escola Marechal Dutra. Aos amigos: José Pequeno, Otaviano Araújo, Arnoldo Beber, Eva Mariusa, Airton Vieira, Anapuru Vasconcelos, Maire Oliveira e Hércules Outo.

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Estradas PREFÁCIO

Na vida estamos todos numa mesma estrada. Caminhamos lado a lado e tantas vezes nem nos vemos. Muitos caem no início da jornada para se erguerem. Outros, apesar dos tropeços, erguem-se e vencem porque foram persistentes. A estrada da qual falo, não tem um número definitivo de quilômetros, pois ninguém jamais chegou ao seu final para contá-los. É uma estrada que tem os quilômetros dos oitenta anos, alquebrados no cansaço da jornada. Quantos jovens não pereceram nos quilômetros 15 ou 20 da estrada, atropelados pelos veículos tresloucados do vício? Quantos nem chegaram a iniciar sua aventura, atropelados pelo veículo do aborto? Sinto a cada dia uma angústia quando vejo amigos em corridas desenfreadas, buscando o primeiro lugar numa estrada interminável, quando na verdade somos nós que acabamos. Estradas de minha infância, de meus descaminhos na adolescência, de minha velhice prematura. Estradas de meus amores que trouxeram dores, mas deixaram experiências no caminho. São essas tantas estradas de minha vida em que, a cada encruzilhada, surpreendido na tristeza ou na alegria, transformei em poesia. Gilson Lira.

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Estradas

ABRIR E FECHAR DE OLHOS

Abro os olhos, que alegria! Vem chegando um novo dia. Vou lhe dar o que me resta, Meu amor em fim de festa.

Fecho os olhos, que ironia! Lá se foi minha alegria. Você levou a felicidade

Deixando aqui toda saudade.

Abro os olhos, manhã bonita! Ao teu amor meu peito grita

E sinto a vida tão forte!

Fecho os olhos, noite ingrata! A tua indiferença maltrata

E eu sinto desejo da morte.

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Estradas

AINDA VOCÊ

Você ainda está em meu coração, Sinto você em cada canção.

Você não me sai do pensamento, Tenho você a cada momento.

Você está no olhar de outra mulher, Vejo seu riso num rosto qualquer.

Sinto nos outros o nosso beijo, Ainda me toca o mesmo desejo.

Você não sai do meu dia a dia, Você ainda é minha alegria,

Só você e ninguém mais.

Você é um caso que não finda, Eu te amei e amo ainda,

Traz de volta a minha paz...

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Estradas

AJUDE SEMPRE

Não diga: “eu não pude”, Mesmo conversando ajude!

Com uma boa palavra, um sorriso, Você faz do inferno um paraíso.

Se vir alguma pessoa desiludida, Dê-lhe um novo ponto de partida. Uma simples palavra de carinho, Ele verá que não está sozinho.

Se você não puder falar, Não aceite ter que calar

E assim, pense firmemente.

Digo isso, pois na verdade, Desejando a felicidade

Ajudará conscientemente.

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Estradas

A ARTE DE VIVER

Para quem fica ou parte, Viver é sempre uma arte.

Viver não é só estar, É um eterno participar.

Quem vive só na espreita, Esperando pela farta colheita,

Sem plantar a semente do fruto Tem a vida inteira de luto.

A vida exige ação, É uma infinita prontidão

De quem está sempre assumindo.

Participe dessa emoção, Agradecendo a nobre missão De passar pela vida servindo!

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Estradas

AMOR MALDITO

Se por um acaso eu morrer nesse instante E de você estiver bem distante,

Levante a cabeça, não fique assim, Apenas minha vida chegou ao fim.

Só não quero que fique desiludida Pelo pouco que viu na vida.

Nem tão pouco lhe torture a dor Por ter duvidado do meu amor.

Esse amor levarei comigo Para a paz do eterno abrigo,

Amor puro que você não quis.

Esse amor que se fez maldito, Por ter calado e não ser dito

Foi apenas o amor de um infeliz.

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Estradas

AMARGO VIVER

Bebo o cálice da amargura Por ter amado essa criatura.

Tenho todo futuro incerto, Meu mundo ficou deserto.

