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ESTRATÉGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA ATRAVÉS
DO GÊNERO MÚSICA: UMA ABORDAGEM MOTIVACIONAL
Zilca Maria Christ Vilela
RESUMO
O presente artigo relata o desenvolvimento da implementação do projeto
“Estratégias de Ensino - Aprendizagem através do gênero música: uma abordagem
motivacional” realizada no primeiro semestre do ano de 2013, no Colégio Estadual
Olavo Bilac, Ibiporã, Paraná, numa turma de 9º ano, com a finalidade de atender às
normas do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional) que é destinado à
formação de professores do ensino básico da rede pública do estado do Paraná.
Esse projeto teve como objetivo ressaltar a importância da música, mostrando que
ela pode ser trabalhada de uma forma que os alunos venham melhorar na disciplina.
Através do projeto foram implementadas estratégias que estimulassem o interesse
para o aprendizado de forma eficaz, de forma que contribuísse para a desconstrução
de mitos sobre as dificuldades de se aprender inglês.
Palavras-chave: Música; Estratégias; Motivação.
ABSTRACT
This article reports the development of the implementation of the project "Estratégias
de ensino aprendizagem através do gẽnero música: uma abordagem motivacional"
held in the first half of the year 2013, in Colégio Estadual Olavo Bilac Ibiporã,
Paraná, in a class of 9th grade in order to meet the standards of PDE ( Programa de
Desenvolvimento Educacional ), which is used for the training of primary school
teachers in the public state of Paraná. This project aimed to emphasize the
importance of music, showing that it can be crafted in a way that students will
improve in the discipline. Through the project were implemented strategies that
stimulate the interest for learning effectively, in order to contribute to the
deconstruction of myths about the difficulties of learning English.
Keywords: Music; Strategies; Motivation.
INTRODUÇÃO
Freqüentemente, há uma grande desmotivação por parte dos alunos do
ensino fundamental no que se refere ao aprendizado da língua inglesa. Isso ocorre
principalmente porque os alunos creem que, além de difícil, o idioma é também algo
desnecessário em suas vidas. No entanto, a música, principalmente em língua
inglesa, é algo bastante presente no cotidiano de adolescentes e jovens e parece
influenciar de forma intensa seu comportamento e atitude. Sendo assim, no presente
projeto pretendeu-se implementar estratégias de ensino-aprendizagem de inglês
através da música para, dessa forma, estimular o interesse e motivação dos alunos.
Além disso, a música no contexto escolar pode ser uma ferramenta eficaz na
desconstrução de mitos sobre aprendizagem do idioma, tais como seu nível de
dificuldade e falta de utilidade para os educandos.
Conforme mencionado, há um grande desinteresse pela disciplina de língua
inglesa, o qual acreditamos ser causado por falta de informação e crenças sobre a
aprendizagem de uma segunda língua. Podemos melhorar o desempenho escolar
desses alunos utilizando como estratégia de ensino-aprendizagem o gênero música
aliado às tecnologias disponíveis na escola. De fato, o uso de apenas o livro didático
em sala de aula contraria as orientações das Diretrizes Curriculares do Estado que,
em sua proposta para o ensino de língua estrangeira moderna, recomenda que as
aulas devam ser significativas e que a sala de aula seja um espaço no qual se
desenvolvam atividades que explorem diferentes recursos e fontes a fim de que o
aluno vincule aquilo que é estudado com a sua realidade.
No entanto, sabemos que despertar o interesse do aluno pela língua inglesa e
fazer com que seu aprendizado seja mais proveitoso é um grande desafio. Portanto,
nosso projeto é de extrema relevância porque pode levar o aluno a perceber a
utilidade da língua inglesa e, com isso, desenvolver o interesse na aprendizagem do
idioma. Além disso, o gênero música envolve e cativa os alunos. Ao ouvir uma
música, eles se sentem confortáveis com a prática da oralidade, o que torna mais
fácil a sua participação nas aulas.
Durante a fase do ensino fundamental, a criança apresenta uma musicalidade
natural; dessa forma, é capaz de assimilar rapidamente canções e ritmos. Por isso, a
música deve ser acrescentada às metodologias para um aprendizado mais eficiente.
