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Abril
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO
BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL
ABRIL 2016
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
4 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
SIGLAS E ACRÓNIMOS
ACES Agrupamento dos Centros de Saúde
AML Área Metropolitana de Lisboa
AUGI Área Urbana de Génese Ilegal
BCE Banco Central Europeu
CAOP Carta Administrativa Oficial de Portugal
CCDR Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional
CE Comissão Europeia
CERCIMB Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas da Moita e do Barreiro
CET Cursos de Especialização Tecnológica
CH4 Metano
CMB Câmara Municipal do Barreiro
CO2 Dióxido de Carbono
CRIPS Circular Regional Interna da Península de Setúbal
CUF Companhia União Fabril
DGERT Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho
DGPC Direção Geral do Património Cultural
E.P.E. Entidade Pública Empresarial
ED Equipas Domiciliárias
EEM Estrutura Ecológica Municipal
EN Estrada Nacional
EPBJC Escola Profissional Bento de Jesus Caraça
ER Estrada Regional
ESTB Escola Superior de Tecnologia do Barreiro
ETAR Estação de Tratamento de Águas Residuais
FISIPE Empresa produtora de fibra acrílica
FMI Fundo Monetário Internacional
GAE Gabinete de Apoio ao Empresário
GEE Gases Efeito de Estufa
GEP Gabinete de Estratégia e Planeamento
IC Itinerário Complementar
ICNF Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas
IEFP Instituto de Emprego e Formação Profissional
INE Instituto Nacional de Estatística
IP Itinerário Principal
IPCTN Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional
IPS Instituto Politécnico de Setúbal
MNMC Mata Nacional da Machada
N2O Óxido Nitroso
OMS Organização Mundial de Saúde
PDM Plano Diretor Municipal
PE Parque Empresarial
PIB Produto Interno Bruto
PMOT Plano Municipal de Ordenamento do Território
POLIS Projeto do Ministério das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente
PROTAML Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa
RSI Rendimento Social de Inserção
S.A. Sociedade Anónima
SAD Serviço de Apoio Domiciliário
SAU Superfície Agrícola Utilizada
SIMARSUL Sistema Integrado Multimunicipal de Águas Residuais da Península de Setúbal, S.A.
TC Terminal de Contentores
TCB Transportes Coletivos do Barreiro
TTT Terceira Travessia do Tejo
UCP Unidade de Cuidados Continuados
UE União Europeia
ug/m3 Microgramas por Metro Cúbico de Ar
UTA Unidade de Trabalho Ano
VAB Valor Acrescentado Bruto
Z. I. Zona Industrial
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 5
ÍNDICE
0. NOTA INTRODUTÓRIA .................................................................................................................................................. 7
1. ÂMBITO, OBJETIVOS E MODELO DE ABORDAGEM ................................................................................................ 11
1.1. ÂMBITO E OBJETIVOS DA ESTRATÉGIA.......................................................................................................... 13
1.2. MODELO DE ABORDAGEM METODOLÓGICA .............................................................................................. 13
2. DIAGNÓSTICO PROSPETIVO ..................................................................................................................................... 17
2.1. CONTEXTO FÍSICO, FUNCIONAL E ESTRATÉGICO ...................................................................................... 19
2.1.1. CONTEXTO FÍSICO ..................................................................................................................................... 19
2.1.2. CONTEXTO FUNCIONAL .......................................................................................................................... 19
2.1.3. CONTEXTO ESTRATÉGICO REGIONAL .................................................................................................. 21
2.2. SUSTENTABILIDADE DEMOGRÁFICA ................................................................................................................ 22
2.3. DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO ................................................................................................................ 26
2.3.1. DRIVERS DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO DO BARREIRO ....................................................... 26
2.3.2. ANÁLISE SÍNTESE DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO DO BARREIRO ...................................... 27
2.4. DESENVOLVIMENTO SOCIAL ............................................................................................................................ 38
2.4.1. DRIVERS DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO BARREIRO.................................................................... 38
2.4.2. ANÁLISE SÍNTESE DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO BARREIRO .................................................. 39
2.5. DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL ..................................................................................................................... 60
2.5.1. DRIVERS DO DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL DO BARREIRO ............................................................ 60
2.5.2 ANÁLISE SÍNTESE DO DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL DO BARREIRO ............................................ 61
2.6. DESENVOLVIMENTO CULTURAL ........................................................................................................................ 87
2.6.1. DRIVERS DO DESENVOLVIMENTO CULTURAL DO BARREIRO ............................................................... 87
2.6.2 ANÁLISE SÍNTESE DO DESENVOLVIMENTO CULTURAL DO BARREIRO ............................................... 88
2.7. DIAGNÓSTICO PROSPETIVO SÍNTESE ............................................................................................................ 96
3. CENÁRIOS DE DESENVOLVIMENTO ........................................................................................................................ 101
3.1. ABORDAGEM METODOLÓGICA ..................................................................................................................... 103
3.1.1. ETAPAS DO PROCESSO DE CENARIZAÇÃO ......................................................................................... 103
3.1.2. TENDÊNCIAS INTERNAS ESTRUTURANTES DO BARREIRO ATÉ 2030 ................................................ 105
3.1.3. GRANDES TENDÊNCIAS CONTEXTUAIS COM IMPACTE NO BARREIRO ATÉ 2030....................... 107
3.1.4. GRANDES PROJETOS IMPACTANTES NO TERRITÓRIO ATÉ 2030 ..................................................... 108
3.1.5. CENÁRIOS DE REFERÊNCIA ...................................................................................................................... 108
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
6 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
3.2. AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DAS TENDÊNCIAS CONTEXTUAIS E DOS PROJETOS IMPACTANTES ..... 109
3.2.1. OS EFEITOS CONTEXTUAIS NAS DINÂMICAS INTERNAS ................................................................ 109
3.2.2. OS EFEITOS DOS PROJETOS IMPACTANTES NAS TENDÊNCIAS..................................................... 110
3.3. CENÁRIOS DE REFERÊNCIA BARREIRO 2030 .................................................................................................... 111
3.3.1. GRAUS DE INTERVENÇÃO E DE LIDERANÇA PÚBLICA ........................................................................ 111
3.3.2. BARREIRO, ÁREA CENTRAL DA REGIÃO METROPOLITANA EURO-ATLÂNTICA............................... 112
3.3.3. BARREIRO, PÓLO REGIONAL ESTRUTURANTE LOGÍSTICO NACIONAL .......................................... 113
3.3.4. BARREIRO, CENTRALIDADE ESTRUTURANTE DO ARCO RIBEIRINHO ................................................ 114
3.3.5. BARREIRO, SHRINKING CITY ................................................................................................................... 116
3.4. PROJEÇÕES DEMOGRÁFICAS BARREIRO 2030 ............................................................................................... 116
3.4.1. BARREIRO, ÁREA CENTRAL DA REGIÃO METROPOLITANA EURO-ATLÂNTICA............................... 117
3.4.2. BARREIRO, PÓLO REGIONAL ESTRUTURANTE LOGÍSTICO NACIONAL .......................................... 118
3.4.3. BARREIRO, CENTRALIDADE ESTRUTURANTE DO ARCO RIBEIRINHO ................................................ 119
3.4.4. BARREIRO, SHRINKING CITY ................................................................................................................... 120
4. REFERENCIAL ESTRATÉGICO ...................................................................................................................................... 121
4.1. DO CENÁRIO À VISÃO ESTRATÉGICA ........................................................................................................... 123
4.2. OBJETIVOS PRIORITÁRIOS................................................................................................................................. 124
5. MODELO TERRITORIAL E ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS TERRITORIAIS ........................................................... 133
5.1. PRINCÍPIOS PARA O DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL ............................................................................. 135
5.2. SÍNTESE DO MODELO TERRITORIAL ................................................................................................................ 136
5.3. ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS TERRITORIAIS .............................................................................................. 137
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
DIAGNÓSTICO PROSPETIVO | OUTUBRO.14 7
0. NOTA INTRODUTÓRIA ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO BARREIRO 2030
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 9
0. NOTA INTRODUTÓRIA
O presente documento constitui o Relatório do Referencial Estratégico e Modelo de Desenvolvimento Territorial,
da Estratégia de Desenvolvimento: BARREIRO 2030, elaborado pelo Centro de Estudos e Desenvolvimento Regi-
onal e Urbano, Lda. (CEDRU), para a Câmara Municipal do Barreiro.
Este estudo visa definir as linhas estratégicas de desenvolvimento territorial do Barreiro para o próximo decénio,
servindo de referencial orientador do processo de revisão do Plano Diretor Municipal do Barreiro (PDM) e de
outros instrumentos de planeamento que venham a ser desenvolvidos no município, estando fortemente articulado
com os restantes estudos e documentos que a autarquia está a realizar no âmbito deste processo.
O presente documento resulta da concretização das tarefas metodológicas previstas para as duas primeiras fases
do estudo e tem como objetivos principais, a um tempo, caraterizar de forma sistemática e estruturada as dinâmi-
cas territoriais do concelho do Barreiro, nomeadamente ao nível do desenvolvimento económico, social, ambi-
ental e cultural e, a dois tempos, estruturar o referencial estratégico e o modelo de desenvolvimento territorial
para o concelho, tendo como horizonte temporal 2030.
A caraterização e as propostas realizadas tiveram como base os diagnósticos prospetivos produzidos pela au-
tarquia no âmbito da revisão do PDM, complementados por leituras estatísticas atualizadas e pela auscultação
de um amplo leque de atores locais das mais diversas naturezas.
Após uma década de relativa estagnação económica, de enfraquecimento do mercado de trabalho e de perda
de competitividade internacional, Portugal enfrenta desde 2011 uma crise social e económica sem precedentes no
regime democrático. Os impactes e as transformações geradas pela implementação do Programa de Assistência
Económica e Financeira, acordado em maio de 2011 entre as autoridades portuguesas e a Comissão Europeia
(CE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI), são ainda pouco conhecidos As vari-
áveis sociais (demografia, emprego, pobreza, acesso à saúde…), económicas (consumo, mobilidade,…) e urba-
nísticas, revelam transformações muito significativas que irão marcar a evolução dos territórios na próxima dé-
cada.
As profundas alterações contextuais e as fortes restrições ao investimento público – em todos os níveis da admi-
nistração – reforçam a necessidade de definir novas estratégias de desenvolvimento local, não só de resposta
aos novos quadros de desafios socio-territoriais, mas de criação de condições para um novo ciclo de crescimento
económico suportado na valorização do potencial endógeno e na qualificação do capital humano e claramente
orientado para as exportações de bens e serviços transacionáveis.
Por outro lado, durante este período de crise – não só nacional, mas também europeia – a União Europeia (UE),
através do trabalho conjunto da CE e dos Estados Membros, preparou o novo período de programação de Fun-
dos Estruturais 2014-2020, com um papel central na concretização da estratégia “Europa 2020” para um Cresci-
mento Inteligente, Sustentável e Inclusivo da União. Esta estratégia, definida em 2010, estabeleceu metas concre-
tas a atingir durante o próximo decénio em áreas como o emprego, a educação, a utilização da energia e a
inovação, a fim de ultrapassar o impacte da crise económica e voltar a colocar a Europa na via do crescimento.
Respondendo a estes desafios, o Acordo de Parceria - Portugal 2020, adotado pela CE, consagra a política de
desenvolvimento económico, social, ambiental, cultural e territorial que procurará estimular o crescimento e a
criação de emprego nos próximos anos em Portugal e que será concretizada através de sete programas opera-
cionais regionais e de quatro programas operacionais temáticos.
A Estratégia de Desenvolvimento: BARREIRO 2030 parte deste contexto social, económico, ambiental, cultural e
político, e do novo quadro de problemas e de oportunidades que se colocam ao município, para definir as novas
linhas estratégicas de desenvolvimento territorial que permitam não só retomar o protagonismo económico do
concelho, mas especialmente criar um quadro de vida económica, social, ambiental e culturalmente sustentável.
De forma a suportar a construção deste novo referencial estratégico e o modelo de desenvolvimento territorial,
este documento integra uma ampla e profunda análise da situação de referência, observando as dinâmicas seto-
riais e territoriais ocorridas no concelho do Barreiro (a leitura ao nível da freguesia é anterior à reorganização
territorial em consequência da aplicação da lei n.º 22/2012, de 30 de maio). Posteriormente, o novo referencial
estratégico e o modelo de desenvolvimento territorial apresentados foram construídos a partir de um processo
de ampla participação pública e envolvimento de stakeholders, quer de auscultação e de rec61
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
10 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
olha de Informação, quer, também, de validação, de discussão e de participação.
Desta forma, foi organizado em seis partes principais, incluindo a presente nota introdutória:
Âmbito, Objetivos e Modelo de Abordagem
Apresentam-se os motivos, os objetivos e a forma como foi desenhado o modelo de abordagem meto-
dológica para caraterização e diagnóstico prospetivo do Barreiro e desenho do referencial estratégico
e modelo de desenvolvimento territorial.
Diagnóstico Prospetivo
Apresenta-se uma leitura sintética do contexto físico, funcional e estratégico do Barreiro, da evolução
populacional recente, bem como da evolução da base económica, social, ambiental e cultural do conce-
lho. Sistematizam-se, por fim, as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, a partir da leitura realizada
nestes drivers (matriz de análise SWOT).
Cenários de Desenvolvimento
Apresentam-se cenários prospetivos de desenvolvimento, suportados na análise e na avaliação das va-
riáveis potencialmente estruturantes para a mudança a ocorrer no concelho do Barreiro nos próximos
quinze anos.
Referencial Estratégico
Apresenta-se a visão estratégica para o Barreiro em 2030 e o quadro de princípios que deverão nortear
as opções de conceptualização estratégica, organizado em torno das quatro dimensões chave do mo-
delo de desenvolvimento (económico, social, ambiental e cultural).
Modelo Territorial e Orientações Estratégicas Territoriais
Apresenta-se a conceção do modelo de desenvolvimento territorial para o concelho, definindo os es-
paços estratégicos e os elementos orientadores para a espacialização da estratégia para a elaboração
do Programa de Execução.
As conclusões formuladas neste documento apenas vinculam a equipa técnica, que agradece à Câmara Municipal
do Barreiro e a todos aqueles que colaboraram na elaboração deste documento, transmitindo as suas expetativas
e leituras sobre a situação atual do concelho e sobre os desafios que irá enfrentar nos mais diversos domínios.
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
DIAGNÓSTICO PROSPETIVO | ABRIL.16 11
1. ÂMBITO, OBJETIVOS E
MODELO DE ABORDAGEM ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO BARREIRO 2030
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 13
1. ÂMBITO, OBJETIVOS E MODELO DE ABORDAGEM
1.1. ÂMBITO E OBJETIVOS DA ESTRATÉGIA
A Lei n.º 31/2014, de 30 de maio, que estabelece as bases gerais da política pública de solos, de ordenamento do
território e de urbanismo, prevê que o plano diretor municipal defina a estratégia de desenvolvimento territorial
municipal, o modelo territorial municipal, as opções de localização e de gestão de equipamentos de utilização
coletiva e as relações de interdependência com os municípios vizinhos.
Atendendo a este enquadramento, e não dispondo o município do Barreiro de um referencial estratégico atuali-
zado em que se apoiem os modelos de ordenamento e de intervenção a propor no âmbito da revisão do PDM,
decidiu a autarquia proceder à elaboração de um documento de enquadramento da política municipal de desen-
volvimento territorial, tendo como horizonte o ano de 2030.
A Estratégia de Desenvolvimento: BARREIRO 2030 parte deste contexto e da oportunidade ditada pela revisão do
PDM, procurando definir o novo quadro estratégico de desenvolvimento territorial do concelho, devendo a sua
elaboração concretizar os seguintes objetivos específicos:
Analisar os principais fatores caraterizadores do concelho do Barreiro em 2015, identificando os aspetos
que configuram forças, fraquezas, oportunidades e ameaças para o desenvolvimento deste território;
Propor uma estratégia de desenvolvimento territorial e setorial (domínios estratégicos) para o concelho
do Barreiro, tendo como horizonte de referência o ano de 2030;
Propor um modelo estratégico territorial que decline para as diversas unidades territoriais as principais
linhas estratégicas;
Definir um programa de execução através do qual seja concretizada a estratégia de desenvolvimento
proposta para o Barreiro;
Conceber um modelo de acompanhamento, monitorização e de avaliação da estratégia dos modelos de
ordenamento e de intervenção que permita um acompanhamento claro, objetivo, credível da implemen-
tação do PDM;
Dinamizar um processo de discussão e participação pública, que garanta a transparência do exercício
de planeamento e, também, que contribua para a mobilização das diferentes instituições e agentes do
desenvolvimento ambiental, económico, social e cultural do concelho.
1.2. MODELO DE ABORDAGEM METODOLÓGICA
O modelo de abordagem seguido para caraterizar a situação de partida do concelho do Barreiro e para definir
o referencial estratégico e o modelo de desenvolvimento territorial está suportado num conjunto de premissas e
de prioridades que visam oferecer um quadro ajustado à estratégia de desenvolvimento sustentável que se pre-
tende prosseguir no Barreiro.
Assim, a principal premissa assenta na ideia de que o modelo de desenvolvimento territorial a concretizar no
Barreiro até 2030 deve assegurar o equilíbrio entre as dimensões económicas, sociais, ambientais e culturais. Este
racional está na base do desenvolvimento sustentável e serve de referência à estratégia territorial do Barreiro
para que este concelho se afirme como um território atrativo para viver, investir e visitar e revitalize o seu papel
estruturador na Área Metropolitana de Lisboa, na Península de Setúbal e no Arco Ribeirinho.
Consequentemente, a prossecução de cada uma das dimensões fundamentais do desenvolvimento sustentável do
Barreiro deve incidir, prioritariamente, sobre os principais problemas, oportunidades e desafios que se colocam
ao Barreiro – no imediato e no futuro próximo – e que têm um papel central no desenvolvimento e na qualificação
do território.
Deste modo, o modelo de desenvolvimento que o concelho do Barreiro deve ambicionar, deve resultar de uma
resposta integrada e abrangente às múltiplas necessidades de realização de cada um dos seus cidadãos, promo-
vendo:
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
14 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
A criação de emprego e a geração de riqueza;
A criação de condições qualificadas para crescer, viver e envelhecer no Barreiro;
A qualificação do ambiente urbano, o uso eficiente dos recursos e a preservação do património natural;
A valorização da identidade, da diversidade e dos patrimónios como fatores de pertença, tolerância e
dinamização da criatividade.
Neste contexto, a Estratégia de Desenvolvimento do BARREIRO 2030 é definida por um sistema de 18 domínios
chave de atuação das políticas públicas locais que visam concretizar a Visão de desenvolvimento económico,
social, ambiental e cultural do concelho.
A concretização dos objetivos de cada um destes domínios deverá ser alcançada com ações que incidam sobre
os seus fatores motrizes (drivers), potenciando forças, aproveitando oportunidades, eliminando estrangulamentos
e mitigando ameaças.
[Conceito de Desenvolvimento: Domínios chave e drivers]
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 15
A Estratégia deverá ser prosseguida de forma integrada, visando os princípios do crescimento, da inclusão, da
sustentabilidade e da resiliência, assegurando o equilíbrio entre as dimensões económicas, sociais, ambientais e
culturais:
O desenvolvimento económico do Barreiro até 2030, considerando a sua integração na AML, no país e
na Europa, deverá visar posicionar o Barreiro na economia do conhecimento, assumindo como domínios
chave do seu desenvolvimento: i. o capital humano e a sua capacitação, não só na ótica de curto prazo
e de resposta às necessidades imediatas, mas também aos desafios de longo prazo; ii. a investigação e
desenvolvimento, suportada em instituições de ensino superior e na forte interação entre as empresas
locais e o sistema cientifico e tecnológico regional; iii. o tecido produtivo local, a sua especialização
atual, o saber-fazer históricos e as oportunidades criadas pela localização do Barreiro;
O desenvolvimento social do Barreiro até 2030 deverá assentar na construção de sociedade com maior
equidade no acesso aos serviços e bens públicos, maiores níveis de inclusão social e oferta de condições
que promovam um quadro de vida qualificado para nascer, crescer e envelhecer, assumindo como domí-
nios chave do seu desenvolvimento: i. a inclusão social, oferecendo respostas sociais ajustadas às neces-
sidades dos cidadãos e que concorram para a inclusão de grupos e de comunidades desfavorecidas; ii.
a educação, garantindo a participação e a formação plena do individuo; iii. a saúde, respondendo aos
novos desafios societais em termos de saúde; iv. As condições de habitabilidade e de acesso à habitação;
O desenvolvimento ambiental do Barreiro até 2030 deverá visar a criação de qualidade ambiental impar,
assente na valorização do ambiente urbano, na preservação dos recursos e no aumento da eficiência na
utilização dos recursos, assumindo como domínios chave do seu desenvolvimento: i. a qualificação do
ambiente urbano; ii. o incremento da mobilidade sustentável e da melhoria das acessibilidades; iii. o au-
mento da resiliência aos riscos ambientais e tecnológicos; iv. o uso mais eficiente da energia e à promo-
ção de uma mobilidade ajustada às necessidades locais, mas que seja também mais eficiente; v. a conser-
vação da natureza e da biodiversidade; vi. a promoção da pequena produção agrícola local e à pre-
servação dos melhores solos;
O desenvolvimento cultural do Barreiro até 2030 deverá assentar na valorização da cultura e da criati-
vidade como uma dimensão essencial para o modelo de desenvolvimento do Barreiro, assumindo como
domínios chave do seu desenvolvimento: i. a qualificação da oferta de espaços culturais e dos elementos
patrimoniais, enquanto plataformas de desenvolvimento; ii. a valorização da produção cultural e dos
seus agentes, como veículo formativo dos indivíduos e como setor económico estratégico; iii. a promo-
ção da fruição cultural assente em eventos e espetáculos, que concorrem para preservar tradições e
projetar a imagem do Barreiro como destino de turismo cultural no contexto metropolitano; iv. a valori-
zação do associativismo e das estruturas comunitárias e da sociedade civil como catalisadores de per-
tença e de promoção do desenvolvimento local.
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 17
2. DIAGNÓSTICO PROSPETIVO
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO BARREIRO 2030
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 19
2. DIAGNÓSTICO PROSPETIVO
2.1. CONTEXTO FÍSICO, FUNCIONAL E ESTRATÉGICO
2.1.1. CONTEXTO FÍSICO
A singularidade geográfica do Barreiro, defi-
nida pela sua situação peninsular e por uma ex-
tensa frente ribeirinha constitui, a um tempo, um
fator histórico estruturante do povoamento e
do perfil de atividades económicas que aqui se
têm desenvolvido, e, a outro tempo, uma forte
condicionante da inserção física e funcional do
concelho no território metropolitano e no arco
ribeirinho sul.
O perfil biofísico e a riqueza ecológica do
concelho são, por isso, definidos pela presença
dos rios Tejo e Coina, que têm uma marca forte
e indelével na identidade da paisagem conce-
lhia.
A extensa mancha florestal no setor central po-
ente do concelho, estruturada pela Mata da
Machada, constitui outra importante unidade
biofísica e paisagística distintiva deste territó-
rio.
[Sistema Biofísico, Revisão do PDM do Barreiro, 2010]
2.1.2. CONTEXTO FUNCIONAL
O concelho do Barreiro localiza-se na Área
Metropolitana de Lisboa (AML), desempe-
nhando um papel estruturante no sistema ur-
bano do arco ribeirinho sul, em resultado da
sua importância económica e dos serviços pú-
blicos de nível supramunicipal de que dispõe.
A sua situação geográfica, a ligação fluvial a
Lisboa e a ligação ferroviária ao sul do país,
conferiram ao Barreiro vantagens locativas
únicas, enquanto espaço de interface logístico.
Estas condições foram essenciais para a sua
afirmação como um dos principais polos da in-
dustrial nacional, acolhendo o empreendi-
mento da Companhia União Fabril (CUF).
Ao longo dos últimos 20 anos, as profundas
transformações na rede de acessibilidades me-
tropolitana e o sistemático adiamento da cons-
trução da travessia entre Chelas e o Barreiro,
conduziram à perda de atratividade do setor
norte do concelho, estruturado pela cidade do
Barreiro e pela área industrial da Quimiparque.
Ao mesmo tempo, verificou-se o desenvolvi-
mento do setor sul, que beneficiou de melhores
acessibilidades rodoferroviárias a Lisboa.
[Estrutura Polinucleada de Centralidades Metropolitanas, PROT
AML, 2002]
[Modelo Territorial da Proposta de Revisão PROT AML, 2011]
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
20 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Como mencionado, o Barreiro faz parte da AML
e está inserido no conjunto de concelhos locali-
zados na margem sul do rio Tejo pertencentes a
esta entidade regional. Já ao nível sub-regional
(NUTS III) o Barreiro está associado à NUTS Pe-
nínsula de Setúbal. O concelho é composto por
quatro freguesias, resultado da reorganização
territorial em consequência da aplicação da lei
n.º 22/2012, de 30 de maio, relativa à reorgani-
zação administrativa territorial autárquica.
Neste sentido, procedeu-se à união do Barreiro
e Lavradio, à união de Alto do Seixalinho, Ver-
derena e Santo André e à união de Palhais e
Coina. A freguesia de Santo António da Char-
neca foi a única que se manteve inalterada.
Os órgãos autárquicos têm competências em di-
versos domínios procurando garantir e melhorar
a qualidade de vida das populações, ao mesmo
tempo que asseguraram a prestação de serviços
públicos de qualidade. Deste modo, a CMB tem
responsabilidades ao nível da gestão em diver-
sos setores estratégicos à escala local.
Não obstante, existem alguns organismos da Ad-
ministração Central com influência neste territó-
rio. No setor da Justiça, as recentes mudanças
relacionadas com o novo mapa judiciário resul-
taram na integração da Comarca do Barreiro no
Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa.
Os equipamentos afetos ao serviço nacional de
saúde estão enquadrados na Região de Saúde
de Lisboa e Vale do Tejo e os centros de saúde
locais fazem parte do agrupamento de centros
de saúde do arco ribeirinho.
O Centro Regional de Segurança Social do Bar-
reiro faz parte do Centro Distrital de Lisboa do
Instituto da Segurança Social. Já o Serviço de
Emprego é parte da Delegação Regional de Lis-
boa e Vale do Tejo do IEFP.
No que diz respeito ao ensino, o Barreiro está
integrado no território afeto à Direção-Geral
dos Estabelecimentos Escolares - Direção de
Serviços Região de Lisboa e Vale do Tejo.
Para além destas, existem outras entidades que
devem ser consideradas na abordagem ao con-
celho, nomeadamente, a Administração do Porto
de Lisboa, com responsabilidades na frente de
rio dos 11 concelhos do estuário do Tejo, e o Mi-
nistério da Defesa Nacional devido à localiza-
ção da Escola de Fuzileiros e do Centro Trans-
missor da Cinciberlant.
[Enquadramento do concelho do Barreiro na Área Metropolitana de Lis-
boa, elaboração própria a partir da CAOP 2013]
[Organização Administrativa do concelho do Barreiro, elaboração pró-
pria a partir da CAOP 2013]
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 21
2.1.3. CONTEXTO ESTRATÉGICO REGIONAL
O Plano de Ação Regional 2014-2020 constitui o atual
instrumento estratégico de referência para a Região
de Lisboa.
A sua abordagem dá continuidade à Estratégia Regio-
nal de Lisboa 2020, assumindo a sua visão de longo
prazo de desenvolvimento económico, social e ambi-
ental e de afirmação internacional da Região.
O Plano está ainda fortemente articulado com os
Objetivos Temáticos e as Prioridades de Investimento
definidas no Quadro Estratégico Comum (2014-2020) e
comprometido com as prioridades europeias de cres-
cimento inteligente, sustentável e inclusivo, assumindo
quatro grandes visões para 2020:
Região cosmopolita e competitiva no sistema das
regiões europeias, suportada na criatividade, no
conhecimento e na inovação e no reforço da in-
termediação nacional e internacional apoiada
num sistema logístico competitivo e em atividades
de perfil tecnológico avançado;
Região de elevada qualidade ambiental e patri-
monial, com um sistema urbano policêntrico apoi-
ado numa mobilidade ecoeficiente e harmoniosa-
mente interligado com espaços naturais, criando
um ecossistema urbano equilibrado e resiliente às
alterações climáticas e aos diversos riscos natu-
rais;
Região coesa e solidária, assegurando condições
de igualdade de oportunidades, de equidade so-
cial e territorial e de diálogo intercultural, de con-
trolo e prevenção dos fatores de exclusão e de
procura incessante de novas respostas de inclusão
social, promovidas por comunidades capacitadas,
resilientes e participativas, apoiadas por redes de
parceria concertadas na ação coletiva;
Região com forte aposta na modernização da ad-
ministração para a facilitação da interação com
os cidadãos e as empresas; na criação de ganhos
de eficiência com o funcionamento em rede; na
inovação dos processos de gestão; na participa-
ção dos cidadãos; na melhoria e ampliação dos
processos de planeamento e avaliação.
Este documento é complementado pela Estratégia de
Inovação Regional para a Especialização Inteligente
(estratégia RIS3) da Região de Lisboa, elaborada no
âmbito da preparação da estratégia de desenvolvi-
mento regional 2014-2020. Este documento identificou
como domínios temáticos prioritários para o novo ci-
clo de investimentos comunitários o turismo e hospita-
lidade; a mobilidade e transportes; os meios criativos
e indústrias culturais; a investigação, tecnologias e
serviços saúde; a prospeção e valorização de recur-
sos marinhos; e os serviços avançados às empresas.
[Plano de Ação Regional de Lisboa 2014-2020, CCDR LVT,
2014]
[Estratégia de Inovação Regional para a Especialização Inte-
ligente (RIS3) da Região de Lisboa, CCDR LVT, 2014]
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
22 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
2.2. SUSTENTABILIDADE DEMOGRÁFICA
Estagnação demográfica nas últimas três décadas
Até à década de 70 do século XX, o Barreiro re-
gistou um crescimento populacional significa-
tivo, tendo chegado a atingir os 88.052 habitan-
tes em 1981.
Porém, ao longo das últimas três décadas, tem-
se registado uma estagnação no número de ha-
bitantes. Entre 1991 e 2011, a tendência de cres-
cimento inverteu-se e passou-se a registar uma
dinâmica de perda populacional.
Os dados do INE indicam que, durante o perí-
odo intercensitário de 1991 a 2001, registou-se
um decréscimo populacional na ordem dos 8%.
Entre 2001 e 2011, observa-se uma estabilização
(-0,3%).
[Evolução da população residente, entre 1940 e 2011 (N.º), INE]
População estrangeira representa 4% do total de residentes
Em 2011 a população de nacionalidade portu-
guesa representava 94% dos residentes no Bar-
reiro. Ainda assim, 4% dos habitantes possui na-
cionalidade estrangeira e 2% tem dupla nacio-
nalidade.
Em 2011, a população com nacionalidade do
continente africano constituía a parte mais signi-
ficativa da população estrangeira em Santo An-
tónio da Charneca (77,1%), Alto do Seixalinho
(57,3), Verderena (66,7), Lavradio (59,5) e Bar-
reiro (55,2%). Os residentes de nacionalidades
provenientes do continente americano eram
mais numerosos em Santo André (40,4%) e Pa-
lhais (42,9%).
Os estrangeiros de nacionalidade europeia têm
um peso relativo forte em Coina (65%), ao
passo que as nacionalidades asiáticas têm uma
expressão mais reduzida, sendo que a sua di-
mensão mais significativa ocorre no Barreiro,
com pouco mais de 9%.
[População residente de nacionalidade estrangeira por freguesia,
em 2011 (N.º), INE]
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Barreiro
Lavradio
Palhais
Santo André
Verderena
Alto do Seixalinho
Santo António da Charneca
Coina
Europa África América Ásia
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 23
Distribuição espacial da população apresenta acentuadas disparidades
A distribuição espacial da população residente
apresenta acentuadas assimetrias espaciais, re-
fletindo a evolução do povoamento e do cresci-
mento urbano no concelho do Barreiro.
A freguesia do Alto do Seixalinho regista uma
forte concentração populacional, detendo
pouco mais de um quarto dos residentes do Bar-
reiro (25,4%), logo seguida de Lavradio (18,3%),
Santo André (14,6%), Santo António da Char-
neca (14,6%), Verderena (13,1%) e Barreiro
(9,4%).
No extremo oposto, encontram-se as freguesias
de Coina e de Palhais (que beneficiou de grande
crescimento na última década), com menor nú-
mero de habitantes com, respetivamente, 2,2% e
2,4% dos residentes no concelho.
[População residente por freguesia, em 2011, e taxa de variação
populacional entre 2001/2011 (%), INE]
Evolução demográfica inversa à da Região e do País nos últimos 20 anos
A dinâmica populacional registada no Barreiro
entre 1991 e 2011, foi oposta à tendência de va-
riação verificada na Península de Setúbal, da
AML, e do país.
Neste período o concelho perdeu 8% dos habi-
tantes, enquanto as demais unidades territoriais
registaram aumentos populacionais considerá-
veis (22% na Península de Setúbal, 12% na AML e
7% a nível nacional).
Entre os anos de 2001 e 2011, embora não se te-
nha verificado uma alteração destas tendências,
verificou-se uma atenuação da perda populacio-
nal no concelho (-0,3%), ao passo que as restan-
tes unidades territoriais apresentaram acrésci-
mos demográficos menos acentuados (9,1% na
Península de Setúbal, 6% na AML e 2% em Portu-
gal).
[Variação populacional, nos períodos 2001/2011 e 1991/2011 (%),
INE]
-20
0
20
40
60
Barr
eiro
Lavra
dio
Palh
ais
Santo
André
Verd
ere
na
Alto d
o S
eix
alin
ho
Santo
Antó
nio
da C
harn
eca
Coin
a
%
População residente (%)
Taxa de variação populacional (%)
-0,3%
9,1%
6,0%
2,0%
-8,2%
21,7%
11,9%
7,0%
-20
-10
0
10
20
30
Portugal Área
Metropolitana
Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
%
2001-2011 1991-2011
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
24 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Estrutura etária pautada pelo agravamento do envelhecimento demográfico
As alterações na estrutura etária do concelho
entre 2001 e 2011 evidenciam os sinais de enve-
lhecimento demográfico.