Vou vivendo só por viver, Vivo buscando te esquecer. Mas é tanta a sua lembrança Que até perco a esperança.

Mas embora muito triste, Mágoa nenhuma existe

Desse amor que já morreu.

No balanço deste caso, Reconheço com certo atraso Que quem mais errou fui eu.

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Estradas

BUSCANDO VOCÊ

A onda nos meus pés se espraia, Ela que veio forte, fraca desmaia.

E o mar num turbilhão imenso, Mal sabe desse amor intenso.

No horizonte a visão se alarga Em busca da lembrança amarga. Aqui o sofrimento parece eterno E o que era verão, virou inverno.

Sou qual um pássaro sem ninho, Buscando a esmo o seu carinho, Asas perdidas cortando espaços.

O tempo passa, eu fico aflito, A solidão sufoca o grito

Na ilusão dos seus abraços.

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Estradas

CRÍTICA

O amor ao próximo pratique, Pense bem e não critique. Procure sempre colaborar,

Há sempre um meio de ajudar.

A crítica nunca consola, Ela humilha, fere e isola. Procure falar baixinho,

Corrigindo com muito carinho.

Ao necessitado podendo acuda, Procurando fazer dessa ajuda

A sua própria casa, seu templo.

A verdade se faz sentir, Quando a gente procura corrigir

A partir do próprio exemplo.

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Estradas

DESPEDIDA

Eu disse, por favor, não parta! Mas ela se despediu por carta.

A dor foi grande, bem sei De quantas lágrimas derramei.

Outra vez ouvi seu nome Era ela ao telefone.

Ansiei a palavra mais querida, Mas ela só falou em despedida.

Toda despedida é muito triste Pois o amor já não existe

Como motivo pra ficar.

Tanto quem vai, como quem fica, O que mais se justifica É o desejo de chorar.

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Estradas

DIFUSÃO DO BEM

Participe você também Na tarefa de difundir o bem.

As tarefas são muitas e belas, Mas poucos têm consciência delas.

Sinta o prazer profundo De ajudar a todo mundo.

No reverso dessa medalha Receberá o amor que espalha.

Estenda os braços com alegria, Difundindo o bem todo dia, Dando razão ao seu viver.

Os frutos abençoados Dos bens que foram plantados

Logo, logo irás colher.

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Estradas

ESTRADAS

A vida é como uma longa estrada Com surpresas boas e más na caminhada.

Às vezes, nos encontramos abraçados, Às vezes, parecemos juntos, tão separados.

Caminhamos todos sem olhar pra trás,

Seres amargurando intermináveis dores. Estes em busca de uma fonte de paz,

Aqueles sequiosos de aventura e amores.

Uns transitam cabisbaixos na jornada, Passos indecisos, olhar voltado ao chão.

Outros, mais precisos, com a meta traçada, Encontram tempo, amparando o irmão.

À beira da estrada, quantos jazigos,

Tentaram e não tiveram a mesma sorte, Velhos, menores abandonados e mendigos,

Esperam na estrada a hora da morte.

Diminuamos lentamente o caminhar, De nada vale nessa estrada ser primeiro.

O importante é saber participar, Tendo ao lado alguém amigo, um companheiro.

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Estradas

FORÇA DA MENTE

Todo homem é inteligente, Ele tem a força da mente.

Quando essa força marca presença, Ela afasta do corpo a doença.

A doença só se mantém ativa, Pela emissão mental negativa.

Assim nunca lhe dê ouvido, Pense no que é positivo.

Mantenha o espírito em felicidade, Expulsando da matéria a enfermidade

Que reside em seu pessimismo.

Pregando um mundo de paz, Você melhora cada dia mais No milagre do seu otimismo.

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Estradas

IMPORTÂNCIA DO HOJE

O passado é apenas uma porta, O ontem já não nos importa.

Pensamento sempre pra frente, O importante é o nosso presente.

O passado já foi embora, O que vale é você agora.

O presente é uma mente sã, Ele cria o nosso amanhã.

Somos escravos do passado, Temos o presente do lado E todo um futuro na frente.

Do seu passado desfaça, Atenção no momento que passa

Pois ele é o futuro da gente.