O clima da sala de aula deve ser de entusiasmo e de amor pelas coisas belas
do mundo (STEINER, 1997). Segundo Goleman (1995), é importante uma variedade
de estilos musicais porque eles criam uma riqueza emocional necessária para o
desenvolvimento da empatia.
Este trabalho teve como objetivo utilizar a música como elemento importante
na formação do indivíduo para promover a socialização e a cooperação. Muitos
alunos que ingressam no sexto ano do ensino fundamental nunca tiveram acesso ao
ensino de língua inglesa, quer seja em escolas particulares ou mesmo na rede
pública, daí a necessidade de um incentivo nestes primeiros anos de ensino que é
essencial para o futuro dessas crianças.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A música é uma forma de linguagem bastante valiosa, tanto quanto as
palavras, devendo ser considerada como tal e sendo elemento importante na
definição da personalidade (RUUD, 1998). Segundo Ruud (1998), a música aumenta
nosso bem estar e nos faz relaxar, estimula o pensamento e a reflexão e nos
encoraja a enfrentarmos os obstáculos que a vida nos proporciona. Não importa a
matéria, o ritmo da sala de aula deve ser como uma sinfonia, alternando-se
atividades alegres com trabalhos cuidadosos, movimentos corporais e momentos de
imaginação intensa (STEINER, 1997).
Segundo Freda Mishan (2005), a música e o som são universais. Eles
atravessam culturas e até mesmo as espécies. Não somente os pássaros, mas
também as baleias e os macacos produzem uma espécie de música. Para a autora,
a música é parte essencial da experiência humana. Nossa conexão com o som vem
antes de nosso nascimento, quando ainda estamos na barriga de nossa mãe. A
música constitui a nossa primeira conexão com o mundo exterior.
Para Joanne Crandall (1988), emoções são nossos sentimentos se movendo
exteriormente e são expressões externas de bem estar do nosso coração. Segundo
a autora, a música pode ser a direção na qual os nossos sentimentos fluem
exteriormente. Sentimentos que estão presos ou bloqueados em nossa consciência
podem ser despertados através da música. Nossa vida é prolongada pela riqueza de
sentimentos do mundo interior. Em seu livro, a autora relata que algumas pessoas
dizem ser prejudicial a crianças ouvir muito rock ácido porque é destrutivo e estimula
a violência, mas ele é importante para que nossa raiva emirja e seja acordada e
observada. A raiva reside na própria pessoa e não na música. Tornar sua raiva
pública, explorá-la, é muito mais válido do que deixá-la envenenar o espírito num
nível inconsciente. Ela afirma ainda que a música em si não é manipuladora, mas
algumas delas têm sido ostensivamente desenhadas para mexer com as emoções.
Quando palavras e imagens estão juntas, faz-se uma tentativa de moldar e controlar
as emoções através do uso da música, como os filmes que tem trilhas sonoras.
Millie Grenouth (1994) afirma que alunos que estão aprendendo inglês podem
ouvir pouco inglês fora da sala de aula, mas todos eles estão expostos a canções
americanas ou inglesas no rádio, TV ou no cinema. Isto explica o motivo dos alunos
acharem as músicas mais fáceis: a música faz parte do seu mundo real. O autor
recomenda que a música seja usada para ilustrar uma estrutura que está sendo
introduzida, reforçar o que já foi ensinado, iniciar discussões e introduzir tópicos de
composições e ensaios. Já Tim Murphey (1995), por sua vez, afirma que a música
eleva a autoestima, estimula diferentes áreas do cérebro, aumenta a sensibilidade, a
criatividade, a capacidade de concentração e a fixação de informações.
Aprender inglês com a música proporciona a vivência da linguagem musical
como um dos meios de representação do saber construído pela interação intelectual
e afetiva do educando com o contato de cada canção ministrada (GAINZA, 1998).
Segundo a autora, a música movimenta, mobiliza, e, por isso, contribui para a
transformação e o desenvolvimento do indivíduo.