A população idosa foi o grupo etário que regis-
tou, na última década, o crescimento mais expres-
sivo, passando de 16% para mais de um quinto da
população residente (22%), com destaque para
o facto dos muito idosos (75 ou mais anos) cons-
tituírem 9% dos residentes.
O grupo etário dos jovens registou um ténue
crescimento, de 13% para 14%, insuficiente para
compensar a dinâmica de envelhecimento. Por
outro lado, a população em idade ativa registou
um decréscimo considerável, passando de 71%,
2001, para 64%, em 2011.
[População residente por grupos de idades e sexo, em 2011 (%),
INE]
Estrutura etária intra-concelhia com contrastes relevantes
A estrutura etária das diversas freguesias apre-
senta contrastes relevantes à escala intra-con-
celhia, designadamente, nos extremos da pirâ-
mide etária, com a população em idade ativa a
apresentar-se, em geral, constante.
A freguesia de Palhais é a mais jovem, tendo a
maior proporção de jovens residentes (17%). É
também nesta freguesia que o peso dos jovens
é superior ao dos idosos, já que estes consti-
tuem apenas 15% da população residente.
As restantes freguesias apresentam uma popula-
ção idosa superior à população jovem. Todavia
o envelhecimento é mais notório nas freguesias
de Verderena e do Barreiro, onde a população
idosa supera significativamente a população jo-
vem.
[Estrutura etária, por grandes grupos etários, por freguesia, em
2011 (%), INE]
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Barreiro
Lavradio
Palhais
Santo André
Verderena
Alto do Seixalinho
Santo António da Charneca
Coina
0-14 15-64 65 ou mais
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 25
Perfil de envelhecimento associado a uma maior autonomia dos idosos
A população idosa tem registado um con-
junto de melhorias na sua qualificação que
contribuem para a sua integração social e
autonomia.
De facto, 2% da população com 65 ou mais
anos de idade exerce ainda uma atividade
e 0,3% encontra-se a frequentar um curso
de ensino.
Pouco mais de 6% dos idosos do concelho
residem com os familiares, valor inferior
aos idosos que residem sozinhos, uma vez
que as famílias clássicas unipessoais de
pessoas com 65 ou mais anos de idade
constituem mais de 11% do total de famí-
lias do Barreiro.
É também notória alguma autonomia física
neste escalão etário que contribui para
uma maior longevidade da sua indepen-
dência, já que a proporção de idosos com
dificuldades motoras impeditivas de cami-
nhar ou subir degraus constitui menos de
3%.
[Perfil de envelhecimento no Barreiro, em 2011 (%), INE]
Envelhecimento demográfico do Barreiro acompanha as tendências regionais e nacionais
O envelhecimento populacional que afeta o
concelho enquadra-se na tendência demo-
gráfica estrutural da sociedade portuguesa,
em resultado do aumento da esperança mé-
dia de vida e da forte diminuição da natali-
dade.
Porém, entre 2001 e 2011, o Barreiro registou
uma tendência de envelhecimento demográ-
fico mais acentuada (122,5% para 151,6%)
do que a verificada na Península de Setúbal
(93,4 e 113,2), na AML (103,4 e 117,4) ou no
país (102,2 e 127,8).
A tendência de envelhecimento do concelho
cria novos desafios sociais e urbanísticos de
resposta às necessidades desta população
na ótica da promoção da inclusão e de uma
cidadania participativa.
[Índice de envelhecimento, em 2001 e 2011 (%), INE]
122,5%
93,4%
103,4%102,2%
151,6%
113,2%117,4%
127,8%
40
80
120
160
Portugal Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
%
2001 2011
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
26 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
2.3. DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO
2.3.1. DRIVERS DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO DO BARREIRO
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 27
2.3.2. ANÁLISE SÍNTESE DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO DO BARREIRO
-
Estrutura de qualificações marcada pelo predomínio de baixos níveis de escolaridade
A estrutura de qualificações da população ativa
do Barreiro carateriza-se pelo predomínio de
ativos com níveis de qualificação relativamente
baixos, face aos desafios que se colocam à
crescente integração económica global da AML
suportada na economia do conhecimento.
Para além da persistência de população sem
qualquer nível de escolaridade ser reduzida
(4,5%, em 2011), a população ativa apresenta
uma estrutura de qualificações débil, predomi-
nando a população com o ensino básico (54%).
A população ativa com qualificação superior
representava, em 2011, 17,5% dos indivíduos.
[População residente ativa perante o nível de escolaridade, em 2011
(%), INE
Repartição da estrutura de qualificações marcada por assimetrias territoriais pouco significativas
Embora se assinalem assimetrias internas na estru-
tura de qualificações, o padrão das freguesias é
tendencialmente homogéneo.
No entanto, Coina destaca-se como a freguesia
com um capital humano menos qualificado, uma
vez que 10% da população ativa residente não
apresentava em 2011 nenhum nível de escolari-
dade e a maioria (60%) apenas completou o en-
sino básico.
Por outro lado, as freguesias de Barreiro e Pa-
lhais apresentam o posicionamento mais favorá-
vel em matéria de qualificações, detendo os ní-
veis mais elevados de concentração de popula-
ção ativa com ensino superior (29% e 30%, res-
petivamente, em 2011).
[População residente ativa perante o nível de escolaridade, por fregue-
sia em 2011 (%), INE]
4,5%
29,3%
7,6%
17%
23,1%
1%
17,5%
Nenhum nível de escolaridade Ensino básico - 1º ciclo
Ensino básico - 2º ciclo Ensino básico - 3º ciclo
Ensino secundário Ensino pós-secundário
Ensino superior
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Barreiro
Lavradio
Palhais
Santo André
Verderena
Alto do Seixalinho
Santo António da Charneca
Coina
Nenhum nível de escolaridade Ensino básico - 1º ciclo
Ensino básico - 2º ciclo Ensino básico - 3º ciclo
Ensino secundário Ensino pós-secundário
Ensino superior
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
28 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Estrutura de qualificações da população ativa alterou-se substancialmente na última década
Na última década, registou-se uma evolução glo-
balmente positiva na estrutura de qualificações
da população ativa residente no Barreiro.
Por um lado, os ativos sem qualquer nível de es-
colaridade e com apenas o 1.º ciclo do ensino
básico registaram uma diminuição no seu con-
junto de quase 6%. No caso do ensino secundá-
rio, também se verificou, em 2011, uma diminuição
de aproximadamente 4% face a 2001.
Porém, é notório o aumento da população ativa
com o ensino superior, que passou dos 13,7%, em
2001, para os 17,5%, em 2011, bem como da po-
pulação ativa com a escolaridade obrigatória,
uma vez que o 3.º ciclo do ensino básico registou
um crescimento de 6% (11% em 2001para 17% em
2011).
[População residente ativa perante o nível de escolaridade, no Bar-
reiro, em 2001 e 2011 (%), INE]
Menor percentagem de população ativa com ensino superior face ao padrão regional
A estrutura de qualificações da população ativa
residente no Barreiro em 2011 reproduz, em ge-
ral, o padrão da AML e do país.
Todavia, o concelho apresenta atualmente um
perfil de qualificações dos ativos menos qualifi-
cado que a médio da AML ou da Península de
Setúbal, concentrando uma menor percentagem
de população ativa com ensino superior.
Esta situação constitui uma desvantagem territo-
rial relevante para a atração de atividades
económicas e é reflexo, por um lado, da perda
de população jovem ao longo das últimas déca-
das e, por outro, da menor atratividade residen-
cial do concelho.
[População residente ativa com ensino superior, em 2011 (%), INE]
4,5%6,2%
29,3%32,9%
7,6%8,2%
17,0%11,0%
23,1%27,0%
1,0%1,1%
17,5%13,7%
2001 2011
Nenhum nível de escolaridade Ensino básico - 1º cicloEnsino básico - 2º ciclo Ensino básico - 3º cicloEnsino secundário Ensino pós-secundárioEnsino superior
17,5%18,1%
25,0%
19,0%
0
10
20
30
Portugal Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
%
2011
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 29
Oferta educativa do ensino profissional com três cursos
O ensino profissional no concelho é assegurado
pela Escola Profissional Bento de Jesus Caraça –
delegação do Barreiro (EPBJC) e por duas esco-
las públicas (Escola Alfredo da Silva e Padre Abí-
lio Mendes). A EPBJC foi criada em 1989 através
de um contrato-programa assinado entre a Con-
federação Geral dos Trabalhadores Portugue-
ses – Intersindical Nacional e o Ministério da
Educação, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 26/89 de
21 de Janeiro.
No ano letivo 2014/2015, a oferta educativa na
delegação do Barreiro era composta por três
cursos: Técnico de Gestão e Programação de
Sistemas Informáticos (três turmas); Animador
Sociocultural (três turmas); - Técnico de Higiene
e segurança no trabalho e Ambiente (uma turma).
No total, as turmas de 10.º, 11.º e 12.º anos,
abrangem cerca de duas centenas de alunos. Es-
tes cursos profissionais possibilitam o acesso ao
ensino superior e têm no seu Plano Curricular um
Estágio (Formação em Contexto de Trabalho)
que complementa a qualificação profissional.
[Escola Profissional Bento de Jesus Caraça, Delegação do Barreiro,
número de turmas 2014/2015]
Oferta formativa em áreas diversificadas
Paralelamente à EPBJC, existem no concelho,
três empresas certificadas para formação:
CERCIMB - Cooperativa para a Educação e
Reabilitação de Crianças Inadaptadas da
Moita e Barreiro CRL; Feelgood Portugal - Es-
colas de Formação Profissional, Lda.; Power Pi-
ece - Consultoria, Formação e Coaching, Lda.
Estas empresas estão certificadas para dar for-
mação nas seguintes áreas: Engenharia e técni-
cas afins; Agricultura, silvicultura e pescas; Ser-
viços pessoais; Saúde; Serviços pessoais; De-
senvolvimento pessoal; Formação de profes-
sores/ formadores e ciências da educação; Ci-
ências empresariais.
[Áreas de educação e formação nas empresas certificadas para dar
formação no Barreiro, 2015, DGERT]
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
30 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Especialização do emprego no comércio e reparação, indústria transformadora e saúde e apoio social
As transformações verificadas na economia da
UE e em Portugal, ao longo das últimas décadas,
com a perda de importância do setor secundário,
são igualmente evidentes no Barreiro. Ainda as-
sim, o Barreiro continua a destacar-se na AML
pela especialização na indústria transformado-
ras que agregava, em 2012, 10,4% do pessoal ao
serviço, 3,9% das empresas e 16,9% do VAB.
Por outro lado, a sua situação geográfica, em
particular a distância a Lisboa, favoreceram a
terciarização e o crescimento do emprego no
comércio por grosso e a retalho e na reparação
automóvel.
Numa trajetória oposta, destacam-se os serviços
de saúde e de apoio social, que beneficiam da
localização no concelho de equipamentos de sa-
úde de nível superior e do crescente envelheci-
mento populacional. Em 2012, estas atividades
registaram a mais rápida taxa de crescimento do
emprego, agregando já 17,5% do pessoal ao
serviço, 10,2% das empresas e 20,8% do VAB.
[Taxa de Crescimento Anual do Emprego (2000/2012) e Quocientes
de Localização do Emprego, elaboração própria a partir de dados
do GEP/MTSS]
Forte dinâmica de destruição de empresas e, consequentemente, de emprego
O número de empresas localizadas no concelho
do Barreiro tem vindo a diminuir desde 2008, o
que é revelador dos impactos locais da crise so-
cioeconómica e do período recessivo que mar-
cou a economia nacional nos últimos seis anos.
Este fenómeno foi acompanhado pela redução
do número de trabalhadores ao serviço nestas
empresas (-10,6% no período 2006/2012).
Este desempenho é coerente com a evolução na-
cional. Na indústria transformadora, a quebra foi
mais acentuada (-28,4% do pessoal ao serviço),o
que revela reestruturação produtiva deste setor
e a sua perda de importância empregadora no
concelho. [Evolução do pessoal ao serviço e do número de empresas
(2006/2012), INE]
0
6.000
12.000
18.000
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
N.º
Pessoal ao serviço nas empresas (n.º)
Pessoal ao serviço nas empresas da indústria
transformadora (n.º)Número de empresas
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 31
Tecido empresarial caraterizado pela pequena dimensão
O tecido empresarial do Barreiro é composto
essencialmente por micro e pequenas empresas.
A representatividade das empresas em nome in-
dividual era, em 2011, superior a 77% e, das em-
presas com menos de 10 trabalhadores, de 97,6
% (2012).
Apesar da diminuição considerável do número
de empresas (733 nos últimos 8 anos), a densi-
dade empresarial permanece elevada (162,6
empresas por km2, em 2012).
Em 2012, das 5.916 empresas existentes, apenas
quatro tinham mais de 250 trabalhadores. A FI-
SIPE-Fibras Sintéticas de Portugal SA é o maior
empregador do concelho, com mais de três cen-
tenas de trabalhadores, dedicando-se à produ-
ção de fibra acrílica.
[Dimensão do tecido empresarial 2004/2012, INE]
Atividades no subsetor da saúde humana com sobre representação face ao contexto regional e nacional
As atividades do subsetor da saúde humana e do
apoio social apresentaram crescimentos signifi-
cativos em termos de pessoal ao serviço
(+19%) e número de empresas (+16%), no pe-
ríodo 2004/2012.
Apesar do decréscimo do VAB neste período (-
14%), estas atividades são as que produzem
maior riqueza, com 20,8% do VAB total, secun-
darizadas pelo comércio e reparação (18,3%)
e indústria transformadora (16,7%).
A presença do Hospital de Nossa Senhora do
Rosário e de atividades conexas, bem como o
aumento dos equipamentos de apoio social re-
lacionados com o envelhecimento populacional
e com o apoio à infância, concorrem para os
elevados valores concelhios e para o seu des-
taque, comparativamente com a média nacional
e da AML.
[% VAB em atividades de saúde humana e apoio social, INE]
90
92
94
96
98
100
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
%
0
2.000
4.000
6.000
8.000
N.º
Número de empresas
Empresas com menos de 10 pessoas ao serviço (%)
4,7% 5,0%6,0%
19,4%
8,2%
20,8%
6,7%7,5%
0
5
10
15
20
25
Portugal Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
%
2004 2012
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
32 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Instabilidade económica global com reflexos na capacidade exportadora
A taxa de crescimento das exportações foi mais
expressiva no período 2009/2010. O volume de
exportações das atividades localizadas no Bar-
reiro tem sofrido oscilações nos últimos anos,
atingindo o seu valor mais elevado em 2010/2011,
com as exportações das empresas concelhias a
atingirem o valor de 139.519 milhares de Euros.
Estas oscilações resultam essencialmente da ins-
tabilidade verificada nos mercados globais e, es-
pecialmente, do mercado europeu, em resultado
da crise do sistema financeiro de 2008 e da crise
das dívidas soberanas de Estados europeus entre
2011 e 2012.
As quatro maiores empresas do Barreiro são res-
ponsáveis por cerca de 30% do volume de negó-
cios, o que revela uma excessiva concentração
da capacidade exportadora num número redu-
zido de unidades empresariais.
[Crescimento e volume das exportações, 2006-2012, GEE-M. Econo-
mia]
Balança comercial do concelho ligeiramente deficitária
Globalmente, a balança comercial concelhia é
deficitária em resultado do volume de importa-
ções das empresas com sede no Barreiro ser su-
perior às suas exportações.
O valor máximo da taxa de cobertura verificou-
se em 2011, quando o valor das exportações foi
1% superior ao das importações, o que coincide
com um pico exportador.
O volume de negócios das empresas diminuiu
para 756.478.935 €, em 2012 (-18,8%, face a
2004). Na indústria transformadora a redução
foi superior a 15%.
[Comércio internacional das empresas com sede no Barreiro, 2006-
2012, GEE-M. Economia]
0
40.000
80.000
120.000
160.000
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
0
40
80
120
Importações (milhares de euros)
Exportações (milhares de euros)
Taxa de cobertura
%Milhares de euros
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 33
Ligeiro acréscimo das exportações das empresas do Barreiro, mas com ritmo inferior ao da AML
As vendas para o mercado externo aumentaram
significativamente no período entre 2006 e 2012
em Portugal (27%) na AML (56%) e na Península
de Setúbal (35%).
Embora seguindo a mesma trajetória o compor-
tamento das empresas do Barreiro foi menos ex-
pressivo (+9%), dando sinal de um perfil de
produção globalmente ainda pouco orientado
para o mercado exterior. Em 2012, as exporta-
ções concelhias atingiram os 127.766 milhares
de euros.
[Evolução das Exportações 2006-2012, GEE-M. Economia]
35.640
9.798
3.332119
4.482128
15.257
45.324
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
Portugal Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
2006 2012
Milhões de euros
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
34 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Disponibilidade de espaços de acolhimento empresarial potenciadores de novos investimentos
O concelho dispõe de quatro espaços de aco-
lhimento empresarial. No setor norte, destaca-
se o Parque Empresarial Baía Tejo, SA, uma das
maiores áreas de acolhimento empresarial da
AML e com condições únicas para a operação
logística em resultado da sua localização ribei-
rinha.
No setor sul, nas freguesias de Coina, Palhais e
Santo André, localizam-se a Zona Industrial de
Coina (N10), o Rebelas Park e a Zona Industrial
de Sete Portais, respetivamente.
Com exceção do Parque Baía Tejo (284 ha) os
restantes espaços de acolhimento empresarial
têm uma dimensão pequena ou média (Rebelas
Park 15ha; Sete Portais 8 ha; Coina 86 ha).
[Espaços de acolhimento empresarial no Barreiro, CMB]
Parque Empresarial da Baía do Tejo, âncora estratégica da atração de novas atividades económicas
O Parque Empresarial da Baía do Tejo (ex. Qui-
miparque) localiza-se numa área onde funcio-
nou o maior complexo industrial do país (CUF).
O legado industrial permanece com forte pre-
sença, destacando-se das três centenas de em-
presas instaladas, as unidades produtivas da FI-
SIPE, Adubos de Portugal, Companhia de Petro-
química do Barreiro, SOVENA, ATLANPORT e
TANQUIPOR.
Para este espaço está em curso a elaboração
de um Plano de Urbanização, que irá possibilitar
a alteração do uso do solo e a criação de con-
dições para a sua regeneração, nomeada-
mente, possibilitando a instalação de atividades
de elevado valor acrescentado, com maior
grau de incorporação tecnológica e menores
impactes no ambiente. A sua localização ribei-
rinha e a acessibilidade à rede ferroviária naci-
onal permitem dispor de condições únicas para
a operação logística.
[Parque Empresarial Baía do Tejo, ex. Quimiparque, elaboração
própria]
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 35
Perda de atratividade da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro (ESTB)
A Escola Superior de Tecnologia do Barreiro
(ESTB) é uma das cinco escolas do Instituto Po-
litécnico de Setúbal (IPS) e o único estabeleci-
mento de ensino superior localizado no conce-
lho.
O seu funcionamento teve início no ano letivo
1999/2000, com o curso de engenharia civil. Em
finais de 2012, a oferta formativa compreendia
licenciaturas, mestrados, Cursos de Especializa-
ção Tecnológica (CET) e pós-graduações ori-
entados sobretudo para os domínios da cons-
trução civil e engenharias civil e química.
Nos últimos anos, a ESTB tem vindo a registar
uma redução do número de alunos. No ano le-
tivo de 2013/14 estavam matriculados 499 alu-
nos, cerca de -28% face ao ano de 2010/11, em
que se inscreveram 692 alunos.
A área de influência da ESTB abrange a AML
uma vez que 76% dos alunos provêm do distrito
de Setúbal e 18% de concelhos do distrito de
Lisboa.
[Cursos da EST do Barreiro e n.º de alunos em 31/12/2012, Instituto
Politécnico de Setúbal (IPS)]
Rede de parcerias da ESTB suportada na estruturação dos planos de estudos, estágios e formação online
A ESTB celebra regularmente parcerias de co-
operação (protocolos ou convénios) com enti-
dades públicas e privadas, nacionais e interna-
cionais. Através do Interface Empresas-Politéc-
nico, o IPS disponibiliza serviços às empresas,
como serviços especializados e consultoria,
formação à medida e disponibilização de espa-
ços e utilização de laboratórios.
Os principais parceiros da EST são, as Câmaras
Municipais, Escolas do Ensino Secundário, enti-
dades do Ensino Superior Público e outras insti-
tuições públicas, com 3 parcerias cada. Estas
constituem as principais tipologias das entida-
des parceiras embora também existam colabo-
rações com entidades internacionais (2) com es-
colas do ensino profissional (2), e do ensino su-
perior privado (1).
[Tipologia de entidade parcerias da ESTB (N.º), Instituto Politécnico
de Setúbal]
Pós-Graduação em Conservação
e Reabilitação do Edificado
CET Técnicas de Laboratório
CET Construção e Obras Públicas
Mestrado em Construção Civil
Licenciatura em Gestão da
Construção
Licenciatura em Engenharia
Química
Licenciatura em Engenharia Civil
Alunos do sexo feminino Alunos do sexo masculino
318
81
76
45
41
21
10
1
2
2
3
3
3
3
Ensino Superior Privado
Internacionais
Escolas do Ensino Profissional
Ensino Superior Público
Escolas do Ensino Secundário
Câmaras Municipais
Outras Instituições Públicas
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
36 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Cerca de três dezenas de entidades, sobretudo empresas privadas, acolhem estagiários da ESTB
Através do Gabinete de Inserção na Vida Ativa
da ESTB, cerca de três dezenas de entidades
colaboram com a ESTB sob a forma de proto-
colos de estágio, maioritariamente nos domí-
nios da construção civil e engenharia.
As ofertas de estágios e empregos são essenci-
almente provenientes de empresas privadas
(76%), localizadas no Barreiro (10%) e em con-
celhos vizinhos da Península de Setúbal (45%).
Nos restantes concelhos da AML situam-se 28%
das empresas.
[Áreas de intervenção das empresas privadas com protocolos de
estágio estabelecidos com a ESTB, em 2014 (%),Instituto Politécnico
de Setúbal]
17%
9%
9%
17%
48%
Outros
Projectos de Urbanismo
e Arquitectura
Engenharia/Construção
Engenharia
Construção Civil
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 37
Reduzidos volumes de investimento em atividades de investigação e desenvolvimento
O Inquérito ao Potencial Científico e Tecnoló-
gico Nacional (IPCTN) destaca, em 2014, ape-
nas duas entidades no Barreiro pelo volume de
investimento em atividades de I&D: a FISIPE - Fi-
bras Sintéticas de Portugal, S.A. (I&D no domí-
nio das fibras sintéticas) e o Centro Hospitalar
Barreiro Montijo, E.P.E. (I&D no domínio das ci-
ências da saúde e medicina clínica).
Entre 2007 e 2014, os seis projetos localizados
no Barreiro aprovados no âmbito do COM-
PETE - Programa Operacional Fatores de Com-
petitividade dizem respeito a duas empresas:
FISIPE, com cinco projetos de I&DT; CAR-
MONA - Gestão Global de Resíduos Perigo-
sos SA, com um projeto de SI Qualificação.
[Projetos de empresas do Barreiro aprovados no âmbito do COM-
PETE por instrumento financeiro, COMPETE, Outubro de 2014]
1
5
SI Qualificação
PME/Projectos
Individuais e de
Cooperação
I&DT
Empresas/Projectos
Individuais
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
38 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
2.4. DESENVOLVIMENTO SOCIAL
2.4.1. DRIVERS DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO BARREIRO
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 39
2.4.2. ANÁLISE SÍNTESE DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO BARREIRO
Primeira década do Século XX marcada pelo aumento do número edifícios e de alojamentos
A estrutura habitacional do Barreiro carateriza-
se pelo predomínio dos alojamentos familiares
clássicos. O parque edificado do Barreiro inte-
grava, em 2011, 11.008 edifícios de habitação
familiar clássica e 41.682 alojamentos familiares
clássicos.
Entre 2001 e 2011, o parque habitacional regis-
tou uma dinâmica positiva graças ao aumento
dos edifícios de habitação familiar clássica e
dos alojamentos familiares clássicos, que cres-
ceram, respetivamente 7 e 11%.
Neste período, é de assinalar a tendência ob-
servada na dinâmica do parque habitacional
que registou uma dinâmica inversa à da dinâmica
populacional. Enquanto o primeiro cresceu 7%,
o segundo sofreu um ligeiro decréscimo (-0,3%),
o que reflete a forte dinâmica do mercado imo-
biliário do concelho.
[Parque habitacional no Barreiro, em 2001 e 2011 (N.º), INE]
Parque habitacional caraterizado pelo predomínio do regime de ocupação de proprietário/coproprietário
Em 2011, o regime de ocupação dominante nos
alojamentos familiares clássicos de residência ha-
bitual do Barreiro era o de ocupação do proprie-
tário ou coproprietário (71,8%).
O regime de arrendatário ou subarrendatário,
embora constituindo o segundo regime de ocupa-
ção mais relevante, representava apenas 23,3%
do regime de ocupação do Barreiro. Esta situação
é sintomática da persistência na opção de aquisi-
ção de habitação e da fraca dinâmica do mercado
de arrendamento concelhio.
As outras formas de regime de ocupação assumem
uma fraca expressão no concelho, não chegando
a representar 5% das formas de ocupação da ha-
bitação.
[Alojamentos familiares clássicos de residência habitual, segundo o
regime de ocupação, em 2011 (%), INE]
37.613
11.008
41.682
10.298
2001 2011 2001 2011
Edifícios de habitação
familiar clássica
Alojamentos familiares
clássicos
Alojamentos familiares clássicos de residência habitual,
segundo o regime de ocupação (%)
71,8%
23,3%
4,5%
0,4%
Proprietário ou coproprietário
Proprietário em regime de propriedade
coletiva de cooperativa de habitaçãoArrendatário ou subarrendatário
Outra situação
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
40 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Dinâmica imobiliária recente com variações espaciais bastante díspares
A evolução dos alojamentos familiares clássicos
de residência habitual teve, entre 2001 e 2011,
uma variação positiva de 11,3%.
Porém, esta variação apresenta uma distribuição
espacial bastante díspar. Em 2011, o Alto do Sei-
xalinho e o Lavradio eram as freguesias com
maior número de alojamentos familiares clássicos
de residência habitual, com 8.608 e 5.887, respeti-
vamente, o que correspondia a 44% do total des-
tes alojamentos no concelho.
No período entre 2001 e 2011, houve comporta-
mentos distintos: Palhais registou um grande cres-
cimento, na ordem dos 68%, ao passo que na fre-
guesia do Barreiro se observou uma perda de
3,3%. As restantes freguesias registaram cresci-
mentos que vão desde os 2% em Verderena aos
22% no Lavradio. Esta evolução heterogénea
pode ter implicações nas dinâmicas internas das
freguesias
[Variação dos alojamentos familiares clássicos de residência ha-
bitual, entre 2001 e 2011 (%), INE]
Predominância de edifícios térreos ou de dimensão reduzida de habitação familiar clássica
Na freguesia de Santo António da Charneca lo-
calizam-se 23,5% dos 11.008 edifícios do conce-
lho, em 2011.
A leitura do perfil da tipologia de edifícios do
concelho, ao nível das freguesias, permite verifi-
car a existência de situações contrastadas. As
freguesias de Coina (91,8%), Santo António da
Charneca (85,7%) e Barreiro (72,8%) são aque-
las em que os edifícios até 2 pisos são dominan-
tes. Em contraste Verderena e Alto do Seixalinho
apresentam uma edificação onde predomina cla-
ramente a edificação com 3 ou mais. As restantes
freguesias apresentam tecidos edificados hete-
rogéneos. [Edifícios segundo o número de pisos (n.º), INE, 2011]
Variação dos Alojamentos Familiares Clássicos de Residência
Habitual
22%
68%
13%
2%
10%
16%
19%
-3%Barreiro
Lavradio
Palhais
Santo André
Verderena
Alto do Seixalinho
Santo António da
Charneca
Coina
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Barreiro
Lavradio
Palhais
Santo André
Verderena
Alto do Seixalinho
Santo António da Charneca
Coina
1 e 2 pisos 3 e 4 pisos 5 pisos ou mais
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 41
Diminuição dos alojamentos vagos, numa trajetória oposta à dinâmica regional e nacional
O Barreiro apresentava, em 2011, 12,5% de alo-
jamentos familiares clássicos vagos.
Na década anterior, a proporção de alojamen-
tos familiares clássicos vagos decresceu 1,6%,
contrariamente ao observado na região e no
país, onde os alojamentos vagos assumiram uma
importância crescente.
Apesar desta tendência, em 2011, a proporção
de alojamentos familiares clássicos vagos no Bar-
reiro era igual à verificada na AML (12,5%) e
bastante semelhante à do país (12,6%) e da Pe-
nínsula de Setúbal (11,7%). Esta diminuição de
alojamentos vagos significou uma aproximação
aos valores médios, uma vez que a situação do
Barreiro, em 2001 (14,1%) era bastante mais
grave.
[Variação dos alojamentos familiares clássicos vagos, entre 2001
e 2011 (%), INE]
14,1%
10,8% 10,9%
11,6%
12,5%12,6%
11,7%
12,5%
8
12
16
Portugal Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
%
2001 2011
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
42 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Relativa estabilização da intensidade de construção desde a década de 80
Os edifícios construídos até 1970 representam
metade (49,4%) do parque edificado no Bar-
reiro, em 2011, o que é indicativo de um tecido
construído bastante envelhecido.
O período entre os anos de 1961 e 1980, foi de
particular atividade no setor da construção civil,
uma vez que foram erguidos 41,6% dos atuais
edifícios (21,2% destes foram construídos entre e
1961 e 1970, ao passo que entre 1971 e 1980 se
criou 20,4% do edificado atual).
Em 2011, os edifícios com menos de trinta anos re-
presentavam 30% do edificado concelhio.
Este edificado relativamente envelhecido consti-
tui um desafio de reabilitação urbana no Bar-
reiro.
[Edifícios por época de construção (%), INE]
Melhoria global do estado de conservação do parque edificado
No que diz respeito à conservação do edifi-
cado, no período entre 2001 e 2011, em termos
relativos assinalou-se uma evolução positiva do
estado de conservação dos edifícios, motivada
essencialmente pelo aumento do número de no-
vas construções. Assim, neste período, registou-
se uma melhoria dos edifícios sem necessidade
de reparação, que passaram dos 45,7% para os
57%, o que representa um crescimento da pro-
porção dos edifícios em bom estado de mais de
11%.
Em 2011, 40% dos edifícios apresentavam neces-
sidades de reparação e apenas um pequeno
segmento se encontrava muito degradado
(2,6%).
A prevalência de um regime de ocupação de
propriedade manifesta-se particularmente favo-
rável ao predomínio de edifícios sem necessida-
des de reparação, pelas implicações positivas
que tem na gestão e conservação do parque ha-
bitacional.
[Estado de conservação dos edifícios no Barreiro, entre 2001 e
2011 (%), INE]
Edifícios
13,9% 14,2%
21,2%20,4%
10,4%9,4%
10,4%
Até 1945 1946-60 1961-70 1971-80 1981-90 1991-00 2001-11
Estado de Conservação dos Edifícios, 2001/2011 (%)
45,7% 44,0%
3,8%
57,0%
40,4%
2,6%
Sem necessidade
de reparação
Com necessidade
de reparação
Muito degradado
2001 2011
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 43
Freguesias de Barreiro e Verderena destacam-se pelo pior estado de conservação do edificado
À escala das freguesias, em 2011, o estado de con-
servação do parque edificado revela uma signifi-
cativa heterogeneidade.
Nas freguesias de Santo António, Palhais e Santo
André registavam-se as menores necessidades de
reparação do edificado, em que, respetivamente,
70%, 69% e 62% dos edifícios não apresentava
necessidades de reparação.
Por sua vez, as freguesias de Verderena, Barreiro,
Coina e Alto do Seixalinho têm aproximadamente
metade do seu edificado a registar necessidades
de reparação (53%, 49%, 47% e 46%, respetiva-
mente).
A freguesia do Barreiro era onde se registava a
situação mais crítica, uma vez que é aí que se en-
contra a maior proporção de edifícios em pior es-
tado de conservação (8%), resultado da antigui-
dade do seu edificado.
[Estado de conservação dos edifícios por freguesia, em 2011 (%),
INE]
Permanência do destaque do Barreiro ao nível da degradação do edificado
A dinâmica de conservação dos edifícios tem re-
gistado uma evolução positiva. Entre 2001 e 2011,
o número de edifícios com necessidades de repa-
ração decresceu 6,7% no Barreiro.
Esta trajetória está em linha com a tendência ve-
rificada na Região e no país no decurso da última
década.
Não obstante esta melhoria, a percentagem de
redução de edifícios em mau estado de conserva-
ção foi menor no Barreiro (-6,7%) do que Penín-
sula de Setúbal (-9,1%), na AML (-10,6%) e na mé-
dia do país (-10,7%).
Da mesma forma, apesar da evolução positiva, a
proporção de edifícios com necessidade de re-
paração é bastante superior no Barreiro compa-
rativamente com as realidades regionais ou naci-
onais, uma vez que em nenhuma das outras unida-
des territoriais esse valor ultrapassa os 28,3%
(AML) ao passo que no concelho se situa acima
dos 40%.