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Estradas

IDADE

Qual será a melhor idade? Em qual delas encontramos a felicidade? Na adolescência de eterna inconstância,

Ou perdida na inocência da infância?

Depois que nasce a criatura humana, Espera a morte em anos, meses ou semana.

Qual será a idade da existência, Você encontraria resposta na ciência?

A idade, seja ela qual for,

Tem sempre uma razão de ser. Jovens ou velhos no amor,

Encontram a alegria de viver.

A própria maneira de agir Nos acontecimentos cotidianos,

A idade se mostra sem sentir Na experiência que carrega tantos anos.

Da infância à velhice rotineira, Mais vale cultivar simplicidade,

Pois a vida seja longa ou passageira, Tem a morte contrastando a eternidade.

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MEU FILHO, MINHA VIDA

Esse filho é meu parceiro, Um amigo e fiel companheiro.

Está sempre ao meu lado E por ele sou mais amado.

Na desilusão de um amor, Ele amenizou minha dor.

Quando sentiu que era o fim, Ele também chorou por mim.

Quando se foi minha querida, Não dei mais razão à vida,

Mas ele me despertou.

Levantou minha cabeça, E embora eu não mereça,

A minha vida mudou...

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MONOAMOR

A custo de muito medo Revelei-te o meu segredo. E você semblante em riste, Fitou-me de um modo triste.

Imaginando ser seu dono Terminei no abandono. Aquele amor sentido,

Foi por ti repelido.

Sentindo na brisa a aragem, Acordo em hora incerta

Em busca de tua imagem.

O olhar no horizonte, Sem visão de tua fronte

A vida fica deserta.

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MUSA POR UMA NOITE

Nesta noite tão confusa, Fiz de você minha musa. Teus olhos verdejantes

São pra mim tão importantes.

Ouço na rua teus passos, Vem correndo pros meus braços.

Vem pra esse sofredor E ensina o que é amor.

Abro a porta num desejo, Corro, olho e não te vejo,

Foi um sonho e nada mais.

Abro a porta do meu quarto, Abraço e beijo o teu retrato

E encontro a minha paz.

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Estradas

MENINDIGO

Passeava pela rua, Uma imagem seminua.

De toda mágoa que existe, Mostrava no rosto triste.

Seus dentes ninguém via,

Pois jamais ele sorria. Trazia no olhar profundo,

As dores maiores do mundo.

Caminhava de modo lento, Tinha o passo sonolento. A face mostrava o trejeito Da dor que tinha no peito.

A mão estendida à esmola, Fugia da fome que assola.

Mas que fazer se essa gente, Não sabe da dor que se sente?

E assim, naquele mesmo dia,

Marcado de dor, nostalgia, Estremeceu o corpo franzino

Cumprindo seu negro destino.

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Estradas

MORRO ASSIM...

Morro assim, cansado e sozinho, Sem a presença do seu carinho. Carinho que eu gostava tanto,

Que um dia enxugou o meu pranto.

Morro assim, sem seu amor, Sem a presença do seu calor.

Calor que em noites me aqueceu, Calor de mil abraços que me deu.

Morro assim, sem o seu beijo,

Sem a presença do desejo. Desejo que me fez vibrar,

Na doce volúpia de te amar.

Morro assim, sem mais nada, Sem minha eterna namorada.

Namorada, bem maior que se quer, Namorada, minha esposa e mulher.

Morro assim, insensível na dor,

Sem a certeza do seu amor. Amor que um dia foi forte,

Amor que carrego com a morte.

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Estradas

MINHA MÃE

És o princípio da vida, A figura mais querida.

Tens o dom da ternura, A mais bela criatura.

És a melhor companheira, Companhia da vida inteira.

Tens um quê celestial, Na sua missão maternal.

És, à moda mais antiga, A minha melhor amiga

Que vela os sonhos meus.

És a linda estrela guia, Que me acompanha todo dia,

A mando do nosso bom Deus...

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Estradas

NINGUÉM ESTÁ SOZINHO

Você que se julga sozinho, Sem alguém, sem um carinho,

Nunca fique desesperado, Deus está ao nosso lado.