A forma principal em que os professores podem influenciar no aprendizado de
seus alunos é tornando a sala de aula um ambiente adequado no qual os aprendizes
são estimulados por atividades que sejam apropriadas para cada idade.
(LIGHTBROWN; SPADA, 2003). As atividades têm que acontecer de maneira
diversificada e de acordo com o ritmo de cada criança, visando enriquecer e ampliar
suas capacidades, tornando-a uma pessoa com características pessoais
(KRASHEN, 1981).
A música também tem sido usada com objetivos terapêuticos. Segundo Poch
Blasco (1999, apud SILVA JÚNIOR, 2008), o valor terapêutico da música reside no
fator dela produzir no indivíduo efeitos biológico, fisiológico, intelectual, social e
espiritual. A música sedante produz efeito tanto em pessoas normais quanto em
pessoas com alguma patologia, como paralisia cerebral e autismo. Esse tipo de
música induz ao relaxamento das crianças normais e nas crianças autistas induz a
sair da sua inatividade (BLASCO, 1999, apud SILVA JÚNIOR, 2008).
De acordo com Sacks (2007), doenças provocadas por acidentes vasculares,
Alzheimer que levam à perda das funções da linguagem ou do movimento
respondem satisfatoriamente à música e a musicoterapia.
Na deficiência visual a musicoterapia auxilia não só na aquisição do esquema
corporal como também para melhorar a localização. Além de melhorar a autoestima
contribui para o relacionamento interpessoal. Na deficiência auditiva, ajuda na
função respiratória, no desenvolvimento do sentido rítmico, no desenvolvimento
auditivo (com uso e aparelhos) e no desenvolvimento do sentido corporal (LEINIG,
1997, apud SILVA JÚNIOR, 2008)
De acordo com as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, a língua
estrangeira apresenta-se como espaço para ampliar o contato com outras formas de
conhecer, com outros procedimentos interpretativos de construção da realidade. As
Diretrizes Curriculares propõem formar sujeitos que construam sentido para o
mundo, que compreendam criticamente o contexto social e histórico de que são
frutos.
Segundo Bakhtin (1997), nos comunicamos, falamos e escrevemos através
dos gêneros do discurso que estão presentes no cotidiano dos sujeitos falantes os
quais possuem um infindável repertório de gêneros, muitas vezes usados
inconscientemente. Para ele, os gêneros sofrem constantes atualizações ou
transformações e se modificam para atender as necessidades dessa sociedade.
O trabalho de Vigotski (2002) ajuda a explicar o desenvolvimento cognitivo do
ser humano e serve como base das tendências na linguística aplicada no que diz
respeito às metodologias do ensino de língua estrangeira, “menos planificadas, mais
naturais e humanas (...) baseadas na experiência prática e ambientes multiculturais”
(VIGOTSKI, 2002, p.4)
Tendo em vista todos os benefícios acima citados com relação à musica,
voltamo-nos ao outro aspecto do nosso projeto: a falta de motivação em sala de
aula. Sabemos que a falta de interesse dos alunos é uma realidade na escola
brasileira, não somente em língua inglesa, com também em outras disciplinas. Por
esse motivo, nosso projeto visa utilizar a música como elemento motivacional na
sala de aula de língua inglesa.
De acordo com Fita (2006), toda mobilização cognitiva que a aprendizagem
necessita deve nascer de um interesse, de uma necessidade de saber, de um querer
alcançar determinadas metas. Segundo o autor, a motivação não depende só do
aluno, mas também do contexto, daí a importância de se modificar, quando se fizer
necessário, a meta que se pretende alcançar e fazer o aluno aprender o que se
pede.
De acordo com Kullok (2002), a metodologia do aprender exige um
conhecimento da área cognitiva, isto é, compreender como o ser humano pensa,
reflete, critica, infere conclusões, busca e procura informações. Para a autora, a aula
deve ser considerada como a realidade, um espaço que favoreça e estimule a
discussão, a pesquisa e o enfrentamento de tudo o que constitui o ser e a existência,
as evoluções, as transformações, o dinamismo e a força do homem da sociedade
que existe num espaço, num tempo que vive um processo histórico em movimento.