[Edifícios com necessidades de reparação, entre 2001 e 2011 (%),
INE]
Estado de conservação dos edifícios, 2001/2011 (%)
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Barreiro
Lavradio
Palhais
Santo André
Verderena
Alto do Seixalinho
Santo António da Charneca
Coina
Sem necessidade de reparação
Com necessidade de reparação
Muito degradado
47,0%
38,4%
36,0%38,4%
40,4%
27,2% 26,9%28,3%
20
30
40
50
Portugal Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
%
2001 2011
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
44 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Forte participação e mobilização da população aquando da realização de eventos associados à saúde e
solidariedade social
Juntamente com outras iniciativas para a promo-
ção de hábitos de vida saudável, o município pro-
move anualmente, no mês de abril, a Quinzena da
Saúde, da Solidariedade e do Voluntariado.
Em parceria com entidades e instituições das áreas
da saúde e ação social, como a Escola Superior
de Saúde de Setúbal, o ACES Arco Ribeirinho e a
Escola Superior de Tecnologia do Barreiro, reali-
zam-se workshops e seminários, de modo a pro-
mover a atividade física e estimular a prática de
estilos de vida saudáveis, contribuindo para a me-
lhoria da qualidade de vida da população.
Ao envolver as entidades e agentes locais, é pos-
sível apreender os problemas e conhecer os pro-
jetos das instituições, divulgando boas práticas e
aprendizagens para uma maior prevenção de do-
enças e promoção da saúde.
Entre as ações promovidas, aquelas que reúnem
um maior número de participantes são as “cami-
nhadas” e as aulas abertas.
[Participantes na “Quinzena da Saúde”, e atividades/ações de-
senvolvidas, 2012-2015, (N.º), CM Barreiro]
Importância e reconhecimento dos eventos promotores da prática regular de atividade física pela popula-
ção sénior
Procurando promover o envelhecimento ativo, a
CMB realiza, desde 2010, o Programa “Mexe Com
a Idade”.
Dirigido à população sénior com mais de 55 anos
em situação de inatividade profissional, abrange
um conjunto de classes de atividades físicas, desig-
nadamente Ginástica, Hidroginástica e Caminha-
das Sénior. Todas estas modalidades são orienta-
das por um professor e são concretizadas através
de aulas com a duração de 45 m., realizadas em
todas as freguesias do concelho.
O Programa “Mexe Com a Idade” tem promovido
a prática regular de atividade física, conside-
rando que uma vida ativa tem um papel importante
na prevenção de várias doenças e permitindo um
envelhecimento com melhor saúde e melhor quali-
dade.
[Participantes no “Programa mexe com a idade”, atividades de
ginástica e hidroginástica “2010/11-2013/14, (N.º), CM Barreiro]
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 45
Emergência de novos segmentos de idosos com maior autonomia
A dinâmica demográfica do concelho tem pro-
porcionado o aumento da população idosa mais
autónoma e capacitada (13% não apresenta ne-
nhum nível de escolaridade e 1% tem o ensino su-
perior). Na análise por freguesia, é notória a
predominância do ensino básico neste estrato da
população. Ainda assim, na freguesia do Bar-
reiro, mais de 9% e 10% dos idosos têm o ensino
secundário e superior concluído, respetivamente.
Esta situação representa o surgimento de novos
segmentos de idosos, em que as faixas etárias de
menor idade apresentam níveis de escolaridade
mais elevados, já que a maioria dos idosos sem
nenhum nível de escolaridade tem 75 ou mais
anos (67%).
Este quadro reforça a noção do surgimento de
uma população idosa mais autónoma e funcional-
mente mais competente graças à melhoria no seu
nível de qualificações.
[Perfil de qualificações da população idosa por freguesia, em 2011
(%), INE]
Diversificação das respostas sociais dirigidas aos idosos
Devido à crescente valorização da manutenção
dos indivíduos na respetiva residência, em detri-
mento da sua institucionalização, fomentou-se o
aumento de novas respostas sociais, como cen-
tros de dia, centros de convívio e, mais recente-
mente, serviços de apoio domiciliário. A oferta
disponível em centros de convívio encontra-se
totalmente preenchida, resultado da procura
crescente de atividades que promovam o com-
bate ao sedentarismo, ao isolamento e que pro-
porcionem momentos de convívio, numa lógica
de envelhecimento ativo e saudável.
As respostas sociais orientadas para a popula-
ção idosa (lares de idosos, serviço de apoio do-
miciliário, centros de convívio e centros de dia)
apresentam-se insuficientes face à procura regis-
tada, com listas de espera na ordem das 8 cente-
nas nos lares, das 3 centenas no SAD, cinco de-
zenas nos centros de convívio. Nos centros de
dia verifica-se que os acordos de cooperação
são inferiores à capacidade instalada dos equi-
pamentos.
[Oferta e procura nas respostas sociais orientadas para idosos
existentes no Barreiro, Revisão da Carta Social do Barreiro, 2013
(N.º)]
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Barreiro
Lavradio
Palhais
Santo André
Verderena
Alto do Seixalinho
Santo António da Charneca
Coina
Nenhum nível de escolaridade
Ensino básico
Ensino secundário
Ensino superior
Oferta e procura nas respostas sociais actualmente
existentes para a população idosa, no Concelho (N.º)
340
130
278
220
328
259
190
130
Centro de
Convívio
Centro de Dia Lar de Idosos Serviço de
Apoio
Domiciliário
Capacidade total (N.º)
Total de utentes (N.º)
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
46 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
As respostas sociais mais inovadoras apresentam um padrão locativo mais concentrado
Territorialmente, a oferta de serviço de apoio
domiciliário apresenta-se concentrada nas fre-
guesias do Alto do Seixalinho, Santo André, Bar-
reiro, Coina e Santo António da Charneca, em-
bora a área de influência do serviço se alargue a
todas as freguesias do concelho.
Os lares de idosos podem ser encontrados nas
freguesias de Barreiro, Lavradio, Alto do Seixali-
nho e Santo André.
Na freguesia do Alto do Seixalinho é notória
uma concentração das respostas sociais para
idosos, com oferta das valências, centro de dia,
SAD, lar de idosos, e uma unidade de cuidados
continuados.
[Distribuição das respostas sociais mais inovadoras para idosos,
por freguesia, em 2013 (N.º), Revisão da Carta Social do Bar-
reiro]
Ausência de escolaridade é um fenómeno mais incidente entre os mais idosos
A estrutura de qualificações da população idosa
tem vindo a alterar-se ao longo dos últimos anos.
Em 2011, na população com 65 ou mais anos veri-
ficava-se que a ausência de níveis de escolari-
dade aumentava significativamente com a idade.
Nesse ano, 10,4% da população sem nenhum ní-
vel de escolaridade tinha entre 65 e 69 anos,
sendo progressivamente maior nos estratos etá-
rios mais envelhecidos (23,4% da população en-
tre os 70 e 74 anos e 66,2% dos indivíduos com 75
ou mais anos).
A tendência observada no Barreiro é semelhante
à verificada na AML, Península de Setúbal e no
país. Esta situação é sintomática de uma mudança
no nível de escolaridade da população idosa,
que começa a apresentar níveis de qualificação
mais elevados que os registados nas gerações
anteriores. Esta tendência torna este estrato po-
pulacional socialmente mais funcional.
[População sem nenhum nível de escolaridade, em 2011 (%), INE]
Distribuição das respostas sociais mais inovadoras para
idosos, por freguesia (N.º)
11
39
23
165
40
0
100
0
35
135
0
70
Barreiro
Lavradio
Santo André
Alto do Seixalinho
Santo António da
Charneca
Coina
Capacidade do Serviço de Apoio Domiciliário (N.º)
Lar de Idosos (N.º)
66,2%65,4%66,0%68,8%
23,4%23,1%22,5%22,4%
10,4%11,5%11,5%8,8%
0
20
40
60
80
Portugal Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
%
75 ou mais 70 a 74 65 a 69
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 47
Universidade da Terceira Idade do Barreiro forte procura por parte da população sénior
A Universidade da Terceira Idade do Barreiro é um
projeto da responsabilidade da CMB.
De natureza gratuita, é dirigido para a população do
concelho com mais de 50 anos.
As aulas são realizadas em vários locais no concelho
e promovidas por várias entidades, através de Proto-
colos estabelecidos com Associações, Coletividades
e Agrupamentos de Escolas.
A formação e o ensino são assegurados por cerca de
50 formadores e o programa escolar é composto, no
ano letivo 2013/2014, por 35 disciplinas.
[Evolução do número de alunos da UTIB, e rácio alunos/turma,
nos anos letivos 2010/11-2013/14, (N.º), CM Barreiro]
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
48 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Rede de cuidados de saúde composta por cuidados primários e diferenciados
O Barreiro apresenta uma rede de cuidados de
saúde diversificada, com um total de 11 equipa-
mentos, o que permite cobrir vários níveis de
atendimento e cuidados de saúde.
A rede de cuidados de saúde primários é a mais
extensa, sendo composta por quatro unidades de
saúde familiares, três unidades de cuidados de
saúde personalizados, uma unidade de recursos
assistenciais partilhados, uma unidade de saúde
pública e uma unidade de cuidados na comuni-
dade, uma vez que estes constituem equipamen-
tos de proximidade e integram o Agrupamento
dos Centros de Saúde (ACES) do Arco Ribeiri-
nho.
Já a rede de cuidados de saúde diferenciados é
constituída por um hospital (Hospital Nossa Se-
nhora do Rosário – Centro Hospital Barreiro
Montijo EPE), o que representa uma oferta dife-
renciadora e com elevada capacidade de pola-
rização.
[Equipamentos de saúde no Barreiro, em, 2011 (N.º), Ministério
da Saúde]
Maior oferta de cuidados de saúde nas freguesias urbanas
A distribuição espacial dos equipamentos da
rede de cuidados de saúde primários evidencia
uma concentração no setor norte e centro do
concelho.
A freguesia do Barreiro dispõe de dois equipa-
mentos, ao passo que no Lavradio se encontram
três equipamentos. Isto representa, no seu con-
junto, 50% da oferta.
As restantes extensões dos centros de saúde es-
tão distribuídas pelas freguesias de Santo André,
onde se podem encontrar duas extensões de sa-
úde, e em Santo António, Coina e Palhais, todas
com uma resposta de cuidados de saúde.
No Alto do Seixalinho situa-se a unidade hospi-
talar, prestadora de cuidados de saúde diferen-
ciados.
[Rede de cuidados de saúde primários e diferenciados por fre-
guesia, em, 2011 (N.º), Ministério da Saúde]
Equipamentos de saúde, 2012 (N.º)
1
1
1
1
3
4
Unidade de Recursos Assistenciais
Partilhados
Unidade de Saúde Pública
Unidade de Cuidados na
Comunidade
Hospital
Unidade de Cuidados de Saúde
Personalizados
Unidade de Saúde Familiar
Rede de cuidados de saúde, primários e diferenciados, por
freguesia (N.º)
1
1
1
1
2
2
3
Santo António da Charneca
Coina
Palhais
Alto do Seixalinho
Barreiro
Santo André
Lavradio
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 49
Rede de cuidados continuados composta por unidade de internamento e equipas domiciliárias
A organização da rede de prestação e cuidados
de saúde tem vindo a alterar-se de modo a ga-
rantir o acesso generalizado aos serviços espe-
cializados de apoio continuado. A rede de cui-
dados de saúde continuados é composta por uma
unidade de internamento e por duas equipas do-
miciliárias.
A unidade de internamento é constituída por uma
unidade de cuidados paliativos (UCP) localizada
no Centro Hospitalar Barreiro-Montijo e visa o
acompanhamento, tratamento e supervisão clí-
nica de doentes em situação clínica complexa e
de sofrimento decorrentes de doença severa
e/ou avançada, incurável e progressiva.
As duas equipas domiciliárias (ED), que prestam
cuidados e apoiam os doentes na sua residência,
localizam-se no Barreiro (ACES do Arco Ribeiri-
nho) e no Alto do Seixalinho (no Centro Hospi-
talar).
[Rede de cuidados continuados no Barreiro, em 2014 (N.º), Minis-
tério Saúde)]
Dotação de médicos no concelho, bastante inferior à média da região e do país
A evolução do número de médicos por 1.000 ha-
bitantes registou um aumento no concelho, ainda
que bastante ténue. Em 2002, existiam 2,3 médicos
por cada 1.000 habitantes, tendo este valor pas-
sado para 2,7, em 2012.
Em termos comparativos, este aumento foi seme-
lhante ao registado na Península de Setúbal, que
apresenta um valor inferior ao do Barreiro.
Ainda assim, a número de clínicos por habitante
no concelho é inferior ao da AML e do país. Ao
nível nacional, registou-se, no período em ques-
tão, o aumento de um médico por cada 1.000 ha-
bitantes (de 3,2 para 4,2), valor que, para a AML
é ainda mais elevado, tendo-se situado, em 2012,
nos 5,7 (5 em 2002).
[Médicos por 1.000 habitantes, em 2002 e 2012 (N.º), INE]
3,2
5
2,2 2,3
4,2
5,7
2,6 2,7
0
2
4
6
Portugal Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
N.º
2002 2012
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
50 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Heterogeneidade de grupos desfavorecidos acentua a complexidade do desafio de inclusão social
Existe um número significativo de residentes que
beneficiam de transferências sociais do Estado,
designadamente, beneficiários do Rendimento So-
cial de Inserção e pensionistas que constituíam,
respetivamente, 5% e 33% dos residentes em 2011.
A taxa de desemprego estava um pouco acima dos
15%, o que deve também ser salientado devido
aos impactes sociais associados a este fenómeno.
Também se observa uma presença acentuada de
famílias clássicas unipessoais com 65 ou mais anos
de idade (11,5%, em 2011), o que representa um
desafio pelo facto de pessoas de idade mais avan-
çada se encontrarem em situação de isolamento.
É também de assinalar a elevada proporção de nú-
cleos familiares monoparentais (17,1%, em 2011),
o que constitui um potencial de maior privação
económica e psicoemocional das crianças e jovens
desses agregados.
[Grupos desfavorecidos prioritários, em 2011 (%), INE]
Aumento do desemprego de longa duração e dos desempregados com idade entre os 35 e 54 anos
A crise económica recente teve reflexos na es-
trutura do desemprego do Barreiro.
De 2008 para 2014, o desemprego de longa du-
ração passou dos 39,4% para os 43,5%, o que
reflete as dificuldades sentidas no processo de
reemprego.
O perfil etário sofreu também alterações. No
escalão entre os 25 e os 34 anos deu-se uma di-
minuição de quase 5% do número de desempre-
gados, também verificada para aqueles com 55
ou mais anos de idade, embora de forma mais li-
geira (2,7%).
Ainda assim, nas idades entre os 35 e 54 anos ve-
rificou-se um aumento de mais de 6,5%, o que
acentua a problemática social do desemprego
neste escalão etário, que representa quase me-
tade do total de desempregados (48%) do Bar-
reiro.
[População desempregada segundo o tempo de inscrição e a
idade dos inscritos, em 2008 e 2014 (%), IEFP]
41,3%
20,6%26,1%
12,1%
39,4%
60,6%
48,0%
21,4%17,9%12,8%
43,5%
56,5%
0
20
40
60
80
< 1 ano
Inscrição
> 1 ano
Inscrição
< 25
anos
25-34
anos
35-54
anos
55 e +
anos
TEMPO DE
INSCRIÇÃO
IDADE DOS INSCRITOS
%
2008 2014
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 51
Famílias monoparentais com um padrão espacial tendencialmente homogéneo
O fenómeno dos núcleos familiares monoparen-
tais no concelho do Barreiro apresentam um per-
fil espacial tendencialmente homogéneo.
A freguesia do Barreiro destaca-se pela maior in-
cidência deste tipo de famílias, seguida da fre-
guesia de Verderena (com 18,8% e 18,7%, respe-
tivamente, em 2011).
A freguesia com menor percentagem destes nú-
cleos familiares é a freguesia de Palhais, com
13,1%.
[Núcleos de famílias monoparentais, em 2011 (%), INE]
Aumento dos beneficiários de RSI, à semelhança da Região e do País, mas com uma expressão mais grave
A conjuntura recessiva que tem afetado a socie-
dade portuguesa não é dissociável do aumento
do número de indivíduos em situação de vulnera-
bilidade económica, entre os anos de 2007 e
2012, onde se incluem os beneficiários da medida
de RSI.
No Barreiro, a proporção de beneficiários do
RSI era de 3,5% em 2007 e de 5,2%, em 2012, o
que representa um aumento substancial.
O acréscimo particularmente acentuado deste
grupo vulnerável acompanhou a tendência regis-
tada na envolvente regional (47,2% na Península
de Setúbal e 62% na AML). Esta realidade regio-
nal representa um cenário bastante mais crítico
do que o observado no país, em que o aumento
se situou nos 13,9%.
[Beneficiários do Rendimento Social de Inserção, em 2011 (%), INE]
13,1%
15,0%
16,5%
16,6%
16,8%
17,9%
18,7%
18,8%
Palhais
Santo André
Coina
Lavradio
Santo António da Charneca
Alto do Seixalinho
Verderena
Barreiro
3,5%
2,4%
2,8%
3,5%
4,0%
3,8%4,0%
5,2%
2
4
6
Portugal Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
%
2007 2012
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
52 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Quatro áreas urbanas desfavorecidas de intervenção socio-urbanística prioritária
Destacam-se quatro áreas urbanas desfavoreci-
das no concelho.
O núcleo histórico do Barreiro, símbolo do patri-
mónio cultural concelhio, apresenta uma malha
ortogonal paralela à frente ribeirinha e com vo-
lumetria predominante de dois pisos, com edifí-
cios em deficiente estado de conservação e mai-
oritariamente devolutos.
O Bairro das Palmeiras carateriza-se pela malha
pouco estruturada e organizada segundo um
conjunto de vias paralelas entre si, correspon-
dendo a um bairro operário pobre e descarate-
rizado, predominando os edifícios de um piso e
em mau estado.
A Quinta da Amoreira tem caraterísticas de pe-
queno aglomerado rural, com edificações com
reduzidas condições de habitabilidade.
O Bairro da Quinta da Mina/Cidade Sol apre-
senta uma estrutura urbana difusa, com um nú-
mero significativo de edifícios degradados.
Áreas urbanas desfavorecidas, Revisão do PDM do Barreiro
Áreas urbanas desfavorecidas apresentam uma matriz comum de problemáticas
As áreas urbanas desfavorecidas, embora com
caraterísticas urbanísticas distintas, apresentam
um conjunto de problemáticas sociais comuns.
No núcleo histórico, os principais problemas es-
tão relacionadas com o edificado e com a exis-
tência de bolsas de população idosa isolada.
No Bairro das Palmeiras e Quinta da Amoreira,
os principais problemas estão relacionados com
as reduzidas condições de habitabilidade, situa-
ções de desemprego e baixas qualificações dos
residentes.
[Problemáticas sociais nas áreas urbanas desfavorecidas, em 2011
(%), INE]
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 53
Aumento considerável dos pedidos de habitação no decurso da última década
Os impactes da recente crise social e económica
fizeram-se sentir de forma expressiva no aumento
das dificuldades no acesso ao mercado de habi-
tação. No concelho do Barreiro entre 2003 e
2013, os pedidos de habitação à autarquia au-
mentaram significativamente, passando de 2 para
112 pedidos.
A freguesia do Barreiro é onde se regista o maior
número de pedidos relacionados com esta pro-
blemática social, tendo passado de 1 para 33 pe-
didos, no período em questão.
Já no que diz respeito a Palhais e Coina, foi onde
registaram pedidos pontuais de habitação (5 e 10
pedidos, respetivamente, entre 2003 e 2013).
[Pedidos de habitação no Barreiro, entre 2003 e 2013 (N.º),
CMB]
Decréscimo dos contratos de arrendamento de habitação social à semelhança da região e do país
Apesar do aumento dos pedidos de habitação,
no que diz respeito aos contratos de arrenda-
mento de habitação social tem-se registado
uma quebra no seu volume. No concelho, essa
diminuição foi de 3,6%, entre 2009 e 2011, (o
que significa uma redução de 357 para 344 pe-
didos).
Esta tendência segue a dinâmica verificada no
contexto regional que se verificou uma diminui-
ção de, respetivamente, 5,3% e 4,3% na Penín-
sula de Setúbal e na AML. Já a nível nacional
essa redução cifrou-se nos 1%.
[Contratos de arrendamento de habitação social, entre 2009 e 2011
(%), INE]
N.º Total de Pedidos de Habitação, no Concelho
2
15
46
100
86
101
85 84
112
2003 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
-1,0%
-4,3%
-5,3%
-3,6%
-10
-5
0
Portugal
Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal Barreiro
% 2009/2011
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
54 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Oferta de equipamentos sociais fortemente orientada para as crianças e jovens
A oferta de equipamentos sociais concelhia
constitui uma das primeiras linhas de resposta às
necessidades da população residente. A esse ní-
vel, existem no Barreiro 58 equipamentos sociais,
responsáveis por 28 respostas sociais.
A grande maioria destes equipamentos está ori-
entada para as crianças e jovens (37). Os equi-
pamentos orientados para a população idosa e
em situação de dependência, compõem a se-
gunda tipologia de equipamentos mais expres-
siva com 17 unidades (9 dos quais Lares de ido-
sos).
A restante oferta, pela sua especificidade, tem
quantitativos menores repartindo-se pelos múlti-
plos públicos-alvo: família e comunidade (13),
população com deficiência (5), e pessoas com
doença mental do foro psiquiátrico (1).
[Equipamentos sociais por tipologia de público-alvo, em 2013 (N.º),
Revisão da Carta Social do Barreiro]
Melhor dotação da oferta de equipamentos verifica-se na área da infância e juventude
A melhor dotação da oferta de equipamentos so-
ciais ocorre no domínio das crianças e jovens,
estando disponíveis 24 creches, com uma capaci-
dade de 1.098 lugares e uma procura de 859 cri-
anças, em 2013.
Embora a taxa de ocupação seja de 78,2%, ob-
servam-se desigualdades territoriais, coincidindo
as taxas mais elevadas com as freguesias em que
a oferta da rede solidária é superior, (Palhais,
Coina, Santo André e Verderena). Em 2013, en-
contravam-se 333 crianças em lista de espera
para os equipamentos da rede solidária. A fre-
guesia do Lavradio distingue-se pela maior capa-
cidade instalada, com uma oferta total de 300 lu-
gares (265 da Rede privada lucrativa e 35 da
Rede solidária), e pelo maior número de equipa-
mentos (7). A taxa de cobertura concelhia é de
51,7%, distinguindo-se Palhais com a maior taxa
de cobertura (319%). Por oposição, Alto do Sei-
xalinho (12%) e Verderena (39,5%) apresentam
os mais baixos níveis de cobertura.
[Resposta social creche, (N.º), Revisão da Carta Social do Bar-
reiro, 2013]
1
5
13
17
37
Pessoas com Doença Mental do
Foro Psiquiátrico
População com Deficiência
Família e Comunidade
População Idosa e Pessoas em
Situação de Dependência
Infância e Juventude
0
100
200
300
400
500
600
Barr
eiro
Lavra
dio
Alto d
o S
eix
alin
ho
Santo
André
Verd
ere
na
Palh
ais
Coin
a
Sto
. A
ntó
nio
da C
harn
eca
N.º
0
50
100
150
200
250
300
350
%
Crianças dos 0 aos 2 anos (n.º)
Capacidade de resposta creche (n.º)
Taxa de cobertura (%)
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 55
Elevadas taxas de ocupação dos principais equipamentos sociais
As principais respostas sociais registam elevadas
taxas de ocupação, mais acentuadas no que res-
peita às respostas direcionadas para a população
idosa.
Os 9 lares existentes têm uma capacidade de 278
lugares e possuem 259 utentes. A lista de espera,
para dois dos quatro lares com ocupação máxima,
localizados na freguesia do Alto do Seixalinho
atingia os 767 idosos, em 2013, constatando-se que
a resposta é insuficiente.
[Taxa de cobertura e Taxa de ocupação das principais respos-
tas sociais, Revisão da Carta Social do Barreiro, 2013]
Excedente de lugares em creches idêntico ao verificado no contexto regional e nacional
Com 24 equipamentos de creche, o Barreiro apre-
senta uma capacidade instalada de 3.457 lugares,
embora registe apenas 2.854 utentes, o que repre-
senta um excedente de 27,6% dos lugares disponí-
veis.
A oferta ainda disponível em creches no Barreiro
é consideravelmente superior aos valores regista-
dos ao nível do distrito (18,7% correspondente a
um excedente de 1.627 lugares) e ao nível de Por-
tugal Continental (19,3% equivalente a 19.982 dis-
poníveis).
Esta disponibilidade de lugares em creche no con-
celho do Barreiro pode funcionar como um fator
de atratividade para as famílias jovens.
[Excedente de lugares em creche, em 2014 (N.º), elaboração
própria a partir da Carta Social MSSS]
96,5%93,2%
74,3%78,2%
2,0%1,6%
8,8%
51,7%
Creche CATL Lar de Idosos SAD
Taxa de ocupação (%) Taxa de Cobertura (%)
27,6%
18,7%19,3%
0
10
20
30
Portugal
continental
Distrito Setúbal Barreiro
%
2014
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
56 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Ampla oferta de equipamentos educativos dirigidos a todos os níveis de escolaridade
A oferta de equipamentos educativos do Bar-
reiro, composta por 60 equipamentos, 34 dos
quais pertencentes à rede pública, é extensa e
diversificada, cobrindo uma grande variedade
de valências, existindo equipamentos dirigidos a
todos os níveis de escolaridade.
Os equipamentos de nível inferior e de maior
proximidade (jardim de infância e escolas do 1.º
ciclo do ensino básico) constituem a maioria da
oferta (68%) municipal.
A Escola Superior de Tecnologia do Barreiro,
equipamento do ensino superior público constitui
uma oferta diferenciada e altamente qualificante
e um elemento chave da estratégia de qualifica-
ção do capital humano no concelho e um par-
ceiro essencial da estratégia de competitividade
concelhia.
[Equipamentos de ensino da rede pública no Barreiro (N.º), Revi-
são da Carta Educativa do Barreiro, 2013]
Concentração da oferta de equipamentos educativos no Alto do Seixalinho
A oferta de equipamentos educativos da rede
pública do Barreiro concentra-se no Alto do
Seixalinho, onde se localizam 10 equipamen-
tos. Este desempenho é resultado não só do
facto de aqui se concentrarem, em 2011, mais
de 25% dos residentes no concelho, como do
efeito de centralidade.
Nas freguesias de Coina e Palhais verifica-se a
situação oposta, existindo apenas um equipa-
mento em cada freguesia, em coerência com a
menor expressão demográfica (2,2% e 2,4%,
respetivamente).
[Distribuição dos equipamentos de ensino (N.º) da rede pública,
por freguesias, revisão da Carta Educativa do Barreiro, 2013]
5
13
5
1
1
3
2
2
2
Jardim de Infância EB 1º Ciclo + Jardim de Infância
EB 1º Ciclo EB 2º e 3º Ciclos
EB 2º e 3º Ciclos e Secundária EBI
Escola Secundária EB 3º Ciclo e Secundária
Ensino Superior
Distribuição dos equipamentos de ensino, por freguesias
(N.º)
1
1
3
4
4
5
6
10
Coina
Palhais
Barreiro
Santo André
Verderena
Lavradio
Santo António da Charneca
Alto do Seixalinho
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 57
Predominância do ensino público na oferta de equipamentos
O setor público é dominante na oferta de
equipamentos de ensino no Barreiro, reunindo
o maior número de alunos matriculados em to-
dos os níveis de ensino. Ao nível do ensino pré-
escolar existe um maior equilíbrio da oferta de
equipamentos, o número de alunos matricula-
dos em estabelecimentos do setor privado re-
presenta 49% da procura. Não obstante o
continuado reforço das respostas públicas,
face ao aumento da procura da educação pré-
escolar, a oferta pública mantém-se insufici-
ente, abrindo oportunidade à iniciativa pri-
vada. Nos restantes níveis o setor privado tem
uma relevância muito exígua, apenas se desta-
cando no 1.º ciclo do ensino básico onde tinha
9,6% do total de alunos matriculados no con-
celho. Com base no diagnóstico da Carta Edu-
cativa (2014), a rede pública, no ano letivo
2012/2013, contempla 11.989 alunos, distribuí-
dos pelo pré-escolar (999), 1º ciclo (3.315), 2º
e 3º ciclo (4.914) e secundário (2.761).
[Alunos matriculados segundo o nível de ensino ministrado (N.º),
2012/2013, Revisão da Carta Educativa do Barreiro, 2014]
Crescente procura de cursos profissionais segue as tendências nacionais
A tendência nacional de crescimento da pro-
cura de cursos profissionais no ensino secun-
dário regista-se igualmente no Barreiro.
No entanto a evolução recente no Barreiro
destaca-se comparativamente com a reali-
dade nacional ou regional pela maior intensi-
dade desse crescimento.
A taxa de participação concelhia nestes cur-
sos era residual, no ano letivo de 2004/2005, e
muito inferior à observada no país ou na AML.
Porém, no ano letivo 2010/2011, a participa-
ção em cursos profissionais registou um
grande aumento (de 2,5% para 21,4%), supe-
rando os valores registados na AML ou na Pe-
nínsula de Setúbal (20,8% e 20,5%, respetiva-
mente), aproximando-se da média nacional.
[Taxa de participação em cursos profissionais no ensino secundá-
rio regular, nos anos letivos 2004/2005 e 2010/2011 (%), INE]
2.761
5.053
3.658
1.961
Ensino
Secundário
2º e 3º Ciclo do
Ensino Básico
1º Ciclo do
Ensino Básico
Educação Pré-
Escolar
Público Privado
2,5%
4,8%
7,3%
9,8%
21,4%20,5%20,8%
25,1%
0
10
20
30
Portugal Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
%
2004/2005 2010/2011
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
58 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Evolução muito positiva da taxa de abandono escolar nas últimas duas décadas
A taxa de abandono escolar no Barreiro apre-
sentava-se bastante residual, em 2011, (1,78%).
Esta situação é resultado de uma trajetória po-
sitiva verificada ao longo das últimas duas dé-
cadas, nas quais se observou um decréscimo
contínuo do abandono escolar (3,89%, em 1991,
2,17%, em 2001, e 1,78%, em 2011), em linha com
a trajetória verificada na globalidade do terri-
tório nacional e regional.
Este desempenho, com grande importância para
um crescimento inclusivo, é resultado dos fortes
investimentos realizados na melhoria dos equi-
pamentos e na qualificação do sistema educa-
tivo, mas também dos ganhos intergeracionais
na qualificação do capital humano.
No entanto, importa relevar que a desacelera-
ção verificada no ritmo da redução é revela-
dora de um certo esgotamento das políticas pú-
blicas e da persistência de bolsas de exclusão.
[Taxa de abandono escolar no Barreiro, entre 1991 e 2011 (%),
INE]
Os indicadores de sucesso escolar refletem a necessidade de prosseguir os esforços recentes
A taxa de retenção e de desistência no ensino
básico regular no Barreiro decresceu ao longo
da última década, embora de forma pouco
significativa nos últimos anos.
A taxa de transição/conclusão no ensino secun-
dário regular registou uma progressão acentu-
ada, revelando no entanto a persistência de
uma franja significativa de jovens que não con-
segue concluir este nível de escolaridade obri-
gatória.
Estes indicadores, mesmo refletindo melhorias
recentes no sucesso escolar dos jovens barrei-
renses, são sintomáticos da necessidade de in-
tensificar os esforços realizados na última dé-
cada de melhoria da qualidade do ensino no
Barreiro, tendo em vista responder aos desafios
locais e metropolitanos de competitividade
económica.
[Taxa de retenção e desistência no ensino básico regular e taxa
de transição/conclusão no ensino secundário regular, no Bar-
reiro entre 2004/05 e 2010/11 (%), INE]
3,9%
2,2%1,8%
0
2
4
6
1991 2001 2011
%
12,9% 11,7%
63,2%
75,1%
0
25
50
75
100
%
Taxa de retenção e desistência no ensino básico regular
Taxa de transição/ conclusão no ensino secundário regular
2004/2005 2010/2011
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 59
Taxa de abandono escolar apresenta uma incidência espacial ligeiramente heterogénea
A taxa de abandono escolar por freguesia
apresentava, em 2011, uma variação espacial
heterogénea.
A situação mais negativa do concelho verifica-
se em Coina, com uma taxa de abandono esco-
lar de 3,2%, seguida da Verderena e do Alto do
Seixalinho, com 2,4% e 2%, respetivamente.
No extremo oposto encontra-se Palhais, que
não apresenta qualquer caso de abandono es-
colar. Uma situação particularmente positiva,
uma vez que, em 2001, esta freguesia registou a
maior taxa de abandono escolar (8,5%).
Esta trajetória deverá ser objeto de estudo
aprofundado, para que esta dinâmica possa ser
alargada às restantes freguesias.
[Taxa de abandono escolar por freguesias, em 2011 (%), INE]
Evolução positiva da taxa de retenção e desistência no ensino básico regular
A taxa de retenção e desistência no ensino bá-
sico regular no Barreiro apresentou uma diminu-
ição entre os anos letivos de 2004/2005 e
2010/2011, em linha com os valores registados
no país, na AML e na Península de Setúbal.
Ainda assim, apresentou uma tendência de dimi-
nuição bastante ténue quando comparada com
as restantes unidades territoriais. Enquanto no
ano letivo de 2004/2005, esta situava nos 12,9%,
ou seja, pouco abaixo do valor verificado na
Península de Setúbal (13,5%), no ano letivo
2010/2011, registou-se uma taxa de 11,7%, bas-
tante superior aos valores do país, da AML ou
da Península de Setúbal (7,5%, 8,9% e 9,5%, res-
petivamente).
[Taxa de retenção e desistência no ensino básico regular em
2004/2005 e 2010/2011 (%), INE]
1,4%
1,5%
1,8%
1,9%
2,0%
2,4%
3,2%
0,0%Palhais
Lavradio
Santo André
Santo António da Charneca
Barreiro
Alto do Seixalinho
Verderena
Coina
Taxa de abandono escolar
7,5%
8,9%9,5%
11,7%11,8%12,3%
13,5%12,9%
4
8
12
16
Portugal Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
%
2004/2005 2010/2011
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
60 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
2.5. DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL
2.5.1. DRIVERS DO DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL DO BARREIRO
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 61
2.5.2 ANÁLISE SÍNTESE DO DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL DO BARREIRO
Cobertura total do sistema de abastecimento de água, embora com uma rede envelhecida e suscetível a ruturas
O sistema municipal de abastecimento de água
serve praticamente a totalidade da população resi-
dente no Barreiro.