Por mais que a vida destoe, Não permita que lhe magoe. Mantenha o espírito calmo,

Na leitura suave de um salmo.

Assim poderá superar A dificuldade que encontrar

Em algum ponto do caminho.

Trate a todos com igualdade, Dando o exemplo da caridade,

Distribuindo amor e carinho.

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Estradas

NOSSA NOITE

Nesta noite de amor estou cheio, Sinto ainda o perfume do teu seio.

Mas a sensação de cada beijo, Mais alvoroça o meu desejo.

O ouvido se faz mais atento Na canção que traz o vento.

E esta noite tão divina Vai levar essa menina.

Logo vai romper a aurora E a própria natureza chora A nossa despedida infinda.

Perdoa se já é hora, Se tiver que ir embora, Pois eu te quero ainda.

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Estradas

PAIXÃO

Vivo assim nessa louca paixão, Um amor que não tem razão.

Sentimento que me deixa sem jeito, Uma dor sufocando o meu peito.

Tudo tem a sua visão, Você mora no meu coração.

Você é a minha alegria, Razão do meu dia a dia.

Você está em meu pensamento, Vive nele a todo o momento, Sufocando o meu coração.

Você é minha esperança, Um amor que ficou na lembrança,

Você é a minha paixão!

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Estradas

PAIXÃO ANÔNIMA

Tenho uma paixão ilusória, Alguém oculta em minha história. É uma ilusão que sempre insiste,

Mas que às vezes nem existe.

Em minha mente ela entra em cena, Não sei definir se é loira ou morena.

A única coisa que sei ainda, É que ela é linda, muito linda!

Ás vezes, bebo por essa ilusão Que reside em meu coração

Em forma de felicidade.

Na bebida, às vezes ponho, A doce ilusão desse sonho, Como se fosse realidade.

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Estradas

POR NÓS, POR AMOR

Cristo de corpo inteiro, Crucificado nesse madeiro. Por nós, todo o seu viver,

Por nós, tanta dor ao morrer.

Que triste fato de se ver, Fez até o dia anoitecer.

O seu gemido derradeiro, Fez tremer o mundo inteiro.

Sentiu a dor do infinito, Por um nosso delito,

Pelo nosso pecar.

E hoje, no meu conflito, Não sei se calo se grito, Não tendo como pagar.

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Estradas

PERDOA

Perdoa se quando suavemente passa Sinto-me perdido em sua graça. Perdoa se traduzo um paraíso

Quando vejo o seu sorriso.

Perdoa se cada palavra a mente reprisa, Perdoa se procuro seu perfume na brisa.

Perdoa se perdido no abandono, Vivo sonhando ser seu dono.

Perdoa se em sua mocidade, Imaginei tanta felicidade E por isso tanto chamo.

Se pensar em ironia, Por essa minha ousadia,

Perdoa, porque eu te amo...

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Estradas

O PODER DO PENSAMENTO

Reflita e se convença, O homem é o que pensa.

Se você só pensa em maldade, Essa será a sua realidade.

Afaste de sua presença, O pensamento da doença. Mantenha a vida no prumo E ela tomará novo rumo.

Afirme sempre que é feliz, E acredite no que a boca diz,

Do lado bom se convença.

Aposte na prosperidade, Pois a sua felicidade

Está naquilo que pensa.

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POEMA À FILHA DISTANTE

Adormece menina tristonha, Com quem será que ela sonha?

O criador não teve avareza, E deu-lhe toda beleza!

Admiro a paz do seu sono, Quem será o seu dono? A natureza por uma jura,

Não fez ninguém mais pura.

Descansa no sono de paz, O que será que ele traz

Em sua longa trilha?

Pergunto ao seu sono feliz, Mas ele nunca me diz,

Como estará minha filha?

À Bárbara.

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Estradas

SONETO SOLITÁRIO

Na cantiga amiga e antiga, Na dor do amor sofredor,

No calar desse olhar tão vulgar, Eu chorei, me entreguei, eu amei.

Na vida fingida vivida, No lamento invento o tormento.

Na saudade me invade a maldade, Eu vivi, eu fingi, eu menti.

No carinho do linho sozinho, No leito meu peito sem jeito, Falece e carece de prece.