METODOLOGIA, RESULTADOS E DISCUSSÃO
O desafio do projeto foi criar atividades que desenvolvessem o gosto de ouvir
e cantar proporcionado um aprendizado mais significativo tendo em vista que muitos
alunos não demonstram interesse pelo ensino da língua inglesa. Sendo assim, o
material didático produzido foi elaborado para enfatizar as quatro habilidades
(listening, speaking, reading e writing) e a compreensão dos contextos as quais as
musicas estão inseridas
O projeto foi desenvolvido no primeiro semestre do ano de 2013, no Colégio
Estadual Olavo Bilac, na cidade de Ibiporã-PR, em uma turma de 9º ano.
Iniciamos o trabalho com a apresentação do filme August Rush, traduzido em
português como “O Som do Coração”, um filme que mostra a magia da música e que
ela está em tudo que nos cerca. A apresentação durou cerca de três aulas e foi
muito bem aceito pelos alunos. Assim que os alunos terminaram de assistir ao filme,
eles responderam a cinco perguntas subjetivas como: o que mais os atraiu no filme
até perguntas mais profundas como se ele nos traz uma lição de vida.
Prosseguindo para a segunda atividade, apresentamos um questionário com
dez perguntas para saber as preferências dos alunos em relação à música. Embora
alguns alunos tenham respondido que não se deixam influenciar pela música no seu
estilo de vida, a maioria disse que sim e que aprender inglês com a música é muito
legal. Segundo eles, a música inspira um personagem no decorrer da vida deles.
Eles acham que se as pessoas ouvissem música de qualidade haveria mais cultura
no país. Grande parte dos alunos afirmou que muitas letras de música incentivam
sim a violência, além daquelas que desmoralizam as mulheres por terem uma letra,
aos olhos deles, “indecente”. Eles consideram que nem todas as letras de música
encerram uma lição de vida, mas a simples melodia pode trazer muita paz de
espírito.
Quando perguntados sobre de onde vem seu gosto musical responderam que
foram influenciados pelos amigos, tendo como gêneros preferidos o rock e o pop.
Afirmaram que utilizam todas as ferramentas disponíveis para ouvir suas músicas,
mesmo durante outras atividades. Concluímos com este questionário que os alunos
são favoráveis ao uso da música na sala de aula como instrumento de
aprendizagem em língua inglesa.
Na oportunidade, explicamos aos alunos que os gêneros musicais a serem
trabalhados seriam: Rock, Pop, Country, Disco e Reggae. A seguir, os alunos se
dividiram em equipes, tendo sido sorteados entre eles dois gêneros musicais para
cada grupo pesquisar, sua história, e sua importância para a música. Este trabalho
foi apresentado com muito sucesso, pois os alunos o fizeram com muita criatividade
e utilizando como ferramenta a TV multimídia.
Na terceira atividade, demos início à apresentação dos gêneros musicais com
a música Ebony and Ivory de Paul McCartney, canção do gênero pop.
Primeiramente, os alunos responderam questões sobre racismo e preconceito que
são ideias contidas na letra da música. Os alunos foram unânimes em responder
que nos dias atuais existe muito racismo e preconceito por parte das pessoas e que
são muitas as formas, desde as brincadeiras mais simples até a divisão social.
Alguns responderam já terem se deparado com alguma atitude de preconceito, mas,
ás vezes parece tão “normal” que a pessoa nem se dá conta. Quando perguntados
se o racismo tem solução, a maioria respondeu que é preciso mais amor entre as
pessoas, convivência aceitação e respeito. Outros disseram que o racismo vem de
casa.
Continuando, os alunos assistiram ao vídeo da música e logo após receberam
a letra da música impressa. O próximo passo foi fazer a tradução em grupos seguida
de exercícios de compreensão de texto e exercícios gramaticais como as palavras
terminadas em “y”. Além de exercícios escritos, foi realizada a atividade escrita com
uma atividade chamada Silent Dictation, que tem por finalidade de fixar palavras
terminadas em y na qual os alunos viam uma imagem com a figura de um nome
terminado em y e escreviam em seus cadernos. Ao final do ditado, as palavras foram
escritas no quadro para que os alunos as corrigissem.