O abastecimento público faz-se a partir de 11 cap-
tações subterrâneas inseridas no sistema aquífero
“Bacia Terciária do Tejo-Sado/ Margem Esquerda”.
A reserva e adução apoiam-se em sete reservató-
rios, com uma capacidade de 12.750 m3 de água,
duas estações elevatórias e 16,1 km de condutas
adutoras.
As condutas da rede de distribuição são maioritari-
amente em fibrocimento (64,7%) e apresentam al-
guns problemas, nomeadamente a ocorrência de ro-
turas relacionadas com a sua antiguidade (idade
média é de 31 anos).
A sua reabilitação tem sido progressiva, tendo em
2011 sido intervencionados cerca de 1,63 km de con-
dutas.
[População servida por sistemas de abastecimento de água, em 2001 e
2009 (%), INE]
Elevada cobertura do sistema de drenagem de águas residuais
Ao longo dos últimos anos, assistiu-se a um incre-
mento significativo da população servida por siste-
mas de drenagem de águas residuais. Em 2011, a taxa
de atendimento no concelho do Barreiro era de
97,5%, ficando apenas fora do sistema as AUGI
(2,5%).
Desde o final de 2012 que quase a totalidade do ter-
ritório está ligado ao sistema em alta (97,3% em
março de 2016, estando em falta as mencionadas zo-
nas não servidas por rede de drenagem municipal
(AUGIS), assim como algumas pequenas áreas que
ainda tem as suas ligações por construir.
Fora desta apreciação, encontra-se a área da Baia
do Tejo, já que se trata de um território privado,
servido de infraestruturas próprias de drenagem.
A rede, na sua maioria, com uma idade superior a 25
anos, inclui 11 estações elevatórias, aproximada-
mente de 46km de emissários gravíticos e 190km de
rede de drenagem. Existem três sistemas principais
(Barreiro/Moita, Penalva e Coina), que drenam
para três sistemas distintos em “alta”, de transporte
e tratamento da SIMARSUL (empresa intermunicipal
responsável pela recolha, tratamento e rejeição de
efluentes), cada um servido por uma ETAR distinta:
ETAR Barreiro/Moita, ETAR da ZI Autoeuropa e
ETAR da Quinta do Conde.
[População servida por sistemas de drenagem de águas residuais, em
2001 e 2009 (%), INE]
90%
99%
98%
100%
96%
100%
99%
100%
88
92
96
100
Portugal
(continente)
Área
Metropolitana
deLisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
%
2001 2009
88%
93%
97%
72%
96%
93%
96%
84%
70
80
90
100
Portugal
(continente)
Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
%
2001 2009
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
62 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Cobertura do abastecimento de água e de drenagem de águas residuais sem assimetrias significativas intra concelhias
A cobertura territorial dos sistemas de abaste-
cimento de água e de drenagem de águas resi-
duais não revelam assimetrias significativas. A
globalidade das freguesias apresenta níveis de
atendimento muito elevados.
Todavia, nas freguesias do setor sul, com me-
nores densidades urbanas, o abastecimento
domiciliário ainda apresenta algumas falhas,
nomeadamente nos espaços não planeados e
de maior fragmentação e desestruturação ur-
bana, como as AUGI.
Esta situação afeta especialmente as freguesias
de Palhais e Coina, onde os níveis de atendi-
mento dos sistemas de abastecimento de água
e de drenagem de águas residuais são meno-
res.
[Alojamentos familiares de residência habitual com água e com esgotos,
2011 (%), INE]
Boa qualidade da água e melhorias significativas no desempenho dos sistemas de abastecimento e drenagem
A qualidade das águas para consumo humano
tem melhorado nos últimos anos no Barreiro,
tendo o cumprimento dos valores paramétricos
de qualidade da água sido de 99,9%, em 2012.
A perda de água é um dos problemas do sis-
tema. Em 2011, as perdas totais de água foram
significativas, na ordem dos 2.527.172m3, o que
representa cerca de 37,2% (estimando-se cerca
de 25% de perdas reais). Outro problema está
relacionado com o balanço de reservas que
apresenta um défice nos vários setores de abas-
tecimento, designadamente, 3.000m³ no Setor
Norte 1, 4.000m³ no Setor Norte 2 e 4.500m³ no
Setor Central.
Apesar das debilidades atuais em alguns domí-
nios, as estimativas de evolução dos indicado-
res de desempenho dos sistemas de abasteci-
mento de água e de drenagem de águas residu-
ais1 apontam, para uma evolução positiva nos
próximos anos.
[Desempenho do sistema de "abastecimento de água" e "drenagem de
águas residuais", Plano Geral de Águas e Saneamento do Concelho do
Barreiro]
1 Plano Geral de Águas e Saneamento do Concelho do Barreiro, CMB.
97,5%
98,1%
99,2%
99,3%
99,8%
99,8%
99,8%
99,9%
98,0%
98,4%
99,3%
99,5%
99,8%
99,8%
99,9%
99,9%
Coina
Palhais
Santo António da Charneca
Barreiro
Santo André
Verderena
Alto do Seixalinho
Lavradio
Alojamentos com água Alojamentos com esgotos
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 63
Excelente qualidade da água para consumo humano e um desempenho acima da média nacional
Nos últimos anos, a Câmara Municipal do Bar-
reiro melhorou a prestação de serviço no
abastecimento de água, assegurando uma ex-
celente qualidade de água para consumo hu-
mano. Desde 2012, a água potável é total-
mente segura (em 2004 era de 99%), corres-
pondendo a um desempenho acima da média
nacional.
A água controlada e classificada como de boa
qualidade revela o cumprimento da frequência
de amostragem e os valores paramétricos fixa-
dos na legislação.
[Água segura entre 2004 e 2012 (%), INE]
84%
98%98%99%
100%100%
98%
100%
80
90
100
Portugal
(continente)
Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
%
2004 2012
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
64 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Melhoria da qualidade ambiental em resultado da criação e recuperação de espaços verdes
O Barreira apresenta um conjunto de parques e
jardins de referência, com destaque para o Par-
que Catarina Eufémia (1939), o Jardim dos Fran-
ceses (1918-1922), o Jardim da Av. Bento Gonçal-
ves (anos 30 séc. XX), o Parque da Cidade (2000),
os espaços verdes do Convento da Madre de
Deus da Verderena (1995) e o Parque Recreativo
da Cidade - POLIS (2008).
A criação e renovação de espaços verdes tem
contribuído para a melhoria da qualidade do am-
biente e das condições de vida dos barreirenses,
fomentando novas vivências e uma maior fruição
do espaço público.
O Parque da Cidade (inaugurado em 2000), com
14,9 ha e vocacionado para o lazer e prática de
desporto, substituiu, em termos de maior procura
e frequência de utilização, o Parque Catarina Eu-
fémia, situado no centro da cidade.
[Parques e jardins públicos no Barreiro, revisão do PDM do Barreiro]
Melhoria da qualificação ambiental através da arborização urbana
A qualificação ambiental por via da arboriza-
ção em meio urbano tem sido uma das apostas
do município. Para além de dar sombra, as ár-
vores, contribuem ainda para uma amenização
da temperatura e para ajudar a controlar os
efeitos da poluição atmosférica.
Regularmente, e ao longo do período compre-
endido entre 2009 e 2013, foram plantadas pelo
concelho cerca de 1.246 árvores.
Têm sido utilizadas espécies endémicas da Eu-
ropa e sul da Europa (Celtis Autralis, Cratae-gus Monogyna, Cupressus sempervirens, Acer pseudoplatanus, etc.) e introduzidas novas es-
pécies originárias do continente americano
(e.g., Acer Negundo e Jacaranda), continente
asiático (ex.: Prunus Serrulata e Pyrus Calle-ryana) e ilhas do Oceano Pacífico (Metroside-ros tomentosa).
[Arborização dos espaços públicos entre 2009 e 2013 (N.º), CMB]
236
366
273
217
154
42
166185
99
268
2009 2010 2011 2012 2013
Plantações Abates
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 65
Boa dotação de espaços verdes principalmente nas freguesias mais urbanizadas
Em coerência com os maiores níveis de urbani-
zação e concentração populacional, a fregue-
sia do Alto do Seixalinho é a que dispõe de uma
maior extensão de espaços verdes. Para esta si-
tuação contribui a localização do Parque da
Cidade, nos Casquilhos. Trata-se do maior par-
que urbano do concelho.
Por sua vez a freguesia do Barreiro destaca-se
pela concentração do maior número de espa-
ços verdes, tais como o Parque Catarina Eufé-
mia, o Jardim dos Franceses e o Jardim da Av.
Bento Gonçalves.
O Parque Recreativo da Cidade - POLIS, que
abrange as freguesias de Alto do Seixalinho,
Santo André e Verderena, é o mais recente do
concelho. É um projeto desenvolvido por fases
e no âmbito do Programa POLIS, estando ape-
nas concluída a 1.ª fase que representa cerca de
40% da área total. No futuro, será o maior par-
que urbano ribeirinho do concelho, com 11.700
m2.
[Área ocupada por parques e jardins nas freguesias do Barreiro, 2013
(%), elaboração própria]
Forte aposta em espaços de recreio e lazer
Em 2012, a superfície do solo concelhio reser-
vada para equipamentos e parques urbanos
nos instrumentos de ordenamento municipais
era de 18,6%, bastante superior à média da
AML (4,6%) e da Península de Setúbal (2,3%).
Esta situação é reveladora do esforço da au-
tarquia ao longo da última década na criação
de espaços públicos de recreio e lazer, en-
quanto prioridade de intervenção para a me-
lhoria da qualidade de vida dos munícipes e
para a qualificação dos espaços urbanos.
[Superfície do uso do solo para equipamentos e parques urbanos
identificado nos PMOT, 2005-2012 (%), INE]
0,2%
0,2%
0,9%
1,3%
1,7%
2,0%
3,4%
7,3%
Coina
Palhais
Santo António da
Charneca
Lavradio
Barreiro
Santo André
Verderena
Alto do Seixalinho
3,2%
18,6%
2,2%
4,6%
18,6%
2,3%
0
10
20
Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
%
2005 2012
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
66 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Necessidade de consolidação e reequilíbrio do sistema urbano
O sistema urbano do Barreiro carateriza-se pela
existência de quatro tipos de situações urbanas:
Espaços urbanos centrais: espaços urbanos de
centralidade no sistema urbano concelhio, in-
tegrados no sistema de transportes coletivos,
com grande relevância populacional e funcio-
nal, mas com uma crescente perda de vitali-
dade social e económica;
Espaços urbanos consolidados: Espaços urba-
nos onde predomina a função residencial, em
alguns casos de expansão recente, onde a fun-
ção residencial ainda não foi totalmente
acompanhada pela dotação de equipamentos
de proximidade e de espaços verdes de re-
creio e de lazer;
Espaços urbanos a estruturar: espaços urbanos
de edificação fragmentada, debilmente inte-
grados no sistema urbano municipal, com ca-
rências de comércio, serviços e equipamentos
de proximidade, espaços verdes e de lazer;
Áreas de intervenção prioritária: espaços ur-
banos consolidados que, no seu conjunto,
apresentam edificações em mau estado de
conservação e onde persistem situações de
exclusão social.
[Situações Urbanas no Barreiro em 2013, Revisão do PDM do Barreiro]
Existência de 36 áreas urbanas de génese ilegal delimitadas
No Barreiro existem 36 Áreas Urbanas de Gé-
nese Ilegal (AUGI), localizadas nas freguesias
de Santo António (26), Coina (4), Santo André
(3), Palhais (2) e Lavradio (1), com um total de
269 hectares, divididos em 3.753 lotes.
Destas AUGI, 10 foram já infraestruturadas e as
edificações legalizadas, tendo sido dado por
concluído o processo de reconversão e o seu
alvará emitido.
[Situação do processo de reconversão das AUGI no concelho do Bar-
reiro, 2014 (nº), CMB]
10
12
14
Reconversão
concluída
Reconversão
em curso
Reconversão
pendente
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 67
Maior incidência de AUGI no sul do concelho
O fenómeno das AUGI incide com maior expres-
são no setor sul do concelho do Barreiro, mais
concretamente na freguesia de Santo António
da Charneca, onde se localizam 26 AUGI
(178,5ha).
É igualmente neste setor, que se localiza a prin-
cipal AUGI do concelho do Barreiro, nomeada-
mente na freguesia de Coina (Covas de Coina I
e II).
A reconversão e integração das AUGI passa
pelo preenchimento de espaços vazios, au-
mento da sua urbanidade, dotação de equipa-
mentos e de espaços verdes e revitalização das
atividades económicas.
[Área das freguesias ocupadas por AUGI, 2013 (ha), elaboração pró-
pria com base em elementos fornecidos pela CMB]
Povoamento concentrado e reduzida relevância da população dispersa
A elevada concentração populacional (62% da
população residia em dois lugares: Barreiro e
Quinta da Lomba, em 2011), acentuou-se durante
o último período intercensitário.
Em 2001, os nove aglomerados concelhios com
menos de 2.000 habitantes representam somente
9,5% da população residente. Contabilizando
os isolados, essa representatividade acresce
para 11,1% do total, revelando um povoamento
concentrado e relativamente compacto.
Esta proporção, similar à da AML, manifesta-se
bastante reduzida quando comparada com os
valores médios nacionais (45,1%, em 2001 e
39%, em 2011).
[População residente em lugares com menos de 2.000 habitantes, INE)
0,9ha
9,5ha
13,6ha
66,7ha
178,5ha
Lavradio
Palhais
Santo André
Coina
Santo António da
Charneca
17,6%
45,2%
11,1%15,1%
17,8%
10,0%12,1%
39,0%
0
20
40
60
Portugal Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
%
2001 2011
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
68 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Níveis de poluição atmosférica reduzidos
Apesar da redução das emissões de poluentes
na última década, subsistem no concelho focos
de poluição difusa e de contaminação de so-
los, fortemente associados à grande expressão
que a indústria pesada deteve no Barreiro.
A indústria é, por isso, um dos setores que mais
contribuiu para as emissões de Partículas
(PM10) e Amônio (NH3).
Segundo estudo da OMS sobre poluição at-
mosférica (2011), o Barreiro apresenta valores
de emissões de partículas PM10 e PM2.5 (partí-
culas mais pequenas) acima do limite recomen-
dado (PM10: média anual 20 ug/m3, no Barreiro
é de 42 ug/m3; PM2.5: média anual 10 ug/m3, no
Barreiro é de 11 ug/m3).
[Emissões de poluentes incluindo fontes naturais no Barreiro em
2005 e 2009 (ton/km²), APA]
Presença de algumas unidades industriais contribui para emissões elevadas
Um dos gases que mais contribui para o Efeito
de Estufa é o Dióxido de Carbono (CO2), que
no concelho, apesar das emissões terem dimi-
nuído (2005/2009), é o poluente que apresenta
valores mais elevados.
No Barreiro, as emissões estão relacionadas
sobretudo com o tráfego automóvel, produ-
ção de energia, combustão na indústria e pe-
quenas fontes de combustão.
As emissões de Óxido Nitroso (N2O) no Bar-
reiro são das mais elevadas do país, em parte
devido à presença de unidades da indústria
química. Em relação ao Metano (CH4), cujas
emissões aumentaram, a sua origem resulta da
deposição de resíduos no solo e as águas resi-
duais.
Apesar destes problemas, a qualidade do ar é
globalmente boa, cumprindo os padrões legais
em todo o concelho.
[Emissões de GEE - CO2 em 2005 e 2009 (ton/km²), APA]
[Emissões de GEE - N2O e CH4 (ton/km2), APA]
619,1ton/km^2
73,7ton/km^2
85,8ton/km^2
42,0ton/km^2
173,1ton/km^2
51,0ton/km^2
53,5ton/km^2
9,1ton/km^2
32,9ton/km^2
26,2ton/km^2
Óxidos de Enxofre (SOx)
Óxidos de Azoto (NOx)
Amónia (NH3)
Emissões de Compostos Orgânicos
Voláteis (NMVOC)
Partículas (PM10)
2005 2009
Dióxido de
Carbono
(CO2)
2005 2009
74.753ton/km^2
14.086ton/km^2
88,4ton/km^2
10,8ton/km^2
79,6ton/km2
25,1ton/km^2
Óxido Nitroso
(N2O)
Metano (CH4)
2005 2009
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 69
Principais setores poluentes são a produção de energia e os transportes rodo/ferroviários
A produção de energia e os transportes, so-
bretudo rodoviários, são responsáveis por
cerca de 4/5 das emissões registadas no con-
celho.
Apesar do declínio da atividade industrial, a
combustão na indústria representava cerca de
12,2% das emissões por tipo de fonte, em 2009.
A conclusão da central de cogeração do Bar-
reiro permitiu encerrar a central termoelétrica
do Barreiro, sendo expectável a redução das
emissões de CO2 e NOx para a atmosfera.
[Emissões por tipo de fonte no Barreiro em 2009 (ton/km2), APA]
Relevância do CO2, no total de emissões poluentes, com valores superiores à média nacional e regional
Em 2009, as emissões de CO2 em Portugal resul-
taram, na sua maioria, dos setores de ativi-
dade: “Transportes Rodo/Ferroviários”, 32%;
“Produção de Energia”, 31%; “Combustão In-
dustrial”, 24%.
Estes três setores contribuíram com quase 9/10
para o total de emissões de CO2.
No Barreiro, as emissões de CO2, têm uma re-
presentatividade muito elevada no total de
emissões poluentes, com valores superiores à
média nacional e regional, embora entre 2005
e 2009 tenha registado uma dinâmica de redu-
ção muito superior à da Península de Setúbal
ou do país.
[Peso das emissões de CO2 no total de emissões de poluentes entre 2005
e 2009 (%), APA]
0,1%
0,1%
0,2%
0,4%
0,4%
0,4%
6,9%
12,2%
23,9%
55,3%
Fontes Móveis (Fora de Estrada)
Emissões Fugitivas
Águas Residuais
Uso de Solventes
Deposição de Resíduos no Solo
Processos Industriais
Pequenas Fontes de Combustão
Combustão na Indústria
Transportes Rodo/Ferro
Produção de Energia
96,7%
97,7%
98,6%
97,6%
97,4%
97,6% 98,1%
97,4%
95
100
Portugal Área
Metropolitana
de Lisboa
Peninsula de
Setúbal
Barreiro
%
2005 2009
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
70 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Reutilização da SAU para uma produção mais extensiva
A alteração da ocupação cultural da SAU, con-
cretamente com a diminuição das terras aráveis e
o aumento das pastagens permanentes, modifi-
cou a paisagem agrícola concelhia.
Observou-se no concelho do Barreiro uma maior
utilização de sistemas de produção mais extensi-
vos, com as pastagens permanentes a ocuparem
praticamente metade da SAU, e uma grande di-
minuição das terras aráveis.
A SAU concelhia corresponde, em 2009, a 169
ha.
[Variação da composição da SAU entre1989 e 2009, INE- RGA]
Estima-se que as hortas urbanas ocuparão uma parte importante da superfície concelhia
As hortas urbanas espontâneas são uma reali-
dade no concelho, tendo surgido como forma de
colmatar as carências económicas das famílias.
De modo a valorizar e promover a agricultura em
contexto urbano, o município pretende imple-
mentar uma rede de 11 hortas urbanas, subdividi-
das em 1348 talhões, com uma área total de
57.462 m2.
A maioria dos talhões (53%) está prevista para a
freguesia de Barreiro e Lavradio. Em Santo Antó-
nio e “Palhais e Coina”, a área ocupada é quase
idêntica.
O projeto inclui, igualmente, Hortas Comunitá-
rias, de Recreio e Pedagógicas.
Para além do auto consumo, pretende-se atrair
uma nova população para estas atividades e in-
tegrar e aproveitar economicamente os espaços
de maior valor agrícola e ambiental.
Criar um território sustentável, com pequenos ni-
chos produtivos poderá complementar os rendi-
mentos familiares e promover laços de sociabili-
dade.
[Distribuição prevista das hortas urbanas por freguesia, elaboração
própria a partir de dados da CMB]
0
10.000
20.000
30.000
Barreiro e
Lavradio
Santo
António da
Charneca
Palhais e
Coina
Alto do
Seixalinho,
Santo André
e Verderena
m2
0
200
400
600
800
N.º
Dimensão da Parcela (m2)
Talhões (N.º)
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 71
Maior diminuição da SAU comparativamente ao contexto regional e nacional
Numa década (1999-2009), cerca de 1/4 das
explorações agrícolas nacionais encerraram
atividade.
Comparativamente às restantes unidades ter-
ritoriais em causa, no Barreiro, concelho ur-
bano por excelência, a atividade agrícola de-
tém uma importância muito reduzida, continu-
ando a perder relevância económica.
Com apenas 33 explorações recenseadas em
2009, na última década o concelho perdeu
cerca de uma centena de explorações.
[Variação da superfície das explorações, INE]
-60,3%
4,5%
-4,6%-2,4%
-29,7%
-7,1%-8,8%-9,2%
-80
-60
-40
-20
0
20
Portugal Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
%
1989/1999 1999/2009
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
72 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Maior aproveitamento agrícola das explorações
A SAU média por exploração no concelho do
Barreiro é de 5 ha, existindo discrepâncias à es-
cala da freguesia.
Santo André e Palhais surgem com uma maior di-
mensão da SAU, em contraponto a Santo Antó-
nio da Charneca, onde uma maior variedade no
dimensionamento das explorações tem como
consequência a redução do valor médio.
Em todas as freguesias, a SAU média aumentou na
última década, em parte como resultado da in-
corporação de pequenas explorações nas de
maior dimensão.
[Superfície agrícola utilizada média por exploração, por freguesia,
1989,1999 e 2009, INE-RGA]
Principais indicadores laborais revelam uma menor importância do emprego agrícola
Em relação direta com a reduzida dimensão mé-
dia das explorações, o tempo de trabalho por
exploração é bastante mais reduzido no Barreiro
(todas as explorações estão abaixo dos 50ha).
A Unidade de Trabalho Ano (UTA) é inferior aos
valores nacional, metropolitano e da Península
de Setúbal.
Por oposição, e por questões de eficiência, o
tempo de trabalho necessário para explorar 100
ha de SAU é inversamente proporcional à dimen-
são da exploração, sendo necessárias 22 UTA,
valor que revela uma melhoria relativamente a
1999.
[UTA média por exploração, 1989/2009, INE-RGA]
2,5ha
2,5ha
5,9ha
4,6ha
0ha
1,7ha
5,9ha
4,8ha
0ha
2,3ha
0ha
1,7ha
16,2ha
11,0ha
8,8ha
8,3ha
3,7ha
2,4ha
Santo André
Palhais
Lavradio
Coina
Barreiro
Santo
António da
Charneca
1989 1999 2009
1,4
0,6
1,21,1
1,4
1,5 1,5
1,4
0
1
2
Portugal Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
UTA*
1989 2009
*1 UTA = 240 dias de trabalho a 8 horas por dia
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 73
Ressurgimento da atividade piscatória, sobretudo de caráter lúdico
Recentemente, as antigas docas e cais (ex. doca
da CP, cais da praia Barra-a-Barra) assistem ao
regresso da atividade piscatória, por razões lú-
dicas/desportivas, mas também por força das si-
tuações de carência económica das famílias.
O rio menos poluído, resultado de investimentos
de natureza ambiental (ETAR), tornou-se mais
apelativo, observando-se o renascimento da
pesca como atividade económica, mas também
lúdica.
No que respeita à pesca lúdica, o Barreiro in-
sere-se na área de jurisdição da Capitania do
Porto de Lisboa. Na zona do Barreiro, além dos
pescadores diretamente licenciados para essa
capitania, pescam os licenciados pelas áreas de
jurisdição das capitanias de Cascais e Setúbal.
A Delegação Marítima no Barreiro da Autori-
dade Marítima Nacional tem registo de 18 em-
barcações de pesca profissional de proprietá-
rios residentes no concelho.
[Licenças locais para pesca lúdica, nas áreas de jurisdição de Cascais, Lis-
boa e Setúbal, em 2013 (N.º), DGRM]
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
74 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Inserção concelhia numa zona de suscetibilidade sísmica elevada
A distribuição espacial das suscetibilidades sís-
micas revela que a AML se enquadra na zona
de elevada suscetibilidade ao risco sísmico.
A totalidade do concelho enquadra-se na
zona de suscetibilidade sísmica elevada à se-
melhança da quase totalidade da AML. A gra-
vidade de uma ocorrência sísmica é potenci-
ada devido à forte concentração populacio-
nal, de infraestruturas e de atividades econó-
micas.
Este cenário reforça a importância do equilí-
brio do modelo territorial no sentido de serem
minimizadas as consequências resultantes da
ocorrência de um episódio sísmico.
[Suscetibilidade sísmica na AML, PROT AML, 2010]
Identificam-se dois tipos de suscetibilidade de inundação por cheias (rápidas e progressivas)
Face à sua localização ribeirinha o risco de
cheia constitui uma das maiores vulnerabilida-
des do concelho do Barreiro. Estes são fenó-
menos naturais extremos e temporários, ten-
dencialmente provocados por chuvas intensas,
gerando um aumento significativo dos caudais
dos cursos de água.
No caso das cheias rápidas, fenómenos que
geralmente afetam pequenas bacias hidrográ-
ficas de reduzido tempo de concentração, a
zona de maior suscetibilidade verifica-se no
setor sul do concelho, na bacia do Rio Coina.
Releve-se a inexistência de histórico de cheias
no Barreiro (nem rápidas nem progressivas).
Os episódios de alagamento que pontualmente
se verificam nalguns locais dizem respeito ao
deficiente dimensionamento de algumas infra-
estruturas de drenagem que, em situação de
chuvas fortes e longas, coincidentes com maré
alta, provocam o transbordo, nomeadamente
no lado norte do município (mais urbano) que
confronta diretamente com o rio (frente ribei-
rinha mais exposta).
[Suscetibilidade de inundação por cheia na AML, PROT AML, 2010]
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 75
Elevada suscetibilidade à contaminação dos aquíferos
Grande parte do território da Península de Se-
túbal encontra-se sobre o maior e mais impor-
tante sistema aquífero português, o sistema
aquífero da Bacia do Tejo-Sado/Margem Es-
querda que integra 53% das reservas de águas
subterrâneas extraíveis em Portugal Continen-
tal.
As principais ameaças à contaminação deste
sistema são a deposição de resíduos industriais
sólidos e líquidos, bem como os impactes de-
correntes das atividades agropecuárias, indus-
trial e doméstica.
No Barreiro, à semelhança de grande parte do
território que compõe a Península de Setúbal,
a suscetibilidade de contaminação dos aquífe-
ros é elevada. Este risco, pelas suas implica-
ções ambientais dificilmente reversíveis, deve
ser observado numa perspetiva preventiva e
de valorização e proteção territorial.
[Suscetibilidade à contaminação de aquíferos na AML, PROT AML, 2010]
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
76 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Conjugação de perigos tecnológicos particularmente acentuada
A AML apresenta um assinalável potencial de
ocorrência de acidentes industriais, envol-
vendo substâncias perigosas. Este risco está
fortemente associado ao funcionamento de in-
dústrias, o que é particularmente relevante no
caso da AML, uma vez que apresenta a maior
concentração de estabelecimentos industriais
com potencial para despoletar este tipo de
acidentes, à escala nacional.
No contexto concelhio, o Barreiro integra os
concelhos da AML em situação de maior risco.
Isto deve-se à presença de 3 estabelecimentos
industriais perigosos a Norte do concelho, no-
meadamente no Parque Empresarial Baía do
Tejo, e pelo atravessamento de um gasoduto
no setor sul do concelho.
Apesar deste risco se apresentar bastante lo-
calizado não deve ser desconsiderado, uma
vez que, em caso de ocorrência, pode ter for-
tes consequências na estrutura económica lo-
cal.
[Perigos tecnológicos na AML, PROT AML, 2010]
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 77
Quebra acentuada do consumo de energia pela indústria e forte acréscimo no setor público
O consumo global de energia no Barreiro sofreu
uma forte quebra, em linha com a diminuição da
atividade industrial e dos estabelecimentos e em-
presas instalados.
O consumo destina-se atualmente, na sua maior
parte, ao uso doméstico. A importância do uso
“não-doméstico”, com uma quota de 26% no con-
sumo total, em 2012, revela a forte terciarização
do tecido empresarial.
O setor público (iluminação de vias e edifícios pú-
blicos) obteve o segundo maior incremento no
consumo (1994/2012), atingindo uma quota de
11%, em 2012, e revelando a importância da Ad-
ministração Pública no concelho.
O declínio das atividades industriais evidencia-se
no forte recuo do seu contributo para o consumo
energético, reduzindo-se de 65% para cerca de
30%, entre 1994 e 2012.
[Consumo de energia elétrica no Barreiro; INE]
Tendência recente para a estabilização do n.º de consumidores e do consumo de eletricidade
Em 2011, os 47.309 consumidores instalados no
concelho do Barreiro consumiram um total de
250.357kWh de energia.
A média de consumo por cliente baixou significa-
tivamente, sendo em 2011 de 5.291,9KWh, en-
quanto dez anos antes atingiu os 9.880,8 kWh.
A redução do tecido industrial e uma maior efici-
ência energética nas empresas e administração
pública, aliada a uma maior sensibilização e mu-
dança comportamental da sociedade para a im-
portância de diminuir os consumos energéticos,
podem justificar esta redução.
[Consumidores e consumo médio de energia elétrica, INE]
44.000
45.500
47.000
48.500
201120092007200520032001
N.º
0
3.000
6.000
9.000
12.000
kWh/cons
Consumidores (n.º) kWh/Consumidor
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
78 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Capitação do consumo de energia residencial com decréscimo acentuado
A quebra acentuada verificada no consumo glo-
bal de energia elétrica resultou, em parte, da re-
dução do consumo energético residencial.
O consumo de energia elétrica por habitante era
de 6.225,0 kWh/hab, em 2004, e de 3.388,8 em
2011 (menos 2.836 kWh/hab). Apesar da diminui-
ção da população residente (com contributo re-
levante para esta evolução), este indicador tem
vindo a reduzir-se significativamente, sobretudo
em resultado da diminuição do consumo e dos
consumidores industriais. O consumo de energia
elétrica por consumidor era de 10.486,6
kWh/cons, em 2004, e em 2011 de apenas 5.560,8
kWh/cons.(menos 4.925,8 kWh/cons).
[Indicadores de consumo de energia elétrica, INE]
Tendência mais acentuada, no contexto regional e nacional, de declínio do consumo de energia elétrica da ati-
vidade industrial
A terciarização da economia, aliada à redução
das grandes indústrias transformadoras (com pro-
cessos de produção exigentes em termos energé-
ticos) e a uma maior eficiência energética, gerou
um decréscimo generalizado do consumo de ener-
gia pela indústria.
Em 2001, o Barreiro destaca-se pela maior impor-
tância da atividade industrial (67% do consumo de
energia respeita a consumidores industriais, a mé-
dia nacional ficava-se nos 41,4%).
Comparando com a média regional e nacional, o
declínio foi bastante mais acentuado no Barreiro,
reduzindo-se a menos de metade num curto perí-
odo temporal (2001-2011), comportamento díspar
ao da Península de Setúbal que permaneceu inal-
terado nestes 10 anos.
[Consumo energia elétrica pelos consumidores industriais, INE]
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
700.000
20112010200920082007200620052004
kWh/cons.
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
kWh/hab
kWh/ cons.
kWh/ hab.
32,5%
67,0%
51,9%
41,4%
29,5%
36,0%
51,9%
30,3%
20
40
60
80
Portugal Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
%
2001 2011
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 79
Grande diversidade dos sistemas de paisagem da Estrutura Ecológica Municipal
-A EEM integra o Estuário do Tejo, o
Sapal de Coina, a Várzea de Coina, a
Frente Ribeirinha, Áreas Verdes der
Proteção e de Enquadramento, Parques
e jardins Urbanos, Espaço Agrícola, Es-
paço Florestal e Corredores de Cone-
tividade.
Os seus espaços são potencialmente
estruturadores de funções e atrativos
para o desenvolvimento de novas ativi-
dades.
Como exemplo, a frente ribeirinha, ali-
ada ao estuário do Tejo, pode assumir-
se como espaço-motriz para a qualifi-
cação do território e atração e fixação
de novas funções e atividades, um es-
paço de excelência, potenciador de
novas procuras e de fruição pelos bar-
reirenses.
[Esquema conceptual da EEM - Rev. PDM Barreiro, 2011]
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
80 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Existência da Reserva Natural Local do Sapal do rio Coina e Mata da Machada
Com uma área de 800 hectares, a Reserva Na-
tural Local do Sapal do Rio Coina e Mata da
Machada foi criada em outubro de 2012, nos
termos do artigo 15º do Decreto-Lei nº
142/2008, de 24 de Julho, com os seguintes
objetivos: a) A conservação da natureza e da
biodiversidade e a valorização do património
natural e paisagístico como pressupostos de um
desenvolvimento sustentável; b) A promoção
das atividades de educação ambiental como
pressuposto de uma relação mais harmoniosa
entre o homem e o ambiente; c) A promoção
da investigação científica indispensável ao co-
nhecimento dos valores naturais em presença,
numa perspetiva de educação ambiental; d) A
criação de áreas de recreio ao nível local,
promovendo o repouso e atividades ao ar li-
vre, em equilíbrio com os valores naturais sal-
vaguardados.
A Mata Nacional da Machada (MNMC) e o
Sapal do Rio Coina constituem emblemas con-
celhios, devido ao seu grande valor ecológico,
histórico, social e paisagístico.