A esperança criança se cansa, Na visão a escuridão sem razão, É a morte de um forte sem sorte.

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Estradas

SONETIGO

Por querer eu me fiz teu amigo, Guardo as horas que tive contigo.

Ouça bem nesses versos que eu digo Da lembrança de um caso antigo.

No passado distante investigo, A saudade que hoje é castigo.

O que houve ainda guardo comigo, A memória se fez terno abrigo.

Toda dor como um fel eu mastigo, Cada hora ao teu lado bendigo, Que me leve essa dor ao jazigo.

De tudo que tive maldigo, O tempo que é nosso inimigo

Pois apaga em sua mente o que digo.

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Estradas

SONHO ERÓTICO

Já não existe luz E num gesto ousado Sinto os traços nus

De um corpo rosado.

Nesse meu desejo Vôo nos meus passos

E selando com um beijo Caio em seus braços.

Tudo é um sonho, Mas nessa aventura, A vida nele ponho.

Do sonho submisso, Em minha amargura Eu vivo só por isso.

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Estradas

SUBCRIANÇA

Há muitas crianças sem escola, Crianças mutiladas pela dor.

Mãos frágeis apelando por esmolas, Crianças que não sabem o que é amor.

Há muitas crianças no abandono, Que parecem no fim sem um início.

Procurando na sarjeta algum seu dono, Acabam adotadas pelo vício.

Há muitas crianças subnutridas, Crianças que crescem em nostalgias.

Empenhadas em lutas fratricidas, Vivem sem ter nem fantasias.

Há muitas crianças que não vemos, Crianças que nem sabem o que são.

Esperam que os homens falem menos, E dêem aos seus problemas solução.

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Estradas

SUBPRODUTO

Se o pai por bem lhe reprime, O rapaz não entende e deprime.

Por mais que seja curta a espera, No nervosismo ele se desespera.

Se um amigo por acaso contesta, Em resposta ele franze a testa. Com muita facilidade se irrita,

Na alegria da criança que grita.

Só enxerga no mundo maldade, Não tem um pingo de humildade,

Orgulho próprio ferido.

Seu coração está de luto, Ele é um subproduto

Desse mundo poluído.

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SONETO À SAUDADE

Na saudade do teu beijo Ainda vive o meu desejo. Na saudade de um olhar Que ainda ousa te fitar.

Na saudade de um romance Que perpetua cada lance. Na saudade de um abrigo,

Onde mora um amor antigo.

Na saudade que me consome, Ainda revive o teu nome

Que a minha mente conclama.

Na saudade que me mata, Essa dor que me maltrata

Pois minha saudade te ama.

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Estradas

SONETO DA ORA

Não, por favor, não vá embora, Espere que nos chegue a aurora. Acalme essa dor que me devora, No doce do seu beijo ela evapora.

Espere, por favor, não vá agora, A minha alma triste te implora. A chuva fina ainda cai lá fora,

Ouça esse alguém que te adora.

Não, por favor, não é hora, Desculpe, eu não queria, por que chora?

A força desse amor te revigora.

Olha, por favor, a coisa melhora, Tudo vai ficar como outrora,

Não, por favor, ela foi embora...

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Estradas

SIGA EM FRENTE

Pense como um ser maduro, O passado não garante o futuro. Não se prenda pelas mágoas,

Navegue em outras águas.

Não guarde qualquer ressentimento, Pois a vida é um breve momento. Mesmo reconhecendo um erro,

Não faça da caminhada um enterro.

Se cair, não faça como essa gente, Levante-se e siga em frente,

Em busca de um lugar seguro.

Afaste da memória a dor, Com pensamento de simpatia e amor

Viverá mais feliz no futuro.

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Estradas

TÉDIO

Em noite como esta, Longe do ar de festa,

Vivo de tantos horrores, Sentindo todas as dores.

Sem ir, estou sempre de volta, No olhar um ar de revolta. Longe eu sinto a aurora

E morro assim toda hora.

No peito a mesma emoção Explode em meu coração Vazio em todos os cantos.

E neste vazio profundo,

A mágoa invade meu mundo E choro todos os prantos.