A segunda música a ser apresentada foi a música Zodiacs, de Roberta Kelly,
do gênero Disco, cuja letra tinha como temática a crença em astros, planetas e
horóscopo, bem como a maneira pela qual eles podem exercer influências sobre as
pessoas. Nas respostas às perguntas sobre acreditar em horóscopo eles se
dividiram entre sim e não. Eles disseram que achavam irrelevante a influência de
astros e planetas sobre as pessoas e uma grande tolice não sair de casa sem ler o
horóscopo, embora tivessem alguém da família que acreditava em horóscopo.
Os alunos assistiram ao vídeo e fizeram a tradução da música. Além das
questões de gramática e compreensão do texto, foi trabalhado também o
vocabulário referente aos signos e planetas.
Os alunos produziram cartazes com textos em inglês com previsão de
horóscopo. Os signos foram previamente divididos entre os grupos.
A terceira música introduziu o gênero Country, com a música I’ll Try, de Alan
Jackson, a qual tem como contexto amor e fidelidade. Ao responder as perguntas, os
alunos mostraram ser bastante sensíveis quando se fala de amor. Em sua maioria,
responderam que acreditam nos relacionamentos amorosos e sua durabilidade.
Segundo eles, é preciso que haja compreensão e respeito entre pessoas que se
amam. Para eles, o amor é capaz de transformar as pessoas se ela realmente
quiser. Acreditam que as pessoas têm medo de amar porque não querem se magoar
e nem sofrer, por este motivo, não se entregam ao amor. Nesta unidade, foram
desenvolvidas atividades de compreensão de texto e exercícios gramaticais com o
tempo verbal Simple Future.
O quarto gênero musical foi apresentado com a música Johnny Be Good, de
Peter Tosh, do gênero reggae, que aborda a temática da importância da escola para
se adquirir conhecimento. Alguns alunos responderam que muitas pessoas não vão
à escola porque não querem e não aproveitam as oportunidades que a vida lhes
oferece. No entanto, a maioria respondeu que muitos não vão à escola por falta de
oportunidade, mas, apesar disso, são capazes de desenvolver habilidades artísticas
e serem bem sucedidos na vida. Os alunos assistiram ao vídeo e em seguida
fizeram a tradução da letra da música em grupos. Nesta unidade foram trabalhadas
questões de interpretação de texto e como conteúdo gramatical a expressão “used
to”.
O último gênero musical a ser apresentado foi o rock, com a música I Hate
Myself for Loving You, interpretada pela cantora Joan Jett, a qual trata das relações
amorosas conturbadas pela falta de confiança. Os alunos acham que não se pode
sufocar a pessoa que amamos e que se deve partir para outra quando estivermos
sendo enganados. Os alunos assistiram ao vídeo e depois receberam a letra da
música para fazer a tradução. A compreensão do texto precedeu ao estudo
gramatical com o conteúdo: pronomes reflexivos. Os alunos receberam uma folha
impressa com os pronomes para facilitar a consulta.
Simultaneamente à apresentação dos gêneros, os alunos construíram um
jogo de memória que consistia em quarenta peças, sendo cartelas com nomes de
músicas e vinte cartelas com as traduções dos títulos das músicas. Com esta
atividade esperava-se o aumento do repertório de palavras para que os alunos
tivessem um melhor desempenho na língua.
Enquanto se desenvolvia o projeto, um grupo de alunos voluntários se reuniu
na escola para fazer a versão de uma música em português para o inglês. A música
escolhida foi “Dias Melhores”, do grupo Jota Quest. Os alunos fizeram a tradução
procurando preservar a mensagem da música e não fugir do contexto, que é a
esperança que depositamos no futuro. Os ensaios eram feitos fora da sala de aula,
em horários alternados, para que não prejudicasse o desenrolar do projeto.