[Reserva Natural Local do Sapal do Rio Coina e Mata da Machada,
Regulamento da RNL, 2012]
A Mata da Machada é um local privilegiado para atividades de desporto, recreio e lazer
A Mata Nacional da Machada é constituída pelo
Pinhal de Vale do Zebro e pela Quinta da Ma-
chada. A superfície arborizada corresponde a
124ha, sendo que o pinheiro bravo em associação
com o pinheiro manso é a espécie principal (30%
desta área), seguidos do sobreiro e do eucalipto.
É constituída por património fundiário perten-
cente ao domínio privado do Estado, sujeita ao
Regime Florestal Total por força dos Decretos
dos anos de 1901 e 1903. Administrada pelo do
Instituto de Conservação da Natureza e Florestas
(ICNF), possui uma área total de 387 ha, sendo
que o Plano de Gestão Florestal correspondente
incide em 237 ha. Os restantes 150 ha respeitam
ao centro de comunicações da NATO e à sua
mancha envolvente.
Esta Mata periurbana está dotada de parques de
merendas, fontanários, percursos pedestres e de
BTT (circuitos de manutenção), uma estação ar-
queológica e um Centro de Educação Ambiental,
criado em 2005, com o intuito de valorizar, do
ponto de vista ecológico, a Mata e o Sapal.
[Circuitos da Mata da Machada, CMB, 2015]
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 81
Sapal do Rio Coina, uma zona húmida que constitui um ecossistema altamente produtivo
O Sapal do Rio Coina é uma zona húmida li-
gada ao corredor da REM do PROT no con-
texto de continuidade regional, que constitui
um ecossistema altamente produtivo, assu-
mindo uma enorme importância como zona de
alimento e nidificação para a avifauna e con-
tribuindo para a conservação da biodiversi-
dade.
Localiza-se entre as Reservas Naturais do Es-
tuário do Tejo e do Estuário do Sado, colo-
cando-se desta forma na rota de várias aves
migratórias. Aqui é possível encontrar aves
de rapina como a águia-pesqueira e a águia-
sapeira, observando-se com frequência espé-
cies limícolas alimentando-se nas águas lodo-
sas, como o maçarico-real e o flamingo, mas
também o colhereiro, o perna-verde, o maça-
rico-das-rochas e o pilrito-de-bico-com-
prido.
Os sapais prestam vários serviços de ecossis-
temas, incluindo a depuração de águas resi-
duais e escorrências superficiais e a proteção
contra as marés.
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
82 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Estrutura Ecológica Municipal com maior expressão no centro do concelho
A proposta de EEM Fundamental abrange uma
área de 1.238,38 ha e 777 ha, com e sem a com-
ponente rio, respetivamente. Por sua vez, a
EEM Complementar proposta ocupa uma área
de 513,21ha.
A EEM inclui os seguintes sistemas de paisagem:
Estuário do Tejo, Sapal de Coina, Várzea de
Coina, Frente Ribeirinha, Áreas Verdes der
Proteção e de Enquadramento, Parques e jar-
dins Urbanos, Espaço Agrícola, Espaço Flores-
tal e Corredores de Conetividade, onde deve
ser promovida e/ou reforçada a arborização.
[Proposta da Estrutura Ecológica Municipal, Rev. do PDM do
Barreiro]
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 83
Principais infraestruturas de acessibilidades conferem uma boa integração territorial
O Barreiro dispõe de boas acessibilidades fer-
roviárias, rodoviárias e fluviais. Com uma esta-
ção no concelho (Coina), a ligação ferroviária
entre Lisboa (Roma-Areeiro), e Setúbal, efetu-
ada através da Linha do Sul/Eixo Ferroviário
Norte-Sul e mediante o atravessamento da
Ponte 25 de Abril, confere a Coina uma grande
centralidade. A linha do Alentejo estabelece a
ligação entre as estações do Barreiro (termi-
nal Rodo-Ferro-fluvial, Barreiro A e Lavradio)
e Évora, permitindo ainda a ligação a Beja. A
articulação estabelecida na Estação do Bar-
reiro com o atravessamento fluvial nas liga-
ções a Lisboa (Est. Sul e Sueste/T. Paço) confe-
riu a esta ferrovia um papel fundamental nas li-
gações entre as duas margens do Tejo, e uma
importância vital nas ligações nacionais e regi-
onais ao Sul do País. As principais ligações ro-
doviárias que servem o Barreiro são o IP7, IC21
e o IC32. Subsistem algumas dificuldades nas li-
gações intermunicipais com o Seixal.
A ligação fluvial a Lisboa-Terreiro do Paço é
assegurada por Catamarã em 20 minutos, com
interface ao Metro de Lisboa. O modo fluvial
continua a assumir uma elevada competitivi-
dade nas deslocações pendulares (procura es-
timada de cerca de 6,13 milhões de passagei-
ros, em 2012).
[Principais acessibilidades ao concelho do Barreiro, elaboração pró-
pria]
Melhorias significativas das acessibilidades rodoviárias
A densidade da rede rodoviária é bastante
elevada, com especial relevância para as vias
não classificadas. Destacam-se o IP7, princi-
pal acesso ao exterior; o IC21, a "via rápida
do Barreiro" e eixo estruturante fundamental
da rede concelhia, que permite o acesso local
ao IP7; o IC32 - CRIPS, que permite a ligação
às regiões Norte e Centro através da “Ponte
Vasco da Gama”; a EN10, que servem direta-
mente o Sueste do território, na freguesia de
Coina; as antigas EN10-3, que desempenha
funções relevantes no âmbito das desloca-
ções internas e da estrutura da rede concelhia
e EN11-1 e EN11-2 (desclassificadas no PRN)
que servem as acessibilidades intermunicipais
ao concelho da Moita.
[Densidade da rede viária no concelho do Barreiro em 2013 (km/km²),
CMB]
0,0km/km^2
0,1km/km^2
0,2km/km^2
0,3km/km^2
0,3km/km^2
0,6km/km^2
6,7km/km^2
Itinerário Principal (IP)
Estrada Nacional (EN)
Estrada Nacional Desclassificada
(ant. EN)
Estrada Municipal (EM)
Caminho Municipal (CM)
Itinerário Complementar (IC)
Vias Não Classificadas
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
84 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Rede de percursos cicláveis ainda com reduzida expressão territorial
Existem atualmente oito percursos cicláveis,
com uma extensão total de 5,2 km: a pista ci-
clável da Quinta do Machinho – Quinta da
Lomba (530 m); a pista ciclável da Avenida da
Liberdade (1.130 m); a pista ciclável do Pas-
seio Augusto Cabrita (730 m); a pista ciclável
da Rua Ferreira de Castro (320 m); a pista ci-
clável da Rua do Clube Naval Barreirense
(420 m); as pistas cicláveis da Rua 6 – Cidade
Sol (280 m); as vias banalizadas da Av. Bento
Gonçalves (900 m); as vias banalizadas da
Rua Miguel Pais (870 m).
Os percursos cicláveis localizam-se nos cen-
tros urbanos, mas também nas marginais ribei-
rinhas dos rios Coina e Tejo.
Estas infraestruturas cicláveis, cuja implemen-
tação resultou da realização de operações
de requalificação de espaços públicos, têm
uma utilização sobretudo lúdica e recreativa
e apresentam uma grande descontinuidade
entre si, o que inibe o aproveitamento das
vantagens inerentes a este modo de trans-
porte, tornando-se evidente a necessidade
de planear uma rede de percursos cicláveis
coerente, contínua e funcional.
Na Rede Ciclável do Barreiro, aprovada em
2015, está planeada a concretização de uma
Encontra-se a ser desenvolvido um projeto de
planeamento da rede ciclável do Barreiro,
que visa desenvolver uma rede de percursos
cicláveis coerente, contínua e funcional para
todo o município, constituída por 87 troços ci-
cláveis (com 65,7 km de extensão global li-
near) e 62 locais de estacionamento para bi-
cicletas, a qual visa promover a integração
da bicicleta no sistema de deslocações urba-
nas.
No quadro metropolitano, o município apre-
senta uma densidade de percursos cicláveis
mais elevada.
[Densidade da rede de percursos cicláveis em 2015 (km/km²),
extraído de www.ciclovia.pt e da Rede Ciclável do Barreiro]
0,070,030,05
0,0
0,2
0,4
Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
km/km2
2014
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 85
Crescimento significativo do automóvel como meio de transporte nos movimentos pendulares
Em 2011, o meio de transporte mais utilizado pelos
barreirenses nos movimentos pendulares foi o au-
tomóvel. A utilização deste meio de transporte so-
freu um forte incremento na primeira década do
século XXI tendo a sua utilização aumentado
cerca de 5 pontos percentuais.
A utilização do autocarro, neste mesmo período,
sofreu uma forte redução, passando de primeiro
meio de transporte para quarto, sendo utilizado
em 2011 por 15% dos residentes nos seus movimen-
tos pendulares.
Releve-se, porém, que mais de metade movimentos
pendulares diários (52%) do Barreiro eram reali-
zados com recurso a modos de transporte mais
sustentáveis (transportes coletivos e a pé).
O transporte fluvial assumia em 2011 uma grande
importância nas ligações a Lisboa (60% da deslo-
cações para a cidade), nomeadamente para os
residentes no setor norte do concelho. Entre 2001
e 2011, a representatividade da utilização deste
modo de deslocação sofreu um acréscimo, pas-
sando 14,3% para 16,1%.
A proporção da população residente empregada
ou estudante cuja duração média dos movimentos
pendulares era, em 2011, inferior a 31 minutos re-
presenta 63,2% no Barreiro (83,4%, em Portugal).
[Meios de transporte utilizados nas deslocações trabalho/es-
tudo da população residente (mov. de saída + mov. intracon-
celhios) entre 2001 e 2011 (%), INE]
Forte diminuição na venda de veículos novos, contrapondo com um aumento do consumo de combustível automóvel
A crise económica financeira teve igualmente re-
flexos nas vendas de veículos automóveis no Bar-
reiro, tendo registado uma quebra acentuada
nos últimos anos.
O envelhecimento do parque automóvel teve im-
pactes negativos no ambiente, concretamente
nas emissões de GEE, uma vez que os veículos au-
tomóveis são uma das principais fontes de emis-
são de dióxido de carbono (CO2).
O consumo de combustível automóvel por habi-
tante sofreu um ligeiro aumento, em linha com o
aumento da sua utilização enquanto meio de
transporte preferencial nas deslocações pendu-
lares.
[Veículos novos vendidos e consumo de combustível automó-
vel no Barreiro entre 2007 e 2012, INE]
0,2%
25,9%
5,2%
25,5%
3,8%
1,1% 2,4% 0,8%
14,3%
21,1%
15,0%
11,9%
30,2%
2,7%
1,1%2,7%
0,6%
0,2%
16,1%19,4%
0
10
20
30
40
A p
é
Aut
om
ove
l (co
ndut
or)
Aut
om
ove
l (pass
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)
Aut
oca
rro
Trans
port
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sa/esc
ola
)
Metr
opolit
ano
Com
boio
Moto
cicl
o/Bic
icle
ta
Barc
o
Out
ro
%
2001 2011
0
0,5
1
2007 2009 2012
tep/hab.*
0
10
20
30
N.º
Veículos novos vendidos por 1000
habitantes (N.º) Consumo de combustível automóvel por
habitante (tep/ hab.)
*Tonelada equivalente de petróleo/ Habitante
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
86 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Diminuição dos passageiros transportados pelos Serviços Municipalizados de Transportes Coletivos do Barreiro
O transporte público de passageiros urbanos no
Barreiro é assegurado pelos Serviços Municipaliza-
dos de Transportes Coletivos do Barreiro (TCB),
que transportaram, em 2013, cerca de 9 milhões de
passageiros. Nos últimos 3 anos verificou-se uma di-
minuição de 24,6% no volume de passageiros trans-
portados, em resultado do aumento da utilização
do transporte individual,
Os 68 veículos urbanos que compõem a frota asse-
guram a total cobertura territorial, numa rede com-
posta por 18 linhas. O acesso à rede fica sempre a
uma distância inferior a 500 m. de qualquer aglome-
rado populacional concelhio.
O Barreiro é também servido pelo operador TST,
que realiza ligações interurbanas, beneficiando
principalmente o Lavradio e o terminal fluvial.
[Evolução dos passageiros transportados pelos TCB entre 2010 e
2013 (N.º), CMB]
Maior importância do automóvel nas deslocações, embora abaixo dos valores regional e nacional
Nos últimos dez anos, a utilização do automóvel nas
deslocações pendulares conheceu um incremento
generalizado em termos nacionais e regionais. A
melhoria considerável das infraestruturas rodoviá-
rias foi um dos principais motivos associados a esse
acréscimo.
Por outro lado, a utilização dos transportes coleti-
vos diminuiu significativamente a sua importância
face ao transporte individual. Em 2011, o transporte
individual em automóvel ligeiro sustentava mais de
40% dos movimentos pendulares no Barreiro.
Ainda assim, o Barreiro é o concelho de Portugal em
que há maior percentagem de movimentos pendula-
res realizados em transportes públicos e o segundo
concelho que menos depende do automóvel.
Comparativamente as restantes realidades (Penín-
sula de Setúbal, AML, média nacional), a importân-
cia da utilização do automóvel no Barreiro é menor
(42,2%, em 2011, face aos 61,6%, de Portugal), de-
vido em muito à relevância de outros meios de trans-
porte, como o barco e o autocarro, com um peso de
16% e 15%, respetivamente, no total dos meios de
transportes utilizados nos movimentos pendulares.
[Utilização do automóvel nos movimentos pendulares entre 2004 e
2012 (tep./hab.), INE]
9.915.243 9.135.415
11.732.18212.108.228
2010 2011 2012 2013
0,7
0,6
0,40,4
0,5
0,60,7
0,5
0,0
0,5
1,0
Portugal Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Seúbal
Barreiro
tep./hab.
2004 2012
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 87
2.6. DESENVOLVIMENTO CULTURAL
2.6.1. DRIVERS DO DESENVOLVIMENTO CULTURAL DO BARREIRO
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
88 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
2.6.2 ANÁLISE SÍNTESE DO DESENVOLVIMENTO CULTURAL DO BARREIRO
O concelho do Barreiro apresenta um número relativamente reduzido de imóveis patrimoniais classificados
Ao nível patrimonial existem no Barreiro, de
acordo com a Direção Geral do Património Cul-
tural, sete imóveis que constituem património
classificado.
Dos elementos que compõem o património imóvel
destaca-se o Pórtico da antiga Igreja de Palhais
classificado como Monumento Nacional, o único
do concelho.
Entre os restantes elementos do património clas-
sificado, identifica-se um Imóvel de Interesse Pú-
blico (a Real Fábrica de Vidros de Coina), quatro
imóveis de Interesse Municipal (Convento da Ma-
dre de Deus da Verderena, Portal Manuelino da
Ermida de São Sebastião, Edifício dos Paços do
Concelho do Barreiro e Igreja da Misericórdia
do Barreiro) e um Monumento de Interesse Pú-
blico (Igreja de Santa Maria, adro envolvente e
antigo edifício dos serviços paroquiais).
[Património Imóvel Classificado no Barreiro, por tipologias, 2013
(N.º), DGPC]
Destaque arqueológico para os moinhos de maré e para os vestígios do legado industrial
Em termos arqueológicos, de acordo com a Dire-
ção Geral do Património Cultural, existem um to-
tal de 21 sítios de interesse no concelho do Bar-
reiro.
Estes sítios arqueológicos repartem-se segundo
dez tipos de sítios arqueológicos, entre os quais
se destacam os moinhos de maré. Esta situação re-
flete a importância ribeirinha na edificação de en-
genhos moageiros (hidráulicos e eólicos), entre
os séculos XV e XIX.
Neste contexto, assumem também relevância o
complexo industrial (vestígios da importante Real
Fábrica de Vidros Cristalinos de Coina mandada
edificar em 1719 por D. João V).
[Sítios Arqueológicos no Barreiro, por tipologias, 2013 (N.º),
DGPC]
1
1
1
4
Monumento Nacional
Imóvel de Interesse
Público
Monumento de Interesse
Público
Interesse Municipal
1
1
1
1
1
1
1
1
2
10
Cidade
Canhão
Cais
Estaleiro Naval
Complexo Industrial
Olaria
Forno
Casco
Achado(s) Isolado(s)
Moinho de maré
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 89
Oferta de equipamentos culturais é diversificada, mas sem atratividade regional
Atualmente, o Barreiro dispõe de 49 equipamen-
tos culturais, 12 dos quais com gestão municipal.
Destacam-se pela maior representatividade as
valências: salas polivalentes (31); as salas de ex-
posição (8) e os auditórios (7).
Existe uma lacuna no domínio das artes visuais,
não existindo, para além da Galeria Municipal,
nenhum outro espaço com as condições necessá-
rias para acolher exposições de grandes dimen-
sões no centro da cidade.
As artes performativas são as que oferecem maior
resposta à procura existente
A oferta de museus e património é extensa, em-
bora não existam equipamentos com maior atrati-
vidade de escala regional.
[Equipamentos culturais no Barreiro, em 2013 (N.º), Carta Cultural
do Barreiro
Ligeiro crescimento da procura de espetáculos ao vivo no concelho
A procura de espetáculos ao vivo no concelho do
Barreiro apresentava valores relativamente bai-
xos, especialmente se comparados numa perspe-
tiva regional.
Ainda assim, a ténue procura de espetáculos ao
vivo observada em 2012 (0,4 espectadores de es-
petáculos por habitante), sofreu um ligeiro au-
mento face ao valor registado em 2005 (0,2).
Em 2012, o Barreiro encontrava-se em linha com a
procura registada na Península de Setúbal (0,4),
porém inferior à observada à escala da AML (1,1).
A procura registada nesta unidade territorial é su-
perior à que se regista a nível nacional (0,8).
[Espectadores de espetáculos ao vivo por habitante, em 2005 e 2012
(N.º), INE]
Título do gráfico
1
4
4
4
4
5
7
8
8
31
1Anfiteatro
Espaço museológico
Salas de Cinema
Salas de Teatro
Salas de Espetáculo
Museus
Bibliotecas
Auditório
Património
Salas de Exposição
Salas Polivalentes
0,9
1,3
0,7
0,2
0,8
1,1
0,4 0,4
0
1
2
Portugal Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
N.º
2005 2012
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
90 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Oferta de equipamentos culturais é diversificada, mas sem atratividade regional
Atualmente, o Barreiro dispõe de 49 equipamen-
tos culturais, 12 dos quais com gestão municipal.
Destacam-se pela maior representatividade as
valências: salas polivalentes (31); as salas de ex-
posição (8) e os auditórios (7).
Existe uma lacuna no domínio das artes visuais,
não existindo, para além da Galeria Municipal,
nenhum outro espaço com as condições necessá-
rias para acolher exposições de grandes dimen-
sões no centro da cidade.
As artes performativas são as que oferecem maior
resposta à procura existente
A oferta de museus e património é extensa, em-
bora não existam equipamentos com maior atrati-
vidade de escala regional.
[Equipamentos culturais no Barreiro, em 2013 (N.º), Carta Cultural
do Barreiro
Ligeiro crescimento da procura de espetáculos ao vivo no concelho
A procura de espetáculos ao vivo no concelho do
Barreiro apresentava valores relativamente bai-
xos, especialmente se comparados numa perspe-
tiva regional.
Ainda assim, a ténue procura de espetáculos ao
vivo observada em 2012 (0,4 espectadores de es-
petáculos por habitante), sofreu um ligeiro au-
mento face ao valor registado em 2005 (0,2).
Em 2012, o Barreiro encontrava-se em linha com a
procura registada na Península de Setúbal (0,4),
porém inferior à observada à escala da AML (1,1).
A procura registada nesta unidade territorial é su-
perior à que se regista a nível nacional (0,8).
[Espectadores de espetáculos ao vivo por habitante, em 2005 e 2012
(N.º), INE]
Título do gráfico
1
4
4
4
4
5
7
8
8
31
1Anfiteatro
Espaço museológico
Salas de Cinema
Salas de Teatro
Salas de Espetáculo
Museus
Bibliotecas
Auditório
Património
Salas de Exposição
Salas Polivalentes
0,9
1,3
0,7
0,2
0,8
1,1
0,4 0,4
0
1
2
Portugal Área
Metropolitana
de Lisboa
Península de
Setúbal
Barreiro
N.º
2005 2012
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 91
Oferta cultural diversificada por parte de produtores culturais com diferentes origens e escalas de atuação
A produção cultural apresenta uma ampla diversi-
dade de conteúdos, suportada no trabalho dos inú-
meros agentes culturais locais, mas contando, tam-
bém, com o trabalho de produtores de âmbito na-
cional/internacional. Em 2014, o município traba-
lhou com cerca de 50 produtores.
Enquanto principais produtores locais merecem re-
levo: Teatro de Ensaio do Barreiro; Arte Viva –
Companhia de Teatro do Barreiro; Teatro Ensaio
da Sociedade Filarmónica Lavradiense; Projéctor;
Colectivo Vigilâmbulo Caolho; Escola de Dança
“Os Franceses”; Effetive Crew; Companhia de
Dança Marina Popova; Estrofes em sonetos; Dance
Up Ballet; Russkii klub.
Entre os produtores nacionais destacam-se: Vo-
arte; A menina dos Meus Olhos; Passos e Compas-
sos; Teatro Fórum de Moura; Companhia Teatral
Musical; Peripécia Teatro; Zero em comporta-
mento; Circulando; Lemon; Companhia de Dança
Olga Roriz; Sola do sapato; UAU.
[Frequência anual de novas produções dos principais produto-
res/agentes culturais com atuação no município, (n.º), CM Bar-
reiro]
1
1
1
1
1
1
1
2
3
3
3
3
3
4
4
4
0 1 2 3 4 5
Banda da URCD de Coina
Coro da UTIB
Projéctor - Grupo de Teatro
Teatro de Ensaio do Barreiro
Vigilâmbulo Caolho
OUT.RA - Associação Cultural
Hey! Pachuco
Camerata Musical do Barreiro
Arteviva - Comp. de Teatro do
Barreiro
Estrofes em Sonetos
Dance up ballet
Comp. de Dança Maria Popova
TESFAL
Coral TAB
Banda Municipal do Barreiro
Escola de Jazz do Barreiro
N.º
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
92 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Oferta cultural regular de espetáculos concorre para uma fruição cultural constante
Anualmente, são apresentados shows e espetácu-
los de fim de ano letivo pelas companhias e escolas
do concelho, nomeadamente pela Arte Viva- Com-
panhia de Teatro do Barreiro, Estrofe em Sonetos,
Escola de dança “Os Franceses”, Dance Up Ballete
Companhia de Dança Marina Popova.
Com incidência no concelho, são realizados outros
espetáculos com frequência anual, tais como: Ma-
ratona da Dança, Maratona do Teatro, Maratona
da Música, Concerto Pedagógico da PSP, espetá-
culos de âmbito do Serviço Educativo – para pú-
blico escolar-, no Mês do Teatro e da Música, Con-
certo de Natal e Concerto de Ano Novo.
[Espetáculos de fim de ano letivo das companhias e escolas do
concelho, (n.º), CM Barreiro]
1
1
1
20
0 5 10 15 20 25
Estrofes em Soneto
Dance up Ballet
Companhia de Dança Marina
Popova
Arteviva - Companhia de Teatro
do Barreiro
N.º
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 93
Agenda cultural municipal com eventos regulares com grande adesão da população
O município possui uma programação cultural rele-
vante, organizando eventos regulares que procuram
compatibilizar diversas sensibilidades e gostos cultu-
rais multigeracionais.
Nos três últimos anos (2011-2014) destacam-se o:
Mês da Dança, Mês do Teatro, Mês da Música,
Palmo e Meio, Festas do Barreiro, Dia da Poesia,
Festa da Marioneta, iniciativa Espaços Vivos, Dia da
Cidade.
O Município do Barreiro é responsável pela progra-
mação do Auditório Municipal Augusto Cabrita, do
Auditório da Biblioteca Municipal, da Capela do
Convento da Madre de Deus da Verderena, do Es-
paço Memória e outros espaços não convencionais
(parques, praças, escolas, mercados entre outros es-
paços públicos do concelho), numa política de des-
centralização cultural. É ainda associado do projeto
de cooperação cultural Artemrede.
[Participantes nos principais eventos municipais, 2015 (N.º), CM Bar-
reiro].
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
94 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Existência de um vasto número de coletividades com atividade e finalidades diversas
Atualmente o concelho do Barreiro dispõe de
mais de centena e meia de coletividades, o que
reflete a forte dinâmica do associativismo local.
A maioria das coletividades em funcionamento
foi fundada nos últimos 25 anos, evidenciando a
grande dinâmica verificada na sociedade civil
após o 25 de Abril de 1974, que marcou uma forte
mudança na formalização e constituição de cole-
tividades, bastante limitada até então.
Entre estas distinguem-se dois tipos de associa-
ções, aquelas cuja principal finalidade é a reu-
nião e o convívio, e aquelas com valências cultu-
rais e desportivas ao serviço da comunidade
(91). Entre estas últimas, predominam as associa-
ções de natureza desportiva e cultural.
A expressão deste tecido local faz com que se
constitua como um importante parceiro para o
desenvolvimento socioeconómico local.
[Valências dos equipamentos/espaços com gestão associativa, em
2013 (%), CMB]
Repartição espacial do tecido associativo local abrange todo o concelho, mas com maior incidência a norte
A distribuição generalizada das coletividades
por todo o concelho é sintomática do associati-
vismo local enquanto forma de participação e in-
tervenção cívica.
Observa-se contudo uma maior concentração
destas coletividades a Norte, principalmente nas
freguesias mais populosas do Barreiro, Alto do
Seixalinho e Lavradio.
[Equipamentos e espaços com gestão associativa por freguesias, em
2013 (N.º), CMB]
Título do gráfico
20,9%
67,0%
22,0%Outras
Cultura
Desporto
Título do gráfico
3
6
10
12
15
16
26
3Coina
Palhais
Verderena
Santo António da Charneca
Santo André
Alto do Seixalinho
Lavradio
Barreiro
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 95
Predomínio dos recintos e salas informais e dos polidesportivos na oferta de equipamentos desportivos
O concelho apresenta uma ampla diversidade de
equipamentos/espaços com valências desportivas.
Entre estes, destacam-se, pelo seu maior número, os
espaços geridos pelo tecido associativo, seguidos
dos equipamentos de gestão municipal e de gestão
privada. Para além dos recintos/salas informais
(82), os polidesportivos/mini-campos são os mais
representativos com 53 unidades. A oferta de equi-
pamentos é diversificada, existindo tipologias mais
específicas, como as instalações de apoio náutico
ou os campos de ténis.
Os equipamentos desportivos com gestão munici-
pal/Juntas de Freguesia são 44, dez dos quais com
mais do que uma valência, distribuídos por 8 tipolo-
gias: Polidesportivos/Mini-campos (17); Piscinas
Cobertas/Descobertas (2); Pavilhões Desportivos
(1); Pequenos Campos de Jogo (1); Instalações
Apoio Náutico (1); Campos Ténis (1); Outros (13).
As duas tipologias mais representativas estão asso-
ciadas à cedência de instalações por estabeleci-
mentos de ensino básico. Na categoria “outros” in-
cluem-se os circuitos de fitness de ar livre, uma
Rampa de Skate, Pistas Cicláveis, e as valências as-
sociadas ao Parque da Cidade e Mata da Ma-
chada.
A tipologia “outros” inclui Ciclovias, Hipódromos, Picadeiros, Circuitos e Espaços de Manutenção
e/ou Fitness, Desportos Radicais, Percursos Diversos, Parede Escalada e Rampa Skate
[Equipamentos desportivos segundo o tipo, em 2013 (N.º)]
Peso das despesas municipais com desporto nas despesas correntes superior à Região e ao País
Em 2012, as despesas em jogos e desportos efetu-
adas pela CMB correspondiam a 3,4% do total de
despesas correntes da autarquia.
Apesar do sintomático protagonismo que é atri-
buído a este tipo de atividades, a proporção des-
tas despesas no conjunto das despesas correntes
camarárias é relevante quando comparado com
outras realidades.
O peso das despesas com jogos e desportos da
CMB é superior ao verificado na Península de Se-
túbal (2,6%), em Portugal (3,2%) e ainda mais ele-
vado quando comparado com o valor médio re-
gistado para a AML (1,4% no total das despesas
correntes).
[Despesas das Câmaras Municipais em jogos e desportos no total
das despesas correntes, em 2012 (%), INE]
15
1
2
2
4
6
6
9
9
10
17
20
53
82
Outros
Pistas Atletismo
Instalações Tiro c/ Armas Fogo
Instalações Tiro s/ Armas Fogo
Campos Ténis
Grandes Campos Jogos
Piscinas Cobertas/Descobertas
Pequenos Campos Jogos
Instalações Apoio Náutico
Pavilhões Desportivos
Salas Polivalentes
Ginásios
Polidesportivos/Mini-campos
Recintos/Salas Informais
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
96 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Vasta oferta desportiva por parte do tecido associativo desportivo local
Em 2015, a produção de eventos desportivos esteve
a cargo de 33 entidades, denotando uma relevante
diversidade de agentes e instituições do tecido as-
sociativo local (coletividades), com dinâmica e ati-
vidades regular de apoio e orientação para a prá-
tica desportiva.
Destacam-se, pelo maior número de iniciativas de-
senvolvidas, o Clube de Xadrez do Barreiro e o A.
C. Fidalbike, que promoveram, respetivamente, 11
eventos de xadrez e 10 eventos de BTT/ciclotu-
rismo.
[Principais entidades promotoras de eventos desportivos no Bar-
reiro, segundo o número de iniciativas promovidas, 2015, (n.º),
CM Barreiro]
Atividades desportivas com elevada adesão por parte dos munícipes
O número de utentes inscritos em modalidades des-
portivas, proporcionadas pelo tecido associativo
desportivo local, ascende a quase nove mil pes-
soas, pertencentes principalmente aos grupos etá-
rios dos 15 aos 44 anos.
As modalidades/atividades que as associações,
clubes e coletividades proporcionam à população
são variadas. No entanto, distinguem-se, pelo
maior número de utentes, o karaté, o futebol, a na-
tação, a ginástica e o basquetebol, com mais de
cinco mil inscritos (59% dos utentes). As atividades
de fitness, atletismo, gerontomotricidade, futsal e
danças têm, cada uma, acima de 200 utentes.
Releva-se, igualmente, a prática desportiva infor-
mal (caminhadas e corridas), com forte adesão da
população me espaços emblemáticos do município,
como a Mata da Machada ou a frente ribeirinha.
[Utentes inscritos nas principais modalidades desportivas, Carta
Desportiva do Barreiro, (n.º), CM Barreiro]
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 97
Agenda desportiva diversificada, apresentando uma distribuição anual regular
Ao longo do ano de 2015, realizaram-se 102 eventos
desportivos, com preponderância nos meses de pri-
mavera/verão (março a junho), que concentraram
54% dos eventos promovidos.
As principais atividades desenvolvidas abrangeram
maioritariamente o atletismo (corta-mato, circuitos
de atletismo, corridas noturnas), fins-de-semana des-
portivos (aulas e aeróbica, yoga, zumba), xadrez e
passeios de BTT/Cicloturismo, mas também os des-
portos de combate/artes marciais (Aikidô, Karaté,
Judo).
O Município do Barreiro esteve presente na organi-
zação e/ou apoio à totalidade destas atividades
desportivas, sendo um parceiro fundamental dos clu-
bes e coletividades municipais no estímulo e desen-
volvimento de práticas desportivas salutares para o
bem-estar e qualidade de vida dos barreirenses.
[Eventos desportivos, 2015 (n.º), CM Barreiro].