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Estradas BIOG

Gilson Lustosa de Lira é

natural de Natal, Rio Grande

ntal Lira comp

ol, onde

RAFIA

do Norte, nascido em 7 de março de 1.948, sendo filho de João Bezerra de Lyra e Maria José Lustosa de Lira (ambos falecidos). Aos 2 anos de idade, seus pais mudaram-se para a cidade de Cachoeiras de Macacu no Estado do Rio de Janeiro, onde estudou o ensino fundamental no Grupo

Escolar “Quintino Bocaiúva” e o ensino médio (técnico em contabilidade) no Colégio Carlos Brandão(CNEC). Concluiu Estudos Sociais na UFMT, Licenciatura Plena em História e Filosofia na APEC (SP) e fez Pós graduação em História e Filosofia na UFMT.

Já desde a 6ª no ensino fundameunha versos. Quando a professora de Língua

Portuguesa passava uma redação, ele pedia para fazer uma poesia. Entretanto, somente quando começou a jogar futebol profissional, ele passou a produzir seus textos poéticos, aproveitando o tempo em que ficava nas concentrações. Assim em 1.979 lançou o seu 1º livro intitulado “Participação Literária” de Crônicas e Pensamentos. E aí não mais parou.

Outra paixão na vida do escritor foi o futebdesde os 12 anos já deu os primeiros passos em

Cachoeiras de Macacu, tendo atuado no

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Estradas

istória, Filosofia e Língua Portu

Cachoeirense, 11 Unidos, Ipê e Independente. Posteriormente atuou em Bom Jardim e Nova Friburgo, de onde foi para o Fluminense e Bangu do Rio de Janeiro nas divisões de base, aspirantes e alguns jogos na equipe principal do Bangu até 1.968. A partir daí teve passagens pelo Grêmio de Maringá (PR), Náutico (PE), Galícia (BA), ABC (RN), Grêmio Anapolino(GO), Operário (MT), Comercial (MS) e União (MT). Em Mato Grosso foi onde mais atuou tendo chegado em 1.973 e jogou até 1.980 quando encerrou a carreira no União E. C. de Rondonópolis. Nesse Estado conquistou 13 títulos, sendo 7 pelo Operário (Campeão Estadual(73), Bi-campeão da Copa Cuiabá(73/74), Campeão do Centro-Oeste(74), Campeão dos Torneios Ranulpho Paes de Barros, Semana da Pátria e Agripino Bonilha(73/74); e 3 títulos no Comercial (Campeão do Torneio Incentivo(77), Torneio Marcelo Miranda(77) e Taça Campo Grande(78); e 3 títulos no União (Campeão Invicto do Torneio Incentivo 75/76/79). Marcou em Mato Grosso 285 gols, sendo 199 pelo União (é o maior artilheiro de sua história), 41 pelo Operário e 45 pelo Comercial. Foi artilheiro do Campeonato Matogrossense em 1.973/1.975 e 1.976. Recordista de gols com 23 marcados numa única temporada e até hoje não ultrapassado. Bi-artilheiro no Torneio Incentivo em 1.976/1.979.

Foi professor de Hguesa, tendo atuado no Colégio Carlos Brandão

em Cachoeiras de Macacu (Professor de Contabilidade Geral e Bancária), E.E. Fernando Leite

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carreira no futebol em 1.980, trabal

Lira é coordenador do Progr

de Campos e EE Licínio Monteiro em Várzea Grande (MT), EE La Salle, 13 de Junho, EE Santo Antônio e EE Marechal Dutra, todos em Rondonópolis, MT. No Dutra trabalhou 27 anos dos quais em 11 foi Diretor. Aposentou-se com 31 anos dedicados à Educação em 1º de agosto de 2.003.

Após encerrar a hou na Rádio Juventude de Rondonópolis como

comentarista esportivo e posteriormente como Narrador, sendo cognominado “O Microfone Artilheiro” do futebol brasileiro. Atuou também na Rádio Clube, Tropical Fm e foi Apresentador de um programa esportivo na TV Gazeta.

Atualmente Gilsonama Segundo Tempo Comunidade na Secretaria

de Esporte, Cultura e Lazer.