Na unidade sete, os alunos participaram de uma competição denominada
What is the Music? . Os alunos receberam uma folha com nomes de vinte músicas
enumeradas e tiveram que relacioná-las aos nomes de seus intérpretes. Para fazer
parte da lista, foram escolhidos nomes de músicas atuais e dos cantores de suas
preferências.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A implementação do projeto “Estratégias de Ensino-Aprendizagem de Língua
Inglesa através do Gênero Música: uma Abordagem Motivacional” reforça o estudo e
a pesquisa sobre a utilização da música como metodologia em sala de aula. O
projeto mencionado mostrou que a música é capaz de melhorar o relacionamento
entre professor e aluno e que o espaço da sala de aula se transforma num lugar
agradável colaborando para um aprendizado mais eficiente da língua, mantendo os
alunos mais atentos e motivados durante as aulas.
A forma pela qual as atividades foram apresentadas, música e contexto,
enfocando uma gramática específica, agradou aos alunos. A abordagem de temas
como racismo e amor, possibilitou reflexões, críticas e discussões. Vimos que,
utilizando materiais adequados, nossos alunos da rede pública são capazes de
acompanhar as aulas de inglês e ter muito sucesso na aprendizagem da língua.
Observamos também que a implementação do projeto além de estimular a
criatividade dos alunos, estimulou também o espírito da competição no que diz
respeito à execução das tarefas, pois a maioria queria fazer trabalhos bem feitos e
com capricho. A repercussão do projeto chegou aos alunos das séries iniciais, que
vinham perguntar por que não faziam as atividades do nono ano.
Os alunos viram que aprender inglês não é tão complicado quanto parece por
se tratar de uma língua estrangeira e que a aquisição de conhecimentos pode
transformá-los em cidadãos críticos na sociedade em que vivemos.
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997 BLASCO, Serafina P. Compendio de Musicoterapia. Barcelona: Herder S.A., 1999 CRANDALL, J. Self Transformation Through Music. 1 ed. Estados Unidos da América: A Quest Book, 1986 GAINZA, V . H. Estudos de Psicopedagogia Musical. São Paulo: Summus, 1988 GOLEMAN, D. A Inteligência Emocional. Rio de Janeiro: Objetiva,1991 GRENOUGH, M. Sing it!. New York : McGraw Hill, 1994 KRASHEN S. D. Principles and Practices in Second Language Acquisition. Oxford: Oxford. University Press, 1981 KULLOCK, M.G.B. Relação Professor - Aluno, Contribuições à Prática Pedagógica. Maceió: EdUfal, 2002 LEINIG, Clotilde E. Tratado de Musicoterapia. São Paulo: Sobral, 1977. ________. A Música e a Ciência se Encontram: Um Estudo Integrado entre a Música, a Ciência e a Musicoterapia. Curitiba: Juruá, 2008. LIGHTBROWN, P.; Spada, N. How Languages are Learned. Oxford: Oxford University Press, 2003 MISHAN, F. Designing Authenticity into Language Learning Materials. Bristol: Bristol University Press, 2005 MURPHEY, T. Music and Song. Oxford: Oxford University Press, 1996 PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Línguas Estrangeiras Modernas para a Educação Básica. Curitiba: SEED, 2008.
RUUD, E. Música e Saúde. São Paulo: Summus, 1991 SACKS, O. Alucinações Musicais. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. SILVA JÚNIOR, J.D. A Utilização da Música com Objetivos Terapêuticos: Interfaces com a Bioética. 10 de dezembro de 2008. 140 fls. Dissertação (Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás). Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2008. STEINER, R. A Arte da Educação: O Estudo Geral do Homem, uma Base para a Pedagogia. São Paulo: Antroposófica, 1995 TAPIA, J. A.; FITA, E. C. A. A Motivação na sala de aula - O que é e como se faz. 7. ed. São Paulo: Loyola, 2006 VYGOTSKY, L.S. Pensamento e Linguagem. E-book. Edição Eletrônica: Ridendo Castigat Mores, 2002. Disponível em <www.jahr.org>. Acesso em: jun. 2012.