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
98 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
2.7. DIAGNÓSTICO PROSPETIVO SÍNTESE
2.7.1 ANÁLISE SWOT DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO DO BARREIRO
PONTOS FORTES
PONTOS FRACOS
Apetência para a instalação de atividades portuárias e
logísticas
Disponibilidade imediata de espaços de acolhimento
para investimentos estratégicos e estruturantes
Oferta educativa em todos os níveis de ensino, com des-
taque para a existência de ensino universitário
Melhoria dos níveis de qualificação da população e re-
dução da taxa de abandono escolar concelhia
População jovem com um bom nível de qualificação
Tendência para a concentração da população ativa no
setor terciário
Declínio da atividade do setor industrial, historicamente
importante no concelho
Elevada fragmentação do tecido empresarial local que
se encontra fragilizado e com baixa capacidade de in-
vestimento
Dinâmica de encerramento de empresas com impacte no
número de desempregados
Dependência da capacidade das empresas exportadoras
do concelho
Reduzida presença de empresas intensivas em conheci-
mento tecnológico Taxa de abandono escolar ainda elevada em algumas
freguesias
Diminuição acentuada no número de inscritos na Escola
Superior de Tecnologia do Barreiro
OPORTUNIDADES
AMEAÇAS
Localização geoestratégica, designadamente no posici-
onamento na AML
Importância do legado industrial e a possibilidade de re-
generação territorial para atração e fixação de novas
atividades e funções económicas
Disponibilidade da Bacia do Tejo para local de estabe-
lecimento de novas atividades e funções urbanas
Acréscimo das exportações das empresas do concelho,
especialmente no contexto da AML
Reconfiguração do sistema logístico na AML, em favor da
Península de Setúbal, beneficiando o eixo Coina-Penalva
Reaproveitamento de património industrial e ferroviário
com especificidades únicas no País e em bom estado de
preservação
Melhoria das qualificações da população, que se traduz
numa maior capacitação da mão-de-obra disponível
Relacionamento entre o tecido empresarial local e os es-
tabelecimento de ensino, públicos e privados, desde o 3º
ciclo, destacando-se a Escola Superior de Tecnologia do
Barreiro
Potencial endógeno para a atividade turística ligada ao
Estuário do Tejo, bem como ao património industrial e
ferroviário
Agravamento do contexto social e económico global,
com reflexos no aumento do desemprego
Baixo investimento das empresas do concelho em ativi-
dades de I&D
Desaproveitamento de potenciais valores culturais e am-
bientais
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 99
2.7.2. ANÁLISE SWOT DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO BARREIRO
PONTOS FORTES
PONTOS FRACOS
Densidade populacional elevada
Equipamentos desportivos do concelho de tipologia di-
versificada
Rede de cuidados de saúde composta por cuidados pri-
mários e cuidados diferenciados
Coexistência de coletividades atuantes em vários domí-
nios com distribuição homogénea pelo concelho
Presença de associações de imigrantes que promovem a
integração social destes grupos Surgimento de novos grupos de idosos funcionalmente
mais capazes Melhoria do estado de conservação do parque edifi-
cado concelhio
Decréscimo populacional ao longo das últimas décadas,
ainda que tenha estabilizado no último período intercen-
sitário
Envelhecimento populacional acentuado
Distribuição desequilibrada da população residente pe-
las várias freguesias
Estrutura etária intra concelhia bastante heterogénea
Elevada heterogeneidade dos grupos desfavorecidos
Concentração de equipamentos em algumas freguesias
Variação díspar do número de alojamentos familiares
clássicos de freguesia para freguesia
Existência de tipologias urbanas com uma matriz com-
plexa de problemáticas
OPORTUNIDADES
AMEAÇAS
Importância do associativismo e coletivismo local na es-
fera social concelhia e em vários domínios socialmente
relevantes
Aumento do número de desempregados de longa dura-
ção
Aumento do número de beneficiários do RSI
Aumento do número de pedidos de habitação social
Desequilíbrios à escala da freguesia no rácio de crianças
por creche
Instabilidade social como consequência da falta de
oportunidades e do prolongamento da crise económica Idade avançada do tecido edificado, o que pode resultar
numa deterioração acentuada do estado de conserva-
ção
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
100 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
2.7.3 ANÁLISE SWOT DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL DO BARREIRO
PONTOS FORTES
PONTOS FRACOS
Povoamento concentrado
Boa qualidade da água para utilização e consumo hu-
mano
Recuperação de espaços verdes com reflexos na melho-
ria da qualidade ambiental
Diversificado mosaico de espaços verdes urbanos com
diferentes caraterísticas ecológicas e tipológicas
Mobilidade, cobertura territorial e conjunto de ligações
proporcionadas pelos diversos modos de transporte co-
letivo, com forte tradição nos hábitos de utilização con-
celhios
Melhorias significativas das acessibilidades rodoviárias
Elevado potencial ciclável
Integração na principal ligação fluvial do sistema fluvial
metropolitano da AML
Movimentos pendulares diários maioritariamente reali-
zados com recurso a modos de transporte mais sustentá-
veis (Transportes Coletivos + A pé)
Extensão ribeirinha do Barreiro, acolhedora de pessoas
e de atividades e com relevante potencial económico,
social e ambiental Estrutura Ecológica Municipal, com espaços de grande
valor paisagístico e ambiental
Rede de percursos cicláveis com reduzida expressão ter-
ritorial e descontínua
Aumento da utilização do automóvel como meio de
transporte para os movimentos pendulares
Inserção concelhia num território em que o risco de ocor-
rência de fenómenos ambientais e tecnológicos de ele-
vado potencial destrutivo é elevado 26 AUGI, com maior incidência no Sul do concelho
Diminuição da superfície agrícola concelhia
Mau estado de conservação das infraestruturas de águas
e saneamento, o que se traduz num mau desempenho e na
necessidade de intervenções urgentes de reabilitação
OPORTUNIDADES
AMEAÇAS
Aposta em espaços de recreio e lazer enquanto forma de
valorização territorial e requalificação ambiental
Ganho previsível de importância dos espaços verdes ur-
banos, sustentáveis, de proximidade
Espaços de elevado valor ecológico com potencial mul-
tifuncional
Promoção da requalificação das áreas urbanas e das in-
fraestruturas, beneficiando da proximidade das frentes
ribeirinhas Aumento da quota do transporte público e dos modos su-
aves nas deslocações urbanas quotidianas
Peso considerável do CO2 no total de emissões poluentes
Redução no número de passageiros transportados pelos
TCB
Crescente importância do automóvel nas deslocações
urbanas
Aumento do consumo de energia elétrica no setor pú-
blico
Subida do nível médio da água do mar
Existência de um território industrial degradado de gran-
des dimensões face à escala do concelho, contaminado
e cuja gestão não é de responsabilidade municipal
2.7.4 ANÁLISE SWOT DESENVOLVIMENTO CULTURAL DO BARREIRO
PONTOS FORTES
PONTOS FRACOS
Disponibilidade de equipamentos culturais com níveis de
atração supramunicipais Equipamentos desportivos de tipologia diversificada Coletividades atuantes em vários domínios com distribui-
ção homogénea pelo concelho
Concentração de equipamentos em algumas freguesias
Perda de dinamismo do associativismo local
OPORTUNIDADES
AMEAÇAS
Reaproveitamento de património industrial e ferroviário
com especificidades únicas no País e em bom estado de
preservação
Potencial endógeno para a atividade turística ligada ao
Estuário do Tejo, bem como ao património industrial e
ferroviário
Desaproveitamento de potenciais valores culturais e am-
bientais
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
DIAGNÓSTICO PROSPETIVO | OUTUBRO.14 101
3. CENÁRIOS DE DESENVOLVI-
MENTO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO BARREIRO 2030
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 103
3. CENÁRIOS DE DESENVOLVIMENTO
3.1. ABORDAGEM METODOLÓGICA
3.1.1. ETAPAS DO PROCESSO DE CENARIZAÇÃO
A construção de cenários prospetivos de desenvolvimento no âmbito da Estratégia de Desenvolvimento BARREIRO
2030 pretende promover uma análise e uma avaliação sobre as variáveis potencialmente estruturantes para a
mudança a ocorrer no concelho nos próximos quinze anos.
Esta leitura fundamenta-se na perceção de que o futuro não é um mero prolongamento das tendências do pas-
sado, neste caso, as tendências identificadas no diagnóstico prospetivo, num contexto caraterizado, por um lado,
por profundas transformações das dinâmicas mais estruturantes da sociedade atual e, por outro lado, de concre-
tização de projetos e iniciativas impactantes, em ambos os casos com um forte impacte potencial sobre o concelho
do Barreiro.
Assim, a definição de cenários de desenvolvimento suporta-se na identificação das variáveis motoras da mudança
e na organização de um conjunto de possibilidades plausíveis da sua evolução, no horizonte temporal de 2030.
No âmbito deste processo de planeamento estratégico, pretende-se, principalmente, que o processo de cenari-
zação permita orientar os esforços das autarquias locais do Barreiro no sentido de atingir um cenário desejável,
simultaneamente ambicioso e exequível, realista e mobilizador.
Tendo como referência este pano de fundo, com a elaboração do Diagnóstico Prospetivo, foram estabelecidas
as bases do processo de cenarização e do modelo estratégico a seguir, englobando três etapas sequenciais:
Definição do modelo de desenvolvimento pretendido e das ambições de futuro
Definiu-se o referencial de desenvolvimento pretendido e respetivas ambições no horizonte temporal de
2030: o Barreiro deverá promover um modelo de desenvolvimento sustentável que compatibilize o cres-
cimento económico, com a coesão social e a proteção e utilização eficiente dos recursos, criando con-
dições de realização pessoal, familiar e comunitária no presente sem comprometer as oportunidades e
aspirações das gerações futuras.
Identificação dos drivers de desenvolvimento e dos respetivos fatores críticos
Identificaram-se, para cada domínio de desenvolvimento – económico, social, ambiental e cultural –, os
drivers de maior pertinência para um diagnóstico prospetivo do Barreiro, bem como os respetivos fatores
críticos.
Análise da situação de referência por driver
Analisaram-se drivers e os principais fatores caraterizadores do concelho em 2014, identificando os as-
petos que configuram forças, fraquezas, oportunidades e ameaças para o seu desenvolvimento no hori-
zonte temporal 2030.
Concretizou-se o processo de cenarização, através de um processo sequencial de identificação das variáveis
fundamentais, de avaliação dos seus efeitos e impactes, do desenho dos vários futuros possíveis, balizando cená-
rios mais positivos e negativos, englobando as seguintes sete etapas:
Identificação das tendências internas estruturantes do concelho do Barreiro
Da análise do diagnóstico prospetivo, identificaram-se os fenómenos com expressão continuada no
tempo ou com grande intensidade recente que, com maior ou menor expressão, terão impactes no terri-
tório ou condicionarão as políticas públicas locais ao longo dos próximos quinze anos.
Identificação das grandes tendências externas/contextuais
Da análise bibliográfica (OCDE, World Bank, Economist, National Intelligence Council, Comissão Euro-
peia,…) e da análise dos estudos estratégicos regionais recentes (PAR 2014-2020, PET 2015-2019, …),
identificaram-se as grandes tendências com potenciais impactes territoriais no Barreiro e que, por essa
razão, poderão igualmente condicionar as políticas públicas locais em igual período.
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
104 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Identificação dos grandes projetos diretamente impactantes no território
Da análise das expetativas de investimento, público e privado, previstas para o concelho do Barreiro no
horizonte temporal de 2030, identificaram-se os projetos impactantes no funcionamento e nas dinâmicas
territoriais internas e que, também por essa razão, condicionarão as políticas públicas locais no período
de referência.
Avaliação dos efeitos contextuais nas dinâmicas internas
Da análise das tendências contextuais, avaliou-se a relevância que os seus efeitos podem assumir na tra-
jetória evolutiva que carateriza o Barreiro nas dimensões centrais do processo de desenvolvimento ter-
ritorial.
Avaliação dos impactes dos projetos impactantes nas dinâmicas internas
Da análise dos projetos impactantes, avaliou-se a relevância que os seus impactes podem assumir na tra-
jetória evolutiva que carateriza o Barreiro nas dimensões centrais do processo de desenvolvimento ter-
ritorial.
Desenho dos cenários de desenvolvimento do BARREIRO 2030
Da concretização das etapas anteriores de construção do processo de cenarização, desenharam-se
quatro cenários de referência para o Barreiro em 2030.
Elaboração de Projeções Demográficas para o BARREIRO 2030
Da análise e avaliação dos três cenários de referência, elaboraram-se as projeções demográfica para
o Barreiro até 2030.
O esquema seguinte sintetiza as várias etapas do processo de cenarização.
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 105
3.1.2. TENDÊNCIAS INTERNAS ESTRUTURANTES DO BARREIRO ATÉ 2030
Do diagnóstico prospetivo realizado, foi possível identificar dezanove grandes tendências internas nos domínios
do desenvolvimento económico, social, ambiental e cultural que se configuram fenómenos que apresentarão im-
pactes no território ou condicionarão as políticas públicas.
No âmbito do Desenvolvimento Económico, identificaram-se as cinco grandes tendências internas seguintes:
E1. Melhoria dos Níveis Médios de Qualificação da População Ativa
Tendência de evolução positiva na estrutura de qualificações da população ativa residente, em resultado
do aumento do sucesso educativo e da redução do abandono escolar, com o aumento dos ativos com o
ensino profissional e superior.
E2. Desindustrialização do Tecido Empresarial
Tendência de dinâmica de destruição de empresas e, consequentemente, de emprego na indústria trans-
formadora.
E3. Crescimento das Atividades do Setor Terciário
Aumento nas atividades do setor terciário (designadamente no subsetor da saúde humana e do apoio
social), resultante do envelhecimento demográfico.
E4. Prevalência de Empresas de Pequena e Micro Dimensão
Tendência para a prevalência das micro e pequenas empresas na estrutura empresarial, após um período
de crescimento significativo e de perda significativa de dimensão das grandes empresas, observado nos
dois últimos decénios.
E5. Persistência do Fraco Investimento Empresarial em I&D
Tendência para persistirem os reduzidos volumes de investimento em atividades de investigação e de-
senvolvimento por parte das empresas, tal como observado nos dois últimos decénios.
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
106 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
No âmbito do Desenvolvimento Social, identificaram-se as seis grandes tendências internas seguintes:
S1. Envelhecimento da Estrutura Etária
Tendência para uma transição demográfica caraterizada pelo contínuo envelhecimento da estrutura etá-
ria, tal como observado nos três últimos decénios
S2. Emergência de Novos Perfis de Idosos
Tendência para uma transição demográfica caraterizada pela emergência de novos perfis de idosos,
designadamente com o surgimento da 4.ª idade e com a população idosa com maior autonomia – física
e intelectual –, mas mais isolada.
S3. Diminuição da População
Tendência de quebra da natalidade com consequente diminuição populacional, designadamente nas fre-
guesias mais envelhecidas (Barreiro e Verderena).
S4. Persistência do Desemprego de Longa Duração
Tendência para persistir o desemprego de longa duração e do número de desempregados com idade
entre os 35 e 54 anos.
S5. Redução dos Mecanismos de Proteção Social e Persistência da Dificuldade de Acesso ao Mercado
de Trabalho
Tendência para persistir a pobreza material, pela redução dos mecanismos de proteção social, por um
lado e pela dificuldade de acesso ao mercado de trabalho, por outro.
S6. Agravamento das Dificuldades de Acesso a Habitação
Tendência de aumento das dificuldades de acesso ou manutenção de habitação, nomeadamente por jo-
vens, famílias de menores rendimentos ou em situações de transição (desemprego, viuvez, divórcio,…).
No âmbito do Desenvolvimento Ambiental, identificaram-se as cinco grandes tendências internas seguintes:
A1. Estagnação do Mercado Imobiliário
Tendência de estagnação do mercado imobiliário, da construção de novos edifícios e de pressão para
aumentar a área urbanizável.
A2. Reconversão e Integração das AUGI
Tendência de reconversão e integração urbanística das AUGI, com a dotação de equipamentos e de
infraestruturas.
A3. Agravamento do Estado de Conservação do Edificado
Tendência para o agravamento do estado de degradação do edificado em freguesias com menor vitali-
dade social e económica (Barreiro e Verderena), alastrando potencialmente a outras áreas de constru-
ção mais recente.
A4. Melhoria do Ambiente Urbano, da Qualidade do Ar e da Dotação de Espaços Verdes
Tendência para a melhoria significativa dos parâmetros da qualidade do ar, da dotação de espaços
verdes e de espaços públicos qualificados.
A5. Prevalência do Uso do Automóvel como Meio de Transporte Principal nos Movimentos Pendulares
Tendência para prevalecer o uso do automóvel como meio de transporte nos movimentos pendulares.
No âmbito do Desenvolvimento Cultural, identificaram-se as três grandes tendências internas seguintes:
C1. Diversificação na Procura e na Oferta Cultural
Tendência para a diversificação da procura cultural, como resultado da melhoria dos níveis médios de
qualificação da população, e da oferta cultural, acompanhando a alteração na procura.
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 107
C2. Promoção e Melhor Aproveitamento da Oferta Patrimonial Municipal
Tendência para uma promoção crescente e melhor aproveitamento da vasta oferta patrimonial existente
no concelho, designadamente a associada ao património cultural classificado, arqueológico, industrial,
ferroviário e ambiental e aos equipamentos culturais (espaços museológicos).
C3. Perda de Dinamismo do Associativismo Local
Tendência para perda de dinamismo do associativismo local, apesar da existência de um vasto número
de coletividades com atividade e finalidades diversas.
3.1.3. GRANDES TENDÊNCIAS CONTEXTUAIS COM IMPACTE NO BARREIRO ATÉ 2030
Da análise bibliográfica e da análise dos estudos estratégicos de âmbito regional recentes, foi possível identificar
dez grandes tendências com potenciais impactes territoriais no Barreiro no horizonte temporal de referência,
designadamente:
1. Envelhecimento da Estrutura Demográfica da Área Metropolitana de Lisboa e do País
Tendência para a transição demográfica na AML e no país (tendência para o envelhecimento, para a
quebra da natalidade e para a redução dos quantitativos populacionais).
2. Aumento da Internacionalização da Economia Portuguesa e Orientação para Mercados Exteriores,
Suportada em Bens e Serviços Transacionáveis
Tendência para uma maior integração de Portugal na economia global, orientação da economia para o
mercado externo, reforço das exportações de bens e serviços transacionáveis e orientação do investi-
mento público para a apoiar a internacionalização.
3. Capacidade de Competitividade Económica Dependente da Investigação & Desenvolvimento e da
Criatividade
Tendência para a importância crescente do conhecimento na economia global, num contexto em que a
competitividades dos países estará, cada vez mais, suportada no seu investimento em I&D.
4. Crescimento do Turismo na Área Metropolitana de Lisboa tendo como Polo Central a Cidade de Lis-
boa
Tendência para o crescimento do volume de turistas, do aumento da atratividade turística de Lisboa, do
reforço de Lisboa no segmento de city/short-breaks e para uma maior diversidade de mercados, com
predomínio do europeu.
5. Crescimento do Mercado de Arrendamento e maior Dinâmica de Proprietários e de Instrumentos de
Política para Apoiar a Reabilitação Urbana
Tendência para a continuidade nas alterações no mercado imobiliário pós-2008/2011, com uma maior
dificuldade de acesso ao crédito e para haver uma maior dinâmica do mercado do arrendamento e da
reabilitação e regeneração urbanas, incentivadas pelas políticas pública.
6. Prioridade das Politicas Públicas à Eficiência Energética e Crescente Instabilidade nos Preços dos Com-
bustíveis Fósseis
Tendência para um aumento tendencial do custo do petróleo e do carvão (efeito do aumento do con-
sumo global) e uma manutenção dos preços do gás (efeitos do gás de xisto), de acordo com as projeções
conhecidas. Contudo, os compromissos europeus relativos às alterações climáticas obrigarão a uma
maior eficiência energética e à redução das emissões (com impactes, sobretudo, nos transportes e na
indústria).
7. Maior Instabilidade nos Preços dos Bens Alimentares e Aumento das Produções Locais
Tendência para o aumento (efeito do aumento da procura) e volatilidade (efeitos climáticos e globali-
zação) dos preços alimentares por um lado e emergência da procura e da produção local (circuitos
curtos, hortas urbanas, km0), por outro lado.
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
108 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
8. Aumento do Sedentarismo e das Doenças Associadas
Tendência para o aumento do sedentarismo (e das doenças associadas como a hipertensão arterial, di-
abetes, obesidade, ansiedade, colesterol, infarto do miocárdio).
9. Aumento da Procura de Modos de Vida Saudáveis
Tendência para o aumento da prática desportiva informal e da valorização dos modos de vida saudáveis.
10. Implicações das Alterações Climáticas (Fenómenos Climáticos Extremos, Ondas de Calor, Precipita-
ção, Subida do Nível das Águas do Estuário)
Os efeitos das alterações climáticas ao nível do aumento da temperatura ou da redução da precipitação
não serão especialmente evidentes durante a primeira metade deste século, mas é previsível a ocorrência
com maior regularidade de fenómenos climáticos extremos.
3.1.4. GRANDES PROJETOS IMPACTANTES NO TERRITÓRIO ATÉ 2030
A análise das expetativas de investimento, público e privado, previstas para o concelho do Barreiro no horizonte
temporal de 2030, permitiram apontar seis projetos ou iniciativas verdadeiramente impactantes no funcionamento
e nas dinâmicas territoriais, designadamente:
1. Terceira Travessia do Tejo
Não incluída no Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020 (PETI3+). Pressupondo o
início da sua construção em 2021 e uma estimativa de 3,5 anos para ser concluída (bem como os respetivos
acessos), consideram-se que os impactes potenciais ocorrerão entre 2025 e 2030. Poderão existir impac-
tes ex ante, resultantes da decisão da sua construção, a partir de 2022.
2. Terminal de Contentores
Pressupondo uma decisão em 2017, o início da sua construção em 2019 e uma estimativa de 2 anos para
ser concluído, consideram-se que os impactes potenciais ocorrerão entre 2021 e 2030. Poderão existir
impactes ex ante, resultantes da decisão da sua construção, a partir de 2019.
3. Travessia Rodoviária Barreiro - Montijo
Não incluída no Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020 (PETI3+). Pressupondo o
início da sua construção em 2021 e uma estimativa de 1,5 anos para ser concluída (bem como os respetivos
acessos), consideram-se que os impactes potenciais ocorrerão entre 2023 e 2030.
4. Travessia Rodoviária Barreiro - Seixal (sobre o Rio Coina) + ER 11.2
Não incluída no Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020 (PETI3+). Pressupondo a
sua construção com a ER 11.2, para servir novo Terminal de Contentores, previsto para 2021, consideram-
se que os impactes potenciais ocorrerão entre 2021 e 2030.
5. Metro Sul do Tejo (2.ª e 3.ª Fases)
Não incluído no Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020 (PETI3+). Pressupondo a
concretização da 2.ª fase entre 2021 e 2024 e da 3.ª fase entre 2025 e 2027, consideram-se que os impactes
potenciais ocorrerão entre 2027 e 2030.
6. QUIMIPARQUE
Pressupondo a realização de investimentos condutores ao seu desenvolvimento territorial até 2022, de-
signadamente os previstos pela Baia do Tejo S.A., consideram-se que os impactes potenciais ocorrerão
entre 2022 e 2030.
3.1.5. CENÁRIOS DE REFERÊNCIA
A partir das várias etapas de construção do processo de cenarização, foram definidos quatro cenários de refe-
rência para o BARREIRO 2030, tendo por base os seguintes pressupostos:
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 109
Barreiro, Área Central da Região Metropolitana Euro-Atlântica
Até 2030, são concretizados todos os projetos impactantes de acordo com os pressupostos referidos e
verificam-se a globalidade dos impactes positivos e negativos associados às tendências externas e inter-
nas do concelho do Barreiro, nomeadamente os que pressupõem um bom aproveitamento das oportuni-
dades geradas.
Barreiro, Pólo Regional Estruturante Logístico Nacional
Até 2030, apenas são concretizados o Terminal de Contentores e os investimentos na QUIMIPARQUE e
verificam-se com alguma intensidade os impactes positivos e negativos das tendências externas e internas
do concelho do Barreiro, com um aproveitamento da maioria das oportunidades criadas.
Barreiro, Centralidade Estruturante do Arco Ribeirinho
Até 2030, não será concretizado qualquer grande projeto impactante no desenvolvimento do Barreiro e
verificam-se com alguma intensidade os impactes positivos e negativos das tendências externas e internas
do concelho do Barreiro, com um aproveitamento da maioria das oportunidades criadas.
Barreiro, “Shrink City”
Até 2030, não será concretizado qualquer grande projeto impactante no desenvolvimento do Barreiro e
não são aproveitadas a globalidade das oportunidades criadas por tendências externas e internas do
concelho do Barreiro.
3.2. AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DAS TENDÊNCIAS CONTEXTUAIS E DOS PROJETOS IMPACTANTES
3.2.1. OS EFEITOS CONTEXTUAIS NAS DINÂMICAS INTERNAS
Nos últimos anos, conforme evidenciado no diagnóstico prospetivo, observaram-se diversas transformações no
concelho do Barreiro, embora muitos dos problemas estruturais se tenham mantido ou agudizado, gerando dinâ-
micas evolutivas com graus de persistência tendencialmente superiores.
Concomitantemente, assistiu-se, no último decénio, ao surgimento de novas oportunidades, tendências e preocu-
pações, a outras escalas territoriais (nacionais e ao nível da AML), cujos reflexos, embora ainda incipientes ou
inexistentes no Barreiro, deverão a prazo ser impactantes no desenvolvimento multidimensional do concelho. Em
alguns casos, esse impacte terá um efeito de aceleração/desaceleração ou inversão de dinâmicas que atualmente
marcam o território (tendências internas).
O quadro seguinte ilustra a relevância que a conjuntura externa (tendências contextuais), pode assumir na traje-
tória evolutiva que carateriza o Barreiro nas dimensões centrais do processo de desenvolvimento territorial.
Conclui-se que a generalidade dos efeitos contextuais aprofundam tendências internas, mas globalmente de
forma pouco significativa. A internacionalização da economia portuguesa e a orientação para o mercado ex-
terno (reforço das exportações de bens e serviços transacionáveis) e o aumento da competitividade económica
suportada na Investigação & Desenvolvimento terão um papel positivo na melhoria dos níveis médios de qualifi-
cação da população ativa barreirense, na diminuição do desemprego de longa duração e na redução do peso
do emprego no setor industrial e progressiva terciarização da base económica, podendo contribuir para contra-
riar a persistência para os reduzidos volumes de investimento em atividades de investigação e desenvolvimento
por parte das empresas, tal como observado nos dois últimos decénios. O crescimento do mercado de arrenda-
mento e da reabilitação urbana concorrerá para uma melhoria do estado de conservação do edificado e melho-
ria do ambiente urbano. O crescimento do turismo na AML e a prioridade a conceder à eficiência energética, em
termos de política energética nacional, contribuirão para a melhoria do ambiente urbano e da qualidade do ar
no concelho.
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
110 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Domínios Tendências
Internas
Tendências Contextuais Sentido das tendências
contextuais sobre a ten-
dência interna 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Desenvolvimento
Económico
E1 -- + + + + ↑
E2 + + ↑
E3 + + + + ↑
E4 + + ↑
E5 + + ↑
Desenvolvimento
Social
S1 -- ↓
S2 + + + + ↑
S3 -- ↓
S4 -- ++ + + - + ↑
S5 -- + - ↑
S6 -- - ++ ↓
Desenvolvimento
Ambiental
A1 -- + + ++ - ↑
A2 + + ↑
A3 -- + ++ ↑
A4 + ++ ++ ++ ++ - ↑
A5 - + ++ + ↑
Desenvolvimento
Cultural
C1 + + + + - ↑
C2 + ++ + ↑
C3 ++ + + ↑
Escala (impacte) Sentido da tendência
++ Impacte positivo elevado ↑ Positivo
+ Impacte positivo Nulo
Nulo ↓ Negativo
- Impacte negativo
-- Impacte negativo elevado
3.2.2. OS EFEITOS DOS PROJETOS IMPACTANTES NAS TENDÊNCIAS
A alteração na trajetória evolutiva de algumas dinâmicas territoriais (tendências internas, observadas nos últimos
decénios), nomeadamente as que configuram problemáticas estruturais fortemente impactantes para o desenvol-
vimento futuro do Barreiro, resultará, em parte, da emergência ou concretização e melhor aproveitamento de um
quadro de projetos estruturantes à escala local, regional e nacional.
Gerando novas oportunidades de desenvolvimento, a considerar pelas políticas municipais de planeamento e de
ordenamento do território, os seus efeitos nas tendências será diferenciado em função da sua natureza e da ca-
deia de impactes multisetoriais que estabelece, a diferentes escalas.
Da análise do quadro seguinte, releva-se a existência de dois projetos com efeito muito forte na inversão ou no
acentuar das tendências internas: Terceira Travessia do Tejo (TTT) e Terminal de Contentores (TC).
Contemplando valências ferroviárias e rodoviária, a TTT concorrerá para desenvolver a “cidade a duas mar-
gens”, aproximando o Barreiro de Lisboa em termos de distância-tempo e reduzindo a distância-custo, contribu-
indo para a melhoria do sistema de mobilidade metropolitano e, consequentemente, conferindo uma maior inte-
gração e atratividade ao Barreiro na atração e fixação de pessoas, atividades e novas funções (grande centra-
lidade metropolitana).
Embora com um impacte menor, também o TC terá um papel central na transformação urbana e económica, so-
bretudo da área central/ribeirinha do Barreiro. A criação de emprego e a oportunidade de estruturação e rege-
neração urbana da envolvente próxima conferem a este projeto uma relevância acrescida na revitalização eco-
nómica e demográfica do concelho.
4.
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 111
Domínios Tendências
Internas
Trajetória
tendencial
Projetos Impactantes (efeito na tendência/trajetória)
TTT T Content. T B/M T B/S Metro Quimip.
Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não
Desenvolvimento
Económico
E1 ↑ ↑ × × × ↑ × ↑ × ↑ × ↑↑ ↓
E2 ↑ ↓ × ↓ × ↓ × ↓ × ↓ × ↓ ↑
E3 ↑ ↑ × ↑ × ↑ × ↑ × ↑ × ↑ ↓
E4 ↑ ↑↑ × ↑↑ × ↑ × ↑ × ↑ × ↑↑ ↓
E5 ↑ ↓ ↑ × × ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓↓ ↑
Desenvolvimento
Social
S1 ↓ ↓ × ↓ × ↓ × ↓ × ↓ × ↓ ↑
S2 ↑ ↑ × × × ↑ × ↑ × ↑ × ↑ ×
S3 ↓ ↓ × ↓ × ↓ × ↓ × ↓ × ↓ ↑
S4 ↑ ↓ × ↓↓ × ↓ × ↓ × ↓ × ↓ ×
S5 ↑ × × × × × × × × × × × ×
S6 ↓ ↓ × × × ↓ × ↓ × ↓ × ↓ ×
Desenvolvimento
Ambiental
A1 ↑ ↓ × × × ↓ × ↓ × ↓ × ↓ ×
A2 ↑ × × × × × × × × × × × ×
A3 ↑ ↓ × × × ↓ × ↓ × ↓ × ↓ ×
A4 ↑ ↓ × ↓ × ↓ × ↓ × ↑ × ↑↑ ×
A5 ↑ ↑↑ × × × ↑↑ × ↑↑ × ↓↓ × × ×
Desenvolvimento
Cultural
C1 ↑ ↑ × × × ↑ × ↑ × ↑ × ↑↑ ×
C2 ↑ ↑ × × × ↑ × ↑ × ↑ × ↑↑ ×
C3 ↑ × × × × × × × × × × × ×
Escala (efeito de aceleração da tendência) Escala de Impacte no Município
↑↑ Aceleração positiva elevada Positivo
↑ Pequena aceleração positiva Nulo
× Sem efeito Negativo
↓ Pequena aceleração negativa
↓↓ Aceleração negativa elevada
3.3. CENÁRIOS DE REFERÊNCIA BARREIRO 2030
3.3.1. GRAUS DE INTERVENÇÃO E DE LIDERANÇA PÚBLICA
A definição dos pressupostos de suporte à construção da Visão Estratégica e à configuração de cenários con-
trastados de evolução territorial, independentemente do grau de incerteza associado, confere um elevado sig-
nificado ao potencial de intervenção municipal e ao posicionamento do Município perante um quadro de deter-
minantes contextuais e à efetivação de alguns projetos impactantes. Neste quadro, a trajetória evolutiva do Bar-
reiro resultará, em parte, da proatividade da administração pública local (designadamente da Câmara Munici-
pal), dada a capacidade de liderar processos e mobilizar atores, em função das opções de desenvolvimento que
estabelece e do quadro de competências e atribuições que possui.
Para além do forte impacte nas dinâmicas futuras, a resposta das políticas públicas municipais, fortemente inter-
dependentes entre si, é determinante para a configuração de cenários evolutivos do município e para estruturar
e gerar soluções adequadas e atempadas de adaptação dos atores e agentes que gravitam no território do Bar-
reiro.
A efetivação de cada um dos quatro cenários de referência contribui para a ocorrência de um quadro de opor-
tunidades e ameaças, para o qual, em função das atribuições e das competências que possui, mas também face ao
seu papel de liderança na prossecução de uma estratégia de desenvolvimento de base local, o Município deverá
estabelecer uma resposta de maior ou menor intensidade e assumir um posicionamento temporalmente diferenci-
ado (antecipativo vs reativo).
O quadro seguinte sintetiza um exercício de confrontação entre alguns dos domínios específicos de intervenção
municipal e os cenários de referência previamente estabelecidos, concorrendo para a geração de micro cenários
associados ao maior ou menor voluntarismo público de resposta.
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
112 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Domínio
Especifico
de Intervenção
Municipal
Cenários de Referência
Barreiro, Área
Central da
Região Metropoli-
tana Euro-atlântica
Barreiro, Pólo Regional
Estruturante Logístico Nacio-
nal
Barreiro, Centralidade
Estruturante do
Arco Ribeirinho
Barreiro, “Shrink City”
C11
Adapta-
ção
C12
Antecipa-
ção
C21
Continui-
dade
C22
Adapta-
ção
C23
Antecipa-
ção
C31
Conti-
nuidade
C32
Adapta-
ção
C33
Anteci-
pação
C41
Continui-
dade
C42
Adapta-
ção
C43
Antecipa-
ção
Educação +++ ++ ++ +++ + ++ ++ ++ ++ ++ +
Ação Social +++ ++ ++ ++ + ++ ++ +++ ++ +++ +++
Transportes +++ +++ ++ +++ ++ ++ ++ ++ ++ ++ +
Urbanismo +++ +++ ++ +++ ++ ++ +++ +++ ++ +++ +++
Ambiente +++ ++ ++ +++ + ++ +++ ++ ++ ++ +
Cultura +++ ++ ++ ++ + ++ ++ ++ ++ ++ ++
Escala (Grau de intervenção/voluntarismo)
+++ Muito elevado
++ Elevado
+ Reduzido
Conclui-se, pela importância da intervenção municipal em qualquer dos cenários, sendo essa intervenção sobre-
tudo relevante num quadro adaptativo e integrado de resposta às problemáticas/oportunidades geradas pela
maior ou menor concretização dos projetos impactantes.
3.3.2. BARREIRO, ÁREA CENTRAL DA REGIÃO METROPOLITANA EURO-ATLÂNTICA
O que carateriza este cenário, que naturalmente se destaca como sendo o cenário desejável, é o grande impulso
de desenvolvimento possibilitando pela concretização, a diferentes tempos, dos vários projetos e iniciativas im-
pactantes.
Neste cenário, esses projetos e iniciativas impactantes – designadamente a TTT, o Terminal de Contentores e os
investimentos na QUIMIPARQUE – permitirão consolidar o potencial logístico do Barreiro, renovando-se e rege-
nerando-se os espaços económicos (releve-se o Parque Empresarial da Baía do Tejo S.A. e a integração dos seus
terrenos na área urbana do Barreiro).
Com a concretização dos projetos impactantes e a manutenção de algumas tendências contextuais (internacio-
nalização da economia, maior importância do conhecimento na economia global e maior investimento público
como estímulo à inovação tecnológica), é previsível um crescimento do número de empresas, com ativos mais
qualificados. O tecido empresarial deverá diversificar-se, aumentando a sua dimensão média, bem como as em-
presas com maior investimento em I&D e com maior relevância das exportações nas suas vendas.
A evolução na estrutura de qualificações da população ativa residente, com o aumento dos ativos com o ensino
profissional e com o ensino superior, ajustar-se-á às necessidades da estrutura produtiva.
A melhoria do quadro de acessibilidades rodoferroviárias, com a TTT, com a travessia rodoviária Barreiro –
Montijo, com a travessia rodoviária Barreiro - Seixal (sobre o Rio Coina), com a construção da ER 11.2 (e outros
investimentos associados, designadamente em matérias de acessos rodoviários a estes projetos) e com a concre-
tização da 3.ª fase do Metro Sul do Tejo possibilitará uma alteração relevante do posicionamento do Barreiro
no contexto metropolitano, com maior integração territorial.
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 113
O envelhecimento populacional representará uma oportunidade de crescimento para o tecido empresarial asso-
ciado às atividades do subsetor da saúde humana. Mas a TTT poderá resultar numa diminuição da importância
dos serviços de saúde e de apoio social no emprego concelhio, pela maior proximidade a Lisboa, sobretudo nas
freguesias no norte do concelho.
Com a concretização dos projetos impactantes e a manutenção de algumas tendências contextuais, designada-
mente o crescimento do mercado de arrendamento e dinamização da reabilitação urbana, o Barreiro conhecerá
um forte dinamismo imobiliário, caraterizado, simultaneamente, pela construção de novos imóveis, pelo aumento
da reabilitação dos imóveis existentes (melhoria do estado de conservação do parque edificado) e pela diminu-
ição do significativo parque atual de alojamentos vagos. Paralelamente, proceder-se-á à reabilitação de áreas
urbanas desfavorecidas do concelho, designadamente no núcleo histórico do Barreiro.
Neste cenário, o Barreiro conhecerá uma inversão do processo de decréscimo populacional que carateriza o
concelho desde a década de 80 do século passado, designadamente com o aumento de população ativa e o
rejuvenescimento da estrutura etária e com uma diminuição das assimetrias territoriais na distribuição dos quanti-
tativos populacionais.
Os compromissos europeus relativos às alterações climáticas obrigarão a uma maior eficiência energética, com
reflexos muito significativos na diminuição dos custos de produção e na redução das emissões (impactes mais
relevantes no setor industrial ao nível da produção de energia e dos transportes).
Em síntese, em 2030, o Barreiro será um território:
Em que os projetos impactantes – designadamente a TTT, o Terminal de Contentores e os investimentos
na QUIMIPARQUE – permitirão consolidar o seu potencial logístico, renovando-se e regenerando-se os
espaços económicos;
Com mais empresas e ativos mais qualificados. Onde o tecido empresarial deverá diversificar-se, aumen-
tando a sua dimensão média, com empresas com maior investimento em I&D e maior relevância das ex-
portações nas suas vendas;
Com maior integração territorial, por via da melhoria do quadro de acessibilidades rodoferroviárias;
Com mais reabilitação de imóveis e maior dinamismo imobiliário;
Com uma inversão do processo de decréscimo populacional e uma diminuição das assimetrias territoriais
na distribuição da população.
O posicionamento temporal, a assunção da efetivação do quadro contextual e o maior ou menor voluntarismo
público de resposta, concorrem para dois micro cenários: de adaptação e de antecipação.
Num contexto de resposta de adaptação a posteriori (micro cenário C11), a intervenção municipal será muito
elevada em todos os domínios específicos de intervenção municipal, com implicações financeiras relevantes.
Numa opção de resposta antecipada (micro cenário C12), o voluntarismo municipal deverá focar-se, com maior
intensidade, nas dimensões dos transportes e do urbanismo. Este micro cenário exige um claro e inequívoco reco-
nhecimento do reforço do papel motor do Barreiro no quadro de desenvolvimento metropolitano, residindo a
alavanca deste processo na capacidade de concertação com os atores regionais e nacionais para a concretiza-
ção de um projeto de âmbito regional. Esta capacidade de gestão local assenta num apoio ao nível da adminis-
tração central, de modo a preparar adequadamente o território concelhio para os projetos impactantes, signifi-
cativamente alteradores da realidade atual. Uma articulação de competências entre a autarquia e a administra-
ção central assegura a necessária cooperação para gerir as decisões sobre o território, da forma mais adequada.
3.3.3. BARREIRO, PÓLO REGIONAL ESTRUTURANTE LOGÍSTICO NACIONAL
Neste cenário, o Terminal de Contentores e os investimentos na QUIMIPARQUE permitirão consolidar o potencial
logístico do Parque Empresarial da Baía do Tejo, renovando-se e regenerando-se o espaço económico, acele-
rando-se a recuperação de um território com significativo passivo ambiental e integrando-se os respetivos terre-
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
114 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
nos na área urbana do Barreiro. Os investimentos na QUIMIPARQUE possibilitarão, simultaneamente, a qualifica-
ção e valorização parcial da frente ribeirinha, criando um espaço privilegiado de lazer, recreio e visitação da
frente ribeirinha, bem como o reforço do posicionamento do Barreiro na metropolização dos lazeres.
A concretização destes dois projetos impactantes permitirá um crescimento do número de empresas, com ativos
mais qualificados, contribuindo para a diversificação do tecido empresarial, aumentando a sua dimensão média,
bem como as empresas com maior investimento em I&D. Também a evolução na estrutura de qualificações da
população ativa residente, com o aumento dos ativos com o ensino profissional e com o ensino superior, ajustar-
se-á às necessidades da estrutura produtiva.
Por outro lado, a sua concretização resultará, também, num aumento significativo da densidade de tráfego auto-
móvel e de transportes pesados de mercadorias na proximidade e, potencialmente, de problemas de congestio-
namento das vias e dificuldade de escoamento do tráfego urbano e de conflitualidade entre transportes de pas-
sageiros e transporte de mercadorias.
O Barreiro conhecerá um dinamismo imobiliário moderado, designadamente pelo aumento da reabilitação dos
imóveis existentes (melhoria do estado de conservação do parque edificado) e pela diminuição do significativo
parque atual de alojamentos vagos, com crescimento e dinamização do mercado de arrendamento. Paralela-
mente, proceder-se-á à reabilitação do núcleo histórico do Barreiro.
Neste cenário, o Barreiro conhecerá uma inversão do processo de decréscimo populacional que carateriza o
concelho desde a década de 80 do século passado, com o aumento moderado de população ativa e o rejuve-
nescimento da estrutura etária.
Em síntese, em 2030, o Barreiro será um território:
Em que o Terminal de Contentores e os investimentos na QUIMIPARQUE permitirão consolidar o poten-
cial logístico do Parque Empresarial da Baía do Tejo, a sua renovação e regeneração;
Com mais empresas e uma maior diversificação do tecido empresarial;
Com uma maior qualificação e valorização dos valores patrimoniais e dos espaços nobres da Cidade;
Com potenciais problemas de congestionamento das vias e dificuldade de escoamento do tráfego ur-
bano;
Com mais reabilitação de imóveis e com maior dinâmica do mercado do arrendamento;
Com uma inversão do processo de decréscimo populacional.
O posicionamento temporal, a assunção da efetivação do quadro contextual e o maior ou menor voluntarismo
público de resposta, concorrem para três micro cenários: de continuidade, de adaptação e de antecipação.
Na ausência de uma resposta dirigida e gradual (micro cenário 21) ou num contexto de resposta de adaptação a posteriori (micro cenário 22), a intervenção municipal será elevada ou muito elevada, em todos os domínios,
estando condicionada pela disponibilidade financeira da autarquia.
Numa opção de resposta antecipada (micro cenário 23), o voluntarismo municipal deverá focar-se com maior
intensidade nas dimensões dos transportes e do urbanismo. Este micro cenário exige, também, um reconhecimento
do reforço do papel motor do Barreiro no quadro de desenvolvimento metropolitano, pela relevância dos dois
projetos impactantes. Esta capacidade de gestão local assenta num apoio ao nível da administração central, de
modo a preparar adequadamente o território concelhio para a sua concretização, designadamente do TC.
3.3.4. BARREIRO, CENTRALIDADE ESTRUTURANTE DO ARCO RIBEIRINHO
Neste cenário, moderadamente pessimista, não serão concretizados quaisquer projetos, observando-se com al-
guma intensidade alguns dos impactes positivos e negativos das tendências externas e internas.
O Barreiro tenderá a diminuir ligeiramente o seu quantitativo populacional, mas com tendência para continuar
com o envelhecimento da sua estrutura etária e para o consequente agravamento do estado de conservação do
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 115
parque edificado, bem como para o aumento dos alojamentos vagos e para o potencial aumento de pedidos de
habitação social.
Contudo, a tendência para uma maior dinâmica do mercado de reabilitação e regeneração urbanas, incentivadas,
também, pelas políticas públicas, contribuirá para a reabilitação de imóveis e melhoria do estado de conservação
do parque edificado, minimizando os efeitos que o contínuo envelhecimento populacional provocarão nesta di-
mensão.
O envelhecimento da estrutura etária poderá revelar-se uma oportunidade de crescimento do tecido empresarial
associado às atividades do subsetor da saúde humana, dando continuidade ao significativo aumento observado
no último decénio (subsetor com a taxa média anual de crescimento mais elevada do concelho).
A tendência de internacionalização da economia portuguesa e orientação para mercados exteriores represen-
tará uma oportunidade para a consolidação do potencial logístico do Barreiro, nomeadamente do Parque Em-
presarial da Baía do Tejo, para a renovação e regeneração de alguns dos espaços económicos do concelho,
para a criação de empresas e para a internacionalização de algumas das PME existentes.
A procura de modos de vida saudáveis e o aumento da prática desportiva informal contribuirão para dinamizar
do tecido associativo local, designadamente das associações desportivas, contrariando uma tendência recente
para a perda de dinamismo, apesar da existência de um vasto número de coletividades com atividade e finalidades
diversas. Contribuirão também, simultaneamente, para promover a inclusão social e uma melhor qualidade de vida
e maior autonomia dos idosos, tornando necessário um maior investimento na criação e estruturação de espaços
de lazer e recreio, de modo a dar resposta a esta procura crescente.
A maior instabilidade nos preços dos bens alimentares, associada ao envelhecimento da estrutura etária e redu-
ção dos mecanismos de proteção social resultará numa maior propensão para a atividade agrícola de subsistência
pelos idosos/reformados e para o aumento das hortas urbanas, bem como no aparecimento de pequenos negó-
cios associados à produção hortícola local.
Em síntese, em 2030, o Barreiro será um território:
Com uma estrutura etária mais envelhecida e com reduções populacionais inter freguesias significativas;
Com maiores dificuldades na manutenção do edificado privado (agravamento do estado de conserva-
ção do parque habitacional), aumento dos alojamentos vagos e potencial aumento de pedidos de habi-
tação social;
Em que o tecido empresarial associado às atividades do subsetor da saúde humana tenderá a crescer;
Com a consolidação do potencial logístico do Barreiro, nomeadamente do Parque Empresarial da Baía
do Tejo;
Em que a procura de modos de vida saudáveis e o aumento da prática desportiva informal resultarão em
consequências positivas para o tecido associativo local, para a promoção da inclusão social e para uma
melhor qualidade de vida e maior autonomia dos idosos;
Com uma maior propensão para a atividade agrícola e para o aparecimento de pequenos negócios
associados à produção agrícola local (maior empreendedorismo agrícola).
Também neste cenário, o posicionamento temporal, a assunção da efetivação do quadro contextual e o maior ou
menor voluntarismo público de resposta, concorrem para três micro cenários: de continuidade, de adaptação e
de antecipação.
Na ausência de uma resposta dirigida e gradual (micro cenário 31) ou num contexto de resposta de adaptação a posteriori (micro cenário 32), a intervenção municipal será elevada ou muito elevada, em todos os domínios,
estando condicionada pela disponibilidade financeira da autarquia.
Numa opção de resposta antecipada (micro cenário 33), o voluntarismo municipal deverá focar-se com maior
intensidade nas dimensões da ação social e do urbanismo. Uma resposta imediata às necessidades resultantes do
envelhecimento demográfico pode passar por criar algumas condições socio-urbanísticas que concorram para
um envelhecimento ativo, saudável e participativo da população idosa (novas respostas sociais, pequenas ações
que promovam a interação social e a densificação de relações de proximidade). Por outro lado, importa, iniciar
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
116 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
um processo de regeneração de espaços urbanos socio-urbanisticamente desqualificados, desenvolvendo pe-
quenas iniciativas emblemáticas e demonstrativas.
3.3.5. BARREIRO, SHRINKING CITY
Este cenário, o mais pessimista, carateriza-se pela quase ausência de impulsos de desenvolvimento, num contexto
de não concretização de projetos impactantes e de reduzido aproveitamento das oportunidades geradas por
tendências externas.
A incapacidade de consolidar o potencial logístico do Barreiro, de renovar e regenerar os espaços económicos
e urbanos originará um decréscimo do número de empresas e do emprego. O tecido empresarial, pouco diversi-
ficado e com reduzido investimento em I&D, inviabilizará uma evolução positiva da estrutura de qualificações da
população ativa residente. Acresce que a manutenção do atual quadro de acessibilidades não permitirá uma
alteração do posicionamento do Barreiro no contexto metropolitano.
Neste cenário, o Barreiro conhecerá um agravamento do fenómeno de decréscimo populacional que marca o
concelho nos últimos decénios. O envelhecimento populacional e a reduzida capacidade financeira, pública e
privada, para desenvolver processos de reabilitação urbana, conduzirá a um fraco dinamismo imobiliário e a um
agravamento do estado de conservação do parque edificado.
Em síntese, em 2030, o Barreiro será um território:
Com uma acentuada redução de efetivos populacionais e um elevado envelhecimento das estruturas etá-
rias;
Com uma forte dinâmica de destruição de emprego e empresas na indústria transformadora;
Incapaz de diversificar a base económica e de renovar e regenerar os espaços económicos;
Com um ambiente urbano progressivamente menos atrativo, nomeadamente através de um desinvesti-
mento na reabilitação do edificado (degradação do parque habitacional e abandono de habitações).
O posicionamento temporal, a assunção da efetivação do quadro contextual e o maior ou menor voluntarismo
público de resposta, concorrem para três micro cenários: de continuidade; de adaptação e de antecipação.
Na ausência de uma resposta dirigida e gradual (micro cenário 41) ou num contexto de resposta de adaptação a posteriori (micro cenário 42), a intervenção municipal será elevada ou muito elevada, sobretudo nos domínios da
ação social e do urbanismo. A capacidade do município responder ao paulatino agudizar de alguns problemas
estruturais, poderá estar condicionada pela disponibilidade financeira existente. A definição de prioridades de-
verá ter como preocupação central, uma resposta adequada nos domínios que concorrem para o quadro de
condições básicas de vida dos cidadãos, nomeadamente o direito a habitação digna e o direito à inclusão social
da população mais idosa.
Numa opção de resposta antecipada/de curto prazo (micro cenário 43), o voluntarismo municipal deverá focar-
se, com maior intensidade, tal como no cenário anterior, nas dimensões da ação social e do urbanismo. Uma
resposta imediata às necessidades resultantes do envelhecimento demográfico, pode passar por criar algumas
condições socio-urbanísticas que concorram para um envelhecimento ativo, saudável e participativo da popula-
ção idosa (novas respostas sociais, pequenas ações que promovam a interação social e a densificação de rela-
ções de proximidade). Por outro lado, importa, iniciar um processo de regeneração de espaços urbanos socio-
urbanisticamente desqualificados, desenvolvendo pequenas iniciativas emblemáticas e demonstrativas.
3.4. PROJEÇÕES DEMOGRÁFICAS BARREIRO 2030
A componente demográfica assume um papel relevante enquanto um dos pilares de sustentação do modelo de
desenvolvimento territorial. Prospetivar os quantitativos populacionais futuros para se identificarem, atempada-
mente, as carências e os desafios que daí resultam, é uma das dimensões centrais de sustentação do modelo.
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 117
As diversas alterações observadas no Barreiro nos últimos anos, nomeadamente a perda relativa das atividades
industriais em detrimento das terciárias, aliada à menor capacidade de gerar emprego, refletem-se nas caraterís-
ticas de repulsão populacional e envelhecimento das estruturas demográficas. Neste quadro, manifesta-se uma
elevada correlação entre as dinâmicas da população e as dinâmicas de desenvolvimento, sobretudo económicas,
promovidas pelos atores locais/regionais.
O exercício de cenarização anteriormente apresentado comporta pressupostos de base com efeito significativo
nas componentes demográficas, considerando a sua relevância numa dupla perspetiva: mão-de-obra e mercado
de consumo. Por outro lado, o maior ou menor grau de concretização dos projetos impactantes terá efeitos signi-
ficativos na resolução dos problemas existentes na base demográfica – e na geração de emprego –, concorrendo
para a prossecução de um modelo de desenvolvimento em que a melhoria da qualidade de vida e bem-estar
socioeconómico das populações representa uma dimensão nuclear.
O modelo adotado para as estimativas populacionais –cohort survival aberto – possui como pressuposto a ca-
pacidade de sobrevivência de um grupo de indivíduos que sofre o mesmo tipo de acontecimentos demográficos,
no decorrer de uma determinada unidade temporal (no presente caso, entre 2001 e 2011). Neste quadro, para o
exercício de projeção demográfica realizado, por grupos etários decenais, calculou-se a probabilidade que
cada grupo etário tinha (em 2011), de sobreviver e passar a constituir o grupo etário seguinte, nos próximos
decénios (2021 e 2030).
No cenário tendencial (Barreiro, “Shrink City”), admitiu-se que a generalidade dos fenómenos demográficos ob-
servados no último período intercensitário (2001-2011) teriam comportamentos semelhantes nos dois decénios
seguintes (natalidade, mortalidade, saldos migratórios, mortalidade infantil, …).
No cenário otimista, mais expansionista (Barreiro, Área Central da Região Metropolitana Euro-Atlântica), assu-
miu-se um incremento significativo em algumas variáveis-chave do modelo: taxas de natalidade e movimentos imi-
gratórios, dada a maior atratividade do concelho, sobretudo por jovens e casais em idade fértil (associada à
forte dinâmica de geração de emprego e a um impulso acentuado na dinâmica de edificação e de reabilitação).
Nos cenários intermédios, expansionista moderado (Barreiro, Pólo Regional Estruturante Logístico Nacional) e
recessivo moderado (Barreiro, Centralidade Estruturante do Arco Ribeirinho), adotaram-se alguns critérios de
base, que sustentam alterações em variáveis como a taxa de natalidade e os saldos migratórios, no primeiro ce-
nário, em função da natureza e efeito significativo que os projetos impactantes TTT e TC representarão para a
geração de emprego e atração de população ativa metropolitana e de outras regiões nacionais, no segundo
cenário, em função do aproveitamento de algumas oportunidades associadas às tendências externas e internas
mais impactantes.
3.4.1. BARREIRO, ÁREA CENTRAL DA REGIÃO METROPOLITANA EURO-ATLÂNTICA
A concretização de todos os projetos impactantes, pressupondo, também, um bom aproveitamento das oportuni-
dades geradas, terá um efeito muito significativo na atratividade do Município, nomeadamente na melhoria do
posicionamento do Barreiro no contexto metropolitano (maior integração territorial).
Neste contexto, o Barreiro conhecerá um impulso demográfico assinalável (atração e fixação de um número
elevado de novos habitantes), compensando as perdas observadas no concelho desde a década de 80 do século
passado. O aumento de população ativa e o rejuvenescimento da estrutura etária serão dimensões centrais na
sustentação do processo de desenvolvimento económico a empreender.
No exercício de estimativas demográficas elaborado, em função dos pressupostos referenciados, é assumido,
por um lado, que a taxa de natalidade na globalidade do concelho sofrerá um incremento assinalável (entre os
0,6‰ e os 4‰, conforme as freguesias em causa) e, por outro lado, que se irá observar um aumento significativo
na taxa migratória específica expectável (que varia entre os 20% e os 300%, consoante a freguesia em análise).
Simultaneamente, neste cenário, assume-se que as taxas de mortalidade, por grupo etário, irão estacionar, man-
tendo-se praticamente inalteradas durante a década (não é expectável que nos próximos anos, face ao nível
atingido em termos de cuidados de saúde e assistência médica, bem como nos índices globais de qualidade de
vida, que a esperança média de vida se venha a alterar significativamente - tal facto é aliás corroborado pela
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
118 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
evolução recente das taxas brutas de mortalidade no país e no concelho, observando-se uma clara tendência
para a estabilização nos últimos anos).
No exercício de estimativas demográficas elaborado, em função dos pressupostos referenciados, é assumido,
por um lado, que a taxa de natalidade na globalidade do concelho sofrerá um incremento assinalável (entre os
0,6‰ e os 4‰, conforme as freguesias em causa) e, por outro lado, que se irá observar um aumento significativo
na taxa migratória específica expectável (que varia entre os 20% e os 300%, consoante a freguesia em análise).
Estes valores resultaram da ponderação e calibração resultante do potencial (e diferenciado) impacte demográ-
fico dos projetos impactantes inter freguesias – potencial de atração e fixação de jovens casais, em idade fértil
(fertilidade e imigração) vrs realidade das variáveis nos momentos censitários anteriores, Simultaneamente, neste
cenário, assume-se que as taxas de mortalidade, por grupo etário, irão estacionar, mantendo-se praticamente
inalteradas durante a década (não é expectável que nos próximos anos, face ao nível atingido em termos de
cuidados de saúde e assistência médica, bem como nos índices globais de qualidade de vida, que a esperança
média de vida se venha a alterar significativamente - tal facto é aliás corroborado pela evolução recente das
taxas brutas de mortalidade no país e no concelho, observando-se uma clara tendência para a estabilização nos
últimos anos).
Barreiro, Área Central da Região Metropolitana Euro-Atlântica:
População Residente (1981-2011) e Estimativas Populacionais (2021-2030)
A população tenderá, neste cenário (contexto de resposta de adaptação a posteriori; micro cenário 11), a sofrer
um acréscimo significativo, contabilizando-se o aumento, em 2030, em torno dos 14,7% (mais 11.600 residentes,
aproximadamente, face ao contabilizado em 2011). Num contexto de antecipação, de proatividade municipal na
criação de condições de base, as diferenças nestes quantitativos não serão significativas.
Em termos absolutos, esse crescimento demográfico observa-se sobretudo nas freguesias do Barreiro, Lavradio e
Alto do Seixalinho, territórios que, em função da potencial localização dos principais projetos impactantes e
consequente reforço da sua centralidade metropolitana, serão porventura alvo de maiores e mais céleres impac-
tes demográficos.
3.4.2. BARREIRO, PÓLO REGIONAL ESTRUTURANTE LOGÍSTICO NACIONAL
A concretização do Terminal de Contentores e dos investimentos na QUIMIPARQUE, amplamente geradores de
emprego, terão um papel importante de atração populacional.
A consolidação do potencial logístico do Barreiro, gerando mais empresas e uma maior diversificação do tecido
empresarial (com efeito significativo na criação de emprego), aliada à regeneração e reabilitação urbana e uma
maior dinâmica do mercado imobiliário e de arrendamento, contribuirão para um impulso demográfico positivo.
No exercício de estimativas demográficas, é assumido que: i) a taxa de natalidade na globalidade do concelho
sofrerá um incremento (entre os 0,2‰ e os 2‰); ii) a taxa migratória específica expectável irá aumentar (entre os
10% e os 200%, consoante a freguesia em análise); iii) as taxas de mortalidade, por grupo etário, irão estacionar.
72000
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)População Residente Tx Variação Populacional
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 119
Assim, neste cenário expansionista moderado, adotaram-se alguns critérios de base, que sustentam alterações em
variáveis como a taxa de natalidade e os saldos migratórios, em função da natureza e efeito significativo que os
projetos impactantes QUIMIPARQUE e Terminal de Contentores (TC) representarão para a geração de emprego
e atração de população ativa metropolitana e de outras regiões nacionais. Deve ressalvar-se que alguns dos
projetos impactantes que sustentam este cenário apenas apresentarão impactes significativos após 2021. No caso
da QUIMIPARQUE, pressupondo a realização de investimentos condutores ao seu desenvolvimento territorial até
2022, designadamente os previstos pela Baia do Tejo S.A., consideram-se que os impactes potenciais ocorrerão
entre 2022 e 2030. No caso do TC, pressupondo uma decisão em 2016/2017, o início da sua construção em 2019 e
uma estimativa de 2 anos para ser concluído, consideram-se que os impactes potenciais ocorrerão entre 2021 e
2030 (poderão existir impactes ex ante, resultantes da decisão da sua construção, a partir de 2019).
Neste cenário (contexto de resposta de antecipação; micro cenário 23), a população concelhia, em 2030, ron-
dará os 85.400 habitantes. Num contexto de ausência de resposta municipal dirigida (tendência de continuidade),
ou através de uma resposta adaptativa a posteriori, as diferenças nos quantitativos não serão relevantes.
Barreiro, Pólo Regional Estruturante Logístico Nacional:
População Residente (1981-2011) e Estimativas Populacionais (2021-2030)
Conforme referenciado, neste cenário, a população no concelho do Barreiro, em 2021, cifrar-se-á nos 79.236
habitantes (acréscimo de 0,6% face a 2011, aproximando-se dos valores registados em 2001) e, em 2030, nos
85.397 habitantes (incremento na ordem dos 8,4%, face a 2011, aproximando-se dos valores registados em 1991).
Em termos absolutos, esse crescimento demográfico observa-se sobretudo na freguesia sede de concelho, terri-
tório que, em função da potencial localização dos projetos impactantes (Terminal de Contentores e QUIMIPAR-
QUE) será alvo de maiores e mais céleres impactes demográficos.
3.4.3. BARREIRO, CENTRALIDADE ESTRUTURANTE DO ARCO RIBEIRINHO
Neste cenário, onde não serão concretizados quaisquer projetos impactantes, uma resposta adequada e eficaz
às tendências recentes irá produzir efeitos positivos em algumas dimensões-chave do desenvolvimento concelhio
(por exemplo, crescimento do tecido empresarial associado às atividades do subsetor da saúde humana; conso-
lidação do Parque Empresarial da Baía do Tejo; renovação e regeneração de alguns dos espaços económicos).
Neste quadro, o Barreiro tenderá a diminuir ligeiramente o seu quantitativo populacional, mas com tendência
para continuar com o envelhecimento da estrutura etária.
Neste cenário que prioriza uma resposta por antecipação (micro cenário 33), a população concelhia, em 2030,
rondará os 78.500 habitantes. Num contexto de ausência de resposta municipal dirigida (tendência de continui-
dade), ou através de uma resposta adaptativa a posteriori, as diferenças nos quantitativos não serão relevantes.
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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
120 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Barreiro, Centralidade Estruturante do Arco Ribeirinho:
População Residente (1981-2011) e Estimativas Populacionais (2021-2030)
3.4.4. BARREIRO, SHRINKING CITY
Se os anos 60 do século passado assumem um papel importante ao nível demográfico, associado à construção da
Ponte 25 de Abril, da Autoestrada do Sul (A2) e da via rápida para o Barreiro e, paralelamente, de forte desen-
volvimento da atividade industrial no concelho, designadamente pela CUF, o período de maior dinamismo demo-
gráfico ocorreu na década seguinte. Nas três últimas décadas, (entre 1981 e 2011), o Barreiro diminuiu a sua
população em cerca de 10 mil habitantes, reduzindo a sua importância demográfica no contexto metropolitano.
A não concretização de qualquer grande projeto impactante no desenvolvimento do Barreiro contribuirá para a
manutenção da tendência de perda demográfica patenteada nos últimos decénios. A população tenderá, neste
cenário, a manter uma evolução negativa, contabilizando-se a diminuição, nos próximos 15 anos, em torno dos
5% (menos 3.800 residentes, aproximadamente). Não obstante, registam-se diferenças significativas entre esca-
lões etários. Se, por um lado, se observa um forte acréscimo na população com mais de 70 anos, por outro lado,
regista-se uma redução significativa das idades que compõem a base da pirâmide etária concelhia, bem como do
grupo decenal dos 30 aos 39 anos, fator de extrema importância e preocupação, num contexto em que é neste
grupo etário que se encontram a maioria dos indivíduos com idade e propensão para ter filhos.
O gráfico seguinte representa esta evolução populacional global, num contexto de ausência de resposta munici-
pal dirigida (tendência de continuidade). Num quadro de maior voluntarismo e proatividade municipal, as dife-
renças nestes quantitativos não serão significativas.
Barreiro, Shrinking City:
População Residente (1981-2011) e Estimativas Populacionais (2021-2030)
72000
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1981 1991 2001 2011 2021 2030
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)
População Residente Tx Variação Populacional
65000
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1981 1991 2001 2011 2021 2030
Po
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)
População Residente Tx Variação Populacional
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
DIAGNÓSTICO PROSPETIVO | OUTUBRO.14 121
4. REFERENCIAL ESTRATÉGICO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO BARREIRO 2030
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 123
4. REFERENCIAL ESTRATÉGICO
4.1. DO CENÁRIO À VISÃO ESTRATÉGICA
No âmbito dos cenários de desenvolvimento no âmbito da Estratégia de Desenvolvimento BARREIRO 2030, foram
desenvolvidos quatro cenários prospetivos, que procuraram promover uma análise e uma avaliação sobre as va-
riáveis potencialmente estruturantes para a mudança a ocorrer no concelho nos próximos quinze anos.
A definição desses cenários de desenvolvimento suportou-se na identificação das variáveis motoras da mudança
e na organização de um conjunto de possibilidades plausíveis da sua evolução, no horizonte temporal de 2030.
A Visão para o BARREIRO 2030 tem como referência a evolução que poderá ocorrer balizada pelos cenários
“Barreiro, Pólo Regional Estruturante Logístico Nacional” e “Centralidade estruturante do Arco Ribeirinho Sul” e
está organizada em torno das quatro dimensões chave do modelo de desenvolvimento (económico, social, ambi-
ental e cultural). Neste cenário – em que são concretizados o Terminal de Contentores e os investimentos na
QUIMIPARQUE e verificam-se com alguma intensidade os impactes positivos e negativos das tendências externas
e internas do concelho do Barreiro, com um aproveitamento da maioria das oportunidades criadas –, a visão para
o Barreiro em 2030 é a de um território próspero, inclusivo, sustentável e social, económica e ambientalmente
resiliente às mudanças.
Visão Estratégica BARREIRO 2030
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
124 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Visão Estratégica Territorial BARREIRO 2030
4.2. OBJETIVOS PRIORITÁRIOS
A concretização da Visão para o BARREIRO 2030 é prosseguida através da concretização de 63 objetivos priori-
tários estruturados nas quatro dimensões chave do modelo de desenvolvimento (económico, social, ambiental e
cultural), que se apresentam seguidamente.
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 125
Visão Barreiro 2030
O Barreiro afirmar-se-á como um polo económico e tecnológico estrutu-
rante da competitividade metropolitana, com uma base económica diver-
sificada, inovadora e criativa, suportada no setor portuário e logístico, na
indústria, na área social e da saúde e nas atividades associadas ao lazer,
ao desporto, à cultura e ao ambiente.
O potencial humano será mais qualificado e beneficiará de uma crescente
e mais eficiente articulação entre o sistema educativo e formativo e a es-
trutura empresarial do concelho.
A frente ribeirinha renascerá no seu protagonismo económico, mas tam-
bém social e ambiental, criando novas oportunidades para todo o conce-
lho, estimulando relações de complementaridade com os municípios vizi-
nhos.
Domínio Especialização Produtiva
01 Concretizar o potencial portuário-logístico-industrial do Barreiro
02 Criar condições para a criação e atração de iniciativas empresariais inovadoras, criativas e intensivas
em conhecimento
03 Integrar o Barreiro na visitação turística da Área Metropolitana de Lisboa, a partir da ligação fluvial a
Lisboa e apoiada em fatores distintivos como a paisagem e a cultura industrial e operária
04 Posicionar o Barreiro como um polo de lazer regional, associado ao Tejo, ao ambiente, à cultura, ao
comércio e à restauração
05 Consolidar o Barreiro como um centro de serviços regional nos setores da saúde e do serviço social,
nomeadamente orientados para o apoio aos idosos
Domínio Capital Humano
06 Promover a melhoria da estrutura de qualificações da população ativa do Barreiro
07 Criar condições promotoras da aprendizagem ao longo da vida e o acesso a recursos culturais e edu-
cativos
08 Promover uma maior articulação entre o sistema formativo e a estrutura produtiva e empresarial do
concelho
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
126 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Domínio Investigação & Desenvolvimento
09 Reforçar o papel da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro como polo de inovação, modernização
do tecido produtivo e empresarial e qualificação dos ativos
10 Incentivar o investimento das empresas em atividades de investigação e desenvolvimento
11 Reforçar fortemente a cooperação entre as empresas do concelho e o sistema científico e tecnológico
regional
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 127
Visão Barreiro 2030
O Barreiro assumir-se-á uma comunidade diversa, inclusiva, solidária e ge-
radora de oportunidades de participação social, económica e cívica e de
realização para as crianças e os jovens, para os idosos e para as famílias.
As áreas de intervenção prioritária serão espaços de implementação de
novas soluções de inovação social.
As áreas urbanas mais envelhecidas e com níveis de desqualificação física
mais acentuados serão requalificadas, promovendo operações integradas
que mobilizem a atuação de todos os atores.
A tolerância, a criatividade, a diversidade e as condições territoriais qua-
lificadas serão um atrativo para que população jovem aqui resida.