MÚSICAS UTILIZADAS NA ATIVIDADE DOS GÊNEROS MUSICAIS
JACKSON, Alan. I’ll Try. Disponível em http://letras.mus.br/alan-jackson/19445/. Acesso em 28 nov. 2012 KELLY, Roberta. Zodiac. Disponível em http://letras.mus.br/roberta-kelly/188142/. Acesso em 29 nov. 2012 McCARTNEY, Paul. Ebony and Ivory. Disponível em http://letras.mus.br/paul-mccartney/78368/. Acesso em 29 nov. 2012 TOSH, Peter. Johnny Be Good. Disponível em http://letras.mus.br/peter-tosh/126153/. Acesso em 25 nov. 2012 JETT, Joan. I Hate Myself for Loving You. Disponível em http://letras.mus.br/joan-jett/266653/. Acesso em 29 out.2013
APÊNDICE A — BETTER DAYS
Um grupo de alunos se reuniu num sábado pela manhã e fez uma versão da
música “Dias Melhores”, da banda Jota Quest. A música foi apresentada aos alunos
que não participaram da versão da música.
BETTER DAYS (Versão feita pelos alunos do 9º ano, turma B)
We live expecting For better days Days of peace, days of dreams Days we'll not leave for behind Oh, oh, oh We live expecting The day we’ll be better (Better, better) Beteer in love, better in pain Better in all We live expecting The day that we'll be forever We live expecting Oh, oh For better days forever For better days forever...
APÊNDICE B — ♫ ♪ WHAT IS THE SONG? ♪ ♫
Nesta atividade, os alunos tinham que acertar o maior número possível de
músicas e seus intérpretes para ser o vencedor. Cada aluno recebeu uma cópia para
relacionar as colunas e entregues ao final da aula. Foi atribuída uma nota de
participação
Name:________________________________ Number: _____
♫♪ WHAT IS THE SONG? ♪♫
(1) Adele ( ) Romeo and Juliet
(2) The Beatles ( ) Angie
(3) Coldplay ( ) Last Friday Night
(4) Fun ( ) Suspicious Minds
(5) Jason Mraz ( ) Mirrors
(6) REM ( ) Big Girls Don’t Cry
(7) Katy Perry ( ) Girl on Fire
(8) Bee Gees ( ) Everybody Hurts
(9) Bob Marley ( ) We Are Young
(10) Lady Gaga ( ) I Just Called to Say I Love You
(11) Amy Winehouse ( ) Rolling the Deep
(12) Rolling Stones ( ) Paradise
(13) Fergie ( ) Three Little Birds
(14) Justin Timberlake ( ) Yesterday
(15) Alicia Keys ( ) Staying Alive
(16) Stevie Wonder ( ) Back to Black
(17) Michael Jackson ( ) Heal the World
(18) Elvis Presley ( ) Marry the Night
(19) Taylor Swift ( ) I’m Yours
(20) One Direction ( ) Kiss You
APÊNDICE C — MEMORY GAME
MEMORY GAME
Este jogo contém vinte cartelas de nove centímetros de comprimento por seis
centímetros de largura com nomes de músicas em inglês, bem como as respectivas
traduções de seus títulos. O material para produzir as cartelas foi escolhido segundo
a criatividade de cada grupo. Os alunos podem jogar em grupos ou em pares. O
ganhador será quem tiver o maior número de acertos.
One Thing
Uma Coisa
Black or White
Branco ou Preto
Get Right
Acertar
See You Again
Ver Você de
Novo
Love Story
Romance
Back to Black
De Volta ao
Preto
Addict to You
Viciado em
Você
This is Mine
Isto é Meu
Run the World
Correr o Mundo
Someone Like
You
Alguém como
Você
Girlfriend
Namorada
A Year Without
Rain
Um Ano Sem
Chuva
Marry the Night
Case com a
Noite
One Night With
You
Uma Noite Com
Você
Always
Sempre
What do You
Want?
O Que Você
Quer?
Firework
Fogo de Artifício
Boyfriend
Namorado
Your Body
Seu Corpo
Don’t Wake me
Up
Não Me Acorde