Domínio Inclusão Social
01 Valorizar a diversidade cultural e étnica do Barreiro como um recurso social e económico e um patri-
mónio comunitário
02 Ampliar a oferta de respostas estruturantes de apoio às famílias e às crianças, respondendo às necessi-
dades e reforçando a atratividade do Barreiro para os jovens
03 Regenerar e reabilitar as áreas urbanas desfavorecidas, criando condições físicas promotoras da inclu-
são social e da pertença ao território e à comunidade
04 Criar condições socio-urbanísticas (respostas sociais, lazer e mobilidade urbana) que promovam o en-
velhecimento ativo, saudável e participativo da população idosa
05 Criar condições que permitam melhorar a mobilidade e a acessibilidade, nomeadamente pela popula-
ção idosa e pelos indivíduos com deficiência
06 Promover a inclusão dos grupos desfavorecidos, estimulando o desenvolvimento de projetos que pro-
movam a empregabilidade, a qualificação educativa e profissional, o combate à pobreza, a inclusão
social e a redução do abandono e do insucesso escolar
07 Incentivar a intergeracionalidade e o relacionamento intercultural
Domínio Educação
08 Qualificar a oferta de equipamentos educativos, melhorando as suas condições de funcionamento de
forma a responder aos novos desafios da aprendizagem
09 Dar continuidade à redução do abandono escolar precoce
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
128 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Domínio Saúde
10 Assegurar uma oferta qualificada e acessível a cuidados de saúde primários
11 Assegurar uma oferta hospitalar suportada num conjunto alargado de valências, com funcionamento de
excelência na qualidade de serviço
12 Diversificar e aumentar as respostas sociais dirigidas à população sénior, estimulando o envelhecimento
ativo e promovendo o bem-estar físico, social e mental
13 Criar condições urbanísticas promotoras do exercício físico, associado à mobilidade pedonal e ciclável
e à prática desportiva informal
14 Incrementar a atividade desportiva em contexto escolar
15 Qualificar e ampliar a rede de equipamentos desportivos
Domínio Habitação e Condições de Alojamento
16 Incentivar a conservação do edificado privado e criar uma cultura de reabilitação e conservação re-
gular dos imóveis particulares
17 Requalificar as áreas urbanas mais envelhecidas e com níveis de desqualificação física mais acentuados,
promovendo operações integradas que mobilizem a atuação de todos os atores
18 Qualificar o parque habitacional municipal e contribuir para a oferta de soluções transitórias de habi-
tação em situações de emergência social
19 Criar condições de facilitação do acesso à habitação e de dinamização do mercado de arrendamento
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 129
Visão Barreiro 2030
O Barreiro assumir-se-á um território de qualidade ambiental, onde se pri-
vilegiará o uso eficiente dos recursos (solo, água e energia). Será estru-
turado por um sistema urbano policêntrico, adequadamente articulado por
um sistema de transportes públicos e por uma rede de percursos cicláveis
e de percursos pedonais que incentivarão a modos de vida saudáveis.
Os sistemas naturais estarão preservados e valorizados, nomeadamente a
frente ribeirinha, os corredores ecológicos definidos pela rede hidrográ-
fica e as grandes manchas florestais (Reserva Natural Local do Sapal do
Rio Coina e Mata Nacional da Machada).
Domínio Ambiente Urbano
01 Privilegiar a renovação, a regeneração e a reabilitação urbana em detrimento da expansão do solo
urbano, contendo a urbanização dispersa e fragmentada
02 Qualificar o espaço urbano central, valorizando os espaços públicos, criando ambientes urbanos cria-
tivos (atividades e espaços), atrativos (viver/trabalhar/investir) e vibrantes, onde o comércio, o terciá-
rio, as indústrias criativas e o turismo encontrem condições de sucesso
03 Criar uma estrutura verde urbana contínua e uma rede de espaços verdes de proximidade dirigidas aos
idosos e às crianças, assegurando um acesso fácil e seguro
Domínio Conservação da Natureza e Biodiversidade
04
Preservar a estrutura ecológica municipal, qualificando e protegendo os espaços com maior valor pai-
sagístico e ambiental (frentes ribeirinhas, Várzea de Coina, Sapal de Coina, Mata Nacional da Ma-
chada, corredores ecológicos, arborização, ...), assegurando a sua continuidade e o funcionamento
dos sistemas
05
Promover a valorização lúdica, educativa e turística da estrutura ecológica municipal, prevendo a sua
articulação harmoniosa com os espaços edificados para que possam desempenhar funções ecológicas
de amenização ambiental e de desafogo das áreas compactas e ter uma utilização continuada para o
recreio e lazer, a visitação, a investigação e a interpretação e educação ambiental
Domínio Riscos Ambientais e Tecnológicos
06 Resolver os passivos ambientais prevalecentes de anteriores atividades industriais
07 Promover a adaptação do território às alterações climáticas, nomeadamente as relacionadas com fe-
nómenos extremos (forte precipitação ou ondas de calor) ou associados à sobrelevação das águas do
mar
08 Monitorizar a poluição atmosférica, bem como promover a diminuição da redução do tráfego automó-
vel em áreas centrais e residenciais
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
130 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Domínio Energia
09 Reduzir os consumos de energia primária na administração local, aumentando a eficiência energética
nas infraestruturas públicas, implementando medidas de promoção da eficiência energética e de racio-
nalização dos consumos
10
Promover a mobilidade urbana sustentável que reduza as emissões de CO2, dinamizando sistemas de
mobilidade urbana mais sustentáveis apoiados nos transportes públicos de passageiros -TCB e na inte-
gração de sistemas inteligentes que os tornem mais atrativos, numa rede articulada de percursos ciclá-
veis coerente, contínua e funcional e na intermodalidade
Domínio Produção Local
11 Criar condições favoráveis para a produção hortícola em contexto urbano ou de âmbito social utili-
zando a criação de hortas como um instrumento de urbanismo tático para utilização transitória de es-
paços desocupados ou devolutos, evitando, simultaneamente, as hortas espontâneas
12 Incentivar a produção local, criando condições para que ocorram mercados locais, nos espaços cen-
trais do sistema urbano local, nomeadamente a venda de primores e hortícolas de qualidade
Domínio Mobilidade
13
Reforçar a integração do Barreiro no Arco Ribeirinho Sul, viabilizando novas e mais eficientes ligações
aos concelhos vizinhos - Moita, Palmela e Seixal - e à estrutura viária regional e nacional, mantendo,
igualmente, a viabilidade de ligação à margem norte na solução de atravessamento designada por cor-
redor central, como alternativa à ponte 25 de Abril e à ponte Vasco da Gama
14 Melhorar as acessibilidades internas, eliminando dificuldades prevalecentes de ligação entre áreas ur-
banas e dificuldades de acesso às principais infraestruturas de circulação e de transporte, incorporando
sistemas inteligentes de transporte e melhorando, também, o estacionamento
15 Promover a mobilidade sustentável, adotando soluções que encorajem a mobilidade velocipédica, ci-
clável e pedonal, valorizando e qualificando o espaço público, mas também o uso do transporte público
em sítio próprio, aumentando a sua densidade, eficácia e conforto
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 131
Visão Barreiro 2030
A Cultura desempenhará um papel chave no desenvolvimento social, am-
biental e económico da população do Barreiro, sendo o pilar de uma iden-
tidade local diferenciadora e inclusiva, uma alavanca de uma nova eco-
nomia criativa e inovadora e a base de uma cidadania participada, soli-
dária e eco responsável contemporânea de uma urbanidade sustentável.
A produção artística, o usufruto cultural e a atividade física e desportiva
fortalecerão o Barreiro como um polo cultural e criativo metropolitano,
incentivado a visitação a par de outros ativos, como a memória e o patri-
mónio histórico.
Domínio Espaços e Elementos Culturais
01 Valorizar e preservar os elementos urbanos notáveis, nomeadamente do património industrial, ferrovi-
ário e ribeirinho
02 Ampliar a valorização dos ativos culturais locais como catalisadores da atividade cultural
03 Integrar a dinamização cultural e a criação de espaços criativos locais nas estratégias e planos de re-
generação urbana
04 Qualificar e ampliar a oferta museológica concelhia, valorizando a memória e a identidade local e
criando novos polos de atração turístico-cultural, integrados em circuitos de visitação
Domínio Agentes e Instituições Culturais
05 Afirmar o Barreiro como um território de excelência para a fixação de agentes e de atividades criativas,
dinamizando espaços e equipamentos desativados, que potenciem o aparecimento de polos de criati-
vidade, produção e consumo cultural
06 Potenciar e valorizar os recursos materiais, imateriais e humanos com apetência para serem dinamiza-
dores de indústrias criativas
07 Apoiar a profissionalização das estruturas artísticas locais ativas
08 Apoiar os agentes e as instituições culturais locais a utilizarem a cultura como suporte da inovação e
inclusão social
09 Fortalecer o tecido associativo local como espaços culturais de proximidade
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
132 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Domínio Eventos e Espetáculos
10 Promover o Barreiro como uma marca criativa, suportada no património, nos agentes culturais e criati-
vos e nas diversas formas de expressão cultural e artística
11 Desenvolver uma estratégia integrada de promoção e de comunicação consistente da agenda cultural,
artística e desportiva local
12 Dar visibilidade à produção e à formação criativa e artística feita no Barreiro
13 Desenvolver a realização de eventos culturais distintivos e de grande notoriedade, ancorados nos es-
paços urbanos de excelência
14 Integrar a cultura na revitalização e na animação dos espaços urbanos centrais, criando espaços urba-
nos vibrantes
15 Promover a diversidade cultural e étnica do Barreiro e valorizar as múltiplas expressões culturais e ar-
tísticas dos diversos bairros
Domínio Associativismo
16 Dinamizar o associativismo local, promovendo a sua modernização e reorientação para os novos de-
safios societais
17 Dinamizar a economia cívica e a realização de iniciativas de inovação social a partir das organizações
da sociedade civil
18 Dinamizar a atividade desportiva, dando continuidade à melhoria e renovação dos equipamentos e
apoio às coletividades locais
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | JUNHO.15 133
<
5. MODELO TERRITORIAL E
ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS
TERRITORIAIS ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO BARREIRO 2030
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 135
5. MODELO TERRITORIAL E ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS TERRITORIAIS
5.1. PRINCÍPIOS PARA O DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL
O modelo territorial deve permitir, simultaneamente e de forma sinóptica, uma leitura do presente e uma projeção
do futuro, possibilitando analisar as grandes tendências de desenvolvimento do território, destacando os aspetos
mais decisivos para o Ordenamento do Território.
A análise realizada nos capítulos anteriores permite propor um modelo de organização que reflete as suas dife-
rentes vocações e aptidões, com o objetivo de alcançar, no horizonte temporal 2030, uma valorização integrada
de todo o concelho, incrementando a sua competitividade e a sua coesão territorial.
O modelo territorial a propor para o Barreiro procura traduzir a incidência do referencial estratégico de desen-
volvimento, configurando uma ideia de organização dinâmica do território concelhio suportada, num primeiro
tempo, na situação de referência analisada e, num segundo tempo, nos processos de transformação instalados e
emergentes expectáveis.
A promoção e o desenvolvimento de um novo modelo territorial estratégico para o Barreiro devem ter subja-
cente uma série de princípios que norteiem a conceção das propostas de intervenção e de ação. Esses princípios
devem decorrer do paradigma de desenvolvimento sustentável do território, resultando de um progresso equili-
brado de três grandes prioridades: o crescimento económico, a equidade social e a sustentabilidade ambiental.
Neste contexto, propõem-se nove princípios orientadores do modelo estratégico para o Barreiro, que suportam
a construção da matriz territorial no âmbito do processo de revisão do PDM.
9 Princípios para o Desenvolvimento Territorial do Barreiro
01 Promover um sistema urbano policêntrico que favoreça a equidade no acesso a bens e serviços públicos
e que valorize o quadro de vida de proximidade
02 Estruturar o desenvolvimento urbano a partir de espaços urbanos compactos, com usos mistos e grande
densidade populacional e funcional, que favoreçam a sustentabilidade e a interação social
03 Privilegiar a construção do novo urbano sobre o urbano desqualificado e degradado, dando prioridade
à reabilitação, regeneração e renovação urbana
04 Criar um ecossistema urbano equilibrado, articulando os sistemas ecológicos com os espaços edifica-
dos, contribuindo para a melhoria do ambiente urbano, para amenização climática, para a valorização
paisagística e para a proximidade dos espaços abertos às áreas residenciais
05 Valorizar a frente ribeirinha como principal ativo ambiental, social e económico do concelho, promo-
vendo a sua multifuncionalidade e concretizando as suas diferentes vocações
06 Promover a mobilidade urbana sustentável suportada nos transportes públicos, num sistema de vias e de
percursos cicláveis e num espaço público que permita a mobilidade pedonal com conforto e segurança.
07 Maximizar a flexibilidade a longo prazo no uso e ocupação do solo, promovendo a adaptação às al-
terações climáticas
08 Promover uma economia urbana dinâmica, diversificada e integrada nos espaços urbanos
09 Incentivar novos modos de vida sustentáveis, afirmando o Barreiro como uma referência numa nova
cultura ecológica urbana
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
136 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
5.2. SÍNTESE DO MODELO TERRITORIAL
Considerando os princípios enunciados, o modelo territorial estratégico para 2030 tem necessariamente subja-
cente uma categorização dos espaços estratégicos e da rede rodo e ferroviária, que tem como objetivos:
Identificar áreas com caraterísticas semelhantes, considerando vários critérios, designadamente: funções
urbanas; problemas urbanísticos; aspetos socioeconómicos da população residente; atividades econó-
micas; relevância ambiental para o concelho e para a AML;
Definir espaços homogéneos em termos de forças/fraquezas/ameaças/oportunidades, com vista à ação;
Identificar espaços para os quais a estratégia de desenvolvimento territorial possa propor abordagens
específicas e/ou articulações.
Com base na avaliação dos critérios supra referidos, do trabalho desenvolvido nas fases anteriores do processo
de revisão do PDM e do processo de auscultação realizado, foram identificadas as seguintes categorias de es-
paços estratégicos:
Espaço Urbano Central: Espaço urbano central no sistema urbano concelhio, inerente à concentração de
funções municipais e supramunicipais, com grande relevância populacional e funcional, mas com uma cres-
cente perda de vitalidade social e económica;
Espaços Urbanos Consolidados: Espaços urbanos onde predomina a função residencial, em alguns casos
de expansão recente, onde a função residencial ainda não foi totalmente acompanhada pela dotação
de equipamentos de proximidade e de espaços verdes de recreio e de lazer;
Espaços Urbanos a Estruturar: Espaços urbanos de edificação fragmentada, debilmente integrados no
sistema urbano municipal, com carências de comércio, serviços, infraestruturas e equipamentos de proxi-
midade, espaços verdes e de lazer;
Polos Económicos Motrizes: Espaços com relevância à escala supramunicipal e municipal, onde se con-
centram maioritariamente as funções consumo e produção, mas com algumas debilidades em termos de
acessibilidades e de qualificação;
Polo de Equipamentos Desportivos: Conjunto de equipamentos desportivos de relevância municipal que
configuram o Complexo Desportivo Alfredo da Silva, do Grupo Desportivo Fabril do Barreiro, desta-
cando-se o Estádio Alfredo da Silva e o Pavilhão Vitor Domingos;
Estrutura Ecológica: Espaços de reserva maioritariamente associados aos sistemas ecológicos da AML e
sistemas naturais a valorizar;
Frente Ribeirinha Multifuncional: Extensão ribeirinha do Barreiro, ao longo do rio Tejo e do rio Coina,
acolhedora de pessoas e de atividades e com relevante potencial económico, social e ambiental;
Núcleos Urbanos Antigos: Espaços urbanos consolidados (núcleos antigos) onde predomina a função
residencial que, no seu conjunto, apresentam edificações em mau estado de conservação;
Áreas de Intervenção Prioritária: Espaços urbanos consolidados que, no seu conjunto, apresentam edifi-
cações em mau estado de conservação e onde persistem situações de exclusão social;
Áreas de Oportunidade: Grandes espaços vazios ou disponíveis (Cidade de Coina), com boas acessibi-
lidades ou com extensas áreas com usos obsoletos (QUIMIPARQUE, corredor ferroviário e Quinta do
Braamcamp), com potencial para a atração de novas atividades passíveis de contribuírem para a diver-
sificação do tecido socioeconómico e ambiental e para afirmação do Barreiro como uma centralidade
metropolitana.
A caraterização síntese de cada uma destas tipologias de espaço no concelho do Barreiro apresenta-se segui-
damente, sob a forma de fichas, sintetizando-se, antes, o modelo territorial proposto para o BARREIRO 2030.
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 137
Modelo Territorial BARREIRO 2030
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
138 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
5.3. ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS TERRITORIAIS
Espaço Urbano Central
Espaço urbano central no sistema urbano concelhio, inerente à concentração de funções municipais e supra-
municipais, com grande relevância populacional e funcional, mas com uma crescente perda de vitalidade social
e económica
Desafios Estratégicos de Valorização Territorial
→ Valorização dos espaços públicos, através da requalificação urbana
→ Revitalização social e económica, de modo a atrair população jovem para viver neste espaço
Orientação Estratégica Global
→ Consolidar e reforçar a sua centralidade, aumentar a sua atratividade, promover a sua regeneração
social e económica e reabilitar o espaço público
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 139
Orientações Estratégicas Específicas (Territorialização)
BARREIRO-CENTRO/ALTO DO SEIXALINHO/ VERDERENA
Pano de Fundo Orientação
Espaço com grande acessibilidade e
elevada densidade populacional,
mas com uma população envelhe-
cida e vitalidade socioeconómica
em perda
Aproveitar a sua centralidade, con-
jugando-a com intervenções de rea-
bilitação urbana e de revitalização
social e económica, incluindo a ex-
pansão para a área do território da
QUIMIPARQUE
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
140 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Espaços Urbanos Consolidados
0
Espaços urbanos onde predomina a função residencial, em alguns casos de expansão recente, onde a função
residencial ainda não foi totalmente acompanhada pela dotação de equipamentos de proximidade e de espa-
ços verdes de recreio e de lazer
Desafios Estratégicos de Valorização Territorial
→ Preenchimento dos espaços urbanos expectantes
→ Qualificação dos espaços públicos, dotando-os de infraestruturas e de equipamentos
Orientação Estratégica Global
→ Consolidar o processo de urbanização, completando remates urbanos, qualificando o espaço público
e reforçando a rede de equipamentos de proximidade e os espaços de lazer e de recreio equipados
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 141
Orientações Estratégicas Específicas (Territorialização)
1. LAVRADIO/QUINTA DA LOMBA/ QUINTA DOS FIDALGUINHOS
Pano de Fundo Orientação
Espaço de média densidade, com
bolsas disponíveis para construção e
uma boa rede de equipamentos de
proximidade e de espaços de lazer
e de recreio
Consolidar o processo de urbaniza-
ção, completando remates urbanos,
qualificando o espaço público
2. PALHAIS/VILA CHÃ/SANTO ANTÓNIO/ COINA
Pano de Fundo Orientação
Espaços de baixa densidade, com
bolsas disponíveis para construção e
bons acessos rodoviários
Consolidar o processo de urbaniza-
ção, completando remates urbanos,
qualificando o espaço público e cri-
ando equipamentos de proximidade
e espaços de lazer e de recreio
equipados
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
142 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Espaços Urbanos a Estruturar
Espaços urbanos de edificação fragmentada, debilmente integrados no sistema urbano municipal, com carên-
cias de comércio, serviços, infraestruturas e equipamentos de proximidade, espaços verdes e de lazer
Desafios Estratégicos de Valorização Territorial
→ Qualificação dos espaços públicos, dotando-os de infraestruturas, equipamentos e serviços
→ Preenchimento dos espaços vazios e aumento da sua urbanidade
→ Criação de condições favoráveis para a produção hortícola em contexto urbano
Orientação Estratégica Global
→ Qualificar o espaço público, reforçar a dotação de infraestruturas, equipamentos e serviços e melhorar
a articulação com o restante território concelhio em termos urbanísticos e paisagísticos
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 143
Orientações Estratégicas Específicas (Territorialização)
SUDESTE DO CONCELHO
Pano de Fundo Orientação
Espaços maioritariamente de génese
ilegal e de urbanização recente de
edificação fragmentada, com carên-
cias em termos de equipamentos de
proximidade, qualificação do es-
paço público e de espaços verdes e
de lazer
Desenvolver estudos urbanísticos
que preparem a evolução de médio-
longo prazo da morfologia urbana e
que permitam integrar as diversas
malhas urbanas (AUGI + urbaniza-
ções recentes), preencher vazios,
aumentar a sua urbanidade, dotar de
equipamentos e de espaços verdes e
revitalizar as atividades económi-
cas, compatibilizando esses usos
com a atividade agrícola (produção
hortícola em contexto urbano ou de
âmbito social)
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
144 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Polos Económicos Motrizes
Espaços com relevância à escala supramunicipal e municipal, onde se concentram maioritariamente as funções
consumo e produção, mas com algumas debilidades em termos de acessibilidades e de qualificação
Desafios Estratégicos de Valorização Territorial
→ Aprofundamento do processo de reconversão industrial e de reordenamento do espaço afeto às ativi-
dades económicas
→ Renovação e qualificação territorial e valorização da paisagem
→ Melhoria das acessibilidades viárias
Orientação Estratégica Global
→
Melhorar a acessibilidade viária, criar condições para que se possam renovar/qualificar, acolhendo
novas vagas de investimento privado (do armazém ao parque empresarial/centro de negócios), que
representem desejavelmente uma atualização em termos de inovação e de competitividade para o te-
cido económico local
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REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 145
Orientações Estratégicas Específicas (Territorialização)
1. QUIMIPARQUE
Pano de Fundo Orientação
Espaço onde se localizava a Quimi-
gal, atualmente Parque Empresarial,
onde será concretizado o Plano de
Urbanização do Território da QUI-
MIPARQUE e Áreas Envolventes
Concretizar o PU da QUIMIPAR-
QUE, diversificando as atividades
económicas e regenerando o terri-
tório
2. TELHA VELHA / SETE PORTAIS / QUINTA DAS REBELAS / CONTINENTE
/SANTO ANTÓNIO / CABEÇO VERDE
Pano de Fundo Orientação
Espaços constituídos por várias par-
celas autónomas, ocupados predo-
minantemente por unidades industri-
ais de pequena e média dimensão e
por médias superfícies comerciais
Promover a infraestruturação e a re-
qualificação, atraindo novos investi-
mentos
3. N10 / COINA
Pano de Fundo Orientação
Espaço de localização de atividades
económicas, onde predominam o
grande comércio a retalho e algu-
mas unidades industriais
Aproveitar a grande acessibilidade
metropolitana e os investimentos ro-
doviários em curso e desenvolver um
importante polo económico (comér-
cio e serviços) no sul do concelho
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
146 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Polo de Equipamentos Desportivos
Conjunto de equipamentos desportivos de relevância municipal que configuram o Complexo Desportivo Al-
fredo da Silva, do Grupo Desportivo Fabril do Barreiro, destacando-se o Estádio Alfredo da Silva e o Pavilhão
Vitor Domingos
Desafios Estratégicos de Valorização Territorial
→ Requalificação do espaço público circundante ao Complexo Desportivo
→ Integração do Complexo Desportivo com a cidade
Orientação Estratégica Global
→ Promover a integração do Complexo Desportivo com a cidade, requalificando o espaço público e me-
lhorando a acessibilidade rodoviária
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 147
Orientações Estratégicas Específicas (Territorialização)
1. COMPLEXO DESPORTIVO ALFREDO DA SILVA
Pano de Fundo Orientação
Principal conjunto de equipamentos
desportivos do Barreiro, de relevân-
cia municipal e na proximidade do
espaço urbano do Barreiro, Alto do
Seixalinho e do Lavradio, com boas
acessibilidades rodoviárias
Requalificar o espaço público cir-
cundante ao Complexo Desportivo
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
148 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Estrutura Ecológica
Espaços de reserva maioritariamente associados aos sistemas ecológicos da AML e sistemas naturais a valori-
zar
Desafios Estratégicos de Valorização Territorial
→ Definição de uma rede fundamental de áreas, corredores e ligações ecológicas, de valorização paisa-
gística e ambiental do sistema territorial concelhio
→ Qualificação da Mata Nacional da Machada, reforçando a dotação de equipamentos para atividades
de recreio e lazer
Orientação Estratégica Global
→ Valorizar paisagística e ambientalmente estes territórios, enquanto espaços de descompressão, sorve-
douros de carbono, dotados, sempre que adequado, de condições para o lazer
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 149
Orientações Estratégicas Específicas (Territorialização)
1. MATA NACIONAL DA MACHADA
Pano de Fundo Orientação
Espaço de riqueza ecológica e pai-
sagística, principal mancha verde e
“pulmão da cidade”
Proteger e valorizar a sua diversi-
dade ecológica e paisagística, privi-
legiado para atividades de recreio
e lazer
2. ÁREAS VITAIS (Baixa da Vala Real, Coina, …)
Pano de Fundo Orientação
Áreas sem aptidão construtiva, mas
com grande relevância no âmbito
dos sistemas ecológicos da AML
Arborização das grandes manchas
sem aptidão para edificação, valori-
zando a paisagem e o ambiente do
concelho
3. ESPAÇOS CANAIS
Pano de Fundo Orientação
Espaços dominados por infraestrutu-
ras rodoviárias de grande capaci-
dade, constituindo barreiras que
segmentam o contínuo urbano e li-
nhas de águas, enquanto corredores
complementares
Valorização paisagística da cidade,
através da arborização dos grandes
espaços canais (IC21, antiga EN10-
3, antiga EN11-2, IC32) e valoriza-
ção das linhas de água
4. ARBORIZAÇÃO URBANA
Pano de Fundo Orientação
A autarquia tem promovido um pro-
cesso progressivamente mais inten-
sivo de arborização dos espaços
públicos, quer nas áreas urbanas
centrais ou noutras mais recentes
Reforço da arborização urbana, em
especial na malha urbana consoli-
dada e criação de pequenos espa-
ços verdes de recreio e de lazer
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
150 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Frente Ribeirinha Multifuncional
Extensão ribeirinha do Barreiro, ao longo do rio Tejo e do rio Coina, acolhedora de pessoas e de atividades
e com relevante potencial económico, social e ambiental
Desafios Estratégicos de Valorização Territorial
→ Aproveitamento do potencial económico, valorizando as funções portuárias, logísticas e industriais
→ Aproveitamento do potencial social, valorizando a frente ribeirinha como um espaço social e desafogo
urbano
→ Aproveitamento do potencial ambiental, preservando os sistemas naturais
Orientação Estratégica Global
→ Valorizar e preservar a frente ribeirinha, adequando-a aos seus diversos potenciais (económico, social
e ambiental)
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 151
Orientações Estratégicas Específicas (Territorialização)
1. PARQUE BAIA TEJO
Pano de Fundo Orientação
Frente ribeirinha do espaço onde se
localizava a Quimigal, onde será
concretizado o Plano de Urbaniza-
ção do Território da QUIMIPARQUE
e Áreas Envolventes e onde deverá
localizar-se o Terminal de Conten-
tores de Águas Profundas da AML
Valorizar as funções portuárias, lo-
gísticas e industriais, concretizando
a grande oportunidade deste terri-
tório.
2. FRENTE URBANA
Pano de Fundo Orientação
Frente ribeirinha de grande exten-
são, limitando o concelho a norte e
a oeste, até Palhais, com grande di-
versidade paisagística, mas presen-
temente subaproveitado para ativi-
dades de recreio e de lazer
Valorizar a frente ribeirinha como
um espaço social e desafogo ur-
bano, privilegiando a qualificação
do espaço público, o lazer e o de-
senvolvimento de atividades ligadas
aos desportos náuticos, reforçando
a aposta estratégica do recreio e
dos lazeres no contexto metropoli-
tano.
3. PALHAIS-COINA
Pano de Fundo Orientação
Frente ribeirinha de grande exten-
são ao longo do rio Coina, de
grande riqueza ambiental e paisa-
gística
Preservar os sistemas naturais e per-
mitir a sua visitação e interpretação.
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
152 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Núcleos Urbanos Antigos
Espaços urbanos consolidados (núcleos antigos) onde predomina a função residencial que, no seu conjunto,
apresentam edificações em mau estado de conservação
Desafios Estratégicos de Valorização Territorial
→ Revitalização social e económica, de modo a atrair população jovem para viver neste espaço
→ Valorização dos espaços públicos, através da requalificação urbana
Orientação Estratégica Global
→ Promover a sua regeneração social e económica, criando condições para melhorar o estado de con-
servação do edificado e reabilitar o espaço público
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 153
Orientações Estratégicas Específicas (Territorialização)
NÚCLEO HISTÓRICO
Pano de Fundo Orientação
Espaço com uma malha ortogonal
paralela à frente ribeirinha e com
volumetria predominante de dois pi-
sos, com edifícios em deficiente es-
tado de conservação e maioritaria-
mente devolutos
Área urbana a regenerar e a reabi-
litar, intervindo no espaço público e
no edificado
LAVRADIO
Pano de Fundo Orientação
Espaço de média densidade, com o
parque edificado degradado e com
elevado número de alojamentos de-
volutos/ vagos
Aproveitar a sua proximidade da
QUIMIPARQUE, (beneficiando das
intervenções previstas no PU), pro-
movendo a reabilitação urbana
SETE PORTAIS
Pano de Fundo Orientação
Espaço bem dotado em termos de
acessibilidades, equipamentos e es-
paço público
Desenvolver e estruturar a malha ur-
bana, beneficiando da proximidade
da frente ribeirinha
SANTO ANTÓNIO DA CHARNECA
Pano de Fundo Orientação
Espaços de baixa densidade, com
bons acessos rodoviários
Consolidar a sua atratividade junto
de segmentos de nível superior
PALHAIS/COINA
Pano de Fundo Orientação
Espaços de baixa densidade, com
forte caráter identitário e com o
parque edificado degradado
Valorizar a sua dinâmica e identi-
dade local, promovendo interven-
ções de reabilitação urbana
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
154 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Áreas de Intervenção Prioritária
Espaços urbanos consolidados que, no seu conjunto, apresentam edificações em mau estado de conservação
e onde persistem situações de exclusão social
Desafios Estratégicos de Valorização Territorial
→ Regeneração e reabilitação das áreas urbanas, promovendo condições físicas promotoras da inclusão
social e da pertença ao território, através de operações integradas que mobilizem a atuação de todos
os atores
→ Qualificação do parque habitacional municipal
Orientação Estratégica Global
→ Promover a sua reabilitação do espaço público e dotar o parque habitacional das condições de habi-
tabilidade conducentes ao bem-estar dos residentes
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 155
Orientações Estratégicas Específicas (Territorialização)
1. NÚCLEO HISTÓRICO
Pano de Fundo Orientação
Espaço com uma malha ortogonal
paralela à frente ribeirinha e com
volumetria predominante de dois pi-
sos, com edifícios em deficiente es-
tado de conservação e maioritaria-
mente devolutos
Área urbana a regenerar e a reabi-
litar, intervindo no espaço público e
no edificado
2. QUINTA DA AMOREIRA
Pano de Fundo Orientação
Espaço com caraterísticas de pe-
queno aglomerado rural, com edifi-
cações com reduzidas condições de
habitabilidade
Área urbana crítica a regenerar e a
reabilitar, melhorando as condições
de habitat precário
3. BAIRRO DA QUINTA DA MINA
Pano de Fundo Orientação
Espaço com uma estrutura urbana di-
fusa, de hierarquia indefinida, sem
centralidades, com graves proble-
mas construtivos e estruturais, com
ocupação indevida dos espaços pú-
blicos e existência de barracas e de
edifícios com caráter provisório
Área urbana crítica a regenerar e a
reabilitar, melhorando as condições
de habitat precário, de qualidade
dos espaços públicos, infraestrutu-
ras, equipamentos
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
156 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16
Áreas de Oportunidade
Grandes espaços vazios ou disponíveis (Cidade de Coina), com boas acessibilidades ou com extensas áreas
com usos obsoletos (QUIMIPARQUE, corredor ferroviário e Quinta do Braamcamp), com potencial para a
atração de novas atividades passíveis de contribuírem para a diversificação do tecido socioeconómico e am-
biental e para afirmação do Barreiro como uma centralidade metropolitana
Desafios Estratégicos de Valorização Territorial
→ Regeneração dos espaços com usos obsoletos
→ Atração de novas atividades, diversificadoras do tecido socioeconómico e ambiental
Orientação Estratégica Global
→
Concretizar as intenções de investimento, realizando as potencialidades associadas à acessibilidade e
às boas condições de edificabilidade, para a atração de novas atividades, passíveis de contribuírem
para a diversificação do tecido socioeconómico e para afirmação do Barreiro como uma centralidade
metropolitana.
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030
REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 157
Orientações Estratégicas Específicas (Territorialização)
1. NORTE DO BARREIRO
Pano de Fundo Orientação
Espaço da Quinta do Braancamp,
único complexo rural em plena ci-
dade do Barreiro e de Alburrica; es-
paço da localização da antiga Qui-
migal, atualmente Parque Empresa-
rial, onde será concretizado o Plano
de Urbanização do Território da
QUIMIPARQUE e Áreas Envolventes;
corredor ferroviário sul-sueste
Aproximar a cidade da zona ribeiri-
nha, aproveitando melhor as poten-
cialidades dos rios Tejo e Coina,
concretizar o PU da QUIMIPARQUE,
diversificando as atividades econó-
micas e regenerando o território;
pensar o corredor ferroviário como
espaço integrante da cidade, elimi-
nando o efeito de barreira divisória
2. CIDADE DE COINA
Pano de Fundo Orientação
Área expectante com grande apti-
dão urbanística, caraterizada por
excelentes condições de acessibili-
dade
Aproveitar a disponibilidade de solo
e a rede de acessibilidades – rodo-
viárias e ferroviárias – para a cons-
trução de uma nova cidade no sul do
concelho
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